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GRANDES CRIATÓRIOS: BRAHMAN IC REVELA PORQUE A CRIAÇÃO DA RAÇA É SUCESSO A Política Nacional de Resíduos Sólidos foi aprovada e, a partir de agora, toda sociedade deve ser responsabilizada pela geração de lixo. O projeto de lei ainda aguarda a regulamentação, que estava prevista para acontecer em novembro, mas representa, desde já, um marco regulatório na área de resíduos sólidos. Distribuição Gratuita Agora é lei! Ano 1 I N° 8 l Dezembro 2010 Edição de Dezembro.indd 1 7/12/2010 16:02:38

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8ª Edição Dezembro - 10

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GRANDES CRIATÓRIOS: BRAHMAN IC REVELA PORQUE A CRIAÇÃO DA RAÇA É SUCESSO

A Política Nacional de Resíduos Sólidos foi aprovada e, a partir de agora, toda sociedade deve ser responsabilizada pela geração de lixo. O projeto de lei ainda aguarda a regulamentação, que estava prevista para acontecer em novembro, mas representa, desde já, um marco regulatório na área de resíduos sólidos.

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Agora é lei!Ano 1 I N° 8 l Dezembro 2010

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3Dezembro 2010

EDITORIAL

Caros Leitores, Atentos às principais notícias e informações que afetam

direta e indiretamente a vida dos produtores rurais, destacamos na Revista Agrominas do mês de dezembro a aprovação da Política Na-cional de Resíduos Sólidos. O tema é polêmico e traz grandes avanços para o país ao posicionar toda a sociedade como responsável pela des-tinação adequada do lixo. E isso inclui todo o ciclo de produção das propriedades rurais também, cujos produtores, mais do que nunca, devem se conscientizar sobre a questão.

Para aqueles que não conhecem a raça Brahman e têm interesse em descobrir porque a raça tem conquistado tantos pecuaristas, a Re-vista Agrominas traz na seção Grandes Criatórios a marca Brahman IC, de propriedade de Isaac Persiano e de sua esposa Mônica Persiano. A raça Girolando também está em pauta, na seção Dia de Campo. O pecuarista e engenheiro civil Wellington Braga abre as portas da Fa-zenda Alvorada e explica porque a raça é tão bem aceita na região. Em Sustentabilidade, você poderá aprender a construir uma cerca ecoló-gica em sua propriedade, através de uma alternativa de baixo custo.

A partir dessa edição, trazemos na seção Entidade de Classe a história das Federações da Agricultura e Pecuária dos Estados do Es-pírito Santo, Minas Gerais e Bahia. Na edição de dezembro, confi ra a trajetória da FAES. Além disso, a Revista Agrominas recebe nova-mente em suas páginas o colaboradores do IMA, Emater e Senar, e apresenta os seus novos parceiros: o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) e a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab).

Agradecemos a todos os nossos colaboradores, mais uma vez, pela parceria e também a você leitor pela confi ança depositada em nosso trabalho ao longo deste ano de 2010. Contamos com o seu apoio neste ano que se inicia certos de que a promoção da agropecuária de nossa região e a preocupação com as questões ambientais nos coloca como uma publicação cada vez mais bem posicionada nesse cenário, diante da credibilidade e retorno que recebemos por parte de nossos leitores.

Boas festas e boa leitura!

Editor-ChefeDenner Esteves FariasZootecnista – CRMV-MG 1010/Z

Jornalista Responsável: Diagramação / RedaçãoAndressa Tameirão - MG 14.994 JP

Jornalista ColaboradoraAlessandra Alves - MG 14.298 JP

Tiragem: 5.000 exemplaresProjeto Gráfi co: Andressa Tameirão

A Revista AgroMinas não possui matéria pagaem seu conteúdo.

Contato Publicitário(33) [email protected]

ColaboraçãoAlex Santos Lopes da Silva- SCOT ConsultoriaAlexandre Sylvio - Eng. AgrônomoCooperati va Agropecuária Vale do Rio DoceEmater/IMA/Idaf/Adab/SenarMarcelo Conde Cabral - Médico VeterinárioPesquisadores da Embrapa Gado de LeiteProf. Ruibran dos Reis - Minas TempoWaldir Francese Filho - Eng. Agrônomo - Coocafé

Distribuição Gratuita: Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri, Vale do Jequiti nhon-ha, Vale do Aço, Extremo Sul Baiano e Norte Capixaba.

Impressão: CGB Artes Gráfi cas

As ideias conti das nos arti gos assinados não expres-sam, necessariamente, a opinião da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Administração/RedaçãoRevista AgroMinasRua Ribeiro Junqueira, 383 – Loja - Centro 35.010-230 / Governador Valadares/MGTel.: (33)3271-9738 E-mail: [email protected]

Uma publicação da Minas Leilões e Eventos Ltda.

Denner Esteves FariasEditor-Chefe

Índice4

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Giro no Campo

Entrevista

Grandes Criatórios

Dia de Campo

Sustentabilidade

Perfil Profissional

Entidade de Classe

Caderno Técnico

Meteorologia

Mão na Massa

Agrovisão

Emater/IMA/Idaf/Adab/Senar

Mercado

Cotações

Aconteceu

Agenda e Resultados

Culinária

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Bellman lança dois novos produtos que contribuem para aumentar a produção leiteira

Prazo para regulamentação de orgânicos

termina em dezembro Receita das exportações do agronegócio de Minas Gerais aumentam 30,3%

Nova variedade de mamão representa economia para produtores rurais do ES

A Bellman Nutrição Animal acaba de ampliar a linha de leite com o lançamento de BellMilk TS e BellMilk TS Ureia, dois núcleos para a dieta de vacas leiteiras de média-alta produção. Resultado de um projeto iniciado há um ano, tra-tam-se de dois produtos tecnológicos com aditi vos para o incremento da produção leiteira.

BellMilk TS e BellMilk TS Ureia possuem tamponantes (bicarbonato de sódio e óxido de magnésio) na sua formulação, que ajudam a man-ter o pH ruminal em valores adequados (entre 6,5 e 6,8), evitando que as vacas entrem em acidose. Segundo o sócio-diretor e responsável pela área de desenvolvimento de produto da empresa, Marco Balsa-lobre, os tamponantes contribuem para melhorar a saúde do animal, evitando a ocorrência de laminite, além de garanti r a qualidade do leite (teor adequado de gordura e de sólidos totais). Outro ingrediente dos produtos é a monensina, que esti mula a produção de leite e pro-picia melhor conversão alimentar. (Fonte: Belman)

O Governo do Estado, por meio da Se-cretaria de Estado da Agricultura, apresen-tou no dia 12 de novembro uma novidade que pretende melhorar a vida dos agricul-tores familiares capixabas. Trata-se do lan-çamento de uma nova variedade de ma-mão desenvolvida pelo Insti tuto Capixaba

de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) após 12 anos de pesquisas: o mamão “Rubi Incaper 511”, que tem como principal característi ca a possibilida-de de reuti lização de suas sementes.

O grande diferencial do mamão “Rubi Incaper 511” é a possibilidade de reuti liza-

ção das sementes da própria lavoura em até três novos planti os. Essa vantagem dispensa a necessidade de despesa com a aquisição do material e também reduz a dependência de uti lização de sementes importadas, em sua maioria provenientes da China. (Fonte: Agrolink)

A receita das exportações do agrone-gócio mineiro alcançou US$ 5,3 bilhões nos nove primeiros meses deste ano. O valor é 30,3% maior que o registrado no mesmo período de 2009, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indús-tria e Comércio Exterior (MDIC).

De acordo com o superintendente de Políti ca e Economia Agrícola da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento de Minas Gerais (Seapa-MG), João Ricardo Albanez, o valor obti do com a comercialização dos produtos do agrone-

gócio mineiro equivale a 24,2% do registra-do pelas exportações totais do estado nos nove primeiros meses deste ano. Ele des-taca os resultados obti dos com a venda do café, principal produto de exportação do agronegócio mineiro e segundo no quadro das exportações totais do Estado, atrás do minério de ferro. Já o volume do produto mineiro colocado no mercado internacio-nal entre janeiro e setembro de 2010 foi de 957,2 mil toneladas, um aumento de 7,7% em relação ao registrado no mesmo perío-do de 2009. (Fonte: Agência Minas)

O setor de orgânicos terá regulamenta-ção do governo federal a parti r do próximo ano. Os produtores têm até 31 de dezembro para se adaptar às normas previstas pelo Decreto nº 7.048/2009, específi cas para produção e comercialização de orgânicos, que incluem armazenamento, rotulagem, transporte, certi fi cação e fi scalização. O produtor que cumprir as novas regras re-ceberá o selo do Sistema Brasileiro de Con-formidade Orgânica. Vale lembrar que os produtos e ingredientes orgânicos devem receber cuidados para assegurar sua quali-dade. (Fonte: MAPA)

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IMA altera documentação para o transporte de animais em eventos pecuários

Sistema registra exportações brasileiras na internet

Conab projeta safra de 2011 em 148,8 milhões de

toneladasA safra de grãos 2010/2011, em

fase de planti o, está projetada entre 146,26 milhões e 148,82 milhões de toneladas, com uma redução que vai de 487 mil a 2,48 milhões de tonela-das sobre a safra passada, que alcan-çou recorde de 148,82 milhões de toneladas. A esti mati va faz parte do segundo levantamento de intenção de planti o, divulgado no dia 10 de no-vembro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em relação ao levantamento do mês passado, a produção prevista aumentou 0,5%.

De acordo com comunicado da Conab, a área desti nada ao planti o deve fi car entre 47,24 milhões (que-da de 0,02%) e 48,01 milhões de hec-tares (alta de 1,3%), na comparação com a anterior (47,37 milhões de ha). Os técnicos da estatal ressaltam que a pesquisa considera intervalos de produção e de área para a inten-ção de planti o. O estudo se baseia na média de produti vidade, obti da nas últi mas cinco safras, excluídos os anos atí picos e agregado o ga-nho tecnológico. Um dos destaques entre os produtos culti vados nesta safra é o algodão em caroço. (Fonte: Agência Estado).

As exportações brasileiras passam, agora, a serem registradas na internet. Entrou em vigor no dia 17 de novembro o Novoex, que substi tui o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), em vigor desde 1993.

A principal diferença do novo sistema em relação ao Siscomex é o acesso direto pela internet, sem a necessidade de instalação de programas adicionais nos computadores. No Novoex, as transações de comércio exterior deixarão de ser armazenadas nos servidores do Banco Central e passarão para a platafor-ma do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).

Segundo o Ministério do Desenvol-vimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Novoex proporciona registros de exportação mais ágeis. O novo sistema tam-bém permite a simulação de operações e a transmissão de registros em lotes. Em caso de dados incompatí veis, o próprio sistema

O Insti tuto Mineiro de Agropecuá-ria (IMA) alterou a obtenção de Guia de Trânsito Animal (GTA) para permiti r a saí-da de animais de feiras pecuárias. Para o produtor que vai transportar o animal em território mineiro, não há taxa. Porém, a GTA emiti da para transporte para fora do estado terá taxa, de acordo com a espécie do animal.

O novo procedimento está conti do na Portaria n 1.091, de 4 de outubro. Antes, para a liberação dos animais em eventos

pecuários para trânsito dentro do estado era obrigatório apenas o carimbo de retor-no na GTA de entrada e para fora de Minas Gerais era necessário a emissão de nova GTA, isenta de taxa.

A documentação sanitária conti nua sendo emiti da pelo responsável técnico pelo evento, exceto para bovinos e bu-balinos. A emissão de GTA para bovinos e bubalinos é de competência exclusiva do IMA e, para isso, a propriedade deve ser cadastrada na Insti tuição. (Fonte: IMA) cadastrada na Insti tuição. (Fonte: IMA)

aponta as divergências depois da totalização online dos valores e das quanti dades.

De acordo com o MDIC, não haverá necessidade de recadastramento. Todos os usuários do Siscomex estão automati -camente habilitados a operar o Novoex, com a mesma senha. Assim como no sis-tema atual, somente são registradas as operações comerciais. Por meio do Novo-ex, os comerciantes podem gravar os re-gistros de exportação (REs) e os registros de crédito (RCs), no caso de exportações fi nanciadas com recursos privados ou pú-blicos. Quem ti ver feito o registro de cré-dito no sistema anti go deverá atualizar as informações no Novoex. Não será possível vincular os registros de exportação e de crédito criados em sistemas diferentes. Dessa forma, os RCs precisam ser refeitos para que o saldo restante possa ser usado. (Fonte: Agência Brasil)

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Depois de mais de 20 anos de trami-tação no Congresso, a Políti ca Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), enfi m, foi aprova-da pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A aprovação foi acompanhada do anúncio de investi mentos no valor de R$ 1,5 bilhão, em 2011, para o fi nanciamento de soluções na área. O projeto traz inúmeros avanços e propõe uma responsabilidade comparti lha-da na desti nação adequada do lixo. Assim, tanto o poder público, quanto os fabrican-tes e os consumidores fi nais são obrigados a fazer a sua parte. A lei estabelece ainda o fechamento de todos os lixões até 2014 e contempla a inclusão de catadores, de modo a garanti r melhores condições de tra-balho para a categoria. Um dos pontos mais discuti dos é a questão da logísti ca reversa, que determina a desti nação ambiental cor-reta para os produtos descartados por parte dos fornecedores. Além disso, o empresa-riado que não recolher aquilo que coloca no mercado, está sujeito a ser enquadrado em crime ambiental por descartar material de forma indevida.

A lei foi aprovada no dia 07 de julho deste ano, mas a sua aplicação depende de regulamentação, que estava prevista para o mês de novembro. Segundo a Assessoria de Comunicação do Ministério do Meio Am-biente, a regulamentação da lei ainda não tem previsão de sair em decorrência do pe-ríodo eleitoral. Para tratar sobre o assunto, a Revista Agrominas entrevistou o diretor executi vo do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), André Vilhena. O Cempre é uma associação empresarial, fundada em 1992, que se dedica à promo-ção da reciclagem e gestão integrada do lixo

e trabalha para conscienti zar a sociedade sobre a importância da redução, reuti lização e reciclagem de lixo, através de publicações, pesquisas técnicas, seminários e bancos de dados. Além de ser manti da por empresas privadas de diversos setores, a associação conta com diversas empresas, até mesmo multi nacionais, associadas.

Revista Agrominas - Com a aprovação da Políti ca Nacional de Resíduos Sólidos, toda sociedade se tornou responsável, di-reta ou indiretamente, pela geração e o gerenciamento dos resíduos sólidos. De que forma isso vai refl eti r, num primeiro momento, nas políti cas de proteção am-biental?

André Vilhena- A Políti ca Nacional de Resíduos Sólidos estabeleceu o conceito da responsabilidade comparti lhada entre o Governo, as Empresas e a Sociedade pelo descarte correto dos resíduos urbanos. Des-sa forma, cada um dos agentes desse tripé deverá contribuir para que a indústria da reciclagem brasileira se desenvolva e para que o consumo no Brasil seja realizado de forma cada vez mais consciente, sustentável e responsável. Acredito que, com o tempo, essa visão comparti lhada vai levar a questão ambiental ao topo da lista de prioridades de quem compra (o consumidor vai preferir es-colher produtos de empresas comprometi -das com o meio ambiente), de quem vende (as empresas, em nome da competi ti vida-de, adotarão uma postura ambientalmente mais sustentável ), e de quem rege as leis (o governo, para dar suporte a um mercado mais limpo, deverá rever meios de incenti -var as empresas que priorizam um processo

produti vo sustentável). Acredito que, em um segundo momento, as políti cas de pro-teção ambiental poderão ser sim impacta-das por essa nova postura.

Revista Agrominas - O que muda para os setores de reciclagem com a regulamen-tação do projeto?

André Vilhena - O governo ainda precisa regulamentar a PNRS de forma a fazer com que suas diretrizes sejam realmente cum-pridas. A aprovação da PNRS não signifi cou o fi m dos desafi os e dos debates. Agora, te-mos o desafi o de fazer com que tudo o que está no papel seja exequível.

A regulamentação do projeto traz a for-malização do trabalho do catador de lixo, um agente que é fundamental para a coleta seleti va e para a reciclagem de embalagens pós-consumo; integra esse profi ssional ao ciclo produti vo sustentável; vai exigir das co-operati vas mais organização administrati va e de logísti ca; e o parque de reciclagem no Brasil deverá ser aumentado, para absorver a alta demanda.

Revista Agrominas - Com a regulamen-tação dessa políti ca, o mercado de reci-clagem no Brasil será, consequentemen-te, impulsionado. Diante desse cenário, o Cempre já está preparada para o aumento de sua demanda? É possível que mais em-presas procurem se associar à Cempre?

André Vilhena - Sim, o Cempre pode, claro, receber novos associados.

Revista Agrominas - Um dos empe-cilhos para a aprovação do projeto, que perdurou por mais de 20 anos, foi o inte-

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Política Nacional de Resíduos Sólidos:

A responsabilidade compartilhada entra em ação

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resse de algumas indústrias que preferem se eximir da responsabilidade em dar uma destinação correta aos resíduos que gera. O Cempre lida diretamente com empresas de grande porte e é mantida por empresas privadas de diferentes setores. Com tanto apelo para as questões voltadas para a proteção ambiental e a sustentabilidade, porque você acha que ainda existem indús-trias e empresas que relutam em contribuir por um ambiente melhor de se viver?

André Vilhena - A PNRS criou a possibi-lidade dos acordos setoriais, por meio dos quais as empresas poderão dialogar com o governo e com o mercado sobre como co-locarem em prática as diretrizes da lei, sem prejudicar seu potencial econômico, ou seja, aliando economia e responsabilidade so-ciambiental. Acredito que esse tenha sido o principal entrave da aprovação de uma polí-tica nacional no campo da reciclagem. Acre-dito que com a prática dos acordos setoriais muitas empresas poderão “mudar de lado” e adotarem uma postura mais responsável em relação ao meio ambiente.

Revista Agrominas - Com a instituição

da responsabilidade compartilhada, atra-vés desse projeto, qual é a melhor forma de se atuar, no sentido de conscientizar sobre a redução da geração de resíduos sólidos e de incentivar as boas práticas sustentáveis?

André Vilhena - A educação ambiental é fundamental para esse processo. Tanto que na PNRS ela é tema de um capítulo inteiro. No âmbito da sociedade, a melhor forma de atuar é disponibilizar informação sobre a importância da coleta seletiva e de como ela pode ser praticada. O Cempre faz isso por meio do seu site. No seio da famí-lia, acredito que pais e responsáveis devem cada vez mais embutir em seus filhos a educação ambiental. Isso também pode ser adotado nas escolas.

Revista Agrominas - A PNRS contempla a inclusão dos catadores no sistema de gestão e o apoio a essa atividade, de forma a garan-tir melhores condições de trabalho para essa categoria. O CEMPRE desenvolve algum tra-balho junto às cooperativas de catadores de lixo? Com a PNRS, é possível que a coletiva seletiva feita pelas cooperativas seja con-templada com novos investimentos?

Diretor Executivo do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), André Vilhena

Foto: Divulgação

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André Vilhena - O Cempre apóia atu-almente cooperati vas em todo o país, o que compreende em média 20 mil coope-rados. O trabalho envolve consultorias nos campos técnico, jurídico e administrati vo; repasse de informações sobre reciclagem de diversos materiais, conscienti zação e ca-pacitação profi ssional, tudo fundamentado na premissa que divide a responsabilidade pelo descarte correto do lixo urbano entre cidadãos, governo e iniciati va privada - o tri-pé da reciclagem.

O modelo das cooperati vas do Cempre, que assegura aos catadores uma renda re-gular e os reintegra na sociedade, tem sido exportado com sucesso para outros países em desenvolvimento. Em 2008, por exem-plo, a Tailândia inaugurou em Bangkok sua primeira cooperati va de lixo reciclado base-ada na experiência brasileira do Cempre.

A PNRS, com certeza, vai impulsionar as cooperati vas uma vez que contempla o ca-tador na cadeia produti va da reciclagem de maneira mais formal.

Revista Agrominas - Vocês possuem da-dos de quantos municípios do país já con-tam com a coleti va seleti va?

André Vilhena - O número de municípios brasileiros que operam programas de coleta seleti va aumentou pouco mais de 9% desde a realização da últi ma pesquisa Ciclosoft , em 2008. São, hoje, 443 contra 405, há dois anos.

Revista Agrominas - Para você, quais foram os pontos do projeto que mais agra-daram? Por qual moti vo?

André Vilhena - O Cempre discute a PNRS e sua aprovação há muito tempo. Es-tamos engajados nessa causa desde o início, e já trabalhamos com o conceito da respon-sabilidade comparti lhada mesmo antes de a lei acontecer.

Assim, estamos muito sati sfeitos com a aprovação da políti ca e, assim como traba-lhamos para a sua aprovação no Congresso, queremos contribuir para que a sua regu-lamentação aconteça o quanto antes. Ela é um marco para o Brasil, no que diz respeito à gestão dos resíduos urbanos. Sabemos o quão árdua foi a tarefa de conciliar tantos interesses. Não consigo destacar nenhum ponto em específi co da políti ca, e sim o valor que toda ela tem para o nosso país.

A PNRS fará a inclusão dos catadores de lixo, dando apoio e suporte às ati vidades da categoria

Kit didáti co para catadores criado pela Cempre para a formação de cooperati vas

Foto: Arquivo Cempre

Foto: Arquivo Cempre

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Uma raça em crescente expansão pelo mundo vem conquistando há pou-cos anos um seleto número de criadores na região leste de Minas Gerais, que en-contraram nessa raça as característi cas ideais para quem vislumbra resultados positi vos aliados à qualidade animal. Em-presário e produtor rural, Isaac Cohen Persiano, 54 anos, é pioneiro na criação de Brahman em Governador Valadares e investe na raça há sete anos. Apesar de poucos anos de investi mento, o interesse pela pecuária teve início ainda cedo.

Natural de Governador Valadares, Isaac morou dos 8 aos 21 anos em Belo Horizonte, juntamente com a família. Caçula entre seis irmãos, Isaac Persiano retornou para Valada-res após o falecimento do pai, onde sua fa-

mília era proprietária de uma loja. Uma das moti vações do retorno foi o casamento com a então namorada, Mônica Vargas Ramos Persiano, cujo matrimônio já completa 31 anos. Nessa época, a parceria da família se estendeu para o âmbito da pecuária. “Quan-do meu pai morreu, ti vemos o apoio do meu ti o, Alberto Mirahy, que conti nuou como nosso sócio e nos encaminhou. A pecuária é uma paixão que eu tenho e iniciei minhas ati vidades na área na propriedade do meu irmão Vilson. Vilson é agrônomo, e quando se formou ele veio trabalhar na região e nós nos tornamos sócios, juntamente com o meu ti o e meu irmão Nelson. Depois, a so-ciedade terminou e cada um seguiu o seu caminho e há aproximadamente cinco anos fi z o arrendamento de terra”, explica Isaac.

O arrendamento a que o produtor ru-ral se refere consti tui a atual propriedade na qual desenvolve o trabalho com a raça Brahman. A propriedade pertencente à senhora Maria Zita Botelho e está localiza-da há 5 km do anel rodoviário, senti do Ipa-ti nga, e conta com 150 hectares de terra.

Com a marca Brahman IC, Isaac Per-siano desenvolve um trabalho focado na produção de tourinhos, fêmeas F1 Brah-molandas e venda de sêmen. Segundo Isaac, já foram comercializadas pela Brah-man IC mais de 10 mil doses de sêmen. Com um plantel de mais de 150 animais, a estrutura da propriedade é simples, as-sim como a roti na das ati vidades. O gado da fazenda é criado a pasto, mas vale lembrar que o gado de pista também já

Brahman IC: a marca que se

traduz em sucesso na

criação da raça Brahman

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Foto: Andressa Tameirão

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foi um dos focos de trabalho do produ-tor rural. “A minha esposa Mônica está sempre comigo à frente dos negócios e, quando nós iniciamos, trabalhamos certo tempo com o gado de pista, até que sen-timos que era hora de produzir tourinhos para servir a campo e também fazer meio sangue F1, que no caso são as Brahmo-landas, o cruzamento de holandês com o Brahman. É a partir daí que tem início a nossa história com a produção de F1”, esclarece.

De início, o que mais impressionou Isa-ac Persiano em relação à raça foi a quali-dade de úbere das vacas. A partir disso é que surgiu o interesse de avaliar o leite de algumas vacas Brahmans, já que as mes-mas seriam a base para os cruzamentos. ”Nós preparamos uma vaca e tiramos o leite dela com pesagem oficial da ABCZ. Fiz questão de que um técnico acompanhas-

Isaac Persiano e Mônica Persiano ao lado do touro IC 19 (acima) e ao lado da vaca IC 7 (ao lado)

se todo o trabalho. Tiramos uma média de 17kg em uma novilha de pri-meira cria e depois tiramos 15kg de uma outra vaca. Posteriormente, nesses dois animais, resolvi fazer a lactação completa e acompanhamos 10 meses de lactação, aproximadamente. Elas produziram mais de 4 mil Kg de leite. Há três anos, durante a realização de uma Fecundação In Vitro, solicitei que usassem uma dose de sêmen de touro holandês, no caso o Towch Dow,

em uma de nossas vacas, a IC 7 que teve uma lactação de 4.200kg. Na época, isso pareceu aventura para muitos, mas hoje tem muitas pessoas fazendo o Brahmolando em volume”, argumenta Isa-ac.

O Brahman conquistou Isaac Persia-no por características peculiares à raça. Além da qualidade maternal, o Brahman produz leite com uma qualidade de úbere interessante e é um animal de natureza

Fotos: Andressa Tameirão

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As terras do Brahman IC foram arrendadas por Isaac Persiano, onde faz a criação da raça

Fotos: Andressa Tameirão

dócil, segundo Isaac. “O úbere tem bons ligamentos, boa distribuição de teta, além disso, a docilidade do Brahman é uma característica fantástica para se pro-duzir gado leiteiro. O nosso país tem um clima tropical e o holandês puro não re-siste a esse desconforto térmico. O zebu resiste, porém não dá o volume de leite que o produtor rural necessita. Então, a produção de Brahmolandas alia as carac-terísticas do zebu com o holandês, tendo a fêmea Brahman como base para esse cruzamento”, enfatiza o produtor.

Como criador Isaac Persiano conhece bem o mercado de exportação de carne bovina, mesmo atuando fora desse con-texto. Segundo o produtor rural, atual-mente, a carne do Angus é a mais aceita mundialmente. Mas, o fato da raça Brah-man estar presente em mais de 70 países tem contribuído muito para a aceitação da carne de animais dessa raça no mercado mundial. “Aqui em Governador Valadares, já se chegou a abater o animal com 34 me-ses, peso de 19 arrobas e acréscimo de 1 arroba no gancho. Mesmo na desossa, o rendimento da carne do Brahman é muito bom e é um animal que tanto na maciez quanto na cobertura de gordura possui os pontos ideais para a exportação. Em outras regiões, o abate é feito até mesmo antes dessa idade. O Brahman é preco-ce tanto em seu acabamento, quanto na questão da fertilidade. As fêmeas entram no cio cedo. A partir de 1 ano e meio algu-mas vacas começam a indicar cio a campo e se forem tratadas entram mais cedo. Os touros também entram em reprodução precocemente”, afirma.

O Brahman IC faz a seleção de animais

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desde o início de suas ati vidades e tem feito o uso do garrote IC 19 com maior frequência, diante dos bons resultados de produção apresentados pelo animal. Além de fazer uso da técnica de Fecundação In Vitro, a propriedade trabalha com a Inse-minação Arti fi cial. A técnica de Insemina-ção Arti fi cial por Tempo Fixo (IATF) tem sido usada com frequência também e o programa tem sido coordenado pelo mé-dico veterinário Felipe Melo. O objeti vo de Isaac Persiano, agora, se volta para a com-pra de embriões de Brahmolanda, e para a empreitada, o criador revela o interesse em parcerias. A estação de monta não é defi nida, mas os trabalhos de produção na propriedade são intensifi cados na época das águas, geralmente entre os meses de novembro e abril.

A raça Brahman é uma das que mais crescem no Brasil e, acompanhando esse ritmo, Isaac Persiano realizou neste ano o 1º Leilão Brahman IC e Convidados, onde foram colocados 50 animais, durante a Ex-poagro de Governador Valadares. ”O leilão foi muito interessante, e nos ajudou a pro-mover a raça. Em 2008 e 2009, o Brahman foi a raça que mais cresceu nesse período, percentualmente, no Brasil. Para se ter uma ideia, hoje, já são mais de 170 mil Brah-mans registrados na ABCZ. Outro evento que foi de fundamental importância para os criadores foi o XV Congresso Mundial da Raça Brahman”, afi rma o produtor.

O referido congresso aconteceu en-tre os dias 17 e 24 de outubro, no Parque Fernando Costa, em Uberaba. O evento foi realizado pela primeira vez no Brasil e a or-ganização esti ma que tenha passado pelo Parque cerca de 30 mil pessoas. Durante o evento, a Associação Brasileira dos Cria-dores de Zebu (ABCZ) realizou o primeiro registro de um animal fruto do cruzamen-to entre Brahman e Holandês. O primeiro registro foi justamente de uma fêmea do criatório Brahman IC. “Foi com muita sati s-fação que eu recebi o comunicado de que um animal nosso teria sido escolhido para ser registrado. Esse primeiro registro foi de uma das fi lhas da IC 7 com o Towch Dow, que está com 32 meses de idade. Eu sem-pre acreditei muito nesse trabalho de cru-zamento porque a F1 está em falta no Brasil e eu acredito que o Brahman vem a ser essa

base que vai fazer a F1”, destaca o produtor. Na Seção Pôster do XV Congresso Mun-

dial da Raça Brahman, dos 58 trabalhos inscritos, dentre cientí fi cos e técnicos, Isaac Cohen Persiano apresentou o trabalho com o tema ‘Simulação de um cenário leiteiro uti lizando fêmeas F1 Brahmolanda IC’ e fa-turou o segundo lugar na categoria técnica. O prêmio foi mais uma prova para o criador de que o investi mento na raça é sati sfató-rio e vem revelando bons resultados. “Dos trabalhos apresentados, nós entramos com o trabalho técnico e fomos os únicos a apre-sentar um produto. Foi nos reservada uma área para que pudéssemos apresentar uma F1 Brahmolanda. Em nosso trabalho, fa-lamos tanto dessa reprodução quanto do Brahman como a base desse cruzamento. Para nós foi importantí ssimo, pois além de sermos premiados, parti cipamos de um momento único e histórico do registro da número 1 com a arquibancada cheia. O re-sultado do Congresso em si foi fantásti co.

Muitas pessoas de outras raças entraram para o Brahman e com o Congresso isso se intensifi cou. Nós ti vemos a oportunidade de comparti lhar ideias com os criadores e também de apresentar e ouvir trabalhos de outras pessoas. Foi uma interação muito grande e saímos muito moti vados. O Brah-man, que já estava crescendo muito, agora vai ter um impulso maior”.

Mas todo esse esforço e dedicação vem acompanhado de pessoas que fazem de Isaac Persiano um criador de sucesso. “O mais importante que eu acho disso tudo são as pessoas que tem contribuído. Eu sempre ti ve muito apoio de amigos, mas há duas pessoas, em especial, que foram fundamentais em meu trabalho: Lu-ciano Márcio Dias, que foi um rapaz que nos deixou muito cedo e é um grande amigo e minha esposa Mônica, que tem me incenti vado e moti vado sempre. Além de ser o amor da minha vida, ela tem sido meu braço direito”, declara o criador.

Foto: Andressa Tameirão

O rebanho do Brahman IC é criado a pasto e recebe suplementação em períodos de seca

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O sonho de adquirir um pedaço de terra é comum a muitos profi ssionais, mas são poucos que, com trabalho e dedicação, destacam-se nesse cenário. Natural de Peçanha, o engenheiro civil Wellington Silveira de Oliveira Braga, 58 anos, veio para Governador Valadares em 1961. Valadarense de coração, Welling-ton se destacou na região como pecu-arista. Após anos de trabalho na cons-trução de estradas, Wellington Braga foi presidente da Cooperati va Agropecuária Vale do Rio Doce por 18 anos, diretor da Parmalat por dois anos, além de assumir outros cargos ao longo da vida. Hoje, um de seus prazeres é administrar a Fazenda Alvorada, uma propriedade de 193 hec-tares, localizada no Município de Marilac,

há aproximadamente 60 km de Governa-dor Valadares.

Há 24 anos, o pecuarista adquiriu a propriedade, onde se dedica à criação da raça Girolando. Segundo o proprietário, o Girolando é a raça é a que mais traz retor-no na região. “A Fazenda Alvorada é um sonho para mim, em primeiro lugar por-que meu pai e meu avô eram fazendeiros, então, fui criado nesse ambiente. Em se-gundo, porque todo engenheiro civil, na minha época, ti nha o sonho de conseguir juntar um dinheiro e comprar um pedaço de terra. E começou assim. Eu ganhei um pouco de dinheiro, assim pude comprar o meu pedaço de terra. Em 1991, eu já co-mecei com o gado cruzado. Hoje, tenho um gado Girolando de boa qualidade,

boa genéti ca, e isso é sinônimo de bons resultados”, explica o pecuarista.

Com dedicação exclusiva à raça, Wellington Braga possui um plantel de vacas em torno de 300 animais, in-cluindo vacas e novilhas, e uma média de 500 cabeças de gado num total. De início, a fazenda contava com pouca estrutura e todo investimento em tec-nologias mudou a rotina da fazenda ao longo dos anos. “Quando adquiri a fazenda, primeiro comprei a parte de baixo da estrada e depois comprei a parte de cima. A parte de cima ficou mais em conta porque não tinha água. Depois que comecei a trabalhar na pro-priedade, a parte de cima passou a ter mais água do que na parte de baixo,

Girolando: a raça que conquistou o pecuarista Wellington Braga

Foto: Bruno Franca

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Os bezerros resultantes de FIV revelam que melhoramento genético é constante na fazenda

além disso, consegui recuperar quatro nascentes, que tinham secado. Quan-do comecei, fiz um galpão para trato, em que o funcionário fazia o trato com as vacas de frente, através de um cor-redor. Utilizávamos milho e capineira nova para tratar as vacas. Depois veio a silagem. Fazíamos as primeiras sila-gens com uma compactação feita a ca-valo. Passamos a fazer o uso de trator, ordenha mecânica, depois implanta-mos os piquetes rotacionados, irriga-ção, trato de cana com ureia, além do melhoramento genético animal”, des-taca Wellington

Hoje, o pecuarista investe em tec-nologias como a Inseminação Artificial, Transferência de Embriões, Fertilização In Vitro e há aproximadamente seis meses trabalha com ração total.

O produto consiste em uma mistura de volumoso e concentrado (milho, soja, sila-gem), que é administrada com uma quan-tidade determinada por lote de vaca. Se-gundo o pecuarista, em pouco tempo de uso, o produto rendeu à propriedade um ganho médio de 4 litros de leite por vaca. Dentre todas as evoluções ao longo da história da fazenda, essa é que está dan-do o maior resultado hoje, de acordo com Wellington. Com o tempo, a estrutura da fazenda adquriu ainda uma sede, galpão para trato, fábrica de ração, piquetes de

tifton, sem se esquecer de uma área desti-nada à reserva legal.

Características do rebanho e alimentação

Com diversas premiações em tor-neios leiteiros, o pecuarista afirma já ter conquistado prêmios com vacas com produção de 19 litros de leite. Hoje, dentre as mais de 140 vacas em lactação na fazenda, o produtor rural consegue obter uma média de 18 litros por vaca, sendo que alguns de seus ani-mais já chegaram a produzir 30 litros. Mas ele ressalta que a alimentação é fundamental para uma produção efi-ciente. “Trabalhamos com o regime de semi-confinamento e uma dieta pré-parto, assim, com 30 dias antes de as vacas parirem é que tem início o trato. As vacas ficam presas durante o dia e, durante a noite, são soltas nos piquetes de tifton rotacionado. Todos os dias são realizadas duas ordenhas. A alimen-tação é à base de silagem de milho e sorgo, além dos sistemas de ração to-tal, uma mistura de soja, milho, caroço de algodão, e outros. Cada lote de vaca recebe a alimentação conforme a sua necessidade, assim, a quantidade é va-riável. Eu tenho uma outra proprieda-de onde produzo o alimento do gado,

com o plantio de milho, sorgo, cana, e depois levo para a Alvorada para ensi-lar. Essa propriedade também recebe o gado de corte. Há uma outra proprie-dade ainda onde ficam as novilhas e as vacas amojando, e é na Alvorada que se tira o leite. Em uma outra, próxima à Alvorada, que chamamos de Gameleira, é onde se faz a inseminação”, esclare-ce Wellington. Como o pecuarista não realiza estação de monta na fazenda, a vaca é inseminada com até 90 dias e é feito o protocolo. Com 60 dias para pa-rir, o produtor rural seca o animal.

O pecuarista Welligton Braga se cen-tra em uma constante renovação do plantel e, segundo ele, quando a vaca chega a sua 4ª cria o animal é vendido. As vacas Girolando da fazenda entram em produção com 30 meses e chegam a dar de 8 a 10 crias. A produção diária da fazenda se concentra em torno de 2100 litros, mas já alcançou produções de 3 mil litros ao longo de sua história. “Eu tenho várias vacas que se destacam quanto á lactação. Existe um lote na propriedade que produz 30 kg de leite no curral. Mas eu já tive vacas em expo-sição com pico de 50 Kg. Há muitas, em meu controle leiteiro, que passaram de 7 mil kg de lactação. Como eu comer-cializo muito, gosto de vender os melho-res, e com isso muitas das minhas me-lhores vacas já foram embora. Eu quero o melhor para oferecer para os outros”, argumenta o pecuarista.

Com predominância de branquiária, a Fazenda Alvorada já fez em suas terras o uso da irrigação, mas o sistema não per-durou até hoje em decorrência dos cus-tos. “De início, fui incentivado a investir em pastos irrigados, até porque eu já ti-nha o sistema de irrigação, pois já havia sido sócio do meu irmão no plantio de quiabo e de jiló. Hoje, devido aos altos custos com energia, cheguei a conclusão de que se tratar o gado com cana e ureia na época da seca é economicamente mais viável do que usar irrigação em pas-tagem. Mas eu conheço várias pessoas que utilizam piquetes irrigados e que têm ótimos resultados. A evolução da minha estrutura me permitiu deixar de usar esse sistema”, afirma.

Foto: Bruno Franca

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Nessa perspecti va, Wellington Braga não dispensa profi ssionais no cuidado com a alimentação dos animais, ordenha, sistema de manejo, limpeza e qualidade do leite, como a médica veterinária Ana Cristi na Tolomelli S. Paes, sem contar a assistência de outros profi ssionais. O pecuarista acredita que o contato com pesquisadores da área é uma grande fonte para se manter atualizado sobre as novidades do setor. Atualmente, a Fazenda Alvorada conta com 12 pessoas envolvidas diretamente com a criação do Girolando, todos legalizados. Outra preocupação do produtor rural é com a preservação ambiental. “Procuro tomar cuidado com o uso de agrotóxicos, cerca-mento das nascentes e matas e o recolhi-mento de plásti cos. Além disso, a fazenda conta com reserva legal, outorga d’água, tudo de acordo com a legislação em vi-gor”, garante Wellington.

O preço pela qualidade

Apesar do retorno, os custos para uma criação de Girolando de qualidade ainda é alto, principalmente se conside-rado as oscilações do preço do leite. “Eu não sei se as despesas são muito altas ou se o produto que a gente vende tem um valor baixo, o fato é que além de ser pe-cuarista, temos que ter um pouco de agri-cultor para fazer a alimentação do gado, além disso é importante fazer a correção do solo para se ter uma boa pastagem,

A estrutura da fazenda foi modifi ca-da ao longo dos anos para atender à necessidade de emprego de novas tecnologias, visando o aumento da produção.

A ordenhadeira mecânica foi uma das tecnologias empregadas que fa-cilitou o manejo do animais. Hoje, a fazenda produz uma média de 2100 litros de leite por dia.

Foto: Bruno Franca

Foto: Bruno Franca

sem se esquecer do meio ambiente, e tudo isso é necessário. Sem contar os custos com a energia e funcionários. O que a gente tem que fazer é ter produti -vidade com redução máxima da mão de obra e buscar tecnologias. Mas dentro de um valor, você tem despesas que não estão ligadas ao custo do leite e que tem que ser computadas. É necessário que se tenha produti vidade, aliado a um ge-renciamento básico de custo, além de ter uma boa assistência técnica e saber con-trolar o desperdício”, afi rma o pecuarista.

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A ração total é a mais nova tecnologia empregada na Fazenda Alvorada, pelo proprietário Wellington Braga (último, ao fundo da foto). A ração já tem reve-lado bons resultados ao produtor.

Foto: Bruno Franca

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Uma alternati va barata e ambiental-mente correta criada por um produtor rural de Tupã (SP) veio para confi rmar a tendência do emprego de alternati vas sustentáveis no meio rural. A cerca ecoló-gica é de invenção do produtor rural João Luiz Alves de Andrade, 57 anos. Criador de gado de leite da raça Jersey, João Luiz trocou a vida agitada da capital paulista, em 2008, pela tranquilidade da Estância Santa Mônica, há 3km da cidade de Tupã (SP). Com uma produção média de 80 li-tros de leite/dia, o produtor rural recor-reu a órgãos do setor, como a Secretaria de Agricultura local, Sindicato Rural e Se-brae, para obter mais informações sobre a ati vidade que passou a desenvolver ao optar pela vida no campo. A parti r de uma necessidade econômica, veio então uma solução que com segurança e funcionali-dade lhe despertou uma consciência sus-tentável. “As direções indicavam que a produção de leite na agricultura familiar em pequenas propriedades teria que ser de baixo custo, de qualidade, com uma produção a pasto de média para alta e que a tecnologia mais indicada seria o pastejo rotacionado, com pastagens adubadas e

irrigadas. Isso tudo tem um custo elevado, e consequentemente, surgiram difi cul-dades para implantar o sistema, então a Cerca Ecológica surgiu por insti nto, devido uma difi culdade econômica”, afi rma.

Segundo João Luiz, a Cerca Ecológica foi construída a parti r de materiais reti -rados da própria estância onde vive. Os materiais foram escolhidos pelo produ-tor mediante a facilidade destes serem encontrados na natureza. A grande van-tagem é a facilidade de reposição des-ses itens para a manutenção. Dentre os materiais uti lizados para a construção da cerca está o bambu, garrafas PET, sobras de mangueira, pedaços de arame, cimen-to, pára-raios, dentre outros. E como toda invenção sofre modifi cações e evolui ao longo do processo, o protóti po só foi con-cluído após seis meses. “Como o eucalip-to tratado estava caro optei pelo bambu, que estava disponível em minha proprie-dade. Para protegê-los da chuva, sol e umidade do solo, plasti fi quei os bambus com garrafas PETs. Para dar mais resistên-cia e garanti a, rompi os nós internos do bambu e preenchi os espaços vazios com calda de solo e cimento. Hoje, a Estância

Santa Mônica possui 22 piquetes e todos são ecológicos”, afi rma o produtor.

A Cerca Ecológica não é totalmente sustentável em decorrência de alguns itens de origem industrial, que são ne-cessários na confecção da cerca, como caixa energizadora, arames, alguns iso-ladores, catracas, dentre outros itens. Mesmo com a compra de alguns mate-riais, a cerca ecológica é uma opção ba-rata e viável. “Levando em conta apenas os materiais industrializados, o custo de 22 piquetes fi ca em torno de R$650,00. O custo da mão de obra para a confecção seria calculado pelo tempo gasto no total do projeto, que leva mais ou menos sete dias úteis. Não levei em conta este custo, parti ndo do princípio que na agricultu-ra sustentável, para a produção familiar, tempo não é dinheiro, é vida”, argumenta João Luiz. Agora, a proposta do produtor rural é disseminar o projeto, de modo a facilitar o acesso da Cerca Ecológica aos produtores, principalmente, da agricultu-ra familiar. Para obter mais informações sobre a construção da cerca, acesse o blog de João Luiz: htt p://sustentabilida-dedocampo.blogspot.com/.

Agora, a construção de cercas também pode ser uma atitude sustentável

Passo a Passo

A produção da cerca pode ser dividida em duas partes:1ª Parte: BambuBalancinho – 40 mm de diâmetro e 1,15 m de comprimentoMourão – 100 mm de diâmetro e 2 m de comprimento, aproximadamente

Para a produção, serão necessários os seguintes materiais:

-Bambu largo-Bambu fi no-Garrafas PET de 2 litros-Garrafas PET (tipo de detergente)-Mangeira (tipo de chuveiro)

Passo1:Para tratar o bambu, coloque-o de molho na água durante 18 dias, em média, e depois deixe-o no sol para secar.

Cerca ecológica:Cerca ecológica:

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Passos 2 e 3: Romper os nós do bambu. Ficará oco como um tubo. De-pois, faça 4 furos em cada bambu de um tamanho que possa passar a mangueira por dentro. Por aqui, passará o arame da cerca.Lembre-se de fazer os furos em quatro lados do bambu e que os dois de um lado fiquem um pouco acima do outro para os arames não encostarem dentro do bambu.As mangueiras ainda não serão passadas dentro dos furos.

Passo 4: Corte as partes de cima e baixo das garrafas PETs que serão utilizadas para cobrir o bambu do balancinho e mourão. Deixe uma garrafa com a parte de baixo e uma com a parte de cima para cada bambu a ser utilizado.

Obs.: Para 1,15 m, utiliza-se em média 7 garrafas de de-tergente, refrigente ou água (500 a 600 ml).

Passo 5: Depois de ter cortado garrafas suficientes para cobrir todos os bambus necessários para sua cerca, leve o plástico ao fogo para moldar, onde foram feitos os furos para passar a mangueira. Corte a manguei-ra do tamanho correto para passar dentro dos buracos. Es-quente as pontas da manguei-ra e pressione para moldar ao bambu. Se ao moldar, o plásti-co não tiver furado no local do buraco, recorte com uma faca.

Passo 6:Plastificar os bambus.Lembre-se de começar com a garrafa que tem a parte de baixo e terminar com a garrafa que tem a parte de cima – plastificar pelo fundo, da base ao topo. Preen-cher o bambu com solo, cimento e água. Cada um na proporção de 7 pra 1 ou 6 pra 1. Coloque uma garrafa de cada vez, molde no fogo e depois coloque a próxima, sempre sobrepondo uma na outra para não deixar espaço para infiltração.Ela molda muito rápido, então, não precisa deixar por muito tempo. Se o plástico furar, simplesmente coloque outro por cima e faça de novo.

2ª Parte: PorteiraPara a produção, precisará dos seguintes materiais:-1 tubo de mangueira de irrigação preto ¾-1 tubo de mangueira de irrigação preto 1 polegada-Boca que sobra das garrafas do mourão-Arame de cerca paraguaia para fazer a mola e o gan-cho da porteira-Tesoura, faca, canivete para cortar

Passo 1: Corte a tampa de uma garrafa PET de 2 litros e molde para ficar conforme o desenho acima. Para virar a garrafa e moldar, use qual-quer tipo de cano em que se pos-sa fazer o formato desejado.

Utilize todos os materiais para montar o gancho da porteira. Corte os tubos de ir-rigação pretos. Faça um furo na tampinha da garrafa PET para prender o gancho, ara-me com parafuso e arruela. Prenda o tubo de ¾ na boca da garrafa cortada. Passe o tubo de 1 polegada por cima.

Passo 2: Como o gancho do balanci-nho precisa ser furado para passar arames, é necessário fazer os cortes conforme ima-gem abaixo. Para isto, corte a tampa da garrafa no forma-to desejado. Serre o bico da tampa para que possa passar o arame. Agora é só construir os piquetes!

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Seguindo a tradição da família na criação de jumentos e muares, Nelmar Alves Araújo Filho formou-se em Medici-na Veterinária pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e se dedica, hoje, aos negócios da família. Natural de Belo Horizonte, Nelmar ingressou na universidade em 2001, aos 21 anos. O primeiro emprego despontou logo após o término do cur-so. O desti no foi Rubim, no nordeste de Minas Gerais, onde passou a adminis-trar as propriedades do Haras Recanto. Com experiência em animais de grande porte, o veterinário encontrou o emba-samento de suas ati vidades através da práti ca dos estágios. “Em 2003, realizei um estágio na área de nutrição animal, na Embrapa Gado de Corte, Campo Grande (MS). Em 2004, também realizei um estágio monitorado na área de forra-gicultura, na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP). Já em 2006, fi z um estágio monitorado na Agropecuária La-goa Grande com o mestre Dr. Armando Leal do Norte, em Medeiros Neto (BA). Esse estágio foi na área de produção, re-produção e cirurgia de bovino de corte”, afi rma o veterinário.

Há quatro anos em Rubim, hoje, Nelmar é o responsável pela adminis-tração do Haras Recanto, onde a famí-lia se dedica à criação de jumentos e muares Pêga. “O criatório foi iniciado, em 1988, pelo meu pai Dr. Nelmar Al-ves de Araújo, médico dermatologista, que reside na cidade de Patos de Minas (MG). Também cuido da administração

das fazendas de gado de corte, onde fa-zemos cria e recria de bovinos”, explica Nelmar. O criatório se dedica às linha-gens Campo Novo, Maab, Passatempo e Varjão.

Como administrador rural e respon-sável técnico pela criação de bovinos e equinos, Nelmar acredita que o merca-do para o profi ssional na área da Medi-cina Veterinária está em alta. “O mer-

Um veterinário à frente dos negócios da família

Foto: Arquivo Pessoal

cado é bem amplo para o profi ssional veterinário qualifi cado, com excelentes perspecti vas para crescimento na área, visto a importância do mesmo na pro-dução agropecuária”. E para aqueles que têm interesse pela área, o médico veterinário dá a dica. “É preciso ter mui-ta dedicação e responsabilidade com o trabalho, mas principalmente, é preciso gostar do que faz”, argumenta.

O mercado é bem amplo para o profissional veterinário

qualificado, com excelentes perspectivas para

crescimento na área.

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A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito San-to (FAES) teve ao longo de sua história o compromisso de defender os direitos e interesses da categoria de produtores rurais capixabas, além de promover o desenvolvimento e a representação da cate-goria perante os poderes públicos Federal, Estadual e Municipal. A FAES é uma insti tuição privada que faz parte do Sistema Patronal Rural, liderado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Bra-sil (CNA). A história da enti dade teve início em 1956, quando foi fun-dada a Federação das Associações Rurais do Espírito Santo (Fares), tendo Benvindo Novais como presidente. Só em 1965 é que a Fares veio a se transformar na atual enti dade que conhecemos, momento este em que obteve a sua carta sindical, passando a denominar-se Federação da Agricultura do Estado do Espírito Santo.

Ao longo de sua história, já passaram pela enti dade 10 presi-dentes. O primeiro deles foi Napoleão Fontenelle da Silveira, que permaneceu no cargo por 12 anos. Hoje, a diretoria da FAES conta com 11 diretores, sendo um Presidente, seis vice Presidentes, dois Secretários e dois Tesoureiros. A atuação da enti dade se baseia na busca por parcerias junto aos Sindicatos, incenti vando os mesmos a desenvolverem trabalhos de forma precisa e contí nua, além de ofe-recer aos produtores rurais serviços e consultorias em sua sede de forma permanente. Atualmente, a Federação conta com a parceria do Insti tuto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), do Insti tuto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), da Secretaria de Estado da Agricultura, Abas-

tecimento, Aquicultura e Pesca (SEAG) e do Insti tuto Estadual de Meio Ambiente e Recursos (IEMA). Além disso, a FAES possui tam-bém diversos convênios como o Convênio SEAG/FAES, no combate à brucelose; o Acordo de Cooperação Técnica FAES/SESP; o Termo de Cooperação Técnica FAES/SENAR CENTRAL para o Programa Se-cretaria Efi ciente; o Convênio de Cooperação Técnico-Financeiro FAES/FIBRIA de Fomento Florestal, todos com a fi nalidade de ga-ranti r assistência aos produtores rurais. Outro ponto de destaque em sua atuação é a realização de cursos de formação profi ssional e promoção social dos produtores e trabalhadores rurais e seus fami-liares, em parceria como o Senar.

Hoje, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo representa 56 Sindicatos Rurais, num universo de 86.400 produtores rurais de pequeno, médio e grande porte. Para suprir toda essa demanda, a Federação conta com 10 fun-cionários, sendo uma Secretária Geral, um Secretário Executi vo, um responsável pela Arrecadação da Contribuição Sindical, duas Assessoras Jurídicas, um Engenheiro Agrônomo (Meio Ambiente) e quatro pessoas no Departamento Sindical.

Durante a sua caminhada, a FAES realizou diversas ações como a defesa do Direito de Propriedade; alcance das Liminares de Rein-tegração de Posse; regularização trabalhista da categoria; criação do seu Conselho de Meio Ambiente e Recursos Hídricos; ajuste, com o apoio do INCAPER, da Tabela dos valores da Terra Nua de todos os municípios, fator determinante para cálculo do ITR; ação para re-

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Uma entidade em defesa dos produtores capixabas

Foto: ACS FAES

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Maria de Fáti ma Ávila Pires - Med. Vet., pesquisadora da Embrapa Gado de LeiteMargarida Mesquita Carvalho - Eng. Agron., pesq. aposentada da Embrapa Gado de Leite

Domingos Campos Paciullo - pesquisador da Embrapa Gado de leiteDaise Ferreira Xavier - pesquisador da Embrapa Gado de leite

Foto: ACS FAES

gularização fundiária das terras devolutas; combate às ações criminosas do MST; pro-teção das incursões políti cas que ameaçam legíti mos produtores em questões indíge-nas e quilombolas; criação e administração do Fundo de Erradicação e Prevenção da Fe-bre Aft osa, além do Programa de Controle da Brucelose bovina.

Segundo o atual presidente da Federa-ção, Júlio da Silva Rocha Júnior, a FAES sobre-vive, principalmente, da Contribuição Sindi-cal Rural (CSR). “Somos 84.211 produtores rurais no Estado, dos quais cerca de 53 mil são associados da FAES. A arrecadação do CSR é distribuída da seguinte maneira: 60% vai para o Sindicato Rural do Município de sua propriedade, 15% é da FAES, 5% perten-ce ao CNA e 20% vai para o Fundo de Am-paro ao Trabalhador (FAT). Assim, a principal fonte de renda da FAES consiste nos 15% da Arrecadação da Contribuição Sindical Rural (CSR), contando também com os convênios e contratos de locações de auditório e salas comerciais pertencentes a mesma”, explica o presidente.

A FAES conta com 56.000 produtores associados indiretamente, já que estes pertencem aos Sindicatos Rurais fi liados à Federação. Para se associar, é cobrada uma mensalidade social através do Sindicato Ru-ral. A parti r do momento em que o produtor se associa, ele passa a ter acesso ao seu legí-ti mo órgão de representação e defesa.

Atual gestão Aos seus 64 anos, Júlio da Silva Ro-

cha Júnior está há 20 anos fi liado à FAES, através do Sindicato Rural de Presidente Kennedy. Assumiu um ‘mandato tam-pão’ como vice-presidente de novembro de 2005 a julho de 2006, exercendo dois mandatos na história da enti dade. O pri-meiro foi de agosto de 2006 a julho de 2009, e o atual mandato teve início em 14 de setembro de 2009, com término pre-visto para 14 de setembro de 2012. Júnior também já exerceu o cargo de diretor fi na-ceiro da enti dade de 2000 a 2003.

Natural de Cachoeiro de Itapemirim, Jú-nior trabalha com a pecuária de leite desde agosto de 1990. Dentre as ações desenvol-vidas em sua gestão, o presidente destaca o “fortalecimento das ações interinsti tucio-

nais; descentralização das ações; criação e organização do grupo das Mulheres Rurais; reoorganização das Comissões Técnicas e a criação do Conselho de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da FAES”. Segundo o pre-sidente, o ponto forte do Espírito Santo no que diz respeito à agropecuária é o caráter e a garra dos produtores rurais. Mas desta-ca ainda a posição geográfi ca estratégica do estado, o desempenho do órgão de pesqui-sa, o nível de tecnologia usada, bem como a disseminação e socialização de conheci-mentos, principalmente pelo SENAR.

Júnior ressalta ainda que, como em toda gestão, há difi culdades diversas, mas é necessário que se busque a supera-ção de tais obstáculos. “A gente se depara com toda a sorte de óbices para a catego-ria, que resultam na falta de renda para o produtor. Por isso, incenti vamos a efeti va parti cipação dos produtores em todos os fóruns de representação da FAES com técnicos, diretores e sindicatos. Temos 90 fóruns de representação”. Em relação à sua reeleição, o atual presidente afi rma ser cedo para que haja uma defi nição a respeito da questão. “Restando dois anos de mandato, é cedo para defi nir. A cate-

goria tem que decidir o que mais lhe con-vém”, argumenta.

Júlio da Silva Rocha Júnior é o atual presidente da FAES, com mandato até 2012

- Interceder junto às autoridades competentes no sentido do rápido andamento e da solução de tudo que diga respeito aos interesses da classe;- Colaborar com o Estado, como órgão técnico e consultivo, no estudo e soluções dos problemas que se rela-cionem com a categoria econômica representada;- Criar, organizar e manter serviços de consultoria técnica e jurídica, de utili-dade para os Sindicatos filiados;- Promover estudos que visem orien-tar e aperfeiçoar os métodos de trab-alho e de produtividade;- Colaborar com as demais entidades congêneres no sentido de manter a paz social; - Receber as cotas que, legalmente, lhe correspondem na partilha da Con-tribuição Sindical;

Fique por dentro de alguns dos principais objetivos da

FAES

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Maria de Fáti ma Ávila Pires - Med. Vet., pesquisadora da Embrapa Gado de LeiteMargarida Mesquita Carvalho - Eng. Agron., pesq. aposentada da Embrapa Gado de Leite

Domingos Campos Paciullo - pesquisador da Embrapa Gado de leiteDaise Ferreira Xavier - pesquisador da Embrapa Gado de leite

Importância da sombra para gado de leite

Nos meses quentes do ano, durante grande parte dos dias, o ambiente é con-siderado estressante para os animais, uma vez que as variáveis climatológicas (tempe-ratura, radiação solar, umidade, etc.) apre-sentam níveis acima da zona de conforto para vacas em lactação. A primeira medida para amenizar esse problema é proteger os animais da ação direta do sol.

Numerosos estudos, em diferentes re-giões do mundo, têm demonstrado os be-nefí cios da sombra, reportando aumentos entre 12 a 15% na produção de leite, 20% na taxa de concepção, e uma redução de quase 50% no número de serviço/concepção dos animais que ti veram acesso à sombra. Esses trabalhos mostram também que o ambien-te é sensivelmente menos estressante sob sombra que a céu aberto, indicando uma diferença de 10°C entre os dois ambientes. Há uma melhora considerável no conforto dos animais, evidenciada por um menor aumento na temperatura retal e no ritmo respiratório entre a manhã e a tarde. Natu-ralmente, os benefí cios obti dos vão depen-der do ti po de sombra uti lizado, da raça dos animais, da alimentação disponível e do es-tágio da lactação, entre outros fatores.

Sombra de árvores é a mais adequada

As árvores são uma fonte excelente de

sombra, e, em condições de livre escolha, os animais geralmente procuram a sombra das árvores em lugar de estruturas arti fi ciais feitas pelo homem. É um modo efi ciente de proteger as vacas da radiação solar direta e, assim, a arborização das pastagens deveria estar incluída no planejamento do manejo das fazendas.

A sombra natural, fornecida pelas ár-vores, é uma alternati va das mais efeti vas, não só porque diminui a incidência de ra-diação solar, como também reduz a tempe-ratura do ar através da evaporação de suas folhas. Além disso, permite uma movimen-tação adequada do ar sob sua copa. Outra vantagem na uti lização desse ti po de som-bra é que o animal recebe pouca radiação térmica se comparado com a cobertura de metal. Como consequência, quando a sen-sação térmica a céu aberto esti ver entre 36 a 40ºC, sob sombra natural, a temperatura será reduzida para 26 a 32°C. Para se con-seguir a máxima efi ciência na uti lização da sombra, considerando que os animais não irão se aventurar em abandonar o confor-to da sombra das árvores durante as horas de calor intenso, o bebedouro e os cochos de alimentação devem estar sob a sombra, ou o mais próximo possível. Apesar de não haver dúvidas com relação às vantagens de uma boa arborização das pastagens, como este é geralmente um processo lento, mui-tas vezes é necessário lançar mão do som-breamento arti fi cial, enquanto as árvores crescem.

Como proceder para fornecer sombra arti fi cial

Sombrite: As estruturas baseadas na uti lização de redes plásti cas são adequa-das para regiões onde ocorre uma estação quente defi nida, podendo-se adotar mane-jo estratégico ou semi-estabulação. Atual-mente, tem-se uti lizado redes plásti cas que produzem diferentes porcentagens de som-bra. Podem ser armadas sobre diversos ma-teriais, como postes metálicos, de madeira ou tubos de alumínio. A altura mínima deve ser de 3 m e é conveniente que tenha uma inclinação para evitar o acúmulo da água de chuva sobre a rede. Este acúmulo, apesar de não danifi car a rede, produz umidecimento excessivo do solo, uma vez que a água se fi l-tra na forma de pequenas gotas. Em alguns casos, o peso da água pode danifi car certos ti pos de estruturas mais frágeis, como os tubos de alumínio. Entretanto, esse ti po de material tem a vantagem de permiti r a uti -lização de sombras móveis, que podem ser deslocadas de acordo com as necessidades, por exemplo, quando houver formação de lama e (ou) buracos no piso.

Tipos: Existem no mercado vários ti pos de redes com diferentes porcentagens de sombreado. A rede com 80% é recomen-dada para regiões onde a carga radioati va é elevada. As redes com 90% de sombrea-do, por possuírem a malha muito fechada, difi cultam a venti lação, e as de 60% dei-xam passar muita radiação. As redes que

Sombra natural em pastagens: vantagem apenas para os

animais?

Foto: ACS FAES

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característi cas de crescimento adequadas.As característi cas desejáveis das espé-

cies arbóreas incluem: a) facilidade de es-tabelecimento; b) crescimento rápido; c) capacidade para fornecer nitrogênio e ou-tros nutrientes à pastagem; d) adaptação ao ambiente e tolerância à seca, à geada ou ao encharcamento do solo; e) capacidade para fornecer forragem palatável; f) tolerância ao ataque de insetos e doenças; g) ausência de efeitos tóxicos para os animais; h) capacida-de para fornecer sombra, abrigo e controle de erosão; e i) apresentar fuste alto e copa pouco densa.

Espécies adequadas para arboriza-ção - No Brasil, há numerosas espécies nati vas com potencial para fornecer sombra para os animais e oferecer as outras vantagens enumeradas para as pastagens. Em cada região, deve-se dar preferência às espécies locais, desde que preencham os requisitos necessários. Há também espécies introduzidas de outros países (exóti cas), que são adap-tadas a alguns dos nossos ecossistemas, como as leguminosas de usos múlti plos, algumas apresentando valor forrageiro. É desejável o planti o de várias espécies na mesma pastagem, para favorecer o desenvolvimento da fauna e também de inimigos naturais de eventuais pragas de pastagem. A arborização das pastagens pode também ser feita por regeneração natural de espécies nati vas, as quais são muitas vezes eliminadas por ocasião das limpezas de pastagens, adotadas pelos produtores em algumas regiões.

Algumas das espécies nati vas e exóti cas recomendadas para a Região Sudeste são:

I) Nati vas – angico-vermelho, angi-co-branco, angico-mirim, jacarandá-branco, jacaré, orelha-de-macaco, sibipiruna, vinhá-ti co.

II) Exóti cas – Acacia mangium, Acacia auriculiformis, Gliricidia sepium.

Considerações fi nais

Se a sombra das árvores pode promover conforto para os animais, contribuir para conservação e melhoramento da ferti lidade do solo, aumentar a produção e melhorar a qualidade das pastagens, entre outras van-tagens, porque não arborizar?

fornecem menos de 60% de sombreado não têm muita uti lidade para sistemas de produção de leite.

Orientação: A orientação da estrutu-ra vai depender do ti po de sombra que se deseja, isto é, se a preferência for por uma sombra mais estável, o eixo longitudinal de-verá obedecer ao senti do leste-oeste. Uma sombra mais variável ao longo do dia se consegue com o eixo longitudinal no senti -do norte-sul. A vantagem deste movimento da sombra projetada é manter o piso mais seco, apesar de ser menos fresca. A decisão sobre a orientação da estrutura vai depen-der, especialmente, da distribuição das chu-vas. Se o verão for muito chuvoso, é preferí-vel a orientação norte-sul.

Tamanho: A disponibilidade de sombra/animal recomendada varia entre 3 a 5 m²/vaca. Se as dimensões do piquete permiti -rem, é recomendada uma estrutura de 4 m de largura (Figura 1), com o comprimento em função do número de animais que serão alojados. Outra opção, associada também ao tamanho do piquete, seria a construção de vários módulos estrategicamente locali-zados. Qualquer que seja o ti po de fi xação, a rede deve fi car bem esti cada. Com manu-tenção adequada, sua durabilidade poderá ser superior a cinco anos.

qualidade das pastagens, entre outras van-

Conforto animal não é a única vantagem das árvores em pastagens

A preferência pela sombra natural das árvores pode trazer diversas outras vanta-gens para a propriedade rural, desde que algumas condições básicas sejam atendidas. As principais vantagens a serem obti das são:

a) Controle de erosão e melhoramen-to da ferti lidade do solo: serão consegui-dos, se árvores de característi cas favorá-veis forem introduzidas na pastagem, em número sufi ciente e em disposição ade-quada. Árvores com raízes profundas, e as que têm capacidade de fi xar o nitrogê-

nio do ar atmosférico (leguminosas) são as mais indicadas. O planti o de poucas árvores, visando apenas ao fornecimen-to de sombra para os animais, terá pouco efeito no controle de erosão e melhora-mento da ferti lidade do solo. É necessário que as árvores sejam plantadas em toda a área da pastagem, isoladas, aos pares ou em renques (faixas). Os dois últi mos sistemas são apropriados para funcionar também como quebra-vento, e para lo-cais de topografi a acidentada.

b) Melhor aproveitamento da água das chuvas: é uma das consequências de uma boa cobertura vegetal do solo. As pastagens de gramíneas, se bem formadas e bem ma-nejadas, são um dos principais meios de se conseguir boa cobertura vegetal do solo. Com as árvores, além de melhorar a cober-tura vegetal, o solo fi cará mais poroso.

c) Produção e valor nutriti vo da for-ragem: uma das principais vantagens da arborização de pastagens é o aumento na disponibilidade de nitrogênio no solo. Esse efeito ocorre mais em pastagens culti vadas do que em pastagens nati vas, algumas vezes resulta em maior produ-ção de forragem, e em geral aumenta a quanti dade de proteína bruta nas áreas sombreadas, principalmente em épocas de poucas chuvas.

d) Controle de geada: em regiões sujei-tas a geadas, a arborização protege a pas-tagem, reduzindo os danos nas forrageiras sob as suas copas.

Portanto, a arborização de toda a pas-tagem pode resultar em importantes bene-fí cios, que, além de garanti r o conforto dos animais, melhora a qualidade da forragem, e valoriza a propriedade. As principais con-dições para se obter essas vantagens das árvores são: I) usar forrageiras tolerantes ao sombreamento; II) usar árvores que te-nham característi cas favoráveis; e III) adotar sombreamento apenas moderado.

Espécies arbóreas recomendadas

Característi cas das árvores - Um dos fatores que infl uenciam na obtenção das vantagens da arborização de pastagens é a escolha das espécies arbóreas, que devem ser adaptadas, e apresentar arquitetura e

Figura 1

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* Prof. Ruibran dos Reis - Minas Tempo

Natal com chuvasO período chuvoso, neste ano, começou na data

certa nas regiões sul e Triângulo, no início de outu-bro; nas regiões central e Zona da Mata, em meados do mês de outubro e, no fi nal do mês nas regiões leste e norte do estado. O fenômeno La Niña está atuando com intensidade moderada, mas o sufi -ciente pra deixar o mês de novembro com tempera-turas abaixo da média histórica em todas as regiões do estado.

Segundo o Centro Americano de Meteorologia, o La Niña deverá atuar até o fi nal da estação chu-vosa, mês de abril. Se conti nuar a infl uência em Minas Gerais, como se tem observado desde o ou-tono, pode-se esperar um verão com temperatu-ras elevadas e formação de temporais isolados. Os temporais causam normalmente inundações nas cidades e as rajadas de ventos destelhamentos e quedas de árvores.

As chuvas ocorridas em Belo Horizonte no fi nal de 2008 e no mês de janeiro de 2009, e em São Luiz do Paraiti nga (SP) e em Angra dos Reis (RJ), no início deste ano, são sinais de alertas de que o clima do planeta está mudando. Quatro grandes temporais, perdas matérias enormes, e infelizmente também de vidas. Precisamos entrar em estado de alerta este ano na região leste do estado, pois nos últi mos anos as chuvas ocorridas nos meses de dezembro e janeiro fi caram muito abaixo da média histórica.

Portanto, a previsão é de chuvas intermitentes en-tre os dias 10 e 20 de dezembro e depois com o aque-cimento, a formação de temporais isolados. A porcen-tagem de água disponível no solo começa o mês entre 70 a 80% no Vale do Rio Doce, entre 60 e 70% no Vale do Mucuri e, entre 50 e 60% no Vale do Jequiti nhonha e na região norte do Espírito Santo.

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Aprenda a utilizar os insumos agroecológicos

Para serem considerados como insumos alternati vos e serem aceitos na agricultura agroecológica, todos os produtos e subs-tâncias ( químicos, orgânicos, biológicos ou naturais) devem atender aos seguintes requisitos:

- Terem mínima ou nenhuma toxicidade (pertencentes ao grupo toxicológico IV); - Terem efi ciência no combate a insetos ou microorganismos nocivos às plantas;- Terem custo reduzido para sua aquisição e emprego no campo;- Serem de manejo e aplicação simples;- Serem fáceis de se obter. A seguir, são apresentados os mais conhecidos insumos agroecológicos: 1. Plantas DefensivasO emprego de extratos, chás ou sucos de plantas é uma alternati va viável para o combate de muitas pragas e doenças.

AlhoO extrato de alho tem ação fungicida, combatendo doenças como o míldio e ferrugens, e ação bactericida. É uti lizado também

como repelente de insetos nocivos como a lagarta da maçã e o pulgão.

Chá de Cavalinha (Equisetum arvense ou Equisetum giganteum)Indicado e empregado na horti cultura; aumenta a resistência da planta contra insetos nocivos em geral.

Cravo de DefuntoCombate pulgões, ácaros e algumas lagartas. Fumo (Nicoti na)A nicoti na conti da no fumo é um excelente inseti cida, tendo ação de contato contra pulgões, tripes e outras pragas. Quando

aplicada como cobertura do solo, pode prevenir o ataque de lesmas, caracóis e lagartas cortadeiras. Neem ou nim (Azaridachta indica)Tem como príncipio ati vo a azadiracti na. Encontrada nas folhas e nos frutos, é indicada no combate a traças, lagartas, pulgões,

gafanhotos, agindo como inseti cida e repelente de pragas em geral. PimentaTem boa efi ciência quando concentrada e misturada com outros defensivos naturais no combate aos pulgões, vaquinhas, grilos

e lagartas. Primavera ou Maravilha (Bougainvillea spectabilis ou Mirabilis jalapa)Resultante da extração do suco das folhas destas plantas, torna-se um método efi ciente para imunizar mudas de tomate contra

o “vira-cabeça do tomateiro”. Urti gaPlanta empregada principalmente na horti cultura. Ela é úti l no combate aos pulgões e para aumentar a resistência natural.

2. Produtos Orgânicos como Agentes Defensivos

Mão

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CinzasA cinza de madeira é um material rico em potássio, recomendado no controle de pragas e até de algumas doenças, podendo ser

aplicado na mistura com outros produtos naturais. Farinha de TrigoA farinha de trigo de uso domésti co pode ser efeti va no controle de ácaros, pulgões e lagartas em hortas domésti cas e comuni-

tárias. Pulverizando-se de manhã as folhas atacadas, a farinha seca ao sol, formando uma película que envolve as pragas e fazendo com que estas caiam com o vento.

LeiteO leite em sua forma natural ou como soro é indicado para o controle de ácaros e ovos de diversas lagartas, assim como no

combate a várias doenças fúngicas e viróti cas. Sabão e suas MisturasO sabão (não detergente) tem efeito inseti cida e quando acrescentado a outros defensivos naturais pode aumentar a sua efe-

ti vidade. Sozinho, tem bom efeito sobre muitos insetos de corpo mole como o pulgão, as lagartas e moscas brancas. A emulsão de sabão e querosene transforma-se em um inseti cida de contato, bastante indicado para o combate a insetos sugadores.

3. Ferti lizantes Agrícolas Alternati vos

Uti lizados como adubos foliares, estes ferti lizantes têm como principal função a manutenção de uma nutrição equilibrada da planta, levando-a desta forma a um aumento de sua resistência natural contra pragas e molésti as.

Calda Bioferti lizanteÉ preparada com estercos animais, restos de culturas, capins e resíduos orgânicos em um processo de fermentação anaeróbica

ou aeróbica. Existem vários produtos que podem ser uti lizados para enriquecerem o bioferti lizante. SupermagroIndicado como fonte suplementar às plantas, o supermagro consiste em um bioferti lizante enriquecido com micronutrientes. É

importante que a diluição correta seja respeitada na aplicação. (Fonte: Site Planeta Orgânico)

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Agr

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isão

Os nutrientes necessários para o de-senvolvimento das plantas têm origem na degradação das rochas, com exceção do nitrogênio. Este processo é lento, mas atende às exigências das plantas nas ma-tas e fl orestas. Nesses ambientes reina um equilíbrio onde os nutrientes que são absorvidos pelas plantas retornam para o solo com a queda das folhas e galhos e a decomposição destes feita pelos micror-ganismos. Estes sistemas são ricos em nu-trientes e matéria orgânica que sustentam a fl oresta. Nos culti vos agropecuários, o sistema muda e tem inicio um intenso pro-cesso de exportação de nutrientes através da colheita das plantas, frutos e grãos. Por exemplo, a colheita de 10 toneladas de grãos de milho por hectare gera a ex-portação de aproximadamente 150 Kg de nitrogênio e 100 Kg de fósforo. Quando as plantas de milho são colhidas para silagem (plantas inteiras) a exportação de nutrien-tes aumenta signifi cati vamente. Em áreas

Fertilizando o solo

* Por Alexandre Sylvio

irrigadas onde o culti vo é contí nuo, com duas a três safras por ano, a exportação de nutrientes também é elevada. Desta for-ma, em sistemas agrícolas de alto rendi-mento, o agricultor não pode contar ape-nas com os nutrientes existentes no solo ou com a uti lização de matéria orgânica, tornando-se extremamente necessária a aplicação de ferti lizantes químicos.

Os correti vos e ferti lizantes agrícolas fazem parte do custo de produção, sendo responsáveis por aproximadamente 20% dos gastos do produtor. Mas, será que o produtor sabe uti lizá-los corretamente? Antes da uti lização dos correti vos e fer-ti lizantes algumas perguntas devem ser respondidas: Por que uti lizar? Quanto uti lizar? Quando uti lizar? Como uti lizar? Onde uti lizar? Quais produtos uti lizar? Essas perguntas são fundamentais, pois o objeti vo geral dos sistemas agrícolas é a obtenção do máximo de produti vidade com o mínimo de investi mento em insu-

mos, ou seja, o máximo de efi ciência dos ferti lizantes no sistema solo-planta.

Quando uti lizamos o ferti lizante temos como objeti vo fornecer nutrientes para as plantas, principalmente, através das raí-zes que irão absorvê-los do solo e uti lizá-los em seu desenvolvimento e produção. Apesar da dinâmica, parte desses nutrien-tes não serão absorvidos pelas plantas, mas uti lizados por microrganismos e per-didos por diversos processos do solo como a lixiviação, onde o nutriente mineral é la-vado pela água das chuvas e levado para as camadas profundas do solo, local onde as raízes não ati ngem.

Vamos analisar o nitrogênio, por exem-plo. É um elemento muito dinâmico no solo, sofrendo transformações químicas a todo tempo. Os ferti lizantes nitrogenados são de grande solubilidade. Isto quer dizer que, com a presença da água, eles se dis-solvem rapidamente movimentando -se junto à água. Desta forma, as raízes das

O processo de adubação das plantas é fundamental para se garanti r uma boa produti -vidade, mas é preciso que se tenha alguns critérios na escolha do ferti lizante mais ade-

quado para a sua necessidade

Imagem que exemplifi ca a adubação de cobertura

Foto: www.sistemasdeproducao.cnpti a.embrapa.br

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damental na rentabilidade da ati vidade e remuneração do produtor rural.

Foto: www.tudofacil.rs.gov.br

* Engenheiro Agrônomo;DSc. Em Produção Vegetal;Professor Titular/Solos e Meio ambiente;Coordenador do Curso de Agronomia da Universidade Vale do Rio [email protected]

Processo de adubação no sulco de planti o

Foto: htt p://www.mpzfl orestal.com.br

plantas devem absorver o nitrogênio ra-pidamente antes que a água das chuvas o leve para outro lugar do solo, longe do seu alcance. Essa característi ca é importante para quem vai plantar café, por exemplo. Quando se planta uma muda de café na cova, as suas raízes demoram a se estabe-lecer, iniciar o crescimento e a absorção de nutrientes minerais. Imaginem, então, as perdas que o agricultor teria se colocas-se nitrogênio na cova de planti o do café? Quando as raízes esti vessem prontas para absorver o nitrogênio, ele já estaria per-dido há muito tempo. Diante disso, reco-mendamos a aplicação do nitrogênio ape-nas quando as raízes das plantas estão em desenvolvimento, quando as plantas já se encontram estabelecidas. Neste caso, a adubação com nitrogênio é realizada em cobertura, na superfí cie do solo. O nitro-gênio é dissolvido pela água das chuvas ou de irrigação e penetra no solo ati ngin-do as raízes, que já estão desenvolvidas, favorecendo a absorção. Nas culturas classifi cadas como anuais como o feijão e o milho, o sistema muda. Uma pequena parte do nitrogênio é aplicada durante a semeadura, junto aos grãos. Isto pode ser feito porque estas sementes germinam rapidamente assim como o crescimento de suas raízes. Durante o crescimento, encontram o nitrogênio absorvendo-o e fortalecendo o seu crescimento inicial, o que os profi ssionais da área chamam de arranque. Durante o seu crescimento, novas doses de nitrogênio são aplicadas, mas agora em cobertura.

O nitrogênio também não pode ser aplicado no solo, misturado com qualquer insumo. Os calcários, por exemplo, apre-sentam pH elevado. Quando os ferti lizan-tes nitrogenados entram em contato com estes produtos, tendem a reagir quimica-mente e volati lizar (transformar em gás) e ser perdido na atmosfera, juntamente com o dinheiro do produtor.

Existem outros problemas como as sub adubações, onde o ferti lizante é uti li-zado em quanti dades inferiores às neces-sidades das plantas, prejudicando o seu desenvolvimento; e as super adubações onde o produtor aplica ferti lizante em ex-cesso, acima das necessidades das plan-tas, aumentando as perdas dos elementos

no solo e dinheiro, além, é claro, dos riscos de contaminação ambiental que aumen-tam signifi cati vamente.

É importante que, antes de se tomar qualquer decisão, o produtor consulte um profi ssional das Ciências Agrárias para a obtenção das informações necessárias para condução de sua lavoura, pastagem ou silvicultura. Evitar erros nas diversas etapas de condução das culturas é fun-

Fertilizando o soloO processo de adubação das plantas é fundamental para se garanti r uma boa produti -vidade, mas é preciso que se tenha alguns critérios na escolha do ferti lizante mais ade-

quado para a sua necessidade

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ríodo de entressafra deve ser feita uma poda de limpeza, reti rando-se todos os ra-mos secos e/ou doentes, proporcionando melhor arejamento à folhagem do mara-cujazeiro e diminuição do risco de conta-minação das novas brotações.

O maracujá apresenta seu lado cal-mante e relaxante. Contém potássio, ferro, fósforo, cálcio, carboidratos e vita-minas A, B2 e C.

Em

ater

A cultura do maracujá vem ganhan-do notoriedade na região do Vale do Rio Doce. Alguns municípios apostam nesta nova vertente para agregar valor à ati vi-dade agropecuária.

O planti o vem trazendo grande expecta-ti va aos agricultores familiares de São José do Divino (MG), que apostam em uma safra promissora para o fi nal de 2010. A culti var explorada hoje no município é a FB200. En-contrada em sacolões e mercados, a espé-cie é pouco exigente em termos de aduba-ção e tratos culturais.

O maracujazeiro pode ser culti vado na maioria das regiões tropicais e subtropi-cais. O solo deve ser profundo, arenoso ou levemente arenoso e bem drenado, pois o encharcamento favorece a ocorrência de doenças do sistema radicular. Após a esco-lha da área, devem ser feitas amostragens do solo para análise química.

A adubação orgânica é uma práti ca importante para manter o solo produti vo. Vale lembrar que o sucesso da adubação depende tanto da quanti dade adequada aplicada, quanto da época e localização do correti vo e dos ferti lizantes.

O maracujá é uma planta de clima tro-pical com ampla distribuição geográfi ca. A cultura do maracujá está em franca expan-são tanto para a produção de frutos para consumo “in natura” como para a produ-ção de suco. O Brasil é o primeiro produtor mundial de maracujá.

O processo de irrigação tem sido um

Cultura do maracujá é destaque na região Leste de Minas Gerais

grande aliado à cultura no período da seca, pois favorece a produção de frutos ao longo do ano. Além da colheita na en-tressafra, o preço da fruta ati nge um valor de expressão no mercado.

O número de plantas por hectare é en-torno de 666, obedecendo a um espaça-mento de 5 m entre pés e 3 m de largura entre ruas.

Cerca de 15 dias após o planti o inicia-se a operação de poda, eliminando-se to-dos os brotos laterais, deixando apenas o ramo mais vigoroso, que será conduzido por um tutor até o fi nal do arame. No pe-

*Marília Aparecida Marti ns Silva Extensionista Agropecuária I. Lotada no

Escritório Local de São José do Divino.

Foto: Divulgação

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IMA

O Insti tuto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado de Minas Gerais está fi scalizando o comércio de sementes e mudas nas revendas de todo território mineiro.

O trabalho está amparado pela Lei Nº 10.711, de 05 de Agosto de 2003, De-creto Nº 5.153, de 23 de Julho de 2004, que dispõe sobre o sistema nacional de sementes e mudas.

Todas as lojas veterinárias e reven-dedores de sementes e mudas em geral deverão ser registrados no IMA com o Registro Nacional de Sementes e Mudas (RENASEM). A loja que esti ver comercia-lizando sem o registro poderá ser penali-zada pelo Insti tuto.

É importante salientar também que no caso das sementes, o comerciante deve adquiri- las somente com número de registro do RENASEM no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimen-to (MAPA), órgão este que registra e fi s-caliza a produção e benefi ciamento das sementes.

No ato da fi scalização nas lojas, as se-mentes devem estar armazenadas fora do contato com umidade, não podem ser comercializadas fracionadas e devem estar dentro do prazo de validade, o lojis-ta deve estar com nota fi scal e termo de conformidade em mãos.

É importante que os lojistas e consu-midores de sementes também fi quem atentos para os novos padrões de produ-ção e comercialização das mesmas.

IMA fi scaliza comércio de sementes e mudas

No caso das sementes de gramíneas forrageiras, citaremos alguns exemplos de espécies que deverão ser produzidas e comercializadas com padrão mínimo de pureza e germinação.

*Brachiaria Brizantha (Braquiarão): 80% de pureza e 60% de germinação .

*Brachiaria Decumbens: 80% de pu-reza e 60% de germinação.

*Paspalum Atratum (Capim Pojuca): 60% de pureza e 50% de germinação.

*Andropogon Gayanus (Andropo-gon): 40% de pureza e 25 de germinação.

*Brachiaria Humidicola: 80% de pure-

za e 40% de germinação.*Cenchrus Ciliares L. (Capim Buff el):

40% de pureza e 30% de germinação.Todas as demais espécies de semen-

tes terão seus valores mínimos de pureza e germinação.

Os comerciantes e produtores rurais que ti verem dúvidas sobre o novo padrão ofi cial de sementes e mudas deverão pro-curar o escritório do IMA de sua região.

*Marcelo de Aquino Brito Lima Auditor Fiscal Estadual – IMA

As sementes da Brachiaria Bri-zantha deverão ser produzidas e comercializa-das com padrão mínimo de pureza e germinação

Foto: Divulgação

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32Dezembro 2010

Idaf

Desde 2003, são feitas no Espírito San-to, pelo Insti tuto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), análises de resíduos de agrotóxicos nas principais culturas vege-tais do estado. Em 2010, foram analisadas 273 amostras, sendo que produtos como o morango e o tomate têm apresentado queda nos resultados insati sfatórios. O estado é o único do Brasil que adota a me-todologia de coleta das amostras direto na lavoura, possibilitando, com isso, consta-tar as irregularidades no sistema de pro-dução e adotar as medidas preventi vas.

Após a coleta das amostras pelos técni-cos do Insti tuto, as mesmas são encaminha-das ao laboratório credenciado no qual são feitas as análises para averiguar os Limites Máximos de Resíduos permiti dos - concen-tração máxima de resíduo de agrotóxico que pode estar presente em um determi-nado alimento sem trazer danos à saúde - e os produtos não autorizados. Os dados obti dos pelos exames possibilitam verifi car a qualidade e a segurança dos alimentos, detectar as fontes de contaminação e pro-porcionar uma avaliação quanto ao uso ina-dequado e não autorizado de agrotóxicos. O objeti vo é a prevenção e controle dos riscos decorrentes do consumo de alimentos com excedente e também a proteção da saúde do produtor rural, que trabalha na aplicação dos produtos nas propriedades.

Entre os anos de 2004 e 2009 foram feitas análises em uma média anual de 500 amostras. De janeiro a julho de 2010 foram feitos exames em 273 produtos. Em compa-ração ao mesmo período do ano anterior, a

Monitoramento de resíduos de agrotóxicos proporciona alimentos de melhor qualidade para o consumidor

cultura do morango apresentou uma queda de 55,5% nos resultados insati sfatórios. O Secretário de Estado da Agricultura, Ênio Bergoli destaca que o morango reverteu uma situação ruim, na qual era considera-do um produto com elevadas quanti dades de resíduos. “Hoje, podemos afi rmar que o morango capixaba é um dos melhores do Brasil, pelos índices apresentados” afi rma ele. Outro vegetal com bons resultados é o tomate, que apresentou uma queda de 66,7% nos índices irregulares.

A parti r dos resultados das análises é programada pelo Idaf, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), uma agenda de treinamentos junto aos produtores rurais. Nestes encontros, os parti cipantes recebem orientações quanto à correção de erros na dosagem, à limpeza e manutenção dos equipamentos e à for-ma de aplicação dos produtos. Desde a im-plantação do programa têm sido realizados

aproximadamente 55 treinamentos anuais em tecnologia de aplicação de agrotóxicos.

Além disso, os responsáveis pelas pro-priedades com irregularidades recebem informações dos técnicos do Insti tuto so-bre os procedimentos corretos. Detectada a necessidade, a lavoura é interditada e o comércio do produto interrompido. Em al-guns casos, pode ser realizada até mesmo a destruição do planti o. “Estas ações são importantes para coibir irregularidades no uso de agrotóxicos. Nelas, buscamos aliar cursos, assistência técnica e ati vida-des educati vas para que cada vez mais o consumidor capixaba tenha em suas casas produtos saudáveis e de boa procedência” ressalta Ênio Bergoli.

*Assessoria de Comunicação/Idaf Jória Mott a Scolforo

Tels: (27) 3636-3651 / 8821-9500

Hoje, pode-se afi rmar que o morango capixaba é um dos melhores do Brasil

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Ad

ab

A Bahia poderá ter delimitada uma Área Livre da praga Anastrepha grandis, principal praga da cultura do melão. A proposta foi elaborada pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), em conjunto com a Biofábrica Moscamed Brasil (BMB). O projeto está pronto e será encaminhado para o Ministério da Agricul-tura (Mapa), no próximo mês.

Dentre as frutas produzidas no país, o melão merece destaque por ser a segun-da fruta fresca mais exportada na balança comercial brasileira, acompanhando a uva. “A parti r deste projeto, poderemos reduzir a uti lização de agrotóxicos, aplicar tecnolo-gias de ponta e ter o controle de pragas em área ampla, ou seja, contemplando desde o pequeno ao grande produtor” explicou o diretor geral da Adab, Cássio Peixoto.

A implementação da Área Livre de A. grandis segue as Normas Internacionais de Medidas Fitossanitárias – NIMFs nº s. 4, 10 e 26 da IPPC/FAO. A criação desta área, além de proporcionar abertura de novos mercados, gera emprego e renda para a região. Ofi cialmente, o MAPA já reconhe-ce a Área Livre de Anastrepha grandis nos Vales do Assu (RN) e Jaguaribe (CE). Sendo esta a única área livre de pragas de mos-cas-das-frutas do país.

Dados do programa de monitoramen-to de pragas realizado pela Moscamed nos estados da Bahia e Piauí, apontam para a ausência da A. Grandis há dois anos. A par-ti r deste trabalho, fi scalizado pela Adab, Adapi e pelo Ministério da Agricultura Pe-cuária e Abastecimento (MAPA), a zona poderá ser criada.

Adab analisa projeto para área livre de pragas do melão

Melão

A mosca-das-frutas é a principal praga da fruti cultura, promovendo grandes pre-juízos na produção, sendo responsável por perdas econômicas superiores a US$ 80 milhões, além de ser o principal entrave às exportações de fruta in natura (frutas fres-cas). O melão é um hospedeiro potencial da praga, contudo sua presença não foi detec-tada nas regiões produtoras no nordeste do Brasil. Mercados importadores, a exemplo dos Estados Unidos, exigem que os frutos de melão sejam oriundos de Áreas Livres de A. grandis. Já países como Argenti na, Uruguai, Paraguai e Chile, aceitam o Siste-ma de Miti gação de Risco.

O culti vo, em escala comercial no Bra-sil, teve início na década de 60. Até então, o mercado brasileiro desta fruta era abas-tecido por melões importados, oriundos, principalmente, do Chile e da Espanha. A cultura estabeleceu-se primeiramente nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul mas, por moti vo de melhor adaptação cli-máti co-fi siológica, começou a transferir-se para o nordeste do Brasil, no início dos anos 80, hoje principal região produtora.

A produção brasileira de melão corres-ponde a apenas 2% da mundial que é esti -mada em 27,5 milhões de toneladas. Con-tudo, nas últi mas duas décadas, enquanto a produção mundial triplicou, a brasileira aumentou 20 vezes.

A Bahia ocupa o terceiro lugar no ranking nacional na produção de melão. Segundo dados da Secretária da Agricul-tura, Irrigação e Reforma Agrária, no ano

de 2007, o Estado produziu 51.886 tonela-das numa área colhida com 2.964 ha. Este culti vo está distribuído nos municípios dos territórios de identi dade Sertão do São Francisco (Casa Nova, Curaçá, Sobradinho, Sento-Sé, e Juazeiro), Semi-Árido Nordes-te II (Ribeira do Amparo) e no território de identi dade de Itaparica, que compreende municípios dos Estados da Bahia (Abaré, Gloria e Rodelas) e Pernambuco.

Dados do Insti tuto de Brasileiro de Ge-ografi a e Estatí sti ca (IBGE) indicam que no ano de 2007, foram colhidas 495.323 t de melão. Os estados com maior produção são: o Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Em 2008, pela primeira vez, o Ceará assumiu o topo na lista dos exportadores de melão do Bra-sil. O estado exportou 116 mil toneladas, deixando o Rio Grande do Norte na segun-da posição com 92 mil toneladas.

* Ascom/AdabDiogo Vasconcelos

3116-8461/8418

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34Dezembro 2010

34Dezembro 2010

Sind. P.R. de Itambacuri

Sind. P.R. de Itueta

Sind. P.R. de Machacalis

Sind. P.R. de Pavão

Sind. P. R. de Resplendor

Sind. P.R. de Tarumirim

Sind. P.R. de Teofilo Otoni

Sind. Trab. Rurais de São Domingos das Dores

Trab. na Oper. Manut. Ordenhadeira Mecânica

Trab. na Doma Racional de Equídeos

Cerqueiro

Trab. na Oper. Manut. Motosserra

Artesanato Materiais Recicláveis

Trab. na Inseminação Artificial em Bovinos

Trab. na Piscicultura

Trab. na Equideocultura / Equitação

Trab. na Oper. Manut. Tratores Agrícolas

Sind. P.R. de Pavão

Sind. P. R. de Resplendor

Sind. P.R. de TarumirimTrab. na Piscicultura

Sind. P.R. de Teofilo Otoni

Sind. Trab. Rurais de São Domingos das Dores

Sind. P.R. de Itambacuri

Sind. P.R. de Itueta

Assoc. Balde Cheio de Inhapim e região:

06/12 a 11/12:

Sind. P.R. de Ataleia:

Sind. P.R. de Governador Valadares

Trab. na Oper. Manut. Motosserra

Trab. na Admin. Prop. Regime Econ. Familiar

Saúde Reprodutiva

Saúde na 3ª Idade

Trab. na Prod. Derivados do Leite

Saúde na 3ª Idade

Cursos de Dezembro

Sind. P.R. de Governador Valadares

Assoc. Balde Cheio de Inhapim e região:

Sind. P.R. de Ataleia:

Sind. P.R. de IpatingaArtesanato de Tecidos

Sind. P.R. de Ipatinga

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35Dezembro 2010

35Dezembro 2010

Sind. P.R. de Itambacuri

Sind. P.R. de Itueta

Sind. P.R. de Mantena

Sind. P.R. de Carlos Chagas

Sind. P.R. de Teofilo Otoni

Sind. Trab. Rurais de São Domingos das Dores

Trab na administração empresas

Pintura em Tecidos

Noções Básicas de Nutrição

Artesanato de Tecidos

Trab. na Equideocultura / Equitação

Trab. na Bovinocultura / Casqueamento

Trab. na Oper. e na Manut. de Roçadora

Sind. P.R. de Mantena

Sind. P.R. de Carlos ChagasTrab. na Equideocultura / Equitação

Sind. P.R. de Teofilo Otoni

Sind. Trab. Rurais de São Domingos das Dores

Sind. P.R. de Itambacuri

Sind. P.R. de Itueta

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Assoc. Balde Cheio de Inhapim e região:

13/12 a 18/12:

20/12 a 23/12:

Sind. P.R. de Águas Formosas:

Sind. P.R. de Aimorés:

Sind. P.R. de Ataleia:

Sind. P.R. de Ataleia:

Sind. P. R. de Caratinga:

Sind. P. R. de Caratinga:

Sind. P.R. de Governador Valadares

Artesanato Fibras Naturais

Trab. na Oper. Ordenhadeira Mecânica

Trab. na Inseminação Artificial

Trab. na Equideocultura / Equitação

Trab. na Doma Racional

Trab. na Aplicação de Agrotóxicos

Trab. na Aplicação de Agrotóxicos

Trab. na Oper. Manut. Tratores AgrícolasSind. P.R. de Governador Valadares

Assoc. Balde Cheio de Inhapim e região:

Sind. P.R. de Águas Formosas:

Sind. P.R. de Aimorés:

Sind. P.R. de Ataleia:

Sind. P.R. de Ataleia:

Sen

ar

Cursos de Dezembro

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36Dezembro 2010

ligeira redução.A carne com osso, que possui maior li-

quidez, embora ainda trabalhe em cota-ções nunca registradas em anos anterio-res, já perdeu sustentação.

O fator que pode segurar os preços da carne em patamares elevados e, conse-quentemente, a arroba do boi gordo, é o pa-gamento de 13º salário e bonifi cações, que normalmente conferem ânimo à demanda desse ti po de produto.

Mer

cad

o

O mercado do boi gordo trabalhou em ambiente firme no início de no-vembro. De 31 praças pesquisadas pela Scot Consultoria, 23 delas já regis-tram cotação acima dos R$100,00/@, a prazo, livre de Funrural.

Em São Paulo, a arroba cotada em R$115,00 (no dia 12/11), a prazo, acu-mulou aumento de R$5,00 somente nos dez primeiros dias do mês, ainda com relatos de negócios ocorrendo

Falta matéria prima para os frigorífi cos

Alex Santos Lopes da Silva- Zootecnista e Consultor da Scot Consultoria

Figura 1

por até R$3,00/@ a mais. Observe o movimento de alta na Figura 1.

A difi culdade na compra é grande e o mercado está prati camente sem re-ferência de preços. Tendo boiadas, tem negócio.

Porém, começam a surgir frigorífi cos tentando imprimir pressão de baixa.

A venda de carne já começa a senti r os refl exos do signifi cati vo aumento de pre-ços dos últi mos meses. O consumo sofreu

Preço do boi gordo, em São Paulo,

em R$/@, a prazo, livre do

imposto

Fonte: Scot Consultoria

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37Dezembro 2010

O setor leiteiro começa a se recu-perar e produtores rurais já podem fi-car um pouco aliviados com a situação. Depois de três meses de baixa no preço do leite, veio a estabilidade. O preço médio bruto pago ao produtor em ou-tubro (referente à produção entregue em setembro) registrou novamente um equilíbrio, com o leite a R$ 0,6974/litro - leve aumento de 0,76% frente a setembro, conforme dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Eco-nomia Aplicada), da Esalq/USP. Pode-mos perceber que a Cooperativa Agro-pecuária do Vale do Rio Doce manteve os mesmos preços pagos ao produtor em setembro e outubro, mas teve um pequeno aumento no preço médio bru-to se comparado com o preço da média nacional, R$ 0,70/litro.

A estabilidade do mercado deve-se, principalmente, à estiagem observada em grande parte das regiões. Estamos

A Florada do Café:Momento de Otimismo

Mercado do Leite encontra-se estável e produtores rurais comemoram

entrando no período de safra. O volu-me de chuvas aumentou em parte do Sudeste e Centro-Oeste. Mas isso ain-da não foi suficiente para alavancar a oferta. Nem tudo são flores. Enquanto os produtores rurais comemoram, os consumidores reclamam. O preço do leite nas gôndolas dos supermercados está alto. O leite UHT varia de R$ 1,80 a R$ 2,00. Segundo o diretor da coope-rativa, Guilherme Olinto, o preço está normal. “O problema é que as pessoas só remetem a lembrança delas para as promoções no preço do leite, mas, este é o valor normal. Ele sempre vai variar entre R$1,80 a R$ 2,20”, explica Olinto.

Para o pagamento de novembro (referente ao leite entregue em outu-bro), agentes do setor apostam em es-tabilidade ou alta de preços. Segundo levantamento do Cepea, 51,7% dos re-presentantes de lati cínios/cooperati vas (que respondem por 49,4% do volume

*Por Assessoria de Imprensa da Coope-rati va Agropecuária Vale do Rio Docecomunicaçã[email protected]

amostrado) acreditam em estabilidade de preços; para 46,7% dos entrevistados (responsáveis por 49,4% do volume da amostra), deve haver alta nos preços no próximo pagamento. Apenas 1,7% dos agentes de mercado (que respondem por 1,1% da amostra) apostam em desvalori-zação do leite ao produtor. A Cooperati va Agropecuária do Vale do Rio Doce está com os preços estáveis neste mês de no-vembro: o preço médio bruto R$ 0,70, mesmo valor do mês de outubro.

Mas vale lembrar que o mercado de leite oscila muito e não quer dizer que a estabilidade do preço do leite vai se man-ter. As condições climáti cas e as tempera-turas podem vir a desfavorecer a produ-ção de pastagens nos próximos meses, se não for feito um manejo adequado.

Os meses de outubro e início de novembro foram marcados pelas fl oradas nos cafezais da Zona da Mata, Leste de Minas e Montanhas do Espírito Santo. Este é o momento de maior expectati va por parte dos produtores e do próprio mercado. Expectati va esta explicada pela importância do Brasil no mercado nacional e internacional do café como o maior produtor mundial e o segundo maior consumidor da bebida. A bianuidade na safra brasileira diferencia um ano com alta produção e outro com baixa. A Safra 2011/2012 a nível nacional será o ano de baixa. Em nossa região, devido à quebra de produção da últi ma colheita, devemos manter ou ter uma quebra de 10 %. Mesmo com estas fl o-radas favoráveis, o mercado tende a permanecer aquecido. Os estoques mun-diais estão em níveis baixos. Diversos analistas de mercado indicam bons sinais para a cafeicultura nos próximos anos. Precisamos, agora, fazer a lição de casa em termos de qualidade, logísti ca, câmbio favorável á exportação, para que a cafeicultura nacional seja competi ti va e rentável ao setor cafeeiro.

Cotação Novembro/10. Arábica – Duro ti po 6 – R$ 325,00 e Cereja Descascado Fino – R$ 390,00. Co-nilon – Tipo 8 – R$ 173,00.

*Eng. Agr. Gerente Comercial CoocaféWaldir Francese Filho

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38Dezembro 2010

(R$/@)

Dez/10

Jan/11

Fev/11

94,92

94,00

2,29

2,28

1,53

99,92

Mercado Futuro (BM&F) - 06/12

Venc. Ajuste(R$/@)

Var.(R$)

8.501

1.779

32

C.A.

03/12

06/12

104,63

102,87

104,41

105,02

103,72

106,37

02/12

Esalq/BM&FBoi Gordo

Data Vista Prazo

Boi GordoBoi Gordo

Fonte: BeefPoint

(R$/L)Cotações do leite cru - preços pagos ao produtor

R$/litro RS SCPRSPMG GO BA

Ago/10

Set/10

Out/10

Nov/10

Jul/10

0,6060

0,6323

0,6378

0,6169

0,6097

0,6868

0,7075

0,7291

0,6919

0,6595

0,7065

0,7373

0,7198

0,6985

0,6828

0,7506

0,7581

0,7524

0,7391

0,7500

0,7164

0,7256

0,7550

0,7051

0,7181

0,7033

0,7284

0,7141

0,6790

0,6900

0,6745

0,6698

0,6829

0,6719

0,6723

Fonte: Cepea - Esalq/USP (Milk Point)

Preços do LeitePreços do Leite

Boi GordoCo

taçõ

es

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39Dezembro 2010

Aco

nte

ceu

A Embrapa Pecuária Sudeste e o SISTEMA FAEMG SENAR (Federação da Agri-cultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) promoveram de 18 a 20 de novembro, em Caeté (Hotel Tauá), o 2º Encontro Nacional de Coordenadores do Balde Cheio – Projeto de Desenvolvimento Integra-do da Pecuária Leiteira. O objeti vo do evento foi dar conti nuidade ao trabalho de fortalecimento do projeto, com a troca de informações sobre os resultados nos es-tados. Esti veram presentes cerca de 200 pessoas, de 20 estados.

O Balde Cheio é desenvolvido em Minas desde 2007. Com tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste, o projeto leva novos conceitos aos produtores de leite ao unir pesquisa e extensão para aumentar a produti vidade e gerar mais lucro. O traba-lho consiste na adoção de técnicas de manejo de pastagem do gado, controle zoo-técnico e gestão da propriedade, introduzindo a tecnologia na roti na pecuária. Em Minas, já são contemplados 130 municípios, atendendo aproximadamente 1,2 mil produtores rurais, a maioria de pequeno porte. (Fonte: ACS FAEMG)

O Seminário Perspecti vas Econômicas e Ambientais para a área do entorno da Usi-na Hidrelétrica (UHE) Baguari, realizado no dia 25 de novembro, apresentou alternati -vas de diversifi cação e potencialização das ati vidades rurais, implementação de no-vas tecnologias, visando à prospecção am-biental, produti va e econômica nas pro-priedades do entorno da usina. O evento foi uma realização do Consórcio UHE Ba-guari e da Emater-MG, com o apoio do Sindicato Rural de Governador Valadares e

União Ruralista Rio Doce. A proposta do seminário foi desenvolver

uma consciência favorável ao processo de preservação ambiental e criar condições que facilitassem o desenvolvimento de ati -vidades e tecnologias que promovessem impactos positi vos nas áreas de produção agrícola da região.

Produtores, empresários, agricultores, téc-nicos, lideranças técnicas, setoriais e políti cas e demais interessados no tema foram o pú-blico alvo do seminário. (Fonte: Emater)

Encontros com empresários neozelan-deses renderam bons resultados para a Bahia. Após reunião com o governador Jaques Wagner e comiti va, no dia 16 de novembro, representantes da insti tuição Employers and Manufacturers Associa-ti on (EMA) mostraram interesse em in-vesti r no estado e fi rmar novas parcerias no segmento de gado leiteiro.

“A Bahia poderá produzir mais leite que a Nova Zelândia”, disse o empresário David Wallace, da fazenda Wallace Pastrol, onde a comiti va baiana conferiu as técnicas inova-doras que podem ser uti lizadas para incre-mentar a produção de leite no estado.

O governador também foi recebido na sede da Fonterra, maior cooperati va de leite do mundo, pelos diretores David Broad, Kevin Murray, e Mark Robins.

A Fonterra, com 10,5 mil fazendeiros as-sociados, é a maior processadora de leite do mundo. Possui US$ 9,4 bilhões em ati vos, registra vendas da ordem de US$ 10,7 bi-lhões, detém 25% das exportações da Nova Zelândia e representa 8% do PIB.

Em outra reunião comercial, a comiti -va baiana ouviu dos representantes da Gallagher Industries, empresa familiar que atua nos setores de cercas elétricas, manejo de rebanhos e segurança, o inte-resse também em se instalar no Brasil. (Fonte: Agrolink)

Coordenadores do projeto Balde Cheio reúnem-se em Minas

Perspectivas Econômicas e Ambientais para a área do entorno da UHE Baguari foi tema de Seminário

Potencial agrícola baiano empolga empresários

neozelandeses

De 9 a 13 de novembro, o Centro de Ex-posições Imigrantes, em São Paulo, sediou a 4ª Feira Internacional da Cadeia Produ-ti va do Leite, a Feileite. A Feileite 2010 registrou recorde de animais inscritos, de público e de empresas parti cipantes. Este ano, o Centro de Exposições Imigrantes recebeu 22 mil visitantes nos cinco dias de evento, ante 20 mil em 2009. Os pa-vilhões da feira abrigaram 2.200 animais, 200 a mais que a edição anterior da feira. Nos pavilhões, as principais raças leiteiras,

responsáveis por mais de 90% da produ-ção de leite do País esti veram presentes, um ti me de primeira que inclui Girolando, Gir Leiteiro, Simental, Jersey, Holandês, Guzerá, além de búfalos, que parti ciparam pela primeira vez da Feileite. A presença de empresas de genéti ca, nutrição, saú-de animal, equipamentos e maquinários, novas tecnologias, entre outras, também cresceu de 80 para 100.

A FEILEITE contou com uma extensa pro-gramação oferecendo o VII Curso de Noções

em Morfologia e Julgamento de Zebuínos com Apti dão Leiteira; palestra com a senadora Káti a Abreu; o Workshop Feileite 2010, com a exposição de diversos pai-néis; Julgamento de animais das raças Gir Leiteiro, Girolando, Jer-sey, Holandês, Simental, além de caprinos; leilões; Torneio Leiteiro das raças Guzerá, Holandês, Gir Leiteiro e Simental e cerca de 100 eventos paralelos. (Fonte: Site Feileite)

FEILEITE realiza sua 4ª edição em São Paulo

(R$/L)

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40Dezembro 2010

A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) infor-mou no dia 18 de novembro que foram registrados, ou seja, documentados, os dois primeiros animais da raça Gir obti dos por meio da transferência nuclear, popularmente conhecida como clonagem. Os registros, realizados no fi nal de outubro na fazenda Brasília, em São Pedro dos Ferros (MG), foram de duas bezerras, com pouco mais de 60 dias de idade, clones da vaca Luzíada, campeã em pista e em torneios leiteiros. As bezerras foram bati zadas Luzíada de Brasília TN1 e Luzíada de Brasília TN2.

Segundo Flávio Lisboa Perez, diretor administrati vo da Fa-zenda Brasília, a matriz Luzíada foi escolhida para dar origem

aos clones por ser “um dos maiores valores genéti cos da pro-priedade, pela excelente produção e pelo fato de os descen-dentes terem superado as qualidades da matriz. Esperamos que estes dois animais transmitam a seus descendentes as mesmas qualidades da Luzíada. Esta vaca é mãe de grandes matrizes Gir leiteiro todas campeãs”, informou Perez.

Os critérios para a concessão do registro foram defi nidos em 2007 por uma comissão técnica formada por pesquisadores de várias universidades e centros de estudo. Entre as exigên-cias está a obrigatoriedade de o doador nuclear ser portador de registro genealógico de nascimento ou defi niti vo. (Fonte: Agência Estado)

No dia 29 de novembro, a Asemg (Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais) rea-lizou na cidade de Ipati nga, em parceria com o Se-brae, Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Associação dos Suinocultores do Vale do Pi-ranga (Assuvap), Faculdade Pitágoras – Curso de Nu-trição – e Frigorífi co Saudali, como parte das ações do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suino-cultura (PNDS) em Minas, a palestra “A importância da Carne Suína na Alimentação Humana”.

A palestra tratou de maneira clara e abrangente, com uma base cientí fi ca sólida, todas as situações relacionadas ao consumo da carne suína, derruban-do de maneira evidente todos os mitos referentes a este hábito. Na oportunidade, foram expostas todas as vantagens desta carne sobre as demais.

Além de mostrar aos profi ssionais da área de saú-de de Ipati nga os benefí cios do consumo da carne suína, os parceiros proporcionaram aos presentes uma Apresentação de Cortes Suínos, onde o consul-tor de cortes Daniel Furtado mostrou a diversidade de cortes que podem ser reti rados a parti r da carca-ça suína. Após a palestra, os convidados parti cipa-ram de um coquetel temáti co. O evento teve como palestrante o renomado médico Arnaldo Ganc, pro-fessor da USP e chefe do serviço de endoscopia do Hospital Albert Einstein.

Em Montes Claros, no dia 24 de novembro, aconteceu a últi ma reunião do ano da Comissão Técnica de Pecuária de Corte da FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais). Os pecuaristas apresen-taram uma série de preocupações que incluem a reati vação do Frigorífi co Independência, em Janaúba; a erradicação da febre aft osa, as emissões de gases de efeito estufa pela pecuária e a evolução do custo da arroba. De acordo com o analista em agronegócios da FAEMG, Rodrigo Padovani, o cus-to de produção da arroba cresceu acima da infl ação, diminuindo a renda dos produtores. “Além da descapitalização dos produtores, os índices que mais pesam no bolso dos pecuaristas para a produção do boi gordo são: a relação de troca por bezerros e o custo da mão de obra.” (ACS FAEMG)

ABCZ anuncia registro de primeiros clones da raça Gir

Ipatinga recebe palestra sobre importância da carne suína na

alimentação humana

Reunião em Montes Claros discute questões relativas à pecuária de corte

Foto: Ricardo Guimarães

O superintendente técnico da FAEMG, Aff onso Damásio, o presidente da Comissão de Pecuária de Corte, José Geraldo Pedra Sá, e o presidente do Sin-dicato Rural de Montes Claros, Ricardo Laughton.

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Rosca NatalinaA receita desta edição foi enviada pela leitora Izabel de Oliveira Prates, de Teófi lo Otoni

Rendimento: 10 fatias

Envie a sua receita para a Revista [email protected]

Massa1 tablete de fermento biológico para pães 1/2 xícara (chá) de açúcar1 xícara (chá) de leite morno 5 xícaras (chá) de farinha de trigo100 g de manteiga2 ovos grandes

Modo de preparo da massaColoque o fermento e o açúcar em uma ti gela média e misture para que o fermento fi que líquido. Depois, adicione o leite, a manteiga e os ovos e mexa. Acrescente a farinha de trigo aos poucos para obter uma massa fi rme. Sove bem até que ela se desprenda das mãos. Cubra com um guardanapo e deixe fermentar por cerca de 1 hora ou até que dobre de volume

Recheio:1 caixa de aveia em fl ocos fi nos (250 g)1 xícara (chá) de chocolate em pó

1 xícara (chá) de leite 2 xícaras (chá) de açúcar 3 colheres (sopa) de manteiga Manteiga para untar as duas fôrmas redondas de 22cm

Modo de preparo do recheioJunte todos os ingredientes numa panela de tamanho médio e misture bem. Leve ao fogo brando, mexendo sempre para formar um doce de aveia. Deixe esfriar.

Montagem da roscaSobre uma superfí cie lisa e enfarinhada, abra a massa fermenta-da no formato de um retângulo de 40 X 60 cm. Espalhe o doce de aveia na metade deste retângulo e depois dobre por duas ve-zes para formar duas camadas de recheio intercaladas por três de massa. Corte no senti do do comprimento, em 3 ti ras iguais e, depois, corte-as ao meio. Monte duas tranças para formar as ros-cas. Coloque cada uma delas nas assadeiras untadas. Cubra com o guardanapo e deixe fermentar até que fi quem crescidas. Leve ao forno pré-aquecido a uma temperatura média (180°C) e asse as duas roscas por cerca de 45 minutos.

Foto: Divulgação

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