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Maio/Junho 2014 8ª edição COLUNA Como ensinar as crianças de hoje? Priscila Muff Machado Camargo EXPERIÊNCIA Aulas de apoio pedagógico: Novos caminhos para melhorar níveis de aprendizagem e favorecer a autoestima dos educandos - Carla Laraya ARTIGO Psicólogos a serviço da Educação trazem benefícios para alunos e famílias Gilson Cardoso ARTIGO É possível fazer ciência nas aulas de Língua Portuguesa Renato Guimarães Al Lage

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COLUNA Como ensinar as crianccedilasde hojePriscila Muff Machado Camargo

EXPERIEcircNCIA Aulas de apoio pedagoacutegico Novos caminhos para melhorar niacuteveis de aprendizagem e favorecer a autoestima dos educandos - Carla Laraya

ARTIGOPsicoacutelogos a serviccedilo da Educaccedilatildeo trazem benefiacutecios para alunos e famiacuteliasGilson Cardoso

ARTIGOEacute possiacutevel fazer ciecircncia nas aulas de Liacutengua PortuguesaRenato Guimaratildees Al Lage

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Coleacutegio Cristo Rei

artigoEacute possiacutevel fazer ciecircncia nas aulasde Liacutengua Portuguesa Renato Guimaratildees Al Lage

artigoPsicoacutelogos a serviccedilo da Educaccedilatildeo trazem benefiacutecios para alunos e famiacuteliasGilson Cardoso

sugestotildeesLivros e FilmesLivro As boas mulheres da ChinaLivro Lolo Barnabeacute

redaccedilotildees em destaqueTextos produzidos por alunos do Coleacutegio Cristo Rei

galeria de arteTrabalhos artiacutesticos produzidos por alunos do Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo Quem satildeo e o que queremas juventudesIr Maacutercio Diniz

experiecircnciaAulas de apoio pedagoacutegico Novos caminhos para melhorar niacuteveis de aprendizagem e favorecer a autoestima dos educandos Carla Laraya

colunaComo ensinar as crianccedilas de hojePriscila Muff Machado Camargo

IacuteNDI

CE 04

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Coleacutegio Cristo Rei

Conforme afirma Joseacute Manuel Moran ldquotodos somos educadoresrdquo Somos educadores quando contribuiacutemos para motivar as pessoas que estatildeo perto de noacutes quando transmitimos esperanccedila quando

ensinamos valores humanizadores principalmente pelas nossas accedilotildees

Reiterando as palavras do especialista em formas inovadoras de educa-ccedilatildeo o papel de educar vai aleacutem do trabalho desempenhado em sala de aula eacute mais do que uma funccedilatildeo O ato de educar deve ser visto como uma missatildeo Pode ser realizado a qualquer hora em qualquer lugar

Poreacutem mesmo sendo algo tatildeo democraacutetico e inerente a todos noacutes para educar eacute preciso ter coerecircncia referecircncia entre uma seacuterie de outros fa-tores que tornam algo simples em uma atitude sublime que pode trans-formar vidas

Por isso quem se interessa por educaccedilatildeo estaacute constantemente se atuali-zando pesquisando buscando meacutetodos de se aprimorar Eacute neste sentido que a Revista Eletrocircnica Inovar apresenta sua 8ordf ediccedilatildeo O objetivo des-ta publicaccedilatildeo eacute compartilhar os estudos experiecircncias e reflexotildees entre nossa comunidade educativa

Dessa forma pretendemos contribuir para que natildeo apenas sejamos educadores mas que sejamos bons educadores e possamos citando novamente Joseacute Manuel Moran nos construir como pessoas melhores mais equilibradas mais competentes profissionalmente emocionalmen-te socialmente

PROF DR EacuteDIO JOAtildeO MARIANI Diretor Geral do Coleacutegio Cristo Reieditorial

Educar eacute missatildeo de todos

EXPEDIENTE

Produccedilatildeo Depto de Marketing do Cristo Rei Responsaacutevel Alexandre de Oliveira Andrade Jornalista Nataacutelia Santos (Mtb 51793) Design graacutefico e editoraccedilatildeo Maacutercio R Martins Imagens Joseacute Antocircnio (Zem) Revisatildeo Prof Ernaldo Francisco dos Santos Colaboraccedilatildeo Equipe pedagoacutegica do Cristo Rei Fale conosco marketingcristoreicombr

Diretor Geral Eacutedio Joatildeo Mariani Diretores administrativos Ir Joseacute Roberto de Carvalho e Ir Elton Lopes RESPONSAacuteVEIS DE SETOR

Pedagoacutegico Heloiacutesa Caprioli M Silva Sabrina Sacoman Campos Alves Regina Cristiane N Campos Peres Verediana de Rossi F da Cunha Lourival F da Cunha Mariana Spadoto de Barros Eliane de Rossi Marconato Luiz Ceacutelio de Oliveira Selma Leila B Martins e Gilson Joseacute Amancio

Secretaria Ivo F Dutra Tesouraria Elizabeth Cristina Mazzo Biblioteca Andreacuteia Juliani Juventude Cristo Rei Ir Maacutercio Diniz Graacutefica Ronaldo Antonio Pallota Serviccedilos Gerais Edivaldo Lacerda Rocha Tecnologia Rogeacuterio Henrique da Silva

COLEacuteGIO CRISTO REI Av Cristo Rei 270 - Bairro Banzato - MariacuteliaSP - Cep 17515-200 Fone (14) 3402-2399

wwwcristoreicombr colegiocristoreicombr

ldquopara educar eacute preciso ter coerecircncia referecircncia entre uma seacuterie de outros fatores que tornam algo simples em

uma atitude sublime que pode transformar vidasrdquo

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Coleacutegio Cristo Rei

O aluno vai pra escola com muitos conhecimentos preacutevios e partindo do que o aluno jaacute sabe a escola introduz os con-teuacutedos de forma significativa Desta forma a aprendizagem se daraacute de forma contextualizada Hoje eacute possiacutevel perceber claramente que longas aulas teoacutericas satildeo para os alunos um fardo pois a concentraccedilatildeo deles dura pouco tempo Entatildeo eacute necessaacuterio deixar que colo-

Professora como fazemos pra ver a energia Ela estaacute em qual estado fiacutesico Foi isso

que um aluno de terceiro ano quis saber alguns dias apoacutes estudar os estados fiacutesicos da aacutegua O que fa-zer com tais perguntas Com cer-teza as perguntas devem ser res-pondidas com outras perguntas que levem o aluno a pensar mais sobre o que perguntou e que o faccedila querer investigar pesquisar sobre suas duacutevidas e curiosidades Professores natildeo satildeo detentores de todo o saber mas tecircm um poder nas matildeos o poder de instigar seu aluno ldquoa pensar sobrerdquo e ensinaacute-lo a ser um pesquisador O professor pode natildeo saber todas as respostas e mesmo que saiba natildeo deve res-ponder todas as perguntas e sim le-var o aluno a buscar a resposta ou soluccedilatildeo procurada porque a parte mais interessante do processo de pesquisa e aprendizagem muitas vezes eacute o caminho percorrido A escola natildeo eacute um lugar que prepara o aluno apenas para o ano seguinte A escola eacute um espaccedilo de desenvolvimento e aprendizado de competecircncias e habilidades para a vida como um todo Desenvolver uma competecircncia vai aleacutem do aluno executar o que lhe foi proposto ela desenvolve a capacidade inventiva e o aluno natildeo eacute considerado um mero receptor de conhecimentos

Como ensinar as crianccedilasde hojeSituaccedilotildees cotidianas que desafiam professores e pais na atualidade

coluna

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Coleacutegio Cristo Rei

coluna

quem ldquoa matildeo na massardquo realizando atividades experiecircncias desafios e compreendendo o sentido do que estaacute sendo ensina-do e aprendido Se a aula daacute prazer o aluno estaraacute em alerta e envolvido O professor eacute responsaacutevel por significar a aula para que o aluno perceba que o conteuacutedo estudado eacute relevante Um moacutedulo novo na apostila por exemplo pode ser in-troduzido partindo da proposta de que tentem realizar as ati-vidades antes mesmo de que se tenha realizado a leitura a explicaccedilatildeo ou a troca de ideias sobre o assunto Desta forma seraacute possiacutevel diagnosticar o que os alunos jaacute conhecem sobre o conteuacutedo e partir do que jaacute sabem para um novo aprendizado A realizaccedilatildeo de jogos de raciociacutenio produccedilotildees com roteiros textos de autoria trabalho em equipe e orientaccedilotildees que incen-tivem o aluno a observar interpretar e questionar proporcio-nam aulas mais interessantes e significativas

O perfil dos alunos de hoje eacute bem diferente daqueles alu-nos passivos de outras eacutepocas Atualmente da mesma forma que as aulas devem ser mais praacuteticas e significativas tambeacutem eacute necessaacuterio que exista toda uma organizaccedilatildeo um planeja-mento e disciplina para que o objetivo da aula seja realmente alcanccedilado o aprendizado A escola tambeacutem precisa oferecer limites regras e espaccedilo para o desenvolvimento das capacida-des de conhecer ser fazer e conviver Cabe ao professor saber aproveitar o potencial de cada aluno e instrumentalizar a crian-ccedila para a vida A disciplina deve ser compreendida como um fator que organiza a vida e pode ser desenvolvida e aprendida no espaccedilo

ldquoO perfil dos alunos de hoje eacute bem diferente daqueles alunos passivos de outras eacutepocas Atualmente da mesma forma que as aulas devem ser mais praacuteticas e significativas tambeacutem eacute necessaacuterio que exista

toda uma organizaccedilatildeo um planejamento e disciplina para que o objetivo da aula seja realmente

alcanccedilado o aprendizadoldquo

escolar e no familiar

PARtICIPAccedilAtildeO DA FAMiacutelIA Outra questatildeo relevante para o bom desempenho da crianccedila na escola eacute a famiacutelia A famiacutelia tem um papel muito importante pois a crianccedila de hoje eacute o centro da famiacutelia Ela daacute opiniotildees participa de escolhas e decisotildees na maioria das famiacute-lias A famiacutelia deve estar atenta ao que estaacute oferecendo para seu filho Os pais influenciam os filhos o tempo todo ao expressar opiniotildees crenccedilas preconceitos valores a forma como enxer-gam a escola e o proacuteprio trabalho Eacute fundamental que famiacutelia e escola caminhem juntas falem a mesma linguagem Participar da vida escolar dos filhos acompanhando suas tarefas o que eles dizem sobre a escola as aulas a convivecircncia com os cole-gas e os conteuacutedos que estatildeo sendo estudados satildeo formas de estar presente e tambeacutem colaborar com o desempenho escolar do filho Participar das reuniotildees questionar e estar aberto para ouvir as orientaccedilotildees da escola a respeito do aluno tambeacutem fa-zem parte deste processo

A IMPORtacircNCIA DA FORMAccedilAtildeO De haacuteBItOS DE ESTUDOS Para a formaccedilatildeo de bons haacutebitos de estudos eacute primordial que a famiacutelia participe Quando bem acompanhados os filhos teratildeo maiores condiccedilotildees de amadurecer aprender e aplicar seus conhecimentos nos desafios da vida Alguns pais comentam que seus filhos ldquonatildeo obedecemrdquo natildeo saem da frente da TV ou de algum jogo eletrocircnico e natildeo se dedicam aos estudos como por exemplo fazer a proacutepria tarefa escolar Os pais como ldquoautoridaderdquo na famiacutelia sem autoritarismo podem e devem ensinar a noccedilatildeo de tempo aos filhos como os limites de tempo para brincar estudar dormir acordar etc Muitas vezes eacute necessaacuterio dar informaccedilotildees firmes e claras agrave crianccedila ldquoVou desligar a tV para vocecirc e depois que terminar sua tarefa com capricho poderaacute voltar a assistirrdquo Com instruccedilotildees e exemplos de como aproveitar bem seu tempo a disciplina seraacute desenvolvida e o aluno vai aprender melhor Outro fator importante eacute o lugar em que se estuda A crianccedila precisa de um lugar organizado limpo e de preferecircncia sempre o mesmo lugar para fazer tarefas e estudar Isso faz

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Coleacutegio Cristo Rei

com que o ceacuterebro aprenda melhor e sem estresse Os pais tambeacutem natildeo precisam dominar todos os conteuacutedos escolares para ajudar os filhos em suas tarefas Quando o filho tem duacutevida e os pais natildeo sabem determinado conteuacutedo podem ajudar fazendo questionamentos sobre como foi a aula mostrando interesse em saber o que ele estaacute aprendendo e ateacute mesmo orientaacute-lo em questionar o professor para pedir explicaccedilotildees eou buscar informaccedilotildees no proacuteprio material

Quando os filhos percebem que a famiacutelia e a escola se importam com eles e caminham juntas o aprendizado se daraacute com prazer e seraacute muito mais significativo para a vida

coluna

PRISCILA MUFF MACHADO CAMARGOProfessora do 3ordm ano do ensino

Fundamental do Coleacutegio Cristo ReiGraduada em Pedagogia pela Universidade estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo

Poacutes graduada em Psicopedagogia Cliacutenica pela Faculdade PaulistaFundepe Mariacutelia - SP

Referecircncias bibliograacuteficas

FRAIMAN LEO Como ensinar bem a crianccedila e adolescentes de hoje teoria e praacutetica Satildeo Paulo editora esfera 2013

PAiacuteN S Diagnoacutestico e tratamento dos problemas de aprendizagem Porto Alegre Artes Meacutedicas 1985

SIlVA ANA BeAtRIZ B Mentes Inquietas TDHA Desatenccedilatildeo hiperatividade e impulsividade Rio de janeiro Objetiva 2009

ZABAlA ANtONI Como aprender e ensinar competecircncias Porto alegre Artmed 2010

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Coleacutegio Cristo Rei

experiecircnciaAulas de apoio pedagoacutegico

Ao pensarmos nas dificuldades de aprendizagem eacute preci-so reconhecer em primeira instacircncia que na complexi-dade da escola os processos envolvidos satildeo marcados

por trajetoacuterias diferenciadas avaliadas como satisfatoacuterias ou insatisfatoacuterias Nessa complexidade interatu-am diferentes expectativas em relaccedilatildeo ao do-miacutenio dos conteuacutedos escolares e apreensatildeo do conhecimento Na perspectiva teoacuterica de Jean Piaget as dificuldades de aprendizagem natildeo satildeo ex-plicadas pelo prisma do que falta agrave crianccedila seus limites e impossibilidades mas por suas accedilotildees e significaccedilotildees sua riqueza de constru-ccedilotildees e suas superaccedilotildees Partindo desse pres-suposto as dificuldades de aprendizagem natildeo podem ser analisadas como pertencen-tes ao aluno e a sua famiacutelia somente Sendo assim a instituiccedilatildeo escolar deve refletir planejar organizar e aplicar caminhos alternativos que contribuam para que os es-tudantes independente da singularidade de seus pensamentos e das distintas trajetoacuterias de aquisiccedilatildeo do conhecimento tenham con-diccedilotildees de serem sujeitos da sua aprendiza-gem Neste sentido estatildeo contextualizadas as aulas de apoio pedagoacutegico que tecircm a pers-pectiva de ampliaccedilatildeo da aprendizagem esco-lar No Coleacutegio Cristo Rei trata-se de um dife-rencial oferecido aos alunos do 2ordm ao 5ordm ano do Ensino Fundamental Elas satildeo realizadas no horaacuterio contraacuterio de aula do aluno duas vezes na semana com duraccedilatildeo de 2 horasaula por semana O apoio pedagoacutegico se daacute essencialmente em Liacutengua Por-tuguesa e Matemaacutetica disciplinas consideradas baacutesicas para aprendizado de qualquer outro tema visto que se o aluno natildeo

Novos caminhos para melhorar niacuteveis de aprendizagem e favorecer a autoestima dos educandos

aprender bem estas disciplinas natildeo teraacute condiccedilotildees de aprender os outros conteuacutedos Entre os objetivos das aulas de apoio estatildeo a ampliaccedilatildeo das possibilidades de aprendizagem dos alunos e a disponibi-

lizaccedilatildeo de oportunidades para reforccedilar aprofundar ou suprir carecircncias dos conteuacutedos trabalhados na sala de aula Transformamos as aulas de apoio pedagoacutegico em momen-tos estimulantes que exigem estrateacutegias para resoluccedilatildeo das diversas situaccedilotildees-problema Entre os recursos utilizados lan-

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Coleacutegio Cristo Rei

experiecircncia

ccedilamos matildeo do aspecto luacutedico especialmente atraveacutes da utili-zaccedilatildeo dos jogos Eles cumprem o papel de trazer descontraccedilatildeo ao conteuacutedo trabalhado e relacionaacute-lo de forma mais palpaacutevel a situaccedilotildees cotidianas Algumas exemplos satildeobull Jogos da memoacuteria divisatildeo e tabuadabull Jogos de alfabetizaccedilatildeobull Jogos de letras moacuteveisbull Reacutegua numeacuterica bull Sudocobull Livros de histoacuterias

Eacute relevante destacar que as aulas de apoio satildeo um tra-balho conjunto entre o professor da sala de aula e professor da sala de apoio pedagoacutegico Esse trabalho tem como pontos essenciais as accedilotildees descritas a seguirbull Seleccedilatildeo de alunos com dificuldades de aprendizagem nas

suas turmas de origem pelo professor de salabull Seleccedilatildeo de conteuacutedos a partir das dificuldades dos alunos

nas suas turmas de origembull Planejamentos integrados feitos pelos professores de sala

e da sala apoio pedagoacutegicobull Avaliaccedilotildees perioacutedicas e registros dos avanccedilos eou dificul-

dades

Aleacutem da parceria entre os educadores o envolvimento dos pais e responsaacuteveis eacute fundamental e de suma importacircncia para o bom andamento do trabalho Os resultados conquistados com essas praacuteticas satildeo inuacute-meros poreacutem o principal indicador da eficiecircncia das aulas de apoio pedagoacutegico eacute a melhoria dos niacuteveis de aprendizagem dos educandos Aleacutem disso satildeo niacutetidos os avanccedilos na autoestima desempenho nas atividades de resoluccedilatildeo de problemas de-senvolvimento do raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico interpretaccedilatildeo atenccedilatildeo etc

CARLA LARAyAEducadora do Ensino Fundamental I e

professora das aulas de apoiopedagoacutegico do Coleacutegio Cristo Rei

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

A psicologia pode ser compreendida como a ciecircncia que investiga os processos e estados conscientes assim como as suas origens e efeitos Tem como atribuiccedilatildeo

o comprometimento social e o estudo dos fenocircmenos danosos aos seres humanos Busca trabalhar na promoccedilatildeo da liberdade da dignidade e da integridade do ser humano Promovendo a sauacutede e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades contribuindo para a eliminaccedilatildeo de quaisquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircn-cia crueldade e opressatildeo A Psicologia passou a usar suas teacutecnicas para estudar e compreender os fenocircmenos educacio-nais e assim constitui-se a Psicologia Educacional e esta vem a ser a aacuterea da psicologia que abor-da todas as problemaacuteticas referentes agrave educaccedilatildeo e aos processos de ensino e aprendizagem nas crianccedilas e adultos Entendendo por educaccedilatildeo o ato de educar instruir processo contiacutenuo que permite ao indiviacuteduo o desenvolvimento de suas faculdades fiacutesicas intelectuais e morais Contribuindo para a sua integraccedilatildeo na sociedade Ao psicoacutelogo educacional cabe analisar a eficaacutecia das estrateacutegias educacionais desenvol-ver projetos educativos bem como desenvolver as capacidades das crianccedilas com dificuldades de aprendizagem em instituiccedilotildees educativas Estuda tambeacutem o funcionamento da proacutepria instituiccedilatildeo enquanto organizaccedilatildeo Nesse sentido o psicoacutelogo educacional preci-sa integrar em sua praacutetica outras aacutereas da proacutepria

A contribuiccedilatildeo da Psicologia para os processos de formaccedilatildeo desenvolvi-mento e convivecircncia no ambiente escolar

Psicoacutelogos a serviccedilo da Educaccedilatildeo trazem benefiacutecios para alunos e famiacutelias

ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana

seja apenas outra alma humanardquo(Carl Gustav Jung)

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

fissionais atuantes na educaccedilatildeo e sua praacuteticas e levantou pro-postas que posteriormente foram efetivadas atraveacutes da Nota Teacutecnica estabelecida pelo Conselho Regional de Psicologia de Satildeo Paulo no ano de 2010

Esse documento tem como finalidade orientar sobre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo no con-texto escolar e educacional com o objetivo de esclarecer os psicoacute-logos que atuam em instituiccedilotildees escolares e educacionais enfati-zando as contribuiccedilotildees da Psico-logia respaldada no compromis-so social direitos humanos e no respeito agrave diversidade enquanto fundamento para efetivaccedilatildeo de uma educaccedilatildeo para todos e to-das O documento do CRPSP tem como objetivo romper com a praacutetica de uma psicologia que patologiza medicaliza e produz

diagnoacutesticos classificatoacuterios Portanto visa defender praacuteticas que consideram a realidade escolar brasileira em sua diversi-dade cultural e as dimensotildees psicossociais de suas comunida-des Incentivar a atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em projetos coletivos de forma interdisciplinar fortalecendo pessoas e grupos contri-buindo para a elaboraccedilatildeo implementaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do pro-jeto poliacutetico pedagoacutegico da escola e ampliar a reflexatildeo acerca da necessidade de construir com a equipe escolar estrateacutegias de ensino e aprendizagem que considerem os desafios da con-temporaneidade Assim o mesmo documento orienta que o psicoacutelogo em sua praacutetica nos contextos escolares e educacionais considere a realidade da escola brasileira articulando com outros setores e movimentos compreenda os fatores que produzem e causam sofrimento em educandos e educadores analise o campo de relaccedilatildeo soacutecio-poliacutetico-pedagoacutegico para melhoria do processo educacional comprometa-se com as funccedilotildees sociais da escola de acesso aos bens culturais e a promoccedilatildeo da autonomia dos indiviacuteduos elabore metodologias de trabalhos multidisciplina-res valorizando e potencializando a produccedilatildeo de saberes dos diferentes espaccedilos educacionais atue na direccedilatildeo da ampliaccedilatildeo

psicologia psicologia do desenvolvimento psicologia social e psicologia organizacional intervindo em questotildees de natureza mental e emocional sempre em uma perspectiva educacional Para se efetivar a importacircncia desta aacuterea na Educaccedilatildeo eacute imprescindiacutevel que o psicoacutelogo escolareducacional procure am-pliar as informaccedilotildees disponiacuteveis a respeito do impacto deste traba-lho dentro das escolas Lembran-do que conscientizaccedilatildeo e vonta-de poliacutetica precisam andar juntas para que as mudanccedilas propostas sejam concretizadas Cassins et al (2007) desta-cam a importacircncia do Psicoacutelogo Educacional atuando na Educa-ccedilatildeo partindo os seus estudos de legislaccedilotildees como a Constituiccedilatildeo Federal a LDB e o ECA e conclui que a Psicologia tem uma gran-de contribuiccedilatildeo a dar uma vez que tais legislaccedilotildees ao definirem a abrangecircncia da educaccedilatildeo falam de processos de formaccedilatildeo desenvolvimento e convivecircncia humana Dissertam sobre o di-reito ao pleno desenvolvimento agrave cidadania qualificaccedilatildeo para o trabalho e a importacircncia da prevenccedilatildeo Compreendendo que o que estaacute assegurado por tais legis-laccedilotildees constituem objeto de estudo e de atuaccedilatildeo da psicologia podemos compreender que a psicologia se torna uma ciecircncia do fenocircmeno educativo e os psicoacutelogos educacionais tornam--se tambeacutem educadores Diante destes argumentos evidencia-se a contribuiccedilatildeo da Psicologia para a educaccedilatildeo com a vertente de colaborar no pro-cesso de ensino e aprendizagem nas relaccedilotildees interpessoais e nos processos intrapessoais referindo-se sempre agraves dimensotildees poliacutetica econocircmica social e cultural Desta forma entendendo tambeacutem o seu papel na elaboraccedilatildeo de planos e poliacuteticas refe-rentes ao Sistema Educacional visando promover a qualidade a valorizaccedilatildeo e a democratizaccedilatildeo do ensino O ano de 2008 foi considerado o ano da educaccedilatildeo no Sis-tema Conselhos de Psicologia No decorrer daquele ano foram realizados eventos que culminaram com o Seminaacuterio Nacional do Ano da Educaccedilatildeo Esse evento procurou reconhecer os pro-

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

ldquopodemos compreender a importacircncia do trabalho da

Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma

organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade

que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia

reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduordquo

da qualidade do processo educacional compartilhe a praacutetica e o conhecimento desenvolvido pela Psicologia socializando saberes e ampliando as possibilidades de atuaccedilatildeo tecendo um paralelo com as atribuiccedilotildees definidas pelo Conselho Regional de Psicologia compreendemos que cabe a noacutes psicoacutelogos atuantes na educaccedilatildeo fornecer as contribuiccedilotildees conforme descrito por McNamara apud SantrsquoAna (2010)bull Oferecer suporte aos professores de educaccedilatildeo regular e

especial por meio da coleta e busca de dados relaciona-dos agraves crianccedilas e suas dificuldades investigar as possiacuteveis variaacuteveis que interferem na manutenccedilatildeo dos problemas analisar condiccedilotildees ambientais e interpessoais propor e desenvolver estrateacutegias e planos de intervenccedilatildeo como tambeacutem avaliar resultados obtidos

bull Fornecer apoio aos programas de transiccedilatildeo para alunos com deficiecircncia assessoria aos professores e adminis-tradores colaborando com sugestotildees para a melhoria de curriacuteculos e programas de instruccedilatildeo tendo em vista a or-ganizaccedilatildeo de conteuacutedos e de padrotildees de desempenho bem como o favorecimento da relaccedilatildeo escola-famiacutelia pela comunicaccedilatildeo mais proacutexima com a comunidade pais e alu-nos

bull Ampliar seu papel de consultor e o de favorecimento do trabalho cooperativo entre professores das redes regular e especial e do modelo de ensino conjunto no qual os dois

tipos de educadores lecionam na mesma sala de aulabull Fornecer suporte teacutecnico como a criaccedilatildeo de novas for-

mas de estruturaccedilatildeo do processo de ensino-aprendizagem direcionando-as agraves necessidades dos alunos a realizaccedilatildeo de monitoramento constante do projeto pedagoacutegico com apoio teacutecnico aos participantes e agrave comunidade em geral a oferta de cursos e grupos de estudo aos educadores assim como o favorecimento de formas mais adequadas de trabalho no sentido da inclusatildeo educacional e social dessas crianccedilas

Pode-se acrescentar ainda a essas contribuiccedilotildeesbull A articulaccedilatildeo com os segmentos puacuteblicos privados e orga-

nizaccedilotildees natildeo governamentais de forma a garantir maior abrangecircncia aos atendimentos necessaacuterios visando o ple-no desenvolvimento humano

bull Contribuir junto a outros profissionais que atuam na edu-caccedilatildeo promovendo e garantindo o direito e a permanecircncia de todos e todas agrave educaccedilatildeo de qualidade e que esta ocor-ra preferencialmente nas salas regulares de ensino

bull Acolher orientar e encaminhar as famiacutelias dos alunos de forma a garantir acesso a outros serviccedilos essenciais para o seu desenvolvimento

A Psicologia Educacional portanto visa agrave mediaccedilatildeo e tam-beacutem agrave intervenccedilatildeo que oferece informaccedilotildees e alternativas para as diversas aacutereas e situaccedilotildees que envolvem o acircmbito da

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

GILSON CARDOSOFormado em Psicologia pela Unimar com Poacutes Graduaccedilatildeo em Psico-pedagogia Cliacutenica e Institucional pelo INDEP Atua como Psicoacutelogo Educacional no Centro Escola Municipal de Atendimento Educacio-nal Especializado da Secretaria da Educaccedilatildeo Psicoacutelogo do Ensino

Fundamental II do Coleacutegio Cristo Rei e atuaccedilatildeo cliacutenica

SABRINA ALVES DIAS Pedagoga e Mestre em Educaccedilatildeo Especial

TacircNIA PAULA FERNANDES CORRecircA DOS SANTOSPsicoacuteloga Educacional do CEMAEE - Mariacutelia

Referecircncias bibliograacuteficas

CASSIS M et al Manual de Psicologia Escolar - Educacional Curitiba Graacutefica e editora Unificado 2007 45p

O que eacute Psicologia Educacional Documento virtual disponiacutevel em httpcaminhandopsicologianocomunidadesnetindexphppagina=1017014182 Acesso em 03042014

Orientaccedilatildeo Sobre as Atribuiccedilotildees do Psicoacutelogo no Contexto Escolar e educacional Nota teacutecnica disponiacutevel em httpwwwcrpsporgbrportalmidiafiquedeolho_veraspxid=72 Acesso em 03042014

SANTrsquoANA I M Contribuiccedilotildees da Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo Escolar na Educaccedilatildeo Inclusiva Concepccedilotildees de Professores e Diretores Artigo disponiacutevel em httpwwwufsjedubrportal2repositorioFilevertentesv201920n202Izabella_Mendespdf Acesso em 03042014

Colaboraccedilatildeo

Educaccedilatildeo atuando na escola junto ao administrativo com os professores os alunos os funcionaacuterios e a comunidade (CAS-SINS et Al 2007) Para finalizar considerando a complexidade e diversidade que as novas propostas e leis que regem a Educaccedilatildeo em to-dos os seus niacuteveis e modalidades podemos compreender a importacircncia do trabalho da Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduo Efetivando aqui a citaccedilatildeo realizada no iniacutecio desta apresentaccedilatildeo

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Coleacutegio Cristo Rei

a delimitaccedilatildeo da idade eacute uma referecircncia mas natildeo eacute o uacutenico elemento a ser considerado Precisamos contudo de um paracircmetro Eacute necessaacuterio ter presente que a diversidade dosas jovens se manifesta de maneira variada por exemplo nas cidades e no campo Essa diversidade estaacute atravessada pelas questotildees da raccedila da etnia da cultura do gecircnero do rendimento familiar do local de moradia (centro periferia cidade grande pequena campo) e do acesso aos bens e serviccedilos (2001 p 59)

opiniatildeoldquoSe somos

progressistas realmente

abertos ao outro

e a outra devemos nos esforccedilar com

humildade para diminuir ao maacuteximo a

distacircncia entre o que dizemos

e o que fazemosrdquo

(Paulo Freire)

Lourival Rodrigues da Silva destaca que

Quem satildeo e o que querem as Juventudes

Atuaccedilatildeo de jovens descontroacutei antigos

conceitos e traccedila novas concepccedilotildees para a

condiccedilatildeo juvenil

O conceito ldquojuventudesrdquo pode ser entendido como uma categoria que estaacute em permanente construccedilatildeo social e histoacuterica por levar em consideraccedilatildeo as dimensotildees

bioloacutegicas sociais psiacutequicas culturais poliacuteticas e econocircmicas O que se constituem em muacuteltiplas maneiras de viver a con-diccedilatildeo juvenil Deste modo eacute possiacutevel dirigir um olhar sobre a juventude que contemple a sua diversidade Pois a agregaccedilatildeo por idade natildeo traduz as identificaccedilotildees possiacuteveis que a situaccedilatildeo cotidiana revela

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

ldquohaacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar

definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para estesrdquo

Novaes (2009) Sposito amp Carrano (2003) Castro amp Abra-movay (2003 2009) e Abramo (2005) empregam a expressatildeo ldquojuventudesrdquo como forma de enfatizar que ao se tratar de jo-vens deve-se reconhecer uma realidade plural e multifacetada Para Bourdieu (1983) haacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para es-tes em contraponto outrosas autoresas definem a juventude como passagem transitoacuteria da adolescecircncia para a fase adulta como destaca Krauskopf (2003) em quatro categorias a juven-tude como periacuteodo preparatoacuterio a juventude como etapa pro-blemaacutetica o jovem como ator estrateacutegico do desenvolvimento e de uma forma mais integral e protagonista a juventude cida-datilde como sujeita de direitos

reproduccedilatildeo (gerar e cuidar dos filhos) e participaccedilatildeo (nas decisotildees deveres e direitos que regulam a sociedade) (2005 p40-41) Neste sentido a juventude eacute a transiccedilatildeo de acesso agrave vida adulta por meio do trabalho eou produccedilatildeo viabilizando o conceito de que elea (oa jovem) eacute um ser em preparaccedilatildeo onde o adulto eacute visto como o que viabilizaraacute esse processo ou seja o ldquoeducadorardquo que normatiza esse mecanismo favorecendo a estea ferramentas adequadas para seu desenvolvimento O olhar para oa jovem eacute feito unicamente pelo vieacutes do trabalho e estudo (ABRAMO 1994) fragmentando a realidade juvenil somente a essas duas necessidades retirando os acessos culturais e artiacutesticos ou melhor o lazer do contexto juvenil em se tratando do segundo vieacutes oa jovem eacute visto como etapa problemaacutetica ldquoo sujeito aparece a partir dos problemas que ameaccedilam a ordem social ou desde o deacuteficit nas manifestaccedilotildees de seu desenvolvimentordquo (ABRAMO 2005 p 20) haacute uma ecircnfase no ldquojovem problemardquo que transgride as normas preacute-estabelecidas Para Abramo (2005 p 21) ldquono Brasil este foi o enfoque que praticamente dominou as accedilotildees dos anos 80 aos 90 foi uma das principais matrizes por onde o tema da juventude principalmente a lsquoemergentersquo juventude dos setores popularesrdquo causando um estigma social na vida dosas jovens onde estesas sofreram brutalmente a perda de seus diretos sociais sendo visto de forma generalizante causando em muitos adultos uma aversatildeo a seus projetos e sonhos

Verifica-se na terceira categoria oa jovem como atoratriz estrateacutegico do desenvolvimento visando destacaacute-loa como mecanismo de enfrentamento ao sistema social mundial ou seja haacute um avanccedilo nesse entendimento de juventude como pontua Abramo

a noccedilatildeo de condiccedilatildeo juvenil remete em primeiro lugar a uma etapa do ciclo de vida de ligaccedilatildeo (transiccedilatildeo diz a noccedilatildeo claacutessica) entre a infacircncia tempo da primeira fase de desenvolvimento corporal (fiacutesica emocional intelectual) e da primeira socializaccedilatildeo de quase total dependecircncia e necessidade de produccedilatildeo para a idade adulta em tese a do aacutepice do desenvolvimento e de plena cidadania que diz respeito principalmente a se tornar capaz de exercer as dimensotildees de produccedilatildeo (sustentar a si proacuteprio e a outros)

Esta concepccedilatildeo avanccedila no reconhecimento dos jovens como atores dinacircmicos da sociedade e com potencialidades para responder aos desafios colocados pelas inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e transformaccedilotildees produtivas Traz assim a possibilidade de incorporar os jovens em situaccedilatildeo de exclusatildeo natildeo pela oacutetica do risco e da vulnerabilidade mas numa perspectiva includente (2005 p 21)

Abramo refere-se agrave primeira categoria sistematizada por Krauskopf afirmando que

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

haacute nessa perspectiva um diaacutelogo muito superficial no modo de perceber o contexto social que osas jovens satildeo protagonis-tas e como estes espaccedilosmodelos de fato favorecem que elesas sejam atoresatrizes com papeacuteis especiacuteficos de transforma-ccedilotildees Visando respaldar esses direitos haacute uma ecircnfase emanci-padora na quarta categoria destacada por Krauskopf que eacute a juventude cidadatilde como sujeita das poliacuteticas como afirma o termo osas jovens satildeo entendidos como canais iacutempares para a efetivaccedilatildeo de direitos sociais retirando o roacutetulo como etapa ldquotransitoacuteriardquo ou ldquoproblemardquo essa concepccedilatildeo olha oa jovem como sujeito autocircnomo que guarda em sua realidade cultural um arcabouccedilo de conhe-cimentos e realidades E eacute por meio dessa realidade que se verifica uma accedilatildeo poliacutetica juvenil na atualidade respaldado por iniciativas accedilotildees e espaccedilos que osas garantam como sujeitos de direitos Das megaloacutepoles agraves pequenas cidades osas jovens sa-iacuteram agraves ruas ldquogritando palavras de ordem de uma nova or-demrdquo Ordem esta que pode ser entendida pela necessidade da efetivaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude (PPJs) para si e inuacutemeras minorias sociais que tecircm seus direitos cerceados cotidianamente

As manifestaccedilotildees juvenis por direitos so-ciais mostram-se contraacuterias aos discursos acerca da passividade dosas jovens por meio dessa mobilizaccedilatildeo verificou-se que elesas querem ter seus direitos efetivados direitos estes destacados na Carta Magna estando cansadosas de verem seus pares sendo vitimadosas nas ruas das cidades e campos por falta de emprego educaccedilatildeo cultura lazer esporte ou seja cidadania Natildeo se pode acreditar que somente sair agraves ruas basta para romper a estrutura his-toacuterica de dominaccedilatildeo das maiorias sob osas minorizadosas Deve-se pensar em accedilotildees poliacuteticas que garantam os direitos juvenis frente a essas realidades destaca-se desde os anos 2000 uma reflexatildeo importante en-tre Governo e Movimentos Sociais acerca da garantia de direitos aosas jovens por meio das Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude

que resguardam as demandas de uma parcela significativa des-sa populaccedilatildeo sobretudo osas jovens em vulnerabilidade social e risco pessoal Neste processo em 2005 foi sancionada pelo Presidente a lei 11129 que criou a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) organismo do Governo Federal responsaacutevel por promover a integraccedilatildeo de todas as accedilotildees que tem como foco o puacuteblico juvenil tornando-se a principal referecircncia governamental no que diz respeito agrave juventude tanto na interlocuccedilatildeo com a so-ciedade civil (movimentos ONGs grupos juvenis etc) como no trabalho conjunto entre os Ministeacuterios e Secretarias visando agrave criaccedilatildeo de mais programas e accedilotildees Nesta conjuntura osas jovens vecircm ocupando este es-paccedilo de forma efetiva desconstruindo o olhar da juventude meramente como fase transitoacuteria Satildeo jovens que produzem constroem vivem relacionam-se onde se encontram questotildees sociais especiacuteficas e por isso necessitadosas de poliacuteticas puacutebli-cas que garantam essas demandas Frente agrave mudanccedila do entendimento das categorias juvenis e de toda a garantia de direitos que estesas vecircm adquirindo eacute necessaacuterio efetivar uma accedilatildeo educativa que colaborem de fato a serem autocircnomosas e problematizadoresas de suas realida-des sociais transformando-as

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IR MaacuteRCIO DINIZ FeRReIRA SCIntegrante da equipe teacutecnica da Juventude Cristo Rei

Referecircncias bibliograacuteficas

ABRAMO helena Wendel Cenas Juvenis - punks e Darks no espetaacuteculo urbano Satildeo Paulo Scritta 1994

ABRAMO helena Wendel e BRANCO Pedro Paulo Martoni (orgs) Retratos da Juventude Brasileira Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo Instituto da Cidadania 2005

_______ O uso das noccedilotildees de adolescecircncia e juventude no contexto brasileiro In FReItAS de Maria Virgiacutenia (orgs) Juventude e Adolescecircncia no Brasil referenciais conceituais Satildeo Paulo Accedilatildeo educativa 2005

BOFF leonardo Criacuteticos criativos e cuidantes 2005 Disponiacutevel em httpwwwleonardoboffcomsitevista2004abril23htm Acesso em 06 abril 2014

BOURDIeU P Questotildees de sociologia Rio de Janeiro Marco Zero 1983

CAStRO Mary Garcia ABRAMOVAY Miriam Quebrando mitos juventude participaccedilatildeo e poliacuteticas Perfil percepccedilotildees e recomendaccedilotildees dos participantes da 1ordm Conferencia Nacional de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude resumo executivo Brasiacutelia RItlA 2009

KRAUSKOPF Poliacuteticas de juventude em centroamerica Primeira Deacutecada 2003 pags 8 -25

NOVAeS Regina Reys Poliacutetica de Juventude no Brasil continuidades e rupturas In FAacuteVERO Osmar Juventude e Contemporaneidade Brasiacutelia RItlA 2009

SPOSItO Mariacutelia Ponte amp CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Juventude e Poliacuteticas puacuteblicas Revista Brasileira de Educaccedilatildeo n 2 setdez 2003

opiniatildeo

embasadosas por accedilotildees cidadatildes almeja-se que osas jo-vens sejam sujeitos de direitos emancipadosas e emancipa-doresas Que por meio da identificaccedilatildeo do loacutecus social que osas cercam osas jovens possam ser ainda mais criacuteticos criati-vos e cuidantes

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artigo

zada a normativa a gramaacutetica a partir de uma perspectiva de estudo ndash ldquodescritivardquo ldquogerativardquo ldquofuncionalrdquo e ldquotextualrdquo como disciplina escolar e como um livro Antunes (2007 p25-34) explica esses conceitos de forma clara A ldquogramaacutetica internalizadardquo eacute aquela que corresponde ao saber intuitivo do falante envolve todos os usos da liacutengua isto eacute em diversos niacuteveis - do informal para o formal - e em todas situaccedilotildees soacutecio-comunicativas como o proacuteprio autor declara ldquonada na liacutengua em nenhuma liacutengua escapa a essa gramaacuteti-cardquo (2007 p 26) A partir dos trecircs anos de idade crianccedilas satildeo capazes de se comunicar por estruturas linguiacutesticas comple-xas por exemplo ao optar pela variaccedilatildeo ldquominhas colegasrdquo ou ldquomeus colegosrdquo uma crianccedila demonstra ter conhecimento da variaccedilatildeo de gecircnero Natildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma culta a do bem falar segue uma gramaacutetica

O assunto eacute polecircmico e tem sido ques-tionado entre linguistas e vaacuterios es-tudiosos da aacuterea de letras Por que

se ensina a gramaacutetica na escola A bibliogra-fia eacute extensa e em grande parte dela o enfo-que no trabalho com a gramaacutetica normativa eacute visto como o principal causador do insu-cesso dos alunos dos Ensinos Fundamental e Meacutedio quando se trata da competecircncia co-municativa ou seja os educandos muitas vezes natildeo se expressam de forma satisfa-toacuteria atraveacutes da escrita e da oralidade por consequecircncia se desinteressam da leitura e das aulas de Liacutengua Portuguesa O que fazer entatildeo Abolir as noccedilotildees de gramaacutetica das aulas de liacutengua materna Inicialmente eacute importante ressaltar a diferenccedila baacutesica entre ldquoliacutenguardquo e ldquogramaacuteti-cardquo jaacute que muitas vezes ambos os concei-tos satildeo confundidos De acordo com Ernani terra (2008 p 22) a liacutengua eacute um aspecto da linguagem que utiliza a palavra (o ver-bo) para a comunicaccedilatildeo eacute um sistema de natureza gramatical pertencente aos indiviacuteduos formado por um sistema de sinais e regras - a gramaacutetica em um sentido mais amplo Ele ainda afirma que eacute uma instituiccedilatildeo social abstrata ou seja que eacute ex-terior aos indiviacuteduos e que se concretiza atraveacutes da fala um ato particular do ser humano Contudo a gramaacutetica para Irandeacute Antunes (2007 p41) limita-se a uma parte da liacutengua e tem a funccedilatildeo regularizadora ou seja de impor limites poreacutem natildeo consegue regular tudo toda pessoa escolarizada quando questionada ldquosobre o que eacute gramaacuteticardquo dispotildee de um conceito baacutesico trata-se das regras de uma liacutengua tal definiccedilatildeo natildeo eacute errada poreacutem pre-cisa ser ampliada A gramaacutetica regula a liacutengua no entanto haacute outros tipos de gramaacuteticas que devem ser compreendidos para que o leitor possa entender melhor a problemaacutetica a internali-

Por que ensinar gramaacutetica na escolaEacute possiacutevel fazer ciecircncia nas aulas de Liacutengua Portuguesa

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pois todas as variantes comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intui-tiva atraveacutes do uso das atividades sociais do conviacutevio com a famiacutelia A escola viraacute posteriormente para ampliar esse conhe-cimento portanto ele natildeo deve ser menosprezado A segunda concepccedilatildeo vecirc a gramaacutetica como um conjunto de normas que regulam o uso da liacutengua ela natildeo considera toda a realidade comunicativa apenas aquela considerada aceitaacute-vel atraveacutes da oacutetica da liacutengua prestigiada socialmente Aqui o importante eacute o domiacutenio das regras do que eacute certo e do que eacute errado do que deve e natildeo ser dito Tais prescriccedilotildees natildeo satildeo feitas por razotildees puramente linguiacutesticas mas por motivos his-toacutericos sociais e econocircmicos Logo eacute importante questionar-se do porquecirc das variantes das classes sociais menos favorecidas natildeo serem consideradas padratildeo na liacutengua Predomina-se o es-tudo da liacutengua na forma escrita natildeo na falada A gramaacutetica como uma perspectiva de estudo indica uma maneira de estudo eou um meacutetodo de investigaccedilatildeo sobre a liacutengua Surgiram assim durante os estudos sobre a linguagem diversas perspectivas sobre a mesma (terra 2008 p79-80)

a) A Gramaacutetica descritiva natildeo prescreve regras do que eacute certo ou errado e sim verifica as uniformidades e diferenccedilas presentes na liacutengua em decorrecircncia de seu uso

b) A Gramaacutetica gerativa criada pelo linguista norte-americano Chomsky na deacutecada de 1950 procura explicar os fatos linguiacutesticos como satildeo produzidos com o objetivo de se estabelecer um modelo geral baseado em princiacutepios universais dos quais derivam as gramaacuteticas de cada liacutengua em particular

c) A Gramaacutetica funcional trabalha com a interpretaccedilatildeo satisfatoacuteria dos signos linguiacutesticos que natildeo satildeo analisados apenas como codificaccedilatildeo e descodificaccedilatildeo

d) A gramaacutetica textual tem como objeto de estudo o texto com o fim de explicitar regras para que o falante produza bons textos

artigo

A concepccedilatildeo de gramaacutetica como disciplina escolar reduz todos esses conceitos traz para a sala de aula uma visatildeo em que a gramaacutetica normativa corresponde agrave liacutengua A partir daiacute tem-se um problema pois todas as variantes satildeo excluiacutedas e separa-se a produccedilatildeo textual a leitura e a gramaacutetica como se as trecircs ldquofrentesrdquo da disciplina de liacutengua portuguesa fossem independentes mas natildeo satildeo Mostra-se para o aluno o certo e o errado natildeo haacute espaccedilo para as diversas situaccedilotildees interativas de comunicaccedilatildeo A uacuteltima concepccedilatildeo de gramaacutetica a de um livro que pode ser mais prescritiva eou descritiva Focaliza-se nas estruturas da liacutengua e as hipoacuteteses do que eacute considerado padratildeo e corre-to ela tem a funccedilatildeo de prescrever uma forma uacutenica e correta de comunicaccedilatildeo Um livro de gramaacutetica tambeacutem pode ser des-critivo exibindo as estruturas da liacutengua de forma descontex-tualizada sem o enfoque nas situaccedilotildees reais de comunicaccedilatildeo Desse modo eacute privilegiada a modalidade escrita principalmen-te as expressotildees da literatura e da imprensa Qual a relaccedilatildeo desses conceitos agrave rotina escolar Como jaacute foi mencionado neste artigo a partir do momento em que a es-cola e ou professor consideram a gramaacutetica normativa como a uacutenica variante possiacutevel excluem-se todas as possibilidades de leitura e anaacutelise da liacutengua com isso o intuito da ampliaccedilatildeo do conhecimento linguiacutestico do aluno Natildeo se pode esquecer que ele tem uma gramaacutetica internalizada desenvolvida ao longo dos anos e que a gramaacutetica que ele aprenderaacute ou pelo menos

ldquoNatildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma

culta a do bem falar segue uma gramaacutetica pois todas as variantes

comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida

naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intuitiva atraveacutes

do usordquo

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artigo

ldquoCabe ao professor independente do material com que trabalhe ndash livro

apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave

liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situaccedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute

utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais

regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito

mais proacutexima da realidade do alunordquo

conheceraacute no ambiente escolar representa a estrutura de uma das variantes da liacutengua Para Antunes (2007 p 41) a comunicaccedilatildeo eficaz natildeo estaacute relacionada ao domiacutenio das regras de uma liacutengua agraves diferenccedilas das classes gramaticais e suas combinaccedilotildees pos-siacuteveis Haacute outras habilidades que devem ser desenvolvidas ldquotudo isso eacute necessaacuterio mas natildeo suficienterdquo (Ibid p 41) O autor ainda completa salientando que em muitos dos casos quando se ensina gramaacutetica nas aulas de Liacutengua Portuguesa esta natildeo parece ter em nada a ver com a lin-guagem do dia a dia com a liacutengua que nos pertence ou seja eacute muito distante da liacutengua utilizada pelos jovens tanto na fala como nas redes sociais O que se deve fazer entatildeo A gramaacutetica deve ser ex-tinguida da escola e as aulas de Liacutengua Portuguesa devem abordar apenas a leitura e a escrita Provavelmente natildeo O grande problema estaacute no enfoque e na importacircncia que ela recebe Muitos professores de Liacutengua Portuguesa jaacute notaram quantos dos seus alunos satildeo bons leitores produzem boas re-daccedilotildees mas tecircm peacutessimo desempenho nas avaliaccedilotildees de gra-maacutetica ou o oposto satildeo excelentes em provas que envolvem a norma e peacutessimos em questotildees interpretativas Obviamente haacute aqueles alunos que possuem mais facilidade com a lingua-gem e apresentam desempenho satisfatoacuterio em gramaacutetica lei-tura e escrita E o que isso quer dizer Que da forma como os alunos estudam a gramaacutetica estrutural e desconexa em pouco ou quase nada ela ajuda os alunos no desenvolvimento da competecircncia linguiacutestica Cabe ao professor independente do material com que tra-balhe ndash livro apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situ-accedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito mais proacutexima da realidade do aluno escrever ldquoOw vc ta airdquo natildeo eacute considerado correto em uma situaccedilatildeo formal muito menos na escola mas mostrar aos alunos que na internet isso eacute possiacutevel todavia em um processo seletivo para uma vaga no mercado de trabalho ou em uma redaccedilatildeo para vestibular e concurso puacuteblico seria causa de desclassificaccedilatildeo Outro motivo que justifica o desinteresse das crianccedilas e adolescentes agraves aulas de liacutengua Portuguesa e agraves demais dis-ciplinas refere-se agrave realidade que os cercam satildeo vaacuterios jogos

aplicativos redes sociais viacutedeo games e isso faz com que eles tenham acesso a todo e qualquer tipo de entretenimento e informaccedilatildeo instantaneamente e eacute claro que fica muito difiacutecil competir com o mundo digital quando se tem um capiacutetulo de conjugaccedilatildeo verbal para se trabalhar em sala por exemplo Assim como os outros estudiosos Luiz Carlos Travaglia (2003) afirma que o ensino de liacutengua materna pode alcan-

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artigo

Referecircncias bibliograacuteficas

Travaglia Luiz Carlos Gramaacutetica ensino plural Cortez Editora 2003

Antunes Irandeacute Muito Aleacutem da Gramaacutetica Satildeo Paulo Paraacutebola 2007

Terra Ernani Linguagem liacutengua e fala Ernani Terra Satildeo Paulo Scipione 2008 (Coleccedilatildeo Percursos)

ReNAtO GUIMARAtildeeS Al lAGeProfessor de Gramaacutetica do 8ordm ano

do Coleacutegio Cristo Rei Graduado em Letras pela Universidade Estadual de

londrina (Uel)

ccedilar dois objetivos ensinar a liacutengua atraveacutes da formaccedilatildeo de usuaacuterios competentes da liacutengua e que tenham competecircncia comunicativa O que isso significa Que cada pessoa saiba usar a liacutengua de acordo com a situaccedilatildeo de interaccedilatildeo comunicativa a fim de obter os efeitos desejados O outro objetivo relaciona-se ao ensino sobre a liacutengua ou seja a sistematizaccedilatildeo da mesma em que os alunos tecircm conhecimento da liacutengua e podem ser analistas dela e eacute aiacute que entra a gramaacutetica

Para travaglia (2003) trabalhar gramaacutetica com os alunos pode 1 Oferecer informaccedilatildeo cultural conhecimentos teoacutericos so-

bre a liacutengua como as classes de palavras e as funccedilotildees sintaacuteticas natildeo tecircm aplicaccedilatildeo imediata para a maioria das profissotildees poreacutem a nossa sociedade valoriza certa dose de conhecimentos teoacuterico-cientiacuteficos que nem sempre satildeo aplicaacuteveis visto as aacutereas de fiacutesica quiacutemica biologia artes histoacuteria

2 Instrumentalizar com recursos para situaccedilotildees praacuteticas como o conhecimento do alfabeto que eacute indispensaacutevel para se fazer uma listagem ou procurar palavras em um dicionaacuterio o conhecimento das flexotildees verbais ldquodanccedilo danccedilava danccedilareirdquo e suas variaccedilotildees semacircnticas quanto ao tempo a possibilidade de utilizar o conhecimento sobre a liacutengua para ensinar a proacutepria liacutengua quando um professor cita ldquoeste verbordquo ldquo a viacutergulardquo ldquoo sujeitordquo ou seja a temida nomenclatura

3 Desenvolver o raciociacutenio a capacidade de pensar ensinar a fazer ciecircncia como a matemaacutetica e a biologia por exem-plo quando se estuda a liacutengua e os fenocircmenos gramati-cais estaacute se fazendo ciecircncia Com o ensino da gramaacutetica eacute possiacutevel fazer com que o aluno perceba as irregularidades da liacutengua e das proacuteprias regras prescritas pela norma Eacute desenvolvida entatildeo a capacidade de observar formular hipoacuteteses buscar comprovaccedilatildeo ou falsificaccedilatildeo A aula de gramaacutetica pode propiciar ao educando um momento de estudo e de pesquisa dando-lhe um caraacuteter de indepen-decircncia intelectual Eacute possiacutevel desenvolver a percepccedilatildeo de que a verdade sobre os mundos natural ou social natildeo estatildeo prontas nos livros e cabe portanto a ele (o aluno) como ser participante do processo de aprendizagem criar hipoacute-teses criacuteticas e aceitar ou refutar as novas descobertas

As aulas de Liacutengua Portuguesa tecircm todos os ingredientes possiacuteveis para tornarem-se mais atrativas aos jovens ndash eacute a liacutengua materna deles todo e qualquer tipo de texto pode ser trabalhado em sala de aula por exemplo Eacute fundamental que o docente tenha consigo os conceitos de liacutengua e gramaacuteti-ca muito bem elaborados e principalmente que o professor amplie a visatildeo de mundo do aluno Tornaacute-lo participativo no processo de aprendizagem como o protagonista das accedilotildees comunicativas pode ser uma alternativa especialmente quan-do ele estaacute envolvido com o fazer ciecircncia

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resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

redaccedilotildeesde alunos

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

redaccedilotildees de alunos

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

redaccedilotildees de alunos

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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Page 2: 8ª edição - cristorei.com.br

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artigoEacute possiacutevel fazer ciecircncia nas aulasde Liacutengua Portuguesa Renato Guimaratildees Al Lage

artigoPsicoacutelogos a serviccedilo da Educaccedilatildeo trazem benefiacutecios para alunos e famiacuteliasGilson Cardoso

sugestotildeesLivros e FilmesLivro As boas mulheres da ChinaLivro Lolo Barnabeacute

redaccedilotildees em destaqueTextos produzidos por alunos do Coleacutegio Cristo Rei

galeria de arteTrabalhos artiacutesticos produzidos por alunos do Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo Quem satildeo e o que queremas juventudesIr Maacutercio Diniz

experiecircnciaAulas de apoio pedagoacutegico Novos caminhos para melhorar niacuteveis de aprendizagem e favorecer a autoestima dos educandos Carla Laraya

colunaComo ensinar as crianccedilas de hojePriscila Muff Machado Camargo

IacuteNDI

CE 04

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17 33

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Conforme afirma Joseacute Manuel Moran ldquotodos somos educadoresrdquo Somos educadores quando contribuiacutemos para motivar as pessoas que estatildeo perto de noacutes quando transmitimos esperanccedila quando

ensinamos valores humanizadores principalmente pelas nossas accedilotildees

Reiterando as palavras do especialista em formas inovadoras de educa-ccedilatildeo o papel de educar vai aleacutem do trabalho desempenhado em sala de aula eacute mais do que uma funccedilatildeo O ato de educar deve ser visto como uma missatildeo Pode ser realizado a qualquer hora em qualquer lugar

Poreacutem mesmo sendo algo tatildeo democraacutetico e inerente a todos noacutes para educar eacute preciso ter coerecircncia referecircncia entre uma seacuterie de outros fa-tores que tornam algo simples em uma atitude sublime que pode trans-formar vidas

Por isso quem se interessa por educaccedilatildeo estaacute constantemente se atuali-zando pesquisando buscando meacutetodos de se aprimorar Eacute neste sentido que a Revista Eletrocircnica Inovar apresenta sua 8ordf ediccedilatildeo O objetivo des-ta publicaccedilatildeo eacute compartilhar os estudos experiecircncias e reflexotildees entre nossa comunidade educativa

Dessa forma pretendemos contribuir para que natildeo apenas sejamos educadores mas que sejamos bons educadores e possamos citando novamente Joseacute Manuel Moran nos construir como pessoas melhores mais equilibradas mais competentes profissionalmente emocionalmen-te socialmente

PROF DR EacuteDIO JOAtildeO MARIANI Diretor Geral do Coleacutegio Cristo Reieditorial

Educar eacute missatildeo de todos

EXPEDIENTE

Produccedilatildeo Depto de Marketing do Cristo Rei Responsaacutevel Alexandre de Oliveira Andrade Jornalista Nataacutelia Santos (Mtb 51793) Design graacutefico e editoraccedilatildeo Maacutercio R Martins Imagens Joseacute Antocircnio (Zem) Revisatildeo Prof Ernaldo Francisco dos Santos Colaboraccedilatildeo Equipe pedagoacutegica do Cristo Rei Fale conosco marketingcristoreicombr

Diretor Geral Eacutedio Joatildeo Mariani Diretores administrativos Ir Joseacute Roberto de Carvalho e Ir Elton Lopes RESPONSAacuteVEIS DE SETOR

Pedagoacutegico Heloiacutesa Caprioli M Silva Sabrina Sacoman Campos Alves Regina Cristiane N Campos Peres Verediana de Rossi F da Cunha Lourival F da Cunha Mariana Spadoto de Barros Eliane de Rossi Marconato Luiz Ceacutelio de Oliveira Selma Leila B Martins e Gilson Joseacute Amancio

Secretaria Ivo F Dutra Tesouraria Elizabeth Cristina Mazzo Biblioteca Andreacuteia Juliani Juventude Cristo Rei Ir Maacutercio Diniz Graacutefica Ronaldo Antonio Pallota Serviccedilos Gerais Edivaldo Lacerda Rocha Tecnologia Rogeacuterio Henrique da Silva

COLEacuteGIO CRISTO REI Av Cristo Rei 270 - Bairro Banzato - MariacuteliaSP - Cep 17515-200 Fone (14) 3402-2399

wwwcristoreicombr colegiocristoreicombr

ldquopara educar eacute preciso ter coerecircncia referecircncia entre uma seacuterie de outros fatores que tornam algo simples em

uma atitude sublime que pode transformar vidasrdquo

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O aluno vai pra escola com muitos conhecimentos preacutevios e partindo do que o aluno jaacute sabe a escola introduz os con-teuacutedos de forma significativa Desta forma a aprendizagem se daraacute de forma contextualizada Hoje eacute possiacutevel perceber claramente que longas aulas teoacutericas satildeo para os alunos um fardo pois a concentraccedilatildeo deles dura pouco tempo Entatildeo eacute necessaacuterio deixar que colo-

Professora como fazemos pra ver a energia Ela estaacute em qual estado fiacutesico Foi isso

que um aluno de terceiro ano quis saber alguns dias apoacutes estudar os estados fiacutesicos da aacutegua O que fa-zer com tais perguntas Com cer-teza as perguntas devem ser res-pondidas com outras perguntas que levem o aluno a pensar mais sobre o que perguntou e que o faccedila querer investigar pesquisar sobre suas duacutevidas e curiosidades Professores natildeo satildeo detentores de todo o saber mas tecircm um poder nas matildeos o poder de instigar seu aluno ldquoa pensar sobrerdquo e ensinaacute-lo a ser um pesquisador O professor pode natildeo saber todas as respostas e mesmo que saiba natildeo deve res-ponder todas as perguntas e sim le-var o aluno a buscar a resposta ou soluccedilatildeo procurada porque a parte mais interessante do processo de pesquisa e aprendizagem muitas vezes eacute o caminho percorrido A escola natildeo eacute um lugar que prepara o aluno apenas para o ano seguinte A escola eacute um espaccedilo de desenvolvimento e aprendizado de competecircncias e habilidades para a vida como um todo Desenvolver uma competecircncia vai aleacutem do aluno executar o que lhe foi proposto ela desenvolve a capacidade inventiva e o aluno natildeo eacute considerado um mero receptor de conhecimentos

Como ensinar as crianccedilasde hojeSituaccedilotildees cotidianas que desafiam professores e pais na atualidade

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Coleacutegio Cristo Rei

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quem ldquoa matildeo na massardquo realizando atividades experiecircncias desafios e compreendendo o sentido do que estaacute sendo ensina-do e aprendido Se a aula daacute prazer o aluno estaraacute em alerta e envolvido O professor eacute responsaacutevel por significar a aula para que o aluno perceba que o conteuacutedo estudado eacute relevante Um moacutedulo novo na apostila por exemplo pode ser in-troduzido partindo da proposta de que tentem realizar as ati-vidades antes mesmo de que se tenha realizado a leitura a explicaccedilatildeo ou a troca de ideias sobre o assunto Desta forma seraacute possiacutevel diagnosticar o que os alunos jaacute conhecem sobre o conteuacutedo e partir do que jaacute sabem para um novo aprendizado A realizaccedilatildeo de jogos de raciociacutenio produccedilotildees com roteiros textos de autoria trabalho em equipe e orientaccedilotildees que incen-tivem o aluno a observar interpretar e questionar proporcio-nam aulas mais interessantes e significativas

O perfil dos alunos de hoje eacute bem diferente daqueles alu-nos passivos de outras eacutepocas Atualmente da mesma forma que as aulas devem ser mais praacuteticas e significativas tambeacutem eacute necessaacuterio que exista toda uma organizaccedilatildeo um planeja-mento e disciplina para que o objetivo da aula seja realmente alcanccedilado o aprendizado A escola tambeacutem precisa oferecer limites regras e espaccedilo para o desenvolvimento das capacida-des de conhecer ser fazer e conviver Cabe ao professor saber aproveitar o potencial de cada aluno e instrumentalizar a crian-ccedila para a vida A disciplina deve ser compreendida como um fator que organiza a vida e pode ser desenvolvida e aprendida no espaccedilo

ldquoO perfil dos alunos de hoje eacute bem diferente daqueles alunos passivos de outras eacutepocas Atualmente da mesma forma que as aulas devem ser mais praacuteticas e significativas tambeacutem eacute necessaacuterio que exista

toda uma organizaccedilatildeo um planejamento e disciplina para que o objetivo da aula seja realmente

alcanccedilado o aprendizadoldquo

escolar e no familiar

PARtICIPAccedilAtildeO DA FAMiacutelIA Outra questatildeo relevante para o bom desempenho da crianccedila na escola eacute a famiacutelia A famiacutelia tem um papel muito importante pois a crianccedila de hoje eacute o centro da famiacutelia Ela daacute opiniotildees participa de escolhas e decisotildees na maioria das famiacute-lias A famiacutelia deve estar atenta ao que estaacute oferecendo para seu filho Os pais influenciam os filhos o tempo todo ao expressar opiniotildees crenccedilas preconceitos valores a forma como enxer-gam a escola e o proacuteprio trabalho Eacute fundamental que famiacutelia e escola caminhem juntas falem a mesma linguagem Participar da vida escolar dos filhos acompanhando suas tarefas o que eles dizem sobre a escola as aulas a convivecircncia com os cole-gas e os conteuacutedos que estatildeo sendo estudados satildeo formas de estar presente e tambeacutem colaborar com o desempenho escolar do filho Participar das reuniotildees questionar e estar aberto para ouvir as orientaccedilotildees da escola a respeito do aluno tambeacutem fa-zem parte deste processo

A IMPORtacircNCIA DA FORMAccedilAtildeO De haacuteBItOS DE ESTUDOS Para a formaccedilatildeo de bons haacutebitos de estudos eacute primordial que a famiacutelia participe Quando bem acompanhados os filhos teratildeo maiores condiccedilotildees de amadurecer aprender e aplicar seus conhecimentos nos desafios da vida Alguns pais comentam que seus filhos ldquonatildeo obedecemrdquo natildeo saem da frente da TV ou de algum jogo eletrocircnico e natildeo se dedicam aos estudos como por exemplo fazer a proacutepria tarefa escolar Os pais como ldquoautoridaderdquo na famiacutelia sem autoritarismo podem e devem ensinar a noccedilatildeo de tempo aos filhos como os limites de tempo para brincar estudar dormir acordar etc Muitas vezes eacute necessaacuterio dar informaccedilotildees firmes e claras agrave crianccedila ldquoVou desligar a tV para vocecirc e depois que terminar sua tarefa com capricho poderaacute voltar a assistirrdquo Com instruccedilotildees e exemplos de como aproveitar bem seu tempo a disciplina seraacute desenvolvida e o aluno vai aprender melhor Outro fator importante eacute o lugar em que se estuda A crianccedila precisa de um lugar organizado limpo e de preferecircncia sempre o mesmo lugar para fazer tarefas e estudar Isso faz

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Coleacutegio Cristo Rei

com que o ceacuterebro aprenda melhor e sem estresse Os pais tambeacutem natildeo precisam dominar todos os conteuacutedos escolares para ajudar os filhos em suas tarefas Quando o filho tem duacutevida e os pais natildeo sabem determinado conteuacutedo podem ajudar fazendo questionamentos sobre como foi a aula mostrando interesse em saber o que ele estaacute aprendendo e ateacute mesmo orientaacute-lo em questionar o professor para pedir explicaccedilotildees eou buscar informaccedilotildees no proacuteprio material

Quando os filhos percebem que a famiacutelia e a escola se importam com eles e caminham juntas o aprendizado se daraacute com prazer e seraacute muito mais significativo para a vida

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PRISCILA MUFF MACHADO CAMARGOProfessora do 3ordm ano do ensino

Fundamental do Coleacutegio Cristo ReiGraduada em Pedagogia pela Universidade estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo

Poacutes graduada em Psicopedagogia Cliacutenica pela Faculdade PaulistaFundepe Mariacutelia - SP

Referecircncias bibliograacuteficas

FRAIMAN LEO Como ensinar bem a crianccedila e adolescentes de hoje teoria e praacutetica Satildeo Paulo editora esfera 2013

PAiacuteN S Diagnoacutestico e tratamento dos problemas de aprendizagem Porto Alegre Artes Meacutedicas 1985

SIlVA ANA BeAtRIZ B Mentes Inquietas TDHA Desatenccedilatildeo hiperatividade e impulsividade Rio de janeiro Objetiva 2009

ZABAlA ANtONI Como aprender e ensinar competecircncias Porto alegre Artmed 2010

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Coleacutegio Cristo Rei

experiecircnciaAulas de apoio pedagoacutegico

Ao pensarmos nas dificuldades de aprendizagem eacute preci-so reconhecer em primeira instacircncia que na complexi-dade da escola os processos envolvidos satildeo marcados

por trajetoacuterias diferenciadas avaliadas como satisfatoacuterias ou insatisfatoacuterias Nessa complexidade interatu-am diferentes expectativas em relaccedilatildeo ao do-miacutenio dos conteuacutedos escolares e apreensatildeo do conhecimento Na perspectiva teoacuterica de Jean Piaget as dificuldades de aprendizagem natildeo satildeo ex-plicadas pelo prisma do que falta agrave crianccedila seus limites e impossibilidades mas por suas accedilotildees e significaccedilotildees sua riqueza de constru-ccedilotildees e suas superaccedilotildees Partindo desse pres-suposto as dificuldades de aprendizagem natildeo podem ser analisadas como pertencen-tes ao aluno e a sua famiacutelia somente Sendo assim a instituiccedilatildeo escolar deve refletir planejar organizar e aplicar caminhos alternativos que contribuam para que os es-tudantes independente da singularidade de seus pensamentos e das distintas trajetoacuterias de aquisiccedilatildeo do conhecimento tenham con-diccedilotildees de serem sujeitos da sua aprendiza-gem Neste sentido estatildeo contextualizadas as aulas de apoio pedagoacutegico que tecircm a pers-pectiva de ampliaccedilatildeo da aprendizagem esco-lar No Coleacutegio Cristo Rei trata-se de um dife-rencial oferecido aos alunos do 2ordm ao 5ordm ano do Ensino Fundamental Elas satildeo realizadas no horaacuterio contraacuterio de aula do aluno duas vezes na semana com duraccedilatildeo de 2 horasaula por semana O apoio pedagoacutegico se daacute essencialmente em Liacutengua Por-tuguesa e Matemaacutetica disciplinas consideradas baacutesicas para aprendizado de qualquer outro tema visto que se o aluno natildeo

Novos caminhos para melhorar niacuteveis de aprendizagem e favorecer a autoestima dos educandos

aprender bem estas disciplinas natildeo teraacute condiccedilotildees de aprender os outros conteuacutedos Entre os objetivos das aulas de apoio estatildeo a ampliaccedilatildeo das possibilidades de aprendizagem dos alunos e a disponibi-

lizaccedilatildeo de oportunidades para reforccedilar aprofundar ou suprir carecircncias dos conteuacutedos trabalhados na sala de aula Transformamos as aulas de apoio pedagoacutegico em momen-tos estimulantes que exigem estrateacutegias para resoluccedilatildeo das diversas situaccedilotildees-problema Entre os recursos utilizados lan-

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Coleacutegio Cristo Rei

experiecircncia

ccedilamos matildeo do aspecto luacutedico especialmente atraveacutes da utili-zaccedilatildeo dos jogos Eles cumprem o papel de trazer descontraccedilatildeo ao conteuacutedo trabalhado e relacionaacute-lo de forma mais palpaacutevel a situaccedilotildees cotidianas Algumas exemplos satildeobull Jogos da memoacuteria divisatildeo e tabuadabull Jogos de alfabetizaccedilatildeobull Jogos de letras moacuteveisbull Reacutegua numeacuterica bull Sudocobull Livros de histoacuterias

Eacute relevante destacar que as aulas de apoio satildeo um tra-balho conjunto entre o professor da sala de aula e professor da sala de apoio pedagoacutegico Esse trabalho tem como pontos essenciais as accedilotildees descritas a seguirbull Seleccedilatildeo de alunos com dificuldades de aprendizagem nas

suas turmas de origem pelo professor de salabull Seleccedilatildeo de conteuacutedos a partir das dificuldades dos alunos

nas suas turmas de origembull Planejamentos integrados feitos pelos professores de sala

e da sala apoio pedagoacutegicobull Avaliaccedilotildees perioacutedicas e registros dos avanccedilos eou dificul-

dades

Aleacutem da parceria entre os educadores o envolvimento dos pais e responsaacuteveis eacute fundamental e de suma importacircncia para o bom andamento do trabalho Os resultados conquistados com essas praacuteticas satildeo inuacute-meros poreacutem o principal indicador da eficiecircncia das aulas de apoio pedagoacutegico eacute a melhoria dos niacuteveis de aprendizagem dos educandos Aleacutem disso satildeo niacutetidos os avanccedilos na autoestima desempenho nas atividades de resoluccedilatildeo de problemas de-senvolvimento do raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico interpretaccedilatildeo atenccedilatildeo etc

CARLA LARAyAEducadora do Ensino Fundamental I e

professora das aulas de apoiopedagoacutegico do Coleacutegio Cristo Rei

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A psicologia pode ser compreendida como a ciecircncia que investiga os processos e estados conscientes assim como as suas origens e efeitos Tem como atribuiccedilatildeo

o comprometimento social e o estudo dos fenocircmenos danosos aos seres humanos Busca trabalhar na promoccedilatildeo da liberdade da dignidade e da integridade do ser humano Promovendo a sauacutede e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades contribuindo para a eliminaccedilatildeo de quaisquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircn-cia crueldade e opressatildeo A Psicologia passou a usar suas teacutecnicas para estudar e compreender os fenocircmenos educacio-nais e assim constitui-se a Psicologia Educacional e esta vem a ser a aacuterea da psicologia que abor-da todas as problemaacuteticas referentes agrave educaccedilatildeo e aos processos de ensino e aprendizagem nas crianccedilas e adultos Entendendo por educaccedilatildeo o ato de educar instruir processo contiacutenuo que permite ao indiviacuteduo o desenvolvimento de suas faculdades fiacutesicas intelectuais e morais Contribuindo para a sua integraccedilatildeo na sociedade Ao psicoacutelogo educacional cabe analisar a eficaacutecia das estrateacutegias educacionais desenvol-ver projetos educativos bem como desenvolver as capacidades das crianccedilas com dificuldades de aprendizagem em instituiccedilotildees educativas Estuda tambeacutem o funcionamento da proacutepria instituiccedilatildeo enquanto organizaccedilatildeo Nesse sentido o psicoacutelogo educacional preci-sa integrar em sua praacutetica outras aacutereas da proacutepria

A contribuiccedilatildeo da Psicologia para os processos de formaccedilatildeo desenvolvi-mento e convivecircncia no ambiente escolar

Psicoacutelogos a serviccedilo da Educaccedilatildeo trazem benefiacutecios para alunos e famiacutelias

ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana

seja apenas outra alma humanardquo(Carl Gustav Jung)

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Coleacutegio Cristo Rei

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fissionais atuantes na educaccedilatildeo e sua praacuteticas e levantou pro-postas que posteriormente foram efetivadas atraveacutes da Nota Teacutecnica estabelecida pelo Conselho Regional de Psicologia de Satildeo Paulo no ano de 2010

Esse documento tem como finalidade orientar sobre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo no con-texto escolar e educacional com o objetivo de esclarecer os psicoacute-logos que atuam em instituiccedilotildees escolares e educacionais enfati-zando as contribuiccedilotildees da Psico-logia respaldada no compromis-so social direitos humanos e no respeito agrave diversidade enquanto fundamento para efetivaccedilatildeo de uma educaccedilatildeo para todos e to-das O documento do CRPSP tem como objetivo romper com a praacutetica de uma psicologia que patologiza medicaliza e produz

diagnoacutesticos classificatoacuterios Portanto visa defender praacuteticas que consideram a realidade escolar brasileira em sua diversi-dade cultural e as dimensotildees psicossociais de suas comunida-des Incentivar a atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em projetos coletivos de forma interdisciplinar fortalecendo pessoas e grupos contri-buindo para a elaboraccedilatildeo implementaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do pro-jeto poliacutetico pedagoacutegico da escola e ampliar a reflexatildeo acerca da necessidade de construir com a equipe escolar estrateacutegias de ensino e aprendizagem que considerem os desafios da con-temporaneidade Assim o mesmo documento orienta que o psicoacutelogo em sua praacutetica nos contextos escolares e educacionais considere a realidade da escola brasileira articulando com outros setores e movimentos compreenda os fatores que produzem e causam sofrimento em educandos e educadores analise o campo de relaccedilatildeo soacutecio-poliacutetico-pedagoacutegico para melhoria do processo educacional comprometa-se com as funccedilotildees sociais da escola de acesso aos bens culturais e a promoccedilatildeo da autonomia dos indiviacuteduos elabore metodologias de trabalhos multidisciplina-res valorizando e potencializando a produccedilatildeo de saberes dos diferentes espaccedilos educacionais atue na direccedilatildeo da ampliaccedilatildeo

psicologia psicologia do desenvolvimento psicologia social e psicologia organizacional intervindo em questotildees de natureza mental e emocional sempre em uma perspectiva educacional Para se efetivar a importacircncia desta aacuterea na Educaccedilatildeo eacute imprescindiacutevel que o psicoacutelogo escolareducacional procure am-pliar as informaccedilotildees disponiacuteveis a respeito do impacto deste traba-lho dentro das escolas Lembran-do que conscientizaccedilatildeo e vonta-de poliacutetica precisam andar juntas para que as mudanccedilas propostas sejam concretizadas Cassins et al (2007) desta-cam a importacircncia do Psicoacutelogo Educacional atuando na Educa-ccedilatildeo partindo os seus estudos de legislaccedilotildees como a Constituiccedilatildeo Federal a LDB e o ECA e conclui que a Psicologia tem uma gran-de contribuiccedilatildeo a dar uma vez que tais legislaccedilotildees ao definirem a abrangecircncia da educaccedilatildeo falam de processos de formaccedilatildeo desenvolvimento e convivecircncia humana Dissertam sobre o di-reito ao pleno desenvolvimento agrave cidadania qualificaccedilatildeo para o trabalho e a importacircncia da prevenccedilatildeo Compreendendo que o que estaacute assegurado por tais legis-laccedilotildees constituem objeto de estudo e de atuaccedilatildeo da psicologia podemos compreender que a psicologia se torna uma ciecircncia do fenocircmeno educativo e os psicoacutelogos educacionais tornam--se tambeacutem educadores Diante destes argumentos evidencia-se a contribuiccedilatildeo da Psicologia para a educaccedilatildeo com a vertente de colaborar no pro-cesso de ensino e aprendizagem nas relaccedilotildees interpessoais e nos processos intrapessoais referindo-se sempre agraves dimensotildees poliacutetica econocircmica social e cultural Desta forma entendendo tambeacutem o seu papel na elaboraccedilatildeo de planos e poliacuteticas refe-rentes ao Sistema Educacional visando promover a qualidade a valorizaccedilatildeo e a democratizaccedilatildeo do ensino O ano de 2008 foi considerado o ano da educaccedilatildeo no Sis-tema Conselhos de Psicologia No decorrer daquele ano foram realizados eventos que culminaram com o Seminaacuterio Nacional do Ano da Educaccedilatildeo Esse evento procurou reconhecer os pro-

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

ldquopodemos compreender a importacircncia do trabalho da

Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma

organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade

que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia

reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduordquo

da qualidade do processo educacional compartilhe a praacutetica e o conhecimento desenvolvido pela Psicologia socializando saberes e ampliando as possibilidades de atuaccedilatildeo tecendo um paralelo com as atribuiccedilotildees definidas pelo Conselho Regional de Psicologia compreendemos que cabe a noacutes psicoacutelogos atuantes na educaccedilatildeo fornecer as contribuiccedilotildees conforme descrito por McNamara apud SantrsquoAna (2010)bull Oferecer suporte aos professores de educaccedilatildeo regular e

especial por meio da coleta e busca de dados relaciona-dos agraves crianccedilas e suas dificuldades investigar as possiacuteveis variaacuteveis que interferem na manutenccedilatildeo dos problemas analisar condiccedilotildees ambientais e interpessoais propor e desenvolver estrateacutegias e planos de intervenccedilatildeo como tambeacutem avaliar resultados obtidos

bull Fornecer apoio aos programas de transiccedilatildeo para alunos com deficiecircncia assessoria aos professores e adminis-tradores colaborando com sugestotildees para a melhoria de curriacuteculos e programas de instruccedilatildeo tendo em vista a or-ganizaccedilatildeo de conteuacutedos e de padrotildees de desempenho bem como o favorecimento da relaccedilatildeo escola-famiacutelia pela comunicaccedilatildeo mais proacutexima com a comunidade pais e alu-nos

bull Ampliar seu papel de consultor e o de favorecimento do trabalho cooperativo entre professores das redes regular e especial e do modelo de ensino conjunto no qual os dois

tipos de educadores lecionam na mesma sala de aulabull Fornecer suporte teacutecnico como a criaccedilatildeo de novas for-

mas de estruturaccedilatildeo do processo de ensino-aprendizagem direcionando-as agraves necessidades dos alunos a realizaccedilatildeo de monitoramento constante do projeto pedagoacutegico com apoio teacutecnico aos participantes e agrave comunidade em geral a oferta de cursos e grupos de estudo aos educadores assim como o favorecimento de formas mais adequadas de trabalho no sentido da inclusatildeo educacional e social dessas crianccedilas

Pode-se acrescentar ainda a essas contribuiccedilotildeesbull A articulaccedilatildeo com os segmentos puacuteblicos privados e orga-

nizaccedilotildees natildeo governamentais de forma a garantir maior abrangecircncia aos atendimentos necessaacuterios visando o ple-no desenvolvimento humano

bull Contribuir junto a outros profissionais que atuam na edu-caccedilatildeo promovendo e garantindo o direito e a permanecircncia de todos e todas agrave educaccedilatildeo de qualidade e que esta ocor-ra preferencialmente nas salas regulares de ensino

bull Acolher orientar e encaminhar as famiacutelias dos alunos de forma a garantir acesso a outros serviccedilos essenciais para o seu desenvolvimento

A Psicologia Educacional portanto visa agrave mediaccedilatildeo e tam-beacutem agrave intervenccedilatildeo que oferece informaccedilotildees e alternativas para as diversas aacutereas e situaccedilotildees que envolvem o acircmbito da

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artigo

GILSON CARDOSOFormado em Psicologia pela Unimar com Poacutes Graduaccedilatildeo em Psico-pedagogia Cliacutenica e Institucional pelo INDEP Atua como Psicoacutelogo Educacional no Centro Escola Municipal de Atendimento Educacio-nal Especializado da Secretaria da Educaccedilatildeo Psicoacutelogo do Ensino

Fundamental II do Coleacutegio Cristo Rei e atuaccedilatildeo cliacutenica

SABRINA ALVES DIAS Pedagoga e Mestre em Educaccedilatildeo Especial

TacircNIA PAULA FERNANDES CORRecircA DOS SANTOSPsicoacuteloga Educacional do CEMAEE - Mariacutelia

Referecircncias bibliograacuteficas

CASSIS M et al Manual de Psicologia Escolar - Educacional Curitiba Graacutefica e editora Unificado 2007 45p

O que eacute Psicologia Educacional Documento virtual disponiacutevel em httpcaminhandopsicologianocomunidadesnetindexphppagina=1017014182 Acesso em 03042014

Orientaccedilatildeo Sobre as Atribuiccedilotildees do Psicoacutelogo no Contexto Escolar e educacional Nota teacutecnica disponiacutevel em httpwwwcrpsporgbrportalmidiafiquedeolho_veraspxid=72 Acesso em 03042014

SANTrsquoANA I M Contribuiccedilotildees da Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo Escolar na Educaccedilatildeo Inclusiva Concepccedilotildees de Professores e Diretores Artigo disponiacutevel em httpwwwufsjedubrportal2repositorioFilevertentesv201920n202Izabella_Mendespdf Acesso em 03042014

Colaboraccedilatildeo

Educaccedilatildeo atuando na escola junto ao administrativo com os professores os alunos os funcionaacuterios e a comunidade (CAS-SINS et Al 2007) Para finalizar considerando a complexidade e diversidade que as novas propostas e leis que regem a Educaccedilatildeo em to-dos os seus niacuteveis e modalidades podemos compreender a importacircncia do trabalho da Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduo Efetivando aqui a citaccedilatildeo realizada no iniacutecio desta apresentaccedilatildeo

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Coleacutegio Cristo Rei

a delimitaccedilatildeo da idade eacute uma referecircncia mas natildeo eacute o uacutenico elemento a ser considerado Precisamos contudo de um paracircmetro Eacute necessaacuterio ter presente que a diversidade dosas jovens se manifesta de maneira variada por exemplo nas cidades e no campo Essa diversidade estaacute atravessada pelas questotildees da raccedila da etnia da cultura do gecircnero do rendimento familiar do local de moradia (centro periferia cidade grande pequena campo) e do acesso aos bens e serviccedilos (2001 p 59)

opiniatildeoldquoSe somos

progressistas realmente

abertos ao outro

e a outra devemos nos esforccedilar com

humildade para diminuir ao maacuteximo a

distacircncia entre o que dizemos

e o que fazemosrdquo

(Paulo Freire)

Lourival Rodrigues da Silva destaca que

Quem satildeo e o que querem as Juventudes

Atuaccedilatildeo de jovens descontroacutei antigos

conceitos e traccedila novas concepccedilotildees para a

condiccedilatildeo juvenil

O conceito ldquojuventudesrdquo pode ser entendido como uma categoria que estaacute em permanente construccedilatildeo social e histoacuterica por levar em consideraccedilatildeo as dimensotildees

bioloacutegicas sociais psiacutequicas culturais poliacuteticas e econocircmicas O que se constituem em muacuteltiplas maneiras de viver a con-diccedilatildeo juvenil Deste modo eacute possiacutevel dirigir um olhar sobre a juventude que contemple a sua diversidade Pois a agregaccedilatildeo por idade natildeo traduz as identificaccedilotildees possiacuteveis que a situaccedilatildeo cotidiana revela

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

ldquohaacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar

definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para estesrdquo

Novaes (2009) Sposito amp Carrano (2003) Castro amp Abra-movay (2003 2009) e Abramo (2005) empregam a expressatildeo ldquojuventudesrdquo como forma de enfatizar que ao se tratar de jo-vens deve-se reconhecer uma realidade plural e multifacetada Para Bourdieu (1983) haacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para es-tes em contraponto outrosas autoresas definem a juventude como passagem transitoacuteria da adolescecircncia para a fase adulta como destaca Krauskopf (2003) em quatro categorias a juven-tude como periacuteodo preparatoacuterio a juventude como etapa pro-blemaacutetica o jovem como ator estrateacutegico do desenvolvimento e de uma forma mais integral e protagonista a juventude cida-datilde como sujeita de direitos

reproduccedilatildeo (gerar e cuidar dos filhos) e participaccedilatildeo (nas decisotildees deveres e direitos que regulam a sociedade) (2005 p40-41) Neste sentido a juventude eacute a transiccedilatildeo de acesso agrave vida adulta por meio do trabalho eou produccedilatildeo viabilizando o conceito de que elea (oa jovem) eacute um ser em preparaccedilatildeo onde o adulto eacute visto como o que viabilizaraacute esse processo ou seja o ldquoeducadorardquo que normatiza esse mecanismo favorecendo a estea ferramentas adequadas para seu desenvolvimento O olhar para oa jovem eacute feito unicamente pelo vieacutes do trabalho e estudo (ABRAMO 1994) fragmentando a realidade juvenil somente a essas duas necessidades retirando os acessos culturais e artiacutesticos ou melhor o lazer do contexto juvenil em se tratando do segundo vieacutes oa jovem eacute visto como etapa problemaacutetica ldquoo sujeito aparece a partir dos problemas que ameaccedilam a ordem social ou desde o deacuteficit nas manifestaccedilotildees de seu desenvolvimentordquo (ABRAMO 2005 p 20) haacute uma ecircnfase no ldquojovem problemardquo que transgride as normas preacute-estabelecidas Para Abramo (2005 p 21) ldquono Brasil este foi o enfoque que praticamente dominou as accedilotildees dos anos 80 aos 90 foi uma das principais matrizes por onde o tema da juventude principalmente a lsquoemergentersquo juventude dos setores popularesrdquo causando um estigma social na vida dosas jovens onde estesas sofreram brutalmente a perda de seus diretos sociais sendo visto de forma generalizante causando em muitos adultos uma aversatildeo a seus projetos e sonhos

Verifica-se na terceira categoria oa jovem como atoratriz estrateacutegico do desenvolvimento visando destacaacute-loa como mecanismo de enfrentamento ao sistema social mundial ou seja haacute um avanccedilo nesse entendimento de juventude como pontua Abramo

a noccedilatildeo de condiccedilatildeo juvenil remete em primeiro lugar a uma etapa do ciclo de vida de ligaccedilatildeo (transiccedilatildeo diz a noccedilatildeo claacutessica) entre a infacircncia tempo da primeira fase de desenvolvimento corporal (fiacutesica emocional intelectual) e da primeira socializaccedilatildeo de quase total dependecircncia e necessidade de produccedilatildeo para a idade adulta em tese a do aacutepice do desenvolvimento e de plena cidadania que diz respeito principalmente a se tornar capaz de exercer as dimensotildees de produccedilatildeo (sustentar a si proacuteprio e a outros)

Esta concepccedilatildeo avanccedila no reconhecimento dos jovens como atores dinacircmicos da sociedade e com potencialidades para responder aos desafios colocados pelas inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e transformaccedilotildees produtivas Traz assim a possibilidade de incorporar os jovens em situaccedilatildeo de exclusatildeo natildeo pela oacutetica do risco e da vulnerabilidade mas numa perspectiva includente (2005 p 21)

Abramo refere-se agrave primeira categoria sistematizada por Krauskopf afirmando que

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

haacute nessa perspectiva um diaacutelogo muito superficial no modo de perceber o contexto social que osas jovens satildeo protagonis-tas e como estes espaccedilosmodelos de fato favorecem que elesas sejam atoresatrizes com papeacuteis especiacuteficos de transforma-ccedilotildees Visando respaldar esses direitos haacute uma ecircnfase emanci-padora na quarta categoria destacada por Krauskopf que eacute a juventude cidadatilde como sujeita das poliacuteticas como afirma o termo osas jovens satildeo entendidos como canais iacutempares para a efetivaccedilatildeo de direitos sociais retirando o roacutetulo como etapa ldquotransitoacuteriardquo ou ldquoproblemardquo essa concepccedilatildeo olha oa jovem como sujeito autocircnomo que guarda em sua realidade cultural um arcabouccedilo de conhe-cimentos e realidades E eacute por meio dessa realidade que se verifica uma accedilatildeo poliacutetica juvenil na atualidade respaldado por iniciativas accedilotildees e espaccedilos que osas garantam como sujeitos de direitos Das megaloacutepoles agraves pequenas cidades osas jovens sa-iacuteram agraves ruas ldquogritando palavras de ordem de uma nova or-demrdquo Ordem esta que pode ser entendida pela necessidade da efetivaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude (PPJs) para si e inuacutemeras minorias sociais que tecircm seus direitos cerceados cotidianamente

As manifestaccedilotildees juvenis por direitos so-ciais mostram-se contraacuterias aos discursos acerca da passividade dosas jovens por meio dessa mobilizaccedilatildeo verificou-se que elesas querem ter seus direitos efetivados direitos estes destacados na Carta Magna estando cansadosas de verem seus pares sendo vitimadosas nas ruas das cidades e campos por falta de emprego educaccedilatildeo cultura lazer esporte ou seja cidadania Natildeo se pode acreditar que somente sair agraves ruas basta para romper a estrutura his-toacuterica de dominaccedilatildeo das maiorias sob osas minorizadosas Deve-se pensar em accedilotildees poliacuteticas que garantam os direitos juvenis frente a essas realidades destaca-se desde os anos 2000 uma reflexatildeo importante en-tre Governo e Movimentos Sociais acerca da garantia de direitos aosas jovens por meio das Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude

que resguardam as demandas de uma parcela significativa des-sa populaccedilatildeo sobretudo osas jovens em vulnerabilidade social e risco pessoal Neste processo em 2005 foi sancionada pelo Presidente a lei 11129 que criou a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) organismo do Governo Federal responsaacutevel por promover a integraccedilatildeo de todas as accedilotildees que tem como foco o puacuteblico juvenil tornando-se a principal referecircncia governamental no que diz respeito agrave juventude tanto na interlocuccedilatildeo com a so-ciedade civil (movimentos ONGs grupos juvenis etc) como no trabalho conjunto entre os Ministeacuterios e Secretarias visando agrave criaccedilatildeo de mais programas e accedilotildees Nesta conjuntura osas jovens vecircm ocupando este es-paccedilo de forma efetiva desconstruindo o olhar da juventude meramente como fase transitoacuteria Satildeo jovens que produzem constroem vivem relacionam-se onde se encontram questotildees sociais especiacuteficas e por isso necessitadosas de poliacuteticas puacutebli-cas que garantam essas demandas Frente agrave mudanccedila do entendimento das categorias juvenis e de toda a garantia de direitos que estesas vecircm adquirindo eacute necessaacuterio efetivar uma accedilatildeo educativa que colaborem de fato a serem autocircnomosas e problematizadoresas de suas realida-des sociais transformando-as

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Coleacutegio Cristo Rei

IR MaacuteRCIO DINIZ FeRReIRA SCIntegrante da equipe teacutecnica da Juventude Cristo Rei

Referecircncias bibliograacuteficas

ABRAMO helena Wendel Cenas Juvenis - punks e Darks no espetaacuteculo urbano Satildeo Paulo Scritta 1994

ABRAMO helena Wendel e BRANCO Pedro Paulo Martoni (orgs) Retratos da Juventude Brasileira Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo Instituto da Cidadania 2005

_______ O uso das noccedilotildees de adolescecircncia e juventude no contexto brasileiro In FReItAS de Maria Virgiacutenia (orgs) Juventude e Adolescecircncia no Brasil referenciais conceituais Satildeo Paulo Accedilatildeo educativa 2005

BOFF leonardo Criacuteticos criativos e cuidantes 2005 Disponiacutevel em httpwwwleonardoboffcomsitevista2004abril23htm Acesso em 06 abril 2014

BOURDIeU P Questotildees de sociologia Rio de Janeiro Marco Zero 1983

CAStRO Mary Garcia ABRAMOVAY Miriam Quebrando mitos juventude participaccedilatildeo e poliacuteticas Perfil percepccedilotildees e recomendaccedilotildees dos participantes da 1ordm Conferencia Nacional de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude resumo executivo Brasiacutelia RItlA 2009

KRAUSKOPF Poliacuteticas de juventude em centroamerica Primeira Deacutecada 2003 pags 8 -25

NOVAeS Regina Reys Poliacutetica de Juventude no Brasil continuidades e rupturas In FAacuteVERO Osmar Juventude e Contemporaneidade Brasiacutelia RItlA 2009

SPOSItO Mariacutelia Ponte amp CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Juventude e Poliacuteticas puacuteblicas Revista Brasileira de Educaccedilatildeo n 2 setdez 2003

opiniatildeo

embasadosas por accedilotildees cidadatildes almeja-se que osas jo-vens sejam sujeitos de direitos emancipadosas e emancipa-doresas Que por meio da identificaccedilatildeo do loacutecus social que osas cercam osas jovens possam ser ainda mais criacuteticos criati-vos e cuidantes

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

zada a normativa a gramaacutetica a partir de uma perspectiva de estudo ndash ldquodescritivardquo ldquogerativardquo ldquofuncionalrdquo e ldquotextualrdquo como disciplina escolar e como um livro Antunes (2007 p25-34) explica esses conceitos de forma clara A ldquogramaacutetica internalizadardquo eacute aquela que corresponde ao saber intuitivo do falante envolve todos os usos da liacutengua isto eacute em diversos niacuteveis - do informal para o formal - e em todas situaccedilotildees soacutecio-comunicativas como o proacuteprio autor declara ldquonada na liacutengua em nenhuma liacutengua escapa a essa gramaacuteti-cardquo (2007 p 26) A partir dos trecircs anos de idade crianccedilas satildeo capazes de se comunicar por estruturas linguiacutesticas comple-xas por exemplo ao optar pela variaccedilatildeo ldquominhas colegasrdquo ou ldquomeus colegosrdquo uma crianccedila demonstra ter conhecimento da variaccedilatildeo de gecircnero Natildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma culta a do bem falar segue uma gramaacutetica

O assunto eacute polecircmico e tem sido ques-tionado entre linguistas e vaacuterios es-tudiosos da aacuterea de letras Por que

se ensina a gramaacutetica na escola A bibliogra-fia eacute extensa e em grande parte dela o enfo-que no trabalho com a gramaacutetica normativa eacute visto como o principal causador do insu-cesso dos alunos dos Ensinos Fundamental e Meacutedio quando se trata da competecircncia co-municativa ou seja os educandos muitas vezes natildeo se expressam de forma satisfa-toacuteria atraveacutes da escrita e da oralidade por consequecircncia se desinteressam da leitura e das aulas de Liacutengua Portuguesa O que fazer entatildeo Abolir as noccedilotildees de gramaacutetica das aulas de liacutengua materna Inicialmente eacute importante ressaltar a diferenccedila baacutesica entre ldquoliacutenguardquo e ldquogramaacuteti-cardquo jaacute que muitas vezes ambos os concei-tos satildeo confundidos De acordo com Ernani terra (2008 p 22) a liacutengua eacute um aspecto da linguagem que utiliza a palavra (o ver-bo) para a comunicaccedilatildeo eacute um sistema de natureza gramatical pertencente aos indiviacuteduos formado por um sistema de sinais e regras - a gramaacutetica em um sentido mais amplo Ele ainda afirma que eacute uma instituiccedilatildeo social abstrata ou seja que eacute ex-terior aos indiviacuteduos e que se concretiza atraveacutes da fala um ato particular do ser humano Contudo a gramaacutetica para Irandeacute Antunes (2007 p41) limita-se a uma parte da liacutengua e tem a funccedilatildeo regularizadora ou seja de impor limites poreacutem natildeo consegue regular tudo toda pessoa escolarizada quando questionada ldquosobre o que eacute gramaacuteticardquo dispotildee de um conceito baacutesico trata-se das regras de uma liacutengua tal definiccedilatildeo natildeo eacute errada poreacutem pre-cisa ser ampliada A gramaacutetica regula a liacutengua no entanto haacute outros tipos de gramaacuteticas que devem ser compreendidos para que o leitor possa entender melhor a problemaacutetica a internali-

Por que ensinar gramaacutetica na escolaEacute possiacutevel fazer ciecircncia nas aulas de Liacutengua Portuguesa

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pois todas as variantes comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intui-tiva atraveacutes do uso das atividades sociais do conviacutevio com a famiacutelia A escola viraacute posteriormente para ampliar esse conhe-cimento portanto ele natildeo deve ser menosprezado A segunda concepccedilatildeo vecirc a gramaacutetica como um conjunto de normas que regulam o uso da liacutengua ela natildeo considera toda a realidade comunicativa apenas aquela considerada aceitaacute-vel atraveacutes da oacutetica da liacutengua prestigiada socialmente Aqui o importante eacute o domiacutenio das regras do que eacute certo e do que eacute errado do que deve e natildeo ser dito Tais prescriccedilotildees natildeo satildeo feitas por razotildees puramente linguiacutesticas mas por motivos his-toacutericos sociais e econocircmicos Logo eacute importante questionar-se do porquecirc das variantes das classes sociais menos favorecidas natildeo serem consideradas padratildeo na liacutengua Predomina-se o es-tudo da liacutengua na forma escrita natildeo na falada A gramaacutetica como uma perspectiva de estudo indica uma maneira de estudo eou um meacutetodo de investigaccedilatildeo sobre a liacutengua Surgiram assim durante os estudos sobre a linguagem diversas perspectivas sobre a mesma (terra 2008 p79-80)

a) A Gramaacutetica descritiva natildeo prescreve regras do que eacute certo ou errado e sim verifica as uniformidades e diferenccedilas presentes na liacutengua em decorrecircncia de seu uso

b) A Gramaacutetica gerativa criada pelo linguista norte-americano Chomsky na deacutecada de 1950 procura explicar os fatos linguiacutesticos como satildeo produzidos com o objetivo de se estabelecer um modelo geral baseado em princiacutepios universais dos quais derivam as gramaacuteticas de cada liacutengua em particular

c) A Gramaacutetica funcional trabalha com a interpretaccedilatildeo satisfatoacuteria dos signos linguiacutesticos que natildeo satildeo analisados apenas como codificaccedilatildeo e descodificaccedilatildeo

d) A gramaacutetica textual tem como objeto de estudo o texto com o fim de explicitar regras para que o falante produza bons textos

artigo

A concepccedilatildeo de gramaacutetica como disciplina escolar reduz todos esses conceitos traz para a sala de aula uma visatildeo em que a gramaacutetica normativa corresponde agrave liacutengua A partir daiacute tem-se um problema pois todas as variantes satildeo excluiacutedas e separa-se a produccedilatildeo textual a leitura e a gramaacutetica como se as trecircs ldquofrentesrdquo da disciplina de liacutengua portuguesa fossem independentes mas natildeo satildeo Mostra-se para o aluno o certo e o errado natildeo haacute espaccedilo para as diversas situaccedilotildees interativas de comunicaccedilatildeo A uacuteltima concepccedilatildeo de gramaacutetica a de um livro que pode ser mais prescritiva eou descritiva Focaliza-se nas estruturas da liacutengua e as hipoacuteteses do que eacute considerado padratildeo e corre-to ela tem a funccedilatildeo de prescrever uma forma uacutenica e correta de comunicaccedilatildeo Um livro de gramaacutetica tambeacutem pode ser des-critivo exibindo as estruturas da liacutengua de forma descontex-tualizada sem o enfoque nas situaccedilotildees reais de comunicaccedilatildeo Desse modo eacute privilegiada a modalidade escrita principalmen-te as expressotildees da literatura e da imprensa Qual a relaccedilatildeo desses conceitos agrave rotina escolar Como jaacute foi mencionado neste artigo a partir do momento em que a es-cola e ou professor consideram a gramaacutetica normativa como a uacutenica variante possiacutevel excluem-se todas as possibilidades de leitura e anaacutelise da liacutengua com isso o intuito da ampliaccedilatildeo do conhecimento linguiacutestico do aluno Natildeo se pode esquecer que ele tem uma gramaacutetica internalizada desenvolvida ao longo dos anos e que a gramaacutetica que ele aprenderaacute ou pelo menos

ldquoNatildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma

culta a do bem falar segue uma gramaacutetica pois todas as variantes

comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida

naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intuitiva atraveacutes

do usordquo

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artigo

ldquoCabe ao professor independente do material com que trabalhe ndash livro

apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave

liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situaccedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute

utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais

regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito

mais proacutexima da realidade do alunordquo

conheceraacute no ambiente escolar representa a estrutura de uma das variantes da liacutengua Para Antunes (2007 p 41) a comunicaccedilatildeo eficaz natildeo estaacute relacionada ao domiacutenio das regras de uma liacutengua agraves diferenccedilas das classes gramaticais e suas combinaccedilotildees pos-siacuteveis Haacute outras habilidades que devem ser desenvolvidas ldquotudo isso eacute necessaacuterio mas natildeo suficienterdquo (Ibid p 41) O autor ainda completa salientando que em muitos dos casos quando se ensina gramaacutetica nas aulas de Liacutengua Portuguesa esta natildeo parece ter em nada a ver com a lin-guagem do dia a dia com a liacutengua que nos pertence ou seja eacute muito distante da liacutengua utilizada pelos jovens tanto na fala como nas redes sociais O que se deve fazer entatildeo A gramaacutetica deve ser ex-tinguida da escola e as aulas de Liacutengua Portuguesa devem abordar apenas a leitura e a escrita Provavelmente natildeo O grande problema estaacute no enfoque e na importacircncia que ela recebe Muitos professores de Liacutengua Portuguesa jaacute notaram quantos dos seus alunos satildeo bons leitores produzem boas re-daccedilotildees mas tecircm peacutessimo desempenho nas avaliaccedilotildees de gra-maacutetica ou o oposto satildeo excelentes em provas que envolvem a norma e peacutessimos em questotildees interpretativas Obviamente haacute aqueles alunos que possuem mais facilidade com a lingua-gem e apresentam desempenho satisfatoacuterio em gramaacutetica lei-tura e escrita E o que isso quer dizer Que da forma como os alunos estudam a gramaacutetica estrutural e desconexa em pouco ou quase nada ela ajuda os alunos no desenvolvimento da competecircncia linguiacutestica Cabe ao professor independente do material com que tra-balhe ndash livro apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situ-accedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito mais proacutexima da realidade do aluno escrever ldquoOw vc ta airdquo natildeo eacute considerado correto em uma situaccedilatildeo formal muito menos na escola mas mostrar aos alunos que na internet isso eacute possiacutevel todavia em um processo seletivo para uma vaga no mercado de trabalho ou em uma redaccedilatildeo para vestibular e concurso puacuteblico seria causa de desclassificaccedilatildeo Outro motivo que justifica o desinteresse das crianccedilas e adolescentes agraves aulas de liacutengua Portuguesa e agraves demais dis-ciplinas refere-se agrave realidade que os cercam satildeo vaacuterios jogos

aplicativos redes sociais viacutedeo games e isso faz com que eles tenham acesso a todo e qualquer tipo de entretenimento e informaccedilatildeo instantaneamente e eacute claro que fica muito difiacutecil competir com o mundo digital quando se tem um capiacutetulo de conjugaccedilatildeo verbal para se trabalhar em sala por exemplo Assim como os outros estudiosos Luiz Carlos Travaglia (2003) afirma que o ensino de liacutengua materna pode alcan-

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artigo

Referecircncias bibliograacuteficas

Travaglia Luiz Carlos Gramaacutetica ensino plural Cortez Editora 2003

Antunes Irandeacute Muito Aleacutem da Gramaacutetica Satildeo Paulo Paraacutebola 2007

Terra Ernani Linguagem liacutengua e fala Ernani Terra Satildeo Paulo Scipione 2008 (Coleccedilatildeo Percursos)

ReNAtO GUIMARAtildeeS Al lAGeProfessor de Gramaacutetica do 8ordm ano

do Coleacutegio Cristo Rei Graduado em Letras pela Universidade Estadual de

londrina (Uel)

ccedilar dois objetivos ensinar a liacutengua atraveacutes da formaccedilatildeo de usuaacuterios competentes da liacutengua e que tenham competecircncia comunicativa O que isso significa Que cada pessoa saiba usar a liacutengua de acordo com a situaccedilatildeo de interaccedilatildeo comunicativa a fim de obter os efeitos desejados O outro objetivo relaciona-se ao ensino sobre a liacutengua ou seja a sistematizaccedilatildeo da mesma em que os alunos tecircm conhecimento da liacutengua e podem ser analistas dela e eacute aiacute que entra a gramaacutetica

Para travaglia (2003) trabalhar gramaacutetica com os alunos pode 1 Oferecer informaccedilatildeo cultural conhecimentos teoacutericos so-

bre a liacutengua como as classes de palavras e as funccedilotildees sintaacuteticas natildeo tecircm aplicaccedilatildeo imediata para a maioria das profissotildees poreacutem a nossa sociedade valoriza certa dose de conhecimentos teoacuterico-cientiacuteficos que nem sempre satildeo aplicaacuteveis visto as aacutereas de fiacutesica quiacutemica biologia artes histoacuteria

2 Instrumentalizar com recursos para situaccedilotildees praacuteticas como o conhecimento do alfabeto que eacute indispensaacutevel para se fazer uma listagem ou procurar palavras em um dicionaacuterio o conhecimento das flexotildees verbais ldquodanccedilo danccedilava danccedilareirdquo e suas variaccedilotildees semacircnticas quanto ao tempo a possibilidade de utilizar o conhecimento sobre a liacutengua para ensinar a proacutepria liacutengua quando um professor cita ldquoeste verbordquo ldquo a viacutergulardquo ldquoo sujeitordquo ou seja a temida nomenclatura

3 Desenvolver o raciociacutenio a capacidade de pensar ensinar a fazer ciecircncia como a matemaacutetica e a biologia por exem-plo quando se estuda a liacutengua e os fenocircmenos gramati-cais estaacute se fazendo ciecircncia Com o ensino da gramaacutetica eacute possiacutevel fazer com que o aluno perceba as irregularidades da liacutengua e das proacuteprias regras prescritas pela norma Eacute desenvolvida entatildeo a capacidade de observar formular hipoacuteteses buscar comprovaccedilatildeo ou falsificaccedilatildeo A aula de gramaacutetica pode propiciar ao educando um momento de estudo e de pesquisa dando-lhe um caraacuteter de indepen-decircncia intelectual Eacute possiacutevel desenvolver a percepccedilatildeo de que a verdade sobre os mundos natural ou social natildeo estatildeo prontas nos livros e cabe portanto a ele (o aluno) como ser participante do processo de aprendizagem criar hipoacute-teses criacuteticas e aceitar ou refutar as novas descobertas

As aulas de Liacutengua Portuguesa tecircm todos os ingredientes possiacuteveis para tornarem-se mais atrativas aos jovens ndash eacute a liacutengua materna deles todo e qualquer tipo de texto pode ser trabalhado em sala de aula por exemplo Eacute fundamental que o docente tenha consigo os conceitos de liacutengua e gramaacuteti-ca muito bem elaborados e principalmente que o professor amplie a visatildeo de mundo do aluno Tornaacute-lo participativo no processo de aprendizagem como o protagonista das accedilotildees comunicativas pode ser uma alternativa especialmente quan-do ele estaacute envolvido com o fazer ciecircncia

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resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

galeriadeartes

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

galeriadeartes

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galeria de artes

Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

galeria de artes

lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

redaccedilotildeesde alunos

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

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Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

redaccedilotildees de alunos

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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Page 3: 8ª edição - cristorei.com.br

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Conforme afirma Joseacute Manuel Moran ldquotodos somos educadoresrdquo Somos educadores quando contribuiacutemos para motivar as pessoas que estatildeo perto de noacutes quando transmitimos esperanccedila quando

ensinamos valores humanizadores principalmente pelas nossas accedilotildees

Reiterando as palavras do especialista em formas inovadoras de educa-ccedilatildeo o papel de educar vai aleacutem do trabalho desempenhado em sala de aula eacute mais do que uma funccedilatildeo O ato de educar deve ser visto como uma missatildeo Pode ser realizado a qualquer hora em qualquer lugar

Poreacutem mesmo sendo algo tatildeo democraacutetico e inerente a todos noacutes para educar eacute preciso ter coerecircncia referecircncia entre uma seacuterie de outros fa-tores que tornam algo simples em uma atitude sublime que pode trans-formar vidas

Por isso quem se interessa por educaccedilatildeo estaacute constantemente se atuali-zando pesquisando buscando meacutetodos de se aprimorar Eacute neste sentido que a Revista Eletrocircnica Inovar apresenta sua 8ordf ediccedilatildeo O objetivo des-ta publicaccedilatildeo eacute compartilhar os estudos experiecircncias e reflexotildees entre nossa comunidade educativa

Dessa forma pretendemos contribuir para que natildeo apenas sejamos educadores mas que sejamos bons educadores e possamos citando novamente Joseacute Manuel Moran nos construir como pessoas melhores mais equilibradas mais competentes profissionalmente emocionalmen-te socialmente

PROF DR EacuteDIO JOAtildeO MARIANI Diretor Geral do Coleacutegio Cristo Reieditorial

Educar eacute missatildeo de todos

EXPEDIENTE

Produccedilatildeo Depto de Marketing do Cristo Rei Responsaacutevel Alexandre de Oliveira Andrade Jornalista Nataacutelia Santos (Mtb 51793) Design graacutefico e editoraccedilatildeo Maacutercio R Martins Imagens Joseacute Antocircnio (Zem) Revisatildeo Prof Ernaldo Francisco dos Santos Colaboraccedilatildeo Equipe pedagoacutegica do Cristo Rei Fale conosco marketingcristoreicombr

Diretor Geral Eacutedio Joatildeo Mariani Diretores administrativos Ir Joseacute Roberto de Carvalho e Ir Elton Lopes RESPONSAacuteVEIS DE SETOR

Pedagoacutegico Heloiacutesa Caprioli M Silva Sabrina Sacoman Campos Alves Regina Cristiane N Campos Peres Verediana de Rossi F da Cunha Lourival F da Cunha Mariana Spadoto de Barros Eliane de Rossi Marconato Luiz Ceacutelio de Oliveira Selma Leila B Martins e Gilson Joseacute Amancio

Secretaria Ivo F Dutra Tesouraria Elizabeth Cristina Mazzo Biblioteca Andreacuteia Juliani Juventude Cristo Rei Ir Maacutercio Diniz Graacutefica Ronaldo Antonio Pallota Serviccedilos Gerais Edivaldo Lacerda Rocha Tecnologia Rogeacuterio Henrique da Silva

COLEacuteGIO CRISTO REI Av Cristo Rei 270 - Bairro Banzato - MariacuteliaSP - Cep 17515-200 Fone (14) 3402-2399

wwwcristoreicombr colegiocristoreicombr

ldquopara educar eacute preciso ter coerecircncia referecircncia entre uma seacuterie de outros fatores que tornam algo simples em

uma atitude sublime que pode transformar vidasrdquo

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O aluno vai pra escola com muitos conhecimentos preacutevios e partindo do que o aluno jaacute sabe a escola introduz os con-teuacutedos de forma significativa Desta forma a aprendizagem se daraacute de forma contextualizada Hoje eacute possiacutevel perceber claramente que longas aulas teoacutericas satildeo para os alunos um fardo pois a concentraccedilatildeo deles dura pouco tempo Entatildeo eacute necessaacuterio deixar que colo-

Professora como fazemos pra ver a energia Ela estaacute em qual estado fiacutesico Foi isso

que um aluno de terceiro ano quis saber alguns dias apoacutes estudar os estados fiacutesicos da aacutegua O que fa-zer com tais perguntas Com cer-teza as perguntas devem ser res-pondidas com outras perguntas que levem o aluno a pensar mais sobre o que perguntou e que o faccedila querer investigar pesquisar sobre suas duacutevidas e curiosidades Professores natildeo satildeo detentores de todo o saber mas tecircm um poder nas matildeos o poder de instigar seu aluno ldquoa pensar sobrerdquo e ensinaacute-lo a ser um pesquisador O professor pode natildeo saber todas as respostas e mesmo que saiba natildeo deve res-ponder todas as perguntas e sim le-var o aluno a buscar a resposta ou soluccedilatildeo procurada porque a parte mais interessante do processo de pesquisa e aprendizagem muitas vezes eacute o caminho percorrido A escola natildeo eacute um lugar que prepara o aluno apenas para o ano seguinte A escola eacute um espaccedilo de desenvolvimento e aprendizado de competecircncias e habilidades para a vida como um todo Desenvolver uma competecircncia vai aleacutem do aluno executar o que lhe foi proposto ela desenvolve a capacidade inventiva e o aluno natildeo eacute considerado um mero receptor de conhecimentos

Como ensinar as crianccedilasde hojeSituaccedilotildees cotidianas que desafiam professores e pais na atualidade

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quem ldquoa matildeo na massardquo realizando atividades experiecircncias desafios e compreendendo o sentido do que estaacute sendo ensina-do e aprendido Se a aula daacute prazer o aluno estaraacute em alerta e envolvido O professor eacute responsaacutevel por significar a aula para que o aluno perceba que o conteuacutedo estudado eacute relevante Um moacutedulo novo na apostila por exemplo pode ser in-troduzido partindo da proposta de que tentem realizar as ati-vidades antes mesmo de que se tenha realizado a leitura a explicaccedilatildeo ou a troca de ideias sobre o assunto Desta forma seraacute possiacutevel diagnosticar o que os alunos jaacute conhecem sobre o conteuacutedo e partir do que jaacute sabem para um novo aprendizado A realizaccedilatildeo de jogos de raciociacutenio produccedilotildees com roteiros textos de autoria trabalho em equipe e orientaccedilotildees que incen-tivem o aluno a observar interpretar e questionar proporcio-nam aulas mais interessantes e significativas

O perfil dos alunos de hoje eacute bem diferente daqueles alu-nos passivos de outras eacutepocas Atualmente da mesma forma que as aulas devem ser mais praacuteticas e significativas tambeacutem eacute necessaacuterio que exista toda uma organizaccedilatildeo um planeja-mento e disciplina para que o objetivo da aula seja realmente alcanccedilado o aprendizado A escola tambeacutem precisa oferecer limites regras e espaccedilo para o desenvolvimento das capacida-des de conhecer ser fazer e conviver Cabe ao professor saber aproveitar o potencial de cada aluno e instrumentalizar a crian-ccedila para a vida A disciplina deve ser compreendida como um fator que organiza a vida e pode ser desenvolvida e aprendida no espaccedilo

ldquoO perfil dos alunos de hoje eacute bem diferente daqueles alunos passivos de outras eacutepocas Atualmente da mesma forma que as aulas devem ser mais praacuteticas e significativas tambeacutem eacute necessaacuterio que exista

toda uma organizaccedilatildeo um planejamento e disciplina para que o objetivo da aula seja realmente

alcanccedilado o aprendizadoldquo

escolar e no familiar

PARtICIPAccedilAtildeO DA FAMiacutelIA Outra questatildeo relevante para o bom desempenho da crianccedila na escola eacute a famiacutelia A famiacutelia tem um papel muito importante pois a crianccedila de hoje eacute o centro da famiacutelia Ela daacute opiniotildees participa de escolhas e decisotildees na maioria das famiacute-lias A famiacutelia deve estar atenta ao que estaacute oferecendo para seu filho Os pais influenciam os filhos o tempo todo ao expressar opiniotildees crenccedilas preconceitos valores a forma como enxer-gam a escola e o proacuteprio trabalho Eacute fundamental que famiacutelia e escola caminhem juntas falem a mesma linguagem Participar da vida escolar dos filhos acompanhando suas tarefas o que eles dizem sobre a escola as aulas a convivecircncia com os cole-gas e os conteuacutedos que estatildeo sendo estudados satildeo formas de estar presente e tambeacutem colaborar com o desempenho escolar do filho Participar das reuniotildees questionar e estar aberto para ouvir as orientaccedilotildees da escola a respeito do aluno tambeacutem fa-zem parte deste processo

A IMPORtacircNCIA DA FORMAccedilAtildeO De haacuteBItOS DE ESTUDOS Para a formaccedilatildeo de bons haacutebitos de estudos eacute primordial que a famiacutelia participe Quando bem acompanhados os filhos teratildeo maiores condiccedilotildees de amadurecer aprender e aplicar seus conhecimentos nos desafios da vida Alguns pais comentam que seus filhos ldquonatildeo obedecemrdquo natildeo saem da frente da TV ou de algum jogo eletrocircnico e natildeo se dedicam aos estudos como por exemplo fazer a proacutepria tarefa escolar Os pais como ldquoautoridaderdquo na famiacutelia sem autoritarismo podem e devem ensinar a noccedilatildeo de tempo aos filhos como os limites de tempo para brincar estudar dormir acordar etc Muitas vezes eacute necessaacuterio dar informaccedilotildees firmes e claras agrave crianccedila ldquoVou desligar a tV para vocecirc e depois que terminar sua tarefa com capricho poderaacute voltar a assistirrdquo Com instruccedilotildees e exemplos de como aproveitar bem seu tempo a disciplina seraacute desenvolvida e o aluno vai aprender melhor Outro fator importante eacute o lugar em que se estuda A crianccedila precisa de um lugar organizado limpo e de preferecircncia sempre o mesmo lugar para fazer tarefas e estudar Isso faz

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com que o ceacuterebro aprenda melhor e sem estresse Os pais tambeacutem natildeo precisam dominar todos os conteuacutedos escolares para ajudar os filhos em suas tarefas Quando o filho tem duacutevida e os pais natildeo sabem determinado conteuacutedo podem ajudar fazendo questionamentos sobre como foi a aula mostrando interesse em saber o que ele estaacute aprendendo e ateacute mesmo orientaacute-lo em questionar o professor para pedir explicaccedilotildees eou buscar informaccedilotildees no proacuteprio material

Quando os filhos percebem que a famiacutelia e a escola se importam com eles e caminham juntas o aprendizado se daraacute com prazer e seraacute muito mais significativo para a vida

coluna

PRISCILA MUFF MACHADO CAMARGOProfessora do 3ordm ano do ensino

Fundamental do Coleacutegio Cristo ReiGraduada em Pedagogia pela Universidade estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo

Poacutes graduada em Psicopedagogia Cliacutenica pela Faculdade PaulistaFundepe Mariacutelia - SP

Referecircncias bibliograacuteficas

FRAIMAN LEO Como ensinar bem a crianccedila e adolescentes de hoje teoria e praacutetica Satildeo Paulo editora esfera 2013

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SIlVA ANA BeAtRIZ B Mentes Inquietas TDHA Desatenccedilatildeo hiperatividade e impulsividade Rio de janeiro Objetiva 2009

ZABAlA ANtONI Como aprender e ensinar competecircncias Porto alegre Artmed 2010

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Coleacutegio Cristo Rei

experiecircnciaAulas de apoio pedagoacutegico

Ao pensarmos nas dificuldades de aprendizagem eacute preci-so reconhecer em primeira instacircncia que na complexi-dade da escola os processos envolvidos satildeo marcados

por trajetoacuterias diferenciadas avaliadas como satisfatoacuterias ou insatisfatoacuterias Nessa complexidade interatu-am diferentes expectativas em relaccedilatildeo ao do-miacutenio dos conteuacutedos escolares e apreensatildeo do conhecimento Na perspectiva teoacuterica de Jean Piaget as dificuldades de aprendizagem natildeo satildeo ex-plicadas pelo prisma do que falta agrave crianccedila seus limites e impossibilidades mas por suas accedilotildees e significaccedilotildees sua riqueza de constru-ccedilotildees e suas superaccedilotildees Partindo desse pres-suposto as dificuldades de aprendizagem natildeo podem ser analisadas como pertencen-tes ao aluno e a sua famiacutelia somente Sendo assim a instituiccedilatildeo escolar deve refletir planejar organizar e aplicar caminhos alternativos que contribuam para que os es-tudantes independente da singularidade de seus pensamentos e das distintas trajetoacuterias de aquisiccedilatildeo do conhecimento tenham con-diccedilotildees de serem sujeitos da sua aprendiza-gem Neste sentido estatildeo contextualizadas as aulas de apoio pedagoacutegico que tecircm a pers-pectiva de ampliaccedilatildeo da aprendizagem esco-lar No Coleacutegio Cristo Rei trata-se de um dife-rencial oferecido aos alunos do 2ordm ao 5ordm ano do Ensino Fundamental Elas satildeo realizadas no horaacuterio contraacuterio de aula do aluno duas vezes na semana com duraccedilatildeo de 2 horasaula por semana O apoio pedagoacutegico se daacute essencialmente em Liacutengua Por-tuguesa e Matemaacutetica disciplinas consideradas baacutesicas para aprendizado de qualquer outro tema visto que se o aluno natildeo

Novos caminhos para melhorar niacuteveis de aprendizagem e favorecer a autoestima dos educandos

aprender bem estas disciplinas natildeo teraacute condiccedilotildees de aprender os outros conteuacutedos Entre os objetivos das aulas de apoio estatildeo a ampliaccedilatildeo das possibilidades de aprendizagem dos alunos e a disponibi-

lizaccedilatildeo de oportunidades para reforccedilar aprofundar ou suprir carecircncias dos conteuacutedos trabalhados na sala de aula Transformamos as aulas de apoio pedagoacutegico em momen-tos estimulantes que exigem estrateacutegias para resoluccedilatildeo das diversas situaccedilotildees-problema Entre os recursos utilizados lan-

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Coleacutegio Cristo Rei

experiecircncia

ccedilamos matildeo do aspecto luacutedico especialmente atraveacutes da utili-zaccedilatildeo dos jogos Eles cumprem o papel de trazer descontraccedilatildeo ao conteuacutedo trabalhado e relacionaacute-lo de forma mais palpaacutevel a situaccedilotildees cotidianas Algumas exemplos satildeobull Jogos da memoacuteria divisatildeo e tabuadabull Jogos de alfabetizaccedilatildeobull Jogos de letras moacuteveisbull Reacutegua numeacuterica bull Sudocobull Livros de histoacuterias

Eacute relevante destacar que as aulas de apoio satildeo um tra-balho conjunto entre o professor da sala de aula e professor da sala de apoio pedagoacutegico Esse trabalho tem como pontos essenciais as accedilotildees descritas a seguirbull Seleccedilatildeo de alunos com dificuldades de aprendizagem nas

suas turmas de origem pelo professor de salabull Seleccedilatildeo de conteuacutedos a partir das dificuldades dos alunos

nas suas turmas de origembull Planejamentos integrados feitos pelos professores de sala

e da sala apoio pedagoacutegicobull Avaliaccedilotildees perioacutedicas e registros dos avanccedilos eou dificul-

dades

Aleacutem da parceria entre os educadores o envolvimento dos pais e responsaacuteveis eacute fundamental e de suma importacircncia para o bom andamento do trabalho Os resultados conquistados com essas praacuteticas satildeo inuacute-meros poreacutem o principal indicador da eficiecircncia das aulas de apoio pedagoacutegico eacute a melhoria dos niacuteveis de aprendizagem dos educandos Aleacutem disso satildeo niacutetidos os avanccedilos na autoestima desempenho nas atividades de resoluccedilatildeo de problemas de-senvolvimento do raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico interpretaccedilatildeo atenccedilatildeo etc

CARLA LARAyAEducadora do Ensino Fundamental I e

professora das aulas de apoiopedagoacutegico do Coleacutegio Cristo Rei

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

A psicologia pode ser compreendida como a ciecircncia que investiga os processos e estados conscientes assim como as suas origens e efeitos Tem como atribuiccedilatildeo

o comprometimento social e o estudo dos fenocircmenos danosos aos seres humanos Busca trabalhar na promoccedilatildeo da liberdade da dignidade e da integridade do ser humano Promovendo a sauacutede e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades contribuindo para a eliminaccedilatildeo de quaisquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircn-cia crueldade e opressatildeo A Psicologia passou a usar suas teacutecnicas para estudar e compreender os fenocircmenos educacio-nais e assim constitui-se a Psicologia Educacional e esta vem a ser a aacuterea da psicologia que abor-da todas as problemaacuteticas referentes agrave educaccedilatildeo e aos processos de ensino e aprendizagem nas crianccedilas e adultos Entendendo por educaccedilatildeo o ato de educar instruir processo contiacutenuo que permite ao indiviacuteduo o desenvolvimento de suas faculdades fiacutesicas intelectuais e morais Contribuindo para a sua integraccedilatildeo na sociedade Ao psicoacutelogo educacional cabe analisar a eficaacutecia das estrateacutegias educacionais desenvol-ver projetos educativos bem como desenvolver as capacidades das crianccedilas com dificuldades de aprendizagem em instituiccedilotildees educativas Estuda tambeacutem o funcionamento da proacutepria instituiccedilatildeo enquanto organizaccedilatildeo Nesse sentido o psicoacutelogo educacional preci-sa integrar em sua praacutetica outras aacutereas da proacutepria

A contribuiccedilatildeo da Psicologia para os processos de formaccedilatildeo desenvolvi-mento e convivecircncia no ambiente escolar

Psicoacutelogos a serviccedilo da Educaccedilatildeo trazem benefiacutecios para alunos e famiacutelias

ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana

seja apenas outra alma humanardquo(Carl Gustav Jung)

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

fissionais atuantes na educaccedilatildeo e sua praacuteticas e levantou pro-postas que posteriormente foram efetivadas atraveacutes da Nota Teacutecnica estabelecida pelo Conselho Regional de Psicologia de Satildeo Paulo no ano de 2010

Esse documento tem como finalidade orientar sobre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo no con-texto escolar e educacional com o objetivo de esclarecer os psicoacute-logos que atuam em instituiccedilotildees escolares e educacionais enfati-zando as contribuiccedilotildees da Psico-logia respaldada no compromis-so social direitos humanos e no respeito agrave diversidade enquanto fundamento para efetivaccedilatildeo de uma educaccedilatildeo para todos e to-das O documento do CRPSP tem como objetivo romper com a praacutetica de uma psicologia que patologiza medicaliza e produz

diagnoacutesticos classificatoacuterios Portanto visa defender praacuteticas que consideram a realidade escolar brasileira em sua diversi-dade cultural e as dimensotildees psicossociais de suas comunida-des Incentivar a atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em projetos coletivos de forma interdisciplinar fortalecendo pessoas e grupos contri-buindo para a elaboraccedilatildeo implementaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do pro-jeto poliacutetico pedagoacutegico da escola e ampliar a reflexatildeo acerca da necessidade de construir com a equipe escolar estrateacutegias de ensino e aprendizagem que considerem os desafios da con-temporaneidade Assim o mesmo documento orienta que o psicoacutelogo em sua praacutetica nos contextos escolares e educacionais considere a realidade da escola brasileira articulando com outros setores e movimentos compreenda os fatores que produzem e causam sofrimento em educandos e educadores analise o campo de relaccedilatildeo soacutecio-poliacutetico-pedagoacutegico para melhoria do processo educacional comprometa-se com as funccedilotildees sociais da escola de acesso aos bens culturais e a promoccedilatildeo da autonomia dos indiviacuteduos elabore metodologias de trabalhos multidisciplina-res valorizando e potencializando a produccedilatildeo de saberes dos diferentes espaccedilos educacionais atue na direccedilatildeo da ampliaccedilatildeo

psicologia psicologia do desenvolvimento psicologia social e psicologia organizacional intervindo em questotildees de natureza mental e emocional sempre em uma perspectiva educacional Para se efetivar a importacircncia desta aacuterea na Educaccedilatildeo eacute imprescindiacutevel que o psicoacutelogo escolareducacional procure am-pliar as informaccedilotildees disponiacuteveis a respeito do impacto deste traba-lho dentro das escolas Lembran-do que conscientizaccedilatildeo e vonta-de poliacutetica precisam andar juntas para que as mudanccedilas propostas sejam concretizadas Cassins et al (2007) desta-cam a importacircncia do Psicoacutelogo Educacional atuando na Educa-ccedilatildeo partindo os seus estudos de legislaccedilotildees como a Constituiccedilatildeo Federal a LDB e o ECA e conclui que a Psicologia tem uma gran-de contribuiccedilatildeo a dar uma vez que tais legislaccedilotildees ao definirem a abrangecircncia da educaccedilatildeo falam de processos de formaccedilatildeo desenvolvimento e convivecircncia humana Dissertam sobre o di-reito ao pleno desenvolvimento agrave cidadania qualificaccedilatildeo para o trabalho e a importacircncia da prevenccedilatildeo Compreendendo que o que estaacute assegurado por tais legis-laccedilotildees constituem objeto de estudo e de atuaccedilatildeo da psicologia podemos compreender que a psicologia se torna uma ciecircncia do fenocircmeno educativo e os psicoacutelogos educacionais tornam--se tambeacutem educadores Diante destes argumentos evidencia-se a contribuiccedilatildeo da Psicologia para a educaccedilatildeo com a vertente de colaborar no pro-cesso de ensino e aprendizagem nas relaccedilotildees interpessoais e nos processos intrapessoais referindo-se sempre agraves dimensotildees poliacutetica econocircmica social e cultural Desta forma entendendo tambeacutem o seu papel na elaboraccedilatildeo de planos e poliacuteticas refe-rentes ao Sistema Educacional visando promover a qualidade a valorizaccedilatildeo e a democratizaccedilatildeo do ensino O ano de 2008 foi considerado o ano da educaccedilatildeo no Sis-tema Conselhos de Psicologia No decorrer daquele ano foram realizados eventos que culminaram com o Seminaacuterio Nacional do Ano da Educaccedilatildeo Esse evento procurou reconhecer os pro-

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

ldquopodemos compreender a importacircncia do trabalho da

Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma

organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade

que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia

reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduordquo

da qualidade do processo educacional compartilhe a praacutetica e o conhecimento desenvolvido pela Psicologia socializando saberes e ampliando as possibilidades de atuaccedilatildeo tecendo um paralelo com as atribuiccedilotildees definidas pelo Conselho Regional de Psicologia compreendemos que cabe a noacutes psicoacutelogos atuantes na educaccedilatildeo fornecer as contribuiccedilotildees conforme descrito por McNamara apud SantrsquoAna (2010)bull Oferecer suporte aos professores de educaccedilatildeo regular e

especial por meio da coleta e busca de dados relaciona-dos agraves crianccedilas e suas dificuldades investigar as possiacuteveis variaacuteveis que interferem na manutenccedilatildeo dos problemas analisar condiccedilotildees ambientais e interpessoais propor e desenvolver estrateacutegias e planos de intervenccedilatildeo como tambeacutem avaliar resultados obtidos

bull Fornecer apoio aos programas de transiccedilatildeo para alunos com deficiecircncia assessoria aos professores e adminis-tradores colaborando com sugestotildees para a melhoria de curriacuteculos e programas de instruccedilatildeo tendo em vista a or-ganizaccedilatildeo de conteuacutedos e de padrotildees de desempenho bem como o favorecimento da relaccedilatildeo escola-famiacutelia pela comunicaccedilatildeo mais proacutexima com a comunidade pais e alu-nos

bull Ampliar seu papel de consultor e o de favorecimento do trabalho cooperativo entre professores das redes regular e especial e do modelo de ensino conjunto no qual os dois

tipos de educadores lecionam na mesma sala de aulabull Fornecer suporte teacutecnico como a criaccedilatildeo de novas for-

mas de estruturaccedilatildeo do processo de ensino-aprendizagem direcionando-as agraves necessidades dos alunos a realizaccedilatildeo de monitoramento constante do projeto pedagoacutegico com apoio teacutecnico aos participantes e agrave comunidade em geral a oferta de cursos e grupos de estudo aos educadores assim como o favorecimento de formas mais adequadas de trabalho no sentido da inclusatildeo educacional e social dessas crianccedilas

Pode-se acrescentar ainda a essas contribuiccedilotildeesbull A articulaccedilatildeo com os segmentos puacuteblicos privados e orga-

nizaccedilotildees natildeo governamentais de forma a garantir maior abrangecircncia aos atendimentos necessaacuterios visando o ple-no desenvolvimento humano

bull Contribuir junto a outros profissionais que atuam na edu-caccedilatildeo promovendo e garantindo o direito e a permanecircncia de todos e todas agrave educaccedilatildeo de qualidade e que esta ocor-ra preferencialmente nas salas regulares de ensino

bull Acolher orientar e encaminhar as famiacutelias dos alunos de forma a garantir acesso a outros serviccedilos essenciais para o seu desenvolvimento

A Psicologia Educacional portanto visa agrave mediaccedilatildeo e tam-beacutem agrave intervenccedilatildeo que oferece informaccedilotildees e alternativas para as diversas aacutereas e situaccedilotildees que envolvem o acircmbito da

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

GILSON CARDOSOFormado em Psicologia pela Unimar com Poacutes Graduaccedilatildeo em Psico-pedagogia Cliacutenica e Institucional pelo INDEP Atua como Psicoacutelogo Educacional no Centro Escola Municipal de Atendimento Educacio-nal Especializado da Secretaria da Educaccedilatildeo Psicoacutelogo do Ensino

Fundamental II do Coleacutegio Cristo Rei e atuaccedilatildeo cliacutenica

SABRINA ALVES DIAS Pedagoga e Mestre em Educaccedilatildeo Especial

TacircNIA PAULA FERNANDES CORRecircA DOS SANTOSPsicoacuteloga Educacional do CEMAEE - Mariacutelia

Referecircncias bibliograacuteficas

CASSIS M et al Manual de Psicologia Escolar - Educacional Curitiba Graacutefica e editora Unificado 2007 45p

O que eacute Psicologia Educacional Documento virtual disponiacutevel em httpcaminhandopsicologianocomunidadesnetindexphppagina=1017014182 Acesso em 03042014

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SANTrsquoANA I M Contribuiccedilotildees da Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo Escolar na Educaccedilatildeo Inclusiva Concepccedilotildees de Professores e Diretores Artigo disponiacutevel em httpwwwufsjedubrportal2repositorioFilevertentesv201920n202Izabella_Mendespdf Acesso em 03042014

Colaboraccedilatildeo

Educaccedilatildeo atuando na escola junto ao administrativo com os professores os alunos os funcionaacuterios e a comunidade (CAS-SINS et Al 2007) Para finalizar considerando a complexidade e diversidade que as novas propostas e leis que regem a Educaccedilatildeo em to-dos os seus niacuteveis e modalidades podemos compreender a importacircncia do trabalho da Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduo Efetivando aqui a citaccedilatildeo realizada no iniacutecio desta apresentaccedilatildeo

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Coleacutegio Cristo Rei

a delimitaccedilatildeo da idade eacute uma referecircncia mas natildeo eacute o uacutenico elemento a ser considerado Precisamos contudo de um paracircmetro Eacute necessaacuterio ter presente que a diversidade dosas jovens se manifesta de maneira variada por exemplo nas cidades e no campo Essa diversidade estaacute atravessada pelas questotildees da raccedila da etnia da cultura do gecircnero do rendimento familiar do local de moradia (centro periferia cidade grande pequena campo) e do acesso aos bens e serviccedilos (2001 p 59)

opiniatildeoldquoSe somos

progressistas realmente

abertos ao outro

e a outra devemos nos esforccedilar com

humildade para diminuir ao maacuteximo a

distacircncia entre o que dizemos

e o que fazemosrdquo

(Paulo Freire)

Lourival Rodrigues da Silva destaca que

Quem satildeo e o que querem as Juventudes

Atuaccedilatildeo de jovens descontroacutei antigos

conceitos e traccedila novas concepccedilotildees para a

condiccedilatildeo juvenil

O conceito ldquojuventudesrdquo pode ser entendido como uma categoria que estaacute em permanente construccedilatildeo social e histoacuterica por levar em consideraccedilatildeo as dimensotildees

bioloacutegicas sociais psiacutequicas culturais poliacuteticas e econocircmicas O que se constituem em muacuteltiplas maneiras de viver a con-diccedilatildeo juvenil Deste modo eacute possiacutevel dirigir um olhar sobre a juventude que contemple a sua diversidade Pois a agregaccedilatildeo por idade natildeo traduz as identificaccedilotildees possiacuteveis que a situaccedilatildeo cotidiana revela

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

ldquohaacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar

definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para estesrdquo

Novaes (2009) Sposito amp Carrano (2003) Castro amp Abra-movay (2003 2009) e Abramo (2005) empregam a expressatildeo ldquojuventudesrdquo como forma de enfatizar que ao se tratar de jo-vens deve-se reconhecer uma realidade plural e multifacetada Para Bourdieu (1983) haacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para es-tes em contraponto outrosas autoresas definem a juventude como passagem transitoacuteria da adolescecircncia para a fase adulta como destaca Krauskopf (2003) em quatro categorias a juven-tude como periacuteodo preparatoacuterio a juventude como etapa pro-blemaacutetica o jovem como ator estrateacutegico do desenvolvimento e de uma forma mais integral e protagonista a juventude cida-datilde como sujeita de direitos

reproduccedilatildeo (gerar e cuidar dos filhos) e participaccedilatildeo (nas decisotildees deveres e direitos que regulam a sociedade) (2005 p40-41) Neste sentido a juventude eacute a transiccedilatildeo de acesso agrave vida adulta por meio do trabalho eou produccedilatildeo viabilizando o conceito de que elea (oa jovem) eacute um ser em preparaccedilatildeo onde o adulto eacute visto como o que viabilizaraacute esse processo ou seja o ldquoeducadorardquo que normatiza esse mecanismo favorecendo a estea ferramentas adequadas para seu desenvolvimento O olhar para oa jovem eacute feito unicamente pelo vieacutes do trabalho e estudo (ABRAMO 1994) fragmentando a realidade juvenil somente a essas duas necessidades retirando os acessos culturais e artiacutesticos ou melhor o lazer do contexto juvenil em se tratando do segundo vieacutes oa jovem eacute visto como etapa problemaacutetica ldquoo sujeito aparece a partir dos problemas que ameaccedilam a ordem social ou desde o deacuteficit nas manifestaccedilotildees de seu desenvolvimentordquo (ABRAMO 2005 p 20) haacute uma ecircnfase no ldquojovem problemardquo que transgride as normas preacute-estabelecidas Para Abramo (2005 p 21) ldquono Brasil este foi o enfoque que praticamente dominou as accedilotildees dos anos 80 aos 90 foi uma das principais matrizes por onde o tema da juventude principalmente a lsquoemergentersquo juventude dos setores popularesrdquo causando um estigma social na vida dosas jovens onde estesas sofreram brutalmente a perda de seus diretos sociais sendo visto de forma generalizante causando em muitos adultos uma aversatildeo a seus projetos e sonhos

Verifica-se na terceira categoria oa jovem como atoratriz estrateacutegico do desenvolvimento visando destacaacute-loa como mecanismo de enfrentamento ao sistema social mundial ou seja haacute um avanccedilo nesse entendimento de juventude como pontua Abramo

a noccedilatildeo de condiccedilatildeo juvenil remete em primeiro lugar a uma etapa do ciclo de vida de ligaccedilatildeo (transiccedilatildeo diz a noccedilatildeo claacutessica) entre a infacircncia tempo da primeira fase de desenvolvimento corporal (fiacutesica emocional intelectual) e da primeira socializaccedilatildeo de quase total dependecircncia e necessidade de produccedilatildeo para a idade adulta em tese a do aacutepice do desenvolvimento e de plena cidadania que diz respeito principalmente a se tornar capaz de exercer as dimensotildees de produccedilatildeo (sustentar a si proacuteprio e a outros)

Esta concepccedilatildeo avanccedila no reconhecimento dos jovens como atores dinacircmicos da sociedade e com potencialidades para responder aos desafios colocados pelas inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e transformaccedilotildees produtivas Traz assim a possibilidade de incorporar os jovens em situaccedilatildeo de exclusatildeo natildeo pela oacutetica do risco e da vulnerabilidade mas numa perspectiva includente (2005 p 21)

Abramo refere-se agrave primeira categoria sistematizada por Krauskopf afirmando que

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

haacute nessa perspectiva um diaacutelogo muito superficial no modo de perceber o contexto social que osas jovens satildeo protagonis-tas e como estes espaccedilosmodelos de fato favorecem que elesas sejam atoresatrizes com papeacuteis especiacuteficos de transforma-ccedilotildees Visando respaldar esses direitos haacute uma ecircnfase emanci-padora na quarta categoria destacada por Krauskopf que eacute a juventude cidadatilde como sujeita das poliacuteticas como afirma o termo osas jovens satildeo entendidos como canais iacutempares para a efetivaccedilatildeo de direitos sociais retirando o roacutetulo como etapa ldquotransitoacuteriardquo ou ldquoproblemardquo essa concepccedilatildeo olha oa jovem como sujeito autocircnomo que guarda em sua realidade cultural um arcabouccedilo de conhe-cimentos e realidades E eacute por meio dessa realidade que se verifica uma accedilatildeo poliacutetica juvenil na atualidade respaldado por iniciativas accedilotildees e espaccedilos que osas garantam como sujeitos de direitos Das megaloacutepoles agraves pequenas cidades osas jovens sa-iacuteram agraves ruas ldquogritando palavras de ordem de uma nova or-demrdquo Ordem esta que pode ser entendida pela necessidade da efetivaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude (PPJs) para si e inuacutemeras minorias sociais que tecircm seus direitos cerceados cotidianamente

As manifestaccedilotildees juvenis por direitos so-ciais mostram-se contraacuterias aos discursos acerca da passividade dosas jovens por meio dessa mobilizaccedilatildeo verificou-se que elesas querem ter seus direitos efetivados direitos estes destacados na Carta Magna estando cansadosas de verem seus pares sendo vitimadosas nas ruas das cidades e campos por falta de emprego educaccedilatildeo cultura lazer esporte ou seja cidadania Natildeo se pode acreditar que somente sair agraves ruas basta para romper a estrutura his-toacuterica de dominaccedilatildeo das maiorias sob osas minorizadosas Deve-se pensar em accedilotildees poliacuteticas que garantam os direitos juvenis frente a essas realidades destaca-se desde os anos 2000 uma reflexatildeo importante en-tre Governo e Movimentos Sociais acerca da garantia de direitos aosas jovens por meio das Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude

que resguardam as demandas de uma parcela significativa des-sa populaccedilatildeo sobretudo osas jovens em vulnerabilidade social e risco pessoal Neste processo em 2005 foi sancionada pelo Presidente a lei 11129 que criou a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) organismo do Governo Federal responsaacutevel por promover a integraccedilatildeo de todas as accedilotildees que tem como foco o puacuteblico juvenil tornando-se a principal referecircncia governamental no que diz respeito agrave juventude tanto na interlocuccedilatildeo com a so-ciedade civil (movimentos ONGs grupos juvenis etc) como no trabalho conjunto entre os Ministeacuterios e Secretarias visando agrave criaccedilatildeo de mais programas e accedilotildees Nesta conjuntura osas jovens vecircm ocupando este es-paccedilo de forma efetiva desconstruindo o olhar da juventude meramente como fase transitoacuteria Satildeo jovens que produzem constroem vivem relacionam-se onde se encontram questotildees sociais especiacuteficas e por isso necessitadosas de poliacuteticas puacutebli-cas que garantam essas demandas Frente agrave mudanccedila do entendimento das categorias juvenis e de toda a garantia de direitos que estesas vecircm adquirindo eacute necessaacuterio efetivar uma accedilatildeo educativa que colaborem de fato a serem autocircnomosas e problematizadoresas de suas realida-des sociais transformando-as

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Coleacutegio Cristo Rei

IR MaacuteRCIO DINIZ FeRReIRA SCIntegrante da equipe teacutecnica da Juventude Cristo Rei

Referecircncias bibliograacuteficas

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SPOSItO Mariacutelia Ponte amp CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Juventude e Poliacuteticas puacuteblicas Revista Brasileira de Educaccedilatildeo n 2 setdez 2003

opiniatildeo

embasadosas por accedilotildees cidadatildes almeja-se que osas jo-vens sejam sujeitos de direitos emancipadosas e emancipa-doresas Que por meio da identificaccedilatildeo do loacutecus social que osas cercam osas jovens possam ser ainda mais criacuteticos criati-vos e cuidantes

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

zada a normativa a gramaacutetica a partir de uma perspectiva de estudo ndash ldquodescritivardquo ldquogerativardquo ldquofuncionalrdquo e ldquotextualrdquo como disciplina escolar e como um livro Antunes (2007 p25-34) explica esses conceitos de forma clara A ldquogramaacutetica internalizadardquo eacute aquela que corresponde ao saber intuitivo do falante envolve todos os usos da liacutengua isto eacute em diversos niacuteveis - do informal para o formal - e em todas situaccedilotildees soacutecio-comunicativas como o proacuteprio autor declara ldquonada na liacutengua em nenhuma liacutengua escapa a essa gramaacuteti-cardquo (2007 p 26) A partir dos trecircs anos de idade crianccedilas satildeo capazes de se comunicar por estruturas linguiacutesticas comple-xas por exemplo ao optar pela variaccedilatildeo ldquominhas colegasrdquo ou ldquomeus colegosrdquo uma crianccedila demonstra ter conhecimento da variaccedilatildeo de gecircnero Natildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma culta a do bem falar segue uma gramaacutetica

O assunto eacute polecircmico e tem sido ques-tionado entre linguistas e vaacuterios es-tudiosos da aacuterea de letras Por que

se ensina a gramaacutetica na escola A bibliogra-fia eacute extensa e em grande parte dela o enfo-que no trabalho com a gramaacutetica normativa eacute visto como o principal causador do insu-cesso dos alunos dos Ensinos Fundamental e Meacutedio quando se trata da competecircncia co-municativa ou seja os educandos muitas vezes natildeo se expressam de forma satisfa-toacuteria atraveacutes da escrita e da oralidade por consequecircncia se desinteressam da leitura e das aulas de Liacutengua Portuguesa O que fazer entatildeo Abolir as noccedilotildees de gramaacutetica das aulas de liacutengua materna Inicialmente eacute importante ressaltar a diferenccedila baacutesica entre ldquoliacutenguardquo e ldquogramaacuteti-cardquo jaacute que muitas vezes ambos os concei-tos satildeo confundidos De acordo com Ernani terra (2008 p 22) a liacutengua eacute um aspecto da linguagem que utiliza a palavra (o ver-bo) para a comunicaccedilatildeo eacute um sistema de natureza gramatical pertencente aos indiviacuteduos formado por um sistema de sinais e regras - a gramaacutetica em um sentido mais amplo Ele ainda afirma que eacute uma instituiccedilatildeo social abstrata ou seja que eacute ex-terior aos indiviacuteduos e que se concretiza atraveacutes da fala um ato particular do ser humano Contudo a gramaacutetica para Irandeacute Antunes (2007 p41) limita-se a uma parte da liacutengua e tem a funccedilatildeo regularizadora ou seja de impor limites poreacutem natildeo consegue regular tudo toda pessoa escolarizada quando questionada ldquosobre o que eacute gramaacuteticardquo dispotildee de um conceito baacutesico trata-se das regras de uma liacutengua tal definiccedilatildeo natildeo eacute errada poreacutem pre-cisa ser ampliada A gramaacutetica regula a liacutengua no entanto haacute outros tipos de gramaacuteticas que devem ser compreendidos para que o leitor possa entender melhor a problemaacutetica a internali-

Por que ensinar gramaacutetica na escolaEacute possiacutevel fazer ciecircncia nas aulas de Liacutengua Portuguesa

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pois todas as variantes comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intui-tiva atraveacutes do uso das atividades sociais do conviacutevio com a famiacutelia A escola viraacute posteriormente para ampliar esse conhe-cimento portanto ele natildeo deve ser menosprezado A segunda concepccedilatildeo vecirc a gramaacutetica como um conjunto de normas que regulam o uso da liacutengua ela natildeo considera toda a realidade comunicativa apenas aquela considerada aceitaacute-vel atraveacutes da oacutetica da liacutengua prestigiada socialmente Aqui o importante eacute o domiacutenio das regras do que eacute certo e do que eacute errado do que deve e natildeo ser dito Tais prescriccedilotildees natildeo satildeo feitas por razotildees puramente linguiacutesticas mas por motivos his-toacutericos sociais e econocircmicos Logo eacute importante questionar-se do porquecirc das variantes das classes sociais menos favorecidas natildeo serem consideradas padratildeo na liacutengua Predomina-se o es-tudo da liacutengua na forma escrita natildeo na falada A gramaacutetica como uma perspectiva de estudo indica uma maneira de estudo eou um meacutetodo de investigaccedilatildeo sobre a liacutengua Surgiram assim durante os estudos sobre a linguagem diversas perspectivas sobre a mesma (terra 2008 p79-80)

a) A Gramaacutetica descritiva natildeo prescreve regras do que eacute certo ou errado e sim verifica as uniformidades e diferenccedilas presentes na liacutengua em decorrecircncia de seu uso

b) A Gramaacutetica gerativa criada pelo linguista norte-americano Chomsky na deacutecada de 1950 procura explicar os fatos linguiacutesticos como satildeo produzidos com o objetivo de se estabelecer um modelo geral baseado em princiacutepios universais dos quais derivam as gramaacuteticas de cada liacutengua em particular

c) A Gramaacutetica funcional trabalha com a interpretaccedilatildeo satisfatoacuteria dos signos linguiacutesticos que natildeo satildeo analisados apenas como codificaccedilatildeo e descodificaccedilatildeo

d) A gramaacutetica textual tem como objeto de estudo o texto com o fim de explicitar regras para que o falante produza bons textos

artigo

A concepccedilatildeo de gramaacutetica como disciplina escolar reduz todos esses conceitos traz para a sala de aula uma visatildeo em que a gramaacutetica normativa corresponde agrave liacutengua A partir daiacute tem-se um problema pois todas as variantes satildeo excluiacutedas e separa-se a produccedilatildeo textual a leitura e a gramaacutetica como se as trecircs ldquofrentesrdquo da disciplina de liacutengua portuguesa fossem independentes mas natildeo satildeo Mostra-se para o aluno o certo e o errado natildeo haacute espaccedilo para as diversas situaccedilotildees interativas de comunicaccedilatildeo A uacuteltima concepccedilatildeo de gramaacutetica a de um livro que pode ser mais prescritiva eou descritiva Focaliza-se nas estruturas da liacutengua e as hipoacuteteses do que eacute considerado padratildeo e corre-to ela tem a funccedilatildeo de prescrever uma forma uacutenica e correta de comunicaccedilatildeo Um livro de gramaacutetica tambeacutem pode ser des-critivo exibindo as estruturas da liacutengua de forma descontex-tualizada sem o enfoque nas situaccedilotildees reais de comunicaccedilatildeo Desse modo eacute privilegiada a modalidade escrita principalmen-te as expressotildees da literatura e da imprensa Qual a relaccedilatildeo desses conceitos agrave rotina escolar Como jaacute foi mencionado neste artigo a partir do momento em que a es-cola e ou professor consideram a gramaacutetica normativa como a uacutenica variante possiacutevel excluem-se todas as possibilidades de leitura e anaacutelise da liacutengua com isso o intuito da ampliaccedilatildeo do conhecimento linguiacutestico do aluno Natildeo se pode esquecer que ele tem uma gramaacutetica internalizada desenvolvida ao longo dos anos e que a gramaacutetica que ele aprenderaacute ou pelo menos

ldquoNatildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma

culta a do bem falar segue uma gramaacutetica pois todas as variantes

comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida

naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intuitiva atraveacutes

do usordquo

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artigo

ldquoCabe ao professor independente do material com que trabalhe ndash livro

apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave

liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situaccedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute

utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais

regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito

mais proacutexima da realidade do alunordquo

conheceraacute no ambiente escolar representa a estrutura de uma das variantes da liacutengua Para Antunes (2007 p 41) a comunicaccedilatildeo eficaz natildeo estaacute relacionada ao domiacutenio das regras de uma liacutengua agraves diferenccedilas das classes gramaticais e suas combinaccedilotildees pos-siacuteveis Haacute outras habilidades que devem ser desenvolvidas ldquotudo isso eacute necessaacuterio mas natildeo suficienterdquo (Ibid p 41) O autor ainda completa salientando que em muitos dos casos quando se ensina gramaacutetica nas aulas de Liacutengua Portuguesa esta natildeo parece ter em nada a ver com a lin-guagem do dia a dia com a liacutengua que nos pertence ou seja eacute muito distante da liacutengua utilizada pelos jovens tanto na fala como nas redes sociais O que se deve fazer entatildeo A gramaacutetica deve ser ex-tinguida da escola e as aulas de Liacutengua Portuguesa devem abordar apenas a leitura e a escrita Provavelmente natildeo O grande problema estaacute no enfoque e na importacircncia que ela recebe Muitos professores de Liacutengua Portuguesa jaacute notaram quantos dos seus alunos satildeo bons leitores produzem boas re-daccedilotildees mas tecircm peacutessimo desempenho nas avaliaccedilotildees de gra-maacutetica ou o oposto satildeo excelentes em provas que envolvem a norma e peacutessimos em questotildees interpretativas Obviamente haacute aqueles alunos que possuem mais facilidade com a lingua-gem e apresentam desempenho satisfatoacuterio em gramaacutetica lei-tura e escrita E o que isso quer dizer Que da forma como os alunos estudam a gramaacutetica estrutural e desconexa em pouco ou quase nada ela ajuda os alunos no desenvolvimento da competecircncia linguiacutestica Cabe ao professor independente do material com que tra-balhe ndash livro apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situ-accedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito mais proacutexima da realidade do aluno escrever ldquoOw vc ta airdquo natildeo eacute considerado correto em uma situaccedilatildeo formal muito menos na escola mas mostrar aos alunos que na internet isso eacute possiacutevel todavia em um processo seletivo para uma vaga no mercado de trabalho ou em uma redaccedilatildeo para vestibular e concurso puacuteblico seria causa de desclassificaccedilatildeo Outro motivo que justifica o desinteresse das crianccedilas e adolescentes agraves aulas de liacutengua Portuguesa e agraves demais dis-ciplinas refere-se agrave realidade que os cercam satildeo vaacuterios jogos

aplicativos redes sociais viacutedeo games e isso faz com que eles tenham acesso a todo e qualquer tipo de entretenimento e informaccedilatildeo instantaneamente e eacute claro que fica muito difiacutecil competir com o mundo digital quando se tem um capiacutetulo de conjugaccedilatildeo verbal para se trabalhar em sala por exemplo Assim como os outros estudiosos Luiz Carlos Travaglia (2003) afirma que o ensino de liacutengua materna pode alcan-

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artigo

Referecircncias bibliograacuteficas

Travaglia Luiz Carlos Gramaacutetica ensino plural Cortez Editora 2003

Antunes Irandeacute Muito Aleacutem da Gramaacutetica Satildeo Paulo Paraacutebola 2007

Terra Ernani Linguagem liacutengua e fala Ernani Terra Satildeo Paulo Scipione 2008 (Coleccedilatildeo Percursos)

ReNAtO GUIMARAtildeeS Al lAGeProfessor de Gramaacutetica do 8ordm ano

do Coleacutegio Cristo Rei Graduado em Letras pela Universidade Estadual de

londrina (Uel)

ccedilar dois objetivos ensinar a liacutengua atraveacutes da formaccedilatildeo de usuaacuterios competentes da liacutengua e que tenham competecircncia comunicativa O que isso significa Que cada pessoa saiba usar a liacutengua de acordo com a situaccedilatildeo de interaccedilatildeo comunicativa a fim de obter os efeitos desejados O outro objetivo relaciona-se ao ensino sobre a liacutengua ou seja a sistematizaccedilatildeo da mesma em que os alunos tecircm conhecimento da liacutengua e podem ser analistas dela e eacute aiacute que entra a gramaacutetica

Para travaglia (2003) trabalhar gramaacutetica com os alunos pode 1 Oferecer informaccedilatildeo cultural conhecimentos teoacutericos so-

bre a liacutengua como as classes de palavras e as funccedilotildees sintaacuteticas natildeo tecircm aplicaccedilatildeo imediata para a maioria das profissotildees poreacutem a nossa sociedade valoriza certa dose de conhecimentos teoacuterico-cientiacuteficos que nem sempre satildeo aplicaacuteveis visto as aacutereas de fiacutesica quiacutemica biologia artes histoacuteria

2 Instrumentalizar com recursos para situaccedilotildees praacuteticas como o conhecimento do alfabeto que eacute indispensaacutevel para se fazer uma listagem ou procurar palavras em um dicionaacuterio o conhecimento das flexotildees verbais ldquodanccedilo danccedilava danccedilareirdquo e suas variaccedilotildees semacircnticas quanto ao tempo a possibilidade de utilizar o conhecimento sobre a liacutengua para ensinar a proacutepria liacutengua quando um professor cita ldquoeste verbordquo ldquo a viacutergulardquo ldquoo sujeitordquo ou seja a temida nomenclatura

3 Desenvolver o raciociacutenio a capacidade de pensar ensinar a fazer ciecircncia como a matemaacutetica e a biologia por exem-plo quando se estuda a liacutengua e os fenocircmenos gramati-cais estaacute se fazendo ciecircncia Com o ensino da gramaacutetica eacute possiacutevel fazer com que o aluno perceba as irregularidades da liacutengua e das proacuteprias regras prescritas pela norma Eacute desenvolvida entatildeo a capacidade de observar formular hipoacuteteses buscar comprovaccedilatildeo ou falsificaccedilatildeo A aula de gramaacutetica pode propiciar ao educando um momento de estudo e de pesquisa dando-lhe um caraacuteter de indepen-decircncia intelectual Eacute possiacutevel desenvolver a percepccedilatildeo de que a verdade sobre os mundos natural ou social natildeo estatildeo prontas nos livros e cabe portanto a ele (o aluno) como ser participante do processo de aprendizagem criar hipoacute-teses criacuteticas e aceitar ou refutar as novas descobertas

As aulas de Liacutengua Portuguesa tecircm todos os ingredientes possiacuteveis para tornarem-se mais atrativas aos jovens ndash eacute a liacutengua materna deles todo e qualquer tipo de texto pode ser trabalhado em sala de aula por exemplo Eacute fundamental que o docente tenha consigo os conceitos de liacutengua e gramaacuteti-ca muito bem elaborados e principalmente que o professor amplie a visatildeo de mundo do aluno Tornaacute-lo participativo no processo de aprendizagem como o protagonista das accedilotildees comunicativas pode ser uma alternativa especialmente quan-do ele estaacute envolvido com o fazer ciecircncia

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resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

redaccedilotildees de alunos

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

redaccedilotildees de alunos

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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O aluno vai pra escola com muitos conhecimentos preacutevios e partindo do que o aluno jaacute sabe a escola introduz os con-teuacutedos de forma significativa Desta forma a aprendizagem se daraacute de forma contextualizada Hoje eacute possiacutevel perceber claramente que longas aulas teoacutericas satildeo para os alunos um fardo pois a concentraccedilatildeo deles dura pouco tempo Entatildeo eacute necessaacuterio deixar que colo-

Professora como fazemos pra ver a energia Ela estaacute em qual estado fiacutesico Foi isso

que um aluno de terceiro ano quis saber alguns dias apoacutes estudar os estados fiacutesicos da aacutegua O que fa-zer com tais perguntas Com cer-teza as perguntas devem ser res-pondidas com outras perguntas que levem o aluno a pensar mais sobre o que perguntou e que o faccedila querer investigar pesquisar sobre suas duacutevidas e curiosidades Professores natildeo satildeo detentores de todo o saber mas tecircm um poder nas matildeos o poder de instigar seu aluno ldquoa pensar sobrerdquo e ensinaacute-lo a ser um pesquisador O professor pode natildeo saber todas as respostas e mesmo que saiba natildeo deve res-ponder todas as perguntas e sim le-var o aluno a buscar a resposta ou soluccedilatildeo procurada porque a parte mais interessante do processo de pesquisa e aprendizagem muitas vezes eacute o caminho percorrido A escola natildeo eacute um lugar que prepara o aluno apenas para o ano seguinte A escola eacute um espaccedilo de desenvolvimento e aprendizado de competecircncias e habilidades para a vida como um todo Desenvolver uma competecircncia vai aleacutem do aluno executar o que lhe foi proposto ela desenvolve a capacidade inventiva e o aluno natildeo eacute considerado um mero receptor de conhecimentos

Como ensinar as crianccedilasde hojeSituaccedilotildees cotidianas que desafiam professores e pais na atualidade

coluna

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coluna

quem ldquoa matildeo na massardquo realizando atividades experiecircncias desafios e compreendendo o sentido do que estaacute sendo ensina-do e aprendido Se a aula daacute prazer o aluno estaraacute em alerta e envolvido O professor eacute responsaacutevel por significar a aula para que o aluno perceba que o conteuacutedo estudado eacute relevante Um moacutedulo novo na apostila por exemplo pode ser in-troduzido partindo da proposta de que tentem realizar as ati-vidades antes mesmo de que se tenha realizado a leitura a explicaccedilatildeo ou a troca de ideias sobre o assunto Desta forma seraacute possiacutevel diagnosticar o que os alunos jaacute conhecem sobre o conteuacutedo e partir do que jaacute sabem para um novo aprendizado A realizaccedilatildeo de jogos de raciociacutenio produccedilotildees com roteiros textos de autoria trabalho em equipe e orientaccedilotildees que incen-tivem o aluno a observar interpretar e questionar proporcio-nam aulas mais interessantes e significativas

O perfil dos alunos de hoje eacute bem diferente daqueles alu-nos passivos de outras eacutepocas Atualmente da mesma forma que as aulas devem ser mais praacuteticas e significativas tambeacutem eacute necessaacuterio que exista toda uma organizaccedilatildeo um planeja-mento e disciplina para que o objetivo da aula seja realmente alcanccedilado o aprendizado A escola tambeacutem precisa oferecer limites regras e espaccedilo para o desenvolvimento das capacida-des de conhecer ser fazer e conviver Cabe ao professor saber aproveitar o potencial de cada aluno e instrumentalizar a crian-ccedila para a vida A disciplina deve ser compreendida como um fator que organiza a vida e pode ser desenvolvida e aprendida no espaccedilo

ldquoO perfil dos alunos de hoje eacute bem diferente daqueles alunos passivos de outras eacutepocas Atualmente da mesma forma que as aulas devem ser mais praacuteticas e significativas tambeacutem eacute necessaacuterio que exista

toda uma organizaccedilatildeo um planejamento e disciplina para que o objetivo da aula seja realmente

alcanccedilado o aprendizadoldquo

escolar e no familiar

PARtICIPAccedilAtildeO DA FAMiacutelIA Outra questatildeo relevante para o bom desempenho da crianccedila na escola eacute a famiacutelia A famiacutelia tem um papel muito importante pois a crianccedila de hoje eacute o centro da famiacutelia Ela daacute opiniotildees participa de escolhas e decisotildees na maioria das famiacute-lias A famiacutelia deve estar atenta ao que estaacute oferecendo para seu filho Os pais influenciam os filhos o tempo todo ao expressar opiniotildees crenccedilas preconceitos valores a forma como enxer-gam a escola e o proacuteprio trabalho Eacute fundamental que famiacutelia e escola caminhem juntas falem a mesma linguagem Participar da vida escolar dos filhos acompanhando suas tarefas o que eles dizem sobre a escola as aulas a convivecircncia com os cole-gas e os conteuacutedos que estatildeo sendo estudados satildeo formas de estar presente e tambeacutem colaborar com o desempenho escolar do filho Participar das reuniotildees questionar e estar aberto para ouvir as orientaccedilotildees da escola a respeito do aluno tambeacutem fa-zem parte deste processo

A IMPORtacircNCIA DA FORMAccedilAtildeO De haacuteBItOS DE ESTUDOS Para a formaccedilatildeo de bons haacutebitos de estudos eacute primordial que a famiacutelia participe Quando bem acompanhados os filhos teratildeo maiores condiccedilotildees de amadurecer aprender e aplicar seus conhecimentos nos desafios da vida Alguns pais comentam que seus filhos ldquonatildeo obedecemrdquo natildeo saem da frente da TV ou de algum jogo eletrocircnico e natildeo se dedicam aos estudos como por exemplo fazer a proacutepria tarefa escolar Os pais como ldquoautoridaderdquo na famiacutelia sem autoritarismo podem e devem ensinar a noccedilatildeo de tempo aos filhos como os limites de tempo para brincar estudar dormir acordar etc Muitas vezes eacute necessaacuterio dar informaccedilotildees firmes e claras agrave crianccedila ldquoVou desligar a tV para vocecirc e depois que terminar sua tarefa com capricho poderaacute voltar a assistirrdquo Com instruccedilotildees e exemplos de como aproveitar bem seu tempo a disciplina seraacute desenvolvida e o aluno vai aprender melhor Outro fator importante eacute o lugar em que se estuda A crianccedila precisa de um lugar organizado limpo e de preferecircncia sempre o mesmo lugar para fazer tarefas e estudar Isso faz

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com que o ceacuterebro aprenda melhor e sem estresse Os pais tambeacutem natildeo precisam dominar todos os conteuacutedos escolares para ajudar os filhos em suas tarefas Quando o filho tem duacutevida e os pais natildeo sabem determinado conteuacutedo podem ajudar fazendo questionamentos sobre como foi a aula mostrando interesse em saber o que ele estaacute aprendendo e ateacute mesmo orientaacute-lo em questionar o professor para pedir explicaccedilotildees eou buscar informaccedilotildees no proacuteprio material

Quando os filhos percebem que a famiacutelia e a escola se importam com eles e caminham juntas o aprendizado se daraacute com prazer e seraacute muito mais significativo para a vida

coluna

PRISCILA MUFF MACHADO CAMARGOProfessora do 3ordm ano do ensino

Fundamental do Coleacutegio Cristo ReiGraduada em Pedagogia pela Universidade estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo

Poacutes graduada em Psicopedagogia Cliacutenica pela Faculdade PaulistaFundepe Mariacutelia - SP

Referecircncias bibliograacuteficas

FRAIMAN LEO Como ensinar bem a crianccedila e adolescentes de hoje teoria e praacutetica Satildeo Paulo editora esfera 2013

PAiacuteN S Diagnoacutestico e tratamento dos problemas de aprendizagem Porto Alegre Artes Meacutedicas 1985

SIlVA ANA BeAtRIZ B Mentes Inquietas TDHA Desatenccedilatildeo hiperatividade e impulsividade Rio de janeiro Objetiva 2009

ZABAlA ANtONI Como aprender e ensinar competecircncias Porto alegre Artmed 2010

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experiecircnciaAulas de apoio pedagoacutegico

Ao pensarmos nas dificuldades de aprendizagem eacute preci-so reconhecer em primeira instacircncia que na complexi-dade da escola os processos envolvidos satildeo marcados

por trajetoacuterias diferenciadas avaliadas como satisfatoacuterias ou insatisfatoacuterias Nessa complexidade interatu-am diferentes expectativas em relaccedilatildeo ao do-miacutenio dos conteuacutedos escolares e apreensatildeo do conhecimento Na perspectiva teoacuterica de Jean Piaget as dificuldades de aprendizagem natildeo satildeo ex-plicadas pelo prisma do que falta agrave crianccedila seus limites e impossibilidades mas por suas accedilotildees e significaccedilotildees sua riqueza de constru-ccedilotildees e suas superaccedilotildees Partindo desse pres-suposto as dificuldades de aprendizagem natildeo podem ser analisadas como pertencen-tes ao aluno e a sua famiacutelia somente Sendo assim a instituiccedilatildeo escolar deve refletir planejar organizar e aplicar caminhos alternativos que contribuam para que os es-tudantes independente da singularidade de seus pensamentos e das distintas trajetoacuterias de aquisiccedilatildeo do conhecimento tenham con-diccedilotildees de serem sujeitos da sua aprendiza-gem Neste sentido estatildeo contextualizadas as aulas de apoio pedagoacutegico que tecircm a pers-pectiva de ampliaccedilatildeo da aprendizagem esco-lar No Coleacutegio Cristo Rei trata-se de um dife-rencial oferecido aos alunos do 2ordm ao 5ordm ano do Ensino Fundamental Elas satildeo realizadas no horaacuterio contraacuterio de aula do aluno duas vezes na semana com duraccedilatildeo de 2 horasaula por semana O apoio pedagoacutegico se daacute essencialmente em Liacutengua Por-tuguesa e Matemaacutetica disciplinas consideradas baacutesicas para aprendizado de qualquer outro tema visto que se o aluno natildeo

Novos caminhos para melhorar niacuteveis de aprendizagem e favorecer a autoestima dos educandos

aprender bem estas disciplinas natildeo teraacute condiccedilotildees de aprender os outros conteuacutedos Entre os objetivos das aulas de apoio estatildeo a ampliaccedilatildeo das possibilidades de aprendizagem dos alunos e a disponibi-

lizaccedilatildeo de oportunidades para reforccedilar aprofundar ou suprir carecircncias dos conteuacutedos trabalhados na sala de aula Transformamos as aulas de apoio pedagoacutegico em momen-tos estimulantes que exigem estrateacutegias para resoluccedilatildeo das diversas situaccedilotildees-problema Entre os recursos utilizados lan-

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experiecircncia

ccedilamos matildeo do aspecto luacutedico especialmente atraveacutes da utili-zaccedilatildeo dos jogos Eles cumprem o papel de trazer descontraccedilatildeo ao conteuacutedo trabalhado e relacionaacute-lo de forma mais palpaacutevel a situaccedilotildees cotidianas Algumas exemplos satildeobull Jogos da memoacuteria divisatildeo e tabuadabull Jogos de alfabetizaccedilatildeobull Jogos de letras moacuteveisbull Reacutegua numeacuterica bull Sudocobull Livros de histoacuterias

Eacute relevante destacar que as aulas de apoio satildeo um tra-balho conjunto entre o professor da sala de aula e professor da sala de apoio pedagoacutegico Esse trabalho tem como pontos essenciais as accedilotildees descritas a seguirbull Seleccedilatildeo de alunos com dificuldades de aprendizagem nas

suas turmas de origem pelo professor de salabull Seleccedilatildeo de conteuacutedos a partir das dificuldades dos alunos

nas suas turmas de origembull Planejamentos integrados feitos pelos professores de sala

e da sala apoio pedagoacutegicobull Avaliaccedilotildees perioacutedicas e registros dos avanccedilos eou dificul-

dades

Aleacutem da parceria entre os educadores o envolvimento dos pais e responsaacuteveis eacute fundamental e de suma importacircncia para o bom andamento do trabalho Os resultados conquistados com essas praacuteticas satildeo inuacute-meros poreacutem o principal indicador da eficiecircncia das aulas de apoio pedagoacutegico eacute a melhoria dos niacuteveis de aprendizagem dos educandos Aleacutem disso satildeo niacutetidos os avanccedilos na autoestima desempenho nas atividades de resoluccedilatildeo de problemas de-senvolvimento do raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico interpretaccedilatildeo atenccedilatildeo etc

CARLA LARAyAEducadora do Ensino Fundamental I e

professora das aulas de apoiopedagoacutegico do Coleacutegio Cristo Rei

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

A psicologia pode ser compreendida como a ciecircncia que investiga os processos e estados conscientes assim como as suas origens e efeitos Tem como atribuiccedilatildeo

o comprometimento social e o estudo dos fenocircmenos danosos aos seres humanos Busca trabalhar na promoccedilatildeo da liberdade da dignidade e da integridade do ser humano Promovendo a sauacutede e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades contribuindo para a eliminaccedilatildeo de quaisquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircn-cia crueldade e opressatildeo A Psicologia passou a usar suas teacutecnicas para estudar e compreender os fenocircmenos educacio-nais e assim constitui-se a Psicologia Educacional e esta vem a ser a aacuterea da psicologia que abor-da todas as problemaacuteticas referentes agrave educaccedilatildeo e aos processos de ensino e aprendizagem nas crianccedilas e adultos Entendendo por educaccedilatildeo o ato de educar instruir processo contiacutenuo que permite ao indiviacuteduo o desenvolvimento de suas faculdades fiacutesicas intelectuais e morais Contribuindo para a sua integraccedilatildeo na sociedade Ao psicoacutelogo educacional cabe analisar a eficaacutecia das estrateacutegias educacionais desenvol-ver projetos educativos bem como desenvolver as capacidades das crianccedilas com dificuldades de aprendizagem em instituiccedilotildees educativas Estuda tambeacutem o funcionamento da proacutepria instituiccedilatildeo enquanto organizaccedilatildeo Nesse sentido o psicoacutelogo educacional preci-sa integrar em sua praacutetica outras aacutereas da proacutepria

A contribuiccedilatildeo da Psicologia para os processos de formaccedilatildeo desenvolvi-mento e convivecircncia no ambiente escolar

Psicoacutelogos a serviccedilo da Educaccedilatildeo trazem benefiacutecios para alunos e famiacutelias

ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana

seja apenas outra alma humanardquo(Carl Gustav Jung)

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artigo

fissionais atuantes na educaccedilatildeo e sua praacuteticas e levantou pro-postas que posteriormente foram efetivadas atraveacutes da Nota Teacutecnica estabelecida pelo Conselho Regional de Psicologia de Satildeo Paulo no ano de 2010

Esse documento tem como finalidade orientar sobre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo no con-texto escolar e educacional com o objetivo de esclarecer os psicoacute-logos que atuam em instituiccedilotildees escolares e educacionais enfati-zando as contribuiccedilotildees da Psico-logia respaldada no compromis-so social direitos humanos e no respeito agrave diversidade enquanto fundamento para efetivaccedilatildeo de uma educaccedilatildeo para todos e to-das O documento do CRPSP tem como objetivo romper com a praacutetica de uma psicologia que patologiza medicaliza e produz

diagnoacutesticos classificatoacuterios Portanto visa defender praacuteticas que consideram a realidade escolar brasileira em sua diversi-dade cultural e as dimensotildees psicossociais de suas comunida-des Incentivar a atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em projetos coletivos de forma interdisciplinar fortalecendo pessoas e grupos contri-buindo para a elaboraccedilatildeo implementaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do pro-jeto poliacutetico pedagoacutegico da escola e ampliar a reflexatildeo acerca da necessidade de construir com a equipe escolar estrateacutegias de ensino e aprendizagem que considerem os desafios da con-temporaneidade Assim o mesmo documento orienta que o psicoacutelogo em sua praacutetica nos contextos escolares e educacionais considere a realidade da escola brasileira articulando com outros setores e movimentos compreenda os fatores que produzem e causam sofrimento em educandos e educadores analise o campo de relaccedilatildeo soacutecio-poliacutetico-pedagoacutegico para melhoria do processo educacional comprometa-se com as funccedilotildees sociais da escola de acesso aos bens culturais e a promoccedilatildeo da autonomia dos indiviacuteduos elabore metodologias de trabalhos multidisciplina-res valorizando e potencializando a produccedilatildeo de saberes dos diferentes espaccedilos educacionais atue na direccedilatildeo da ampliaccedilatildeo

psicologia psicologia do desenvolvimento psicologia social e psicologia organizacional intervindo em questotildees de natureza mental e emocional sempre em uma perspectiva educacional Para se efetivar a importacircncia desta aacuterea na Educaccedilatildeo eacute imprescindiacutevel que o psicoacutelogo escolareducacional procure am-pliar as informaccedilotildees disponiacuteveis a respeito do impacto deste traba-lho dentro das escolas Lembran-do que conscientizaccedilatildeo e vonta-de poliacutetica precisam andar juntas para que as mudanccedilas propostas sejam concretizadas Cassins et al (2007) desta-cam a importacircncia do Psicoacutelogo Educacional atuando na Educa-ccedilatildeo partindo os seus estudos de legislaccedilotildees como a Constituiccedilatildeo Federal a LDB e o ECA e conclui que a Psicologia tem uma gran-de contribuiccedilatildeo a dar uma vez que tais legislaccedilotildees ao definirem a abrangecircncia da educaccedilatildeo falam de processos de formaccedilatildeo desenvolvimento e convivecircncia humana Dissertam sobre o di-reito ao pleno desenvolvimento agrave cidadania qualificaccedilatildeo para o trabalho e a importacircncia da prevenccedilatildeo Compreendendo que o que estaacute assegurado por tais legis-laccedilotildees constituem objeto de estudo e de atuaccedilatildeo da psicologia podemos compreender que a psicologia se torna uma ciecircncia do fenocircmeno educativo e os psicoacutelogos educacionais tornam--se tambeacutem educadores Diante destes argumentos evidencia-se a contribuiccedilatildeo da Psicologia para a educaccedilatildeo com a vertente de colaborar no pro-cesso de ensino e aprendizagem nas relaccedilotildees interpessoais e nos processos intrapessoais referindo-se sempre agraves dimensotildees poliacutetica econocircmica social e cultural Desta forma entendendo tambeacutem o seu papel na elaboraccedilatildeo de planos e poliacuteticas refe-rentes ao Sistema Educacional visando promover a qualidade a valorizaccedilatildeo e a democratizaccedilatildeo do ensino O ano de 2008 foi considerado o ano da educaccedilatildeo no Sis-tema Conselhos de Psicologia No decorrer daquele ano foram realizados eventos que culminaram com o Seminaacuterio Nacional do Ano da Educaccedilatildeo Esse evento procurou reconhecer os pro-

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

ldquopodemos compreender a importacircncia do trabalho da

Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma

organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade

que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia

reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduordquo

da qualidade do processo educacional compartilhe a praacutetica e o conhecimento desenvolvido pela Psicologia socializando saberes e ampliando as possibilidades de atuaccedilatildeo tecendo um paralelo com as atribuiccedilotildees definidas pelo Conselho Regional de Psicologia compreendemos que cabe a noacutes psicoacutelogos atuantes na educaccedilatildeo fornecer as contribuiccedilotildees conforme descrito por McNamara apud SantrsquoAna (2010)bull Oferecer suporte aos professores de educaccedilatildeo regular e

especial por meio da coleta e busca de dados relaciona-dos agraves crianccedilas e suas dificuldades investigar as possiacuteveis variaacuteveis que interferem na manutenccedilatildeo dos problemas analisar condiccedilotildees ambientais e interpessoais propor e desenvolver estrateacutegias e planos de intervenccedilatildeo como tambeacutem avaliar resultados obtidos

bull Fornecer apoio aos programas de transiccedilatildeo para alunos com deficiecircncia assessoria aos professores e adminis-tradores colaborando com sugestotildees para a melhoria de curriacuteculos e programas de instruccedilatildeo tendo em vista a or-ganizaccedilatildeo de conteuacutedos e de padrotildees de desempenho bem como o favorecimento da relaccedilatildeo escola-famiacutelia pela comunicaccedilatildeo mais proacutexima com a comunidade pais e alu-nos

bull Ampliar seu papel de consultor e o de favorecimento do trabalho cooperativo entre professores das redes regular e especial e do modelo de ensino conjunto no qual os dois

tipos de educadores lecionam na mesma sala de aulabull Fornecer suporte teacutecnico como a criaccedilatildeo de novas for-

mas de estruturaccedilatildeo do processo de ensino-aprendizagem direcionando-as agraves necessidades dos alunos a realizaccedilatildeo de monitoramento constante do projeto pedagoacutegico com apoio teacutecnico aos participantes e agrave comunidade em geral a oferta de cursos e grupos de estudo aos educadores assim como o favorecimento de formas mais adequadas de trabalho no sentido da inclusatildeo educacional e social dessas crianccedilas

Pode-se acrescentar ainda a essas contribuiccedilotildeesbull A articulaccedilatildeo com os segmentos puacuteblicos privados e orga-

nizaccedilotildees natildeo governamentais de forma a garantir maior abrangecircncia aos atendimentos necessaacuterios visando o ple-no desenvolvimento humano

bull Contribuir junto a outros profissionais que atuam na edu-caccedilatildeo promovendo e garantindo o direito e a permanecircncia de todos e todas agrave educaccedilatildeo de qualidade e que esta ocor-ra preferencialmente nas salas regulares de ensino

bull Acolher orientar e encaminhar as famiacutelias dos alunos de forma a garantir acesso a outros serviccedilos essenciais para o seu desenvolvimento

A Psicologia Educacional portanto visa agrave mediaccedilatildeo e tam-beacutem agrave intervenccedilatildeo que oferece informaccedilotildees e alternativas para as diversas aacutereas e situaccedilotildees que envolvem o acircmbito da

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

GILSON CARDOSOFormado em Psicologia pela Unimar com Poacutes Graduaccedilatildeo em Psico-pedagogia Cliacutenica e Institucional pelo INDEP Atua como Psicoacutelogo Educacional no Centro Escola Municipal de Atendimento Educacio-nal Especializado da Secretaria da Educaccedilatildeo Psicoacutelogo do Ensino

Fundamental II do Coleacutegio Cristo Rei e atuaccedilatildeo cliacutenica

SABRINA ALVES DIAS Pedagoga e Mestre em Educaccedilatildeo Especial

TacircNIA PAULA FERNANDES CORRecircA DOS SANTOSPsicoacuteloga Educacional do CEMAEE - Mariacutelia

Referecircncias bibliograacuteficas

CASSIS M et al Manual de Psicologia Escolar - Educacional Curitiba Graacutefica e editora Unificado 2007 45p

O que eacute Psicologia Educacional Documento virtual disponiacutevel em httpcaminhandopsicologianocomunidadesnetindexphppagina=1017014182 Acesso em 03042014

Orientaccedilatildeo Sobre as Atribuiccedilotildees do Psicoacutelogo no Contexto Escolar e educacional Nota teacutecnica disponiacutevel em httpwwwcrpsporgbrportalmidiafiquedeolho_veraspxid=72 Acesso em 03042014

SANTrsquoANA I M Contribuiccedilotildees da Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo Escolar na Educaccedilatildeo Inclusiva Concepccedilotildees de Professores e Diretores Artigo disponiacutevel em httpwwwufsjedubrportal2repositorioFilevertentesv201920n202Izabella_Mendespdf Acesso em 03042014

Colaboraccedilatildeo

Educaccedilatildeo atuando na escola junto ao administrativo com os professores os alunos os funcionaacuterios e a comunidade (CAS-SINS et Al 2007) Para finalizar considerando a complexidade e diversidade que as novas propostas e leis que regem a Educaccedilatildeo em to-dos os seus niacuteveis e modalidades podemos compreender a importacircncia do trabalho da Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduo Efetivando aqui a citaccedilatildeo realizada no iniacutecio desta apresentaccedilatildeo

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Coleacutegio Cristo Rei

a delimitaccedilatildeo da idade eacute uma referecircncia mas natildeo eacute o uacutenico elemento a ser considerado Precisamos contudo de um paracircmetro Eacute necessaacuterio ter presente que a diversidade dosas jovens se manifesta de maneira variada por exemplo nas cidades e no campo Essa diversidade estaacute atravessada pelas questotildees da raccedila da etnia da cultura do gecircnero do rendimento familiar do local de moradia (centro periferia cidade grande pequena campo) e do acesso aos bens e serviccedilos (2001 p 59)

opiniatildeoldquoSe somos

progressistas realmente

abertos ao outro

e a outra devemos nos esforccedilar com

humildade para diminuir ao maacuteximo a

distacircncia entre o que dizemos

e o que fazemosrdquo

(Paulo Freire)

Lourival Rodrigues da Silva destaca que

Quem satildeo e o que querem as Juventudes

Atuaccedilatildeo de jovens descontroacutei antigos

conceitos e traccedila novas concepccedilotildees para a

condiccedilatildeo juvenil

O conceito ldquojuventudesrdquo pode ser entendido como uma categoria que estaacute em permanente construccedilatildeo social e histoacuterica por levar em consideraccedilatildeo as dimensotildees

bioloacutegicas sociais psiacutequicas culturais poliacuteticas e econocircmicas O que se constituem em muacuteltiplas maneiras de viver a con-diccedilatildeo juvenil Deste modo eacute possiacutevel dirigir um olhar sobre a juventude que contemple a sua diversidade Pois a agregaccedilatildeo por idade natildeo traduz as identificaccedilotildees possiacuteveis que a situaccedilatildeo cotidiana revela

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

ldquohaacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar

definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para estesrdquo

Novaes (2009) Sposito amp Carrano (2003) Castro amp Abra-movay (2003 2009) e Abramo (2005) empregam a expressatildeo ldquojuventudesrdquo como forma de enfatizar que ao se tratar de jo-vens deve-se reconhecer uma realidade plural e multifacetada Para Bourdieu (1983) haacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para es-tes em contraponto outrosas autoresas definem a juventude como passagem transitoacuteria da adolescecircncia para a fase adulta como destaca Krauskopf (2003) em quatro categorias a juven-tude como periacuteodo preparatoacuterio a juventude como etapa pro-blemaacutetica o jovem como ator estrateacutegico do desenvolvimento e de uma forma mais integral e protagonista a juventude cida-datilde como sujeita de direitos

reproduccedilatildeo (gerar e cuidar dos filhos) e participaccedilatildeo (nas decisotildees deveres e direitos que regulam a sociedade) (2005 p40-41) Neste sentido a juventude eacute a transiccedilatildeo de acesso agrave vida adulta por meio do trabalho eou produccedilatildeo viabilizando o conceito de que elea (oa jovem) eacute um ser em preparaccedilatildeo onde o adulto eacute visto como o que viabilizaraacute esse processo ou seja o ldquoeducadorardquo que normatiza esse mecanismo favorecendo a estea ferramentas adequadas para seu desenvolvimento O olhar para oa jovem eacute feito unicamente pelo vieacutes do trabalho e estudo (ABRAMO 1994) fragmentando a realidade juvenil somente a essas duas necessidades retirando os acessos culturais e artiacutesticos ou melhor o lazer do contexto juvenil em se tratando do segundo vieacutes oa jovem eacute visto como etapa problemaacutetica ldquoo sujeito aparece a partir dos problemas que ameaccedilam a ordem social ou desde o deacuteficit nas manifestaccedilotildees de seu desenvolvimentordquo (ABRAMO 2005 p 20) haacute uma ecircnfase no ldquojovem problemardquo que transgride as normas preacute-estabelecidas Para Abramo (2005 p 21) ldquono Brasil este foi o enfoque que praticamente dominou as accedilotildees dos anos 80 aos 90 foi uma das principais matrizes por onde o tema da juventude principalmente a lsquoemergentersquo juventude dos setores popularesrdquo causando um estigma social na vida dosas jovens onde estesas sofreram brutalmente a perda de seus diretos sociais sendo visto de forma generalizante causando em muitos adultos uma aversatildeo a seus projetos e sonhos

Verifica-se na terceira categoria oa jovem como atoratriz estrateacutegico do desenvolvimento visando destacaacute-loa como mecanismo de enfrentamento ao sistema social mundial ou seja haacute um avanccedilo nesse entendimento de juventude como pontua Abramo

a noccedilatildeo de condiccedilatildeo juvenil remete em primeiro lugar a uma etapa do ciclo de vida de ligaccedilatildeo (transiccedilatildeo diz a noccedilatildeo claacutessica) entre a infacircncia tempo da primeira fase de desenvolvimento corporal (fiacutesica emocional intelectual) e da primeira socializaccedilatildeo de quase total dependecircncia e necessidade de produccedilatildeo para a idade adulta em tese a do aacutepice do desenvolvimento e de plena cidadania que diz respeito principalmente a se tornar capaz de exercer as dimensotildees de produccedilatildeo (sustentar a si proacuteprio e a outros)

Esta concepccedilatildeo avanccedila no reconhecimento dos jovens como atores dinacircmicos da sociedade e com potencialidades para responder aos desafios colocados pelas inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e transformaccedilotildees produtivas Traz assim a possibilidade de incorporar os jovens em situaccedilatildeo de exclusatildeo natildeo pela oacutetica do risco e da vulnerabilidade mas numa perspectiva includente (2005 p 21)

Abramo refere-se agrave primeira categoria sistematizada por Krauskopf afirmando que

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

haacute nessa perspectiva um diaacutelogo muito superficial no modo de perceber o contexto social que osas jovens satildeo protagonis-tas e como estes espaccedilosmodelos de fato favorecem que elesas sejam atoresatrizes com papeacuteis especiacuteficos de transforma-ccedilotildees Visando respaldar esses direitos haacute uma ecircnfase emanci-padora na quarta categoria destacada por Krauskopf que eacute a juventude cidadatilde como sujeita das poliacuteticas como afirma o termo osas jovens satildeo entendidos como canais iacutempares para a efetivaccedilatildeo de direitos sociais retirando o roacutetulo como etapa ldquotransitoacuteriardquo ou ldquoproblemardquo essa concepccedilatildeo olha oa jovem como sujeito autocircnomo que guarda em sua realidade cultural um arcabouccedilo de conhe-cimentos e realidades E eacute por meio dessa realidade que se verifica uma accedilatildeo poliacutetica juvenil na atualidade respaldado por iniciativas accedilotildees e espaccedilos que osas garantam como sujeitos de direitos Das megaloacutepoles agraves pequenas cidades osas jovens sa-iacuteram agraves ruas ldquogritando palavras de ordem de uma nova or-demrdquo Ordem esta que pode ser entendida pela necessidade da efetivaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude (PPJs) para si e inuacutemeras minorias sociais que tecircm seus direitos cerceados cotidianamente

As manifestaccedilotildees juvenis por direitos so-ciais mostram-se contraacuterias aos discursos acerca da passividade dosas jovens por meio dessa mobilizaccedilatildeo verificou-se que elesas querem ter seus direitos efetivados direitos estes destacados na Carta Magna estando cansadosas de verem seus pares sendo vitimadosas nas ruas das cidades e campos por falta de emprego educaccedilatildeo cultura lazer esporte ou seja cidadania Natildeo se pode acreditar que somente sair agraves ruas basta para romper a estrutura his-toacuterica de dominaccedilatildeo das maiorias sob osas minorizadosas Deve-se pensar em accedilotildees poliacuteticas que garantam os direitos juvenis frente a essas realidades destaca-se desde os anos 2000 uma reflexatildeo importante en-tre Governo e Movimentos Sociais acerca da garantia de direitos aosas jovens por meio das Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude

que resguardam as demandas de uma parcela significativa des-sa populaccedilatildeo sobretudo osas jovens em vulnerabilidade social e risco pessoal Neste processo em 2005 foi sancionada pelo Presidente a lei 11129 que criou a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) organismo do Governo Federal responsaacutevel por promover a integraccedilatildeo de todas as accedilotildees que tem como foco o puacuteblico juvenil tornando-se a principal referecircncia governamental no que diz respeito agrave juventude tanto na interlocuccedilatildeo com a so-ciedade civil (movimentos ONGs grupos juvenis etc) como no trabalho conjunto entre os Ministeacuterios e Secretarias visando agrave criaccedilatildeo de mais programas e accedilotildees Nesta conjuntura osas jovens vecircm ocupando este es-paccedilo de forma efetiva desconstruindo o olhar da juventude meramente como fase transitoacuteria Satildeo jovens que produzem constroem vivem relacionam-se onde se encontram questotildees sociais especiacuteficas e por isso necessitadosas de poliacuteticas puacutebli-cas que garantam essas demandas Frente agrave mudanccedila do entendimento das categorias juvenis e de toda a garantia de direitos que estesas vecircm adquirindo eacute necessaacuterio efetivar uma accedilatildeo educativa que colaborem de fato a serem autocircnomosas e problematizadoresas de suas realida-des sociais transformando-as

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Coleacutegio Cristo Rei

IR MaacuteRCIO DINIZ FeRReIRA SCIntegrante da equipe teacutecnica da Juventude Cristo Rei

Referecircncias bibliograacuteficas

ABRAMO helena Wendel Cenas Juvenis - punks e Darks no espetaacuteculo urbano Satildeo Paulo Scritta 1994

ABRAMO helena Wendel e BRANCO Pedro Paulo Martoni (orgs) Retratos da Juventude Brasileira Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo Instituto da Cidadania 2005

_______ O uso das noccedilotildees de adolescecircncia e juventude no contexto brasileiro In FReItAS de Maria Virgiacutenia (orgs) Juventude e Adolescecircncia no Brasil referenciais conceituais Satildeo Paulo Accedilatildeo educativa 2005

BOFF leonardo Criacuteticos criativos e cuidantes 2005 Disponiacutevel em httpwwwleonardoboffcomsitevista2004abril23htm Acesso em 06 abril 2014

BOURDIeU P Questotildees de sociologia Rio de Janeiro Marco Zero 1983

CAStRO Mary Garcia ABRAMOVAY Miriam Quebrando mitos juventude participaccedilatildeo e poliacuteticas Perfil percepccedilotildees e recomendaccedilotildees dos participantes da 1ordm Conferencia Nacional de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude resumo executivo Brasiacutelia RItlA 2009

KRAUSKOPF Poliacuteticas de juventude em centroamerica Primeira Deacutecada 2003 pags 8 -25

NOVAeS Regina Reys Poliacutetica de Juventude no Brasil continuidades e rupturas In FAacuteVERO Osmar Juventude e Contemporaneidade Brasiacutelia RItlA 2009

SPOSItO Mariacutelia Ponte amp CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Juventude e Poliacuteticas puacuteblicas Revista Brasileira de Educaccedilatildeo n 2 setdez 2003

opiniatildeo

embasadosas por accedilotildees cidadatildes almeja-se que osas jo-vens sejam sujeitos de direitos emancipadosas e emancipa-doresas Que por meio da identificaccedilatildeo do loacutecus social que osas cercam osas jovens possam ser ainda mais criacuteticos criati-vos e cuidantes

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

zada a normativa a gramaacutetica a partir de uma perspectiva de estudo ndash ldquodescritivardquo ldquogerativardquo ldquofuncionalrdquo e ldquotextualrdquo como disciplina escolar e como um livro Antunes (2007 p25-34) explica esses conceitos de forma clara A ldquogramaacutetica internalizadardquo eacute aquela que corresponde ao saber intuitivo do falante envolve todos os usos da liacutengua isto eacute em diversos niacuteveis - do informal para o formal - e em todas situaccedilotildees soacutecio-comunicativas como o proacuteprio autor declara ldquonada na liacutengua em nenhuma liacutengua escapa a essa gramaacuteti-cardquo (2007 p 26) A partir dos trecircs anos de idade crianccedilas satildeo capazes de se comunicar por estruturas linguiacutesticas comple-xas por exemplo ao optar pela variaccedilatildeo ldquominhas colegasrdquo ou ldquomeus colegosrdquo uma crianccedila demonstra ter conhecimento da variaccedilatildeo de gecircnero Natildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma culta a do bem falar segue uma gramaacutetica

O assunto eacute polecircmico e tem sido ques-tionado entre linguistas e vaacuterios es-tudiosos da aacuterea de letras Por que

se ensina a gramaacutetica na escola A bibliogra-fia eacute extensa e em grande parte dela o enfo-que no trabalho com a gramaacutetica normativa eacute visto como o principal causador do insu-cesso dos alunos dos Ensinos Fundamental e Meacutedio quando se trata da competecircncia co-municativa ou seja os educandos muitas vezes natildeo se expressam de forma satisfa-toacuteria atraveacutes da escrita e da oralidade por consequecircncia se desinteressam da leitura e das aulas de Liacutengua Portuguesa O que fazer entatildeo Abolir as noccedilotildees de gramaacutetica das aulas de liacutengua materna Inicialmente eacute importante ressaltar a diferenccedila baacutesica entre ldquoliacutenguardquo e ldquogramaacuteti-cardquo jaacute que muitas vezes ambos os concei-tos satildeo confundidos De acordo com Ernani terra (2008 p 22) a liacutengua eacute um aspecto da linguagem que utiliza a palavra (o ver-bo) para a comunicaccedilatildeo eacute um sistema de natureza gramatical pertencente aos indiviacuteduos formado por um sistema de sinais e regras - a gramaacutetica em um sentido mais amplo Ele ainda afirma que eacute uma instituiccedilatildeo social abstrata ou seja que eacute ex-terior aos indiviacuteduos e que se concretiza atraveacutes da fala um ato particular do ser humano Contudo a gramaacutetica para Irandeacute Antunes (2007 p41) limita-se a uma parte da liacutengua e tem a funccedilatildeo regularizadora ou seja de impor limites poreacutem natildeo consegue regular tudo toda pessoa escolarizada quando questionada ldquosobre o que eacute gramaacuteticardquo dispotildee de um conceito baacutesico trata-se das regras de uma liacutengua tal definiccedilatildeo natildeo eacute errada poreacutem pre-cisa ser ampliada A gramaacutetica regula a liacutengua no entanto haacute outros tipos de gramaacuteticas que devem ser compreendidos para que o leitor possa entender melhor a problemaacutetica a internali-

Por que ensinar gramaacutetica na escolaEacute possiacutevel fazer ciecircncia nas aulas de Liacutengua Portuguesa

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Coleacutegio Cristo Rei

pois todas as variantes comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intui-tiva atraveacutes do uso das atividades sociais do conviacutevio com a famiacutelia A escola viraacute posteriormente para ampliar esse conhe-cimento portanto ele natildeo deve ser menosprezado A segunda concepccedilatildeo vecirc a gramaacutetica como um conjunto de normas que regulam o uso da liacutengua ela natildeo considera toda a realidade comunicativa apenas aquela considerada aceitaacute-vel atraveacutes da oacutetica da liacutengua prestigiada socialmente Aqui o importante eacute o domiacutenio das regras do que eacute certo e do que eacute errado do que deve e natildeo ser dito Tais prescriccedilotildees natildeo satildeo feitas por razotildees puramente linguiacutesticas mas por motivos his-toacutericos sociais e econocircmicos Logo eacute importante questionar-se do porquecirc das variantes das classes sociais menos favorecidas natildeo serem consideradas padratildeo na liacutengua Predomina-se o es-tudo da liacutengua na forma escrita natildeo na falada A gramaacutetica como uma perspectiva de estudo indica uma maneira de estudo eou um meacutetodo de investigaccedilatildeo sobre a liacutengua Surgiram assim durante os estudos sobre a linguagem diversas perspectivas sobre a mesma (terra 2008 p79-80)

a) A Gramaacutetica descritiva natildeo prescreve regras do que eacute certo ou errado e sim verifica as uniformidades e diferenccedilas presentes na liacutengua em decorrecircncia de seu uso

b) A Gramaacutetica gerativa criada pelo linguista norte-americano Chomsky na deacutecada de 1950 procura explicar os fatos linguiacutesticos como satildeo produzidos com o objetivo de se estabelecer um modelo geral baseado em princiacutepios universais dos quais derivam as gramaacuteticas de cada liacutengua em particular

c) A Gramaacutetica funcional trabalha com a interpretaccedilatildeo satisfatoacuteria dos signos linguiacutesticos que natildeo satildeo analisados apenas como codificaccedilatildeo e descodificaccedilatildeo

d) A gramaacutetica textual tem como objeto de estudo o texto com o fim de explicitar regras para que o falante produza bons textos

artigo

A concepccedilatildeo de gramaacutetica como disciplina escolar reduz todos esses conceitos traz para a sala de aula uma visatildeo em que a gramaacutetica normativa corresponde agrave liacutengua A partir daiacute tem-se um problema pois todas as variantes satildeo excluiacutedas e separa-se a produccedilatildeo textual a leitura e a gramaacutetica como se as trecircs ldquofrentesrdquo da disciplina de liacutengua portuguesa fossem independentes mas natildeo satildeo Mostra-se para o aluno o certo e o errado natildeo haacute espaccedilo para as diversas situaccedilotildees interativas de comunicaccedilatildeo A uacuteltima concepccedilatildeo de gramaacutetica a de um livro que pode ser mais prescritiva eou descritiva Focaliza-se nas estruturas da liacutengua e as hipoacuteteses do que eacute considerado padratildeo e corre-to ela tem a funccedilatildeo de prescrever uma forma uacutenica e correta de comunicaccedilatildeo Um livro de gramaacutetica tambeacutem pode ser des-critivo exibindo as estruturas da liacutengua de forma descontex-tualizada sem o enfoque nas situaccedilotildees reais de comunicaccedilatildeo Desse modo eacute privilegiada a modalidade escrita principalmen-te as expressotildees da literatura e da imprensa Qual a relaccedilatildeo desses conceitos agrave rotina escolar Como jaacute foi mencionado neste artigo a partir do momento em que a es-cola e ou professor consideram a gramaacutetica normativa como a uacutenica variante possiacutevel excluem-se todas as possibilidades de leitura e anaacutelise da liacutengua com isso o intuito da ampliaccedilatildeo do conhecimento linguiacutestico do aluno Natildeo se pode esquecer que ele tem uma gramaacutetica internalizada desenvolvida ao longo dos anos e que a gramaacutetica que ele aprenderaacute ou pelo menos

ldquoNatildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma

culta a do bem falar segue uma gramaacutetica pois todas as variantes

comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida

naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intuitiva atraveacutes

do usordquo

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

ldquoCabe ao professor independente do material com que trabalhe ndash livro

apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave

liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situaccedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute

utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais

regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito

mais proacutexima da realidade do alunordquo

conheceraacute no ambiente escolar representa a estrutura de uma das variantes da liacutengua Para Antunes (2007 p 41) a comunicaccedilatildeo eficaz natildeo estaacute relacionada ao domiacutenio das regras de uma liacutengua agraves diferenccedilas das classes gramaticais e suas combinaccedilotildees pos-siacuteveis Haacute outras habilidades que devem ser desenvolvidas ldquotudo isso eacute necessaacuterio mas natildeo suficienterdquo (Ibid p 41) O autor ainda completa salientando que em muitos dos casos quando se ensina gramaacutetica nas aulas de Liacutengua Portuguesa esta natildeo parece ter em nada a ver com a lin-guagem do dia a dia com a liacutengua que nos pertence ou seja eacute muito distante da liacutengua utilizada pelos jovens tanto na fala como nas redes sociais O que se deve fazer entatildeo A gramaacutetica deve ser ex-tinguida da escola e as aulas de Liacutengua Portuguesa devem abordar apenas a leitura e a escrita Provavelmente natildeo O grande problema estaacute no enfoque e na importacircncia que ela recebe Muitos professores de Liacutengua Portuguesa jaacute notaram quantos dos seus alunos satildeo bons leitores produzem boas re-daccedilotildees mas tecircm peacutessimo desempenho nas avaliaccedilotildees de gra-maacutetica ou o oposto satildeo excelentes em provas que envolvem a norma e peacutessimos em questotildees interpretativas Obviamente haacute aqueles alunos que possuem mais facilidade com a lingua-gem e apresentam desempenho satisfatoacuterio em gramaacutetica lei-tura e escrita E o que isso quer dizer Que da forma como os alunos estudam a gramaacutetica estrutural e desconexa em pouco ou quase nada ela ajuda os alunos no desenvolvimento da competecircncia linguiacutestica Cabe ao professor independente do material com que tra-balhe ndash livro apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situ-accedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito mais proacutexima da realidade do aluno escrever ldquoOw vc ta airdquo natildeo eacute considerado correto em uma situaccedilatildeo formal muito menos na escola mas mostrar aos alunos que na internet isso eacute possiacutevel todavia em um processo seletivo para uma vaga no mercado de trabalho ou em uma redaccedilatildeo para vestibular e concurso puacuteblico seria causa de desclassificaccedilatildeo Outro motivo que justifica o desinteresse das crianccedilas e adolescentes agraves aulas de liacutengua Portuguesa e agraves demais dis-ciplinas refere-se agrave realidade que os cercam satildeo vaacuterios jogos

aplicativos redes sociais viacutedeo games e isso faz com que eles tenham acesso a todo e qualquer tipo de entretenimento e informaccedilatildeo instantaneamente e eacute claro que fica muito difiacutecil competir com o mundo digital quando se tem um capiacutetulo de conjugaccedilatildeo verbal para se trabalhar em sala por exemplo Assim como os outros estudiosos Luiz Carlos Travaglia (2003) afirma que o ensino de liacutengua materna pode alcan-

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

Referecircncias bibliograacuteficas

Travaglia Luiz Carlos Gramaacutetica ensino plural Cortez Editora 2003

Antunes Irandeacute Muito Aleacutem da Gramaacutetica Satildeo Paulo Paraacutebola 2007

Terra Ernani Linguagem liacutengua e fala Ernani Terra Satildeo Paulo Scipione 2008 (Coleccedilatildeo Percursos)

ReNAtO GUIMARAtildeeS Al lAGeProfessor de Gramaacutetica do 8ordm ano

do Coleacutegio Cristo Rei Graduado em Letras pela Universidade Estadual de

londrina (Uel)

ccedilar dois objetivos ensinar a liacutengua atraveacutes da formaccedilatildeo de usuaacuterios competentes da liacutengua e que tenham competecircncia comunicativa O que isso significa Que cada pessoa saiba usar a liacutengua de acordo com a situaccedilatildeo de interaccedilatildeo comunicativa a fim de obter os efeitos desejados O outro objetivo relaciona-se ao ensino sobre a liacutengua ou seja a sistematizaccedilatildeo da mesma em que os alunos tecircm conhecimento da liacutengua e podem ser analistas dela e eacute aiacute que entra a gramaacutetica

Para travaglia (2003) trabalhar gramaacutetica com os alunos pode 1 Oferecer informaccedilatildeo cultural conhecimentos teoacutericos so-

bre a liacutengua como as classes de palavras e as funccedilotildees sintaacuteticas natildeo tecircm aplicaccedilatildeo imediata para a maioria das profissotildees poreacutem a nossa sociedade valoriza certa dose de conhecimentos teoacuterico-cientiacuteficos que nem sempre satildeo aplicaacuteveis visto as aacutereas de fiacutesica quiacutemica biologia artes histoacuteria

2 Instrumentalizar com recursos para situaccedilotildees praacuteticas como o conhecimento do alfabeto que eacute indispensaacutevel para se fazer uma listagem ou procurar palavras em um dicionaacuterio o conhecimento das flexotildees verbais ldquodanccedilo danccedilava danccedilareirdquo e suas variaccedilotildees semacircnticas quanto ao tempo a possibilidade de utilizar o conhecimento sobre a liacutengua para ensinar a proacutepria liacutengua quando um professor cita ldquoeste verbordquo ldquo a viacutergulardquo ldquoo sujeitordquo ou seja a temida nomenclatura

3 Desenvolver o raciociacutenio a capacidade de pensar ensinar a fazer ciecircncia como a matemaacutetica e a biologia por exem-plo quando se estuda a liacutengua e os fenocircmenos gramati-cais estaacute se fazendo ciecircncia Com o ensino da gramaacutetica eacute possiacutevel fazer com que o aluno perceba as irregularidades da liacutengua e das proacuteprias regras prescritas pela norma Eacute desenvolvida entatildeo a capacidade de observar formular hipoacuteteses buscar comprovaccedilatildeo ou falsificaccedilatildeo A aula de gramaacutetica pode propiciar ao educando um momento de estudo e de pesquisa dando-lhe um caraacuteter de indepen-decircncia intelectual Eacute possiacutevel desenvolver a percepccedilatildeo de que a verdade sobre os mundos natural ou social natildeo estatildeo prontas nos livros e cabe portanto a ele (o aluno) como ser participante do processo de aprendizagem criar hipoacute-teses criacuteticas e aceitar ou refutar as novas descobertas

As aulas de Liacutengua Portuguesa tecircm todos os ingredientes possiacuteveis para tornarem-se mais atrativas aos jovens ndash eacute a liacutengua materna deles todo e qualquer tipo de texto pode ser trabalhado em sala de aula por exemplo Eacute fundamental que o docente tenha consigo os conceitos de liacutengua e gramaacuteti-ca muito bem elaborados e principalmente que o professor amplie a visatildeo de mundo do aluno Tornaacute-lo participativo no processo de aprendizagem como o protagonista das accedilotildees comunicativas pode ser uma alternativa especialmente quan-do ele estaacute envolvido com o fazer ciecircncia

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resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

redaccedilotildees de alunos

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

redaccedilotildees de alunos

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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Coleacutegio Cristo Rei

PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

redaccedilotildees de alunos

(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Coleacutegio Cristo Rei

Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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Page 5: 8ª edição - cristorei.com.br

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Coleacutegio Cristo Rei

coluna

quem ldquoa matildeo na massardquo realizando atividades experiecircncias desafios e compreendendo o sentido do que estaacute sendo ensina-do e aprendido Se a aula daacute prazer o aluno estaraacute em alerta e envolvido O professor eacute responsaacutevel por significar a aula para que o aluno perceba que o conteuacutedo estudado eacute relevante Um moacutedulo novo na apostila por exemplo pode ser in-troduzido partindo da proposta de que tentem realizar as ati-vidades antes mesmo de que se tenha realizado a leitura a explicaccedilatildeo ou a troca de ideias sobre o assunto Desta forma seraacute possiacutevel diagnosticar o que os alunos jaacute conhecem sobre o conteuacutedo e partir do que jaacute sabem para um novo aprendizado A realizaccedilatildeo de jogos de raciociacutenio produccedilotildees com roteiros textos de autoria trabalho em equipe e orientaccedilotildees que incen-tivem o aluno a observar interpretar e questionar proporcio-nam aulas mais interessantes e significativas

O perfil dos alunos de hoje eacute bem diferente daqueles alu-nos passivos de outras eacutepocas Atualmente da mesma forma que as aulas devem ser mais praacuteticas e significativas tambeacutem eacute necessaacuterio que exista toda uma organizaccedilatildeo um planeja-mento e disciplina para que o objetivo da aula seja realmente alcanccedilado o aprendizado A escola tambeacutem precisa oferecer limites regras e espaccedilo para o desenvolvimento das capacida-des de conhecer ser fazer e conviver Cabe ao professor saber aproveitar o potencial de cada aluno e instrumentalizar a crian-ccedila para a vida A disciplina deve ser compreendida como um fator que organiza a vida e pode ser desenvolvida e aprendida no espaccedilo

ldquoO perfil dos alunos de hoje eacute bem diferente daqueles alunos passivos de outras eacutepocas Atualmente da mesma forma que as aulas devem ser mais praacuteticas e significativas tambeacutem eacute necessaacuterio que exista

toda uma organizaccedilatildeo um planejamento e disciplina para que o objetivo da aula seja realmente

alcanccedilado o aprendizadoldquo

escolar e no familiar

PARtICIPAccedilAtildeO DA FAMiacutelIA Outra questatildeo relevante para o bom desempenho da crianccedila na escola eacute a famiacutelia A famiacutelia tem um papel muito importante pois a crianccedila de hoje eacute o centro da famiacutelia Ela daacute opiniotildees participa de escolhas e decisotildees na maioria das famiacute-lias A famiacutelia deve estar atenta ao que estaacute oferecendo para seu filho Os pais influenciam os filhos o tempo todo ao expressar opiniotildees crenccedilas preconceitos valores a forma como enxer-gam a escola e o proacuteprio trabalho Eacute fundamental que famiacutelia e escola caminhem juntas falem a mesma linguagem Participar da vida escolar dos filhos acompanhando suas tarefas o que eles dizem sobre a escola as aulas a convivecircncia com os cole-gas e os conteuacutedos que estatildeo sendo estudados satildeo formas de estar presente e tambeacutem colaborar com o desempenho escolar do filho Participar das reuniotildees questionar e estar aberto para ouvir as orientaccedilotildees da escola a respeito do aluno tambeacutem fa-zem parte deste processo

A IMPORtacircNCIA DA FORMAccedilAtildeO De haacuteBItOS DE ESTUDOS Para a formaccedilatildeo de bons haacutebitos de estudos eacute primordial que a famiacutelia participe Quando bem acompanhados os filhos teratildeo maiores condiccedilotildees de amadurecer aprender e aplicar seus conhecimentos nos desafios da vida Alguns pais comentam que seus filhos ldquonatildeo obedecemrdquo natildeo saem da frente da TV ou de algum jogo eletrocircnico e natildeo se dedicam aos estudos como por exemplo fazer a proacutepria tarefa escolar Os pais como ldquoautoridaderdquo na famiacutelia sem autoritarismo podem e devem ensinar a noccedilatildeo de tempo aos filhos como os limites de tempo para brincar estudar dormir acordar etc Muitas vezes eacute necessaacuterio dar informaccedilotildees firmes e claras agrave crianccedila ldquoVou desligar a tV para vocecirc e depois que terminar sua tarefa com capricho poderaacute voltar a assistirrdquo Com instruccedilotildees e exemplos de como aproveitar bem seu tempo a disciplina seraacute desenvolvida e o aluno vai aprender melhor Outro fator importante eacute o lugar em que se estuda A crianccedila precisa de um lugar organizado limpo e de preferecircncia sempre o mesmo lugar para fazer tarefas e estudar Isso faz

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Coleacutegio Cristo Rei

com que o ceacuterebro aprenda melhor e sem estresse Os pais tambeacutem natildeo precisam dominar todos os conteuacutedos escolares para ajudar os filhos em suas tarefas Quando o filho tem duacutevida e os pais natildeo sabem determinado conteuacutedo podem ajudar fazendo questionamentos sobre como foi a aula mostrando interesse em saber o que ele estaacute aprendendo e ateacute mesmo orientaacute-lo em questionar o professor para pedir explicaccedilotildees eou buscar informaccedilotildees no proacuteprio material

Quando os filhos percebem que a famiacutelia e a escola se importam com eles e caminham juntas o aprendizado se daraacute com prazer e seraacute muito mais significativo para a vida

coluna

PRISCILA MUFF MACHADO CAMARGOProfessora do 3ordm ano do ensino

Fundamental do Coleacutegio Cristo ReiGraduada em Pedagogia pela Universidade estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo

Poacutes graduada em Psicopedagogia Cliacutenica pela Faculdade PaulistaFundepe Mariacutelia - SP

Referecircncias bibliograacuteficas

FRAIMAN LEO Como ensinar bem a crianccedila e adolescentes de hoje teoria e praacutetica Satildeo Paulo editora esfera 2013

PAiacuteN S Diagnoacutestico e tratamento dos problemas de aprendizagem Porto Alegre Artes Meacutedicas 1985

SIlVA ANA BeAtRIZ B Mentes Inquietas TDHA Desatenccedilatildeo hiperatividade e impulsividade Rio de janeiro Objetiva 2009

ZABAlA ANtONI Como aprender e ensinar competecircncias Porto alegre Artmed 2010

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Coleacutegio Cristo Rei

experiecircnciaAulas de apoio pedagoacutegico

Ao pensarmos nas dificuldades de aprendizagem eacute preci-so reconhecer em primeira instacircncia que na complexi-dade da escola os processos envolvidos satildeo marcados

por trajetoacuterias diferenciadas avaliadas como satisfatoacuterias ou insatisfatoacuterias Nessa complexidade interatu-am diferentes expectativas em relaccedilatildeo ao do-miacutenio dos conteuacutedos escolares e apreensatildeo do conhecimento Na perspectiva teoacuterica de Jean Piaget as dificuldades de aprendizagem natildeo satildeo ex-plicadas pelo prisma do que falta agrave crianccedila seus limites e impossibilidades mas por suas accedilotildees e significaccedilotildees sua riqueza de constru-ccedilotildees e suas superaccedilotildees Partindo desse pres-suposto as dificuldades de aprendizagem natildeo podem ser analisadas como pertencen-tes ao aluno e a sua famiacutelia somente Sendo assim a instituiccedilatildeo escolar deve refletir planejar organizar e aplicar caminhos alternativos que contribuam para que os es-tudantes independente da singularidade de seus pensamentos e das distintas trajetoacuterias de aquisiccedilatildeo do conhecimento tenham con-diccedilotildees de serem sujeitos da sua aprendiza-gem Neste sentido estatildeo contextualizadas as aulas de apoio pedagoacutegico que tecircm a pers-pectiva de ampliaccedilatildeo da aprendizagem esco-lar No Coleacutegio Cristo Rei trata-se de um dife-rencial oferecido aos alunos do 2ordm ao 5ordm ano do Ensino Fundamental Elas satildeo realizadas no horaacuterio contraacuterio de aula do aluno duas vezes na semana com duraccedilatildeo de 2 horasaula por semana O apoio pedagoacutegico se daacute essencialmente em Liacutengua Por-tuguesa e Matemaacutetica disciplinas consideradas baacutesicas para aprendizado de qualquer outro tema visto que se o aluno natildeo

Novos caminhos para melhorar niacuteveis de aprendizagem e favorecer a autoestima dos educandos

aprender bem estas disciplinas natildeo teraacute condiccedilotildees de aprender os outros conteuacutedos Entre os objetivos das aulas de apoio estatildeo a ampliaccedilatildeo das possibilidades de aprendizagem dos alunos e a disponibi-

lizaccedilatildeo de oportunidades para reforccedilar aprofundar ou suprir carecircncias dos conteuacutedos trabalhados na sala de aula Transformamos as aulas de apoio pedagoacutegico em momen-tos estimulantes que exigem estrateacutegias para resoluccedilatildeo das diversas situaccedilotildees-problema Entre os recursos utilizados lan-

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Coleacutegio Cristo Rei

experiecircncia

ccedilamos matildeo do aspecto luacutedico especialmente atraveacutes da utili-zaccedilatildeo dos jogos Eles cumprem o papel de trazer descontraccedilatildeo ao conteuacutedo trabalhado e relacionaacute-lo de forma mais palpaacutevel a situaccedilotildees cotidianas Algumas exemplos satildeobull Jogos da memoacuteria divisatildeo e tabuadabull Jogos de alfabetizaccedilatildeobull Jogos de letras moacuteveisbull Reacutegua numeacuterica bull Sudocobull Livros de histoacuterias

Eacute relevante destacar que as aulas de apoio satildeo um tra-balho conjunto entre o professor da sala de aula e professor da sala de apoio pedagoacutegico Esse trabalho tem como pontos essenciais as accedilotildees descritas a seguirbull Seleccedilatildeo de alunos com dificuldades de aprendizagem nas

suas turmas de origem pelo professor de salabull Seleccedilatildeo de conteuacutedos a partir das dificuldades dos alunos

nas suas turmas de origembull Planejamentos integrados feitos pelos professores de sala

e da sala apoio pedagoacutegicobull Avaliaccedilotildees perioacutedicas e registros dos avanccedilos eou dificul-

dades

Aleacutem da parceria entre os educadores o envolvimento dos pais e responsaacuteveis eacute fundamental e de suma importacircncia para o bom andamento do trabalho Os resultados conquistados com essas praacuteticas satildeo inuacute-meros poreacutem o principal indicador da eficiecircncia das aulas de apoio pedagoacutegico eacute a melhoria dos niacuteveis de aprendizagem dos educandos Aleacutem disso satildeo niacutetidos os avanccedilos na autoestima desempenho nas atividades de resoluccedilatildeo de problemas de-senvolvimento do raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico interpretaccedilatildeo atenccedilatildeo etc

CARLA LARAyAEducadora do Ensino Fundamental I e

professora das aulas de apoiopedagoacutegico do Coleacutegio Cristo Rei

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

A psicologia pode ser compreendida como a ciecircncia que investiga os processos e estados conscientes assim como as suas origens e efeitos Tem como atribuiccedilatildeo

o comprometimento social e o estudo dos fenocircmenos danosos aos seres humanos Busca trabalhar na promoccedilatildeo da liberdade da dignidade e da integridade do ser humano Promovendo a sauacutede e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades contribuindo para a eliminaccedilatildeo de quaisquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircn-cia crueldade e opressatildeo A Psicologia passou a usar suas teacutecnicas para estudar e compreender os fenocircmenos educacio-nais e assim constitui-se a Psicologia Educacional e esta vem a ser a aacuterea da psicologia que abor-da todas as problemaacuteticas referentes agrave educaccedilatildeo e aos processos de ensino e aprendizagem nas crianccedilas e adultos Entendendo por educaccedilatildeo o ato de educar instruir processo contiacutenuo que permite ao indiviacuteduo o desenvolvimento de suas faculdades fiacutesicas intelectuais e morais Contribuindo para a sua integraccedilatildeo na sociedade Ao psicoacutelogo educacional cabe analisar a eficaacutecia das estrateacutegias educacionais desenvol-ver projetos educativos bem como desenvolver as capacidades das crianccedilas com dificuldades de aprendizagem em instituiccedilotildees educativas Estuda tambeacutem o funcionamento da proacutepria instituiccedilatildeo enquanto organizaccedilatildeo Nesse sentido o psicoacutelogo educacional preci-sa integrar em sua praacutetica outras aacutereas da proacutepria

A contribuiccedilatildeo da Psicologia para os processos de formaccedilatildeo desenvolvi-mento e convivecircncia no ambiente escolar

Psicoacutelogos a serviccedilo da Educaccedilatildeo trazem benefiacutecios para alunos e famiacutelias

ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana

seja apenas outra alma humanardquo(Carl Gustav Jung)

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

fissionais atuantes na educaccedilatildeo e sua praacuteticas e levantou pro-postas que posteriormente foram efetivadas atraveacutes da Nota Teacutecnica estabelecida pelo Conselho Regional de Psicologia de Satildeo Paulo no ano de 2010

Esse documento tem como finalidade orientar sobre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo no con-texto escolar e educacional com o objetivo de esclarecer os psicoacute-logos que atuam em instituiccedilotildees escolares e educacionais enfati-zando as contribuiccedilotildees da Psico-logia respaldada no compromis-so social direitos humanos e no respeito agrave diversidade enquanto fundamento para efetivaccedilatildeo de uma educaccedilatildeo para todos e to-das O documento do CRPSP tem como objetivo romper com a praacutetica de uma psicologia que patologiza medicaliza e produz

diagnoacutesticos classificatoacuterios Portanto visa defender praacuteticas que consideram a realidade escolar brasileira em sua diversi-dade cultural e as dimensotildees psicossociais de suas comunida-des Incentivar a atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em projetos coletivos de forma interdisciplinar fortalecendo pessoas e grupos contri-buindo para a elaboraccedilatildeo implementaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do pro-jeto poliacutetico pedagoacutegico da escola e ampliar a reflexatildeo acerca da necessidade de construir com a equipe escolar estrateacutegias de ensino e aprendizagem que considerem os desafios da con-temporaneidade Assim o mesmo documento orienta que o psicoacutelogo em sua praacutetica nos contextos escolares e educacionais considere a realidade da escola brasileira articulando com outros setores e movimentos compreenda os fatores que produzem e causam sofrimento em educandos e educadores analise o campo de relaccedilatildeo soacutecio-poliacutetico-pedagoacutegico para melhoria do processo educacional comprometa-se com as funccedilotildees sociais da escola de acesso aos bens culturais e a promoccedilatildeo da autonomia dos indiviacuteduos elabore metodologias de trabalhos multidisciplina-res valorizando e potencializando a produccedilatildeo de saberes dos diferentes espaccedilos educacionais atue na direccedilatildeo da ampliaccedilatildeo

psicologia psicologia do desenvolvimento psicologia social e psicologia organizacional intervindo em questotildees de natureza mental e emocional sempre em uma perspectiva educacional Para se efetivar a importacircncia desta aacuterea na Educaccedilatildeo eacute imprescindiacutevel que o psicoacutelogo escolareducacional procure am-pliar as informaccedilotildees disponiacuteveis a respeito do impacto deste traba-lho dentro das escolas Lembran-do que conscientizaccedilatildeo e vonta-de poliacutetica precisam andar juntas para que as mudanccedilas propostas sejam concretizadas Cassins et al (2007) desta-cam a importacircncia do Psicoacutelogo Educacional atuando na Educa-ccedilatildeo partindo os seus estudos de legislaccedilotildees como a Constituiccedilatildeo Federal a LDB e o ECA e conclui que a Psicologia tem uma gran-de contribuiccedilatildeo a dar uma vez que tais legislaccedilotildees ao definirem a abrangecircncia da educaccedilatildeo falam de processos de formaccedilatildeo desenvolvimento e convivecircncia humana Dissertam sobre o di-reito ao pleno desenvolvimento agrave cidadania qualificaccedilatildeo para o trabalho e a importacircncia da prevenccedilatildeo Compreendendo que o que estaacute assegurado por tais legis-laccedilotildees constituem objeto de estudo e de atuaccedilatildeo da psicologia podemos compreender que a psicologia se torna uma ciecircncia do fenocircmeno educativo e os psicoacutelogos educacionais tornam--se tambeacutem educadores Diante destes argumentos evidencia-se a contribuiccedilatildeo da Psicologia para a educaccedilatildeo com a vertente de colaborar no pro-cesso de ensino e aprendizagem nas relaccedilotildees interpessoais e nos processos intrapessoais referindo-se sempre agraves dimensotildees poliacutetica econocircmica social e cultural Desta forma entendendo tambeacutem o seu papel na elaboraccedilatildeo de planos e poliacuteticas refe-rentes ao Sistema Educacional visando promover a qualidade a valorizaccedilatildeo e a democratizaccedilatildeo do ensino O ano de 2008 foi considerado o ano da educaccedilatildeo no Sis-tema Conselhos de Psicologia No decorrer daquele ano foram realizados eventos que culminaram com o Seminaacuterio Nacional do Ano da Educaccedilatildeo Esse evento procurou reconhecer os pro-

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

ldquopodemos compreender a importacircncia do trabalho da

Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma

organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade

que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia

reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduordquo

da qualidade do processo educacional compartilhe a praacutetica e o conhecimento desenvolvido pela Psicologia socializando saberes e ampliando as possibilidades de atuaccedilatildeo tecendo um paralelo com as atribuiccedilotildees definidas pelo Conselho Regional de Psicologia compreendemos que cabe a noacutes psicoacutelogos atuantes na educaccedilatildeo fornecer as contribuiccedilotildees conforme descrito por McNamara apud SantrsquoAna (2010)bull Oferecer suporte aos professores de educaccedilatildeo regular e

especial por meio da coleta e busca de dados relaciona-dos agraves crianccedilas e suas dificuldades investigar as possiacuteveis variaacuteveis que interferem na manutenccedilatildeo dos problemas analisar condiccedilotildees ambientais e interpessoais propor e desenvolver estrateacutegias e planos de intervenccedilatildeo como tambeacutem avaliar resultados obtidos

bull Fornecer apoio aos programas de transiccedilatildeo para alunos com deficiecircncia assessoria aos professores e adminis-tradores colaborando com sugestotildees para a melhoria de curriacuteculos e programas de instruccedilatildeo tendo em vista a or-ganizaccedilatildeo de conteuacutedos e de padrotildees de desempenho bem como o favorecimento da relaccedilatildeo escola-famiacutelia pela comunicaccedilatildeo mais proacutexima com a comunidade pais e alu-nos

bull Ampliar seu papel de consultor e o de favorecimento do trabalho cooperativo entre professores das redes regular e especial e do modelo de ensino conjunto no qual os dois

tipos de educadores lecionam na mesma sala de aulabull Fornecer suporte teacutecnico como a criaccedilatildeo de novas for-

mas de estruturaccedilatildeo do processo de ensino-aprendizagem direcionando-as agraves necessidades dos alunos a realizaccedilatildeo de monitoramento constante do projeto pedagoacutegico com apoio teacutecnico aos participantes e agrave comunidade em geral a oferta de cursos e grupos de estudo aos educadores assim como o favorecimento de formas mais adequadas de trabalho no sentido da inclusatildeo educacional e social dessas crianccedilas

Pode-se acrescentar ainda a essas contribuiccedilotildeesbull A articulaccedilatildeo com os segmentos puacuteblicos privados e orga-

nizaccedilotildees natildeo governamentais de forma a garantir maior abrangecircncia aos atendimentos necessaacuterios visando o ple-no desenvolvimento humano

bull Contribuir junto a outros profissionais que atuam na edu-caccedilatildeo promovendo e garantindo o direito e a permanecircncia de todos e todas agrave educaccedilatildeo de qualidade e que esta ocor-ra preferencialmente nas salas regulares de ensino

bull Acolher orientar e encaminhar as famiacutelias dos alunos de forma a garantir acesso a outros serviccedilos essenciais para o seu desenvolvimento

A Psicologia Educacional portanto visa agrave mediaccedilatildeo e tam-beacutem agrave intervenccedilatildeo que oferece informaccedilotildees e alternativas para as diversas aacutereas e situaccedilotildees que envolvem o acircmbito da

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artigo

GILSON CARDOSOFormado em Psicologia pela Unimar com Poacutes Graduaccedilatildeo em Psico-pedagogia Cliacutenica e Institucional pelo INDEP Atua como Psicoacutelogo Educacional no Centro Escola Municipal de Atendimento Educacio-nal Especializado da Secretaria da Educaccedilatildeo Psicoacutelogo do Ensino

Fundamental II do Coleacutegio Cristo Rei e atuaccedilatildeo cliacutenica

SABRINA ALVES DIAS Pedagoga e Mestre em Educaccedilatildeo Especial

TacircNIA PAULA FERNANDES CORRecircA DOS SANTOSPsicoacuteloga Educacional do CEMAEE - Mariacutelia

Referecircncias bibliograacuteficas

CASSIS M et al Manual de Psicologia Escolar - Educacional Curitiba Graacutefica e editora Unificado 2007 45p

O que eacute Psicologia Educacional Documento virtual disponiacutevel em httpcaminhandopsicologianocomunidadesnetindexphppagina=1017014182 Acesso em 03042014

Orientaccedilatildeo Sobre as Atribuiccedilotildees do Psicoacutelogo no Contexto Escolar e educacional Nota teacutecnica disponiacutevel em httpwwwcrpsporgbrportalmidiafiquedeolho_veraspxid=72 Acesso em 03042014

SANTrsquoANA I M Contribuiccedilotildees da Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo Escolar na Educaccedilatildeo Inclusiva Concepccedilotildees de Professores e Diretores Artigo disponiacutevel em httpwwwufsjedubrportal2repositorioFilevertentesv201920n202Izabella_Mendespdf Acesso em 03042014

Colaboraccedilatildeo

Educaccedilatildeo atuando na escola junto ao administrativo com os professores os alunos os funcionaacuterios e a comunidade (CAS-SINS et Al 2007) Para finalizar considerando a complexidade e diversidade que as novas propostas e leis que regem a Educaccedilatildeo em to-dos os seus niacuteveis e modalidades podemos compreender a importacircncia do trabalho da Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduo Efetivando aqui a citaccedilatildeo realizada no iniacutecio desta apresentaccedilatildeo

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Coleacutegio Cristo Rei

a delimitaccedilatildeo da idade eacute uma referecircncia mas natildeo eacute o uacutenico elemento a ser considerado Precisamos contudo de um paracircmetro Eacute necessaacuterio ter presente que a diversidade dosas jovens se manifesta de maneira variada por exemplo nas cidades e no campo Essa diversidade estaacute atravessada pelas questotildees da raccedila da etnia da cultura do gecircnero do rendimento familiar do local de moradia (centro periferia cidade grande pequena campo) e do acesso aos bens e serviccedilos (2001 p 59)

opiniatildeoldquoSe somos

progressistas realmente

abertos ao outro

e a outra devemos nos esforccedilar com

humildade para diminuir ao maacuteximo a

distacircncia entre o que dizemos

e o que fazemosrdquo

(Paulo Freire)

Lourival Rodrigues da Silva destaca que

Quem satildeo e o que querem as Juventudes

Atuaccedilatildeo de jovens descontroacutei antigos

conceitos e traccedila novas concepccedilotildees para a

condiccedilatildeo juvenil

O conceito ldquojuventudesrdquo pode ser entendido como uma categoria que estaacute em permanente construccedilatildeo social e histoacuterica por levar em consideraccedilatildeo as dimensotildees

bioloacutegicas sociais psiacutequicas culturais poliacuteticas e econocircmicas O que se constituem em muacuteltiplas maneiras de viver a con-diccedilatildeo juvenil Deste modo eacute possiacutevel dirigir um olhar sobre a juventude que contemple a sua diversidade Pois a agregaccedilatildeo por idade natildeo traduz as identificaccedilotildees possiacuteveis que a situaccedilatildeo cotidiana revela

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opiniatildeo

ldquohaacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar

definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para estesrdquo

Novaes (2009) Sposito amp Carrano (2003) Castro amp Abra-movay (2003 2009) e Abramo (2005) empregam a expressatildeo ldquojuventudesrdquo como forma de enfatizar que ao se tratar de jo-vens deve-se reconhecer uma realidade plural e multifacetada Para Bourdieu (1983) haacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para es-tes em contraponto outrosas autoresas definem a juventude como passagem transitoacuteria da adolescecircncia para a fase adulta como destaca Krauskopf (2003) em quatro categorias a juven-tude como periacuteodo preparatoacuterio a juventude como etapa pro-blemaacutetica o jovem como ator estrateacutegico do desenvolvimento e de uma forma mais integral e protagonista a juventude cida-datilde como sujeita de direitos

reproduccedilatildeo (gerar e cuidar dos filhos) e participaccedilatildeo (nas decisotildees deveres e direitos que regulam a sociedade) (2005 p40-41) Neste sentido a juventude eacute a transiccedilatildeo de acesso agrave vida adulta por meio do trabalho eou produccedilatildeo viabilizando o conceito de que elea (oa jovem) eacute um ser em preparaccedilatildeo onde o adulto eacute visto como o que viabilizaraacute esse processo ou seja o ldquoeducadorardquo que normatiza esse mecanismo favorecendo a estea ferramentas adequadas para seu desenvolvimento O olhar para oa jovem eacute feito unicamente pelo vieacutes do trabalho e estudo (ABRAMO 1994) fragmentando a realidade juvenil somente a essas duas necessidades retirando os acessos culturais e artiacutesticos ou melhor o lazer do contexto juvenil em se tratando do segundo vieacutes oa jovem eacute visto como etapa problemaacutetica ldquoo sujeito aparece a partir dos problemas que ameaccedilam a ordem social ou desde o deacuteficit nas manifestaccedilotildees de seu desenvolvimentordquo (ABRAMO 2005 p 20) haacute uma ecircnfase no ldquojovem problemardquo que transgride as normas preacute-estabelecidas Para Abramo (2005 p 21) ldquono Brasil este foi o enfoque que praticamente dominou as accedilotildees dos anos 80 aos 90 foi uma das principais matrizes por onde o tema da juventude principalmente a lsquoemergentersquo juventude dos setores popularesrdquo causando um estigma social na vida dosas jovens onde estesas sofreram brutalmente a perda de seus diretos sociais sendo visto de forma generalizante causando em muitos adultos uma aversatildeo a seus projetos e sonhos

Verifica-se na terceira categoria oa jovem como atoratriz estrateacutegico do desenvolvimento visando destacaacute-loa como mecanismo de enfrentamento ao sistema social mundial ou seja haacute um avanccedilo nesse entendimento de juventude como pontua Abramo

a noccedilatildeo de condiccedilatildeo juvenil remete em primeiro lugar a uma etapa do ciclo de vida de ligaccedilatildeo (transiccedilatildeo diz a noccedilatildeo claacutessica) entre a infacircncia tempo da primeira fase de desenvolvimento corporal (fiacutesica emocional intelectual) e da primeira socializaccedilatildeo de quase total dependecircncia e necessidade de produccedilatildeo para a idade adulta em tese a do aacutepice do desenvolvimento e de plena cidadania que diz respeito principalmente a se tornar capaz de exercer as dimensotildees de produccedilatildeo (sustentar a si proacuteprio e a outros)

Esta concepccedilatildeo avanccedila no reconhecimento dos jovens como atores dinacircmicos da sociedade e com potencialidades para responder aos desafios colocados pelas inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e transformaccedilotildees produtivas Traz assim a possibilidade de incorporar os jovens em situaccedilatildeo de exclusatildeo natildeo pela oacutetica do risco e da vulnerabilidade mas numa perspectiva includente (2005 p 21)

Abramo refere-se agrave primeira categoria sistematizada por Krauskopf afirmando que

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

haacute nessa perspectiva um diaacutelogo muito superficial no modo de perceber o contexto social que osas jovens satildeo protagonis-tas e como estes espaccedilosmodelos de fato favorecem que elesas sejam atoresatrizes com papeacuteis especiacuteficos de transforma-ccedilotildees Visando respaldar esses direitos haacute uma ecircnfase emanci-padora na quarta categoria destacada por Krauskopf que eacute a juventude cidadatilde como sujeita das poliacuteticas como afirma o termo osas jovens satildeo entendidos como canais iacutempares para a efetivaccedilatildeo de direitos sociais retirando o roacutetulo como etapa ldquotransitoacuteriardquo ou ldquoproblemardquo essa concepccedilatildeo olha oa jovem como sujeito autocircnomo que guarda em sua realidade cultural um arcabouccedilo de conhe-cimentos e realidades E eacute por meio dessa realidade que se verifica uma accedilatildeo poliacutetica juvenil na atualidade respaldado por iniciativas accedilotildees e espaccedilos que osas garantam como sujeitos de direitos Das megaloacutepoles agraves pequenas cidades osas jovens sa-iacuteram agraves ruas ldquogritando palavras de ordem de uma nova or-demrdquo Ordem esta que pode ser entendida pela necessidade da efetivaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude (PPJs) para si e inuacutemeras minorias sociais que tecircm seus direitos cerceados cotidianamente

As manifestaccedilotildees juvenis por direitos so-ciais mostram-se contraacuterias aos discursos acerca da passividade dosas jovens por meio dessa mobilizaccedilatildeo verificou-se que elesas querem ter seus direitos efetivados direitos estes destacados na Carta Magna estando cansadosas de verem seus pares sendo vitimadosas nas ruas das cidades e campos por falta de emprego educaccedilatildeo cultura lazer esporte ou seja cidadania Natildeo se pode acreditar que somente sair agraves ruas basta para romper a estrutura his-toacuterica de dominaccedilatildeo das maiorias sob osas minorizadosas Deve-se pensar em accedilotildees poliacuteticas que garantam os direitos juvenis frente a essas realidades destaca-se desde os anos 2000 uma reflexatildeo importante en-tre Governo e Movimentos Sociais acerca da garantia de direitos aosas jovens por meio das Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude

que resguardam as demandas de uma parcela significativa des-sa populaccedilatildeo sobretudo osas jovens em vulnerabilidade social e risco pessoal Neste processo em 2005 foi sancionada pelo Presidente a lei 11129 que criou a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) organismo do Governo Federal responsaacutevel por promover a integraccedilatildeo de todas as accedilotildees que tem como foco o puacuteblico juvenil tornando-se a principal referecircncia governamental no que diz respeito agrave juventude tanto na interlocuccedilatildeo com a so-ciedade civil (movimentos ONGs grupos juvenis etc) como no trabalho conjunto entre os Ministeacuterios e Secretarias visando agrave criaccedilatildeo de mais programas e accedilotildees Nesta conjuntura osas jovens vecircm ocupando este es-paccedilo de forma efetiva desconstruindo o olhar da juventude meramente como fase transitoacuteria Satildeo jovens que produzem constroem vivem relacionam-se onde se encontram questotildees sociais especiacuteficas e por isso necessitadosas de poliacuteticas puacutebli-cas que garantam essas demandas Frente agrave mudanccedila do entendimento das categorias juvenis e de toda a garantia de direitos que estesas vecircm adquirindo eacute necessaacuterio efetivar uma accedilatildeo educativa que colaborem de fato a serem autocircnomosas e problematizadoresas de suas realida-des sociais transformando-as

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IR MaacuteRCIO DINIZ FeRReIRA SCIntegrante da equipe teacutecnica da Juventude Cristo Rei

Referecircncias bibliograacuteficas

ABRAMO helena Wendel Cenas Juvenis - punks e Darks no espetaacuteculo urbano Satildeo Paulo Scritta 1994

ABRAMO helena Wendel e BRANCO Pedro Paulo Martoni (orgs) Retratos da Juventude Brasileira Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo Instituto da Cidadania 2005

_______ O uso das noccedilotildees de adolescecircncia e juventude no contexto brasileiro In FReItAS de Maria Virgiacutenia (orgs) Juventude e Adolescecircncia no Brasil referenciais conceituais Satildeo Paulo Accedilatildeo educativa 2005

BOFF leonardo Criacuteticos criativos e cuidantes 2005 Disponiacutevel em httpwwwleonardoboffcomsitevista2004abril23htm Acesso em 06 abril 2014

BOURDIeU P Questotildees de sociologia Rio de Janeiro Marco Zero 1983

CAStRO Mary Garcia ABRAMOVAY Miriam Quebrando mitos juventude participaccedilatildeo e poliacuteticas Perfil percepccedilotildees e recomendaccedilotildees dos participantes da 1ordm Conferencia Nacional de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude resumo executivo Brasiacutelia RItlA 2009

KRAUSKOPF Poliacuteticas de juventude em centroamerica Primeira Deacutecada 2003 pags 8 -25

NOVAeS Regina Reys Poliacutetica de Juventude no Brasil continuidades e rupturas In FAacuteVERO Osmar Juventude e Contemporaneidade Brasiacutelia RItlA 2009

SPOSItO Mariacutelia Ponte amp CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Juventude e Poliacuteticas puacuteblicas Revista Brasileira de Educaccedilatildeo n 2 setdez 2003

opiniatildeo

embasadosas por accedilotildees cidadatildes almeja-se que osas jo-vens sejam sujeitos de direitos emancipadosas e emancipa-doresas Que por meio da identificaccedilatildeo do loacutecus social que osas cercam osas jovens possam ser ainda mais criacuteticos criati-vos e cuidantes

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artigo

zada a normativa a gramaacutetica a partir de uma perspectiva de estudo ndash ldquodescritivardquo ldquogerativardquo ldquofuncionalrdquo e ldquotextualrdquo como disciplina escolar e como um livro Antunes (2007 p25-34) explica esses conceitos de forma clara A ldquogramaacutetica internalizadardquo eacute aquela que corresponde ao saber intuitivo do falante envolve todos os usos da liacutengua isto eacute em diversos niacuteveis - do informal para o formal - e em todas situaccedilotildees soacutecio-comunicativas como o proacuteprio autor declara ldquonada na liacutengua em nenhuma liacutengua escapa a essa gramaacuteti-cardquo (2007 p 26) A partir dos trecircs anos de idade crianccedilas satildeo capazes de se comunicar por estruturas linguiacutesticas comple-xas por exemplo ao optar pela variaccedilatildeo ldquominhas colegasrdquo ou ldquomeus colegosrdquo uma crianccedila demonstra ter conhecimento da variaccedilatildeo de gecircnero Natildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma culta a do bem falar segue uma gramaacutetica

O assunto eacute polecircmico e tem sido ques-tionado entre linguistas e vaacuterios es-tudiosos da aacuterea de letras Por que

se ensina a gramaacutetica na escola A bibliogra-fia eacute extensa e em grande parte dela o enfo-que no trabalho com a gramaacutetica normativa eacute visto como o principal causador do insu-cesso dos alunos dos Ensinos Fundamental e Meacutedio quando se trata da competecircncia co-municativa ou seja os educandos muitas vezes natildeo se expressam de forma satisfa-toacuteria atraveacutes da escrita e da oralidade por consequecircncia se desinteressam da leitura e das aulas de Liacutengua Portuguesa O que fazer entatildeo Abolir as noccedilotildees de gramaacutetica das aulas de liacutengua materna Inicialmente eacute importante ressaltar a diferenccedila baacutesica entre ldquoliacutenguardquo e ldquogramaacuteti-cardquo jaacute que muitas vezes ambos os concei-tos satildeo confundidos De acordo com Ernani terra (2008 p 22) a liacutengua eacute um aspecto da linguagem que utiliza a palavra (o ver-bo) para a comunicaccedilatildeo eacute um sistema de natureza gramatical pertencente aos indiviacuteduos formado por um sistema de sinais e regras - a gramaacutetica em um sentido mais amplo Ele ainda afirma que eacute uma instituiccedilatildeo social abstrata ou seja que eacute ex-terior aos indiviacuteduos e que se concretiza atraveacutes da fala um ato particular do ser humano Contudo a gramaacutetica para Irandeacute Antunes (2007 p41) limita-se a uma parte da liacutengua e tem a funccedilatildeo regularizadora ou seja de impor limites poreacutem natildeo consegue regular tudo toda pessoa escolarizada quando questionada ldquosobre o que eacute gramaacuteticardquo dispotildee de um conceito baacutesico trata-se das regras de uma liacutengua tal definiccedilatildeo natildeo eacute errada poreacutem pre-cisa ser ampliada A gramaacutetica regula a liacutengua no entanto haacute outros tipos de gramaacuteticas que devem ser compreendidos para que o leitor possa entender melhor a problemaacutetica a internali-

Por que ensinar gramaacutetica na escolaEacute possiacutevel fazer ciecircncia nas aulas de Liacutengua Portuguesa

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pois todas as variantes comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intui-tiva atraveacutes do uso das atividades sociais do conviacutevio com a famiacutelia A escola viraacute posteriormente para ampliar esse conhe-cimento portanto ele natildeo deve ser menosprezado A segunda concepccedilatildeo vecirc a gramaacutetica como um conjunto de normas que regulam o uso da liacutengua ela natildeo considera toda a realidade comunicativa apenas aquela considerada aceitaacute-vel atraveacutes da oacutetica da liacutengua prestigiada socialmente Aqui o importante eacute o domiacutenio das regras do que eacute certo e do que eacute errado do que deve e natildeo ser dito Tais prescriccedilotildees natildeo satildeo feitas por razotildees puramente linguiacutesticas mas por motivos his-toacutericos sociais e econocircmicos Logo eacute importante questionar-se do porquecirc das variantes das classes sociais menos favorecidas natildeo serem consideradas padratildeo na liacutengua Predomina-se o es-tudo da liacutengua na forma escrita natildeo na falada A gramaacutetica como uma perspectiva de estudo indica uma maneira de estudo eou um meacutetodo de investigaccedilatildeo sobre a liacutengua Surgiram assim durante os estudos sobre a linguagem diversas perspectivas sobre a mesma (terra 2008 p79-80)

a) A Gramaacutetica descritiva natildeo prescreve regras do que eacute certo ou errado e sim verifica as uniformidades e diferenccedilas presentes na liacutengua em decorrecircncia de seu uso

b) A Gramaacutetica gerativa criada pelo linguista norte-americano Chomsky na deacutecada de 1950 procura explicar os fatos linguiacutesticos como satildeo produzidos com o objetivo de se estabelecer um modelo geral baseado em princiacutepios universais dos quais derivam as gramaacuteticas de cada liacutengua em particular

c) A Gramaacutetica funcional trabalha com a interpretaccedilatildeo satisfatoacuteria dos signos linguiacutesticos que natildeo satildeo analisados apenas como codificaccedilatildeo e descodificaccedilatildeo

d) A gramaacutetica textual tem como objeto de estudo o texto com o fim de explicitar regras para que o falante produza bons textos

artigo

A concepccedilatildeo de gramaacutetica como disciplina escolar reduz todos esses conceitos traz para a sala de aula uma visatildeo em que a gramaacutetica normativa corresponde agrave liacutengua A partir daiacute tem-se um problema pois todas as variantes satildeo excluiacutedas e separa-se a produccedilatildeo textual a leitura e a gramaacutetica como se as trecircs ldquofrentesrdquo da disciplina de liacutengua portuguesa fossem independentes mas natildeo satildeo Mostra-se para o aluno o certo e o errado natildeo haacute espaccedilo para as diversas situaccedilotildees interativas de comunicaccedilatildeo A uacuteltima concepccedilatildeo de gramaacutetica a de um livro que pode ser mais prescritiva eou descritiva Focaliza-se nas estruturas da liacutengua e as hipoacuteteses do que eacute considerado padratildeo e corre-to ela tem a funccedilatildeo de prescrever uma forma uacutenica e correta de comunicaccedilatildeo Um livro de gramaacutetica tambeacutem pode ser des-critivo exibindo as estruturas da liacutengua de forma descontex-tualizada sem o enfoque nas situaccedilotildees reais de comunicaccedilatildeo Desse modo eacute privilegiada a modalidade escrita principalmen-te as expressotildees da literatura e da imprensa Qual a relaccedilatildeo desses conceitos agrave rotina escolar Como jaacute foi mencionado neste artigo a partir do momento em que a es-cola e ou professor consideram a gramaacutetica normativa como a uacutenica variante possiacutevel excluem-se todas as possibilidades de leitura e anaacutelise da liacutengua com isso o intuito da ampliaccedilatildeo do conhecimento linguiacutestico do aluno Natildeo se pode esquecer que ele tem uma gramaacutetica internalizada desenvolvida ao longo dos anos e que a gramaacutetica que ele aprenderaacute ou pelo menos

ldquoNatildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma

culta a do bem falar segue uma gramaacutetica pois todas as variantes

comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida

naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intuitiva atraveacutes

do usordquo

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artigo

ldquoCabe ao professor independente do material com que trabalhe ndash livro

apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave

liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situaccedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute

utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais

regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito

mais proacutexima da realidade do alunordquo

conheceraacute no ambiente escolar representa a estrutura de uma das variantes da liacutengua Para Antunes (2007 p 41) a comunicaccedilatildeo eficaz natildeo estaacute relacionada ao domiacutenio das regras de uma liacutengua agraves diferenccedilas das classes gramaticais e suas combinaccedilotildees pos-siacuteveis Haacute outras habilidades que devem ser desenvolvidas ldquotudo isso eacute necessaacuterio mas natildeo suficienterdquo (Ibid p 41) O autor ainda completa salientando que em muitos dos casos quando se ensina gramaacutetica nas aulas de Liacutengua Portuguesa esta natildeo parece ter em nada a ver com a lin-guagem do dia a dia com a liacutengua que nos pertence ou seja eacute muito distante da liacutengua utilizada pelos jovens tanto na fala como nas redes sociais O que se deve fazer entatildeo A gramaacutetica deve ser ex-tinguida da escola e as aulas de Liacutengua Portuguesa devem abordar apenas a leitura e a escrita Provavelmente natildeo O grande problema estaacute no enfoque e na importacircncia que ela recebe Muitos professores de Liacutengua Portuguesa jaacute notaram quantos dos seus alunos satildeo bons leitores produzem boas re-daccedilotildees mas tecircm peacutessimo desempenho nas avaliaccedilotildees de gra-maacutetica ou o oposto satildeo excelentes em provas que envolvem a norma e peacutessimos em questotildees interpretativas Obviamente haacute aqueles alunos que possuem mais facilidade com a lingua-gem e apresentam desempenho satisfatoacuterio em gramaacutetica lei-tura e escrita E o que isso quer dizer Que da forma como os alunos estudam a gramaacutetica estrutural e desconexa em pouco ou quase nada ela ajuda os alunos no desenvolvimento da competecircncia linguiacutestica Cabe ao professor independente do material com que tra-balhe ndash livro apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situ-accedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito mais proacutexima da realidade do aluno escrever ldquoOw vc ta airdquo natildeo eacute considerado correto em uma situaccedilatildeo formal muito menos na escola mas mostrar aos alunos que na internet isso eacute possiacutevel todavia em um processo seletivo para uma vaga no mercado de trabalho ou em uma redaccedilatildeo para vestibular e concurso puacuteblico seria causa de desclassificaccedilatildeo Outro motivo que justifica o desinteresse das crianccedilas e adolescentes agraves aulas de liacutengua Portuguesa e agraves demais dis-ciplinas refere-se agrave realidade que os cercam satildeo vaacuterios jogos

aplicativos redes sociais viacutedeo games e isso faz com que eles tenham acesso a todo e qualquer tipo de entretenimento e informaccedilatildeo instantaneamente e eacute claro que fica muito difiacutecil competir com o mundo digital quando se tem um capiacutetulo de conjugaccedilatildeo verbal para se trabalhar em sala por exemplo Assim como os outros estudiosos Luiz Carlos Travaglia (2003) afirma que o ensino de liacutengua materna pode alcan-

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artigo

Referecircncias bibliograacuteficas

Travaglia Luiz Carlos Gramaacutetica ensino plural Cortez Editora 2003

Antunes Irandeacute Muito Aleacutem da Gramaacutetica Satildeo Paulo Paraacutebola 2007

Terra Ernani Linguagem liacutengua e fala Ernani Terra Satildeo Paulo Scipione 2008 (Coleccedilatildeo Percursos)

ReNAtO GUIMARAtildeeS Al lAGeProfessor de Gramaacutetica do 8ordm ano

do Coleacutegio Cristo Rei Graduado em Letras pela Universidade Estadual de

londrina (Uel)

ccedilar dois objetivos ensinar a liacutengua atraveacutes da formaccedilatildeo de usuaacuterios competentes da liacutengua e que tenham competecircncia comunicativa O que isso significa Que cada pessoa saiba usar a liacutengua de acordo com a situaccedilatildeo de interaccedilatildeo comunicativa a fim de obter os efeitos desejados O outro objetivo relaciona-se ao ensino sobre a liacutengua ou seja a sistematizaccedilatildeo da mesma em que os alunos tecircm conhecimento da liacutengua e podem ser analistas dela e eacute aiacute que entra a gramaacutetica

Para travaglia (2003) trabalhar gramaacutetica com os alunos pode 1 Oferecer informaccedilatildeo cultural conhecimentos teoacutericos so-

bre a liacutengua como as classes de palavras e as funccedilotildees sintaacuteticas natildeo tecircm aplicaccedilatildeo imediata para a maioria das profissotildees poreacutem a nossa sociedade valoriza certa dose de conhecimentos teoacuterico-cientiacuteficos que nem sempre satildeo aplicaacuteveis visto as aacutereas de fiacutesica quiacutemica biologia artes histoacuteria

2 Instrumentalizar com recursos para situaccedilotildees praacuteticas como o conhecimento do alfabeto que eacute indispensaacutevel para se fazer uma listagem ou procurar palavras em um dicionaacuterio o conhecimento das flexotildees verbais ldquodanccedilo danccedilava danccedilareirdquo e suas variaccedilotildees semacircnticas quanto ao tempo a possibilidade de utilizar o conhecimento sobre a liacutengua para ensinar a proacutepria liacutengua quando um professor cita ldquoeste verbordquo ldquo a viacutergulardquo ldquoo sujeitordquo ou seja a temida nomenclatura

3 Desenvolver o raciociacutenio a capacidade de pensar ensinar a fazer ciecircncia como a matemaacutetica e a biologia por exem-plo quando se estuda a liacutengua e os fenocircmenos gramati-cais estaacute se fazendo ciecircncia Com o ensino da gramaacutetica eacute possiacutevel fazer com que o aluno perceba as irregularidades da liacutengua e das proacuteprias regras prescritas pela norma Eacute desenvolvida entatildeo a capacidade de observar formular hipoacuteteses buscar comprovaccedilatildeo ou falsificaccedilatildeo A aula de gramaacutetica pode propiciar ao educando um momento de estudo e de pesquisa dando-lhe um caraacuteter de indepen-decircncia intelectual Eacute possiacutevel desenvolver a percepccedilatildeo de que a verdade sobre os mundos natural ou social natildeo estatildeo prontas nos livros e cabe portanto a ele (o aluno) como ser participante do processo de aprendizagem criar hipoacute-teses criacuteticas e aceitar ou refutar as novas descobertas

As aulas de Liacutengua Portuguesa tecircm todos os ingredientes possiacuteveis para tornarem-se mais atrativas aos jovens ndash eacute a liacutengua materna deles todo e qualquer tipo de texto pode ser trabalhado em sala de aula por exemplo Eacute fundamental que o docente tenha consigo os conceitos de liacutengua e gramaacuteti-ca muito bem elaborados e principalmente que o professor amplie a visatildeo de mundo do aluno Tornaacute-lo participativo no processo de aprendizagem como o protagonista das accedilotildees comunicativas pode ser uma alternativa especialmente quan-do ele estaacute envolvido com o fazer ciecircncia

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resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Coleacutegio Cristo Rei

Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

redaccedilotildeesde alunos

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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com que o ceacuterebro aprenda melhor e sem estresse Os pais tambeacutem natildeo precisam dominar todos os conteuacutedos escolares para ajudar os filhos em suas tarefas Quando o filho tem duacutevida e os pais natildeo sabem determinado conteuacutedo podem ajudar fazendo questionamentos sobre como foi a aula mostrando interesse em saber o que ele estaacute aprendendo e ateacute mesmo orientaacute-lo em questionar o professor para pedir explicaccedilotildees eou buscar informaccedilotildees no proacuteprio material

Quando os filhos percebem que a famiacutelia e a escola se importam com eles e caminham juntas o aprendizado se daraacute com prazer e seraacute muito mais significativo para a vida

coluna

PRISCILA MUFF MACHADO CAMARGOProfessora do 3ordm ano do ensino

Fundamental do Coleacutegio Cristo ReiGraduada em Pedagogia pela Universidade estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo

Poacutes graduada em Psicopedagogia Cliacutenica pela Faculdade PaulistaFundepe Mariacutelia - SP

Referecircncias bibliograacuteficas

FRAIMAN LEO Como ensinar bem a crianccedila e adolescentes de hoje teoria e praacutetica Satildeo Paulo editora esfera 2013

PAiacuteN S Diagnoacutestico e tratamento dos problemas de aprendizagem Porto Alegre Artes Meacutedicas 1985

SIlVA ANA BeAtRIZ B Mentes Inquietas TDHA Desatenccedilatildeo hiperatividade e impulsividade Rio de janeiro Objetiva 2009

ZABAlA ANtONI Como aprender e ensinar competecircncias Porto alegre Artmed 2010

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experiecircnciaAulas de apoio pedagoacutegico

Ao pensarmos nas dificuldades de aprendizagem eacute preci-so reconhecer em primeira instacircncia que na complexi-dade da escola os processos envolvidos satildeo marcados

por trajetoacuterias diferenciadas avaliadas como satisfatoacuterias ou insatisfatoacuterias Nessa complexidade interatu-am diferentes expectativas em relaccedilatildeo ao do-miacutenio dos conteuacutedos escolares e apreensatildeo do conhecimento Na perspectiva teoacuterica de Jean Piaget as dificuldades de aprendizagem natildeo satildeo ex-plicadas pelo prisma do que falta agrave crianccedila seus limites e impossibilidades mas por suas accedilotildees e significaccedilotildees sua riqueza de constru-ccedilotildees e suas superaccedilotildees Partindo desse pres-suposto as dificuldades de aprendizagem natildeo podem ser analisadas como pertencen-tes ao aluno e a sua famiacutelia somente Sendo assim a instituiccedilatildeo escolar deve refletir planejar organizar e aplicar caminhos alternativos que contribuam para que os es-tudantes independente da singularidade de seus pensamentos e das distintas trajetoacuterias de aquisiccedilatildeo do conhecimento tenham con-diccedilotildees de serem sujeitos da sua aprendiza-gem Neste sentido estatildeo contextualizadas as aulas de apoio pedagoacutegico que tecircm a pers-pectiva de ampliaccedilatildeo da aprendizagem esco-lar No Coleacutegio Cristo Rei trata-se de um dife-rencial oferecido aos alunos do 2ordm ao 5ordm ano do Ensino Fundamental Elas satildeo realizadas no horaacuterio contraacuterio de aula do aluno duas vezes na semana com duraccedilatildeo de 2 horasaula por semana O apoio pedagoacutegico se daacute essencialmente em Liacutengua Por-tuguesa e Matemaacutetica disciplinas consideradas baacutesicas para aprendizado de qualquer outro tema visto que se o aluno natildeo

Novos caminhos para melhorar niacuteveis de aprendizagem e favorecer a autoestima dos educandos

aprender bem estas disciplinas natildeo teraacute condiccedilotildees de aprender os outros conteuacutedos Entre os objetivos das aulas de apoio estatildeo a ampliaccedilatildeo das possibilidades de aprendizagem dos alunos e a disponibi-

lizaccedilatildeo de oportunidades para reforccedilar aprofundar ou suprir carecircncias dos conteuacutedos trabalhados na sala de aula Transformamos as aulas de apoio pedagoacutegico em momen-tos estimulantes que exigem estrateacutegias para resoluccedilatildeo das diversas situaccedilotildees-problema Entre os recursos utilizados lan-

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Coleacutegio Cristo Rei

experiecircncia

ccedilamos matildeo do aspecto luacutedico especialmente atraveacutes da utili-zaccedilatildeo dos jogos Eles cumprem o papel de trazer descontraccedilatildeo ao conteuacutedo trabalhado e relacionaacute-lo de forma mais palpaacutevel a situaccedilotildees cotidianas Algumas exemplos satildeobull Jogos da memoacuteria divisatildeo e tabuadabull Jogos de alfabetizaccedilatildeobull Jogos de letras moacuteveisbull Reacutegua numeacuterica bull Sudocobull Livros de histoacuterias

Eacute relevante destacar que as aulas de apoio satildeo um tra-balho conjunto entre o professor da sala de aula e professor da sala de apoio pedagoacutegico Esse trabalho tem como pontos essenciais as accedilotildees descritas a seguirbull Seleccedilatildeo de alunos com dificuldades de aprendizagem nas

suas turmas de origem pelo professor de salabull Seleccedilatildeo de conteuacutedos a partir das dificuldades dos alunos

nas suas turmas de origembull Planejamentos integrados feitos pelos professores de sala

e da sala apoio pedagoacutegicobull Avaliaccedilotildees perioacutedicas e registros dos avanccedilos eou dificul-

dades

Aleacutem da parceria entre os educadores o envolvimento dos pais e responsaacuteveis eacute fundamental e de suma importacircncia para o bom andamento do trabalho Os resultados conquistados com essas praacuteticas satildeo inuacute-meros poreacutem o principal indicador da eficiecircncia das aulas de apoio pedagoacutegico eacute a melhoria dos niacuteveis de aprendizagem dos educandos Aleacutem disso satildeo niacutetidos os avanccedilos na autoestima desempenho nas atividades de resoluccedilatildeo de problemas de-senvolvimento do raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico interpretaccedilatildeo atenccedilatildeo etc

CARLA LARAyAEducadora do Ensino Fundamental I e

professora das aulas de apoiopedagoacutegico do Coleacutegio Cristo Rei

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

A psicologia pode ser compreendida como a ciecircncia que investiga os processos e estados conscientes assim como as suas origens e efeitos Tem como atribuiccedilatildeo

o comprometimento social e o estudo dos fenocircmenos danosos aos seres humanos Busca trabalhar na promoccedilatildeo da liberdade da dignidade e da integridade do ser humano Promovendo a sauacutede e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades contribuindo para a eliminaccedilatildeo de quaisquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircn-cia crueldade e opressatildeo A Psicologia passou a usar suas teacutecnicas para estudar e compreender os fenocircmenos educacio-nais e assim constitui-se a Psicologia Educacional e esta vem a ser a aacuterea da psicologia que abor-da todas as problemaacuteticas referentes agrave educaccedilatildeo e aos processos de ensino e aprendizagem nas crianccedilas e adultos Entendendo por educaccedilatildeo o ato de educar instruir processo contiacutenuo que permite ao indiviacuteduo o desenvolvimento de suas faculdades fiacutesicas intelectuais e morais Contribuindo para a sua integraccedilatildeo na sociedade Ao psicoacutelogo educacional cabe analisar a eficaacutecia das estrateacutegias educacionais desenvol-ver projetos educativos bem como desenvolver as capacidades das crianccedilas com dificuldades de aprendizagem em instituiccedilotildees educativas Estuda tambeacutem o funcionamento da proacutepria instituiccedilatildeo enquanto organizaccedilatildeo Nesse sentido o psicoacutelogo educacional preci-sa integrar em sua praacutetica outras aacutereas da proacutepria

A contribuiccedilatildeo da Psicologia para os processos de formaccedilatildeo desenvolvi-mento e convivecircncia no ambiente escolar

Psicoacutelogos a serviccedilo da Educaccedilatildeo trazem benefiacutecios para alunos e famiacutelias

ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana

seja apenas outra alma humanardquo(Carl Gustav Jung)

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

fissionais atuantes na educaccedilatildeo e sua praacuteticas e levantou pro-postas que posteriormente foram efetivadas atraveacutes da Nota Teacutecnica estabelecida pelo Conselho Regional de Psicologia de Satildeo Paulo no ano de 2010

Esse documento tem como finalidade orientar sobre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo no con-texto escolar e educacional com o objetivo de esclarecer os psicoacute-logos que atuam em instituiccedilotildees escolares e educacionais enfati-zando as contribuiccedilotildees da Psico-logia respaldada no compromis-so social direitos humanos e no respeito agrave diversidade enquanto fundamento para efetivaccedilatildeo de uma educaccedilatildeo para todos e to-das O documento do CRPSP tem como objetivo romper com a praacutetica de uma psicologia que patologiza medicaliza e produz

diagnoacutesticos classificatoacuterios Portanto visa defender praacuteticas que consideram a realidade escolar brasileira em sua diversi-dade cultural e as dimensotildees psicossociais de suas comunida-des Incentivar a atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em projetos coletivos de forma interdisciplinar fortalecendo pessoas e grupos contri-buindo para a elaboraccedilatildeo implementaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do pro-jeto poliacutetico pedagoacutegico da escola e ampliar a reflexatildeo acerca da necessidade de construir com a equipe escolar estrateacutegias de ensino e aprendizagem que considerem os desafios da con-temporaneidade Assim o mesmo documento orienta que o psicoacutelogo em sua praacutetica nos contextos escolares e educacionais considere a realidade da escola brasileira articulando com outros setores e movimentos compreenda os fatores que produzem e causam sofrimento em educandos e educadores analise o campo de relaccedilatildeo soacutecio-poliacutetico-pedagoacutegico para melhoria do processo educacional comprometa-se com as funccedilotildees sociais da escola de acesso aos bens culturais e a promoccedilatildeo da autonomia dos indiviacuteduos elabore metodologias de trabalhos multidisciplina-res valorizando e potencializando a produccedilatildeo de saberes dos diferentes espaccedilos educacionais atue na direccedilatildeo da ampliaccedilatildeo

psicologia psicologia do desenvolvimento psicologia social e psicologia organizacional intervindo em questotildees de natureza mental e emocional sempre em uma perspectiva educacional Para se efetivar a importacircncia desta aacuterea na Educaccedilatildeo eacute imprescindiacutevel que o psicoacutelogo escolareducacional procure am-pliar as informaccedilotildees disponiacuteveis a respeito do impacto deste traba-lho dentro das escolas Lembran-do que conscientizaccedilatildeo e vonta-de poliacutetica precisam andar juntas para que as mudanccedilas propostas sejam concretizadas Cassins et al (2007) desta-cam a importacircncia do Psicoacutelogo Educacional atuando na Educa-ccedilatildeo partindo os seus estudos de legislaccedilotildees como a Constituiccedilatildeo Federal a LDB e o ECA e conclui que a Psicologia tem uma gran-de contribuiccedilatildeo a dar uma vez que tais legislaccedilotildees ao definirem a abrangecircncia da educaccedilatildeo falam de processos de formaccedilatildeo desenvolvimento e convivecircncia humana Dissertam sobre o di-reito ao pleno desenvolvimento agrave cidadania qualificaccedilatildeo para o trabalho e a importacircncia da prevenccedilatildeo Compreendendo que o que estaacute assegurado por tais legis-laccedilotildees constituem objeto de estudo e de atuaccedilatildeo da psicologia podemos compreender que a psicologia se torna uma ciecircncia do fenocircmeno educativo e os psicoacutelogos educacionais tornam--se tambeacutem educadores Diante destes argumentos evidencia-se a contribuiccedilatildeo da Psicologia para a educaccedilatildeo com a vertente de colaborar no pro-cesso de ensino e aprendizagem nas relaccedilotildees interpessoais e nos processos intrapessoais referindo-se sempre agraves dimensotildees poliacutetica econocircmica social e cultural Desta forma entendendo tambeacutem o seu papel na elaboraccedilatildeo de planos e poliacuteticas refe-rentes ao Sistema Educacional visando promover a qualidade a valorizaccedilatildeo e a democratizaccedilatildeo do ensino O ano de 2008 foi considerado o ano da educaccedilatildeo no Sis-tema Conselhos de Psicologia No decorrer daquele ano foram realizados eventos que culminaram com o Seminaacuterio Nacional do Ano da Educaccedilatildeo Esse evento procurou reconhecer os pro-

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

ldquopodemos compreender a importacircncia do trabalho da

Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma

organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade

que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia

reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduordquo

da qualidade do processo educacional compartilhe a praacutetica e o conhecimento desenvolvido pela Psicologia socializando saberes e ampliando as possibilidades de atuaccedilatildeo tecendo um paralelo com as atribuiccedilotildees definidas pelo Conselho Regional de Psicologia compreendemos que cabe a noacutes psicoacutelogos atuantes na educaccedilatildeo fornecer as contribuiccedilotildees conforme descrito por McNamara apud SantrsquoAna (2010)bull Oferecer suporte aos professores de educaccedilatildeo regular e

especial por meio da coleta e busca de dados relaciona-dos agraves crianccedilas e suas dificuldades investigar as possiacuteveis variaacuteveis que interferem na manutenccedilatildeo dos problemas analisar condiccedilotildees ambientais e interpessoais propor e desenvolver estrateacutegias e planos de intervenccedilatildeo como tambeacutem avaliar resultados obtidos

bull Fornecer apoio aos programas de transiccedilatildeo para alunos com deficiecircncia assessoria aos professores e adminis-tradores colaborando com sugestotildees para a melhoria de curriacuteculos e programas de instruccedilatildeo tendo em vista a or-ganizaccedilatildeo de conteuacutedos e de padrotildees de desempenho bem como o favorecimento da relaccedilatildeo escola-famiacutelia pela comunicaccedilatildeo mais proacutexima com a comunidade pais e alu-nos

bull Ampliar seu papel de consultor e o de favorecimento do trabalho cooperativo entre professores das redes regular e especial e do modelo de ensino conjunto no qual os dois

tipos de educadores lecionam na mesma sala de aulabull Fornecer suporte teacutecnico como a criaccedilatildeo de novas for-

mas de estruturaccedilatildeo do processo de ensino-aprendizagem direcionando-as agraves necessidades dos alunos a realizaccedilatildeo de monitoramento constante do projeto pedagoacutegico com apoio teacutecnico aos participantes e agrave comunidade em geral a oferta de cursos e grupos de estudo aos educadores assim como o favorecimento de formas mais adequadas de trabalho no sentido da inclusatildeo educacional e social dessas crianccedilas

Pode-se acrescentar ainda a essas contribuiccedilotildeesbull A articulaccedilatildeo com os segmentos puacuteblicos privados e orga-

nizaccedilotildees natildeo governamentais de forma a garantir maior abrangecircncia aos atendimentos necessaacuterios visando o ple-no desenvolvimento humano

bull Contribuir junto a outros profissionais que atuam na edu-caccedilatildeo promovendo e garantindo o direito e a permanecircncia de todos e todas agrave educaccedilatildeo de qualidade e que esta ocor-ra preferencialmente nas salas regulares de ensino

bull Acolher orientar e encaminhar as famiacutelias dos alunos de forma a garantir acesso a outros serviccedilos essenciais para o seu desenvolvimento

A Psicologia Educacional portanto visa agrave mediaccedilatildeo e tam-beacutem agrave intervenccedilatildeo que oferece informaccedilotildees e alternativas para as diversas aacutereas e situaccedilotildees que envolvem o acircmbito da

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

GILSON CARDOSOFormado em Psicologia pela Unimar com Poacutes Graduaccedilatildeo em Psico-pedagogia Cliacutenica e Institucional pelo INDEP Atua como Psicoacutelogo Educacional no Centro Escola Municipal de Atendimento Educacio-nal Especializado da Secretaria da Educaccedilatildeo Psicoacutelogo do Ensino

Fundamental II do Coleacutegio Cristo Rei e atuaccedilatildeo cliacutenica

SABRINA ALVES DIAS Pedagoga e Mestre em Educaccedilatildeo Especial

TacircNIA PAULA FERNANDES CORRecircA DOS SANTOSPsicoacuteloga Educacional do CEMAEE - Mariacutelia

Referecircncias bibliograacuteficas

CASSIS M et al Manual de Psicologia Escolar - Educacional Curitiba Graacutefica e editora Unificado 2007 45p

O que eacute Psicologia Educacional Documento virtual disponiacutevel em httpcaminhandopsicologianocomunidadesnetindexphppagina=1017014182 Acesso em 03042014

Orientaccedilatildeo Sobre as Atribuiccedilotildees do Psicoacutelogo no Contexto Escolar e educacional Nota teacutecnica disponiacutevel em httpwwwcrpsporgbrportalmidiafiquedeolho_veraspxid=72 Acesso em 03042014

SANTrsquoANA I M Contribuiccedilotildees da Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo Escolar na Educaccedilatildeo Inclusiva Concepccedilotildees de Professores e Diretores Artigo disponiacutevel em httpwwwufsjedubrportal2repositorioFilevertentesv201920n202Izabella_Mendespdf Acesso em 03042014

Colaboraccedilatildeo

Educaccedilatildeo atuando na escola junto ao administrativo com os professores os alunos os funcionaacuterios e a comunidade (CAS-SINS et Al 2007) Para finalizar considerando a complexidade e diversidade que as novas propostas e leis que regem a Educaccedilatildeo em to-dos os seus niacuteveis e modalidades podemos compreender a importacircncia do trabalho da Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduo Efetivando aqui a citaccedilatildeo realizada no iniacutecio desta apresentaccedilatildeo

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Coleacutegio Cristo Rei

a delimitaccedilatildeo da idade eacute uma referecircncia mas natildeo eacute o uacutenico elemento a ser considerado Precisamos contudo de um paracircmetro Eacute necessaacuterio ter presente que a diversidade dosas jovens se manifesta de maneira variada por exemplo nas cidades e no campo Essa diversidade estaacute atravessada pelas questotildees da raccedila da etnia da cultura do gecircnero do rendimento familiar do local de moradia (centro periferia cidade grande pequena campo) e do acesso aos bens e serviccedilos (2001 p 59)

opiniatildeoldquoSe somos

progressistas realmente

abertos ao outro

e a outra devemos nos esforccedilar com

humildade para diminuir ao maacuteximo a

distacircncia entre o que dizemos

e o que fazemosrdquo

(Paulo Freire)

Lourival Rodrigues da Silva destaca que

Quem satildeo e o que querem as Juventudes

Atuaccedilatildeo de jovens descontroacutei antigos

conceitos e traccedila novas concepccedilotildees para a

condiccedilatildeo juvenil

O conceito ldquojuventudesrdquo pode ser entendido como uma categoria que estaacute em permanente construccedilatildeo social e histoacuterica por levar em consideraccedilatildeo as dimensotildees

bioloacutegicas sociais psiacutequicas culturais poliacuteticas e econocircmicas O que se constituem em muacuteltiplas maneiras de viver a con-diccedilatildeo juvenil Deste modo eacute possiacutevel dirigir um olhar sobre a juventude que contemple a sua diversidade Pois a agregaccedilatildeo por idade natildeo traduz as identificaccedilotildees possiacuteveis que a situaccedilatildeo cotidiana revela

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

ldquohaacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar

definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para estesrdquo

Novaes (2009) Sposito amp Carrano (2003) Castro amp Abra-movay (2003 2009) e Abramo (2005) empregam a expressatildeo ldquojuventudesrdquo como forma de enfatizar que ao se tratar de jo-vens deve-se reconhecer uma realidade plural e multifacetada Para Bourdieu (1983) haacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para es-tes em contraponto outrosas autoresas definem a juventude como passagem transitoacuteria da adolescecircncia para a fase adulta como destaca Krauskopf (2003) em quatro categorias a juven-tude como periacuteodo preparatoacuterio a juventude como etapa pro-blemaacutetica o jovem como ator estrateacutegico do desenvolvimento e de uma forma mais integral e protagonista a juventude cida-datilde como sujeita de direitos

reproduccedilatildeo (gerar e cuidar dos filhos) e participaccedilatildeo (nas decisotildees deveres e direitos que regulam a sociedade) (2005 p40-41) Neste sentido a juventude eacute a transiccedilatildeo de acesso agrave vida adulta por meio do trabalho eou produccedilatildeo viabilizando o conceito de que elea (oa jovem) eacute um ser em preparaccedilatildeo onde o adulto eacute visto como o que viabilizaraacute esse processo ou seja o ldquoeducadorardquo que normatiza esse mecanismo favorecendo a estea ferramentas adequadas para seu desenvolvimento O olhar para oa jovem eacute feito unicamente pelo vieacutes do trabalho e estudo (ABRAMO 1994) fragmentando a realidade juvenil somente a essas duas necessidades retirando os acessos culturais e artiacutesticos ou melhor o lazer do contexto juvenil em se tratando do segundo vieacutes oa jovem eacute visto como etapa problemaacutetica ldquoo sujeito aparece a partir dos problemas que ameaccedilam a ordem social ou desde o deacuteficit nas manifestaccedilotildees de seu desenvolvimentordquo (ABRAMO 2005 p 20) haacute uma ecircnfase no ldquojovem problemardquo que transgride as normas preacute-estabelecidas Para Abramo (2005 p 21) ldquono Brasil este foi o enfoque que praticamente dominou as accedilotildees dos anos 80 aos 90 foi uma das principais matrizes por onde o tema da juventude principalmente a lsquoemergentersquo juventude dos setores popularesrdquo causando um estigma social na vida dosas jovens onde estesas sofreram brutalmente a perda de seus diretos sociais sendo visto de forma generalizante causando em muitos adultos uma aversatildeo a seus projetos e sonhos

Verifica-se na terceira categoria oa jovem como atoratriz estrateacutegico do desenvolvimento visando destacaacute-loa como mecanismo de enfrentamento ao sistema social mundial ou seja haacute um avanccedilo nesse entendimento de juventude como pontua Abramo

a noccedilatildeo de condiccedilatildeo juvenil remete em primeiro lugar a uma etapa do ciclo de vida de ligaccedilatildeo (transiccedilatildeo diz a noccedilatildeo claacutessica) entre a infacircncia tempo da primeira fase de desenvolvimento corporal (fiacutesica emocional intelectual) e da primeira socializaccedilatildeo de quase total dependecircncia e necessidade de produccedilatildeo para a idade adulta em tese a do aacutepice do desenvolvimento e de plena cidadania que diz respeito principalmente a se tornar capaz de exercer as dimensotildees de produccedilatildeo (sustentar a si proacuteprio e a outros)

Esta concepccedilatildeo avanccedila no reconhecimento dos jovens como atores dinacircmicos da sociedade e com potencialidades para responder aos desafios colocados pelas inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e transformaccedilotildees produtivas Traz assim a possibilidade de incorporar os jovens em situaccedilatildeo de exclusatildeo natildeo pela oacutetica do risco e da vulnerabilidade mas numa perspectiva includente (2005 p 21)

Abramo refere-se agrave primeira categoria sistematizada por Krauskopf afirmando que

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

haacute nessa perspectiva um diaacutelogo muito superficial no modo de perceber o contexto social que osas jovens satildeo protagonis-tas e como estes espaccedilosmodelos de fato favorecem que elesas sejam atoresatrizes com papeacuteis especiacuteficos de transforma-ccedilotildees Visando respaldar esses direitos haacute uma ecircnfase emanci-padora na quarta categoria destacada por Krauskopf que eacute a juventude cidadatilde como sujeita das poliacuteticas como afirma o termo osas jovens satildeo entendidos como canais iacutempares para a efetivaccedilatildeo de direitos sociais retirando o roacutetulo como etapa ldquotransitoacuteriardquo ou ldquoproblemardquo essa concepccedilatildeo olha oa jovem como sujeito autocircnomo que guarda em sua realidade cultural um arcabouccedilo de conhe-cimentos e realidades E eacute por meio dessa realidade que se verifica uma accedilatildeo poliacutetica juvenil na atualidade respaldado por iniciativas accedilotildees e espaccedilos que osas garantam como sujeitos de direitos Das megaloacutepoles agraves pequenas cidades osas jovens sa-iacuteram agraves ruas ldquogritando palavras de ordem de uma nova or-demrdquo Ordem esta que pode ser entendida pela necessidade da efetivaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude (PPJs) para si e inuacutemeras minorias sociais que tecircm seus direitos cerceados cotidianamente

As manifestaccedilotildees juvenis por direitos so-ciais mostram-se contraacuterias aos discursos acerca da passividade dosas jovens por meio dessa mobilizaccedilatildeo verificou-se que elesas querem ter seus direitos efetivados direitos estes destacados na Carta Magna estando cansadosas de verem seus pares sendo vitimadosas nas ruas das cidades e campos por falta de emprego educaccedilatildeo cultura lazer esporte ou seja cidadania Natildeo se pode acreditar que somente sair agraves ruas basta para romper a estrutura his-toacuterica de dominaccedilatildeo das maiorias sob osas minorizadosas Deve-se pensar em accedilotildees poliacuteticas que garantam os direitos juvenis frente a essas realidades destaca-se desde os anos 2000 uma reflexatildeo importante en-tre Governo e Movimentos Sociais acerca da garantia de direitos aosas jovens por meio das Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude

que resguardam as demandas de uma parcela significativa des-sa populaccedilatildeo sobretudo osas jovens em vulnerabilidade social e risco pessoal Neste processo em 2005 foi sancionada pelo Presidente a lei 11129 que criou a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) organismo do Governo Federal responsaacutevel por promover a integraccedilatildeo de todas as accedilotildees que tem como foco o puacuteblico juvenil tornando-se a principal referecircncia governamental no que diz respeito agrave juventude tanto na interlocuccedilatildeo com a so-ciedade civil (movimentos ONGs grupos juvenis etc) como no trabalho conjunto entre os Ministeacuterios e Secretarias visando agrave criaccedilatildeo de mais programas e accedilotildees Nesta conjuntura osas jovens vecircm ocupando este es-paccedilo de forma efetiva desconstruindo o olhar da juventude meramente como fase transitoacuteria Satildeo jovens que produzem constroem vivem relacionam-se onde se encontram questotildees sociais especiacuteficas e por isso necessitadosas de poliacuteticas puacutebli-cas que garantam essas demandas Frente agrave mudanccedila do entendimento das categorias juvenis e de toda a garantia de direitos que estesas vecircm adquirindo eacute necessaacuterio efetivar uma accedilatildeo educativa que colaborem de fato a serem autocircnomosas e problematizadoresas de suas realida-des sociais transformando-as

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IR MaacuteRCIO DINIZ FeRReIRA SCIntegrante da equipe teacutecnica da Juventude Cristo Rei

Referecircncias bibliograacuteficas

ABRAMO helena Wendel Cenas Juvenis - punks e Darks no espetaacuteculo urbano Satildeo Paulo Scritta 1994

ABRAMO helena Wendel e BRANCO Pedro Paulo Martoni (orgs) Retratos da Juventude Brasileira Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo Instituto da Cidadania 2005

_______ O uso das noccedilotildees de adolescecircncia e juventude no contexto brasileiro In FReItAS de Maria Virgiacutenia (orgs) Juventude e Adolescecircncia no Brasil referenciais conceituais Satildeo Paulo Accedilatildeo educativa 2005

BOFF leonardo Criacuteticos criativos e cuidantes 2005 Disponiacutevel em httpwwwleonardoboffcomsitevista2004abril23htm Acesso em 06 abril 2014

BOURDIeU P Questotildees de sociologia Rio de Janeiro Marco Zero 1983

CAStRO Mary Garcia ABRAMOVAY Miriam Quebrando mitos juventude participaccedilatildeo e poliacuteticas Perfil percepccedilotildees e recomendaccedilotildees dos participantes da 1ordm Conferencia Nacional de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude resumo executivo Brasiacutelia RItlA 2009

KRAUSKOPF Poliacuteticas de juventude em centroamerica Primeira Deacutecada 2003 pags 8 -25

NOVAeS Regina Reys Poliacutetica de Juventude no Brasil continuidades e rupturas In FAacuteVERO Osmar Juventude e Contemporaneidade Brasiacutelia RItlA 2009

SPOSItO Mariacutelia Ponte amp CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Juventude e Poliacuteticas puacuteblicas Revista Brasileira de Educaccedilatildeo n 2 setdez 2003

opiniatildeo

embasadosas por accedilotildees cidadatildes almeja-se que osas jo-vens sejam sujeitos de direitos emancipadosas e emancipa-doresas Que por meio da identificaccedilatildeo do loacutecus social que osas cercam osas jovens possam ser ainda mais criacuteticos criati-vos e cuidantes

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artigo

zada a normativa a gramaacutetica a partir de uma perspectiva de estudo ndash ldquodescritivardquo ldquogerativardquo ldquofuncionalrdquo e ldquotextualrdquo como disciplina escolar e como um livro Antunes (2007 p25-34) explica esses conceitos de forma clara A ldquogramaacutetica internalizadardquo eacute aquela que corresponde ao saber intuitivo do falante envolve todos os usos da liacutengua isto eacute em diversos niacuteveis - do informal para o formal - e em todas situaccedilotildees soacutecio-comunicativas como o proacuteprio autor declara ldquonada na liacutengua em nenhuma liacutengua escapa a essa gramaacuteti-cardquo (2007 p 26) A partir dos trecircs anos de idade crianccedilas satildeo capazes de se comunicar por estruturas linguiacutesticas comple-xas por exemplo ao optar pela variaccedilatildeo ldquominhas colegasrdquo ou ldquomeus colegosrdquo uma crianccedila demonstra ter conhecimento da variaccedilatildeo de gecircnero Natildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma culta a do bem falar segue uma gramaacutetica

O assunto eacute polecircmico e tem sido ques-tionado entre linguistas e vaacuterios es-tudiosos da aacuterea de letras Por que

se ensina a gramaacutetica na escola A bibliogra-fia eacute extensa e em grande parte dela o enfo-que no trabalho com a gramaacutetica normativa eacute visto como o principal causador do insu-cesso dos alunos dos Ensinos Fundamental e Meacutedio quando se trata da competecircncia co-municativa ou seja os educandos muitas vezes natildeo se expressam de forma satisfa-toacuteria atraveacutes da escrita e da oralidade por consequecircncia se desinteressam da leitura e das aulas de Liacutengua Portuguesa O que fazer entatildeo Abolir as noccedilotildees de gramaacutetica das aulas de liacutengua materna Inicialmente eacute importante ressaltar a diferenccedila baacutesica entre ldquoliacutenguardquo e ldquogramaacuteti-cardquo jaacute que muitas vezes ambos os concei-tos satildeo confundidos De acordo com Ernani terra (2008 p 22) a liacutengua eacute um aspecto da linguagem que utiliza a palavra (o ver-bo) para a comunicaccedilatildeo eacute um sistema de natureza gramatical pertencente aos indiviacuteduos formado por um sistema de sinais e regras - a gramaacutetica em um sentido mais amplo Ele ainda afirma que eacute uma instituiccedilatildeo social abstrata ou seja que eacute ex-terior aos indiviacuteduos e que se concretiza atraveacutes da fala um ato particular do ser humano Contudo a gramaacutetica para Irandeacute Antunes (2007 p41) limita-se a uma parte da liacutengua e tem a funccedilatildeo regularizadora ou seja de impor limites poreacutem natildeo consegue regular tudo toda pessoa escolarizada quando questionada ldquosobre o que eacute gramaacuteticardquo dispotildee de um conceito baacutesico trata-se das regras de uma liacutengua tal definiccedilatildeo natildeo eacute errada poreacutem pre-cisa ser ampliada A gramaacutetica regula a liacutengua no entanto haacute outros tipos de gramaacuteticas que devem ser compreendidos para que o leitor possa entender melhor a problemaacutetica a internali-

Por que ensinar gramaacutetica na escolaEacute possiacutevel fazer ciecircncia nas aulas de Liacutengua Portuguesa

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pois todas as variantes comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intui-tiva atraveacutes do uso das atividades sociais do conviacutevio com a famiacutelia A escola viraacute posteriormente para ampliar esse conhe-cimento portanto ele natildeo deve ser menosprezado A segunda concepccedilatildeo vecirc a gramaacutetica como um conjunto de normas que regulam o uso da liacutengua ela natildeo considera toda a realidade comunicativa apenas aquela considerada aceitaacute-vel atraveacutes da oacutetica da liacutengua prestigiada socialmente Aqui o importante eacute o domiacutenio das regras do que eacute certo e do que eacute errado do que deve e natildeo ser dito Tais prescriccedilotildees natildeo satildeo feitas por razotildees puramente linguiacutesticas mas por motivos his-toacutericos sociais e econocircmicos Logo eacute importante questionar-se do porquecirc das variantes das classes sociais menos favorecidas natildeo serem consideradas padratildeo na liacutengua Predomina-se o es-tudo da liacutengua na forma escrita natildeo na falada A gramaacutetica como uma perspectiva de estudo indica uma maneira de estudo eou um meacutetodo de investigaccedilatildeo sobre a liacutengua Surgiram assim durante os estudos sobre a linguagem diversas perspectivas sobre a mesma (terra 2008 p79-80)

a) A Gramaacutetica descritiva natildeo prescreve regras do que eacute certo ou errado e sim verifica as uniformidades e diferenccedilas presentes na liacutengua em decorrecircncia de seu uso

b) A Gramaacutetica gerativa criada pelo linguista norte-americano Chomsky na deacutecada de 1950 procura explicar os fatos linguiacutesticos como satildeo produzidos com o objetivo de se estabelecer um modelo geral baseado em princiacutepios universais dos quais derivam as gramaacuteticas de cada liacutengua em particular

c) A Gramaacutetica funcional trabalha com a interpretaccedilatildeo satisfatoacuteria dos signos linguiacutesticos que natildeo satildeo analisados apenas como codificaccedilatildeo e descodificaccedilatildeo

d) A gramaacutetica textual tem como objeto de estudo o texto com o fim de explicitar regras para que o falante produza bons textos

artigo

A concepccedilatildeo de gramaacutetica como disciplina escolar reduz todos esses conceitos traz para a sala de aula uma visatildeo em que a gramaacutetica normativa corresponde agrave liacutengua A partir daiacute tem-se um problema pois todas as variantes satildeo excluiacutedas e separa-se a produccedilatildeo textual a leitura e a gramaacutetica como se as trecircs ldquofrentesrdquo da disciplina de liacutengua portuguesa fossem independentes mas natildeo satildeo Mostra-se para o aluno o certo e o errado natildeo haacute espaccedilo para as diversas situaccedilotildees interativas de comunicaccedilatildeo A uacuteltima concepccedilatildeo de gramaacutetica a de um livro que pode ser mais prescritiva eou descritiva Focaliza-se nas estruturas da liacutengua e as hipoacuteteses do que eacute considerado padratildeo e corre-to ela tem a funccedilatildeo de prescrever uma forma uacutenica e correta de comunicaccedilatildeo Um livro de gramaacutetica tambeacutem pode ser des-critivo exibindo as estruturas da liacutengua de forma descontex-tualizada sem o enfoque nas situaccedilotildees reais de comunicaccedilatildeo Desse modo eacute privilegiada a modalidade escrita principalmen-te as expressotildees da literatura e da imprensa Qual a relaccedilatildeo desses conceitos agrave rotina escolar Como jaacute foi mencionado neste artigo a partir do momento em que a es-cola e ou professor consideram a gramaacutetica normativa como a uacutenica variante possiacutevel excluem-se todas as possibilidades de leitura e anaacutelise da liacutengua com isso o intuito da ampliaccedilatildeo do conhecimento linguiacutestico do aluno Natildeo se pode esquecer que ele tem uma gramaacutetica internalizada desenvolvida ao longo dos anos e que a gramaacutetica que ele aprenderaacute ou pelo menos

ldquoNatildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma

culta a do bem falar segue uma gramaacutetica pois todas as variantes

comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida

naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intuitiva atraveacutes

do usordquo

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artigo

ldquoCabe ao professor independente do material com que trabalhe ndash livro

apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave

liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situaccedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute

utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais

regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito

mais proacutexima da realidade do alunordquo

conheceraacute no ambiente escolar representa a estrutura de uma das variantes da liacutengua Para Antunes (2007 p 41) a comunicaccedilatildeo eficaz natildeo estaacute relacionada ao domiacutenio das regras de uma liacutengua agraves diferenccedilas das classes gramaticais e suas combinaccedilotildees pos-siacuteveis Haacute outras habilidades que devem ser desenvolvidas ldquotudo isso eacute necessaacuterio mas natildeo suficienterdquo (Ibid p 41) O autor ainda completa salientando que em muitos dos casos quando se ensina gramaacutetica nas aulas de Liacutengua Portuguesa esta natildeo parece ter em nada a ver com a lin-guagem do dia a dia com a liacutengua que nos pertence ou seja eacute muito distante da liacutengua utilizada pelos jovens tanto na fala como nas redes sociais O que se deve fazer entatildeo A gramaacutetica deve ser ex-tinguida da escola e as aulas de Liacutengua Portuguesa devem abordar apenas a leitura e a escrita Provavelmente natildeo O grande problema estaacute no enfoque e na importacircncia que ela recebe Muitos professores de Liacutengua Portuguesa jaacute notaram quantos dos seus alunos satildeo bons leitores produzem boas re-daccedilotildees mas tecircm peacutessimo desempenho nas avaliaccedilotildees de gra-maacutetica ou o oposto satildeo excelentes em provas que envolvem a norma e peacutessimos em questotildees interpretativas Obviamente haacute aqueles alunos que possuem mais facilidade com a lingua-gem e apresentam desempenho satisfatoacuterio em gramaacutetica lei-tura e escrita E o que isso quer dizer Que da forma como os alunos estudam a gramaacutetica estrutural e desconexa em pouco ou quase nada ela ajuda os alunos no desenvolvimento da competecircncia linguiacutestica Cabe ao professor independente do material com que tra-balhe ndash livro apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situ-accedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito mais proacutexima da realidade do aluno escrever ldquoOw vc ta airdquo natildeo eacute considerado correto em uma situaccedilatildeo formal muito menos na escola mas mostrar aos alunos que na internet isso eacute possiacutevel todavia em um processo seletivo para uma vaga no mercado de trabalho ou em uma redaccedilatildeo para vestibular e concurso puacuteblico seria causa de desclassificaccedilatildeo Outro motivo que justifica o desinteresse das crianccedilas e adolescentes agraves aulas de liacutengua Portuguesa e agraves demais dis-ciplinas refere-se agrave realidade que os cercam satildeo vaacuterios jogos

aplicativos redes sociais viacutedeo games e isso faz com que eles tenham acesso a todo e qualquer tipo de entretenimento e informaccedilatildeo instantaneamente e eacute claro que fica muito difiacutecil competir com o mundo digital quando se tem um capiacutetulo de conjugaccedilatildeo verbal para se trabalhar em sala por exemplo Assim como os outros estudiosos Luiz Carlos Travaglia (2003) afirma que o ensino de liacutengua materna pode alcan-

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artigo

Referecircncias bibliograacuteficas

Travaglia Luiz Carlos Gramaacutetica ensino plural Cortez Editora 2003

Antunes Irandeacute Muito Aleacutem da Gramaacutetica Satildeo Paulo Paraacutebola 2007

Terra Ernani Linguagem liacutengua e fala Ernani Terra Satildeo Paulo Scipione 2008 (Coleccedilatildeo Percursos)

ReNAtO GUIMARAtildeeS Al lAGeProfessor de Gramaacutetica do 8ordm ano

do Coleacutegio Cristo Rei Graduado em Letras pela Universidade Estadual de

londrina (Uel)

ccedilar dois objetivos ensinar a liacutengua atraveacutes da formaccedilatildeo de usuaacuterios competentes da liacutengua e que tenham competecircncia comunicativa O que isso significa Que cada pessoa saiba usar a liacutengua de acordo com a situaccedilatildeo de interaccedilatildeo comunicativa a fim de obter os efeitos desejados O outro objetivo relaciona-se ao ensino sobre a liacutengua ou seja a sistematizaccedilatildeo da mesma em que os alunos tecircm conhecimento da liacutengua e podem ser analistas dela e eacute aiacute que entra a gramaacutetica

Para travaglia (2003) trabalhar gramaacutetica com os alunos pode 1 Oferecer informaccedilatildeo cultural conhecimentos teoacutericos so-

bre a liacutengua como as classes de palavras e as funccedilotildees sintaacuteticas natildeo tecircm aplicaccedilatildeo imediata para a maioria das profissotildees poreacutem a nossa sociedade valoriza certa dose de conhecimentos teoacuterico-cientiacuteficos que nem sempre satildeo aplicaacuteveis visto as aacutereas de fiacutesica quiacutemica biologia artes histoacuteria

2 Instrumentalizar com recursos para situaccedilotildees praacuteticas como o conhecimento do alfabeto que eacute indispensaacutevel para se fazer uma listagem ou procurar palavras em um dicionaacuterio o conhecimento das flexotildees verbais ldquodanccedilo danccedilava danccedilareirdquo e suas variaccedilotildees semacircnticas quanto ao tempo a possibilidade de utilizar o conhecimento sobre a liacutengua para ensinar a proacutepria liacutengua quando um professor cita ldquoeste verbordquo ldquo a viacutergulardquo ldquoo sujeitordquo ou seja a temida nomenclatura

3 Desenvolver o raciociacutenio a capacidade de pensar ensinar a fazer ciecircncia como a matemaacutetica e a biologia por exem-plo quando se estuda a liacutengua e os fenocircmenos gramati-cais estaacute se fazendo ciecircncia Com o ensino da gramaacutetica eacute possiacutevel fazer com que o aluno perceba as irregularidades da liacutengua e das proacuteprias regras prescritas pela norma Eacute desenvolvida entatildeo a capacidade de observar formular hipoacuteteses buscar comprovaccedilatildeo ou falsificaccedilatildeo A aula de gramaacutetica pode propiciar ao educando um momento de estudo e de pesquisa dando-lhe um caraacuteter de indepen-decircncia intelectual Eacute possiacutevel desenvolver a percepccedilatildeo de que a verdade sobre os mundos natural ou social natildeo estatildeo prontas nos livros e cabe portanto a ele (o aluno) como ser participante do processo de aprendizagem criar hipoacute-teses criacuteticas e aceitar ou refutar as novas descobertas

As aulas de Liacutengua Portuguesa tecircm todos os ingredientes possiacuteveis para tornarem-se mais atrativas aos jovens ndash eacute a liacutengua materna deles todo e qualquer tipo de texto pode ser trabalhado em sala de aula por exemplo Eacute fundamental que o docente tenha consigo os conceitos de liacutengua e gramaacuteti-ca muito bem elaborados e principalmente que o professor amplie a visatildeo de mundo do aluno Tornaacute-lo participativo no processo de aprendizagem como o protagonista das accedilotildees comunicativas pode ser uma alternativa especialmente quan-do ele estaacute envolvido com o fazer ciecircncia

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resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

redaccedilotildees de alunos

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

redaccedilotildees de alunos

(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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redaccedilotildees de alunos

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experiecircnciaAulas de apoio pedagoacutegico

Ao pensarmos nas dificuldades de aprendizagem eacute preci-so reconhecer em primeira instacircncia que na complexi-dade da escola os processos envolvidos satildeo marcados

por trajetoacuterias diferenciadas avaliadas como satisfatoacuterias ou insatisfatoacuterias Nessa complexidade interatu-am diferentes expectativas em relaccedilatildeo ao do-miacutenio dos conteuacutedos escolares e apreensatildeo do conhecimento Na perspectiva teoacuterica de Jean Piaget as dificuldades de aprendizagem natildeo satildeo ex-plicadas pelo prisma do que falta agrave crianccedila seus limites e impossibilidades mas por suas accedilotildees e significaccedilotildees sua riqueza de constru-ccedilotildees e suas superaccedilotildees Partindo desse pres-suposto as dificuldades de aprendizagem natildeo podem ser analisadas como pertencen-tes ao aluno e a sua famiacutelia somente Sendo assim a instituiccedilatildeo escolar deve refletir planejar organizar e aplicar caminhos alternativos que contribuam para que os es-tudantes independente da singularidade de seus pensamentos e das distintas trajetoacuterias de aquisiccedilatildeo do conhecimento tenham con-diccedilotildees de serem sujeitos da sua aprendiza-gem Neste sentido estatildeo contextualizadas as aulas de apoio pedagoacutegico que tecircm a pers-pectiva de ampliaccedilatildeo da aprendizagem esco-lar No Coleacutegio Cristo Rei trata-se de um dife-rencial oferecido aos alunos do 2ordm ao 5ordm ano do Ensino Fundamental Elas satildeo realizadas no horaacuterio contraacuterio de aula do aluno duas vezes na semana com duraccedilatildeo de 2 horasaula por semana O apoio pedagoacutegico se daacute essencialmente em Liacutengua Por-tuguesa e Matemaacutetica disciplinas consideradas baacutesicas para aprendizado de qualquer outro tema visto que se o aluno natildeo

Novos caminhos para melhorar niacuteveis de aprendizagem e favorecer a autoestima dos educandos

aprender bem estas disciplinas natildeo teraacute condiccedilotildees de aprender os outros conteuacutedos Entre os objetivos das aulas de apoio estatildeo a ampliaccedilatildeo das possibilidades de aprendizagem dos alunos e a disponibi-

lizaccedilatildeo de oportunidades para reforccedilar aprofundar ou suprir carecircncias dos conteuacutedos trabalhados na sala de aula Transformamos as aulas de apoio pedagoacutegico em momen-tos estimulantes que exigem estrateacutegias para resoluccedilatildeo das diversas situaccedilotildees-problema Entre os recursos utilizados lan-

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experiecircncia

ccedilamos matildeo do aspecto luacutedico especialmente atraveacutes da utili-zaccedilatildeo dos jogos Eles cumprem o papel de trazer descontraccedilatildeo ao conteuacutedo trabalhado e relacionaacute-lo de forma mais palpaacutevel a situaccedilotildees cotidianas Algumas exemplos satildeobull Jogos da memoacuteria divisatildeo e tabuadabull Jogos de alfabetizaccedilatildeobull Jogos de letras moacuteveisbull Reacutegua numeacuterica bull Sudocobull Livros de histoacuterias

Eacute relevante destacar que as aulas de apoio satildeo um tra-balho conjunto entre o professor da sala de aula e professor da sala de apoio pedagoacutegico Esse trabalho tem como pontos essenciais as accedilotildees descritas a seguirbull Seleccedilatildeo de alunos com dificuldades de aprendizagem nas

suas turmas de origem pelo professor de salabull Seleccedilatildeo de conteuacutedos a partir das dificuldades dos alunos

nas suas turmas de origembull Planejamentos integrados feitos pelos professores de sala

e da sala apoio pedagoacutegicobull Avaliaccedilotildees perioacutedicas e registros dos avanccedilos eou dificul-

dades

Aleacutem da parceria entre os educadores o envolvimento dos pais e responsaacuteveis eacute fundamental e de suma importacircncia para o bom andamento do trabalho Os resultados conquistados com essas praacuteticas satildeo inuacute-meros poreacutem o principal indicador da eficiecircncia das aulas de apoio pedagoacutegico eacute a melhoria dos niacuteveis de aprendizagem dos educandos Aleacutem disso satildeo niacutetidos os avanccedilos na autoestima desempenho nas atividades de resoluccedilatildeo de problemas de-senvolvimento do raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico interpretaccedilatildeo atenccedilatildeo etc

CARLA LARAyAEducadora do Ensino Fundamental I e

professora das aulas de apoiopedagoacutegico do Coleacutegio Cristo Rei

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

A psicologia pode ser compreendida como a ciecircncia que investiga os processos e estados conscientes assim como as suas origens e efeitos Tem como atribuiccedilatildeo

o comprometimento social e o estudo dos fenocircmenos danosos aos seres humanos Busca trabalhar na promoccedilatildeo da liberdade da dignidade e da integridade do ser humano Promovendo a sauacutede e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades contribuindo para a eliminaccedilatildeo de quaisquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircn-cia crueldade e opressatildeo A Psicologia passou a usar suas teacutecnicas para estudar e compreender os fenocircmenos educacio-nais e assim constitui-se a Psicologia Educacional e esta vem a ser a aacuterea da psicologia que abor-da todas as problemaacuteticas referentes agrave educaccedilatildeo e aos processos de ensino e aprendizagem nas crianccedilas e adultos Entendendo por educaccedilatildeo o ato de educar instruir processo contiacutenuo que permite ao indiviacuteduo o desenvolvimento de suas faculdades fiacutesicas intelectuais e morais Contribuindo para a sua integraccedilatildeo na sociedade Ao psicoacutelogo educacional cabe analisar a eficaacutecia das estrateacutegias educacionais desenvol-ver projetos educativos bem como desenvolver as capacidades das crianccedilas com dificuldades de aprendizagem em instituiccedilotildees educativas Estuda tambeacutem o funcionamento da proacutepria instituiccedilatildeo enquanto organizaccedilatildeo Nesse sentido o psicoacutelogo educacional preci-sa integrar em sua praacutetica outras aacutereas da proacutepria

A contribuiccedilatildeo da Psicologia para os processos de formaccedilatildeo desenvolvi-mento e convivecircncia no ambiente escolar

Psicoacutelogos a serviccedilo da Educaccedilatildeo trazem benefiacutecios para alunos e famiacutelias

ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana

seja apenas outra alma humanardquo(Carl Gustav Jung)

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

fissionais atuantes na educaccedilatildeo e sua praacuteticas e levantou pro-postas que posteriormente foram efetivadas atraveacutes da Nota Teacutecnica estabelecida pelo Conselho Regional de Psicologia de Satildeo Paulo no ano de 2010

Esse documento tem como finalidade orientar sobre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo no con-texto escolar e educacional com o objetivo de esclarecer os psicoacute-logos que atuam em instituiccedilotildees escolares e educacionais enfati-zando as contribuiccedilotildees da Psico-logia respaldada no compromis-so social direitos humanos e no respeito agrave diversidade enquanto fundamento para efetivaccedilatildeo de uma educaccedilatildeo para todos e to-das O documento do CRPSP tem como objetivo romper com a praacutetica de uma psicologia que patologiza medicaliza e produz

diagnoacutesticos classificatoacuterios Portanto visa defender praacuteticas que consideram a realidade escolar brasileira em sua diversi-dade cultural e as dimensotildees psicossociais de suas comunida-des Incentivar a atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em projetos coletivos de forma interdisciplinar fortalecendo pessoas e grupos contri-buindo para a elaboraccedilatildeo implementaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do pro-jeto poliacutetico pedagoacutegico da escola e ampliar a reflexatildeo acerca da necessidade de construir com a equipe escolar estrateacutegias de ensino e aprendizagem que considerem os desafios da con-temporaneidade Assim o mesmo documento orienta que o psicoacutelogo em sua praacutetica nos contextos escolares e educacionais considere a realidade da escola brasileira articulando com outros setores e movimentos compreenda os fatores que produzem e causam sofrimento em educandos e educadores analise o campo de relaccedilatildeo soacutecio-poliacutetico-pedagoacutegico para melhoria do processo educacional comprometa-se com as funccedilotildees sociais da escola de acesso aos bens culturais e a promoccedilatildeo da autonomia dos indiviacuteduos elabore metodologias de trabalhos multidisciplina-res valorizando e potencializando a produccedilatildeo de saberes dos diferentes espaccedilos educacionais atue na direccedilatildeo da ampliaccedilatildeo

psicologia psicologia do desenvolvimento psicologia social e psicologia organizacional intervindo em questotildees de natureza mental e emocional sempre em uma perspectiva educacional Para se efetivar a importacircncia desta aacuterea na Educaccedilatildeo eacute imprescindiacutevel que o psicoacutelogo escolareducacional procure am-pliar as informaccedilotildees disponiacuteveis a respeito do impacto deste traba-lho dentro das escolas Lembran-do que conscientizaccedilatildeo e vonta-de poliacutetica precisam andar juntas para que as mudanccedilas propostas sejam concretizadas Cassins et al (2007) desta-cam a importacircncia do Psicoacutelogo Educacional atuando na Educa-ccedilatildeo partindo os seus estudos de legislaccedilotildees como a Constituiccedilatildeo Federal a LDB e o ECA e conclui que a Psicologia tem uma gran-de contribuiccedilatildeo a dar uma vez que tais legislaccedilotildees ao definirem a abrangecircncia da educaccedilatildeo falam de processos de formaccedilatildeo desenvolvimento e convivecircncia humana Dissertam sobre o di-reito ao pleno desenvolvimento agrave cidadania qualificaccedilatildeo para o trabalho e a importacircncia da prevenccedilatildeo Compreendendo que o que estaacute assegurado por tais legis-laccedilotildees constituem objeto de estudo e de atuaccedilatildeo da psicologia podemos compreender que a psicologia se torna uma ciecircncia do fenocircmeno educativo e os psicoacutelogos educacionais tornam--se tambeacutem educadores Diante destes argumentos evidencia-se a contribuiccedilatildeo da Psicologia para a educaccedilatildeo com a vertente de colaborar no pro-cesso de ensino e aprendizagem nas relaccedilotildees interpessoais e nos processos intrapessoais referindo-se sempre agraves dimensotildees poliacutetica econocircmica social e cultural Desta forma entendendo tambeacutem o seu papel na elaboraccedilatildeo de planos e poliacuteticas refe-rentes ao Sistema Educacional visando promover a qualidade a valorizaccedilatildeo e a democratizaccedilatildeo do ensino O ano de 2008 foi considerado o ano da educaccedilatildeo no Sis-tema Conselhos de Psicologia No decorrer daquele ano foram realizados eventos que culminaram com o Seminaacuterio Nacional do Ano da Educaccedilatildeo Esse evento procurou reconhecer os pro-

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

ldquopodemos compreender a importacircncia do trabalho da

Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma

organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade

que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia

reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduordquo

da qualidade do processo educacional compartilhe a praacutetica e o conhecimento desenvolvido pela Psicologia socializando saberes e ampliando as possibilidades de atuaccedilatildeo tecendo um paralelo com as atribuiccedilotildees definidas pelo Conselho Regional de Psicologia compreendemos que cabe a noacutes psicoacutelogos atuantes na educaccedilatildeo fornecer as contribuiccedilotildees conforme descrito por McNamara apud SantrsquoAna (2010)bull Oferecer suporte aos professores de educaccedilatildeo regular e

especial por meio da coleta e busca de dados relaciona-dos agraves crianccedilas e suas dificuldades investigar as possiacuteveis variaacuteveis que interferem na manutenccedilatildeo dos problemas analisar condiccedilotildees ambientais e interpessoais propor e desenvolver estrateacutegias e planos de intervenccedilatildeo como tambeacutem avaliar resultados obtidos

bull Fornecer apoio aos programas de transiccedilatildeo para alunos com deficiecircncia assessoria aos professores e adminis-tradores colaborando com sugestotildees para a melhoria de curriacuteculos e programas de instruccedilatildeo tendo em vista a or-ganizaccedilatildeo de conteuacutedos e de padrotildees de desempenho bem como o favorecimento da relaccedilatildeo escola-famiacutelia pela comunicaccedilatildeo mais proacutexima com a comunidade pais e alu-nos

bull Ampliar seu papel de consultor e o de favorecimento do trabalho cooperativo entre professores das redes regular e especial e do modelo de ensino conjunto no qual os dois

tipos de educadores lecionam na mesma sala de aulabull Fornecer suporte teacutecnico como a criaccedilatildeo de novas for-

mas de estruturaccedilatildeo do processo de ensino-aprendizagem direcionando-as agraves necessidades dos alunos a realizaccedilatildeo de monitoramento constante do projeto pedagoacutegico com apoio teacutecnico aos participantes e agrave comunidade em geral a oferta de cursos e grupos de estudo aos educadores assim como o favorecimento de formas mais adequadas de trabalho no sentido da inclusatildeo educacional e social dessas crianccedilas

Pode-se acrescentar ainda a essas contribuiccedilotildeesbull A articulaccedilatildeo com os segmentos puacuteblicos privados e orga-

nizaccedilotildees natildeo governamentais de forma a garantir maior abrangecircncia aos atendimentos necessaacuterios visando o ple-no desenvolvimento humano

bull Contribuir junto a outros profissionais que atuam na edu-caccedilatildeo promovendo e garantindo o direito e a permanecircncia de todos e todas agrave educaccedilatildeo de qualidade e que esta ocor-ra preferencialmente nas salas regulares de ensino

bull Acolher orientar e encaminhar as famiacutelias dos alunos de forma a garantir acesso a outros serviccedilos essenciais para o seu desenvolvimento

A Psicologia Educacional portanto visa agrave mediaccedilatildeo e tam-beacutem agrave intervenccedilatildeo que oferece informaccedilotildees e alternativas para as diversas aacutereas e situaccedilotildees que envolvem o acircmbito da

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

GILSON CARDOSOFormado em Psicologia pela Unimar com Poacutes Graduaccedilatildeo em Psico-pedagogia Cliacutenica e Institucional pelo INDEP Atua como Psicoacutelogo Educacional no Centro Escola Municipal de Atendimento Educacio-nal Especializado da Secretaria da Educaccedilatildeo Psicoacutelogo do Ensino

Fundamental II do Coleacutegio Cristo Rei e atuaccedilatildeo cliacutenica

SABRINA ALVES DIAS Pedagoga e Mestre em Educaccedilatildeo Especial

TacircNIA PAULA FERNANDES CORRecircA DOS SANTOSPsicoacuteloga Educacional do CEMAEE - Mariacutelia

Referecircncias bibliograacuteficas

CASSIS M et al Manual de Psicologia Escolar - Educacional Curitiba Graacutefica e editora Unificado 2007 45p

O que eacute Psicologia Educacional Documento virtual disponiacutevel em httpcaminhandopsicologianocomunidadesnetindexphppagina=1017014182 Acesso em 03042014

Orientaccedilatildeo Sobre as Atribuiccedilotildees do Psicoacutelogo no Contexto Escolar e educacional Nota teacutecnica disponiacutevel em httpwwwcrpsporgbrportalmidiafiquedeolho_veraspxid=72 Acesso em 03042014

SANTrsquoANA I M Contribuiccedilotildees da Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo Escolar na Educaccedilatildeo Inclusiva Concepccedilotildees de Professores e Diretores Artigo disponiacutevel em httpwwwufsjedubrportal2repositorioFilevertentesv201920n202Izabella_Mendespdf Acesso em 03042014

Colaboraccedilatildeo

Educaccedilatildeo atuando na escola junto ao administrativo com os professores os alunos os funcionaacuterios e a comunidade (CAS-SINS et Al 2007) Para finalizar considerando a complexidade e diversidade que as novas propostas e leis que regem a Educaccedilatildeo em to-dos os seus niacuteveis e modalidades podemos compreender a importacircncia do trabalho da Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduo Efetivando aqui a citaccedilatildeo realizada no iniacutecio desta apresentaccedilatildeo

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Coleacutegio Cristo Rei

a delimitaccedilatildeo da idade eacute uma referecircncia mas natildeo eacute o uacutenico elemento a ser considerado Precisamos contudo de um paracircmetro Eacute necessaacuterio ter presente que a diversidade dosas jovens se manifesta de maneira variada por exemplo nas cidades e no campo Essa diversidade estaacute atravessada pelas questotildees da raccedila da etnia da cultura do gecircnero do rendimento familiar do local de moradia (centro periferia cidade grande pequena campo) e do acesso aos bens e serviccedilos (2001 p 59)

opiniatildeoldquoSe somos

progressistas realmente

abertos ao outro

e a outra devemos nos esforccedilar com

humildade para diminuir ao maacuteximo a

distacircncia entre o que dizemos

e o que fazemosrdquo

(Paulo Freire)

Lourival Rodrigues da Silva destaca que

Quem satildeo e o que querem as Juventudes

Atuaccedilatildeo de jovens descontroacutei antigos

conceitos e traccedila novas concepccedilotildees para a

condiccedilatildeo juvenil

O conceito ldquojuventudesrdquo pode ser entendido como uma categoria que estaacute em permanente construccedilatildeo social e histoacuterica por levar em consideraccedilatildeo as dimensotildees

bioloacutegicas sociais psiacutequicas culturais poliacuteticas e econocircmicas O que se constituem em muacuteltiplas maneiras de viver a con-diccedilatildeo juvenil Deste modo eacute possiacutevel dirigir um olhar sobre a juventude que contemple a sua diversidade Pois a agregaccedilatildeo por idade natildeo traduz as identificaccedilotildees possiacuteveis que a situaccedilatildeo cotidiana revela

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

ldquohaacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar

definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para estesrdquo

Novaes (2009) Sposito amp Carrano (2003) Castro amp Abra-movay (2003 2009) e Abramo (2005) empregam a expressatildeo ldquojuventudesrdquo como forma de enfatizar que ao se tratar de jo-vens deve-se reconhecer uma realidade plural e multifacetada Para Bourdieu (1983) haacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para es-tes em contraponto outrosas autoresas definem a juventude como passagem transitoacuteria da adolescecircncia para a fase adulta como destaca Krauskopf (2003) em quatro categorias a juven-tude como periacuteodo preparatoacuterio a juventude como etapa pro-blemaacutetica o jovem como ator estrateacutegico do desenvolvimento e de uma forma mais integral e protagonista a juventude cida-datilde como sujeita de direitos

reproduccedilatildeo (gerar e cuidar dos filhos) e participaccedilatildeo (nas decisotildees deveres e direitos que regulam a sociedade) (2005 p40-41) Neste sentido a juventude eacute a transiccedilatildeo de acesso agrave vida adulta por meio do trabalho eou produccedilatildeo viabilizando o conceito de que elea (oa jovem) eacute um ser em preparaccedilatildeo onde o adulto eacute visto como o que viabilizaraacute esse processo ou seja o ldquoeducadorardquo que normatiza esse mecanismo favorecendo a estea ferramentas adequadas para seu desenvolvimento O olhar para oa jovem eacute feito unicamente pelo vieacutes do trabalho e estudo (ABRAMO 1994) fragmentando a realidade juvenil somente a essas duas necessidades retirando os acessos culturais e artiacutesticos ou melhor o lazer do contexto juvenil em se tratando do segundo vieacutes oa jovem eacute visto como etapa problemaacutetica ldquoo sujeito aparece a partir dos problemas que ameaccedilam a ordem social ou desde o deacuteficit nas manifestaccedilotildees de seu desenvolvimentordquo (ABRAMO 2005 p 20) haacute uma ecircnfase no ldquojovem problemardquo que transgride as normas preacute-estabelecidas Para Abramo (2005 p 21) ldquono Brasil este foi o enfoque que praticamente dominou as accedilotildees dos anos 80 aos 90 foi uma das principais matrizes por onde o tema da juventude principalmente a lsquoemergentersquo juventude dos setores popularesrdquo causando um estigma social na vida dosas jovens onde estesas sofreram brutalmente a perda de seus diretos sociais sendo visto de forma generalizante causando em muitos adultos uma aversatildeo a seus projetos e sonhos

Verifica-se na terceira categoria oa jovem como atoratriz estrateacutegico do desenvolvimento visando destacaacute-loa como mecanismo de enfrentamento ao sistema social mundial ou seja haacute um avanccedilo nesse entendimento de juventude como pontua Abramo

a noccedilatildeo de condiccedilatildeo juvenil remete em primeiro lugar a uma etapa do ciclo de vida de ligaccedilatildeo (transiccedilatildeo diz a noccedilatildeo claacutessica) entre a infacircncia tempo da primeira fase de desenvolvimento corporal (fiacutesica emocional intelectual) e da primeira socializaccedilatildeo de quase total dependecircncia e necessidade de produccedilatildeo para a idade adulta em tese a do aacutepice do desenvolvimento e de plena cidadania que diz respeito principalmente a se tornar capaz de exercer as dimensotildees de produccedilatildeo (sustentar a si proacuteprio e a outros)

Esta concepccedilatildeo avanccedila no reconhecimento dos jovens como atores dinacircmicos da sociedade e com potencialidades para responder aos desafios colocados pelas inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e transformaccedilotildees produtivas Traz assim a possibilidade de incorporar os jovens em situaccedilatildeo de exclusatildeo natildeo pela oacutetica do risco e da vulnerabilidade mas numa perspectiva includente (2005 p 21)

Abramo refere-se agrave primeira categoria sistematizada por Krauskopf afirmando que

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

haacute nessa perspectiva um diaacutelogo muito superficial no modo de perceber o contexto social que osas jovens satildeo protagonis-tas e como estes espaccedilosmodelos de fato favorecem que elesas sejam atoresatrizes com papeacuteis especiacuteficos de transforma-ccedilotildees Visando respaldar esses direitos haacute uma ecircnfase emanci-padora na quarta categoria destacada por Krauskopf que eacute a juventude cidadatilde como sujeita das poliacuteticas como afirma o termo osas jovens satildeo entendidos como canais iacutempares para a efetivaccedilatildeo de direitos sociais retirando o roacutetulo como etapa ldquotransitoacuteriardquo ou ldquoproblemardquo essa concepccedilatildeo olha oa jovem como sujeito autocircnomo que guarda em sua realidade cultural um arcabouccedilo de conhe-cimentos e realidades E eacute por meio dessa realidade que se verifica uma accedilatildeo poliacutetica juvenil na atualidade respaldado por iniciativas accedilotildees e espaccedilos que osas garantam como sujeitos de direitos Das megaloacutepoles agraves pequenas cidades osas jovens sa-iacuteram agraves ruas ldquogritando palavras de ordem de uma nova or-demrdquo Ordem esta que pode ser entendida pela necessidade da efetivaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude (PPJs) para si e inuacutemeras minorias sociais que tecircm seus direitos cerceados cotidianamente

As manifestaccedilotildees juvenis por direitos so-ciais mostram-se contraacuterias aos discursos acerca da passividade dosas jovens por meio dessa mobilizaccedilatildeo verificou-se que elesas querem ter seus direitos efetivados direitos estes destacados na Carta Magna estando cansadosas de verem seus pares sendo vitimadosas nas ruas das cidades e campos por falta de emprego educaccedilatildeo cultura lazer esporte ou seja cidadania Natildeo se pode acreditar que somente sair agraves ruas basta para romper a estrutura his-toacuterica de dominaccedilatildeo das maiorias sob osas minorizadosas Deve-se pensar em accedilotildees poliacuteticas que garantam os direitos juvenis frente a essas realidades destaca-se desde os anos 2000 uma reflexatildeo importante en-tre Governo e Movimentos Sociais acerca da garantia de direitos aosas jovens por meio das Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude

que resguardam as demandas de uma parcela significativa des-sa populaccedilatildeo sobretudo osas jovens em vulnerabilidade social e risco pessoal Neste processo em 2005 foi sancionada pelo Presidente a lei 11129 que criou a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) organismo do Governo Federal responsaacutevel por promover a integraccedilatildeo de todas as accedilotildees que tem como foco o puacuteblico juvenil tornando-se a principal referecircncia governamental no que diz respeito agrave juventude tanto na interlocuccedilatildeo com a so-ciedade civil (movimentos ONGs grupos juvenis etc) como no trabalho conjunto entre os Ministeacuterios e Secretarias visando agrave criaccedilatildeo de mais programas e accedilotildees Nesta conjuntura osas jovens vecircm ocupando este es-paccedilo de forma efetiva desconstruindo o olhar da juventude meramente como fase transitoacuteria Satildeo jovens que produzem constroem vivem relacionam-se onde se encontram questotildees sociais especiacuteficas e por isso necessitadosas de poliacuteticas puacutebli-cas que garantam essas demandas Frente agrave mudanccedila do entendimento das categorias juvenis e de toda a garantia de direitos que estesas vecircm adquirindo eacute necessaacuterio efetivar uma accedilatildeo educativa que colaborem de fato a serem autocircnomosas e problematizadoresas de suas realida-des sociais transformando-as

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IR MaacuteRCIO DINIZ FeRReIRA SCIntegrante da equipe teacutecnica da Juventude Cristo Rei

Referecircncias bibliograacuteficas

ABRAMO helena Wendel Cenas Juvenis - punks e Darks no espetaacuteculo urbano Satildeo Paulo Scritta 1994

ABRAMO helena Wendel e BRANCO Pedro Paulo Martoni (orgs) Retratos da Juventude Brasileira Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo Instituto da Cidadania 2005

_______ O uso das noccedilotildees de adolescecircncia e juventude no contexto brasileiro In FReItAS de Maria Virgiacutenia (orgs) Juventude e Adolescecircncia no Brasil referenciais conceituais Satildeo Paulo Accedilatildeo educativa 2005

BOFF leonardo Criacuteticos criativos e cuidantes 2005 Disponiacutevel em httpwwwleonardoboffcomsitevista2004abril23htm Acesso em 06 abril 2014

BOURDIeU P Questotildees de sociologia Rio de Janeiro Marco Zero 1983

CAStRO Mary Garcia ABRAMOVAY Miriam Quebrando mitos juventude participaccedilatildeo e poliacuteticas Perfil percepccedilotildees e recomendaccedilotildees dos participantes da 1ordm Conferencia Nacional de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude resumo executivo Brasiacutelia RItlA 2009

KRAUSKOPF Poliacuteticas de juventude em centroamerica Primeira Deacutecada 2003 pags 8 -25

NOVAeS Regina Reys Poliacutetica de Juventude no Brasil continuidades e rupturas In FAacuteVERO Osmar Juventude e Contemporaneidade Brasiacutelia RItlA 2009

SPOSItO Mariacutelia Ponte amp CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Juventude e Poliacuteticas puacuteblicas Revista Brasileira de Educaccedilatildeo n 2 setdez 2003

opiniatildeo

embasadosas por accedilotildees cidadatildes almeja-se que osas jo-vens sejam sujeitos de direitos emancipadosas e emancipa-doresas Que por meio da identificaccedilatildeo do loacutecus social que osas cercam osas jovens possam ser ainda mais criacuteticos criati-vos e cuidantes

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artigo

zada a normativa a gramaacutetica a partir de uma perspectiva de estudo ndash ldquodescritivardquo ldquogerativardquo ldquofuncionalrdquo e ldquotextualrdquo como disciplina escolar e como um livro Antunes (2007 p25-34) explica esses conceitos de forma clara A ldquogramaacutetica internalizadardquo eacute aquela que corresponde ao saber intuitivo do falante envolve todos os usos da liacutengua isto eacute em diversos niacuteveis - do informal para o formal - e em todas situaccedilotildees soacutecio-comunicativas como o proacuteprio autor declara ldquonada na liacutengua em nenhuma liacutengua escapa a essa gramaacuteti-cardquo (2007 p 26) A partir dos trecircs anos de idade crianccedilas satildeo capazes de se comunicar por estruturas linguiacutesticas comple-xas por exemplo ao optar pela variaccedilatildeo ldquominhas colegasrdquo ou ldquomeus colegosrdquo uma crianccedila demonstra ter conhecimento da variaccedilatildeo de gecircnero Natildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma culta a do bem falar segue uma gramaacutetica

O assunto eacute polecircmico e tem sido ques-tionado entre linguistas e vaacuterios es-tudiosos da aacuterea de letras Por que

se ensina a gramaacutetica na escola A bibliogra-fia eacute extensa e em grande parte dela o enfo-que no trabalho com a gramaacutetica normativa eacute visto como o principal causador do insu-cesso dos alunos dos Ensinos Fundamental e Meacutedio quando se trata da competecircncia co-municativa ou seja os educandos muitas vezes natildeo se expressam de forma satisfa-toacuteria atraveacutes da escrita e da oralidade por consequecircncia se desinteressam da leitura e das aulas de Liacutengua Portuguesa O que fazer entatildeo Abolir as noccedilotildees de gramaacutetica das aulas de liacutengua materna Inicialmente eacute importante ressaltar a diferenccedila baacutesica entre ldquoliacutenguardquo e ldquogramaacuteti-cardquo jaacute que muitas vezes ambos os concei-tos satildeo confundidos De acordo com Ernani terra (2008 p 22) a liacutengua eacute um aspecto da linguagem que utiliza a palavra (o ver-bo) para a comunicaccedilatildeo eacute um sistema de natureza gramatical pertencente aos indiviacuteduos formado por um sistema de sinais e regras - a gramaacutetica em um sentido mais amplo Ele ainda afirma que eacute uma instituiccedilatildeo social abstrata ou seja que eacute ex-terior aos indiviacuteduos e que se concretiza atraveacutes da fala um ato particular do ser humano Contudo a gramaacutetica para Irandeacute Antunes (2007 p41) limita-se a uma parte da liacutengua e tem a funccedilatildeo regularizadora ou seja de impor limites poreacutem natildeo consegue regular tudo toda pessoa escolarizada quando questionada ldquosobre o que eacute gramaacuteticardquo dispotildee de um conceito baacutesico trata-se das regras de uma liacutengua tal definiccedilatildeo natildeo eacute errada poreacutem pre-cisa ser ampliada A gramaacutetica regula a liacutengua no entanto haacute outros tipos de gramaacuteticas que devem ser compreendidos para que o leitor possa entender melhor a problemaacutetica a internali-

Por que ensinar gramaacutetica na escolaEacute possiacutevel fazer ciecircncia nas aulas de Liacutengua Portuguesa

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pois todas as variantes comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intui-tiva atraveacutes do uso das atividades sociais do conviacutevio com a famiacutelia A escola viraacute posteriormente para ampliar esse conhe-cimento portanto ele natildeo deve ser menosprezado A segunda concepccedilatildeo vecirc a gramaacutetica como um conjunto de normas que regulam o uso da liacutengua ela natildeo considera toda a realidade comunicativa apenas aquela considerada aceitaacute-vel atraveacutes da oacutetica da liacutengua prestigiada socialmente Aqui o importante eacute o domiacutenio das regras do que eacute certo e do que eacute errado do que deve e natildeo ser dito Tais prescriccedilotildees natildeo satildeo feitas por razotildees puramente linguiacutesticas mas por motivos his-toacutericos sociais e econocircmicos Logo eacute importante questionar-se do porquecirc das variantes das classes sociais menos favorecidas natildeo serem consideradas padratildeo na liacutengua Predomina-se o es-tudo da liacutengua na forma escrita natildeo na falada A gramaacutetica como uma perspectiva de estudo indica uma maneira de estudo eou um meacutetodo de investigaccedilatildeo sobre a liacutengua Surgiram assim durante os estudos sobre a linguagem diversas perspectivas sobre a mesma (terra 2008 p79-80)

a) A Gramaacutetica descritiva natildeo prescreve regras do que eacute certo ou errado e sim verifica as uniformidades e diferenccedilas presentes na liacutengua em decorrecircncia de seu uso

b) A Gramaacutetica gerativa criada pelo linguista norte-americano Chomsky na deacutecada de 1950 procura explicar os fatos linguiacutesticos como satildeo produzidos com o objetivo de se estabelecer um modelo geral baseado em princiacutepios universais dos quais derivam as gramaacuteticas de cada liacutengua em particular

c) A Gramaacutetica funcional trabalha com a interpretaccedilatildeo satisfatoacuteria dos signos linguiacutesticos que natildeo satildeo analisados apenas como codificaccedilatildeo e descodificaccedilatildeo

d) A gramaacutetica textual tem como objeto de estudo o texto com o fim de explicitar regras para que o falante produza bons textos

artigo

A concepccedilatildeo de gramaacutetica como disciplina escolar reduz todos esses conceitos traz para a sala de aula uma visatildeo em que a gramaacutetica normativa corresponde agrave liacutengua A partir daiacute tem-se um problema pois todas as variantes satildeo excluiacutedas e separa-se a produccedilatildeo textual a leitura e a gramaacutetica como se as trecircs ldquofrentesrdquo da disciplina de liacutengua portuguesa fossem independentes mas natildeo satildeo Mostra-se para o aluno o certo e o errado natildeo haacute espaccedilo para as diversas situaccedilotildees interativas de comunicaccedilatildeo A uacuteltima concepccedilatildeo de gramaacutetica a de um livro que pode ser mais prescritiva eou descritiva Focaliza-se nas estruturas da liacutengua e as hipoacuteteses do que eacute considerado padratildeo e corre-to ela tem a funccedilatildeo de prescrever uma forma uacutenica e correta de comunicaccedilatildeo Um livro de gramaacutetica tambeacutem pode ser des-critivo exibindo as estruturas da liacutengua de forma descontex-tualizada sem o enfoque nas situaccedilotildees reais de comunicaccedilatildeo Desse modo eacute privilegiada a modalidade escrita principalmen-te as expressotildees da literatura e da imprensa Qual a relaccedilatildeo desses conceitos agrave rotina escolar Como jaacute foi mencionado neste artigo a partir do momento em que a es-cola e ou professor consideram a gramaacutetica normativa como a uacutenica variante possiacutevel excluem-se todas as possibilidades de leitura e anaacutelise da liacutengua com isso o intuito da ampliaccedilatildeo do conhecimento linguiacutestico do aluno Natildeo se pode esquecer que ele tem uma gramaacutetica internalizada desenvolvida ao longo dos anos e que a gramaacutetica que ele aprenderaacute ou pelo menos

ldquoNatildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma

culta a do bem falar segue uma gramaacutetica pois todas as variantes

comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida

naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intuitiva atraveacutes

do usordquo

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artigo

ldquoCabe ao professor independente do material com que trabalhe ndash livro

apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave

liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situaccedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute

utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais

regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito

mais proacutexima da realidade do alunordquo

conheceraacute no ambiente escolar representa a estrutura de uma das variantes da liacutengua Para Antunes (2007 p 41) a comunicaccedilatildeo eficaz natildeo estaacute relacionada ao domiacutenio das regras de uma liacutengua agraves diferenccedilas das classes gramaticais e suas combinaccedilotildees pos-siacuteveis Haacute outras habilidades que devem ser desenvolvidas ldquotudo isso eacute necessaacuterio mas natildeo suficienterdquo (Ibid p 41) O autor ainda completa salientando que em muitos dos casos quando se ensina gramaacutetica nas aulas de Liacutengua Portuguesa esta natildeo parece ter em nada a ver com a lin-guagem do dia a dia com a liacutengua que nos pertence ou seja eacute muito distante da liacutengua utilizada pelos jovens tanto na fala como nas redes sociais O que se deve fazer entatildeo A gramaacutetica deve ser ex-tinguida da escola e as aulas de Liacutengua Portuguesa devem abordar apenas a leitura e a escrita Provavelmente natildeo O grande problema estaacute no enfoque e na importacircncia que ela recebe Muitos professores de Liacutengua Portuguesa jaacute notaram quantos dos seus alunos satildeo bons leitores produzem boas re-daccedilotildees mas tecircm peacutessimo desempenho nas avaliaccedilotildees de gra-maacutetica ou o oposto satildeo excelentes em provas que envolvem a norma e peacutessimos em questotildees interpretativas Obviamente haacute aqueles alunos que possuem mais facilidade com a lingua-gem e apresentam desempenho satisfatoacuterio em gramaacutetica lei-tura e escrita E o que isso quer dizer Que da forma como os alunos estudam a gramaacutetica estrutural e desconexa em pouco ou quase nada ela ajuda os alunos no desenvolvimento da competecircncia linguiacutestica Cabe ao professor independente do material com que tra-balhe ndash livro apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situ-accedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito mais proacutexima da realidade do aluno escrever ldquoOw vc ta airdquo natildeo eacute considerado correto em uma situaccedilatildeo formal muito menos na escola mas mostrar aos alunos que na internet isso eacute possiacutevel todavia em um processo seletivo para uma vaga no mercado de trabalho ou em uma redaccedilatildeo para vestibular e concurso puacuteblico seria causa de desclassificaccedilatildeo Outro motivo que justifica o desinteresse das crianccedilas e adolescentes agraves aulas de liacutengua Portuguesa e agraves demais dis-ciplinas refere-se agrave realidade que os cercam satildeo vaacuterios jogos

aplicativos redes sociais viacutedeo games e isso faz com que eles tenham acesso a todo e qualquer tipo de entretenimento e informaccedilatildeo instantaneamente e eacute claro que fica muito difiacutecil competir com o mundo digital quando se tem um capiacutetulo de conjugaccedilatildeo verbal para se trabalhar em sala por exemplo Assim como os outros estudiosos Luiz Carlos Travaglia (2003) afirma que o ensino de liacutengua materna pode alcan-

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artigo

Referecircncias bibliograacuteficas

Travaglia Luiz Carlos Gramaacutetica ensino plural Cortez Editora 2003

Antunes Irandeacute Muito Aleacutem da Gramaacutetica Satildeo Paulo Paraacutebola 2007

Terra Ernani Linguagem liacutengua e fala Ernani Terra Satildeo Paulo Scipione 2008 (Coleccedilatildeo Percursos)

ReNAtO GUIMARAtildeeS Al lAGeProfessor de Gramaacutetica do 8ordm ano

do Coleacutegio Cristo Rei Graduado em Letras pela Universidade Estadual de

londrina (Uel)

ccedilar dois objetivos ensinar a liacutengua atraveacutes da formaccedilatildeo de usuaacuterios competentes da liacutengua e que tenham competecircncia comunicativa O que isso significa Que cada pessoa saiba usar a liacutengua de acordo com a situaccedilatildeo de interaccedilatildeo comunicativa a fim de obter os efeitos desejados O outro objetivo relaciona-se ao ensino sobre a liacutengua ou seja a sistematizaccedilatildeo da mesma em que os alunos tecircm conhecimento da liacutengua e podem ser analistas dela e eacute aiacute que entra a gramaacutetica

Para travaglia (2003) trabalhar gramaacutetica com os alunos pode 1 Oferecer informaccedilatildeo cultural conhecimentos teoacutericos so-

bre a liacutengua como as classes de palavras e as funccedilotildees sintaacuteticas natildeo tecircm aplicaccedilatildeo imediata para a maioria das profissotildees poreacutem a nossa sociedade valoriza certa dose de conhecimentos teoacuterico-cientiacuteficos que nem sempre satildeo aplicaacuteveis visto as aacutereas de fiacutesica quiacutemica biologia artes histoacuteria

2 Instrumentalizar com recursos para situaccedilotildees praacuteticas como o conhecimento do alfabeto que eacute indispensaacutevel para se fazer uma listagem ou procurar palavras em um dicionaacuterio o conhecimento das flexotildees verbais ldquodanccedilo danccedilava danccedilareirdquo e suas variaccedilotildees semacircnticas quanto ao tempo a possibilidade de utilizar o conhecimento sobre a liacutengua para ensinar a proacutepria liacutengua quando um professor cita ldquoeste verbordquo ldquo a viacutergulardquo ldquoo sujeitordquo ou seja a temida nomenclatura

3 Desenvolver o raciociacutenio a capacidade de pensar ensinar a fazer ciecircncia como a matemaacutetica e a biologia por exem-plo quando se estuda a liacutengua e os fenocircmenos gramati-cais estaacute se fazendo ciecircncia Com o ensino da gramaacutetica eacute possiacutevel fazer com que o aluno perceba as irregularidades da liacutengua e das proacuteprias regras prescritas pela norma Eacute desenvolvida entatildeo a capacidade de observar formular hipoacuteteses buscar comprovaccedilatildeo ou falsificaccedilatildeo A aula de gramaacutetica pode propiciar ao educando um momento de estudo e de pesquisa dando-lhe um caraacuteter de indepen-decircncia intelectual Eacute possiacutevel desenvolver a percepccedilatildeo de que a verdade sobre os mundos natural ou social natildeo estatildeo prontas nos livros e cabe portanto a ele (o aluno) como ser participante do processo de aprendizagem criar hipoacute-teses criacuteticas e aceitar ou refutar as novas descobertas

As aulas de Liacutengua Portuguesa tecircm todos os ingredientes possiacuteveis para tornarem-se mais atrativas aos jovens ndash eacute a liacutengua materna deles todo e qualquer tipo de texto pode ser trabalhado em sala de aula por exemplo Eacute fundamental que o docente tenha consigo os conceitos de liacutengua e gramaacuteti-ca muito bem elaborados e principalmente que o professor amplie a visatildeo de mundo do aluno Tornaacute-lo participativo no processo de aprendizagem como o protagonista das accedilotildees comunicativas pode ser uma alternativa especialmente quan-do ele estaacute envolvido com o fazer ciecircncia

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resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

redaccedilotildeesde alunos

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

redaccedilotildees de alunos

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

redaccedilotildees de alunos

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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experiecircncia

ccedilamos matildeo do aspecto luacutedico especialmente atraveacutes da utili-zaccedilatildeo dos jogos Eles cumprem o papel de trazer descontraccedilatildeo ao conteuacutedo trabalhado e relacionaacute-lo de forma mais palpaacutevel a situaccedilotildees cotidianas Algumas exemplos satildeobull Jogos da memoacuteria divisatildeo e tabuadabull Jogos de alfabetizaccedilatildeobull Jogos de letras moacuteveisbull Reacutegua numeacuterica bull Sudocobull Livros de histoacuterias

Eacute relevante destacar que as aulas de apoio satildeo um tra-balho conjunto entre o professor da sala de aula e professor da sala de apoio pedagoacutegico Esse trabalho tem como pontos essenciais as accedilotildees descritas a seguirbull Seleccedilatildeo de alunos com dificuldades de aprendizagem nas

suas turmas de origem pelo professor de salabull Seleccedilatildeo de conteuacutedos a partir das dificuldades dos alunos

nas suas turmas de origembull Planejamentos integrados feitos pelos professores de sala

e da sala apoio pedagoacutegicobull Avaliaccedilotildees perioacutedicas e registros dos avanccedilos eou dificul-

dades

Aleacutem da parceria entre os educadores o envolvimento dos pais e responsaacuteveis eacute fundamental e de suma importacircncia para o bom andamento do trabalho Os resultados conquistados com essas praacuteticas satildeo inuacute-meros poreacutem o principal indicador da eficiecircncia das aulas de apoio pedagoacutegico eacute a melhoria dos niacuteveis de aprendizagem dos educandos Aleacutem disso satildeo niacutetidos os avanccedilos na autoestima desempenho nas atividades de resoluccedilatildeo de problemas de-senvolvimento do raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico interpretaccedilatildeo atenccedilatildeo etc

CARLA LARAyAEducadora do Ensino Fundamental I e

professora das aulas de apoiopedagoacutegico do Coleacutegio Cristo Rei

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artigo

A psicologia pode ser compreendida como a ciecircncia que investiga os processos e estados conscientes assim como as suas origens e efeitos Tem como atribuiccedilatildeo

o comprometimento social e o estudo dos fenocircmenos danosos aos seres humanos Busca trabalhar na promoccedilatildeo da liberdade da dignidade e da integridade do ser humano Promovendo a sauacutede e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades contribuindo para a eliminaccedilatildeo de quaisquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircn-cia crueldade e opressatildeo A Psicologia passou a usar suas teacutecnicas para estudar e compreender os fenocircmenos educacio-nais e assim constitui-se a Psicologia Educacional e esta vem a ser a aacuterea da psicologia que abor-da todas as problemaacuteticas referentes agrave educaccedilatildeo e aos processos de ensino e aprendizagem nas crianccedilas e adultos Entendendo por educaccedilatildeo o ato de educar instruir processo contiacutenuo que permite ao indiviacuteduo o desenvolvimento de suas faculdades fiacutesicas intelectuais e morais Contribuindo para a sua integraccedilatildeo na sociedade Ao psicoacutelogo educacional cabe analisar a eficaacutecia das estrateacutegias educacionais desenvol-ver projetos educativos bem como desenvolver as capacidades das crianccedilas com dificuldades de aprendizagem em instituiccedilotildees educativas Estuda tambeacutem o funcionamento da proacutepria instituiccedilatildeo enquanto organizaccedilatildeo Nesse sentido o psicoacutelogo educacional preci-sa integrar em sua praacutetica outras aacutereas da proacutepria

A contribuiccedilatildeo da Psicologia para os processos de formaccedilatildeo desenvolvi-mento e convivecircncia no ambiente escolar

Psicoacutelogos a serviccedilo da Educaccedilatildeo trazem benefiacutecios para alunos e famiacutelias

ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana

seja apenas outra alma humanardquo(Carl Gustav Jung)

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artigo

fissionais atuantes na educaccedilatildeo e sua praacuteticas e levantou pro-postas que posteriormente foram efetivadas atraveacutes da Nota Teacutecnica estabelecida pelo Conselho Regional de Psicologia de Satildeo Paulo no ano de 2010

Esse documento tem como finalidade orientar sobre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo no con-texto escolar e educacional com o objetivo de esclarecer os psicoacute-logos que atuam em instituiccedilotildees escolares e educacionais enfati-zando as contribuiccedilotildees da Psico-logia respaldada no compromis-so social direitos humanos e no respeito agrave diversidade enquanto fundamento para efetivaccedilatildeo de uma educaccedilatildeo para todos e to-das O documento do CRPSP tem como objetivo romper com a praacutetica de uma psicologia que patologiza medicaliza e produz

diagnoacutesticos classificatoacuterios Portanto visa defender praacuteticas que consideram a realidade escolar brasileira em sua diversi-dade cultural e as dimensotildees psicossociais de suas comunida-des Incentivar a atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em projetos coletivos de forma interdisciplinar fortalecendo pessoas e grupos contri-buindo para a elaboraccedilatildeo implementaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do pro-jeto poliacutetico pedagoacutegico da escola e ampliar a reflexatildeo acerca da necessidade de construir com a equipe escolar estrateacutegias de ensino e aprendizagem que considerem os desafios da con-temporaneidade Assim o mesmo documento orienta que o psicoacutelogo em sua praacutetica nos contextos escolares e educacionais considere a realidade da escola brasileira articulando com outros setores e movimentos compreenda os fatores que produzem e causam sofrimento em educandos e educadores analise o campo de relaccedilatildeo soacutecio-poliacutetico-pedagoacutegico para melhoria do processo educacional comprometa-se com as funccedilotildees sociais da escola de acesso aos bens culturais e a promoccedilatildeo da autonomia dos indiviacuteduos elabore metodologias de trabalhos multidisciplina-res valorizando e potencializando a produccedilatildeo de saberes dos diferentes espaccedilos educacionais atue na direccedilatildeo da ampliaccedilatildeo

psicologia psicologia do desenvolvimento psicologia social e psicologia organizacional intervindo em questotildees de natureza mental e emocional sempre em uma perspectiva educacional Para se efetivar a importacircncia desta aacuterea na Educaccedilatildeo eacute imprescindiacutevel que o psicoacutelogo escolareducacional procure am-pliar as informaccedilotildees disponiacuteveis a respeito do impacto deste traba-lho dentro das escolas Lembran-do que conscientizaccedilatildeo e vonta-de poliacutetica precisam andar juntas para que as mudanccedilas propostas sejam concretizadas Cassins et al (2007) desta-cam a importacircncia do Psicoacutelogo Educacional atuando na Educa-ccedilatildeo partindo os seus estudos de legislaccedilotildees como a Constituiccedilatildeo Federal a LDB e o ECA e conclui que a Psicologia tem uma gran-de contribuiccedilatildeo a dar uma vez que tais legislaccedilotildees ao definirem a abrangecircncia da educaccedilatildeo falam de processos de formaccedilatildeo desenvolvimento e convivecircncia humana Dissertam sobre o di-reito ao pleno desenvolvimento agrave cidadania qualificaccedilatildeo para o trabalho e a importacircncia da prevenccedilatildeo Compreendendo que o que estaacute assegurado por tais legis-laccedilotildees constituem objeto de estudo e de atuaccedilatildeo da psicologia podemos compreender que a psicologia se torna uma ciecircncia do fenocircmeno educativo e os psicoacutelogos educacionais tornam--se tambeacutem educadores Diante destes argumentos evidencia-se a contribuiccedilatildeo da Psicologia para a educaccedilatildeo com a vertente de colaborar no pro-cesso de ensino e aprendizagem nas relaccedilotildees interpessoais e nos processos intrapessoais referindo-se sempre agraves dimensotildees poliacutetica econocircmica social e cultural Desta forma entendendo tambeacutem o seu papel na elaboraccedilatildeo de planos e poliacuteticas refe-rentes ao Sistema Educacional visando promover a qualidade a valorizaccedilatildeo e a democratizaccedilatildeo do ensino O ano de 2008 foi considerado o ano da educaccedilatildeo no Sis-tema Conselhos de Psicologia No decorrer daquele ano foram realizados eventos que culminaram com o Seminaacuterio Nacional do Ano da Educaccedilatildeo Esse evento procurou reconhecer os pro-

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

ldquopodemos compreender a importacircncia do trabalho da

Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma

organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade

que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia

reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduordquo

da qualidade do processo educacional compartilhe a praacutetica e o conhecimento desenvolvido pela Psicologia socializando saberes e ampliando as possibilidades de atuaccedilatildeo tecendo um paralelo com as atribuiccedilotildees definidas pelo Conselho Regional de Psicologia compreendemos que cabe a noacutes psicoacutelogos atuantes na educaccedilatildeo fornecer as contribuiccedilotildees conforme descrito por McNamara apud SantrsquoAna (2010)bull Oferecer suporte aos professores de educaccedilatildeo regular e

especial por meio da coleta e busca de dados relaciona-dos agraves crianccedilas e suas dificuldades investigar as possiacuteveis variaacuteveis que interferem na manutenccedilatildeo dos problemas analisar condiccedilotildees ambientais e interpessoais propor e desenvolver estrateacutegias e planos de intervenccedilatildeo como tambeacutem avaliar resultados obtidos

bull Fornecer apoio aos programas de transiccedilatildeo para alunos com deficiecircncia assessoria aos professores e adminis-tradores colaborando com sugestotildees para a melhoria de curriacuteculos e programas de instruccedilatildeo tendo em vista a or-ganizaccedilatildeo de conteuacutedos e de padrotildees de desempenho bem como o favorecimento da relaccedilatildeo escola-famiacutelia pela comunicaccedilatildeo mais proacutexima com a comunidade pais e alu-nos

bull Ampliar seu papel de consultor e o de favorecimento do trabalho cooperativo entre professores das redes regular e especial e do modelo de ensino conjunto no qual os dois

tipos de educadores lecionam na mesma sala de aulabull Fornecer suporte teacutecnico como a criaccedilatildeo de novas for-

mas de estruturaccedilatildeo do processo de ensino-aprendizagem direcionando-as agraves necessidades dos alunos a realizaccedilatildeo de monitoramento constante do projeto pedagoacutegico com apoio teacutecnico aos participantes e agrave comunidade em geral a oferta de cursos e grupos de estudo aos educadores assim como o favorecimento de formas mais adequadas de trabalho no sentido da inclusatildeo educacional e social dessas crianccedilas

Pode-se acrescentar ainda a essas contribuiccedilotildeesbull A articulaccedilatildeo com os segmentos puacuteblicos privados e orga-

nizaccedilotildees natildeo governamentais de forma a garantir maior abrangecircncia aos atendimentos necessaacuterios visando o ple-no desenvolvimento humano

bull Contribuir junto a outros profissionais que atuam na edu-caccedilatildeo promovendo e garantindo o direito e a permanecircncia de todos e todas agrave educaccedilatildeo de qualidade e que esta ocor-ra preferencialmente nas salas regulares de ensino

bull Acolher orientar e encaminhar as famiacutelias dos alunos de forma a garantir acesso a outros serviccedilos essenciais para o seu desenvolvimento

A Psicologia Educacional portanto visa agrave mediaccedilatildeo e tam-beacutem agrave intervenccedilatildeo que oferece informaccedilotildees e alternativas para as diversas aacutereas e situaccedilotildees que envolvem o acircmbito da

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

GILSON CARDOSOFormado em Psicologia pela Unimar com Poacutes Graduaccedilatildeo em Psico-pedagogia Cliacutenica e Institucional pelo INDEP Atua como Psicoacutelogo Educacional no Centro Escola Municipal de Atendimento Educacio-nal Especializado da Secretaria da Educaccedilatildeo Psicoacutelogo do Ensino

Fundamental II do Coleacutegio Cristo Rei e atuaccedilatildeo cliacutenica

SABRINA ALVES DIAS Pedagoga e Mestre em Educaccedilatildeo Especial

TacircNIA PAULA FERNANDES CORRecircA DOS SANTOSPsicoacuteloga Educacional do CEMAEE - Mariacutelia

Referecircncias bibliograacuteficas

CASSIS M et al Manual de Psicologia Escolar - Educacional Curitiba Graacutefica e editora Unificado 2007 45p

O que eacute Psicologia Educacional Documento virtual disponiacutevel em httpcaminhandopsicologianocomunidadesnetindexphppagina=1017014182 Acesso em 03042014

Orientaccedilatildeo Sobre as Atribuiccedilotildees do Psicoacutelogo no Contexto Escolar e educacional Nota teacutecnica disponiacutevel em httpwwwcrpsporgbrportalmidiafiquedeolho_veraspxid=72 Acesso em 03042014

SANTrsquoANA I M Contribuiccedilotildees da Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo Escolar na Educaccedilatildeo Inclusiva Concepccedilotildees de Professores e Diretores Artigo disponiacutevel em httpwwwufsjedubrportal2repositorioFilevertentesv201920n202Izabella_Mendespdf Acesso em 03042014

Colaboraccedilatildeo

Educaccedilatildeo atuando na escola junto ao administrativo com os professores os alunos os funcionaacuterios e a comunidade (CAS-SINS et Al 2007) Para finalizar considerando a complexidade e diversidade que as novas propostas e leis que regem a Educaccedilatildeo em to-dos os seus niacuteveis e modalidades podemos compreender a importacircncia do trabalho da Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduo Efetivando aqui a citaccedilatildeo realizada no iniacutecio desta apresentaccedilatildeo

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Coleacutegio Cristo Rei

a delimitaccedilatildeo da idade eacute uma referecircncia mas natildeo eacute o uacutenico elemento a ser considerado Precisamos contudo de um paracircmetro Eacute necessaacuterio ter presente que a diversidade dosas jovens se manifesta de maneira variada por exemplo nas cidades e no campo Essa diversidade estaacute atravessada pelas questotildees da raccedila da etnia da cultura do gecircnero do rendimento familiar do local de moradia (centro periferia cidade grande pequena campo) e do acesso aos bens e serviccedilos (2001 p 59)

opiniatildeoldquoSe somos

progressistas realmente

abertos ao outro

e a outra devemos nos esforccedilar com

humildade para diminuir ao maacuteximo a

distacircncia entre o que dizemos

e o que fazemosrdquo

(Paulo Freire)

Lourival Rodrigues da Silva destaca que

Quem satildeo e o que querem as Juventudes

Atuaccedilatildeo de jovens descontroacutei antigos

conceitos e traccedila novas concepccedilotildees para a

condiccedilatildeo juvenil

O conceito ldquojuventudesrdquo pode ser entendido como uma categoria que estaacute em permanente construccedilatildeo social e histoacuterica por levar em consideraccedilatildeo as dimensotildees

bioloacutegicas sociais psiacutequicas culturais poliacuteticas e econocircmicas O que se constituem em muacuteltiplas maneiras de viver a con-diccedilatildeo juvenil Deste modo eacute possiacutevel dirigir um olhar sobre a juventude que contemple a sua diversidade Pois a agregaccedilatildeo por idade natildeo traduz as identificaccedilotildees possiacuteveis que a situaccedilatildeo cotidiana revela

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

ldquohaacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar

definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para estesrdquo

Novaes (2009) Sposito amp Carrano (2003) Castro amp Abra-movay (2003 2009) e Abramo (2005) empregam a expressatildeo ldquojuventudesrdquo como forma de enfatizar que ao se tratar de jo-vens deve-se reconhecer uma realidade plural e multifacetada Para Bourdieu (1983) haacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para es-tes em contraponto outrosas autoresas definem a juventude como passagem transitoacuteria da adolescecircncia para a fase adulta como destaca Krauskopf (2003) em quatro categorias a juven-tude como periacuteodo preparatoacuterio a juventude como etapa pro-blemaacutetica o jovem como ator estrateacutegico do desenvolvimento e de uma forma mais integral e protagonista a juventude cida-datilde como sujeita de direitos

reproduccedilatildeo (gerar e cuidar dos filhos) e participaccedilatildeo (nas decisotildees deveres e direitos que regulam a sociedade) (2005 p40-41) Neste sentido a juventude eacute a transiccedilatildeo de acesso agrave vida adulta por meio do trabalho eou produccedilatildeo viabilizando o conceito de que elea (oa jovem) eacute um ser em preparaccedilatildeo onde o adulto eacute visto como o que viabilizaraacute esse processo ou seja o ldquoeducadorardquo que normatiza esse mecanismo favorecendo a estea ferramentas adequadas para seu desenvolvimento O olhar para oa jovem eacute feito unicamente pelo vieacutes do trabalho e estudo (ABRAMO 1994) fragmentando a realidade juvenil somente a essas duas necessidades retirando os acessos culturais e artiacutesticos ou melhor o lazer do contexto juvenil em se tratando do segundo vieacutes oa jovem eacute visto como etapa problemaacutetica ldquoo sujeito aparece a partir dos problemas que ameaccedilam a ordem social ou desde o deacuteficit nas manifestaccedilotildees de seu desenvolvimentordquo (ABRAMO 2005 p 20) haacute uma ecircnfase no ldquojovem problemardquo que transgride as normas preacute-estabelecidas Para Abramo (2005 p 21) ldquono Brasil este foi o enfoque que praticamente dominou as accedilotildees dos anos 80 aos 90 foi uma das principais matrizes por onde o tema da juventude principalmente a lsquoemergentersquo juventude dos setores popularesrdquo causando um estigma social na vida dosas jovens onde estesas sofreram brutalmente a perda de seus diretos sociais sendo visto de forma generalizante causando em muitos adultos uma aversatildeo a seus projetos e sonhos

Verifica-se na terceira categoria oa jovem como atoratriz estrateacutegico do desenvolvimento visando destacaacute-loa como mecanismo de enfrentamento ao sistema social mundial ou seja haacute um avanccedilo nesse entendimento de juventude como pontua Abramo

a noccedilatildeo de condiccedilatildeo juvenil remete em primeiro lugar a uma etapa do ciclo de vida de ligaccedilatildeo (transiccedilatildeo diz a noccedilatildeo claacutessica) entre a infacircncia tempo da primeira fase de desenvolvimento corporal (fiacutesica emocional intelectual) e da primeira socializaccedilatildeo de quase total dependecircncia e necessidade de produccedilatildeo para a idade adulta em tese a do aacutepice do desenvolvimento e de plena cidadania que diz respeito principalmente a se tornar capaz de exercer as dimensotildees de produccedilatildeo (sustentar a si proacuteprio e a outros)

Esta concepccedilatildeo avanccedila no reconhecimento dos jovens como atores dinacircmicos da sociedade e com potencialidades para responder aos desafios colocados pelas inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e transformaccedilotildees produtivas Traz assim a possibilidade de incorporar os jovens em situaccedilatildeo de exclusatildeo natildeo pela oacutetica do risco e da vulnerabilidade mas numa perspectiva includente (2005 p 21)

Abramo refere-se agrave primeira categoria sistematizada por Krauskopf afirmando que

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

haacute nessa perspectiva um diaacutelogo muito superficial no modo de perceber o contexto social que osas jovens satildeo protagonis-tas e como estes espaccedilosmodelos de fato favorecem que elesas sejam atoresatrizes com papeacuteis especiacuteficos de transforma-ccedilotildees Visando respaldar esses direitos haacute uma ecircnfase emanci-padora na quarta categoria destacada por Krauskopf que eacute a juventude cidadatilde como sujeita das poliacuteticas como afirma o termo osas jovens satildeo entendidos como canais iacutempares para a efetivaccedilatildeo de direitos sociais retirando o roacutetulo como etapa ldquotransitoacuteriardquo ou ldquoproblemardquo essa concepccedilatildeo olha oa jovem como sujeito autocircnomo que guarda em sua realidade cultural um arcabouccedilo de conhe-cimentos e realidades E eacute por meio dessa realidade que se verifica uma accedilatildeo poliacutetica juvenil na atualidade respaldado por iniciativas accedilotildees e espaccedilos que osas garantam como sujeitos de direitos Das megaloacutepoles agraves pequenas cidades osas jovens sa-iacuteram agraves ruas ldquogritando palavras de ordem de uma nova or-demrdquo Ordem esta que pode ser entendida pela necessidade da efetivaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude (PPJs) para si e inuacutemeras minorias sociais que tecircm seus direitos cerceados cotidianamente

As manifestaccedilotildees juvenis por direitos so-ciais mostram-se contraacuterias aos discursos acerca da passividade dosas jovens por meio dessa mobilizaccedilatildeo verificou-se que elesas querem ter seus direitos efetivados direitos estes destacados na Carta Magna estando cansadosas de verem seus pares sendo vitimadosas nas ruas das cidades e campos por falta de emprego educaccedilatildeo cultura lazer esporte ou seja cidadania Natildeo se pode acreditar que somente sair agraves ruas basta para romper a estrutura his-toacuterica de dominaccedilatildeo das maiorias sob osas minorizadosas Deve-se pensar em accedilotildees poliacuteticas que garantam os direitos juvenis frente a essas realidades destaca-se desde os anos 2000 uma reflexatildeo importante en-tre Governo e Movimentos Sociais acerca da garantia de direitos aosas jovens por meio das Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude

que resguardam as demandas de uma parcela significativa des-sa populaccedilatildeo sobretudo osas jovens em vulnerabilidade social e risco pessoal Neste processo em 2005 foi sancionada pelo Presidente a lei 11129 que criou a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) organismo do Governo Federal responsaacutevel por promover a integraccedilatildeo de todas as accedilotildees que tem como foco o puacuteblico juvenil tornando-se a principal referecircncia governamental no que diz respeito agrave juventude tanto na interlocuccedilatildeo com a so-ciedade civil (movimentos ONGs grupos juvenis etc) como no trabalho conjunto entre os Ministeacuterios e Secretarias visando agrave criaccedilatildeo de mais programas e accedilotildees Nesta conjuntura osas jovens vecircm ocupando este es-paccedilo de forma efetiva desconstruindo o olhar da juventude meramente como fase transitoacuteria Satildeo jovens que produzem constroem vivem relacionam-se onde se encontram questotildees sociais especiacuteficas e por isso necessitadosas de poliacuteticas puacutebli-cas que garantam essas demandas Frente agrave mudanccedila do entendimento das categorias juvenis e de toda a garantia de direitos que estesas vecircm adquirindo eacute necessaacuterio efetivar uma accedilatildeo educativa que colaborem de fato a serem autocircnomosas e problematizadoresas de suas realida-des sociais transformando-as

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Coleacutegio Cristo Rei

IR MaacuteRCIO DINIZ FeRReIRA SCIntegrante da equipe teacutecnica da Juventude Cristo Rei

Referecircncias bibliograacuteficas

ABRAMO helena Wendel Cenas Juvenis - punks e Darks no espetaacuteculo urbano Satildeo Paulo Scritta 1994

ABRAMO helena Wendel e BRANCO Pedro Paulo Martoni (orgs) Retratos da Juventude Brasileira Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo Instituto da Cidadania 2005

_______ O uso das noccedilotildees de adolescecircncia e juventude no contexto brasileiro In FReItAS de Maria Virgiacutenia (orgs) Juventude e Adolescecircncia no Brasil referenciais conceituais Satildeo Paulo Accedilatildeo educativa 2005

BOFF leonardo Criacuteticos criativos e cuidantes 2005 Disponiacutevel em httpwwwleonardoboffcomsitevista2004abril23htm Acesso em 06 abril 2014

BOURDIeU P Questotildees de sociologia Rio de Janeiro Marco Zero 1983

CAStRO Mary Garcia ABRAMOVAY Miriam Quebrando mitos juventude participaccedilatildeo e poliacuteticas Perfil percepccedilotildees e recomendaccedilotildees dos participantes da 1ordm Conferencia Nacional de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude resumo executivo Brasiacutelia RItlA 2009

KRAUSKOPF Poliacuteticas de juventude em centroamerica Primeira Deacutecada 2003 pags 8 -25

NOVAeS Regina Reys Poliacutetica de Juventude no Brasil continuidades e rupturas In FAacuteVERO Osmar Juventude e Contemporaneidade Brasiacutelia RItlA 2009

SPOSItO Mariacutelia Ponte amp CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Juventude e Poliacuteticas puacuteblicas Revista Brasileira de Educaccedilatildeo n 2 setdez 2003

opiniatildeo

embasadosas por accedilotildees cidadatildes almeja-se que osas jo-vens sejam sujeitos de direitos emancipadosas e emancipa-doresas Que por meio da identificaccedilatildeo do loacutecus social que osas cercam osas jovens possam ser ainda mais criacuteticos criati-vos e cuidantes

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

zada a normativa a gramaacutetica a partir de uma perspectiva de estudo ndash ldquodescritivardquo ldquogerativardquo ldquofuncionalrdquo e ldquotextualrdquo como disciplina escolar e como um livro Antunes (2007 p25-34) explica esses conceitos de forma clara A ldquogramaacutetica internalizadardquo eacute aquela que corresponde ao saber intuitivo do falante envolve todos os usos da liacutengua isto eacute em diversos niacuteveis - do informal para o formal - e em todas situaccedilotildees soacutecio-comunicativas como o proacuteprio autor declara ldquonada na liacutengua em nenhuma liacutengua escapa a essa gramaacuteti-cardquo (2007 p 26) A partir dos trecircs anos de idade crianccedilas satildeo capazes de se comunicar por estruturas linguiacutesticas comple-xas por exemplo ao optar pela variaccedilatildeo ldquominhas colegasrdquo ou ldquomeus colegosrdquo uma crianccedila demonstra ter conhecimento da variaccedilatildeo de gecircnero Natildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma culta a do bem falar segue uma gramaacutetica

O assunto eacute polecircmico e tem sido ques-tionado entre linguistas e vaacuterios es-tudiosos da aacuterea de letras Por que

se ensina a gramaacutetica na escola A bibliogra-fia eacute extensa e em grande parte dela o enfo-que no trabalho com a gramaacutetica normativa eacute visto como o principal causador do insu-cesso dos alunos dos Ensinos Fundamental e Meacutedio quando se trata da competecircncia co-municativa ou seja os educandos muitas vezes natildeo se expressam de forma satisfa-toacuteria atraveacutes da escrita e da oralidade por consequecircncia se desinteressam da leitura e das aulas de Liacutengua Portuguesa O que fazer entatildeo Abolir as noccedilotildees de gramaacutetica das aulas de liacutengua materna Inicialmente eacute importante ressaltar a diferenccedila baacutesica entre ldquoliacutenguardquo e ldquogramaacuteti-cardquo jaacute que muitas vezes ambos os concei-tos satildeo confundidos De acordo com Ernani terra (2008 p 22) a liacutengua eacute um aspecto da linguagem que utiliza a palavra (o ver-bo) para a comunicaccedilatildeo eacute um sistema de natureza gramatical pertencente aos indiviacuteduos formado por um sistema de sinais e regras - a gramaacutetica em um sentido mais amplo Ele ainda afirma que eacute uma instituiccedilatildeo social abstrata ou seja que eacute ex-terior aos indiviacuteduos e que se concretiza atraveacutes da fala um ato particular do ser humano Contudo a gramaacutetica para Irandeacute Antunes (2007 p41) limita-se a uma parte da liacutengua e tem a funccedilatildeo regularizadora ou seja de impor limites poreacutem natildeo consegue regular tudo toda pessoa escolarizada quando questionada ldquosobre o que eacute gramaacuteticardquo dispotildee de um conceito baacutesico trata-se das regras de uma liacutengua tal definiccedilatildeo natildeo eacute errada poreacutem pre-cisa ser ampliada A gramaacutetica regula a liacutengua no entanto haacute outros tipos de gramaacuteticas que devem ser compreendidos para que o leitor possa entender melhor a problemaacutetica a internali-

Por que ensinar gramaacutetica na escolaEacute possiacutevel fazer ciecircncia nas aulas de Liacutengua Portuguesa

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Coleacutegio Cristo Rei

pois todas as variantes comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intui-tiva atraveacutes do uso das atividades sociais do conviacutevio com a famiacutelia A escola viraacute posteriormente para ampliar esse conhe-cimento portanto ele natildeo deve ser menosprezado A segunda concepccedilatildeo vecirc a gramaacutetica como um conjunto de normas que regulam o uso da liacutengua ela natildeo considera toda a realidade comunicativa apenas aquela considerada aceitaacute-vel atraveacutes da oacutetica da liacutengua prestigiada socialmente Aqui o importante eacute o domiacutenio das regras do que eacute certo e do que eacute errado do que deve e natildeo ser dito Tais prescriccedilotildees natildeo satildeo feitas por razotildees puramente linguiacutesticas mas por motivos his-toacutericos sociais e econocircmicos Logo eacute importante questionar-se do porquecirc das variantes das classes sociais menos favorecidas natildeo serem consideradas padratildeo na liacutengua Predomina-se o es-tudo da liacutengua na forma escrita natildeo na falada A gramaacutetica como uma perspectiva de estudo indica uma maneira de estudo eou um meacutetodo de investigaccedilatildeo sobre a liacutengua Surgiram assim durante os estudos sobre a linguagem diversas perspectivas sobre a mesma (terra 2008 p79-80)

a) A Gramaacutetica descritiva natildeo prescreve regras do que eacute certo ou errado e sim verifica as uniformidades e diferenccedilas presentes na liacutengua em decorrecircncia de seu uso

b) A Gramaacutetica gerativa criada pelo linguista norte-americano Chomsky na deacutecada de 1950 procura explicar os fatos linguiacutesticos como satildeo produzidos com o objetivo de se estabelecer um modelo geral baseado em princiacutepios universais dos quais derivam as gramaacuteticas de cada liacutengua em particular

c) A Gramaacutetica funcional trabalha com a interpretaccedilatildeo satisfatoacuteria dos signos linguiacutesticos que natildeo satildeo analisados apenas como codificaccedilatildeo e descodificaccedilatildeo

d) A gramaacutetica textual tem como objeto de estudo o texto com o fim de explicitar regras para que o falante produza bons textos

artigo

A concepccedilatildeo de gramaacutetica como disciplina escolar reduz todos esses conceitos traz para a sala de aula uma visatildeo em que a gramaacutetica normativa corresponde agrave liacutengua A partir daiacute tem-se um problema pois todas as variantes satildeo excluiacutedas e separa-se a produccedilatildeo textual a leitura e a gramaacutetica como se as trecircs ldquofrentesrdquo da disciplina de liacutengua portuguesa fossem independentes mas natildeo satildeo Mostra-se para o aluno o certo e o errado natildeo haacute espaccedilo para as diversas situaccedilotildees interativas de comunicaccedilatildeo A uacuteltima concepccedilatildeo de gramaacutetica a de um livro que pode ser mais prescritiva eou descritiva Focaliza-se nas estruturas da liacutengua e as hipoacuteteses do que eacute considerado padratildeo e corre-to ela tem a funccedilatildeo de prescrever uma forma uacutenica e correta de comunicaccedilatildeo Um livro de gramaacutetica tambeacutem pode ser des-critivo exibindo as estruturas da liacutengua de forma descontex-tualizada sem o enfoque nas situaccedilotildees reais de comunicaccedilatildeo Desse modo eacute privilegiada a modalidade escrita principalmen-te as expressotildees da literatura e da imprensa Qual a relaccedilatildeo desses conceitos agrave rotina escolar Como jaacute foi mencionado neste artigo a partir do momento em que a es-cola e ou professor consideram a gramaacutetica normativa como a uacutenica variante possiacutevel excluem-se todas as possibilidades de leitura e anaacutelise da liacutengua com isso o intuito da ampliaccedilatildeo do conhecimento linguiacutestico do aluno Natildeo se pode esquecer que ele tem uma gramaacutetica internalizada desenvolvida ao longo dos anos e que a gramaacutetica que ele aprenderaacute ou pelo menos

ldquoNatildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma

culta a do bem falar segue uma gramaacutetica pois todas as variantes

comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida

naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intuitiva atraveacutes

do usordquo

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

ldquoCabe ao professor independente do material com que trabalhe ndash livro

apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave

liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situaccedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute

utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais

regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito

mais proacutexima da realidade do alunordquo

conheceraacute no ambiente escolar representa a estrutura de uma das variantes da liacutengua Para Antunes (2007 p 41) a comunicaccedilatildeo eficaz natildeo estaacute relacionada ao domiacutenio das regras de uma liacutengua agraves diferenccedilas das classes gramaticais e suas combinaccedilotildees pos-siacuteveis Haacute outras habilidades que devem ser desenvolvidas ldquotudo isso eacute necessaacuterio mas natildeo suficienterdquo (Ibid p 41) O autor ainda completa salientando que em muitos dos casos quando se ensina gramaacutetica nas aulas de Liacutengua Portuguesa esta natildeo parece ter em nada a ver com a lin-guagem do dia a dia com a liacutengua que nos pertence ou seja eacute muito distante da liacutengua utilizada pelos jovens tanto na fala como nas redes sociais O que se deve fazer entatildeo A gramaacutetica deve ser ex-tinguida da escola e as aulas de Liacutengua Portuguesa devem abordar apenas a leitura e a escrita Provavelmente natildeo O grande problema estaacute no enfoque e na importacircncia que ela recebe Muitos professores de Liacutengua Portuguesa jaacute notaram quantos dos seus alunos satildeo bons leitores produzem boas re-daccedilotildees mas tecircm peacutessimo desempenho nas avaliaccedilotildees de gra-maacutetica ou o oposto satildeo excelentes em provas que envolvem a norma e peacutessimos em questotildees interpretativas Obviamente haacute aqueles alunos que possuem mais facilidade com a lingua-gem e apresentam desempenho satisfatoacuterio em gramaacutetica lei-tura e escrita E o que isso quer dizer Que da forma como os alunos estudam a gramaacutetica estrutural e desconexa em pouco ou quase nada ela ajuda os alunos no desenvolvimento da competecircncia linguiacutestica Cabe ao professor independente do material com que tra-balhe ndash livro apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situ-accedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito mais proacutexima da realidade do aluno escrever ldquoOw vc ta airdquo natildeo eacute considerado correto em uma situaccedilatildeo formal muito menos na escola mas mostrar aos alunos que na internet isso eacute possiacutevel todavia em um processo seletivo para uma vaga no mercado de trabalho ou em uma redaccedilatildeo para vestibular e concurso puacuteblico seria causa de desclassificaccedilatildeo Outro motivo que justifica o desinteresse das crianccedilas e adolescentes agraves aulas de liacutengua Portuguesa e agraves demais dis-ciplinas refere-se agrave realidade que os cercam satildeo vaacuterios jogos

aplicativos redes sociais viacutedeo games e isso faz com que eles tenham acesso a todo e qualquer tipo de entretenimento e informaccedilatildeo instantaneamente e eacute claro que fica muito difiacutecil competir com o mundo digital quando se tem um capiacutetulo de conjugaccedilatildeo verbal para se trabalhar em sala por exemplo Assim como os outros estudiosos Luiz Carlos Travaglia (2003) afirma que o ensino de liacutengua materna pode alcan-

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

Referecircncias bibliograacuteficas

Travaglia Luiz Carlos Gramaacutetica ensino plural Cortez Editora 2003

Antunes Irandeacute Muito Aleacutem da Gramaacutetica Satildeo Paulo Paraacutebola 2007

Terra Ernani Linguagem liacutengua e fala Ernani Terra Satildeo Paulo Scipione 2008 (Coleccedilatildeo Percursos)

ReNAtO GUIMARAtildeeS Al lAGeProfessor de Gramaacutetica do 8ordm ano

do Coleacutegio Cristo Rei Graduado em Letras pela Universidade Estadual de

londrina (Uel)

ccedilar dois objetivos ensinar a liacutengua atraveacutes da formaccedilatildeo de usuaacuterios competentes da liacutengua e que tenham competecircncia comunicativa O que isso significa Que cada pessoa saiba usar a liacutengua de acordo com a situaccedilatildeo de interaccedilatildeo comunicativa a fim de obter os efeitos desejados O outro objetivo relaciona-se ao ensino sobre a liacutengua ou seja a sistematizaccedilatildeo da mesma em que os alunos tecircm conhecimento da liacutengua e podem ser analistas dela e eacute aiacute que entra a gramaacutetica

Para travaglia (2003) trabalhar gramaacutetica com os alunos pode 1 Oferecer informaccedilatildeo cultural conhecimentos teoacutericos so-

bre a liacutengua como as classes de palavras e as funccedilotildees sintaacuteticas natildeo tecircm aplicaccedilatildeo imediata para a maioria das profissotildees poreacutem a nossa sociedade valoriza certa dose de conhecimentos teoacuterico-cientiacuteficos que nem sempre satildeo aplicaacuteveis visto as aacutereas de fiacutesica quiacutemica biologia artes histoacuteria

2 Instrumentalizar com recursos para situaccedilotildees praacuteticas como o conhecimento do alfabeto que eacute indispensaacutevel para se fazer uma listagem ou procurar palavras em um dicionaacuterio o conhecimento das flexotildees verbais ldquodanccedilo danccedilava danccedilareirdquo e suas variaccedilotildees semacircnticas quanto ao tempo a possibilidade de utilizar o conhecimento sobre a liacutengua para ensinar a proacutepria liacutengua quando um professor cita ldquoeste verbordquo ldquo a viacutergulardquo ldquoo sujeitordquo ou seja a temida nomenclatura

3 Desenvolver o raciociacutenio a capacidade de pensar ensinar a fazer ciecircncia como a matemaacutetica e a biologia por exem-plo quando se estuda a liacutengua e os fenocircmenos gramati-cais estaacute se fazendo ciecircncia Com o ensino da gramaacutetica eacute possiacutevel fazer com que o aluno perceba as irregularidades da liacutengua e das proacuteprias regras prescritas pela norma Eacute desenvolvida entatildeo a capacidade de observar formular hipoacuteteses buscar comprovaccedilatildeo ou falsificaccedilatildeo A aula de gramaacutetica pode propiciar ao educando um momento de estudo e de pesquisa dando-lhe um caraacuteter de indepen-decircncia intelectual Eacute possiacutevel desenvolver a percepccedilatildeo de que a verdade sobre os mundos natural ou social natildeo estatildeo prontas nos livros e cabe portanto a ele (o aluno) como ser participante do processo de aprendizagem criar hipoacute-teses criacuteticas e aceitar ou refutar as novas descobertas

As aulas de Liacutengua Portuguesa tecircm todos os ingredientes possiacuteveis para tornarem-se mais atrativas aos jovens ndash eacute a liacutengua materna deles todo e qualquer tipo de texto pode ser trabalhado em sala de aula por exemplo Eacute fundamental que o docente tenha consigo os conceitos de liacutengua e gramaacuteti-ca muito bem elaborados e principalmente que o professor amplie a visatildeo de mundo do aluno Tornaacute-lo participativo no processo de aprendizagem como o protagonista das accedilotildees comunicativas pode ser uma alternativa especialmente quan-do ele estaacute envolvido com o fazer ciecircncia

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resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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galeria de artes

Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

redaccedilotildees de alunos

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

redaccedilotildees de alunos

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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Coleacutegio Cristo Rei

PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

redaccedilotildees de alunos

(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Coleacutegio Cristo Rei

Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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artigo

A psicologia pode ser compreendida como a ciecircncia que investiga os processos e estados conscientes assim como as suas origens e efeitos Tem como atribuiccedilatildeo

o comprometimento social e o estudo dos fenocircmenos danosos aos seres humanos Busca trabalhar na promoccedilatildeo da liberdade da dignidade e da integridade do ser humano Promovendo a sauacutede e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades contribuindo para a eliminaccedilatildeo de quaisquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircn-cia crueldade e opressatildeo A Psicologia passou a usar suas teacutecnicas para estudar e compreender os fenocircmenos educacio-nais e assim constitui-se a Psicologia Educacional e esta vem a ser a aacuterea da psicologia que abor-da todas as problemaacuteticas referentes agrave educaccedilatildeo e aos processos de ensino e aprendizagem nas crianccedilas e adultos Entendendo por educaccedilatildeo o ato de educar instruir processo contiacutenuo que permite ao indiviacuteduo o desenvolvimento de suas faculdades fiacutesicas intelectuais e morais Contribuindo para a sua integraccedilatildeo na sociedade Ao psicoacutelogo educacional cabe analisar a eficaacutecia das estrateacutegias educacionais desenvol-ver projetos educativos bem como desenvolver as capacidades das crianccedilas com dificuldades de aprendizagem em instituiccedilotildees educativas Estuda tambeacutem o funcionamento da proacutepria instituiccedilatildeo enquanto organizaccedilatildeo Nesse sentido o psicoacutelogo educacional preci-sa integrar em sua praacutetica outras aacutereas da proacutepria

A contribuiccedilatildeo da Psicologia para os processos de formaccedilatildeo desenvolvi-mento e convivecircncia no ambiente escolar

Psicoacutelogos a serviccedilo da Educaccedilatildeo trazem benefiacutecios para alunos e famiacutelias

ldquoConheccedila todas as teorias domine todas as teacutecnicas mas ao tocar uma alma humana

seja apenas outra alma humanardquo(Carl Gustav Jung)

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

fissionais atuantes na educaccedilatildeo e sua praacuteticas e levantou pro-postas que posteriormente foram efetivadas atraveacutes da Nota Teacutecnica estabelecida pelo Conselho Regional de Psicologia de Satildeo Paulo no ano de 2010

Esse documento tem como finalidade orientar sobre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo no con-texto escolar e educacional com o objetivo de esclarecer os psicoacute-logos que atuam em instituiccedilotildees escolares e educacionais enfati-zando as contribuiccedilotildees da Psico-logia respaldada no compromis-so social direitos humanos e no respeito agrave diversidade enquanto fundamento para efetivaccedilatildeo de uma educaccedilatildeo para todos e to-das O documento do CRPSP tem como objetivo romper com a praacutetica de uma psicologia que patologiza medicaliza e produz

diagnoacutesticos classificatoacuterios Portanto visa defender praacuteticas que consideram a realidade escolar brasileira em sua diversi-dade cultural e as dimensotildees psicossociais de suas comunida-des Incentivar a atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em projetos coletivos de forma interdisciplinar fortalecendo pessoas e grupos contri-buindo para a elaboraccedilatildeo implementaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do pro-jeto poliacutetico pedagoacutegico da escola e ampliar a reflexatildeo acerca da necessidade de construir com a equipe escolar estrateacutegias de ensino e aprendizagem que considerem os desafios da con-temporaneidade Assim o mesmo documento orienta que o psicoacutelogo em sua praacutetica nos contextos escolares e educacionais considere a realidade da escola brasileira articulando com outros setores e movimentos compreenda os fatores que produzem e causam sofrimento em educandos e educadores analise o campo de relaccedilatildeo soacutecio-poliacutetico-pedagoacutegico para melhoria do processo educacional comprometa-se com as funccedilotildees sociais da escola de acesso aos bens culturais e a promoccedilatildeo da autonomia dos indiviacuteduos elabore metodologias de trabalhos multidisciplina-res valorizando e potencializando a produccedilatildeo de saberes dos diferentes espaccedilos educacionais atue na direccedilatildeo da ampliaccedilatildeo

psicologia psicologia do desenvolvimento psicologia social e psicologia organizacional intervindo em questotildees de natureza mental e emocional sempre em uma perspectiva educacional Para se efetivar a importacircncia desta aacuterea na Educaccedilatildeo eacute imprescindiacutevel que o psicoacutelogo escolareducacional procure am-pliar as informaccedilotildees disponiacuteveis a respeito do impacto deste traba-lho dentro das escolas Lembran-do que conscientizaccedilatildeo e vonta-de poliacutetica precisam andar juntas para que as mudanccedilas propostas sejam concretizadas Cassins et al (2007) desta-cam a importacircncia do Psicoacutelogo Educacional atuando na Educa-ccedilatildeo partindo os seus estudos de legislaccedilotildees como a Constituiccedilatildeo Federal a LDB e o ECA e conclui que a Psicologia tem uma gran-de contribuiccedilatildeo a dar uma vez que tais legislaccedilotildees ao definirem a abrangecircncia da educaccedilatildeo falam de processos de formaccedilatildeo desenvolvimento e convivecircncia humana Dissertam sobre o di-reito ao pleno desenvolvimento agrave cidadania qualificaccedilatildeo para o trabalho e a importacircncia da prevenccedilatildeo Compreendendo que o que estaacute assegurado por tais legis-laccedilotildees constituem objeto de estudo e de atuaccedilatildeo da psicologia podemos compreender que a psicologia se torna uma ciecircncia do fenocircmeno educativo e os psicoacutelogos educacionais tornam--se tambeacutem educadores Diante destes argumentos evidencia-se a contribuiccedilatildeo da Psicologia para a educaccedilatildeo com a vertente de colaborar no pro-cesso de ensino e aprendizagem nas relaccedilotildees interpessoais e nos processos intrapessoais referindo-se sempre agraves dimensotildees poliacutetica econocircmica social e cultural Desta forma entendendo tambeacutem o seu papel na elaboraccedilatildeo de planos e poliacuteticas refe-rentes ao Sistema Educacional visando promover a qualidade a valorizaccedilatildeo e a democratizaccedilatildeo do ensino O ano de 2008 foi considerado o ano da educaccedilatildeo no Sis-tema Conselhos de Psicologia No decorrer daquele ano foram realizados eventos que culminaram com o Seminaacuterio Nacional do Ano da Educaccedilatildeo Esse evento procurou reconhecer os pro-

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

ldquopodemos compreender a importacircncia do trabalho da

Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma

organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade

que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia

reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduordquo

da qualidade do processo educacional compartilhe a praacutetica e o conhecimento desenvolvido pela Psicologia socializando saberes e ampliando as possibilidades de atuaccedilatildeo tecendo um paralelo com as atribuiccedilotildees definidas pelo Conselho Regional de Psicologia compreendemos que cabe a noacutes psicoacutelogos atuantes na educaccedilatildeo fornecer as contribuiccedilotildees conforme descrito por McNamara apud SantrsquoAna (2010)bull Oferecer suporte aos professores de educaccedilatildeo regular e

especial por meio da coleta e busca de dados relaciona-dos agraves crianccedilas e suas dificuldades investigar as possiacuteveis variaacuteveis que interferem na manutenccedilatildeo dos problemas analisar condiccedilotildees ambientais e interpessoais propor e desenvolver estrateacutegias e planos de intervenccedilatildeo como tambeacutem avaliar resultados obtidos

bull Fornecer apoio aos programas de transiccedilatildeo para alunos com deficiecircncia assessoria aos professores e adminis-tradores colaborando com sugestotildees para a melhoria de curriacuteculos e programas de instruccedilatildeo tendo em vista a or-ganizaccedilatildeo de conteuacutedos e de padrotildees de desempenho bem como o favorecimento da relaccedilatildeo escola-famiacutelia pela comunicaccedilatildeo mais proacutexima com a comunidade pais e alu-nos

bull Ampliar seu papel de consultor e o de favorecimento do trabalho cooperativo entre professores das redes regular e especial e do modelo de ensino conjunto no qual os dois

tipos de educadores lecionam na mesma sala de aulabull Fornecer suporte teacutecnico como a criaccedilatildeo de novas for-

mas de estruturaccedilatildeo do processo de ensino-aprendizagem direcionando-as agraves necessidades dos alunos a realizaccedilatildeo de monitoramento constante do projeto pedagoacutegico com apoio teacutecnico aos participantes e agrave comunidade em geral a oferta de cursos e grupos de estudo aos educadores assim como o favorecimento de formas mais adequadas de trabalho no sentido da inclusatildeo educacional e social dessas crianccedilas

Pode-se acrescentar ainda a essas contribuiccedilotildeesbull A articulaccedilatildeo com os segmentos puacuteblicos privados e orga-

nizaccedilotildees natildeo governamentais de forma a garantir maior abrangecircncia aos atendimentos necessaacuterios visando o ple-no desenvolvimento humano

bull Contribuir junto a outros profissionais que atuam na edu-caccedilatildeo promovendo e garantindo o direito e a permanecircncia de todos e todas agrave educaccedilatildeo de qualidade e que esta ocor-ra preferencialmente nas salas regulares de ensino

bull Acolher orientar e encaminhar as famiacutelias dos alunos de forma a garantir acesso a outros serviccedilos essenciais para o seu desenvolvimento

A Psicologia Educacional portanto visa agrave mediaccedilatildeo e tam-beacutem agrave intervenccedilatildeo que oferece informaccedilotildees e alternativas para as diversas aacutereas e situaccedilotildees que envolvem o acircmbito da

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

GILSON CARDOSOFormado em Psicologia pela Unimar com Poacutes Graduaccedilatildeo em Psico-pedagogia Cliacutenica e Institucional pelo INDEP Atua como Psicoacutelogo Educacional no Centro Escola Municipal de Atendimento Educacio-nal Especializado da Secretaria da Educaccedilatildeo Psicoacutelogo do Ensino

Fundamental II do Coleacutegio Cristo Rei e atuaccedilatildeo cliacutenica

SABRINA ALVES DIAS Pedagoga e Mestre em Educaccedilatildeo Especial

TacircNIA PAULA FERNANDES CORRecircA DOS SANTOSPsicoacuteloga Educacional do CEMAEE - Mariacutelia

Referecircncias bibliograacuteficas

CASSIS M et al Manual de Psicologia Escolar - Educacional Curitiba Graacutefica e editora Unificado 2007 45p

O que eacute Psicologia Educacional Documento virtual disponiacutevel em httpcaminhandopsicologianocomunidadesnetindexphppagina=1017014182 Acesso em 03042014

Orientaccedilatildeo Sobre as Atribuiccedilotildees do Psicoacutelogo no Contexto Escolar e educacional Nota teacutecnica disponiacutevel em httpwwwcrpsporgbrportalmidiafiquedeolho_veraspxid=72 Acesso em 03042014

SANTrsquoANA I M Contribuiccedilotildees da Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo Escolar na Educaccedilatildeo Inclusiva Concepccedilotildees de Professores e Diretores Artigo disponiacutevel em httpwwwufsjedubrportal2repositorioFilevertentesv201920n202Izabella_Mendespdf Acesso em 03042014

Colaboraccedilatildeo

Educaccedilatildeo atuando na escola junto ao administrativo com os professores os alunos os funcionaacuterios e a comunidade (CAS-SINS et Al 2007) Para finalizar considerando a complexidade e diversidade que as novas propostas e leis que regem a Educaccedilatildeo em to-dos os seus niacuteveis e modalidades podemos compreender a importacircncia do trabalho da Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduo Efetivando aqui a citaccedilatildeo realizada no iniacutecio desta apresentaccedilatildeo

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Coleacutegio Cristo Rei

a delimitaccedilatildeo da idade eacute uma referecircncia mas natildeo eacute o uacutenico elemento a ser considerado Precisamos contudo de um paracircmetro Eacute necessaacuterio ter presente que a diversidade dosas jovens se manifesta de maneira variada por exemplo nas cidades e no campo Essa diversidade estaacute atravessada pelas questotildees da raccedila da etnia da cultura do gecircnero do rendimento familiar do local de moradia (centro periferia cidade grande pequena campo) e do acesso aos bens e serviccedilos (2001 p 59)

opiniatildeoldquoSe somos

progressistas realmente

abertos ao outro

e a outra devemos nos esforccedilar com

humildade para diminuir ao maacuteximo a

distacircncia entre o que dizemos

e o que fazemosrdquo

(Paulo Freire)

Lourival Rodrigues da Silva destaca que

Quem satildeo e o que querem as Juventudes

Atuaccedilatildeo de jovens descontroacutei antigos

conceitos e traccedila novas concepccedilotildees para a

condiccedilatildeo juvenil

O conceito ldquojuventudesrdquo pode ser entendido como uma categoria que estaacute em permanente construccedilatildeo social e histoacuterica por levar em consideraccedilatildeo as dimensotildees

bioloacutegicas sociais psiacutequicas culturais poliacuteticas e econocircmicas O que se constituem em muacuteltiplas maneiras de viver a con-diccedilatildeo juvenil Deste modo eacute possiacutevel dirigir um olhar sobre a juventude que contemple a sua diversidade Pois a agregaccedilatildeo por idade natildeo traduz as identificaccedilotildees possiacuteveis que a situaccedilatildeo cotidiana revela

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

ldquohaacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar

definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para estesrdquo

Novaes (2009) Sposito amp Carrano (2003) Castro amp Abra-movay (2003 2009) e Abramo (2005) empregam a expressatildeo ldquojuventudesrdquo como forma de enfatizar que ao se tratar de jo-vens deve-se reconhecer uma realidade plural e multifacetada Para Bourdieu (1983) haacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para es-tes em contraponto outrosas autoresas definem a juventude como passagem transitoacuteria da adolescecircncia para a fase adulta como destaca Krauskopf (2003) em quatro categorias a juven-tude como periacuteodo preparatoacuterio a juventude como etapa pro-blemaacutetica o jovem como ator estrateacutegico do desenvolvimento e de uma forma mais integral e protagonista a juventude cida-datilde como sujeita de direitos

reproduccedilatildeo (gerar e cuidar dos filhos) e participaccedilatildeo (nas decisotildees deveres e direitos que regulam a sociedade) (2005 p40-41) Neste sentido a juventude eacute a transiccedilatildeo de acesso agrave vida adulta por meio do trabalho eou produccedilatildeo viabilizando o conceito de que elea (oa jovem) eacute um ser em preparaccedilatildeo onde o adulto eacute visto como o que viabilizaraacute esse processo ou seja o ldquoeducadorardquo que normatiza esse mecanismo favorecendo a estea ferramentas adequadas para seu desenvolvimento O olhar para oa jovem eacute feito unicamente pelo vieacutes do trabalho e estudo (ABRAMO 1994) fragmentando a realidade juvenil somente a essas duas necessidades retirando os acessos culturais e artiacutesticos ou melhor o lazer do contexto juvenil em se tratando do segundo vieacutes oa jovem eacute visto como etapa problemaacutetica ldquoo sujeito aparece a partir dos problemas que ameaccedilam a ordem social ou desde o deacuteficit nas manifestaccedilotildees de seu desenvolvimentordquo (ABRAMO 2005 p 20) haacute uma ecircnfase no ldquojovem problemardquo que transgride as normas preacute-estabelecidas Para Abramo (2005 p 21) ldquono Brasil este foi o enfoque que praticamente dominou as accedilotildees dos anos 80 aos 90 foi uma das principais matrizes por onde o tema da juventude principalmente a lsquoemergentersquo juventude dos setores popularesrdquo causando um estigma social na vida dosas jovens onde estesas sofreram brutalmente a perda de seus diretos sociais sendo visto de forma generalizante causando em muitos adultos uma aversatildeo a seus projetos e sonhos

Verifica-se na terceira categoria oa jovem como atoratriz estrateacutegico do desenvolvimento visando destacaacute-loa como mecanismo de enfrentamento ao sistema social mundial ou seja haacute um avanccedilo nesse entendimento de juventude como pontua Abramo

a noccedilatildeo de condiccedilatildeo juvenil remete em primeiro lugar a uma etapa do ciclo de vida de ligaccedilatildeo (transiccedilatildeo diz a noccedilatildeo claacutessica) entre a infacircncia tempo da primeira fase de desenvolvimento corporal (fiacutesica emocional intelectual) e da primeira socializaccedilatildeo de quase total dependecircncia e necessidade de produccedilatildeo para a idade adulta em tese a do aacutepice do desenvolvimento e de plena cidadania que diz respeito principalmente a se tornar capaz de exercer as dimensotildees de produccedilatildeo (sustentar a si proacuteprio e a outros)

Esta concepccedilatildeo avanccedila no reconhecimento dos jovens como atores dinacircmicos da sociedade e com potencialidades para responder aos desafios colocados pelas inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e transformaccedilotildees produtivas Traz assim a possibilidade de incorporar os jovens em situaccedilatildeo de exclusatildeo natildeo pela oacutetica do risco e da vulnerabilidade mas numa perspectiva includente (2005 p 21)

Abramo refere-se agrave primeira categoria sistematizada por Krauskopf afirmando que

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

haacute nessa perspectiva um diaacutelogo muito superficial no modo de perceber o contexto social que osas jovens satildeo protagonis-tas e como estes espaccedilosmodelos de fato favorecem que elesas sejam atoresatrizes com papeacuteis especiacuteficos de transforma-ccedilotildees Visando respaldar esses direitos haacute uma ecircnfase emanci-padora na quarta categoria destacada por Krauskopf que eacute a juventude cidadatilde como sujeita das poliacuteticas como afirma o termo osas jovens satildeo entendidos como canais iacutempares para a efetivaccedilatildeo de direitos sociais retirando o roacutetulo como etapa ldquotransitoacuteriardquo ou ldquoproblemardquo essa concepccedilatildeo olha oa jovem como sujeito autocircnomo que guarda em sua realidade cultural um arcabouccedilo de conhe-cimentos e realidades E eacute por meio dessa realidade que se verifica uma accedilatildeo poliacutetica juvenil na atualidade respaldado por iniciativas accedilotildees e espaccedilos que osas garantam como sujeitos de direitos Das megaloacutepoles agraves pequenas cidades osas jovens sa-iacuteram agraves ruas ldquogritando palavras de ordem de uma nova or-demrdquo Ordem esta que pode ser entendida pela necessidade da efetivaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude (PPJs) para si e inuacutemeras minorias sociais que tecircm seus direitos cerceados cotidianamente

As manifestaccedilotildees juvenis por direitos so-ciais mostram-se contraacuterias aos discursos acerca da passividade dosas jovens por meio dessa mobilizaccedilatildeo verificou-se que elesas querem ter seus direitos efetivados direitos estes destacados na Carta Magna estando cansadosas de verem seus pares sendo vitimadosas nas ruas das cidades e campos por falta de emprego educaccedilatildeo cultura lazer esporte ou seja cidadania Natildeo se pode acreditar que somente sair agraves ruas basta para romper a estrutura his-toacuterica de dominaccedilatildeo das maiorias sob osas minorizadosas Deve-se pensar em accedilotildees poliacuteticas que garantam os direitos juvenis frente a essas realidades destaca-se desde os anos 2000 uma reflexatildeo importante en-tre Governo e Movimentos Sociais acerca da garantia de direitos aosas jovens por meio das Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude

que resguardam as demandas de uma parcela significativa des-sa populaccedilatildeo sobretudo osas jovens em vulnerabilidade social e risco pessoal Neste processo em 2005 foi sancionada pelo Presidente a lei 11129 que criou a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) organismo do Governo Federal responsaacutevel por promover a integraccedilatildeo de todas as accedilotildees que tem como foco o puacuteblico juvenil tornando-se a principal referecircncia governamental no que diz respeito agrave juventude tanto na interlocuccedilatildeo com a so-ciedade civil (movimentos ONGs grupos juvenis etc) como no trabalho conjunto entre os Ministeacuterios e Secretarias visando agrave criaccedilatildeo de mais programas e accedilotildees Nesta conjuntura osas jovens vecircm ocupando este es-paccedilo de forma efetiva desconstruindo o olhar da juventude meramente como fase transitoacuteria Satildeo jovens que produzem constroem vivem relacionam-se onde se encontram questotildees sociais especiacuteficas e por isso necessitadosas de poliacuteticas puacutebli-cas que garantam essas demandas Frente agrave mudanccedila do entendimento das categorias juvenis e de toda a garantia de direitos que estesas vecircm adquirindo eacute necessaacuterio efetivar uma accedilatildeo educativa que colaborem de fato a serem autocircnomosas e problematizadoresas de suas realida-des sociais transformando-as

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Coleacutegio Cristo Rei

IR MaacuteRCIO DINIZ FeRReIRA SCIntegrante da equipe teacutecnica da Juventude Cristo Rei

Referecircncias bibliograacuteficas

ABRAMO helena Wendel Cenas Juvenis - punks e Darks no espetaacuteculo urbano Satildeo Paulo Scritta 1994

ABRAMO helena Wendel e BRANCO Pedro Paulo Martoni (orgs) Retratos da Juventude Brasileira Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo Instituto da Cidadania 2005

_______ O uso das noccedilotildees de adolescecircncia e juventude no contexto brasileiro In FReItAS de Maria Virgiacutenia (orgs) Juventude e Adolescecircncia no Brasil referenciais conceituais Satildeo Paulo Accedilatildeo educativa 2005

BOFF leonardo Criacuteticos criativos e cuidantes 2005 Disponiacutevel em httpwwwleonardoboffcomsitevista2004abril23htm Acesso em 06 abril 2014

BOURDIeU P Questotildees de sociologia Rio de Janeiro Marco Zero 1983

CAStRO Mary Garcia ABRAMOVAY Miriam Quebrando mitos juventude participaccedilatildeo e poliacuteticas Perfil percepccedilotildees e recomendaccedilotildees dos participantes da 1ordm Conferencia Nacional de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude resumo executivo Brasiacutelia RItlA 2009

KRAUSKOPF Poliacuteticas de juventude em centroamerica Primeira Deacutecada 2003 pags 8 -25

NOVAeS Regina Reys Poliacutetica de Juventude no Brasil continuidades e rupturas In FAacuteVERO Osmar Juventude e Contemporaneidade Brasiacutelia RItlA 2009

SPOSItO Mariacutelia Ponte amp CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Juventude e Poliacuteticas puacuteblicas Revista Brasileira de Educaccedilatildeo n 2 setdez 2003

opiniatildeo

embasadosas por accedilotildees cidadatildes almeja-se que osas jo-vens sejam sujeitos de direitos emancipadosas e emancipa-doresas Que por meio da identificaccedilatildeo do loacutecus social que osas cercam osas jovens possam ser ainda mais criacuteticos criati-vos e cuidantes

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artigo

zada a normativa a gramaacutetica a partir de uma perspectiva de estudo ndash ldquodescritivardquo ldquogerativardquo ldquofuncionalrdquo e ldquotextualrdquo como disciplina escolar e como um livro Antunes (2007 p25-34) explica esses conceitos de forma clara A ldquogramaacutetica internalizadardquo eacute aquela que corresponde ao saber intuitivo do falante envolve todos os usos da liacutengua isto eacute em diversos niacuteveis - do informal para o formal - e em todas situaccedilotildees soacutecio-comunicativas como o proacuteprio autor declara ldquonada na liacutengua em nenhuma liacutengua escapa a essa gramaacuteti-cardquo (2007 p 26) A partir dos trecircs anos de idade crianccedilas satildeo capazes de se comunicar por estruturas linguiacutesticas comple-xas por exemplo ao optar pela variaccedilatildeo ldquominhas colegasrdquo ou ldquomeus colegosrdquo uma crianccedila demonstra ter conhecimento da variaccedilatildeo de gecircnero Natildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma culta a do bem falar segue uma gramaacutetica

O assunto eacute polecircmico e tem sido ques-tionado entre linguistas e vaacuterios es-tudiosos da aacuterea de letras Por que

se ensina a gramaacutetica na escola A bibliogra-fia eacute extensa e em grande parte dela o enfo-que no trabalho com a gramaacutetica normativa eacute visto como o principal causador do insu-cesso dos alunos dos Ensinos Fundamental e Meacutedio quando se trata da competecircncia co-municativa ou seja os educandos muitas vezes natildeo se expressam de forma satisfa-toacuteria atraveacutes da escrita e da oralidade por consequecircncia se desinteressam da leitura e das aulas de Liacutengua Portuguesa O que fazer entatildeo Abolir as noccedilotildees de gramaacutetica das aulas de liacutengua materna Inicialmente eacute importante ressaltar a diferenccedila baacutesica entre ldquoliacutenguardquo e ldquogramaacuteti-cardquo jaacute que muitas vezes ambos os concei-tos satildeo confundidos De acordo com Ernani terra (2008 p 22) a liacutengua eacute um aspecto da linguagem que utiliza a palavra (o ver-bo) para a comunicaccedilatildeo eacute um sistema de natureza gramatical pertencente aos indiviacuteduos formado por um sistema de sinais e regras - a gramaacutetica em um sentido mais amplo Ele ainda afirma que eacute uma instituiccedilatildeo social abstrata ou seja que eacute ex-terior aos indiviacuteduos e que se concretiza atraveacutes da fala um ato particular do ser humano Contudo a gramaacutetica para Irandeacute Antunes (2007 p41) limita-se a uma parte da liacutengua e tem a funccedilatildeo regularizadora ou seja de impor limites poreacutem natildeo consegue regular tudo toda pessoa escolarizada quando questionada ldquosobre o que eacute gramaacuteticardquo dispotildee de um conceito baacutesico trata-se das regras de uma liacutengua tal definiccedilatildeo natildeo eacute errada poreacutem pre-cisa ser ampliada A gramaacutetica regula a liacutengua no entanto haacute outros tipos de gramaacuteticas que devem ser compreendidos para que o leitor possa entender melhor a problemaacutetica a internali-

Por que ensinar gramaacutetica na escolaEacute possiacutevel fazer ciecircncia nas aulas de Liacutengua Portuguesa

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pois todas as variantes comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intui-tiva atraveacutes do uso das atividades sociais do conviacutevio com a famiacutelia A escola viraacute posteriormente para ampliar esse conhe-cimento portanto ele natildeo deve ser menosprezado A segunda concepccedilatildeo vecirc a gramaacutetica como um conjunto de normas que regulam o uso da liacutengua ela natildeo considera toda a realidade comunicativa apenas aquela considerada aceitaacute-vel atraveacutes da oacutetica da liacutengua prestigiada socialmente Aqui o importante eacute o domiacutenio das regras do que eacute certo e do que eacute errado do que deve e natildeo ser dito Tais prescriccedilotildees natildeo satildeo feitas por razotildees puramente linguiacutesticas mas por motivos his-toacutericos sociais e econocircmicos Logo eacute importante questionar-se do porquecirc das variantes das classes sociais menos favorecidas natildeo serem consideradas padratildeo na liacutengua Predomina-se o es-tudo da liacutengua na forma escrita natildeo na falada A gramaacutetica como uma perspectiva de estudo indica uma maneira de estudo eou um meacutetodo de investigaccedilatildeo sobre a liacutengua Surgiram assim durante os estudos sobre a linguagem diversas perspectivas sobre a mesma (terra 2008 p79-80)

a) A Gramaacutetica descritiva natildeo prescreve regras do que eacute certo ou errado e sim verifica as uniformidades e diferenccedilas presentes na liacutengua em decorrecircncia de seu uso

b) A Gramaacutetica gerativa criada pelo linguista norte-americano Chomsky na deacutecada de 1950 procura explicar os fatos linguiacutesticos como satildeo produzidos com o objetivo de se estabelecer um modelo geral baseado em princiacutepios universais dos quais derivam as gramaacuteticas de cada liacutengua em particular

c) A Gramaacutetica funcional trabalha com a interpretaccedilatildeo satisfatoacuteria dos signos linguiacutesticos que natildeo satildeo analisados apenas como codificaccedilatildeo e descodificaccedilatildeo

d) A gramaacutetica textual tem como objeto de estudo o texto com o fim de explicitar regras para que o falante produza bons textos

artigo

A concepccedilatildeo de gramaacutetica como disciplina escolar reduz todos esses conceitos traz para a sala de aula uma visatildeo em que a gramaacutetica normativa corresponde agrave liacutengua A partir daiacute tem-se um problema pois todas as variantes satildeo excluiacutedas e separa-se a produccedilatildeo textual a leitura e a gramaacutetica como se as trecircs ldquofrentesrdquo da disciplina de liacutengua portuguesa fossem independentes mas natildeo satildeo Mostra-se para o aluno o certo e o errado natildeo haacute espaccedilo para as diversas situaccedilotildees interativas de comunicaccedilatildeo A uacuteltima concepccedilatildeo de gramaacutetica a de um livro que pode ser mais prescritiva eou descritiva Focaliza-se nas estruturas da liacutengua e as hipoacuteteses do que eacute considerado padratildeo e corre-to ela tem a funccedilatildeo de prescrever uma forma uacutenica e correta de comunicaccedilatildeo Um livro de gramaacutetica tambeacutem pode ser des-critivo exibindo as estruturas da liacutengua de forma descontex-tualizada sem o enfoque nas situaccedilotildees reais de comunicaccedilatildeo Desse modo eacute privilegiada a modalidade escrita principalmen-te as expressotildees da literatura e da imprensa Qual a relaccedilatildeo desses conceitos agrave rotina escolar Como jaacute foi mencionado neste artigo a partir do momento em que a es-cola e ou professor consideram a gramaacutetica normativa como a uacutenica variante possiacutevel excluem-se todas as possibilidades de leitura e anaacutelise da liacutengua com isso o intuito da ampliaccedilatildeo do conhecimento linguiacutestico do aluno Natildeo se pode esquecer que ele tem uma gramaacutetica internalizada desenvolvida ao longo dos anos e que a gramaacutetica que ele aprenderaacute ou pelo menos

ldquoNatildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma

culta a do bem falar segue uma gramaacutetica pois todas as variantes

comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida

naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intuitiva atraveacutes

do usordquo

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artigo

ldquoCabe ao professor independente do material com que trabalhe ndash livro

apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave

liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situaccedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute

utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais

regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito

mais proacutexima da realidade do alunordquo

conheceraacute no ambiente escolar representa a estrutura de uma das variantes da liacutengua Para Antunes (2007 p 41) a comunicaccedilatildeo eficaz natildeo estaacute relacionada ao domiacutenio das regras de uma liacutengua agraves diferenccedilas das classes gramaticais e suas combinaccedilotildees pos-siacuteveis Haacute outras habilidades que devem ser desenvolvidas ldquotudo isso eacute necessaacuterio mas natildeo suficienterdquo (Ibid p 41) O autor ainda completa salientando que em muitos dos casos quando se ensina gramaacutetica nas aulas de Liacutengua Portuguesa esta natildeo parece ter em nada a ver com a lin-guagem do dia a dia com a liacutengua que nos pertence ou seja eacute muito distante da liacutengua utilizada pelos jovens tanto na fala como nas redes sociais O que se deve fazer entatildeo A gramaacutetica deve ser ex-tinguida da escola e as aulas de Liacutengua Portuguesa devem abordar apenas a leitura e a escrita Provavelmente natildeo O grande problema estaacute no enfoque e na importacircncia que ela recebe Muitos professores de Liacutengua Portuguesa jaacute notaram quantos dos seus alunos satildeo bons leitores produzem boas re-daccedilotildees mas tecircm peacutessimo desempenho nas avaliaccedilotildees de gra-maacutetica ou o oposto satildeo excelentes em provas que envolvem a norma e peacutessimos em questotildees interpretativas Obviamente haacute aqueles alunos que possuem mais facilidade com a lingua-gem e apresentam desempenho satisfatoacuterio em gramaacutetica lei-tura e escrita E o que isso quer dizer Que da forma como os alunos estudam a gramaacutetica estrutural e desconexa em pouco ou quase nada ela ajuda os alunos no desenvolvimento da competecircncia linguiacutestica Cabe ao professor independente do material com que tra-balhe ndash livro apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situ-accedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito mais proacutexima da realidade do aluno escrever ldquoOw vc ta airdquo natildeo eacute considerado correto em uma situaccedilatildeo formal muito menos na escola mas mostrar aos alunos que na internet isso eacute possiacutevel todavia em um processo seletivo para uma vaga no mercado de trabalho ou em uma redaccedilatildeo para vestibular e concurso puacuteblico seria causa de desclassificaccedilatildeo Outro motivo que justifica o desinteresse das crianccedilas e adolescentes agraves aulas de liacutengua Portuguesa e agraves demais dis-ciplinas refere-se agrave realidade que os cercam satildeo vaacuterios jogos

aplicativos redes sociais viacutedeo games e isso faz com que eles tenham acesso a todo e qualquer tipo de entretenimento e informaccedilatildeo instantaneamente e eacute claro que fica muito difiacutecil competir com o mundo digital quando se tem um capiacutetulo de conjugaccedilatildeo verbal para se trabalhar em sala por exemplo Assim como os outros estudiosos Luiz Carlos Travaglia (2003) afirma que o ensino de liacutengua materna pode alcan-

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artigo

Referecircncias bibliograacuteficas

Travaglia Luiz Carlos Gramaacutetica ensino plural Cortez Editora 2003

Antunes Irandeacute Muito Aleacutem da Gramaacutetica Satildeo Paulo Paraacutebola 2007

Terra Ernani Linguagem liacutengua e fala Ernani Terra Satildeo Paulo Scipione 2008 (Coleccedilatildeo Percursos)

ReNAtO GUIMARAtildeeS Al lAGeProfessor de Gramaacutetica do 8ordm ano

do Coleacutegio Cristo Rei Graduado em Letras pela Universidade Estadual de

londrina (Uel)

ccedilar dois objetivos ensinar a liacutengua atraveacutes da formaccedilatildeo de usuaacuterios competentes da liacutengua e que tenham competecircncia comunicativa O que isso significa Que cada pessoa saiba usar a liacutengua de acordo com a situaccedilatildeo de interaccedilatildeo comunicativa a fim de obter os efeitos desejados O outro objetivo relaciona-se ao ensino sobre a liacutengua ou seja a sistematizaccedilatildeo da mesma em que os alunos tecircm conhecimento da liacutengua e podem ser analistas dela e eacute aiacute que entra a gramaacutetica

Para travaglia (2003) trabalhar gramaacutetica com os alunos pode 1 Oferecer informaccedilatildeo cultural conhecimentos teoacutericos so-

bre a liacutengua como as classes de palavras e as funccedilotildees sintaacuteticas natildeo tecircm aplicaccedilatildeo imediata para a maioria das profissotildees poreacutem a nossa sociedade valoriza certa dose de conhecimentos teoacuterico-cientiacuteficos que nem sempre satildeo aplicaacuteveis visto as aacutereas de fiacutesica quiacutemica biologia artes histoacuteria

2 Instrumentalizar com recursos para situaccedilotildees praacuteticas como o conhecimento do alfabeto que eacute indispensaacutevel para se fazer uma listagem ou procurar palavras em um dicionaacuterio o conhecimento das flexotildees verbais ldquodanccedilo danccedilava danccedilareirdquo e suas variaccedilotildees semacircnticas quanto ao tempo a possibilidade de utilizar o conhecimento sobre a liacutengua para ensinar a proacutepria liacutengua quando um professor cita ldquoeste verbordquo ldquo a viacutergulardquo ldquoo sujeitordquo ou seja a temida nomenclatura

3 Desenvolver o raciociacutenio a capacidade de pensar ensinar a fazer ciecircncia como a matemaacutetica e a biologia por exem-plo quando se estuda a liacutengua e os fenocircmenos gramati-cais estaacute se fazendo ciecircncia Com o ensino da gramaacutetica eacute possiacutevel fazer com que o aluno perceba as irregularidades da liacutengua e das proacuteprias regras prescritas pela norma Eacute desenvolvida entatildeo a capacidade de observar formular hipoacuteteses buscar comprovaccedilatildeo ou falsificaccedilatildeo A aula de gramaacutetica pode propiciar ao educando um momento de estudo e de pesquisa dando-lhe um caraacuteter de indepen-decircncia intelectual Eacute possiacutevel desenvolver a percepccedilatildeo de que a verdade sobre os mundos natural ou social natildeo estatildeo prontas nos livros e cabe portanto a ele (o aluno) como ser participante do processo de aprendizagem criar hipoacute-teses criacuteticas e aceitar ou refutar as novas descobertas

As aulas de Liacutengua Portuguesa tecircm todos os ingredientes possiacuteveis para tornarem-se mais atrativas aos jovens ndash eacute a liacutengua materna deles todo e qualquer tipo de texto pode ser trabalhado em sala de aula por exemplo Eacute fundamental que o docente tenha consigo os conceitos de liacutengua e gramaacuteti-ca muito bem elaborados e principalmente que o professor amplie a visatildeo de mundo do aluno Tornaacute-lo participativo no processo de aprendizagem como o protagonista das accedilotildees comunicativas pode ser uma alternativa especialmente quan-do ele estaacute envolvido com o fazer ciecircncia

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resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

redaccedilotildeesde alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

redaccedilotildees de alunos

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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Coleacutegio Cristo Rei

A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

redaccedilotildees de alunos

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

redaccedilotildees de alunos

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

redaccedilotildees de alunos

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

redaccedilotildees de alunos

(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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Page 10: 8ª edição - cristorei.com.br

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artigo

fissionais atuantes na educaccedilatildeo e sua praacuteticas e levantou pro-postas que posteriormente foram efetivadas atraveacutes da Nota Teacutecnica estabelecida pelo Conselho Regional de Psicologia de Satildeo Paulo no ano de 2010

Esse documento tem como finalidade orientar sobre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo no con-texto escolar e educacional com o objetivo de esclarecer os psicoacute-logos que atuam em instituiccedilotildees escolares e educacionais enfati-zando as contribuiccedilotildees da Psico-logia respaldada no compromis-so social direitos humanos e no respeito agrave diversidade enquanto fundamento para efetivaccedilatildeo de uma educaccedilatildeo para todos e to-das O documento do CRPSP tem como objetivo romper com a praacutetica de uma psicologia que patologiza medicaliza e produz

diagnoacutesticos classificatoacuterios Portanto visa defender praacuteticas que consideram a realidade escolar brasileira em sua diversi-dade cultural e as dimensotildees psicossociais de suas comunida-des Incentivar a atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em projetos coletivos de forma interdisciplinar fortalecendo pessoas e grupos contri-buindo para a elaboraccedilatildeo implementaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do pro-jeto poliacutetico pedagoacutegico da escola e ampliar a reflexatildeo acerca da necessidade de construir com a equipe escolar estrateacutegias de ensino e aprendizagem que considerem os desafios da con-temporaneidade Assim o mesmo documento orienta que o psicoacutelogo em sua praacutetica nos contextos escolares e educacionais considere a realidade da escola brasileira articulando com outros setores e movimentos compreenda os fatores que produzem e causam sofrimento em educandos e educadores analise o campo de relaccedilatildeo soacutecio-poliacutetico-pedagoacutegico para melhoria do processo educacional comprometa-se com as funccedilotildees sociais da escola de acesso aos bens culturais e a promoccedilatildeo da autonomia dos indiviacuteduos elabore metodologias de trabalhos multidisciplina-res valorizando e potencializando a produccedilatildeo de saberes dos diferentes espaccedilos educacionais atue na direccedilatildeo da ampliaccedilatildeo

psicologia psicologia do desenvolvimento psicologia social e psicologia organizacional intervindo em questotildees de natureza mental e emocional sempre em uma perspectiva educacional Para se efetivar a importacircncia desta aacuterea na Educaccedilatildeo eacute imprescindiacutevel que o psicoacutelogo escolareducacional procure am-pliar as informaccedilotildees disponiacuteveis a respeito do impacto deste traba-lho dentro das escolas Lembran-do que conscientizaccedilatildeo e vonta-de poliacutetica precisam andar juntas para que as mudanccedilas propostas sejam concretizadas Cassins et al (2007) desta-cam a importacircncia do Psicoacutelogo Educacional atuando na Educa-ccedilatildeo partindo os seus estudos de legislaccedilotildees como a Constituiccedilatildeo Federal a LDB e o ECA e conclui que a Psicologia tem uma gran-de contribuiccedilatildeo a dar uma vez que tais legislaccedilotildees ao definirem a abrangecircncia da educaccedilatildeo falam de processos de formaccedilatildeo desenvolvimento e convivecircncia humana Dissertam sobre o di-reito ao pleno desenvolvimento agrave cidadania qualificaccedilatildeo para o trabalho e a importacircncia da prevenccedilatildeo Compreendendo que o que estaacute assegurado por tais legis-laccedilotildees constituem objeto de estudo e de atuaccedilatildeo da psicologia podemos compreender que a psicologia se torna uma ciecircncia do fenocircmeno educativo e os psicoacutelogos educacionais tornam--se tambeacutem educadores Diante destes argumentos evidencia-se a contribuiccedilatildeo da Psicologia para a educaccedilatildeo com a vertente de colaborar no pro-cesso de ensino e aprendizagem nas relaccedilotildees interpessoais e nos processos intrapessoais referindo-se sempre agraves dimensotildees poliacutetica econocircmica social e cultural Desta forma entendendo tambeacutem o seu papel na elaboraccedilatildeo de planos e poliacuteticas refe-rentes ao Sistema Educacional visando promover a qualidade a valorizaccedilatildeo e a democratizaccedilatildeo do ensino O ano de 2008 foi considerado o ano da educaccedilatildeo no Sis-tema Conselhos de Psicologia No decorrer daquele ano foram realizados eventos que culminaram com o Seminaacuterio Nacional do Ano da Educaccedilatildeo Esse evento procurou reconhecer os pro-

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artigo

ldquopodemos compreender a importacircncia do trabalho da

Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma

organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade

que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia

reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduordquo

da qualidade do processo educacional compartilhe a praacutetica e o conhecimento desenvolvido pela Psicologia socializando saberes e ampliando as possibilidades de atuaccedilatildeo tecendo um paralelo com as atribuiccedilotildees definidas pelo Conselho Regional de Psicologia compreendemos que cabe a noacutes psicoacutelogos atuantes na educaccedilatildeo fornecer as contribuiccedilotildees conforme descrito por McNamara apud SantrsquoAna (2010)bull Oferecer suporte aos professores de educaccedilatildeo regular e

especial por meio da coleta e busca de dados relaciona-dos agraves crianccedilas e suas dificuldades investigar as possiacuteveis variaacuteveis que interferem na manutenccedilatildeo dos problemas analisar condiccedilotildees ambientais e interpessoais propor e desenvolver estrateacutegias e planos de intervenccedilatildeo como tambeacutem avaliar resultados obtidos

bull Fornecer apoio aos programas de transiccedilatildeo para alunos com deficiecircncia assessoria aos professores e adminis-tradores colaborando com sugestotildees para a melhoria de curriacuteculos e programas de instruccedilatildeo tendo em vista a or-ganizaccedilatildeo de conteuacutedos e de padrotildees de desempenho bem como o favorecimento da relaccedilatildeo escola-famiacutelia pela comunicaccedilatildeo mais proacutexima com a comunidade pais e alu-nos

bull Ampliar seu papel de consultor e o de favorecimento do trabalho cooperativo entre professores das redes regular e especial e do modelo de ensino conjunto no qual os dois

tipos de educadores lecionam na mesma sala de aulabull Fornecer suporte teacutecnico como a criaccedilatildeo de novas for-

mas de estruturaccedilatildeo do processo de ensino-aprendizagem direcionando-as agraves necessidades dos alunos a realizaccedilatildeo de monitoramento constante do projeto pedagoacutegico com apoio teacutecnico aos participantes e agrave comunidade em geral a oferta de cursos e grupos de estudo aos educadores assim como o favorecimento de formas mais adequadas de trabalho no sentido da inclusatildeo educacional e social dessas crianccedilas

Pode-se acrescentar ainda a essas contribuiccedilotildeesbull A articulaccedilatildeo com os segmentos puacuteblicos privados e orga-

nizaccedilotildees natildeo governamentais de forma a garantir maior abrangecircncia aos atendimentos necessaacuterios visando o ple-no desenvolvimento humano

bull Contribuir junto a outros profissionais que atuam na edu-caccedilatildeo promovendo e garantindo o direito e a permanecircncia de todos e todas agrave educaccedilatildeo de qualidade e que esta ocor-ra preferencialmente nas salas regulares de ensino

bull Acolher orientar e encaminhar as famiacutelias dos alunos de forma a garantir acesso a outros serviccedilos essenciais para o seu desenvolvimento

A Psicologia Educacional portanto visa agrave mediaccedilatildeo e tam-beacutem agrave intervenccedilatildeo que oferece informaccedilotildees e alternativas para as diversas aacutereas e situaccedilotildees que envolvem o acircmbito da

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artigo

GILSON CARDOSOFormado em Psicologia pela Unimar com Poacutes Graduaccedilatildeo em Psico-pedagogia Cliacutenica e Institucional pelo INDEP Atua como Psicoacutelogo Educacional no Centro Escola Municipal de Atendimento Educacio-nal Especializado da Secretaria da Educaccedilatildeo Psicoacutelogo do Ensino

Fundamental II do Coleacutegio Cristo Rei e atuaccedilatildeo cliacutenica

SABRINA ALVES DIAS Pedagoga e Mestre em Educaccedilatildeo Especial

TacircNIA PAULA FERNANDES CORRecircA DOS SANTOSPsicoacuteloga Educacional do CEMAEE - Mariacutelia

Referecircncias bibliograacuteficas

CASSIS M et al Manual de Psicologia Escolar - Educacional Curitiba Graacutefica e editora Unificado 2007 45p

O que eacute Psicologia Educacional Documento virtual disponiacutevel em httpcaminhandopsicologianocomunidadesnetindexphppagina=1017014182 Acesso em 03042014

Orientaccedilatildeo Sobre as Atribuiccedilotildees do Psicoacutelogo no Contexto Escolar e educacional Nota teacutecnica disponiacutevel em httpwwwcrpsporgbrportalmidiafiquedeolho_veraspxid=72 Acesso em 03042014

SANTrsquoANA I M Contribuiccedilotildees da Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo Escolar na Educaccedilatildeo Inclusiva Concepccedilotildees de Professores e Diretores Artigo disponiacutevel em httpwwwufsjedubrportal2repositorioFilevertentesv201920n202Izabella_Mendespdf Acesso em 03042014

Colaboraccedilatildeo

Educaccedilatildeo atuando na escola junto ao administrativo com os professores os alunos os funcionaacuterios e a comunidade (CAS-SINS et Al 2007) Para finalizar considerando a complexidade e diversidade que as novas propostas e leis que regem a Educaccedilatildeo em to-dos os seus niacuteveis e modalidades podemos compreender a importacircncia do trabalho da Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduo Efetivando aqui a citaccedilatildeo realizada no iniacutecio desta apresentaccedilatildeo

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Coleacutegio Cristo Rei

a delimitaccedilatildeo da idade eacute uma referecircncia mas natildeo eacute o uacutenico elemento a ser considerado Precisamos contudo de um paracircmetro Eacute necessaacuterio ter presente que a diversidade dosas jovens se manifesta de maneira variada por exemplo nas cidades e no campo Essa diversidade estaacute atravessada pelas questotildees da raccedila da etnia da cultura do gecircnero do rendimento familiar do local de moradia (centro periferia cidade grande pequena campo) e do acesso aos bens e serviccedilos (2001 p 59)

opiniatildeoldquoSe somos

progressistas realmente

abertos ao outro

e a outra devemos nos esforccedilar com

humildade para diminuir ao maacuteximo a

distacircncia entre o que dizemos

e o que fazemosrdquo

(Paulo Freire)

Lourival Rodrigues da Silva destaca que

Quem satildeo e o que querem as Juventudes

Atuaccedilatildeo de jovens descontroacutei antigos

conceitos e traccedila novas concepccedilotildees para a

condiccedilatildeo juvenil

O conceito ldquojuventudesrdquo pode ser entendido como uma categoria que estaacute em permanente construccedilatildeo social e histoacuterica por levar em consideraccedilatildeo as dimensotildees

bioloacutegicas sociais psiacutequicas culturais poliacuteticas e econocircmicas O que se constituem em muacuteltiplas maneiras de viver a con-diccedilatildeo juvenil Deste modo eacute possiacutevel dirigir um olhar sobre a juventude que contemple a sua diversidade Pois a agregaccedilatildeo por idade natildeo traduz as identificaccedilotildees possiacuteveis que a situaccedilatildeo cotidiana revela

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

ldquohaacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar

definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para estesrdquo

Novaes (2009) Sposito amp Carrano (2003) Castro amp Abra-movay (2003 2009) e Abramo (2005) empregam a expressatildeo ldquojuventudesrdquo como forma de enfatizar que ao se tratar de jo-vens deve-se reconhecer uma realidade plural e multifacetada Para Bourdieu (1983) haacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para es-tes em contraponto outrosas autoresas definem a juventude como passagem transitoacuteria da adolescecircncia para a fase adulta como destaca Krauskopf (2003) em quatro categorias a juven-tude como periacuteodo preparatoacuterio a juventude como etapa pro-blemaacutetica o jovem como ator estrateacutegico do desenvolvimento e de uma forma mais integral e protagonista a juventude cida-datilde como sujeita de direitos

reproduccedilatildeo (gerar e cuidar dos filhos) e participaccedilatildeo (nas decisotildees deveres e direitos que regulam a sociedade) (2005 p40-41) Neste sentido a juventude eacute a transiccedilatildeo de acesso agrave vida adulta por meio do trabalho eou produccedilatildeo viabilizando o conceito de que elea (oa jovem) eacute um ser em preparaccedilatildeo onde o adulto eacute visto como o que viabilizaraacute esse processo ou seja o ldquoeducadorardquo que normatiza esse mecanismo favorecendo a estea ferramentas adequadas para seu desenvolvimento O olhar para oa jovem eacute feito unicamente pelo vieacutes do trabalho e estudo (ABRAMO 1994) fragmentando a realidade juvenil somente a essas duas necessidades retirando os acessos culturais e artiacutesticos ou melhor o lazer do contexto juvenil em se tratando do segundo vieacutes oa jovem eacute visto como etapa problemaacutetica ldquoo sujeito aparece a partir dos problemas que ameaccedilam a ordem social ou desde o deacuteficit nas manifestaccedilotildees de seu desenvolvimentordquo (ABRAMO 2005 p 20) haacute uma ecircnfase no ldquojovem problemardquo que transgride as normas preacute-estabelecidas Para Abramo (2005 p 21) ldquono Brasil este foi o enfoque que praticamente dominou as accedilotildees dos anos 80 aos 90 foi uma das principais matrizes por onde o tema da juventude principalmente a lsquoemergentersquo juventude dos setores popularesrdquo causando um estigma social na vida dosas jovens onde estesas sofreram brutalmente a perda de seus diretos sociais sendo visto de forma generalizante causando em muitos adultos uma aversatildeo a seus projetos e sonhos

Verifica-se na terceira categoria oa jovem como atoratriz estrateacutegico do desenvolvimento visando destacaacute-loa como mecanismo de enfrentamento ao sistema social mundial ou seja haacute um avanccedilo nesse entendimento de juventude como pontua Abramo

a noccedilatildeo de condiccedilatildeo juvenil remete em primeiro lugar a uma etapa do ciclo de vida de ligaccedilatildeo (transiccedilatildeo diz a noccedilatildeo claacutessica) entre a infacircncia tempo da primeira fase de desenvolvimento corporal (fiacutesica emocional intelectual) e da primeira socializaccedilatildeo de quase total dependecircncia e necessidade de produccedilatildeo para a idade adulta em tese a do aacutepice do desenvolvimento e de plena cidadania que diz respeito principalmente a se tornar capaz de exercer as dimensotildees de produccedilatildeo (sustentar a si proacuteprio e a outros)

Esta concepccedilatildeo avanccedila no reconhecimento dos jovens como atores dinacircmicos da sociedade e com potencialidades para responder aos desafios colocados pelas inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e transformaccedilotildees produtivas Traz assim a possibilidade de incorporar os jovens em situaccedilatildeo de exclusatildeo natildeo pela oacutetica do risco e da vulnerabilidade mas numa perspectiva includente (2005 p 21)

Abramo refere-se agrave primeira categoria sistematizada por Krauskopf afirmando que

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

haacute nessa perspectiva um diaacutelogo muito superficial no modo de perceber o contexto social que osas jovens satildeo protagonis-tas e como estes espaccedilosmodelos de fato favorecem que elesas sejam atoresatrizes com papeacuteis especiacuteficos de transforma-ccedilotildees Visando respaldar esses direitos haacute uma ecircnfase emanci-padora na quarta categoria destacada por Krauskopf que eacute a juventude cidadatilde como sujeita das poliacuteticas como afirma o termo osas jovens satildeo entendidos como canais iacutempares para a efetivaccedilatildeo de direitos sociais retirando o roacutetulo como etapa ldquotransitoacuteriardquo ou ldquoproblemardquo essa concepccedilatildeo olha oa jovem como sujeito autocircnomo que guarda em sua realidade cultural um arcabouccedilo de conhe-cimentos e realidades E eacute por meio dessa realidade que se verifica uma accedilatildeo poliacutetica juvenil na atualidade respaldado por iniciativas accedilotildees e espaccedilos que osas garantam como sujeitos de direitos Das megaloacutepoles agraves pequenas cidades osas jovens sa-iacuteram agraves ruas ldquogritando palavras de ordem de uma nova or-demrdquo Ordem esta que pode ser entendida pela necessidade da efetivaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude (PPJs) para si e inuacutemeras minorias sociais que tecircm seus direitos cerceados cotidianamente

As manifestaccedilotildees juvenis por direitos so-ciais mostram-se contraacuterias aos discursos acerca da passividade dosas jovens por meio dessa mobilizaccedilatildeo verificou-se que elesas querem ter seus direitos efetivados direitos estes destacados na Carta Magna estando cansadosas de verem seus pares sendo vitimadosas nas ruas das cidades e campos por falta de emprego educaccedilatildeo cultura lazer esporte ou seja cidadania Natildeo se pode acreditar que somente sair agraves ruas basta para romper a estrutura his-toacuterica de dominaccedilatildeo das maiorias sob osas minorizadosas Deve-se pensar em accedilotildees poliacuteticas que garantam os direitos juvenis frente a essas realidades destaca-se desde os anos 2000 uma reflexatildeo importante en-tre Governo e Movimentos Sociais acerca da garantia de direitos aosas jovens por meio das Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude

que resguardam as demandas de uma parcela significativa des-sa populaccedilatildeo sobretudo osas jovens em vulnerabilidade social e risco pessoal Neste processo em 2005 foi sancionada pelo Presidente a lei 11129 que criou a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) organismo do Governo Federal responsaacutevel por promover a integraccedilatildeo de todas as accedilotildees que tem como foco o puacuteblico juvenil tornando-se a principal referecircncia governamental no que diz respeito agrave juventude tanto na interlocuccedilatildeo com a so-ciedade civil (movimentos ONGs grupos juvenis etc) como no trabalho conjunto entre os Ministeacuterios e Secretarias visando agrave criaccedilatildeo de mais programas e accedilotildees Nesta conjuntura osas jovens vecircm ocupando este es-paccedilo de forma efetiva desconstruindo o olhar da juventude meramente como fase transitoacuteria Satildeo jovens que produzem constroem vivem relacionam-se onde se encontram questotildees sociais especiacuteficas e por isso necessitadosas de poliacuteticas puacutebli-cas que garantam essas demandas Frente agrave mudanccedila do entendimento das categorias juvenis e de toda a garantia de direitos que estesas vecircm adquirindo eacute necessaacuterio efetivar uma accedilatildeo educativa que colaborem de fato a serem autocircnomosas e problematizadoresas de suas realida-des sociais transformando-as

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IR MaacuteRCIO DINIZ FeRReIRA SCIntegrante da equipe teacutecnica da Juventude Cristo Rei

Referecircncias bibliograacuteficas

ABRAMO helena Wendel Cenas Juvenis - punks e Darks no espetaacuteculo urbano Satildeo Paulo Scritta 1994

ABRAMO helena Wendel e BRANCO Pedro Paulo Martoni (orgs) Retratos da Juventude Brasileira Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo Instituto da Cidadania 2005

_______ O uso das noccedilotildees de adolescecircncia e juventude no contexto brasileiro In FReItAS de Maria Virgiacutenia (orgs) Juventude e Adolescecircncia no Brasil referenciais conceituais Satildeo Paulo Accedilatildeo educativa 2005

BOFF leonardo Criacuteticos criativos e cuidantes 2005 Disponiacutevel em httpwwwleonardoboffcomsitevista2004abril23htm Acesso em 06 abril 2014

BOURDIeU P Questotildees de sociologia Rio de Janeiro Marco Zero 1983

CAStRO Mary Garcia ABRAMOVAY Miriam Quebrando mitos juventude participaccedilatildeo e poliacuteticas Perfil percepccedilotildees e recomendaccedilotildees dos participantes da 1ordm Conferencia Nacional de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude resumo executivo Brasiacutelia RItlA 2009

KRAUSKOPF Poliacuteticas de juventude em centroamerica Primeira Deacutecada 2003 pags 8 -25

NOVAeS Regina Reys Poliacutetica de Juventude no Brasil continuidades e rupturas In FAacuteVERO Osmar Juventude e Contemporaneidade Brasiacutelia RItlA 2009

SPOSItO Mariacutelia Ponte amp CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Juventude e Poliacuteticas puacuteblicas Revista Brasileira de Educaccedilatildeo n 2 setdez 2003

opiniatildeo

embasadosas por accedilotildees cidadatildes almeja-se que osas jo-vens sejam sujeitos de direitos emancipadosas e emancipa-doresas Que por meio da identificaccedilatildeo do loacutecus social que osas cercam osas jovens possam ser ainda mais criacuteticos criati-vos e cuidantes

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artigo

zada a normativa a gramaacutetica a partir de uma perspectiva de estudo ndash ldquodescritivardquo ldquogerativardquo ldquofuncionalrdquo e ldquotextualrdquo como disciplina escolar e como um livro Antunes (2007 p25-34) explica esses conceitos de forma clara A ldquogramaacutetica internalizadardquo eacute aquela que corresponde ao saber intuitivo do falante envolve todos os usos da liacutengua isto eacute em diversos niacuteveis - do informal para o formal - e em todas situaccedilotildees soacutecio-comunicativas como o proacuteprio autor declara ldquonada na liacutengua em nenhuma liacutengua escapa a essa gramaacuteti-cardquo (2007 p 26) A partir dos trecircs anos de idade crianccedilas satildeo capazes de se comunicar por estruturas linguiacutesticas comple-xas por exemplo ao optar pela variaccedilatildeo ldquominhas colegasrdquo ou ldquomeus colegosrdquo uma crianccedila demonstra ter conhecimento da variaccedilatildeo de gecircnero Natildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma culta a do bem falar segue uma gramaacutetica

O assunto eacute polecircmico e tem sido ques-tionado entre linguistas e vaacuterios es-tudiosos da aacuterea de letras Por que

se ensina a gramaacutetica na escola A bibliogra-fia eacute extensa e em grande parte dela o enfo-que no trabalho com a gramaacutetica normativa eacute visto como o principal causador do insu-cesso dos alunos dos Ensinos Fundamental e Meacutedio quando se trata da competecircncia co-municativa ou seja os educandos muitas vezes natildeo se expressam de forma satisfa-toacuteria atraveacutes da escrita e da oralidade por consequecircncia se desinteressam da leitura e das aulas de Liacutengua Portuguesa O que fazer entatildeo Abolir as noccedilotildees de gramaacutetica das aulas de liacutengua materna Inicialmente eacute importante ressaltar a diferenccedila baacutesica entre ldquoliacutenguardquo e ldquogramaacuteti-cardquo jaacute que muitas vezes ambos os concei-tos satildeo confundidos De acordo com Ernani terra (2008 p 22) a liacutengua eacute um aspecto da linguagem que utiliza a palavra (o ver-bo) para a comunicaccedilatildeo eacute um sistema de natureza gramatical pertencente aos indiviacuteduos formado por um sistema de sinais e regras - a gramaacutetica em um sentido mais amplo Ele ainda afirma que eacute uma instituiccedilatildeo social abstrata ou seja que eacute ex-terior aos indiviacuteduos e que se concretiza atraveacutes da fala um ato particular do ser humano Contudo a gramaacutetica para Irandeacute Antunes (2007 p41) limita-se a uma parte da liacutengua e tem a funccedilatildeo regularizadora ou seja de impor limites poreacutem natildeo consegue regular tudo toda pessoa escolarizada quando questionada ldquosobre o que eacute gramaacuteticardquo dispotildee de um conceito baacutesico trata-se das regras de uma liacutengua tal definiccedilatildeo natildeo eacute errada poreacutem pre-cisa ser ampliada A gramaacutetica regula a liacutengua no entanto haacute outros tipos de gramaacuteticas que devem ser compreendidos para que o leitor possa entender melhor a problemaacutetica a internali-

Por que ensinar gramaacutetica na escolaEacute possiacutevel fazer ciecircncia nas aulas de Liacutengua Portuguesa

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pois todas as variantes comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intui-tiva atraveacutes do uso das atividades sociais do conviacutevio com a famiacutelia A escola viraacute posteriormente para ampliar esse conhe-cimento portanto ele natildeo deve ser menosprezado A segunda concepccedilatildeo vecirc a gramaacutetica como um conjunto de normas que regulam o uso da liacutengua ela natildeo considera toda a realidade comunicativa apenas aquela considerada aceitaacute-vel atraveacutes da oacutetica da liacutengua prestigiada socialmente Aqui o importante eacute o domiacutenio das regras do que eacute certo e do que eacute errado do que deve e natildeo ser dito Tais prescriccedilotildees natildeo satildeo feitas por razotildees puramente linguiacutesticas mas por motivos his-toacutericos sociais e econocircmicos Logo eacute importante questionar-se do porquecirc das variantes das classes sociais menos favorecidas natildeo serem consideradas padratildeo na liacutengua Predomina-se o es-tudo da liacutengua na forma escrita natildeo na falada A gramaacutetica como uma perspectiva de estudo indica uma maneira de estudo eou um meacutetodo de investigaccedilatildeo sobre a liacutengua Surgiram assim durante os estudos sobre a linguagem diversas perspectivas sobre a mesma (terra 2008 p79-80)

a) A Gramaacutetica descritiva natildeo prescreve regras do que eacute certo ou errado e sim verifica as uniformidades e diferenccedilas presentes na liacutengua em decorrecircncia de seu uso

b) A Gramaacutetica gerativa criada pelo linguista norte-americano Chomsky na deacutecada de 1950 procura explicar os fatos linguiacutesticos como satildeo produzidos com o objetivo de se estabelecer um modelo geral baseado em princiacutepios universais dos quais derivam as gramaacuteticas de cada liacutengua em particular

c) A Gramaacutetica funcional trabalha com a interpretaccedilatildeo satisfatoacuteria dos signos linguiacutesticos que natildeo satildeo analisados apenas como codificaccedilatildeo e descodificaccedilatildeo

d) A gramaacutetica textual tem como objeto de estudo o texto com o fim de explicitar regras para que o falante produza bons textos

artigo

A concepccedilatildeo de gramaacutetica como disciplina escolar reduz todos esses conceitos traz para a sala de aula uma visatildeo em que a gramaacutetica normativa corresponde agrave liacutengua A partir daiacute tem-se um problema pois todas as variantes satildeo excluiacutedas e separa-se a produccedilatildeo textual a leitura e a gramaacutetica como se as trecircs ldquofrentesrdquo da disciplina de liacutengua portuguesa fossem independentes mas natildeo satildeo Mostra-se para o aluno o certo e o errado natildeo haacute espaccedilo para as diversas situaccedilotildees interativas de comunicaccedilatildeo A uacuteltima concepccedilatildeo de gramaacutetica a de um livro que pode ser mais prescritiva eou descritiva Focaliza-se nas estruturas da liacutengua e as hipoacuteteses do que eacute considerado padratildeo e corre-to ela tem a funccedilatildeo de prescrever uma forma uacutenica e correta de comunicaccedilatildeo Um livro de gramaacutetica tambeacutem pode ser des-critivo exibindo as estruturas da liacutengua de forma descontex-tualizada sem o enfoque nas situaccedilotildees reais de comunicaccedilatildeo Desse modo eacute privilegiada a modalidade escrita principalmen-te as expressotildees da literatura e da imprensa Qual a relaccedilatildeo desses conceitos agrave rotina escolar Como jaacute foi mencionado neste artigo a partir do momento em que a es-cola e ou professor consideram a gramaacutetica normativa como a uacutenica variante possiacutevel excluem-se todas as possibilidades de leitura e anaacutelise da liacutengua com isso o intuito da ampliaccedilatildeo do conhecimento linguiacutestico do aluno Natildeo se pode esquecer que ele tem uma gramaacutetica internalizada desenvolvida ao longo dos anos e que a gramaacutetica que ele aprenderaacute ou pelo menos

ldquoNatildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma

culta a do bem falar segue uma gramaacutetica pois todas as variantes

comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida

naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intuitiva atraveacutes

do usordquo

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artigo

ldquoCabe ao professor independente do material com que trabalhe ndash livro

apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave

liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situaccedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute

utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais

regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito

mais proacutexima da realidade do alunordquo

conheceraacute no ambiente escolar representa a estrutura de uma das variantes da liacutengua Para Antunes (2007 p 41) a comunicaccedilatildeo eficaz natildeo estaacute relacionada ao domiacutenio das regras de uma liacutengua agraves diferenccedilas das classes gramaticais e suas combinaccedilotildees pos-siacuteveis Haacute outras habilidades que devem ser desenvolvidas ldquotudo isso eacute necessaacuterio mas natildeo suficienterdquo (Ibid p 41) O autor ainda completa salientando que em muitos dos casos quando se ensina gramaacutetica nas aulas de Liacutengua Portuguesa esta natildeo parece ter em nada a ver com a lin-guagem do dia a dia com a liacutengua que nos pertence ou seja eacute muito distante da liacutengua utilizada pelos jovens tanto na fala como nas redes sociais O que se deve fazer entatildeo A gramaacutetica deve ser ex-tinguida da escola e as aulas de Liacutengua Portuguesa devem abordar apenas a leitura e a escrita Provavelmente natildeo O grande problema estaacute no enfoque e na importacircncia que ela recebe Muitos professores de Liacutengua Portuguesa jaacute notaram quantos dos seus alunos satildeo bons leitores produzem boas re-daccedilotildees mas tecircm peacutessimo desempenho nas avaliaccedilotildees de gra-maacutetica ou o oposto satildeo excelentes em provas que envolvem a norma e peacutessimos em questotildees interpretativas Obviamente haacute aqueles alunos que possuem mais facilidade com a lingua-gem e apresentam desempenho satisfatoacuterio em gramaacutetica lei-tura e escrita E o que isso quer dizer Que da forma como os alunos estudam a gramaacutetica estrutural e desconexa em pouco ou quase nada ela ajuda os alunos no desenvolvimento da competecircncia linguiacutestica Cabe ao professor independente do material com que tra-balhe ndash livro apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situ-accedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito mais proacutexima da realidade do aluno escrever ldquoOw vc ta airdquo natildeo eacute considerado correto em uma situaccedilatildeo formal muito menos na escola mas mostrar aos alunos que na internet isso eacute possiacutevel todavia em um processo seletivo para uma vaga no mercado de trabalho ou em uma redaccedilatildeo para vestibular e concurso puacuteblico seria causa de desclassificaccedilatildeo Outro motivo que justifica o desinteresse das crianccedilas e adolescentes agraves aulas de liacutengua Portuguesa e agraves demais dis-ciplinas refere-se agrave realidade que os cercam satildeo vaacuterios jogos

aplicativos redes sociais viacutedeo games e isso faz com que eles tenham acesso a todo e qualquer tipo de entretenimento e informaccedilatildeo instantaneamente e eacute claro que fica muito difiacutecil competir com o mundo digital quando se tem um capiacutetulo de conjugaccedilatildeo verbal para se trabalhar em sala por exemplo Assim como os outros estudiosos Luiz Carlos Travaglia (2003) afirma que o ensino de liacutengua materna pode alcan-

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artigo

Referecircncias bibliograacuteficas

Travaglia Luiz Carlos Gramaacutetica ensino plural Cortez Editora 2003

Antunes Irandeacute Muito Aleacutem da Gramaacutetica Satildeo Paulo Paraacutebola 2007

Terra Ernani Linguagem liacutengua e fala Ernani Terra Satildeo Paulo Scipione 2008 (Coleccedilatildeo Percursos)

ReNAtO GUIMARAtildeeS Al lAGeProfessor de Gramaacutetica do 8ordm ano

do Coleacutegio Cristo Rei Graduado em Letras pela Universidade Estadual de

londrina (Uel)

ccedilar dois objetivos ensinar a liacutengua atraveacutes da formaccedilatildeo de usuaacuterios competentes da liacutengua e que tenham competecircncia comunicativa O que isso significa Que cada pessoa saiba usar a liacutengua de acordo com a situaccedilatildeo de interaccedilatildeo comunicativa a fim de obter os efeitos desejados O outro objetivo relaciona-se ao ensino sobre a liacutengua ou seja a sistematizaccedilatildeo da mesma em que os alunos tecircm conhecimento da liacutengua e podem ser analistas dela e eacute aiacute que entra a gramaacutetica

Para travaglia (2003) trabalhar gramaacutetica com os alunos pode 1 Oferecer informaccedilatildeo cultural conhecimentos teoacutericos so-

bre a liacutengua como as classes de palavras e as funccedilotildees sintaacuteticas natildeo tecircm aplicaccedilatildeo imediata para a maioria das profissotildees poreacutem a nossa sociedade valoriza certa dose de conhecimentos teoacuterico-cientiacuteficos que nem sempre satildeo aplicaacuteveis visto as aacutereas de fiacutesica quiacutemica biologia artes histoacuteria

2 Instrumentalizar com recursos para situaccedilotildees praacuteticas como o conhecimento do alfabeto que eacute indispensaacutevel para se fazer uma listagem ou procurar palavras em um dicionaacuterio o conhecimento das flexotildees verbais ldquodanccedilo danccedilava danccedilareirdquo e suas variaccedilotildees semacircnticas quanto ao tempo a possibilidade de utilizar o conhecimento sobre a liacutengua para ensinar a proacutepria liacutengua quando um professor cita ldquoeste verbordquo ldquo a viacutergulardquo ldquoo sujeitordquo ou seja a temida nomenclatura

3 Desenvolver o raciociacutenio a capacidade de pensar ensinar a fazer ciecircncia como a matemaacutetica e a biologia por exem-plo quando se estuda a liacutengua e os fenocircmenos gramati-cais estaacute se fazendo ciecircncia Com o ensino da gramaacutetica eacute possiacutevel fazer com que o aluno perceba as irregularidades da liacutengua e das proacuteprias regras prescritas pela norma Eacute desenvolvida entatildeo a capacidade de observar formular hipoacuteteses buscar comprovaccedilatildeo ou falsificaccedilatildeo A aula de gramaacutetica pode propiciar ao educando um momento de estudo e de pesquisa dando-lhe um caraacuteter de indepen-decircncia intelectual Eacute possiacutevel desenvolver a percepccedilatildeo de que a verdade sobre os mundos natural ou social natildeo estatildeo prontas nos livros e cabe portanto a ele (o aluno) como ser participante do processo de aprendizagem criar hipoacute-teses criacuteticas e aceitar ou refutar as novas descobertas

As aulas de Liacutengua Portuguesa tecircm todos os ingredientes possiacuteveis para tornarem-se mais atrativas aos jovens ndash eacute a liacutengua materna deles todo e qualquer tipo de texto pode ser trabalhado em sala de aula por exemplo Eacute fundamental que o docente tenha consigo os conceitos de liacutengua e gramaacuteti-ca muito bem elaborados e principalmente que o professor amplie a visatildeo de mundo do aluno Tornaacute-lo participativo no processo de aprendizagem como o protagonista das accedilotildees comunicativas pode ser uma alternativa especialmente quan-do ele estaacute envolvido com o fazer ciecircncia

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resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

redaccedilotildeesde alunos

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

redaccedilotildees de alunos

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

redaccedilotildees de alunos

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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artigo

ldquopodemos compreender a importacircncia do trabalho da

Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma

organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade

que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia

reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduordquo

da qualidade do processo educacional compartilhe a praacutetica e o conhecimento desenvolvido pela Psicologia socializando saberes e ampliando as possibilidades de atuaccedilatildeo tecendo um paralelo com as atribuiccedilotildees definidas pelo Conselho Regional de Psicologia compreendemos que cabe a noacutes psicoacutelogos atuantes na educaccedilatildeo fornecer as contribuiccedilotildees conforme descrito por McNamara apud SantrsquoAna (2010)bull Oferecer suporte aos professores de educaccedilatildeo regular e

especial por meio da coleta e busca de dados relaciona-dos agraves crianccedilas e suas dificuldades investigar as possiacuteveis variaacuteveis que interferem na manutenccedilatildeo dos problemas analisar condiccedilotildees ambientais e interpessoais propor e desenvolver estrateacutegias e planos de intervenccedilatildeo como tambeacutem avaliar resultados obtidos

bull Fornecer apoio aos programas de transiccedilatildeo para alunos com deficiecircncia assessoria aos professores e adminis-tradores colaborando com sugestotildees para a melhoria de curriacuteculos e programas de instruccedilatildeo tendo em vista a or-ganizaccedilatildeo de conteuacutedos e de padrotildees de desempenho bem como o favorecimento da relaccedilatildeo escola-famiacutelia pela comunicaccedilatildeo mais proacutexima com a comunidade pais e alu-nos

bull Ampliar seu papel de consultor e o de favorecimento do trabalho cooperativo entre professores das redes regular e especial e do modelo de ensino conjunto no qual os dois

tipos de educadores lecionam na mesma sala de aulabull Fornecer suporte teacutecnico como a criaccedilatildeo de novas for-

mas de estruturaccedilatildeo do processo de ensino-aprendizagem direcionando-as agraves necessidades dos alunos a realizaccedilatildeo de monitoramento constante do projeto pedagoacutegico com apoio teacutecnico aos participantes e agrave comunidade em geral a oferta de cursos e grupos de estudo aos educadores assim como o favorecimento de formas mais adequadas de trabalho no sentido da inclusatildeo educacional e social dessas crianccedilas

Pode-se acrescentar ainda a essas contribuiccedilotildeesbull A articulaccedilatildeo com os segmentos puacuteblicos privados e orga-

nizaccedilotildees natildeo governamentais de forma a garantir maior abrangecircncia aos atendimentos necessaacuterios visando o ple-no desenvolvimento humano

bull Contribuir junto a outros profissionais que atuam na edu-caccedilatildeo promovendo e garantindo o direito e a permanecircncia de todos e todas agrave educaccedilatildeo de qualidade e que esta ocor-ra preferencialmente nas salas regulares de ensino

bull Acolher orientar e encaminhar as famiacutelias dos alunos de forma a garantir acesso a outros serviccedilos essenciais para o seu desenvolvimento

A Psicologia Educacional portanto visa agrave mediaccedilatildeo e tam-beacutem agrave intervenccedilatildeo que oferece informaccedilotildees e alternativas para as diversas aacutereas e situaccedilotildees que envolvem o acircmbito da

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artigo

GILSON CARDOSOFormado em Psicologia pela Unimar com Poacutes Graduaccedilatildeo em Psico-pedagogia Cliacutenica e Institucional pelo INDEP Atua como Psicoacutelogo Educacional no Centro Escola Municipal de Atendimento Educacio-nal Especializado da Secretaria da Educaccedilatildeo Psicoacutelogo do Ensino

Fundamental II do Coleacutegio Cristo Rei e atuaccedilatildeo cliacutenica

SABRINA ALVES DIAS Pedagoga e Mestre em Educaccedilatildeo Especial

TacircNIA PAULA FERNANDES CORRecircA DOS SANTOSPsicoacuteloga Educacional do CEMAEE - Mariacutelia

Referecircncias bibliograacuteficas

CASSIS M et al Manual de Psicologia Escolar - Educacional Curitiba Graacutefica e editora Unificado 2007 45p

O que eacute Psicologia Educacional Documento virtual disponiacutevel em httpcaminhandopsicologianocomunidadesnetindexphppagina=1017014182 Acesso em 03042014

Orientaccedilatildeo Sobre as Atribuiccedilotildees do Psicoacutelogo no Contexto Escolar e educacional Nota teacutecnica disponiacutevel em httpwwwcrpsporgbrportalmidiafiquedeolho_veraspxid=72 Acesso em 03042014

SANTrsquoANA I M Contribuiccedilotildees da Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo Escolar na Educaccedilatildeo Inclusiva Concepccedilotildees de Professores e Diretores Artigo disponiacutevel em httpwwwufsjedubrportal2repositorioFilevertentesv201920n202Izabella_Mendespdf Acesso em 03042014

Colaboraccedilatildeo

Educaccedilatildeo atuando na escola junto ao administrativo com os professores os alunos os funcionaacuterios e a comunidade (CAS-SINS et Al 2007) Para finalizar considerando a complexidade e diversidade que as novas propostas e leis que regem a Educaccedilatildeo em to-dos os seus niacuteveis e modalidades podemos compreender a importacircncia do trabalho da Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduo Efetivando aqui a citaccedilatildeo realizada no iniacutecio desta apresentaccedilatildeo

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a delimitaccedilatildeo da idade eacute uma referecircncia mas natildeo eacute o uacutenico elemento a ser considerado Precisamos contudo de um paracircmetro Eacute necessaacuterio ter presente que a diversidade dosas jovens se manifesta de maneira variada por exemplo nas cidades e no campo Essa diversidade estaacute atravessada pelas questotildees da raccedila da etnia da cultura do gecircnero do rendimento familiar do local de moradia (centro periferia cidade grande pequena campo) e do acesso aos bens e serviccedilos (2001 p 59)

opiniatildeoldquoSe somos

progressistas realmente

abertos ao outro

e a outra devemos nos esforccedilar com

humildade para diminuir ao maacuteximo a

distacircncia entre o que dizemos

e o que fazemosrdquo

(Paulo Freire)

Lourival Rodrigues da Silva destaca que

Quem satildeo e o que querem as Juventudes

Atuaccedilatildeo de jovens descontroacutei antigos

conceitos e traccedila novas concepccedilotildees para a

condiccedilatildeo juvenil

O conceito ldquojuventudesrdquo pode ser entendido como uma categoria que estaacute em permanente construccedilatildeo social e histoacuterica por levar em consideraccedilatildeo as dimensotildees

bioloacutegicas sociais psiacutequicas culturais poliacuteticas e econocircmicas O que se constituem em muacuteltiplas maneiras de viver a con-diccedilatildeo juvenil Deste modo eacute possiacutevel dirigir um olhar sobre a juventude que contemple a sua diversidade Pois a agregaccedilatildeo por idade natildeo traduz as identificaccedilotildees possiacuteveis que a situaccedilatildeo cotidiana revela

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opiniatildeo

ldquohaacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar

definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para estesrdquo

Novaes (2009) Sposito amp Carrano (2003) Castro amp Abra-movay (2003 2009) e Abramo (2005) empregam a expressatildeo ldquojuventudesrdquo como forma de enfatizar que ao se tratar de jo-vens deve-se reconhecer uma realidade plural e multifacetada Para Bourdieu (1983) haacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para es-tes em contraponto outrosas autoresas definem a juventude como passagem transitoacuteria da adolescecircncia para a fase adulta como destaca Krauskopf (2003) em quatro categorias a juven-tude como periacuteodo preparatoacuterio a juventude como etapa pro-blemaacutetica o jovem como ator estrateacutegico do desenvolvimento e de uma forma mais integral e protagonista a juventude cida-datilde como sujeita de direitos

reproduccedilatildeo (gerar e cuidar dos filhos) e participaccedilatildeo (nas decisotildees deveres e direitos que regulam a sociedade) (2005 p40-41) Neste sentido a juventude eacute a transiccedilatildeo de acesso agrave vida adulta por meio do trabalho eou produccedilatildeo viabilizando o conceito de que elea (oa jovem) eacute um ser em preparaccedilatildeo onde o adulto eacute visto como o que viabilizaraacute esse processo ou seja o ldquoeducadorardquo que normatiza esse mecanismo favorecendo a estea ferramentas adequadas para seu desenvolvimento O olhar para oa jovem eacute feito unicamente pelo vieacutes do trabalho e estudo (ABRAMO 1994) fragmentando a realidade juvenil somente a essas duas necessidades retirando os acessos culturais e artiacutesticos ou melhor o lazer do contexto juvenil em se tratando do segundo vieacutes oa jovem eacute visto como etapa problemaacutetica ldquoo sujeito aparece a partir dos problemas que ameaccedilam a ordem social ou desde o deacuteficit nas manifestaccedilotildees de seu desenvolvimentordquo (ABRAMO 2005 p 20) haacute uma ecircnfase no ldquojovem problemardquo que transgride as normas preacute-estabelecidas Para Abramo (2005 p 21) ldquono Brasil este foi o enfoque que praticamente dominou as accedilotildees dos anos 80 aos 90 foi uma das principais matrizes por onde o tema da juventude principalmente a lsquoemergentersquo juventude dos setores popularesrdquo causando um estigma social na vida dosas jovens onde estesas sofreram brutalmente a perda de seus diretos sociais sendo visto de forma generalizante causando em muitos adultos uma aversatildeo a seus projetos e sonhos

Verifica-se na terceira categoria oa jovem como atoratriz estrateacutegico do desenvolvimento visando destacaacute-loa como mecanismo de enfrentamento ao sistema social mundial ou seja haacute um avanccedilo nesse entendimento de juventude como pontua Abramo

a noccedilatildeo de condiccedilatildeo juvenil remete em primeiro lugar a uma etapa do ciclo de vida de ligaccedilatildeo (transiccedilatildeo diz a noccedilatildeo claacutessica) entre a infacircncia tempo da primeira fase de desenvolvimento corporal (fiacutesica emocional intelectual) e da primeira socializaccedilatildeo de quase total dependecircncia e necessidade de produccedilatildeo para a idade adulta em tese a do aacutepice do desenvolvimento e de plena cidadania que diz respeito principalmente a se tornar capaz de exercer as dimensotildees de produccedilatildeo (sustentar a si proacuteprio e a outros)

Esta concepccedilatildeo avanccedila no reconhecimento dos jovens como atores dinacircmicos da sociedade e com potencialidades para responder aos desafios colocados pelas inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e transformaccedilotildees produtivas Traz assim a possibilidade de incorporar os jovens em situaccedilatildeo de exclusatildeo natildeo pela oacutetica do risco e da vulnerabilidade mas numa perspectiva includente (2005 p 21)

Abramo refere-se agrave primeira categoria sistematizada por Krauskopf afirmando que

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

haacute nessa perspectiva um diaacutelogo muito superficial no modo de perceber o contexto social que osas jovens satildeo protagonis-tas e como estes espaccedilosmodelos de fato favorecem que elesas sejam atoresatrizes com papeacuteis especiacuteficos de transforma-ccedilotildees Visando respaldar esses direitos haacute uma ecircnfase emanci-padora na quarta categoria destacada por Krauskopf que eacute a juventude cidadatilde como sujeita das poliacuteticas como afirma o termo osas jovens satildeo entendidos como canais iacutempares para a efetivaccedilatildeo de direitos sociais retirando o roacutetulo como etapa ldquotransitoacuteriardquo ou ldquoproblemardquo essa concepccedilatildeo olha oa jovem como sujeito autocircnomo que guarda em sua realidade cultural um arcabouccedilo de conhe-cimentos e realidades E eacute por meio dessa realidade que se verifica uma accedilatildeo poliacutetica juvenil na atualidade respaldado por iniciativas accedilotildees e espaccedilos que osas garantam como sujeitos de direitos Das megaloacutepoles agraves pequenas cidades osas jovens sa-iacuteram agraves ruas ldquogritando palavras de ordem de uma nova or-demrdquo Ordem esta que pode ser entendida pela necessidade da efetivaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude (PPJs) para si e inuacutemeras minorias sociais que tecircm seus direitos cerceados cotidianamente

As manifestaccedilotildees juvenis por direitos so-ciais mostram-se contraacuterias aos discursos acerca da passividade dosas jovens por meio dessa mobilizaccedilatildeo verificou-se que elesas querem ter seus direitos efetivados direitos estes destacados na Carta Magna estando cansadosas de verem seus pares sendo vitimadosas nas ruas das cidades e campos por falta de emprego educaccedilatildeo cultura lazer esporte ou seja cidadania Natildeo se pode acreditar que somente sair agraves ruas basta para romper a estrutura his-toacuterica de dominaccedilatildeo das maiorias sob osas minorizadosas Deve-se pensar em accedilotildees poliacuteticas que garantam os direitos juvenis frente a essas realidades destaca-se desde os anos 2000 uma reflexatildeo importante en-tre Governo e Movimentos Sociais acerca da garantia de direitos aosas jovens por meio das Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude

que resguardam as demandas de uma parcela significativa des-sa populaccedilatildeo sobretudo osas jovens em vulnerabilidade social e risco pessoal Neste processo em 2005 foi sancionada pelo Presidente a lei 11129 que criou a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) organismo do Governo Federal responsaacutevel por promover a integraccedilatildeo de todas as accedilotildees que tem como foco o puacuteblico juvenil tornando-se a principal referecircncia governamental no que diz respeito agrave juventude tanto na interlocuccedilatildeo com a so-ciedade civil (movimentos ONGs grupos juvenis etc) como no trabalho conjunto entre os Ministeacuterios e Secretarias visando agrave criaccedilatildeo de mais programas e accedilotildees Nesta conjuntura osas jovens vecircm ocupando este es-paccedilo de forma efetiva desconstruindo o olhar da juventude meramente como fase transitoacuteria Satildeo jovens que produzem constroem vivem relacionam-se onde se encontram questotildees sociais especiacuteficas e por isso necessitadosas de poliacuteticas puacutebli-cas que garantam essas demandas Frente agrave mudanccedila do entendimento das categorias juvenis e de toda a garantia de direitos que estesas vecircm adquirindo eacute necessaacuterio efetivar uma accedilatildeo educativa que colaborem de fato a serem autocircnomosas e problematizadoresas de suas realida-des sociais transformando-as

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IR MaacuteRCIO DINIZ FeRReIRA SCIntegrante da equipe teacutecnica da Juventude Cristo Rei

Referecircncias bibliograacuteficas

ABRAMO helena Wendel Cenas Juvenis - punks e Darks no espetaacuteculo urbano Satildeo Paulo Scritta 1994

ABRAMO helena Wendel e BRANCO Pedro Paulo Martoni (orgs) Retratos da Juventude Brasileira Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo Instituto da Cidadania 2005

_______ O uso das noccedilotildees de adolescecircncia e juventude no contexto brasileiro In FReItAS de Maria Virgiacutenia (orgs) Juventude e Adolescecircncia no Brasil referenciais conceituais Satildeo Paulo Accedilatildeo educativa 2005

BOFF leonardo Criacuteticos criativos e cuidantes 2005 Disponiacutevel em httpwwwleonardoboffcomsitevista2004abril23htm Acesso em 06 abril 2014

BOURDIeU P Questotildees de sociologia Rio de Janeiro Marco Zero 1983

CAStRO Mary Garcia ABRAMOVAY Miriam Quebrando mitos juventude participaccedilatildeo e poliacuteticas Perfil percepccedilotildees e recomendaccedilotildees dos participantes da 1ordm Conferencia Nacional de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude resumo executivo Brasiacutelia RItlA 2009

KRAUSKOPF Poliacuteticas de juventude em centroamerica Primeira Deacutecada 2003 pags 8 -25

NOVAeS Regina Reys Poliacutetica de Juventude no Brasil continuidades e rupturas In FAacuteVERO Osmar Juventude e Contemporaneidade Brasiacutelia RItlA 2009

SPOSItO Mariacutelia Ponte amp CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Juventude e Poliacuteticas puacuteblicas Revista Brasileira de Educaccedilatildeo n 2 setdez 2003

opiniatildeo

embasadosas por accedilotildees cidadatildes almeja-se que osas jo-vens sejam sujeitos de direitos emancipadosas e emancipa-doresas Que por meio da identificaccedilatildeo do loacutecus social que osas cercam osas jovens possam ser ainda mais criacuteticos criati-vos e cuidantes

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artigo

zada a normativa a gramaacutetica a partir de uma perspectiva de estudo ndash ldquodescritivardquo ldquogerativardquo ldquofuncionalrdquo e ldquotextualrdquo como disciplina escolar e como um livro Antunes (2007 p25-34) explica esses conceitos de forma clara A ldquogramaacutetica internalizadardquo eacute aquela que corresponde ao saber intuitivo do falante envolve todos os usos da liacutengua isto eacute em diversos niacuteveis - do informal para o formal - e em todas situaccedilotildees soacutecio-comunicativas como o proacuteprio autor declara ldquonada na liacutengua em nenhuma liacutengua escapa a essa gramaacuteti-cardquo (2007 p 26) A partir dos trecircs anos de idade crianccedilas satildeo capazes de se comunicar por estruturas linguiacutesticas comple-xas por exemplo ao optar pela variaccedilatildeo ldquominhas colegasrdquo ou ldquomeus colegosrdquo uma crianccedila demonstra ter conhecimento da variaccedilatildeo de gecircnero Natildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma culta a do bem falar segue uma gramaacutetica

O assunto eacute polecircmico e tem sido ques-tionado entre linguistas e vaacuterios es-tudiosos da aacuterea de letras Por que

se ensina a gramaacutetica na escola A bibliogra-fia eacute extensa e em grande parte dela o enfo-que no trabalho com a gramaacutetica normativa eacute visto como o principal causador do insu-cesso dos alunos dos Ensinos Fundamental e Meacutedio quando se trata da competecircncia co-municativa ou seja os educandos muitas vezes natildeo se expressam de forma satisfa-toacuteria atraveacutes da escrita e da oralidade por consequecircncia se desinteressam da leitura e das aulas de Liacutengua Portuguesa O que fazer entatildeo Abolir as noccedilotildees de gramaacutetica das aulas de liacutengua materna Inicialmente eacute importante ressaltar a diferenccedila baacutesica entre ldquoliacutenguardquo e ldquogramaacuteti-cardquo jaacute que muitas vezes ambos os concei-tos satildeo confundidos De acordo com Ernani terra (2008 p 22) a liacutengua eacute um aspecto da linguagem que utiliza a palavra (o ver-bo) para a comunicaccedilatildeo eacute um sistema de natureza gramatical pertencente aos indiviacuteduos formado por um sistema de sinais e regras - a gramaacutetica em um sentido mais amplo Ele ainda afirma que eacute uma instituiccedilatildeo social abstrata ou seja que eacute ex-terior aos indiviacuteduos e que se concretiza atraveacutes da fala um ato particular do ser humano Contudo a gramaacutetica para Irandeacute Antunes (2007 p41) limita-se a uma parte da liacutengua e tem a funccedilatildeo regularizadora ou seja de impor limites poreacutem natildeo consegue regular tudo toda pessoa escolarizada quando questionada ldquosobre o que eacute gramaacuteticardquo dispotildee de um conceito baacutesico trata-se das regras de uma liacutengua tal definiccedilatildeo natildeo eacute errada poreacutem pre-cisa ser ampliada A gramaacutetica regula a liacutengua no entanto haacute outros tipos de gramaacuteticas que devem ser compreendidos para que o leitor possa entender melhor a problemaacutetica a internali-

Por que ensinar gramaacutetica na escolaEacute possiacutevel fazer ciecircncia nas aulas de Liacutengua Portuguesa

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pois todas as variantes comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intui-tiva atraveacutes do uso das atividades sociais do conviacutevio com a famiacutelia A escola viraacute posteriormente para ampliar esse conhe-cimento portanto ele natildeo deve ser menosprezado A segunda concepccedilatildeo vecirc a gramaacutetica como um conjunto de normas que regulam o uso da liacutengua ela natildeo considera toda a realidade comunicativa apenas aquela considerada aceitaacute-vel atraveacutes da oacutetica da liacutengua prestigiada socialmente Aqui o importante eacute o domiacutenio das regras do que eacute certo e do que eacute errado do que deve e natildeo ser dito Tais prescriccedilotildees natildeo satildeo feitas por razotildees puramente linguiacutesticas mas por motivos his-toacutericos sociais e econocircmicos Logo eacute importante questionar-se do porquecirc das variantes das classes sociais menos favorecidas natildeo serem consideradas padratildeo na liacutengua Predomina-se o es-tudo da liacutengua na forma escrita natildeo na falada A gramaacutetica como uma perspectiva de estudo indica uma maneira de estudo eou um meacutetodo de investigaccedilatildeo sobre a liacutengua Surgiram assim durante os estudos sobre a linguagem diversas perspectivas sobre a mesma (terra 2008 p79-80)

a) A Gramaacutetica descritiva natildeo prescreve regras do que eacute certo ou errado e sim verifica as uniformidades e diferenccedilas presentes na liacutengua em decorrecircncia de seu uso

b) A Gramaacutetica gerativa criada pelo linguista norte-americano Chomsky na deacutecada de 1950 procura explicar os fatos linguiacutesticos como satildeo produzidos com o objetivo de se estabelecer um modelo geral baseado em princiacutepios universais dos quais derivam as gramaacuteticas de cada liacutengua em particular

c) A Gramaacutetica funcional trabalha com a interpretaccedilatildeo satisfatoacuteria dos signos linguiacutesticos que natildeo satildeo analisados apenas como codificaccedilatildeo e descodificaccedilatildeo

d) A gramaacutetica textual tem como objeto de estudo o texto com o fim de explicitar regras para que o falante produza bons textos

artigo

A concepccedilatildeo de gramaacutetica como disciplina escolar reduz todos esses conceitos traz para a sala de aula uma visatildeo em que a gramaacutetica normativa corresponde agrave liacutengua A partir daiacute tem-se um problema pois todas as variantes satildeo excluiacutedas e separa-se a produccedilatildeo textual a leitura e a gramaacutetica como se as trecircs ldquofrentesrdquo da disciplina de liacutengua portuguesa fossem independentes mas natildeo satildeo Mostra-se para o aluno o certo e o errado natildeo haacute espaccedilo para as diversas situaccedilotildees interativas de comunicaccedilatildeo A uacuteltima concepccedilatildeo de gramaacutetica a de um livro que pode ser mais prescritiva eou descritiva Focaliza-se nas estruturas da liacutengua e as hipoacuteteses do que eacute considerado padratildeo e corre-to ela tem a funccedilatildeo de prescrever uma forma uacutenica e correta de comunicaccedilatildeo Um livro de gramaacutetica tambeacutem pode ser des-critivo exibindo as estruturas da liacutengua de forma descontex-tualizada sem o enfoque nas situaccedilotildees reais de comunicaccedilatildeo Desse modo eacute privilegiada a modalidade escrita principalmen-te as expressotildees da literatura e da imprensa Qual a relaccedilatildeo desses conceitos agrave rotina escolar Como jaacute foi mencionado neste artigo a partir do momento em que a es-cola e ou professor consideram a gramaacutetica normativa como a uacutenica variante possiacutevel excluem-se todas as possibilidades de leitura e anaacutelise da liacutengua com isso o intuito da ampliaccedilatildeo do conhecimento linguiacutestico do aluno Natildeo se pode esquecer que ele tem uma gramaacutetica internalizada desenvolvida ao longo dos anos e que a gramaacutetica que ele aprenderaacute ou pelo menos

ldquoNatildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma

culta a do bem falar segue uma gramaacutetica pois todas as variantes

comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida

naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intuitiva atraveacutes

do usordquo

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artigo

ldquoCabe ao professor independente do material com que trabalhe ndash livro

apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave

liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situaccedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute

utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais

regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito

mais proacutexima da realidade do alunordquo

conheceraacute no ambiente escolar representa a estrutura de uma das variantes da liacutengua Para Antunes (2007 p 41) a comunicaccedilatildeo eficaz natildeo estaacute relacionada ao domiacutenio das regras de uma liacutengua agraves diferenccedilas das classes gramaticais e suas combinaccedilotildees pos-siacuteveis Haacute outras habilidades que devem ser desenvolvidas ldquotudo isso eacute necessaacuterio mas natildeo suficienterdquo (Ibid p 41) O autor ainda completa salientando que em muitos dos casos quando se ensina gramaacutetica nas aulas de Liacutengua Portuguesa esta natildeo parece ter em nada a ver com a lin-guagem do dia a dia com a liacutengua que nos pertence ou seja eacute muito distante da liacutengua utilizada pelos jovens tanto na fala como nas redes sociais O que se deve fazer entatildeo A gramaacutetica deve ser ex-tinguida da escola e as aulas de Liacutengua Portuguesa devem abordar apenas a leitura e a escrita Provavelmente natildeo O grande problema estaacute no enfoque e na importacircncia que ela recebe Muitos professores de Liacutengua Portuguesa jaacute notaram quantos dos seus alunos satildeo bons leitores produzem boas re-daccedilotildees mas tecircm peacutessimo desempenho nas avaliaccedilotildees de gra-maacutetica ou o oposto satildeo excelentes em provas que envolvem a norma e peacutessimos em questotildees interpretativas Obviamente haacute aqueles alunos que possuem mais facilidade com a lingua-gem e apresentam desempenho satisfatoacuterio em gramaacutetica lei-tura e escrita E o que isso quer dizer Que da forma como os alunos estudam a gramaacutetica estrutural e desconexa em pouco ou quase nada ela ajuda os alunos no desenvolvimento da competecircncia linguiacutestica Cabe ao professor independente do material com que tra-balhe ndash livro apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situ-accedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito mais proacutexima da realidade do aluno escrever ldquoOw vc ta airdquo natildeo eacute considerado correto em uma situaccedilatildeo formal muito menos na escola mas mostrar aos alunos que na internet isso eacute possiacutevel todavia em um processo seletivo para uma vaga no mercado de trabalho ou em uma redaccedilatildeo para vestibular e concurso puacuteblico seria causa de desclassificaccedilatildeo Outro motivo que justifica o desinteresse das crianccedilas e adolescentes agraves aulas de liacutengua Portuguesa e agraves demais dis-ciplinas refere-se agrave realidade que os cercam satildeo vaacuterios jogos

aplicativos redes sociais viacutedeo games e isso faz com que eles tenham acesso a todo e qualquer tipo de entretenimento e informaccedilatildeo instantaneamente e eacute claro que fica muito difiacutecil competir com o mundo digital quando se tem um capiacutetulo de conjugaccedilatildeo verbal para se trabalhar em sala por exemplo Assim como os outros estudiosos Luiz Carlos Travaglia (2003) afirma que o ensino de liacutengua materna pode alcan-

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artigo

Referecircncias bibliograacuteficas

Travaglia Luiz Carlos Gramaacutetica ensino plural Cortez Editora 2003

Antunes Irandeacute Muito Aleacutem da Gramaacutetica Satildeo Paulo Paraacutebola 2007

Terra Ernani Linguagem liacutengua e fala Ernani Terra Satildeo Paulo Scipione 2008 (Coleccedilatildeo Percursos)

ReNAtO GUIMARAtildeeS Al lAGeProfessor de Gramaacutetica do 8ordm ano

do Coleacutegio Cristo Rei Graduado em Letras pela Universidade Estadual de

londrina (Uel)

ccedilar dois objetivos ensinar a liacutengua atraveacutes da formaccedilatildeo de usuaacuterios competentes da liacutengua e que tenham competecircncia comunicativa O que isso significa Que cada pessoa saiba usar a liacutengua de acordo com a situaccedilatildeo de interaccedilatildeo comunicativa a fim de obter os efeitos desejados O outro objetivo relaciona-se ao ensino sobre a liacutengua ou seja a sistematizaccedilatildeo da mesma em que os alunos tecircm conhecimento da liacutengua e podem ser analistas dela e eacute aiacute que entra a gramaacutetica

Para travaglia (2003) trabalhar gramaacutetica com os alunos pode 1 Oferecer informaccedilatildeo cultural conhecimentos teoacutericos so-

bre a liacutengua como as classes de palavras e as funccedilotildees sintaacuteticas natildeo tecircm aplicaccedilatildeo imediata para a maioria das profissotildees poreacutem a nossa sociedade valoriza certa dose de conhecimentos teoacuterico-cientiacuteficos que nem sempre satildeo aplicaacuteveis visto as aacutereas de fiacutesica quiacutemica biologia artes histoacuteria

2 Instrumentalizar com recursos para situaccedilotildees praacuteticas como o conhecimento do alfabeto que eacute indispensaacutevel para se fazer uma listagem ou procurar palavras em um dicionaacuterio o conhecimento das flexotildees verbais ldquodanccedilo danccedilava danccedilareirdquo e suas variaccedilotildees semacircnticas quanto ao tempo a possibilidade de utilizar o conhecimento sobre a liacutengua para ensinar a proacutepria liacutengua quando um professor cita ldquoeste verbordquo ldquo a viacutergulardquo ldquoo sujeitordquo ou seja a temida nomenclatura

3 Desenvolver o raciociacutenio a capacidade de pensar ensinar a fazer ciecircncia como a matemaacutetica e a biologia por exem-plo quando se estuda a liacutengua e os fenocircmenos gramati-cais estaacute se fazendo ciecircncia Com o ensino da gramaacutetica eacute possiacutevel fazer com que o aluno perceba as irregularidades da liacutengua e das proacuteprias regras prescritas pela norma Eacute desenvolvida entatildeo a capacidade de observar formular hipoacuteteses buscar comprovaccedilatildeo ou falsificaccedilatildeo A aula de gramaacutetica pode propiciar ao educando um momento de estudo e de pesquisa dando-lhe um caraacuteter de indepen-decircncia intelectual Eacute possiacutevel desenvolver a percepccedilatildeo de que a verdade sobre os mundos natural ou social natildeo estatildeo prontas nos livros e cabe portanto a ele (o aluno) como ser participante do processo de aprendizagem criar hipoacute-teses criacuteticas e aceitar ou refutar as novas descobertas

As aulas de Liacutengua Portuguesa tecircm todos os ingredientes possiacuteveis para tornarem-se mais atrativas aos jovens ndash eacute a liacutengua materna deles todo e qualquer tipo de texto pode ser trabalhado em sala de aula por exemplo Eacute fundamental que o docente tenha consigo os conceitos de liacutengua e gramaacuteti-ca muito bem elaborados e principalmente que o professor amplie a visatildeo de mundo do aluno Tornaacute-lo participativo no processo de aprendizagem como o protagonista das accedilotildees comunicativas pode ser uma alternativa especialmente quan-do ele estaacute envolvido com o fazer ciecircncia

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resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Coleacutegio Cristo Rei

Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

redaccedilotildeesde alunos

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

redaccedilotildees de alunos

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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artigo

GILSON CARDOSOFormado em Psicologia pela Unimar com Poacutes Graduaccedilatildeo em Psico-pedagogia Cliacutenica e Institucional pelo INDEP Atua como Psicoacutelogo Educacional no Centro Escola Municipal de Atendimento Educacio-nal Especializado da Secretaria da Educaccedilatildeo Psicoacutelogo do Ensino

Fundamental II do Coleacutegio Cristo Rei e atuaccedilatildeo cliacutenica

SABRINA ALVES DIAS Pedagoga e Mestre em Educaccedilatildeo Especial

TacircNIA PAULA FERNANDES CORRecircA DOS SANTOSPsicoacuteloga Educacional do CEMAEE - Mariacutelia

Referecircncias bibliograacuteficas

CASSIS M et al Manual de Psicologia Escolar - Educacional Curitiba Graacutefica e editora Unificado 2007 45p

O que eacute Psicologia Educacional Documento virtual disponiacutevel em httpcaminhandopsicologianocomunidadesnetindexphppagina=1017014182 Acesso em 03042014

Orientaccedilatildeo Sobre as Atribuiccedilotildees do Psicoacutelogo no Contexto Escolar e educacional Nota teacutecnica disponiacutevel em httpwwwcrpsporgbrportalmidiafiquedeolho_veraspxid=72 Acesso em 03042014

SANTrsquoANA I M Contribuiccedilotildees da Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo Escolar na Educaccedilatildeo Inclusiva Concepccedilotildees de Professores e Diretores Artigo disponiacutevel em httpwwwufsjedubrportal2repositorioFilevertentesv201920n202Izabella_Mendespdf Acesso em 03042014

Colaboraccedilatildeo

Educaccedilatildeo atuando na escola junto ao administrativo com os professores os alunos os funcionaacuterios e a comunidade (CAS-SINS et Al 2007) Para finalizar considerando a complexidade e diversidade que as novas propostas e leis que regem a Educaccedilatildeo em to-dos os seus niacuteveis e modalidades podemos compreender a importacircncia do trabalho da Psicologia e de sua contribuiccedilatildeo para uma Educaccedilatildeo que forma organiza mas que acima de tudo estaacute em favor de uma sociedade que natildeo exclui que compreenda o ser humano em suas necessidades e favoreccedila caminhos para que esta pessoa construa a sua autonomia reconhecendo-se enquanto cidadatildeo e indiviacuteduo Efetivando aqui a citaccedilatildeo realizada no iniacutecio desta apresentaccedilatildeo

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a delimitaccedilatildeo da idade eacute uma referecircncia mas natildeo eacute o uacutenico elemento a ser considerado Precisamos contudo de um paracircmetro Eacute necessaacuterio ter presente que a diversidade dosas jovens se manifesta de maneira variada por exemplo nas cidades e no campo Essa diversidade estaacute atravessada pelas questotildees da raccedila da etnia da cultura do gecircnero do rendimento familiar do local de moradia (centro periferia cidade grande pequena campo) e do acesso aos bens e serviccedilos (2001 p 59)

opiniatildeoldquoSe somos

progressistas realmente

abertos ao outro

e a outra devemos nos esforccedilar com

humildade para diminuir ao maacuteximo a

distacircncia entre o que dizemos

e o que fazemosrdquo

(Paulo Freire)

Lourival Rodrigues da Silva destaca que

Quem satildeo e o que querem as Juventudes

Atuaccedilatildeo de jovens descontroacutei antigos

conceitos e traccedila novas concepccedilotildees para a

condiccedilatildeo juvenil

O conceito ldquojuventudesrdquo pode ser entendido como uma categoria que estaacute em permanente construccedilatildeo social e histoacuterica por levar em consideraccedilatildeo as dimensotildees

bioloacutegicas sociais psiacutequicas culturais poliacuteticas e econocircmicas O que se constituem em muacuteltiplas maneiras de viver a con-diccedilatildeo juvenil Deste modo eacute possiacutevel dirigir um olhar sobre a juventude que contemple a sua diversidade Pois a agregaccedilatildeo por idade natildeo traduz as identificaccedilotildees possiacuteveis que a situaccedilatildeo cotidiana revela

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opiniatildeo

ldquohaacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar

definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para estesrdquo

Novaes (2009) Sposito amp Carrano (2003) Castro amp Abra-movay (2003 2009) e Abramo (2005) empregam a expressatildeo ldquojuventudesrdquo como forma de enfatizar que ao se tratar de jo-vens deve-se reconhecer uma realidade plural e multifacetada Para Bourdieu (1983) haacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para es-tes em contraponto outrosas autoresas definem a juventude como passagem transitoacuteria da adolescecircncia para a fase adulta como destaca Krauskopf (2003) em quatro categorias a juven-tude como periacuteodo preparatoacuterio a juventude como etapa pro-blemaacutetica o jovem como ator estrateacutegico do desenvolvimento e de uma forma mais integral e protagonista a juventude cida-datilde como sujeita de direitos

reproduccedilatildeo (gerar e cuidar dos filhos) e participaccedilatildeo (nas decisotildees deveres e direitos que regulam a sociedade) (2005 p40-41) Neste sentido a juventude eacute a transiccedilatildeo de acesso agrave vida adulta por meio do trabalho eou produccedilatildeo viabilizando o conceito de que elea (oa jovem) eacute um ser em preparaccedilatildeo onde o adulto eacute visto como o que viabilizaraacute esse processo ou seja o ldquoeducadorardquo que normatiza esse mecanismo favorecendo a estea ferramentas adequadas para seu desenvolvimento O olhar para oa jovem eacute feito unicamente pelo vieacutes do trabalho e estudo (ABRAMO 1994) fragmentando a realidade juvenil somente a essas duas necessidades retirando os acessos culturais e artiacutesticos ou melhor o lazer do contexto juvenil em se tratando do segundo vieacutes oa jovem eacute visto como etapa problemaacutetica ldquoo sujeito aparece a partir dos problemas que ameaccedilam a ordem social ou desde o deacuteficit nas manifestaccedilotildees de seu desenvolvimentordquo (ABRAMO 2005 p 20) haacute uma ecircnfase no ldquojovem problemardquo que transgride as normas preacute-estabelecidas Para Abramo (2005 p 21) ldquono Brasil este foi o enfoque que praticamente dominou as accedilotildees dos anos 80 aos 90 foi uma das principais matrizes por onde o tema da juventude principalmente a lsquoemergentersquo juventude dos setores popularesrdquo causando um estigma social na vida dosas jovens onde estesas sofreram brutalmente a perda de seus diretos sociais sendo visto de forma generalizante causando em muitos adultos uma aversatildeo a seus projetos e sonhos

Verifica-se na terceira categoria oa jovem como atoratriz estrateacutegico do desenvolvimento visando destacaacute-loa como mecanismo de enfrentamento ao sistema social mundial ou seja haacute um avanccedilo nesse entendimento de juventude como pontua Abramo

a noccedilatildeo de condiccedilatildeo juvenil remete em primeiro lugar a uma etapa do ciclo de vida de ligaccedilatildeo (transiccedilatildeo diz a noccedilatildeo claacutessica) entre a infacircncia tempo da primeira fase de desenvolvimento corporal (fiacutesica emocional intelectual) e da primeira socializaccedilatildeo de quase total dependecircncia e necessidade de produccedilatildeo para a idade adulta em tese a do aacutepice do desenvolvimento e de plena cidadania que diz respeito principalmente a se tornar capaz de exercer as dimensotildees de produccedilatildeo (sustentar a si proacuteprio e a outros)

Esta concepccedilatildeo avanccedila no reconhecimento dos jovens como atores dinacircmicos da sociedade e com potencialidades para responder aos desafios colocados pelas inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e transformaccedilotildees produtivas Traz assim a possibilidade de incorporar os jovens em situaccedilatildeo de exclusatildeo natildeo pela oacutetica do risco e da vulnerabilidade mas numa perspectiva includente (2005 p 21)

Abramo refere-se agrave primeira categoria sistematizada por Krauskopf afirmando que

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

haacute nessa perspectiva um diaacutelogo muito superficial no modo de perceber o contexto social que osas jovens satildeo protagonis-tas e como estes espaccedilosmodelos de fato favorecem que elesas sejam atoresatrizes com papeacuteis especiacuteficos de transforma-ccedilotildees Visando respaldar esses direitos haacute uma ecircnfase emanci-padora na quarta categoria destacada por Krauskopf que eacute a juventude cidadatilde como sujeita das poliacuteticas como afirma o termo osas jovens satildeo entendidos como canais iacutempares para a efetivaccedilatildeo de direitos sociais retirando o roacutetulo como etapa ldquotransitoacuteriardquo ou ldquoproblemardquo essa concepccedilatildeo olha oa jovem como sujeito autocircnomo que guarda em sua realidade cultural um arcabouccedilo de conhe-cimentos e realidades E eacute por meio dessa realidade que se verifica uma accedilatildeo poliacutetica juvenil na atualidade respaldado por iniciativas accedilotildees e espaccedilos que osas garantam como sujeitos de direitos Das megaloacutepoles agraves pequenas cidades osas jovens sa-iacuteram agraves ruas ldquogritando palavras de ordem de uma nova or-demrdquo Ordem esta que pode ser entendida pela necessidade da efetivaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude (PPJs) para si e inuacutemeras minorias sociais que tecircm seus direitos cerceados cotidianamente

As manifestaccedilotildees juvenis por direitos so-ciais mostram-se contraacuterias aos discursos acerca da passividade dosas jovens por meio dessa mobilizaccedilatildeo verificou-se que elesas querem ter seus direitos efetivados direitos estes destacados na Carta Magna estando cansadosas de verem seus pares sendo vitimadosas nas ruas das cidades e campos por falta de emprego educaccedilatildeo cultura lazer esporte ou seja cidadania Natildeo se pode acreditar que somente sair agraves ruas basta para romper a estrutura his-toacuterica de dominaccedilatildeo das maiorias sob osas minorizadosas Deve-se pensar em accedilotildees poliacuteticas que garantam os direitos juvenis frente a essas realidades destaca-se desde os anos 2000 uma reflexatildeo importante en-tre Governo e Movimentos Sociais acerca da garantia de direitos aosas jovens por meio das Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude

que resguardam as demandas de uma parcela significativa des-sa populaccedilatildeo sobretudo osas jovens em vulnerabilidade social e risco pessoal Neste processo em 2005 foi sancionada pelo Presidente a lei 11129 que criou a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) organismo do Governo Federal responsaacutevel por promover a integraccedilatildeo de todas as accedilotildees que tem como foco o puacuteblico juvenil tornando-se a principal referecircncia governamental no que diz respeito agrave juventude tanto na interlocuccedilatildeo com a so-ciedade civil (movimentos ONGs grupos juvenis etc) como no trabalho conjunto entre os Ministeacuterios e Secretarias visando agrave criaccedilatildeo de mais programas e accedilotildees Nesta conjuntura osas jovens vecircm ocupando este es-paccedilo de forma efetiva desconstruindo o olhar da juventude meramente como fase transitoacuteria Satildeo jovens que produzem constroem vivem relacionam-se onde se encontram questotildees sociais especiacuteficas e por isso necessitadosas de poliacuteticas puacutebli-cas que garantam essas demandas Frente agrave mudanccedila do entendimento das categorias juvenis e de toda a garantia de direitos que estesas vecircm adquirindo eacute necessaacuterio efetivar uma accedilatildeo educativa que colaborem de fato a serem autocircnomosas e problematizadoresas de suas realida-des sociais transformando-as

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IR MaacuteRCIO DINIZ FeRReIRA SCIntegrante da equipe teacutecnica da Juventude Cristo Rei

Referecircncias bibliograacuteficas

ABRAMO helena Wendel Cenas Juvenis - punks e Darks no espetaacuteculo urbano Satildeo Paulo Scritta 1994

ABRAMO helena Wendel e BRANCO Pedro Paulo Martoni (orgs) Retratos da Juventude Brasileira Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo Instituto da Cidadania 2005

_______ O uso das noccedilotildees de adolescecircncia e juventude no contexto brasileiro In FReItAS de Maria Virgiacutenia (orgs) Juventude e Adolescecircncia no Brasil referenciais conceituais Satildeo Paulo Accedilatildeo educativa 2005

BOFF leonardo Criacuteticos criativos e cuidantes 2005 Disponiacutevel em httpwwwleonardoboffcomsitevista2004abril23htm Acesso em 06 abril 2014

BOURDIeU P Questotildees de sociologia Rio de Janeiro Marco Zero 1983

CAStRO Mary Garcia ABRAMOVAY Miriam Quebrando mitos juventude participaccedilatildeo e poliacuteticas Perfil percepccedilotildees e recomendaccedilotildees dos participantes da 1ordm Conferencia Nacional de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude resumo executivo Brasiacutelia RItlA 2009

KRAUSKOPF Poliacuteticas de juventude em centroamerica Primeira Deacutecada 2003 pags 8 -25

NOVAeS Regina Reys Poliacutetica de Juventude no Brasil continuidades e rupturas In FAacuteVERO Osmar Juventude e Contemporaneidade Brasiacutelia RItlA 2009

SPOSItO Mariacutelia Ponte amp CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Juventude e Poliacuteticas puacuteblicas Revista Brasileira de Educaccedilatildeo n 2 setdez 2003

opiniatildeo

embasadosas por accedilotildees cidadatildes almeja-se que osas jo-vens sejam sujeitos de direitos emancipadosas e emancipa-doresas Que por meio da identificaccedilatildeo do loacutecus social que osas cercam osas jovens possam ser ainda mais criacuteticos criati-vos e cuidantes

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artigo

zada a normativa a gramaacutetica a partir de uma perspectiva de estudo ndash ldquodescritivardquo ldquogerativardquo ldquofuncionalrdquo e ldquotextualrdquo como disciplina escolar e como um livro Antunes (2007 p25-34) explica esses conceitos de forma clara A ldquogramaacutetica internalizadardquo eacute aquela que corresponde ao saber intuitivo do falante envolve todos os usos da liacutengua isto eacute em diversos niacuteveis - do informal para o formal - e em todas situaccedilotildees soacutecio-comunicativas como o proacuteprio autor declara ldquonada na liacutengua em nenhuma liacutengua escapa a essa gramaacuteti-cardquo (2007 p 26) A partir dos trecircs anos de idade crianccedilas satildeo capazes de se comunicar por estruturas linguiacutesticas comple-xas por exemplo ao optar pela variaccedilatildeo ldquominhas colegasrdquo ou ldquomeus colegosrdquo uma crianccedila demonstra ter conhecimento da variaccedilatildeo de gecircnero Natildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma culta a do bem falar segue uma gramaacutetica

O assunto eacute polecircmico e tem sido ques-tionado entre linguistas e vaacuterios es-tudiosos da aacuterea de letras Por que

se ensina a gramaacutetica na escola A bibliogra-fia eacute extensa e em grande parte dela o enfo-que no trabalho com a gramaacutetica normativa eacute visto como o principal causador do insu-cesso dos alunos dos Ensinos Fundamental e Meacutedio quando se trata da competecircncia co-municativa ou seja os educandos muitas vezes natildeo se expressam de forma satisfa-toacuteria atraveacutes da escrita e da oralidade por consequecircncia se desinteressam da leitura e das aulas de Liacutengua Portuguesa O que fazer entatildeo Abolir as noccedilotildees de gramaacutetica das aulas de liacutengua materna Inicialmente eacute importante ressaltar a diferenccedila baacutesica entre ldquoliacutenguardquo e ldquogramaacuteti-cardquo jaacute que muitas vezes ambos os concei-tos satildeo confundidos De acordo com Ernani terra (2008 p 22) a liacutengua eacute um aspecto da linguagem que utiliza a palavra (o ver-bo) para a comunicaccedilatildeo eacute um sistema de natureza gramatical pertencente aos indiviacuteduos formado por um sistema de sinais e regras - a gramaacutetica em um sentido mais amplo Ele ainda afirma que eacute uma instituiccedilatildeo social abstrata ou seja que eacute ex-terior aos indiviacuteduos e que se concretiza atraveacutes da fala um ato particular do ser humano Contudo a gramaacutetica para Irandeacute Antunes (2007 p41) limita-se a uma parte da liacutengua e tem a funccedilatildeo regularizadora ou seja de impor limites poreacutem natildeo consegue regular tudo toda pessoa escolarizada quando questionada ldquosobre o que eacute gramaacuteticardquo dispotildee de um conceito baacutesico trata-se das regras de uma liacutengua tal definiccedilatildeo natildeo eacute errada poreacutem pre-cisa ser ampliada A gramaacutetica regula a liacutengua no entanto haacute outros tipos de gramaacuteticas que devem ser compreendidos para que o leitor possa entender melhor a problemaacutetica a internali-

Por que ensinar gramaacutetica na escolaEacute possiacutevel fazer ciecircncia nas aulas de Liacutengua Portuguesa

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pois todas as variantes comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intui-tiva atraveacutes do uso das atividades sociais do conviacutevio com a famiacutelia A escola viraacute posteriormente para ampliar esse conhe-cimento portanto ele natildeo deve ser menosprezado A segunda concepccedilatildeo vecirc a gramaacutetica como um conjunto de normas que regulam o uso da liacutengua ela natildeo considera toda a realidade comunicativa apenas aquela considerada aceitaacute-vel atraveacutes da oacutetica da liacutengua prestigiada socialmente Aqui o importante eacute o domiacutenio das regras do que eacute certo e do que eacute errado do que deve e natildeo ser dito Tais prescriccedilotildees natildeo satildeo feitas por razotildees puramente linguiacutesticas mas por motivos his-toacutericos sociais e econocircmicos Logo eacute importante questionar-se do porquecirc das variantes das classes sociais menos favorecidas natildeo serem consideradas padratildeo na liacutengua Predomina-se o es-tudo da liacutengua na forma escrita natildeo na falada A gramaacutetica como uma perspectiva de estudo indica uma maneira de estudo eou um meacutetodo de investigaccedilatildeo sobre a liacutengua Surgiram assim durante os estudos sobre a linguagem diversas perspectivas sobre a mesma (terra 2008 p79-80)

a) A Gramaacutetica descritiva natildeo prescreve regras do que eacute certo ou errado e sim verifica as uniformidades e diferenccedilas presentes na liacutengua em decorrecircncia de seu uso

b) A Gramaacutetica gerativa criada pelo linguista norte-americano Chomsky na deacutecada de 1950 procura explicar os fatos linguiacutesticos como satildeo produzidos com o objetivo de se estabelecer um modelo geral baseado em princiacutepios universais dos quais derivam as gramaacuteticas de cada liacutengua em particular

c) A Gramaacutetica funcional trabalha com a interpretaccedilatildeo satisfatoacuteria dos signos linguiacutesticos que natildeo satildeo analisados apenas como codificaccedilatildeo e descodificaccedilatildeo

d) A gramaacutetica textual tem como objeto de estudo o texto com o fim de explicitar regras para que o falante produza bons textos

artigo

A concepccedilatildeo de gramaacutetica como disciplina escolar reduz todos esses conceitos traz para a sala de aula uma visatildeo em que a gramaacutetica normativa corresponde agrave liacutengua A partir daiacute tem-se um problema pois todas as variantes satildeo excluiacutedas e separa-se a produccedilatildeo textual a leitura e a gramaacutetica como se as trecircs ldquofrentesrdquo da disciplina de liacutengua portuguesa fossem independentes mas natildeo satildeo Mostra-se para o aluno o certo e o errado natildeo haacute espaccedilo para as diversas situaccedilotildees interativas de comunicaccedilatildeo A uacuteltima concepccedilatildeo de gramaacutetica a de um livro que pode ser mais prescritiva eou descritiva Focaliza-se nas estruturas da liacutengua e as hipoacuteteses do que eacute considerado padratildeo e corre-to ela tem a funccedilatildeo de prescrever uma forma uacutenica e correta de comunicaccedilatildeo Um livro de gramaacutetica tambeacutem pode ser des-critivo exibindo as estruturas da liacutengua de forma descontex-tualizada sem o enfoque nas situaccedilotildees reais de comunicaccedilatildeo Desse modo eacute privilegiada a modalidade escrita principalmen-te as expressotildees da literatura e da imprensa Qual a relaccedilatildeo desses conceitos agrave rotina escolar Como jaacute foi mencionado neste artigo a partir do momento em que a es-cola e ou professor consideram a gramaacutetica normativa como a uacutenica variante possiacutevel excluem-se todas as possibilidades de leitura e anaacutelise da liacutengua com isso o intuito da ampliaccedilatildeo do conhecimento linguiacutestico do aluno Natildeo se pode esquecer que ele tem uma gramaacutetica internalizada desenvolvida ao longo dos anos e que a gramaacutetica que ele aprenderaacute ou pelo menos

ldquoNatildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma

culta a do bem falar segue uma gramaacutetica pois todas as variantes

comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida

naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intuitiva atraveacutes

do usordquo

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artigo

ldquoCabe ao professor independente do material com que trabalhe ndash livro

apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave

liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situaccedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute

utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais

regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito

mais proacutexima da realidade do alunordquo

conheceraacute no ambiente escolar representa a estrutura de uma das variantes da liacutengua Para Antunes (2007 p 41) a comunicaccedilatildeo eficaz natildeo estaacute relacionada ao domiacutenio das regras de uma liacutengua agraves diferenccedilas das classes gramaticais e suas combinaccedilotildees pos-siacuteveis Haacute outras habilidades que devem ser desenvolvidas ldquotudo isso eacute necessaacuterio mas natildeo suficienterdquo (Ibid p 41) O autor ainda completa salientando que em muitos dos casos quando se ensina gramaacutetica nas aulas de Liacutengua Portuguesa esta natildeo parece ter em nada a ver com a lin-guagem do dia a dia com a liacutengua que nos pertence ou seja eacute muito distante da liacutengua utilizada pelos jovens tanto na fala como nas redes sociais O que se deve fazer entatildeo A gramaacutetica deve ser ex-tinguida da escola e as aulas de Liacutengua Portuguesa devem abordar apenas a leitura e a escrita Provavelmente natildeo O grande problema estaacute no enfoque e na importacircncia que ela recebe Muitos professores de Liacutengua Portuguesa jaacute notaram quantos dos seus alunos satildeo bons leitores produzem boas re-daccedilotildees mas tecircm peacutessimo desempenho nas avaliaccedilotildees de gra-maacutetica ou o oposto satildeo excelentes em provas que envolvem a norma e peacutessimos em questotildees interpretativas Obviamente haacute aqueles alunos que possuem mais facilidade com a lingua-gem e apresentam desempenho satisfatoacuterio em gramaacutetica lei-tura e escrita E o que isso quer dizer Que da forma como os alunos estudam a gramaacutetica estrutural e desconexa em pouco ou quase nada ela ajuda os alunos no desenvolvimento da competecircncia linguiacutestica Cabe ao professor independente do material com que tra-balhe ndash livro apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situ-accedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito mais proacutexima da realidade do aluno escrever ldquoOw vc ta airdquo natildeo eacute considerado correto em uma situaccedilatildeo formal muito menos na escola mas mostrar aos alunos que na internet isso eacute possiacutevel todavia em um processo seletivo para uma vaga no mercado de trabalho ou em uma redaccedilatildeo para vestibular e concurso puacuteblico seria causa de desclassificaccedilatildeo Outro motivo que justifica o desinteresse das crianccedilas e adolescentes agraves aulas de liacutengua Portuguesa e agraves demais dis-ciplinas refere-se agrave realidade que os cercam satildeo vaacuterios jogos

aplicativos redes sociais viacutedeo games e isso faz com que eles tenham acesso a todo e qualquer tipo de entretenimento e informaccedilatildeo instantaneamente e eacute claro que fica muito difiacutecil competir com o mundo digital quando se tem um capiacutetulo de conjugaccedilatildeo verbal para se trabalhar em sala por exemplo Assim como os outros estudiosos Luiz Carlos Travaglia (2003) afirma que o ensino de liacutengua materna pode alcan-

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artigo

Referecircncias bibliograacuteficas

Travaglia Luiz Carlos Gramaacutetica ensino plural Cortez Editora 2003

Antunes Irandeacute Muito Aleacutem da Gramaacutetica Satildeo Paulo Paraacutebola 2007

Terra Ernani Linguagem liacutengua e fala Ernani Terra Satildeo Paulo Scipione 2008 (Coleccedilatildeo Percursos)

ReNAtO GUIMARAtildeeS Al lAGeProfessor de Gramaacutetica do 8ordm ano

do Coleacutegio Cristo Rei Graduado em Letras pela Universidade Estadual de

londrina (Uel)

ccedilar dois objetivos ensinar a liacutengua atraveacutes da formaccedilatildeo de usuaacuterios competentes da liacutengua e que tenham competecircncia comunicativa O que isso significa Que cada pessoa saiba usar a liacutengua de acordo com a situaccedilatildeo de interaccedilatildeo comunicativa a fim de obter os efeitos desejados O outro objetivo relaciona-se ao ensino sobre a liacutengua ou seja a sistematizaccedilatildeo da mesma em que os alunos tecircm conhecimento da liacutengua e podem ser analistas dela e eacute aiacute que entra a gramaacutetica

Para travaglia (2003) trabalhar gramaacutetica com os alunos pode 1 Oferecer informaccedilatildeo cultural conhecimentos teoacutericos so-

bre a liacutengua como as classes de palavras e as funccedilotildees sintaacuteticas natildeo tecircm aplicaccedilatildeo imediata para a maioria das profissotildees poreacutem a nossa sociedade valoriza certa dose de conhecimentos teoacuterico-cientiacuteficos que nem sempre satildeo aplicaacuteveis visto as aacutereas de fiacutesica quiacutemica biologia artes histoacuteria

2 Instrumentalizar com recursos para situaccedilotildees praacuteticas como o conhecimento do alfabeto que eacute indispensaacutevel para se fazer uma listagem ou procurar palavras em um dicionaacuterio o conhecimento das flexotildees verbais ldquodanccedilo danccedilava danccedilareirdquo e suas variaccedilotildees semacircnticas quanto ao tempo a possibilidade de utilizar o conhecimento sobre a liacutengua para ensinar a proacutepria liacutengua quando um professor cita ldquoeste verbordquo ldquo a viacutergulardquo ldquoo sujeitordquo ou seja a temida nomenclatura

3 Desenvolver o raciociacutenio a capacidade de pensar ensinar a fazer ciecircncia como a matemaacutetica e a biologia por exem-plo quando se estuda a liacutengua e os fenocircmenos gramati-cais estaacute se fazendo ciecircncia Com o ensino da gramaacutetica eacute possiacutevel fazer com que o aluno perceba as irregularidades da liacutengua e das proacuteprias regras prescritas pela norma Eacute desenvolvida entatildeo a capacidade de observar formular hipoacuteteses buscar comprovaccedilatildeo ou falsificaccedilatildeo A aula de gramaacutetica pode propiciar ao educando um momento de estudo e de pesquisa dando-lhe um caraacuteter de indepen-decircncia intelectual Eacute possiacutevel desenvolver a percepccedilatildeo de que a verdade sobre os mundos natural ou social natildeo estatildeo prontas nos livros e cabe portanto a ele (o aluno) como ser participante do processo de aprendizagem criar hipoacute-teses criacuteticas e aceitar ou refutar as novas descobertas

As aulas de Liacutengua Portuguesa tecircm todos os ingredientes possiacuteveis para tornarem-se mais atrativas aos jovens ndash eacute a liacutengua materna deles todo e qualquer tipo de texto pode ser trabalhado em sala de aula por exemplo Eacute fundamental que o docente tenha consigo os conceitos de liacutengua e gramaacuteti-ca muito bem elaborados e principalmente que o professor amplie a visatildeo de mundo do aluno Tornaacute-lo participativo no processo de aprendizagem como o protagonista das accedilotildees comunicativas pode ser uma alternativa especialmente quan-do ele estaacute envolvido com o fazer ciecircncia

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resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Coleacutegio Cristo Rei

Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

redaccedilotildeesde alunos

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

redaccedilotildees de alunos

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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a delimitaccedilatildeo da idade eacute uma referecircncia mas natildeo eacute o uacutenico elemento a ser considerado Precisamos contudo de um paracircmetro Eacute necessaacuterio ter presente que a diversidade dosas jovens se manifesta de maneira variada por exemplo nas cidades e no campo Essa diversidade estaacute atravessada pelas questotildees da raccedila da etnia da cultura do gecircnero do rendimento familiar do local de moradia (centro periferia cidade grande pequena campo) e do acesso aos bens e serviccedilos (2001 p 59)

opiniatildeoldquoSe somos

progressistas realmente

abertos ao outro

e a outra devemos nos esforccedilar com

humildade para diminuir ao maacuteximo a

distacircncia entre o que dizemos

e o que fazemosrdquo

(Paulo Freire)

Lourival Rodrigues da Silva destaca que

Quem satildeo e o que querem as Juventudes

Atuaccedilatildeo de jovens descontroacutei antigos

conceitos e traccedila novas concepccedilotildees para a

condiccedilatildeo juvenil

O conceito ldquojuventudesrdquo pode ser entendido como uma categoria que estaacute em permanente construccedilatildeo social e histoacuterica por levar em consideraccedilatildeo as dimensotildees

bioloacutegicas sociais psiacutequicas culturais poliacuteticas e econocircmicas O que se constituem em muacuteltiplas maneiras de viver a con-diccedilatildeo juvenil Deste modo eacute possiacutevel dirigir um olhar sobre a juventude que contemple a sua diversidade Pois a agregaccedilatildeo por idade natildeo traduz as identificaccedilotildees possiacuteveis que a situaccedilatildeo cotidiana revela

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opiniatildeo

ldquohaacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar

definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para estesrdquo

Novaes (2009) Sposito amp Carrano (2003) Castro amp Abra-movay (2003 2009) e Abramo (2005) empregam a expressatildeo ldquojuventudesrdquo como forma de enfatizar que ao se tratar de jo-vens deve-se reconhecer uma realidade plural e multifacetada Para Bourdieu (1983) haacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para es-tes em contraponto outrosas autoresas definem a juventude como passagem transitoacuteria da adolescecircncia para a fase adulta como destaca Krauskopf (2003) em quatro categorias a juven-tude como periacuteodo preparatoacuterio a juventude como etapa pro-blemaacutetica o jovem como ator estrateacutegico do desenvolvimento e de uma forma mais integral e protagonista a juventude cida-datilde como sujeita de direitos

reproduccedilatildeo (gerar e cuidar dos filhos) e participaccedilatildeo (nas decisotildees deveres e direitos que regulam a sociedade) (2005 p40-41) Neste sentido a juventude eacute a transiccedilatildeo de acesso agrave vida adulta por meio do trabalho eou produccedilatildeo viabilizando o conceito de que elea (oa jovem) eacute um ser em preparaccedilatildeo onde o adulto eacute visto como o que viabilizaraacute esse processo ou seja o ldquoeducadorardquo que normatiza esse mecanismo favorecendo a estea ferramentas adequadas para seu desenvolvimento O olhar para oa jovem eacute feito unicamente pelo vieacutes do trabalho e estudo (ABRAMO 1994) fragmentando a realidade juvenil somente a essas duas necessidades retirando os acessos culturais e artiacutesticos ou melhor o lazer do contexto juvenil em se tratando do segundo vieacutes oa jovem eacute visto como etapa problemaacutetica ldquoo sujeito aparece a partir dos problemas que ameaccedilam a ordem social ou desde o deacuteficit nas manifestaccedilotildees de seu desenvolvimentordquo (ABRAMO 2005 p 20) haacute uma ecircnfase no ldquojovem problemardquo que transgride as normas preacute-estabelecidas Para Abramo (2005 p 21) ldquono Brasil este foi o enfoque que praticamente dominou as accedilotildees dos anos 80 aos 90 foi uma das principais matrizes por onde o tema da juventude principalmente a lsquoemergentersquo juventude dos setores popularesrdquo causando um estigma social na vida dosas jovens onde estesas sofreram brutalmente a perda de seus diretos sociais sendo visto de forma generalizante causando em muitos adultos uma aversatildeo a seus projetos e sonhos

Verifica-se na terceira categoria oa jovem como atoratriz estrateacutegico do desenvolvimento visando destacaacute-loa como mecanismo de enfrentamento ao sistema social mundial ou seja haacute um avanccedilo nesse entendimento de juventude como pontua Abramo

a noccedilatildeo de condiccedilatildeo juvenil remete em primeiro lugar a uma etapa do ciclo de vida de ligaccedilatildeo (transiccedilatildeo diz a noccedilatildeo claacutessica) entre a infacircncia tempo da primeira fase de desenvolvimento corporal (fiacutesica emocional intelectual) e da primeira socializaccedilatildeo de quase total dependecircncia e necessidade de produccedilatildeo para a idade adulta em tese a do aacutepice do desenvolvimento e de plena cidadania que diz respeito principalmente a se tornar capaz de exercer as dimensotildees de produccedilatildeo (sustentar a si proacuteprio e a outros)

Esta concepccedilatildeo avanccedila no reconhecimento dos jovens como atores dinacircmicos da sociedade e com potencialidades para responder aos desafios colocados pelas inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e transformaccedilotildees produtivas Traz assim a possibilidade de incorporar os jovens em situaccedilatildeo de exclusatildeo natildeo pela oacutetica do risco e da vulnerabilidade mas numa perspectiva includente (2005 p 21)

Abramo refere-se agrave primeira categoria sistematizada por Krauskopf afirmando que

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Coleacutegio Cristo Rei

opiniatildeo

haacute nessa perspectiva um diaacutelogo muito superficial no modo de perceber o contexto social que osas jovens satildeo protagonis-tas e como estes espaccedilosmodelos de fato favorecem que elesas sejam atoresatrizes com papeacuteis especiacuteficos de transforma-ccedilotildees Visando respaldar esses direitos haacute uma ecircnfase emanci-padora na quarta categoria destacada por Krauskopf que eacute a juventude cidadatilde como sujeita das poliacuteticas como afirma o termo osas jovens satildeo entendidos como canais iacutempares para a efetivaccedilatildeo de direitos sociais retirando o roacutetulo como etapa ldquotransitoacuteriardquo ou ldquoproblemardquo essa concepccedilatildeo olha oa jovem como sujeito autocircnomo que guarda em sua realidade cultural um arcabouccedilo de conhe-cimentos e realidades E eacute por meio dessa realidade que se verifica uma accedilatildeo poliacutetica juvenil na atualidade respaldado por iniciativas accedilotildees e espaccedilos que osas garantam como sujeitos de direitos Das megaloacutepoles agraves pequenas cidades osas jovens sa-iacuteram agraves ruas ldquogritando palavras de ordem de uma nova or-demrdquo Ordem esta que pode ser entendida pela necessidade da efetivaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude (PPJs) para si e inuacutemeras minorias sociais que tecircm seus direitos cerceados cotidianamente

As manifestaccedilotildees juvenis por direitos so-ciais mostram-se contraacuterias aos discursos acerca da passividade dosas jovens por meio dessa mobilizaccedilatildeo verificou-se que elesas querem ter seus direitos efetivados direitos estes destacados na Carta Magna estando cansadosas de verem seus pares sendo vitimadosas nas ruas das cidades e campos por falta de emprego educaccedilatildeo cultura lazer esporte ou seja cidadania Natildeo se pode acreditar que somente sair agraves ruas basta para romper a estrutura his-toacuterica de dominaccedilatildeo das maiorias sob osas minorizadosas Deve-se pensar em accedilotildees poliacuteticas que garantam os direitos juvenis frente a essas realidades destaca-se desde os anos 2000 uma reflexatildeo importante en-tre Governo e Movimentos Sociais acerca da garantia de direitos aosas jovens por meio das Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude

que resguardam as demandas de uma parcela significativa des-sa populaccedilatildeo sobretudo osas jovens em vulnerabilidade social e risco pessoal Neste processo em 2005 foi sancionada pelo Presidente a lei 11129 que criou a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) organismo do Governo Federal responsaacutevel por promover a integraccedilatildeo de todas as accedilotildees que tem como foco o puacuteblico juvenil tornando-se a principal referecircncia governamental no que diz respeito agrave juventude tanto na interlocuccedilatildeo com a so-ciedade civil (movimentos ONGs grupos juvenis etc) como no trabalho conjunto entre os Ministeacuterios e Secretarias visando agrave criaccedilatildeo de mais programas e accedilotildees Nesta conjuntura osas jovens vecircm ocupando este es-paccedilo de forma efetiva desconstruindo o olhar da juventude meramente como fase transitoacuteria Satildeo jovens que produzem constroem vivem relacionam-se onde se encontram questotildees sociais especiacuteficas e por isso necessitadosas de poliacuteticas puacutebli-cas que garantam essas demandas Frente agrave mudanccedila do entendimento das categorias juvenis e de toda a garantia de direitos que estesas vecircm adquirindo eacute necessaacuterio efetivar uma accedilatildeo educativa que colaborem de fato a serem autocircnomosas e problematizadoresas de suas realida-des sociais transformando-as

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IR MaacuteRCIO DINIZ FeRReIRA SCIntegrante da equipe teacutecnica da Juventude Cristo Rei

Referecircncias bibliograacuteficas

ABRAMO helena Wendel Cenas Juvenis - punks e Darks no espetaacuteculo urbano Satildeo Paulo Scritta 1994

ABRAMO helena Wendel e BRANCO Pedro Paulo Martoni (orgs) Retratos da Juventude Brasileira Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo Instituto da Cidadania 2005

_______ O uso das noccedilotildees de adolescecircncia e juventude no contexto brasileiro In FReItAS de Maria Virgiacutenia (orgs) Juventude e Adolescecircncia no Brasil referenciais conceituais Satildeo Paulo Accedilatildeo educativa 2005

BOFF leonardo Criacuteticos criativos e cuidantes 2005 Disponiacutevel em httpwwwleonardoboffcomsitevista2004abril23htm Acesso em 06 abril 2014

BOURDIeU P Questotildees de sociologia Rio de Janeiro Marco Zero 1983

CAStRO Mary Garcia ABRAMOVAY Miriam Quebrando mitos juventude participaccedilatildeo e poliacuteticas Perfil percepccedilotildees e recomendaccedilotildees dos participantes da 1ordm Conferencia Nacional de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude resumo executivo Brasiacutelia RItlA 2009

KRAUSKOPF Poliacuteticas de juventude em centroamerica Primeira Deacutecada 2003 pags 8 -25

NOVAeS Regina Reys Poliacutetica de Juventude no Brasil continuidades e rupturas In FAacuteVERO Osmar Juventude e Contemporaneidade Brasiacutelia RItlA 2009

SPOSItO Mariacutelia Ponte amp CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Juventude e Poliacuteticas puacuteblicas Revista Brasileira de Educaccedilatildeo n 2 setdez 2003

opiniatildeo

embasadosas por accedilotildees cidadatildes almeja-se que osas jo-vens sejam sujeitos de direitos emancipadosas e emancipa-doresas Que por meio da identificaccedilatildeo do loacutecus social que osas cercam osas jovens possam ser ainda mais criacuteticos criati-vos e cuidantes

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artigo

zada a normativa a gramaacutetica a partir de uma perspectiva de estudo ndash ldquodescritivardquo ldquogerativardquo ldquofuncionalrdquo e ldquotextualrdquo como disciplina escolar e como um livro Antunes (2007 p25-34) explica esses conceitos de forma clara A ldquogramaacutetica internalizadardquo eacute aquela que corresponde ao saber intuitivo do falante envolve todos os usos da liacutengua isto eacute em diversos niacuteveis - do informal para o formal - e em todas situaccedilotildees soacutecio-comunicativas como o proacuteprio autor declara ldquonada na liacutengua em nenhuma liacutengua escapa a essa gramaacuteti-cardquo (2007 p 26) A partir dos trecircs anos de idade crianccedilas satildeo capazes de se comunicar por estruturas linguiacutesticas comple-xas por exemplo ao optar pela variaccedilatildeo ldquominhas colegasrdquo ou ldquomeus colegosrdquo uma crianccedila demonstra ter conhecimento da variaccedilatildeo de gecircnero Natildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma culta a do bem falar segue uma gramaacutetica

O assunto eacute polecircmico e tem sido ques-tionado entre linguistas e vaacuterios es-tudiosos da aacuterea de letras Por que

se ensina a gramaacutetica na escola A bibliogra-fia eacute extensa e em grande parte dela o enfo-que no trabalho com a gramaacutetica normativa eacute visto como o principal causador do insu-cesso dos alunos dos Ensinos Fundamental e Meacutedio quando se trata da competecircncia co-municativa ou seja os educandos muitas vezes natildeo se expressam de forma satisfa-toacuteria atraveacutes da escrita e da oralidade por consequecircncia se desinteressam da leitura e das aulas de Liacutengua Portuguesa O que fazer entatildeo Abolir as noccedilotildees de gramaacutetica das aulas de liacutengua materna Inicialmente eacute importante ressaltar a diferenccedila baacutesica entre ldquoliacutenguardquo e ldquogramaacuteti-cardquo jaacute que muitas vezes ambos os concei-tos satildeo confundidos De acordo com Ernani terra (2008 p 22) a liacutengua eacute um aspecto da linguagem que utiliza a palavra (o ver-bo) para a comunicaccedilatildeo eacute um sistema de natureza gramatical pertencente aos indiviacuteduos formado por um sistema de sinais e regras - a gramaacutetica em um sentido mais amplo Ele ainda afirma que eacute uma instituiccedilatildeo social abstrata ou seja que eacute ex-terior aos indiviacuteduos e que se concretiza atraveacutes da fala um ato particular do ser humano Contudo a gramaacutetica para Irandeacute Antunes (2007 p41) limita-se a uma parte da liacutengua e tem a funccedilatildeo regularizadora ou seja de impor limites poreacutem natildeo consegue regular tudo toda pessoa escolarizada quando questionada ldquosobre o que eacute gramaacuteticardquo dispotildee de um conceito baacutesico trata-se das regras de uma liacutengua tal definiccedilatildeo natildeo eacute errada poreacutem pre-cisa ser ampliada A gramaacutetica regula a liacutengua no entanto haacute outros tipos de gramaacuteticas que devem ser compreendidos para que o leitor possa entender melhor a problemaacutetica a internali-

Por que ensinar gramaacutetica na escolaEacute possiacutevel fazer ciecircncia nas aulas de Liacutengua Portuguesa

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pois todas as variantes comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intui-tiva atraveacutes do uso das atividades sociais do conviacutevio com a famiacutelia A escola viraacute posteriormente para ampliar esse conhe-cimento portanto ele natildeo deve ser menosprezado A segunda concepccedilatildeo vecirc a gramaacutetica como um conjunto de normas que regulam o uso da liacutengua ela natildeo considera toda a realidade comunicativa apenas aquela considerada aceitaacute-vel atraveacutes da oacutetica da liacutengua prestigiada socialmente Aqui o importante eacute o domiacutenio das regras do que eacute certo e do que eacute errado do que deve e natildeo ser dito Tais prescriccedilotildees natildeo satildeo feitas por razotildees puramente linguiacutesticas mas por motivos his-toacutericos sociais e econocircmicos Logo eacute importante questionar-se do porquecirc das variantes das classes sociais menos favorecidas natildeo serem consideradas padratildeo na liacutengua Predomina-se o es-tudo da liacutengua na forma escrita natildeo na falada A gramaacutetica como uma perspectiva de estudo indica uma maneira de estudo eou um meacutetodo de investigaccedilatildeo sobre a liacutengua Surgiram assim durante os estudos sobre a linguagem diversas perspectivas sobre a mesma (terra 2008 p79-80)

a) A Gramaacutetica descritiva natildeo prescreve regras do que eacute certo ou errado e sim verifica as uniformidades e diferenccedilas presentes na liacutengua em decorrecircncia de seu uso

b) A Gramaacutetica gerativa criada pelo linguista norte-americano Chomsky na deacutecada de 1950 procura explicar os fatos linguiacutesticos como satildeo produzidos com o objetivo de se estabelecer um modelo geral baseado em princiacutepios universais dos quais derivam as gramaacuteticas de cada liacutengua em particular

c) A Gramaacutetica funcional trabalha com a interpretaccedilatildeo satisfatoacuteria dos signos linguiacutesticos que natildeo satildeo analisados apenas como codificaccedilatildeo e descodificaccedilatildeo

d) A gramaacutetica textual tem como objeto de estudo o texto com o fim de explicitar regras para que o falante produza bons textos

artigo

A concepccedilatildeo de gramaacutetica como disciplina escolar reduz todos esses conceitos traz para a sala de aula uma visatildeo em que a gramaacutetica normativa corresponde agrave liacutengua A partir daiacute tem-se um problema pois todas as variantes satildeo excluiacutedas e separa-se a produccedilatildeo textual a leitura e a gramaacutetica como se as trecircs ldquofrentesrdquo da disciplina de liacutengua portuguesa fossem independentes mas natildeo satildeo Mostra-se para o aluno o certo e o errado natildeo haacute espaccedilo para as diversas situaccedilotildees interativas de comunicaccedilatildeo A uacuteltima concepccedilatildeo de gramaacutetica a de um livro que pode ser mais prescritiva eou descritiva Focaliza-se nas estruturas da liacutengua e as hipoacuteteses do que eacute considerado padratildeo e corre-to ela tem a funccedilatildeo de prescrever uma forma uacutenica e correta de comunicaccedilatildeo Um livro de gramaacutetica tambeacutem pode ser des-critivo exibindo as estruturas da liacutengua de forma descontex-tualizada sem o enfoque nas situaccedilotildees reais de comunicaccedilatildeo Desse modo eacute privilegiada a modalidade escrita principalmen-te as expressotildees da literatura e da imprensa Qual a relaccedilatildeo desses conceitos agrave rotina escolar Como jaacute foi mencionado neste artigo a partir do momento em que a es-cola e ou professor consideram a gramaacutetica normativa como a uacutenica variante possiacutevel excluem-se todas as possibilidades de leitura e anaacutelise da liacutengua com isso o intuito da ampliaccedilatildeo do conhecimento linguiacutestico do aluno Natildeo se pode esquecer que ele tem uma gramaacutetica internalizada desenvolvida ao longo dos anos e que a gramaacutetica que ele aprenderaacute ou pelo menos

ldquoNatildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma

culta a do bem falar segue uma gramaacutetica pois todas as variantes

comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida

naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intuitiva atraveacutes

do usordquo

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artigo

ldquoCabe ao professor independente do material com que trabalhe ndash livro

apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave

liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situaccedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute

utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais

regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito

mais proacutexima da realidade do alunordquo

conheceraacute no ambiente escolar representa a estrutura de uma das variantes da liacutengua Para Antunes (2007 p 41) a comunicaccedilatildeo eficaz natildeo estaacute relacionada ao domiacutenio das regras de uma liacutengua agraves diferenccedilas das classes gramaticais e suas combinaccedilotildees pos-siacuteveis Haacute outras habilidades que devem ser desenvolvidas ldquotudo isso eacute necessaacuterio mas natildeo suficienterdquo (Ibid p 41) O autor ainda completa salientando que em muitos dos casos quando se ensina gramaacutetica nas aulas de Liacutengua Portuguesa esta natildeo parece ter em nada a ver com a lin-guagem do dia a dia com a liacutengua que nos pertence ou seja eacute muito distante da liacutengua utilizada pelos jovens tanto na fala como nas redes sociais O que se deve fazer entatildeo A gramaacutetica deve ser ex-tinguida da escola e as aulas de Liacutengua Portuguesa devem abordar apenas a leitura e a escrita Provavelmente natildeo O grande problema estaacute no enfoque e na importacircncia que ela recebe Muitos professores de Liacutengua Portuguesa jaacute notaram quantos dos seus alunos satildeo bons leitores produzem boas re-daccedilotildees mas tecircm peacutessimo desempenho nas avaliaccedilotildees de gra-maacutetica ou o oposto satildeo excelentes em provas que envolvem a norma e peacutessimos em questotildees interpretativas Obviamente haacute aqueles alunos que possuem mais facilidade com a lingua-gem e apresentam desempenho satisfatoacuterio em gramaacutetica lei-tura e escrita E o que isso quer dizer Que da forma como os alunos estudam a gramaacutetica estrutural e desconexa em pouco ou quase nada ela ajuda os alunos no desenvolvimento da competecircncia linguiacutestica Cabe ao professor independente do material com que tra-balhe ndash livro apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situ-accedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito mais proacutexima da realidade do aluno escrever ldquoOw vc ta airdquo natildeo eacute considerado correto em uma situaccedilatildeo formal muito menos na escola mas mostrar aos alunos que na internet isso eacute possiacutevel todavia em um processo seletivo para uma vaga no mercado de trabalho ou em uma redaccedilatildeo para vestibular e concurso puacuteblico seria causa de desclassificaccedilatildeo Outro motivo que justifica o desinteresse das crianccedilas e adolescentes agraves aulas de liacutengua Portuguesa e agraves demais dis-ciplinas refere-se agrave realidade que os cercam satildeo vaacuterios jogos

aplicativos redes sociais viacutedeo games e isso faz com que eles tenham acesso a todo e qualquer tipo de entretenimento e informaccedilatildeo instantaneamente e eacute claro que fica muito difiacutecil competir com o mundo digital quando se tem um capiacutetulo de conjugaccedilatildeo verbal para se trabalhar em sala por exemplo Assim como os outros estudiosos Luiz Carlos Travaglia (2003) afirma que o ensino de liacutengua materna pode alcan-

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artigo

Referecircncias bibliograacuteficas

Travaglia Luiz Carlos Gramaacutetica ensino plural Cortez Editora 2003

Antunes Irandeacute Muito Aleacutem da Gramaacutetica Satildeo Paulo Paraacutebola 2007

Terra Ernani Linguagem liacutengua e fala Ernani Terra Satildeo Paulo Scipione 2008 (Coleccedilatildeo Percursos)

ReNAtO GUIMARAtildeeS Al lAGeProfessor de Gramaacutetica do 8ordm ano

do Coleacutegio Cristo Rei Graduado em Letras pela Universidade Estadual de

londrina (Uel)

ccedilar dois objetivos ensinar a liacutengua atraveacutes da formaccedilatildeo de usuaacuterios competentes da liacutengua e que tenham competecircncia comunicativa O que isso significa Que cada pessoa saiba usar a liacutengua de acordo com a situaccedilatildeo de interaccedilatildeo comunicativa a fim de obter os efeitos desejados O outro objetivo relaciona-se ao ensino sobre a liacutengua ou seja a sistematizaccedilatildeo da mesma em que os alunos tecircm conhecimento da liacutengua e podem ser analistas dela e eacute aiacute que entra a gramaacutetica

Para travaglia (2003) trabalhar gramaacutetica com os alunos pode 1 Oferecer informaccedilatildeo cultural conhecimentos teoacutericos so-

bre a liacutengua como as classes de palavras e as funccedilotildees sintaacuteticas natildeo tecircm aplicaccedilatildeo imediata para a maioria das profissotildees poreacutem a nossa sociedade valoriza certa dose de conhecimentos teoacuterico-cientiacuteficos que nem sempre satildeo aplicaacuteveis visto as aacutereas de fiacutesica quiacutemica biologia artes histoacuteria

2 Instrumentalizar com recursos para situaccedilotildees praacuteticas como o conhecimento do alfabeto que eacute indispensaacutevel para se fazer uma listagem ou procurar palavras em um dicionaacuterio o conhecimento das flexotildees verbais ldquodanccedilo danccedilava danccedilareirdquo e suas variaccedilotildees semacircnticas quanto ao tempo a possibilidade de utilizar o conhecimento sobre a liacutengua para ensinar a proacutepria liacutengua quando um professor cita ldquoeste verbordquo ldquo a viacutergulardquo ldquoo sujeitordquo ou seja a temida nomenclatura

3 Desenvolver o raciociacutenio a capacidade de pensar ensinar a fazer ciecircncia como a matemaacutetica e a biologia por exem-plo quando se estuda a liacutengua e os fenocircmenos gramati-cais estaacute se fazendo ciecircncia Com o ensino da gramaacutetica eacute possiacutevel fazer com que o aluno perceba as irregularidades da liacutengua e das proacuteprias regras prescritas pela norma Eacute desenvolvida entatildeo a capacidade de observar formular hipoacuteteses buscar comprovaccedilatildeo ou falsificaccedilatildeo A aula de gramaacutetica pode propiciar ao educando um momento de estudo e de pesquisa dando-lhe um caraacuteter de indepen-decircncia intelectual Eacute possiacutevel desenvolver a percepccedilatildeo de que a verdade sobre os mundos natural ou social natildeo estatildeo prontas nos livros e cabe portanto a ele (o aluno) como ser participante do processo de aprendizagem criar hipoacute-teses criacuteticas e aceitar ou refutar as novas descobertas

As aulas de Liacutengua Portuguesa tecircm todos os ingredientes possiacuteveis para tornarem-se mais atrativas aos jovens ndash eacute a liacutengua materna deles todo e qualquer tipo de texto pode ser trabalhado em sala de aula por exemplo Eacute fundamental que o docente tenha consigo os conceitos de liacutengua e gramaacuteti-ca muito bem elaborados e principalmente que o professor amplie a visatildeo de mundo do aluno Tornaacute-lo participativo no processo de aprendizagem como o protagonista das accedilotildees comunicativas pode ser uma alternativa especialmente quan-do ele estaacute envolvido com o fazer ciecircncia

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resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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galeria de artes

Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

redaccedilotildees de alunos

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

redaccedilotildees de alunos

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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opiniatildeo

ldquohaacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar

definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para estesrdquo

Novaes (2009) Sposito amp Carrano (2003) Castro amp Abra-movay (2003 2009) e Abramo (2005) empregam a expressatildeo ldquojuventudesrdquo como forma de enfatizar que ao se tratar de jo-vens deve-se reconhecer uma realidade plural e multifacetada Para Bourdieu (1983) haacute uma complexidade nas relaccedilotildees entre a idade social e bioloacutegica neste sentido deve-se buscar definir esse puacuteblico natildeo somente pela questatildeo do corpo e sim por criteacuterios de idade que viabilizem poliacuteticas puacuteblicas para es-tes em contraponto outrosas autoresas definem a juventude como passagem transitoacuteria da adolescecircncia para a fase adulta como destaca Krauskopf (2003) em quatro categorias a juven-tude como periacuteodo preparatoacuterio a juventude como etapa pro-blemaacutetica o jovem como ator estrateacutegico do desenvolvimento e de uma forma mais integral e protagonista a juventude cida-datilde como sujeita de direitos

reproduccedilatildeo (gerar e cuidar dos filhos) e participaccedilatildeo (nas decisotildees deveres e direitos que regulam a sociedade) (2005 p40-41) Neste sentido a juventude eacute a transiccedilatildeo de acesso agrave vida adulta por meio do trabalho eou produccedilatildeo viabilizando o conceito de que elea (oa jovem) eacute um ser em preparaccedilatildeo onde o adulto eacute visto como o que viabilizaraacute esse processo ou seja o ldquoeducadorardquo que normatiza esse mecanismo favorecendo a estea ferramentas adequadas para seu desenvolvimento O olhar para oa jovem eacute feito unicamente pelo vieacutes do trabalho e estudo (ABRAMO 1994) fragmentando a realidade juvenil somente a essas duas necessidades retirando os acessos culturais e artiacutesticos ou melhor o lazer do contexto juvenil em se tratando do segundo vieacutes oa jovem eacute visto como etapa problemaacutetica ldquoo sujeito aparece a partir dos problemas que ameaccedilam a ordem social ou desde o deacuteficit nas manifestaccedilotildees de seu desenvolvimentordquo (ABRAMO 2005 p 20) haacute uma ecircnfase no ldquojovem problemardquo que transgride as normas preacute-estabelecidas Para Abramo (2005 p 21) ldquono Brasil este foi o enfoque que praticamente dominou as accedilotildees dos anos 80 aos 90 foi uma das principais matrizes por onde o tema da juventude principalmente a lsquoemergentersquo juventude dos setores popularesrdquo causando um estigma social na vida dosas jovens onde estesas sofreram brutalmente a perda de seus diretos sociais sendo visto de forma generalizante causando em muitos adultos uma aversatildeo a seus projetos e sonhos

Verifica-se na terceira categoria oa jovem como atoratriz estrateacutegico do desenvolvimento visando destacaacute-loa como mecanismo de enfrentamento ao sistema social mundial ou seja haacute um avanccedilo nesse entendimento de juventude como pontua Abramo

a noccedilatildeo de condiccedilatildeo juvenil remete em primeiro lugar a uma etapa do ciclo de vida de ligaccedilatildeo (transiccedilatildeo diz a noccedilatildeo claacutessica) entre a infacircncia tempo da primeira fase de desenvolvimento corporal (fiacutesica emocional intelectual) e da primeira socializaccedilatildeo de quase total dependecircncia e necessidade de produccedilatildeo para a idade adulta em tese a do aacutepice do desenvolvimento e de plena cidadania que diz respeito principalmente a se tornar capaz de exercer as dimensotildees de produccedilatildeo (sustentar a si proacuteprio e a outros)

Esta concepccedilatildeo avanccedila no reconhecimento dos jovens como atores dinacircmicos da sociedade e com potencialidades para responder aos desafios colocados pelas inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e transformaccedilotildees produtivas Traz assim a possibilidade de incorporar os jovens em situaccedilatildeo de exclusatildeo natildeo pela oacutetica do risco e da vulnerabilidade mas numa perspectiva includente (2005 p 21)

Abramo refere-se agrave primeira categoria sistematizada por Krauskopf afirmando que

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opiniatildeo

haacute nessa perspectiva um diaacutelogo muito superficial no modo de perceber o contexto social que osas jovens satildeo protagonis-tas e como estes espaccedilosmodelos de fato favorecem que elesas sejam atoresatrizes com papeacuteis especiacuteficos de transforma-ccedilotildees Visando respaldar esses direitos haacute uma ecircnfase emanci-padora na quarta categoria destacada por Krauskopf que eacute a juventude cidadatilde como sujeita das poliacuteticas como afirma o termo osas jovens satildeo entendidos como canais iacutempares para a efetivaccedilatildeo de direitos sociais retirando o roacutetulo como etapa ldquotransitoacuteriardquo ou ldquoproblemardquo essa concepccedilatildeo olha oa jovem como sujeito autocircnomo que guarda em sua realidade cultural um arcabouccedilo de conhe-cimentos e realidades E eacute por meio dessa realidade que se verifica uma accedilatildeo poliacutetica juvenil na atualidade respaldado por iniciativas accedilotildees e espaccedilos que osas garantam como sujeitos de direitos Das megaloacutepoles agraves pequenas cidades osas jovens sa-iacuteram agraves ruas ldquogritando palavras de ordem de uma nova or-demrdquo Ordem esta que pode ser entendida pela necessidade da efetivaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude (PPJs) para si e inuacutemeras minorias sociais que tecircm seus direitos cerceados cotidianamente

As manifestaccedilotildees juvenis por direitos so-ciais mostram-se contraacuterias aos discursos acerca da passividade dosas jovens por meio dessa mobilizaccedilatildeo verificou-se que elesas querem ter seus direitos efetivados direitos estes destacados na Carta Magna estando cansadosas de verem seus pares sendo vitimadosas nas ruas das cidades e campos por falta de emprego educaccedilatildeo cultura lazer esporte ou seja cidadania Natildeo se pode acreditar que somente sair agraves ruas basta para romper a estrutura his-toacuterica de dominaccedilatildeo das maiorias sob osas minorizadosas Deve-se pensar em accedilotildees poliacuteticas que garantam os direitos juvenis frente a essas realidades destaca-se desde os anos 2000 uma reflexatildeo importante en-tre Governo e Movimentos Sociais acerca da garantia de direitos aosas jovens por meio das Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude

que resguardam as demandas de uma parcela significativa des-sa populaccedilatildeo sobretudo osas jovens em vulnerabilidade social e risco pessoal Neste processo em 2005 foi sancionada pelo Presidente a lei 11129 que criou a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) organismo do Governo Federal responsaacutevel por promover a integraccedilatildeo de todas as accedilotildees que tem como foco o puacuteblico juvenil tornando-se a principal referecircncia governamental no que diz respeito agrave juventude tanto na interlocuccedilatildeo com a so-ciedade civil (movimentos ONGs grupos juvenis etc) como no trabalho conjunto entre os Ministeacuterios e Secretarias visando agrave criaccedilatildeo de mais programas e accedilotildees Nesta conjuntura osas jovens vecircm ocupando este es-paccedilo de forma efetiva desconstruindo o olhar da juventude meramente como fase transitoacuteria Satildeo jovens que produzem constroem vivem relacionam-se onde se encontram questotildees sociais especiacuteficas e por isso necessitadosas de poliacuteticas puacutebli-cas que garantam essas demandas Frente agrave mudanccedila do entendimento das categorias juvenis e de toda a garantia de direitos que estesas vecircm adquirindo eacute necessaacuterio efetivar uma accedilatildeo educativa que colaborem de fato a serem autocircnomosas e problematizadoresas de suas realida-des sociais transformando-as

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Coleacutegio Cristo Rei

IR MaacuteRCIO DINIZ FeRReIRA SCIntegrante da equipe teacutecnica da Juventude Cristo Rei

Referecircncias bibliograacuteficas

ABRAMO helena Wendel Cenas Juvenis - punks e Darks no espetaacuteculo urbano Satildeo Paulo Scritta 1994

ABRAMO helena Wendel e BRANCO Pedro Paulo Martoni (orgs) Retratos da Juventude Brasileira Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo Instituto da Cidadania 2005

_______ O uso das noccedilotildees de adolescecircncia e juventude no contexto brasileiro In FReItAS de Maria Virgiacutenia (orgs) Juventude e Adolescecircncia no Brasil referenciais conceituais Satildeo Paulo Accedilatildeo educativa 2005

BOFF leonardo Criacuteticos criativos e cuidantes 2005 Disponiacutevel em httpwwwleonardoboffcomsitevista2004abril23htm Acesso em 06 abril 2014

BOURDIeU P Questotildees de sociologia Rio de Janeiro Marco Zero 1983

CAStRO Mary Garcia ABRAMOVAY Miriam Quebrando mitos juventude participaccedilatildeo e poliacuteticas Perfil percepccedilotildees e recomendaccedilotildees dos participantes da 1ordm Conferencia Nacional de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude resumo executivo Brasiacutelia RItlA 2009

KRAUSKOPF Poliacuteticas de juventude em centroamerica Primeira Deacutecada 2003 pags 8 -25

NOVAeS Regina Reys Poliacutetica de Juventude no Brasil continuidades e rupturas In FAacuteVERO Osmar Juventude e Contemporaneidade Brasiacutelia RItlA 2009

SPOSItO Mariacutelia Ponte amp CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Juventude e Poliacuteticas puacuteblicas Revista Brasileira de Educaccedilatildeo n 2 setdez 2003

opiniatildeo

embasadosas por accedilotildees cidadatildes almeja-se que osas jo-vens sejam sujeitos de direitos emancipadosas e emancipa-doresas Que por meio da identificaccedilatildeo do loacutecus social que osas cercam osas jovens possam ser ainda mais criacuteticos criati-vos e cuidantes

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artigo

zada a normativa a gramaacutetica a partir de uma perspectiva de estudo ndash ldquodescritivardquo ldquogerativardquo ldquofuncionalrdquo e ldquotextualrdquo como disciplina escolar e como um livro Antunes (2007 p25-34) explica esses conceitos de forma clara A ldquogramaacutetica internalizadardquo eacute aquela que corresponde ao saber intuitivo do falante envolve todos os usos da liacutengua isto eacute em diversos niacuteveis - do informal para o formal - e em todas situaccedilotildees soacutecio-comunicativas como o proacuteprio autor declara ldquonada na liacutengua em nenhuma liacutengua escapa a essa gramaacuteti-cardquo (2007 p 26) A partir dos trecircs anos de idade crianccedilas satildeo capazes de se comunicar por estruturas linguiacutesticas comple-xas por exemplo ao optar pela variaccedilatildeo ldquominhas colegasrdquo ou ldquomeus colegosrdquo uma crianccedila demonstra ter conhecimento da variaccedilatildeo de gecircnero Natildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma culta a do bem falar segue uma gramaacutetica

O assunto eacute polecircmico e tem sido ques-tionado entre linguistas e vaacuterios es-tudiosos da aacuterea de letras Por que

se ensina a gramaacutetica na escola A bibliogra-fia eacute extensa e em grande parte dela o enfo-que no trabalho com a gramaacutetica normativa eacute visto como o principal causador do insu-cesso dos alunos dos Ensinos Fundamental e Meacutedio quando se trata da competecircncia co-municativa ou seja os educandos muitas vezes natildeo se expressam de forma satisfa-toacuteria atraveacutes da escrita e da oralidade por consequecircncia se desinteressam da leitura e das aulas de Liacutengua Portuguesa O que fazer entatildeo Abolir as noccedilotildees de gramaacutetica das aulas de liacutengua materna Inicialmente eacute importante ressaltar a diferenccedila baacutesica entre ldquoliacutenguardquo e ldquogramaacuteti-cardquo jaacute que muitas vezes ambos os concei-tos satildeo confundidos De acordo com Ernani terra (2008 p 22) a liacutengua eacute um aspecto da linguagem que utiliza a palavra (o ver-bo) para a comunicaccedilatildeo eacute um sistema de natureza gramatical pertencente aos indiviacuteduos formado por um sistema de sinais e regras - a gramaacutetica em um sentido mais amplo Ele ainda afirma que eacute uma instituiccedilatildeo social abstrata ou seja que eacute ex-terior aos indiviacuteduos e que se concretiza atraveacutes da fala um ato particular do ser humano Contudo a gramaacutetica para Irandeacute Antunes (2007 p41) limita-se a uma parte da liacutengua e tem a funccedilatildeo regularizadora ou seja de impor limites poreacutem natildeo consegue regular tudo toda pessoa escolarizada quando questionada ldquosobre o que eacute gramaacuteticardquo dispotildee de um conceito baacutesico trata-se das regras de uma liacutengua tal definiccedilatildeo natildeo eacute errada poreacutem pre-cisa ser ampliada A gramaacutetica regula a liacutengua no entanto haacute outros tipos de gramaacuteticas que devem ser compreendidos para que o leitor possa entender melhor a problemaacutetica a internali-

Por que ensinar gramaacutetica na escolaEacute possiacutevel fazer ciecircncia nas aulas de Liacutengua Portuguesa

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pois todas as variantes comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intui-tiva atraveacutes do uso das atividades sociais do conviacutevio com a famiacutelia A escola viraacute posteriormente para ampliar esse conhe-cimento portanto ele natildeo deve ser menosprezado A segunda concepccedilatildeo vecirc a gramaacutetica como um conjunto de normas que regulam o uso da liacutengua ela natildeo considera toda a realidade comunicativa apenas aquela considerada aceitaacute-vel atraveacutes da oacutetica da liacutengua prestigiada socialmente Aqui o importante eacute o domiacutenio das regras do que eacute certo e do que eacute errado do que deve e natildeo ser dito Tais prescriccedilotildees natildeo satildeo feitas por razotildees puramente linguiacutesticas mas por motivos his-toacutericos sociais e econocircmicos Logo eacute importante questionar-se do porquecirc das variantes das classes sociais menos favorecidas natildeo serem consideradas padratildeo na liacutengua Predomina-se o es-tudo da liacutengua na forma escrita natildeo na falada A gramaacutetica como uma perspectiva de estudo indica uma maneira de estudo eou um meacutetodo de investigaccedilatildeo sobre a liacutengua Surgiram assim durante os estudos sobre a linguagem diversas perspectivas sobre a mesma (terra 2008 p79-80)

a) A Gramaacutetica descritiva natildeo prescreve regras do que eacute certo ou errado e sim verifica as uniformidades e diferenccedilas presentes na liacutengua em decorrecircncia de seu uso

b) A Gramaacutetica gerativa criada pelo linguista norte-americano Chomsky na deacutecada de 1950 procura explicar os fatos linguiacutesticos como satildeo produzidos com o objetivo de se estabelecer um modelo geral baseado em princiacutepios universais dos quais derivam as gramaacuteticas de cada liacutengua em particular

c) A Gramaacutetica funcional trabalha com a interpretaccedilatildeo satisfatoacuteria dos signos linguiacutesticos que natildeo satildeo analisados apenas como codificaccedilatildeo e descodificaccedilatildeo

d) A gramaacutetica textual tem como objeto de estudo o texto com o fim de explicitar regras para que o falante produza bons textos

artigo

A concepccedilatildeo de gramaacutetica como disciplina escolar reduz todos esses conceitos traz para a sala de aula uma visatildeo em que a gramaacutetica normativa corresponde agrave liacutengua A partir daiacute tem-se um problema pois todas as variantes satildeo excluiacutedas e separa-se a produccedilatildeo textual a leitura e a gramaacutetica como se as trecircs ldquofrentesrdquo da disciplina de liacutengua portuguesa fossem independentes mas natildeo satildeo Mostra-se para o aluno o certo e o errado natildeo haacute espaccedilo para as diversas situaccedilotildees interativas de comunicaccedilatildeo A uacuteltima concepccedilatildeo de gramaacutetica a de um livro que pode ser mais prescritiva eou descritiva Focaliza-se nas estruturas da liacutengua e as hipoacuteteses do que eacute considerado padratildeo e corre-to ela tem a funccedilatildeo de prescrever uma forma uacutenica e correta de comunicaccedilatildeo Um livro de gramaacutetica tambeacutem pode ser des-critivo exibindo as estruturas da liacutengua de forma descontex-tualizada sem o enfoque nas situaccedilotildees reais de comunicaccedilatildeo Desse modo eacute privilegiada a modalidade escrita principalmen-te as expressotildees da literatura e da imprensa Qual a relaccedilatildeo desses conceitos agrave rotina escolar Como jaacute foi mencionado neste artigo a partir do momento em que a es-cola e ou professor consideram a gramaacutetica normativa como a uacutenica variante possiacutevel excluem-se todas as possibilidades de leitura e anaacutelise da liacutengua com isso o intuito da ampliaccedilatildeo do conhecimento linguiacutestico do aluno Natildeo se pode esquecer que ele tem uma gramaacutetica internalizada desenvolvida ao longo dos anos e que a gramaacutetica que ele aprenderaacute ou pelo menos

ldquoNatildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma

culta a do bem falar segue uma gramaacutetica pois todas as variantes

comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida

naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intuitiva atraveacutes

do usordquo

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artigo

ldquoCabe ao professor independente do material com que trabalhe ndash livro

apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave

liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situaccedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute

utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais

regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito

mais proacutexima da realidade do alunordquo

conheceraacute no ambiente escolar representa a estrutura de uma das variantes da liacutengua Para Antunes (2007 p 41) a comunicaccedilatildeo eficaz natildeo estaacute relacionada ao domiacutenio das regras de uma liacutengua agraves diferenccedilas das classes gramaticais e suas combinaccedilotildees pos-siacuteveis Haacute outras habilidades que devem ser desenvolvidas ldquotudo isso eacute necessaacuterio mas natildeo suficienterdquo (Ibid p 41) O autor ainda completa salientando que em muitos dos casos quando se ensina gramaacutetica nas aulas de Liacutengua Portuguesa esta natildeo parece ter em nada a ver com a lin-guagem do dia a dia com a liacutengua que nos pertence ou seja eacute muito distante da liacutengua utilizada pelos jovens tanto na fala como nas redes sociais O que se deve fazer entatildeo A gramaacutetica deve ser ex-tinguida da escola e as aulas de Liacutengua Portuguesa devem abordar apenas a leitura e a escrita Provavelmente natildeo O grande problema estaacute no enfoque e na importacircncia que ela recebe Muitos professores de Liacutengua Portuguesa jaacute notaram quantos dos seus alunos satildeo bons leitores produzem boas re-daccedilotildees mas tecircm peacutessimo desempenho nas avaliaccedilotildees de gra-maacutetica ou o oposto satildeo excelentes em provas que envolvem a norma e peacutessimos em questotildees interpretativas Obviamente haacute aqueles alunos que possuem mais facilidade com a lingua-gem e apresentam desempenho satisfatoacuterio em gramaacutetica lei-tura e escrita E o que isso quer dizer Que da forma como os alunos estudam a gramaacutetica estrutural e desconexa em pouco ou quase nada ela ajuda os alunos no desenvolvimento da competecircncia linguiacutestica Cabe ao professor independente do material com que tra-balhe ndash livro apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situ-accedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito mais proacutexima da realidade do aluno escrever ldquoOw vc ta airdquo natildeo eacute considerado correto em uma situaccedilatildeo formal muito menos na escola mas mostrar aos alunos que na internet isso eacute possiacutevel todavia em um processo seletivo para uma vaga no mercado de trabalho ou em uma redaccedilatildeo para vestibular e concurso puacuteblico seria causa de desclassificaccedilatildeo Outro motivo que justifica o desinteresse das crianccedilas e adolescentes agraves aulas de liacutengua Portuguesa e agraves demais dis-ciplinas refere-se agrave realidade que os cercam satildeo vaacuterios jogos

aplicativos redes sociais viacutedeo games e isso faz com que eles tenham acesso a todo e qualquer tipo de entretenimento e informaccedilatildeo instantaneamente e eacute claro que fica muito difiacutecil competir com o mundo digital quando se tem um capiacutetulo de conjugaccedilatildeo verbal para se trabalhar em sala por exemplo Assim como os outros estudiosos Luiz Carlos Travaglia (2003) afirma que o ensino de liacutengua materna pode alcan-

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artigo

Referecircncias bibliograacuteficas

Travaglia Luiz Carlos Gramaacutetica ensino plural Cortez Editora 2003

Antunes Irandeacute Muito Aleacutem da Gramaacutetica Satildeo Paulo Paraacutebola 2007

Terra Ernani Linguagem liacutengua e fala Ernani Terra Satildeo Paulo Scipione 2008 (Coleccedilatildeo Percursos)

ReNAtO GUIMARAtildeeS Al lAGeProfessor de Gramaacutetica do 8ordm ano

do Coleacutegio Cristo Rei Graduado em Letras pela Universidade Estadual de

londrina (Uel)

ccedilar dois objetivos ensinar a liacutengua atraveacutes da formaccedilatildeo de usuaacuterios competentes da liacutengua e que tenham competecircncia comunicativa O que isso significa Que cada pessoa saiba usar a liacutengua de acordo com a situaccedilatildeo de interaccedilatildeo comunicativa a fim de obter os efeitos desejados O outro objetivo relaciona-se ao ensino sobre a liacutengua ou seja a sistematizaccedilatildeo da mesma em que os alunos tecircm conhecimento da liacutengua e podem ser analistas dela e eacute aiacute que entra a gramaacutetica

Para travaglia (2003) trabalhar gramaacutetica com os alunos pode 1 Oferecer informaccedilatildeo cultural conhecimentos teoacutericos so-

bre a liacutengua como as classes de palavras e as funccedilotildees sintaacuteticas natildeo tecircm aplicaccedilatildeo imediata para a maioria das profissotildees poreacutem a nossa sociedade valoriza certa dose de conhecimentos teoacuterico-cientiacuteficos que nem sempre satildeo aplicaacuteveis visto as aacutereas de fiacutesica quiacutemica biologia artes histoacuteria

2 Instrumentalizar com recursos para situaccedilotildees praacuteticas como o conhecimento do alfabeto que eacute indispensaacutevel para se fazer uma listagem ou procurar palavras em um dicionaacuterio o conhecimento das flexotildees verbais ldquodanccedilo danccedilava danccedilareirdquo e suas variaccedilotildees semacircnticas quanto ao tempo a possibilidade de utilizar o conhecimento sobre a liacutengua para ensinar a proacutepria liacutengua quando um professor cita ldquoeste verbordquo ldquo a viacutergulardquo ldquoo sujeitordquo ou seja a temida nomenclatura

3 Desenvolver o raciociacutenio a capacidade de pensar ensinar a fazer ciecircncia como a matemaacutetica e a biologia por exem-plo quando se estuda a liacutengua e os fenocircmenos gramati-cais estaacute se fazendo ciecircncia Com o ensino da gramaacutetica eacute possiacutevel fazer com que o aluno perceba as irregularidades da liacutengua e das proacuteprias regras prescritas pela norma Eacute desenvolvida entatildeo a capacidade de observar formular hipoacuteteses buscar comprovaccedilatildeo ou falsificaccedilatildeo A aula de gramaacutetica pode propiciar ao educando um momento de estudo e de pesquisa dando-lhe um caraacuteter de indepen-decircncia intelectual Eacute possiacutevel desenvolver a percepccedilatildeo de que a verdade sobre os mundos natural ou social natildeo estatildeo prontas nos livros e cabe portanto a ele (o aluno) como ser participante do processo de aprendizagem criar hipoacute-teses criacuteticas e aceitar ou refutar as novas descobertas

As aulas de Liacutengua Portuguesa tecircm todos os ingredientes possiacuteveis para tornarem-se mais atrativas aos jovens ndash eacute a liacutengua materna deles todo e qualquer tipo de texto pode ser trabalhado em sala de aula por exemplo Eacute fundamental que o docente tenha consigo os conceitos de liacutengua e gramaacuteti-ca muito bem elaborados e principalmente que o professor amplie a visatildeo de mundo do aluno Tornaacute-lo participativo no processo de aprendizagem como o protagonista das accedilotildees comunicativas pode ser uma alternativa especialmente quan-do ele estaacute envolvido com o fazer ciecircncia

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resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

galeria de artes

lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

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Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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opiniatildeo

haacute nessa perspectiva um diaacutelogo muito superficial no modo de perceber o contexto social que osas jovens satildeo protagonis-tas e como estes espaccedilosmodelos de fato favorecem que elesas sejam atoresatrizes com papeacuteis especiacuteficos de transforma-ccedilotildees Visando respaldar esses direitos haacute uma ecircnfase emanci-padora na quarta categoria destacada por Krauskopf que eacute a juventude cidadatilde como sujeita das poliacuteticas como afirma o termo osas jovens satildeo entendidos como canais iacutempares para a efetivaccedilatildeo de direitos sociais retirando o roacutetulo como etapa ldquotransitoacuteriardquo ou ldquoproblemardquo essa concepccedilatildeo olha oa jovem como sujeito autocircnomo que guarda em sua realidade cultural um arcabouccedilo de conhe-cimentos e realidades E eacute por meio dessa realidade que se verifica uma accedilatildeo poliacutetica juvenil na atualidade respaldado por iniciativas accedilotildees e espaccedilos que osas garantam como sujeitos de direitos Das megaloacutepoles agraves pequenas cidades osas jovens sa-iacuteram agraves ruas ldquogritando palavras de ordem de uma nova or-demrdquo Ordem esta que pode ser entendida pela necessidade da efetivaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude (PPJs) para si e inuacutemeras minorias sociais que tecircm seus direitos cerceados cotidianamente

As manifestaccedilotildees juvenis por direitos so-ciais mostram-se contraacuterias aos discursos acerca da passividade dosas jovens por meio dessa mobilizaccedilatildeo verificou-se que elesas querem ter seus direitos efetivados direitos estes destacados na Carta Magna estando cansadosas de verem seus pares sendo vitimadosas nas ruas das cidades e campos por falta de emprego educaccedilatildeo cultura lazer esporte ou seja cidadania Natildeo se pode acreditar que somente sair agraves ruas basta para romper a estrutura his-toacuterica de dominaccedilatildeo das maiorias sob osas minorizadosas Deve-se pensar em accedilotildees poliacuteticas que garantam os direitos juvenis frente a essas realidades destaca-se desde os anos 2000 uma reflexatildeo importante en-tre Governo e Movimentos Sociais acerca da garantia de direitos aosas jovens por meio das Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude

que resguardam as demandas de uma parcela significativa des-sa populaccedilatildeo sobretudo osas jovens em vulnerabilidade social e risco pessoal Neste processo em 2005 foi sancionada pelo Presidente a lei 11129 que criou a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) organismo do Governo Federal responsaacutevel por promover a integraccedilatildeo de todas as accedilotildees que tem como foco o puacuteblico juvenil tornando-se a principal referecircncia governamental no que diz respeito agrave juventude tanto na interlocuccedilatildeo com a so-ciedade civil (movimentos ONGs grupos juvenis etc) como no trabalho conjunto entre os Ministeacuterios e Secretarias visando agrave criaccedilatildeo de mais programas e accedilotildees Nesta conjuntura osas jovens vecircm ocupando este es-paccedilo de forma efetiva desconstruindo o olhar da juventude meramente como fase transitoacuteria Satildeo jovens que produzem constroem vivem relacionam-se onde se encontram questotildees sociais especiacuteficas e por isso necessitadosas de poliacuteticas puacutebli-cas que garantam essas demandas Frente agrave mudanccedila do entendimento das categorias juvenis e de toda a garantia de direitos que estesas vecircm adquirindo eacute necessaacuterio efetivar uma accedilatildeo educativa que colaborem de fato a serem autocircnomosas e problematizadoresas de suas realida-des sociais transformando-as

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IR MaacuteRCIO DINIZ FeRReIRA SCIntegrante da equipe teacutecnica da Juventude Cristo Rei

Referecircncias bibliograacuteficas

ABRAMO helena Wendel Cenas Juvenis - punks e Darks no espetaacuteculo urbano Satildeo Paulo Scritta 1994

ABRAMO helena Wendel e BRANCO Pedro Paulo Martoni (orgs) Retratos da Juventude Brasileira Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo Instituto da Cidadania 2005

_______ O uso das noccedilotildees de adolescecircncia e juventude no contexto brasileiro In FReItAS de Maria Virgiacutenia (orgs) Juventude e Adolescecircncia no Brasil referenciais conceituais Satildeo Paulo Accedilatildeo educativa 2005

BOFF leonardo Criacuteticos criativos e cuidantes 2005 Disponiacutevel em httpwwwleonardoboffcomsitevista2004abril23htm Acesso em 06 abril 2014

BOURDIeU P Questotildees de sociologia Rio de Janeiro Marco Zero 1983

CAStRO Mary Garcia ABRAMOVAY Miriam Quebrando mitos juventude participaccedilatildeo e poliacuteticas Perfil percepccedilotildees e recomendaccedilotildees dos participantes da 1ordm Conferencia Nacional de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude resumo executivo Brasiacutelia RItlA 2009

KRAUSKOPF Poliacuteticas de juventude em centroamerica Primeira Deacutecada 2003 pags 8 -25

NOVAeS Regina Reys Poliacutetica de Juventude no Brasil continuidades e rupturas In FAacuteVERO Osmar Juventude e Contemporaneidade Brasiacutelia RItlA 2009

SPOSItO Mariacutelia Ponte amp CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Juventude e Poliacuteticas puacuteblicas Revista Brasileira de Educaccedilatildeo n 2 setdez 2003

opiniatildeo

embasadosas por accedilotildees cidadatildes almeja-se que osas jo-vens sejam sujeitos de direitos emancipadosas e emancipa-doresas Que por meio da identificaccedilatildeo do loacutecus social que osas cercam osas jovens possam ser ainda mais criacuteticos criati-vos e cuidantes

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artigo

zada a normativa a gramaacutetica a partir de uma perspectiva de estudo ndash ldquodescritivardquo ldquogerativardquo ldquofuncionalrdquo e ldquotextualrdquo como disciplina escolar e como um livro Antunes (2007 p25-34) explica esses conceitos de forma clara A ldquogramaacutetica internalizadardquo eacute aquela que corresponde ao saber intuitivo do falante envolve todos os usos da liacutengua isto eacute em diversos niacuteveis - do informal para o formal - e em todas situaccedilotildees soacutecio-comunicativas como o proacuteprio autor declara ldquonada na liacutengua em nenhuma liacutengua escapa a essa gramaacuteti-cardquo (2007 p 26) A partir dos trecircs anos de idade crianccedilas satildeo capazes de se comunicar por estruturas linguiacutesticas comple-xas por exemplo ao optar pela variaccedilatildeo ldquominhas colegasrdquo ou ldquomeus colegosrdquo uma crianccedila demonstra ter conhecimento da variaccedilatildeo de gecircnero Natildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma culta a do bem falar segue uma gramaacutetica

O assunto eacute polecircmico e tem sido ques-tionado entre linguistas e vaacuterios es-tudiosos da aacuterea de letras Por que

se ensina a gramaacutetica na escola A bibliogra-fia eacute extensa e em grande parte dela o enfo-que no trabalho com a gramaacutetica normativa eacute visto como o principal causador do insu-cesso dos alunos dos Ensinos Fundamental e Meacutedio quando se trata da competecircncia co-municativa ou seja os educandos muitas vezes natildeo se expressam de forma satisfa-toacuteria atraveacutes da escrita e da oralidade por consequecircncia se desinteressam da leitura e das aulas de Liacutengua Portuguesa O que fazer entatildeo Abolir as noccedilotildees de gramaacutetica das aulas de liacutengua materna Inicialmente eacute importante ressaltar a diferenccedila baacutesica entre ldquoliacutenguardquo e ldquogramaacuteti-cardquo jaacute que muitas vezes ambos os concei-tos satildeo confundidos De acordo com Ernani terra (2008 p 22) a liacutengua eacute um aspecto da linguagem que utiliza a palavra (o ver-bo) para a comunicaccedilatildeo eacute um sistema de natureza gramatical pertencente aos indiviacuteduos formado por um sistema de sinais e regras - a gramaacutetica em um sentido mais amplo Ele ainda afirma que eacute uma instituiccedilatildeo social abstrata ou seja que eacute ex-terior aos indiviacuteduos e que se concretiza atraveacutes da fala um ato particular do ser humano Contudo a gramaacutetica para Irandeacute Antunes (2007 p41) limita-se a uma parte da liacutengua e tem a funccedilatildeo regularizadora ou seja de impor limites poreacutem natildeo consegue regular tudo toda pessoa escolarizada quando questionada ldquosobre o que eacute gramaacuteticardquo dispotildee de um conceito baacutesico trata-se das regras de uma liacutengua tal definiccedilatildeo natildeo eacute errada poreacutem pre-cisa ser ampliada A gramaacutetica regula a liacutengua no entanto haacute outros tipos de gramaacuteticas que devem ser compreendidos para que o leitor possa entender melhor a problemaacutetica a internali-

Por que ensinar gramaacutetica na escolaEacute possiacutevel fazer ciecircncia nas aulas de Liacutengua Portuguesa

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pois todas as variantes comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intui-tiva atraveacutes do uso das atividades sociais do conviacutevio com a famiacutelia A escola viraacute posteriormente para ampliar esse conhe-cimento portanto ele natildeo deve ser menosprezado A segunda concepccedilatildeo vecirc a gramaacutetica como um conjunto de normas que regulam o uso da liacutengua ela natildeo considera toda a realidade comunicativa apenas aquela considerada aceitaacute-vel atraveacutes da oacutetica da liacutengua prestigiada socialmente Aqui o importante eacute o domiacutenio das regras do que eacute certo e do que eacute errado do que deve e natildeo ser dito Tais prescriccedilotildees natildeo satildeo feitas por razotildees puramente linguiacutesticas mas por motivos his-toacutericos sociais e econocircmicos Logo eacute importante questionar-se do porquecirc das variantes das classes sociais menos favorecidas natildeo serem consideradas padratildeo na liacutengua Predomina-se o es-tudo da liacutengua na forma escrita natildeo na falada A gramaacutetica como uma perspectiva de estudo indica uma maneira de estudo eou um meacutetodo de investigaccedilatildeo sobre a liacutengua Surgiram assim durante os estudos sobre a linguagem diversas perspectivas sobre a mesma (terra 2008 p79-80)

a) A Gramaacutetica descritiva natildeo prescreve regras do que eacute certo ou errado e sim verifica as uniformidades e diferenccedilas presentes na liacutengua em decorrecircncia de seu uso

b) A Gramaacutetica gerativa criada pelo linguista norte-americano Chomsky na deacutecada de 1950 procura explicar os fatos linguiacutesticos como satildeo produzidos com o objetivo de se estabelecer um modelo geral baseado em princiacutepios universais dos quais derivam as gramaacuteticas de cada liacutengua em particular

c) A Gramaacutetica funcional trabalha com a interpretaccedilatildeo satisfatoacuteria dos signos linguiacutesticos que natildeo satildeo analisados apenas como codificaccedilatildeo e descodificaccedilatildeo

d) A gramaacutetica textual tem como objeto de estudo o texto com o fim de explicitar regras para que o falante produza bons textos

artigo

A concepccedilatildeo de gramaacutetica como disciplina escolar reduz todos esses conceitos traz para a sala de aula uma visatildeo em que a gramaacutetica normativa corresponde agrave liacutengua A partir daiacute tem-se um problema pois todas as variantes satildeo excluiacutedas e separa-se a produccedilatildeo textual a leitura e a gramaacutetica como se as trecircs ldquofrentesrdquo da disciplina de liacutengua portuguesa fossem independentes mas natildeo satildeo Mostra-se para o aluno o certo e o errado natildeo haacute espaccedilo para as diversas situaccedilotildees interativas de comunicaccedilatildeo A uacuteltima concepccedilatildeo de gramaacutetica a de um livro que pode ser mais prescritiva eou descritiva Focaliza-se nas estruturas da liacutengua e as hipoacuteteses do que eacute considerado padratildeo e corre-to ela tem a funccedilatildeo de prescrever uma forma uacutenica e correta de comunicaccedilatildeo Um livro de gramaacutetica tambeacutem pode ser des-critivo exibindo as estruturas da liacutengua de forma descontex-tualizada sem o enfoque nas situaccedilotildees reais de comunicaccedilatildeo Desse modo eacute privilegiada a modalidade escrita principalmen-te as expressotildees da literatura e da imprensa Qual a relaccedilatildeo desses conceitos agrave rotina escolar Como jaacute foi mencionado neste artigo a partir do momento em que a es-cola e ou professor consideram a gramaacutetica normativa como a uacutenica variante possiacutevel excluem-se todas as possibilidades de leitura e anaacutelise da liacutengua com isso o intuito da ampliaccedilatildeo do conhecimento linguiacutestico do aluno Natildeo se pode esquecer que ele tem uma gramaacutetica internalizada desenvolvida ao longo dos anos e que a gramaacutetica que ele aprenderaacute ou pelo menos

ldquoNatildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma

culta a do bem falar segue uma gramaacutetica pois todas as variantes

comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida

naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intuitiva atraveacutes

do usordquo

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artigo

ldquoCabe ao professor independente do material com que trabalhe ndash livro

apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave

liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situaccedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute

utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais

regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito

mais proacutexima da realidade do alunordquo

conheceraacute no ambiente escolar representa a estrutura de uma das variantes da liacutengua Para Antunes (2007 p 41) a comunicaccedilatildeo eficaz natildeo estaacute relacionada ao domiacutenio das regras de uma liacutengua agraves diferenccedilas das classes gramaticais e suas combinaccedilotildees pos-siacuteveis Haacute outras habilidades que devem ser desenvolvidas ldquotudo isso eacute necessaacuterio mas natildeo suficienterdquo (Ibid p 41) O autor ainda completa salientando que em muitos dos casos quando se ensina gramaacutetica nas aulas de Liacutengua Portuguesa esta natildeo parece ter em nada a ver com a lin-guagem do dia a dia com a liacutengua que nos pertence ou seja eacute muito distante da liacutengua utilizada pelos jovens tanto na fala como nas redes sociais O que se deve fazer entatildeo A gramaacutetica deve ser ex-tinguida da escola e as aulas de Liacutengua Portuguesa devem abordar apenas a leitura e a escrita Provavelmente natildeo O grande problema estaacute no enfoque e na importacircncia que ela recebe Muitos professores de Liacutengua Portuguesa jaacute notaram quantos dos seus alunos satildeo bons leitores produzem boas re-daccedilotildees mas tecircm peacutessimo desempenho nas avaliaccedilotildees de gra-maacutetica ou o oposto satildeo excelentes em provas que envolvem a norma e peacutessimos em questotildees interpretativas Obviamente haacute aqueles alunos que possuem mais facilidade com a lingua-gem e apresentam desempenho satisfatoacuterio em gramaacutetica lei-tura e escrita E o que isso quer dizer Que da forma como os alunos estudam a gramaacutetica estrutural e desconexa em pouco ou quase nada ela ajuda os alunos no desenvolvimento da competecircncia linguiacutestica Cabe ao professor independente do material com que tra-balhe ndash livro apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situ-accedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito mais proacutexima da realidade do aluno escrever ldquoOw vc ta airdquo natildeo eacute considerado correto em uma situaccedilatildeo formal muito menos na escola mas mostrar aos alunos que na internet isso eacute possiacutevel todavia em um processo seletivo para uma vaga no mercado de trabalho ou em uma redaccedilatildeo para vestibular e concurso puacuteblico seria causa de desclassificaccedilatildeo Outro motivo que justifica o desinteresse das crianccedilas e adolescentes agraves aulas de liacutengua Portuguesa e agraves demais dis-ciplinas refere-se agrave realidade que os cercam satildeo vaacuterios jogos

aplicativos redes sociais viacutedeo games e isso faz com que eles tenham acesso a todo e qualquer tipo de entretenimento e informaccedilatildeo instantaneamente e eacute claro que fica muito difiacutecil competir com o mundo digital quando se tem um capiacutetulo de conjugaccedilatildeo verbal para se trabalhar em sala por exemplo Assim como os outros estudiosos Luiz Carlos Travaglia (2003) afirma que o ensino de liacutengua materna pode alcan-

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artigo

Referecircncias bibliograacuteficas

Travaglia Luiz Carlos Gramaacutetica ensino plural Cortez Editora 2003

Antunes Irandeacute Muito Aleacutem da Gramaacutetica Satildeo Paulo Paraacutebola 2007

Terra Ernani Linguagem liacutengua e fala Ernani Terra Satildeo Paulo Scipione 2008 (Coleccedilatildeo Percursos)

ReNAtO GUIMARAtildeeS Al lAGeProfessor de Gramaacutetica do 8ordm ano

do Coleacutegio Cristo Rei Graduado em Letras pela Universidade Estadual de

londrina (Uel)

ccedilar dois objetivos ensinar a liacutengua atraveacutes da formaccedilatildeo de usuaacuterios competentes da liacutengua e que tenham competecircncia comunicativa O que isso significa Que cada pessoa saiba usar a liacutengua de acordo com a situaccedilatildeo de interaccedilatildeo comunicativa a fim de obter os efeitos desejados O outro objetivo relaciona-se ao ensino sobre a liacutengua ou seja a sistematizaccedilatildeo da mesma em que os alunos tecircm conhecimento da liacutengua e podem ser analistas dela e eacute aiacute que entra a gramaacutetica

Para travaglia (2003) trabalhar gramaacutetica com os alunos pode 1 Oferecer informaccedilatildeo cultural conhecimentos teoacutericos so-

bre a liacutengua como as classes de palavras e as funccedilotildees sintaacuteticas natildeo tecircm aplicaccedilatildeo imediata para a maioria das profissotildees poreacutem a nossa sociedade valoriza certa dose de conhecimentos teoacuterico-cientiacuteficos que nem sempre satildeo aplicaacuteveis visto as aacutereas de fiacutesica quiacutemica biologia artes histoacuteria

2 Instrumentalizar com recursos para situaccedilotildees praacuteticas como o conhecimento do alfabeto que eacute indispensaacutevel para se fazer uma listagem ou procurar palavras em um dicionaacuterio o conhecimento das flexotildees verbais ldquodanccedilo danccedilava danccedilareirdquo e suas variaccedilotildees semacircnticas quanto ao tempo a possibilidade de utilizar o conhecimento sobre a liacutengua para ensinar a proacutepria liacutengua quando um professor cita ldquoeste verbordquo ldquo a viacutergulardquo ldquoo sujeitordquo ou seja a temida nomenclatura

3 Desenvolver o raciociacutenio a capacidade de pensar ensinar a fazer ciecircncia como a matemaacutetica e a biologia por exem-plo quando se estuda a liacutengua e os fenocircmenos gramati-cais estaacute se fazendo ciecircncia Com o ensino da gramaacutetica eacute possiacutevel fazer com que o aluno perceba as irregularidades da liacutengua e das proacuteprias regras prescritas pela norma Eacute desenvolvida entatildeo a capacidade de observar formular hipoacuteteses buscar comprovaccedilatildeo ou falsificaccedilatildeo A aula de gramaacutetica pode propiciar ao educando um momento de estudo e de pesquisa dando-lhe um caraacuteter de indepen-decircncia intelectual Eacute possiacutevel desenvolver a percepccedilatildeo de que a verdade sobre os mundos natural ou social natildeo estatildeo prontas nos livros e cabe portanto a ele (o aluno) como ser participante do processo de aprendizagem criar hipoacute-teses criacuteticas e aceitar ou refutar as novas descobertas

As aulas de Liacutengua Portuguesa tecircm todos os ingredientes possiacuteveis para tornarem-se mais atrativas aos jovens ndash eacute a liacutengua materna deles todo e qualquer tipo de texto pode ser trabalhado em sala de aula por exemplo Eacute fundamental que o docente tenha consigo os conceitos de liacutengua e gramaacuteti-ca muito bem elaborados e principalmente que o professor amplie a visatildeo de mundo do aluno Tornaacute-lo participativo no processo de aprendizagem como o protagonista das accedilotildees comunicativas pode ser uma alternativa especialmente quan-do ele estaacute envolvido com o fazer ciecircncia

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resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

redaccedilotildees de alunos

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

redaccedilotildees de alunos

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

redaccedilotildees de alunos

(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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IR MaacuteRCIO DINIZ FeRReIRA SCIntegrante da equipe teacutecnica da Juventude Cristo Rei

Referecircncias bibliograacuteficas

ABRAMO helena Wendel Cenas Juvenis - punks e Darks no espetaacuteculo urbano Satildeo Paulo Scritta 1994

ABRAMO helena Wendel e BRANCO Pedro Paulo Martoni (orgs) Retratos da Juventude Brasileira Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo Instituto da Cidadania 2005

_______ O uso das noccedilotildees de adolescecircncia e juventude no contexto brasileiro In FReItAS de Maria Virgiacutenia (orgs) Juventude e Adolescecircncia no Brasil referenciais conceituais Satildeo Paulo Accedilatildeo educativa 2005

BOFF leonardo Criacuteticos criativos e cuidantes 2005 Disponiacutevel em httpwwwleonardoboffcomsitevista2004abril23htm Acesso em 06 abril 2014

BOURDIeU P Questotildees de sociologia Rio de Janeiro Marco Zero 1983

CAStRO Mary Garcia ABRAMOVAY Miriam Quebrando mitos juventude participaccedilatildeo e poliacuteticas Perfil percepccedilotildees e recomendaccedilotildees dos participantes da 1ordm Conferencia Nacional de Poliacuteticas Puacuteblicas de Juventude resumo executivo Brasiacutelia RItlA 2009

KRAUSKOPF Poliacuteticas de juventude em centroamerica Primeira Deacutecada 2003 pags 8 -25

NOVAeS Regina Reys Poliacutetica de Juventude no Brasil continuidades e rupturas In FAacuteVERO Osmar Juventude e Contemporaneidade Brasiacutelia RItlA 2009

SPOSItO Mariacutelia Ponte amp CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Juventude e Poliacuteticas puacuteblicas Revista Brasileira de Educaccedilatildeo n 2 setdez 2003

opiniatildeo

embasadosas por accedilotildees cidadatildes almeja-se que osas jo-vens sejam sujeitos de direitos emancipadosas e emancipa-doresas Que por meio da identificaccedilatildeo do loacutecus social que osas cercam osas jovens possam ser ainda mais criacuteticos criati-vos e cuidantes

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artigo

zada a normativa a gramaacutetica a partir de uma perspectiva de estudo ndash ldquodescritivardquo ldquogerativardquo ldquofuncionalrdquo e ldquotextualrdquo como disciplina escolar e como um livro Antunes (2007 p25-34) explica esses conceitos de forma clara A ldquogramaacutetica internalizadardquo eacute aquela que corresponde ao saber intuitivo do falante envolve todos os usos da liacutengua isto eacute em diversos niacuteveis - do informal para o formal - e em todas situaccedilotildees soacutecio-comunicativas como o proacuteprio autor declara ldquonada na liacutengua em nenhuma liacutengua escapa a essa gramaacuteti-cardquo (2007 p 26) A partir dos trecircs anos de idade crianccedilas satildeo capazes de se comunicar por estruturas linguiacutesticas comple-xas por exemplo ao optar pela variaccedilatildeo ldquominhas colegasrdquo ou ldquomeus colegosrdquo uma crianccedila demonstra ter conhecimento da variaccedilatildeo de gecircnero Natildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma culta a do bem falar segue uma gramaacutetica

O assunto eacute polecircmico e tem sido ques-tionado entre linguistas e vaacuterios es-tudiosos da aacuterea de letras Por que

se ensina a gramaacutetica na escola A bibliogra-fia eacute extensa e em grande parte dela o enfo-que no trabalho com a gramaacutetica normativa eacute visto como o principal causador do insu-cesso dos alunos dos Ensinos Fundamental e Meacutedio quando se trata da competecircncia co-municativa ou seja os educandos muitas vezes natildeo se expressam de forma satisfa-toacuteria atraveacutes da escrita e da oralidade por consequecircncia se desinteressam da leitura e das aulas de Liacutengua Portuguesa O que fazer entatildeo Abolir as noccedilotildees de gramaacutetica das aulas de liacutengua materna Inicialmente eacute importante ressaltar a diferenccedila baacutesica entre ldquoliacutenguardquo e ldquogramaacuteti-cardquo jaacute que muitas vezes ambos os concei-tos satildeo confundidos De acordo com Ernani terra (2008 p 22) a liacutengua eacute um aspecto da linguagem que utiliza a palavra (o ver-bo) para a comunicaccedilatildeo eacute um sistema de natureza gramatical pertencente aos indiviacuteduos formado por um sistema de sinais e regras - a gramaacutetica em um sentido mais amplo Ele ainda afirma que eacute uma instituiccedilatildeo social abstrata ou seja que eacute ex-terior aos indiviacuteduos e que se concretiza atraveacutes da fala um ato particular do ser humano Contudo a gramaacutetica para Irandeacute Antunes (2007 p41) limita-se a uma parte da liacutengua e tem a funccedilatildeo regularizadora ou seja de impor limites poreacutem natildeo consegue regular tudo toda pessoa escolarizada quando questionada ldquosobre o que eacute gramaacuteticardquo dispotildee de um conceito baacutesico trata-se das regras de uma liacutengua tal definiccedilatildeo natildeo eacute errada poreacutem pre-cisa ser ampliada A gramaacutetica regula a liacutengua no entanto haacute outros tipos de gramaacuteticas que devem ser compreendidos para que o leitor possa entender melhor a problemaacutetica a internali-

Por que ensinar gramaacutetica na escolaEacute possiacutevel fazer ciecircncia nas aulas de Liacutengua Portuguesa

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pois todas as variantes comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intui-tiva atraveacutes do uso das atividades sociais do conviacutevio com a famiacutelia A escola viraacute posteriormente para ampliar esse conhe-cimento portanto ele natildeo deve ser menosprezado A segunda concepccedilatildeo vecirc a gramaacutetica como um conjunto de normas que regulam o uso da liacutengua ela natildeo considera toda a realidade comunicativa apenas aquela considerada aceitaacute-vel atraveacutes da oacutetica da liacutengua prestigiada socialmente Aqui o importante eacute o domiacutenio das regras do que eacute certo e do que eacute errado do que deve e natildeo ser dito Tais prescriccedilotildees natildeo satildeo feitas por razotildees puramente linguiacutesticas mas por motivos his-toacutericos sociais e econocircmicos Logo eacute importante questionar-se do porquecirc das variantes das classes sociais menos favorecidas natildeo serem consideradas padratildeo na liacutengua Predomina-se o es-tudo da liacutengua na forma escrita natildeo na falada A gramaacutetica como uma perspectiva de estudo indica uma maneira de estudo eou um meacutetodo de investigaccedilatildeo sobre a liacutengua Surgiram assim durante os estudos sobre a linguagem diversas perspectivas sobre a mesma (terra 2008 p79-80)

a) A Gramaacutetica descritiva natildeo prescreve regras do que eacute certo ou errado e sim verifica as uniformidades e diferenccedilas presentes na liacutengua em decorrecircncia de seu uso

b) A Gramaacutetica gerativa criada pelo linguista norte-americano Chomsky na deacutecada de 1950 procura explicar os fatos linguiacutesticos como satildeo produzidos com o objetivo de se estabelecer um modelo geral baseado em princiacutepios universais dos quais derivam as gramaacuteticas de cada liacutengua em particular

c) A Gramaacutetica funcional trabalha com a interpretaccedilatildeo satisfatoacuteria dos signos linguiacutesticos que natildeo satildeo analisados apenas como codificaccedilatildeo e descodificaccedilatildeo

d) A gramaacutetica textual tem como objeto de estudo o texto com o fim de explicitar regras para que o falante produza bons textos

artigo

A concepccedilatildeo de gramaacutetica como disciplina escolar reduz todos esses conceitos traz para a sala de aula uma visatildeo em que a gramaacutetica normativa corresponde agrave liacutengua A partir daiacute tem-se um problema pois todas as variantes satildeo excluiacutedas e separa-se a produccedilatildeo textual a leitura e a gramaacutetica como se as trecircs ldquofrentesrdquo da disciplina de liacutengua portuguesa fossem independentes mas natildeo satildeo Mostra-se para o aluno o certo e o errado natildeo haacute espaccedilo para as diversas situaccedilotildees interativas de comunicaccedilatildeo A uacuteltima concepccedilatildeo de gramaacutetica a de um livro que pode ser mais prescritiva eou descritiva Focaliza-se nas estruturas da liacutengua e as hipoacuteteses do que eacute considerado padratildeo e corre-to ela tem a funccedilatildeo de prescrever uma forma uacutenica e correta de comunicaccedilatildeo Um livro de gramaacutetica tambeacutem pode ser des-critivo exibindo as estruturas da liacutengua de forma descontex-tualizada sem o enfoque nas situaccedilotildees reais de comunicaccedilatildeo Desse modo eacute privilegiada a modalidade escrita principalmen-te as expressotildees da literatura e da imprensa Qual a relaccedilatildeo desses conceitos agrave rotina escolar Como jaacute foi mencionado neste artigo a partir do momento em que a es-cola e ou professor consideram a gramaacutetica normativa como a uacutenica variante possiacutevel excluem-se todas as possibilidades de leitura e anaacutelise da liacutengua com isso o intuito da ampliaccedilatildeo do conhecimento linguiacutestico do aluno Natildeo se pode esquecer que ele tem uma gramaacutetica internalizada desenvolvida ao longo dos anos e que a gramaacutetica que ele aprenderaacute ou pelo menos

ldquoNatildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma

culta a do bem falar segue uma gramaacutetica pois todas as variantes

comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida

naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intuitiva atraveacutes

do usordquo

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Coleacutegio Cristo Rei

artigo

ldquoCabe ao professor independente do material com que trabalhe ndash livro

apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave

liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situaccedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute

utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais

regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito

mais proacutexima da realidade do alunordquo

conheceraacute no ambiente escolar representa a estrutura de uma das variantes da liacutengua Para Antunes (2007 p 41) a comunicaccedilatildeo eficaz natildeo estaacute relacionada ao domiacutenio das regras de uma liacutengua agraves diferenccedilas das classes gramaticais e suas combinaccedilotildees pos-siacuteveis Haacute outras habilidades que devem ser desenvolvidas ldquotudo isso eacute necessaacuterio mas natildeo suficienterdquo (Ibid p 41) O autor ainda completa salientando que em muitos dos casos quando se ensina gramaacutetica nas aulas de Liacutengua Portuguesa esta natildeo parece ter em nada a ver com a lin-guagem do dia a dia com a liacutengua que nos pertence ou seja eacute muito distante da liacutengua utilizada pelos jovens tanto na fala como nas redes sociais O que se deve fazer entatildeo A gramaacutetica deve ser ex-tinguida da escola e as aulas de Liacutengua Portuguesa devem abordar apenas a leitura e a escrita Provavelmente natildeo O grande problema estaacute no enfoque e na importacircncia que ela recebe Muitos professores de Liacutengua Portuguesa jaacute notaram quantos dos seus alunos satildeo bons leitores produzem boas re-daccedilotildees mas tecircm peacutessimo desempenho nas avaliaccedilotildees de gra-maacutetica ou o oposto satildeo excelentes em provas que envolvem a norma e peacutessimos em questotildees interpretativas Obviamente haacute aqueles alunos que possuem mais facilidade com a lingua-gem e apresentam desempenho satisfatoacuterio em gramaacutetica lei-tura e escrita E o que isso quer dizer Que da forma como os alunos estudam a gramaacutetica estrutural e desconexa em pouco ou quase nada ela ajuda os alunos no desenvolvimento da competecircncia linguiacutestica Cabe ao professor independente do material com que tra-balhe ndash livro apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situ-accedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito mais proacutexima da realidade do aluno escrever ldquoOw vc ta airdquo natildeo eacute considerado correto em uma situaccedilatildeo formal muito menos na escola mas mostrar aos alunos que na internet isso eacute possiacutevel todavia em um processo seletivo para uma vaga no mercado de trabalho ou em uma redaccedilatildeo para vestibular e concurso puacuteblico seria causa de desclassificaccedilatildeo Outro motivo que justifica o desinteresse das crianccedilas e adolescentes agraves aulas de liacutengua Portuguesa e agraves demais dis-ciplinas refere-se agrave realidade que os cercam satildeo vaacuterios jogos

aplicativos redes sociais viacutedeo games e isso faz com que eles tenham acesso a todo e qualquer tipo de entretenimento e informaccedilatildeo instantaneamente e eacute claro que fica muito difiacutecil competir com o mundo digital quando se tem um capiacutetulo de conjugaccedilatildeo verbal para se trabalhar em sala por exemplo Assim como os outros estudiosos Luiz Carlos Travaglia (2003) afirma que o ensino de liacutengua materna pode alcan-

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artigo

Referecircncias bibliograacuteficas

Travaglia Luiz Carlos Gramaacutetica ensino plural Cortez Editora 2003

Antunes Irandeacute Muito Aleacutem da Gramaacutetica Satildeo Paulo Paraacutebola 2007

Terra Ernani Linguagem liacutengua e fala Ernani Terra Satildeo Paulo Scipione 2008 (Coleccedilatildeo Percursos)

ReNAtO GUIMARAtildeeS Al lAGeProfessor de Gramaacutetica do 8ordm ano

do Coleacutegio Cristo Rei Graduado em Letras pela Universidade Estadual de

londrina (Uel)

ccedilar dois objetivos ensinar a liacutengua atraveacutes da formaccedilatildeo de usuaacuterios competentes da liacutengua e que tenham competecircncia comunicativa O que isso significa Que cada pessoa saiba usar a liacutengua de acordo com a situaccedilatildeo de interaccedilatildeo comunicativa a fim de obter os efeitos desejados O outro objetivo relaciona-se ao ensino sobre a liacutengua ou seja a sistematizaccedilatildeo da mesma em que os alunos tecircm conhecimento da liacutengua e podem ser analistas dela e eacute aiacute que entra a gramaacutetica

Para travaglia (2003) trabalhar gramaacutetica com os alunos pode 1 Oferecer informaccedilatildeo cultural conhecimentos teoacutericos so-

bre a liacutengua como as classes de palavras e as funccedilotildees sintaacuteticas natildeo tecircm aplicaccedilatildeo imediata para a maioria das profissotildees poreacutem a nossa sociedade valoriza certa dose de conhecimentos teoacuterico-cientiacuteficos que nem sempre satildeo aplicaacuteveis visto as aacutereas de fiacutesica quiacutemica biologia artes histoacuteria

2 Instrumentalizar com recursos para situaccedilotildees praacuteticas como o conhecimento do alfabeto que eacute indispensaacutevel para se fazer uma listagem ou procurar palavras em um dicionaacuterio o conhecimento das flexotildees verbais ldquodanccedilo danccedilava danccedilareirdquo e suas variaccedilotildees semacircnticas quanto ao tempo a possibilidade de utilizar o conhecimento sobre a liacutengua para ensinar a proacutepria liacutengua quando um professor cita ldquoeste verbordquo ldquo a viacutergulardquo ldquoo sujeitordquo ou seja a temida nomenclatura

3 Desenvolver o raciociacutenio a capacidade de pensar ensinar a fazer ciecircncia como a matemaacutetica e a biologia por exem-plo quando se estuda a liacutengua e os fenocircmenos gramati-cais estaacute se fazendo ciecircncia Com o ensino da gramaacutetica eacute possiacutevel fazer com que o aluno perceba as irregularidades da liacutengua e das proacuteprias regras prescritas pela norma Eacute desenvolvida entatildeo a capacidade de observar formular hipoacuteteses buscar comprovaccedilatildeo ou falsificaccedilatildeo A aula de gramaacutetica pode propiciar ao educando um momento de estudo e de pesquisa dando-lhe um caraacuteter de indepen-decircncia intelectual Eacute possiacutevel desenvolver a percepccedilatildeo de que a verdade sobre os mundos natural ou social natildeo estatildeo prontas nos livros e cabe portanto a ele (o aluno) como ser participante do processo de aprendizagem criar hipoacute-teses criacuteticas e aceitar ou refutar as novas descobertas

As aulas de Liacutengua Portuguesa tecircm todos os ingredientes possiacuteveis para tornarem-se mais atrativas aos jovens ndash eacute a liacutengua materna deles todo e qualquer tipo de texto pode ser trabalhado em sala de aula por exemplo Eacute fundamental que o docente tenha consigo os conceitos de liacutengua e gramaacuteti-ca muito bem elaborados e principalmente que o professor amplie a visatildeo de mundo do aluno Tornaacute-lo participativo no processo de aprendizagem como o protagonista das accedilotildees comunicativas pode ser uma alternativa especialmente quan-do ele estaacute envolvido com o fazer ciecircncia

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Coleacutegio Cristo Rei

resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

redaccedilotildeesde alunos

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

redaccedilotildees de alunos

(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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artigo

zada a normativa a gramaacutetica a partir de uma perspectiva de estudo ndash ldquodescritivardquo ldquogerativardquo ldquofuncionalrdquo e ldquotextualrdquo como disciplina escolar e como um livro Antunes (2007 p25-34) explica esses conceitos de forma clara A ldquogramaacutetica internalizadardquo eacute aquela que corresponde ao saber intuitivo do falante envolve todos os usos da liacutengua isto eacute em diversos niacuteveis - do informal para o formal - e em todas situaccedilotildees soacutecio-comunicativas como o proacuteprio autor declara ldquonada na liacutengua em nenhuma liacutengua escapa a essa gramaacuteti-cardquo (2007 p 26) A partir dos trecircs anos de idade crianccedilas satildeo capazes de se comunicar por estruturas linguiacutesticas comple-xas por exemplo ao optar pela variaccedilatildeo ldquominhas colegasrdquo ou ldquomeus colegosrdquo uma crianccedila demonstra ter conhecimento da variaccedilatildeo de gecircnero Natildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma culta a do bem falar segue uma gramaacutetica

O assunto eacute polecircmico e tem sido ques-tionado entre linguistas e vaacuterios es-tudiosos da aacuterea de letras Por que

se ensina a gramaacutetica na escola A bibliogra-fia eacute extensa e em grande parte dela o enfo-que no trabalho com a gramaacutetica normativa eacute visto como o principal causador do insu-cesso dos alunos dos Ensinos Fundamental e Meacutedio quando se trata da competecircncia co-municativa ou seja os educandos muitas vezes natildeo se expressam de forma satisfa-toacuteria atraveacutes da escrita e da oralidade por consequecircncia se desinteressam da leitura e das aulas de Liacutengua Portuguesa O que fazer entatildeo Abolir as noccedilotildees de gramaacutetica das aulas de liacutengua materna Inicialmente eacute importante ressaltar a diferenccedila baacutesica entre ldquoliacutenguardquo e ldquogramaacuteti-cardquo jaacute que muitas vezes ambos os concei-tos satildeo confundidos De acordo com Ernani terra (2008 p 22) a liacutengua eacute um aspecto da linguagem que utiliza a palavra (o ver-bo) para a comunicaccedilatildeo eacute um sistema de natureza gramatical pertencente aos indiviacuteduos formado por um sistema de sinais e regras - a gramaacutetica em um sentido mais amplo Ele ainda afirma que eacute uma instituiccedilatildeo social abstrata ou seja que eacute ex-terior aos indiviacuteduos e que se concretiza atraveacutes da fala um ato particular do ser humano Contudo a gramaacutetica para Irandeacute Antunes (2007 p41) limita-se a uma parte da liacutengua e tem a funccedilatildeo regularizadora ou seja de impor limites poreacutem natildeo consegue regular tudo toda pessoa escolarizada quando questionada ldquosobre o que eacute gramaacuteticardquo dispotildee de um conceito baacutesico trata-se das regras de uma liacutengua tal definiccedilatildeo natildeo eacute errada poreacutem pre-cisa ser ampliada A gramaacutetica regula a liacutengua no entanto haacute outros tipos de gramaacuteticas que devem ser compreendidos para que o leitor possa entender melhor a problemaacutetica a internali-

Por que ensinar gramaacutetica na escolaEacute possiacutevel fazer ciecircncia nas aulas de Liacutengua Portuguesa

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pois todas as variantes comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intui-tiva atraveacutes do uso das atividades sociais do conviacutevio com a famiacutelia A escola viraacute posteriormente para ampliar esse conhe-cimento portanto ele natildeo deve ser menosprezado A segunda concepccedilatildeo vecirc a gramaacutetica como um conjunto de normas que regulam o uso da liacutengua ela natildeo considera toda a realidade comunicativa apenas aquela considerada aceitaacute-vel atraveacutes da oacutetica da liacutengua prestigiada socialmente Aqui o importante eacute o domiacutenio das regras do que eacute certo e do que eacute errado do que deve e natildeo ser dito Tais prescriccedilotildees natildeo satildeo feitas por razotildees puramente linguiacutesticas mas por motivos his-toacutericos sociais e econocircmicos Logo eacute importante questionar-se do porquecirc das variantes das classes sociais menos favorecidas natildeo serem consideradas padratildeo na liacutengua Predomina-se o es-tudo da liacutengua na forma escrita natildeo na falada A gramaacutetica como uma perspectiva de estudo indica uma maneira de estudo eou um meacutetodo de investigaccedilatildeo sobre a liacutengua Surgiram assim durante os estudos sobre a linguagem diversas perspectivas sobre a mesma (terra 2008 p79-80)

a) A Gramaacutetica descritiva natildeo prescreve regras do que eacute certo ou errado e sim verifica as uniformidades e diferenccedilas presentes na liacutengua em decorrecircncia de seu uso

b) A Gramaacutetica gerativa criada pelo linguista norte-americano Chomsky na deacutecada de 1950 procura explicar os fatos linguiacutesticos como satildeo produzidos com o objetivo de se estabelecer um modelo geral baseado em princiacutepios universais dos quais derivam as gramaacuteticas de cada liacutengua em particular

c) A Gramaacutetica funcional trabalha com a interpretaccedilatildeo satisfatoacuteria dos signos linguiacutesticos que natildeo satildeo analisados apenas como codificaccedilatildeo e descodificaccedilatildeo

d) A gramaacutetica textual tem como objeto de estudo o texto com o fim de explicitar regras para que o falante produza bons textos

artigo

A concepccedilatildeo de gramaacutetica como disciplina escolar reduz todos esses conceitos traz para a sala de aula uma visatildeo em que a gramaacutetica normativa corresponde agrave liacutengua A partir daiacute tem-se um problema pois todas as variantes satildeo excluiacutedas e separa-se a produccedilatildeo textual a leitura e a gramaacutetica como se as trecircs ldquofrentesrdquo da disciplina de liacutengua portuguesa fossem independentes mas natildeo satildeo Mostra-se para o aluno o certo e o errado natildeo haacute espaccedilo para as diversas situaccedilotildees interativas de comunicaccedilatildeo A uacuteltima concepccedilatildeo de gramaacutetica a de um livro que pode ser mais prescritiva eou descritiva Focaliza-se nas estruturas da liacutengua e as hipoacuteteses do que eacute considerado padratildeo e corre-to ela tem a funccedilatildeo de prescrever uma forma uacutenica e correta de comunicaccedilatildeo Um livro de gramaacutetica tambeacutem pode ser des-critivo exibindo as estruturas da liacutengua de forma descontex-tualizada sem o enfoque nas situaccedilotildees reais de comunicaccedilatildeo Desse modo eacute privilegiada a modalidade escrita principalmen-te as expressotildees da literatura e da imprensa Qual a relaccedilatildeo desses conceitos agrave rotina escolar Como jaacute foi mencionado neste artigo a partir do momento em que a es-cola e ou professor consideram a gramaacutetica normativa como a uacutenica variante possiacutevel excluem-se todas as possibilidades de leitura e anaacutelise da liacutengua com isso o intuito da ampliaccedilatildeo do conhecimento linguiacutestico do aluno Natildeo se pode esquecer que ele tem uma gramaacutetica internalizada desenvolvida ao longo dos anos e que a gramaacutetica que ele aprenderaacute ou pelo menos

ldquoNatildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma

culta a do bem falar segue uma gramaacutetica pois todas as variantes

comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida

naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intuitiva atraveacutes

do usordquo

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artigo

ldquoCabe ao professor independente do material com que trabalhe ndash livro

apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave

liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situaccedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute

utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais

regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito

mais proacutexima da realidade do alunordquo

conheceraacute no ambiente escolar representa a estrutura de uma das variantes da liacutengua Para Antunes (2007 p 41) a comunicaccedilatildeo eficaz natildeo estaacute relacionada ao domiacutenio das regras de uma liacutengua agraves diferenccedilas das classes gramaticais e suas combinaccedilotildees pos-siacuteveis Haacute outras habilidades que devem ser desenvolvidas ldquotudo isso eacute necessaacuterio mas natildeo suficienterdquo (Ibid p 41) O autor ainda completa salientando que em muitos dos casos quando se ensina gramaacutetica nas aulas de Liacutengua Portuguesa esta natildeo parece ter em nada a ver com a lin-guagem do dia a dia com a liacutengua que nos pertence ou seja eacute muito distante da liacutengua utilizada pelos jovens tanto na fala como nas redes sociais O que se deve fazer entatildeo A gramaacutetica deve ser ex-tinguida da escola e as aulas de Liacutengua Portuguesa devem abordar apenas a leitura e a escrita Provavelmente natildeo O grande problema estaacute no enfoque e na importacircncia que ela recebe Muitos professores de Liacutengua Portuguesa jaacute notaram quantos dos seus alunos satildeo bons leitores produzem boas re-daccedilotildees mas tecircm peacutessimo desempenho nas avaliaccedilotildees de gra-maacutetica ou o oposto satildeo excelentes em provas que envolvem a norma e peacutessimos em questotildees interpretativas Obviamente haacute aqueles alunos que possuem mais facilidade com a lingua-gem e apresentam desempenho satisfatoacuterio em gramaacutetica lei-tura e escrita E o que isso quer dizer Que da forma como os alunos estudam a gramaacutetica estrutural e desconexa em pouco ou quase nada ela ajuda os alunos no desenvolvimento da competecircncia linguiacutestica Cabe ao professor independente do material com que tra-balhe ndash livro apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situ-accedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito mais proacutexima da realidade do aluno escrever ldquoOw vc ta airdquo natildeo eacute considerado correto em uma situaccedilatildeo formal muito menos na escola mas mostrar aos alunos que na internet isso eacute possiacutevel todavia em um processo seletivo para uma vaga no mercado de trabalho ou em uma redaccedilatildeo para vestibular e concurso puacuteblico seria causa de desclassificaccedilatildeo Outro motivo que justifica o desinteresse das crianccedilas e adolescentes agraves aulas de liacutengua Portuguesa e agraves demais dis-ciplinas refere-se agrave realidade que os cercam satildeo vaacuterios jogos

aplicativos redes sociais viacutedeo games e isso faz com que eles tenham acesso a todo e qualquer tipo de entretenimento e informaccedilatildeo instantaneamente e eacute claro que fica muito difiacutecil competir com o mundo digital quando se tem um capiacutetulo de conjugaccedilatildeo verbal para se trabalhar em sala por exemplo Assim como os outros estudiosos Luiz Carlos Travaglia (2003) afirma que o ensino de liacutengua materna pode alcan-

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artigo

Referecircncias bibliograacuteficas

Travaglia Luiz Carlos Gramaacutetica ensino plural Cortez Editora 2003

Antunes Irandeacute Muito Aleacutem da Gramaacutetica Satildeo Paulo Paraacutebola 2007

Terra Ernani Linguagem liacutengua e fala Ernani Terra Satildeo Paulo Scipione 2008 (Coleccedilatildeo Percursos)

ReNAtO GUIMARAtildeeS Al lAGeProfessor de Gramaacutetica do 8ordm ano

do Coleacutegio Cristo Rei Graduado em Letras pela Universidade Estadual de

londrina (Uel)

ccedilar dois objetivos ensinar a liacutengua atraveacutes da formaccedilatildeo de usuaacuterios competentes da liacutengua e que tenham competecircncia comunicativa O que isso significa Que cada pessoa saiba usar a liacutengua de acordo com a situaccedilatildeo de interaccedilatildeo comunicativa a fim de obter os efeitos desejados O outro objetivo relaciona-se ao ensino sobre a liacutengua ou seja a sistematizaccedilatildeo da mesma em que os alunos tecircm conhecimento da liacutengua e podem ser analistas dela e eacute aiacute que entra a gramaacutetica

Para travaglia (2003) trabalhar gramaacutetica com os alunos pode 1 Oferecer informaccedilatildeo cultural conhecimentos teoacutericos so-

bre a liacutengua como as classes de palavras e as funccedilotildees sintaacuteticas natildeo tecircm aplicaccedilatildeo imediata para a maioria das profissotildees poreacutem a nossa sociedade valoriza certa dose de conhecimentos teoacuterico-cientiacuteficos que nem sempre satildeo aplicaacuteveis visto as aacutereas de fiacutesica quiacutemica biologia artes histoacuteria

2 Instrumentalizar com recursos para situaccedilotildees praacuteticas como o conhecimento do alfabeto que eacute indispensaacutevel para se fazer uma listagem ou procurar palavras em um dicionaacuterio o conhecimento das flexotildees verbais ldquodanccedilo danccedilava danccedilareirdquo e suas variaccedilotildees semacircnticas quanto ao tempo a possibilidade de utilizar o conhecimento sobre a liacutengua para ensinar a proacutepria liacutengua quando um professor cita ldquoeste verbordquo ldquo a viacutergulardquo ldquoo sujeitordquo ou seja a temida nomenclatura

3 Desenvolver o raciociacutenio a capacidade de pensar ensinar a fazer ciecircncia como a matemaacutetica e a biologia por exem-plo quando se estuda a liacutengua e os fenocircmenos gramati-cais estaacute se fazendo ciecircncia Com o ensino da gramaacutetica eacute possiacutevel fazer com que o aluno perceba as irregularidades da liacutengua e das proacuteprias regras prescritas pela norma Eacute desenvolvida entatildeo a capacidade de observar formular hipoacuteteses buscar comprovaccedilatildeo ou falsificaccedilatildeo A aula de gramaacutetica pode propiciar ao educando um momento de estudo e de pesquisa dando-lhe um caraacuteter de indepen-decircncia intelectual Eacute possiacutevel desenvolver a percepccedilatildeo de que a verdade sobre os mundos natural ou social natildeo estatildeo prontas nos livros e cabe portanto a ele (o aluno) como ser participante do processo de aprendizagem criar hipoacute-teses criacuteticas e aceitar ou refutar as novas descobertas

As aulas de Liacutengua Portuguesa tecircm todos os ingredientes possiacuteveis para tornarem-se mais atrativas aos jovens ndash eacute a liacutengua materna deles todo e qualquer tipo de texto pode ser trabalhado em sala de aula por exemplo Eacute fundamental que o docente tenha consigo os conceitos de liacutengua e gramaacuteti-ca muito bem elaborados e principalmente que o professor amplie a visatildeo de mundo do aluno Tornaacute-lo participativo no processo de aprendizagem como o protagonista das accedilotildees comunicativas pode ser uma alternativa especialmente quan-do ele estaacute envolvido com o fazer ciecircncia

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resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

galeriadeartes

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galeria de artes

Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

galeria de artes

lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

redaccedilotildeesde alunos

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

redaccedilotildees de alunos

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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pois todas as variantes comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intui-tiva atraveacutes do uso das atividades sociais do conviacutevio com a famiacutelia A escola viraacute posteriormente para ampliar esse conhe-cimento portanto ele natildeo deve ser menosprezado A segunda concepccedilatildeo vecirc a gramaacutetica como um conjunto de normas que regulam o uso da liacutengua ela natildeo considera toda a realidade comunicativa apenas aquela considerada aceitaacute-vel atraveacutes da oacutetica da liacutengua prestigiada socialmente Aqui o importante eacute o domiacutenio das regras do que eacute certo e do que eacute errado do que deve e natildeo ser dito Tais prescriccedilotildees natildeo satildeo feitas por razotildees puramente linguiacutesticas mas por motivos his-toacutericos sociais e econocircmicos Logo eacute importante questionar-se do porquecirc das variantes das classes sociais menos favorecidas natildeo serem consideradas padratildeo na liacutengua Predomina-se o es-tudo da liacutengua na forma escrita natildeo na falada A gramaacutetica como uma perspectiva de estudo indica uma maneira de estudo eou um meacutetodo de investigaccedilatildeo sobre a liacutengua Surgiram assim durante os estudos sobre a linguagem diversas perspectivas sobre a mesma (terra 2008 p79-80)

a) A Gramaacutetica descritiva natildeo prescreve regras do que eacute certo ou errado e sim verifica as uniformidades e diferenccedilas presentes na liacutengua em decorrecircncia de seu uso

b) A Gramaacutetica gerativa criada pelo linguista norte-americano Chomsky na deacutecada de 1950 procura explicar os fatos linguiacutesticos como satildeo produzidos com o objetivo de se estabelecer um modelo geral baseado em princiacutepios universais dos quais derivam as gramaacuteticas de cada liacutengua em particular

c) A Gramaacutetica funcional trabalha com a interpretaccedilatildeo satisfatoacuteria dos signos linguiacutesticos que natildeo satildeo analisados apenas como codificaccedilatildeo e descodificaccedilatildeo

d) A gramaacutetica textual tem como objeto de estudo o texto com o fim de explicitar regras para que o falante produza bons textos

artigo

A concepccedilatildeo de gramaacutetica como disciplina escolar reduz todos esses conceitos traz para a sala de aula uma visatildeo em que a gramaacutetica normativa corresponde agrave liacutengua A partir daiacute tem-se um problema pois todas as variantes satildeo excluiacutedas e separa-se a produccedilatildeo textual a leitura e a gramaacutetica como se as trecircs ldquofrentesrdquo da disciplina de liacutengua portuguesa fossem independentes mas natildeo satildeo Mostra-se para o aluno o certo e o errado natildeo haacute espaccedilo para as diversas situaccedilotildees interativas de comunicaccedilatildeo A uacuteltima concepccedilatildeo de gramaacutetica a de um livro que pode ser mais prescritiva eou descritiva Focaliza-se nas estruturas da liacutengua e as hipoacuteteses do que eacute considerado padratildeo e corre-to ela tem a funccedilatildeo de prescrever uma forma uacutenica e correta de comunicaccedilatildeo Um livro de gramaacutetica tambeacutem pode ser des-critivo exibindo as estruturas da liacutengua de forma descontex-tualizada sem o enfoque nas situaccedilotildees reais de comunicaccedilatildeo Desse modo eacute privilegiada a modalidade escrita principalmen-te as expressotildees da literatura e da imprensa Qual a relaccedilatildeo desses conceitos agrave rotina escolar Como jaacute foi mencionado neste artigo a partir do momento em que a es-cola e ou professor consideram a gramaacutetica normativa como a uacutenica variante possiacutevel excluem-se todas as possibilidades de leitura e anaacutelise da liacutengua com isso o intuito da ampliaccedilatildeo do conhecimento linguiacutestico do aluno Natildeo se pode esquecer que ele tem uma gramaacutetica internalizada desenvolvida ao longo dos anos e que a gramaacutetica que ele aprenderaacute ou pelo menos

ldquoNatildeo se pode pensar ingenuamente que apenas a norma

culta a do bem falar segue uma gramaacutetica pois todas as variantes

comunicativas seguem uma gramaacutetica em qualquer condiccedilatildeo de uso Em siacutentese pode-se dizer que esta gramaacutetica eacute aprendida

naturalmente desde muito cedo ou seja ela vai sendo incorporada pela crianccedila de forma intuitiva atraveacutes

do usordquo

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artigo

ldquoCabe ao professor independente do material com que trabalhe ndash livro

apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave

liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situaccedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute

utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais

regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito

mais proacutexima da realidade do alunordquo

conheceraacute no ambiente escolar representa a estrutura de uma das variantes da liacutengua Para Antunes (2007 p 41) a comunicaccedilatildeo eficaz natildeo estaacute relacionada ao domiacutenio das regras de uma liacutengua agraves diferenccedilas das classes gramaticais e suas combinaccedilotildees pos-siacuteveis Haacute outras habilidades que devem ser desenvolvidas ldquotudo isso eacute necessaacuterio mas natildeo suficienterdquo (Ibid p 41) O autor ainda completa salientando que em muitos dos casos quando se ensina gramaacutetica nas aulas de Liacutengua Portuguesa esta natildeo parece ter em nada a ver com a lin-guagem do dia a dia com a liacutengua que nos pertence ou seja eacute muito distante da liacutengua utilizada pelos jovens tanto na fala como nas redes sociais O que se deve fazer entatildeo A gramaacutetica deve ser ex-tinguida da escola e as aulas de Liacutengua Portuguesa devem abordar apenas a leitura e a escrita Provavelmente natildeo O grande problema estaacute no enfoque e na importacircncia que ela recebe Muitos professores de Liacutengua Portuguesa jaacute notaram quantos dos seus alunos satildeo bons leitores produzem boas re-daccedilotildees mas tecircm peacutessimo desempenho nas avaliaccedilotildees de gra-maacutetica ou o oposto satildeo excelentes em provas que envolvem a norma e peacutessimos em questotildees interpretativas Obviamente haacute aqueles alunos que possuem mais facilidade com a lingua-gem e apresentam desempenho satisfatoacuterio em gramaacutetica lei-tura e escrita E o que isso quer dizer Que da forma como os alunos estudam a gramaacutetica estrutural e desconexa em pouco ou quase nada ela ajuda os alunos no desenvolvimento da competecircncia linguiacutestica Cabe ao professor independente do material com que tra-balhe ndash livro apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situ-accedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito mais proacutexima da realidade do aluno escrever ldquoOw vc ta airdquo natildeo eacute considerado correto em uma situaccedilatildeo formal muito menos na escola mas mostrar aos alunos que na internet isso eacute possiacutevel todavia em um processo seletivo para uma vaga no mercado de trabalho ou em uma redaccedilatildeo para vestibular e concurso puacuteblico seria causa de desclassificaccedilatildeo Outro motivo que justifica o desinteresse das crianccedilas e adolescentes agraves aulas de liacutengua Portuguesa e agraves demais dis-ciplinas refere-se agrave realidade que os cercam satildeo vaacuterios jogos

aplicativos redes sociais viacutedeo games e isso faz com que eles tenham acesso a todo e qualquer tipo de entretenimento e informaccedilatildeo instantaneamente e eacute claro que fica muito difiacutecil competir com o mundo digital quando se tem um capiacutetulo de conjugaccedilatildeo verbal para se trabalhar em sala por exemplo Assim como os outros estudiosos Luiz Carlos Travaglia (2003) afirma que o ensino de liacutengua materna pode alcan-

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artigo

Referecircncias bibliograacuteficas

Travaglia Luiz Carlos Gramaacutetica ensino plural Cortez Editora 2003

Antunes Irandeacute Muito Aleacutem da Gramaacutetica Satildeo Paulo Paraacutebola 2007

Terra Ernani Linguagem liacutengua e fala Ernani Terra Satildeo Paulo Scipione 2008 (Coleccedilatildeo Percursos)

ReNAtO GUIMARAtildeeS Al lAGeProfessor de Gramaacutetica do 8ordm ano

do Coleacutegio Cristo Rei Graduado em Letras pela Universidade Estadual de

londrina (Uel)

ccedilar dois objetivos ensinar a liacutengua atraveacutes da formaccedilatildeo de usuaacuterios competentes da liacutengua e que tenham competecircncia comunicativa O que isso significa Que cada pessoa saiba usar a liacutengua de acordo com a situaccedilatildeo de interaccedilatildeo comunicativa a fim de obter os efeitos desejados O outro objetivo relaciona-se ao ensino sobre a liacutengua ou seja a sistematizaccedilatildeo da mesma em que os alunos tecircm conhecimento da liacutengua e podem ser analistas dela e eacute aiacute que entra a gramaacutetica

Para travaglia (2003) trabalhar gramaacutetica com os alunos pode 1 Oferecer informaccedilatildeo cultural conhecimentos teoacutericos so-

bre a liacutengua como as classes de palavras e as funccedilotildees sintaacuteticas natildeo tecircm aplicaccedilatildeo imediata para a maioria das profissotildees poreacutem a nossa sociedade valoriza certa dose de conhecimentos teoacuterico-cientiacuteficos que nem sempre satildeo aplicaacuteveis visto as aacutereas de fiacutesica quiacutemica biologia artes histoacuteria

2 Instrumentalizar com recursos para situaccedilotildees praacuteticas como o conhecimento do alfabeto que eacute indispensaacutevel para se fazer uma listagem ou procurar palavras em um dicionaacuterio o conhecimento das flexotildees verbais ldquodanccedilo danccedilava danccedilareirdquo e suas variaccedilotildees semacircnticas quanto ao tempo a possibilidade de utilizar o conhecimento sobre a liacutengua para ensinar a proacutepria liacutengua quando um professor cita ldquoeste verbordquo ldquo a viacutergulardquo ldquoo sujeitordquo ou seja a temida nomenclatura

3 Desenvolver o raciociacutenio a capacidade de pensar ensinar a fazer ciecircncia como a matemaacutetica e a biologia por exem-plo quando se estuda a liacutengua e os fenocircmenos gramati-cais estaacute se fazendo ciecircncia Com o ensino da gramaacutetica eacute possiacutevel fazer com que o aluno perceba as irregularidades da liacutengua e das proacuteprias regras prescritas pela norma Eacute desenvolvida entatildeo a capacidade de observar formular hipoacuteteses buscar comprovaccedilatildeo ou falsificaccedilatildeo A aula de gramaacutetica pode propiciar ao educando um momento de estudo e de pesquisa dando-lhe um caraacuteter de indepen-decircncia intelectual Eacute possiacutevel desenvolver a percepccedilatildeo de que a verdade sobre os mundos natural ou social natildeo estatildeo prontas nos livros e cabe portanto a ele (o aluno) como ser participante do processo de aprendizagem criar hipoacute-teses criacuteticas e aceitar ou refutar as novas descobertas

As aulas de Liacutengua Portuguesa tecircm todos os ingredientes possiacuteveis para tornarem-se mais atrativas aos jovens ndash eacute a liacutengua materna deles todo e qualquer tipo de texto pode ser trabalhado em sala de aula por exemplo Eacute fundamental que o docente tenha consigo os conceitos de liacutengua e gramaacuteti-ca muito bem elaborados e principalmente que o professor amplie a visatildeo de mundo do aluno Tornaacute-lo participativo no processo de aprendizagem como o protagonista das accedilotildees comunicativas pode ser uma alternativa especialmente quan-do ele estaacute envolvido com o fazer ciecircncia

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Coleacutegio Cristo Rei

resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

redaccedilotildeesde alunos

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

redaccedilotildees de alunos

(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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artigo

ldquoCabe ao professor independente do material com que trabalhe ndash livro

apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave

liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situaccedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute

utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais

regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito

mais proacutexima da realidade do alunordquo

conheceraacute no ambiente escolar representa a estrutura de uma das variantes da liacutengua Para Antunes (2007 p 41) a comunicaccedilatildeo eficaz natildeo estaacute relacionada ao domiacutenio das regras de uma liacutengua agraves diferenccedilas das classes gramaticais e suas combinaccedilotildees pos-siacuteveis Haacute outras habilidades que devem ser desenvolvidas ldquotudo isso eacute necessaacuterio mas natildeo suficienterdquo (Ibid p 41) O autor ainda completa salientando que em muitos dos casos quando se ensina gramaacutetica nas aulas de Liacutengua Portuguesa esta natildeo parece ter em nada a ver com a lin-guagem do dia a dia com a liacutengua que nos pertence ou seja eacute muito distante da liacutengua utilizada pelos jovens tanto na fala como nas redes sociais O que se deve fazer entatildeo A gramaacutetica deve ser ex-tinguida da escola e as aulas de Liacutengua Portuguesa devem abordar apenas a leitura e a escrita Provavelmente natildeo O grande problema estaacute no enfoque e na importacircncia que ela recebe Muitos professores de Liacutengua Portuguesa jaacute notaram quantos dos seus alunos satildeo bons leitores produzem boas re-daccedilotildees mas tecircm peacutessimo desempenho nas avaliaccedilotildees de gra-maacutetica ou o oposto satildeo excelentes em provas que envolvem a norma e peacutessimos em questotildees interpretativas Obviamente haacute aqueles alunos que possuem mais facilidade com a lingua-gem e apresentam desempenho satisfatoacuterio em gramaacutetica lei-tura e escrita E o que isso quer dizer Que da forma como os alunos estudam a gramaacutetica estrutural e desconexa em pouco ou quase nada ela ajuda os alunos no desenvolvimento da competecircncia linguiacutestica Cabe ao professor independente do material com que tra-balhe ndash livro apostila ou tecnologias - saber como aproximar os conteuacutedos agrave liacutengua utilizada pelo aluno mostrar em que situ-accedilotildees aquela variante (a formal) eacute exigida quando ele poderaacute utilizaacute-la e ainda natildeo descartar as variaccedilotildees de gecircnero sociais regionais etaacuterias que podem tanto enriquecer a aula e tornaacute-la muito mais proacutexima da realidade do aluno escrever ldquoOw vc ta airdquo natildeo eacute considerado correto em uma situaccedilatildeo formal muito menos na escola mas mostrar aos alunos que na internet isso eacute possiacutevel todavia em um processo seletivo para uma vaga no mercado de trabalho ou em uma redaccedilatildeo para vestibular e concurso puacuteblico seria causa de desclassificaccedilatildeo Outro motivo que justifica o desinteresse das crianccedilas e adolescentes agraves aulas de liacutengua Portuguesa e agraves demais dis-ciplinas refere-se agrave realidade que os cercam satildeo vaacuterios jogos

aplicativos redes sociais viacutedeo games e isso faz com que eles tenham acesso a todo e qualquer tipo de entretenimento e informaccedilatildeo instantaneamente e eacute claro que fica muito difiacutecil competir com o mundo digital quando se tem um capiacutetulo de conjugaccedilatildeo verbal para se trabalhar em sala por exemplo Assim como os outros estudiosos Luiz Carlos Travaglia (2003) afirma que o ensino de liacutengua materna pode alcan-

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artigo

Referecircncias bibliograacuteficas

Travaglia Luiz Carlos Gramaacutetica ensino plural Cortez Editora 2003

Antunes Irandeacute Muito Aleacutem da Gramaacutetica Satildeo Paulo Paraacutebola 2007

Terra Ernani Linguagem liacutengua e fala Ernani Terra Satildeo Paulo Scipione 2008 (Coleccedilatildeo Percursos)

ReNAtO GUIMARAtildeeS Al lAGeProfessor de Gramaacutetica do 8ordm ano

do Coleacutegio Cristo Rei Graduado em Letras pela Universidade Estadual de

londrina (Uel)

ccedilar dois objetivos ensinar a liacutengua atraveacutes da formaccedilatildeo de usuaacuterios competentes da liacutengua e que tenham competecircncia comunicativa O que isso significa Que cada pessoa saiba usar a liacutengua de acordo com a situaccedilatildeo de interaccedilatildeo comunicativa a fim de obter os efeitos desejados O outro objetivo relaciona-se ao ensino sobre a liacutengua ou seja a sistematizaccedilatildeo da mesma em que os alunos tecircm conhecimento da liacutengua e podem ser analistas dela e eacute aiacute que entra a gramaacutetica

Para travaglia (2003) trabalhar gramaacutetica com os alunos pode 1 Oferecer informaccedilatildeo cultural conhecimentos teoacutericos so-

bre a liacutengua como as classes de palavras e as funccedilotildees sintaacuteticas natildeo tecircm aplicaccedilatildeo imediata para a maioria das profissotildees poreacutem a nossa sociedade valoriza certa dose de conhecimentos teoacuterico-cientiacuteficos que nem sempre satildeo aplicaacuteveis visto as aacutereas de fiacutesica quiacutemica biologia artes histoacuteria

2 Instrumentalizar com recursos para situaccedilotildees praacuteticas como o conhecimento do alfabeto que eacute indispensaacutevel para se fazer uma listagem ou procurar palavras em um dicionaacuterio o conhecimento das flexotildees verbais ldquodanccedilo danccedilava danccedilareirdquo e suas variaccedilotildees semacircnticas quanto ao tempo a possibilidade de utilizar o conhecimento sobre a liacutengua para ensinar a proacutepria liacutengua quando um professor cita ldquoeste verbordquo ldquo a viacutergulardquo ldquoo sujeitordquo ou seja a temida nomenclatura

3 Desenvolver o raciociacutenio a capacidade de pensar ensinar a fazer ciecircncia como a matemaacutetica e a biologia por exem-plo quando se estuda a liacutengua e os fenocircmenos gramati-cais estaacute se fazendo ciecircncia Com o ensino da gramaacutetica eacute possiacutevel fazer com que o aluno perceba as irregularidades da liacutengua e das proacuteprias regras prescritas pela norma Eacute desenvolvida entatildeo a capacidade de observar formular hipoacuteteses buscar comprovaccedilatildeo ou falsificaccedilatildeo A aula de gramaacutetica pode propiciar ao educando um momento de estudo e de pesquisa dando-lhe um caraacuteter de indepen-decircncia intelectual Eacute possiacutevel desenvolver a percepccedilatildeo de que a verdade sobre os mundos natural ou social natildeo estatildeo prontas nos livros e cabe portanto a ele (o aluno) como ser participante do processo de aprendizagem criar hipoacute-teses criacuteticas e aceitar ou refutar as novas descobertas

As aulas de Liacutengua Portuguesa tecircm todos os ingredientes possiacuteveis para tornarem-se mais atrativas aos jovens ndash eacute a liacutengua materna deles todo e qualquer tipo de texto pode ser trabalhado em sala de aula por exemplo Eacute fundamental que o docente tenha consigo os conceitos de liacutengua e gramaacuteti-ca muito bem elaborados e principalmente que o professor amplie a visatildeo de mundo do aluno Tornaacute-lo participativo no processo de aprendizagem como o protagonista das accedilotildees comunicativas pode ser uma alternativa especialmente quan-do ele estaacute envolvido com o fazer ciecircncia

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resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

redaccedilotildees de alunos

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

redaccedilotildees de alunos

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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artigo

Referecircncias bibliograacuteficas

Travaglia Luiz Carlos Gramaacutetica ensino plural Cortez Editora 2003

Antunes Irandeacute Muito Aleacutem da Gramaacutetica Satildeo Paulo Paraacutebola 2007

Terra Ernani Linguagem liacutengua e fala Ernani Terra Satildeo Paulo Scipione 2008 (Coleccedilatildeo Percursos)

ReNAtO GUIMARAtildeeS Al lAGeProfessor de Gramaacutetica do 8ordm ano

do Coleacutegio Cristo Rei Graduado em Letras pela Universidade Estadual de

londrina (Uel)

ccedilar dois objetivos ensinar a liacutengua atraveacutes da formaccedilatildeo de usuaacuterios competentes da liacutengua e que tenham competecircncia comunicativa O que isso significa Que cada pessoa saiba usar a liacutengua de acordo com a situaccedilatildeo de interaccedilatildeo comunicativa a fim de obter os efeitos desejados O outro objetivo relaciona-se ao ensino sobre a liacutengua ou seja a sistematizaccedilatildeo da mesma em que os alunos tecircm conhecimento da liacutengua e podem ser analistas dela e eacute aiacute que entra a gramaacutetica

Para travaglia (2003) trabalhar gramaacutetica com os alunos pode 1 Oferecer informaccedilatildeo cultural conhecimentos teoacutericos so-

bre a liacutengua como as classes de palavras e as funccedilotildees sintaacuteticas natildeo tecircm aplicaccedilatildeo imediata para a maioria das profissotildees poreacutem a nossa sociedade valoriza certa dose de conhecimentos teoacuterico-cientiacuteficos que nem sempre satildeo aplicaacuteveis visto as aacutereas de fiacutesica quiacutemica biologia artes histoacuteria

2 Instrumentalizar com recursos para situaccedilotildees praacuteticas como o conhecimento do alfabeto que eacute indispensaacutevel para se fazer uma listagem ou procurar palavras em um dicionaacuterio o conhecimento das flexotildees verbais ldquodanccedilo danccedilava danccedilareirdquo e suas variaccedilotildees semacircnticas quanto ao tempo a possibilidade de utilizar o conhecimento sobre a liacutengua para ensinar a proacutepria liacutengua quando um professor cita ldquoeste verbordquo ldquo a viacutergulardquo ldquoo sujeitordquo ou seja a temida nomenclatura

3 Desenvolver o raciociacutenio a capacidade de pensar ensinar a fazer ciecircncia como a matemaacutetica e a biologia por exem-plo quando se estuda a liacutengua e os fenocircmenos gramati-cais estaacute se fazendo ciecircncia Com o ensino da gramaacutetica eacute possiacutevel fazer com que o aluno perceba as irregularidades da liacutengua e das proacuteprias regras prescritas pela norma Eacute desenvolvida entatildeo a capacidade de observar formular hipoacuteteses buscar comprovaccedilatildeo ou falsificaccedilatildeo A aula de gramaacutetica pode propiciar ao educando um momento de estudo e de pesquisa dando-lhe um caraacuteter de indepen-decircncia intelectual Eacute possiacutevel desenvolver a percepccedilatildeo de que a verdade sobre os mundos natural ou social natildeo estatildeo prontas nos livros e cabe portanto a ele (o aluno) como ser participante do processo de aprendizagem criar hipoacute-teses criacuteticas e aceitar ou refutar as novas descobertas

As aulas de Liacutengua Portuguesa tecircm todos os ingredientes possiacuteveis para tornarem-se mais atrativas aos jovens ndash eacute a liacutengua materna deles todo e qualquer tipo de texto pode ser trabalhado em sala de aula por exemplo Eacute fundamental que o docente tenha consigo os conceitos de liacutengua e gramaacuteti-ca muito bem elaborados e principalmente que o professor amplie a visatildeo de mundo do aluno Tornaacute-lo participativo no processo de aprendizagem como o protagonista das accedilotildees comunicativas pode ser uma alternativa especialmente quan-do ele estaacute envolvido com o fazer ciecircncia

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resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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Coleacutegio Cristo Rei

- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

redaccedilotildeesde alunos

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

redaccedilotildees de alunos

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

redaccedilotildees de alunos

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

redaccedilotildees de alunos

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

redaccedilotildees de alunos

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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resenhase sugestotildeesAs boas mulheres da China

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo As Boas Mulheres da ChinaAutor XinranTraduccedilatildeo Manoel Paulo FerreiraEditora Companhia das Letrasediccedilatildeo 1Ano 2003Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 288 paacuteginas

Recentemente comemoramos o mecircs das mulheres das matildees Por isso minha sugestatildeo de leitura leva a reflexatildeo sobre o papel feminino na sociedade Eacute realmente impressionante que em pleno seacuteculo XXI as mulheres ainda tenham uma condiccedilatildeo tatildeo iacutenfima somente por serem do sexo feminino Algumas mulheres em diferentes re-giotildees do mundo vivem situaccedilotildees inaceitaacuteveis Nenhuma tra-diccedilatildeo costume ou religiatildeo justifica que uma mulher seja mal-tratada abusada assassinada Nada justifica serem traficadas subjugadas mutiladas humilhadas privadas dos direitos baacutesi-cos do ser humano Eacute justamente esse contexto que a chinesa Xinran jorna-lista professora na School of Oriental and African Studies ndash Universidade de Londres e ex-apresentadora de programas de raacutedio em Nanquim apresenta em seu livro ldquoAs boas mulheres da Chinardquo que originalmente se traduz ldquoAs corajosas mulhe-res da Chinardquo O livro nasceu do interesse da autora em conhecer a situ-accedilatildeo social poliacutetica e emocional das mulheres de seu paiacutes A popularidade de Xinran devido ao programa de raacutedio ldquoPalavras na Brisa Noturnardquo permitiu o acesso a confissotildees de matildees esposas amantes e filhas exemplos de forccedila e determinaccedilatildeo para superar traumas diversos De forma cautelosa paciente e sensiacutevel a autora se propocircs a discutir problemas femininos sobre os quais poucas ousaram ou eram permitidas falar Satildeo relatos de abandono miseacuteria discriminaccedilatildeo casamentos forccedilados abusos incestos enfim humilhaccedilotildees atrozes Xinran consegue fazer com que as mulhe-res silenciadas por seacuteculos de opressatildeo revelem seus medos provaccedilotildees e como conseguiram se reerguer do caos moral e fiacutesico com forccedila extraordinaacuteria de resistecircncia e esperanccedila

Todos os relatos sem exceccedilatildeo satildeo lamentavelmente tristes o que nos faz refletir sobre o distinto comportamento e tratamento entre homens e mulheres e as agruras e terriacute-veis atrocidades contra essas durante toda a vida Apesar de um texto intenso a obra possui uma lingua-gem simples eacute extremamente rica e o discurso fluente en-volve o leitor aumentando o impacto do texto Um livro sensiacutevel tocante e reflexivo sobre como o universo dos relacionamentos pode ser complexo e mol-dado pelas mudanccedilas poliacuteticas e culturais de onde vive-mos e que infelizmente se conserva presente condenando boas mulheres do mundo todo

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

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Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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resenhas e sugestotildees

Lolo Barnabeacute Lolo Barnabeacute eacute uma narrativa realista com linguagem sim-ples e bem humorada uma liccedilatildeo sobre a insatisfaccedilatildeo humana e a constante busca da felicidade pautada no consumismo A histoacuteria se desenrola no tempo das cavernas Eacute repre-sentada por Barnabeacute e sua famiacutelia com suas questotildees con-flitos e soluccedilotildees Descreve a incessante procura por melhores condiccedilotildees de sobrevivecircncia culminando em uma crise familiar e consequentemente em uma inversatildeo de valores e priorida-des Dessa maneira lolo eacute levado a refletir sobre a felicidade que sentia quando desfrutava da simplicidade e das sutilezas proporcionadas pela vida primitiva na caverna A histoacuteria da escritora Eva Furnari eacute uma criacutetica sobre a vida contemporacircnea em que o homem vive e sofre a insa-tisfaccedilatildeo quase crocircnica que o motiva a sair de casa todos os dias para trabalhar e consumir cada vez mais com a pretensa e frustrada crenccedila de que tais artifiacutecios traratildeo a satisfaccedilatildeo e a felicidade que procura

Ficha TeacutecnicaTiacutetulo Lolo BarbabeacuteAutor Eva FurnariEditora ModernaEdiccedilatildeo 2Ano 2010Idioma Portuguecircsespecificaccedilotildees Brochura | 32 paacuteginas

ANDREacuteIA JUlIANIBibliotecaacuteria do Coleacutegio Cristo Rei

CRB - 88923

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Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

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Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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Da mesma forma que podemos ter diversas interpreta-ccedilotildees de uma obra de Arte podemos tambeacutem fazer di-versas releituras dessa obra

No nosso dia a dia estamos cercados de imagens que comunicam e informam mas precisamos saber decifraacute-las interpretaacute-las ou lecirc-las Desta forma eacute extremamente importante trabalhar esta questatildeo dentro da sala de aula Em uma anaacutelise formal o aluno faz a leitura dos elementos visuais e de sua composiccedilatildeo jaacute no meacutetodo menos formal faz-se uma leitura esteacutetica considerando a expressividade da obra do autor e de uma eacutepoca A obra escolhida para trabalhar o tema com os 6ordm anos do Coleacutegio Cristo Rei foi Guernica de Picasso de 1937 A pintura que mede 349m x 776m retrata a cida-de basca de Guernica apoacutes o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola O beliacutes-simo trabalho do artista incorpora a desu-manidade a brutalidade e desesperanccedila Apoacutes a leitura da imagem e de levar o aluno a perceber pequenos detalhes trabalhei com a oralidade Assim como haacute diferentes interpretaccedilotildees de imagem haacute tambeacutem diferentes possibilidades de releituras mas para se fazer uma boa releitu-ra eacute preciso uma boa interpretaccedilatildeo na leitura Antes da releitura de Guernica os alunos trabalharam com o tema ldquoA alegria e a tristeza na Arterdquo e conheceram as fases rosa e azul de Picasso De forma a valorizar as produccedilotildees dos alunos foram selecionados quatro trabalhos sendo duas relei-turas produzidas com tema alegre e outras duas com o tema triste Na releitura da aluna Camila Suemi Onishi hirohara do 6ordm A ela faz a interpretaccedilatildeo de uma cena triste que se transfor-ma pela sua criatividade em uma festa onde ela trabalha os

Leitura de Imagem

personagens com expressotildees alegres e cores vivas A matildeo que segura a flor uacutenico siacutembolo de esperanccedila na pintura de Picas-so permanece na cena junto com uma bexiga que substitui a espada quebrada Camila utiliza em sua composiccedilatildeo o dese-nho e a colagem como forma de expressatildeo sendo a colagem uma peccedila de brinquedo que conversa muito bem com o tema e com a releitura criada

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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Coleacutegio Cristo Rei

- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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Coleacutegio Cristo Rei

DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

redaccedilotildeesde alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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Coleacutegio Cristo Rei

A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

redaccedilotildees de alunos

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

redaccedilotildees de alunos

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

redaccedilotildees de alunos

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

redaccedilotildees de alunos

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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Na releitura de Juliana de Oliveira Rabelo do 6ordm C ela tambeacutem trabalha com a alegria criando algo novo mas mantendo um elo com a fonte que serviu de inspiraccedilatildeo Juliana utiliza o desenho como forma de expressatildeo trabalhando com figuras mais realistas e natildeo cubistas como as representadas por Picasso em Guernica No lugar da imagem central e dominante do cavalo que na pintura de Picasso representa de forma subliminar a morte Juliana desenha um unicoacuternio ser mitoloacutegico e siacutembolo de pureza e virgindade dos jovens

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

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redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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Coleacutegio Cristo Rei

A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

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Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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Na releitura da aluna eduarda Rodrigues Sproesser do 6ordm C ela trabalha como em Guernica com o tema triste A aluna cria uma releitura com uma bela composiccedilatildeo utilizando cores quentes e frias e personagens que possuem um estilo proacuteprio Eduarda destaca alguns elementos importantes com cores quentes como a luz da lacircmpada que em Guernica simboliza um ambiente impiedoso de uma sala de torturas em tempos de guerra e como a rosa que representa a esperanccedila Este destaque torna seu trabalho ainda mais rico esteticamente

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

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esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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Page 26: 8ª edição - cristorei.com.br

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PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

O trabalho do Gabriel Medeiros Primo do 6ordmA traz uma releitura bem atual para nosso paiacutes ele representa as manifestaccedilotildees contra a copa do mundo de 2014 Gabriel deixa o cavalo ainda em destaque substituindo o guerreiro morto por um policial que ao inveacutes de segurar uma espada perde sua arma de fogo A mulher presa em um edifiacutecio em chamas eacute substituiacuteda por um homem mas que permanece em destaque e com um apelo emocional direto atraindo o espectador para a sua dor e seu espanto A matildee que na obra de Picasso segura seu bebecirc morto nos braccedilos eacute representada por uma outra mulher mas que na releitura se encontra proacutexima a um ocircnibus em chamas e com sua crianccedila morta no chatildeo Uma releitura bem contextualizada com uma bela interpretaccedilatildeo de nossa realidade

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

redaccedilotildeesde alunos

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

redaccedilotildees de alunos

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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Page 27: 8ª edição - cristorei.com.br

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O tema de estudo para os 7ordm anos no primeiro bimestre foi ldquoO Desenho e a Formardquo Os alunos conheceram um

pouco de perspectiva e luz e sombra e traba-lharam com criaccedilotildees aplicando inicialmente apenas linhas retas e depois somente linhas curvas Ao apresentar os Zentangles meacutetodo de criaccedilatildeo de lindas imagens utilizando padrotildees lineares e que estimulam a atenccedilatildeo e a criati-vidade os alunos foram orientados na utiliza-ccedilatildeo da teacutecnica A mesma foi desenvolvida em canson A3 com laacutepis 6B para luz e sombra e ou caneta hidrograacutefica para criaccedilatildeo de pa-drotildees No trabalho do aluno Felipe Murad Tedde do 7ordmA vemos um desenho feito com laacutepis 6B rico em detalhes e com uma criaccedilatildeo quase que espontacircnea Felipe trabalha com algumas teacutecnicas estudadas no bimestre como a pers-pectiva por exemplo e consegue um equiliacute-brio em sua composiccedilatildeo com o uso do claro e escuro Podemos tambeacutem notar aleacutem dos padrotildees um equiliacutebrio no uso de linhas curvas e linhas retas

O Desenho e a Forma

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A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

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Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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Coleacutegio Cristo Rei

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Coleacutegio Cristo Rei

galeria de artes

A aluna Beatriz Bernardoni do 7ordmA cria uma composiccedilatildeo onde tem como ponto de partida uma figura central assimeacutetrica A partir desta figura Beatriz cria padrotildees com laacutepis 6ordmB e caneta hidrograacutefica conseguindo uma variaccedilatildeo de tons e um trabalho de luz e sombra muito bonito Seu desenho fica ainda mais rico quando ela trabalha com o preenchimento de fundo em algumas aacutereas dando destaque a figura

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Coleacutegio Cristo Rei

galeria de artes

O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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Coleacutegio Cristo Rei

A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

galeriadeartes

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Coleacutegio Cristo Rei

galeria de artes

Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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Coleacutegio Cristo Rei

- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

galeria de artes

lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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Coleacutegio Cristo Rei

DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

redaccedilotildeesde alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

redaccedilotildees de alunos

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

redaccedilotildees de alunos

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

redaccedilotildees de alunos

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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O trabalho da aluna liacutevia Fornari laurindo do 7ordmB destaca-se pelos padrotildees criados para sua composiccedilatildeo Apesar de natildeo trabalhar com luz e sombra e nem apropriar-se da perspectiva Liacutevia consegue um preenchimento de seu suporte de trabalho apenas utilizando os padrotildees sendo esses padrotildees construiacutedos ao fundo apenas com linhas curvas deixando as linhas retas para os dois coraccedilotildees desenhados nas extremidades do suporte Livia assim como o aluno Felipe tambeacutem consegue equiliacutebrio com o uso de claro e escuro em seu trabalho e natildeo destacando o coraccedilatildeo central daacute movimento agrave sua composiccedilatildeo descentralizando a visatildeo do espectador

PROFordf VANESSA DOS SANTOS RODRIGUES NAVARROProfessora de Artes do Coleacutegio Cristo Rei

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

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redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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Coleacutegio Cristo Rei

A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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Page 30: 8ª edição - cristorei.com.br

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A Cartografia reflete as preocupaccedilotildees do homem com o espaccedilo que o cerca ndash tanto o espaccedilo proacuteximo quanto o espaccedilo distante Preocupaccedilotildees essas concretas e objeti-

vas ligadas por exemplo agrave seguranccedila e agrave administraccedilatildeo Reconhecendo a diferenccedila entre os mapas e os territoacute-rios abre-se espaccedilo para interpretaccedilatildeo e permite-se diferentes graus de precisatildeo de representaccedilatildeo Neste sentido apresen-tam-se os mapas artiacutesticos que podem captar questotildees que cartoacutegrafos e seus mapas rdquocientiacuteficosrdquo nunca descreveratildeo Isto eacute o que faz dos mapas produtos tatildeo intrigantes eles comuni-cam diferentes visotildees do nosso mundo e nos ajudam a enten-der sua complexidade Uma das idealizadoras da arte pela cartografia eacute a artista francesa Sabine Reacutethoreacute que sintetiza muito bem o conceito dos mapas artiacutesticos na frase a seguir ldquoeste mundo eacute feito para o prazer dos olhos Eu queria criar um objeto que daria uma ideia do que um astronauta possa sentir apoacutes uma viagem de alguns meses sem gravidade sem sorvete de morango sem carinho ou descendentesrdquo Sendo assim foi desenvolvido com os alunos dos 8ordms anos na disciplina de Arte e Muacutesica a representaccedilatildeo da nossa cida-de Mariacutelia por meio do mapa (Google Maps) destacando quais os pontos que mais a re-trata aleacutem de apresen-tar um pouco do seu passado Os alunos dese-nharam de forma co-letiva e colaborativa os ambientes e as figuras que mais simbolizam a nossa cidade e sua his-toacuteria

Arte e Cartografia Cartografia e Arte

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Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

redaccedilotildeesde alunos

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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Coleacutegio Cristo Rei

PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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galeria de artes

Lendas urbanas mitos urbanos ou lendas contemporacircneas satildeo pequenas histoacuterias de caraacuteter fabuloso ou sensacionalista

amplamente divulgadas de forma oral por e--mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno Satildeo frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um ldquoamigo de um amigordquo ou de conhecimento puacuteblico Muitas delas jaacute satildeo bastante antigas tendo sofrido apenas pequenas alteraccedilotildees ao longo dos anos Eacute o caso por exemplo da histoacuteria da loira do banheiro lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banhei-ros local onde teria se suicidado ou em ou-tras versotildees sido assassinada Outras dessas histoacuterias tecircm origem mais recente como as que datildeo conta de homens seduzidos e drogados em espaccedilos de diversatildeo noturna que ao acordarem no dia seguinte descobrem que tiveram um de seus rins cirur-gicamente extraiacutedo por uma quadrilha espe-cializada na venda de oacutergatildeos humanos para transplante Parafraseando William Shakespe-are ldquohaacute mais misteacuterios entre o ceacuteu e a terra do que toda a nossa vatilde filosofiardquo Visando divulgar a cultura da cidade de Mariacutelia foi proposto aos alunos dos 9ordms anos pesquisas e representaccedilotildees atraveacutes de dese-nhos das nossas lendas urbanas mais conhe-

Lenda Urbana

cidas As escolhidas foram - A histoacuteria do Peacute de Veludo um assaltante de residecircncias nos anos de 1960 ele morreu assassinado por policiais da eacutepoca mas ateacute hoje eacute tido como um milagreiro das causas impossiacuteveis por tirar dos ricos e dar aos pobres

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

galeria de artes

lUCIReNe ANDReA CAtINI lANZIProfessora artes e muacutesica - 8ordm e 9ordm anos

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

redaccedilotildeesde alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

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Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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- O Menino do Piano que morreu muito jovem de causa desconhe-cida ele ficou famoso por ter o tuacutemulo em forma de piano em cauda e muitos dizem que o local exala um perfume de rosas e uma linda melodia

- A Noiva de Mariacutelia que ao ir para o casamento em Ourinhos morreu vestida de noiva na serra entre Mariacutelia e Ocauccedilu Diz a lenda que ateacute hoje ela vem assombrar os transeuntes dessa estrada acreditando estar viva a caminho do casamento

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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Page 33: 8ª edição - cristorei.com.br

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DuacutevidasJoatildeo Victor Marengone Altizani e Igor DrsquoArauacutejo M Porreo BrandatildeoAlunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O verdadeiro amorLucas Gimenes Benez e Gabriel Eidi Senzaki - Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

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UFPR - Processo Seletivo 2014Joatildeo Pedro Zaidel Netto - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 04 - Curto logo existoBrunno Colombani B Luengo - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Questatildeo discursiva 05 - Sem tempo para as Palavras Marcos Del Masso Fairbanks - Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

redaccedilotildeesde alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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Com base nesta definiccedilatildeo redija um poema de amor

Poema eacute uma obra literaacuteria que pertence ao acircmbito da poesia O tex-to pode ser apresentado ou redigido sob a forma de verso e estrofes

Joatildeo Victor Marengone AltizaniIgor DrsquoArauacutejo M Porreo Brandatildeo

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

DUacuteVIDAS

De onde venhoQuem souComo me chamoOnde estou

Natildeo me lembro de quase nadaSoacute do nome de minha amadaE eacute por ela que hojeMinha alma sofre calada

Ainda sinto seu cheirosua pele seu toquee suave enleio

Ando vagando agrave procura delapara estar com ela nem que sejamais uma vez nessa loucura

Se encontrasse a lacircmpada do AladimMeus trecircs pedidos seriam assima volta dela ela me levar e o nosso amor natildeo ter fim

PROPOSTA DE TEXTO

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

redaccedilotildees de alunos

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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O VERDADEIRO AMOR

O amor eacute uma coisa loucaque natildeo se define apenasem sexo e beijo na boca

O verdadeiro valor do amornatildeo estaacute apenas em palavras ditase em objetos que na verdadesoacute tecircm valor para os infelizes

Quem natildeo conhece esse sentimentonatildeo sabe quatildeo querido e valiosopode ser o verdadeiro amor

Poreacutem os que jaacute o conheceme por ele vivem e padecemjamais se esquecem mesmoquando seu amor vai embora

Lucas Gimenes BenezGabriel Eidi Senzaki

Alunos do 9ordm ano do ensino Fundamental

O destaque destes poemas eacute a utilizaccedilatildeo adequada dos componentes estruturais da lin-guagem poeacutetica (verso estrofe e algumas tentativas de rima) que daacute ao texto grande efeito expressivo e articula as ideias numa sequecircncia loacutegica e coerente Com este recurso observa-mos que os autores traduziram de modo eficiente e ateacute com certo lirismo expressivo o que eacute o amor Eacute interessante considerar tambeacutem a maturidade desses alunos ao abordar este tema de forma tatildeo sensiacutevel e poeacutetica citando inclusive suas emoccedilotildees e possiacuteveis ldquoconflitosrdquo ligados a esse sentimento

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

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Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

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Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

redaccedilotildees de alunos

(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Coleacutegio Cristo Rei

Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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A UFPR - Universidade Federal do Paranaacute - eacute conhecida por ter um dos mais exigentes processos seletivos dentre as univer-sidades federais A 1ordf Fase eacute composta de 80 questotildees de conhecimento geral (Matemaacutetica Fiacutesica Quiacutemica Biologia histoacuteria Portuguecircs Geografia e liacutengua estrangeira Moderna) e a 2ordf eacute dividida em duas etapas Compreensatildeo e Produccedilatildeo de textos e Provas especiacuteficas com disciplinas variaacuteveis conforme o curso desejado

Diferentemente de vaacuterias instituiccedilotildees essa instituiccedilatildeo haacute alguns anos optou por substituir a tradicional redaccedilatildeo de 25 linhas de caraacuteter dissertativo (modelo eNeM FUVeSt UNeSP) por 5 propostas mais curtas poreacutem mais complexas e abrangentes quan-to ao tema agrave flexibilidade de gecircnero e ao conhecimento de mundo do candidato o que torna o exame mais rigoroso e seletivo Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito Psicologia) terem na 2ordf Fase uma prova especiacutefica de Filosofia o que com exceccedilatildeo de algumas universidades mineiras (UFU UFMG) praticamente natildeo eacute cobrado em outra instituiccedilatildeo no Brasil mdash reiterando a seletividade supracitada

Os alunos do primeiro ano do ensino Meacutedio em nossa oficina de redaccedilatildeo tiveram acesso agrave prova de redaccedilatildeo do Vestibular UFPR 20132014 Nela haacute cinco questotildees discursivas que somadas totalizam 60 pontos Internet miacutedias sociais e extinccedilatildeo da palavra foram os principais temas dessa segunda fase a qual apresentou uma charge da Mafalda um infograacutefico sobre o uso da internet no Brasil uma entrevista com o cineasta Kleber Mendonccedila Filho um texto sobre o Facebook e outros dois sobre a palavra escrita

De acordo com a banca avaliadora dessa instituiccedilatildeo a redaccedilatildeo deve ser redigida de acordo com a fidelidade proposta na ques-tatildeo visando agrave organizaccedilatildeo global e coerecircncia do texto ao uso adequado de recursos coesivos ao domiacutenio da liacutengua culta contem-poracircnea aleacutem de uso de vocabulaacuterio adequado ao domiacutenio de estruturas sintaacuteticas proacuteprias da escrita bem como dos sinais de pontuaccedilatildeo tendo em vista um maacuteximo de clareza e precisatildeo aleacutem de legibilidade do texto e respeito agraves normas ortograacuteficas em vigor

Mais uma vez a prova de Compreensatildeo e Produccedilatildeo de Texto dessa instituiccedilatildeo consolidou a tocircnica de selecionar o candidato que se diferencie pelo domiacutenio de leitura e capacidade de expressar sua opiniatildeo por meio da escrita em diferentes gecircneros sem distorcer opiniotildees alheias

Introduccedilatildeo

redaccedilotildees de alunos

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

redaccedilotildees de alunos

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Coleacutegio Cristo Rei

Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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Veja a seguir textos dessa pro-posta produzidos por alunos da 1ordf seacuterie do Ensino Meacutedio

PROPOSTA DE TEXTO

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PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

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Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

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Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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esta redaccedilatildeo obedece agraves instruccedilotildees contidas na proposta (seleccedilatildeo de informaccedilotildees re-levantes organizaccedilatildeo de ideias em um texto coeso e citaccedilatildeo de referecircncia) e praticamente natildeo apresenta desvios no que se refere agrave norma culta Aleacutem de atender prontamente ao enunciado esse aluno apresenta um texto adequado ao gecircnero informativo bem dosado de informaccedilotildees o que torna a redaccedilatildeo equilibrada e bem encadeada enfim como estaacute coesa e atende perfeitamente ao que foi proposto pela instituiccedilatildeo pode ser considerada acima da meacutedia

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Joatildeo Pedro Zaidel Netto Aluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

De acordo com pesquisas realizadas pelo site ojornalistacom em 2010 de 190 milhotildees de habitantes mais de 813 usam a internet Apesar de a televisatildeo ainda ser o meio mais utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees o uso da rede estaacute crescendo e tende a ultrapassar a tV jaacute que 60 dos telespectadores afirmaram ter trocado a tevecirc pela internet Os locais mais utilizados para as pessoas acessarem a rede satildeo lan houses e residecircncias dos internautas em geral jovens de 12 a 15 anos satildeo os que mais utilizam este meio mas a maioria das pessoas afirmou que costuma utilizaacute--lo em meacutedia por cerca de trecircs horas ao dia Como mais de 93 da populaccedilatildeo que utilizam a rede para obter informaccedilotildees diaacuterias disseram sentir-se bem informadas pode-se concluir que satildeo inegaacuteveis os benefiacutecios e as facilidades que a internet proporciona jaacute que por meio dela eacute possiacutevel obter maior acesso a diversos tipos de informaccedilotildees

Tomando como ponto de partida o infograacutefico acima escreva um texto informativo sobre o uso da internet no Brasil em 2010 Seu texto deve

bull Selecionar as informaccedilotildees que vocecirc achar relevantes (a escolha eacute sua) bull Reunir as informaccedilotildees selecionadas num todo coeso bull Citar a fonte bull ter entre 10 e 12 linhas

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PROPOSTA DE TEXTO

Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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Com a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios e da importacircncia das redes sociais o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do su-jeito O ldquoeurdquo real se esvaziou para dar lugar ao ldquoperfilrdquo O filoacutesofo francecircs Reneacute Des-cartes estabeleceu um novo modelo de pensamento no seacuteculo XVII ao formular em latim a seguinte proposiccedilatildeo ldquoPenso logo existordquo (Cogito ergo sum) era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e por conseguinte potildee em xeque o mundo que o cerca A duacutevida cientiacutefica substituiacutea a certeza religiosa hoje Descartes se reviraria no seu tuacutemulo em Estocolmo caso pudesse observar o que se passa na cabeccedila dos seres humanos ldquoCurto logo existordquo (Amo ergo sum) parece ser a nova atitude loacutegica popularizada pelo Facebook A duacutevida cientiacutefica cedeu espaccedilo agrave presun-ccedilatildeo tecnoloacutegica

Melhor ainda eacute a formulaccedilatildeo da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro BlingRing ndash a gangue de Hollywood a duacutevida sobre a existecircncia do ego deu lugar na cultura do ultraconsumismo e das celebridades a um outro tipo de pergunta ldquoSe postei algo no Facebook e ningueacutem curtiu eu existordquo

A resposta eacute provavelmente natildeo Eu existo se meus tuiacutetes natildeo satildeo comentados nem retuitados Claro que natildeo E se satildeo curtidos e retuitados tampouco Ningueacutem existe nas redes sociais senatildeo como representaccedilotildees que estatildeo ali no lugar dos indi-viacuteduos Natildeo haacute uma transparecircncia ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais Isso parece oacutebvio mas natildeo o eacute para muita gente Agora as pessoas reais guardam uma alta concentraccedilatildeo de nada nos ceacute-rebros pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representaccedilotildees nas redes sociais elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online

Eacute oacutebvio que os signos na internet podem enganar mentir e insidiosamente simu-lar um alter ego digital Os vigaristas e falsaacuterios pululam alegremente com suas maacutes-caras nas redes sociais Quando algueacutem me ldquocurterdquo ou ldquonatildeo curterdquo estaacute agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente Nesse sentido se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o nuacutemero de pessoas que o curtiram estaraacute caindo em uma armadilha Pois ele natildeo eacute o que eacute nem quem curte eacute o que parece ser Mesmo quando a boa-feacute existe ela deixa de o ser porque nada se manteacutem estaacutevel no ambiente da ldquocurticcedilatildeordquo do Facebook []

(luiacutes Antonio Guiron Eacutepoca 01 ago 2013)

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Escreva um resumo do texto acima com 10 linhas no maacuteximo em seu texto vocecirc deve bull apresentar o ponto de vista do au-tor e os argumentos que ela utiliza para justificaacute-lo bull escrever com suas proacuteprias pala-vras sem copiar enunciados do au-tor bull mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto

Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

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Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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Brunno Colombani B LuengoAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

Segundo o escritor Luiacutes Antonio Guiron em um texto veiculado pela revista Eacutepoca com a importacircncia das redes sociais a evoluccedilatildeo e o aumento de usuaacuterios o perfil de cada pessoa passou a funcionar como o proacuteprio sujeito O ldquoeurdquo real passou a dar lugar ao ldquoeurdquo virtual fazendo com que o pensamento do filoacutesofo francecircs Renegrave Descartes ldquoPenso logo existordquo se tornasse ldquoCurto logo existordquo Pelo fato de as pes-soas quando estatildeo conectadas a uma rede passarem grande parte de seu tempo sem buscar conhecimento e se ocuparem apenas com assuntos banais e exibiccedilotildees esdruacutexulas o uso frequente deste meio aleacutem de desligar o sujeito do mundo real provoca outros prejuiacutezos como transformar a duacutevida cientiacutefica em presunccedilatildeo tec-noloacutegica Neste ambiente de ldquoCurto logo existordquo pessoas trocaram o off-line pelo online passando a se preocupar mais com vidas virtuais que reais Essas pessoas por sentirem-se mais vivas a partir do nuacutemero de pessoas que as curtiram poderatildeo estar caindo em uma armadilha jaacute que elas natildeo satildeo o que satildeo e nem quem curte eacute o que parece ser enfim para Guiron nem sempre haacute uma transparecircncia ou uma intenccedilatildeo natural entre o que se eacute de fato e o que se quer ser nas redes sociais

O autor construiu adequadamente um texto no gecircnero resumo apoiando-se no texto ldquoCurto logo existordquo de luiacutes Antonio Guiron Nessa proposta eacute interessante observar que esse aluno aleacutem de observar criteacuterios do enunciado como apresentar fonte nome e ponto de vista do autor sintetizou a ideia central bem como citou principais argumentos para justificaacute--la Tendo em vista que o resumo exige uma leitura atenta e interpretativa observa-se que esse aluno ateve-se aos recursos exigidos para esse gecircnero como usou adequadamente a terceira pessoa e natildeo acrescentou informaccedilotildees Parabeacutens

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O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

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Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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PROPOSTA DE TEXTO

O tempo da comunicaccedilatildeo por e-mails e mensagens de tex-to pode em breve ficar tatildeo ultrapassado quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conver-sas ao telefone e o longo post de 140 caracteres no twitter Esqueccedila Estamos nos aproximando do dia em que tudo seraacute dito com imagens segundo o New York times ldquoAs fotos estatildeo rapidamente se convertendo em um tipo de diaacutelogo inteira-mente novordquo escreveu Nick Bilton no jornal ldquoA turma de van-guarda estaacute descobrindo que se comunicar com uma simples imagem quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo lsquoEi estou esperando por vocecirc aquirsquo eacute mais faacutecil que se dar ao tra-balho de usar as palavrasrdquo No passado aacutelbuns de fotos de famiacutelia ocupavam espaccedilo em estantes repletos de imagens de casamentos formaturas feacuterias memoraacuteveis e poses desajeitadas em volta da aacutervore de Natal Agora com o clicar de um botatildeo podemos postar uma foto online poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de digitar com os polegares num teclado pequeno ldquoeste eacute um momento divisor de aacuteguas Estamos nos afastando da fo-tografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo -a num meio de comunicaccedilatildeordquo disse ao NYt Robin Kelsey professor de fotografia da Universidade de harvard []

(tom Brady Observatoacuterio da Imprensa 23072013)

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavrasLaacute estatildeo os poemas que esperam ser escritosEstatildeo paralisados mas natildeo haacute desesperohaacute calma e frescura na superfiacutecie intataEi-los soacutes e mudos em estado de dicionaacuterioConvive com teus poemas antes de escrevecirc-losTem paciecircncia se obscuros Cal-ma se te provocamEspera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silecircncioNatildeo forces o poema a despren-der-se do limboNatildeo colhas no chatildeo o poema que se perdeuNatildeo adules o poema Aceita-ocomo ele aceitaraacute sua forma de-finitiva e concentrada no espaccediloChega mais perto e contempla as palavrasCada uma tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta sem interesse pela respostapobre ou terriacutevel que lhe deresTrouxeste a chave[]

Texto 1 Texto 2

redaccedilotildees de alunos

(tom Brady Observatoacuterioda Imprensa 23072013)

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Coleacutegio Cristo Rei

Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

COMENTAacuteRIODA PROFESSORA

redaccedilotildees de alunos

PROFordf ELIANA N DE LIMA PASTANA

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Page 42: 8ª edição - cristorei.com.br

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Confronte os textos 1 e 2 e decirc sua opiniatildeo sobre a utilizaccedilatildeo da palavra escrita que prognoacutesticos podemos fazer quanto ao seu uso na comuni-caccedilatildeo e na vida em geralSeu texto devebull Apresentar uma opiniatildeo clara sobre o assunto e argumentos para susten-taacute-la pautados nos textosbull ter entre 10 e 12 linhas

Marcos Del Masso FairbanksAluno da 1ordf seacuterie do ensino Meacutedio

A beleza das imagens ou o sentimento das palavras haacute quem prefira imagens Algumas pessoas acreditam que elas substituiratildeo as palavras futuramente Seraacute pos-siacutevel Creio que natildeo As imagens sinalizam mas satildeo as palavras escritas que comu-nicam Ora quando lemos um texto natildeo verbal deixamos de perceber suas reais intenccedilotildees quando apenas admiramos imagens Muitas vezes apenas deduzimos Um poema costuma tocar mais profundamente que uma tela Uma cena de filme sem palavras ditas apenas sugere mas jamais causa aquele arrepio que geralmen-te sentimos quando ouvimos a poesia das falas Portanto natildeo basta soacute a imagem As palavras emocionam tocam aprofundam e esclarecem melhor um determinado assunto Por isso creio que elas estaratildeo sempre presente afinal o que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo sente

Nesse texto observamos que a conduccedilatildeo da argumentaccedilatildeo baseada no confronto entre ldquoA beleza das imagens ou o sentimento das palavrasrdquo e os exemplos citados para sustentaacute--la revelam perspicaacutecia bastante experiecircncia e certa intimidade do autor com as formas de comunicaccedilatildeo contemporacircneas Ademais esse aluno foi brilhante ao defender sua opiniatildeo sobre a permanecircncia da palavra e apontar claramente a diferenccedila entre as duas situaccedilotildees de comunicaccedilatildeo - leitura de imagem e de palavra - e mais ainda ao utilizar a expressatildeo popular ldquoo que os olhos natildeo leem o coraccedilatildeo natildeo senterdquo para fechar o seu texto

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