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CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL CARLOS MEIRELES DANTAS AUDITORIA AMBIENTAL COMPULSÓRIA COMO FERRAMENTA DE ANÁLISE DA GESTÃO AMBIENTAL NO RIO DE JANEIRO IFRJ CAMPUS RIO DE JANEIRO 2017

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CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL

CARLOS MEIRELES DANTAS

AUDITORIA AMBIENTAL COMPULSÓRIA COMO FERRAMENTA DE ANÁLISE DA GESTÃO AMBIENTAL NO RIO DE JANEIRO

IFRJ – CAMPUS RIO DE JANEIRO 2017

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CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL

CARLOS MEIRELES DANTAS

AUDITORIA AMBIENTAL COMPULSÓRIA COMO FERRAMENTA DE ANÁLISE DA GESTÃO AMBIENTAL NO RIO DE JANEIRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à coordenação do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Ambiental.

Orientador: Prof. Doutor Gustavo Simas Pereira

IFRJ – CAMPUS RIO DE JANEIRO

2017

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Ficha catalográfica elaborada por Thais da Silva Alves

CRB7 6200

D192 Dantas, Carlos Meireles Auditoria ambiental compulsória como ferramenta de análise da gestão ambiental no Rio de Janeiro. / Carlos Meireles Dantas – Rio de Janeiro, 2017. 78 f.: il.; 21cm. Trabalho de Conclusão de Curso (Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, 2017. Orientador: Prof. Dr. Gustavo Simas Pereira 1. Gestão ambiental. 2. Auditoria ambiental. I. Pereira, Gustavo Simas. II. Título. IFRJ/CMAR/CoBib CDU 502.175

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Agradecimentos

Este trabalho é dedicado a todos que me ajudaram nessa jornada de busca por uma nova profissão.

Agradeço a Deus por sempre me oferecer as oportunidades necessárias para que eu

possa tentar dar o melhor de mim. Aos meus pais, Laiz e Carlos, minha avó Josefa e meus irmãos Larissa e Walace que

me incentivam a continuar estudando e me dão apoio sempre que preciso. A minha prima e amiga Sabrina, e a Rafaela, pelo apoio emocional e por me ajudarem

a pensar e me distrair quando necessário.

Ao meu orientador, prof. Gustavo Simas, que confiou em mim ao me oferecer este tema de trabalho.

E agradeço a todo o corpo docente do Curso Superior de Tecnologia em Gestão

ambiental e amigos que fiz neste curso que sempre estiveram presentes e caminharam comigo nessa jornada acadêmica.

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Dantas, C.M. Auditoria Ambiental Compulsória como Ferramenta de Análise da Gestão Ambiental no Rio De Janeiro – 78 p. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), Campus Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, 2017.

RESUMO

A Auditoria Ambiental ajuda as organizações na elaboração de planos de ação que possam reduzir os problemas em relação ao melhor uso dos recursos naturais, e atendimento das leis ambientais, reduzindo os riscos de acidentes, e melhorando sua imagem em relação a sociedade. A Auditoria Ambiental é uma ferramenta importante para o licenciamento, tanto para a autorização da operação do empreendimento, ou renovação e prorrogação da Licença de Operação (LO) e Licença de Operação e Recuperação (LOR). As Auditorias Ambientais de Controle ou de Acompanhamento geram o Relatório de Auditoria Ambiental que ajuda na criação de medidas para reverter os problemas encontrados permitindo a autorização da licença. O governo do estado do Rio de Janeiro regula o uso de Relatórios de Auditoria Ambiental a partir da Diretriz-056-R.3 e do Decreto 44.820 de 02 de junho de 2014 que foram utilizadas como base para a análise de 30% dos Relatórios de Auditoria Ambiental dos anos de 2014 e 2015 encontrados na biblioteca do INEA, comparando-os com verificações feitas previamente do ano de 2013. Como resultado, em 2014 e 2015 destacam-se não conformidades relacionadas a conformidade legal, gestão de efluentes líquidos e gestão de

resíduos que somam um total de 53,6% das não conformidades em 2014 e 60% em 2015,

sendo responsáveis por mais da metade dos entraves ambientais dos empreendimentos. Os principais temas das não conformidades encontradas foram: “não prestou informações aos órgãos”, “armazenamento de resíduo” e “parâmetro químico não alcançado”, com um crescimento acentuado em problemas relacionados ao monitoramento e manutenção preventiva de equipamentos que aumentam os riscos de acidentes ambientais. Além disso, percebeu-se uma diminuição no número de relatórios em 2014, que pode ser atribuído a problemas gerados pela crise econômica e hídrica do estado. Palavras-chave: 1. Auditoria Ambiental 2. Gestão Ambiental 3.Licenciamento Ambiental

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Dantas, C.M. Compulsory Environmental Audit as an Analysis Tool for Environmental Management in Rio de Janeiro - 78 p. Completion of Coursework. Technology Graduation Course in Environmental Management, Federal Institute of Education, Science and Technology of Rio de Janeiro (IFRJ), Campus Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, 2017.

ABSTRACT

Environmental Audit helps organizations to take action on plans that can reduce environmental problems in the use of natural resources and compliance with environmental laws, reducing the risk of accidents, and improving their image to society. Environmental Audit is an important tool for licensing, both for the authorization of the operation of the organization, or renewal and extension of the Operation License (LO) and Operation and Recovery License (LOR). The Environmental Control or Monitoring Audits generate the Environmental Audit Report that helps in the creation of measures to revert problems found and allowing the authorization of the license. The Rio de Janeiro state government regulates the use of Environmental Audit Reports based on Guideline-056-R.3 and Decree 44.820 of June 2, 2014, which were used as the basis for the analysis of 30% of the Environmental audits of the years 2014 and 2015 found in the INEA library, comparing them with previous checks made in 2013. As a result, in 2014 and 2015, there are non-conformities related to legal compliance, liquid effluent management and waste management, that accounts for a total of 53.6% of non-conformities in 2014 and 60% in 2015, accounting for more than half of the environmental obstacles found in enterprises. The main themes of the non-conformities were: "did not provide information to environmental agencies", "storage of residue" and "chemical parameter not reached", with an increase in problems related to the monitoring and preventive maintenance of equipment that increase the risk of environmental accidents. In addition, there was a decrease in the number of audit reports in 2014, which can be attributed to the economic and water crisis that Rio de Janeiro state is going through. Keywords: 1. Environmental Audit 2. Environmental Management 3. Environmental Licensing

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Mapa dos municípios de acordo com o número de Relatórios de Auditoria Ambiental

23

Figura 2 - Relatórios de Auditoria Ambiental por mês de 2013 a 2015 24

Figura 3 - Percentual das não conformidades de 2013 a 2015 por tópico da DZ-056-R.3 33

Figura 4 - Medidas para minimizar problema de escassez de água 68

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Número de relatórios por tipo de auditoria 20

Tabela 2 - Quantidade de relatórios por município em 2014 e 2015 22

Tabela 3 - Relatórios por empresa auditora no período de 2013 a 2015 25

Tabela 4 - Relatórios por grupo de atividade de 2013 a 2015 28

Tabela 5 - Potencial Poluidor do empreendimento 30

Tabela 6 - Número de não conformidades por tópico da DZ-056 de 2013 a 2015 32

Tabela 7 - Quanto à política ambiental e ao sistema de gestão ambiental 35

Tabela 8 - Quanto à estrutura gerencial e ao treinamento 36

Tabela 9 - Quanto à conformidade legal 37

Tabela 10 - Quanto aos processos de produção e operação 39

Tabela 11 - Quanto à gestão de energia e água 40

Tabela 12 - Quanto à gestão de materiais 42

Tabela 13 - Quanto à gestão de efluentes líquidos 43

Tabela 14 - Quanto à gestão de emissões atmosféricas 45

Tabela 15 - Quanto à gestão de ruídos 46

Tabela 16 - Quanto à gestão de resíduos 48

Tabela 17 - Quanto à gestão do uso de agrotóxicos para o controle de vetores e pragas

urbanas 49

Tabela 18 - Quanto à limpeza e higienização de reservatórios de água 49

Tabela 19 - Quanto à gestão de riscos ambientais 51

Tabela 20 - Quanto à gestão de passivo ambiental 52

Tabela 21 - Não Conformidades do item 8.1.3 a) da DZ-056-R.3 53

Tabela 22 - Não Conformidades do item 8.1.3 b) da DZ-056-R.3 55

Tabela 23 - Não Conformidades do item 8.1.9 d) da DZ-056-R.3 56

Tabela 24 - Não Conformidades do item 8.1.7 c) da DZ-056-R.3 57

Tabela 25 - Não Conformidades do item 8.1.9 c) da DZ-056-R.3 59

Tabela 26: Não conformidades que se destacam em 2014 60

Tabela 27 - Não conformidades que se destacam em 2015 63

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LISTAS DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres

ART - Anotação de Responsabilidade Técnica

CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente

CONEMA – Conselho Estadual do Meio Ambiente

DZ - Diretriz

EPI – Equipamento de proteção individual

ETE – Estação de Tratamento de Esgoto

FDSR - Ficha com Dados de Segurança de Resíduos

FIRJAN - Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro

FISPQ – Ficha de informação de segurança de produto químico

IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INEA - Instituto Estadual do Ambiente

ISO – International Organization for Standardization

LAIA – Levantamento de aspecto de impacto ambiental

LP – Licença Prévia

LI – Licença de Instalação

LO – Licença de Operação

LOR – Licença de Operação e Recuperação

MP – Material Particulado

NBR - Norma Brasileira

NT - Norma técnica

NR - Norma Regulamentadora

PAE – Plano de Atendimento Emergencial

PEI – Plano de Emergência Individual

PGRS – Plano de gerenciamento de Resíduo Sólido

PGRSS - Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde

PROCON ÁGUA – Programa de Autocontrole de Efluentes Líquidos.

PROMON Ar - Programa de Auto Monitoramento de Emissões Atmosféricas

SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 12

1.1 LEGISLAÇÃO FEDERAL 13

1.2 LEGISLAÇÃO ESTADUAL 15

2. OBJETIVOS 17

3. METODOLOGIA 18

4. RESULTADOS 20

4.1 ANÁLISE DE DADOS 20

4.1.1 Tipo de auditoria 20

4.1.2 Análise quantitativa 21

4.2 ANÁLISE DE NÃO CONFORMIDADES POR TÓPICOS DA DZ-056.R-3 E TEMAS

CORRESPONDENTES 29

4.2.1 Análise comparativa das não conformidades de acordo com a DZ-056.R-3 29

4.2.1.1 Quanto à política ambiental e ao sistema de gestão ambiental. Item 8.1.1 33

4.2.1.2 Quanto à estrutura gerencial e ao treinamento: item 8.1.2 35

4.2.1.3 Quanto à conformidade legal: item 8.1.3 36

4.2.1.4 Quanto aos processos de produção e operação: item 8.1.4 38

4.2.1.5 Quanto à gestão de energia e água: item 8.1.5 40

4.2.1.6 Quanto à gestão de materiais (matérias-primas, insumos, embalagens e

produtos: item 8.1.6 41

4.2.1.7 Quanto à gestão de efluentes líquidos: item 8.1.7 42

4.2.1.8 Quanto à gestão de emissões atmosféricas: item 8.1.7” 44

4.2.1.9 Quanto à gestão de ruídos: item 8.1.8 45

4.2.1.10 Quanto à gestão de resíduos: item 8.1.9 47

4.2.1.11 Quanto à gestão do uso de agrotóxicos para o controle de vetores e pragas

urbanas: item 8.1.10 48

4.2.1.12 Quanto à limpeza e higienização de reservatórios de água: item 8.1.11 49

4.2.1.13 Quanto à gestão de riscos ambientais: item 8.1.12 50

4.2.1.14 Quanto à gestão de passivo ambiental: item 8.1.13 51

4.2.2 Análise dos tópicos da DZ-056-R.3 com maior número de não conformidades 52

4.2.3 Temas recorrentes das não conformidades 59

4.2.3.1 Não conformidades de destaque em 2014 60

4.2.3.2 Não conformidades de destaque em 2015 62

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4.3 OBSERVAÇÕES GERAIS 65

5. DISCUSSÕES 67

5.1 FATORES QUE INFLUENCIAM OS RESULTADOS 67

5.2 IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA AMBIENTAL COMPULSÓRIA 70

6. CONCLUSÃO 72

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 73

APÊNDICE A – CHECKLIST DOS RELATÓRIOS DE AUDITORIA AMBIENTAL 76

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1. INTRODUÇÃO

De acordo com Barsano e Barbosa (2012), a Gestão Ambiental é uma ciência que

administra economicamente e socialmente o meio ambiente, de modo que, o uso dos recursos

naturais seja feito de maneira racional, ou seja, pensando-se na preservação e diminuição

dos riscos que gerariam impactos ambientais, para que seja preservado a todas as gerações.

A Auditoria Ambiental, como ferramenta de Gestão Ambiental, surge na década de 70,

de maneira voluntária, a partir do aumento das leis que regulam as atividades ambientais, de

modo a contribuir com a redução das não conformidades encontradas nos empreendimentos

de acordo com a legislação.

Ao final do século 20, as empresas começaram a investir em formas de reduzir os

desperdícios e de preservar os recursos naturais, a fim de ajustar-se ao mercado competitivo

e as pressões exercidas pelo mercado consumidor, quanto ao atendimento da legislação

ambiental.

Para Lima e Castro (2009), a auditoria tem como objetivo o controle do patrimônio de

formas variadas, comprovando a veracidade dos registros e a legalidade dos atos

administrativos, além de avaliar a qualidade do processo gerencial das organizações. A

auditoria é uma forma de monitorar a área auditada de modo a identificar problemas, ou onde

pode-se melhorar para que os critérios legais sejam atendidos.

Segundo Cerqueira e Martins (2005) e Campos e Lerípio (2009), auditoria é um

processo sistemático, que deve ser documentado com o objetivo de avaliar as evidências

encontradas para determinar a extensão em que os critérios de auditoria são atendidos, ou

seja, constatando se os processos exercidos no empreendimento auditado estão em

conformidade ou não conformidade em relação ao padrão adotado como referência.

As auditorias ambientais podem ser classificadas como, auditoria de primeira parte:

feitas pela própria organização; de segunda parte: executada por aqueles que tem algum

interesse na organização, como fornecedores ou clientes; e de terceira parte: que independe

das partes envolvidas, como as auditorias ambientais compulsórias e as voluntárias de

certificação.

A auditoria compulsória ou de conformidade legal, segundo Barbieri (2007):

Tem por objetivo verificar o cumprimento da legislação ambiental e correlata aplicável à organização. Envolve as seguintes questões: (a) atendimento à legislação nacional, estadual e local aplicável ao setor em que a organização ou suas unidades se situam; (b) autuações do órgão ambiental governamental; (c) situação das licenças concedidas e em tramitação nos órgãos ambientais e correlatos; (d) termos de compromisso firmados com o órgão ambiental; (e) situação das ações movidas contra a organização, por exemplo, para reparação de danos ambientais; (f) reclamações de

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13

trabalhadores, sindicatos, vizinhos, imprensa, ONGs e outros quanto ao não-atendimento de medidas legais. (BARBIERI, 2007, p.212)

Após a execução de uma auditoria ambiental é gerado um relatório de auditoria. Este

chama-se Relatório de Auditoria Ambiental (RAA), o qual, segundo Campos e Lerípio (2009,

p.44) “registra formalmente o resultado da auditoria e será a única evidência da presença do

auditado nas instalações”.

A partir dos relatórios gerados nas auditorias dos empreendimentos do estado do Rio

de Janeiro é possível analisar as irregularidades encontradas, podendo a partir delas

evidenciar os problemas, em relação aos aspectos ambientais, que os empreendimentos mais

insistem em cometer no decorrer dos anos, e quais os motivos para que isso aconteça.

O conhecimento das não conformidades auxilia na criação de planos de ação que

ajudam na gestão ambiental do empreendimento, e ainda, colaboram no entendimento das

maiores dificuldades de adequação das empresas em relação ao meio ambiente.

As auditorias analisadas neste trabalho são de acordo com as legislações federais e

estaduais pertinentes que são apresentadas a seguir.

1.1 LEGISLAÇÃO FEDERAL

A Lei Federal n. 6.938, de 31 de agosto de 1981 regulamentadas pelo Decreto n.

99.274, de 6 de junho de 1990, cria a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), onde

objetiva a preservação do meio ambiente para o desenvolvimento socioeconômico. A partir

dela, alterada posteriormente pela Lei Federal n. 7.804, de 18 de julho de 1989 foi criado o

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) que propõe diretrizes relacionadas ao meio

ambiente e aos recursos naturais. Uma das competências do CONAMA é estabelecer normas

para licenciar atividades de potencial poluidor.

A legislação federal referente ao licenciamento e auditoria ambiental segue a premissa

descrita no artigo 225 da Constituição Federal de 1988, este diz que: “Todos têm direito ao

meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia

qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e

preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

A Resolução CONAMA n. 237, de 19 de dezembro de 1997 que legisla sobre os

procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental, define o licenciamento

ambiental como:

Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e

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atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. (CONAMA,1997, art. 1, I)

Além disso, a Resolução CONAMA n. 237, de 19 de dezembro de 1997, artigo 8, define

os três tipos de licença que o Poder Público poderá expedir, sendo elas a Licença Prévia (LP);

Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO).

A Licença Prévia é expedida na fase de planejamento da atividade, com ela são

aprovados a localização concedida para o empreendimento além de viabilizá-lo

ambientalmente. A Licenças de Instalação, autoriza a instalação do empreendimento de

acordo com os projetos e planos aprovados e demais condicionantes. A Licença de Operação

é aquela que autoriza a operação do empreendimento, de acordo com as suas

condicionantes.

A Resolução CONAMA n. 306, de 5 de julho de 2002 que estabelece os requisitos

mínimos para realização de auditorias ambientais considerando o potencial poluidor da

indústria de petróleo e gás natural, e seus derivados, alterada posteriormente pela resolução

CONAMA n. 381, de 14 de dezembro de 2006, aponta em seu artigo 4 que:

Art. 4 - As auditorias ambientais devem envolver análise das evidências objetivas que permitam determinar se a instalação do empreendedor auditado atende aos critérios estabelecidos nesta Resolução, na legislação ambiental vigente e no licenciamento ambiental. (CONAMA, 2006, p.156)

Nesta resolução encontram-se o que deve conter no Plano de Auditoria, que descreve

a localização e atividade do empreendimento, a preparação e execução da auditoria; além do

relatório de auditoria onde se tem informações como a equipe auditora; identificação do

empreendimento e atividades, objetivos da auditoria, documentos analisados, o que é

constatado no processo de auditoria e conclusão, além das conformidades e não

conformidades encontradas.

O anexo II da Resolução CONAMA n. 381, de 14 de dezembro de 2006, também

descreve o que deve conter no Plano de Ação da auditoria. Este deve conter as ações

corretivas relacionadas as não conformidades e oportunidades de melhoria encontradas,

indicar a área responsável pelo cumprimento da não conformidade, além de cronograma para

que seja cumprida.

As demais legislações federais referentes a auditoria ambiental são relacionadas a

indústria do petróleo e seus derivados. Por exemplo, a Lei Federal n. 9.966, de 28 de abril de

2000, que dispõe sobre o controle, prevenção e fiscalização da poluição devido ao lançamento

de óleo e substâncias perigosas em águas nacionais, estabelece, em seu artigo 9 que:

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Entidades exploradoras de portos organizados e instalações portuárias e os proprietários ou operadores de plataformas e suas instalações de apoio deverão realizar auditorias ambientais bienais, independentes, com o objetivo de avaliar os sistemas de gestão e controle ambiental em suas unidades. (BRASIL, 2000, art. 9)

Verifica-se que a legislação federal referente ao licenciamento ambiental e a auditoria

ambiental está centrada em definir e delegar as competências aos demais órgãos ambientais.

Os tipos de empreendimentos que necessitam do processo de auditoria ambiental são melhor

definidos pela legislação de cada estado.

1.2 LEGISLAÇÃO ESTADUAL

A Constituição Estadual do Rio de Janeiro de 1989 já incumbia ao Poder Público a

realização de auditorias ambientais periódicas, no artigo 261 § 1º item IX, para o controle da

poluição e prevenção de acidentes.

Em 26 de novembro de 1991 foi sancionada a Lei Estadual n. 1.898 que dispõe sobre

a realização de auditorias ambientais. Esta foi regulamentada pelo Decreto Estadual n.

21.470-A, de 5 de junho de 1995.

Segundo a Lei Estadual n. 1.898, de 26 de novembro de 1991, artigo 5º, a auditoria

ambiental periódica anual deve ser feita obrigatoriamente por atividades de alto potencial

poluidor como: instalações portuárias, refinarias, instalações de estocagem de substâncias

perigosas, de processamento e disposição de resíduos perigosos, instalação de tratamento e

disposição final de esgotos domésticos, unidades de geração de energia elétrica de fontes

térmicas e radioativas, indústria química, petroquímica, metalúrgica e siderúrgica.

O artigo 5º da Lei Estadual n. 1.898, de 26 de novembro de 1991 foi alterado pela Lei

Estadual n. 3.471, de 4 de outubro de 2000, onde acrescentou-se as instalações aeroviárias

como obrigatórias no processo de auditoria ambiental periódica.

O Sistema de Licenciamento Ambiental (SLAM) do estado do Rio de Janeiro foi

disposto pelo Decreto Estadual n. 42.159, de 2 de dezembro de 2009 que foi posteriormente

revogado pelo Decreto Estadual n. 44.820 de 02 de junho de 2014.

O Decreto n. 44.820 de 02 de junho de 2014 artigo 10, regulamenta o uso de relatórios

de auditoria ambiental como uma das bases de verificação do cumprimento do que consta em

licenças anteriores ao pedido da Licença de Operação (LO) para que se possa avaliar a

autorização ou não da operação do empreendimento.

Neste decreto o potencial poluidor dos empreendimentos é enquadrado em classes de

acordo com o seu porte e impacto ambiental. Desta forma, abrange-se os empreendimentos

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que necessitam realizar auditorias ambientais para os classificados como de médio e alto

impacto ambiental.

As diretrizes estaduais de como deve ser realizado o processo de auditoria ambiental

é dado pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONEMA), com a Resolução CONEMA

n. 021 de 07 de maio de 2010, que aprova a DZ-056-R.3, diretriz para realização de auditoria

ambiental. Esta diretriz especifica a realização de auditorias ambientais de controle como

parte dos processos do pedido, renovação e prorrogação da Licença de Operação (LO) e da

Licença de Operação e Recuperação (LOR) ou qualquer registro de ampliação.

Além disso, a DZ-056-R.3 define o que deve ser feito no processo de auditoria, e quais

os requisitos básicos que devem ser avaliados de acordo com as práticas de gestão e

desempenho ambiental da organização.

A DZ-056-R.3 baseia-se em normas ISO que são para a implementação de processos

de auditoria voluntaria. Utiliza-se como base a NBR ISO 14.001:2004 que dá requisitos sobre

a implementação do Sistema de Gestão Ambiental; a ABNT NBR ISO 14.031:2004 de

diretrizes de avaliação de desempenho ambiental e a ABNT NBR ISO 19.011:2002 que dá

diretrizes para auditorias de sistema de gestão da qualidade e ambiental. Vale ressaltar que

mesmo sendo baseada em processos de auditoria voluntária a DZ-056-R.3 é obrigatória para

os empreendimentos descritos na legislação.

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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar as principais não conformidades existentes nos Relatórios de Auditoria Ambiental

compulsórios, baseados na DZ-056-R.3, dos empreendimentos no estado do Rio de Janeiro

nos anos de 2014 e 2015.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar as tipologias de empreendimentos que devem realizar a Auditoria

Ambiental.

Analisar as não conformidades identificadas nos relatórios de auditoria ambiental dos

anos 2014 e 2015 em relação a DZ-056-R.3.

Identificar se houve avanços ou reduções das não conformidades em relação aos

relatórios de 2013.

Verificar a estruturação dos relatórios de auditoria ambiental e os fatores que

influenciam os processos de auditoria.

Evidenciar a importância da auditoria ambiental compulsória para o sistema de gestão

ambiental.

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3. METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado a partir da análise do plano de ação e plano de auditoria

encontrados nos relatórios de auditoria ambiental feitos para a obtenção da licença de

operação das empresas no estado do Rio de Janeiro. Foram analisados os relatórios dos anos

de 2014 e 2015 e comparados com os dados de 2013 encontrados no projeto de Leonardo

Cordonis Borges da Silva, intitulado: “Os desafios das auditorias ambientais para a licença de

operação no estado do Rio de Janeiro” de setembro de 2015.

Os relatórios foram obtidos na biblioteca Doutor Fausto Guimarães do Instituto

Estadual do Ambiente (INEA), localizada no endereço: Avenida Venezuela, 110, subsolo,

bairro Saúde, Rio de Janeiro – RJ.

Do ano de 2013, Cordonis (2015) encontrou disponíveis no INEA, 196 relatórios de

Auditoria Ambiental feitos com base na Diretriz-056 Revisão número 3, avaliando deste total

60 relatórios, sendo aproximadamente 30% do total de relatórios daquele ano. Os mesmos

foram selecionados de forma aleatória utilizando-se do catálogo disponível na biblioteca do

INEA.

Para a comparação dos anos seguintes, 2014 e 2015, utilizou-se da mesma

metodologia de busca, tendo o mesmo critério de escolha dos relatórios, sendo avaliados 30%

deles, como feito no ano de 2013. Para o ano de 2014 foram analisados 42 de 140 relatórios,

e de 2015, 58 dos 192 relatórios disponíveis.

As informações analisadas de cada relatório foram feitas de acordo com a lista de

verificação que se encontra no apêndice, elaborada de acordo com as informações

necessárias para obter os dados analisados nos resultados, onde coletou-se informações

como:

i. O tipo de auditoria realizada, sendo de controle ou de acompanhamento;

ii. Nome da organização auditada e nome da auditora;

iii. Local e tempo de realização da auditoria, dia inicial, final e horas diárias de auditoria;

iv. Descrição das atividades que o empreendimento exerce;

v. As não conformidades encontradas de acordo com os itens 4, 8 e 10 da Diretriz-056

Revisão número 3, e;

vi. Informações adicionais que possam ser úteis para a conclusão deste trabalho.

Foram analisados os tópicos 4, 8 e 10 da Diretriz-056 Revisão 3 e em consulta do

Decreto n. 44.820 de 02 de junho de 2014, estudou-se o perfil das organizações que devem

realizar os relatórios de auditoria ambiental de forma compulsória, e as não conformidades

encontradas em relação ao item e letra, e tema ao qual foi atribuída. Além disso, foi possível

analisar em quais locais do estado do Rio de Janeiro concentram-se as empresas auditadas.

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19

Para análise das informações encontradas nos relatórios foram utilizados recursos

como gráficos, mapa e tabelas, além das análises quantitativas e comparativas das não

conformidades.

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20

4. RESULTADOS

4.1 ANÁLISE DE DADOS

4.1.1 Tipo de auditoria

As Auditorias Ambientais de conformidade legal analisadas foram divididas de acordo

com o tipo de verificação necessária para aquele ano pela organização auditada. As

Auditorias podem ser classificadas em Auditoria Ambiental de Controle ou de

Acompanhamento.

Segundo a DZ-056 Revisão 3, a Auditoria Ambiental de Controle é realizada quando

há um requerimento de licença ambiental, ou renovação da mesma, para que possa verificar

de forma detalhada como está o desempenho ambiental do empreendimento.

A Auditoria Ambiental de Acompanhamento serve para que se possa acompanhar o

Plano de Ação resultante da auditoria ambiental anterior e observar se houve mudanças ou

alterações nos processos, e aspectos ambientais, gerando um novo plano quando necessário.

Diferente da auditoria de controle a de acompanhamento é realizada anualmente.

Na tabela 1 pode-se observar o número de auditorias de controle e de

acompanhamento que ocorreram nos anos de 2014 e 2015. Devido a este aspecto não ter

sido observado no trabalho ao qual este atualiza, não foi possível verificar estes dados em

relação a 2013.

Tabela 1 - Número de relatórios por tipo de auditoria

Tipos de Auditoria 2014 % 2015 %

Controle 13 30,95 16 27,59

Acompanhamento 23 54,76 40 68,96

Não Informado 6 14,29 2 3,45

Total 42 100,00 58 100,00

Segundo Decreto Estadual n. 44.820 de 02 de junho de 2014, deve-se realizar

Auditorias Ambientais de Controle para requerimento, renovação e prorrogação da Licença

de Operação (LO) e da Licença de Operação e Recuperação (LOR) e quando há o processo

de ampliação dos empreendimentos.

A LO tem um prazo mínimo de validade de quatro anos e, máximo de dez anos. Já a

LOR tem o mínimo estabelecido pelo cronograma feito para a recuperação ambiental daquela

área, tendo um prazo máximo de seis anos. Por ter estes tipos de situações para que a

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21

auditoria de controle ocorra, é esperado que aconteça com uma periodicidade menor que as

de acompanhamento.

Devido ao caráter anual das auditorias ambientais de acompanhamento, estas são as

mais aplicadas. Em 2014 tem-se um total de 30,95% de auditorias de controle e 54,76% de

acompanhamento, enquanto que em 2015 foram analisadas 27,59% do tipo controle e 68,96%

do tipo acompanhamento.

Em alguns relatórios não foi informado o tipo de auditoria aplicada resultando um total

de 6 relatórios em 2014 e 2 em 2015 sem esta informação. Nestes casos as empresas

auditoras as chamaram amplamente como auditorias ambientais de conformidade legal, além

de, auditoria interna terceirizada, auditoria do sistema de Gestão Ambiental e auditoria para

atendimento da DZ-056-R3.

Deve-se levar em consideração que, se estas auditorias informassem o aplicado

segundo a classificação da DZ-056 Revisão 3, as porcentagens encontradas seriam

alteradas, principalmente em 2014.

4.1.2 Análise quantitativa

Do total de relatórios disponíveis na biblioteca do INEA foram analisados uma amostra

de 30% dos anos 2014 e 2015 que corresponde a 42 e 58 relatórios respectivamente. De

forma quantitativa, estas auditorias foram divididas por município, número de relatórios por

mês, grupo de atividade, e empresa auditora.

Na tabela 2 é possível verificar quais os municípios que com maior número de

relatórios nos anos estudados.

Em 2013, nos relatórios analisados por Cordonis (2015), Rio de Janeiro, Duque de

Caxias e Niterói foram os três municípios que mais tiveram empreendimentos que geraram o

Relatório de Auditoria Ambiental com, 7, 6 e 5 relatórios respectivamente. Devido aos

munícipios na análise de 2013 estarem divididos em regiões não foi possível acrescentá-los

na tabela 2.

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22

Tabela 2 - Quantidade de relatórios por município em 2014 e 2015

LOCAL

Nº DE RELATÓRIOS

2014 2015

RIO DE JANEIRO 9 12

DUQUE DE CAXIAS 10 9

NITERÓI 3 5

ITAGUAÍ 2 4

RESENDE 1 4

NOVA FRIBURGO 3 2

VOLTA REDONDA 1 3

PORTO REAL 1 3

NOVA IGUAÇU 1 2

BARRA MANSA 0 3

PETRÓPOLIS 1 2

CAMPOS DOS GOYTACAZES 1 2

ANGRA DOS REIS 1 1

CANTAGALO 2 0

TRÊS RIOS 1 1

BELFORD ROXO 1 0

MANGARATIBA 1 0

QUISSAMÃ 1 0

SÃO GONÇALO 1 0

GUAPIMIRIM 1 0

PIRAÍ 0 1

ITABORAÍ 0 1

MAGÉ 0 1

SEROPÉDICA 0 1

QUEIMADOS 0 1

TOTAL 42 58

Em 2014 e 2015 há um crescimento no número de relatórios no Rio de Janeiro. Em

Duque de Caxias há uma pequena variação nesses anos e em Niterói o número de relatórios

é menor em 2014.

O mapa (figura 1) a seguir, ilustra os 25 dos 92 municípios do estado do Rio de Janeiro

de acordo com o número de relatórios de auditoria nos anos de 2014 e 2015, sendo o mais

escuro com mais auditorias ambientais de acordo com os dados da tabela 2.

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Figura 1 - Mapa dos municípios de acordo com o número de Relatórios de Auditoria Ambiental

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24

Em relação ao número de auditorias ambientais por mês, durante os anos estudados

demonstra-se na figura a seguir que as auditorias ocorrem, em sua maior parte, no segundo

semestre de cada ano. Em 2013 de julho a dezembro soma-se 65% do montante de relatórios

analisados por Cordonis (2015).

Figura 2 - Relatórios de Auditoria Ambiental por mês de 2013 a 2015

Em 2014, o segundo semestre equivale a 78,6 % do total de relatórios, sendo o ano

com maior número de auditorias nesse período. O ano de 2014 foi o único onde não se

encontram processos de auditoria durante alguns meses do ano. Ou seja, não foram

evidenciados relatórios de auditoria nos meses de janeiro, março e maio de 2014.

O ano de 2015 foi o mais equilibrado no número de relatórios nos dois semestres. A

partir de julho ocorreram 53,4% das auditorias. Além disso, este foi o único ano com um

número maior de relatórios em janeiro e fevereiro, que pode ser um modo de compensação à

redução dos processos de auditoria em 2014.

Durante o processo de análise das auditorias encontrou-se 24 empresas auditoras em

2014 e 21 em 2015. Das empresas com maior número de relatórios estão a De Martini

Ambiental, CAF (Controle de Análise Físico) Química e o Centro de Tecnologia SENAI/RJ

Ambiental do Sistema FIRJAN. Houve uma diminuição acentuada no número de relatórios da

23

5

7

3

12

5

8

4

14

6

0

5

01

0

34

2

7

4

2

14

7 7

2

54

2

43

7

4

2

11

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Re la tó r ios de Aud i to r ia Amb ien ta l po r mês de 2013a 2015

2013 2014 2015

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25

De Martini no ano de 2014 em relação a 2013, porém vale ressaltar que no ano de 2014

diminuiu-se o número de auditorias.

Além disso, empresas como a PMX Consultoria e a AMBIO Soluções Ambientais

tiveram um aumento no número de auditorias em 2015. A primeira computou, na amostra

analisada de auditorias, seis relatórios a mais em relação a 2014, e a segunda empresa não

foi apresentada como empresa auditora no ano de 2013, como pode ser visto na tabela 3.

Tabela 3 - Relatórios por empresa auditora no período de 2013 a 2015

EMPRESA AUDITORA NÚMERO DE RELATÓRIOS

2013 2014 2015 TOTAL

DE MARTINI AMBIENTAL 13 4 7 24

CAF QUÍMICA 8 9 5 22

CENTRO DE TECNOLOGIA SENAI 5 3 4 12

PMX CONSULTORIA 2 1 7 10

AMBIO SOLUÇÕES AMBIENTAIS 0 2 5 7

EKOS AMBIENTAL 4 0 2 6

ECOSPOHR 4 1 0 5

INTERAÇÃO AMBIENTAL 2 3 0 5

SIG CONSULTORIA E ASSESSORIA 2 0 3 5

AUDITORES INDEPENDENTES¹ 0 1 4 5

LABORATÓRIO DAS ÁGUAS 0 2 2 4

ETHOS SUSTENTABILIDADE 0 1 3 4

SQS ASSESSORIA EM QUALIDADE 0 0 4 4

GEORADAR AMBIENTAL 2 1 0 3

SQUALO ECOLOGIA 0 0 3 3

ALIANÇA S/A 2 0 0 2

CTSGI PREMIER AMBIENTAL 2 0 0 2

DINAMICA 2 0 0 2

MICRO LIFE 1 1 0 2

GRIPPI ASSESSORIA 0 1 1 2

ESCRITÓRIO TÉCNICO H. LISBOA DA CUNHA 0 1 1 2

HGB CONSULTORIA E GESTÃO 1 0 1 2

PM ANALYSIS 0 2 0 2

ECO QUALITY 1 0 0 1

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26

ECO 10 1 0 0 1

H2G CONSULTORIA 1 0 0 1

HAUTEC 1 0 0 1

IBQN 1 0 0 1

INSTITUTO ECOLÓGICO AQUALUNG 1 0 0 1

PLANETA TERRA CONSULTORIA 1 0 0 1

QUALITY MASTER 1 0 0 1

WATERLOO BRASIL 1 0 0 1

ZAD AMBIENTAL 1 0 0 1

AFAM CONSULTORIA 0 1 0 1

JS CONSULTORIA 0 1 0 1

AMBIENTE VERDE 0 1 0 1

JF ASSESSORIA AMBIENTAL 0 1 0 1

RPC ENGENHARIA 0 1 0 1

JSM SERVIÇOS 0 1 0 1

ENGENHARIA AMBIENTAL 0 1 0 1

C&M SOLUÇÕES AMBIENTIS 0 1 0 1

INOVE GESTÃO ESTRATÉGICA 0 1 0 1

AMBISEG 0 0 1 1

DESTRA DESENVOLVIMENTO 0 0 1 1

PROMINER PROJETOS 0 0 1 1

ENVITEK ENGENHARIA 0 0 1 1

PRODEG 0 0 1 1

VERDE ENGENHARIA 0 0 1 1

47 EMPESAS AUDITORAS 60 42 58 160

¹Está denominado como “auditores independentes” devido ao uso de uma equipe auditora não vinculada a uma determinada empresa. Em cada caso tem-se diferentes auditores líderes.

Percebe-se pelas informações analisadas que, boa parte do mercado de auditoria

ambiental está centrado em empresas específicas. As três empresas citadas com maior

número de relatórios totalizam 36,25% das auditorias no período de 2013 a 2015 e as

auditoras que aparecem somente uma vez durante esse mesmo período de tempo equivalem

a 25% do montante.

Esses dados demonstram a dificuldade de se manter no ramo da Auditoria Ambiental.

Empresas como a De Martini e CAF Química são as que conseguem sobreviver as demandas,

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27

que pode ser pelo modo de trabalho, padrão da auditoria, além da consolidação no mercado.

Estas empresas mantem os seus clientes fidelizados, uma vez que, se percebe relatórios do

mesmo empreendimento pela mesma empresa auditora durante os anos. Isto é importante

para esta área de atividade onde o relatório anual é obrigatório pela legislação, e mesmo

assim vê-se uma grande rotatividade de empresas.

Outro ponto importante que pode ser visto na tabela 3, é o aumento do número de

auditorias feitas por auditores que não estão ligados a uma empresa auditora. Este fator pode

estar ligado ao aumento do número de Microempreendedor Individual (MEI) no Brasil, devido

a fatores como a crise econômica.

Os relatórios de auditoria foram classificados de acordo com os grupos de atividades

sujeitas ao licenciamento ambiental estabelecido pelo Anexo 1 do Decreto n. 44.820 de 02 de

junho de 2014. Alguns relatórios analisados não se enquadram aos grupos de atividades do

Anexo, porém fazem parte das atividades sujeitas ao licenciamento devido ao porte e

potencial poluidor do empreendimento.

Na tabela 4 verifica-se qual o total de unidades auditadas que se enquadram a um

grupo de atividade descrito no anexo do Decreto. Os demais relatórios são principalmente de

empresas relacionadas a atividades portuárias que devem realizar Auditorias Ambientais de

acordo com o artigo 31 do Decreto n. 44.820 de 02 de junho de 2014.

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28

Tabela 4 - Relatórios por grupo de atividade de 2013 a 2015

GRUPO QUANTIDADE DE RELATÓRIO

2013 2014 2015

20 Química 14 6 13

11 Metalúrgica 6 5 9

35 Serviços de utilidade pública 5 1 2

31 Unidades auxiliares de apoio industrial e

serviços de natureza industrial 5 8 4

14 Material de transporte 4 1 5

21 Produtos farmacêuticos e veterinários 4 1 0

47 Transporte 4 0 4

30 Diversos 2 1 1

13 Material elétrico e de comunicações 2 0 0

33 Construção civil 1 0 0

29 Editorial e gráfica 1 0 1

12 Mecânica 1 0 0

23 Produtos de matérias plásticas 1 0 2

10 Produtos de minerais não metálicos 1 3 1

55 Serviços auxiliares diversos 1 1 0

24 Têxtil 1 0 0

18 Borracha 0 1 0

27 Bebidas 0 1 1

34 Álcool e açúcar 0 1 0

17 Papel e papelão 0 1 0

22 Perfumaria, sabões e velas 0 2 1

26 Produtos alimentares 0 1 2

00 Extração de minerais 0 0 1

TOTAL 53 33 47

A partir dos dados da tabela acima pode-se perceber predominância de auditorias em

empresas de atividade química, metalúrgicas e unidades auxiliares de apoio industrial e

serviços de natureza industrial. As 7 atividades de 2013, 9 de 2014 e 11 de 2015, que não

possuem um grupo de classificação, além de instalações portuárias, são empreendimentos

de carregamento e descarregamento de materiais; estaleiros; terminais; grupo de mídia; e

movimentação e armazenamento de veículos de carga.

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29

4.2 ANÁLISE DE NÃO CONFORMIDADES POR TÓPICOS DA DZ-056.R-3 E TEMAS

CORRESPONDENTES

Na análise dos Relatórios de Auditoria Ambiental, as não conformidades encontradas

foram divididas em temas para tentar padronizar os resultados de forma a quantifica-los e

qualifica-los, podendo entender os problemas ambientais sofridos pelos empreendimentos do

estado do Rio de Janeiro.

4.2.1 Análise comparativa das não conformidades de acordo com a DZ-056.R-3

A DZ-056.R-3, aprovada pela resolução CONEMA nº 021, de 07 de maio de 2010, é

um instrumento do sistema de licenciamento ambiental do estado do Rio de Janeiro que traz

as diretrizes de como deve proceder o processo de realização de uma auditoria ambiental.

Em sua estrutura a diretriz é formada por:

1- Objetivos;

2- Referências;

3- Definições;

4- Aplicação;

5- Objetivos da Auditoria Ambiental;

6- Disposições gerais;

7- Execução da Auditoria Ambiental;

8- Requisitos básicos;

9- Relatórios de Auditoria Ambiental;

10- Divulgação, publicação e consulta aos relatórios; e

11- Penalidades.

O item 4 corresponde aos tipos de empreendimentos que devem, obrigatoriamente,

praticar a auditoria ambiental anualmente. A classificação das atividades obrigatórias é citada

pela diretriz de acordo com o Decreto Estadual n. 42.159 de dezembro de 2009. Este decreto

foi revogado com a aprovação do Decreto n. 44.820 de 02 de junho de 2014 (Rio de Janeiro,

2014), porém as atividades classificadas não foram alteradas, podendo ser de médio ou alto

impacto ambiental e com as seguintes tipologias:

I - refinarias, dutos e terminais de petróleo e seus derivados;

II - instalações portuárias;

III - instalações aeroviárias (aeroportos, aeródromos, aeroclubes);

IV - instalações destinadas à estocagem de substâncias tóxicas e perigosas;

V - instalações de processamento e disposição final de resíduos tóxicos e perigosos;

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30

VI - unidades de geração de energia elétrica a partir de fontes térmicas;

VII - instalações de tratamento e os sistemas de disposição final de esgotos

domésticos;

VIII - indústrias petroquímicas e siderúrgicas;

IX - indústrias químicas e metalúrgicas;

X - instalações de processamento, recuperação e sistemas de destinação final de

resíduos urbanos e radioativos;

XI - atividades de extração mineral, exceto dos bens minerais de aplicação direta na

construção civil;

XII - atividades de beneficiamento de bem mineral;

XIII - instalações de tratamento de efluentes líquidos de terceiros;

XIV - instalações hoteleiras de grande porte;

XV - indústrias farmacêuticas e de produtos veterinários;

XVI - indústrias têxteis com tingimento;

XVII - produção de álcool e açúcar;

XVIII - estaleiros;

XIX - demais atividades com alto impacto ambiental, a critério do órgão ambiental.

Além dos grupos de atividades, o Decreto estabelece, no artigo 23, as atividades

sujeitas ao licenciamento ambiental os enquadrando em classes, classificando o potencial

poluidor como insignificante, baixo, médio e alto de acordo com o porte do empreendimento,

informações apresentadas na tabela 5, a seguir, que está presente no decreto.

Tabela 5 - Potencial Poluidor do empreendimento

PORTE

Potencial Poluidor

Insignificante Baixo Médio Alto

Mínimo Classe 1A IMPACTO

INSIGNIFICANTE

Classe 2A BAIXO

IMPACTO

Classe 2B BAIXO

IMPACTO

Classe 3A MÉDIO

IMPACTO

Pequeno Classe 1B IMPACTO

INSIGNIFICANTE

Classe 2C BAIXO

IMPACTO

Classe 3B BAIXO

IMPACTO

Classe 4A MÉDIO

IMPACTO

Médio Classe 2D BAIXO

IMPACTO

Classe 2E BAIXO

IMPACTO

Classe 4B MÉDIO

IMPACTO

Classe 5A ALTO

IMPACTO

Grande Classe 2F BAIXO

IMPACTO

Classe 3C MÉDIO

IMPACTO

Classe 5B ALTO

IMPACTO

Classe 6A ALTO

IMPACTO

Excepcional Classe 3D BAIXO

IMPACTO

Classe 4C MÉDIO

IMPACTO

Classe 6B ALTO

IMPACTO

Classe 6C ALTO

IMPACTO Fonte: Rio de Janeiro (2014, art. 23)

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31

Segundo a DZ-056-R.3, item 4, as organizações que se enquadram nas classes 4, 5

e 6, de acordo com a tabela acima são as que necessitam realizar auditorias ambientais

periódicas.

O item 8 da DZ-056-R.3 é o mais importante para esta análise, pois é nele que se

encontram os pontos quais devem ser avaliados as práticas de gestão ambiental do

empreendimento. Este item divide-se em 14 tópicos, os quais são subdivididos em letras,

correspondendo um total de 58 requisitos básicos a serem seguidos pelo auditor.

Outro ponto importante a ser avaliado é o item 10, que informa como e onde devem

ser feitas a divulgação, publicação dos relatórios de auditoria, além de informações como local

e período que o relatório estará à disposição para consulta pública.

Os demais itens, objetivam, definem e orientam o processo de Auditoria Ambiental,

porém não são pontos que ajudam a classificar as não conformidades encontradas, como os

itens descritos acima. A tabela 6 aponta o total de não conformidades encontradas nos anos

de 2013 (Cordonis, 2015), 2014 e 2015, levando em consideração os itens 4, 8 e 10 da DZ-

056-R.3.

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32

Tabela 6 - Número de não conformidades por tópico da DZ-056 de 2013 a 2015

Tópicos Descrição

Número de Não

Conformidades

2013 2014 2015

4.1 Obrigação de organizações de Classe 4, 5, 6 de

realizar auditorias anualmente 2 0 0

8.1.1 Quanto à política ambiental e ao sistema de

gestão ambiental 7 15 15

8.1.2 Quanto à estrutura gerencial e ao treinamento 17 25 16

8.1.3 Quanto à conformidade legal 107 85 99

8.1.4 Quanto aos processos de produção e operação 8 16 16

8.1.5 Quanto à gestão de energia e água 5 6 5

8.1.6 Quanto à gestão de materiais (matérias-primas,

insumos, embalagens e produtos) 9 34 29

8.1.7 Quanto à gestão de efluentes líquidos 22 37 38

8.1.7” Quanto à gestão de emissões atmosféricas 13 14 23

8.1.8 Quanto à gestão de ruídos 5 11 9

8.1.9 Quanto à gestão de resíduos 56 68 89

8.1.10 Quanto à gestão do uso de agrotóxicos para o

controle de vetores e pragas urbanas 1 2 4

8.1.11 Quanto à limpeza e higienização de

reservatórios de água 7 10 11

8.1.12 Quanto à gestão de riscos ambientais 15 23 16

8.1.13 Quanto à gestão de passivo ambiental 3 10 6

10.1 Sem publicação da última auditoria 1 0 1

10.2 Não tornou público o relatório de Auditoria

Ambiental 3 0 0

TOTAL 281 356 377

Conforme pode-se ver na tabela 6 houve um crescimento no número geral de não

conformidades de 2013 a 2015. Ainda assim, o aumento varia de acordo com o tópico.

Levando em consideração que destes anos foram analisados 60, 42 e 58 relatórios

respectivamente a melhor forma de avaliar a variação do número de não conformidades é

colocando estas informações em percentagens de acordo com o montante de cada ano.

A figura 3, a seguir, compara o percentual de não conformidades de cada item em

cada um dos anos analisados.

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33

Figura 3 - Percentual das não conformidades de 2013 a 2015 por tópico da DZ-056-R.3

A figura acima evidencia que, durante os três anos, os subitens 8.1.3, 8.1.7 e 8.1.9,

referentes a conformidade legal, efluentes líquidos e gestão de resíduos, respectivamente,

são os que as empresas auditadas tem maior dificuldade de cumprir.

Para melhorar o entendimento destes, e outros tópicos do item 8 da DZ-056 Revisão

3 é necessária uma análise de cada tema e letra de acordo com os resultados encontrados.

Esta análise foi feita de acordo com os resultados obtidos no estudo dos anos 2014 e 2015.

4.2.1.1 Quanto à política ambiental e ao sistema de gestão ambiental. Item 8.1.1

O item 8.1.1 da DZ-056-R.3 divide os requisitos “quanto à política ambiental e sistema

de gestão ambiental” em quatro categorias a serem analisadas.

A letra a) verifica se a empresa auditada tem uma política ambiental documentada.

Além disso, a política ambiental deve ser implementada e conhecida por todos os

colaboradores tanto da empresa quanto terceirizados.

0% 20% 40% 60% 80% 100%

2013

2014

2015

Percentual de não conformidades por tópico

4.1 Realização da AA 8.1.1 SGA 8.1.2 Gerencial e treinamento

8.1.3 Conformidade Legal 8.1.4 Produção e Operação 8.1.5 Energia e Água

8.1.6 Materiais 8.1.7 Efluentes Líquidos 8.1.7" Emissões Atmosféricas

8.1.8 Ruídos 8.1.9 Resíduos 8.1.10 Agrotóxicos

8.1.11 Reservatórios de Água 8.1.12 Riscos Ambientais 8.1.13 Passivo Ambiental

10.1 Publicação do RAA 10.2 Apresentação do RAA

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34

Em 2014 e 2015, o problema encontrado neste item é a falta de política ambiental

implementada nas organizações. Esta letra equivale a 0,6% das não conformidades de 2014

e 0,25% de 2015.

A letra b) do subitem 8.1.1 engloba como a política ambiental é adequada as atividades

da empresa de acordo com suas unidades e aspectos ambientais que devem ser levados em

consideração. Além disso, se conscientiza, ou ajuda a pensar-se em uma redução dos

impactos ambientais a partir de melhorias no processo produtivo.

Nos anos estudados percebe-se falta de objetivos e metas na política ambiental, e em

2014, em um dos casos a não adequação da política ambiental para a unidade auditada.

Da mesma forma que a letra anterior, este assunto cobriu 0,6% e 0,25% das não

conformidades em 2014 e 2015, respectivamente.

A letra c) refere-se ao sistema de gestão ambiental. Nele enquadra-se como não

conformidade, a ausência de metas e objetivos na implementação do SGA que não sejam de

acordo com a política ambiental, ou com a melhoria continua. Além disso, nesta letra

consideram-se a definição de responsabilidades e divulgação de resultados do SGA.

Esta letra corresponde a 1,4% dos dados obtidos em 2014 e 1,1% em 2015, que

representam a ausência do sistema de gestão ambiental na organização.

O item 8.1.1, letra d), é descrito na DZ-056-R.3 como “os programas e procedimentos

de controle dos aspectos ambientais da cadeia produtiva, incluindo critérios de seleção e

avaliação de fornecedores e prestadores de serviços”. A letra d) corresponde ao maior número

de não conformidades do item 8.1.1, tanto em 2014 quanto 2015, equivalendo a 1,7% e 2,4%

respectivamente.

Os principais problemas encontrados, em relação a este tema, foram a falta de controle

de aspectos ambientais, sem sistemas de identificação e avaliação, e também a falta de

critérios em relação a escolha dos fornecedores e prestadores de serviços, sendo este o

problema mais evidenciado.

A tabela 7, a seguir, demonstra os dados do item 8.1.1 sobre a política ambiental e o

sistema de gestão ambiental.

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35

Tabela 7 - Quanto à política ambiental e ao sistema de gestão ambiental

Subitem/letra 2014 2015

8.1.1 NC % NC %

A 2 0,6 1 0,25

B 2 0,6 1 0,25

C 5 1,4 4 1,1

D 6 1,7 9 2,4

TOTAL 15 4,3 15 4

O item 8.1.1 equivale, nos anos de 2014 e 2015, a 4,3% e 4% das não conformidades

respectivamente, sendo um dos tópicos que se mantem com um padrão de objetivos não

cumpridos durante estes anos, com menos de 5% do total de não conformidades.

4.2.1.2 Quanto à estrutura gerencial e ao treinamento: item 8.1.2

O item 8.1.2 da DZ-056-R.3 é dividido em a); b); e c, que abrangem os requisitos

básicos “quanto à estrutura gerencial e ao treinamento”.

A letra a) corresponde as responsabilidades pelo gerenciamento ambiental que

deveriam ser de acordo com o Decreto Estadual 42.159 de 2 de dezembro de 2009. Com a

atualização para o Decreto n. 44.820 de 02 de junho de 2014, o que é pedido por esta letra

da diretriz, como o Termo de Responsabilidade Técnica pela Gestão Ambiental, está agora

regulamentada pelo artigo 30 deste último decreto. Além disso, deve incluir o

comprometimento da alta administração, além de sistemas externos e internos que facilitem

a adequação ao SGA.

O ano de 2014 apresentou maior diversidade de temas neste subitem, incluindo

problemas no gerenciamento ambiental, comunicação interna, falta de um responsável

técnico pelo Sistema de Gestão Ambiental, além da ausência de emissão de ART (Anotação

de Responsabilidade Técnica).

Diferente de 2014, em 2015 se evidencia não conformidade em relação a comunicação

externa. Entre 2014 e 2015 não conformidades em relação ao Termo de Responsabilidade

Técnica pela Gestão Ambiental são as mais recorrentes.

A letra a) corresponde a um total de 3,6 % das não conformidades de 2014 e 2,1% de

2015.

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36

Na letra b) do item 8.1.2 se considera como aspecto de relevância “a conscientização

dos trabalhadores e partes interessadas em relação aos potenciais impactos ambientais

gerados pela organização”.

Neste tópico, somente foi apontada uma não conformidade em 2014, no que tange a

falta de conhecimento dos funcionários de determinado empreendimento em relação aos

impactos de suas atividades, correspondendo a 0,3% do total deste ano. Em 2015 nenhuma

não conformidade foi computada.

O último subitem apontado, letra c), é a adequação de como deve ser feita a

capacitação dos colaboradores, de modo que estes participem de programas de treinamento

que englobem todas as rotinas e equipamentos da empresa a eles responsáveis, criando o

conhecimento ao exercer tarefas que possam causar danos ao meio ambiente.

Em ambos os anos o grande problema encontrado em relação a este subitem foi a

ausência de treinamentos dos colaboradores em relação aos aspectos ambientais da

organização. Também apontam dificuldades em relação ao planejamento de como deve ser

feito o treinamento.

Em 2014 este subitem representou 3,1% do total de não conformidades os relatórios

analisados e correspondeu a 2,1% do total em 2015.

A tabela 8 demonstra os dados do item 8.1.2 quanto à estrutura gerencial e

treinamento.

Tabela 8 - Quanto à estrutura gerencial e ao treinamento

item/letra 2014 2015

8.1.2 NC % NC %

A 13 3,6 8 2,1

B 1 0,3 0 0

C 11 3,1 8 2,1

TOTAL 25 7 16 4,2

Em geral, como pode-se ver na tabela 8, o número de não conformidades caiu de 2014

para 2015 em todas as letras do item 8.1.2. Os problemas com as atividades de estrutura

gerencial e treinamento passaram de 7% em 2014 para 4,2% em 2015.

4.2.1.3 Quanto à conformidade legal: item 8.1.3

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37

O item 8.1.3 da DZ-056-R.3 estabelece o que deve ser levado em consideração na

avaliação das conformidades legais das organizações. Este item é dividido nos subitens a);

b); e c).

O subitem a) é descrito na DZ-056-R.3 como “o atendimento ao que dispõe a

legislação federal, estadual e municipal aplicável aos aspectos ambientais”. Esta letra engloba

diferentes temas que estão relacionados ao não comprimento da legislação. Este corresponde

a 12,4% em 2014 e 14,6% em 2015, do total de não conformidades estudadas.

A letra b) determina o que deve ser verificado quanto ao licenciamento ambiental.

Neste trabalho o subitem b) corresponde em 2014 e 2015, 11,2% e 11,4% das não

conformidades, respectivamente.

Nesse item leva-se em consideração documentos pertinentes e necessários para a

operação do empreendimento, como outorgas, alvarás, registros, ou o que for relacionado a

licença como o tipo e validade. Neste subitem avalia-se se são cumpridas as condicionantes

das licenças ambientais.

As letras a) e b) encontram-se entre os com maior número de não conformidades em

2013, 2014 e 2015. A análise mais detalhada dos temas mais importantes correspondentes a

estes subitens é demonstrada no próximo capítulo deste trabalho.

O subitem c) representa o cumprimento das correções e prevenções que foram

estabelecidas no Plano de Ação da última auditoria ambiental, verificando se foram ou não

concluídas em relação aos prazos anteriormente previstos.

A letra c) corresponde a 0,3% das não conformidades nos dois anos, devido a medidas

corretivas não aplicadas. Foi enquadrada neste caso ocorrências de auditorias anteriores, que

já se encontravam como encerradas no sistema do empreendimento, porém as ações de

correção ainda não haviam sido efetuadas.

A tabela 9 demonstra os dados do item 8.1.3 “quanto à conformidade legal”.

Tabela 9 - Quanto à conformidade legal

Subitem/letra 2014 2015

8.1.3 NC % NC %

A 44 12,4 55 14,6

B 40 11,2 43 11,4

C 1 0,3 1 0,3

TOTAL 85 23,9 99 26,3

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38

De acordo com a tabela acima, pode-se observar um aumento no número de não

conformidades de 2014 para 2015. O item 8.1.3 corresponde a 23,9% das 356 não

conformidades de 2014, e 26,3% das 377 não conformidades de 2015.

4.2.1.4 Quanto aos processos de produção e operação: item 8.1.4

O item 8.1.4 auxilia na verificação dos processos de produção e operação presentes

nas organizações.

O subitem a) indica que devem ser analisados os procedimentos do empreendimento

a fim de identificar quais os aspectos ambientais significativos e, quais os impactos que podem

ser gerados por eles. Representou em 2014, 1,1% das não conformidades e em 2015 reduz-

se para 0,5%.

Os temas comuns neste subitem são relacionados ao Levantamento de Aspecto de

Impacto Ambiental (LAIA) ou a ausência de levantamento dos requisitos legais e a sua

atualização. O segundo tema é o mais apresentado pelas equipes auditoras como não

conformidade nesse subitem. As empresas auditadas não identificam seus aspectos e

impactos ambientais, gerando a não conformidade.

O subitem b) está relacionado a identificação dos riscos ambientais que estão

associados as rotinas de trabalho. Nesta letra, caracteriza-se como não conformidade a

ausência de procedimentos e medidas documentadas que ajudem a minimizar os impactos

dos processos de produção e operação.

No ano de 2014 essa letra equivale a 0,8% da amostra estudada, correspondentes a

temas como, rotina ambiental e documentação dos aspectos e impactos ambientais. Em rotina

ambiental entram dificuldades relacionadas a falta de treinamento, monitoramento, inspeção,

ou problemas de gestão, como a troca ou ausência da mesma, que afetam toda a rotina

ambiental no processo de produção. Em 2015 não houve não conformidades nesse subitem.

O item 8.1.4 c) é descrito como “os fluxogramas de processo e balanços de massa e

energia de entradas e saídas”. As não conformidades relacionadas a esta letra são

enquadradas no tema “sem balanço de massa e energia elaborado”. Este tema corresponde

a 0,6%, e 0,25% da não conformidades em 2014 e 2015, respectivamente.

O subitem d), que se refere a forma qual os processos de produção são feitos e

trabalhados para que se diminua os impactos ambientais e como o empreendimento utiliza de

suas tecnologias para reduzir ou prevenir os danos ao meio ambiente, não obteve não

conformes em 2014 e 2015.

A letra e) do item 8.1.4 da DZ-056-R.3 corresponde: “a adequação das normas,

procedimentos documentados e registros de operação e manutenção e sua eficácia para

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39

tomada de decisão em situações emergenciais”. Da amostra estudada foi enquadrado neste

subitem 0,25% das não conformidades de 2015, não sendo encontrado em 2014.

Durante os dois anos analisados o subitem f) descrito como “as condições de operação

e de manutenção das unidades e equipamentos de controle da poluição, de prevenção de

acidentes e relacionados com os aspectos ambientais”, foi o com maior número de não

conformidades.

Essa letra equivale a 2% das não conformidades de 2014 e 3,2% das de 2015. O tema

que se repete nos dois anos é em relação a manutenção preventiva de equipamentos, sendo

em 2015 uns dos temas de maior destaque.

Somente em 2014 foi observado o tema “sem manutenção das unidades” relacionado

a falta de mantimento dos acessos do empreendimento em perfeitas condições de tráfego e

compatíveis com os equipamentos de transporte.

Em 2015 encontram-se não conformidades com o tema “operação inadequada” que

pode corresponder a operações e procedimentos realizados fora da área ao qual corresponde.

A tabela 10 demonstra o item 8.1.4 “quanto aos processos de produção e operação”.

Tabela 10 - Quanto aos processos de produção e operação

Item/letra 2014 2015

8.1.4 NC % NC %

A 4 1,1 2 0,5

B 3 0,8 0 0

C 2 0,6 1 0,25

D 0 0 0 0

E 0 0 1 0,25

F 7 2 12 3,2

TOTAL 16 4,5 16 4,2

Pode-se ver na tabela acima que 2014 e 2015 tiveram o mesmo número de não

conformidades, correspondendo a 4,5 % em 2014 e 4,2% em 2015. Neste item há uma

variação das não conformidades nos seus subitens, com um aumento das não conformidades

na letra f) em relação ao tema “ Sem manutenção preventiva de equipamentos”.

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4.2.1.5 Quanto à gestão de energia e água: item 8.1.5

O item 8.1.5 da DZ-056-R.3 dá os requisitos básicos que devem ser levados em

consideração no que tange a “gestão de energia e água”.

O subitem a) avalia os aspectos relacionados à energia como inventário das fontes,

além de procedimentos e equipamentos que ajudem na redução de energia, ou eficiência

energética, consumo e manutenção.

As não conformidades encontradas para este subitem em 2014 e 2015 estão ligadas

a manutenção de transformadores elétricos. Em 2014 também aparecem não conformidades

da não evidencia de inventários de fontes de energia. Essa letra representa a 0,6% das não

conformidades de 2014 e 0,5% de 2015.

O subitem b) analisa as fontes de abastecimento de água, outorgas para uso dos

recursos hídricos, além de programas de redução, controle de perdas e reuso.

Nos anos estudados “consumo acima do outorgado” é a não conformidade em

destaque nesse subitem, que refere ao uso acima do volume mensal que é permitido pela

outorga. Também se encontram não conformidades relacionadas a ausência de programas

de redução de água. Em 2014, 1,1% das não conformidades pertencem a esta letra e 0,8%

em 2015.

A tabela 11 contém o número de não conformidades e porcentagem do item 8.1.5

“quanto à gestão de energia e água”.

Tabela 11 - Quanto à gestão de energia e água

Item/letra 2014 2015

8.1.5 NC % NC %

A 2 0,6 2 0,5

B 4 1,1 3 0,8

TOTAL 6 1,7 5 1,3

A partir da tabela 11, pode-se observar que houve uma diminuição no número de não

conformidades de 2014 para 2015 em gestão de água e energia. O item 8.1.5 corresponde a

1,7% das 356 não conformidades de 2014, e 1,3% das 377 não conformidades analisadas de

2015.

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41

4.2.1.6 Quanto à gestão de materiais (matérias-primas, insumos, embalagens e produtos:

item 8.1.6

O item 8.1.6 representa as não conformidades quanto à gestão de materiais. De

acordo com a DZ-056-R.3 a letra a) deste item representa:

Os procedimentos e operações de cada unidade auditada; as características dos materiais em termos de periculosidade e requisitos específicos de manuseio e disposição; os pontos onde esses materiais são usados, incluindo as áreas de utilidades e manutenção, as atividades fora de rotina, manutenção e limpeza de emergência ou vazamento. (DZ-056-R.3, item 8.1.6 a)

Este subitem representa 4,7% dos dados analisados em 2014, reduzindo para 3,7%

em 2015.

Os temas pertinentes a letra a) do item 8.1.6 são: “FISPQ”; “falta de treinamento de

operação”; “produto químico sem identificação”; “produto sem contenção”; e “vazamento de

produto químico”.

No subitem b) se encontram não conformidades dos procedimentos de recepção,

manuseio e estocagem de produtos, e também o transporte interno desses materiais e os

riscos associados.

Nesse subitem, 2014 e 2015 tem em comum os temas: “avaliação de incompatibilidade

de produtos armazenados”; “armazenamento de produtos químicos”; “FISPQ”; e “sem análise

de risco para o manuseio e transporte”. Em 2014 também foram encontradas não

conformidades dos temas “estocagem de matéria-prima” e “carregamento/ descarregamento

inadequado de produtos”. O tópico b) corresponde a 4,5% das não conformidades em 2014,

e 4% em 2015.

A letra c) engloba “os procedimentos que incentivem a utilização de materiais

ambientalmente menos danosos, ao reaproveitamento e a reciclagem”. Neste item somente

foi computada uma não conformidade em 2014 relacionada ao tema “material sem origem

informada” o qual corresponde a 0,3% dos não conformes desse ano.

A tabela 12 representa a porcentagem das não conformidades analisadas do item

8.1.6 “quanto à gestão de materiais (matérias-primas, insumos, embalagens e produtos) ”.

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Tabela 12 - Quanto à gestão de materiais

Item/letra 2014 2015

8.1.6 NC % NC %

A 17 4,7 14 3,7

B 16 4,5 15 4

C 1 0,3 0 0

TOTAL 34 9,5 29 7,7

4.2.1.7 Quanto à gestão de efluentes líquidos: item 8.1.7

Ao item 8.1.7 da DZ-056-R.3 competem as não conformidades relacionadas a “gestão

de efluentes líquidos”. É uns dos itens mais extensos da diretriz de acordo com o número de

letras a serem analisadas.

No subitem a) são evidenciados o não cumprimento de conformidades relacionadas

ao layout do empreendimento, contemplando as redes de esgoto e de drenagem de águas

pluviais. Representa 2% e 0,8% das não conformidades em 2014 e 2015, respectivamente.

Durante os dois anos aparecem não conformidades dos temas: “sem layout da rede

de efluentes” e “barreira de contenção”. Somente em 2014 são apresentados os temas:

“monitoramento hídrico”; e “alto risco de contaminação de água pluvial”.

Compete a letra b) “o inventário das descargas, qualitativo e quantitativo, desde a fonte

até o destino final”. Esse representa 0,3% das não conformidades de 2014 com o tema

“lançamento fora do inventário de descargas”.

A letra c) é a de maior destaque nesse item, sendo o quarto subitem com mais não

conformidades dos relatórios analisados. Representa os efluentes líquidos de acordo com a

adequação aos padrões legais e as licenças ambientais.

Os temas desse subitem são: “parâmetro químico não alcançado”; “ausência do

monitoramento de efluente”; “não prestou informação ao órgão”; “certificado de

credenciamento de laboratório vencido”; “direcionamento inadequado de efluente”; entre

outros.

Neste tópico houve um aumento das não conformidades de 2014 para 2015. Passa-

se de 6,7% em 2014 para 8,2% em 2015.

O subitem d) considera “o inventário dos sistemas e equipamentos de tratamento e

monitoramento de efluentes e o lançamento em corpos receptores superficiais ou

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subterrâneos; a eficiência dos sistemas de tratamento”. Em 2014 representa a 0,6% e 1,1%

em 2015 das não conformidades analisadas.

As não conformidades da letra d) estão relacionadas a diferentes temas nos anos

estudados. Em 2014 são problemas de calibração de equipamentos de análise de efluente, já

em 2015 encontram-se os temas: “sistema separador de água e óleo”; e “monitoramento de

fossa séptica”.

O subitem e) “as responsabilidades, a adequação dos procedimentos de operação e

manutenção dos sistemas de tratamento instalados”, somente é representado em 2014 com

o tema “caneletas de drenagem de água pluvial obstruídas” correspondendo a 0,6% da não

conformidades.

A letra h) “a implementação dos planos e programas de melhoria de desempenho

relativos às descargas de efluentes, de não geração e minimização da geração”, contempla

somente uma não conformidade em 2014 com o tema “plano de melhoria não implementado”.

Não foram encontradas não conformidades dos subitens f e g com as seguintes

descrições:

f) “o atendimento ao programa de autocontrole como estabelecido na licença ambiental;

observação da periodicidade de análises; do uso de laboratórios credenciados; e da

comprovação do envio de resultados”;

g) “os registros de monitoramento e os procedimentos analíticos usados para coleta e

análise”.

A tabela 13 demonstra, em valor percentual, as não conformidades do item 8.1.7

“quanto à gestão de efluentes líquidos”.

Tabela 13 - Quanto à gestão de efluentes líquidos

Subitem/letra 2014 2015

8.1.7 NC % NC %

A 7 2 3 0,8

B 1 0,3 0 0

C 24 6,7 31 8,2

D 2 0,6 4 1,1

E 2 0,6 0 0

F 0 0 0 0

G 0 0 0 0

H 1 0,3 0 0

TOTAL 37 10,5 38 10,1

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Nos dois anos estudados, a gestão de efluentes líquidos representa cerca de 10% das

não conformidades na amostra analisada. O item 8.1.7 é o terceiro requisito onde as empresas

têm maior dificuldade em cumprir a legislação ambiental.

4.2.1.8 Quanto à gestão de emissões atmosféricas: item 8.1.7”

O item 8.1.7 “quanto à gestão de emissões atmosférica”, devido a duplicação do

número do item é representado neste trabalho como 8.1.7” com o símbolo de fechar aspas.

Este item é o com maior número de subitem a serem analisados pela empresa auditora.

A letra a) “o inventário das fontes de emissão de poluentes do ar, considerando o layout

da organização e o sistema de ventilação e exaustão” apresenta 2,5% das não conformidades

de 2014, e 2,7% de 2015. Os temas relacionados a este subitem são: “inventário de gases de

efeito estufa”; “parâmetro químico não alcançado” e “sem registro de monitoramento”.

No subitem c) “os sistemas de controle para cada ponto de descarga; a avaliação da

eficiência dos controles existentes e as condições de operação e manutenção”, aumenta-se

consideravelmente o número de não conformidades em 2015.

Foi responsável por esse aumento, o tema “sistema de controle ineficiente” que

considera, por exemplo, não conformidades pertinentes ao uso de mais de um padrão de

medição de fumaça preta, levando a diferentes conclusões em cada análise; ou sistemas que

não conseguem captar todo o material particulado gerado no local. Também se encontram

não conformidades relacionadas a vazamento, ou falta de envio de relatórios de controle ao

INEA. Com isso passa-se de 0,3% das não conformidades em 2014 para 1,6% em 2015.

A letra d) “a adequação das emissões aos padrões legais e às restrições da licença

ambiental” mantem-se estável nos dois anos, representando 0,8% das não conformidades.

Essas são dadas pelos temas: “programa de monitoramento PROMON Ar (Programa de Auto

Monitoramento de Emissões Atmosféricas) ”; e “sem controle de fumaça preta”.

O subitem e) tem não conformidades relacionadas a adequação da operação e

manutenção dos sistemas de tratamento das emissões atmosféricas instalados nos

empreendimentos auditados. Com 0,3% do analisado em 2014 e 0,5% em 2015, este subitem

é representado por não conformidades dos temas: “calibração do equipamento de

monitoramento” e “equipamentos de controle de MP (Material particulado) inoperantes”.

A letra g), última a registrar não conformidades neste item, avalia se existem,

programas de redução e monitoramento das emissões fugitivas. Com o tema “sem inventário

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45

das fontes de emissões fugitivas”, o subitem contribui com 0,5% das não conformidades de

2015.

Tabela 14 - Quanto à gestão de emissões atmosféricas

Subitem/letra 2014 2015

8.1.7” NC % NC %

A 9 2,5 10 2,7

B 0 0 0 0

C 1 0,3 6 1,6

D 3 0,8 3 0,8

E 1 0,3 2 0,5

F 0 0 0 0

G 0 0 2 0,5

H 0 0 0 0

I 0 0 0 0

TOTAL 14 3,9 23 6,1

As seguintes letras do item 8.1.7”, “quanto à gestão de emissões atmosféricas”, não

apresentaram não conformidades nas amostras analisadas em 2014 e 2015:

b) “a caracterização dos poluentes emitidos ou potenciais”;

f) “o atendimento ao programa de autocontrole como estabelecido na licença ambiental;

observação da periodicidade de análises; do uso de laboratórios credenciados; e da

comprovação do envio de resultados”;

h) “os resultados de monitoramento e os procedimentos laboratoriais usados”; e

i) “a existência de planos e programas de melhoria de desempenho relativos às emissões

atmosféricas, de não geração e minimização da geração”.

No ano de 2015, problemas relacionados a gestão das emissões atmosféricas quase

dobrou. Aumentando principalmente as não conformidades relacionadas aos sistemas de

controle das emissões.

4.2.1.9 Quanto à gestão de ruídos: item 8.1.8

O item 8.1.8 “quanto à gestão de ruídos” é dividido em quatro subitens. A letra a)

corresponde a “conformidade legal e a ocorrência de reclamação do público externo”.

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46

O subitem a) representa 2,8% das não conformidades de 2014 e 2,1% de 2015. Os

temas encontrados durante os dois anos são relacionados a falta de laudos, monitoramento

sonoro e parâmetros irregulares.

O tema “sem laudo” é classificado quando não é evidenciada a análise de ruído para

a atividade do empreendimento. O “monitoramento sonoro irregular” ocorre quando há o

Relatório de Avaliação de Ruído, porém são realizadas medições de apenas um dos turnos,

em desacordo com a NBR 10151 (Acústica - Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando

o conforto da comunidade.). Já as não conformidades direcionadas ao tema “parâmetros

irregulares” estão relacionadas aos padrões de ruídos acima do nível de controle e avaliação

permitidos.

A letra b) “procedimentos gerenciais existentes” só foi evidenciada em 2014 com o

tema “plano de ação para redução de ruído. A letra c) “operação e manutenção dos sistemas

de controle” não obteve não conformidades no período 2014 e 2015.

O subitem d) “programas de monitoramento externo” aparece em 2015 com o tema

“sem atualização do relatório de ruído” correspondendo a 0,3% das não conformidades deste

ano.

A quantidade e porcentagem de não conformidades do item 8.1.8 encontram-se na

tabela 15, a seguir.

Tabela 15 - Quanto à gestão de ruídos

Item/letra 2014 2015

8.1.8 NC % NC %

A 10 2,8 8 2,1

B 1 0,3 0 0

C 0 0 0 0

D 0 0 1 0,3

TOTAL 11 3,1 9 2,4

Quanto à gestão de ruídos houve uma pequena redução nas não conformidades de

2014 para 2015, com 3,1% e 2,4% respectivamente.

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47

4.2.1.10 Quanto à gestão de resíduos: item 8.1.9

O item 8.1.9 “quanto à gestão de resíduos” é o segundo com maior número de não

conformidades depois do item 8.1.3 “quanto à conformidade legal”. Em todos os subitens

deste requisito foram encontradas não conformidades, destacando-se as letras c) e d) que

são analisados no capítulo 4.2.2 deste trabalho.

O subitem a) verifica se existe no empreendimento layout que considera a geração,

segregação, transporte e estocagem dos resíduos. Nessa letra encontram-se os temas “sem

layout que demonstre ponto de geração, segregação”; e “armazenamento de resíduo”. Nesse

subitem passa-se de 1,4% para 2,4% o número de não conformidades em 2014 e 2015.

A letra b) está relacionada a identificação dos pontos de geração dos resíduos a partir

de inventários. Os temas desse subitem são “inventário de resíduo” e “FDSR - Ficha com

Dados de Segurança de Resíduos”. Aumenta-se de 1,4% das não conformidades de 2014

para 2,1% em 2015.

De forma geral, o requisito c) representa as não conformidades relacionadas ao fluxo

de resíduos na organização. Foram considerados os temas: “manifesto de resíduo”;

“armazenamento de resíduo”; “transporte inadequado”; “sem evidência da destinação final”;

“sem fluxograma dos resíduos”; “destinação inadequada”; e “disposição inadequada”. O

número de não conformidades deste subitem subiu de 4,5% em 2014 para 8,5% em 2015.

O subitem d) considera “as responsabilidades e a adequação dos procedimentos de

gerenciamento de resíduos”. É representado pelos seguintes temas: “PGRS”; “PGRSS”;

“armazenamento de resíduo”; “ficha de segurança”; “identificação irregular”; “sem declaração

de resíduos de serviço de saúde”; entre outros. Nesse subitem o número de não conformidade

fica em torno de 9% nos anos estudados.

A letra e) é o último subitem da gestão de resíduos e verifica se existem nos

empreendimentos auditados programas de reaproveitamento e reciclagem ou planos para a

redução dos resíduos. São consideradas não conformidades deste subitem os temas:

“logística reversa”; “coleta seletiva” e “sem programa de redução de resíduos”. Em 2014 a

letra e) representa 2,5 % das não conformidades e passa para 1,6% em 2015.

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Tabela 16 - Quanto à gestão de resíduos

Item/letra 2014 2015

8.1.9 NC % NC %

A 5 1,4 9 2,4

B 5 1,4 8 2,1

C 16 4,5 32 8,5

D 33 9,3 34 9

E 9 2,5 6 1,6

TOTAL 68 19.1 89 23,6

Analisando a tabela 16, pode-se observar que em quase todos os subitens deste

requisito houve um aumento no número de não conformidades, com exceção da letra e).

Verifica-se que os problemas relacionados a gestão de resíduos passam a ocupar quase um

quarto das não conformidades de 2015.

4.2.1.11 Quanto à gestão do uso de agrotóxicos para o controle de vetores e pragas

urbanas: item 8.1.10

O item 8.1.10 da DZ-056-R.3 refere-se as não conformidades relacionadas ao uso de

agrotóxicos para o controle de pragas. São classificadas no item 8.1.10 a) as não

conformidades que representam:

A existência de ações de controle de vetores e pragas urbanas ou tratamentos fitossanitários com demonstrativos da minimização da incidência e da realização de medidas preventivas ou corretivas que visem a redução dos impactos gerados pela aplicação de inseticidas ou raticidas. (DZ-056-R.3, item 8.1.10 a)

Neste sentido, foram evidenciadas não conformidades relacionadas a falta de ação de

controle de vetores e pragas, e certificados de garantia de controle de pragas e vetores fora

do prazo. O subitem a) em 2014 representa 0,5% da amostra analisada e 0,8% em 2015.

A letra b) requisita “a capacitação técnica dos responsáveis pela execução desses

serviços, assim como o número e a validade da licença do órgão ambiental para

funcionamento da empresa prestadora do serviço”. Esse subitem somente foi representado

por uma não conformidade em 2015 referente a não apresentação de demonstrativo de

controle de pragas.

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Tabela 17 - Quanto à gestão do uso de agrotóxicos para o controle de vetores e pragas urbanas

Item/letra 2014 2015

8.1.10 NC % NC %

A 2 0,5 3 0,8

B 0 0 1 0,3

TOTAL 2 0,5 4 1,1

O item 8.1.10 é o com o menor número de não conformidades dos relatórios

analisados. Mesmo assim, o número de não conformidades dobrou de 2014 para 2015.

4.2.1.12 Quanto à limpeza e higienização de reservatórios de água: item 8.1.11

No item 8.1.11 são analisadas as não conformidades relacionadas a limpeza e

higienização dos reservatórios de água. Este tópico é dividido nos seguintes subitens:

a) “conformidade legal”;

b) “a existência de documentos comprobatórios relativos à prestação do serviço”.

O subitem a) corresponde a não conformidades como: a falta de higienização da caixa

d’água no período correto, ou de análise de potabilidade que garanta a eficiência da limpeza

dos reservatórios.

A letra b) representa a ausência de registros que provem a limpeza da caixa de água,

manutenção de bebedouros, ou higienização dos carros pipa.

A tabela 18 mostra os resultados obtidos nas análises do item 8.1.11 de acordo com

as porcentagens das não conformidades.

Tabela 18 - Quanto à limpeza e higienização de reservatórios de água

Item/letra 2014 2015

8.1.11 NC % NC %

A 4 1,1 6 1,6

B 6 1,7 5 1,3

TOTAL 10 2,8 11 2,9

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50

Durante os anos estudados, como pode-se ver na tabela acima, o número de não

conformidades encontra-se em quase 3%.

4.2.1.13 Quanto à gestão de riscos ambientais: item 8.1.12

Do item 8.1.12 da DZ-056-R.3 foram encontradas não conformidades representadas pelos

seguintes requisitos:

a) “o potencial de risco ambiental baseado nas características dos efluentes líquidos,

emissões, resíduos e manuseio de substâncias perigosas”;

b) “a existência de análises de risco atualizadas das instalações da organização”;

c) “a existência e adequação de planos de gerenciamento de riscos”;

e) “a existência e adequação de plano de emergência e registro dos treinamentos e

simulações por ele previstos”.

A letra a) contempla 0,8% do montante de não conformidades de 2014 e 0,25% de

2015. “Sem levantamento de risco”, e “armazenamento inadequado” são os temas que geram

problemas neste subitem.

O requisito b) contempla não conformidades relacionadas a falta de mapeamento ou

análise dos riscos nas organizações auditadas. Essa letra reduziu de 1,7% de não conformes

em 2014 para 0,8% em 2015.

O subitem c) representa o de maior número de não conformidades com um aumento

de 1,4% em 2014 para 2,1% em 2015. Este requisito abrange os temas “sem monitoramento”

que ocorre devido à falta de um Plano de Gerenciamento de Riscos que leva em consideração

situações de potencial de risco ao meio ambiente; “recomendação não atendida de laudo”,

onde a empresa não atendeu o que está listado no Estudo de Análise de Risco; e o tema

“gestão da segurança de inflamáveis” onde os prazos da NR 20 (Norma Regulamentadora

sobre segurança e saúde no trabalho com inflamáveis e combustíveis) não foram atendidos.

O último tema citado foi o que mais cresceu neste subitem em 2015.

A letra e) durante os dois anos apresentou não conformidades relacionadas a falta de

simulados de sinistros e ao Plano de Atendimento a Emergência (PAE). Além desse, em 2014

ocorreram não conformidades de treinamento; simulados de emergência e Plano de

Emergência Individual (PEI). Esse subitem foi o com maior redução no número de não

conformidades, passando de 2,5% em 2014 para 1,1% em 2015.

A tabela 19 mostra a análise de não conformidades de 2014 e 2015 por requisito do

item 8.1.12 da DZ-056-R.3.

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Tabela 19 - Quanto à gestão de riscos ambientais

Item/letra 2014 2015

8.1.12 NC % NC %

A 3 0,8 1 0,25

B 6 1,7 3 0,8

C 5 1,4 8 2,1

D 0 0 0 0

E 9 2,5 4 1,1

TOTAL 23 6,4 16 4,25

Não foram encontradas não conformidades em relação a letra d) “os registros de

ocorrência de acidentes com danos reais ou potenciais à saúde, à segurança ou ao meio

ambiente”.

Em relação a gestão de riscos ambientais o número de não conformidades de 2014

para 2015 reduziu de 6,4% para 4,25%.

4.2.1.14 Quanto à gestão de passivo ambiental: item 8.1.13

O item 8.1.13 da DZ-056-R.3 representa as não conformidades quanto à gestão de

passivo ambiental.

A letra a) deste item verifica se existem, no empreendimento auditado, estudos sobre

o passivo ambiental. Está relacionado a este item a falta de estudo de passivo ambiental ou

de impermeabilização do solo e monitoramento de contaminação do solo. Esse requisito

mantém 0,8% das não conformidades durante 2014 e 2015.

O subitem b) analisa “a localização das áreas potenciais, identificando inclusive

unidades e equipamentos desativados, matérias-primas e produtos perigosos fora de uso”.

Este item reduziu de 2% em 2014 para 0,8% das não conformidades em 2015.

Nesse subitem as não conformidades variam durante os anos nos seguintes temas:

“vazamento de equipamento”; “unidade desativada sem comprovação de

descomissionamento”; “equipamento inoperante com resíduo disposto sobre o solo”; “sem

registro de fonte radioativa de consultório desativado”; e “equipamento desativado sem

contenção”.

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Tabela 20 - Quanto à gestão de passivo ambiental

Item/letra 2014 2015

8.1.12 NC % NC %

A 3 0,8 3 0,8

B 7 2 3 0,8

TOTAL 10 2,8 6 1,6

Pode-se observar na tabela que o valor percentual das não conformidades do item

8.1.13 “quanto à gestão de passivo ambiental” reduziu no total de 2,8% em 2014 para 1,6%

em 2015.

4.2.2 Análise dos tópicos da DZ-056-R.3 com maior número de não conformidades

Conforme observado na análise de cada subitem do tópico 8 da DZ-056-R.3 percebe-

se que, os itens 8.1.3 “quanto à conformidade legal”; 8.1.7 “quanto à gestão de efluentes

líquidos”; e 8.1.9 “Quanto à gestão de resíduos”, são os com maior número de não

conformidades.

Para melhor entendimento destes temas foram divididos em relação as letras com

maior número de não conformidades e seus respectivos temas. Devido a variação dos temas

durante os anos de 2013, 2014 e 2015, a análise foi feita de acordo com os considerados

mais relevantes.

A tabela 21 corresponde as não conformidades do item 8.1.3 a) “atendimento ao que

dispõe a legislação federal, estadual e municipal aplicável aos aspectos ambientais”. Esse

subitem é o com maior número de não conformidade, no estudo de 2013 feito por Cordonis

(2015) e neste trabalho dos anos 2014 e 2015.

Em uma análise geral do total de não conformidades vê-se uma redução em 2014 em

relação a 2013 e posteriormente um aumento de 2014 para 2015, voltando ao número de não

conformidades encontradas em 2013.

Quando o valor é convertido em porcentagem em relação ao total de não

conformidades analisadas por ano, em 2013 o item 8.1.3 a) corresponde a 19,6% de 281,

2014 a 12,4% de 356 e 2015 a 14,6% de 377 não conformidades.

Nesse item foram encontrados 28 temas de não conformidades, sendo 11 temas

verificados somente no ano de 2013. O número de temas pode variar devido a interpretação

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53

do pesquisador, já que 2013 foi analisado em outro trabalho, porém não atrapalha a

observação total da não conformidades que são referentes a este subitem.

Temas como “não prestou informações aos órgãos”, “sem registro de inspeção” e

“parâmetro químico não alcançado” por serem temas de destaque e recorrentes em outros

subitens, podem ser vistos na análise feita no capítulo 4.2.3.

Tabela 21 - Não Conformidades do item 8.1.3 a) da DZ-056-R.3

8.1.3 a) atendimento ao que dispõe a legislação federal, estadual e municipal aplicável aos aspectos ambientais

Tema da Não Conformidade

Número de Não Conformidades de 2013 a 2015

2013 2014 2015

Nº de NC

Total Nº de NC

Total Nº de NC

Total

Não prestou informações aos órgãos 8

55

12

44

14

55

Sem registro de inspeção 8 5 11

Armazenamento de produtos perigosos 7 3 1

Parâmetro químico não alcançado 6 2 5

Sem Outorga 4 0 2

Sem placa de informação 2 0 1

Abastecimento de combustível de forma inadequada

2 2 1

Aterro 2 2 0

Instalação em desacordo com a NR10¹ 0 1 2

Sem licença do bombeiro 2 4 8

Sem treinamento 2 1 0

Sinalização de segurança 2 1 3

Ambulatório sem licença 1 0 0

Autorização pedida fora do prazo 1 0 0

Boas práticas de alimentação 1 0 0

Captação de água inadequada 1 0 0

Obstrução de caneleta 1 0 0

Piso propiciando contaminação 1 0 0

Sem cadastro ao órgão responsável 1 0 0

Sem certificado de calibração 1 0 0

Taxa de incêndio 1 0 0

Tratamento de resíduo 1 0 0

Transportadora e receptora de resíduo sem LO²

1 0 0

Vazamentos 1 0 2

Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA)

0 1 0

Sem licença 0 2 0

Não cumprimento de Lei 0 1 3

Sistema de combate a incêndio 0 4 2 ¹NR 10 - Segurança em instalações e serviços em eletricidade. ²LO – Licença de Operação.

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O tema “armazenamento de produtos perigosos” refere-se a não conformidades em

relação a produtos e resíduos perigosos que são armazenados em desacordo com as normas

técnicas como a ABNT NBR 12.235 (Armazenamento de resíduos sólidos perigosos). A queda

das não conformidades deste tema pode estar relacionado a distribuição deita neste trabalho,

onde o armazenamento de produto químico e de resíduos foi dividida nos itens 8.1.6 “quanto

à gestão de materiais” e 8.1.9 “quanto à gestão de resíduos”, respectivamente.

O tema “sem licença de bombeiro” é de destaque neste item, pois dobrou o valor a

cada ano. A falta de certificado de aprovação do corpo de bombeiro, em algumas empresas,

foi justificada devido à espera de aprovação do órgão ao pedido feito, ou com o projeto de

renovação protocolado, porém sem o certificado emitido. Em outros casos, a organização

ainda não havia atendido as exigências do laudo do corpo de bombeiros, ou não tinha dado

entrada ao processo de obtenção da licença.

Ainda em relação as conformidades legais, segundo a DZ-056-R.3 se enquadram no

item 8.1.3 b):

A conformidade quanto ao licenciamento ambiental (tipo e validade das licenças), Alvarás, Autorizações, Outorgas, Registros, Termos de Ajustamento de Conduta e outros documentos relacionados às questões ambientais, verificando as datas de emissão e a sua validade. O cumprimento das restrições e exigências deverá ser avaliado. (DZ-056-R.3, item 8.1.3 b)

A tabela 20, divide as não conformidades de 2013 a 2015 desse item, em 19 temas

pertinentes. Durante os três anos o item manteve o total próximo a 40 não conformidades,

que em valor percentual, corresponde a 15,6% de 281 não conformidades em 2013; 10,5%

de 356 em 2014; e 11,4% de 377 em 2015.

Analisando a porcentagem em relação ao número de não conformidades, 2013

corresponde ao ano com maior dificuldade em resolução de problemas de conformidade legal.

Dos principais problemas encontrados nos três temas destacam-se “parâmetro

químico não alcançado”, “não prestou informações aos órgãos”, “acúmulo de água”, que são

discutidos no próximo capítulo, além de, “irregularidade na Outorga”, “gestão de resíduo”, e

“sem cadastro ao órgão responsável”.

O tema “irregularidade na Outorga” refere-se ao não atendimento de condicionantes

da outorga, ou falta de medição das vazões captadas e lançadas em desacordo coma outorga.

“Gestão de resíduo” é um tema que engloba a ausência de um planejamento que leve

em consideração todos os processos que englobam resíduos em desacordo com a Lei Federal

n. 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos).

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O tema “Sem cadastro ao órgão responsável” conta com não conformidades com a

relação ao cadastro técnico federal do IBAMA, e os relatórios das atividades exercidas

conforme é pedido pela Lei 10.165/2000.

Tabela 22 - Não Conformidades do item 8.1.3 b) da DZ-056-R.3

8.1.3 b) "a conformidade quanto ao licenciamento ambiental (tipo e validade das licenças), Alvarás, Autorizações, Outorgas, Registros, Termos de Ajustamento de Conduta e outros documentos relacionados às questões ambientais, verificando as datas de emissão e a sua validade. O cumprimento das restrições e exigências deverá ser avaliado."

Tema da Não Conformidade

Número de Não Conformidades de 2013 a 2015

2013 2014 2015

Nº de NC

Total Nº de NC

Total Nº de NC

Total

Parâmetro químico não alcançado 11

44

3

40

4

43

Irregularidade na Outorga 6 2 4

Não prestou informações aos órgãos 5 6 10

Gestão de resíduos 4 6 1

Acumulo de água 3 6 9

Sem cadastro ao órgão responsável 2 5 4

Sem contenção 2 0 2

Sem registro de inspeção 2 0 1

Não atendimento a condicionante de LO, LI

1 2 3

Não prestou informações aos órgãos no prazo

1 1 1

Renovação de licença 1 1 0

Sem Auditoria DZ056 1 2 2

Relatório de Monitoramento 0 2 0

Medidas Compensatórias e mitigadoras 0 2 0

Sem renovação do serviço de emergência

1 0 0

Taxa de efluente 1 0 0

Sem Licenciamento/ Alvará 1 0 1

Vencimento de licença/ Alvará 1 2 0

Vazamento 1 0 0 LO- Licença de Operação; LI – Licença de Instalação

O item 8.1.9 d) corresponde "as responsabilidades e a adequação dos procedimentos

de gerenciamento de resíduos". Neste item observa-se, principalmente, problemas

relacionados ao Plano de Gerenciamento de Resíduo Sólido (PGRS); Plano de

Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS); e armazenamento de resíduos.

Os totais deste item mantem-se em torno de 30 não conformidades durante os três

anos, que corresponde, em percentagem, a 10,3% em 2013; 9,3% em 2014; e 9% em 2015.

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Problemas com o Plano de Gerenciamento de Resíduo Sólido estão relacionados a

falta de elaboração ou apresentação do plano. Além da elaboração de um plano de

gerenciamento dos resíduos que não atende aos requisitos mínimos do art. 21 do Plano

Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010), ou o entendimento da empresa que o

PGRS não é necessário.

O tema “Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde” não apareceu

durante a análise de Cordonis (2015) referente ao ano de 2013, sendo evidenciado em 2014

e 2015, como quase 20% do total do item 8.1.9 d). É possível que esses tenham sido

enquadrados em diferentes temas mais gerais em 2013, como “gestão de resíduos”.

As não conformidades relacionadas a este tema são pela não evidencia do PGRSS,

não atendimento de todos os aspectos exigidos pelas resoluções que o pedem, como a

Resolução CONAMA 358/2005 (“Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos

dos serviços de saúde e dá outras providências”).

Tabela 23 - Não Conformidades do item 8.1.9 d) da DZ-056-R.3

8.1.9 d) "as responsabilidades e a adequação dos procedimentos de gerenciamento de resíduos."

Tema da Não Conformidade Número de Não Conformidades de 2013 a 2015

2013 2014 2015

Nº de NC

Total Nº de NC

Total Nº de NC

Total

PGRS (Plano de gerenciamento de resíduo sólido)

7

29

7

33

12

34

Armazenamento de resíduo 5 12 9

PGRSS 0 6 7

Ficha de segurança 5 0 1

Identificação irregular 3 3 0

Sem identificação 3 2 1

Sem declaração de resíduos de serviço de saúde

2 1 2

Check list incompleto de verificação 1 0 0

Identificação danificada 1 0 0

Vazamento de chorume 1 1 1

Não atende aos critérios da NBR 11174 1 1 1

As informações do quarto subitem de destaque estão expressos na tabela 24. O item

8.1.7 “quanto à gestão de efluente líquidos” tem destaque no subitem c) "a adequação dos

efluentes líquidos aos padrões legais e às restrições da licença ambiental."

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Nesta categoria, as não conformidades aumentaram ao decorrer dos anos, de 19 em

2013 para 24 em 2014 e finalmente 31 em 2015. Em valor percentual estes dados

representam 6,8% das não conformidades em 2013; 6,7% em 2014; e 8,2% em 2015,

representando um real aumento somente no ano de 2015.

Tabela 24 - Não Conformidades do item 8.1.7 c) da DZ-056-R.3

8.1.7 c) "a adequação dos efluentes líquidos aos padrões legais e às restrições da licença ambiental."

Tema da Não Conformidade Número de Não Conformidades de 2013 a 2015

2013 2014 2015

Nº de NC

Total Nº de NC

Total Nº de NC

Total

Parâmetro químico não alcançado 9

19

9

24

9

31

Ausência do Monitoramento de efluente 2 7 10

Não prestou informações aos órgãos 2 1 3

Certificado de credenciamento de laboratório vencido

1 0 1

Direcionamento inadequado de efluente 1 1 2

Ausência de aparelho de controle 1 0 1

PROCON ÁGUA - Programa de Autocontrole de Efluentes Líquidos

0 3 1

Limpeza de Fossa Séptica 0 0 2

Ausência de Fossa 1 0 0

Sem laudo técnico 1 0 0

ETE- Estação de Tratamento de

Efluentes 1

3 2

Do item 8.1.7 c) da DZ-056-R.3 encontram-se como temas de maior número de não

conformidades: “parâmetro químico não alcançado” e “ausência de monitoramento de

efluente”.

“Ausência de monitoramento de efluente” sofre um aumento durante o período dos três

anos estudados. Este assunto está relacionado a, por exemplo, falta de declaração de carga

poluidora em relação a CONAMA 430/2011 (Dispõe sobre condições e padrões de

lançamento de efluentes); não realização do acompanhamento mensal de fossa filtro e

chorume exigidos pelo PROCON ÁGUA; falta de monitoramento da qualidade dos efluentes

sanitários de todas as áreas de responsabilidade do empreendimento; monitoramento através

de análises físico-químicas; entre outros assuntos que são incluídos neste tema e analisados

no próximo capítulo.

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58

O último item com alto número de problemas ambientais se encontra no item 8.1.9

“quanto à gestão de resíduos”, da DZ-056-R.3, letra c):

O fluxo de resíduos, desde o ponto de geração até a destinação final, considerando: a adequação e segurança dos sistemas de contenção, estocagem intermediária e destinação final; a adequação dos procedimentos existentes para a escolha dos contratos de tratamento e destinação; a existência de licença ambiental válida e compatível com o tipo de resíduo para transportadores e local de destinação; utilização de Manifesto de Resíduos. (DZ-056-R.3, item 8.1.9 c)

Neste item as não conformidades se mantem estáveis de 2013 para 2014 e duplicam

de valor em 2015. Em valor percentual representa 5,3% das 281 não conformidades dos

relatórios de auditoria analisados; 4,5% em 2014; e 8,5% em 2015. Demonstrando o aumento

das não conformidades em 2015 em relação aos anos anteriores.

Destacam-se neste item as não conformidades dos temas: “manifesto de resíduo”;

“armazenamento de resíduo” e “transporte inadequado”.

No tema “manifesto de resíduo” encontram-se não conformidades relacionadas a

falhas no preenchimento dos manifestos, ligada diretamente a problemas de treinamento ou

comprometimento dos funcionários; ou problemas de gestão, onde a empresa implementa e

controla os manifestos, porém somente para uma determinada classe de resíduo.

Não conformidades relacionadas ao transporte inadequado de resíduos, são

principalmente relacionados a resíduos perigosos. Neste tema entram os problemas de falhas

no atendimento do transporte de resíduos perigosos em desacordo com a Agência Nacional

de Transportes Terrestres, ANTT 420/2004 (regulamento do transporte terrestre de produtos

e resíduos perigosos); Ficha de Emergência utilizadas no transporte de resíduos perigosos

desatualizadas em desacordo com a ABNT NBR 7503 (ficha de emergência e envelope para

o transporte terrestre de produtos perigosos - características, dimensões e preenchimento);

ou Declaração do Expedidor de resíduos.

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59

Tabela 25 - Não Conformidades do item 8.1.9 c) da DZ-056-R.3

8.1.9 c) "o fluxo de resíduos, desde o ponto de geração até a destinação final, considerando: a adequação e segurança dos sistemas de contenção, estocagem intermediária e destinação final; a adequação dos procedimentos existentes para a escolha dos contratos de tratamento e destinação; a existência de licença ambiental válida e compatível com o tipo de resíduo para transportadores e local de destinação; utilização de Manifesto de Resíduos."

Tema da Não Conformidade

Número de Não Conformidades de 2013 a 2015

2013 2014 2015

Nº de NC

Total Nº de NC

Total Nº de NC

Total

Manifesto de resíduo 8

15

4

16

9

32

Armazenamento de resíduo 3 2 7

Transporte inadequado 2 1 5

Transbordamento de resíduo sem licença 1 0 0

Sem evidência da destinação final 0 2 0

Sem mapeamento/ fluxograma dos

resíduos 0 1 0

Destinação inadequada 0 4 3

Disposição inadequada 0 2 8

Sem controle de fumaça preta 1 0 0

Dos tópicos com maior número de não conformidades analisados, os itens 8.1.7 c) e

8.1.9 c), mesmo sendo os de menor valor desta lista, foram os com maior crescimento no

último ano, tanto em número de não conformidades, quanto em porcentagem por número de

conformidades encontradas nas amostras de cada ano.

Devido a isto, em geral, as não conformidades relacionadas a adequação dos

efluentes líquidos aos padrões legais e a fluxo de resíduos são as de maior preocupação dos

temas analisados. Mas também se destacam os temas que são analisados no próximo

capítulo deste trabalho.

4.2.3 Temas recorrentes das não conformidades

Alguns temas das não conformidades analisadas se repetem em mais de um item ou

letra analisados. Para melhor compreensão destes, foram divididos os que se destacam em

2014 e 2015.

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60

4.2.3.1 Não conformidades de destaque em 2014

Na tabela 26 pode-se verificar temas como “não prestou informações aos órgãos”;

“armazenamento de resíduos”; e “parâmetro químico não alcançado” que aparecem em mais

de um item, e temas como “sem treinamento de colaboradores”; e “produto químico sem

identificação”, que, mesmo sem se repetir em mais de um item, contabilizam um número alto

de não conformidades para um único item.

Tabela 26: Não conformidades que se destacam em 2014

itens/Letras Tema Nº de NC %

8.1.3 a); 8.1.3 b); 8.1.7

c)

Não prestou informações aos órgãos 19 5,3

8.1.9 a),c) e d) Armazenamento de Resíduo 18 5,1

8.1.3 a); 8.1.3 b); 8.1.7

c) e 8.1.7” a)

Parâmetro químico não alcançado 16 4,5

8.1.2 b) Sem treinamento de colaboradores 10 2,8

8.1.6 a) Produto químico sem identificação 9 2,5

TOTAL 72 20,2

O tema “não prestou informações aos órgãos” está presente nos itens 8.1.3 “quanto à

conformidade legal”, letras a) e b); e item 8.1.7 “Quanto à gestão de efluentes líquidos”, letra

c). A falta de comunicação com os órgãos ambientais, dentro destes itens, pode ser em

relação a legislação federal, estadual e municipal, requisitos da licença de operação, outorgas

e alvarás, além de requisitos legais em relação a efluentes líquidos. Em 2014 este tema

correspondeu a 5,3% do total de não conformidades encontradas nos 42 relatórios analisados.

As não conformidades deste tema tem relação com a não evidencia do envio dos

relatórios trimestrais de atendimento de condicionante da licença, falta de apresentação do

Termo de Responsabilidade Técnica pela Gestão Ambiental ao órgão ambiental, informações,

autorizações, licenças que não foram atualizadas junto ao IBAMA, e SMAC, por exemplo,

além da falta de entrega de inventário de resíduos e PGRS ao INEA, e também a não

informação de novas obras de ampliação.

O tema “armazenamento de resíduo” se repete em relação as letras a), c) e d) do item

8.1.9 “ quanto à gestão de resíduos”. Para diferenciar em qual das letras estas não

conformidades de mesmo tema seriam acomodadas foi feita uma comparação do como eram

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61

apresentadas nos relatórios de auditoria, em relação a letra que melhor se encaixava de

acordo com a sua descrição.

Ou seja, a) o armazenamento em relação ao layout da empresa; b) de acordo com o

fluxo de resíduos, considerando os sistemas de contenção e estocagem; e c) a adaptação

dos procedimentos de gerenciamento dos resíduos.

Em geral, o tema engloba não conformidades como o armazenamento inadequado de

Lâmpadas Fluorescentes, a céu aberto; resíduos contaminados alocados com outros tipos de

resíduos até mesmo com resíduos de saúde; falta de contenção para caso de vazamentos;

caçambas de resíduos em áreas sem cobertura; além de resíduos incompatíveis

armazenados em mesmo local.

“Armazenamento de resíduo” corresponde a 5,1% das 356 não conformidades

apresentadas na amostra de 2014.

O tema “Parâmetro químico não alcançado” está relacionado com os itens 8.1.3

“quanto à conformidade legal” a) e b); 8.1.7 “quanto à gestão de efluentes líquidos” c) e 8.1.7”

“quanto à gestão de emissões atmosféricas” a).

No item 8.1.3, o tema está ligado diretamente a parâmetros, padrões químicos,

estabelecidos pela legislação ou restrições em relação a licença de operação. Em relação

aos efluentes líquidos considera-se esta não conformidade, quando padrões legais como

nitrogênio, DBO estão acima do estabelecido, por exemplo, em Normas Técnicas como a NT-

202.R-10 (critérios e padrões para lançamento de efluentes líquidos). Quanto à gestão de

emissões atmosféricas, este tema está relacionado a problemas como, material particulado

acima do limite estabelecido por Normas técnicas como a NT-536.R-2 (padrões de emissão

de partículas para unidade de sinterização).

Em 2014 “parâmetro químico não alcançado” correspondeu a 4,5% das não

conformidades.

O tema “sem treinamento de colaboradores” aparece somente no item 8.1.2 “quanto à

estrutura gerencial e ao treinamento ” c), porém equivale a 2,8% do total de não

conformidades.

Refere-se a falta de programas ambientais que orientem os funcionários sobre o dano

potencial da atividade exercida e a forma correta de empenhar a função reduzindo os

acidentes e potencial impacto ambiental. A falta de treinamento pode englobar desde rotinas

de manutenção, preenchimento de formulários, a gestão de resíduos.

O que ocorre devido a esta não conformidade são dificuldades que desencadeiam

outros problemas, como a segregação e armazenamento de resíduos feitos de forma errada

que geram a não conformidade “armazenamento de resíduo” analisada acima.

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62

O último tema considerado de destaque em 2014, “produto químico sem identificação,

está relacionado ao item 8.1.6 “quanto à gestão de materiais”, letra a). Este tema assume

2,5% dos não conformes registrados em 2014.

Produto sem identificação pode-se referir a falta de rotulação ou uso de identificação

inadequada nos produtos químicos, causando problemas e riscos ao processo produtivo.

Devido à dificuldade de identificar o produto químico pode-se levar a outras não

conformidades relacionadas a FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produtos

Químicos) dificultando o conhecimento de quais as características do produto químico, como

deve ser feito o manuseio e qual a sua periculosidade, aumentando as chances de acidentes.

Os cinco temas apontados como de destaque em 2014 correspondem a 20,2%, ou

seja, um quinto das não conformidades analisadas. Estes são de um total de 132 temas dos

relatórios de auditoria ambiental analisados.

4.2.3.2 Não conformidades de destaque em 2015

Como pode ser visto na tabela 27, os temas: “não prestou informações aos órgãos”;

“armazenamento de resíduo”; e “parâmetro químico não alcançado”, igualmente a 2014,

continuam como os temas que mais se destacam em 2015, devido aos itens e características

já discutidas anteriormente. Estes temas representam 7,2%; 6,1%; e 5,3% das não

conformidades de 2015 respectivamente, sendo, nos três casos, maiores do que em 2014.

Além destes temas, destacam-se em 2015: “sem registro de inspeção” que aparece

em mais de um item/letra; “armazenamento de produtos químicos”; “sem manutenção

preventiva de equipamentos”; “ausência do monitoramento de efluente”; e “sem ação de

controle de vetores e pragas”, itens com alto índice de não conformidades para um único item.

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Tabela 27 - Não conformidades que se destacam em 2015

itens/Letras Tema Nº de NC %

8.1.3 a); 8.1.3 b); 8.1.7 c) Não prestou informações aos órgãos 27 7,2

8.1.9 a),c) e d) Armazenamento de Resíduo 23 6,1

8.1.3 a); 8.1.3 b); 8.1.7 c)

e 8.1.7” a)

Parâmetro químico não alcançado 20 5,3

8.1.3 a) e b) Sem registro de inspeção 12 3,2

8.1.6 b) Armazenamento de produtos químicos

11 2,9

8.1.4 f) Sem manutenção preventiva de equipamentos

10 2,6

8.1.7 c) Ausência do Monitoramento de efluente

10 2,6

8.1.3 b) Acúmulo de Água 9 2,4

TOTAL 122 32,3

O tema “sem registro de inspeção” equivale a 3,2% das não conformidades de 2015.

Este tema diz respeito a problemas em relação ao registro de inspeção de equipamentos que

fazem parte da rotina do empreendimento, e que podem significar riscos aos colaboradores

ou ao meio ambiente, se não ocorrer processo de manutenção periódica de acordo com a

legislação pertinente.

Quanto a legislação, item 8.1.3 a), este tema inclui, por exemplo, não conformidades

como: ausência de registro em relação a inspeção periódica de vasos de pressão, ou falta de

laudo de inspeção de caldeira, conforme a NR-13 (Norma Regulamentadora sobre caldeiras

e vasos de pressão); sem registro de manutenção de sistemas de refrigeração em relação a

Instrução Normativa do IBAMA.

Em relação ao item 8.1.3 b) pode ser considerado como não conformidade a ausência

de registros de inspeção em relação a condições da licença de operação.

O “armazenamento de produtos químicos” é uma não conformidade relevante em

relação a gestão de materiais, que está ligada ao procedimento de estocagem dos produtos

relacionados ao item 8.1.6 b) da DZ-056-R.3. Esta não conformidade equivale a 2,9% do total

de 2015.

O tema “armazenamento de produtos químicos” pode estar relacionado a outras não

conformidades como ao treinamento dos colaboradores, e produto químico sem identificação

e FISPQ. Este tema é causado por problemas como, armazenamento em locais que

aumentam os riscos de acidentes, falta de placa indicativa, acondicionamento em desacordo

com a FISPQ, sem sistema de contenção na área de armazenamento para produtos

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perigosos, ou em desacordo com parâmetros de normas da Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT), como a NBR 17505 (Norma Brasileira para o armazenamento de líquidos

inflamáveis e combustíveis).

O tema “sem manutenção preventiva de equipamentos” se enquadra ao item 8.1.4

“quanto aos processos de produção e operação” f), referente as condições dos equipamentos

para o controle da poluição e prevenção de acidentes.

Neste tema enquadram-se não conformidades relacionadas a ausência de programas

de manutenção de equipamentos encontrados nas instalações dos empreendimentos, como

dos vasos de pressão, sistemas de tubulações, além de troca de peças e filtros. Este

corresponde a 2,6% do total de não conformidades de 2015.

“Ausência do Monitoramento de efluente” é um tema enquadrado no item 8.1.7 “quanto

à gestão de efluentes líquidos” c), sobre a adequação dos efluentes a legislação.

A falta de monitoramento dos efluentes líquidos está diretamente ligada a não

conformidades em desacordo a DZ-215-R.4 (Diretriz de controle de carga orgânica

biodegradável em efluentes líquidos de origem sanitária) e CONAMA n. 430/2011 sobre as

condições e padrões de lançamentos de efluentes.

Este tema engloba não conformidades como, a falta de monitoramento continuo,

ausência nas instalações do empreendimento de analisadores de parâmetros como, pH,

temperatura e nitrogênio, até despejo do efluente sem o monitoramento. O tema corresponde

a 2,6% das não conformidades analisadas em 2015.

O último tema em destaque “acúmulo de água” equivale a 2,4% das 377 não

conformidades analisadas de 2015. Este tema refere-se a problemas relacionados ao item

8.1.3 “quanto à conformidade legal” b) em desacordo com condicionantes da licença de

operação dos empreendimentos.

Foram incluídas neste tema problemas principalmente relacionados a proliferação de

larvas do mosquito Aedes aegypti que pode ser devido a não conformidades relacionadas a

água parada ou acumulo de água nas áreas do empreendimento como o acúmulo em resíduos

armazenados de forma incorreta (ex.: disposição de pneus).

Os temas em destaque de 2015 equivalem a 32,3% do total de não conformidades.

Estes 6 temas analisados são responsáveis por quase um terço das não conformidades

presentes, de um total de 123 temas encontrados nos relatórios de 2015.

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65

4.3 OBSERVAÇÕES GERAIS

Observou-se outros fatores na análise dos relatórios de auditoria ambiental, como:

empreendimentos que fazem parte da amostra nos dois anos estudados, em sua maioria, tem

os seus processos de Auditoria Ambiental com a mesma empresa auditora.

Em relação ao tempo, as auditorias ocorreram em média 2,3 dias por empreendimento

com o máximo de 5 dias e mínimo de 1 dia. Além disso, em relação ao tempo em horas, as

auditorias ocorreram em jornadas entre 5 horas a 9 horas por dia, desde a reunião de abertura

até a reunião de encerramento.

Em duas organizações auditadas em 2014 e cinco em 2015 não foram evidenciadas

não conformidades. Destas, uma em 2014 e três em 2015 das auditorias, haviam sido feitas

pela mesma empresa auditora. Em um caso em 2015 a auditoria foi liderada por um auditor

independente que em seu currículo consta que o mesmo trabalhou durante 10 anos na

empresa auditada.

Também foi possível perceber que são enquadradas como oportunidades de melhoria

o que na verdade deveriam ser consideradas não conformidades, como problemas

relacionados ao Sistema de Gestão Ambiental, FISPQ, informações ao órgão ambiental entre

outros temas.

A DZ-056-R3 define oportunidade de melhoria como: “possibilidade de melhoria dos

processos internos da organização e de melhor gerenciamento de seus aspectos ambientais”.

Das empresas auditadas encontram-se nos planos de ação, 134 oportunidades de melhoria

em 2014 e 164 em 2015.

Outro ponto observado é a ausência de padronização dos Relatórios de Auditoria

Ambiental, sendo visto que as empresas auditoras tem distintas formas de estruturar os seus

relatórios, além da prática de copiar e colar relatórios de anos anteriores ocorrendo erros que

atrapalham a leitura dos mesmos.

Ainda quanto a fatores que influenciam a estrutura dos relatórios, durante a análise da

DZ056-R.3 pode-se perceber que os itens referentes a gestão de efluentes líquidos e gestão

de emissões atmosféricas, apresentam a mesmo número de item: 8.1.7.

Este erro na Diretriz acarreta alguns problemas nas interpretações dos Relatórios de

Auditorias Ambientais, devido a utilização pelas empresas auditoras de item 8.1.7 sem a

discriminação de qual gestão está sendo representada ou item 8.1.8 para emissões

atmosféricas. O problema que este último caso acarreta está relacionado ao efeito que traz

aos seguintes itens que também mudam o tópico que os representam na diretriz.

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66

Ao analisar o Plano de Ação de cada empreendimento é necessário ter cuidado com

a qual item do tópico 8 da DZ-056-R.3 a empresa auditora quer referenciar naquela não

conformidade.

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67

5. DISCUSSÕES

5.1 FATORES QUE INFLUENCIAM OS RESULTADOS

Na análise dos Relatórios de Auditoria Ambiental a partir do levantamento anterior,

correspondente ao ano de 2013, foram vistos o equivalente a 30% dos RAA dos anos 2014 e

2015, correspondendo a 42 e 58 relatórios respectivamente.

Do ano de 2014 estão disponíveis para consulta no INEA em torno de 140 relatórios,

que em relação a 2013 há uma diminuição de cerca de 28,6% do número de relatórios, porém,

levando em consideração o número de não conformidades, no ano de 2014 foram

evidenciadas 356, que corresponde a um aumento de 26,7%.

Mesmo sendo de caráter compulsório, problemas financeiros podem ter feito algumas

empresas deixarem de contratar uma empresa auditora para a realização do processo de

auditoria reduzindo o número de relatórios em 2014.

Dos diversos fatores que podem justificar a redução no número de relatórios pode-se

citar, a mudança de endereço do órgão ambiental da Rua Fonseca Teles para a Rua Sacadura

Cabral no final de 2015 e posteriormente para a Avenida Venezuela local onde agora reside.

Estas mudanças podem ter atrapalhado a entrega dos Relatórios de Auditoria Ambiental ao

INEA, porém não justifica o aumento do número de não conformidades que podem estar mais

associadas a crise econômica e hídrica do estado.

Problemas relacionados a crise econômica podem explicar o aumento do número de

não conformidades devido a fatores como falta de manutenção de equipamentos,

armazenamento de resíduos, problemas legais, de treinamento, entre outros, os quais em

alguns relatórios eram justificados como não cumpridos devido à falta de recursos monetários,

caracterizando a não conformidade.

Segundo o IBGE (2014), no índice acumulado para 2014 em relação a 2013, o setor

industrial sofreu uma queda de 3,2%, com impacto negativo nos setores de veículos

automotores, reboques e carrocerias; metalurgia; produtos de metal; máquinas e

equipamentos; produtos químicos; máquinas, aparelhos e materiais elétricos; produtos

alimentícios; e produtos de borracha e de material plástico.

Em relação a crise hídrica, segundo pesquisa feita pela Federação das Indústrias do

Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN, 2014), 30,6% de 487 empresas ouvidas disseram afetadas

de alguma maneira pela escassez de água. Destas, metade afirmou aumento de custo na

produção.

A seguir (figura 4), podem ser vistas as medidas adotadas pelas empresas para tentar

minimizar os problemas de escassez hídrica.

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68

Fonte: Pesquisa Impactos da Escassez de Água – FIRJAN (2014, p.5)

Figura 4 - Medidas para minimizar problema de escassez de água

Conforme mencionado na pesquisa realizada pela FIRJN, as empresas responderam

mais de um item. Pode-se ver que a medida “manutenção de máquinas e equipamentos” foi

utilizada somente por 25,2% dos entrevistados. Não conformidades relacionadas a

manutenção foram de destaque nos relatórios analisados.

Segundo Marcorin e Lima (2013, apud KARDEC e NASCIF, 2001) a manutenção é um

processo que deve ser visto como algo de função estratégica que ajuda a organização a

conseguir bons resultados, dessa forma, a manutenção deve ser direcionada a dar suporte

ao gerenciamento dos equipamentos e como solução a problemas que ocorrem na produção,

com isso, a empresa consegue atingir bons parâmetros competitivos tanto de produtividade,

quanto de qualidade.

Seguindo este raciocínio, é possível perceber que, a falta de manutenção preventiva

dos equipamentos de processos, além de aumentar os riscos de acidentes ambientais,

acarretam a empresa custos de produção que poderiam ser otimizados se a manutenção

ocorresse regularmente.

No ano 2015 o número de Relatórios de Auditoria Ambiental foi similar ao encontrado

em 2013. A diferença no número de relatórios entre 2013 e 2015 foi de 2,04%, mantendo 2013

como o com maior número de relatórios neste período.

1,3%

2,0%

17,9%

17,9%

23,8%

25,2%

25,8%

28,5%

33,1%

48,3%

57,0%

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0%

Nenhuma

Outra

Recirculação de água

Modernização do processo produtivo

Uso de água de chuva

Manutenção de máquinas e equipamentos

Reuso de água

Controle de perdas na rede de distribuição

Uso de poço artesiano

Campanhas internas de conscientização

Controle de Consumo

Medidas para minimizar problema de escassez de água

Medidas para minimizar problema de escassez de água

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69

Ao analisar um total de 377 não conformes em 2015, percebe-se que mesmo com o

número de relatórios próximo ao de 2013 os problemas evidenciados em 2014 ainda não

haviam sido totalmente resolvidos, resultando em um aumento de 34,16% entre 2013 e 2015.

O aumento das não conformidades entre 2014 e 2015 foi de 5,6%, mostrando que o

não cumprimento de algumas diretrizes ambientais foi similar nestes dois anos. Porém, vale

ressaltar que, devido aos 140 relatórios evidenciados em 2014 e 192 em 2015 o número de

não conformidades não deveria estar próximo, já que em uma situação normal os não

conformes de 2014 seriam em menor número devido a quantidade de relatórios.

Essa diminuição do número de relatórios pode atrapalhar o órgão ambiental a manter

o controle sobre este empreendimento, de modo a aumentar os riscos de acidentes que não

serão de ciência do poder público.

As empresas necessitam compreender que, segundo Fisher et al. (2013), a auditoria

é importante para o licenciamento por analisar conformidades que ajudam a entender o

funcionamento da organização que é verificada de modo a concluir-se se esta pode ou não

ser licenciada. Também, ajuda na difusão de informações entre os colaboradores, fazendo

que estes conheçam a política ambiental e sua implementação.

Os problemas relacionados a falta de conhecimento dos funcionários dos

empreendimentos devido à ausência de treinamento, em relação aos aspectos ambientais,

acarretam em muitas não conformidades. O desconhecimento da equipe operacional e

gerencial de como contribuir com o sistema de gestão ambiental, faz com que aumentem as

não conformidades relacionadas a falta de comunicação das informações pertinente ao órgão

ambiental, problemas de comunicação interna e externa, além de dificuldades no

gerenciamento de resíduos – pois requer entendimento da Política Nacional de Resíduos

Sólidos - desde a segregação dos mesmos até a destinação, trazendo dificuldades

principalmente no armazenamento de resíduos.

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70

5.2 IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA AMBIENTAL COMPULSÓRIA

O processo de auditoria ambiental compulsória é uma forma do órgão ambiental

proteger os recursos naturais do estado de modo a motivar o uso de forma consciente,

promovendo a conservação e garantindo a aplicabilidade da legislação. A auditoria ambiental

é uma ferramenta de monitoramento eficaz que responde o quanto o limite estabelecido ao

uso, por exemplo, de um corpo hídrico a partir de uma outorga está sendo respeitado e se

não, quais as ações que devem ser tomadas para que se reduza o uso de água.

Segundo Barbieri (2007):

(...) A expressão auditoria ambiental tornou-se bastante elástica, podendo significar uma diversidade de atividades de caráter analítico voltadas para identificar, averiguar e apurar fatos e problemas ambientais de qualquer magnitude e com diferentes objetivos. (BARBIERI, 2007, p. 212)

De acordo com Fernandes (2004, p.2): “para o gerenciamento de um negócio é

necessário que haja elaboração de informações. São elas que dão respaldo à tomada de

decisão”. Percebe-se a importância de haver um banco de dados que relacione as Auditorias

Ambientais de modo anual e suas não conformidades, conhecendo-se os motivos dos

problemas mais comuns entre as organizações, para que se possa ajudar ao poder público,

ou as próprias empresas a criarem planos de ação para a resolução dos problemas ambientais

mais evidentes.

A partir dos resultados observados neste trabalho é possível avaliar facilmente quais

áreas são de maior dificuldade para as organizações e verifica-se a importância de um sistema

de gestão ambiental aplicado efetivamente. Para Ceruti e Silva (2009, apud ANDREOLI,

2002), implementar um Sistema de Gestão Ambiental, é um investimento necessário para que

uma organização consiga reparar os impactos ambientais negativos gerados, de modo a

conseguir a conformidade legal e, como consequência, reduzir os riscos e acidentes gerados.

A Auditoria de Conformidade Legal presente na legislação do estado do Rio de Janeiro,

por abranger diversos indicadores, além de promover a manutenção dos aspectos ambientais

envolvidos nos empreendimentos, facilita na obtenção de selos, ou implementação de

certificações voluntárias que melhoram a sua imagem em relação a sociedade e seus

stakeholders.

Algumas das organizações auditadas utilizaram no mesmo relatório de auditória

baseado na DZ-056-R.3, critérios da International Organization for Standardization ISO 14.001

(Sistemas da gestão ambiental – Requisitos com orientações para uso) fazendo da auditoria

compulsória também um instrumento de manutenção da certificação.

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Com isso, pode-se perceber que a auditoria ambiental compulsória ajuda ao

empreendimento, a se adequar ao mercado em relação as condições ambientais aceitáveis,

ditas pela legislação ambiental, observadas desde a criação de uma política ambiental.

Braga et al. (2005) acreditam que:

Com a implantação de políticas ambientais, a sociedade e os indivíduos passam a ter à sua disposição um ambiente potencialmente capaz de propiciar a satisfação de uma série de demandas antes impossíveis de serem atendidas. Elas vão desde as de natureza psicológica, ligadas ao prazer estético da contemplação do ambiente belo e acolhedor, passando pelas diretamente ligadas à produção e à eficiência do processo produtivo, como a redução das perdas de materiais e equipamentos em um ambiente menos agressivo, e chegando até as ligadas à saúde. (BRAGA et al. 2005, p. 227)

A partir desta política a empresa cria diretrizes e indicadores ambientais que ajudam

na implementação do Sistema de Gestão Ambiental, necessário para que se possa conseguir

atender a DZ-056.R-3, e consequentemente, manter sua licença ambiental.

Com as informações de adequação das empresas a legislação para o licenciamento

ambiental, observadas nas auditorias, pode-se perceber que as organizações necessitam

entender a importância de um Sistema de Gestão Ambiental, de modo a investir,

principalmente, em profissionais qualificados da área ambiental que ajudem a guiar os

colaboradores pela legislação ambiental resolvendo problemas nas suas áreas de maior

carência, que são relacionadas a conformidade legal, resíduos e efluentes líquidos.

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6. CONCLUSÃO

As auditorias ambientais compulsórias são de grande importância para a avaliação

dos aspectos e impactos ambientais que envolvem os processos de operação dos

empreendimentos auditados. A partir de Relatórios de Auditoria Ambiental, de acordo com os

tópicos da DZ-056-R.3, pode-se agrupar as não conformidades encontradas evidenciando os

problemas mais comuns sofridos pelas organizações do estado do Rio de Janeiro.

Dos tópicos analisados foi possível concluir que conformidade legal, gestão de

resíduos e gestão de efluentes líquidos somam um total de 53,6% das não conformidades em

2014 e 60% em 2015, sendo responsáveis por mais da metade dos entraves ambientais da

empresa, ou seja, são as áreas quais devem ser investigadas e investidas.

Em 2014 e 2015, em comum, destacam-se os temas “não prestou informações aos

órgãos”, “armazenamento de resíduo” e “parâmetro químico não alcançado”. Percebe-se

também um aumento das não conformidades relacionadas ao treinamento, controle,

monitoramento e manutenção preventiva, que podem ser devido aos problemas acarretados

pelas crises do estado. Os problemas relacionados a inspeção, monitoramento e manutenção

são os mais preocupantes, pois acarretam riscos de acidentes ambientais.

Com isso, o trabalho evidência a importância de um Sistema de Gestão Ambiental bem

elaborado e aplicado e da continuação e atualização dos dados analisados, para que se tenha

um banco de dados que entenda como estão os aspectos ambientais do estado do Rio de

Janeiro anualmente, e quais as áreas da Gestão ambiental que mais precisam ser investidas.

Percebe-se que é necessária uma padronização dos Relatórios de Auditoria

Ambiental, de forma a auxiliar o entendimento dos mesmos tanto para facilitar o processo de

elaboração, quanto para o entendimento de quem for consulta-los. Nos Relatórios de

Auditoria Ambiental estudados ocorrem erros de digitação ou de cópia de relatórios anteriores

que atrapalham a verificação de algumas informações. Estes dados deveriam ser verificados

e cobrados pelo órgão ambiental.

Também se recomenda a atualização da DZ-056-R.3, principalmente na alteração do

número dos subitens do tópico 8, que facilitaria a reduzir a confusão feita pelos subitens 8.1.7

nos Relatórios de Auditoria.

Além disso, o órgão ambiental responsável deve facilitar a disponibilidade destes

relatórios, atualizando o banco de dados online do site do INEA, de modo que possam ser

desenvolvidos mais trabalhos sobre Auditoria Ambiental no estado do Rio de Janeiro.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BRASIL. Resolução CONAMA nº 306, de 5 de julho de 2002. Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais. Ministério do Meio Ambiente. Brasília, DF, 19 jul. 2002.

BRASIL. Resolução CONAMA nº 381, de 14 de dezembro de 2006. Altera dispositivos da Resolução nº 306, de 5 de julho de 2002 e o Anexo II, que dispõe sobre os requisitos mínimos para a realização de auditoria ambiental. Diário Oficial da União, Ministério do Meio Ambiente. Brasília, DF, 15 dez. 2006. CAMPOS, L. M. S.; LERÍPIO, A. A. Auditoria Ambiental: uma ferramenta de gestão. São Paulo: Atlas, 2009. ISBN 978-85-224-5478-5

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CERUTI, F.C.; DA SILVA, M.L.N. Dificuldades de Implantação de Sistema de Gestão Ambiental (SGA) em Empresas. Revista Acadêmica: Ciência Animal, v.7, n.1, 2009.

FIRJAN. Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. Pesquisa Impactos da Escassez de Água. Disponível em: <http://www.firjan.com.br/publicacoes/publicacoes-de-economia/impactos-da-escassez-de-agua-no-estado-do-rio.htm>. Acesso em: 14 nov. 2017.

FERNANDES, D.R. Uma Contribuição sobre a Construção de Indicadores e sua Importância para a Gestão Empresarial. Revista da FAE, v. 7, n. 1, 2004. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção industrial cai (-2,8%) em dezembro e fecha 2014 em -3,2%. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2013-agencia-de-noticias/releases/9776-producao-industrial-cai-2-8-em-dezembro-e-fecha-2014-em-3-2.html>. Acesso em: 15 nov. 2017. LIMA, D. V. de; CASTRO, R. G. de. Fundamentos da Auditoria Governamental e Empresarial: com exercícios, questões e testes com respostas, destinadas a concursos públicos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. ISBN 978-85-224-5384-9 MARCORIN, W.R.; LIMA, C.R.C. Análise dos Custos de Manutenção e de Não-Manutenção de Equipamentos Produtivos. Revista de Ciência & Tecnologia, v. 11, n. 22, p. 35-42, 2003.

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APÊNDICE A – Checklist dos Relatórios de Auditoria Ambiental

1 Consultar item 8 da DZ-056 R. 3 para saber letra correspondente a não conformidade. 2 Não havendo espaço, continuar descrição em “Informações Adicionais”, informando subitem e letra.

Lista de Verificação RAA Nº de Controle INEA:

Tipo de Auditoria: Empresa Auditada:

Data início da auditoria:

Empresa Auditora:

Dia Final da auditoria: Horas diárias de auditoria: Das __:__ às __:__

Local da auditoria:

Município: Área(m²) Auditada:

Descrição da atividade exercida pela empresa auditada (Grupo de atividade):

Não Conformidades de acordo com o item 8 da Diretriz 056 R. 3

Subitem Letra1 Descrição das NC (se mais de 1 citar letra) 2

8.1.1 Quanto à política ambiental e

ao sistema de gestão

ambiental

A( ) B( ) C( ) D( )

8.1.2 Quanto à estrutura gerencial

e ao Treinamento

A( ) B( ) C( )

8.1.3 Quanto à conformidade legal

A( ) B( ) C( )

8.1.4 Quanto aos processos de

produção e operação

A( ) B( ) C( ) D( ) E( )

F( )

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8.1.5 Quanto à gestão de energia e

água

A( ) B( )

8.1.6 Quanto à gestão de materiais (matérias-primas, insumos, embalagens e produtos) A( ) B( ) C( )

8.1.7 Quanto à gestão de efluentes

líquidos

A( ) B( ) C( ) D( ) E( )

F( ) G( ) H( )

8.1.7 Quanto à gestão de emissões

atmosféricas

A( ) B( ) C( ) D( ) E( )

F( ) G( ) H( ) I( )

8.1.8 Quanto à gestão de ruídos

A( ) B( ) C( ) D( )

8.1.9 Quanto à gestão de resíduos

A( ) B( ) C( ) D( ) E( )

8.1.10 Quanto à gestão do uso de

agrotóxicos para o controle

de vetores e pragas urbanas

A( ) B( )

8.1.11 Quanto à limpeza e

higienização de reservatórios

de água

A( ) B( )

8.1.12 Quanto à gestão de riscos

ambientais

A( ) B( ) C( ) D( ) E( )

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8.1.13 Quanto à gestão de passivo

ambiental

A( ) B( )

Não Conformidades de acordo com o item 10 da Diretriz 056 R. 3

10.1 publicação em periódico e DOERJ(

)

10.2 apresentação do RAA ao órgão

ambiental ( )

Informações Adicionais: