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XX 169 04/09/2012 * Propaganda eleitoral não pode angir imóveis tombados - p.01 * Tese de fraude em emprésmo ganha força - p.15 * STF pode atrasar processo - p.09

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Clipping Geral Eletrônico

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XX 169 04/09/2012

* Propaganda eleitoral não pode atingir imóveis tombados - p.01

* Tese de fraude em empréstimo ganha força - p.15

* STF pode atrasar processo - p.09

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Por Marcos Paulo de Souza Miranda

O mestre Hely Lopes de Meirelles[1] já ensinava que:

“A estética urbana tem constituído perene preo-cupação dos povos civilizados e se acha integrada nos objetivos do moderno urbanismo, que não visa apenas às obras utilitárias, mas cuida também dos aspectos artísticos, panorâmicos, paisagísticos, monumentais e históricos, de interesse cultural, recreativo e turístico da comunidade. Na realidade, nada compromete mais a boa aparência de uma cidade que o mau gosto e a im-propriedade de certos anúncios em dimensões avanta-jadas e cores gritantes, que tiram a vista de belos sítios urbanos e entram em conflito estético com o ambiente que os rodeia.”

Uma das formas mais comuns de degradação da estética urbana é a poluição visual decorrente das cam-panhas eleitorais[2], quando a cidade passa a ser alvo de inscrições em muros e paredes, afixação de cartazes em edificações etc.

Nesse cenário, pergunta-se: seria legalmente possí-vel a veiculação de propaganda eleitoral (faixas, placas, estandartes, pinturas, painéis etc.) em bens protegidos, individualmente ou em conjunto, pelo instituto do tom-bamento em razão de seu valor cultural ou paisagísti-co?

A resposta é negativa.A finalidade do tombamento, regulamentado pelo

Decreto-lei 25/37 é a conservação da integridade dos bens acerca dos quais haja um interesse público pela proteção em razão de suas características especiais. Por isso, os bens tombados ficam submetidos a um especial regime jurídico de proteção e integram expressamen-te o conceito de “patrimônio público” (lato sensu), nos termos do artigo 1º, parágrafo 1º da Lei de Ação Popu-lar.[3].

Exatamente por isso a doutrina entende que “o bem tombado, ainda que continuando bem particular, trans-forma-se em bem posto sob regime público”.[4]

Com efeito, uma vez que a partir do tombamento os bens tombados ficam sujeitos a um especial regime de proteção e vigilância por parte do Poder Público (ar-tigos 17 e 18 do Decreto-lei 25/37), incide sobre eles a vedação do artigo 37 da Lei 9.504/97:

Art. 37. Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do Poder Público, ou que a ele pertençam, e nos de uso comum, inclusive postes de iluminação

pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urba-nos, é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta, fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados. (Redação dada pela Lei nº 11.300, de 2006)

§ 1º A veiculação de propaganda em desacordo com o disposto no caput deste artigo sujeita o respon-sável, após a notificação e comprovação, à restauração do bem e, caso não cumprida no prazo, a multa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 8.000,00 (oito mil reais). (Redação dada pela Lei nº 11.300, de 2006)

Pode-se invocar, ainda, sobre o assunto, o artigo 243 do Código Eleitoral, que estabelece:

Art. 243. Não será tolerada propaganda:VIII — que prejudique a higiene e a estética urbana

ou contravenha a posturas municiais ou a outra qual-quer restrição de direito;

No que tange aos bens tombados, eles devem ser preservados e fruídos sem qualquer tipo de interferên-cia que comprometa sua leitura enquanto marcos refe-renciais do patrimônio cultural brasileiro.

Paulo Affonso Leme Machado, a propósito, lecio-na que “o monumento histórico, artístico ou natural en-sina pela presença e deve poder transmitir uma fruição estética mesmo de longe”, acrescentando que “não só o impedimento total da visibilidade está vedado, como a dificuldade ou impedimento parcial de se enxergar o bem protegido”.[5]

Sobre o tema a jurisprudência eleitoral assim tem se manifestado:

“Propaganda eleitoral. Fixação de placa luminosa em imóvel particular. Prejuízo ao patrimônio histórico e artístico nacional. Violação ao art. 243, VIII, do CE. Recurso provido.” (TSE, Ac. no 15.609, de 29.6.99, rel. Min. Nelson Jobim.)

RECURSO DE REPRESENTAÇÃO. PROPA-GANDA ELEITORAL IRREGULAR. BEM TOMBA-DO PELO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTI-CO NACIONAL. IMPROVIMENTO. Embora o pré-dio onde a propaganda irregular foi veiculada seja bem particular, tratando-se de cidade tombada como patri-mônio histórico, utiliza-se da interpretação sistemática das Leis 9.504/97 e 9.605/98.(TRE-SE, RECEL 1310; Ac. 1226/2000; São Cristóvão; Rel. Juiz José Jefferson Correia Machado; Julg. 24/10/2000);

RECURSO - PROPAGANDA ELEITORAL IR-REGULAR - Bem tombado pelo patrimônio histórico,

REVISTA CONSULTOR JURÍRICA - ON LINE - 03.09.2012Estética urbana

Propaganda eleitoral não pode atingir imóveis tombados

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artístico e cultural do município. Inscri-ção a tinta. Vedação. Art. 216 da Cons-tituição c/c arts. 37 da Lei nº 9.504/97, 62 da Lei nº 9.605/98, 243, VIII, do Có-digo Eleitoral, Lei Municipal nº 1.058 e Decreto-Lei nº 25/37. 1. O tombamento constitui procedimento administrativo vinculado, através do qual o poder públi-co impõe restrições parciais ao direito de propriedade, em nome do interesse pú-blico e do bem estar social. É uma forma de preservação de bens de interesse da coletividade. 2. Embora o bem onde foi feita a propaganda seja de propriedade particular, encontra-se, em razão do tom-bamento, sob tutela do poder público, não podendo nele ser veiculada propa-ganda eleitoral, nos termos do disposto no art. 37 da Lei nº 9.504/97. Recurso a que se nega provimento.(TRE/MG - RE n. 33782000 - (302/2001) - Iguatama - Rel. p/o Ac. Des. Orlando Adão - DJMG 16.05.2001 - p. 47)

Mandado de Segurança. Representa-ção. Eleições 2008. Propaganda eleitoral irregular. Eleições 2008. Determinação de retirada de faixas de propaganda elei-toral da fachada de imóvel situado em praça tombada como conjunto arquitetô-nico e paisagístico. Liminar indeferida. O tombamento produz efeitos sobre a es-fera jurídica dos proprietários privados, impondo limitações ao direito de pro-priedade de bens particulares, transfor-mando-os em bens de interesse público. Proteção do art. 216, V, § 1º, da Consti-tuição da República, e do art. 37 da Lei n. 9.504/97. Ordem denegada. (TRE-MG - MS-78 – Rel. GUTEMBERG DA MOTA E SILVA – j. 30/09/2008)

Em razão disso, deve ser preservado o patrimônio cultural tombado, que não pode ser conspurcado pela propaganda eleitoral ilícita.

O descumprimento de tal manda-mento, além das sanções administrativas previstas na Lei 9.504/97, redunda ainda na incidência de responsabilidade crimi-nal, por violação à norma proibitiva in-serta no artigo 63 da Lei 9.605/98:

Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutu-ra de edificação ou local especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico, artísti-co, histórico, cultural, religioso, arqueo-lógico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida:

Pena — reclusão, de um a três anos, e multa.

Enfim, se a propaganda eleitoral é um direito dos candidatos, esse direito não é absoluto e deve se harmonizar com normas de interesse público cuja obser-vância voluntária é o mínimo que se es-pera daqueles que pretendem ser manda-tários do povo brasileiro.

[1] MEIRELLES, Hely Lopes de. Direito de Construir. 9. Ed. São Paulo: Malheiros, 2005. p. 139.

[2] FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. Curso de Direito Ambiental. 5. Ed. São Paulo: Revista do Tribunais, 2012, p. 443.

[3] Lei nº 4.717/65, com redação dada pela Lei nº 6.513, de 1977.

[4] AMARAL, Roberto; CUNHA, Sérgio Sérvulo da. Manual das Eleições, Editora Saraiva, 2ª edição, 2002, pág. 173.

[5] Direito Ambiental Brasileiro. São Paulo. Malheiros, 13º Edição, 2005, p. 949.

Marcos Paulo de Souza Miranda é coordenador da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural de Minas Gerais Professor de Direito do Patrimô-nio Cultural.

Revista Consultor Jurídico, 3 de se-tembro de 2012

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O Ministério Público Estadual (MPE) de Minas Gerais deve re-correr ainda esta semana da deci-são do Tribunal de Justiça do Esta-do (TJMG) que anulou a operação Laranja com Pequi realizada em junho. Na ocasião, o MPE, com apoio da Polícia Federal, desbara-tou esquema responsável pelo des-vio de pelo menos R$ 166 milhões dos cofres públicos por meio de fraudes em licitações da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) de Minas para fornecimento de alimentação para presidiários. Um dos desembargadores que decidiu pela anulação, Doorgal Andrada, é irmão do deputado estadual La-fayette Andrada, titular da Seds à época das fraudes.

Quando a Laranja com Pequi foi desencadeada, dez pessoas ti-veram as prisões decretadas pela Justiça e, de acordo com o MPE, as fraudes envolviam sete empresas lideradas pela Stillus Alimentação, de propriedade do ex-presidente do Cruzeiro, Alvimar Perrella, irmão do senador Zezé Perrella (PDT-MG), também ex-dirigente do clu-be mineiro. Quando a operação foi deflagrada, a Justiça também concedeu 35 mandados de busca, inclusive na casa de Alvimar e do atual primeiro vice-presidente do Cruzeiro, José Maria Queiroz Fia-lho, sócio da Stillus.

Na quarta-feira (29), porém, a 4ª Câmara Criminal do TJMG anulou a operação por entender que o Ministério Público não tem poder para presidir investigação criminal. A questão é tema de ação que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), cujo julgamento foi suspenso no mesmo mês da ope-ração, mas, em todas as decisões até o momento, a mais alta corte do País tem confirmado as investi-

gações realizadas pelos ministério públicos estaduais e pela Procura-doria da República.

“Essa decisão (do TJMG) está dissociada do entendimento do Su-premo. Até agora, o STF tem acei-tado as investigações presididas pelo Ministério Público”, lembrou o promotor Eduardo Nepomuceno, da Promotoria de Defesa do Patri-mônio Público do MPE e um dos responsáveis pelas investigações. Nepomuceno avalia também que, por ser irmão do ex-secretário, o desembargador Doorgal Andrada não deveria atuar na ação. “Creio que suscitaria suspeição. Apesar de o Lafayette Andrada não ser in-vestigado, ele era o titular da pasta onde ocorreram as fraudes. Estava à frente”, observou o promotor. A 4ª Câmara Criminal do TJMG ain-da beneficiou com habeas corpus Bruno Vidotti, responsável pelos pregões nas licitações da Seds e que estava foragido.

Eduardo Nepomuceno lem-bra, porém, que o caso também foi investigado na esfera cível e que a decisão da corte mineira pode invalidar apenas as escutas telefô-nicas feitas com autorização judi-cial. “O inquérito civil tem provas robustas. E enviamos a parte cri-minal para a polícia para validar as provas”, salientou. O caso deve ser encaminhado ao Superior Tri-bunal de Justiça (STJ), mas o MPE acredita que a ação ficará parada até o STF se manifestar sobre o caso das investigações criminais. O Grupo Estado tentou falar com Doorgal Andrada, mas a assessoria do TJMG afirmou que ele não vai se manifestar sobre o caso. O tele-fone de Lafayette Andrada estava desligado na tarde desta segunda.

Fonte: Agencia Estado

LICA BRASÍLIA - dF - CONAmp - 04.09.2012

TJMG anula operação Laranja com Pequi; MP vai recorrer

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Os 13 vereadores do município baiano de Itabuna, a 447 qui-lômetros de Salvador, foram afastados de seus cargos pela Justiça no último domingo. Eles são acusados pelo Ministério Público de desviar recursos para custear viagens turísticas e enriquecer ilici-tamente.

A decisão do afastamento foi tomada pelo juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Itabuna, Eros Cavalcanti.

A Justiça também determinou a posse imediata dos suplentes dos parlamentares. Segundo a denúncia do MinistérioPúblico, os

vereadores usaram R$ 256 mil irregularmente.Outros 14 servidores também são acusados de receber di-

árias indevidamente. Entre os acusados está um vereador que é candidato a prefeito da cidade, Claudevane Moreira Leite (PRB).

Os recursos teriam sido usados irregularmente desde o ano de 2009. Nas investigações, o Ministério Público descobriu, por exemplo, que os hotéis citados na prestação de contas de supostos eventos não registraram a hospedagem dos vereadores pelo local.

O GLOBO - RJ - CONAmp - 04.09.2012

Justiça afasta todos os vereadores de cidade baianaParlamentares são investigados por desviar recursos públicos

CASO BRUNOCom a aposentadoria de ministro que julgaria habeas corpus protocolado pela defesa,

pedido terá que ser redistrubuido. Assim, avaliação pelo Supremo deve ser mais demorada

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Landercy HemersonO que seria um escritório de contabilidade na Savassi, na ver-

dade escondia uma casa de jogos, num prédio comercial. Militares do 1º Batalhão da Polícia Militar encontraram uma estrutura orga-nizada, equipamentos eletrônicos modernos e um grande estoque de bebida e comida para os clientes. Foram detidas 10 pessoas, sen-do nove jogadores, entre eles o músico Werley José Camargo, de 36 anos, irmão da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano. Para uma tarde de segunda-feira, o estabelecimento já havia arrecadado R$ 25,2 mil, sendo R$ 15,6 mil em dinheiro.

“Isto aqui é uma forma de diversão. Não sou jogador com-pulsivo, não vivo da renda dos jogos. Um amigo me convidou e vim me divertir, gastando meu próprio dinheiro, sem dar prejuízo a ninguém”, se defendeu Werley, que disse ter sido a segunda vez que foi ao local. Não é a primeira vez que o músico se vê envolvido em ocorrência policial, já tendo sido detido duas vezes por atraso no pagamento de pensão.Werley considerou legítima a ação da PM legítima, mas criticou a proibição do jogo. “Há tantas coisas erra-das no país e de repente se voltam para uma atividade que deveria ser liberada. A prostituição, por exemplo, é tão ilegal quanto o jogo, tem muita gente lucrando com os prostíbulos, mantendo mulheres em cárcere privado, e ninguém coíbe. Quem está aqui veio por von-tade própria.”

O major Carlos Alves, comandante da 4ª Companhia da PM, disse que em junho chegaram denúncias anônimas sobre a casa de jogos. “Quando estivemos aqui antes, a porta de incêndio estava la-crada. E tinha uma porta de ferro que impedia a saída do elevador. Iniciamos apurações, com o serviço de inteligência, para constatar as denúncias. Hoje (ontem), depois que nosso pessoal à paisana se infiltrou no local e confirmou a atividade ilegal, arrombamos as portas”, disse.

A casa funcionava no 4º andar do Edifício Villagio, na Rua Gonçalves Dias, 880. Por volta da 15h, os militares invadiram o espaço, que além de três salões com máquinas de videopôquer, mantinha uma cozinha logo na entrada e um escritório no andar superior. A funcionária, de nome Tatiana, de 28, contou que foi trabalhar no local há três semanas ganhar R$ 1,2 mil por mês como atendente.

“Não sei quem é o dono. Já havia trabalhado com bingo de cartela há 10 anos e conhecia a rotina de jogos. Precisava trabalhar e aceitei a oferta, pois não conseguiria um trabalho para ganhar o que estavam me pagando”, justificou a atendente, que já havia sido detida antes.ImpRESSÃO dE CARTÕES

No espaço clandestino foram apreendidos 34 equipamentos eletrônicos que eram usados nas modalidades de jogos. De acordo com o major Carlos Alves, as máquinas são modernas, com sis-tema de impressão de cartões. Ele acredita que o local, que seria um escritório de contabilidade, funcionava como casa de jogos há cerca de um ano. Além da atendente, os policiais acreditam que havia alguém do lado de fora do prédio que monitorava a chegada da polícia e recebia os clientes. Os envolvidos foram levados para a Delegacia Adida ao Juizado Especial Criminal (Deajec), acusados de envolvimento em jogo de azar, conforme prevê a Lei das Con-travenções Penais.

OUTRO flagrante Outra casa de bingo foi fechada ontem à noite no Bairro Colégio Batista, Região Leste de BH. Cerca de 100 clientes e funcionários foram levados à Delegacia Seccional Leste. Segundo o tenente Cassimiro, do 16º Batalhão da Polícia Militar, uma denúncia levou os policiais a uma antiga igreja evangélica, onde funciona o jogo. Além do material de bingo, foram apreendi-dos móveis, computadores e dinheiro.

IRmÃO dE ZEZé dI CAmARGO

Músico é detido em bingo na SavassiESTAdO dE mINAS - mG ON LINE - 04.09.2012

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Hermes Pardini é condenado por falsificar software

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São Paulo

Para apressar a punição de motoristas embriagados que evitam fazer o teste do bafômetro, o governo federal pretende aprovar ainda neste mês o projeto de lei que permite à Justiça punir o condutor envolvido em aciden-te, mesmo se não for comprovada a quantidade de álcool que ele tem no sangue – informação que só é possível ser obtida pelo teste do bafômetro ou por exame de sangue.

De acordo com o secretário de Assuntos Legislati-vos do Ministério da Justiça, Marivaldo Pereira, a rápida tramitação da lei, que já foi aprovada na Câmara e aguar-da votação do Senado, permitiria que as regras sobre as provas para a Lei Seca não dependessem da aprovação da reforma do Código Penal, que deve ocorrer só no fim do ano. Essa seria uma resposta do governo ao aumento no número de mortes no trânsito.

Segundo o Mapa de Acidentes no Trânsito 2012, pro-duzido por Julio Jacobo Waiselfisz, entre 1996 e 2010, morreram 518 mil pessoas em acidentes de trânsito no Brasil. O número mais alto da série ocorreu justamente em 2010, com 40.989 vítimas e 21,5 casos por 100 mil habitantes.

Hoje, para que o motorista seja considerado embria-gado, é preciso comprovar que ele tenha mais de 6 de-cigramas de álcool por litro de sangue. Sem esse limite, o uso de bafômetros viraria instrumento de defesa, ga-rantindo a possibilidade de quantificar o porcentual de álcool no sangue do motorista.JUSTIÇA

No começo do ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que só o teste do bafômetro e o exame de sangue poderiam ser aceitos como prova de embriaguez para fundamentar a abertura de ação penal contra moto-rista embriagado. A decisão dificultou a punição crimi-nal. Como a Constituição garante ao cidadão o direito de não produzir prova contra si mesmo – e por isso ele pode se recusar a fazer o teste – as punições passaram a ser apenas de caráter administrativo, como a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação. Essa situação teria favorecido quem bebe e dirige.

E AINdA...GERAIS

Mulher morta por inabilitadoUm motorista inabilitado atropelou e matou uma

mulher na noite de ontem, a poucos metros do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) da capital, na Avenida Amazonas, próximo ao Colégio Salesiano, no Bairro Gameleira, Região Oeste da capital. A Captiva dirigida pelo motorista identificado como Adilson Walisson Vi-dal de Assis, de 18 anos, atingiu Luzia Jorge Teixeira, de 51, com tanta violência que a vítima foi arremessa-da na pista contrária e teve morte instantânea. Preso em flagrante, o condutor precisou ser retirado do local por policiais do BPTran. Segundo os militares, ele estava em estado de choque e corria risco de linchamento. O rapaz foi levado para ser submetido ao teste do bafômetro. Por causa do acidente, o trânsito no sentido Centro-Conta-gem ficou congestionado.

ESTAdO dE mINAS - mG - ON LINE - 04.09.2012mOTORISTAS BéBAdOS

Governo quer acelerar punição

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Autor(es): Por Víctor Gabriel Ro-dríguez

Quando se iniciava o julgamento do mensalão, meios de imprensa pu-blicavam versões diversas de seções no estilo “conheça os ministros”, em que se elencam dados biográficos de cada um dos julgadores da Ação Penal nº 470. Por detrás da publicação des-ses dados está a crença - um tanto de-terminista, porém nada irreal - de que o juiz decide conforme sua história de vida, ou que ao menos esta lhe impõe diretrizes rígidas em sua forma de in-terpretação da realidade.

No caso do Supremo Tribunal Federal (STF), entretanto, o texto bio-gráfico ganha um dado em negrito: o nome de um presidente da República, responsável maior pelo processo de condução do biografado à Corte. E nessa oportunidade de julgamento de réus de relevo político-partidário, a força gravitacional daquele nome atrai também desconfiança de ausência de imparcialidade: um juiz indicado pelo governante seria isento para julgar os atores da política?

Identificam-se então dois temas que se mesclam, mas que aqui há de se separar: primeiro, a legitimidade dessa indicação presidencial para a compo-sição do membro do mais alto tribunal do país; depois, as reais consequências dessa indicação na imparcialidade da-quele que começa a julgar.

Mesmo abstraído o fato de ser constitucionalmente prevista, a indi-cação do ministro do STF pelo pre-sidente da República não é em si tão absurda.

Enquanto alguns veem nesse instrumento o anacronismo do poder moderador dos tempos de Império, ou seja, algo como a supremacia fática do Executivo, tantos outros apontam o sentido contrário: que a separação ab-soluta de poderes é uma ideia superada em termos de organização do Estado, por isso cada vez mais as Constitui-ções criam mecanismos de diálogo e interpenetração nessa estrutura tripar-

tida - que não são deletérios, desde que demarcados com anterioridade, como em um conhecer de regras do jogo. Daí sabe-se que ao Poder Legislativo, além de fazer leis, outorga-se atual-mente a competência de julgar, como faz o Senado nos crimes de responsa-bilidade cometidos pelo presidente da República ou pelos ministros do STF; mais, é o Congresso quem autoriza o presidente à declaração de guerra ou à celebração de paz, o que representa atividade típica do Executivo, como é do Executivo originariamente a ativi-dade de investigação de crimes, algu-mas vezes porém exercida pelo Parla-mento, nas CPIs.

É nesse contexto de mescla com-pensada que o chefe do Executivo in-dica o ministro do Supremo, e o Ju-diciário deve aceitar essa ingerência não apenas, como dito, porque inscrita na Carta, mas porque respeita um ba-lanceamento democrático: o chefe do Executivo, ao contrário dos juízes, é eleito pelo povo e tem mandato limi-tado, longe da ascensão por concurso público e da vitaliciedade judiciais, que também podem viciar a autorida-de.

Além disso, ao Senado cabe apro-var, por voto secreto, o candidato a ministro, conforme prevê o inciso III do artigo 52 da Constituição, o que im-porta a intervenção de um segundo po-der, o Legislativo, nesse processo de indicação, ao menos como filtro para eventuais abusos. Em teoria, então, o chefe do Executivo não está sozinho nessa tarefa.

Se os poderes não tiverem tal jogo de equilíbrio em sua própria formação, o risco é que, em lugar de exercerem o originariamente idealizado controle mútuo, acabem por mapear zonas de exercício da autoridade, o que não in-teressa à democracia.

Como tampouco interessa ao ba-lanceamento democrático o fato de um único presidente poder recompor quase toda uma Corte Suprema, mas esse é mais um efeito deletério da pos-

sibilidade de renovação de mandato Executivo, a qual, sabemos, não era do texto original da Constituição de 1988. A composição do STF por membros chamados por vozes presidenciais dis-tintas é um ponto importante do ideal desse sistema.

A argumentação conduz ao se-gundo tema, de que a parcialidade do ministro do STF diante de questões políticas seria consequência inevitável dessa forma de indicação, mas tam-pouco é para tanto.

A independência de convicção, que o ministro deve incorporar assim que assume o cargo, não é apenas ga-rantida pelas prerrogativas judiciais da mesma Carta - em que, agora sim, exerce papel positivo a tal vitalicieda-de na condição de magistrado - mas também por sua formação jurídica.

Em outras palavras, uma forma-ção sólida, inclusive acadêmica, é um dos elementos mais importantes para garantir essa imparcialidade.

Se o Senado renuncia a seu papel de aferir essa capacidade, por assim dizer, curricular, preferindo nas saba-tinas construir um interrogatório in-quisitorial sobre temas prosaicos, tra-ta-se de mais um defeito a corrigir-se naquele colegiado democraticamente eleito.

Aliás, o julgamento tem, até aqui, demonstrado que a, por assim dizer, fidelidade canina do ministro do STF ao presidente que o indicara é um fol-clore, ou talvez seja mais uma tradição que o mensalão veio alterar. O cruel conselho de que o presidente deveria indicar um ministro jovem - para que ficasse mais tempo no cargo - e politi-camente engajado decerto não é mais eficaz, e isso certamente se considera hoje, quando os ministráveis já refor-çam sua velada candidatura, de olho numa vaga que sequer abriu.

Víctor Gabriel Rodríguez é pro-fessor doutor de direito penal da Uni-versidade de São Paulo (USP/FDRP) e membro da União Brasileira de Es-critores

VALOR ECONômICO - Sp - ON LINE - 04/09/2012

A imparcialidade dos ministros do Supremo e a Ação Penal nº 470

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