A cidade constitucional: Capital da RepúblicaUniversidade de São Paulo – ESAF – EUROsociAL II

São Paulo; Brasília - DF

'A cidade constitucional' é um projeto de duração continuada. Inova na extensão, no ensino e na pesquisa interdisciplinar do ensino superior brasileiro, com flexibilização curricular. Fomenta a cultura tributária ativa e a coesão social.

A gestão do conhecimento dessa experiência, mostra os fruto da implementação de uma metodologia ativa no processo de ensinagem no ensino de adultos – andragogia. A iniciativa foi formulada e implementada no Brasil e vem sendo avaliada com inovadora, sustentável e replicável no Brasil e na América Latina.

Estudos sobre a flexibilização curricular e ajustes no Projeto Político Pedagógico do Curso de Gestão de Políticas Públicas da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, permitiram uma primeira geração da 'cidade constitucional', como projeto de extensão e depois, como ensino na oferta de uma disciplina de graduação chamada 'A cidade constitucional: Capital da República' que chegou no ano de 2004 à oitava edição.

A 'cidade constitucional' superou as paredes da sala de aula e os muros da universidade, em busca do direito achado na rua e nas instituições republicanas, valorizando conteúdos cognitivos e sobremaneira, atitudinais.

A iniciativa parte da idéia de que “aquele que lê muito e anda muito, vê muito e sabe muito” (Cervantes).

A viagem didática inovou com um roteiro que promove o ensino e a aprendizagem na 'cidade constitucional'. Difunde 'vontade de Constituição'.

É uma experiência tangível, certificada como disciplina de graduação que envolve várias estratégias de trabalho.

Nossa missão é facilitar o desenvolvimento da personalidade, o preparo para a cidadania e para o mundo do trabalho, por meio de encontros expositivos, diálogos, mapas conceituais, estudos dirigidos, solução de problemas, formação de diagnósticos, dramatização, seminários, estudo de caso, painel, estudo de meio. Exatamente por valorizar técnicas, propõe ser método replicável.

O roteiro da 'cidade constitucional' é construído a partir de eixos transversais, com destaque para a educação fiscal, coesão social e sustentabilidade.

Aproximar a sociedade civil – universidade -, da sociedade política e construir pontes em busca de maior reciprocidade entre o Estado e os cidadãos é tarefa do presente.

Durante as visitas que acontecem ao longo de 5-7 dias, professores, monitores e estudantes podem participar ativamente colaborando na condução da turma e na reflexão proposta. O momento da visitação é único. Nesse processo, todos estão interagindo e aprendendo. Por isso, é indispensável registrar as observações dos expositores e dos colegas, solicitar explicações, preparar previamente as perguntas, buscar novas fontes e observar o ambiente institucional e o seu rito. O processo educacional depende de uma interação de todos os envolvidos (professores, alunos e servidores) que servem à prática da liberdade.

Na 'cidade constitucional', a programação reúne uma centena de estudantes universitários de várias carreiras e os envolve em uma série de atividades definidas em um roteiro que ajuda na orientação e constante atualização dos envolvidos no processo de ensinagem.

Os eixos estruturantes fortalecem uma experiência prática de ensino de adultos que busca, nas instituições republicanas, saber das autoridades públicas, sobre 'programas' e 'projetos' prioritários convergentes para esses eixos. Isso se faz por demanda da coordenação do projeto ou mesmo da oferta espontânea.

O ponto de partida é a identificação da organização dos poderes e do Estado. O poder, o ente, a entidade ou o órgão e quem o representa deve ser entendido por quem busca esse conhecimento. A vivência é intensa e a experiência tangível contempla o lúdico, a arte e as humanidades, imprimindo ênfase na ciência e arte da gestão das políticas públicas interdisciplinares.

O cenário piloto da 'cidade constitucional' foi Brasília – DF. É a Capital do Brasil inaugurada em 1960. Em 1972, a UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura –, no contexto da Convenção do Patrimônio Mundial, incentivou a preservação de bens culturais e naturais considerados significativos para a humanidade com o objetivo de permitir que o legado que recebemos do passado, e vivemos no presente, possa ser transmitido às futuras gerações. Os sítios do Patrimônio Mundial pertencem a todos os povos do mundo, independentemente do território em que estejam localizados. Marco da arquitetura e urbanismo modernos, Brasília é detentora da maior área tombada do mundo – 112,25 km² – e foi inscrita na lista de bens do Patrimônio Mundial em 7 de dezembro de 1987, sendo o único bem contemporâneo a merecer essa distinção. O Patrimônio cultural de Brasília é composto por monumentos, edifícios ou sítios de valor histórico, estético, arqueológico, científico, etnológico ou antropológico.

O movimento de aproximação daqueles que vivenciam a experiência com seu grupo, em meio à natureza circundante, ocorre em jornadas de até 8 horas por dia em atividades de 'ensino' e 'extensão'. Em alguns dias, contamos com 'atividades complementares'.

A ensinagem proposta gera valor científico positivo no ensino, pesquisa e extensão. Utilizamos a infra-estrutura já instalada (auditórios, luz, som, material de divulgação),

respeitando a idéia da economicidade e cooperação técnica operacional intersetorial e interinstitucional.

Nossos estudantes, convidados ou indicados, vivem uma semana entre meios da realpolitik. Conhecem os problemas e os programas para atenuar ou resolver esses problemas, por meio de projetos, é nossa indução. O espaço público se abre e de certa forma, presta contas, faz accoutability, transparência ativa.

O momento da visitação é um rico momento para obter contatos e documentação com fontes diretas (documentos, informações, leis) e fontes bibliográficas, indiretas, servindo assim o Projeto à pesquisa. para as pesquisas, trabalhos de conclusão de curso. As operações de pensamento privilegiadas valorizam a comparação, resumo ou síntese, observação, obtenção, organização, classificação, arquivo dos dados (fotos, gravações, vídeos), interpretação, crítica, suposições, imaginação, levantamento de hipóteses, decisão, planejamento e projetos de pesquisa.

Estamos em busca de uma maior reciprocidade entre o Estado e os cidadãos, construindo pontes entre o Estado e a sociedade civil, por meio da universidade, que se redescobre como ator singular de participação, dado o conjunto de informações e o ambiente propício para a formação de uma cultura tributária e fiscal que permita o melhor acompanhamento nas diretrizes e formação da receita, bem como na decisão e acompanhamento da despesa pública.

Na cidade constitucional a administração tributária e educacional mantém um diálogo que promove a coesão social e fortalece a democracia. A juventude, o ensino de adultos, a ensinagem proposta na 'cidade constitucional', vai reaproximando a sociedade civil da sociedade política e fortalecendo a democracia por meio do ensino formal continuado.

De volta à Universidade, é necessário avaliar a experiência, verificar o que foi assimilado e o que poderia ter sido melhor esclarecido para organizar um relatório que segue o roteiro proposto. A avaliação permite não desperdiçar a experiência acumulada e as anotações colhidas em cada uma das etapas do projeto e serve. Para fins de avaliação, os acadêmicos que tiveram a oportunidades de vivenciar a experiência, podem manifestar o que assimilaram das atividades por meio da produção de textos, fotografias, poesias, frases e desenhos da cidade constitucional na Capital da República, atingindo com criatividade diversos campos de conhecimento.

Viver a 'cidade constitucional' significa compartilhar e experimentar as técnicas de observação direta intensiva, da observação assistemática e sistemática; não participante e participante; individual e em equipe; na vida real. As entrevistas e perguntas e o seu preparo prévio; as medidas de opinião e as atitudes; a história de vida; a análise de conteúdo cognitivo e atitudinal, são técnicas caras para a 'cidade constitucional' e se manifestam em agentes, servidores, empregados, em suma, em nós todos que exercitamos a escutatória e a manifestação.

A experiência vivida contribui para formar um perfil do egresso atento, hábil e propositivo no diagnóstico para melhor compreender a arte de resolver problemas na gestão de políticas públicas, nutrindo-o de um preparo para a cidadania e de uma cultura tributária. Acreditamos também que o Projeto pode despertar e fortalecer a 'vocação para servir' das carreiras do Estado.

A experiência é um excelente mecanismo de preparo para a cidadania apregoado no artigo 205 da Constituição Federal do Brasil, ao lado do desenvolvimento da personalidade e do preparo para o trabalho.

Valorizamos a cidadania cívica, os símbolos e as datas comemorativas da República: História do Brasil e o calendário cívico-cultural. Buscamos a 'Semana da Pátria'. Queremos refletir e conversar sobre coesão social, consciência cívica, educação fiscal, sobre os símbolos nacionais, os heróis da pátria, o civismo e a cidadania dos modernos. Queremos meditar sobre a importância geopolítica da Capital da República e a modernidade - estética modernista - dos palácios e museus. Valorizamos a diversidade da riqueza cultural e social da população local na busca de uma identidade. Vamos viver os ambientes de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas: pressão, lobby, demandas e prioridades no Governo Federal e do DF. Como funciona a política e o sistema operacional, orçamentário, financeiro, patrimonial e contábil da administração dos Três Poderes? A gestão segue um planejamento - plano de governo, plano diretor, plano plurianual -, conjugado um orçamento funcional programático, com definição de metas quantitativas e qualitativas dependentes de metas e avaliação dos programas, projetos e ações nas políticas públicas? São algumas perguntas que a experiência ajuda a resolver, curando conhecimentos.

Acreditamos que o envolvimento de adultos no ensino superior pode fortalecer, por meio do controle social, o controle institucional da necessária formação da receita e também da ordenação da despesa pública, e com isso melhorar a compreensão do ciclo de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas e sua duração continuada.

O comprometimento acadêmico com a melhoria continuada da gestão das políticas públicas nos anima a prosseguir.

Esse é o conteúdo propedêutico que sustenta nossa iniciativa prática implementada em uma disciplina de graduação estruturada para preparar cidadãos e cidadãs para uma Cultura Tributária que estrutura a educação fiscal e a sustentabilidade para a coesão social.

Além da experiencia de vida e de cidadania, os participantes são certificados em atividades de ensino ou extensão correspondente à 06 créditos – 04 aula e 02 trabalho -, pela Universidade de São Paulo. Há uma certificação conjunta USP/ESAF de 12 horas exclusivamente em conteúdos de Educação Fiscal, com a supervisão da Diretoria de Cooperação Técnica da Escola Superior de Administração Fazendária ESAFF em colaboração com o Programa EUROsociAL II - FIIAPP –

España.NERLING, Marcelo Arno. ANDRADE, Douglas de. A cidade constitucional: Capital da

República. 8ª ed. Brasília: Disciplina de graduação da Universidade de São Paulo, ACH 3666, 2014, Mimeo. http://each.uspnet.usp.br/site/docentes-nome.php.