nutrologia em pediatria 3o ano

7/31/2019 Nutrologia Em Pediatria 3o Ano

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NUTROLOGIA EM PEDIATRIA

Profa. Mônica Raiol



NUTRIÇÃO PEDIÁTRICA

Panorama Nutricional:

Crianças < 5 anos (PNDS 2006):- 7% com baixa estatura

- 6,6% com excesso de peso –

peso/estatura > 2z




VIGILÂNCIA DO CRESCIMENTO:↓

Prontuários – ruim < 15% dos domicílios visitados tinham anotado

dados antropométricos na caderneta da criança(PNDS 2006)

Hospitais de ensino: 68% sem anotação emprontuários (Sarni Ross et al.-2009) Atestado de óbito – desnutrição só em 0,8%

(Bittencourt As et al.-2009)



AVALIAÇÃO INDIVIDUAL

ANAMNESE:

Interrogatório sobre diferentes aparelhos

Antecedentes Pessoais: prematuridade

Antecedentes socioeconômicos e culturais

Antecedentes alimentares Antecedentes familiares: doenças crônicas




EXAME FÍSICO:

- Sinais específicos: carência e excesso- PA: após 3 anos – Usar curvas

- Estadiamento puberal

- Antropometria



AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

Pressão Arterial



AVALIAÇÃO NUTRICIONAL – Estadiamento puberal




Antropometria




Antropometria – Comprimentoe Altura

Se > 2 anos deitado – diminuir 0,7 cmSe < 2 anos em pé - somar 0,7 cm



Antropometria – Perímetro cefálico





Circunferência abdominal

MÉTODO:ponto médio entrea última costela fixa e a

crista ilíaca superior

http://2.bp.blogspot.com/_IXD1v1MEINU/THfZl1K1VEI/AAAAAAAAEz0/L2ClRlTZeyc/s1600/obesidade.jpg




EXAMES SUBSIDIÁRIOS:

- Hemograma e ferritina: 1ª avaliação com9-12 meses.

- Perfil lipídico e glicemia: > 2 anos




INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS

Peso para aidade

Peso para aidade

Índice AntropométricoPeso para aestatura

IMC paraidade

IMC paraidade

IMC paraidade

Estaturapara idade

Estaturapara idade

Estatura paraidade




PONTOS DE CORTE DA REFERÊNCIA:

Percentis: lógica estatística

P3 – P97 = 94% população estimada

Escore Z: representa a distância, medida emunidades de desvio padrão, que os vários valoresdaquele parâmetro podem assumir na populaçãoem relação ao valor médio que a mesma apresenta.




Representa o desvio do valor da média de umindivíduo (exemplo: seu peso ou sua estatura),em relação ao valor da média da população dereferência, dividido pelo desvio padrão dessa

população.



INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS – ESCORE Z

Cálculo:Escore Z = valor medido na criança – valor da mediana*

valor do desvio padrão

*Do referencial adotadoOBS:

Cálculo manual do escore Z não é realizado de rotina.

Na prática diária se utiliza as curvas de crescimento.

O cálculo do escore Z está disponível no programa WHO Antho



INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS – ESCORE Z



PERIMETRO CEFALICO X IDADE (FEMININO)0 – 2 anos



PESO X IDADE (FEMININO)0 – 2 anos



COMPRIMENTO X IDADE (FEMININO)0 – 2 anos



ALTURA X IDADE (FEMININO)2 – 5 anos



ALTURA X IDADE (FEMININO)5 – 10 anos



IMC X IDADE0 A 2 anos




AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO




CONSIDERAÇÕES FINAIS:

A deve ser aplicada de rotinaem qualquer faixa etária.

Deve ser o resultado de uma soma de avaliaçõesAntropometria isolada – estabelece RISCODeve ser seqüencial



ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR

CONCEITO:

OMS, MS e SBP: Conjunto de outros alimentos,

além do leite materno, oferecidos durante operíodo do aleitamento.

ESPGHAN: Alimentos sólidos ou líquidos além doleite materno e/ou fórmula infantil




PANORAMA ATUAL:

Alimentação saudável abandonada muitocedo – aleitamento materno exclusivo até2,17 meses.

Ingresso cedo nos hábitos alimentares dafamília – 22% das crianças 4 a 6 m recebemalimentação da família.




Alimentos consumidos durante os 7 dias avaliados (< 1 ano)

< 6 meses: 29,2% - petit-suisse

38,5% - biscoito recheado12,3% - macarrão instantâneo

> 6 meses: 51,3% - petit-suisse79,3% - biscoito recheado

16,2% - macarrão instantâneo

Caetano MC, et.al.. J. Pediatr (Rio J) 2010,86: 196-201




QUANDO INICIAR?

A PARTIR DE 6 MESES DE IDADE

Início precoce:

Efeito negativo na duração do aleitamentomaterno

Impacto negativo no fornecimento denutrientes (ferro, etc.), no crescimento edesenvolvimento




QUANDO INICIAR?

A PARTIR DE 6 MESES DE IDADE

Início precoce:

Interface com os mecanismos de tolerância aalimentos (alergia, diabete e D. celíaca)

Desenvolvimento de doenças (infecciosas,cardiovasculares, cáries).




Quais alimentos introduzir?

Até 6 meses Aleitamento materno exclusivo

A partir de 6 meses Frutas (suco, amassada ou raspada)

A partir de 6 meses Primeira papa

Entre os 6 e 7 meses Segunda papaA partir dos 9 meses Aumento progressivo da consistência

Entre 10 a 12 meses Alimentação da família




INTRODUÇÃO DE ALIMENTOS POTENCIALMENTEALERGÊNICOS: QUANDO?

Todos os guias de condutas respaldam essaafirmação (europeu, americano e brasileiro)




COMPOSIÇÃO DAS PAPAS

Arroz Feijão Carne bovina Verduras

Milho Soja Vísceras Legumes

Macarrão Ervilha FrangoBatata Lentilha Peixe

Inhame Grão de bico Carne suína

Cará Ovos




Importância da carne: ↓ fisiológica do Zn e Fe no leite materno

7º mês – 80% das necessidades de Zn e

70% de Fe deveriam ser atendidas

pela alimentação suplementar.

Recomendação: 80 a 100g/dia (1c sopa cheiade carne moída).




Não acrescentar sal e condimentosindustrializados.

Óleo vegetal ao final do preparo (não refogar). Carne bovina (100g nas 2 papas)

Peixes fonte de ômega 3: 2-3 vezes por semana.




Não restringir a introdução de proteínas animaispotencialmente alergênicas a partir 6 meses.

Incluir todos os grupos de alimentos (cereais,tubérculos, proteína animal, hortaliças eleguminosas.

Variar os alimentos oferecidos.




Riscos quando inadequada:

Introdução precoce (< 4m) ou tardia(> 7m)do glúten: ↑ risco de D. celíaca

Pouca variação dos alimentos: monotonia

Não atendimento às porções preconizadaspela pirâmide dos alimentos: deficiência demicronutrientes




Riscos quando inadequada:

Contaminação dos utensílios e água dopreparo: enteropatia ambiental

↑risco de doenças crônicas: excesso degordura saturada e trans, HC simples eSódio.

↑ consumo de contaminantes: Xenobióticos




Cuidados quanto à presença de agrotóxicos:

Lavagem cuidadosa dos produtos consumidos.

Preferir frutas e hortaliças da estação (manejomais simples)

Bicarbonato de sódio (1 c. sopa/1 litro)-20min.

Hipoclorito Na 2,5% (10gts/litro) – 20 min.




Cuidados quanto à presença de agrotóxicos:

Retirar a casca dos alimentos: nectarina,pêssego, berinjela e maçã.

Retirar folhas externas das verduras Retirar gordura e pele das carnes – Fígado >

agrotóxicos



SUPLEMENTAÇÃO VITAMÍNICA

Ferro: suplementação profilática medicamentosa

RNT adequado com leite materno 1mg/kg/dia após 6m até 24m de vida

RNT adequado com 500ml de fórmula Não recomendado

RNPT e RN ↓peso até 1.500g após 30d 2mg/kg/dia (1ano) + 1mg/kg/dia (1 ano)

RNPT com peso entre 1.000 e 1.500g 3mg/kg/dia (1 ano) + 1mg/kg/dia(1 ano)

RNPT com peso < 1000g 4mg/kg/dia (1 ano) + 1mg/kg/dia (1 ano)




PONTOS IMPORTANTES:Más práticas alimentares na infância resultam

em doenças crônicas no adulto.

Mito: HC na mamadeira noturna melhora osono – Não há evidências na literatura.

Responsabilidade do pediatra:

- Orientação nutricional

- Vigilância do crescimento



ALIMENTAÇÃO DO PRÉ-ESCOLAR

Características da Faixa Etária: Período de grande vulnerabilidade para

distúrbios nutricionais.

Menor freqüência a consultas pediátricas

Dificuldade dos pais em perceber distúrbiosnutricionais: crianças de 4 e 5 anos comsobrepeso e obesidade, 75% e 50% dos paisnão identificaram o problema.




Peculiaridades do comportamento alimentar:

< interesse pelo alimento e > pelo mundo aoredor

< ritmo de crescimento (2-3kg/ano e 5-7cm/ano)

Apetite variável e momentâneo




Peculiaridades do comportamento alimentar:

Recusam novos alimentos (Neofobia)

Preferência pelo sabor doce que é inato

Comem melhor em grupo (escola e creche)

Comem melhor em porções pequenas – 5-6 x diaMaior importância do visual e odor dos alimentos




ANOREXIA SIMPLES:

Inapetência sem sinais e sintomas dedoenças

Não há desnutrição

Preferência por alimentos. ↓qtde e variedade

Limitação pode levar à deficiência demicronutrientes

Tratamento: reeducação alimentar




ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS:

Tranqüilizar, orientar e apoiar os pais Alterações alimentares são temporárias

Diversificar dieta para evitar monotonia

Não fazer das substituições uma rotina




ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS:

Envolver a criança na compra e preparo dosalimentos

Evitar punições, castigos, recompensas,chantagens e brincadeiras.

Incentivar exploração de alimentos

Fazer refeições na mesa

Ambiente tranqüilo e calmo.




Como lidar com a ? Oferecer alimentos separadamente

8-10 exposições para reconhecer e aceitar

Preferência pelo doce, rejeita azedo e amargo

Respeitar tempo de adaptação aos novosalimentos e à quantidade ingerida

Evitar atitudes impositivas ou excesso controle




RISCOS À SAUDE: Cáries e alterações do esmalte

Higienização correta dos dentes

Não beliscar

Uso de sacarose apenas nas refeições

↓ Tempo gasto com TV Eliminar as mamadeiras noturnas




Consumo de sal – < 6g/dia

Cuidado com sal de adição

Cuidado com alimentos industrializados:

Pratos pré-prontos. Enlatados. Embutidos

Sopas prontas. Salgadinhos Dar preferência à temperos frescos (alho, etc)




RISCOS À SAÚDE: Refrigerantes

Refrigerante: Xpe de milho rico em frutose, que no

fígado é convertida em acetil CoA que causa: ↑ácidos graxos livres, ↑gordura hepática, ↑ LDL eresistência insulínica

Refrigerantes tipo cola: cafeina + Na = ↑sede =

↑consumo Refrigerantes e águas carbonatadas: ↑excreção Ca




RISCOS À SAUDE: Sucos e néctar de frutas industrializados tem alta

concentração de açúcar.

Bebidas à base de soja:Presença de isoflavonasMenor disponibilidade do CaAlta concentração de açúcar

* Estimular consumo de água.



ALIMENTAÇÃO DO ESCOLAR

FASE ESCOLAR (7-10 ANOS)

↑ Fisiológico do apetite e melhor aceitação

Rotina escolar favorece estabelecer horários ea prática de dieta adequada

A evolução nessa fase depende das anteriores

Maior autonomia na escolha de alimentos e aquantidade a ser consumida.



ALIMENTAÇÃO DO ADOLESCENTE

: Estirão puberal ou aceleração da velocidade de

crescimento e maturação óssea

Desenvolvimento de caracteres sexuaissecundários – Estadiamento de Tanner Mudanças na composição corporal Intenso desenvolvimento social e emocional Relação com família, amigos e mídia Crença e valores individuais




Mudanças na composição corporal Na adolescência há aquisição:

50% do peso adulto

50% da massa esquelética20% da altura adulta Meninos: massa magra duplica Meninas: massa gorda tem depósito 2x > meninos




Enfocar benefícios a curto prazo: melhora na escola,

energia para atividades e aparência. Ajudar a fazer escolhas saudáveis: assados x frituras Importância da ingestão hídrica, leites e derivados

Investigar uso de contraceptivos, álcool, dietasexageradas e modismos alimentares. Conscientizar sobre leitura e interpretação de rótulos




Redução do tempo em atividadessedentárias: tempo de TV < 2h

Atividade moderada na > dias por 60min./dia

Exercícios vigorosos: 3 x semana por60min./dia




Considerações finais:

Adolescente está sujeito a diversas mudanças

no padrão de crescimento, no comportamentoalimentar, na composição corporal e nodesenvolvimento cognitivo e emocional.

Desafio: propor uma alimentação que atendasuas necessidades reais, respeitando eprevenindo agravos ou minimizando-os.



NUTROLOGIA PEDIÁTRICA

ESTRATÉGIAS DE ORIENTAÇÃO NUTRICIONALPARA PREVENÇÃO DE DOENÇAS



PREVENÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Presença de fatores de risco em familiares:

História familiar DCV precoce (pais e avós <55a)

Pais com dislipidemia (CT > 240mg/dl) Doenças de base com risco de dislipidemia 2ª

Presença de fatores de risco: álcool, tabagismo,

anticoncepcionais orais.

Ã



PREVENÇÃO DEDOENÇAS CARDIOVASCULARES

Educação alimentar

Incentivo à participação intersetorial Estímulo ao consumo diário de frutas,

verduras e legumes nas refeições

Peixes 2 x semana (Ômega 3 e ácidosgraxos poliinsaturados).



PREVENÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Sódio: sal < 6g/dia

.



NUTROLOGIA PEDIÁTRICA

OBESIDADE NA INFÂNCIA E

ADOLESCÊNCIA



OBESIDADE NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

:

Sedentarismo:

Estudo avaliou nível de atividade física emescolas públicas e classificou comosedentários 85% dos meninos e 94% das

meninas. Assistiam + OU - 4h/dia de TV.




Clínico: história, exame físico e dadosantropométricos ( circunferência abdominal)

Exames subsidiários:- Obtenção de dados mais precisos sobre acomposição corporal.

- Investigação de causas secundárias

- Diagnóstico de morbidades associadas




Estilo de vida: atividades físicas curricularese extra-curriculares, tempo gasto com

atividades sedentárias. Relação familiar ecom amigos.




Interrogatório sobre diversos aparelhos:- Respiração oral, roncos, apnéia sono,

fadiga- Lesões de pele- Dor ou edema em articulações

- Dor abdominal, retroesternal e hábitointestinal- Alterações menstruais e alterações

comportamentais




Dermatológicas: acanthosis, estrias, celulite, acne

hirsutismo, furunculose, inf. Fungica

Endócrinas: , resistência insulínica, avanço dapuberdade, ovários policisticos

Ortopédicas: joelho valgo,, pé plano, artrites, etc Cardiovasculares: HAS, dislipidemia, aterosclerose,

coagulopatias,




Respiratórias: apnéia sono, asma

Gastrointestinais, hepáticas e nutricionais:RGE, constipação, colelitíase, ↓Fe e vit. D,doença gordurosa não-alcoólica.

Geniturinárias e renais: Glomerulopatias,,

hiperfiltração, incontinência urinária. SN: pseudotumor cerebral, probl. psicossociais




ACANTHOSIS

http://dermatology.cdlib.org/DOJvol6num1/original/acanthosis/figure05c.jpg

nutrologia em pediatria 3o ano

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