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XX 186 25/09/2012 * Candidato teria desviado R$ 6 mi - p.01 * Trabalho liberta detentos - p.14 * Codigo para a impunidade - p.25

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Clipping Geral Eletrônico

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XX 186 25/09/2012

* Candidato teria desviado R$ 6 mi - p.01

* Trabalho liberta detentos - p.14

* Codigo para a impunidade - p.25

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HOJE EM dia - MG - P.06 - 25.09.2012

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Arthur Magno e Silva Guerra - Professor de direito elei-toral, sócio do escritório Sociedade de Advogados Arthur Guerra

As campanhas eleitorais estão a todo o vapor nos muni-cípios brasileiros. Os candidatos a vereador e prefeito dispu-tam a atenção de eleitores e espaços para divulgação de suas propostas. Pelas ruas, os cavaletes e cartazes são os tipos de propagandas mais vistos espalhados por toda a cidade. Em quantidade exorbitante, acabam incomodando alguns eleito-res, que, como forma de protesto ao candidato ou à poluição visual, danificam o material de propaganda eleitoral. Porém, o que muitos desconhecem é que essa atitude é considerada crime pela legislação eleitoral.

A Lei Eleitoral 4.737/65, em seu artigo 248, define que “ninguém poderá impedir a propaganda eleitoral, nem inu-tilizar, alterar ou perturbar os meios lícitos nela emprega-dos”. Talvez por desconhecimento do código, uma enorme “onda” vem sendo promovida nas redes sociais, incentivan-do as pessoas a danificarem cartazes e cavaletes. Exemplo muito divulgado são as campanhas “Já chutou seu cavalete hoje?” e “Chute um cavalete”.Apesar de representar uma in-dignação do eleitor, obrigado a conviver com tanta poluição visual, tal atitude não é justificável, considerando que a con-duta é inadequada à boa convivência do Estado democrático de direito, das leis e da ordem pública. Mesmo que alguns eleitores tenham antipatia pelos candidatos, não é correto cometer atos de vandalismo como forma de protesto.

Caso alguém seja flagrado danificando alguma propa-ganda, pode ser punido. O artigo 331 do Código Eleitoral explicita que é crime inutilizar, alterar ou perturbar um meio

de propaganda eleitoral devidamente empregado, prevendo uma pena de detenção de até seis meses, ou pagamento de 90 a 120 dias de multa. Isso quer dizer que candidatos que colo-quem cavaletes às seis da manhã e os retira às 10h da noite não estão violando nenhum artigo do Código Eleitoral.

Usando seu direito de propagandear, pelos meios lí-citos, não é justificável reprimir a atitude dos candidatos, independentemente da sua opinião política. O mais corre-to ao “homem de bem” que esteja indignado com alguma propaganda eleitoral, principalmente irregular, é denunciar à Justiça Eleitoral, ainda que de maneira anônima, pelo site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Só quem pode exer-cer o poder de “polícia” sobre as propagandas são os juízes eleitorais e aqueles designados pelos TREs.

Resta aos candidatos ter bom senso ao espalhar cava-letes e cartazes pelas ruas da cidade, seguindo exatamente o que as normas eleitorais estabelecem. Sabendo que é um período em que muitos cidadãos se veem incomodados, é preciso verificar onde colocar e a que horas retirar. Mesmo assim, o erro do candidato que polui a cidade não justifica outro do cidadão consciente, a ponto de se tornar um vânda-lo. Política se constrói com discursos e argumentos, jamais com violência.Nenhum ato de vandalismo, principalmente, em períodos eleitorais, justifica a indignação e revolta. Os protestos contra candidatos devem ser feitos na hora de vo-tar. Eleição é para isso. Para escolher qual candidato será melhor para a cidade. Lembremos que, se um não foi bom em quatro anos, proteste contra sua conduta nas urnas, em 7 de outubro. Por meio do voto, o eleitor consegue, de verdade e democraticamente, fazer valer sua opinião.

Danos a propagandas eleitorais

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Ipatinga. A poucos dias da eleição e com os dados já inseridos nas urnas eletrô-nicas, o juiz eleitoral da comarca de Timó-teo, no Vale do Aço, José Augusto Louren-ço dos Santos, decidiu manter o nome e a foto de Geraldo Nascimento (PSOL), que desistiu da disputa na semana passada. Os votos para o ex-prefeito serão computados como nulos.

Segundo o juiz, a configuração das urnas do município foi concluída nesta se-gunda-feira, e uma mudança nos sistemas acarretaria em prejuízo aos cofres públicos. De acordo com a chefe do Cartório da 98ª Zona Eleitoral de Timóteo, Luiza Maria de Sá, o nome de Nascimento foi incluí-

do normalmente nas urnas, pois, quando o processo de configuração dos equipamen-tos foi iniciado, não havia decisão para a retirada da chapa majoritária.

O município terá 164 urnas de votação no dia 7 de outubro. Apenas os votos para vereadores da coligação PSOL/PMN serão considerados válidos.

Apoio. Na noite de ontem, o PMN de-clarou apoio ao candidato petista à Prefei-tura de Timóteo, Keisson Drummond. A expectativa é que o PSOL e o ex-candida-to Geraldo Nascimento também anunciem apoio a Keisson ainda hoje. (Silvia Miran-da/Especial para O TEMPO)

Prefeitura de nova serrana

Candidato é suspeito de apropriação irregular

Timóteo

Com nome na urna, voto para Geraldo Nascimento será nulo

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Mateus ParreirasA ferrugem que corrói os chassis e o sol que queima a

pintura dos mais de 9 mil veículos depositados nos cinco pátios do Detran em Belo Horizonte não são apenas culpa da demora e do acúmulo de dívidas de motoristas infratores, como costumavam apontar as autoridades de trânsito. Uma espiral de omissões do poder público e da concessionária que administra o serviço tem levado os bens apreendidos a serem abandonados, enquanto se acumulam e se deterioram. Há cinco anos sem vistoriadores da Polícia Civil – cuja fun-ção é registrar a situação em que são recebidos automóveis rebocados em infrações ou recuperados depois de roubos –, os responsáveis pelos pátios afirmam não poder fazer leilões. Com isso, a superlotação já supera a capacidade contratada, de 6 mil unidades, em pelo menos 50%. Ao mesmo tempo, a deficiência impede que proprietários de automóveis possam reclamar a retirada de peças e acessórios ou de danos causa-dos durante a estada nos galpões. Para piorar, as condições de conservação desses espaços decaíram e não cumprem o que foi acordado, com veículos sendo mantido nas ruas, em espaços de terra batida, sem cobertura contra o tempo e com segurança considerada frágil.

A Polícia Civil admite a situação. De acordo com o co-ordenador de Operações Policiais do Detran-MG, delegado Ramon Sandoli, falta pessoal para essa e outras tarefas. “O aumento da frota nos últimos anos, por causa das condições econômicas favoráveis, pegou todo mundo de surpresa. So-bretudo por isso faltam policiais não só para esse tipo de vis-toria, mas para fazer laudos e outros serviços”, disse. Desde 2007 o governo de Minas definiu o padrão de concessão e as obrigações para os pátios cadastrados receberem veícu-los, como guardar por três dias, sem custos, veículos que foram produto de roubo. Foram reservadas 6 mil vagas para o estado, mas o número já foi ultrapassado e nem quanto à superlotação há consenso. O Detran informa que eram 9.619 veículos custodiados até a última sexta-feira. A Logiguarda, concessionária que administra o serviço em BH, informou que o número chega a 11 mil carros, motos, ônibus e ca-minhões, o que elevaria a superlotação para mais de 80% acima da capacidade contratada.PaLiO ‘dEPEnadO’

A situação atinge diretamente contribuintes como a uni-versitária Jussara Luci Pereira Rocha, de 30 anos, que teve seu Fiat Palio roubado em assalto no Bairro São Francisco, na Pampulha, há duas semanas. Ela diz que equipamentos desapareceram dentro do Pátio Engenho Nogueira, que fica na mesma região. “No sábado fui avisada de que a PM tinha achado o veículo e que estava no pátio. Fui até lá e o funcio-nário não queria me deixar ver, mas insisti e consegui. Esta-va inteiro, mas só poderia buscar na segunda-feira”, conta.

Depois de esperar o tempo necessário para conseguir as vias de liberação no Detran, a estudante voltou ao depósito e se surpreendeu com as condições em que encontrou o automó-vel. “Estava com a janela quebrada, sem o rádio, o GPS e o estepe. Reclamei e o funcionário disse que já tinha chegado assim. Disse que era mentira. Que uma amiga e eu tínhamos visto o carro lá com tudo”, conta.

Depois de muita discussão, de acordo com Jussara, o atendente, por fim, disse que seria a palavra dela contra a do pátio na questão de um possível furto. A estudante então de-sistiu de fazer uma ocorrência policial e de reclamar do ser-viço. “O lugar é uma desordem. Os carros ficam esquecidos, envelhecendo e se deteriorando. Meu carro estava inteiro e teve de sair do pátio para a oficina. Um absurdo”, considera.Argumentando não haver registro de furtos dentro dos pátios que administra, o proprietário da Logiguarda, Domingos Sálvio Teixeira, no negócio há pelo menos 10 anos, diz que, se as vistorias fossem feitas na entrada dos veículos, pelo menos 70% deles já poderiam ter ido a leilão. Ou seja, pelo menos 7.700 carros e motos teriam sido vendidos, restando nos pátios 3.300. “Os leilões são o calcanhar de aquiles do sistema. Como não são feitos, deixam os pátios abarrotados, o que não permite a prestação de um bom serviço”, admite Teixeira. O empresário estima que 30 veículos cheguem to-dos os dias aos depósitos. Neste ano foram feitos três leilões, com 1.424 veículos arrematados. O ideal, pela estimativa do dono da Logiguarda, seria o dobro.

O QUE nÃO É cUMPRidO» Pela Polícia CivilNão há vistoriadores para receber os veículos nos pá-

tiosSem vistoria, os automóveis não são inventariados para

ir a leilãoEm caso de furtos e danos, não há como provar se ocor-

reram dentro do pátioFalta fiscalização sobre as condições dos depósitos, que

deixam a desejarA quantidade de veículos apreendidos ultrapassa o con-

trato de 6 mil unidades» Pela LogiguardaPátios não têm cobertura em 30% de sua área útil, como

exige o contratoFalta asfalto ou cobertura por brita em terrenos, onde há

áreas de terra batidaA segurança deixa a desejar e há locais sem vigilânciaOs limites dos pátios deveriam ser cercados, mas há

carros até nas ruasNem todos os funcionários são uniformizados. Não há

recepção em todos os locais

Detran e pátios trombam...e você é que paga a conta Polícia Civil e empresa contratada para abrigar veículos apreendidos ou recuperados em BH não se

entendem e cada qual descumpre obrigações estipuladas em contrato de concessão Com impasse, faltam vistoria e leilões. Depósitos estão superlotados, automóveis se acabam no tempo ou ficam em áreas sem

segurança e donos não podem nem mesmo reclamar de danos

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Mateus ParreirasOs jovens que desafiam autoridades e disputam pegas nas

madrugadas, levando perigo a motoristas na Avenida Nossa Se-nhora do Carmo e na BR-356, se aproveitam de uma lacuna na fis-calização. De acordo com a Polícia Militar, o trecho da Avenida do Contorno ao trevo do Bairro Belvedere, na Região Centro-Sul da capital, é de responsabilidade do Batalhão de Trânsito (BPTran). Dali em diante, na BR-356, a jurisdição é da Polícia Militar Rodo-viária (PMRv), que informou promover blitzes na maioria das ve-zes a partir do BH Shopping. Sem ninguém para policiar a “zona cinza” da ladeira do Bairro Belvedere, condutores irresponsáveis se sentem livres para acelerar entre outros automóveis, chegando a desenvolver até 149 km/h num trecho de apenas 600 metros após a barreira eletrônica, como mostrou ontem o Estado de Minas. A PM promete reformular ações para coibir os abusos.

O perigo nesse trecho é evidente. No dia 15, por exemplo, dois jovens morreram em acidentes marcados pela alta velocida-de e desrespeito às sinalizações de trânsito. Uma semana depois, na madrugada de sábado, a reportagem do EM testemunhou seis veículos apostando corrida em duplas que descem emparelhadas, desenvolvendo velocidades acima de 113 km/h. Entre as 2h e as 4h30, nenhuma viatura policial esteve no local para coibir os abu-sos.

No primeiro acidente com morte, Michael Donizete Louren-ço, de 22 anos, bateu seu Land Rover num Focus, no Trevo de Belvedere, matando o administrador Fábio Fraiha, de 20. Uma

câmera da BHTrans mostra que o veículo dele e outro, ainda não identificado, passaram acima da velocidade permitida, de 60 km/h, e lado a lado como se disputassem um pega. A polícia aguarda o resultado de laudos para encaminhar o inquérito à Justiça. À noite, na mesma via, morreu o estudante de direito Thiago Rocha Lage, de 19 anos, depois de passar pelo radar da Curva do Ponteio a 88 km/h, não conseguir fazer a curva e bater em árvores.BLiTZEs

O comandante da PMRv, tenente-coronel Sebastião Olímpio Emídio Filho, justifica a falta de policiamento no trecho entre o BH Shopping e o Trevo do Belvedere, onde ocorrem os pegas, à grande extensão de estradas a ser fiscalizada na Grande BH e à necessidade de blitzes em locais seguros. “A rodovia com mais operações e fiscalizações é justamente a BR-356. Mas, geralmen-te, fazemos mais próximo do BH Shopping, focando nos frequen-tadores de casas noturnas no Vale do Sereno e do Jardim Canadá (Nova Lima)”, disse.

O militar afirma que a polícia tem feito monitoramentos e verificado denúncias e pretende intensificar ações para impedir as corridas ilegais no trecho. Contudo, o tenente-coronel Sebastião Emídio Filho nem em todos os locais se podem fazer blitz. “Não podemos armar uma fiscalização na saída de uma curva como a do Ponteio, porque isso colocaria em risco os condutores e militares. A pessoa em alta velocidade teria pouco tempo para reagir. Tem de ser em um local estratégico para coibir com segurança”, afirma.

O BPTran informa ou que vai monitorar esse tipo de atitu-

aBsURdOs aO VOLanTE

Ladeira de pegas sem fiscais Jovens se aproveitam de falha na fiscalização para desafiar autoridades e promover corridas em

trecho de 600 metros da BR-356, no Belvedere. Polícia rodoviária promete coibir abusos

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des, dentro de sua jurisdição, para evitar pegas e acidentes. “Pre-cisamos de saber qual a frequência disso. Realizamos operações sempre na Avenida Nossa Senhora do Carmo, nas sextas-feiras, sábados e domingos. Vamos levantar as placas desses praticantes, prender, multar por direção perigosa, apreender a habilitação e o veículo”, promete o comandante do batalhão, tenente-coronel Ro-berto Lemos. Outro fator que precisa continuar sendo combatido, na avaliação do policial, é a mistura de álcool, drogas e direção, com as blitzes da Lei Seca. “Álcool e drogas são ingredientes fun-damentais nesses pegas. O condutor irresponsável se sente mais confiante e por isso acelera, arrisca a sua vida e a dos outros. Se esse fator é controlado, temos menos abusos”, disse.

PaLaVRa dE EsPEciaLisTa: alberto Vidal Guimarães, consultor técnico em Manutenção de

Veículos

Avenida não é autódromo“Os carros que usamos para o tráfego do dia a dia não estão

preparados para serem usados como automóveis de corrida. Não há manutenção para isso e não há peças trocadas a cada corrida para se comportarem assim. Se um carro de uso normal estiver com amortecedores desgastados e pneus com baixa quantidade de borracha, ou calibragem inadequada, isso amplia o risco de aci-dentes, como capotamentos, derrapagens, perda de trajetória e co-lisão. As vias de tráfego regular não são feitas para receber carros desenvolvendo velocidades tão altas assim. Não há espaço, incli-nação ou áreas de escape para isso. A Curva do Ponteio, onde a reportagem flagrou carros a 149 km/h, não tem porte para isso. Foi um risco irresponsável de acidente. Todas essas condições adver-sas podem levar o mais habilidoso dos pilotos a sofrer um grave acidente. Principalmente porque nos autódromos não temos carros trafegando a 60 km/h na frente do piloto.”

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Valquiria LopesMãos e mentes não estão

mais ociosas. Mesmo atrás das grades, ganharam movimento com o vaivém das agulhas na costura de bolas, balanço e atenção para pro-duzir peças de gesso e agilidade e precisão para colar componentes elétricos. As atividades mudaram o dia a dia de quem antes não tinha ocupação na Penitenciária Profes-sor Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizon-te. Na unidade, onde 503 homens estão acautelados, 150 deles foram contemplados com uma nova for-ma de liberdade: o trabalho. Com a possibilidade de exercer uma pro-fissão, esses detentos ganharam a chance de voltar a sonhar com uma vida fora da prisão. Esperança que ultrapassa os muros das unidades prisionais, mesmo nos casos em que as penas chegam ao dobro da idade de cada um.

Assim como Nívio, Lúcio, Edmar e tantos outros que tra-balham na Penitenciária Jason, outros cerca de 12 mil detentos foram aprovados por uma comis-são multidisciplinar avaliadora e estão inseridos em atividades de trabalho e renda em Minas Gerais. Eles integram o universo de 43.104 presos, entre condenados e provi-sórios, que formam a população carcerária no estado. Por ocupar postos de trabalho, além de receber três quartos do salário mínimo vi-gente por mês, o que corresponde atualmente a R$ 466,50, ainda são beneficiados com a remissão de um dia de pena a cada três de trabalho, seguindo a Lei de Execução Penal. As ações são oferecidas por meio de parcerias do governo do estado com empresas, organizações, au-tarquias e prefeituras e visam prin-cipalmente à ressocialização do acautelado. Ao todo, são cerca de 400 convênios firmados com ações nas 129 unidades prisionais de Mi-nas. Do total, aproximadamente 70% foram estabelecidas com a iniciativa privada.

São esses pactos que fazem o tempo passar mais rápido na prisão. Para o detento Nívio Cesar Rocha, de 47 anos, que experimen-tou metade da vida sendo transferi-do de delegacias até chegar à Jason

Albergaria, as oportunidades foram fundamentais. Dos 23 anos preso, 13 foram dedicados ao trabalho. Agora, com mais dois internos, produz mensalmente 250 bolas destinadas a instituições de carida-de. “Trabalhando, a gente fica com a cabeça ocupada. Na cela, sem fa-zer nada, só se pensa em bobeira”, diz. Enquanto fala do serviço, o in-terno reforça os ganhos da ativida-de. “Ter um trabalho aqui alimenta a vontade de ter uma vida digna lá fora, contato com a família e com minha filha de 24 anos, com quem nunca comemorei um Natal ou aniversário”, diz ele esperançoso. Nívio remonta uma ficha criminal com condenação de 82 anos, resul-tado de vários delitos.

A remissão da pena com o trabalho – que no direito consiste em dar-se como cumprida parte do tempo da sentença – é também um incentivo a deixar a cela e, literal-mente, colocar a mão na massa, como faz o preso José Geraldo de Oliveira, de 46. Entre as 7h e as 17h, com pausa de uma hora para almoço, ele e mais três colegas de unidade se dedicam à produção de bloquetes na fábrica montada pela empresa de pavimentação Miranda Gomes na área externa da peniten-ciária.

A chance de poder fazer uma poupança é animadora, já que do pagamento de três quartos do salá-rio mínimo, um quarto fica retido em uma conta pecúlio, que pode ser resgatada assim que o preso cruzar os portões rumo à liberda-de. Dia com o qual sonha o deten-to Luis Carlos dos Santos, de 38, que trabalha na produção de peças de gesso na penitenciária. “Já tive uma vida muito complicada antes de entrar aqui. Quero sair e voltar a trabalhar, como era antes de me envolver com o tráfico. O dinheiro será importante nesse processo”, conta Luis Carlos, que trabalha em um galpão montado próximo à pe-nitenciária onde funciona a fábrica de gesso Arte Minas.

O ‘patrão’, o empresário Ro-drigo Geraldo Teixeira Ribeiro, está sempre por perto. Conversa e ensina. Sabe que está contribuindo para a ressocialização dos funcio-nários e, por outro lado, diz ser beneficiado por ter uma empresa

no presídio. “Para o empregador é ótimo, pois não há gastos com aluguel de imóvel e não há víncu-lo empregatício.” Quem também incluiu acautelados no quadro de pessoal foi a Toraflex, que nas pri-meiras horas do dia envia uma van à Jason Albergaria para buscar 12 presos do regime semiaberto. Eles trabalham na produção de colchões durante o dia e voltam para a uni-dade no fim do expediente.nO inTERiOR

Outras iniciativas bem-suce-didas de parceria com a iniciativa privada estão abrindo portas para presos em Minas. Em Unaí, no Noroeste do estado, oito de 10 de-tentos que fizeram o curso de corte e costura industrial na Penitenciá-ria Agostinho de Oliveira Júnior foram contratados para trabalhar em uma empresa de confecção de uniformes. Para Eli Carlos da Sil-va, de 31, o serviço é uma oportu-nidade de vida digna. “Agora, pos-so escrever para meus familiares e contar que estou trabalhando, pois pretendo continuar esta nova vida, de forma honesta, quando estiver em liberdade.” “Ficamos muito felizes em poder contar com essa mão de obra, que é tão qualifica-da, pois eles têm desenvolvido o trabalho com perfeição”, diz o pro-prietário da Aragem Confecções, Eduardo Martins.

Em Uberaba, uma fábrica de tijolos montada neste ano na Peni-tenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira emprega 11 detentos e produz 3,5 mil tijolos por dia. Em Caxambu, no Sul de Minas, uma empresa de artesanato oferece em-prego a detentas da unidade prisio-nal do município, que confeccio-nam vasos, floreiras e caixas para exportação. “Faltam profissionais qualificados para esste tipo de pro-dução e temos plena capacidade de absorver a mão de obra das presas, que aprendem a manusear e produ-zir peças com as fibras sintéticas”, ressalta o diretor comercial da em-presa, Jones Aoki Lima. O secre-tário de Defesa Social, Rômulo de Carvalho Ferraz, destaca a impor-tância dos trabalhos de ressocia-lização desenvolvidos em Minas Gerais. “Temos o maior número de detentos trabalhando, proporcio-nalmente à população carcerária,

do país. Nossa política de ressocia-lização difere o sistema prisional mineiro dos demais”, frisa.

Palavra de especialistaHelil Bruzabelli superinten-

dente de Atendimento ao Preso da SedsQuando a liberdade vier

“O sistema prisional mineiro conta hoje com o programa Traba-lhando a cidadania, que desenvolve ações e políticas públicas voltadas para o trabalho, renda e profissio-nalização. Além de ajudar a melho-rar a autoestima do detento – que ganha uma ocupação, recebe finan-ceiramente por isso e ainda tem o benefício da remissão da pena –, as atividades contribuem para sua ressocialização. O trabalho que ele executa dentro da unidade lhe dá oportunidades para o momento em que alcançar a liberdade. Mas para isso, o preso é avaliado por uma comissão técnica, que analisa seu perfil sob diversos pontos de vis-ta, como comportamento, estado de saúde, aptidão e regime ao qual está submetido. Para as atividades fora da unidade, por exemplo, ele já deve estar sendo beneficiado pelo semiaberto. Temos hoje uma das melhores políticas de ressocia-lização do país. Saímos de 3 mil presos ocupados em 2008, para 12 mil neste ano.”

Trabalho liberta detentos Das 43 mil pessoas que integram a população carcerária em Minas, 12 mil

estão envolvidas em atividades remuneradas. Ações de ressocialização são viabilizadas por meio de parcerias do governo com empresas, organizações e prefeituras

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Valquiria LopesNos centros de ressocialização de

menores, os muros altos e as portas sempre trancadas restringem a liberdade, assim como nas penitenciárias, mas não tolhem os sonhos de quem está no frescor da ju-ventude. Adolescentes que cumprem me-didas socioeducativas em Minas têm hoje a possibilidade de estudar, praticar espor-tes e oficinas de arte, além de se profissio-nalizar. Quem participa sai de lá com di-ploma nas mãos. Se tornam cabeleireiros, manicures e aprendem informática, entre outros cursos. As atividades são oferecidas por meio de parcerias estabelecidas pelo governo do estado com empresas e organi-zações não governamentais e voluntários.

Dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) mostram que, em agosto, 98% dos cerca de 1,3 mil menores infratores internados – definitiva ou provi-soriamente – estão matriculados no siste-ma público de educação e que 91% estão frequentes nas salas de aula. As oficinas de arte abrangem 72,69% desse público pelo menos uma vez por semana com ativida-des, como música, dança, crochê, tricô e bordado. No trabalho formal, que emite uma certificação ao adolescente, 42% de-les estão inseridos.

A oferta das atividades é uma for-ma de atender ao artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que atri-bui ao Estado, à família e à comunidade em geral a responsabilidade de cuidar do menor, além de prover a ele saúde, educa-ção e assistência social. Subsecretária de Atendimento às Medidas Socieducativas de Minas Gerais, Camila Silva Nicácio conta que o atendimento à legislação é feito de duas formas. “Temos as parcerias voltadas para o trabalho formal, que visam à profissionalização do adolescente. Outra iniciativa ocorre de maneira informal e é feita com a solidariedade de quem deseja ser voluntário e ajudar”, explica.

O chamado sistema “S”, com desta-que para o Serviço Nacional de Aprendiza-gem Industrial (Senai) e o Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Comercial (Senac), colabora com projetos dessa natureza e é um dos grandes parceiros nas ações for-mais. Mas para deixar o centro os adoles-centes precisam atender ao perfil da vaga e serem avaliados por uma comissão. “Eles primeiro têm que querer fazer os cursos ou trabalhar fora. Depois checamos a aptidão deles e se atendem aos critérios para passar o dia for a da unidade.”

Juventude resgatada Todos os cerca de 1,3 mil menores que cumprem medidas socioeducativas em Minas têm a chance de

estudar, se profissionalizar e participar de atividades de desenvolvimento humanoTrabalhos voluntários também buscam

resgatar o elo perdido entre o adolescente e a vida fora do centro. São tarefas desenvolvi-das por parceiros que têm aptidões e tempo livre para dedicar parte dele ao adolescente. A aposentada Maria Imaculada Giovanni Noronha, a Nini como gosta de ser chama-da, virou mais que voluntária e encara cada visita às meninas do Centro Socioeducativo São Jerônimo como um encontro de família. “Esse é um trabalho muito prazeroso, que faço por amor.”Na unidade, localizada no Bairro Horto, Região Leste da capital, re-passa às adolescentes o conhecimento com o bordado. Uma delas, a menor J.F.A., de 17 anos, já fez três cachecóis e de nó em nó fortalece o elo com as voluntárias do grupo da terceira idade do Sesc que presta as ati-vidades. “Elas são como avós para a gente. Fazem o papel da família, que é muito im-portante, já que estamos distantes de nossos parentes. Algumas meninas aqui nem mes-mo recebem a visita dos familiares”, contou J., enquanto participava de uma oficina de colagem sobre o tema “O que quero ser no futuro?”. No mesmo grupo da menina, esta-va V. F., de 18 anos, que vislumbra para os próximos anos o desejo de cuidar da saúde,

viajar e morar com a família. “A presença dessas senhoras nos fortalece. Vai além das coisas que nos ensinam aqui, nas oficinas. Elas nos ajudam, dão conselho e carinho”, afirmou a moça.nOVa Vida

A adolescente T.C.P., de 17 anos, diz encontrar forças no trabalho voluntário dos idosos do Sesc para se afastar do passado. “Todas aqui sabemos que erramos, mas quero deixar o centro com uma nova vida. Já fiz curso de cabeleireiro e limpeza de pele. Pretendo estudar e montar um salão quando sair daqui”, disse.

E é justamente essa uma das premis-sas das parcerias firmadas pela Seds. “Alia-mos a formação profissional com o resgate da autoestima e a ressocialização”, afirma a subsecretária Camila Nicácio. Segundo ela, os parceiros da Seds são capazes de ver nos adolescentes não só alguém que errou, mas sim uma pessoa com potencial e que deseja mudar. “Pouca gente sabe as histórias desses meninos, quais violências já enfrentaram. Não são coitadinhos, mas pessoas que precisam de ajuda. Ninguém tira um ato infracional da cartola”, afirma a subsecretária.

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PEDRO GROSSIA Justiça Estadual de Minas Gerais[/TEXTO_

NORMAL] acatou o pedido da Polícia Federal de Juiz de Fora, na Zona da Mata, de quebra dos sigilos fiscal e bancário de dez representantes legais (entre pessoas físicas e jurídicas) da Omnia Serviços Publicitários e Representações - nome empresarial da Mister Colibri, empresa com sede em Fortaleza, no Ceará.

A PF também solicitou dados da movimentação fi-nanceira dos investigados ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão ligado aos Minis-térios da Fazenda e da Justiça e que existe para comba-ter crimes de lavagem de dinheiro. Os dados da Coaf possibilitam detectar ações como a ocultação e trans-ferência de bens para “laranjas” e o envio de recursos para paraísos fiscais.

Os responsáveis legais pela Mister Colibri estão sendo investigados por suspeitas de estelionato, lava-gem de dinheiro, formação de quadrilha, crime contra a economia popular e contra as relações de consumo. Somadas, as penas chegam a 15 anos de prisão. As in-vestigações estão sendo realizadas conjuntamente pela Polícia Federal, pelo Ministério Público e pela Polícia

Civil e, até o momento, nenhum dos suspeitos foi indi-ciado.

As ações contra a Mister Colibri começaram quan-do a Polícia Civil de Juiz de Fora cumpriu, no começo da semana passada, três mandados de busca a apreensão em escritórios de pessoas ligadas à empresa. Foram en-contrados artigos de luxo, sem nota fiscal, e documen-tos, que estão sendo periciados. A ação foi motivada pelas denúncias de associados que acusaram a Mister Colibri de golpe de pirâmide financeira. Segundo dados da própria empresa, são mais de 130 mil membros em todo o pais e, se as suspeitas da Polícia se confirmarem, o rombo deve superar R$ 80 milhões.

No momento, uma das principais preocupações da polícia é ter agilidade na análise dos dados para con-vocar os representantes da Mister Colibri para depoi-mentos e pedir o bloqueio de bens dos investigados. Segundo o delegado Humberto Brandão, que preside o inquérito, os dados solicitados devem chegar dentro dos próximos 30 dias. Ainda de acordo com o delegado, na medida em que os dados forem envolvendo pessoas de outros Estados, novas unidades da Polícia Federal e do Ministério Público serão acionadas.

O TEMPO - MG - On LinE - 25.09.2012 ação

Membros do Mister Colibri terão sigilos fiscais quebradosAutoridades acreditam em rombo de mais de R$ 80 milhões

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O TEMPO - MG - P. 29 - 25.09.2012

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HOJE EM dia - MG - P. 26 - 25.09.2012

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MINAS GERAIS 7JUSTIÇA

PÁGINA PREPARADA PELO CENTRO DE IMPRENSA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Local foi vistoriado por equipe da Corregedoria--Geral de Justiça

Relatório

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Unimed deve fornecer medicamento

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Falta de energia gera indenização por danos morais

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Comarca de Ubá vai instalar nova vara

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Corregedor Audebert Delage participou de inspeção na unidade a ser inaugurada

Minas GERais - P. 07 - 25.09.2012

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Autor(es): Por Arthur Rosa | De São Paulo

Depois de admitir que um filho pode requerer inde-nização por abandono afetivo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o prazo para prescrição desse direito começa a correr com o alcance da maioridade - hoje aos 18 anos -, e não com o reconhecimento da pa-ternidade. Os ministros da 4ª Turma analisaram o caso de um homem que ajuizou a ação aos 51 anos, mesmo sabendo desde a infância que o réu era seu pai.

Os ministros aplicaram ao caso o prazo geral do antigo Código Civil, de 20 anos, por ter o autor com-pletado a maioridade - antes aos 21 anos - sob a vigên-cia da norma, e consideraram o direito prescrito. Ele ingressou com o pedido apenas em outubro de 2008. Um ano antes, moveu uma ação de investigação de pa-ternidade, após realização do exame de código genético (DNA).

Na ação, o autor afirma que sempre buscou o afe-to e o reconhecimento de seu genitor, “que se trata de um pai que, covardemente, durante todos esses anos, negligenciou a educação, profissionalização e desen-volvimento pessoal, emocional, social e cultural de seu filho”. Durante um período, segundo o autor, houve convívio entre eles. Porém, “sofreu desprezo, discrimi-nação e humilhações, causando-lhe prejuízo à forma-ção de sua personalidade”.

Por sua vez, o pai, um empresário do Rio de Ja-neiro, alega que o filho não prova no processo que foi humilhado e que “jamais buscou os benefícios afetivos advindos de sua paternidade reconhecida, pretendendo fazer de sua ascendência fonte de enriquecimento, ten-tando, por diversos meios e modos, alcançar herança a que somente terá direito após seu falecimento”.

Em primeira instância, foi rejeitada a arguição de prescrição apresentada pelo pai. O Tribunal de Justi-ça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), porém, acatou o pedi-do, mantido pelo STJ. O relator do caso, ministro Luis Felipe Salomão, entendeu que “o prazo prescricional começou a fluir em 1978, ano em que o autor atingiu a maioridade e cessou os deveres inerentes ao pátrio po-der”. Para o ministro, apesar de a ação de investigação de paternidade ser imprescritível, não traz para o autor “nenhum direito novo.”

O filho vai recorrer da decisão, segundo a advo-

gada que o representa, Elenice Calvão de Almeida. Irá manter a argumentação de que a paternidade só foi re-conhecida em 2007, quando o autor tinha 50 anos, e, portanto, o prazo só deveria começar a correr a partir daquele ano. “Antes, ele não era filho”, diz a advoga-da.

Para o advogado que defende o pai, Alexandre Brandão Gomes, do Gomes & Gomes Advogados As-sociados, a decisão do STJ está correta. “Já prescreveu há muito tempo. Ele terá direito à herança do pai, mas está querendo, da noite para o dia, virar milionário sem nenhum esforço”, afirma o advogado, acrescentando que o autor pede no processo uma indenização por da-nos morais no valor de R$ 12 milhões. “Não se pode quantificar o amor.”

O advogado Carlos Augusto de Assis, do escritório Advocacia Masato Ninomiya, também endossa o en-tendimento do STJ. “Não se pode contar desde o re-conhecimento da paternidade. O reconhecimento não modifica situação jurídica. Simplesmente declara que já era pai”, diz o advogado, acrescentando que, a partir do novo Código Civil, o prazo para pedidos de repara-ção civil passou a ser de três anos. “Ademais, a pessoa sabia desde sempre quem era seu pai e, assim, poderia ter proposto a ação de indenização antes.”

O STJ reconheceu o direito à indenização por aban-dono afetivo neste ano. A 3ª Turma manteve a condena-ção de um empresário pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Casada e com filhos, a autora obteve o direito a R$ 200 mil de danos morais. “Não se pode negar que tenha havido sofrimento, mágoa e tristeza, e que esses sentimentos ainda persistam, por ser conside-rada filha de segunda classe”, justificou em seu voto a ministra Nancy Andrighi, relatora do caso.

A ministra considerou a negligência do pai um “ilí-cito civil”, diferentemente do entendimento adotado no julgamento do primeiro caso que chegou ao STJ, em 2005. Naquela ocasião, o ministro Fernando Gonçal-ves, relator de um ação analisada pela 4ª Turma, jul-gou que “a indenização pode não atender exatamente o sofrimento do menor”. Para ele, “é preciso levar em conta que, muitas vezes, aquele que fica com a guar-da isolada da criança transfere a ela os sentimentos de ódio e vingança nutridos contra o ex-companheiro”. E questionou: “O pai, após condenado a indenizar o filho por não lhe ter atendido às necessidades de afeto, en-contrará ambiente para reconstruir o relacionamento?”

VaLOR EcOnôMicO - On LinE - 25/09/2012

STJ analisa prazo para danos morais por abandono afetivo

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Lewandowski condena Costa Neto por 3 crimes e ou-tros 2 réus do antigo PL

O revisor do processo do mensalão no STF, Ricar-do Lewandowski, seguiu Joaquim Barbosa e condenou Valdemar Gosta Neto - ex-presidente do PL, hoje PR - por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Com os dois votos, dificilmente o deputado escapará da condenação ao final do julgamento. Também foram condenados ontem, por formação de quadrilha, Pe-dro Corrêa, João Cláudio Genú e Enivaldo Quadrado.

O voto do revisor do processo do mensalão no Su-premo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, deixou mais perto da condenação o deputado Valdemar Costa Neto - ex-presidente do PL (hoje PR) - pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Lewandowski acompanhou o entendimento do relator, ministro Joaquim Barbosa. Com os dois votos contrários, dificilmente Valdemar se livrará da condena-ção.

Na sessão de ontem, Lewandowski também conde-nou por formação de quadrilha Pedro Corrêa, ex-presi-dente do PP, João Cláudio Genú, ex-assessor do partido, e o sócio da corretora Bônus Banval Enivaldo Quadrado. Na semana passada, o revisor já havia condenado Corrêa por corrupção passiva por ter recebido dinheiro do esque-ma. O revisor condenou o ex-deputado Bispo Rodrigues (PL-RJ) por corrupção passiva, por ter sacado recursos do mensalão, mas absolveu o ex-parlamentar da acusação de que teria lavado o dinheiro recebido.

Costa Neto foi acusado de ter recebido a maior quan-tia do mensalão - R$ 8,8 milhões - por ser deputado e presidente do PL na época. “O réu Valdemar Costa Neto recebeu valores do corréu Marcos Valério em razão de sua condição de parlamentar, o que configura recebimen-to de vantagem indevida, condição suficiente para indi-car prática de corrupção passiva segundo entendimento dessa Corte nesta ação penal”, afirmou Lewandowski. O ministro evitou se pronunciar sobre as acusações de que o dinheiro serviria para a compra de votos no Congresso.

Além disso, Lewandowski considerou que o deputa-do se valeu de uma empresa - a Garanhuns - para ocultar a origem criminosa do dinheiro, repassado pela SMPB, empresa de Valério. “Houve um contrato simulado para justificar esse trânsito de milhões de reais por esta empre-

sa”, afirmou. “Essa Garanhuns, a meu ver, era uma ver-dadeira lavanderia de dinheiro para o repasse de dinheiro aos integrantes do PL.”

O revisor também votou a favor da condenação de Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL. “Jacinto Lamas era uma pessoa fundamental nesse esquema, de absoluta con-fiança de Valdemar Costa Neto, um dos fundadores do PR, e viajava com frequência a Belo Horizonte para rece-ber o “cash”, o dinheiro.” Seguindo pedido do Ministério Público, o relator absolveu Antonio Lamas, ex-assessor do PL, por falta de provas.

Amanhã, Lewandowski deve concluir seu voto com a condenação do presidente do PTB, Roberto Jefferson, e do ex-deputado José Borba (PMDB) por corrupção passi-va. Eles receberam recursos do mensalão e foram conde-nados por Barbosa. Mas, ao contrário do relator, Lewan-dowski pode absolvê-los da acusação de lavagem.

Divergências. Apesar de concordarem no essencial, Lewandowski e Barbosa discordaram em pontos específi-cos. O relator chegou a interromper o colega para questio-ná-lo por que estava condenando Costa Neto por lavagem se tinha absolvido Correa. “Acho que o senhor Valdemar Costa Neto vai reclamar, e com razão”, disse Barbosa. Lewandowski afirmou que os casos são diferentes e que, no caso do deputado do PR, houve ação deliberada para omitir os recursos.

O revisor discordou também sobre a situação de Bre-no Fischberg, o segundo sócio da corretora Bônus Banval. Lewandowski absolveu o réu, acusado de lavar o dinheiro que era repassado por Valério a parlamentares do PP.

Lewandowski concordou com o relator e condenou Genú pelo crime de corrupção passiva e formação de qua-drilha. No entanto, ele absolveu o réu da acusação de la-vagem. Para Lewandowski, o assessor não era um “mero intermediário” no repasse de recursos. O ex-assessor do PP foi encarregado pelo ex-líder da legenda José Janene e pelo ex-presidente do partido Corrêa de fazer os repasses à sigla, num total de R$ 4,1 milhões.

As diferenças entre as posições de Lewandowski e Barbosa serão analisadas pelos demais ministros a partir de amanhã. Assim que essa fatia do julgamento for con-cluída, a Corte vai decidir se o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro da sigla Delúbio Soares são culpados de corrupção ativa. / FELIPE RECONDO, MARIÂNGELA GALLUCCI, EDUARDO BRESCIANI e RICARDO BRITO

O EsTadO dE s. PaULO - On LinE - 25/09/2012

Lewandowski condena Valdemar Costa Neto

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Luciano Mattos foi eleito, ontem (24), presidente da As-sociação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Amperj). Concorrendo pela chapa Azul, Luciano recebeu 461 votos e ficará a frente da entidade até 2014. Ele substi-tuirá Marfan Martins Vieira na presidência.

O pleito foi realizado na sede administrativa da entida-de. Também foram escolhidos hoje os membros do conse-lho fiscal e conselho consultivo da Amperj. Para o Conselho Consultivo foram eleitos cinco integrantes da chapa Azul e quatro da Verde. Para o Conselho Fiscal, também houve mescla na composição, com quatro integrantes da Chapa Azul e dois da Chapa Verde.

A posse da nova diretoria e dos conselhos está marcada para 1º de janeiro de 2013.confira abaixo a composição completa da chapa azul:

Diretoria Presidente: Luciano Oliveira Mattos de SouzaVice-Presidente: Victoria Siqueiros Soares Le Cocq

D’OliveiraSecretário-Geral: Virgilio Panagiotis StavridisDiretor Financeiro: Walter de Oliveira SantosDiretor Cultural: Simone Sibilio do NascimentoDiretor Social: Sumaya Therezinha HelayelDiretor de Defesa de Direitos e Prerrogativas Funcio-

nais: Marcos da MottaDiretor Assistencial e de Assuntos Relativos a Aposen-

tados e Pensionistas: Lourdes GambaDiretor de Assuntos Legislativos: Eduardo Rodrigues

CamposDiretor de Esportes: Marc us Cavalcante Pereira LealConselho ConsultivoDimitrius Viveiros GonçalvesSérgio Demoro Hamilton (chapa Verde)

José Roberto ParedesMarcos André Chut (chapa Verde)Luiz Roldão de Freitas Gomes Filho (chapa Verde)Júlia Costa Silva JardimAngela Maria Silveira dos SantosFelipe Pires CuestaRogério Carlos Scantamburlo (chapa Verde)Conselho FiscalEduardo da Silva Lima NetoNelma Glória Trindade de LimaPlínio de Sá MartinsStênio Lutgardes NevesMarija Yrneh Rodrigues de Moura (chapa Verde)Maurício Assayag (chapa Verde)

nOTícia da HORa - cOnaMP - BRasíLia, 24 dE sETEMBRO dE 2012

Teori Zavaski é sabatinado nesta terça-feira

O Ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Teori Za-vaski, será sabatinado, amanhã (25), pelos senadores da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal. O Ministro indicado pela presidente Dilma Rousseff, no dia 10 de setembro, concorre à vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

Zavaski deve assumir a vaga deixada por Cezar Peluso, que se aposentou em 31 de agosto, ao completar 70 anos. O senador Renan Calheiros (PMDB/AL) apresentou o relatório no dia 12 de setembro e defendeu que o indicado tem todas as condições de ocupar uma das cadeiras do STF.

Após a sabatina, a indicação deve ser analisada ainda nesta terça-feira pelos senadores da CCJ, em votação secreta. Se apro-vado, o nome deve ser examinado pelo plenário até quarta-feira, quando termina a última semana de esforço concentrado do Sena-do Federal a ntes das eleições municipais.

Teori Zavascki tem 64 anos e é Ministro do STJ desde maio de 2003. No STJ, atua na Corte Especial, na Primeira Turma e na Primeira Seção, especializadas em matérias de direito público. Zavascki nasceu em Faxinal dos Guedes (SC). É mestre e dou-tor em Direito Processual Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atualmente professor da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB).

Fonte: com informações da Agência Senado

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Luciano Mattos é eleito presidente da Amperj

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