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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)Núcleo de Educação à Distância - Universidade de Pernambuco - Recife

Souza, Maria Gleide Macêdo de

Estudo e organização da educação nacional / Maria Gleide Macêdode Souza, Maria de Fátima Rolim Cavalcanti dos Santos. – Recife: UPE, 2010. 52 p.

ISBN - 978-85-7856-079-9

1. Educação - Brasil. 2. LDB. 3. Políticas educacionais. I. Santos, Maria de Fátima Rolim Cavalcanti dos. II. Universidade de Pernambuco - UPE. III. Título.

CDU 37.01

S729e

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REITORProf. Carlos Fernando de Araújo Calado

VICE-REITOR

Prof. Rivaldo Mendes de Albuquerque

PRó-REITOR ADMINISTRATIVOProf. José Thomaz Medeiros Correia

PRó-REITOR DE PLANEJAMENTOProf. Béda Barkokébas Jr.

PRó-REITOR DE GRADUAÇÃOProfa. Izabel Christina de Avelar Silva

PRó-REITORA DE PóS-GRADUAÇÃO E PESqUISA Profa. Viviane Colares Soares de Andrade Amorim

PRó-REITOR DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL E ExTENSÃOProf. Rivaldo Mendes de Albuquerque

COORDENADOR GERALProf. Renato Medeiros de MoraesCOORDENADOR ADJUNTO

Prof. Walmir Soares da Silva JúniorASSESSORA DA COORDENAÇÃO GERAL

Profa. Waldete ArantesCOORDENAÇÃO DE CURSO

Profa. Giovanna Josefa de Miranda Coelho

COORDENAÇÃO PEDAGóGICAProfa. Maria Vitória Ribas de Oliveira Lima

COORDENAÇÃO DE REVISÃO GRAMATICALProfa. Angela Maria Borges Cavalcanti

Profa. Eveline Mendes Costa LopesProfa. Geruza Viana da Silva

GERENTE DE PROJETOSProfa. Patrícia Lídia do Couto Soares Lopes

ADMINISTRAÇÃO DO AMBIENTEIgor Souza Lopes de Almeida

COORDENAÇÃO DE DESIGN E PRODUÇÃOProf. Marcos Leite

EqUIPE DE DESIGNAnita Sousa

Gabriela CastroRafael Efrem

Renata MoraesRodrigo Sotero

COORDENAÇÃO DE SUPORTEAfonso Bione

Prof. Jáuvaro Carneiro Leão

EDIÇÃO 2010Impresso no Brasil - Tiragem 180 exemplares

Av. Agamenon Magalhães, s/n - Santo AmaroRecife / PE - CEP. 50103-010

Fone: (81) 3183.3691 - Fax: (81) 3183.3664

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ESTUDO E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NACIONAL

Profa. Maria Gleide Macêdo de SouzaProfa. Maria de Fátima Rolim Cavalcanti dos Santos | 45 horas

Objetivo geral

Apresentação da disciplina

Ementa

Estudo da estrutura do ensino, da organização, da educação nacional prevista na lei n° 9.394/ 96 e políticas educacionais vigentes no Brasil. Os prin-cípios e os fins da educação. A educação básica e sua função social na sociedade contemporânea. O financiamento da educação. Formação de profis-sionais da educação.

Proporcionar aos professores cursistas o conheci-mento teórico-prático dos aspectos sociais e políti-cos, históricos e legais da educação brasileira.

Iniciamos o estudo sobre a estrutura e o funcionamento da Educação no Brasil. Afinal você sabe para que estudamos a educação no aspecto legal? Assim entenderemos a legislação que a orien-ta, situando no seu contexto histórico, social, político e cultural, analisando e interpretando mo-mentos e estratégias significativas que fizeram parte do processo de elaboração e da trajetória da Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional-1996.

O estudo em pauta fundamenta nos pressupostos e nos fatores que norteiam e estruturam a LDB, ensejando os princípios, fins, objetivos educacionais, a intencionalidade da Lei, os níveis de ensino, as modalidades, reformas e políticas educacionais, financiamento e valorização profissional.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Refletir sobre os princípios, a finalidade e objetivos da educação sob a ótica da LDB-9394/96;

• Apresentar e discutir a organização da educação básica no Brasil, destacando os níveis e as modalidades de ensino;

• Analisar os princípios de financiamento da educação e as políticas de valorização profissional;

• Identificar as políticas públicas, as reformas da educação nacional, seu amparo legal e a contribuição para a sociedade.

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capítulo 1 7

Profa. Maria Gleide Macêdo de SouzaProfa. Maria de Fátima Rolim Cavalcanti dos

Santos

Carga Horária | 15 horas

INTRODUÇÃO Neste capítulo, discutiremos a concepção de Educação, dando um recorte mais aprofundado na Educação brasileira, com seus princípios, finalidades, objetivos a serem conquistados por ela, os direitos e os deveres da sociedade e do Estado brasileiro, no que diz respeito à questão educa-cional. Discutiremos os sistemas de ensino e as funções das diferentes esferas: Federal, Estadual e Municipal, como também a organização do sistema escolar brasileiro. Comecemos, então, procu-rando entender a concepção de educação e de Educação escolar.

1. EDUCAÇÃO BRASILEIRA – A LDB EM DISCUSSÃO: CONCEPÇÃO, PRINCÍPIOS, DIREITOS E SISTEMAS DE ENSINOApresentamos o estudo sobre a legislação brasileira, mas antes teceremos algumas considerações sobre a concepção humana e de educação escolar para melhor compreensão do tema a seguir.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Conhecer a base teórico-legal da educa-ção nacional brasileira.

• Estudar os níveis e as modalidades da educação brasileira.

EDUCAÇÃObRASILEIRA

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capítulo 18

1.1. CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO E DE EDUCAÇÃO ESCOLAR.

De acordo com o conjunto de normas que regulam a educação do Brasil, a edu-cação engloba todos os processos formativos do homem, nos espaços so-ciais: familiar, na escola, no trabalho, nas manifes-tações culturais, enfim, em todos ambientes da convivência humana.

A educação escolar se pauta no desenvolvi-mento do ensino que acontece nas escolas ou em situações específicas fora da escola.

O princípio da educação escolar se concreti-za na vinculação com o mundo do trabalho e com os eventos sociais do indivíduo, que o encaminha à cidadania. Esse tipo de educação se concretiza por ela se realizar no ensino. As-sim podemos refletir que a educação escolar se pauta em diretrizes, leis que regulamentam as ações, o direito e o dever do estado para com a sociedade civil.

Para assegurar o direito à educação, vejamos alguns pontos da Constituição Federal, tam-bém chamada Carta Magna cidadã, segundo Aranha (1996), a Constituição Federal traz em linhas gerais:

• Ensino público gratuito em estabelecimen-tos oficiais;

• Obrigatoriedade do Ensino Fundamental,

estendendo ao Ensino Médio;

• Valorização dos profissionais da educação; • Autonomia universitária; • Determina a aplicação anual de recursos

obtidos pelos impostos pagos à União, aos Estados e aos Municípios;

• Estabelece a educação como direito de to-

dos; • Criação de creches e pré-escolas para

crianças de zero a seis anos; • Universalização e melhoria da qualidade

do ensino; • Sugere a implantação de um plano nacio-

nal de educação.

Assim, a Constituição Federal de 1988 abriu possibilidades para que os brasileiros apostas-sem no poder que essa Lei teria para colocar o país na rota da expectativa, da euforia da legitimação da cidadania.

1.2. A LDB/96: A EDUCAÇÃO NACIONAL NO LABIRINTO DO REAL E DO IDEAL.

Já vimos a concepção de educação e de educa-ção escolar e alguns princípios da Constituição Federal (1988).

Agora vamos dar um passeio na Lei de Diretri-zes e Bases da Educação e conhecer o que essa Lei traz para o sistema escolar brasileiro.

Sabemos que uma legislação tem tudo a ver com a vida da sociedade, pois expressa o di-reito e sugere a instauração da ordem social.

Severino e Brzezinski (2008) dizem que o di-reito nasceu da civilização do homem como maneira de garantir a equidade e a justiça, mas o próprio homem descobriu, pelas suas experiências cotidianas, que o tecido social era marcado por hierarquização, em que ocorriam grandes desequilíbrios. Com essas contradi-ções, a sociedade é marcada por uma grande luta de interesses, gerando conflitos e aspira-ções. Dessa forma, a LDB nasce como media-dora do direito e do dever, propondo novas conquistas à formação da cidadania brasileira.

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capítulo 1 9

Neoliberal:

Neoliberalismo é uma prática político-econômica baseada nas ideias dos pensadores monetaristas (representados principalmente por Milton Frie-dman, dos EUA, e Friedrich August Von Hayek, da Grã Bretanha). Após a crise do petróleo de 1973, eles começaram a defender a ideia de que o governo já não podia mais manter os pesados investimentos que haviam realizado após a II Guerra Mundial, pois agora tinham déficits pú-blicos, balanças comerciais negativas e inflação. Defendiam, portanto, uma redução da ação do Estado na economia. Essas teorias ganharam for-ça depois que os conservadores foram vitoriosos nas eleições de 1979 no Reino Unido (ungindo Margareth Thatcher como primeira ministra) e, de 1980, nos Estados Unidos (eleição de Ronald Reagan para a presidência daquele país). Desde então o Estado passou apenas a preservar a or-dem política e econômica, deixando as empresas privadas livres para investirem como quisessem. Além disso, os Estados passaram a desregula-mentar e a privatizar inúmeras atividades econô-micas antes controladas por eles.

ONG:

Organização Não Governamental, sem fins lucra-tivos.

Filantropia: amor à humanidade.

Filantrópicos: que pratica a filantropia.

Vale ressaltar que esses Artigos mencionados ancoram-se nos Artigos 205 e 206 da Consti-tuição Federal de 1988.

De acordo com o Art. 205 da Constituição Fe-deral e o Art. 2º da LDB/96, a educação tem por finalidade o pleno desenvolvimento do estudante, seu preparo para o exercício da ci-dadania e sua qualificação para o mundo do trabalho. Notificamos que esse objetivo da educação já configurava na Lei 5.692/71 no seu Artigo 1º, chamada de Lei da Reforma de Ensino.

Entendemos, portanto, que o processo edu-cacional não se restringe apenas ao Estado,

Assim a discussão, a votação e a promulgação da atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação se deram num período específico da história político-econômica do Brasil, marcado por uma concepção inovadora de modernidade.

O cenário da globalização, a gestão político--administrativa reata suas alianças com vários parceiros de outros países, inserindo o Brasil no modelo neoliberal.

É nessa ordem social e histórica que a LDB/96 foi promulgada e aprovada no Congresso Na-cional, composta de nove títulos e dois capítu-los. Sua aprovação se deu no dia 17/12/1996 e sancionada pelo Presidente da República em 20/12/1996, publicada no Diário Oficial da União.

Observamos que, em se tratando de uma lei maior da educação nacional, a LDB na visão da sociedade pode ser sempre relativa ao con-teúdo que os atores sociais conseguem nela se inscrever, dado à dinâmica e a interpreta-ções desenvolvidas na prática desses atores, pois sabemos que uma lei não pode expressar substancialmente todas as manifestações e di-vergências, mas há uma conquista possível de representatividade desses atores em debates e em audiências públicas, é o que nos diz Severi-no in Brzezinsk (2008).

É nessa perspectiva que a Lei de Diretrizes e Ba-ses da Educação Nacional regulamenta a edu-cação escolar do Brasil, oferecida nas escolas da rede pública, cuja oferta é gratuita e man-tida pelo governo da esfera Federal, Estadual e Municipal. As escolas privadas são montadas por empresas particulares, com ou sem fins lu-crativos. As entidades sem fins lucrativos estão nas ONGs, grupos comunitários, filantrópicos. Sobre essa questão, vejamos o que diz o Art. 1º da LDB/96: “A educação abrange os pro-cessos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos mo-vimentos sociais e organização da sociedade civil e nas manifestações culturais.”

Ainda sobre o tema, o Art. 2º da LDB/96, “A educação é dever da família e do Estado, inspi-rada nos princípios da liberdade e solidarieda-de humana (...).”

Saiba Mais:

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capítulo 110

mas constitui co-responsabilidade da família e toda a sociedade, pois cabe a essa mesma sociedade reivindicar uma educação pública de qualidade para todos. Ao estudarmos a LDB/96, constatamos sua importância para a formação cidadã do educando, é importante debruçar-se no conhecimento dos princípios e dos fins da educação para melhor entendi-mento da Lei.

1.3. PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO, SEGUNDO A LDB/96

Os princípios gerais de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, a educação brasilei-ra tem por objetivo o desenvolvimento do edu-cando, sua qualificação para o trabalho e o seu preparo para o exercício de cidadania. É dever do Estado e da família proporcionar o acesso à Educação escolar.

Muitos pais pensam que o acesso à educa-ção é apenas direito, não se conscientizando também do dever de acompanhar os filhos e estimulá-los a irem à Escola. À família é asse-gurado, ao mesmo tempo, o dever e o direito.

O artigo 3º da LDB trata dos princípios nor-teadores da Educação, que são: igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola; liberdade de aprender, ensinar, pesqui-sar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; pluralismo de ideias e de concepção pedagógicas; respeito à liberdade, gratuidade

do ensino público, valorização do profissional de educação, gestão democrática, garantia do padrão de qualidade, valorização da experiên-cia extraescolar, vinculação do ensino ao traba-lho e às práticas sociais.

O princípio de igualdade dá condições para o acesso e a permanência na escola, entendi-da como a efetiva democratização do ensino público, permite a qualidade do ensino, para que o cidadão usufrua plenamente do direito à Educação.

Em relação ao princípio da liberdade de apren-der, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber, consideramos esses princípios como fundamentais, pois, sem eles, a educação não seria verdadeiramente um direito de todos.

O respeito à diversidade cultural se debruça no pluralismo, pois convivemos com todas as nações, ideias, religiões, gênero, sexualidade, concepções diferentes. Esse princípio traz o entendimento do aprender a conviver sem ferir os semelhantes.

Outros princípios importantes são da valoriza-ção profissional da educação: a real efetivação desse princípio é necessária para o melhor de-sempenho docente, com melhorias de salários e de formação continuada.

A garantia da qualidade da educação constitui um princípio básico para que o jovem, a crian-ça e o adulto tenham uma educação pública como prática social.

Uma educação pautada no seio de princípios democráticos, não há como prevalecer uma política de exclusão; basta o Estado e a socie-dade civil se conscientizarem disso e cultuar a prática dos direitos humanos.

A Lei na sua essência traz toda uma discussão sobra a humanização da escola e a organização social. Isso se repete no artigo 206 da Consti-tuição Federal 1988, do qual se organizam os princípios da LDB/96. Ela possibilita a inclusão com base no cumprimento dos princípios, dos objetivos e dos fins expressos na organização dos sistemas educacionais. Passamos a conhe-cer a organização da Educação Brasileira, de acordo com a LDB/96.

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capítulo 1 11

A organização do sistema educacional está as-segurada no Art. 8º da LDB/96: “A União, os Estados e os Municípios organizarão, em re-gime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino.”

O referido Artigo se desdobra nos parágrafos 1º e 2º, que tratam da organização da política nacional da educação, da divisão dos níveis, dos sistemas de ensino, das orientações nor-mativas, da articulação entre as instâncias, que ficarão sob a União.

Ainda sobre organização dos sistemas educa-cionais, o Artigo 9º, prevê como incumbência da União: elaboração do Plano Nacional de Educação, estruturar, manter o desenvolvi-mento de órgãos oficiais, cuidar da assistência técnica e financeira aos Estados, aos Municí-pios e ao Distrito Federal, para garantir a da escolaridade obrigatória.

Já o Art. 10º trata da organização, da manu-tenção e do desenvolvimento dos sistemas de ensino, definição com os Municípios, em forma de colaboração, no que diz respeito à oferta da escolaridade. O Art. 1º trata da or-ganização e da incumbência dos Municípios em relação às suas políticas educacionais. O princípio de gestão democrática com que as instituições de educação devem assegurar a participação coletiva, na construção do Projeto Político Pedagógico, encontra-se no Art. 14 da LDB/96 e a estruturação, ou melhor, a compo-sição dos níveis de ensino em Educação Básica (Ed. Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Mé-dio e a Educação Superior são assegurados no Art. 21 da LDB/96).

O estudo tem seus limites diante da profun-didade que a LDB/96 apresenta como uma lei que rege a educação nacional confrontando com os anseios constantes da sociedade sem-pre dinâmica e cheia de requerimentos. Mas a compreensão dos próprios princípios e ob-jetivos da LDB/96 induz uma reflexão crítica e aprofundamento ao desafio que o educador enfrenta ao longo da vida. Entendemos que a lei suscita muitos avanços, restando conquistar a garantia do direito social proposto pela LDB, pois “é com a vida que a legislação tem a ver” diz Severino Brzezinski (2008,p.65).

2. NÍVEIS E MODALIDADES DE ENSINO E SUA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL CONFORME LEGISLAÇÃO VIGENTE

A educação escolar brasileira, de acordo com a LDB n. 9394/96, compõe-se de dois níveis: educação básica e educação superior.

Nesta segunda parte do capítulo, vamos estu-dar a estrutura da educação básica.

2.1. EDUCAÇÃO BÁSICA

A concepção da educação básica no Brasil foi concebida como direito público, destinado à formação comum para todos, em prol de um sistema de ensino público, gratuito, laico, uni-versal, único e obrigatório. Este é um conceito novo e inovador, dando ao povo o direito ao conhecimento pela ação sistemática da orga-nização escolar.

A educação básica é composta de três etapas: educação infantil, ensino fundamental e ensi-no médio. Segundo Cury, “educação infantil é a raiz da educação básica, o ensino fundamen-tal é o seu tronco e o ensino médio é seu aca-bamento” (2008, p.195). A finalidade dessa educação é desenvolver o educando, garantin-do-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e proporcionando-lhe meios para avançar no trabalho e nos estudos posteriores.

2.1.1 EDUCAÇÃO INFANTIL

Na perspectiva atual da educação infantil, destaca-se como um caráter educacional que integra a educação básica e define a sua fina-lidade:

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capítulo 112

Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o de-senvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

Art. 30. A educação infantil será oferecida em:

I. creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;

II. pré-escolas, para as crianças de quatro a

seis anos de idade.

Art. 31. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de pro-moção, mesmo para o acesso ao ensino fun-damental.

Fonte:http//www.planalto.org.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em: 02

de outubro 2010.

De acordo com a Lei, a educação infantil de-senvolve-se em creche (0 a 3 anos) e pré-escola (4 a 6 anos), tendo como finalidade o desen-volvimento integral da criança.

Com a modificação da Lei n. 11.274/2006, que institui o ensino fundamental de nove anos de duração e a inclusão das crianças de seis anos de idade, as etapas iniciais da educa-ção infantil foram reestruturadas, bem como redefinida a faixa etária. A educação infantil destinar-se-á: crianças até três anos de idade (creche) e crianças de quatro a cinco anos de idade (pré-escola) e abre perspectiva para a universalização do atendimento das crianças no ensino fundamental.

Nesse sentido, o trabalho pedagógico tem por objetivo atender às necessidades da faixa etária, com base numa visão da criança como criadora, ser histórico, sujeito de direitos, ca-paz de estabelecer múltiplas relações e pro-dutora de cultura (Brasil, 2006:8). Essa visão muda a perspectiva que se tinha da educação infantil antes da Lei9394/96, que era apenas assistencialista.

2.1.2 ENSINO FUNDAMENTAL

A educação básica como direito, aprovado pela Lei n.11.074/06, pela qual o ensino fun-damental é considerado obrigatório, passa a ser de nove anos, para que se tenha mais tem-po da criança na escola, iniciando-se aos seis anos de idade.

Vejamos como a lei define o ensino fundamen-tal:

Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de nove anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos seis anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cida-dão, mediante:

I. o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II. a compreensão do ambiente natural e so-

cial, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III. o desenvolvimento da capacidade de

aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a forma-ção de atitudes e valores;

IV. o fortalecimento dos vínculos de família,

dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

Fonte:http//www.planalto.org.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em: 02

de outubro 2010.

O ensino fundamental se torna prioridade número um do sistema municipal de ensino,

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capítulo 1 13

podendo até ser penalizado por crime de res-ponsabilidade, caso seja comprovado sua ne-gligência em garantir a oferta desse nível de ensino. Veja o art.87:

§ 2o O poder público deverá recensear os edu-candos no ensino fundamental, com especial atenção para o grupo de 6 (seis) a 14 (quator-ze) anos de idade e de 15 (quinze) a 16 (dezes-seis) anos de idade

§ 3o O Distrito Federal, cada Estado e Municí-pio, e, supletivamente, a União, devem: I – ma-tricular todos os educandos a partir dos 6 (seis) anos de idade no ensino fundamental

O ensino fundamental visa desenvolver no aluno a capacidade de aprender o domínio da leitura, da escrita, do cálculo; desenvolver, também, a capacidade de aprendizagem, o fortalecimento dos vínculos de família, de soli-dariedade e de tolerância recíproca na vida so-cial. Ainda de acordo com a lei, o ensino fun-damental pode organizar-se por séries anuais, por períodos semestrais, por ciclos, por perío-dos de estudos, por grupos não seriados, por idade, por competência, que seja presencial, permitindo complementação dos estudos por meio de ensino a distância.

Para que o ensino fundamental atinja seus ob-jetivos, deve seguir as seguintes regras:

a) o Ensino Fundamental regular deve ser mi-nistrado em língua portuguesa, mas ser assegurado às comunidades indígenas as suas línguas maternas;

b) ter uma carga horária mínima de oitocen-

tas horas, com o mínimo de duzentos dias letivos, excluindo o tempo reservado aos exames finais; a jornada escolar deverá ter um mínimo de quatro horas de trabalho efetivo;

c) o currículo deve ter uma base comum e

ser complementado com uma base diver-sificada para, assim, contemplar as carac-terísticas regionais e locais; a partir da 5ª série (ou 6º ano de escolaridade), deve-se, obrigatoriamente, oferecer uma língua es-trangeira moderna;

d) o ensino fundamental pode ser desdobra-do em ciclos;

e) o ensino fundamental só poderá ser pre-

sencial, mas o ensino a distância só poderá ser utilizado como complemento da apren-dizagem ou em situação emergencial;

f) a matricula para o ensino religioso é facul-

tativa, entretanto constitui disciplina dos horários normais da escola pública;

g) em relação à avaliação do aluno, deve ser

contínua e cumulativa, prevalecendo os aspectos qualitativos sobre os quantita-tivos; a classificação do aluno poderá ser feita em qualquer série, exceto a primeira série, independentemente da escolariza-ção anterior. (BRASIL, LDB nº 9394/96).

O Ensino Fundamental de nove anos traz o desafio e a oportunidade de repensar a escola que temos, na direção de um projeto de escola que tenha como centro de sua atenção refle-xão e ação das crianças em suas características, dimensões e necessidades concretas. Ou seja, um projeto político-pedagógico que materia-lize para todos os brasileiros as condições de aprendizagem voltadas para conhecimentos de diferentes áreas, interligados a linguagens, imagens, sentimentos e relações que apresen-tem e coloquem em debate a realidade e a sociedade na sua contemporaneidade e histo-ricidade.

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capítulo 114

2.1.3 ENSINO MÉDIO

O ensino médio, estruturado para funcionar com duração mínima de três anos, é a etapa final da educação básica e tem a função de fe-char um ciclo de conhecimento e de formação. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na-cional indica que os meios para progredir no mundo do trabalho devem ser desenvolvidos pelo ensino médio como alvo principal, uma vez que a LDB aponta, entre outras finalidades específicas,

a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento poste-riores (art.35)

Veja como a lei n. 9394/, 20 de dezembro de 1996 define o Ensino Médio.

Art. 35. O ensino médio, etapa final da educa-ção básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades:

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I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino funda-mental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar apren-dendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupa-ção ou aperfeiçoamento posteriores;

III - o aprimoramento do educando como pes-soa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

IV - a compreensão dos fundamentos científi-co-tecnológicos dos processos produtivos, re-lacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina

Analisando a lei acima, o ensino médio desti-na-se a preparar os alunos para a continuidade no curso superior ou para um nível técnico.

2.1.4 ENSINO SUPERIOR

A Educação Superior tem por finalidade pre-parar profissionais nas diversas áreas do co-nhecimento, expressa nos artigos 43 a 57 da LDB (Brasil, 1996), objetivando estimular o es-pírito científico, divulgar cultura, desenvolver o pensamento reflexivo, promover o trabalho de pesquisa e a interação dos saberes articulados no locus da universidade.

Faz parte do contexto da Educação Superior:

• Cursos sequenciais por campo de saber; • Graduação para alunos concluintes do En-

sino Médio ou equivalentes que tenham sido classificados em processos seletivos;

• Pós-graduação, compreendendo mestra-

do, doutorado e cursos de especialização, para candidatos egressos da graduação;

• Incentivo à pesquisa e à extensão, para

candidatos que atendam aos pré- requisi-tos da universidade.

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capítulo 1 15

Em atendimento aos dispositivos legais, a uni-versidade precisa estar ancorada como insti-tuição pluridisciplinar de formação docentes para nível superior, de pesquisa, de extensão, caracterizando-se pela produção intelectual e sistemática de temas e de questões relevantes da educação. (LDB-art.52/ 96).

2.2. MODALIDADES

A educação nacional, como já vimos, é dividida em níveis e modalidades, agora iremos apro-fundar um pouco mais em cada uma delas.

2.2.1 EDUCA-ÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Essa modalidade de ensino é volta-da para os jovens e adultos que não conseguiram cur-sar o ensino funda-mental e médio na idade esperada.

A Constituição Federal de 1988 afirma, em seu artigo 208, inciso I, o dever do Estado para com todos aqueles que não têm a escolari-dade básica, quando estabelece que “ensino fundamental é obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso em idade própria” e a LDB, no artigo 5º é clara e exige dos poderes constituídos ofertar para todos a reposição de escolaridade, marcado pelo ensi-no regular, seus conteúdos e modelos.

Vejamos a Lei:

Art. 5º - O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer ci-dadão, grupo de cidadãos, associação comu-nitária, organização sindical, entidade de clas-se ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo.

§ 1º Compete aos Estados e aos Municípios, em regime de colaboração, e com a assistência da União:

I - recensear a população em idade escolar para o ensino fundamental, e os jovens e adul-tos que a ele não tiveram acesso;

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II - fazer-lhes a chamada pública;

III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.

§ 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Público assegurará em primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatório, nos termos deste artigo, contemplando em seguida os demais níveis e modalidades de ensino, conforme as prioridades constitucionais e legais.

§ 3º qualquer das partes mencionadas no ca-put deste artigo tem legitimidade para peti-cionar no Poder Judiciário, na hipótese do § 2º do art. 208 da Constituição Federal, sendo gratuita e de rito sumário a ação judicial cor-respondente.

§ 4º Comprovada a negligência da autoridade competente para garantir o oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de responsabilidade.

§ 5º Para garantir o cumprimento da obrigato-riedade de ensino, o Poder Público criará for-mas alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino, independentemente da escolariza-ção anterior.

Fonte:http//www.planalto.org.br/ccivil_03/leis/L9394.htm.Acesso em: 02 de

outubro 2010

Ainda no que diz respeito à educação de jo-vens e adultos, vejamos o que fala a Lei:

Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamen-tal e médio na idade própria.

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capítulo 116

§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gra-tuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, con-sideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.

§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e comple-mentares entre si.

§ 3o A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a educa-ção profissional, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)

Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cur-sos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitan-do ao prosseguimento de estudos em caráter regular.

§ 1º Os exames a que se refere este artigo re-alizar-se-ão:

I - no nível de conclusão do ensino fundamen-tal, para os maiores de quinze anos;

II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.

Após dez anos de legislação, essa modalidade de ensino passa a ser contemplada pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educa-ção Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), pela Emenda Consti-tucional n. 53/2006. Assim, a distribuição dos recursos se faz no cômputo das matrículas para recebimentos de recursos provenientes do FUNDEB.

2.2.2 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

De acordo com os objetivos estabelecidos da atual legislação, a educação profissional apre-senta-se em três níveis: básico, técnico e tec-nológico.

O nível básico é a modalidade de educação não formal, qualificante, mas que não habilita a base curricular, não é estabelecida formal-mente. Esse nível é destinado a trabalhadores jovens e adultos independentemente de esco-laridade.

Vejamos o Decreto n. 2.208/97:

Art. 4º - A educação profissional de nível bá-sico é modalidade de educação não formal e duração variável, destinada a proporcionar ao cidadão trabalhador conhecimentos que lhe permitam reprofissionalizar-se, qualificar-se e atualizar-se para o exercício de funções de-mandadas pelo mundo do trabalho, compa-tíveis com a complexidade tecnológica do tra-balho, o seu grau de conhecimento técnico e o nível de escolaridade do aluno, não estando sujeita à regulamentação curricular.

O nível técnico tem organização curricular própria, independentemente do ensino médio e deve seguir as diretrizes curriculares postas pelo Conselho Nacional de Educação, enqua-

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capítulo 1 17

drando-se na modalidade de educação formal, em que há normas pedagógicas, critérios de egressos e perfis de saída.

O nível tecnológico destina-se a cursos de nível superior tanto de graduação ou de pós-gra-duação de jovens e adultos, que têm objetivos claros para atender a demanda das oportuni-dades nos diversos setores da economia, como também desenvolver potencialidades de uma clientela dentro da área tecnológica.

2.2.3 EDUCAÇÃO ESPECIAL

“Não ouço nada, mas sinto tudo. E isso me deixa feliz”, diz Ângela. (Ângela Baasch tem 11 anos e é estudante e dançarina - Aluna da 4ª série da EM Nossa Senhora do Carmo, em Curitiba)

Mediante essa afirmação, percebemos que essa aluna se enquadra na modalidade de educação escolar que a LDB de 1996 (art. 58,§ 3º) entende como educação especial, e que é dever do Estado oferecer a educação especial prevista na Constituição Federal 1998 (art. 205 e 208). Vejamos a Lei:

Art. 208. O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de:

III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencial-mente na rede regular de ensino;

IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 a 6 anos de idade.

Vamos entender melhor o que seja educação especial apresentando alguns conceitos. Você sabe quais as necessidades especiais presentes na educação básica? Vamos lá!

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alunos que apresentam deficiências (mental, visual, auditiva, física/motora e múltiplas); condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos, bem como de alunos que apresen-tam altas habilidades/superdotação (BRASIL, 2001b, p. 19).

De acordo com a Declaração de Salamanca so-bre Princípios, Política e Prática em Educação Especial, Espanha (1994), o Brasil se compro-meteu a cumprir os princípios democráticos, de igualdade de direitos e respeito ao ser hu-mano em suas diferenças. (UNESCO, 1994)

Afinal, o que é educação e inclusão? Educar é incluir, é favorecer a aquisição de competên-cias e de habilidades que proporcionem con-dições de inclusão do indivíduo no mundo. Segundo Garcia (2008, p.29), “inclusão não é apenas uma palavra da moda, é uma neces-sidade humana. Todos querem fazer parte de uma comunidade, pertencer a um grupo”.

O que seria um aluno de educação especial?

Um educando que requer recursos pedagógi-cos e metodologias educacionais específicas. Genericamente chamado de portador de ne-cessidades especiais, classifica-se em: portador de deficiências (visual, auditiva, mental, física e múltipla), portador de condutas típicas (pro-blemas de conduta decorrentes de síndromes de quadros psicológicos e neurológicos que acarretam atrasos no desenvolvimento e pre-juízos no relacionamento social) e o de altas habilidades (com notável desempenho e ele-vada potencialidade em aspectos acadêmicos, intelectuais, psicomotores e artísticos).

Conforme dados do Instituto Nacional de Edu-cação e Pesquisa (INEP), são apontados as se-guintes Deficiências Físicas ou Necessidades Especiais, totalizando onze: Cegueira, Baixa

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capítulo 118

Visão, Surdez, Deficiência Auditiva, Surdoce-gueira, Deficiência Física, Deficiência Mental, Transtornos Invasivos do Desenvolvimento, Síndrome de Down, Deficiência Múltipla, Altas Habilidades/Superdotação.

Ainda segundo o INEP, em 2007, com relação aos dados da educação especial, o Censo Es-colar registra uma evolução nas matrículas, de 337.326 em 1998 para 700.624 em 2006, ex-pressando um crescimento de 107%. No que se refere ao ingresso em classes comuns do ensino regular, verifica-se um crescimento de 640%, passando de 43.923 alunos em 1998 para 325.316 em 2006,

O processo de inclusão desses alunos, porta-dores de necessidades educacionais especiais, constitui um desafio imenso para os sistemas de ensino com o atendimento em classes co-muns e em classes especiais do ensino regular e do EJA.

Para atender esse público, deve ter uma pe-dagogia centrada no aluno. O professor deve mudar sua perspectiva social, valorizando mais o potencial que a incapacidade dos educan-dos. Para isso, é necessário que os professores tenham uma formação para uma educação inclusiva antes mesmo de receber os alunos especiais. No Brasil, ocorreu o contrário, inclu-são, primeiro, antes mesmo de formar profes-sores.

Vejamos o que diz a LDB sobre esse aspecto:

III. professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensi-no regular capacitados para a integração des-ses educandos nas classes comuns;

IV. educação especial para o trabalho, visando à sua efetiva integração na vida em socieda-de, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no tra-balho competitivo, mediante articulação com os órgão oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;

V. acesso igualitário aos benefícios dos progra-mas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. (art. 59)

Vejamos, a seguir, qual é a função das institui-ções que oferecem educação especial:

• Integração plena na rede regular de ensi-no, com ou sem apoio em sala de recursos.

• Classe especial em escola regular. Pelas di-

ficuldades de integração dos alunos em salas de ensino regular, algumas escolas optam pela organização de salas de aula exclusivas ao atendimento de alunos com necessidades especiais.

• Escola especializada, destinada a atender

os casos em que a educação integrada não se apresenta como viável, seja pelas con-dições do aluno, seja pelas do sistema de ensino.

2.2.4 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Você já parou para pensar na modali-dade de ensino na qual você está in-serida?

O relatório da As-sociação Brasilei-ra de Educação a Distância (Abraed, 2006) apresenta Figura 06

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capítulo 1 19

os seguintes dados da educação a distância: em 2006, 127 cursos, 96 oferecidos por uni-versidades e centros universitários e 31 por IES isoladas. Informa ainda a existência de 9.800 alunos do Sistema de Universidade Aberta do Brasil.

Para se ter uma ideia mais ampla do cresci-mento dessa modalidade de ensino no Brasil, o Instituto Nacional de Ensino e Pesquisa (INEP) obteve o seguinte resultado: em 2006, eram 2,4 milhões, em 2009, 6,4 milhões de alunos matriculados em cursos livres online e seqüen-ciados, um avanço de 62,5%. Em 2002, o nú-mero de instituições de ensino era de 25, com a oferta de 46 cursos e passou, em 2008, para 115, com a oferta de 647 cursos.

Mediante esse crescimento da educação a dis-tância, as bases legais só foram estabelecidas em 1996, pela LDB por causa do crescente acesso à internet nos últimos anos.

A educação a distância caracteriza-se pelo es-tabelecimento de uma comunicação de múl-tiplas vias, suas possibilidades ampliaram-se em meio às mudanças tecnológicas como uma modalidade alternativa para superar limites de tempo e de espaço. Seus referenciais são fun-damentados nos quatro pilares da Educação do Século xxI, publicados pela UNESCO, que são: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser.

Vejamos algumas ações e programas da EAD:

• e-Proinfo - O Ambiente Colaborativo de Aprendizagem (e-Proinfo) é um ambiente virtual colaborativo de aprendizagem que permite a concepção, a administração e o desenvolvimento de diversos tipos de ações, como cursos a distância, comple-mento de cursos presenciais, projetos de pesquisa, projetos colaborativos e diversas outras formas de apoio a distância e ao processo ensino-aprendizagem.

• e-TEC - lançado em 2007, o sistema Escola

Técnica Aberta do Brasil (e-Tec) visa à ofer-ta de educação profissional e tecnológica a distância e tem o propósito de ampliar e democratizar o acesso a cursos técnicos de nível médio, públicos e gratuitos, em regi-

me de colaboração entre União, estados, Distrito Federal e municípios. Os cursos serão ministrados por instituições públi-cas. O MEC é responsável pela assistência financeira na elaboração dos cursos. Aos estados, ao Distrito Federal e aos municí-pios cabe providenciar estrutura, equipa-mentos, recursos humanos, manutenção das atividades e demais itens necessários para a instituição dos cursos. A meta é es-truturar mil polos e atender 200 mil alunos até 2010.

• Programa Nacional de Tecnologia Educa-

cional (ProInfo) - É um programa educa-cional com o objetivo de promover o uso pedagógico da informática na rede pública de educação básica.

O programa leva às escolas computadores,

recursos digitais e conteúdos educacionais. Em contrapartida, estados, Distrito Federal e municípios devem garantir a estrutura adequada para receber os laboratórios e capacitar os educadores para uso das má-quinas e tecnologias.

• A TV Escola é um canal de televisão do Mi-

nistério da Educação que capacita, aperfei-çoa e atualiza educadores da rede pública desde 1996. Sua programação exibe, nas 24 horas diárias, séries e documentários estrangeiros e produções próprias.

Os principais objetivos da TV Escola são o aperfeiçoamento e a valorização dos professo-res da rede pública, o enriquecimento do pro-cesso de ensino-aprendizagem e a melhoria da qualidade do ensino.

A TV Escola é dividida em faixas: educação infantil, ensino fundamental, ensino médio,

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capítulo 120

Salto Para o Futuro e Escola Aberta. Existe ain-da, em horário especial, uma faixa destinada a cursos para a formação continuada de educa-dores, em que são oferecidos cursos de aper-feiçoamento das línguas inglesa, espanhola e francesa.

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RESUMONeste capítulo, você estudou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, nº 9394/96, fazendo um breve histórico da sua trajetória no contexto da globalização, articulando com a Constitui-ção Brasileira, conhecendo os artigos de que tratam da Educação. Conheceu também os princípios, os fins, a estrutura organizacional brasileiros: níveis de ensino vigentes: Educação Básica e a Superior e as modalidades da edu-cação: profissional, de jovens e adultos, educa-ção especial e educação a distância.

Você precisa compreender não só a Lei de que o ensino brasileiro se utiliza, mas sobretudo o seu papel social.

REFERÊNCIAS:ABRAED- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCA-ÇÃO A DISTÂNCIA.Relatório da Associação Bra-sileira de Educação a Distância,ABRAED,2006.ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. 2ª ed. rev. Atual-São Paulo: Moder-na,1996.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Pare-cer 17/2001, de 3 de julho de 2001. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educa-ção Básica. Brasília: CNE, 2001b.

BRANDÃO, Carlos da Fonseca. Estrutura e fun-cionamento do Ensino. São Paulo, Avercamp, 2004.

BRZEZINSKI, Iria(org.). LDB dez anos depois: reinterpretando sob diversos olhares. 2ªed. São Paulo: Cortez, 2008.

CURY, C. R. J.A Educação Básica como Direito. Cadernos de Pesquisa, v.38,n.134,p.293-303, maio/agosto.2008.

____________ Ideologia e Educação Brasileira: católicos e liberais. 3ed. São Paulo: Cortez/au-tores associados, 1996. INEP, em 2007Emenda Constitucional n. 53/2006.

REFERÊNCIAS WEBGRÁFICAS Para ter acesso ao site do FNDE com toda a legislação pertinente:

http://www.fnde.gov.br/index.php/fundeb-

legislacaoFonte: http://prof.flor.caxico.zip.net/arch2010-02-01_2010-02-15.html.Acesso em: 03 de outubro de 2010

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Fonte:http://cafisiochristus2010.blogspot.com/2010/02/ensino-distancia-ead.html. Acesso em: 02 de outubro de 2010

Fonte:http//www.planalto.org.br/ccivil_03/leis/L9394.htm.Acesso em: 02 de outubro 2010.www.educacional.com.br/legislacao/leg_viii.asp

UNESCO. Declaração de Salamanca sobre Prin-cípios, Políticas e Práticas em Educação Espe-cial. Salamanca, Espanha, jun.1994

BRASIL. INEP. Censo Escolar, 2006. Disponível em: <http:// http://www.inep.gov. br/basica/censo/default.asp >. Acesso em: 20 de jan. 2007.

www.amazon.com.access e o www.diciona-riolibras.com.br

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capítulo 1 21

1. De acordo com o que estudamos, cite três princípios da LDB para educação brasileira e faça um comentário sobre eles, ressaltando sua importância na formação do cidadão.

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2. Como o ensino de nove anos é contemplado na LDB?

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3. Analise a Constituição Federal e a LDB e cor-relacione os artigos de que tratam a educa-ção como direito de todos, dever do Estado e da família.

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Atividades:

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capítulo 2 23

Profa. Maria Gleide Macêdo de SouzaProfa. Maria de Fátima Rolim Cavalcanti dos

Santos

Carga Horária | 15 horas

INTRODUÇÃO O capítulo que estudaremos agora traz uma análise reflexiva das reformas educacionais ocorridas no governo Vargas até os dias atuais, ressaltando as contribuições dessas reformas no cenário educacional. Além disso, você conhecerá as políticas públicas contempladas pela LDB com seus avanços e limites.

Assim é no final do século Ix e primeiras décadas do século xx que acontecem os movimentos em prol da organização e da expansão da escola pública. Esses movimentos, de natureza progressis-ta, de otimismo pedagógico, constituíram um marco da história da educação no Brasil.

As reivindicações por uma escola pública, gratuita, obrigatória e laica¹ para todos geraram as condições para a publicação de um documento conhecido como Manifesto dos Pioneiros da Edu-cação Nova, em 1932. Este pode ser considerado a primeira tentativa de elaboração de um plano de educação para o país, como a “mais nítida e expressiva tomada de consciência da educação com um problema nacional.” (Azanha, 1998).

Esse manifesto dos pioneiros da escola nova foi elaborado por Fernando Azevedo² e assinado por vinte e seis educadores.

Você quer saber mais sobre a reforma educacional brasileira? Vamos lá.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Analisar a trajetória das reformas edu-cacionais brasileira

• Mostrar as principais políticas públicas governamentais como direito constitu-ído ao cidadão brasileiro

REFORMAS E POLÍTICAS

EDUCACIONAIS: DILEMAS PARA

A MELHORIA DA QUALIDADE DA

EDUCAÇÃO

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capítulo 224

Se você, cursista, fizer uma análise dos estu-dos feitos até aqui, deve ter percebido que a educação brasileira tem muito a ver com a tra-jetória política, ideológica e as relações econô-micas e sociais.

Ao tomar por base as ideias de Romanelli (1987), ela expõe três fases:

A primeira fase é 1930 a 1937 – Atuação do governo provisório com Getúlio Vargas. Na educação destacamos a Reforma Francisco Campos em 1931 e o embate dos Pioneiros da Educação contra as forças conservadoras do período.

E o que propôs essa Reforma?

Representou de fato uma ação, não apenas de organização estadual, mas uma ação de pla-nejamento nacional. Os decretos que efetivam a reforma Francisco Campos, além dos que dispõem sobre o regime universitário, criam o Conselho Nacional de Educação, dispõem a organização do ensino secundário e do comer-cial.

O estatuto das universidades brasileiras trata da incorporação de, pelo menos, três institu-tos de Ensino Superior: Direito, Medicina e de Engenharia ou substituindo um deles, poderia ser a Faculdade de Educação, Ciências e Letras, esta Voltada para o magistério secundário.

Em relação ao ensino secundário, a reforma propõe: dois ciclos – um, fundamental, de cin-co anos e outro, complementar, de dois anos, este ensejando a preparação para o curso su-perior.

Apesar do real avanço, observamos que há al-gumas críticas: o ensino fundamental foi leva-do ao descaso, e a formação de professores não se concretiza de fato, e a falta de articu-lação entre o ensino secundário e o comercial evidencia a rigidez do sistema.

O ensino universitário, embora tenha passado por grandes dificuldades, consegue despontar com a organização de algumas universidades já existentes e a criação de outras, pois os de-cretos de Francisco Campos imprimiram nova orientação voltada para maior autonomia di-dática e administrativa, interesse pela pesqui-sa, difusão da cultura, objetivando os benefí-cios da comunidade. (Aranha, 1986).

De acordo com Romanelli (1987), o período de 1937 a 1946, vivencia outra fase do Governo Vargas, um período de regime político totali-tário, denominado de Estado Novo. No campo educacional, destacamos as Leis Orgânicas de Ensino¹, empreendidas pelo Ministro Gustavo Capanema, objetivando também reformas no ensino.

A principal caracterização da Reforma Capa-nema constituía na aprovação de decretos-leis que organizavam o ensino da seguinte forma: o curso secundário é novamente reestrutura-do, passando a ser constituído do ginásio de quatro anos e o colegial de três anos com pre-dominância em humanidades e científico.

Sobre isso, Romanelli (1987) diz que o ensino secundário proposto pela Lei Orgânica da Re-forma Capanema deveria proporcionar cultura geral e humanística, fomentar uma ideologia política, definida em termos de nacionalismo de caráter facista², proporcionar condições para o ingresso no curso superior e incentivar a formação de lideranças.

Vemos que, em pleno processo de industria-lização do país, persiste a Escola Acadêmica. Os cursos mantidos pelo sistema oficial não acompanham o desenvolvimento tecnológico

1. Laico – leigo Leigo - o que é estranho ou alheio a um as-

sunto. 2. Funcionário público, sociólogo e educador,

nascido em Minas Gerais, foi um dos respon-sáveis pela reforma de ensino no Brasil.

Saiba Mais:

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capítulo 2 25

1. Lei Orgânica – destacamos algumas das re-gulamentações por decretos-leis, a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Indus-trial (SENAI), do Serviço Nacional de Apren-dizagem Comercial (SENAC).

2. Facista – O termo deriva de fascio, o símbolo

romano dos magistrados representado por um machado rodeado de varas. Simboliza-va a unidade do povo (as varas unidas) e o poder da justiça do Império (o machado). É também usado de forma negativa, indicando um indivíduo radical, forte e intransigente.

Saiba Mais:

da industrialização. Os sistemas oficiais são mais procurados pela classe média nos cursos de formação, desejando ascensão social, des-prezando assim os cursos profissionalizantes. (Aranha, 1996).

Pelo estudo, entendemos que a intenção de Gustavo Capanema, ministro da Educação no Governo Vargas, era a elaboração de uma lei geral de ensino, para então propor um plano educacional para controlar e orientar as ques-tões político-ideológicas e as ações educativas, mas seu objetivo não foi concretizado. (Saviani 1998)

Em 1946, é votada a Constituição que reflete o processo de redemocratização do país, após a ditadura Vargas. Os pioneiros da educação retomam suas lutas pelos valores já defendidos em 1934, em defesa da escola pública.

Assim sendo, inicia-se o movimento em torno do projeto de Lei para a construção das Diretri-zes e Bases da Educação no Brasil.

Em 1961, após treze anos de discussão, é pro-mulgada a primeira lei que regulamenta as Di-retrizes e Bases da Educação Nacional, a Lei n° 4.024/61.

Até certo ponto, não há alteração na estrutura do ensino, comparado com a reforma Capane-ma, mas favorece a mobilidade entre os cur-sos. Outro avanço encontra-se no secundário, menos enciclopédico, com significativa redu-ção do número de disciplinas.

Contudo, são inúmeras as desvantagens da

Lei. Apesar das lutas para que o estado desti-nasse recursos apenas para a educação públi-ca, também destina às escolas privadas.

De acordo com Aranha (1996), criam-se o Conselho Federal e o Conselho Estadual de Educação, mas as escolas particulares continu-am a luta em defesa de recursos financeiros provenientes do estado.

Sabe cursista, com relação à Reforma Capane-ma, a intenção do Ministro Capanema era ela-borar uma lei geral de ensino, para depois pro-por um plano de educação com a finalidade de orientar e pôr controle nas manifestações político-ideológicas.

O outro período, de 1946 a 1964, vivencia o nacionalismo desenvolvimentista do estado e o privatismo, que pregava a liberdade de ensino, entrara em conflitos e foram pontos presentes na Lei 4.024/61, referindo a distribuição de re-cursos públicos e dos quais as escolas privadas queriam usufruir.

De acordo com Azanha (1998), o primeiro pla-no de Educação do Brasil é de 1962, orienta-do pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1961). Para Azanha, esse Plano de Educação passou por revisões em virtude da criação do ginásio com enfoque para o trabalho e a de-terminação do salário-educação. Embora fosse o alvo do plano não constituir um conjunto de metas¹ e objetivos da educação no Brasil.

Nas ideias de Savianí (1998) vale salientar que, com os militares no poder, a concepção tec-nicista na educação transforma os ideais de plano nacional em racionalidade tecnocrática, pois o Ministério da Educação era subordina-do ao Ministério do Planejamento, limitando ainda mais as ações educacionais, em razão da educação nunca ser prioridade para os gover-nos.

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capítulo 226

A reforma tecnicista em educação, segundo Aranha (1996), propõe adequar a educação às exigências da industrialização e à tecnologia da época. Nessa perspectiva, o professor é um técnico, imbuído de objetividade, de eficiência, de ordenamento sequencial de metas a serem atingidas e assessoradas por outros técnicos.

Ainda nesse período, destacamos a Reforma Universitária, que trata do ensino de tercei-ro grau, com várias modificações na LDB de 1961.

Essa reforma unifica o vestibular e concentra as faculdades em universidades para melhor encaminhamento de recursos. Cria cursos de curta e de longa duração e desenvolve progra-mas de pós-graduação.

Outra reforma que merece discussão é do en-sino de 1º e 2º graus. Essa mudança se con-figura no período mais tenebroso da ditadura militar.

A referida reforma se materializa com a Lei 5.692/71 ², aglutinados, extingue os exames de admissão, o trampolim do curso primário para o ginásio. Há uma integração dos cursos primário, ginásio, secundário e profissionali-zante, garantindo os princípios de continuida-de e terminalidade.

A continuidade era a passagem de uma série para outra, do 1º até o 2º Grau. O princípio da terminalidade garantia o término de cada nível e a preparação do aluno para o mercado de trabalho.

Essa reforma, como qualquer outra, apresen-ta avanços e retrocessos, embora apresente in-tencionalmente a ideia de melhoria educacio-nal, a lei que dava suporte à reforma foi uma

imposição à nossa realidade, pois se compara-va a moldes de outros países.

Caro cursista, você percebeu que a Educação brasileira foi marcada sempre por reformas, tentando oferecer à sociedade uma formação de qualidade?

1. Meta – de acordo com Aurélio (1996) signi-fica alvo, mira objetivo.

2. Conheça sobre essa Lei 5.692/71 no site

www.planalto.gov.br/ccivil3/leis

Saiba Mais:

Mas ao longo da história, percebemos que muitas propostas não deram certo, outras sim. Pois bem, talvez o que tenha marcado tudo seja o descaso do poder público?

Reflita sobre essa ideia e aprimore seus conhe-cimentos.

No contexto das reformas, várias foram as pro-postas de elaboração de um plano de educa-ção que atendesse aos objetivos e às metas das leis em vigor, mediante estratégias direciona-das à realidade educacional brasileira, mas fo-ram tentativas frustradas, pelo fato de que os governantes não encararem a educação como prioridade, esvaziando-se nos discursos políti-cos e na descontinuidade das ações adminis-trativas dos planos governamentais, segundo Saviani( 1998).

O Plano Nacional de Desenvolvimento da Nova República propunha que o sistema educacio-nal fosse organizado em torno de um “Plano de Educação para todos”³, fracassado pelos interesses clientelistas da época.

A discussão sobre o tema perdurou por algum tempo e assim dera entrada para aprovação do projeto formulado pela sociedade brasileira e ao projeto do MEC/INEP, tendo sido levado para aprovação o que ocorreu em janeiro de 2001, pela preferência dada ao projeto elabo-rado pela sociedade.

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capítulo 2 27

3. Conheça sobre o Plano Nacional de Educa-ção para Todos no site:

www.planalto.gov.br

Saiba Mais:

O PNE foi aprovado pelo Congresso Nacional, por intermédio da Lei 10.172 de 09/01/2001, com duração de dez anos. Cabe aos Estados e aos Municípios organizarem seus planos dece-nais, atendendo à especificidade local.

Foi o primeiro plano a ser aprovado pelo Con-gresso Nacional, por exigência tanto da Cons-tituição Federal de 1988 (Art. 214) como da LDB/1996 (Art. 87,§ 1º).

O plano vigente resultou da discussão do Po-der Legislativo e do Senado, de dois projetos de lei, o do MEC e da sociedade civil, contêm como metas prioritárias:

• Melhoria da qualidade do ensino;

• Acesso à escola pública;

• Democratização da gestão e do ensino pú-blico;

• Altos índices de escolaridade.

E assim, cursista, termina aqui, a nossa discus-são sobre como as reformas da Educação bra-sileira serviram como planejamento emergen-te, para corrigir distorções e qualificar nossa educação.

Você entendeu bem o assunto? Leia e reflita sobre o tema em questão.

1. OS PROGRAMAS DO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃOVocê, até agora, já estudou sobre a estrutura e o funcionamento da educação brasileira, seus níveis e modalidades.

Neste capítulo, iremos conhecer os programas financiáveis pelo Ministério de Educação-MEC e Fundo Nacional de Desenvolvimento da Edu-cação –FNDE.

Para esquentar nossa conversa, faremos alguns questionamento para que você possa refletir um pouco mais na educação brasileira, na qual está inserida.

Você sabe como o governo sustenta toda a educação no país? De onde vem o dinheiro que apoia todos os programas do MEC? Como funciona o FNDE?

Diante desses questionamentos, iremos iniciar nosso colóquio dizendo que a maior parte dos recursos que financiam o ensino básico e mé-dio provém do Salário-Educação. Aí vem outra pergunta: o que é Salário-Educação?

O Salário-Educação foi regulamentado em 1964, pela Lei 4.462 e previsto no art. 212, parágrafo 5º, da Constituição Federal, com o qual as empresas ficariam sujeitas a contribuir com o percentual de 2,5 % do valor da folha de pagamento dos empregados durante o mês. Os outros 80% vêm dos impostos, que são convertidos em orçamento municipal, es-tadual ou federal.

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capítulo 228

Vejamos então a proporção de quem arca com as despesas da educação brasileira: a União responde por cerca de 18% do total dos re-cursos da Educação, os estados e o Distrito Federal por 42% e os municípios pelos 40% restantes.

A captação e a distribuição dos recursos são feitas pelo FNDE. Esses recursos são dirigidos à aquisição de material permanente e de con-sumo, necessários ao funcionamento da esco-la; à capacitação e à formação continuada de professores; à avaliação de aprendizagem; à implementação de projeto pedagógico; à pro-dução e à impressão de material didático- pe-dagógico.

• 180 reais Custo mensal de um aluno das séries iniciais.

• 60% Índice dos recursos da Educação usa-

dos para pagar professores, gestores e funcionários.

• 27% Parcela aplicada na manutenção das

escolas. • 6,6% Fatia destinada à construção e aos

reparos das instalações. • 0,4% Total investido na área de pesquisa

em Educação. Fonte: Inep/MEC. Dados de 2007 ( www.inep.gov.br)

Veremos agora alguns dos programas apoia-dos pelo FNDE, que são:

1.1. PROGRAMA DINHEIRO DIRETO NA ESCOLA (PDDE)

A finalidade do PDDE é prestar assistência fi-nanceira às escolas de ensino fundamental das redes estadual, municipal e do Distrito Federal, com mais de 20 alunos e às escolas de edu-cação especial mantidas por entidades não-governamentais, sem fins lucrativos, registra-das no Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS).

O objetivo desse programa é a melhoria das infraestruturas física e pedagógica, como tam-bém o envolvimento da comunidade escolar a fim de otimizar a aplicação dos recursos.

1.2. PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR (PNAE)

O PNAE foi criado em 1955, com a visão de garantir alimentação aos alunos da educa-ção pré-escolar e do ensino fundamental das escolas públicas federais, estaduais e munici-pais. Mas foi em 1988, com a promulgação da nova Constituição Federal, que o direito à alimentação escolar para todos os alunos do

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capítulo 2 29

Ensino Fundamental foi assegurado. Conforme disposto no artigo 7º, da Lei nº 11.947/2009, que dispõe sobre a alimentação escolar, e no artigo 7º, da Resolução do FNDE nº 38/2009, que regulamenta alguns itens da lei, os es-tados poderão transferir a seus municípios a responsabilidade pelo atendimento aos alunos matriculados nos estabelecimentos estaduais de ensino, localizados nas respectivas áreas de jurisdição e, nesse caso, autorizar o repasse de recursos do FNDE referentes a esses estudantes diretamente ao município.

Vejamos Lei n.º 11.947, de 16 de junho 2009.

§ 5o Para os fins deste artigo, a critério do FNDE, serão considerados como parte da rede estadual, municipal e distrital, ainda, os alunos matriculados em:

I - creches, pré-escolas e escolas do ensino fun-damental e médio qualificadas como entida-des filantrópicas ou por elas mantidas, inclusi-ve as de educação especial;

II - creches, pré-escolas e escolas comunitárias de ensino fundamental e médio conveniadas com os Estados, o Distrito Federal e os Muni-cípios.

Fonte:www.fnde.gov.br/.../programas-alimentacao-escolar. Acesso em: 10

de outubro de 2010

O objetivo do PNAE é garantir, pelo menos, uma refeição diária nos dias letivos. Cada re-feição deve oferecer aproximadamente 350 quilocalorias (Kcal) e 9 gramas de proteínas. Dessa forma, a alimentação escolar deve possi-bilitar a cobertura de, no mínimo 15% das ne-cessidades diárias do aluno. Desde 2004 que o novo valor estipulado pelo governo brasileiro é R$ 0,18.

O programa é acompanhado e fiscalizado di-retamente pela sociedade, por meio dos Con-selhos de Alimentação Escolar (CAEs), pelo FNDE, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pela Secretaria Federal de Controle Interno (SFCI) e pelo Ministério Público.

1.3. PROGRAMAS DO LIVRO (PLI)

Você sabe como funcionam, então, os progra-mas do livro?

quais são os participantes desses programas?

Para responder a esses questionamentos, con-vidamos você a percorrer conosco esse tópico.

Em 1985, foi criado o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), cuja concepção de dis-tribuição tinha como tônica a melhoria da qua-lidade de ensino, assim como a formação de leitores. Em 1997, a responsa¬bilidade pela política de execução do PNLD é transferida inte¬gralmente para o FNDE (Libâneo, 2008). O programa foi então expandido com a im-plementação do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE). Já em 2004, foi implantado o Programa Na¬cional do Livro para o Ensino Médio (PNLEM). Com relação ao PLA (Progra-ma Nacional do Livro Didático para Alfabeti-zação de Jovens e Adultos), de acordo com o FNDE, foi criado pela Resolução nº18 de 2007.

Como você pode ver, o PLI está composto de programas:

A) Programa Nacional do Livro Didático (PNLD)

B) Programa Nacional do Livro para o Ensino

Médio (PNLEM). C) Programa Nacional do Livro Didático para

Alfabetização de Jovens e Adultos (PLA)

O objetivo do PNLD é suprir as escolas das re-des federal, estadual e municipal com livros

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capítulo 230

didáticos, dicionários e obras complementa-res escolhidos pelos professores com base nas obras selecionadas pelo Mec.

O Programa Na¬cional do Livro para o Ensino Médio (PNLEM) prevê a universalização de li-vros didáticos para os alunos do ensino médio público de todo o país. Conforme o FNDE, em 2006, foram adquiridos 7,2 milhões de volu-mes para serem utilizados em 2007, por 6,9 milhões de alunos, ficando 300 mil exemplares para compor a reserva técnica. Foram adquiri-dos, ainda, 1,9 milhão de livros de português e matemática para reposição dos que foram distribuídos no ano anterior.

Em 2007, foi feita a escolha dos livros didáti-cos de história e de química, usados em 2008, ano em que foram incluídas as disciplinas de geografia e física para serem utilizadas em 2009, completando, assim, a universalização do atendimento do ensino médio.

São também beneficiados todos os alunos cegos ou com deficiência visual, por meio do programa livro didático em Braille.

O FNDE está aumentando gradativamente a transcrição dos livros em Braille? Já foram trans-critas as cinco coleções escolhidas de todos os componentes curriculares do ensino fundamen-tal. Foi ampliado o atendimento para o ensino médio, com a distribuição de livros em Braille das disciplinas química, Matemática e Língua Portu-guesa e, ainda, a distribuição de livros em áudio dos componentes de História e Biologia. Alguns títulos de literatura estão em processo de trans-crição.

Fonte: www.fnde.gov.br/index.php/leb-legislação-e-consultas. Acesso em: 10 de outubro de 2010

Saiba Mais:

Para que todos os alunos recebam livros, é necessário que, anualmente, as escolas preen-cham corretamente o censo escolar, inserindo o número exato de alunos a cada início de ano. Além disso, elas devem ficar atentas à possível necessidade de remanejamento dos livros, as-sunto a ser tratado mais adiante.

Vejamos os objetivos dos programas de livro:

•promover a melhoria da qualidade do pro-cesso ensino-aprendizagem nas escolas públi-cas do ensino fundamen¬tal e médio;

•promover padrões de melhoria da qualida-de física e da qualidade pedagógica dos livros utilizados nas escolas públicas, resultando em melhoria dos livros utilizados nas escolas pri-vadas.

•incentivar a participação do professor no pro-cesso de escolha dos livros didáticos e na utili-zação de acervos literá¬rios;

•estimular a leitura para a formação da cons-ciência crítica nos alunos e nos professores de escolas públicas

Pois bem, agora que você já conheceu os as-pectos gerais de como o FNDE e seus parceiros executam o PNLD, vamos dar uma olhada no atendimento efetuado pelo programa nesses últimos anos. Observe cuidadosamente a ta-bela ao lado:

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capítulo 2 31

Emenda Constitucional nº 59, de 2009:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constitui-cao/Emendas/Emc/emc59.htm#art1

Saiba Mais:

Ano de aquisição

Ano de utilização

Alunos beneficiados

Escolas beneficiadas

Livros distribuídos

Recursos investidos (R$)

**2003 2004 31.911.098 149.968 119.380.441 600.074.313,0

2004 2005 30.837.947 149.968 111.189.126 619.245.203,00

**2005 2006 29.864.445 147.407 50.649.055 352.797.577,00

2006 2007 28.591.571 144.943 102.521.965 563.725.709,98

2007 2008 31.140.144 139.839 110.241.724 661.411.920,87

2008 2009 29.158.208 137.781 60.542.242 405.568.003,49

Média 30.250.569 144.818 92.420.759 533.803.787,89

Total 554.524.553 3.202.822.727,34

D) Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE).

Desde que foi criado, em 1997, o programa vem se modificando e se adequando à reali-dade e às necessidades educacionais. Sob a gestão do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, tem recursos financeiros originários do Orçamento Geral da União.

O PNBE tem como objetivo distribuir obras de literaturas e dicionários às escolas de ensino fundamental da rede pública.

1.4. PROGRAMA NACIONAL DE TRANSPORTE ESCOLAR (PNTE)

Vale a pena relembrar o que diz a Constituição de 1988, quan-do afirma que a educação é dever do Estado.

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado medi-ante a garantia de:

VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de pro-gramas suplementares de material didático es-colar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitu-cional nº 59, de 2009)

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capítulo 232

1.5. PROGRAMA NACIONAL DE SAÚDE DO ESCOLAR (PNSE)

Você sabia que, de acordo com o INEP, o censo escolar feito no ano de 2005, detec-tou que dos 640.317 alunos matriculados no ensino brasileiro, 66.314 possuem de-ficiência auditiva e 66.631 possuem de-ficiência visual?

Você sabia que a visão é responsável por 85 % do relacionamento com o mundo exterior, e qualquer anormalidade em seu funcionamen-to pode se transformar em um obstáculo inca-pacitante para seu desenvolvimento normal?

Por esses dados, percebemos a importância do Ministério da Educação, mediante o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), desenvolver ações que identifiquem e corrijam problemas visuais e deficiências audi-tivas que comprometam o processo de apren-dizagem.

O Programa PNSE foi criado em 1984, pelo governo federal e reformulado em 1995, cujo objetivo é atender aos municípios seleciona-dos pelo Programa Comunidade Solidária, gerenciado pelo Fundo Nacional de Desen-

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ACESSE:

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Saiba Mais:

volvimento da Educação (FNDE), o trabalho do PNSE baseia-se na ideia de que, para se ter um bom rendimento escolar, é preciso que se tenha saúde. Dessa forma, o MEC considerou as dificuldades visuais e auditivas como alguns problemas de saúde que comprometem di-retamente o rendimento escolar da criança. A Campanha Nacional de Reabilitação Visual “Olho no Olho”, é uma fantástica conquista da parceria de oftalmologistas, educadores, gov-erno (Ministério da Educação) e comunidade, como também a Campanha Nacional “quem Ouve Bem, Aprende Melhor!” foram algumas das ações realizadas pelo PNSE.

Em 2007, foi criado também o Programa de Saúde na Escola (PSE), que articula as redes de educação básica e de saúde para a promoção e a melhoria das condições da saúde escolar no Brasil

Vejamos o Decreto nº 6.286, de 5 de dezem-bro de 2007, que define as finalidades do Pro-grama Saúde na Escola:

Art. 1o Fica instituído, no âmbito dos Minis-térios da Educação e da Saúde, o Programa Saúde na Escola - PSE, com finalidade de con-tribuir para a formação integral dos estudantes da rede pública de educação básica por meio de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde.

Art. 2o São objetivos do PSE:

I - promover a saúde e a cultura da paz, refor-çando a prevenção de agravos à saúde, bem como fortalecer a relação entre as redes públi-cas de saúde e de educação;

II - articular as ações do Sistema Único de Saúde - SUS às ações das redes de educação básica pública, de forma a ampliar o alcance e o impacto de suas ações relativas aos estu-dantes e suas famílias, otimizando a utilização dos espaços, equipamentos e recursos dis-poníveis;

III - contribuir para a constituição de condições para a formação integral de educandos;

IV - contribuir para a construção de sistema de atenção social, com foco na promoção da cidadania e nos direitos humanos;

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capítulo 2 33

V - fortalecer o enfrentamento das vulnerabili-dades, no campo da saúde, que possam com-prometer o pleno desenvolvimento escolar;

VI - promover a comunicação entre escolas e unidades de saúde, assegurando a troca de informações sobre as condições de saúde dos estudantes; e

VII - fortalecer a participação comunitária nas políticas de educação básica e saúde, nos três níveis de governo.

Fonte: Decreto nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007. Acesso em:15 de outbr0o de 2010.

REFERÊNCIASARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. 2ª ed. rev. Atual-São Paulo: Mod-erna,1996.

AZANHA, José Mario Pires. Planos e Políticas de Educação no Brasil: alguns pontos para a reflexão. In MENESES, João Gualberto de Carvalho et.al. Estrutura e funcionamento da Educação básica: leituras. São Paulo. Pionei-ra.1998.

BRZEZINSKI, Iria(org.) .LDB dez anos depois: reinterpretando sob diversos olhares. 2ªed. São Paulo: Cortez, 2008.

CURY, C. R. J.A Educação Básica como Di-reito. Cadernos de Pesquisa,v.38,n.134,p.293-303,maio/agosto. 2008.

LIBÂNEO, José Carlos. OLIVEIRA, João Ferreira e TOSCHI, Mirza Seabra. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização.6.ed.-São Paulo: Cortez, 2008.

ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da Edu-cação no Brasil, 9.ed. Petropólis,Vozes,1987.

1. Pesquisar quais são os programas educa-cionais existentes na sua escola e fazer uma análise critica do seu funcionamento.

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Pesquisar as ideias no Manifesto dos Pionei-ros da educação, refletindo os seus impactos para educação hoje em pleno contexto, pós LDB.

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Atividades:

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capítulo 3 35

Profa. Maria Gleide Macêdo de SouzaProfa. Maria de Fátima Rolim Cavalcanti dos

Santos

Carga Horária | 15 horas

INTRODUÇÃO Este capítulo versará sobre a legislação referente ao financiamento da educação brasileira, as formas de repartição das receitas tributárias federal, estadual, municipal e a complementação da União na atividade financeira para a manutenção das políticas públicas e melhoria das condições de vida do cidadão. Apresenta também um breve panorama do financiamento da educação das constituições de 1934 até 1988, enfocando, de maneira mais clara a regulamentação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização de Magistério (Fundef), a Lei de Diretrizes e Bases(LDB) e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização de Magistério (Fundeb).

No capítulo anterior, conhecemos os Programas desenvolvidos pelo MEC, tendo como objetivo atender às necessidades educacionais da população brasileira, cujas despesas e ações são subsi-diadas pelo FUNDEB.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Compreender como se dá o financia-mento da educação

• Identificar e discutir a legislação do FUNDEF e FUNDEB

O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO

bRASILEIRA

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capítulo 336

Você já percebeu, nos temas anteriores, que a educação pública gratuita e de qualidade é um direito de todo cidadão brasileiro. A família e o Estado, conforme artigo 2º da LDB, são res-ponsáveis pela educação das crianças, dos jo-vens, dos adultos e dos idosos que não tiveram acesso à educação no tempo certo.

Sendo a sociedade beneficiadora dos recursos destinados à educação, espera-se que ela te-nha um conhecimento básico sobre o finan-ciamento.

Desse modo, conhecer o financiamento da educação escolar “é um ato de cidadania e que não pode ficar restrito” (Curry 2000) ao Poder Executivo, aos Tribunais de Contas e ao Poder Legislativo, e sim a toda a sociedade, aos educadores, aos pais, aos alunos e aos admi-nistradores, tendo a possibilidade de intervir e de cobrar transparência no uso do fundo pú-blico.

Pois bem, cursista, é nesse tema que iremos nos aprofundar num assunto de total relevân-cia para o desenvolvimento de uma educação de qualidade.

quais os recursos financeiros destinados à educação?

Vamos observar que o Brasil, na década de 90, viveu uma reforma de grande valor no seu sistema de ensino. Mas, para que essas mu-danças fossem efetivadas, muitas discussões e embates foram travados.

A Constituição de 1934 foi a primeira que des-tinou recursos de impostos vinculados à edu-cação. Estabeleceu a gratuidade e a obrigato-riedade do ensino primário. O percentual ficou assim definido: União e município 10% e Esta-do e Distrito Federal 20%. Nessa Lei, se cons-

titui o Conselho Nacional da Educação, que, segundo Monlevade (2008,p.247) “foi uma tentativa de aumentar e de garantir recursos financeiros para tornar efetivo um investimen-to prioritário, naqueles tempos de “otimismo pedagógico”, no clima do Manisfesto dos Pio-neiros da Educação ( MDE)”.

A inconstância dos dirigentes governamentais, quanto à vinculação constitucional dos recur-sos para financiar a educação, foi e é um pro-blema. Vejamos:

• A Constituição de 1934 estabelece um per-centual advindo da arrecadação de impos-to para a educação.

• A Constituição de 1937 retira a vinculação

do percentual para a educação na ditadura de Getúlio Vargas.

• A Constituição de 1946 retoma boa par-

te da vinculação, ampliando de 10% para 20% o percentual de recursos para o Mu-nicípio.

• Em 1961, a nova Constituição e a LDB

4.024/61 estabelecem, pela primeira vez, metas quantitativas e qualitativas para a educação. Os percentuais são ampliados na esfera da União de 10% para 12%.

• Em 1964, por conta do golpe Militar, é re-

vogada a vinculação dos recursos. Com a Emenda Constitucional no. 1 da Junta Mi-litar, em 1969, faz vinculação de impostos somente do percentual de 20% dos Muni-cípios, podendo sofrer intervenção no caso de não aplicarem o percentual no ensino primário de suas redes (Curry, 2007).

• Em 1983, o senador João Calmon conse-

gue aprovar sua Emenda e repõe vincula-ção dos recursos para a educação.

• Com a Constituição de 1988, o ensino pú-

blico e gratuito nas escolas oficiais é dever do Estado. Os percentuais ficaram assim: a União com 18% e Estados e Municípios com 25%.

Vejamos os percentuais destinados ao finan-ciamento da educação:

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capítulo 3 37

ANOSDISPOSIÇÃO

LEGALUNIÃO ESTADO E DF MUNICÍPIO

1934 CF de 1934 10% 20% 10%

1937 CF de 1937 ___ ___ ___

1946 CF de 1946 10%! 20% 20%

1961 Lei Federal 12% 20% 20%

1969 Emenda Const. I ___ ___ 20%

1983 Emenda Const.14 13% 25% 25%

1988 CF de 1988 18% 25% 25%

Mediante o quadro acima, a ditadura militar de 1937 e o golpe militar de 1964 suprimiram a vinculação de recursos para a educação, pre-judicando a qualidade do ensino.

1. FONTES DE RECURSOS PARA A EDUCAÇÃO NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 E NA LDB Nº 9394/ 96.Pelo que vimos anteriormente, um grande passo na construção de uma política finan-ceira no Brasil foi dado a partir de 1983, pela Emenda Constitucional N.14, conhecida como “João Calmon” e CF de 1988, que consolida um patamar de gastos em educação, median-te repasse de percentuais oriundos dos Fundos de participação do Governo Federal para Esta-dos e Distrito Federal (FPE) e para Municípios (FPM).

Vejamos a composição de impostos diretos e indiretos em cada uma das esferas adminis-trativas, segundo a Lei de 1988, para serem usados na “Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE).”

1.1. NA ESFERA FEDERAL

a) Imposto sobre renda e proventos de qual-quer natureza (IR);

b) Imposto sobre produtos industrializados (IPI);

c) Imposto territorial rural (ITR);

d) Imposto sobre operações financeiras (IOF);

e) Imposto de importação (I I);

f) Imposto de exportação (IE);

g) Imposto sobre grandes fortunas (IGF), ain-da não cobrado em razão da falta de lei complementar. (Libâneo, 2008, p.194).

1.2. NA ESFERA ESTADUAL

a) ICMS - Imposto sobre Circulação de Mer-cadorias e Serviços

b) IPVA - Imposto sobre Propriedade de Veí-culos Automotores

c) ITCMD- Imposto sobre Transmissões Causa Mortis e Doações de qualquer Bem ou Di-reito

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capítulo 338

d) AIRE- Adicional do Imposto da União So-bre a Renda e Proventos de qualquer Na-tureza (extinto)

1.3. NA ESFERA MUNICIPAL a) IPTU - Imposto sobre a Propriedade Predial

e Territorial Urbana

b) ITBI - Imposto sobre Transmissão Inter Vi-vos de Bens e Imóveis e de Direitos Reais a Eles Relativos

c) IVVC - Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos (extinto)

d) ISSqN - Impostos sobre Serviços de qual-quer Natureza

Fonte: http://www.scribd.com/doc/2985061/Contabilidade-Impostos-Lis-

ta-de-Tributos-do-Brasil

Na LDB nº 9394/96, as fontes de recursos des-tinados à educação previstas no Título VII são as seguintes:

Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os originários de:

I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

II - receita de transferências constitucionais e outras transferências;

III - receita do salário-educação e de outras contribuições sociais;

IV - receita de incentivos fiscais;

V - outros recursos previstos em lei.

O Salário – Educação é outra fonte importante de financiamento para a educação, criado em 1964, pela Lei 4.440 (Brasil, 1964) como alter-nativa para as empresas que não cumprirem o preceito da CF de 1946, de oferecer escola primária aos seus empregados ou a seus filhos. Essa contribuição social sofreu sucessivas alte-rações, começando com a alíquota de 2% e a atual de 2,5% da folha de pagamentos das empresas.

Todas essas fontes de recursos devem ser gas-tos com a manutenção e o desenvolvimento do ensino (MDE).

Já vimos quais são e como se estruturam os recursos para a educação. Mas, que tipo de despesa pode ser classificada como de MDE? Para não deixar dúvidas, o artigo 70 da LDB 9394/96 considera as seguintes despesas:

Art. 70. Considerar-se-ão como de manuten-ção e desenvolvimento do ensino as despesas realizadas com vista à consecução dos obje-tivos básicos das instituições educacionais de todos os níveis, compreendendo as que se des-tinam a:

I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais profissionais da educação;

II - aquisição, manutenção, construção e con-servação de instalações e equipamentos neces-sários ao ensino;

III – uso e manutenção de bens e serviços vin-culados ao ensino;

IV - levantamentos estatísticos, estudos e pes-quisas visando precipuamente ao aprimora-mento da qualidade e à expansão do ensino;

V - realização de atividades-meio necessárias ao funcionamento dos sistemas de ensino;

VI - concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas públicas e privadas;

VII - amortização e custeio de operações de crédito destinadas a atender ao disposto nos incisos deste artigo;

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capítulo 3 39

VIII - aquisição de material didático-escolar e manutenção de programas de transporte es-colar.

E estabeleceu também, no artigo 71, o que não podem ser considerados despesas com MDE:

I - pesquisa, quando não vinculada às insti-tuições de ensino, ou, quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que não vise, precipu-amente, ao aprimoramento de sua qualidade ou à sua expansão;

II - subvenção a instituições públicas ou priva-das de caráter assistencial, desportivo ou cul-tural;

III - formação de quadros especiais para a ad-ministração pública, sejam militares ou civis, inclusive diplomáticos;

IV - programas suplementares de alimentação, assistência médico-odontológica, farmacêuti-ca e psicológica, e outras formas de assistência social;

V - obras de infra-estrutura, ainda que realiza-das para beneficiar direta ou indiretamente a rede escolar;

VI - pessoal docente e demais trabalhadores da educação quando em desvio de função ou em atividade alheia à manutenção e desenvol-vimento do ensino.

Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm

2. FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E DE VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO (FUNDEF)O que é o Fundef?

O FUNDEF passou a vigorar a partir de janeiro de 1998, instituído pela Emenda Constitucio-nal n.º 14/96 e, posteriormente, regulamen-tado pela Lei n.º 9.424/96, cuja finalidade foi

redistribuir entre cada estado e seus municí-pios recursos para o ensino fundamental, fazer cumprir o parágrafo 6º do artigo 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e com validade de dez anos conforme EC nº 14/96; o prazo de validade do FUNDEF era de dez anos, contados a partir de 1997, o qual se esgotou em setembro de 2006. Vejamos abaixo:

“Art. 60. Nos dez primeiros anos da promulga-ção desta emenda, os Estados, o Distrito Fede-ral e os Municípios destinarão não menos de sessenta por cento dos recursos a que se refere o caput do Art. 212 da Constituição Federal, à manutenção e ao desenvolvimento do ensino fundamental, com o objetivo de assegurar a universalização de seu atendimento e a remu-neração condigna do magistério

§ 1o A distribuição de responsabilidades e re-cursos entre os Estados e seus Municípios a ser concretizada com parte dos recursos definidos neste artigo, na forma do disposto no Art. 211 da Constituição Federal, e assegurada median-te criação, no âmbito de cada Estado e do Dis-trito Federal, de um Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, de natureza contá-bil.

§ 2o O Fundo referido no parágrafo anterior será constituído por, pelo menos, quinze por cento dos recursos a que se referem os Arts. 155, Inc. II; 158, Inc. IV; e 159, Inc. I, alíneas a e b; Inc. II, da Constituição Federal, e será dis-tribuído entre cada Estado e seus Municípios, proporcionalmente ao número de alunos nas respectivas redes de ensino fundamental.

§ 3o A União complementará os recursos dos Fundos que se refere o § 1o sempre que, em cada Estado e no Distrito Federal, seu valor por

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capítulo 340

aluno não alcançar o mínimo definido nacio-nalmente.

§ 4o A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ajustarão progressivamente, em um prazo de cinco anos, suas contribuições ao Fundo, de forma a garantir um valor por aluno correspondente a um padrão mínimo de quali-dade de ensino, definido nacionalmente.

§ 5o Uma proporção não inferior a sessenta por cento dos recursos de cada Fundo referi-do no § 1 será destinada ao pagamento dos professores do ensino fundamental em efetivo exercício no magistério.

§ 6o A União aplicará na erradicação do anal-fabetismo e na manutenção e no desenvolvi-mento do ensino fundamental, inclusive na complementação a que se refere o § 3o, nun-ca menos que o equivalente a trinta por cento dos recursos a que se refere o caput do Art. 212 da Constituição Federal.

§ 7o A lei disporá sobre a organização dos Fundos, a distribuição proporcional de seus re-cursos, sua fiscalização e controle, bem como sobre a forma de cálculo do valor mínimo na-cional por aluno.” Brasília, 12 de setembro de 1996. (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc14.

htm.)

O funcionamento do Fundef é captar os recur-sos de estados e de municípios, com a com-plementação da União, e distribuí-los em cada estado e município, de acordo com as matrí-culas de 1ª a 8ª séries do ensino fundamental. O Fundef, depois de dez de sua implantação, foi substituído e aprovado em dezembro de 2006, por meio da EC nº 53, criando o Fundo

de Manutenção e Desenvolvimento da Educa-ção Básica e Valorização dos Profissionais de Educação (FUNDEB).

Art. 1º É instituído, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, um Fundo de Manuten-ção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, de natureza contábil, nos termos do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

Art. 2o Os Fundos destinam-se à manutenção e ao desenvolvimento da educação básica e à remuneração condigna dos trabalhadores da educação, observado o disposto nesta Medida Provisória.

Fonte: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Fundebef/fundeb_

mp.pdf

3. FUNDEB: O DESAFIO DA EDUCAÇÃO BÁSICASendo o Fundo de Manutenção e Desenvolvi-mento da Educação Básica e de Valorização da Educação com vigência prevista para o período de 2007/2020, mantém a mesma estrutura do Fundef, ou seja, um Fundef em cada unidade da federação e continua sendo de natureza contábil.

O que diferencia o Fundef do Fundeb ?

Uma das diferenças do novo fundo é o alcance de todas as etapas da educação básica, isto é, da educação infantil ao ensino médio, além de abranger diversas modalidades de ensino, que não eram contemplados pelo Fundef.

Os recursos para manutenção continuam os mesmos. A União com 18%, os estados e mu-nicípios com 25% das recitas resultantes de impostos e de transferências constitucionais.

Diante dessa mudança, ou seja, o financia-mento de toda a educação básica, o salário--educação será todo destinado à educação básica, o que não acontecia no fundo anterior, pois era utilizada uma parte da Cota Federal no custeio da Complementação da União ao Fundef. A sua distribuição é feita para estados e municípios de acordo com o quantitativo de alunos da educação básica.

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capítulo 3 41

Outra mudança é ampliação dos impostos de 15% para 20% de contribuição de estados, DF e municípios gradativamente. Vejamos os per-centuais:

• 16,66 no 1º ano• 18,33 no 2º ano• 20% no 3º ano, sobre o Fundo de Partici-

pação dos Estados (FPE)

Fundo de Participação dos Municípios (FPM)

• Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)

• Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às exportações-(IPI exp).

Os demais impostos: Imposto sobre Transmis-são Causa Mortis e Doações (ITCMD), impos-to sobre Propriedade Veículos Automotores (IPVA) serão incorporados ao FUNDEB, seguin-do uma regra de transição: 6,66% no primeiro ano; 13,33% no segundo anos e; a partir do quarto ano, 20%, conforme versão original da PEC415/05. (Sousa Junior). Você percebeu que todo imposto que você paga (ICMS, IPI) são receitas para o estado e o município que irão financiar com um valor de 18% ou 25% a educação. Como diz Libâneo:

Todo brasileiro, rico ou pobre, empregado ou de-sempregado, paga tributos. Como consumidor, paga taxas, impostos e contribuições desde o nascimento (taxa de certidão de nascimento) até a morte (taxa de sepultamento). Paga impostos quando pega um ôni-bus para o trabalho, quando acende a luz, usa água, etc. (p.193,2008)

Então, somos participativos, via impostos, no montante que os estados captam os recursos que serão utilizados na educação, mediante percentuais já vistos acima.

Relembrando um pouco, as fontes de recursos do Fundeb têm origem na:

• Contribuição de Estados, DF e Municípios;• Complementação da União.

Vejamos que a proposta da União, em relação à complementação no fundo, é progressiva e corrigida pelo índice Nacional de Preços ao Consumidor- INPC- são de, no mínimo:

Fonte1º ano(2007)

2º ano(2008)

3ºano (2009)

4ºano(2010)

Estados, DF e Mu-nicípios;

34,9 bilhões de

reais

37,4 bilhões de

reais

40,6 bilhões de

reais

43,7 bilhões de reais

União. 2 bilhões de reais

3 bilhões de reais

4 bilhões de reais

A partir do 4º ano(2010)- 10%

do valor do fundo.

Fonte: site do MEC

Segundo Sena (2008), é um importante avanço e que “O Projeto do Plano Plurianu-al-2008/2011 prevê a complementação da União, que alcançará os fundos das regiões Norte e Nordeste”.

Esses valores serão repassados de acordo com o número de alunos matriculados no ano an-terior pelo Censo Escolar.

Como é calculado o valor aluno/ano para o Es-tado ?

Mediante a Resolução nº 1 do MEC, de 15/02/2007, estabeleceu as seguintes especi-ficações para cada uma das etapas, modalida-des e tipos de estabelecimentos de ensino da educação básica abaixo:

DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS DO FUNDEB:

• Creche- 0,80 • Pré-escola- 0,90 • Séries iniciais do ensino fundamental urba-

no -1 ,00• Séries iniciais do ensino fundamental rural

-1,05• Séries finais do ensino fundamental urba-

no -1,10• Séries finais do ensino fundamental rural

-1,15

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capítulo 342

• Ensino fundamental em tempo integral- 1,25

• Ensino médio urbano- 1,20• Ensino médio rural -1,25 • Ensino médio em tempo integral - 1,30• Ensino médio integrado à educação profis-

sional - 1,30• Educação especial- 1,20• Educação indígena e quilombola -1,20 • Educação de jovens e adultos com avalia-

ção no processo- 0,70• Educação de jovens e adultos integrada à

educação profissional de nível médio- 0,70

Fonte:http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11494.

htm

Como devem ser aplicados os recursos do Fun-deb?

Utilização dos recursos: serão divididos na remuneração dos profissionais da educação (professores, e profissionais que exercem ati-vidades de suporte pedagógico, tais como: di-reção ou administração escolar, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional) mínimo de 60% e o restante de no máximo de 40% para as despesas de manutenção e de-senvolvimento da educação básica. Vejamos a Lei nº 11.494:

Art. 22. Pelo menos 60% (sessenta por cento) dos recursos anuais totais dos Fundos serão destinados ao pagamento da remuneração dos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício na rede pública.

Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput deste artigo, considera-se:

I - remuneração: o total de pagamentos de-vidos aos profissionais do magistério da edu-cação, em decorrência do efetivo exercício em cargo, emprego ou função, integrantes da es-trutura, quadro ou tabela de servidores do Es-tado, Distrito Federal ou Município, conforme o caso, inclusive os encargos sociais incidentes;

II - profissionais do magistério da educação: docentes, profissionais que oferecem suporte pedagógico direto ao exercício da docência: direção ou administração escolar, planejamen-to, inspeção, supervisão, orientação educacio-nal e coordenação pedagógica;

Fonte:http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11494.

htm

Como é feito a fiscalização da aplicação dos recursos do Fundeb e qual deve ser a sua com-posição no município?

De acordo com a Lei n.º 11.494/2007, a fisca-lização dos recursos é realizada pelos Tribunais de Contas dos Estados e Municípios. Vejamos como ela se define:

Art. 26. A fiscalização e o controle referentes ao cumprimento do disposto no art. 212 da Constituição Federal e do disposto nesta Lei, especialmente em relação à aplicação da to-talidade dos recursos dos Fundos, serão exer-cidos:

I - pelo órgão de controle interno no âmbito da União e pelos órgãos de controle interno no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

II - pelos Tribunais de Contas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, junto aos respectivos entes governamentais sob suas ju-risdições;

III - pelo Tribunal de Contas da União, no que tange às atribuições a cargo dos órgãos fede-rais, especialmente em relação à complemen-tação da União.

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capítulo 3 43

Já a sua composição no Conselho do Fundeb no município, de acordo com art. 24, deverá ser de, no mínimo, nove membros, sendo:

a) 2 (dois) representantes do Poder Executivo Municipal, dos quais pelo menos 1 (um) da Secretaria Municipal de Educação ou órgão educacional equivalente;

b) 1 (um) representante dos professores da

educação básica pública; c) 1 (um) representante dos diretores das es-

colas básicas públicas; d) 1 (um) representante dos servidores técni-

co-administrativos das escolas básicas pú-blicas;

e) 2 (dois) representantes dos pais de alunos

da educação básica pública; f) 2 (dois) representantes dos estudantes da

educação básica pública, um dos quais in-dicado pela entidade de estudantes secun-daristas.

Fonte:http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11494.

htm

Prezado cursista, pelo que discutimos até ago-ra sobre o financiamento da educação brasi-leira, o padrão de qualidade está relacionado aos recursos que são disponibilizados para a manutenção e o desenvolvimento da educa-ção básica.

REFERÊNCIAShttp://www.anped.org.br/reunioes/30ra/traba-lhos/GT05-3091--Int.pdf

SENA, Paulo. A Legislação do Fundeb. In: Ca-dernos de pesquisa,v.38, n.134,maio/agos-to.2008. Disponível em: http:// www.cedes.unicamp.br.Acesso em: 18 de set.2009.

1. Para garantir que os recursos vinculados à educação sejam assegurados, quais as medi-das que o governo tomou?

2. quais as diferenças entre o Fundef e o Fun-deb?

3. quais os avanços da LDB , em relação ao financiamento, de 1997 a 2006 ?

Atividades:

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capítulo 4 45

Profa. Maria Gleide Macêdo de SouzaProfa. Maria de Fátima Rolim Cavalcanti dos

Santos

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INTRODUÇÃO O mundo passa por um processo de transformação muito rápido que foram inauguradas em décadas recentes. A revolução tecnológica com a introdução em escala crescente, da informática, da robótica, das experiências genéticas, das telecomunicações tem mudado bastante a vida das pessoas.

Essas transformações também afetam como o homem produz os bens necessários a sua sobrevi-vência. As conquistas científicas não foram apropriadas para toda humanidade.

Isso tem causado o aumento das desigualdades sociais, os quais refletem os vários setores da sociedade, inclusive na educação.

Historicamente, o profissional da educação tem lutado, para alcançar melhores condições de tra-balho e um piso salarial digno, o que parece continuar persistindo sem grande sucesso.

A radiografia desse cenário apresenta avanços como formação continuada, para os profissionais, democratização e acessibilidade à Educação a distância para as pessoas que trabalham no serviço público com ou sem desvio da função.

Mas ainda precisa avançar bastante tanto na formação com na valorização salarial. O presente ca-pítulo traz na discussão sobre a formação e a valorização do profissional da Educação no contexto da LDB/96 do PNE e à luz das ideias de teóricos da educação como Brzenzisk (2008) e outros que tratam da temática com muita insistência.

Para tanto, convidamos vocês a fazerem uma viagem no estudo da valorização e da formação do profissional da educação.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Compreender as políticas de forma-ção e de valorização do profissional da educação, identificando as teorias que tratam da temática e analisando o que diz a LDB/96, PNE e outros documentos oficiais.

• Entender como funciona a formação do educador nas concepções dos teóricos e em seguida no cenário dos textos ofi-ciais.

FORMAÇÃO E vALORIZAÇÃO DOS

PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

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capítulo 446

1. FORMAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

Vamos agora dar um passeio, para conhecer as políticas públicas sobre a formação e a valo-rização do profissional da educação.

Neste cenário de responsabilidade pedagógi-ca e administrativa, mesmo que os municípios não possuam cursos de formação de professo-res, eles precisam se inteirar sobre como orga-nizar a formação de professores, capacitação em serviço e mecanismos de valorização desse aspecto importante, central, do processo edu-cativo, com o intuito de melhoria da prática docente.

Pois bem, ao longo desse estudo, você, cursis-ta, já conheceu muitos aspectos da legislação, sobre princípios, objetivos, fins da educação; organização do sistema escolar, as reformas e as políticas educacionais que vieram consoli-dar as intenções do Estado para com o projeto educacional.

Então, a partir de agora, julgamos ser fun-damental tecer alguns comentários sobre as

questões que permeiam o profissional da edu-cação. Vamos lá.

Nós precisamos entender que o profissional da educação é, sem dúvida, a peça-chave para que haja um sistema de ensino comprometido com a qualidade da aprendizagem dos edu-candos. Mas para tal, há necessidade de uma formação adequada e de incentivos que indi-quem sua valorização. Nesse sentido, o muni-cípio deve estabelecer estratégias para oferecer formação em serviço, organizar o sistema de ensino, de forma que os docentes da educa-ção básica venham a possuir, no prazo esta-belecido pela LDB/96 e pelo Plano Nacional de Educação para todos, a graduação. O artigo 3º, nos princípios VII, Ix e xI da LDB/96, expli-cita: “Valorização do profissional da educação escolar; garantia do padrão de qualidade; vin-culação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.”

A formação dos profissionais em educação deve ter como fundamento a associação da teoria com a prática, e esse fundamento cons-titui um parâmetro para que a preparação desses educadores possa atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às especificidades de cada um, no desen-volvimento do estudante. Observamos como pontos principais nesses fundamentos a valori-zação das experiências anteriores dos docentes e as possibilidades de capacitação e de serviço. Sobre isso, o artigo 3º, no princípio x, acres-centa o seguinte: “A valorização da experiência extracurricular”, no âmbito da escola.

A formação do docente para atuar na Educa-ção Básica deve ser feita em nível superior, em cursos de licenciatura, de graduação plena, em universidades e em institutos superiores de Educação; porém é admitida como formação mínima para a Educação Infantil e séries ini-ciais do Ensino Fundamental o curso em nível Médio, na modalidade Normal.

A determinação é clara para explicitar que qualquer docente que tenha apenas o Normal Médio, como formação mínima, poderá fazer sua graduação sem impedir que esse profissio-nal atue nas séries e no nível indicado.

Figura 01

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capítulo 4 47

Você, que é professor, funcionário administra-tivo da Escola, sabe que nela convivem pesso-as com várias funções e que precisam também habilitar-se para tal.

Para esses outros profissionais que atuarão nos níveis da administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional destinados à Educação Básica, a formação será feita em cursos de Graduação em Pedagogia ou em nível de Pós-Graduação, a critério da instituição de ensino, garantindo as orien-tações da LDB/96, no seu artigo 61 ao dizer: “A formação de profissionais da educação de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e as caracte-rísticas de cada fase do desenvolvimento do educando (...)”.

Com exceção da formação docente para a Educação Superior, a preparação para a do-cência deve incluir a prática de ensino, para que os alunos tenham contato com a realidade da escola, no sentido de aprenderem a teoria x prática, não constituindo esses estágios de vínculos empregatícios. Artigo 61 da LDB/96 expõe: “A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-à em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena em universidades e institutos superiores de educa-ção (...)”.

Nessa perspectiva, como garantia de assegurar a valorização dos profissionais da educação, Brzenziski (2008) dispõe alguns aspectos que precisam ser cuidados pelo Município: que o ingresso na carreira se dê exclusivamente por concurso público de provas e de títulos; aper-feiçoamento profissional continuado; inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim; piso salarial profissional (consultar FUNDEB); progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, bem como na ava-liação por desempenho; período reservado a estudos, planejamento e avaliação incluindo na carga horária prevista condições adequa-das de trabalho; participação em Congressos e outros.

Outra medida polêmica, mas que já entrou em vigor foi a implantação da Universidade Aberta do Brasil (UAB), que se incumbirá da formação docente também. Dando o apoio a essa medi-

da, a CAPES se organizou para coordenar esse processo. Sobre a formação docente, José Car-los Libânio, em seu livro Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática diz: “Essa área de atuação refere-se ao aprimoramento profissio-nal do pessoal docente, técnico, administrativo no próprio contexto de trabalho de modo que a própria escola seja um lugar de formação profissional que leve a mudança”.

A UAB tem por objetivo a ampliação de acesso à Educação Superior na rede pública e à qua-lificação de professores da educação básica. A UAB e o Programa Institucional de Bolsas à Docência (PIBID), ao estabelecerem uma re-lação permanente entre educação superior e educação básica pode representar o início de um sistema Nacional Público de formação de professores, inclusive com a formação, coor-denação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior (CADES), assumindo uma res-ponsabilidade que sempre foi sua. Os polos presenciais da UAB, a exemplo do curso de vocês, são resultados de um acordo de cooperação entre os entes federados e as universidades públicas, acolhendo professores sem formação superior ou garantindo forma-ção continuada aos já graduados.

É também objetivo do Plano Nacional de Edu-cação, aprovado de acordo com a lei 10.172 de 09/01/2001: “Ampliar a partir da colabora-ção da União, dos Estados e dos Municípios, os programas de formação em serviço que as-segurem a todos os professores e possibilidade de adquirir a qualificação mínima exigida pela LDB, observando as diretrizes e os parâmetros curriculares” e desenvolver programas de edu-cação a distância que possam ser utilizados também em cursos semipresenciais modulares.

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No caso do PIBID, há a oferta de bolsas de ini-ciação à docência, aos licenciados de cursos presenciais que se dediquem ao estágio nas escolas públicas e que se comprometam com o exercício do magistério na rede como: quí-mica, biologia, matemática, prioritariamente. ( BRASIL,PDE) Pelo discorrido, cursista, você deve ter conhe-cido como se organiza a política de formação e de valorização do profissional da Educação no Brasil.

Sabemos que muito já foi realizado em prol da Educação, mas muito há de ser feito. Você concorda?

Paralelamente à essa valorização e à formação do docente, que constituiu avanço significati-vo, ainda se diagnostica uma política salarial que não corresponde às propostas do financia-mento educacional, previstas pelo MEC.

Vários são os Programas para melhoria dos índices educacionais, como PDDE, PDE, Mais Educação, Educar, todos eles com planejamen-to estratégico, objetivando a melhoria da ação docente. Destacamos também o Plano Na-cional de Educação para todos que norteiam ações e metas para valorização profissional.

E aí, quais são as propostas do Plano Nacional de Educação e do PDE para a melhoria educa-cional?

Você já deve saber que esses planos são com-postos de metas e de ações para superar defi-ciências na educação brasileira. Mas, afinal de contas, será que esses planos apresentam algo específico à melhoria dos profissionais da Edu-cação? Vamos ver as propostas para esse fim.

Assim, fazendo cumprir o dever constitucional, com base nas necessidades sociais e conside-rando as limitações impostas pelos recursos financeiros e, compatível na extensão e na qualidade a dos países desenvolvidos, é que esse Plano Nacional de Educação estabelece as seguintes prioridades:

1. as diretrizes para a gestão e o financia-mento da educação;

2. as diretrizes e metas para cada nível e mo-dalidade do ensino;

3. as diretrizes para a formação e a valoriza-ção do magistério e demais profissionais da educação nos próximos anos (Brasil, PNE, 2001).

Percebemos nas diretrizes a preocupação com a adequação às especializações locais e defi-nição de estratégias adequadas a cada cir-cunstância que norteará a criação dos planos estaduais e municipais de educação. Nesse sentido, compreendemos a importância social e política do PNE e da LDB 9394/96, enquanto instrumentos que direcionam a Educação Bra-sileira.

Para que suas diretrizes sejam cumpridas, prin-cipalmente no que diz respeito à valorização profissional, há necessidade do conhecimento da organização para o funcionamento do sis-tema educacional, com base em ações articu-ladas do poder público e da sociedade, tentan-do amenizar a desigualdade e a discriminação em relação à categoria dos profissionais do magistério.

Para a construção desse sistema nacional de educação, com uma política de valorização profissional, para cumprimento dos princípios de equidade e de inclusão, integram-se à LDB e ao Plano Nacional de Educação (PNE), o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), Plano de Ações Articuladas (PAR), como referências nacionais que possibilitam a dinâmica de inte-gração para fazer cumprir as políticas públicas brasileiras, na atualidade.

Assim, o PDE traz no seu bojo, sobre essa or-ganização sistêmica, o seguinte:

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quando consideramos o caminho possível para a construção de um Sistema Nacional de Ensino, es-tamos falando não apenas pela análise de organi-zação em eixos norteados como elos de aliança que se reforçam, mas também pelos pilares que se fixam a seus supostos institucionais: Sistema Nacional de Avaliação, Sistema Nacional de Formação de Profes-sores e regime de colaboração e ainda duas conside-rações que se entrelaçam financiamento e autono-mia. (BRASIL, MEC, PDE, s/d)

O PDE sistematiza várias ações na busca de uma educação equitativa e de boa qualida-de, criando condições de o profissional atuar crítica e reflexivamente no espaço em que se insere, como cidadão cônscio do seu papel num mundo globalizado. O educador passa a analisar toda a diversidade e especificidade da escola, realizando uma prática docente mais exitosa.

Vamos nos deter na discussão sobre a forma-ção de professores que constitui um eixo do PDE e o Piso Salarial Nacional.

Vocês devem ter percebido, no discorrer das reflexões, uma trajetória da questão da for-mação e da valorização profissional nos vários aspectos e chegamos ao PDE. Então, como é tratado o tema nesse documento?

O PDE traz uma discussão sobre o envolvimen-to que os docentes, gestores e demais atores educacionais devem ter na campanha de va-lorização e de conhecimento do que são as metas, os instrumentos de avaliação e os re-sultados desses instrumentos no desempenho da vida escolar.

Pois bem, acreditamos que um grande passo tenha sido a construção de uma política fi-nanceira para o país, na área da educação; foi assim dada a largada da década educacional, nos anos 80 quando, pela Emenda Constitu-cional Federal, se estabeleceu um patamar de gastos em educação, mediante a vinculação de no mínimo 25% das receitas dos estados e municípios e de 18% das receitas da união.

A Educação Básica, no aspecto de formação e de valorização dos profissionais da educação, com a implantação do FUNDEB, busca uma das respostas mais esperadas, com base na gestão de cooperação entre União, Estados e Municípios.

Mesmo na reforma do fundo financeiro, o FUNDEB traz, no seu bojo, não somente a alo-cação de recursos financeiros na educação, mais que isso, possibilita a materialização de uma luta histórica de um sonho de professo-res qualificada para nossos jovens, crianças e adultos.

A garantia de educação básica pública, cuja responsabilidade cabe aos estados, distrito fe-deral e municípios, com a participação com-plementar da União conforme prevê a Cons-tituição Federal de 1988, constitui um grande passo e um desafio na política brasileira no que se refere à formação continuada dos pro-fessores.

Esperamos que, com a implantação do FUN-DEB, haja a redução das diversas formas de exclusão, mais distribuição de políticas finan-ceiras com equidade no âmbito da escola pú-blica.

Deve ser do conhecimento dos educadores que os recursos do FUNDEB sejam emprega-dos em ações de manutenção e de desenvol-vimento da educação básica e principalmente na valorização do magistério, da seguinte for-ma: 60% destinado à remuneração dos pro-fissionais da educação em efetivo exercício na educação básica. São considerados profissio-nais do Magistério: os professores e os profis-sionais que exerçam as atividades de suporte e de assessoramento pedagógico à docência: direção, administração escolar, planejamento, inspeção, supervisão, orientação educacional e coordenação pedagógica. E a parcela de 40% é destinada às despesas diversas na educação. O artigo 64 diz que: “A formação dos profis-sionais da educação para a administração, pla-nejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica será feita

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em cursos de graduação em pedagogia ou ní-vel de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantindo, nesta formação, a base comum nacional”.

Sobre a questão da valorização do profissional, a Conferência Nacional da Educação (CONAE) incita a participação do debate nacional, com os vários segmentos da sociedade educacional, decidindo os destinos da política de ensino do país. Isso também é uma forma de valorizar o educador com voz e vez na elaboração das propostas. Dentre outros objetivos da CONAE, destacam-se: elaborar conceitos de efetivação das diretrizes e das estratégias nacionais para o sistema nacional de educação. Assim, a mo-bilização dos educadores, com os movimentos sociais com base no conhecimento da realida-de, das demandas, da apresentação de expec-tativas globais e diversificadas de propostas e de projetos, continuará sendo o caminho mais profícuo para a continuidade da luta por uma escola pública, gratuita, de qualidade e de va-lorização profissional (Lançamento da CONAE, 2010, Brasília).

Diante do exposto, notamos que a comunida-de escolar questionou e requereu uma política de formação que não envolvesse somente os docentes, mas todos os profissionais da edu-cação; havendo conciliação do conhecimento inicial e continuado, estabelecendo jornadas diferenciadas para o trabalho de sala de aula; acrescido de disponibilidade para atualização. Há também propostas que indiquem a dedica-ção exclusiva do servidor, numa única unidade de ensino, articulando-se com a quantidade de alunos e com a qualidade de ensino desejada, como também a reivindicação da comunida-

de por uma educação com planos de carrei-ra incentivadores de boas práticas educativas, envolvendo todas as licenciaturas. No artigo 63, inciso III, fala dos “Programas de educação continuada para os profissionais de educação dos diversos níveis”, regulamentando a valori-zação do educador na formação em serviço.

Concluímos que, no cenário atual, todas as questões estabelecidas pela LDB se incitem atualizadas, exceto a Década da Educação, cujo prazo já expirou. A LDB continua em vi-gência, com modificações apontadas e novas políticas de educação se consolidam em pro-gramas e projetos.

Com a Conferência Nacional de Educação, no-vas esperanças se despontam na construção de subsídios para implantação do Sistema Na-cional de Educação.

Vale reafirmar a luta, o empenho e a participa-ção para um processo educacional para todos e que você cursista professor, possa fazer uso desse instrumental para uma reflexão em sua prática escolar e sobre o processo de constru-ção do conhecimento dos seus direitos, consi-derando-se a aquisição de conhecimento e o desenvolvimento das habilidades necessárias ao alcance dos seus objetivos profissionais e dos seus alunos: o ensino-aprendizagem.

RESUMOVamos revisar o que foi estudado.

Neste capítulo, você estudou sobre a forma-ção e a valorização dos profissionais da edu-cação, conhecendo um pouco da LDB/96 que trata desse tema, os objetivos e as políticas do plano nacional de educação; do plano de de-senvolvimento da educação; plano de ações articuladas; CONAE com os objetivos e ações direcionadas às políticas de formação e de va-lorização dos profissionais da educação. Preci-samos refletir em que, para uma educação de qualidade, a formação continuada, constitui um elemento básico ao ensino-aprendizagem dos alunos. Daí, a necessidade de estudarmos sobre isso. Vocês concordam?

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1. Procure conhecer o IDEB e o IDEPE de sua escola. Discuta com seus colegas.

Caso tenha dúvida, busque no site apresentado no Saiba Mais.

CONAE, 2010, Brasília

Atividades:

ACESSE:

http://portal.mec.gov.brwww.planalto.gov.br//ccivilwww.inep.gov.br

Para ampliar o seu conhecimento, pesquise sobre:

CAPESMEC PDEPDDE

Saiba Mais:

REFERÊNCIABRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9394/96. Brasília: Diário Oficial da União de 12 de dezembro de 1996. BRASIL, Lei 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova sobre o Plano Nacional de Educação e de outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF. 2001

BRZEZINSKI, Iria (Org.). LDB - dez anos depois. Reinterpretação sobre diversos olhares. São Paulo: Cortez,2008.

http//conae.mec.gov.br

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