a cauda longa resumo

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A Cauda Longa – [Resumo] “A Cauda Longa” (Campus, 2006, 240 páginas), do editor- chefe da revista Wired , Chris Anderson, é um livro essencial para quem quer entender o impacto nos negócios causado pelas novas tecnologias, como os sites Web 2.0, as comunidades e os novos dispositivos. O livro trata da transformação do mercado de massa, dominado por poucos hits, para um mercado de inúmeros nichos e de micro-hits. O assunto foi abordado pela primeira vez em um artigo do autor na revista Wired , em 2004, e é constantemente expandido no blog The Long Tail . O livro é indispensável na estante de todos envolvidos em negócios em geral e negócios na Web em particular, e pode ser encontrado no original (Amazon ) ou na excelente tradução em Português (Submarino , Cultura , Fnac ). O livro começa mostrando como o mercado de hits está sendo destruído. Por várias decadas o consumidor norte-americano, e por extensão o consumidor mundial, foi induzido a direcionar seu consumo por “listas” de sucesso, por exemplo

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Page 1: A Cauda Longa Resumo

A Cauda Longa – [Resumo]

“A Cauda Longa” (Campus, 2006, 240 páginas), do editor-chefe da revista Wired, Chris Anderson, é um livro essencial para quem quer entender o impacto nos negócios causado pelas novas tecnologias, como os sites Web 2.0, as comunidades e os novos dispositivos. O livro trata da transformação do mercado de massa, dominado por poucos hits, para um mercado de inúmeros nichos e de micro-hits. O assunto foi abordado pela primeira vez em um artigo do autor na revista Wired, em 2004, e é constantemente expandido no blog The Long Tail. O livro é indispensável na estante de todos envolvidos em negócios em geral e negócios na Web em particular, e pode ser encontrado no original (Amazon) ou na excelente tradução em Português (Submarino, Cultura, Fnac).

O livro começa mostrando como o mercado de hits está sendo destruído. Por várias decadas o consumidor norte-americano, e por extensão o consumidor mundial, foi induzido a direcionar seu consumo por “listas” de sucesso, por exemplo os Top 40 hits do rádio. A introdução de novas tecnologias, como o iPod para o áudio, o TiVo para o vídeo e as redes P2P para a troca de arquivos geralmente ilegal, contribuiram para a decadência deste modelo. Como prova, apresenta as vendagens de discos e filmes, que comprovam que os maiores hits de todos os tempos datam dos anos 70, 80 e no máximo do começo dos anos 90.

No entanto, o autor ressalta que apesar da indústria colocar a culpa apenas na “pirataria”, as novas tecnologias na verdade liberaram o usuário para embrenhar-se pelos nichos e libertar-se da tirania dos hits. Ao se deparar com a infinidade de músicas

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disponíveis no iTunes ou nas redes ilegais P2P, em lugar de consumir apenas os hits ditados pelos produtores executivos das grandes gravadoras, os consumidores agora podem aventurar-se por ritmos inusitados, bandas de garagem, trocar suas próprias músicas. Os poucos mega-stars dão lugar a um sem fim de micro-stars, cada um com sua pequena quantidade de “fãs”, e essas comunidades são impulsionadas pelos blogs pessoais.

O nome do livro é tirado da curva de Zipf, de Pareto, 1/x, ou ainda conhecida como Cauda Longa por sua forma. Esta curva representa a distribuição, ou as leis de força, de vários fenômenos econômicos e em outros ramos da ciência, como a concentração aproximada de 80% da renda de uma nação em 20% de sua população.

Outro exemplo é a venda de CDs de música, onde um determinado número de hits concentra a maior parte das vendas. Até aí, nada além do senso comum. A constatação de Chris Anderson, reforçada pelos depoimentos de executivos de empresas como Netflix (filmes), Rhapsody (música) e Amazon (varejo), é que apesar da venda diminuir drasticamente à medida que se avança no eixo, este valor raramente chega a zero. Como o número de “não-hits” é enorme, a soma acumulada das suas vendas pode ser próxima ou até mesmo superior à venda dos hits. Segundo o executivo da Netflix, 98% dos filmes é alugado pelo menos uma vez por trimestre. Essa lógica é particularmente interessante nos mercados de produtos totalmente digitais, como música, vídeos e conteúdos em geral, pois o custo de armazenamento e reprodução chega a ser desprezível.

As câmeras de vídeo, os softwares de blog, ou o acesso a telescópios potentes para astrônomos amadores são exemplos da democratização das ferramentas de produção. O talento não é algo abundante, mas a chance de se encontrar o talento aumenta ao se aumentar o acesso às ferramentas. Outro fantástico exemplo é a Wikipedia, que apesar de não ter a precisão da Enciclopédia Britannica, muitas vezes a supera pelo simples fato de não parar de crescer e de se auto-corrigir. Muitos destes produtores não estão preocupados com benefícios econômicos, criando-se uma economia da reputação, onde o que importa é fazer algo grande e reconhecido, mesmo que seja em um nicho.

Trechos extraídos de http://blog.carlossena.com/resenhas/resenha-a-cauda-longa/. Por Carlos Sena.

SUGESTÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR: WWW.THELONGTAIL.COM