a comunicaÇÃo social aplicada em operaÇÕes …
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ESCOLA DE GUERRA NAVAL
CC (T) Valdir Gouvêa Rêgo
A COMUNICAÇÃO SOCIAL APLICADA EM OPERAÇÕES NAVAIS NA MARINHA DO BRASIL
A Comunicação Social no Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais no Haiti: O preparo dos militares que compuseram o Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais - Haiti, 13º
Contingente na área de Comunicação Social
Rio de Janeiro
2108
CC (T) Valdir Gouvêa Rêgo
A COMUNICAÇÃO SOCIAL APLICADA EM OPERAÇÕES NAVAIS NA MARINHA DO BRASIL
A Comunicação Social no Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais no Haiti: O preparo dos militares que compuseram o Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais - Haiti, 13º
Contingente na área de Comunicação Social
Monografia apresentada à Escola de Guerra Naval, como requisito parcial para a conclusão do Curso Superior. Orientador: CF (IM) Denys Sodré Barroso
Rio de Janeiro
Escola de Guerra Naval
2108
Agradeço e dedico esta experiência acadêmica, em primeiro lugar, a Deus, por me permitir enfrentar o presente desafio, possibilitando o meu crescimento pessoal acadêmico e profissional. À minha saudosa mãe, por me fazer uma pessoa honrada e digna. À minha esposa Carla, pela compreensão e constante apoio. À minha filha Luísa, por ser minha constante inspiração. À Equipe do C-SUP, pelo relevante e fundamental apoio. Ao meu orientador, CF (IM) Sodré, por sua orientação sempre segura.
Não se pode fazer guerra, sem mídia, sem propaganda e o planejador militar que estiver elaborando um plano para guerra e não tiver a mídia e a propaganda no topo de suas prioridades não é muito profissional. Samir Khader
RESUMO
Num mundo globalizado, com as informações sendo transmitidas quase que
instantaneamente, a Comunicação Social tornou-se uma relevante ferramenta de divulgação
da imagem das instituições. Por conseguinte, as atividades de Relações Públicas passaram a
ser um valioso instrumento de interação com os públicos de interesse. Destarte, a presente
monografia tem como objetivo analisar o preparo e a capacitação dos militares que
compuseram o Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais - Haiti, 13º Contingente na
Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti, sobretudo os que exerceram as
funções de Comunicação Social. Fazendo uso de pesquisas bibliográficas, Relatórios de Fim
de Comissão de Comandantes de Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais - Haiti, além de
entrevistas com militares que participaram da missão. Foi analisado se a estrutura de pessoal
da Seção de Comunicação Social do referido Grupamento era adequada e se os militares
possuíam o preparo nesta área. Evidencia os conhecimentos necessários e descreve os
conhecimentos adquiridos pelo Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais - Haiti - 13º
Contingente. Propõe um estudo acerca do tema e, caso viável, uma alteração na configuração
do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais, a fim de cumprir as diversas atividades de
Comunicação Social em um ambiente operacional, ademais, sugere a realização de cursos
específicos para os militares que exercerão tais funções. Exalta a competência e o
profissionalismo dos Comandantes dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais - Haiti,
à medida que foram se adaptando às novas exigências em Comunicação Social num cenário
caótico de crise, concomitante a isso, ressalta o avanço da doutrina na Marinha do Brasil e a
inclusão da disciplina Assuntos Civis e Comunicação Social no currículo do Curso Especial
de Habilitação para Promoção a Sargentos do Corpo de Fuzileiros Navais. Todavia, entende-
se que os militares que exercerão as funções de Comunicação Social nos Grupamentos
Operativos de Fuzileiros Navais num ambiente operacional, necessitam de capacidade e
preparo específicos nesta importante área, pois é por meio da Comunicação Social, que as
atividades da Marinha do Brasil chegam aos seus públicos-alvos.
Palavras-chave: Comunicação Social. Marinha do Brasil. Haiti
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACISO - Ação Cívico-Social AI - Assessoria de Imprensa BFNHARQ - Base de Fuzileiros Navais no Haiti Acadêmica Rachel de Queiroz BRABAT - Batalhão de Infantaria de Força de Paz CAM - Corpo Auxiliar da Marinha CASC - Componente de Apoio de Serviços ao Combate CCA - Componente de Apoio Aéreo CCSM - Centro de Comunicação Social da Marinha CCmdo - Componente de Comando CCT - Componente de Combate Terrestre CGCFN - Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais CIASC - Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo CFN - Corpo de Fuzileiros Navais ComFFE - Comando da Força de Fuzileiros da Esquadra ComSoc - Comunicação Social CM - Comandante da Marinha CSNU - Conselho de Segurança das Nações Unidas EB - Exército Brasileiro EMA - Estado Maior da Armada END - Estratégia Nacional de Defesa FA - Forças Armadas FAB - Força Aérea Brasileira FC - Comandante da Força – Force Commander GLO - Garantia da Lei e da Ordem GptOpFuzNav-Haiti - Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais no Haiti GMM - Gabinete do Ministro da Marinha MB - Marinha do Brasil MD - Ministério da Defesa MINUSTAH - Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti OM - Organização Militar OMOT - Organização Militar Orientadora Técnica ONU - Organização das Nações Unidas PCPM - Plano de Comunicação Social da Marinha QT - Quadro Técnico RP - Relações Públicas SISCOMB - Sistema de Comunicação Social da Marinha SRPM - Serviço de Relações Públicas da Marinha TIC - Tecnologia da Informação e da Comunicação
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................09
2 A COMUNICAÇÃO SOCIAL E O SEU EMPREGO NAS OPERAÇÕES................,..11
2.1 Teorias referentes à Comunicação Social.................................................…......................11
2.2 A Comunicação Social na Marinha do Brasil.....................................................…............13
2.2.1 Estrutura da Comunicação Social na Marinha do Brasil.................................................14
2.3 A Importância do Relacionamento com a Mídia................................................................15
2.4 O Assessor de Imprensa......................................................................................................16
3 O HAITI, A MINUSTAH E A COMUNICAÇÃO SOCIAL..............................….......18
3.1 Da Crise no Haiti à MINUSTAH.......................................................................................18
3.2 O Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais na MINUSTAH.......................……........20
3.3 Estrutura da Comunicação Social do GptOpFuzNav-Haiti no 13º Contingente.................21
3.4 As atividades da Assessoria de Relações Públicas do 13º Contingente..............................23
3.5 O Preparo da Tropa as Ações de Comunicação Social.......................................................25
4. CONHECIMENTOS EM COMUNICAÇÃO SOCIAL.................................................27
4.1Conhecimentos necessários em Comunicação Social..........................................................28
4.2 Conhecimentos adquiridos pelo GptOpFuzNav-Haiti - 13º Contingente em Comunicação
Social........................................................................................................................................29
4.3 Proposta de estudo para alteração na configuração do GptOpFuzNav e preparação de
militares em Comunicação Social......................................................…..............…….…........30
5. CONCLUSÃO.....................................................................................................................32
REFERÊNCIAS......................................................................................................................35
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE A – Entrevista com o CMG (FN) Adriano Lauro, Comandante do GptOpFuzNav – Haiti – 13º Contingente.................................................................................38 APÊNDICE B – Entrevista com oCC (FN) Alexandre de Menezes Villarmosa, Encarregado da Seção de Comunicação Social do GptOpFuzNav – Haiti – 13º Contingente..............................................................................................................................40 APÊNDICE C – Entrevista com oCapitão-Tenente (FN) Luiz Roberto Farias da Silva. Comandante de Pelotão de Fuzileiros Navais do GptOpFuzNav – Haiti – 13º Contingente..............................................................................................................................42 APÊNDICE D – Entrevista com o 1ºSG-FN-CN Alan da Silva Fonseca, Auxiliar de Comunicação Social do GptOpFuzNav – Haiti – 13º Contingente.........................................44
LISTA DE ANEXOS
ANEXO A - Cópia do Ofício Nº 30-3 do Comando de Pessoal de Fuzileiros Navais – Proposta de Alteração curricular do Curso Especial de Habilitação para Promoção a Sargento (C-Esp-HabSG) e do Curso de Formação de Sargento Músico (C-FSG-MU)...........................................................................................................................................45 ANEXO B - Cópia do ANEXO A do Ofício Nº 30-3 do Comando de Pessoal de Fuzileiros Navais – Proposta de Alteração curricular do Curso Especial de habilitação para Promoção a Sargento (C-Esp-HabSG) e do Curso de Formação de Sargento Músico (C-FSG-MU)...........................................................................................................................................46 ANEXO C - Cópia do ANEXO B do Ofício Nº 30-3 do Comando de Pessoal de Fuzileiros Navais – Proposta de Alteração curricular do Curso Especial de Habilitação para Promoção a Sargento (C-Esp-HabSG) e do Curso de Formação de Sargento Músico (C-FSG-MU)...........................................................................................................................................50
ANEXO D - Cópia da alteração curricular do Curso Especial de Habilitação para Promoção a Sargento (C-Esp-HabSG)..........................................................................................................55 AANNEEXXOO EE -- Cópia da alteração curricular do Curso de Formação de Sargento Músico (C-FSG-U)................................................................................................................................58 ANEXO F - Extrato do ANEXO H do Relatório de Fim de Comissão do GptOpFuzNav-Haiti 12º Contingente ao ComFFE....................................................................................................61 ANEXO G - Extrato do APÊNDICE VII ao Anexo do Ofício nº 48/2013 do Relatório de Fim de Comissão do GptOpFuzNav-Haiti 17º Contingente ao ComFFE.......................................62 ANEXO H - Extrato do ANEXO e Extrato do APÊNDICE VIII, do Oficio nº 39/2015 do Relatório de Fim de Comissão do GptOpFuzNav-Haiti 21º Contingente ao ComFFE....................................................................................................................................64 ANEXO I - Extrato do APÊNDICE C (Pesquisa com o comandante do GptOpFuzNav Haiti 07/08), da Monografia do Capitão de Mar e Guerra (FN) Marco Aurélio Vaz da Costa, O Relacionamento da Marinha do Brasil com a mídia. A importância do relacionamento dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais (GtpOpFuzNav) com a mídia: Análise e sugestões (2010), apresentada à Escola de Guerra Naval, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Política e Estratégia Marítimas............................................................67 ANEXO J - Extrato do APÊNDICE D (Pesquisa com o comandante do GptOpFuzNav Haiti 2010), da Monografia do Capitão de Mar e Guerra (FN) Marco Aurélio Vaz da Costa, O Relacionamento da Marinha do Brasil com a mídia. A importância do relacionamento dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais (GtpOpFuzNav) com a mídia: Análise e sugestões (2010), apresentada à Escola de Guerra Naval, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Política e Estratégia Marítimas...........................................................69 ANEXO K - Cópia da Tabela de Cursos e Conclaves para 2018 do Centro de Comunicação Social da Marinha (CCSM)………………………………………..….................................…71
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1. INTRODUÇÃO
As pessoas que mais pensam nos conflitos armados do futuro sabem que uma das partes mais importantes do combate do amanhã terá lugar no campo de batalha dos meios de comunicação.
Alvin Tofler
O mundo muda cada vez mais rápido e a comunicação acompanha os novos
movimentos. Na sociedade atual, mais globalizada, é visível a influência dos meios de
comunicação social, não só sobre o pensamento humano, mas sobre suas atitudes. Tais meios
foram se constituindo ao longo do tempo, adquirindo cada vez mais importância e espaço nas
relações sociais, tornando-se um relevante instrumento, seja na opinião pública, seja nas
organizações públicas e privadas.
A Marinha do Brasil (MB) necessita tornar perene sua identidade, consolidar sua
imagem e manter sua reputação. Para tanto, é necessário, dentre outras questões, que não
serão abordadas neste trabalho, um bom relacionamento com os meios de comunicação e com
os públicos de seu interesse. Por conseguinte, torna-se imprescindível a capacitação do
pessoal, não só da área específica de Comunicação Social (ComSoc), mas de todos os
envolvidos numa situação de conflito em áreas urbanas de um país estrangeiro. Cada um com
seu grau maior ou menor de conhecimento.
Não raro, a Organização das Nações Unidas (ONU) se vê obrigada a intervir num
Estado soberano ao redor do planeta, por meio de resolução1 específica do seu Conselho de
Segurança (CS). “Ao longo da história da ONU, as Operações de Paz2 converteram-se em
uma de suas principais atividades, representando o envolvimento direto da organização em
conflitos e crises humanitárias” (PECEQUILO, 2012, p. 336).
Em fevereiro de 2004, foi efetivada a Missão das Nações Unidas para Estabilização do
Haiti (MINUSTAH), onde o Brasil esteve à frente do componente militar, com a participação
da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira, além de apoio de
tropas de outros 20 países, conforme Editorial publicado na revista O Anfíbio (2017). Diante
disso, o Brasil se viu envolvido numa complexa, porém importante Operação de Paz, pois
coube a ele liderar o componente militar numa situação de crise extrema, num país
1 Resolução 1542 estabeleceu que a MINUSTAH fosse composta por dois componentes, sendo um civil, com 1.622 homens, e um militar, com 6.700 soldados. 2 Consistem no emprego da força militar, em apoio a esforços diplomáticos, para manter, impor ou construir a paz em país estrangeiro (BRASIL, 2017, p.4.10).
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mergulhado no caos social, econômico e político, com os olhos do mundo voltados para esse
pequeno, porém conturbado, Estado caribenho.
Destarte, o presente trabalho tem como propósito analisar o preparo e a capacitação
dos militares que compuseram o Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais-Haiti3
(GptOpFuzNav-Haiti), 13º Contingente na MINUSTAH, no período de junho de 2010 a abril
de 2011, na área de ComSoc.
Seus objetivos são: identificar os conceitos da Comunicação Social, os principais
conhecimentos obtidos em Relacionamento com a Mídia, Assessoria de Imprensa e
Relacionamento com o Público no GptOpFuzNav-Haiti, 13º Contingente na MINUSTAH,
por fim, analisar o preparo da tropa nas ações de ComSoc num ambiente operacional.
O presente estudo tem sua relevância à medida que poderá incentivar outros
pesquisadores a dar continuidade aos estudos acerca do assunto, a fim de se obter maiores
conhecimentos nas citadas áreas num ambiente operacional.
A pesquisa bibliográfica foi calcada nas publicações normativas do Ministério da
Defesa (MD), da Marinha do Brasil e do Exército Brasileiro (EB), em periódicos publicados
pela Marinha do Brasil, artigos científicos que abordaram o tema, livros de autores renomados
na área de Comunicação Social, além de relatórios e depoimentos de militares dos mais
diversos postos e graduações que, efetivamente, participaram da missão.
O trabalho foi estruturado em cinco capítulos, o primeiro, a Introdução, discorre
acerca do propósito do estudo, seus objetivos, bem como, o planejamento do projeto e sua
execução.
O segundo capítulo explana, de maneira breve, as teorias da Comunicação Social e
como ela está inserida na Marinha do Brasil, ressaltando a Importância do Relacionamento
com a Mídia e do profissional em Assessoria de Imprensa.
Já o terceiro capítulo versa sobre a crise no Haiti e a MINUSTAH, a
definição e a composição do GptOpFuzNav-Haiti no 13º Contingente, e a sua estrutura em
Comunicação Social. Analisa, também, o preparo dos militares na área de ComSoc nesse
ambiente operacional, além de descrever suas atividades de Relações Públicas.
No capítulo quatro, serão analisados os conhecimentos necessários em ComSoc e os
conhecimentos adquiridos pelo GptOpFuzNav-Haiti - 13º Contingente em ComSoc num
3 É uma forma de organização para o emprego de tropa de Fuzileiros Navais, constituída para o cumprimento de missão específica e estruturada segundo o conceito organizacional de componentes que agrupa os elementos constitutivos, de acordo com a natureza de suas atividades. (BRASIL, 2013, p, 4.1)
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ambiente operacional, além de propor um estudo, incluindo, se for o caso, uma Seção de
ComSoc na configuração do GptOpFuzNav. Ademais, confere a importância da preparação
dos militares em ComSoc em futuras missões dessa natureza. Por fim, no quinto capítulo,
será realizada a conclusão da pesquisa.
2. A COMUNICAÇÃO SOCIAL E O SEU EMPREGO NAS OPERAÇÕES
Os conflitos militares trazem consigo a imprensa, que busca, incessantemente, obter
informações sobre o que está ocorrendo, de forma a manter o público informado do que se
passa no Teatro de Operações (TO)4. Assim, cada vez mais, a presença e a atuação da mídia
nas regiões em conflito têm sido marcantes, influenciando diretamente a imagem das forças
envolvidas e, muitas vezes, o próprio curso dos acontecimentos. O Manual de Comunicação
Social da Marinha (Brasil, 2018) contextualiza, dizendo que, a partir da segunda metade de
século XX, os meios de comunicação, em especial a televisão, passaram a divulgar cenas dos
campos de batalha e notícias sobre a evolução das ofensivas.
2.1 Teorias referentes à Comunicação Social
A maioria das teorias associadas à comunicação baseia-se em noções que remontam a
milhares de anos. Na Grécia antiga, a disciplina que hoje é chamada de Comunicação era,
então, a Retórica, o uso da linguagem para persuadir os ouvintes a fazer algo. Aristóteles
(384-322 a.C.), em seu principal livro - A Arte da Retórica - define que toda enunciação é
composta por três partes: o orador, o assunto a ser tratado e a pessoa a quem a fala se dirige,
ou seja, o ouvinte, a quem se refere o objeto ou a finalidade da fala (BRASIL, 2018, p. 2-1).
“Na visão desse filósofo grego, as pessoas que sabiam empregar a retórica eram completas
(VIANA, 2001, p. 37).
Não raro, outras teses acerca do assunto são expostas nas bibliografias pesquisadas.
Segundo Vicente, (2011, p. 2) “A Comunicação Social é uma ciência jovem e ainda em
construção”. Por sua vez, Favera (2011), observa que a comunicação teve seu início nos
primórdios da civilização e que eram feitas oralmente ou por sinais e sons convencionais. Foi
assim que surgiram as primeiras relações sociais entre os seres humanos. Dessa forma,
4 Segundo a Doutrina Militar Naval, EMA-305, 1ª edição, 2017, Teatro de Operações (TO) é o espaço geográfico necessário à condução de operações militares, para o cumprimento de determinada missão, englobando o necessário apoio logístico.
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entende-se que a comunicação social é exercida de fato, além de ser tema de robustos estudos,
há séculos, não havendo, contudo, um consenso de seu início.
Assim, a comunicação é usada com o objetivo de influenciar o comportamento de um
grupo de pessoas, de uma tribo, de um vilarejo, de uma cidade ou de uma nação. Hoje, com o
advento das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC), essa influência atinge todo
o planeta, alterando as opiniões, as idéias e as atitudes das pessoas.
A comunicação é assim definida por Barbosa e Rabaça (2002):
A palavra comunicação deriva do latim communicare, cujo significado seria tornar comum, partilhar, repartir, associar, trocar opiniões, conferenciar. Comunicar implica participação, em interação, em troca de mensagens, em emissão ou recebimento de informações novas. A Comunicação envolve um conjunto de conhecimentos e técnicas adequadas à sua manipulação eficaz (BARBOSA; RABAÇA, 2002, p. 152, grifo nosso).
A comunicação compõe o processo básico para a prática das relações humanas e para
o desenvolvimento da personalidade individual e do perfil coletivo (POLISTCHUK, 2003, p.
62). Observa-se que é a comunicação que torna possível a interação entre as pessoas e a vida
em sociedade.
Assim sendo, a ComSoc tem como princípio estudar os fenômenos que ocorrem
graças à relação entre a sociedade e os meios de comunicação, englobando os processos da
informação, persuasão e entretenimento de indivíduos e grupos sociais.
A Estratégia Nacional de Defesa (END) orienta acerca da importância da ComSoc,
entendendo como imprescindível instrumento de apoio à decisão nos diversos níveis de
planejamento político, estratégico, operacional e tático. (BRASIL, 2012, p. 163).
O Manual de Fundamentos de Comunicação Social do Exército Brasileiro assim
conceitua Comunicação Social:
Processo pelo qual se podem exprimir ideias, sentimentos e informações, visando a estabelecer relações e somar experiências. Compreende as atividades de Relações Públicas, Assessoria de Imprensa e Divulgação Institucional. É um campo de conhecimento acadêmico que busca aperfeiçoar o relacionamento entre os seres humanos como indivíduos ou como integrantes de um grupo social. (BRASIL, 2017, p. 1-2).
Pode-se identificar, portanto, na atualidade, a importância da ComSoc nas relações
sociais, não somente entre instituições públicas e privadas mas, sobretudo, entre pessoas que
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se relacionam no seu dia a dia em um ambiente profissional ou não. Ademais, é por meio de
um efetivo e correto relacionamento com os meios de comunicação e com seu público-alvo
que a organização atinge seus propósitos e princípios, isto é, o fortalecimento da sua imagem
institucional. “O sucesso da comunicação pode ser determinado pela qualidade das relações
que a organização estabelece com seus públicos de interesse” (BRASIL, 2018, p. 2-2). Para
tal, há a necessidade de profissionais capacitados e, efetivamente, conscientes de seu papel
estratégico, pois, nessa sensível, porém fundamental área, não há lugar para amadores.
2.2 A Comunicação Social na Marinha do Brasil
Em se tratando da relevância da ComSoc na MB, o então Comandante da Marinha
(CM), Almirante de Esquadra Julio Soares de Moura Neto, na abertura da primeira jornada de
Comunicação Social da Marinha, em 16 de março de 2010, afirmou que:
Falar de Comunicação Social, em âmbito da Força, implica reconhecer a importância e a inadiável necessidade de tornar a nossa Instituição cada vez mais próxima da sociedade brasileira. [...] Com relação ao futuro da Comunicação Social da Marinha, há que pensar sob o enfoque estratégico, ou seja, no que é possível fazer para, de forma contínua e sustentada, torná-la cada vez mais dinâmica, interessante e cativante, compreendendo-a como poderoso instrumento de difusão de nossas atividades, de nossos valores e de nossa rica tradição, fortalecendo-os junto ao Público Interno, convencendo-o de que cada militar, ou Servidor civil, deve ser um espelho de nossos princípios éticos e morais, sendo sua conduta pessoal, por si só, um forte elemento de Comunicação Social, na medida em que qualquer desvio de comportamento, independente do posto ou graduação, tem um impacto interno tremendamente negativo e, mais ainda, junto ao Público Externo (COSTA, 2010, p. 9, grifo do autor).
Diante das declarações do Almirante de Esquadra Moura Neto, torna-se latente a
importância da ComSoc para a Instituição. Além disso, cita a necessidade da MB em se
aproximar da sociedade brasileira, enfatizando que um desvio de comportamento impacta
negativamente na imagem da Força.
Com a crescente demanda na área de ComSoc, a MB vislumbrou a necessidade de
orientar o seu público interno no ramo da ComSoc, tornando-o um vetor de divulgação das
atividades da Instituição, publicando, no ano de 2006, o Manual de Comunicação Social da
Marinha (EMA-860). No dia 22 de março do corrente ano, foi aprovada a 1ª revisão do
referido Manual. Esta publicação tem o propósito de orientar o exercício da atividade de
ComSoc e a atuação dos órgãos integrantes do Sistema de Comunicação Social da Marinha
(SisComSocMB).
14
O Manual de Comunicação Social da Marinha (Brasil, 2018), define Comunicação
Social como o campo de atuação dos profissionais formados em Jornalismo, Publicidade e
Propaganda e Relações Públicas, que estudam as relações entre a sociedade e os meios de
comunicação de massa, como os jornais e revistas, a televisão, o rádio, o cinema e a Internet
(BRASIL, 2018, p. 1-2).
Cabe ressaltar que a 1ª revisão do Manual de Comunicação Social da Marinha (2018),
EMA-860, introduziu um capítulo exclusivamente destinado ao Emprego Operacional da
Comunicação Social, que tem como propósito ambientar os militares envolvidos com a
atividade de Comunicação Social na Marinha do Brasil com os principais conceitos e
terminologias atinentes ao emprego da Comunicação Social nas operações militares. Portanto,
um significativo avanço na doutrina da MB, no que se refere ao preparo e à capacitação de
todos os militares envolvidos em situações de conflito na área de ComSoc, quer em território
nacional, quer em terras internacionais.
2.2.1 Estrutura da Comunicação Social na Marinha do Brasil
As atividades de Comunicação Social iniciaram-se formalmente na MB em 5 de abril
de 1961, com a criação do Serviço de Relações Públicas da Marinha (SRPM), órgão de
assessoria, ligado à estrutura organizacional do então Gabinete do Ministro da Marinha
(GMM), (KANEKO, 2009, p. 16). Entende-se, assim, que as atividades de ComSoc são
recentes na estrutura do Comando da Marinha, tendo como referência as primeiras teorias em
ComSoc.
Nesse contexto, Silva (2009) observa que:
A fim de tornar suas ações mais abrangentes, suprir as demandas de informação da mídia, da opinião pública e manter-se no estado da arte no que diz respeito aos modernos conceitos da Comunicação Social, em 30 de maio de 2006 o Serviço de Relações Públicas da Marinha (SRPM) teve a sua denominação alterada para Centro de Comunicação Social da Marinha (CCSM), (SILVA, 2009, p. 9).
A Direção Geral do SisComSocMB é de competência exclusiva do CM, tendo como
Órgão Central o Centro de Comunicação Social da Marinha (CCSM). As Organizações
Militares (OM) componentes do SisComSocMB foram agrupadas de acordo com suas
peculiaridades, estando classificadas funcionalmente com as seguintes designações: Células
de Alto Nível, Concentradoras, Especializadas, Padrão e Transitórias. (BRASIL, 2018, p.4-2).
15
A fim de nortear as OM, a MB confecciona anualmente o Plano de Comunicação
Social da Marinha (PCSM), documento da administração naval, que tem como objetivos
permanentes, entre outros, zelar pela imagem e pela reputação da Marinha do Brasil,
aproximar a Força da sociedade brasileira, aumentar a percepção das pessoas sobre a
importância das atividades desenvolvidas pela Marinha do Brasil e impulsionar a captação de
recursos humanos. Dentre os seus objetivos específicos, pode-se citar: aperfeiçoar e aprimorar
o relacionamento da Marinha do Brasil com a Imprensa e a capacitação de porta-vozes. Em
outras palavras, o PCSM enfatiza a preservação da imagem da MB, ademais, pontua o
constante aperfeiçoamento no tocante ao contato com a mídia, além da preparação e
capacitação de seus profissionais que, efetivamente, terão um estreito relacionamento com os
órgãos de imprensa.
2.3 A Importância do Relacionamento com a Mídia
À vista da crescente importância da opinião pública para a legitimação dos governos,
torna-se, necessário haver, nas instituições públicas, uma estrutura especialmente preparada
para atuar junto aos órgãos de imprensa, a fim de, por meio deles, buscar o apoio da
sociedade, para os projetos que tais instituições pretendem ver aprovados nas esferas
governamentais.
Por conseguinte, Viana (2004) descreve a importância da comunicação por meio da
mídia,
Sabemos que uma sociedade civilizada não pode prescindir da mídia e da liberdade de expressão. Insurgem-se contra o construtivo relacionamento com a mídia apenas aqueles que fazem parte do passado, ou aqueles que ainda não atentaram para o seu permanente compromisso com o progresso da sociedade (VIANA, 2004, p. 52, grifo nosso).
Não obstante, Argenti (2006) corrobora com a tese acima, onde diz que mesmo hoje
em dia, alguns profissionais resistem em aceitar a importância da comunicação por meio da
mídia, preferindo manter pouco ou nenhum relacionamento com ela. Por sua vez, Viana
(2004, p. 140) argumenta que “um saudável relacionamento com a mídia possui resultado
positivo para a imagem da instituição, além do prestígio junto aos acionistas e respeito por
parte das autoridades”.
Essa percepção é vital para a MB, pois irá contribuir sobremaneira para um saudável
relacionamento com os meios de comunicação, mas, sobretudo, para tornar visível a imagem
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positiva da instituição perante a sociedade brasileira. Esta imagem se faz por meio da
credibilidade, competência e capacidade em se comunicar. Em outras palavras, não é
suficiente apenas se comunicar, mas saber como se comunicar.
Cabe ressaltar que, nas operações militares, haverá situações em que os jornalistas
atuarão de maneira isolada, isto é, não serão acompanhados por pessoal de Comunicação
Social. Deste modo, cabe ao Comandante identificar as necessidades de acompanhamento e
fornecer treinamento e/ou orientação para o pessoal sem formação específica na área que
atuará como acompanhante (BRASIL, 2018, p. 14-21). Sendo assim, um cenário de conflito
armado traz consigo a necessidade de uma compatível estrutura de pessoal para o
relacionamento com a mídia, pois é esta que funciona como representante da sociedade. Em
tal contexto, a MB necessita do apoio dessa mesma sociedade para exercer, de maneira
transparente e ética, suas missões constitucionais.
2.4. O Assessor de Imprensa
As atividades de Comunicação Social durante uma operação militar, seja ela no Brasil
ou no exterior, visam harmonizar as relações entre a instituição e a sociedade local, de um
modo geral, e com a imprensa, em particular. Muitas vezes esses cenários apresentam,
também, oportunidades que podem ser aproveitadas segundo os interesses da instituição.
Daniel (2015), explica que:
Em um ambiente corporativo é primordial manter a clareza das informações que envolvem a imagem de uma empresa, relatando suas ações e feedbacks com seu público e cliente. Os canais de comunicação tornam-se o ponto principal para divulgar e fortalecer a imagem da organização, fazendo da assessoria de imprensa uma ferramenta essencial que deve ser bem desenvolvida (DANIEL, 2015, p. 1, grifo nosso).
Ferraretto (2009) acrescenta que a Assessoria de Imprensa é a atividade que possui a
atribuição de aproximar as fontes dos veículos de comunicação, e são esses veículos que
levam as notícias ao público. Para tanto, cabe à Assessoria de Imprensa acompanhar os
avanços tecnológicos, sociais e comportamentais nos dias atuais, sendo o Assessor de
Imprensa um mediador e facilitador das notícias, quer para o público em geral, quer para
imprensa.
Há muitos motivos para a contratação de um competente assessor de imprensa em uma
empresa. Conforme explana Ellero (2015, p. 1), “Ela [Assessoria de Imprensa] se torna
17
importante para empresa a partir do momento que fortalece sua imagem e torna seus
profissionais referências e autoridades em seu segmento”.
Por exemplo, uma situação de conflito armado num país estrangeiro, onde a ONU se
faz presente com uma Força Multinacional5, atrai a imprensa de praticamente todas as nações
do planeta, a procura de notícias inéditas e interessantes.
Conforme explica Abreu (2002), acerca do relacionamento dos militares com a
imprensa,
As Forças Armadas norte-americanas, assim como todas as grandes organizações do país, demonstram uma grande preocupação com o relacionamento com a imprensa, pois sabem da sua importância na condução das atividades militares. A preocupação se justifica pela crescente presença dos repórteres nos teatros de operações. Enquanto cerca de trinta cobriram o desembarque na Normandia, em 1944, as invasões de Granada (1983) e Panamá (1989) foram acompanhadas por mais de quinhentos. A operação Tempestade do Deserto (1991) e as ações na Bósnia (1996) receberam a atenção de cerca de 1700 jornalistas, apenas no setor norte-americano. Em conseqüência, as Forças Armadas se organizaram para atender às necessidades da imprensa. Também desenvolveram estruturas destinadas a treinar os líderes militares na condução de suas tarefas em um ambiente dominado pela mídia (ABREU, 2002, p. 148, grifo nosso).
O Manual de Fundamentos de Comunicação Social do Exército Brasileiro EB20-MF-
03.103 (Brasil, 2017) faz a seguinte observação acerca do relacionamento dos militares com a
imprensa:
Processo pelo qual se podem exprimir ideias, sentimentos e informações, visando a estabelecer relações e somar experiências. Compreende as atividades de Relações Públicas, Assessoria de Imprensa e Divulgação Institucional. É um campo de conhecimento acadêmico que busca aperfeiçoar o relacionamento entre os seres humanos como indivíduos ou como integrantes de um grupo social, (BRASIL, 2017, p. 1-2).
Todos os integrantes da MB devem manter um bom relacionamento com a imprensa,
pautado pelo respeito e profissionalismo. O EMA-860 descreve que é necessário que todos os
titulares de OM, sobretudo daquelas que mantenham algum tipo de relacionamento direto com
o público, estabeleçam suas próprias estratégias de comunicação (BRASIL, 2018, p. 8-6).
Cada vez mais, as Forças Armadas (FA) estão sendo convocadas para missões de Garantia da
Lei e da Ordem (GLO) e para missões de paz em diferentes países. A MINUSTAH é um
exemplo, na qual a MB se fez presente com um GptOpFuzNav por um período de 13 anos e
5 Força Multinacional: constituída por Forças Armadas ou agências de dois ou mais Estados, estruturada segundo mandato específico das Nações Unidas. Fonte: EMA-305, Doutrina Militar Naval (2017).
18
que lhe rendeu experiências importantes, não só no planejamento e execução das operações
militares, mas também no que se refere às atividades de ComSoc e Relações Públicas.
3. O HAITI, A MINUSTAH E A COMUNICAÇÃO SOCIAL
Entre muitos elementos que contribuíram para o êxito da MINUSTAH, pode-se citar,
entre eles, a Comunicação Social. A Resolução 1608 do Conselho de Segurança da ONU, de
2005, apresentou um trecho narrando a importância da Comunicação na operação, “[...]
prepare e ponha em prática, com urgência, uma estratégia proativa de comunicação e relações
públicas, a fim de que a população do Haiti compreenda melhor o mandato da MINUSTAH e
a função que realiza no país” (COSTA, A, 2017, p. 31, tradução da autora).
Como já sinalizado neste trabalho, a mídia está intimamente ligada às situações de
conflitos armados, pois é ela que fará chegar ao público os principais acontecimentos, seja por
meio de informações verídicas e confiáveis, passadas pelas instituições oficiais, seja pela
mera visão e interesse da imprensa. Por sua vez, confere ao Assessor de Imprensa do
GptOpFuzNav-Haiti, um importante papel nesse contexto, haja vista caber a ele subsidiar, de
maneira eficiente, precisa e responsável, os representantes da mídia, a fim de que a cobertura
dos acontecimentos seja efetivamente realizada e que os fatos sejam corretamente divulgados.
3.1. Da Crise no Haiti à MINUSTAH
Localizado na segunda maior Ilha do Caribe, fazendo fronteira terrestre com a
República Dominicana, o Haiti foi a primeira república negra independente do mundo e a
segunda nação a se tornar independente na América (COSTA, A, 2017). Todavia, possui uma
história turbulenta, repleta de momentos de violência e intervenção estrangeira. Nos dias
atuais, é considerado um dos países mais pobres do mundo.
Em 1957, François Duvalier (“Papa Doc”) assumiu o poder, declarando-se governante
vitalício, instaurou um regime regido pelo desrespeito à Constituição, centralização de poder,
autoritarismo, e utilização do aparato repressor do Estado para perseguir e eliminar inimigos
políticos (AGUILAR, 2014). Com sua morte, em 1971, seu filho, Jean-Claude Duvalier
(“Baby Doc”), instaurou-se no poder, munido de uma emenda constitucional, mantendo-se no
cargo até 1986.
Após a saída de “Baby Doc”, o país entrou em um novo ciclo de instabilidade, com
governos provisórios e sucessivos golpes de Estado. Somente em 1990, com o auxílio da
19
ONU, ocorreram as primeiras eleições presidenciais, elegendo o padre Jean-Bertrand Aristide,
sendo deposto, meses depois, por um golpe militar. Em 1994, com o auxílio da ONU, Aristide
voltou ao poder (COSTA, A, 2017). Finalizou seu mandato em 1995, sendo sucedido por
René Préval, que governou, do mesmo modo, com uma constante crise social, política e
econômica.
No ano de 2000, novas eleições presidenciais ocorreram, dando vitória novamente a
Aristide, que assumiu o poder em 2001 sob acusações de fraudes no processo eleitoral. Em
2003, a intensa instabilidade econômica, política e social acarretou uma onda de violência por
todo o país, que culminou com a saída e o exílio de Aristide, no início de 2004 (BRIGAGÃO,
2007; VIANA, 2009 apud COSTA, A, 2017).
Diante disso, Aguilar (2014) contextualiza o caos instalado no Haiti, no que se refere à
falta de segurança para a população,
O problema de segurança haitiana naquele momento advinha da desativação das Forças Armadas, em 1995, pelo Presidente Aristide. Desde então, a Polícia Nacional Haitiana (PNH) era o único componente do aparato oficial de segurança. A PNH necessitava de um número mínimo de 10 mil policiais, uma média de um policial para cada 800 cidadãos, para que pudesse cumprir suas funções de garantia da lei e da ordem. Entretanto, a média geral era de um policial para cada 3.300 habitantes [...]. Além disso, a desativação das Forças Armadas resultou em descontentamento dos ex-militares que foram se mobilizando contra o governo. (AGUILAR, 2014, p. 62-63).
Nesse caótico cenário, a pedido da Suprema Corte, a ONU instituiu uma missão de paz
denominada Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH), por
meio da resolução 1542 do Conselho de Segurança da ONU. O objetivo principal era
restabelecer a segurança e a estabilidade do país, após sucessivos episódios de violência e
conflitos, de acordo com o Editorial da revista O ANFÍBIO (2017).
O Vice-Almirante Fuzileiro Naval Zuccaro descreve em seu artigo publicado no
periódico O Anfíbio (2017), acerca de sua chegada em solo haitiano com o GptOpFuzNav-
Haiti, 1º Contingente no ano de 2004.
Era também desafiador o fato de estarmos “abrindo” uma missão em um país severamente afetado quanto à disponibilidade de bens para aquisição. Esse fator foi agravado pela crise política e humanitária vigente, razão de ser, a propósito, da decisão, por parte da Organização das Nações Unidas (ONU), de retornar àquele sofrido país com mais uma missão de paz, desta vez feita sob a liderança do Brasil (ZUCCARO, 2017, p. 8).
20
Conforme o periódico O Anfíbio (2017), o Comando do Componente Militar da
MINUSTAH foi confiado a um Oficial-General do Exército Brasileiro, denominado
Comandante da Força - Force Commander (FC). O Batalhão Brasileiro de Força de Paz
(BRABAT), também comandado por um Oficial do EB, encontrava-se diretamente
subordinado ao FC. O GptOpFuzNav-Haiti, no nível Elemento Anfíbio (ElmAnf), comandado
por um oficial do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), estava subordinado ao BRABAT.
Apesar de independente administrativamente, não possuía autonomia operativa, ou seja, as
missões eram designadas pelo BRABAT. Assim estava constituída a estrutura do componente
militar na MINUSTAH.
3.2. O Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais na MINUSTAH
O Manual de Fundamentos de Fuzileiros Navais, (Brasil, 2013) define o
GptOpFuzNav como uma forma de organização para o emprego de tropa de Fuzileiros
Navais, constituída para o cumprimento de missão específica e estruturada segundo o conceito
organizacional de componentes, que agrupa os elementos constitutivos, de acordo com a
natureza de suas atividades.
O Manual acima assim estabelece a constituição dos GptOpFuzNav: Componente de
Comando (CCmdo), Componente de Combate Terrestre (CCT), Componente de Apoio de
Serviços ao Combate (CASC) e Componente de Combate Aéreo (CCA). Essa estruturação,
em conjunto com o Processo de Planejamento Militar (PPM), orientará a organização e o
emprego de cada componente. É oportuno ressaltar que não há uma Seção de Comunicação
Social normatizada na estrutura do GptOpFuzNav. Assim, no Haiti, essa Seção ficava a cargo
do BRABAT. Contudo, devido à necessidade de um relacionamento com a população local,
como líderes comunitários, os Comandantes dos Grupamentos Operativos destacavam um
Oficial para exercer, como encargo colateral, tal função.
Uma das características do GptOpFuzNav é ser projetado a partir do mar por vetores
orgânicos do CFN, navais e aeronavais, com tropas e meios especialmente adaptados ao
desembarque, para o cumprimento de missões de qualquer natureza (BRASIL, 2013).
Sob os holofotes da imprensa mundial, no início de 2004, desembarcavam na cidade
de Porto Príncipe, capital do Haiti, os primeiros militares do GptOpFuzNav-Haiti, que iriam
compor o 1º Contingente brasileiro na MINUSTAH.
21
Destarte, Braga (2006) faz as seguintes observações em seu artigo publicado na revista
O Anfíbio (2006) acerca da presença da imprensa por ocasião das atividades realizadas pelas
tropas no Haiti:
Desde os instantes iniciais de sua chegada ao Haiti (ou mesmo ainda durante o período de preparação), as forças da MINUSTAH estiveram no foco direto das atenções da mídia, presente em todos os principais momentos da atuação da missão [...]. Ainda que a presença de jornalistas nas operações não seja um fato realmente novo (os tradicionais correspondentes de guerra já existem há muito tempo), a velocidade com que as informações atingem os mais distantes locais do planeta, quase em tempo real, tem assegurado uma influência cada vez maior, obrigando aqueles que desejam obter sucesso na execução de suas operações a dedicar atenção cada vez maior ao trato da mídia. (BRAGA, 2006, p.71).
Observa-se, portanto, devido ao contexto ao qual o Haiti se encontrava, o imenso
desafio que o GptOpFuzNav-Haiti teria pela frente. Não obstante, para piorar ainda mais o já
caótico cenário, no dia 12 de janeiro de 2010, o país foi atingido por um terremoto de 7,2
graus na escala Richter, deixando milhares de mortos e feridos, além de 1,5 milhão de
desabrigados, conforme divulgado na mídia da época. Nesse contexto, Agostinho (2011)
descreve que o Haiti traz consigo os olhos do mundo.
3.3 Estrutura da Comunicação Social do GptOpFuzNav-Haiti no 13º Contingente
É fato que a Comunicação Social é uma relevante ferramenta para qualquer instituição,
quer pública, quer privada. Numa situação de conflito armado, essa ferramenta torna-se ainda
mais relevante, devido às características peculiares presentes no Teatro de Operações. Braga,
(2006) faz a seguinte observação: para interagir com tamanha gama de órgãos de mídia, com
diferentes características, é fundamental a existência de organismos de comunicação social
apropriados, nos diferentes níveis da missão. Em outras palavras, numa operação de paz ou
em outro conflito armado de tamanha grandeza, faz-se necessário que a Comunicação Social
esteja, dentro do possível, presente nos diversos escalões da estrutura militar de combate.
Com o intuito de colaborar com o propósito deste trabalho, fornecendo o maior
número de informações possíveis no que tange às suas hipóteses e objetivos, foram anexados
relatórios de Comandantes de GptOpFuzNaz - Haiti e de Encarregados da Seção de ComSoc
de outros contingentes, além de entrevistas com militares que, efetivamente, participaram do
GptOpFuzNav - Haiti - 13º Contingente. Ao ser questionado acerca da estrutura de
Comunicação Social no âmbito operacional, o Comandante do GptOpFuzNav - Haiti - 7º
22
Contingente, observou que o “Oficial de Inteligência exerceu como encargo colateral esta
tarefa [...]. A necessidade de um assessoramento quanto a este aspecto, considero importante”.
Disse ainda que as matérias relativas ao GptOpFuzNav-Haiti eram lançadas na página do EB,
pois as páginas da Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE), do Comando-Geral do CFN
(ComGerCFN) e da MB não abordavam o assunto, conforme consta no ANEXO I.
Não obstante, referente ao ANEXO J, o Comandante do GptOpFuzNav - Haiti - 10º
Contingente, montou, devido à grande demanda, uma estrutura de Comunicação Social.
Salientou que possuía, como encargo colateral, apenas um oficial médico na função. Sugeriu
ao seu substituto que, devido ao significativo aumento nas atividades na área de Comunicação
Social, viesse com um oficial exclusivo para exercer tal função. Ressaltou, ainda, que o
GptOpFuzNav - Haiti necessitava de uma estrutura compatível de Comunicação Social, tendo
em vista ser um multiplicador do Poder de Combate e da capacidade de atuação dos militares
no teatro de operações. Por fim, este Comandante destacou que “no Haiti, fazemos muito, e
muito pouco é divulgado, pouco se sabe sobre a nobre missão”.
Por oportuno, ressalta-se que de acordo com o Manual de Fundamentos de Fuzileiros
Navais (Brasil, 2013) não há uma Seção de Comunicação Social na estrutura básica dos
GptOpFuzNav. Entende-se, portanto, que devido à inexistência de normatização, os
Comandantes, até então, improvisavam um oficial, a fim de exercer a função de ComSoc
como encargo colateral, haja vista a crescente demanda, além de ser o elo com a Seção de
ComSoc do BRABAT.
À vista disso, os futuros GptOpFuzNav-Haiti passaram a ter um oficial do CFN para
exercer a função de “Encarregado da Seção de ComSoc”, porém este militar não possuía
conhecimentos específicos, muito menos experiência na área. Como relata o Comandante do
GptOpFuzNav-Haiti – 13º Contingente, “a Seção de Comunicação Social era composta por
um oficial e uma ou duas praças”, ou seja, exerciam todas as atividades inerentes às funções
de ComSoc do GptOpFuzNav-Haiti na MINUSTAH, de acordo com o APÊNDICE A.
O Encarregado da Seção de Comunicação Social do GptOpFuzNav – Haiti – 13º
Contingente, em entrevista, descreve que sua estrutura de Comunicação Social era mínima.
“Eu era o Encarregado, havia um sargento fotógrafo que me auxiliava nas diversas atividades
inerentes à Comunicação Social”, vide APÊNDICE B. Acrescenta ainda que há necessidade
de uma estrutura de Comunicação Social compatível com cada missão, composta por militares
23
capacitados, a fim de realizar um trabalho de alto nível, sempre com o intuito de manter a
credibilidade e a imagem da MB.
Corroborando com as observações acima, o Auxiliar de Comunicação Social e
fotógrafo do GptOpFuzNav - Haiti - 13º Contingente descreve que havia a necessidade de
uma estrutura adequada na área de Comunicação Social no GptOpFuzNav - Haiti - 13º
Contingente, conforme relatado no APÊNDICE D. Diante dessas afirmações, sublinha-se que
a Seção de Comunicação Social do GptOpFuzNav - Haiti - 13º Contingente necessitava de
uma maior estrutura de pessoal qualificado.
Conforme mencionado, o Haiti tinha acabado de ser atingido por um grande terremoto,
ocasionando milhares de feridos e vítimas fatais, além de ter ocasionado sérios danos em todo
o país, sobretudo, na cidade de Porto Príncipe. De acordo com Agostinho (2011), a imprensa
mundial procurava por notícias referentes às vítimas do terremoto. O Manual de Comunicação
Social da Marinha (Brasil, 2018) descreve que há necessidade de uma infraestrutura adequada
para cada missão específica, seja no âmbito do pessoal, seja em instalações. Em outras
palavras, uma missão dessa magnitude e complexidade traz consigo uma série de
necessidades nas mais diversas áreas, entre elas as atividades relacionadas à Comunicação
Social.
3.4 As atividades da Assessoria de Relações Públicas do 13º Contingente
As Relações Públicas são atividades que buscam a interação entre as instituições e
seus públicos-alvos (interno e externo), contribuindo diretamente para o aprimoramento da
imagem da Força. Recorrendo a Andrade (2003), o autor assinala ser fundamental incluir as
relações com a comunidade no programa geral de Relações Públicas. Continua Andrade
(2003) acerca da colaboração dos funcionários da empresa nas atividades de Relações
Públicas,
Independentemente do tipo de delegação, é importante contar com a colaboração de todo o pessoal da organização, que deverá ter conhecimento e acatar as atividades de Relações Públicas quase como uma outra responsabilidade. Por exemplo, um escriturário ou um operário, além do seu trabalho normal, é preparado também para servir como um agente de Relações Públicas, ao prestar informações e participar ativamente para a melhoria de suas próprias condições de trabalho e para o cumprimento dos objetivos da empresa (ANDRADE, 2003, p. 46).
24
O Manual de Fundamentos de Comunicação Social do Exército Brasileiro (Brasil,
2017) observa que as atividades de Comunicação Social devem ser desenvolvidas em todas as
ocasiões, de forma mais ampla possível e que a prática diária das Relações Públicas concorre,
inquestionavelmente, para criar laços sólidos de bom convívio com a comunidade, cujas
iniciativas irão sempre influir na manutenção dos elevados índices de aceitação da Força junto
à população brasileira.
Desse modo, essas atividades bem planejadas e eficientemente executadas, extinguirá,
ou pelo menos diminuirá, o imenso hiato existente entre a comunidade local e os milhares de
militares estrangeiros que ocupavam as terras haitianas. Andrade (2003, p. 159) recomenda
que uma empresa, ao se instalar onde não é conhecida, deve imediatamente superar
preconceitos de estrangeira, por meio de uma ampla política de portas abertas, com o objetivo
de mostrar à comunidade o que a empresa faz, como faz e quem faz. Em se tratando de um
contingente militar numa Operação de Paz, a desconfiança da sociedade local pode se
potencializar.
O GptOpFuzNav - Haiti - 13º Contingente chegou à cidade de Porto Príncipe seis
meses depois do terrível terremoto que atingiu todo o país em janeiro de 2010, mas,
sobretudo, a capital. O cenário era o pior possível, acampamentos improvisados se
espalhavam pela cidade, onde milhares de haitianos tentavam sobreviver sem o mínimo de
estrutura, valas negras cortavam as comunidades, água potável e energia elétrica inexistiam
nessas áreas, além da escassez de alimentos. Assim sendo, Costa, A (2017) contextualiza a
situação a qual passou o Haiti no ano de 2010:
Os haitianos lembrarão por muito tempo de 2010 como um ano de múltiplas crises, abrangendo o terremoto e o deslocamento de 2,3 milhões de pessoas, que decorreu na passagem no furacão Tomas, na epidemia de cólera e nos problemas relacionados com a instabilidade política e as eleições. [...] O trabalho incansável da equipe das Nações Unidas, no país, tem se concentrado em questões humanitárias e de recuperação, incluindo o retorno ou o reassentamento de deslocados, a resposta para a temporada de furacões, a epidemia de cólera [...], mitigação e redução do risco de desastres e violência de gênero (COSTA, A, 2017, p. 108).
Destarte, uma ferramenta já muito utilizada em locais de extrema pobreza ou após
algum tipo de desastre natural no Brasil são as Ações Cívico-Sociais (ACISO). Essas Ações
incluem a distribuição de alimentos, remédios, itens de higiene, realizam atendimento
médico-odontológico, reformas de escolas e creches, além de outras atividades assistenciais
que, porventura, possam surgir. Devido ao trágico cenário descrito, no qual se faltava quase
25
tudo, aliado à inoperância e à inexistência do poder público local, as ACISO foram, portanto,
amplamente utilizadas pelo GptOpFuzNav-Haiti - 13º Contingente. Segundo Andrade (2003,
p. 160), “Toda empresa deve contribuir com as campanhas de filantropia promovidas na
comunidade em que ela atua, entretanto esse trabalho requer o exato conhecimento da
comunidade e grandes doses de tato”.
Ademais, os líderes comunitários onde as tropas de FN operavam eram devidamente
cadastrados e, se fosse o caso, eram convidados a participar de reuniões na Base de Fuzileiros
Navais no Haiti Acadêmica Rachel de Queiroz (BFNHARQ), a fim de coordenar as futuras
ACISO. Cabe assinalar que essas atitudes eram fundamentais para se angariar não só a
confiança desses líderes, mas, com a participação da Seção de Inteligência, obter relevantes
informações a respeito da situação de milícias na comunidade e como esta comunidade
enxergava a presença de tropas brasileiras dia e noite patrulhando suas ruas e vielas. Dentro
desse contexto, Andrade (2003) observa que uma importante fase do programa de relações
com a comunidade é o desenvolvimento do contato pessoal direto e amistoso com os líderes
de comunidade onde a empresa está localizada. Isto pode ser feito por intermédio de reuniões
de discussão.
Entretanto, para que as atividades de Relações Públicas existam e sejam eficazes em
qualquer situação, mas, sobretudo num país que se encontrava sob intervenção da ONU, onde
os conflitos entre parte da população local e integrantes da MINUSTAH eram frequentes,
além de ter acabado de ser atingido por um forte terremoto, na qual a imprensa mundial se faz
presente, é imprescindível a existência de profissionais capacitados e preparados em
Comunicação Social, como cita Andrade (2003), que as funções de Relações Públicas terão
que ser atribuídas a especialistas.
3.5 O Preparo da Tropa nas Ações de Comunicação Social
As atividades de ComSoc em qualquer instituição, em tempo de paz ou em situação de
conflito, devem ser exercidas por pessoas capacitadas e motivadas, sobretudo nos dias atuais,
na qual a notícia possui uma velocidade quase que instantânea. Destarte, o Manual de
Comunicação Social da Marinha, EMA-860, referindo-se aos profissionais em Comunicação
Social, afirma que:
Como ao longo dos últimos 30 anos o papel da comunicação nas organizações ganhou força e relevância, assumindo um caráter estratégico e participante das
26
decisões da alta administração, o mercado passou a exigir mais habilidades dos profissionais formados em Comunicação Social. Assim, além da qualificação relacionada às áreas de conhecimento da Comunicação Social (Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Audiovisual e Relações Públicas), esse novo perfil profissional também passou a requerer conhecimentos nas áreas de gestão, marketing, tecnologia da informação, planejamento e administração de organizações públicas, privadas e do terceiro setor (BRASIL, 2018, p. 1.2).
Durante a fase de planejamento, deve-se examinar a cultura do país ou região que se
realizará a missão para prever a forma como a apresentação de informações e notícias afetará
as percepções dos públicos, (BRASIL, 2018, p.14-5). Todavia, Giuliana, (2008, p.73) aborda
o seguinte: “Eles [os militares pertencentes ao BRABAT] não conheciam o terreno, não
conheciam a cultura, não sabiam a língua”. Corroborando com essa declaração, Braga (2006)
em seu artigo publicado na revista O Anfíbio (2006), diz que, no nível do contingente
brasileiro, os principais desafios identificados no trato com a mídia local foram as
dificuldades de comunicação com os jornalistas, realizadas normalmente por meio de
intérpretes.
O Encarregado da Seção de Comunicação Social do GptOpFuzNav-Haiti - 13º
Contingente afirmou que os militares que exerciam as funções de ComSoc não possuíam
conhecimento no assunto. Por conseguinte, sugeriu que todos os militares do GptOpFuzNav
deveriam ter treinamento na área de Comunicação Social e Relações Públicas, pois todos são
porta-vozes da instituição. Declarou ainda que, por ocasião do treinamento do GptOpFuzNav-
Haiti, 13º Contingente, não recebeu apoio do Centro de Comunicação Social da Marinha,
conforme consta no APÊNDICE B.
Ao analisar a necessidade da capacitação dos militares para o relacionamento com a
mídia, Lovejoy (2003), acrescenta que:
Reconhecendo a limitada habilidade das Forças Armadas para educar a mídia, os profissionais das armas devem primeiro se educar para identificarem seus pontos fortes e fracos antes de enfrentar o inimigo. Aparentemente, os pontos mais fracos dos militares são a atitude negativa de seus elementos em relação à mídia; a aversão ao risco resultante da mentalidade perfeccionista e a significativa falta de uma doutrina de engajamento, planejamento, adestramento e recursos para lidar com a mídia. Seus pontos fortes incluem pessoal altamente qualificado, a existência da Comunicação Social, o interesse público e, mais que nada, o respeito da população. (LOVEJOY, 2003, p. 65).
O Encarregado da Seção de Comunicação Social do GptOpFuzNaz - Haiti - 12°
Contingente argumenta no seu relatório ANEXO F, ser de extrema importância que o CFN
comece a se preocupar em habilitar militares na área de Comunicação Social, oficiais e
27
praças. Ele afirma que mesmo com boa vontade, as atividades são prejudicadas devido à falta
de conhecimento em ComSoc. Por sua vez, o Comandante do GptOpFuzNav-Haiti - 21º
Contingente em seu Relatório de Fim de Comissão destaca, conforme o ANEXO G, a
necessidade de pessoal especializado para ser empregado na Seção, principalmente militares
com experiência em informática e Comunicação Social, de maneira a dar continuidade ao
trabalho de divulgação das atividades.
Nota-se, portanto, uma harmonia nas declarações dos Comandantes de GptOpFuzNaz
- Haiti e dos Encarregados das Seções de ComSoc, isto é, a necessidade da preparação prévia
na área de ComSoc para os militares que participarão de missões de tal natureza, sobretudo
daqueles que exercerão funções específicas com as atividades de ComSoc, não só no que se
refere ao relacionamento com imprensa, que cobria, in loco, a MINUSTAH, mas também em
Relações Públicas com os diversos públicos de interesse.
4. CONHECIMENTOS EM COMUNICAÇÃO SOCIAL
Os meios de comunicação são um importante fator nas relações sociais, na construção
e no compartilhamento de ideias e atitudes. Ao longo da história obtiveram cada vez mais
funcionalidade no cenário social com crescente evolução técnica, que possibilitaram alcance e
uso cada vez maiores pela sociedade. Numa situação de conflito armado, portanto, o papel da
ComSoc se potencializa, à medida que as instituições necessitam dar uma rápida resposta, por
meio dos meios de comunicação, à sociedade, não só das suas atividades, mas, sobretudo, dos
resultados dessas atividades. Segundo Braga (2006, p. 77), “Os jornalistas sempre procuram
uma face humana para melhor descrever os acontecimentos. Assim sendo, cadáveres atraem a
imprensa e militares ou civis feridos são sempre objeto de atenção dos jornalistas para a
realização de entrevistas e fotografias”.
Com o intuito de se evitar informações indesejáveis por parte da mídia, o Manual de
Comunicação Social da Marinha (Brasil, 2018) recomenda que o relacionamento com a
imprensa deva ser profissional e amistoso, procurando se antecipar às informações, além de
responder com brevidade aos questionamentos, evitando, com isso, especulações por parte da
imprensa.
O mesmo Manual salienta acerca da preocupação da ComSoc durante uma operação
de paz, pois as partes em litígio podem liberar informações tendenciosas ou enganosas para
apoiar suas posições ou ganhar vantagem sobre a outra parte. Sendo assim, a ComSoc pode
28
reduzir o nível de especulação na mídia fornecendo informações precisas e oportunas. Logo,
entende-se que a ComSoc deve ser proativa nas suas ações e precisa nas suas informações,
evitando, com isso, que a mídia divulgue a sua versão dos fatos e acontecimentos.
4.1 Conhecimentos necessários em Comunicação Social
O Manual de Comunicação Social da Marinha, referindo-se ao Oficial que exercerá a
função de Comunicação Social, recomenda ser, dada a complexidade da tarefa, uma pessoa
bem informada e experiente. Acrescenta que deverá ser escolhido em função da sua
maturidade profissional, capacidade de avaliação e possibilidade de apresentar ao superior
tanto as boas quanto as más notícias (BRASIL, 2018, p. 4-10). Observa-se, portanto, que as
atividades de ComSoc não devem ser conduzidas por pessoas desqualificadas ou amadoras,
uma vez que pequenas falhas podem trazer consequências desagradáveis ou até mesmo
desastrosas para o cumprimento da missão e para a imagem MB. Contudo, o Comandante do
GptOpFuzNav – Haiti – 13º Contingente salienta que os militares que exerciam as funções de
ComSoc, oficiais e praças, não possuíam conhecimento no assunto, conforme descrito no
APÊNDICE A.
Não obstante, Lovejoy (2003) se alinha ao Manual de Comunicação Social da
Marinha, acrescentando que todos os militares, independente de seus postos e graduações,
devem estar preparados para lidar com a mídia: seus oficiais e praças, que podem ser
tempestiva e involuntariamente convidados a se pronunciar em uma súbita chegada de uma
equipe de reportagem. Embora a MB procure manter um porta-voz qualificado em todas as
situações programadas em que haja a presença de público e da imprensa.
No entanto, ao ser questionado acerca da qualificação básica dos militares sob o seu
comando em Relações Públicas e Relacionamento com a Mídia, constante no APÊNDICE C,
o Capitão-Tenente (FN) Luiz Roberto Farias da Silva, Comandante de Pelotão de Fuzileiros
Navais do GptOpFuzNav – Haiti – 13º Contingente, vai de encontro às palavras de Lovejoy,
segundo aquele:
Havia uma atuação isolada do pelotão sendo uma oportunidade para uma entrevista mal-intencionada de um militar sem qualificação ou orientação na área da comunicação social. Identifiquei um ponto de fraqueza que poderia ser explorada de forma negativa pela imprensa. Contudo, como mais antigo presente não tinha capacitação para orientar os meus subordinados (APÊNDICE C, p. 40).
29
Mesmo não sendo o Oficial que exerceu a função de Comunicação Social no
GptOpFuzNav – Haiti – 13º Contingente, o CT (FN) Roberto, faz um importante e proveitoso
comentário acerca da vulnerabilidade dos militares do seu pelotão às investidas da imprensa,
tendo em vista que os pelotões de FN no Haiti operavam de maneira isolada e distante da
BFNHARQ, isto é, sem o apoio imediato da Assessoria de Imprensa do BRABAT.
Acrescenta ainda que nem ele nem os militares do seu pelotão possuíam qualquer qualificação
no que diz respeito ao relacionamento com a imprensa ou com mídia de uma maneira geral.
Todavia, segundo Lovejoy (2003), apesar de o Exército americano possuir dois programas de
treinamento para relacionamento com a mídia, foi verificada a necessidade de ampliá-los,
incluindo treinamento específico de mídia no curso individual avançado e nos cursos básico e
avançado para sargentos e oficiais.
4.2 Conhecimentos adquiridos pelo GptOpFuzNav-Haiti - 13º Contingente em
Comunicação Social
No ano de 2004, a MB desembarcava em solo haitiano com um GptOpFuzNav-Haiti,
compondo o BRABAT e este, por sua vez, fazendo parte do componente militar da
MINUSTAH. Segundo Lima (2014), o Comandante do GptOpFuzNav-Haiti e seus oficiais
teriam que se adaptar, além de outras competências, às demandas relacionadas à
Comunicação Social, especialmente as voltadas para Assessoria de Imprensa e Relações
Públicas. Os primeiros contatos do GptOpFuzNav-Haiti - 1° Contingente com a população
haitiana e com a imprensa é assim descrita por Lima (2014):
O atendimento à imprensa e as relações com a população haitiana se tornaram uma constante. Iniciar-se-ia, naquele momento, uma intensa interação com correspondentes de guerra vindos de diversos países do mundo, imprensa, políticos e população haitiana [...]. O relacionamento com a mídia é constante na missão. A todo o momento fomos acompanhados por repórteres brasileiros e estrangeiros. Na maior parte das ocasiões o Comando da MINUSTAH autorizava as matérias, mas por muitas vezes, fomos surpreendidos por jornalistas independentes que produzem matérias e vendem para agências de notícias (LIMA, 2014, p. 7 e 36, grifo do autor).
Observa-se, portanto, que mesmo diante das dificuldades enfrentadas desde o início da
missão, os GptOpFuzNav-Haiti foram se adaptando, moldando-se e evoluindo para, assim,
terem condições de ultrapassar os desafios apresentados na área de ComSoc. Uma importante
ferramenta para o sucesso da missão foram os Relatórios de Fim de Comissão dos respectivos
Comandantes, tendo em vista que apresentavam dificuldades e sugeriam soluções pontuais
30
nas mais distintas áreas, entre elas as atividades de ComSoc. Como relata o Encarregado da
Seção de Comunicação Social do GptOpFuzNav – Haiti – 13º Contingente, conforme
APÊNDICE B, que sua estrutura não foi a ideal, longe disso, mas conseguiu, dentro do
possível, cumprir com as atividades apresentadas referentes a Assuntos Civis e Comunicação
Social. Acrescenta que, com uma melhor estrutura, mais poderia ter sido realizado.
Conquanto, entende-se que houve uma significativa evolução em relação aos
contingentes anteriores, onde oficiais de outros Corpos e Quadros, como o médico do
GptOpFuzNav – Haiti foi improvisado, acumulando, como encargo colateral as funções de
médico da tropa e Encarregado da Seção de Comunicação Social.
Fruto de conhecimentos obtidos com experiências na MINUSTAH, um importante
passo foi dado pelo CFN, no que diz respeito ao preparo da tropa na área de ComSoc. No
início de 2015, houve uma alteração curricular do Curso Especial de Habilitação para
Promoção a Sargento (C-Esp-HabSG) e do Curso de Formação de Sargento Músico (C-FSG-
MU), com a introdução da disciplina “Assuntos Civis e Comunicação Social”, com duração
de 16 horas, de acordo com os ANEXOS A ao E. Trata-se de um avanço significativo na
preparação e capacitação dos futuros sargentos dos CFN, pois estes militares, além de poder
compor os futuros GptOpFuzNav, serão os multiplicadores dos conhecimentos adquiridos no
Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC).
4.3 Proposta de estudo para alteração na configuração do GptOpFuzNav e preparação
de militares em Comunicação Social
Conforme os diversos relatos de Comandantes dos GptOpFuzNav-Haiti, dos
Encarregados das Seções de ComSoc dos GptOpFuzNav-Haiti, além de militares que
participaram da missão, a carência no que concerne à referida Seção, é a falta de militares
capacitados e preparados para exercerem as funções inerentes às atividades de ComSoc.
Segundo o Manual de Fundamentos de Fuzileiros Navais (Brasil, 2013), o
GptOpFuzNav não possui em sua constituição uma Seção de Comunicação Social, porém,
devido à crescente demanda nos dias atuais, a ComSoc passou a ser uma importante
ferramenta de assessoramento aos Comandantes dos GptOpFuzNav, quer em território
nacional, quer em Operação de Paz num país estrangeiro. Em outras palavras, a Assessoria de
Imprensa, o Relacionamento com Mídia e as Relações Públicas passaram a exercer um
significativo papel na MB.
31
Diante desse contexto, Costa (2010) apresenta a seguinte proposta de estrutura da
Seção de ComSoc do GptOpFuzNav: um Assessor Chefe, e Assessores em Relações Públicas,
em Assessoria de Imprensa e em Divulgação e Produção. Este autor corrobora com a proposta
de Costa (2010), por conseguinte entende que a função do Assessor Chefe deveria ser
exercida por um oficial do Corpo Auxiliar da Marinha (CAM), isto é, do Quadro Técnico
(QT), formado em Comunicação Social ou Jornalismo. As demais funções de Assessoria
seriam exercidas por oficiais de outros corpos e quadros ou, na falta destes, suboficiais ou
sargentos exerceriam as referidas funções. No entanto, todos deveriam passar por um
criterioso treinamento preparatório, com o intuito de capacitá-los para as complexas funções.
À vista disso, o Centro de Comunicação Social da Marinha (CCSM), em tese, seria a
Organização Militar Orientadora Técnica (OMOT) responsável por gerenciar a preparação
desses militares, por meio de cursos expeditos específicos, palestras e simpósios.
Assim, descreve Costa (2010), sobre a formação de militares que exercerão as
atividades de ComSoc:
A Comunicação Social, como outras atividades, necessita de habilidades específicas para o seu desenvolvimento; porém, pode ser trabalhada por meio de treinamentos específicos. Para tal, a capacitação para o relacionamento com a mídia, para oficiais e praças, deve ser iniciada o mais cedo possível, de preferência nos cursos de formação, e ampliada nos demais cursos de carreira (COSTA, 2010, p. 24).
Com a implementação dos cursos elaborados pelo CCSM e a inclusão pelo CIASC,
em 2015, da disciplina Assuntos Civis e Comunicação Social no currículo do C-Esp-HabSG e
do C-FSG-MU, uma parcela significativa dos graduados que irão compor os futuros
GptOpFuzNav será capacitada, pelo menos com conhecimentos básicos em Comunicação
Social. Dessa forma, esses militares já habilitados passariam a ser multiplicadores, passando
seus conhecimentos adquiridos nos cursos acima citados aos subordinados, cabos e soldados.
Destarte, todos os militares que, por ventura, irão compor os futuros GptOpFuzNav terão, se
não profundos e robustos, mas conhecimentos básicos em ComSoc.
Diante de tudo que foi abordado, analisado e identificado neste trabalho, ressalta-se o
que cita o Manual de Comunicação Social da Marinha (Brasil, 2018), referente à
responsabilidade de cada militar da MB:
O militar tem uma grande responsabilidade no processo de manutenção da imagem da Marinha. Todos, homens e mulheres, fardados ou não, precisam compreender seu papel nesse contexto, ou seja, como elemento fundamental da Comunicação Social. A postura, as mensagens que transmite o comprometimento com a Força,
32
sua conduta, sua crença na instituição, a forma como cumpre seus encargos, sua apresentação pessoal, todos esses elementos podem refletir positiva ou negativamente na imagem da Marinha. Quando positivos, podem estimular o apoio, o respeito e a confiança dos cidadãos em relação à Marinha do Brasil (BRASIL, 2018, p. 4-10, grifo nosso).
5. CONCLUSÃO
O exposto na presente monografia evidencia a relevância da Comunicação Social para
empresas e instituições públicas nos dias atuais, sendo uma importante ferramenta, não só
para preservar, mas para elevar a imagem da Marinha do Brasil junto à opinião pública,
preservando a credibilidade que a ela é creditada. Numa Operação de Paz essa relevância se
potencializa, à medida que está se falando de um conflito armado num país estrangeiro. Para
tanto, faz-se necessário um amistoso, ético e eficaz relacionamento com a mídia, além das
atividades de relações públicas, pois estas buscam a interação entre a instituição e seus
públicos-alvos.
Após robusta pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, além de entrevistas com
militares que, efetivamente, participaram da MINUSTAH, este trabalho procurou analisar e
identificar a capacitação e a preparação dos militares que fizeram parte do GptOpFuzNav-
Haiti, 13º Contingente na área de ComSoc, sobretudo aqueles que exerceram as funções
referentes à ComSoc.
Cabe ressaltar que os Relatórios de Fim de Comissão foram cedidos pelo Comando da
Força de Fuzileiros da Esquadra (ComFFE), sendo essenciais, pois contribuíram
sobremaneira para que os objetivos desejados fossem alcançados.
Após criteriosa análise no conteúdo deste estudo, este autor entende que os militares
que compuseram o GptOpFuzNav-Haiti, 13º Contingente, em tese, não possuíam a devida
preparação na área de ComSoc, sobretudo os que exerceram as funções inerentes às
atividades de ComSoc. No entanto, ficou evidente que à medida que os Contingentes se
substituíam, os GptOpFuzNav-Haiti se moldavam às novas realidades e aos novos desafios
que se apresentavam.
Conforme relatos já descritos, no início não havia a preocupação na área de ComSoc,
com o decorrer da missão e com os conhecimentos adquiridos, militares, como o médico do
GptOpFuzNav-Haiti, foram adaptados na função de Encarregado da ComSoc. Mais adiante,
mesmo que ainda deficitária, foi criada a Seção de ComSoc com militares que exerceriam,
exclusivamente, tais funções.
33
A pesquisa apontou que as experiências e os conhecimentos obtidos em operações
passadas contribuíram para um significativo avanço na doutrina e na capacitação de pessoal
da MB, no que concerne à preparação e capacitação na área de ComSoc, haja vista que a 1ª
revisão do Manual de Comunicação Social da Marinha, EMA-860, realizada em 2018,
incluiu um capítulo exclusivo que descreve acerca do Emprego Operacional da Comunicação
Social, tendo como objetivo ambientar os militares envolvidos com atividades de
Comunicação Social em ambientes operacionais. Ademais, somados às experiências
anteriores, o estudo mostrou também, como elemento importante para o aprimoramento do
pessoal, as alterações curriculares já mencionadas.
Contudo, mesmo com esses significativos avanços, durante o período de preparação
do GptOpFuzNav para cumprir uma missão específica, sugere-se que os militares que
exercerão as funções na área de ComSoc passem por um treinamento, por meio de cursos
oferecidos pelo CCSM. Por sua vez, os demais militares integrantes do GptOpFuzNav
participem de palestras com oficiais formados em Comunicação Social ou Jornalismo. Estes
oficiais podem ser do Comando-Geral do CFN (ComGerCFN), do ComFFE ou do próprio
CCSM.
O que foi percebido durante a pesquisa e que deve ser mencionado, é a configuração
do GptOpFuzNav. A norma atual não inclui uma Seção de ComSoc no Grupamento,
entretanto, devido à crescente demanda e exigências nas áreas de Relações Públicas,
Assessoria de Imprensa e Relacionamento com a Mídia, sugere-se que se inicie um estudo
nesse sentido, a fim de que, se viável, seja criada uma Seção de ComSoc na estrutura do
GptOpFuzNav.
Este autor não tem a intenção de esgotar o tema com este trabalho, pelo contrário,
sugere um estudo mais aprofundado acerca do assunto, com o objetivo de aprimorar os
instrumentos e completar as lacunas observadas por missões passadas. Por conseguinte,
entende-se que os relatórios provenientes de missões anteriores são uma valiosa ferramenta de
estudo, planejamento e execução de futuras missões, tendo em vista que, mesmo sabendo que
cada missão possui uma característica, uma natureza própria, as atividades de ComSoc não se
diferem completamente umas das outras.
Por fim, o resultado da pesquisa respondeu positivamente à questão do trabalho no que
concerne às pesquisas, às entrevistas, os ensinamentos, às orientações, enfim, todos os
34
conhecimentos adquiridos foram fundamentais para a conclusão deste simples, porém
relevante estudo.
Diante do exposto, fica este trabalho à disposição, para que ele possa servir, de alguma
maneira, para futuras pesquisas mais aprofundadas acerca do tema escolhido e abordado.
35
REFERÊNCIAS
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APÊNDICE A
IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO: CMG (FN) Adriano Lauro, Comandante do
GptOpFuzNav – Haiti – 13º Contingente.
PERGUNTAS
1. Qual era a estrutura de Comunicação Social, e se era suficiente para as atividades inerentes
ao GptOpFuzNav na MINUSTAH?
R: Não me lembro perfeitamente, mas existia um oficial e uma ou duas praças destinadas à
ComSoc.
2. Os militares que exerciam a funções de ComSoc, Oficiais e Praças, possuíam robusto
conhecimento no assunto?
R: Não.
3. Considerando a realidade vivida na missão, as publicações que normatizam as atividades de
Comunicação Social, Manual de Operações de Paz do Ministério da Defesa e o Manual de
Comunicação Social da Marinha, apresentaram utilidade para os desafios observados no
atendimento às demandas da Imprensa e nas ações de Relações Públicas?
R: São limitados.
4. O Senhor detinha autonomia para conceder entrevista ou autorizar Oficial subordinado a
fazê-lo? Havia necessidade de consulta ou participação a alguma autoridade superior?
R: Tinha, mas mantinha meus comandos atualizados.
5. Qual a orientação transmitida à tropa, em relação ao tratamento a ser dispensado aos
correspondentes que circulavam, sem conhecimento prévio, nas áreas de operação?
R: Caso se dirigissem à tropa, procurar o escalão superior.
6. Havia alguma orientação normativa interna relacionada ao atendimento da imprensa?
R: Sim.
7. Havia alguma orientação oral, por meio de adestramentos, quanto ao atendimento à
imprensa por seus Oficiais e Praças?
R: Sim.
8. O Senhor recebeu algum apoio do Centro de Comunicação Social da Marinha?
R: Não recebi visita deles.
9. Na fase de preparação, houve alguma qualificação para os militares visando o
relacionamento com a mídia, haja vista, que operavam isoladamente?
R: Sim, muito limitada.
39
10. É possível ressaltar pontos observados pelo Senhor, em relação ao atendimento da
imprensa, tanto a prevista, quanto a eventual presença no Teatro de Operações, que possam se
constituir em ensinamentos para nossa doutrina de Comunicação Social?
R: Não tenho lembranças.
11. Foi utilizado algum tipo de boletim ou folheto, visando registro das ações da tropa?
R: sim, semanalmente (ou quase isso) era feito um informativo e enviado para o escalão
superior. Muito pouco foi publicado.
12. Existia uma logomarca utilizada pelo GptOpFuzNav para divulgação da MB no Haiti?
EX: EXÉRCITO BRASILEIRO “BRAÇO FORTE, MÃO AMIGA”?
R: A recomendação (não explicita) era não associar o CFN a Missão de Paz, por isso não
havia.
40
APÊNDICE B
IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO: CC (FN) Alexandre de Menezes Villarmosa,
Encarregado da Seção de Comunicação Social do GptOpFuzNav – Haiti – 13º Contingente.
PERGUNTAS
1. Qual era a estrutura de Comunicação Social, e se era suficiente para as atividades inerentes
ao GptOpFuzNav-Haiti – 13º Contingente na MINUSTAH?
R: Nossa estrutura era mínima. Eu era o Encarregado, havia um Sargento fotógrafo que me
auxiliava nas diversas atividades inerentes à ComSoc. Devido ao terremoto em janeiro de
2010, a situação em Porto Príncipe estava crítica, realizamos ACISO quase toda semana, além
de visitas à diversas instituições, a fim de fazer levantamentos de necessidades.
2. Os militares que exerciam a funções de ComSoc, Oficiais e Praças, possuíam conhecimento
no assunto?
R: Não.
3. Considerando a realidade vivida na missão, as publicações que normatizam as atividades de
Comunicação Social, Manual de Operações de Paz do Ministério da Defesa e o Manual de
Comunicação Social da Marinha, apresentaram utilidade para os desafios observados no
atendimento às demandas da Imprensa e nas ações de Relações Públicas?
R: Muito pouco.
4. Qual a orientação transmitida à tropa, em relação ao tratamento a ser dispensado aos
correspondentes que circulavam, sem conhecimento prévio, nas áreas de operação?
R: Não houve tal orientação.
5. Havia alguma orientação normativa interna relacionada ao atendimento da imprensa?
R: Não me recordo.
6. Havia alguma orientação oral, por meio de adestramentos, quanto ao atendimento à
imprensa por seus Oficiais e Praças?
R: Não.
7. O Senhor recebeu algum apoio do Centro de Comunicação Social da Marinha?
R: Não.
8. Na fase de preparação, houve alguma qualificação para os militares visando o
relacionamento com a mídia, haja vista, que operavam isoladamente?
R: Muito pouco, ainda no Brasil.
41
9. Caso não tenha contado com uma estrutura adequada de Comunicação Social, o Sr. sentiu a
necessidade de uma estrutura no âmbito do GptOpFuzNav?
R: Uma estrutura adequada de ComSoc seria benéfico para o GptOpFuzNav-Haiti, sobretudo,
pelo terrível terremoto que atingiu o país em janeiro de 2010. Estávamos realizando Ações
Cívico Sociais (ACISO), praticamente todo mês. Essas Ações elevam a imagem da instituição
no cenário nacional e internacional. Todavia, por sermos subordinados ao Exército Brasileiro,
estes realizavam a cobertura dos ACISO. O máximo que fazíamos era registrar por meio de
fotografias.
10. Foi utilizado algum tipo de boletim ou folheto, visando registro das ações da tropa?
R: Não.
11. Existia uma logomarca utilizada pelo GptOpFuzNav para divulgação da MB no Haiti?
EX: EXÉRCITO BRASILEIRO “BRAÇO FORTE, MÃO AMIGA”?
R: Não.
12. O Senhor poderia contribuir com mais alguma observação feita durante a missão de paz,
ou após a mesma, mas de conhecimento decorrente da atuação no Haiti, que possa contribuir
com o presente trabalho. Isto é, os ensinamentos obtidos na área de Comunicação Social
numa Operação de Paz?
R: Quando for ativado o GptOpFuzNav, a fim de participar, principalmente, de Operações de
Paz, entendo que há necessidade de uma estrutura em ComSoc, composta por militares
capacitados, a fim de realizar um trabalho de alto nível, sempre com o intuito de manter a
credibilidade e a imagem da MB. Todos os militares do GptOpFuzNav devem ter treinamento
na área de Comunicação Social e Relações Públicas, pois todos são porta-vozes da instituição.
Além disso, os militares que exercem funções na área de ComSoc devem fazer cursos
preparatórios na MB e fora dela.
42
APÊNDICE C
IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO: Capitão-Tenente (FN) Luiz Roberto Farias da
Silva.
PERGUNTAS
1. Qual função exercia no GptOpFuzNav?
R: Comandante de Pelotão de Fuzileiros Navais do GptOpFuzNav – Haiti – 13º Contingente.
2. Qual foi o período da missão?
R: AGO/2010 a FEV/2011.
3. Na fase de preparação, recebeu alguma qualificação visando o relacionamento com a
mídia?
R: Não.
4. Na preparação foi apresentado algum manual de relacionamento específico dos
GptOpFuzNav com a imprensa?
R: Não.
5. Os militares possuíam qualificação básica em Relações Públicas, ou outro tipo de
qualificação?
R: Não tinham qualificação. Havia uma atuação isolada do pelotão sendo uma oportunidade
para uma entrevista mal-intencionada de um militar sem qualificação ou orientação na área da
comunicação social. Identifiquei um ponto de fraqueza que poderia ser explorada de forma
negativa pela imprensa. Contudo, como mais antigo presente não tinha capacitação para
orientar os meus subordinados.
6. Existia uma “ideia força”, logomarca, utilizada pelo GptOpFuzNav para divulgação da
Marinha e do Brasil no Haiti?
EX: EXÉRCITO BRASILEIRO “BRAÇO FORTE, MÃO AMIGA”
R: Não havia.
7. Caso não tenha contado com uma estrutura de ComSoc, o Sr. sentiu a necessidade de uma
estrutura no âmbito do GptOpFuzNav?
R: Sentia a necessidade de uma estrutura no GptOpFuzNav.
8. O Sr. recebeu apoio do Centro de Comunicação Social da Marinha durante a missão?
R: Não.
9. Outras observações sobre o tema.
43
R: A imagem que a sociedade ou população tem da Marinha deve ser criada por nós através
de ações planejadas e divulgação constante. Uma vez não observada estas ações o público-
alvo pode criar ou aceitar uma imagem criada por terceiros.
44
APÊNDICE D
IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO: 1ºSG-FN-CN Alan da Silva Fonseca, Auxiliar de
Comunicação Social do GptOpFuzNav – Haiti – 13º Contingente.
PERGUNTAS
1. Durante os exercícios de preparação, na fase que antecede ao embarque ou mesmo durante
a missão, o senhor recebeu algum tipo de qualificação visando um possível relacionamento
com a mídia? Se positivo, como foi essa qualificação?
R: Algumas orientações, somente nos exercícios em Itaóca, ES.
2. Quais atividades o senhor exercia no contexto da Comunicação Social no Haiti?
R: Gerava imagens (fotografia e vídeo) para o Grupamento e assessorava o Enc. da Seção de
Comunicação Social do Grupamento.
3. O senhor teve algum tipo de contato com a imprensa nacional ou estrangeira?
R: Sim.
4. Se a resposta acima for positiva, o senhor saberia dizer se os militares possuíam
qualificação básica em Relações Públicas ou outro tipo de qualificação?
R: Os Militares do Exército Brasileiro sim, os da Marinha do Brasil não.
5. Existia uma “IDEIA FORÇA”, logomarca, utilizada pelo GptOpFuzNav para divulgação da
Marinha e do Brasil no Haiti? Ex: Exército Brasileiro “BRAÇO FORTE, MÃO AMIGA”?
R: Na época não.
6. Caso não tenha tido contato com uma estrutura de ComSoc, o senhor sentiu a necessidade
de uma estrutura desse tipo no âmbito GptOpFuzNav?
R: Sim.
7. O senhor recebeu algum tipo de apoio do Centro de Comunicação Social da Marinha
(CCSM), durante a missão?
R: Não.
8. O senhor gostaria de fazer alguma observação ou sugestão em relação ao apoio da
Comunicação Social para os integrantes das Missões de Paz?
R: Que todos passem pelo CCSM e tomem instruções relacionadas a todos os tipos de mídias.
45
ANEXO A
Cópia do Ofício Nº 30-3 do Comando de Pessoal de Fuzileiros Navais – Proposta de Alteração curricular do Curso Especial de Habilitação para Promoção a Sargento (C-Esp-HabSG) e do Curso de Formação de Sargento Músico (C-FSG-MU).
46
ANEXO B
Cópia do ANEXO A do Ofício Nº 30-3 do Comando de Pessoal de Fuzileiros Navais – Proposta de Alteração curricular do Curso Especial de habilitação para Promoção a Sargento (C-Esp-HabSG) e do Curso de Formação de Sargento Músico (C-FSG-MU).
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48
49
50
ANEXO C
Cópia do ANEXO B do Ofício Nº 30-3 do Comando de Pessoal de Fuzileiros Navais – Proposta de Alteração curricular do Curso Especial de Habilitação para Promoção a Sargento (C-Esp-HabSG) e do Curso de Formação de Sargento Músico (C-FSG-MU).
51
52
53
54
55
ANEXO D
Cópia da alteração curricular do Curso Especial de Habilitação para Promoção a Sargento
(C-Esp-HabSG).
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ANEXO E
Cópia da alteração curricular do Curso de Formação de Sargento Músico (C-FSG-MU).
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ANEXO F
Extrato do ANEXO H do Relatório de Fim de Comissão do GptOpFuzNav-Haiti 12º Contingente.
FATO OBSERVADO
COMENTÁRIOS OBSERVAÇÃO
Formação da Equipe de Comunicação Social (EqComSoc) na parte final do adestramento.
A EqComSoc não foi formada no início do adestramento, fato que nos impediu ter um arquivo fotográfico desde o início da preparação do Contingente
Sugere-se que seja definida a equipe logo no início da preparação do contingente, e que os militares que efetivamente trabalharão na Seção tenham oportunidade de realizar cursos, participar de simpósios ou pelo menos fazerem um estágio no Centro de Comunicação Social da Marinha
Efetivo da EqComSoc
A EqComSoc foi composta por um CT e um SG. Todas as tarefas foram cumpridas, porém sugere-se o acréscimo da um militar, para que exista sempre um praça na seção por ocasião dos arejamentos.
Aumentar o efetivo da Equipe, em pelo menos mais um militar.
Poucos militares Cursados em ComSoc no CFN
É de extrema importância que o CFN comece a se preocupar em habilitar militares na área de Comunicação Social, Oficiais e praças. Foi observado que os militares que exercem essa função nos contingentes são militares com boa vontade mas sem um conhecimento profundo no assunto, o que dificulta em muito a atividade.
Matricular um grupo de oficiais e praças em cursos no Centro de Comunicação Social da Marinha ou no Centro de Comunicação Social do Exército, criando um curso no CIASC para que esse conhecimento seja ampliado no CFN.
RENATO OLIVEIRA DA SILVA Capitão-Tenente (FN)
Oficial de Comunicação Social do GptOpFuzNav-Haiti XII
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ANEXO G
Extrato do APÊNDICE VII ao Anexo do Ofício nº 48/2013 do Relatório de Fim de Comissão do GptOpFuzNav-Haiti 17º Contingente ao ComFFE.
RELATÓRIO DE FIM DE COMISSÃO
ASSUNTOS CIVIS E COMUNICAÇÃO SOCIAL
· PROPÓSITO
Este documento tem o propósito de relatar as atividades realizadas pelos militares componentes da Seção de Assuntos Civis e Comunicação Social durante o período em que o 17º Contingente – Haiti esteve ativado; como também: apresentar os fatos observados e as dificuldades para o cumprimento das tarefas da seção; realizar o registro das “lições aprendidas” e apresentar sugestões sobre padronização de procedimentos que simplifiquem as ações de rotina e comissões futuras.
2. 17º CONTINGENTE HAITI - Período: de 03DEZ2012 a 07JUN2013.
Comunicação Social
Com relação à comunicação social o principal objetivo foi o de divulgar as principais atividades realizadas pelo Grupamento Operativo, tais como: cerimônias comemorativas, recepção de autoridades, recepção de comitivas e a cobertura das principais operações; além das atividade CIMIC já citadas anteriormente. Como exemplo, podemos citar as seguintes atividades:
Outra tarefa bastante importante desempenhada pelos militares da Seção de Comunicação social foi o acompanhamento dos jornalistas que visitaram a Base Rachel de Queiroz para saber um pouco mais sobre o trabalho realizado pelo componente militar.
4. FATOS OBSERVADOS
4.1 ASPECTOS POSITIVOS
a) O apoio prestado pelos militares do Componente de Combate Terrestre, do Componente de Apoio e Serviços ao Combate e pelos militares do Componente de Comando foi essencial para o cumprimento das diversas atividades da Seção;
b) O apoio prestado pelos interpretes, da mesma forma, foi bastante importante para o cumprimento das atividades da seção;
c) A coordenação com as lideranças locais foi de suma importância para o planejamento e execução de todas as atividades CIMIC;
d) O calendário de atividades CIMIC elaborado pelo BRABAT-1 facilitou bastante o planejamento e a execução das atividades CIMIC.
4.2 ASPECTOS NEGATIVOS
A Seção de Assuntos Civis do BRABAT-1, o G-9, continua enxergando o Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais como mais uma subunidade. Essa postura é bastante maléfica, pois ignora o fato do GptOpFuzNav-Haiti ter um Estado–Maior com capacidade decisória.
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LIÇÕES APRENDIDAS
O contato com as lideranças locais é essencial para o sucesso das atividades CIMIC;
A distribuição de alimentos em campos de deslocados é extremamente complicada. Na maioria das vezes a quantidade de alimentos distribuída é bastante pequena em relação aos habitantes do campo, o que, na maioria das vezes, causa tumulto e desordem;
Utilizar moradores das comunidades para trabalharem nas atividades é um procedimento bastante benéfico pois gera uma aproximação e um laço de confiança entre moradores e militares; e
O espanhol e o inglês são línguas bastante utilizadas pelos militares da seção, portanto, durante a preparação, deve ser dada uma ênfase ao estímulo a aprendizagem básica dessas duas línguas.
SUGESTÕES
Sugiro que o Oficial de Comunicação Social da Força de Fuzileiros da Esquadra realize uma palestra ou um breve adestramento, durante a fase de preparação, de forma a esclarecer procedimentos referentes ao Plano de Comunicação Social da FFE;
Sugiro que, da mesma forma, militares da Comunicação Social do Comando Geral do Corpo de Fuzileiros Navais realizem uma breve palestra, também durante a fase de preparação, sobre quais os procedimentos para o envio de matérias para as principais publicações (NOTANF, O ANFÍBIO, etc);
Sugiro o constante contato com integrantes da Seção de Assuntos Civis e Comunicação Social de contingentes anteriores, principalmente os do contingente que regressou por último ao Brasil. Esse contato é essencial durante a fase de preparação para a troca de experiências;
Sugiro que durante a fase de preparação as aulas de crioulo haitiano, ministradas no centro de idiomas, tenham um enfoque diferente para os militares da Seção de Assuntos Civis. As aulas de Crioulo haitiano ministradas atualmente possuem um enfoque operativo (de abordagem).
Sugiro que os militares que participarem do processo seletivo para compor a Seção de Assuntos Civis e Comunicação realizem, durante a fase de preparação, um curso de fotografia e edição de imagens.
Sugiro que os militares que participarem do processo seletivo para compor a Seção de Assuntos Civis e Comunicação participem, durante a fase de preparação, do Estágio de Inteligência que é realizado em Brasília. CONCLUSÃO De acordo com o exposto acima, podemos concluir que a missão dos militares da Seção de Assuntos Civis e Comunicação Social foi cumprida. Porém, acredito que algumas providências devem ser tomadas de forma a aperfeiçoar o adestramento e a execução das tarefas da seção. No impedimento de: ROBERTO QUEIROZ PINTO
Capitão-Tenente (FN) Oficial de Assuntos Civis e Comunicação Social
ALEXANDRE NASCIMENTO DA SILVA Capitão-Tenente (AFN)
Oficial de Pessoal ASSINADO DIGITALMENTE
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ANEXO H
Extrato do ANEXO e Extrato do APÊNDICE VIII, do Oficio nº 39/2015 do Relatório de Fim de Comissão do GptOpFuzNav-Haiti 21º Contingente ao ComFFE.
2.6. Assuntos Civis / Comunicação Social
A Seção de Assuntos Civis mostrou-se de grande valia no papel de condução das ações táticas, tendo em vista o antagonismo existente entre as comunidades de Pelé e Simon. O fruto desse trabalho foi à dissolução do conflito entre as comunidades, culminando com a assinatura de um acordo de entendimento entre as mesmas (Acordo de Paz).
Este trabalho teve início ainda no 20ºcontingente e demandou a criação, fortalecimento e consolidação do papel de uma liderança local, seguido do estabelecimento de um canal de comunicação eficaz e único com as comunidades através destas lideranças elencadas. O GptOpFuzNav trabalhou como intermediador dos conflitos, e não como inimigo. Finalizando, promoveu a dissolução do conflito e atuou na manutenção da paz.
Foram realizadas 131 atividades CIMIC nas comunidades, incluindo atendimentos médicos e odontológicos, reuniões com líderes comunitários, doações de água, doação de alimentos e brinquedos, atividades lúdicas e de entretenimento e aulas de língua portuguesa.
Outro aspecto a ser ressaltado foi o trabalho conjunto entre as seções de Assuntos Civis e Inteligência, facilitando o trânsito de informação e detecção antecipada dos problemas que ocorreriam na AOR do GptOpFuzNav. Dessa forma as ações de CIMIC e de Apoio a Informação possibilitaram sanar os problemas, ainda em seus estágios iniciais.
Paralelamente foi realizada a coordenação e execução da Feira da Paz, além das eleições do Comitê representativo dos feirantes, com vigência de um ano.
Na área de Comunicação Social o GptOpFuzNav recebeu as visitas das comitivas de Ativação do BRABAT 21, do Comandante da 3ªDE, do Embaixador do Brasil no Haiti, do Comando de Operações Terrestres, do Ministério da Defesa, do Comandante da Tropa de Reforço, do Comandante do Centro de Medicina Operativa da Marinha, de reconhecimento do BRABAT 22, da Subchefia de Integração Logística, da Comissão de Estudos de Alimentação das Forças Armadas, do Chefe do Estado-Maior do Comando em Chefe da Esquadra e do Ministério Público Federal. Recebeu, também, visitas de equipes de reportagem TV BRASIL, UNIC RIO DE JANEIRO, FOLHA DE SÃO PAULO e da IGREJA DO EVANGELHO QUADRANGULAR, que divulgaram o trabalho realizado pelo GptOpFuzNav em solo haitiano. Ocorreram também as cerimônias alusivas ao Dia do Marinheiro, com imposição da medalha Mérito Tamandaré pelo Embaixador do Brasil no Haiti, promoção de praças e oficiais e o 207° Aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais, com a imposição da Medalha Mérito Anfíbio. Foi realizado, também, apoio a exposição “O BRASIL E A MINUSTAH: DEZ ANOS DE MISSÃO DE PAZ NO HAITI” no Museu Naval, com o estabelecimento de ligação via Skype para contato com os visitantes.
Em atendimento ao Plano de Comunicação Social da FFE, foram elaborados informativos destinados ao público interno, e emitidos para os meios de Comunicação Social da MB Press Release dos eventos mais importantes que o GptOpFuzNav-HAITI participou.
Cabe destacar a necessidade de pessoal especializado para ser empregado na Seção, principalmente militares com experiência em informática e Comunicação Social, de maneira a dar continuidade ao trabalho de divulgação das nossas atividades.
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Apêndice VIII ao Anexo do Ofício nº 39/2015
SEÇÃO DE ASSUNTOS CIVIS E COMUNICAÇÃO SOCIAL
1. Aspectos gerais
A Seção de Assuntos Civis do 21º Contingente da Marinha do Brasil no Haiti foi estruturada de modo a planejar e executar ações de Coordenação Civil-Militar (CIMIC), com o apoio do Componente de Combate Terrestre e de Apoio de Serviço ao Combate, com a finalidade de contribuir para a manutenção do ambiente seguro e estável na área de atuação do Grupamento. Além de enveredar esforços na divulgação para os públicos internos e externos daquilo que é preconizado no Plano de Comunicação Social deste Comando de Força (PCS-FFE). Assim divulgando o nome da Marinha do Brasil e consequentemente dos Fuzileiros Navais para as Nações e Forças amigas, não deixando de abordar também o nosso trabalho realizado para a mídia nacional:
A. Atividade de CIMIC
FATO OBSERVADO
COMENTÁRIO IMPLEMENTAÇÕES/SUGESTÕES
Atividades CIMIC
O 21° Contingente estabeleceu atividades CIMIC em sua essência, ou seja, diminuindo o apoio direto do setor militar nas atividades. Assim sendo prezamos por coordenar os atores civis e priorizamos a segurança para que eles pudessem desenvolver suas atividades nas comunidades que compõem a nossa AOR. Foram realizadas no total 131 (cento e trinta e uma) atividades CIMIC, determinadas de acordo com a demanda operacional da área de responsabilidade do GptOpFuzNav, que teve seu maior resultado a solução do conflito entre as comunidades de SIMON e PELÉ.
Continuar a priorizar a diminuição do apoio direto nas atividades CIMIC, coordenando assim os atores civis para atuarem em nossa área. Realizar o estabelecimento de atividades de acordo com a demanda operacional da área de responsabilidade do GptOpFuzNav.
B. Pessoal
FATO OBSERVADO
COMENTÁRIO IMPLEMENTAÇÕES/ SUGESTÕES
Qualificação de pessoal.
Além das atividades de CIMIC, a Seção de Assuntos Civis desempenha ações de Comunicação Social. Para atender as demandas dessas funções se faz necessária a existência de pessoal qualificado para a edição de vídeo e de imagens, com a finalidade de realizar, folders, vídeos promocionais, bem como outros instrumentos e mídias de
Sugere-se que sejam selecionados militares com conhecimento prévio em edição de vídeo e de imagens, ou que tais militares sejam preparados, por meio de cursos, em
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divulgação. tais demandas.
Não vinda do Oficial de Assuntos Civis do 22° Contingente no voo precursor.
Um dos diferenciais nas ações CIMIC é a construção da relação de confiabilidade com os elementos civis dispostos no terreno. Essa confiabilidade também deve ser construída nos Componentes Civil, Militar e Policial da missão de paz multidimensional que estamos inseridos.
Não vinda do oficial de Assuntos Civis do 22° Contingente no voo precursor prejudicou a construção da relação de confiabilidade com os atores civis dispostos em nossa AOR, bem como com os setores Civil, Militar e Policial da MINUSTAH.
C. Comunicação Social
FATO OBSERVADO
COMENTÁRIO IMPLEMENTAÇÕES/ SUGESTÕES
Divulgação das ações correntes
O 21° Contingente enveredou esforços para a divulgação do trabalho que a Marinha do Brasil realiza em solo haitiano, bem como elevar o nome de nossa Instituição diante as Forças e Nações amigas.
Os fatos mais importantes foram enviados para a seção de Comunicação Social da FFE por meio de press release.
Manter os esforços direcionados na divulgação para os públicos internos e externos daquilo que é preconizado no Plano de Comunicação Social deste Comando de Força (PCS-FFE), divulgando assim, o nome da Marinha do Brasil e consequentemente dos Fuzileiros Navais para as Nações e Forças amigas.
Visita da imprensa
O GptOpFuzNav-Haiti recebeu a visita de diversas equipes de reportagens. As visitas foram reportadas a seção de Comunicação Social da FFE por meio de Press Release. Tais visitas são de suma importância para divulgação do trabalho da Marinha do Brasil e do Corpo de Fuzileiros Navais no Haiti, para as comunidades nacional e internacional.
Sugere-se manter tais visitas e enveredar esforços para uma maior divulgação da Força nas mídias nacionais.
LUÍS MANUEL DE CAMPOS MELLO
Capitão de Mar e Guerra (FN)
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ANEXO I
Extrato do APÊNDICE C (Pesquisa com o comandante do GptOpFuzNav Haiti 07/08), da Monografia do Capitão de Mar e Guerra Fuzileiro Naval Marco Aurélio Vaz da Costa, O Relacionamento da Marinha do Brasil com a mídia. A importância do relacionamento dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais (GtpOpFuzNav) com a mídia: Análise e sugestões (2010), apresentada à Escola de Guerra Naval, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Política e Estratégia Marítimas.
1. QUAL FOI O PERÍODO DA MISSÃO?
R. Jul 07 a Jan 08
2. NA FASE DE PREPARAÇÃO, HOUVE ALGUMA CAPACITAÇÃO PARA OS
MILITARES VISANDO O RELACIONAMENTO COM A MÍDIA?
R. Não ocorreu nenhuma capacitação específica para este assunto com nenhum militar do
Grupamento Operativo, porém o Oficial que acompanhou o Estado Maior BRABAT, como
ajudante da Seção de Comunicação Social, este sim realizou um estágio de uma semana junto
ao EB. Para o Grupamento somente no exercício de avaliação é que foi realizado um rápido
adestramento com o Comandante e o CEM.
3. NAQUELA PREPARAÇÃO FOI APRESENTADO ALGUM MANUAL DE
RELACIONAMENTO ESPECÍFICO DOS GptOpFuzNav COM A IMPRENSA?
R. Negativo. Somente já na área de Operações é que o BRABAT e a MINUSTAH
estabeleceram algumas normas.
4. QUAIS ERAM AS ESTRUTURAS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL NO AMBITO
OPERACIONAL, ISTO É, MINUSTAH, BRABAT E GPTOPFUZNAV. TODOS
POSSUIAM MILITARES COM TAREFAS DE RELACIONAMENTO COM A MÍDIA?
R. A MINUSTAH e o BRABAT possuíam uma estrutura própria para estes assuntos. Já no
Grupamento o Oficial de Inteligência exerceu como encargo colateral está tarefa,
principalmente, pelo militar dominar os idiomas de inglês, espanhol e francês.
5. QUAL O TIPO DE QUALIFICAÇÃO DAQUELES MILITARES. RELAÇÕES
PÚBLICAS, OU OUTRO TIPO DE QUALIFICAÇÃO?
R. Não tinham qualificação.
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6. EXISTIA UMA “IDÉIA FORÇA”, LOGOMARCA, UTILIZADA PELO GptOpFuzNav
PARA DIVULGAÇÃO DA MARINHA E DO BRASIL NO HAITI? EX: EXÉRCITO
BRASILEIRO “BRAÇO FORTE, MÃO AMIGA”
R. Negativo.
7. CASO NÃO TENHA CONTADO COM UMA ESTRUTURA DE COMSOC, O SR
SENTIU A NECESSIDADE DE UMA ESTRUTURA NO ÂMBITO DO GptOpFuzNav ?
R. A necessidade de um assessoramento quanto a este aspecto, considero importante, porém
como o Grupamento esta enquadrado sob o Comando do BRABAT, sempre fiz uso da
estrutura do mesmo, inclusive durante o período da missão, algumas matérias relativas ao
Grupamento de Fuzileiros Navais foram lançadas na página do EB, porém na página da FFE,
COMGER e MB não abordavam o assunto. Durante este período a matéria mais recente
pertencia ao 2º Contingente. Posso adiantar que não foi por motivo de falta de envio de
minutas de matérias para lançamento, pois, mensalmente eram encaminhadas para apreciação
da FFE pelo menos duas matérias.
8. O SR RECEBEU ALGUM APOIO DO CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA
MARINHA DURANTE A MISSÃO?
R. Negativo.
9. OUTRAS OBSERVAÇÕES SOBRE O TEMA
R. Nos anos seguintes pelo que tenho de conhecimento pelo menos um militar e mais o oficial
que foi designado para o Estado Maior do BRABAT passaram a realizar um estágio no centro
de Comunicação Social do EB.
Ricardo Henrique Santos do Pilar Capitão de Mar e Guerra (FN)
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ANEXO J
Extrato do APÊNDICE D (Pesquisa com o comandante do GptOpFuzNav Haiti 2010), da Monografia do Capitão de Mar e Guerra Fuzileiro Naval Marco Aurélio Vaz da Costa, O Relacionamento da Marinha do Brasil com a mídia. A importância do relacionamento dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais (GtpOpFuzNav) com a mídia: Análise e sugestões (2010), apresentada à Escola de Guerra Naval, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Política e Estratégia Marítimas.
1. QUAL FOI O PERÍODO DA MISSÃO?
R: Assumi o comando do 10ºGptOpFuzNav-HAITI em 06JAN2009 e passei em 10JUL2009.
O 10º Gpt assumiu do 9º no início de DEZ2008, quando cheguei ao Haiti o “meu”
grupamento já estava lá há mais de um mês.
2. NA FASE DE PREPARAÇÃO, HOUVE ALGUMA CAPACITAÇÃO PARA OS
MILITARES VISANDO O RELACIONAMENTO COM A MÍDIA?
R: houve uma palestra com recomendações sobre este relacionamento e nas instruções
práticas os principais aspectos do comportamento a ser adotado eram repassados.
3. NAQUELA PREPARAÇÃO FOI APRESENTADO ALGUM MANUAL DE
RELACIONAMENTO ESPECÍFICO DOS GptOpFuzNav COM A IMPRENSA?
R: Não houve esta preocupação na preparação do meu contingente.
4. QUAIS ERAM AS ESTRUTURAS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL NO AMBITO
OPERACIONAL, ISTO É, MINUSTAH, BRABAT E GPTOPFUZNAV. TODOS
POSSUIAM MILITARES COM TAREFAS DE RELACIONAMENTO COM A MÍDIA?
R: A MINUSTAH e o BRABAT possuíam uma estrutura profissional que constituía uma
seção de Estado-Maior. Na MINUSTAH formava o Military Public Information Office
(MPIO) e no BRABAT o S-9, seção de informações públicas. O GptOpFuzNav-Haiti até o
início de 2009 possuía apenas um oficial de RP, normalmente o médico mais moderno (uma
tradição herdada dos navios). Montei, então, um S-9 para o GptOpFuzNav, mantive o oficial
médico na função, pois ele já vinha desempenhando a função e não ficava bem, substituí-lo no
meio da comissão, mas por ocasião do reconhecimento feito pelo 11º contingente, sugeri ao
CF (FN) Franco, futuro comandante, que já viesse com um oficial FN dedicado a esta função,
tendo em vista a grande demanda. O Franco já veio, no 11º, com um CT (FN) na função.
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5. QUAL O TIPO DE QUALIFICAÇÃO DAQUELES MILITARES. RELAÇÕES
PÚBLICAS, OU OUTRO TIPO DE QUALIFICAÇÃO?
R: os oficiais do EB são indicados pelo CECOMSEX, todos são cursados na área, e muitos já
trabalham no próprio CECOMSEX. Nossos militares não recebem orientação nem da MB
nem do CFN. Por sorte o Parente, aqui do CGCFN tenta suprir a deficiência no terreno.
6. EXISTIA UMA “IDÉIA FORÇA”, LOGOMARCA, UTILIZADA PELO GptOpFuzNav
PARA DIVULGAÇÃO DA MARINHA E DO BRASIL NO HAITI? EX: EXÉRCITO
BRASILEIRO “BRAÇO FORTE, MÃO AMIGA”.
R: não existe nada parecido. Apenas o nosso AD SUMUS.
7. CASO NÃO TENHA CONTADO COM UMA ESTRUTURA DE COMSOC, O
SRSENTIU A NECESSIDADE DE UMA ESTRUTURA NO ÂMBITO DO GptOpFuzNav ?
R: sim, a ComSoc é um multiplicador do Poder de Combate e da capacidade de atuação dos
militares. No Haiti, fazemos muito, e muito pouco é divulgado, pouco sesabe sobre a nobre
missão que os FN vêm fazendo há mais de seis anos no HAITI.
8. O SR RECEBEU ALGUM APOIO DO CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA
MARINHA DURANTE A MISSÃO?
R: Não recebi apoio. Ao final da missão, recebi e hospedei o Alte Sávio, Diretor do centro da
MB, que foi para o Haiti, a convite do CECOMSEX para assistir a passagem de comando do
BRABATT, ele e o Alte Guimarães do COMOPNAV, foram ao Haiti e não ficaram para a
passagem de comando do GptOpFuzNav-Haiti, que ocorreu 3 dias depois da passagem de
comando do BRABATT.
9. OUTRAS OBSERVAÇÕES SOBRE O TEMA
R: Ainda temos muito que evoluir neste importante campo. A sugestão que deixei, foi a de
que o oficial de ComSoc fizesse estágios no centro de comunicação da MB e no gabinete do
CGCFN antes de embarcar para o Haiti.
Renato Rangel Ferreira Capitão de Mar e Guerra (FN)
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ANEXO K
Cópia da Tabela de Cursos e Conclaves para 2018 do Centro de Comunicação Social da Marinha (CCSM).