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    5 Prmio Chico Ribeiro de Informao de Custos e Qualidade do Gasto no Setor Pblico - 2015

    5 PRMIO CHICO RIBEIRO DE INFORMAO DE CUSTOS E

    QUALIDADE DO GASTO NO SETOR PBLICO 2015

    CATEGORIA:PROFISSIONAIS

    TEMA:QUALIDADE DO GASTO NO SETOR PBLICO

    A EFICINCIA DAS APLICAES DE RECURSOS VOLTADAS SADE PBLICA NOS MUNICPIOS BRASILEIROS: UMA

    ANLISE BASEADA NO NDICE DE DESEMPENHO DOSISTEMA NICO DE SADE (IDSUS)

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    5 Prmio Chico Ribeiro de Informao de Custos e Qualidade do Gasto no Setor Pblico - 2015

    A EFICINCIA DAS APLICAES DE RECURSOS VOLTADAS SADEPBLICA NOS MUNICPIOS BRASILEIROS: UMA ANLISE BASEADA NO

    NDICE DE DESEMPENHO DO SISTEMA NICO DE SADE (IDSUS)

    RESUMO

    A pesquisa teve como objetivo avaliar a eficincia da aplicao de recursos nas aes deacesso e efetividade do Sistema nico de Sade (SUS) nos municpios brasileiros, temarelevante considerando a necessidade de avanos na discusso sobre a qualidade dogasto na sade pblica. Foram avaliados 4.598 municpios por meio do mtodo Data

    Envelopment Analysis (DEA), sendo utilizadas como variveis-insumo os gastos comsade, gastos com educao, renda, taxa de alfabetizao, residncias com saneamento eo ndice de Desempenho do Sistema nico de Sade (IDSUS) como varivel-produto.Observou-se que 6,1% dos municpios analisados podem ser considerados comorefernciana alocao de recursos, estando a maioria dos municpios localizada na faixade eficincia entre 0,70 a 0,79. So apontados no relatrio os municpios benchmark eaqueles com piores resultados para cada um dos seis grupos homogneos. Sem asineficincias reveladas, o resultado do IDSUS poderia ser melhorado em 1,08 pontos,em mdia. Indica-se que possuir o melhor resultado no IDSUS pode no significarmaior eficincia na alocao de recursos, ocorrendo o mesmo para os municpios com

    piores resultados. Os achados podem nortear os gestores pblicos nas aes quemaximizem as externalidades positivas dos recursos pblicos despendidos com sade,especialmente nos Grupos Homogneos 3 e 5, e em relao aos efeitos da renda percapita e do saneamento no desempenho do SUS.

    PALAVRAS-CHAVE: Sistema nico de Sade; Gesto Pblica; Sade Pblica;ndice de Desempenho do Sistema nico de Sade;Data Envelopment Analysis.

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    A EFICINCIA DAS APLICAES DE RECURSOS VOLTADAS SADE

    PBLICA NOS MUNICPIOS BRASILEIROS: UMA ANLISE BASEADA NONDICE DE DESEMPENHO DO SISTEMA NICO DE SADE (IDSUS)

    1 INTRODUO

    A sade um bem pblico capaz de gerar ampla externalidade positiva, portanto,

    revela-se uma das funes governamentais bsicas. Tais servios tm sido alvo de

    grandes discusses polticas, sociais e acadmicas, dada a quantidade de recursos

    necessrios eficincia na sua aplicao visando a melhoria na qualidade de vida dapopulao brasileira.

    No tocante aos recursos oriundos para seu financiamento, o Governo Federal o

    principal provedor, enquanto as responsabilidades e competncias relacionadas ao

    fornecimento dos servios de sade so tratadas nas trs esferas de governo (VARELA,

    2008). Ressalta-se, ainda, que devido ao cenrio macroeconmico da dcada de 1990 -

    alta inflao e elevado dficit pblico - o governo buscou alcanar o equilbrio fiscal por

    meio da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que trouxe relevante impacto

    administrao pblica por quebrar o paradigma de que gastar mais necessariamente

    melhor (TROMPIERI et al., 2008).

    Dessa forma, a informao revela-se um importante instrumento para tomada de

    deciso, sendo que sistemas de avaliao de desempenho podem atender as

    necessidades dos gestores ao supri-los com informaes acerca do sucesso de uma

    determinada estratgia adotada (SIMONS, 1995). Tendo em vista tal necessidade,

    ocorreu a criao do ndice de Desempenho do Sistema nico de Sade (IDSUS), que

    busca aferir o desempenho do SUS em termos de estrutura disponvel e utilizada pela

    populao (BRASIL, 2011). Os resultados do IDSUS, divulgados no ano de 2012,

    relacionados ao ano de 2010, demonstraram que o SUS avaliado com uma nota 5,47,

    em uma escala de 0 a 10.

    Mesmo sendo crescente o clamor social sobre a necessidade de maior

    financiamento para os servios pblicos de ateno sade, frisa-se que no basta

    apenas a obteno de maiores fundos para o setor, mas sim que os recursos

    disponibilizados sejam utilizados de forma eficiente. Diante disso, torna-se necessrio

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    averiguar a seguinte questo de pesquisa: os municpios brasileiros tm sido eficientes

    na aplicao de recursos voltada consecuo das aes do Sistema nico de Sade?

    Desse modo, a presente investigao objetiva verificar se os municpios

    brasileiros tm sido eficientes na aplicao de recursos destinados para aes de acesso

    e efetividade do SUS, o que expresso por meio do IDSUS. Em especfico, a pesquisa

    procura apontar a existncia de municpios que possam ser considerados benchmark

    para outros municpios de um mesmo grupo homogneo e sua proporo na amostra,

    alm de destacar quais variveis apresentam ineficincias mais relevantes na

    consecuo dos objetivos definidos para o servio brasileiro de sade pblica.

    Adicionalmente, espera-se indicar, para cada grupo homogneo, o principal municpiobenchmark para cada grupo homogneo, bem como o municpio que apresenta menor

    eficincia na utilizao de seus recursos e suas caractersticas.

    A temtica constante na questo de pesquisa descrita vem sendo debatida

    internacionalmente, sendo o trabalho de Evans et al. (2001) um dos estudos pioneiros na

    rea, no qual, por meio da metodologia de dados em painel, os autores estimaram a

    fronteira de produo da sade para 191 pases entre 1993 e 1997 detectando aqueles

    com nveis de produo eficiente. No Brasil, estudos recentes tambm tiveram comofoco a eficincia dos gastos pblicos em sade (TROMPIERI et al., 2008; FARIA;

    JANNUZZI; SILVA, 2008; MACHADO; IRFFI; BENEGAS, 2011), utilizando em sua

    maioria a metodologia DEA e a anlise de regresso linear para avaliao da eficincia,

    contudo apresentando amostra reduzida, focando em anlise dos municpios contidos

    em um determinado estado ou em grupos de hospitais pblicos.

    Com a divulgao do IDSUS, Rocha et al. (2012) analisaram 5.523 municpios

    brasileiros quanto oferta e demanda de assistncia mdica pblica por meio da

    metodologia DEA. A anlise realizada na presente pesquisa difere dessa pesquisa

    medida que considera que algumas variveis classificadas pelos autores como fatores de

    demanda (como taxa de urbanizao e renda mdia) como variveis-insumo dos

    municpios, tal como ocorreram em estudos correlatos. Alm disso, foram includas

    outras dimenses como variveis-insumo, com base em sugestes da literatura nacional

    e internacional, como o saneamento bsico e Produto Interno Bruto (PIB) per capita.

    Deste modo, a presente pesquisa avana na anlise do gasto pblico em sade utilizando

    mtricas consolidadas na literatura com variveis atuais e com vasto campo a ser

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    explorado por pesquisadores sociais.

    2 REVISO DA LITERATURA

    2.1 O PAPEL DO ESTADO COMO PROVEDOR DE RECURSOS PARA A SADE

    A Teoria do Bem-Estar Social trata que, em uma economia perfeitamente

    competitiva, o prprio funcionamento do mercado, por meio do equilbrio entre oferta e

    demanda, conduz alocao tima dos recursos disponveis. O momento em que cada

    agente econmico maximiza seu bem-estar resulta, ento, na maximizao do bem-estar

    social (BOLOGNINI, 1996). Quando este sistema de transaes impessoais falha emproporcionar uma alocao eficiente de recursos, necessria a interveno do Estado,

    considerando seu papel de buscar o bem comum para a sociedade (FARINA;

    AZEVEDO; SAES, 1997).

    As causas das falhas de mercado, de acordo com Farina, Azevedo e Saes (1997),

    podem ser classificadas da seguinte forma: (i) externalidades (positivas ou negativas);

    (ii) informao assimtrica ou imperfeita; (iii) bens pblicos; (iv) poder de monoplio

    (monoplio natural ou estruturas de oligoplios) e (v) dimenso temporal das deciseseconmicas. Na questo especfica da sade, duas falhas de mercado podem ser

    especialmente observadas: os bens pblicos e as externalidades.

    Os bens pblicos so aqueles considerados como no-rivais e no-exclusivos pois,

    quando produzidos, o nmero de consumidores no altera o custo de sua proviso, ao

    mesmo tempo que no possvel excluir consumidores. Com isto, estimula-se o efeito

    carona, em que os agentes econmicos, sabendo que no podem ser excludos dos

    benefcios, buscaro no arcar com as despesas como nos benefcios gerados com a

    erradicao de determinada doena em um territrio. Neste cenrio, o Estado pode

    promover regulamentao social que vise a contribuio de todos os agentes, por meio

    de tributos compulsrios, para manuteno do bem pblico (FARINA; AZEVEDO;

    SAES, 1997).

    J sobre as externalidades positivas, esta ocorre quando na realizao de um

    determinado investimento h a impossibilidade de apropriao privada de seu retorno, o

    que conduz a um subinvestimento. No caso da sade, determinados investimentos

    podem gerar efeitos em toda a sociedade, j que uma populao com melhores

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    condies de sade pode melhor contribuir para o desenvolvimento social e econmico

    do pas, tal efeito que no passvel de perfeita apropriao privada dos retornos pelo

    investidor. Neste cenrio, o Estado dever intervir por meio de regulamentao social de

    modo a viabilizar tais investimentos (FARINA; AZEVEDO; SAES, 1997).

    Mesmo com a possibilidade de que determinados servios de sade possam gerar

    lucros privados devido sua divisibilidade o que permite a existncia de entidades

    privadas de assistncia sade as externalidades positivas decorrentes do

    investimento na rea da sade incentivam a aplicao de recursos oriundos do Poder

    Pblico neste setor. A existncia de indivduos saudveis afeta positivamente a

    produtividade e a renda dos indivduos, colaborando para o desenvolvimentoeconmico, distribuio de renda e combate pobreza (BHARGAVA et al., 2001;

    MAYER, 2001; ALVES; ANDRADE, 2002).

    2.2 O SISTEMA NICO DE SADE (SUS) E A DESCENTRALIZAO

    MUNICIPALIZADA

    Tomando como base princpios constitucionais, o Brasil adotou desde o ano de

    1988 um sistema de sade que objetiva a promoo de ateno abrangente e universal,tanto com foco preventivo quanto curativo, com gesto e prestao de assistncia de

    forma descentralizada, formando deste modo o Sistema nico de Sade (SUS) (PAIM

    et al.,2011). De acordo com Hino et al. (2002, p. 21), o SUS definido como um

    conjunto de aes e servios de sade prestados por rgos e instituies pblicas

    federais, estaduais e municipais, da administrao direta e indireta e das fundaes

    mantidas pelo Poder Pblico, e de forma complementar, [...] pela iniciativa privada.

    Apesar de certas limitaes, como o subfinanciamento, o apoio estatal ao setor

    privado e a concentrao de servios de assistncia sade em regies mais

    desenvolvidas, o SUS trouxe melhoras no acesso ateno bsica e de emergncia,

    cobertura de vacinao, assistncia pr-natal e expanso tecnolgica. Ainda, destaca-se

    a inovao institucional representada pelo processo de descentralizao ao direcionar

    maiores responsabilidades aos municpios na gesto dos servios de assistncia sade,

    alm de possibilitar a participao social nas polticas de sade e controle social de seu

    desempenho. (PAIM et al., 2011).

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    Referindo-se Bennett (1990), Costa e Lapenta (2012) citam que o ato de

    descentralizar fundamental redistribuio ou atribuio de poder poltico-econmico,

    podendo ocorrer entre instncias governamentais, poderes estatais e a sociedade. Nesse

    sentido, o processo de institucionalizao do resultante sistema universalizado de

    assistncia sade fez com que o modelo de centralizao decisria e financeira na

    esfera federal predominante durante o regime militar passasse a um desenho

    estadualista presente no transitrio Sistema Unificado e Descentralizado de Sade

    (SUDS) para enfim alcanar um modelo de municipalizao, respaldado pela nova

    Constituio Federal, fazendo os municpios os principais condutores deste sistema

    descentralizado. Hino et al. (2002) comentam que a importncia da descentralizao sebaseia na ideia de que, quanto mais perto do problema for tomada a deciso, maior a

    possibilidade desta deciso ser acertada.

    3 METODOLOGIA

    Para realizar a anlise do desempenho dos municpios no que tange aos servios

    pblicos de sade optou-se pelo uso da metodologia DEA desenvolvida por Charnes,

    Cooper e Rhodes (1978), intitulada CCR. O DEA uma tcnica no paramtrica,baseada em princpios da formulao matemtica linear, que permite a comparao

    entre o desempenho relativo de firmas por meio da identificao da fronteira eficiente

    de produo. Essa apreendida em decorrncia da observao das prticas adotadas

    pelas organizaes em anliseas Unidades Tomadoras de Deciso (Decision Making

    Unit - DMU)verificando a eficincia relativa avaliada entre as DMUs com relao

    deciso de alocao de insumos (inputs) para obteno de produtos determinadas no

    modelo como (outputs) (CERETTA; NIEDERAUR, 2000).

    Para aplicao da tcnica DEA foram seguidas as etapas sugeridas por Lins e

    Meza (2000), sendo inicialmente selecionadas as variveis (inputs e outputs) para

    anlise e na sequncia selecionadas as DMUs. A primeira etapa se deu apoiada na

    literatura pr-existente, tendo sido selecionadas como variveis-insumo: (i) gastos per

    capita em sade; (ii) gastos per capita em educao; (iii) taxa de alfabetizao; (iv)

    rendaper capita; (v) saneamento (EVANS et al., 2001; JAYASURIYA; WODON, 2003;

    FARIA; JANNUZZI; SILVA, 2008; MACHADO; IRFFI; BENEGAS, 2011). Como

    varivel-produto, foi selecionada o IDSUS (ROCHA et al., 2012).

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    Para o clculo das variveis-insumo (i) e (ii) foram considerados os dados

    presentes nas bases de dados Finanasdo Brasil (FINBRA) do perodo entre 2006 e

    2010 (STN, 2012). Para tal, dentre as despesas por funo, foram coletadas as despesas

    realizadas pelos municpios nestas reas e a populao em cada perodo. Nesta etapa,

    foram desconsiderados os municpios que possuam, em qualquer um dos exerccios,

    despesas com sade ou educao com valor igual a zero.

    Para o clculo das variveis-insumo (iii), (iv) e (v), foram considerados os dados

    disponveis no portal do IBGE relativos ao Censo 2010, em que a renda per capita

    expressa em termos monetrios pelo rendimento mensal total domiciliar per capita

    nominal, a taxa de alfabetizao expressa em termos percentuais pelo inverso dosresultados das taxas de analfabetismo da populao de 15 anos ou mais de idade dos

    municpios, e o saneamento expresso em termos percentuais pela proporo de

    domiclios particulares permanentes por tipo de saneamento (IBGE, 2010).

    Quanto varivel-produto, os dados relativos ao IDSUS foram coletados por meio

    do stio eletrnico do Ministrio da Sade (PORTAL DA SADE, 2012). O IDSUS

    prev divulgao trienal e propcia a avaliao do desempenho do SUS nos municpios,

    regies de sade, estados, regies geogrficas e no pas. O ndice toma por base seusprincpios e diretrizes, sendo: (i) a universalidade de acesso; (ii) integralidade da

    ateno; (iii) regionalizao; (iv) hierarquizao; (v) descentralizao e (vi) equidade

    (BRASIL, 2011; REIS; OLIVEIRA; SELLERA, 2012).

    Para promover comparabilidade entre os resultados obtidos pelos municpios

    avaliados, levando em considerao a complexidade do processo demogrfico, social e

    sanitrio brasileiro, foram formados no IDSUS os chamados Grupos Homogneos, que

    englobam municpios com caractersticas semelhantes levando em conta trs ndices: (i)

    ndice de Desenvolvimento Socioeconmico (IDSE); (ii) ndice de Condies de Sade

    (ICD); e (iii) ndice de Estrutura do Sistema de Sade do Municpio (IESSM)

    (PORTAL DA SADE, 2012).

    Desta feita, a pesquisa considerou os municpios avaliados por meio do IDSUS

    referente ao ano 2010 e que possuem dados completos sobre despesas com sade e

    despesas com educao nas bases de dados FINBRA em todo o perodo entre 2006 e

    2010. Ao final, a amostra da pesquisa foi composta por 4.598 municpios, distribudos

    nos Grupos Homogneos conforme exposto por meio do Quadro 1.

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    Quadro 1 - Qualificao dos grupos homogneos de acordo com os resultados dos ndices

    Grupo IDSE ICS IESSM Municpios Amostra6 Baixo Baixo Sem Estrutura MAC* 2.183 1.6115 Mdio Mdio Sem Estrutura MAC* 2.038 1.8334 Baixo Baixo Pouca Estrutura MAC* 587 4523 Mdio Mdio Pouca Estrutura MAC* 632 5842 Alto Mdio Mdia Estrutura MAC* 94 901 Alto Mdio Muita Estrutura MAC* 29 28

    (*) Estrutura MAC: ateno de mdia complexidade e alta complexidade ou estrutura de atenoespecializada, ambulatorial e hospitalar.

    Fonte: Adaptado de Portal da Sade (2012)

    Para a aplicao das seis anlises envoltrias de dados utilizou-se o softwareMaxDEA for Data Envelopment Analysis, desenvolvido em plataforma Microsoft

    Access. A ferramenta oferece, dentre outras informaes, escores para cada DMU, as

    folgas por input e os resultados projetados para os DMUs considerados ineficientes.

    4 ANLISE DE DADOS

    Com relao determinao dos escores para os municpios de cada grupo

    homogneo, e consequente verificao dos municpios considerados benchmark, os

    resultados obtidos esto resumidos na Tabela 1. possvel notar que a maior parcela

    dos municpios em cada grupo homogneo apresentou escores na faixa entre 0,70 e

    0,79, com exceo do Grupo 1, que apresentou maior concentrao de municpios com

    escore igual a 1, muito por conta da quantidade menor de municpios neste grupo e pela

    situao singular de muitos desses.

    Tabela 1 - Escores eBenchmarkspor Grupo Homogneo

    EscoreGrupo Homogneo (Quantidade / %)

    Total1 2 3 4 5 6

    1 14 50,0% 13 14,4% 24 4,1% 52 11,5% 85 4,6% 93 5,7% 281 6,1%0,90 a 0,99 9 32,1% 13 14,4% 37 6,3% 53 11,7% 123 6,7% 175 10,9% 410 8,92%0,80 a 0,89 3 10,7% 17 18,9% 114 19,5% 105 23,2% 512 27,9% 510 31,7% 1261 27,4%0,70 a 0,79 1 3,6% 32 35,6% 203 34,8% 145 32,1% 689 37,6% 561 34,8% 1631 35,5%0,60 a 0,69 1 3,6% 13 14,4% 158 27,1% 71 15,7% 347 18,9% 235 14,6% 825 17,9%0,50 a 0,59 0 0,0% 2 2,2% 44 7,5% 23 5,1% 68 3,7% 37 2,3% 174 3,8%0,40 a 0,49 0 0,0% 0 0,0% 4 0,7% 3 0,7% 9 0,5% 0 0,0% 16 0,3%

    Total 28 100% 90 100% 584 100% 452 100% 1833 100% 1611 100% 4598 100%

    Fonte: Elaborado pelos autores

    Ainda, observa-se por meio da Tabela 1, que a maioria dos municpios, no geral,

    localizam-se nas faixas de escore entre 0,70 e 0,79 e, em seguida, na faixa entre 0,80 a

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    0,89. Nesse contexto, os Grupos 1 e 2 so os grupos homogneos que possui a maior

    proporo de municpios considerados benchmark por meio da tcnica DEA em seus

    agrupamentos, em contraste aos Grupos 3 e 5. Por outro lado, os Grupos 3, 4 e 5 foram

    os nicos que apresentaram municpios com escores na faixa de 0,40 a 0,49.

    Com relao aos municpios considerados como benchmark, salutar o destaque

    daqueles que so considerados referncia para o maior nmero de DMUs. No Grupo 1,

    Curitiba (PR) considerado benchmarkpara 57,14% dos municpios no considerados

    benchmark, seguido por So Lus (MA) e Natal (RN) (50%). Vitria (ES), municpio

    com maior IDSUS do grupo homogneo (7,08), referncia para 28,57% dos DMUs

    no benchmark. No outro extremo, Rio de Janeiro (RJ), municpio com pior IDSUS dogrupo (4,33), tambm o municpio com escore mais baixo (0,669046), podendo ter

    como referncias principais os municpios de Florianpolis (SC) e So Jos do Rio

    Preto (SP).

    No Grupo 2, Arapiraca (AL) e Muria (MG) foram apontados como os municpios

    de maior referncia dentre os considerados benchmark, podendo ser comparados,

    respectivamente, a 87,01% e 85,71% dos municpios com escores menores do que 1,

    enquanto Barueri (SP) que possui o maior IDSUS no grupo homogneo (8,22), considerado referncia para apenas 3 municpios (3,9%). A cidade de Niteri (RJ)

    apresentou o menor escore pelo DEA (0,516824) mesmo no possuindo o pior IDSUS

    do Grupo 2 (4,24), tendo como referncia os municpios benchmark retrocitados, porm

    em maior grau o municpio de Arapiraca (AL). Enquanto isso, o municpio de So

    Gonalo (RJ), que possui o mais baixo IDSUS (4,18), apontado como benchmarkpelo

    mtodo DEA para 6 municpios (7,79% dos DMUs com escore abaixo de 1).

    Monte Santo de Minas (MG) considerado o principal municpio benchmark do

    Grupo Homogneo 3, sendo referncia para 80,71% dos DMUs no benchmark, seguido

    por Angelina (SC), referncia por 42,32% destes municpios. Rosana (SP), que possui o

    maior IDSUS desse grupo (8,18), por sua vez referncia para 38,75% dos DMUs com

    escore abaixo de 1. Colorado do Oeste (RO), que apresentou o menor IDSUS do grupo

    homogneo (3,65), considerado benchmark pelo mtodo DEA, porm no pode ser

    comparado a nenhum outro DMU. O municpio de Montenegro (RS), com o escore

    0,48138, demonstrou o pior resultado pela anlise envoltria de dados, tendo justamente

    como principal referncia o municpio de Monte Santo de Minas (MG).

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    O Grupo Homogneo 4 possui como principais benchmarks os municpios de

    Parnarama (MA) e Jos de Freitas (PI), referncias para 78,75% e 47% dos DMUs com

    escore abaixo de 1, respectivamente. Turmalina (MG), que possui o maior IDSUS do

    grupo (7,31), referncia para apenas um municpio (Guau/ES). Por outro lado,

    Oriximin (PA), com escore 0,436567, considerado o municpio com pior relao

    entre inputs e outputs do referido grupo, tendo como principal referncia o municpio de

    Parnarama (MA). Capito Poo (PA), que possui menor IDSUS do grupo (3,22),

    apresentou escore igual a 1, sendo apontado como referncia para 5 municpios (1,25%

    dos DMUs com escore menor que 1).

    No Grupo 5, o principal municpio benchmark apontado por meio do mtodoDEA foi Rosrio do Iva (PR), referncia para 62,01% dos municpios no benchmark,

    seguido por Lunardelli (PR) (39,47%). Arco-ris (SP), que possui o melhor IDSUS

    dentre todos os municpios (8,38), referncia para 583 municpios (33,35%), sendo

    ento o terceiro principal benchmark. Com escore 0,435671, Alto Taquari (MT) o

    municpio que apresentou menor efetividade nas aplicaes de recursos no Grupo

    Homogneo 5, sendo que Lunardelli (PR) em primeiro plano, e Iguatu (PR) a seguir,

    como municpios de referncia. O municpio com pior IDSUS do grupo, Cujubim (RO)(3,2), tambm possui escore igual a 1, porm no pode ser considerado referncia para

    nenhum outro DMU.

    Por fim, o Grupo Homogneo 6 tm como principais municpios de referncia, de

    acordo com os resultados da anlise envoltria de dados, Lagoa das Pedras (RN) e

    Santo Antnio do Itamb (MG), sendo referncia para 48,88% e 45,59% de municpios

    com escore menor que 1, respectivamente. Fernandes Pinheiro (PR), que possui o

    melhor IDSUS do grupo homogneo (7,75), apesar de possui escore igual a 1, no pode

    ser considerado referncia para qualquer municpio do grupo. A exemplo do ocorrido

    nos Grupos Homogneos 3 e 5, o municpio com menor IDSUS do Grupo Homogneo

    6 (Santa Cruz do Amari/PA, com IDSUS igual a 2,67) tambm obteve escore igual a 1,

    no sendo referncia para nenhum outro municpio. Na presente anlise estatstica, o

    municpio de Juruti (PA) obteve pior escore (0,506125), tendo como principal

    referncia o municpio de Senador Rui Palmeira (AL).

    A anlise envoltria de dados forneceu informaes acerca das folgas por inpute

    os resultados projetados para o output, caso ocorresse a alocao mais adequada dos

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    inputs definidos para esta investigao. Os principais resultados por grupo homogneo

    esto apresentados na Tabela 2, onde nota-se que os gastos com sade per capita nos

    municpios que apresentaram escores menores do que 1 apresentaram, em mdia, R$

    33,58 de desperdcio, ou seja, este valor representa o montante mdio aplicado neste

    item por estes municpios que no contriburam para a melhoria do IDSUS. Neste input,

    notou-se maior mdia de recursos alocados de forma inadequada nos Grupos

    Homogneos 1, 3 e 5.

    Da mesma forma, depreende-se dos resultados obtidos por meio da anlise DEA

    que ocorreu, em mdia, nos municpios no plenamente eficientes na alocao de

    recursos, desperdcios de R$ 36,17 nos gastos com educao per capita e R$ 83,91 noquesito rendaper capita. Para o primeiro input citado, este se mostrou mais relevante

    nos municpios considerados ineficientes nos grupos 5 e 2, enquanto para o segundo

    input as discrepncias mostraram-se mais relevantes nos grupos 2 e 3.

    Tabela 2 - Folgas porInput e Diferenas de IDSUS Projetado

    Folgas porInputGrupo Homogneo (Ocorrncias / Mdia)

    1 2 3 4 5 6 Mdia

    Gastos com Sadeper Capita 9 70,82 20 20,82 226 36,76 82 11,44 635 35,08 579 26,54 33,58

    Gastos com Educaoper Capita

    6 29,12 56 58,32 230 41,73 128 14,77 862 61,65 250 11,47 36,17

    Taxa de Alfabetizao 0 0,0% 10 0,4% 18 0,1% 76 0,8% 28 0,0% 134 0,4% 0,3%

    Rendaper Capita 3 25,36 71 209,11 474 109,94 222 27,09 1411 99,90 888 32,09 83,91

    Residncias comSaneamento Adequado

    10 6,1% 59 22,4% 269 5,4% 256 12,9% 855 12,6% 654 7,6% 11,2%

    Diferena de IDSUSProjetado

    0,68 0,93 1,62 1,12 1,30 0,84 1,08

    Fonte: Elaborado pelos autores

    Quanto aos inputs expressos em termos percentuais, a taxa de alfabetizao

    demonstrou efeitos nulos no resultado final do IDSUS dos municpios no plenamente

    ineficientes para uma mdia de 0,28%, enquanto para situaes relacionadas

    adequao do saneamento em residncias, em mdia 11,16% das adequaes realizadas

    no surtiram efeitos no IDSUS desses municpios.

    A Tabela 2 ainda apresenta as ocorrncias de folgas por input, ou seja, dentre os

    municpios considerados ineficientes, qual a quantidade de municpios do grupo queapresentaram ineficincia na alocao de um determinado insumo, sendo que um

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    municpio pode apresentar ineficincias em mais de um input. Nota-se que, para os

    grupos 2, 3, 5 e 6, a situao da renda per capita foi o item em que se apresentou a

    maior quantidade de ineficincias, ou seja, uma maior renda per capita no tem sido

    adequadamente convertida em uma estrutura de sade pblica eficiente. J para os

    grupos 1 e 4, destacam-se ineficincias relacionadas adequao do saneamento nos

    municpios.

    Com relao ao IDSUS projetado pelo software MaxDEA para os municpios

    que no foram considerados plenamente eficientes na alocao dos recursos elencados,

    verificou-se que, em mdia, tais municpios poderiam obter 1,08 pontos a mais caso a

    alocao excedente de recursos surtissem os efeitos desejados no funcionamento doSUS. No Grupo Homogneo 3, notou-se que tal efeito mais relevante, podendo ter

    sido obtido pelos municpios considerados ineficientes neste grupo, em mdia, um

    acrscimo de 1,62 pontos. Por outro lado, os municpios considerados ineficientes no

    Grupo Homogneo 1 sofreriam, em mdia, 0,68 pontos de acrscimo em um cenrio de

    alocao plenamente eficiente.

    No Grupo Homogneo 1, o prprio Rio de Janeiro (RJ) foi o municpio que

    apresentou maior diferena entre o IDSUS alcanado e o IDSUS projetado e, do mesmomodo, Niteri foi o municpio no Grupo 2 que demonstrou maior diferena com relao

    ao outputprojetado. J no Grupo 3, Rio das Ostras (RJ) foi o municpio que apresentou

    maior diferena entre o resultado obtido e o resultado projetado, uma diferena de 3,81

    pontos entre o resultado projetado de 7,87 e o obtido de 4,06. Tal discrepncia deve-se

    s folgas apresentadas nos itens gastos com sade per capita (R$ 412,28), gastos

    com educaoper capita (R$ 390,69) e rendaper capita (R$ 226,59).

    Analisando o Grupo Homogneo 4, Santa Cruz do Capibaribe (PE) apresentou a

    maior diferena entre IDSUS projetado e realizado (6,38 e 3,54, respectivamente), com

    uma diferena de 2,84 pontos. Tal ocorrncia deve-se s folgas apontadas nos itens

    rendaper capita (R$ 26,10) e residncias com saneamento adequado (23,44%). No

    Grupo Homogneo 5, o municpio de Alto Taquari (MT) analisado anteriormente o

    DMU que apresenta maior diferena entre o output realizado e o projetado. No Grupo

    Homogneo 6, o municpio de Manaquiri (AM) apresentou a maior discrepncia neste

    item (6,47 projetado e 3,38 realizado), uma diferena de 3,09 pontos. As folgas para

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    este DMU ocorreram, de acordo com a anlise estatstica, nos inputs gastos com

    educaoper capita (R$ 13,05) e taxa de alfabetizao (16,9%).

    5 CONCLUSES

    A presente investigao teve por objetivo investigar a eficincia dos municpios

    brasileiros na execuo das aes de facilidade de acesso potencial ou efetivo pela

    populao e alcance de efetividade nos servios pblicos de assistncia sade

    prestados pelo Estado por meio do SUS. Para isso, realizou-se com o apoio do mtodo

    DEA uma avaliao da eficincia de 4.598 municpios do pas distribudos em seis

    grupos homogneos, tomando como base cinco insumos (gastos com sade per capita,gastos com educao per capita, taxa de alfabetizao, renda per capitae residncias

    com saneamento adequado) que geram um determinado produto, sendo o IDSUS, ndice

    que demonstra nessas localidades o alcance das diretrizes do SUS com base nas

    perspectivas de acesso e efetividade.

    Os resultados obtidos por meio da anlise de dados revelaram que, em termos

    gerais, 6,1% dos municpios analisados puderam ser considerados como referncia aos

    demais municpios quanto eficincia na alocao dos insumos com vistas obtenode um melhor resultado na assistncia sade oferecida populao. Nesta anlise, que

    demonstrou a existncia de municpios avaliados com escores de 0,43 a 1 (benchmark),

    a maioria dos municpios avaliados manteve-se na faixa de escore entre 0,70 a 0,79, o

    que ocorreu nos Grupos Homogneos de 2 a 6.

    Tendo em vista o primeiro objetivo especfico definido para esta investigao, a

    anlise revelou a existncia de 281 municpios que podem ser considerados benchmark

    para os municpios que ainda no podem ser considerados totalmente eficientes na

    alocao dos seus recursos. No Grupo Homogneo 1, Curitiba (PR) apontado como a

    principal referncia; no Grupo 2, destaca-se o municpio de Arapiraca (AL); no Grupo

    3, Monte Santo de Minas (MG) foi avaliado como o principal benchmark; no Grupo 4,

    Parnarama (MA) considerada a principal referncia; nos Grupos 5 e 6, Rosrio do Iva

    (PR) e Lagoa das Pedras (MG) so, respectivamente, os principais DMU benchmark

    para seus pares.

    Deste modo, nota-se que, apesar de os municpios com maior IDSUS em cada

    agrupamento poderem naturalmente ser considerados como cidades de referncia para

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    os demais municpios, muitas vezes tais municpios possuem uma situao singular que

    no pode conferir comparabilidade aos demais municpios considerados como

    ineficientes na alocao dos recursos disponveis. Neste contexto, revela-se o municpio

    com IDSUS mais alto pode no ser a melhor referncia para os demais municpios, o

    que ressalta a importncia dos resultados obtidos e de revelar quais so estes

    municpios.

    Levando em considerao o segundo objetivo especfico traado, a anlise

    envoltria de dados revelou que h ineficincias nos municpios analisados dentro dos

    Grupos Homogneos em todos os insumos considerados, sendo que a maior parcela dos

    municpios se encontra em uma faixa de 0,70 a 0,79 (escala de 0 a 1) quanto eficinciana utilizao destes insumos, ocorrendo ineficincias relacionadas renda per capita e

    adequao do saneamento nas residncias em uma maior quantidade de municpios.

    Retomando a situao sobre o clamor popular no aumento no montante de

    recursos pblicos destinados melhoria das condies de sade da populao, os

    resultados obtidos nesta investigao levam argumentao de que no basta apenas o

    aumento de recursos destinados a esta pasta para a melhoria dos resultados do SUS.

    Para que seja alcanado o resultado desejado, salutar a realizao de esforos degestores pblicos para que os recursos disponveis sejam aplicados de forma mais

    eficiente, caminho este que muitos municpios, conforme evidenciado, necessitam

    percorrer. Com isso, refora-se ainda mais a importncia de determinar municpios

    considerados benchmark, para que estes possam servir como referncia aos municpios

    com ineficincias rumo melhoria da qualidade nos gastos pblicos.

    Como j destacado, possuir o melhor resultado no IDSUS pode no significar

    maior eficincia na alocao de recursos. Notou-se, ainda, que o mesmo tambm pode

    ocorrer ao analisar o outro lado desta situao: evidenciou-se na anlise realizada que

    nem todos os municpios com pior IDSUS em seus grupos possui a mais baixa

    eficincia na utilizao dos insumos disponveis. Excetuando-se ao Grupo 1, com o Rio

    de Janeiro (RJ), o municpio com pior escore na anlise envoltria de dados no

    coincidiu com o municpio com o pior IDSUS de cada amostra.

    Tendo em vista o IDSUS projetado para os municpios considerados ineficientes,

    notou-se que, em mdia, o resultado obtido poderia ser melhorado em 1,08 pontos em

    caso de plenitude de eficincia na utilizao dos insumos. Destacam-se neste item de

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    anlise os Grupos 3 e 5, cujos municpios avaliados poderiam obter melhorias neste

    output de, respectivamente e em mdia, 1,62 e 1,30 pontos. Estes mesmos grupos

    homogneos so os que possuem menor proporo de municpios considerados

    benchmark em comparao aos demais grupos (4,1% e 4,6% respectivamente). Ou seja,

    nesta avaliao de eficincia, considera-se que aes prioritrias de melhoria devem ser

    aplicadas em municpios presentes no Grupo 3 e, em seguida, no Grupo 5, para um

    maior impacto na melhoria global deste indicador.

    Conforme observado, a escolha metodolgica de ampliar a amostra analisada

    inviabilizou o estudo aprofundado dos fatores que permitem a alguns municpios serem

    mais eficientes quando comparados a outros, sendo essa uma das limitaes do estudo.Sugere-se, assim, que futuras pesquisas intentem em indicar as caractersticas

    individuais dos municpios descritos como benchmark.

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