terra boa agronegócios - ed 04 set/out 2012 - rm nelore

94
RM Nelore Grande valor genético e qualidade na vitrine do Shopping RM O retrato da pecuária leiteira nacional Megaleite 2012 Alta produção de Antônio Carlos Pereira Pecuária Leiteira Adir do Carmo Leonel: 50 anos de tradição Pecuária de Elite agronegócios ano 1 | edição 4 | setembro/outubro 2012

Upload: revista-terra-boa-agronegocios

Post on 30-Mar-2016

225 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Nesta edição RM nelore e a vitrine do Shopping RM, uma grande tendência no segmento, a cobertura especial da MegaLeite 2012, Alta Produção na Pecuária Leiteira por Antônio Carlos Pereira, Adir do Carmo Leonel e seus 50 anos de tradição na Pecuária de Elite e muito mais!

TRANSCRIPT

Page 1: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

RM NeloreGrande valor genético e qualidade

na vitrine do Shopping RM

O retrato da pecuária leiteira nacionalMegaleite 2012

Alta produção de Antônio Carlos PereiraPecuária Leiteira

Adir do Carmo Leonel: 50 anos de tradiçãoPecuária de Elite

a g r o n e g ó c i o sano 1 | edição 4 | setembro/outubro 2012

Page 2: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore
Page 3: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore
Page 4: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore
Page 5: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore
Page 6: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

Leia na Terra Boa

Parceiros e Colaboradores

12

54

20

62

22

68

28

70

ESPECIAL O engenheiro da Girolando

PECUÁRIA LEITEIRA Alta produção de ACP

ASSESSORIA O consultor das raças

DEPOIMENTOS Qualidade da Coffee 200

CAPA Shopping RM Nelore

GASTRONOMIASabor Mineiro

PECUÁRIA DE ELITE Adir Leonel: a Marca

EQUINOCULTURA Um nacional irretocável

Mário Fernando dos Santos

o Marinho, é representante comercial da ABS-Pecplan de Uberaba/MG. Iniciou a sua vida

profissional como vendedor na Coop. Agrop. de São João da Boa Vista/SP. Apaixonado

pelo universo da pecuária, é profissional experiente que conhece as necessidades de

cada produtor e rebanho. “Penso que a cada dose de sêmen geneticamente melhorada que

vendo, estou contribuindo para um mundo melhor, sem miséria”.

Gustavo Ribeiro Garcia

é natural de Franca/SP, mas reside em Campinas/SP. É bacharel em Direito,

criador de cavalos e jogador de polo. É campeão brasileiro e vice-campeão

mundial de polo. Em 2011 foi campeão da Copa Ouro.

Mauricio Silveira Coelho

é veterinário e um dos sócios do Grupo Cabo Verde, em Passos/MG. Criador e

produtor nato, é gestor da Fazenda Santa Luzia, uma das principais referências na

produção de leite a pasto e criação de Girolando. Está entre os 20 maiores produtores

de leite do Brasil, conforme ranking TOP 100 do site Milkpoint. Mauricio é também

vice-presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando.

Page 7: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

38

74

42

80

44

86 90

50EVENTO Leilão e a genética Sabiá

POLO Torneio Polo de Franca

ARTIGOGenética lucrativa e sustentável

EVENTOExpogenética 2012

EVENTO Megaleite 2012

LENDA VIVA O último cowboy

TRADIÇÃO FAMILIARRetorno às tradições

EVENTO Girolando: muita raça e boa fé

Homero Duarte Júnior

é agropecuarista e concentra suas atividades em Alfenas e Carmo do Rio Claro/MG.

Tem como foco do seu trabalho a eficiência na produção, com uso de tecnologia de

ponta na agricultura de precisão. É produtor de milho, feijão e soja, pioneiro no Estado de

Minas Gerais a utilizar o plantio com espaçamento de 50 cm para o milho, aumentando

significadamente a população de plantas. Criador de animais da raça Girolando e Gerente

Geral de Negócios da Pimenta Agro Sul, concessionária da conceituada marca Case IH.

Joaquim José da Costa Noronha

o Kinkão, é um dos mais tradicionais criadores de Gir Leiteiro do Brasil. A seleção

genética da Fazenda Terra Vermelha é nacionalmente reconhecida, com animais da

raça liderando o ranking da categoria há anos, entre eles o lendário C.A Sansão. Kinkão

é apaixonado pela raça e representante da terceira geração da família, que se dedica

a criação e seleção genética do Gir Leiteiro há 80 anos, a mais antiga do Brasil. Em

comemoração a essa data realizou em agosto um leilão dos seus melhores animais.

Ronaldo Bonifácio da Silva

o Bony, criador de Nelore , é um dos grandes conhecedores da raça.

É natural de Uberaba/MG, mas está radicado em Passos/MG há

muitos anos. Hoje assessora criadores da raça Nelore em todo o país.

Page 8: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

EXPEDIENTETerra Boa Agronegócios é uma publicaçãobimestral da Editora Doce Marano 1 | edição 4 | setembro/outubro 2012

Direção executivaBolivar Filho [email protected]

Conselho editorialAdriana Dias, Bolivar Filho, Denise Bueno

EdiçãoBolivar FilhoDenise Bueno [email protected]

Projeto gráficoEdição de imagens e DTPMultimarketing ComunicaçãoCleiton Hipólito / Dalton Filho [email protected] [email protected]

Jornalista Responsável / RedaçãoDenise Bueno – DRT/MG 6173 [email protected] Dias [email protected] Nasr [email protected]

RevisãoRuller Rodrigues [email protected]

EstagiáriaMarcela Muzetti [email protected]

FotosReginaldo Faria [email protected]

Impressão3 Pinti Editora e Gráfica

Tiragem10 mil exemplares

A Revista Terra Boa Agronegócios não tem responsabilidade editorial pelos conceitos emitidos

nos artigos assinados e informes publicitários.

Revista Terra Boa AgronegóciosAv. Com. Francisco Avelino Maia, 3866

Passos/MG - 37902-138 - Fone: (35) 3522-6252 www.facebook.com/terraboa.agro

[email protected]

Envie a sua história ou curiosidade relacionadaao campo para a Terra Boa Agronegócios!

Quem lê a Terra Boaa g r o n e g ó c i o s

“Primeiramente, gostaria de parabenizá-los pelo excelente trabalho desenvolvido na revista Terra Boa Agronegócios. Sou pecuarista em São Sebastião do Paraíso e tenho acompanhado as edições, com excelente repercussão em nosso município.

Gostei muito dos assuntos abordados, em especial das reportagens sobre casqueamento. A empresa apresentada parece ser bastante competente e deve cobrir um espaço que estava vago em nossa região. Consegui aplicar algumas dicas da reportagem na minha fazenda, mas ainda tenho dúvidas sobre alguns tipos de doença. Seria interessante uma nova reportagem especificamente sobre doenças.

Mais uma vez agradeço pela aposta em nossa região. Tenho certeza que essa revista veio para consolidar e fortalecer, cada vez mais, o mercado agropecuário do Sudoeste Mineiro, com reportagens que mostram a realidade da fazenda e diferentes sistemas de produção”.

Mário Idelfonso, São Sebastião do Paraíso/MG

Hugo Wolff, confere edição da Terra Boa Agronegócios, em sua sala de degustação de café, na Fazenda Portal da Serra

José Rogério Lara, Diretor Técnico da Emater/MG, confere a edição da Terra Boa Agronegócios, durante SINAGRO

O Consultor de Agronegócios Carlos Cogo levou para o Rio Grande do Sul a Terra Boa Agronegócios

Page 9: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

Ao leitor

Muitos desafios e conquistas estão relatados nas páginas desta edição da Terra Boa Agro-negócios. Chegamos a 4ª edição honrados por narrar casos de sucesso da pecuária nacional, mais especificamente da região Sudeste do País.

A cada edição nos surpreendemos com produtores e criadores que acreditam e investem no agronegócio, escrevendo essa história de sucesso da agropecuária nacional, com exce-lentes resultados no melhoramento genético dos rebanhos, na produção leiteira, de carne e de grãos. É claro que nem tudo são flores, mas os desafios, que não são poucos, têm sido vencidos gradualmente.

Entre tantos casos de sucessos conhecemos novas histórias que não podemos deixar de dividir com vocês. Assim, nesta edição, abrimos novas editorias “Lenda Viva e Gastronomia”, para que possamos registrar cada vez mais os casos que circundam o meio rural brasileiro e escrever a história da nossa gente, da nossa terra. Para essas editorias nossos entrevistados foram o Braguinha, um verdadeiro cowboy, e Helenice Pereira Carielo, conhecida pela sua arte de bem receber.

Para falarmos da pecuária leiteira entrevistamos um dos maiores produtores de leite do Brasil e detentor do maior rebanho de genética holandesa no País, Antônio Carlos Pereira. Ain-da nesse segmento, a Megaleite mostrou toda a capacidade dos brasileiros em produzir com qualidade e eficiência, mesmo vivendo momentos de crise.

O período também foi marcado por eventos organizados por criadores de Nelore. Entre eles, a novidade em comercialização de animais, que será apresentada por Reinaldo Cara-vellas, no Shopping RM Nelore e o Leilão de Adir do Carmo Leonel, uma das grandes marcas da raça. Para fechar com chave de ouro, a Expogenética confirmou toda a capacidade dos brasileiros no trabalho da seleção genética do rebanho.

Esperamos que vocês se divirtam ao ler esta edição e, principalmente, conheçam um pou-co mais da história de grandes pecuaristas e produtores brasileiros.

Boa leitura!

Bolivar Filho

Você sabia que a Terra Boa tambémpode ser acessada na internet paraleitura virtual? É no endereço abaixo:

http://issuu.com/terraboa

Tenha uma boa leitura!

Escrevendo a Históriada Pecuária Nacional

Na capa desta edição, as doadorasBeverly da Fort VR, Dijany FIV do Carmoe Miragem FIV da Palma, da RM Nelore.

Page 10: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

a g r o n e g ó c i o s

Anuncie na Terra Boa e tenha uma boa colheita35 3522-6252 | 9213-6432 | [email protected]

www.facebook.com/terraboa.agro

Page 11: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

a g r o n e g ó c i o s

Anuncie na Terra Boa e tenha uma boa colheita35 3522-6252 | 9213-6432 | [email protected]

www.facebook.com/terraboa.agro

Page 12: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

12

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

O engenheiro da Girolando

Espe

cial

Depois de aposentar-se como engenheiro, em 94, passou a dedicar--se com afinco ao agronegócio. Foi presidente do Sindicato Rural e Secre-tário de Agricultura em Miguel Pereira/RJ, membro da Federação de Agricul-tura do Estado do Rio de Janeiro, Con-selheiro Fiscal do SEBRAE/RJ e também Conselheiro de Consumidores da Li-ght, sempre representando a área rural. Atualmente é presidente da Girolando, onde cumpre o seu segundo manda-

José Donato Dias Filho é engenheiro e administrador por formação, mas sempre

foi apaixonado pela pecuária leiteira. Embora more no Rio de Janeiro, tem

suas raízes em Minas Gerais, o que talvez tenha lhe puxado para presidir a

Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, com sede em Uberaba/MG

to, a vencer em 2013. Acredita que a al-ternância na gestão é importantíssima, bem como a continuidade do trabalho em prol da raça. Afirma que está feliz na missão que exerce e que é um girolan-dista até a alma. “Uma raça se faz com fundamentação técnica, pesquisas e com aprovação do mercado, já uma As-sociação com homens, valores e resul-tados”. Confira nas próximas páginas a entrevista concedida por José Donato à revista Terra Boa Agronegócios.

Page 13: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

13

Page 14: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

14

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

TB: A raça Girolando conquis-ta cada vez mais espaço no Brasil e nos demais países de clima tropical. Diante desse cenário positivo, quais são as perspectivas para os criado-res brasileiros nos próximos anos?

JDDF: Mesmo vivendo um ce-nário momentâneo de crise na pe-cuária leiteira, eu sou otimista. Acho que muita gente está tomando cons-ciência da importância de investir no agronegócio de forma mais pro-fissional. Felizmente, as associações, sindicatos e o governo estão procu-rando uma forma interativa de traba-lharem juntos. Recentemente, estive na CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e conheci as propostas do governo para a criação de uma Agência Nacional de Extensão Rural. Vejo que se unirmos: governo, CNA e indústrias não haverá dispersões. A extensão rural tem esse papel: de levar conhecimentos a todos os seg-mentos do campo. Isso será um novo alento a pecuária. O caminho é esse: da informação e do trabalho solidário e coletivo. A Girolando terá um pa-pel importante nesse processo, pois é um patrimônio nacional e atende à demanda dos países tropicais. Esta-mos fazendo a tarefa de casa.

TB: Nos últimos meses, os pro-dutores de leite têm sofrido com o alto custo de produção, o que atin-ge o preço final do produto. Essa difi-culdade poderá atrapalhar o cresci-mento da pecuária leiteira nacional nesse final de 2012 e em 2013?

JDDF: Na realidade esta preo-cupação não é desse ano. Em 2011 a alimentação do gado mais a mão de obra chegaram a atingir 50% do custo da produção. Neste momento, o cená-rio mundial está mais complicado com a falta de alguns produtos como o mi-lho e a soja e os mesmos custos já atin-gem 70%. Foi tudo uma conjunção de fatores. Produtos alternativos que po-deriam auxiliar na alimentação do re-banho, como a polpa cítrica e o trigo, também enfrentam períodos de cri-se. O Girolando, pela sua rusticidade e adaptabilidade, é a grande opção para o pecuarista de leite. Cabe ao produ-tor achar alternativas. A cada crise que

enfrentamos o governo nos acena com crédito, acreditamos que o termo cor-reto deveria ser preservar inicialmente a renda. Temos que achar os caminhos para acertar o foco adequado e ações apropriadas.

TB: Pelos números divulgados pela Associação que o Senhor pre-side, a raça Girolando está consoli-dada no Brasil. Quais as divisas con-quistadas pela pecuária leiteira que já podem ser atribuídas a raça?

JDDF: A contribuição do Girolan-do nos últimos 20 anos é expressiva. Nesse período, o rebanho leiteiro au-mentou 25% e a produção leiteira cres-ceu 110%. A média de produção das vacas Girolando cresceu 240%. A co-mercialização de animais da raça, em 2011, chegou a 74%, mas os valores não são tão altos como nas outras ra-ças, pois o Girolando não é um gado só para a elite. Ele atende o mercado como um todo, da agricultura familiar a empresarial. Nós entendemos que o Brasil é um país de grande extensão, com diversidades regionais, e que cada localidade saberá escolher qual a me-lhor raça para trabalhar. O Girolando através do PS e cruzamentos oferece grandes opções para o mundo tropi-cal. Nós defendemos o agronegócio do leite como um todo. A Megaleite é um exemplo desse trabalho, queremos mostrar o potencial da pecuária leiteira brasileira para o mundo.

TB: O lançamento do Sumário de Touros da raça Girolando é uma das grandes conquistas dos criado-res. Quais outras conquistas nos úl-timos cinco anos o Sr. destaca?

JDDF: Nosso programa de sele-ção genética é relativamente novo. Nós já fizemos uma enorme cami-nhada. A venda de sêmen de Giro-lando é a que mais cresce no País, porque a nossa base é boa. Os resul-tados já conquistados fizeram os pe-cuaristas acreditarem. A nossa par-ceria com a Embrapa Gado de Leite também acelerou esse processo. Hoje nós estamos testando touros para os futuros criadores, seis, sete anos de trabalho. Com a avaliação genômica vamos reduzir muito este

tempo. Nossa confiança é total, pois os novos touros inscritos têm pedi-gree e genéticas maravilhosas.

TB: Qual a avaliação da dire-ção da Girolando sobre a Megaleite 2012 realizada no mês de julho, em Uberaba?

JDDF: Nós estamos felizes com o resultado desse ano e vivendo a ex-pectativa de realizar a 10º Megaleite, em 2013. Acho que podemos olhar o resultado por várias vertentes, o me-lhoramento genético, a evolução dos animais, a vertente política com a pre-sença do Sr. Ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, de vários de-putados; pesquisadores, professores e, principalmente, a presença do pro-dutor. Nós sabemos que Uberaba tem todo o charme para esse tipo de even-to, mas não podemos perder o foco que o Girolando veio para atender do agricultor familiar ao empresarial e a Associação tem também como mis-são assegurar condições dignas para a pecuária leiteira. Com o avanço da pes-quisa nós vivemos a democratização da genética, mas com certeza precisa-mos viver a sua socialização e criar me-lhores condições para todos. A Mega-leite visa atender toda essa diversidade do agronegócio do leite. é neste senti-do que trabalhamos.

TB: Como a Girolando avalia o grande crescimento da genética lei-teira apresentada por várias raças durante a Megaleite?

JDDF: Todos estão buscando o seu espaço. Dentro do Girolando nós temos várias possibilidades com mais sangue de Gir Leiteiro ou do Holan-dês. Cada região sabe qual o melhor animal para se trabalhar com a pecu-ária leiteira. No Sul, por exemplo, eles buscam animais com mais sangue de Holandês. Nós temos que saber qual a vocação da região, pois tem que haver mercado para o produto. A ri-queza do Girolando é oferecer todas essas possibilidades. Hoje nós temos animais que produzem leite com maior teor de gordura, com mais proteína e com custos competitivos. É preciso conhecer e saber aproveitar todas essas possibilidades.

Page 15: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

15

TB: A raça Girolando conquis-tou números expressivos nos leilões realizados na Fazenda Santa Luzia, em Passos/MG, e na Fazenda Córre-go Branco, em Capetinga/MG. Para o Sr, o que significam os recordes quebrados pelos produtores Maurí-cio Silveira Coelho e Paulo Ricardo Maximiano?

JDDF: Achamos que a demanda e o mercado, definem os preços. A va-lorização desses animais é muito bem vinda e a raça merece. Ao lado destes dois grandes criadores citados, existem muitos outros, uma verdadeira seleção nacional, que produzem e oferecem animais geneticamente superiores e, sobretudo confiáveis. A credibilidade é tão desejável quanto necessária. Se olharmos o TOP 100, ranking do site Milkpoint, veremos a presença do Gi-rolando entre os 100 maiores produto-res de leite. Assim, um dado que não podemos esquecer é que buscamos um animal para produzir leite. A vaca não é um produto social, mas o leite é. A Associação exalta esses números,

mas não os deixa “subir à cabeça” e nem perde o foco de sua missão.

TB: Quais são as condições atu-ais para o Brasil exportar leite, uma vez que já conquistou grandes avan-ços na seleção genética e em índices de produtividade?

JDDF: O mercado externo é com-plexo e “delicado”. A base de vendas são acordos que devem existir entre os países. Às vezes, o Brasil está pron-to para vender, mas o que lhe ofere-cem em troca não é necessariamente

o que mais precisamos. O fato é que existe além do interesse pecuarista, o interesse do governo. Por exemplo: por que as importações de produtos lácte-os do Uruguai e da Argentina se fazem nas quantidades praticadas hoje? O en-tendimento fica difícil e extrapola os li-mites do produtor e das Associações. Para equilibramos o processo temos que procurar os caminhos da política e participar ativamente das negociações, como estamos tentando fazer nos di-versos fóruns, onde temos represen-tantes competentes e ativos.

“o Girolando é

um animal para

produzir leite.

A vaca não é

um produto

social, mas

o leite é.

A Associação

exalta esses

números, mas

não os deixa

“subir à cabeça”

Page 16: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

16

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2Fe

ira

A 4ª Sinagro (Feira de Agro-negócios do Sindicato dos Produtores Rurais de Passos), realizada de 7 a 10 de agosto no Parque de Exposições Adol-pho Coelho Lemos, em Passos/MG, su-perou as expectativas de público e de negócios. Máquinas, produtos, serviços, informação para o produtor e o debate de lideranças estaduais e regionais ga-rantiram o sucesso do evento.

Nos quatro dias da Feira, mais de 70 empresas apresentaram seus produ-tos, maquinários e serviços. Foram rea-lizados eventos paralelos como pales-

SinRural de Passos realiza 4ª edição da Sinagro

tras, minicursos e um seminário sobre agricultura familiar.

Lideranças e Debates

Lideranças locais, regionais e esta-duais participaram do evento. Entre elas o Secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Elmiro Alves Nascimento; o Secretário de De-senvolvimento Social, Cássio Soares; o Diretor Técnico da Emater/MG, José Ro-gério Lara e o Subsecretário de Política Urbana, Renato Andrade.

A abertura da Feira foi prestigia-da pelo presidente da Crediacip (Coo-perativa de Crédito Mútuo dos Comer-ciantes de Passos), José Eustáquio do Nascimento, o Taquinho; a presidente da Câmara de Passos, Cenira de Fátima Gomes Macedo, a Tia Cenira; o geren-te regional da Emater, Edson Gazeta; o gerente do Banco do Brasil, Nilton Cé-sar Resende; o secretário municipal de planejamento, Antônio Francisco, o To-ninho Pastor; o secretário municipal de Agricultura, Antônio Chaves Neto, o Chavinha e o prefeito de Guapé e pre-

Page 17: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

17

Page 18: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

18

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

sidente da Ameg e Alago, Nelson Lara. De acordo com o presidente do Sin-Rural, Leonardo Medeiros, a Sinagro se consolida, a cada ano, como evento de importância para o agronegócio regio-nal e como oportunidade para que pro-dutores, fornecedores e parceiros pos-sam aproveitar a reunião de todos num espaço em que o intercâmbio é facilita-do e, por isso mesmo, ótimos negócios podem ser feitos.

Para o secretário de Estado da Agricultura, Elmiro Nascimento, Passos é uma cidade importante, não somen-te em âmbito regional, como estadual. O secretário lembrou de algumas difi-culdades enfrentadas pelo setor agro-pecuário e citou a importação do leite

do Uruguai e da Argentina. “Nós temos um terço da produção de leite do país e o Governo Federal autoriza, em detri-mento de nossos produtores, a impor-tação do leite em pó. Leite que muitas vezes chega vencido a Minas e a to-dos os estados do Brasil. Mas estamos lutando. Há uma pressão muito gran-de, inclusive da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) para que realmente possamos barrar essa importação, em detrimento de nosso produtor que produz um leite de alta qualidade”, salientou.

Produtos

Os produtores que visitaram a Fei-ra puderam conhecer novas linhas de maquinários, tanto para a cafeicultu-ra como para ou-tros segmentos de produção agrícola. Para os produto-res de leite, uma ordenhadeira com tecnologia alemã -capaz de regis-trar com precisão a produtividade por vaca - foi uma das novidades apresentadas no evento. Segundo o representante da revendedora em

Passos, Eremildo Nóbrega, a eficácia do aparelho foi colocada à prova por meio de testes ao vivo com os visitantes. “Nós fizemos a demonstração para o produ-tor, que pôde conferir de perto a efici-ência do equipamento”, ressaltou.

O empresário Tomaz Emerick veio de Manhuaçu/MG, distante cerca de 700 quilômetros de Passos, para apre-sentar seu maquinário de torrefação, moagem e embalagem de café. Segun-

do ele, com cerca de R$ 10 mil, é possí-vel montar uma pequena agroindústria e ganhar dinheiro com café de qualidade. No estande de Emerick havia um torra-dor, um moinho, um medidor de umida-de e a máquina de embalar o pó, com selo e tudo. “Com isso, você tem uma microindústria de café torrado e moí-do”, disse ressaltando as formas de paga-mento, com financiamento do Pronaf (da agricultura familiar) e do Banco do Brasil, através da linha “Mais Alimentos”.

Em outros pavilhões, o visitante en-controu artesanato de várias cidades da área da Ameg (Associação dos Municí-pios da Microrregião do Médio Rio Gran-de), como Carmo do Rio Claro, Jacuí, Cás-sia e São José da Barra, que trouxeram tapetes, toalhados, artigos de cerâmica e até doces típicos da região.

“A Sinagro se

consolida, a cada

ano, como evento de

importância para o

agronegócio regional”

O público aproveitou o momento para cumprimentar as lideranças durante a Sinagro

Lideranças municipais e estaduais se unem durante Feira de Agronegócios

Cássio Soares e Elmiro Nascimentoassinam documento na Sinagro

Page 19: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore
Page 20: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

20

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

O consultordas raças Nelore e Gir

Asse

ssor

ia

O investimento nas raças Nelore e Gir Leiteiro é um mercado crescente que exige cada vez mais a presença do consultor, uma vez que grandes empresários apostam no segmento, bem como novos in-vestidores. O Nelore está presente em todo país, mas concentrado nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

A paixão inicial de Zezão era por cavalos. Foi inclusive domador. Na pecuária trabalhou como peão, in-seminador, administrador de fazenda e ao conhecer Márcio Resende de An-drade, o criador do Bitelo SS, ainda Lí-der do Ranking Nacional, foi conquis-tado definitivamente pelo gado PO. No Mato Grosso do Sul trabalhou qua-tro anos. Depois foi atuar em Minas Gerais, na fazenda da Mendes Júnior, dos mesmos proprietários da Fazen-da do Sabiá. “Fui trabalhando e es-tudando a genealogia dos animais e me tornando mais conhecido. Assim, cheguei a Fazenda Terras de Kubera, onde trabalhei por um bom tempo. Há cinco anos, ao sair da Kubera, criei a minha consultoria e presto assistên-cia por todo País”, disse Zezão.

Possui grande facilidade para memorização, dom que o ajuda na identificação de fenótipos e genóti-pos dos animais. “Nessa atividade é preciso conhecer toda a genealogia

Trabalhar com

animais está no

sangue da família.

Com essa genética

carimbada, chegar

a consultor da raça

Nelore seria apenas

uma questão

de tempo. E foi

exatamente isso

que aconteceu

com José Bonifácio

de Almeida Filho, o

Zezão, que hoje é

consultor das raças

Nelore, Gir Leiteiro

e, também, criador.

e a caracterização dos animais, pois em genética nem sempre dois mais dois são quatro. Eu sempre digo: o que não sabemos de onde veio, não saberemos para onde vai”, concluiu.

Sobre o trabalho que exerce afir-ma que nem sempre dá para atender toda a demanda. Por exemplo, no dia em que a equipe da Terra Boa o entre-vistava em Ribeirão Preto, onde dava assistência no Leilão de Adir Leonel, deveria seguir para o Pará, onde aten-deria vários criadores. Não conseguiu cumprir essa agenda diante de com-promissos já assumidos em Uberaba. “É difícil indicar outra pessoa para o criador, porque muitas vezes ele quer ouvir a minha opinião, por ter con-fiança na minha experiência, no meu trabalho”, relatou.

Ele confessa que tem mais faci-lidade para trabalhar com a raça Ne-lore. “O Gir Leiteiro exige mais de nós, pela sua produção leiteira. Mas os tes-tes de progênie, atualmente, têm fa-cilitado muito o nosso trabalho”.

Zezão carrega na sua bagagem vários títulos conquistados pelas fa-zendas por onde trabalhou. Entre eles o Tricampeonato de Melhor Criador do Ranking Nacional da Raça Nelore, pela Terras de Kubera, o primeiro cria-dor a conquistar esse título, conforme o Regulamento da ACNB (Associação dos Criadores de Nelore do Brasil), o criador para conquistar a taça defini-

Page 21: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

21

“Nessa atividade é preciso conhecer toda a genealogia

e a caracterização dos animais, pois em genética

nem sempre dois mais dois são quatro”

tiva precisa ganhar três anos conse-cutivos o título de melhor Criador ou em cinco vezes intercalados.

Entre animais consagrados ele destaca a Betina MJ do Sabiá com Big Bem da SN, que produziu a Grande Campeã Nacional Abelha TE do Car-mo e a Tajayama MJ do Sabiá com Panagpur que produziu duas Gran-des campeãs nacionais, Lana e Ma-dame TE da Kubera, e o reservado grande campeão Nacional, Lacre Te Kubera.

Com mais de 20 anos de experi-ência, Zezão destaca que o mercado de hoje, em função da carne, procu-ra animais precoces. “Mas, na minha opinião, tem que ter precocidade sem perder a beleza racial”.

Uma das grandes dificuldades hoje, segundo Zezão está na forma-ção da equipe, pois o trabalho se

estende ao longo do ano nos cui-dados com os animais, na alimenta-ção e manejo correto. “Nenhum elo da cadeia pode se quebrar. Se não tivermos uma equipe treinada para cuidar dos animais, não teremos ani-mais se destacando no ranking na-cional”, afirmou.

Fone: (34) 8401-1526Zezão Consultoria

Page 22: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

22

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2Ca

pa

Page 23: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

2323

Shopping RMvalor genético e qualidade

A Fazenda RM de Reinaldo José Caravellas e Marcia Daltro Caravellas é localizada no município de Uberaba. Há cinco anos o casal investe no Nelore e for-mou um plantel com animais já consagrados da raça como Miragem FIV da Palma, considerada a melhor filha de Essência x Helíaco da Java, recordista de preço no Lei-lão de Adir Leonel, realizado em 2011, e Servia 9 da J Galera, também recordista de preço no leilão da Perboni, mãe de Kalista TE Mafra, 1º prêmio Emapa/2012.

De 15 a 23 de setembro, em Uberaba/MG, a RM Nelore promove o seu primeiro Shopping de vendas. O evento será realizado na

Leilopec e terá a assessoria de grandes empresas do setor como Dstack Assessoria Pecuária e Programa Leilões. Entre as 10h e

as 20h, durante nove dias, os criadores e compradores poderão conhecer as novilhas e prenhezes, filhas dos melhores

animais da RM Nelore, e efetivar boas compras

Page 24: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

24

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

“Eu acredito que este evento será um sucesso. Primeiro porque

não tenho metas faraônicas. Sei exatamente o meu tamanho.

Segundo porque temos um plantel de doadoras que poucos têm.

Mostraremos no Shopping essas doadoras, bem como

as bezerras filhas dessas excelentes matrizes”

Page 25: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

25

Além desses animais premia-dos e reconhecidos pelo mercado da raça Nelore, outros mais formam o plantel da RM Nelore como Rya-tna I da Zeus, mãe da Campeã da Expoinel/ES de 2012, Doutrina da RM, também recordista de preço no Leilão de Búzios/2012, entre mui-tos outros. Atualmente, Servia 9 é a terceira melhor matriz do Ranking ACNB (Associação dos Criadores de Nelore do Brasil) 2011/2012.

Para o Shopping RM foram preparados cerca de 200 prenhe-zes, das melhores doadoras da RM, das barrigas de ouro, animais de ex-celente qualidade que poderão ser avaliados com cautela pelos criado-res durante o evento de vendas or-ganizado pela RM. Os compradores ainda terão assessoria agropecuá-ria para avaliar a melhor relação do custo e benefício. “Este novo forma-to de vendas das prenhezes pos-sibilita uma compra bem planeja-da, mais facilitada e proporciona ao criador uma compra mais justa”.

Segundo Reinaldo, este formato de ven-das não é só uma nova opção do mer-cado, mas também uma tendência.

Além das facilidades que o cria-dor encontrará no Shopping RM Nelore, haverá um espaço destina-do ao encontro dos criadores para a troca de experiência entre si, e en-tre os profissionais que estarão tra-balhando no local. José Reinaldo e Fernando Oliveira, administrador da RM, também marcarão presença para assessorar os compradores.

Há cinco anos selecionando o melhor da raça disponível no mer-cado, Reinaldo Caravellas conseguiu preparar bons animais. “Eu tenho para oferecer o que o mercado pre-cisa e sou criador, não colecionador de animais”, disse. A meta de Rei-naldo Caravellas é vender prenhe-zes e bezerras. “Eu acredito que este evento será um sucesso. Primeiro porque não tenho metas faraôni-cas. Sei exatamente o meu tamanho. Segundo porque temos um plantel

de doadoras que poucos têm. Mostra-remos no Shopping essas doadoras, bem como as bezerras filhas dessas excelentes matrizes”, disse o criador. Natural do Rio de Janeiro, Reinaldo aposta na atividade há cinco anos. Em 2012 fixará residência em Uberaba e o Shopping é uma das ações para tam-bém divulgar a marca RM.

No mesmo período do Shop-ping RM, Uberaba se transformará na capital do Nelore com a agenda da 41ª EXPOINEL (Exposição Inter-nacional do Nelore). Os organiza-dores esperam que passem pela pista de julgamento mais de 1.000 animais de aproximadamente 100 expositores.

Shopping RM NELORE15 a 23 de setembro/ 2012

Estância Leilopec, Rod MG 427 KM 1 Uberaba/MG

25

Beverly da Fort VRFort 3617

Nascimento 18/02/2002Matriz Modelo Expozebu 2008

Page 26: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

26

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

Page 27: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

27

Page 28: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

28

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2Pe

cuár

ia d

e El

ite Adir Leonel: a marca

Page 29: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

2929

Ele é descendente de pecuaristas e a pecuária é a sua profissão.

Por conhecer tão bem a atividade oferece ao mercado animais

de genética diferenciada, um gado funcional, com aprumos

corretos, produtividade e consistência genética.

Page 30: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

30

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2Na véspera do leilão anual de

Adir do Carmo Leonel, realizado na Es-tância 2L, no dia 18 de agosto, em Ri-beirão Preto/SP, o criador e seu filho Paulo Leonel receberam a equipe da Terra Boa Agronegócios para esta en-trevista. Criadora reconhecida da raça Nelore, a família Leonel tem uma his-tória que se entrelaça ao crescimento da raça no País.

Há 52 anos, Adir é criador de Ne-lore. A sua base genética é de grandes criadores como Dr. Francisco Louren-ço Cintra, VR e Brumado. Com o belo trabalho de seleção genética realizado nas últimas cinco décadas, nas fazendas nos estados de São Paulo e Goiás, Adir Leonel é uma das importantes mar-cas de Nelore no País. “Hoje, meu pai e o Chico Carvalho, entre outros pou-cos criadores, são o elo entre o Nelore que veio da índia, na década de 1960, e o Nelore que temos atualmente, disse Paulo Leonel, que administra a fazenda da família, Barreiro Grande, no municí-pio de Nova Crixás/GO, onde desenvol-ve o ciclo completo da pecuária: cria, re-cria, engorda e pecuária seletiva.

A marca Adir Leonel foi criada em 1967, quando ele adquiriu uma proprie-dade em Ribeirão Preto, a Estância 2L, em parceria com Luís Vicente Lunardi, sociedade que perdurou até o ano de 1971. Grande conhecedor da raça, em 1968 deu mais um passo e se tornou juiz das raças zebuínas. Atividade que exerceu por 20 anos e que o tornou co-nhecido em todo Brasil.

“Nós sempre acreditamos na ge-nética pura, que é a responsável por formar plantel. Muitos pecuaristas não entendem a sua importância. Mas é através da genética pura que temos a flexibilidade para preservar ou melho-rar a linhagem dos animais. Em outros segmentos de raças é impossível fazer esse trabalho”, disse Paulo

Para esse trabalho no qual se pre-serva a linhagem dos animais e, ao mes-mo tempo, a pureza racial, pai e filho trabalham para formar um rebanho em que todos os animais sejam expoentes. “É muito difícil formar um rebanho de um indivíduo. Estamos sempre traba-lhando para termos bons animais. Não adianta ter apenas um jogador bom em

Licco

“Sempre focamos a

raça e a produtividade

com fertilidade,

habilidade materna,

preservação racial e

padronização. O nosso

grande diferencial é

a preservação das

linhagens com abertura

de sangue dentro da

pureza. Grosso modo,

teríamos a Índia

no Brasil”

Page 31: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

31Adir do Carmo Leonel no comando do seu leilão Jallad

Opus

Paulo Leonel na Estância 2L

campo, mas todos devem ser bons para se ganhar a partida”, exemplifica Paulo.

Com essa filosofia de trabalho eles oferecem ao mercado animais para uma pecuária sustentável, real. “Sem-pre focamos a raça e a produtivida-de com fertilidade, habilidade mater-na, preservação racial e padronização. O nosso grande diferencial é a preser-vação das linhagens com abertura de sangue dentro da pureza. Grosso modo, teríamos a Índia no Brasil”, disse Paulo.

O resultado desse trabalho pode ser comprovado na recente comercia-lização efetivada por eles, na maior transação comercial do mundo entre criadores, na qual foram vendidas 90 mil doses de sêmen para a Agropecuá-ria Nova Piratininga, que tem sede em Goiás.

Com 10 mil cabeças de gado, Paulo e Adir trabalham por uma pecuária sus-tentável em que o gado segue do pasto para a cocheira e vice-versa, sem nenhum problema para o criador. Responsável pela maior parte da administração das atividades de Adir Leonel, Paulo divide a parte burocrática e financeira com a irmã Vera. Adir, no início da entrevista dizia: “Estou passando toda a administração para o Paulo”. O filho, que nasceu dentro da atividade do pai, afirma que essa tran-sição é natural. “É a continuidade do tra-balho. Eu não consigo ver outra atividade, não sei fazer outra coisa”, concluiu.

Leilões

Depois de 26 anos trabalhando com a seleção genética de seus ani-

mais, em 1986, Adir realizou o seu pri-meiro leilão na Estância 2 L. Desde en-tão, seus leilões se tornaram parte do calendário anual dos neloristas e da-queles que querem entrar na ativida-de e encontrar animais já consagrados, prontos para a produção. Em 2012 ele contabilizou a marca de 26 leilões inin-terruptos. Na fazenda de Goiás eles ca-minham para o mesmo marco. Já foram 12 leilões realizados.

Além dos leilões e outros eventos organizados por pai e filho, eles têm ou-tro ponto de encontro para os neloris-tas: a Casa do Zebu, fundada em 2008, juntamente com amigos, no Parque Fernando Costa, em Uberaba. O local é um ponto de encontro de amigos da pecuária nacional e point certo durante a Expozebu.

Page 32: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

32

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

Page 33: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

33

Page 34: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

Orestes Prata Tibery Júnior

A pecuária seletiva nacional perde um grande colaborador. Presidente da ABCZ na gestão 2004/2007, Orestes Prata Tibery Júnior, o Orestinho, ocupou cargos na diretoria em várias gestões, além de exercer a função de conselheiro das raças zebuínas.

Foi o criador do julgamento Matriz Modelo na ExpoZebu e sempre defen-deu a ética e os critérios de seleção firmados em raça, funcionalidade e eficiên-cia do rebanho zebu. No ano de 2008 foi agraciado com a Comenda ABCZ por mérito de trabalhos em prol das raças zebuínas.

Ele era o titular da seleção OT, uma referência no mercado do rebanho zebu seletivo, integrou o Grupo Elo da Raça durante muitos anos e também estava no JOP que identifica, cria e importa novas linhagens de Nelore, Guzerá e Gir indianos.

Orestes faleceu no dia 25/08 em virtude de um acidente aéreo. Na ae-ronave estavam também a sua esposa, Elen Martins Prata Tibery e o piloto. Ficam aqui as nossas sinceras condolências à família e o nosso agradeci-mento pela sua dedicação e contribuição para o crescimento e evolução da pecuária nacional.

1939-2012

a g r o n e g ó c i o s

Page 35: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

Foto: Maurício Farias/ABCZ

Page 36: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

Respeite a sinalização de trânsito.Ofertas válidas até 30/09 ou enquanto durar o estoque. Estoque limitado a 2 unidades por modelo anunciado. Consulte condição de financiamento na Viscaya Toyota.

Cadastro sujeito a aprovação.

16. 3211 6000Av. Presidente Castelo Branco, 1665viscayatoyota.com.br

TSWTOYOTA SALES WAY

Hilux SRV 4x4 fl exde: R$ 100.140,00

por: R$ 98.990,00

Hilux SW4 fl exde: R$ 115.300,00

por: R$ 113.900,00

CONDIÇÕES ESPECIAIS PARA O PRODUTOR RURAL.

O MELHOR ATENDIMENTO, OS MENORES

PREÇOS E UM GRANDE DESAFIO:

NÃO PERDER NENHUM NEGÓCIO!

Essa é aViscaya.

SUPERE OS DESAFIOSDO SEU DIA A DIAA BORDO DEUM TOYOTA.

Page 37: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

37

Respeite a sinalização de trânsito.Ofertas válidas até 30/09 ou enquanto durar o estoque. Estoque limitado a 2 unidades por modelo anunciado. Consulte condição de financiamento na Viscaya Toyota.

Cadastro sujeito a aprovação.

16. 3211 6000Av. Presidente Castelo Branco, 1665viscayatoyota.com.br

TSWTOYOTA SALES WAY

Hilux SRV 4x4 fl exde: R$ 100.140,00

por: R$ 98.990,00

Hilux SW4 fl exde: R$ 115.300,00

por: R$ 113.900,00

CONDIÇÕES ESPECIAIS PARA O PRODUTOR RURAL.

O MELHOR ATENDIMENTO, OS MENORES

PREÇOS E UM GRANDE DESAFIO:

NÃO PERDER NENHUM NEGÓCIO!

Essa é aViscaya.

SUPERE OS DESAFIOSDO SEU DIA A DIAA BORDO DEUM TOYOTA.

Page 38: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

38

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

38

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2Ev

ento

Page 39: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

39

Neloristas em buscada genética Sabiá

Na Fazenda do Sabiá, banhada pelo Lago de Furnas, em

Capitólio/MG, criadores da raça Nelore de todo país se

encontraram no grande leilão anual promovido por Beto

Mendes. A bezerra Nalischa do Bony abrilhantou

o evento e foi arrematada por R$ 400.000,00

Page 40: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

40

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2O leilão, tradicional evento da

Fazenda do Sabiá,realizado no dia 30 de junho, reuniu preciosidades do criador Alberto Mendes, titular da Fazenda do Sabiá,e dos parceiros no evento, Jonas Barcellos e José Luiz Niemeyer, das fa-zendas Mata Velha e Terra Boa. Com as-sessoria pecuária da SAP, realização do Programa Leilões e transmissão ao vivo pelo Canal Rural, o evento atraiu nelo-ristas de todo Brasil, que também pu-deram acompanhar de perto o Leilão Reprodutores Sabiá realizado no mes-mo dia.

Detentor do título de Melhor Cria-dor da raça, conquistado na EXPOZEBU de 2012, em Uberaba/MG, a trajetória de Alberto Mendes, na seleção genética do Nelore, hoje seguida pelo filho Beto Mendes, é reconhecida em todo país.

Foram a remate 74 animais en-tre 50 machos e 24 fêmeas, incluin-do animais de convidados. Dos 71 lo-tes vendidos a média registrada foi de R$ 115.000,00 para as fêmeas e R$ 7.000 para os machos, no total de R$ 2.656.666,40. O animal mais valori-

zado foi a bezerra Nalischa do Bony, de Ronaldo Bonifácio da Silva, arrematada pelo valor de R$ 400.000,00. Na disputa acirrada até o fim, garantiram a compra o Sr. Pedro Augusto Ribeiro Novis em parceria com a EAO Empreendimentos Agropecuários Obras S/A.

Há 28 anos a Fazenda do Sabiá quebrou paradigmas ao colocar à ven-da o que tinha de melhor no rebanho e criar alguns leilões importantes para a raça. Entre eles o anual realizado na Fa-zenda e o “Noite dos Campeões”, o mais tradicional da raça, realizado em Ubera-ba. A busca incansável pelo melhora-mento genético é a marca de Alberto e Beto Mendes. Na caracterização dos animais buscam a beleza racial, harmo-nia e carcaça bem definida.

A Fazenda lidera o ranking da raça. No seu leilão anual, grandes criadores estiveram presentes como o presidente da ABCZ (Associação Brasileira dos Cria-dores de Zebu) Duda Biagi, José Luiz Niemeyer entre outros de vários esta-dos do País.

Em 2012 a agenda de leilões da Fazenda soma sete eventos. Dois ainda estão por vir: o Qualidade Futurity, em setembro, transmitido pelo Canal Rural, e o Leilão Shopping Sabiá, programado para o mês de novembro, que também será transmitido pelo Canal Rural.

Até lá!

O leiloeiro Paulo Horto e Beto Mendes durante evento na Fazenda do Sabiá

Foram a remate

74 animais entre 50

machos e 24 fêmeas,

incluindo animais

de convidados

Durante a venda uma emocio-nante homenagem foi feita a Ronal-do Bonifácio, ex-funcionário da Fazen-da do Sabiá, onde trabalhou por 32 anos, hoje criador e consultor da raça. “Eu não esperava essa homenagem. Ver o nosso trabalho reconhecido é muito emocionante”,disse Bony, ressaltando ainda o valor conquistado com a venda da bezerra.

Page 41: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

41

Leilão Fazenda do Sabiáa g r o n e g ó c i o s

Page 42: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

42

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

Foto: www.fatosenoticias.com

O gigante

rebanho bovino

brasileiro possui

aproximadamente 190

milhões de cabeças, sendo

a maior parte da raça Nelore,

adaptada às condições tropicais.

Além de animais adaptados, o Brasil

possui potencial para a produção de

carne bovina, em razão de sua extensão

territorial e disponibilidade de pastagens

A Genética lucrativa e sustentável

Artig

o

A produção de carne bovina tem crescimento projetado de 3,5% ao ano para o período de 2008/2009 a 2018/2019. Isto mostra que o setor de produção de carne bovina deverá apresentar intenso dinamismo nos pró-ximos anos. Estima-se que as exporta-ções de carne bovina em 2016 serão lideradas por Brasil, Austrália, Índia, Ar-gentina e Nova Zelândia, concentran-do 93,8% das exportações mundiais de carne bovina e um volume em equiva-lente carcaça de 2.849 mil toneladas.

O Brasil deverá manter a liderança de principal exportador de carne bovina em 2018/19 e as relações entre carne bovina de Exportação do Brasil/Comér-cio mundial deverão representar 60,6% do comércio mundial.

A rentabilidade da produção de bovinos de corte é dependente dos inputs e dos outputs do sistema. O fornecimento de alimentos é o input de maior custo na maioria dos empreendimentos pecuários, princi-palmente nos mais intensificados.

Page 43: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

43

A definição de

estratégias para

aumentar a

eficiência alimentar

é fundamental

na seleção de

bovinos de corte

A importância deste input na seleção foi reconhecida há muito tempo pela suinocultura e avicultu-ra e, por isso, estas espécies evoluí-ram bastante nas últimas décadas com relação aos índices de eficiência alimentar, tanto pelo melhoramen-to genético como por melhorias nas condições de ambientes, nutrição e manejo. A seleção para eficiência ali-mentar em bovinos de corte foi ig-norada pelos programas de melhora-mento genético principalmente pela dificuldade e custo de mensurar o consumo alimentar individual.

Por vários anos, programas de melhoramento genético de bovinos de corte enfatizaram apenas a sele-ção para aumento dos outputs, tais como pesos em diversas idades, ga-nho de peso diário, circunferência es-

menor produção de poluentes (CO2, esterco, metano, etc.) por unidade de carne produzida ou ainda aumento da produção de carne com o mesmo impacto ao ambiente.

A definição de estratégias para aumentar a eficiência alimentar é fundamental na seleção de bovinos de corte, desde que não prejudique outras características de alta impor-tância na seleção tais como preco-cidade sexual, fertilidade, habilida-de maternal ou ainda comprometer a qualidade da carcaça. A conversão alimentar (kg de consumo/kg de ga-nho), parâmetro de eficiência tradi-cionalmente conhecido, é uma me-dida bruta de eficiência com sérias limitações para ser utilizada como critério de seleção por ser correla-cionada positivamente com peso à

cias são preditas, para o cálculo do consumo predito, baseadas no peso vivo médio e ganho de peso diá-rio do animal, através de uma equa-ção de regressão múltipla. Assim, os animais mais eficientes apresentam CAR negativo (consumo observado menor que o predito para o peso e ganho observados do grupo con-temporâneo em que foi avaliado) e os menos eficientes um CAR positi-vo (consumo observado maior que o predito). Esta medida de eficiência é independente do peso e do ganho animal ao contrário da eficiência de conversão alimentar, calculada pela razão do consumo alimentar / ganho de peso.

Desde 2010, alguns produto-res brasileiros de genética bovina de corte adotaram o CAR como critério de seleção e no ano seguinte dispo-nibilizaram ao mercado, reproduto-res jovens com informações de efici-ência alimentar. É a pecuária nacional investindo em tecnologias de ponta para uma produção de carne ainda mais sustentável.

crotal, características de carcaça e até mesmo o desempenho reprodutivo. Porém, no momento, inicia-se en-foque para a diminuição dos custos com alimentação através da identifi-cação de animais eficientes.

Os custos com alimentação re-presentam algo em torno de 2/3 dos gastos de um empreendimento de terminação de bovinos de corte. A relevância do aumento da eficiên-cia alimentar se expande à medida que houver benefícios para o meio ambiente, como redução da área de pastagens e otimização das áreas dis-poníveis através do aumento do nú-mero de cabeças por área, além da

idade adulta. Portanto, adotar a con-versão alimentar como parâmetro da eficiência alimentar em bovinos leva ao aumento do tamanho adulto das matrizes. Isto é indesejável por com-prometer a eficiência reprodutiva em condições nutricionais limitantes. Pe-los problemas mencionados, novos parâmetros de eficiência têm sido sugeridos, como o Consumo Alimen-tar Residual.

O Consumo Alimentar Residual (CAR) é uma medida obtida pela di-ferença entre o consumo observado além ou aquém do necessário para atender exigências preditas de ma-nutenção e crescimento. As exigên-

Yuri Baldini FarjallaZootecnista pela Universidade

Estadual de Londrina (UEL); Mestre em Produção Animal pela ESALQ/USP e

Técnico da Aval Serviços Tecnológicos [email protected]

Page 44: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

44

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

44

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

Page 45: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

Megaleite 2012

evidencia qualidade da

genética leiteira

A cidade mineira de Uberaba

transformou-se na capital nacional do

leite com a realização da 9ª Exposição

Brasileira do Agronegócio do Leite

(MEGALEITE) entre os dias 1º e 8 de

julho. Com a participação das raças

Girolando, Gir Leiteiro, Holandês,

Pardo-Suíço, Simental, Guzerá, Sindi

e Indubrasil concorrendo na pista de

julgamento do Parque Fernando Costa

ou nos torneios leiteiros, a feira atraiu

cerca de 40 mil pessoas.

Page 46: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

46

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2Mais uma vez, a MEGALEITE

evidenciou o alto nível genético alcan-çado pelos selecionadores das principais raças bovinas leiteiras do país, refletindo positivamente nos negócios. Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Gi-rolando, o volume de negócios da feira (incluindo as vendas realizadas pelas em-presas com estande no evento, leilões e shoppings) foi de R$55 milhões.

Os 12 leilões realizados atingiram um faturamento de R$ 10.134.780,00 com a comercialização de bovinos das raças Girolando, Gir Leiteiro e Holandês. Mesmo com um leilão a menos que a edição do ano passado, a MEGALEITE registrou um crescimento de 40,2%.Também foram co-mercializados bovinos em dois shoppings de animais, gerando R$ 1.272.312,00.

A Megaleite ainda registrou três re-cordes nacionais de produção no 23º Torneio Nacional de Girolando. A vaca Botique JM Monte Alverne é a nova re-cordista nacional após atingir a média de 86,850 quilos de leite e produção total de 260,550 quilos de leite. Outra nova recor-dista nacional é a novilha BB Milk Emerson Nugget Jaguar FIV, que atingiu média de 59,733 quilos de leite e produção total de 179,200 quilos de leite. O terceiro recorde foi quebrado pela vaca ¾ Girolando Josi-mar M. Ela obteve média de 78,273 quilos de leite e produção total de 234,820 qui-los/leite.

Outras raças que realizaram torneios leiteiros foram Gir Leiteiro, Holandês, Gu-zerá, Sindi, Indubrasil e Simental. Os tor-neios das raças participantes tiveram mais de 100 fêmeas concorrendo. Já na pista

O presidente da Girolando, José Donato, ladeado por grandes girolandistas, durante premiação da Grande Campeã

de julgamento da Megaleite as disputas envolveram mais de mil animais das raças Girolando, Gir Leiteiro, Holandês, Pardo--Suíço, Guzerá.

SUBLEITE ouve reivindicações do setor

Além de mostrar o avanço genético do rebanho leiteiro do Brasil, a MEGALEI-TE 2012 foi palco de importantes debates para o setor. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribei-ro Filho, participou da abertura oficial do evento e destacou a expansão no volu-me de crédito e a regionalização do Pla-no Agrícola e Pecuário 2012/13. De acor-do com o ministro, o setor da pecuária de leite terá as linhas de financiamentos para aquisição de matrizes e reprodutores renovadas e a taxa de juros reduzida dos atuais 6,75% para 5,5%. O limite de crédito para o setor também foi elevado a R$ 650 mil por produtor, assim como o limite de comercialização às agroindústrias e pro-cessadoras de leite passou de R$ 40 mi-lhões para R$ 50 milhões, com a amplia-ção do prazo para 240 dias.

Mendes Ribeiro Filho enfatizou o aumento histórico dos recursos voltados ao setor para R$ 115,25 bilhões no Plano Agrícola e Pecuário 2012/13, que repre-senta 22% a mais do que o plano anterior, ressaltando ainda uma política agrícola diferenciada que beneficia ações regio-nais. “O plano foi concebido com base na

regionalização das políticas de apoio ao produtor, voltadas às realidades locais. Os investimentos também focam áreas es-tratégicas como armazenagem, irrigação, correção e conservação de solos, equipa-mentos agrícolas e no Programa Agricul-tura de Baixa Emissão de Carbono (ABC)”, afirmou.

O ministro participou da abertura da audiência pública externa da Subcomis-são do Leite da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados e se compro-meteu a receber uma comitiva de criado-res para debater as sugestões apresenta-das na MEGALEITE.

“Além de apresentar o alto nível ge-nético das raças leiteiras, a feira foi impor-tante em vários sentidos. Conseguimos fazer com que nossas reivindicações so-bre o mercado de lácteos fossem ouvi-das pelo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, e pela Subcomissão do Leite. Do ponto de vista econômico, a feira mos-trou que o setor de genética segue firme, apesar de o setor leiteiro sofrer com o alto custo de produção e com o baixo preço do leite”, disse o presidente da Girolando, José Donato Dias Filho, que apresentou ao ministro e ao secretário de Agricultu-ra, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Elmiro Nascimento, o projeto de construção do Centro de Capacitação Gi-rolando (CCG).

Também participaram da abertu-ra da feira os deputados federais Marcos Montes e Paulo Piau.

A audiência pública da Subcomissão do Leite, presidida pelo deputado federal Domingos Sávio, possibilitou aos produ-tores rurais apresentar suas reivindicações para melhoria do setor. Participaram do evento lideranças rurais, presidentes de co-operativas de leite, prefeitos da região do Triângulo Mineiro e produtores rurais. As importações de leite em pó do Uruguai e da Argentina e a redução do preço pago ao produtor, pelo litro de leite, foram al-guns dos temas debatidos.O representan-te da Organização das Cooperativas Brasi-leiras, Vicente Nogueira, questionou o fato de os dados dos importadores de leite não poderem ser divulgados, levantando dúvi-das sobre quem são os reais importadores e quais os objetivos da compra.

Além de mostrar o avanço genético do rebanho leiteiro do Brasil, a

MEGALEITE 2012 foi palco de importantes debates para o setor

Page 47: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

47

Page 48: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

48

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2O presidente da Comissão do Leite

da CNA, Rodrigo Alvim, criticou o fato de o governo brasileiro não coibir a entrada de leite em pó do Uruguai e impor limites apenas à Argentina. O deputado federal José Silva falou da necessidade de se ins-talar uma CPI do Leite para avaliar a atua-ção do varejo. Já o chefe-geral da Embra-pa Gado de Leite, Duarte Vilela, destacou que as pesquisas com genética têm ga-rantido o avanço da produção.

O deputado federal Domingos Sávio informou que será elaborada uma política nacional do leite ainda neste ano, para nor-tear o setor. O deputado federal Carlos Mag-no destacou que é preciso fortalecer ou im-plantar o Conseleite (Conselho do Leite) em todos os Estados brasileiros a fim de garantir melhor política de preço para o setor.

Mérito Girolando

Pelo segundo ano consecutivo, a Associação Brasileira dos Criadores de Gi-rolando prestou homenagem a criadores e a profissionais que vêm contribuindo para o desenvolvimento do agronegócio. Na categoria “Produtor de leite”, o home-nageado foi o criador José Coelho Vitor, da cidade de Passos/MG. Titular da Fazen-da Santa Luzia, ele é um dos mais tradi-cionais selecionadores da raça Girolando e um dos maiores produtores de leite do país, com o rebanho Girolando.

Na categoria “Criador”, o Mérito foi para Ellos José Nolli, que é selecionador de gado Holandês na Fazenda Cachoei-ra, em Caeté/MG. O criador acaba de ter uma fêmea entre as maiores produtoras

do país, superando a expressiva marca de 100 mil litros de leite produzidos.

Na categoria “Mulher”, quem rece-beu a homenagem foi a criadora Naza-reth Dias Pereira. Em Carmo de Minas/MG, ela comanda o Grupo Sertão, que além da criação de Girolando, conta com mais de 100 anos de tradição na produção e comercialização de cafés de alta qualidade.

Na categoria “Personalidade do Ano”, o agraciado foi o deputado federal Paulo Piau, que recebeu a homenagem das mãos do ministro da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, durante a solenidade de abertura oficial da MEGALEITE, realizada no dia 2 de julho. Os demais homenageados rece-beram a comenda no dia 4 de julho.

Page 49: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

49

Galeria Megaleite 2012a g r o n e g ó c i o s

Page 50: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

50

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

50

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

Girolando:muita raça e boa fé Leilão Boa Fé, Ma Shou Tao e Amigos marca a Megaleite 2012

Even

to

por Gustavo Ribeiro

Page 51: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

5151

Page 52: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

52

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2A noite de quarta-feira, 4 de ju-

lho, nasceu diferente. Primeiro, pela obra divina, que nos abençoou com uma es-petacular lua cheia, tornando a noite ain-da mais agradável. O outro motivo foi a realização da quinta edição de um dos leilões mais esperados da Megaleite.

O aconchegante Centro de Eventos (RKC) foi o palco do 5º Leilão Boa Fé Ma Shou Tao e Amigos. A assessoria foi feita por Celso Menezes e Davi Oliveira, com transmissão pelo AgroCanal e tendo a Programa Leilões como responsável pe-los arremates.

O evento teve início às 19 horas e 30 minutos com a apresentação dos ani-mais, acompanhada de um bom vinho. O assessor Celso Menezes apresentava lote por lote e tecia comentários que só faziam aumentar a expectativa dos parti-cipantes. O início oficial do leilão foi às 21 horas, sem atrasos - como é de costume nos eventos Boa Fé.

O 5º Leilão Boa Fé Ma Shou Tao e Amigos é considerado um marco na história da Megaleite. Jônadan Ma con-segue reunir, em 30 lotes, os mais im-portantes criadores e selecionadores de genética Girolando, com os animais que marcaram, marcam ou vão fazer a histó-ria da raça. Prova disso são os sucessivos recordes que o leilão supera. Mas não é só isso: o carisma, a simpatia e o entusias-mo do promotor encantam e contagiam quem participa do evento.

Foram comercializados 29 lotes que representam o melhor da genética Girolando. Animais que integram o time de pista da Fazenda Boa Fé e dos convi-

dados especiais que disponibilizam seus melhores produtos para essa grande confraternização da raça Girolando.

Num leilão de tamanha envergadu-ra e qualidade não poderia ser diferen-te: faturamento total de R$ 1.042.800,00, com média de R$32.587,50.

Ação Beneficente

O leilão Boa Fé Ma Shou Tao e Amigos é uma grande festa de negó-cios, mas também um evento de cunho social, empenhado em levar esperan-ça, alegria e fé para as pessoas que lu-tam diariamente no Instituto Boa Fé de Apoio ao Combate ao Câncer. A ação be-neficente destina 50% da bilheteria do leilão ao Hospital do Câncer de Uberaba Dr. Hélio Angoti. Além disso, Ronald Rab-bers, um dos mais renomados criadores de gado Holandês no Brasil, que é amigo e parceiro da Ma Shou Tao na seleção do Girolando, doou uma aspiração com ga-rantia de duas fêmeas, da doadora-mãe do lote 25. Uma fantástica vaca holan-desa EX91 de 04 anos de vida, e aos 120 dias de lactação está com 6.067L e pico de 58 litros. A doação foi arrematada em 24 parcelas de R$ 1.500,00 por Eire Enio de Freitas e filhos, da Fazenda Medalha Milagrosa, de Prata/MG.

Conquistando a América

Não é só o Corinthians que con-quistou a América na noite de quarta--feira, dia 4 de julho. Ao final do 5º Leilão Boa Fé Ma Shou Tao e Amigos foi realiza-

do um sorteio entre os investidores: tra-tava-se de uma viagem-prêmio para um casal, com 7 noites em um cruzeiro ma-rítimo, que sai de Santos/ SP, passando por Punta del Leste, Montevidéu e Bue-nos Aires, no luxuoso MSC Magnífico...

O contemplado foi o Sr. Eurí-pedes José da Silva, da Fazenda Uberaba, de Paraopeba, MG, que investiu no lote 3, uma novilha ½ sangue, Julia FiV Teatro Pedra , uma doadora da Genética Boa Fé em parceria com Geraldo Marques, da Estância Bom Retiro.

Encerrando em grande estilo

No final do pregão, Jônadan não escondia a satisfação pelo evento, que marca a história do Girolando. “Um lei-lão que fatura mais de 1 milhão de reais, com 32 mil de média, é uma satisfação maravilhosa. Sentir o resultado de todo o trabalho de seleção, que atravessa déca-das, ceder os melhores animais de cada plantel e vê-los valorizados nos deixa muito gratificados. O resultado é mais que alegria, é realização, é o Girolando avançando no Brasil e no mundo”, con-clui o diretor-executivo do Grupo Boa Fé Ma Shou Tao.

Genética democratizada para todo o país, ano após ano, nível superior dos animais ofertados e a congregação da família Girolando são marcos desse gran-de evento. O Girolando cresce a passos largos graças ao incansável trabalho de selecionadores e entusiastas da raça, como Jônadan Ma.

Encerramento do leilão e entrega da viagem-prêmio para o Sr. Eurípedes José da Silva - Fazenda Uberaba

Page 53: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

53

Galeria Leilão Ma Shou Tao 2012a g r o n e g ó c i o s

Ronald Rabbers, Jônadan Ma, Winston Drummond, Paulo Ricardo Maximiano, Angela Ma, Tatiane Tetzner e Miller Cresta

Jônadan e Angela Ma

José Donato Dias Filho, Jônadan Ma e parceiro

Eurípedes, Leopoldo, Maria de Lourdes

Jônadan e Angela Ma agradecem a todosos participantes do 5º Leilão Boa Fé - Ma Shou Tao

Da esquerda para direita, Gustavo, Joélia, Vicente,Joaquim e Maurício

Eduardo Lopes (Poitara Genética),Jorge Luís (Oásis da Divisa) e parceiro

José Antônio da Silveira e Thiago - Xapetuba Agropecuária

Jônadan na abertura do leilão agradecendo a todos os amigos da genética Boa Fé

Luiz Carlos Rodrigues e família - Nova Terra Agropecuária

Thiago e Adriano

Agnaldo Agostinho, Jônadan e Maurício

Jônadan recebendo homenagem da BOI E BMB Assessoria

Aline, Maíra, Luísa, José Naves de Ávila Neto, Luiz Ronaldo de Paula, Flavão e Milton Neto

Page 54: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

54

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

Page 55: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

55

Page 56: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

56

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

Leite em Alta Escala

Pecu

ária

Leite

ira

Antônio Carlos Pereira é um dos maiores produtores de leite do Brasil, mais precisamente

o 6º maior produtor segundo o TOP 100, ranking administrado pelo site Milkpoint.

Começou a sua trajetória produzindo menos de 100 litros de leite por dia e chegou a casa

dos 25 mil litros, em 2011. A sua previsão é de crescimento, com a meta a ser alcançada

de 40 mil litros por dia. Para administrar toda essa produção, as atividades são divididas

em quatro fazendas que integram a empresa Fazendas Reunidas Antônio Carlos Pereira e

filhos, sediada em Carmo do Rio Claro/MG, e, atualmente, administrada por três gerações

da família. O patriarca, os filhos, o genro e, mais três netos. A paixão de Antônio Carlos,

filho de pecuaristas, foi repassada para a toda família.

56

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

Desde a década de 1960, quan-do Antônio Carlos Pereira começou a trabalhar com a pecuária leiteira, o pro-cesso de produção foi extremamente melhorado. A tecnologia chegou para ajudar e essa conquista o produtor abraçou com todas as suas forças. As-sim, sua produção com foco sempre na eficiência, produtividade e qualidade foi crescendo gradualmente e o trans-formando em um dos maiores produto-res de leite do País.

Acreditando nos benefícios da tec-nologia e da informação, Antônio Car-los sempre buscou esse suporte que foi expandido com a chegada dos filhos na atividade, já especializados na área ru-ral. A produção leiteira foi aumentando gradativamente e, também, as ativida-des do grupo que investe também em cafeicultura, gado de corte, piscicultura, cachaça e no plantio de milho, soja, sor-go e feijão.

A terceira geração, os netos, já gra-duada em áreas do setor rural, chega para assumir novas funções. Entre eles os ir-mãos Leonardo e Antônio Pereira, admi-nistrador de empresas e agrônomo res-pectivamente, que trabalham com o pai Leopoldo Pereira, o Leo, e o avô Antônio Carlos, na Capão Alto. Henrique Júnior, também agrônomo, atua com o pai, Hen-rique, em outra unidade, nas Fazendas Castelhanos e Santo Antônio. Os demais netos, filhos de Carlos Augusto e de Hele-nice, ainda cursam o Ensino Fundamental e agronomia, mas reforçam o grupo nos finais de semana e nas férias.

Com mais de 50 anos de experiên-cia em produção de leite, Antônio Carlos afirma que é hora de trocar o bastão in-dicando o processo de sucessão que o grupo criado por ele vive. “Dizem que eu sou um bom administrador, mas só acre-ditarei nessa afirmação se eu fizer meu sucessor”, afirma.

Page 57: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

57

Nesses mais de 50 anos de

atividade na pecuária leiteira,

Antônio Carlos conquistou

vários prêmios. Entre eles:

produtor modelo, pelo

Ministério da Agricultura, no

ano de 1982; Prêmio Leite B, no

ano de 1992; Premio Tetra Rex

de Qualidade do Leite; Prêmio

da Associação Brasileira dos

Produtores de leite, a Leite Brasil;

Medalha de Mérito Rural, em

2009 pela FAEMG, entre outros

prêmios. É o maior fornecedor

de leite da Vigor com uma

produção anual de

9.427.850 litros de leite

Page 58: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

58

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

Leite:o carro-chefe da fazenda

Para produzir mais, com qualida-de e acesso a tecnologia, Antônio Car-los investiu no gado Holandês. As vacas são manejadas em sistema de free stall para manter o conforto dos animais, o que reflete sem dúvida na produção. A alimentação do seu rebanho é quase toda produzida nas propriedades. Atu-almente, busca a autonomia na produ-ção de grãos: milho, soja e sorgo, base da alimentação do rebanho.

A boa genética

O investimento não só em tecno-logia, mas também no rebanho, trou-xe resultados inesperados. Atualmente, no País, o grupo tem a maior genética oriunda da Holanda em rebanho, o que lhe abriu um novo segmento de comer-cialização. Através de FIV essa genética está sendo comercializada para empre-sa Neo Zelandesa que investe no Brasil no cruzamento de Holandês com Jer-sey. Serão 3.000 embriões a serem pro-duzidos no prazo de um ano.

Com a atual alta dos produtos, e a escassez da soja no mercado, a meta de aumento da produção, em 2012, pode-rá ser comprometida.

Para produzir mais e com segu-rança, investiram na irrigação triplican-do a área de plantio irrigado. A produ-tividade do milho está em 200 sacas por hectare, mas a meta é a de atingir ainda mais. Entre as novidades da fa-zenda está a aquisição de silos grane-leiros para estoque da produção de mi-lho, soja e sorgo, com capacidade para 200.000 sacos.

Embora tenham se preparado em vários setores para o aumento da pro-dução leiteira, como no investimento em terras, na infraestrutura para o con-forto dos animais, na armazenagem e no transporte, o alto preço e a falta de insumos como a soja, podem atra-sar a meta dos 40 mil litros de leite por dia. “Teremos falta de soja até março de 2013 e isso é problema, pois compro-mete os custos”, disse Antônio Carlos. Hoje, o grupo trabalha com 1.200 ani-mais em produção.

Realidade

Para produzir muito leite, segun-do Antônio Carlos é preciso ter o pé no chão. “É preciso pagar a vaca com o produto que ela produz. Hoje, muito do que vemos no mercado da pecuá-ria leiteira, principalmente em venda de genética, está fora da realidade do dia

a dia da fazenda. Vivemos um mundo de inversão de valores, em vários sen-tidos”, disse.

“Hoje só se fala em ecologia, em preservação e parece que o produtor não faz a parte disso. Pelo contrário. O produtor está mais consciente. Não po-demos depredar senão não teremos como produzir alimentos”, disse.

Na sua propriedade a preservação é assunto sério. O produtor mantém área com espécies nativas. A fazenda tem as-sessoria técnica de empresas nas áreas de prevenção de riscos ambientais. Além disso, tem suas atividades de produção adequadas às normas ambientais de funcionamento de cada atividade, com destinação correta de resíduos, devolu-ção de embalagens de defensivos agrí-colas, químicos, conservação e reflores-tamento de nascentes, reserva legal e respeito às áreas de preservação perma-nente. Na área da informação e tecno-logia é parceira de várias universidades para a troca de experiências no manejo dos animais e produção.

“Dizem que eu

sou um bom

administrador, mas

só acreditarei nessa

afirmação se eu

fizer meu sucessor”

As vacas são manejadas em sistema de free stall para manter o conforto dos animais, na fazenda Capão Alto

Três gerações da família Pereira que dedicam a pecuária leiteira: Leonardo, Leopoldo e Antônio Carlos Pereira

Page 59: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore
Page 60: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

60

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

Page 61: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore
Page 62: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

62

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2D

epoi

men

tos surpreende cafeicultor

Qualidade da Coffee 200

A colhedora de café Coffee Ex-press 200, da Case IH, vem conquistando o produtor rural por causa de seu alto de-sempenho, praticidade e outras vantagens. Além de colher os frutos, até mesmo de modo seletivo, a Coffee 200 auxilia no con-trole fitossanitário do cafezal, removendo as folhas doentes enquanto faz a colheita. Com potência de 55 cv (cavalos), velocidade de colheita de 400 a 1.600 metros por hora e capacidade de panhar até 150 sacos de 60 quilos por hora, a Coffee 200 é considerada a colhedora de café mais produtiva no Brasil.

Essa máquina agrícola funciona atra-vés de uma moderna tecnologia de derri-çamento, com os grãos sendo colhidos por um conjunto de varetas de plástico com fibras, permitindo a panha total dos frutos ou mesmo uma seleção dos grãos, que é proporcionada pela regulagem da vibra-ção das varetas.

Em São Sebastião do Paraíso, uma dessas máquinas foi adquirida pela famí-lia Giubilei Braghini, proprietária da fazen-da Ribeirão Fundo, próxima ao distrito de Guardinha, e do sítio Promissão, situado a dois quilômetros da cidade, em fren-te ao aeroporto. Ao todo, são 85 hectares de café em produção. Um dos três sócios, José Marcos Braghini – os outros dois são sua mulher, Marisa, e seu cunhado Maurí-

cio Giubilei –, diz que já conhecia a colhe-dora, por meio de outros produtores rurais, mas revela ter ficado mais admirado ainda quando começou a trabalhar com ela em suas lavouras, em agosto. “É uma máqui-na fantástica em termos de manobra e é muito prática. Não deixa o cafezal danifi-cado. Nem parece que foi feita uma co-lheita!”, disse. “E o consumo de combustí-vel é muito baixo”, acrescentou.

Braghini comprou a Coffee 200 na concessionária da Case IH, a Pimenta Agro Sul, em Alfenas/MG, e disse ter ficado mui-to satisfeito com a aquisição, especialmente com a atenção da empresa no pós-venda. “Eu quero até agradecê-los, pois o pós--venda foi excelente, são muito prestativos e cumpriram todos os prazos”, disse, obser-vando que seus funcionários não tiveram di-ficuldade para operar a colhedora.

Rapidez na

colheita, facilidade

na operação e

economia com

combustível são

alguns aspectos

da colhedora de

café destacados

por produtor de

São Sebastião

do Paraíso

Os sócios Maurício Giubilei e José Marcos Braghini, que trabalham com a Coffee 200

Page 63: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

63

aumentam faturamento de grupo agrícolaTratores Farmall e Maxxum

O Grupo Vaz Colheita e Transpor-te, de Domingos José Vaz, produz grãos e presta serviços em propriedades rurais nos municípios de Alpinópolis, Carmo do Rio Claro e São José da Barra. São 600 hectares de cultivo de milho, soja e feijão, atividades que requerem tratores com características diversas, para serem aplicadas conforme a necessidade do produtor. Segundo o ad-ministrador do grupo, Marcos Donizete Vaz, as tarefas mais leves são realizadas com o Farmall 80, um dos três modelos da versá-til linha de alta tecnologia da Case IH para atender os produtores rurais nas variadas aplicações; seja na pecuária, produção de grãos, cafeicultura, lavoura de cana e mes-mo pelos hortifrutigranjeiros.

Os tratores Farmall, para serviços mais leves, e o Maxxum, para

atividades que requerem mais potência, vêm ajudando um grupo

agrícola de Alpinópolis a ganhar mais dinheiro

Os serviços mais pesados são feitos com o Maxxum 150, de uma série de tra-tores mais robustos, com motor mais po-tente, ideal para aplicações mais pesadas, como aragem e plantio. “São tratores mui-tos bons, de excelente desempenho, ren-dimento e também em economia de com-bustível”, afirma Marcos Vaz, contando que o grupo empresarial, de propriedade de seu pai, Domingos, adquiriu o Farmall 80 no ano 2009 e o Maxxum 150 em 2010 e que desde então só vem colhendo bons frutos. “Vem ajudando a gente a ganhar mais dinheiro”, comemora, revelando que além das atividades em suas fazendas o grupo aumentou o faturamento prestan-do serviços para terceiros.

O Farmall 80 é de uma linha de trato-res de baixa potência, ideal para cultivos leves, pastos e tarefas especiais, como aplicação de herbicidas. Além do modelo adquirido pelo Grupo Vaz, tem também as versões 60 e 95, respectivamente de 58 e 95 cv (cavalos).

Já quando o assunto é trabalho pesa-do, a série Maxxum (135, 150, 165 e 180 cv) é a indicada. São tratores para tarefas que exi-gem robustez e resistência, fabricados a par-tir de inovações tecnológicas e recursos de engenharia, com motor mais potente e em duas versões de transmissão. Uma delas é a semipowershift, para conforto e maior pro-dutividade. A outra transmissão é mecânica, mais robusta, para condições mais severas no campo.

Page 64: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

64

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

Nossas Vacas são eficientes? Ar

tigo

Atualmente muito se fala em sustentabilidade e no fato de que todos nós devemos preservar o meio ambiente para que ele continue propi-ciando condições climáticas favoráveis a uma produção agropecuária eficien-te. O questionamento sobre o impac-to ambiental da produção agrícola, e, mais especificamente, da produção de leite, não é algo distante da nossa re-alidade.

Com a globalização e a atual ve-locidade e facilidade de obtenção da informação promovida pela internet, tópicos como este, cada vez mais, es-tarão presentes e sendo “cobrados” de nossos produtores pela opinião públi-ca. Exemplo disso é a matéria publica-da em uma conceituada revista, que discute de forma bastante racional a questão, e mostra porque as vacas (ou os ruminantes) estão sendo acusadas de prejudicar o meio ambiente, apesar

da sua importância para humanidade. Cabe a nós, como integrantes e defensores da indústria, mostrar o que é possível e o que está sendo feito para minimizar o impacto da produção, que passa pelo uso das tecnologias disponíveis e sustentar a produção de alimento saudável e a custos acessíveis.

A Figura 3 confirma esta afirmação e mostra que, a vaca de hoje emite apenas 33% do metano que a vaca de antigamen-te emitia, para produzir o mesmo leite.

Isso apenas é possível, pois há um trabalho conjunto de empresas, pesqui-sadores, técnicos e produtores focados em ser eficientes, desde a produção do alimento usado pelos animais até o tra-tamento correto dado a eles. Todo esse cuidado para garantir que produto final chegue à mesa do consumidor da manei-ra mais segura em termos sanitários e a custos acessíveis.

Conforme a figura 2 mostra, quando comparados os dados do nú-mero de vacas em lactação e da pro-dução de leite nos Estados Unidos, en-tre os anos de 1944 e 2007, podemos ver que mesmo com uma redução de 34% no número de vacas em lactação, houve um aumento de 60% na produ-ção de leite.

Isto só é possível graças ao uso das tecnologias disponíveis no merca-do que, além de aumentar a produti-vidade animal (seja para maior produ-ção de leite, ganho em peso, produção de ovos), melhoram a lucratividade do produtor e contribuem para a menor emissão de gases causadores de efei-to estufa.

Produção de leite e número de vacas em lactação nos EUA, entre os anos de 1944 e 2007

Fig. 3

Fig. 2

4

4

3

3

2

2

1

1

01944 2007

Nelson Ferreira JuniorZootecnista

Gerente Téc. Bovinos - Elanco Saúde Animal [email protected]

Page 65: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

O Acelerador

do seu Rebanho

USE nossos produtos. Abuse dos nossos serviços!

O Acelerador

do seu Rebanho

Frepal Salutti Insumos Agropecuários Ltda.Av. Antônio Dias Machado, 275 - Distr. Industrial II - Passos/MG

35 3526-7888 / 9146-4000 - www.salutti.com.br / [email protected]

Conheça também nossa linha

de Suplementos Proteinados

com preços especiais

UM SUPLEMENTO MINERAL PARA CADA ÉPOCA DO ANOPARA CADA CATEGORIA ANIMAL PARA CADA TIPO DE MANEJO

Page 66: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

SÁBADO• 08 às 11hCafé de boas-vindasTour pelo Terramare PenínsulaMúsica ao vivoPasseios aéreos e náuticos • 11 às 15hAlmoço no Píer JTRMúsica ao vivoPasseios aéreos e náuticosTour pelo Terramare Península

• 15hMúsica ao vivo com DUREX e Banda

LUAL MAR DE MINASApós DUREX e Banda,DJ na praia do Píer JTR DOMINGOA partir das 10hMúsica ao vivoAlmoço e despedida

Confirmar presença pelo email:[email protected] e no site da ABUL

A Revista Doce Mar de Minas e o Píer JTR prepararam um final de semana muito especial e você é nosso convidado, faça sua reserva!

Mar de Minas

Weekend2a Edição · Set/2012

Data: 22 e 23 de setembro de 2012Local: Píer JTR/TERRAMARE – Guapé/MGCoordenadas: 20° 43’ 21.30’’ S 45o 51’54.50’’ W

Mar de MinasDoce

Realização

Apoio

Page 67: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

SÁBADO• 08 às 11hCafé de boas-vindasTour pelo Terramare PenínsulaMúsica ao vivoPasseios aéreos e náuticos • 11 às 15hAlmoço no Píer JTRMúsica ao vivoPasseios aéreos e náuticosTour pelo Terramare Península

• 15hMúsica ao vivo com DUREX e Banda

LUAL MAR DE MINASApós DUREX e Banda,DJ na praia do Píer JTR DOMINGOA partir das 10hMúsica ao vivoAlmoço e despedida

Confirmar presença pelo email:[email protected] e no site da ABUL

A Revista Doce Mar de Minas e o Píer JTR prepararam um final de semana muito especial e você é nosso convidado, faça sua reserva!

Mar de Minas

Weekend2a Edição · Set/2012

Data: 22 e 23 de setembro de 2012Local: Píer JTR/TERRAMARE – Guapé/MGCoordenadas: 20° 43’ 21.30’’ S 45o 51’54.50’’ W

Mar de MinasDoce

Realização

Apoio

Page 68: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

68

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2G

astr

onom

ia

Page 69: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

69

Ingredientes:1 frango caipira em pedaços

1 kg de pupunha in natura picada em rodelas 4 dentes de alho

2 cebolasSalsinha picada½ copo de óleo

3 tomatesSal a gosto

2 copos de água

Modo de FazerEm uma panela de ferro ou de barro refogue uma cebola picada e 2 dentes de alho picados. Após dourar a cebola e o alho, coloque o frango, sal a gosto e deixe cozinhar lentamente. Acrescente a água aos poucos, à medida que a carne cozinha, para que fique

A Revista Terra Boa Agronegó-cios chega a sua 4ª edição. Nesses oito meses de trabalho, percorrendo estradas nos estados de Minas Gerais e São Paulo, conhecemos muitos sabores, especialida-des culinárias de várias regiões, todas elas com toques especiais de seus criadores.

Entre um papo aqui e outro acolá, optamos por dividir algumas dessas re-ceitas com os nossos leitores. Esperamos que a experiência seja saborosa para to-dos vocês, como tem sido para a nossa equipe.

Para abrir essa seção convidamos à carmelitana Helenice Pereira Carielo, que é conhecida pela sua criatividade e pela sua arte de bem receber. O que foi com-provado quando chegamos à Fazenda São Jorge, onde Helenice planta, cuida dos animais e, também, cozinha.

Ao ser convidada para dividir uma de suas receitas com os nossos leitores,

Helenice escolheu um prato que é pre-parado no dia a dia da fazenda: frango com pupunha. Para acompanhar, po-lenta e arroz. A sobremesa, não poderia ser diferente: goiabada mole com queijo fresco. Combinação perfeita.

Na mesa linda e bem preparada por Helenice todos os frutos eram da Fa-zenda. A começar pela decoração con-ceitual com as folhas de coqueiro, as flores, a pupunha, o frango, o queijo e o doce, é claro.

Para abrir o apetite, uma dose da cachaça Coração de Minas, proprieda-de da família. Em um cenário cercado de flores e banhado pelo Lago de Fur-nas, os sabores ficaram ainda melho-res. Tudo perfeito para um bate-papo acompanhado pela anfitriã, seu marido Rômulo Carielo, seu pai Antônio Carlos Pereira e a equipe da revista Terra Boa Agronegócios.

Sabormineiro

macia. Quando a carne já estiver no ponto, jogue a salsinha picada e desligue.

PupunhaAo cortar o palmito, coloque em uma bacia com água e vinagre para não escurecer. O segredo, segundo Helenice, é o tamanho do corte. Não pode ser muito fino porque quebrará durante a preparação e nem tão grosso, pois não cozinha corretamente. Em uma panela, coloque o óleo para refogar uma cebola média picada e dois dentes de alho picados. Depois de dourados acrescente a pupunha, água e deixe cozinhar. Quando já estiver cozida, o preparo é rápido, acrescente a salsinha picada e tomates em cubos. Sirva com arroz. O angu pode ser também um dos acompanhamentos, como bem apresentado por Helenice.

Bom apetite!

Frango com Pupunha

Page 70: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

70

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

ABQM:Um nacionalirretocável

Equi

nocu

ltura

Liziane Nogueira e Cambao Docforam destaques da prova Breakaway RopingFotos: Miguel Oliveira/ABQM

70

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

Page 71: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

71

Mais uma vez o Quarto de Milha mostrou a sua força,

apresentando crescimento expressivo e se superando em

todos os setores do 35º Campeonato Nacional

Page 72: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

72

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2Promovido pela Associação

Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), o evento foi realiza-do de 14 a 21 de julho, no Parque de Exposições Dr. Fernando Cruz Pimentel (Emapa), na cidade de Avaré/SP, total-mente em pistas cobertas. Foram com-putadas 5.313 inscrições - número que corresponde a 2,1 mil animais em com-petição nas 18 modalidades.

O Nacional foi elogiado pela maio-ria dos participantes e visitantes, sendo considerado como um dos mais impor-tantes da história da raça. “Toda nossa diretoria ficou orgulhosa em proporcio-nar um evento desta grandeza, em que os elogios foram espontâneos tanto pe-los competidores quanto por aqueles que estavam nas arquibancadas”, disse o presidente Paulo Farha.

Para ele, a realização das provas em três pistas cobertas, a premiação de R$ 914,2 mil - a maior da história da As-sociação -, e a distribuição de aproxima-damente 200 fivelas aos campeões e de mais de 850 troféus contribuíram para este sucesso em número de inscrições e cavalos. “Inauguramos a segunda are-na coberta integralmente com recursos financeiros da ABQM, consolidando as-sim um trabalho planejado por nossa diretoria e proporcionando uma estru-tura ainda mais qualificada a todos os participantes”, concluiu.

Os registros mostram que o Na-cional foi acompanhado por 23 países. Conforme dados fornecidos pelo Goo-gle Analytics, o portal da ABQM atin-giu a visitação de 37.584 durante os dias 14 e 21 de julho, sendo visualiza-das 154.499 páginas. Segundo a plani-

ram vistas em 390 cidades brasileiras (17.839 visitas), além de 594 internautas de outros 20 países, totalizando 18.433 visitantes. Já com flashes diários e gra-vações de todas as provas, a equipe de jornalismo do Canal Rural fez também a transmissão ao vivo no sábado, dia 21, de algumas categorias dos Três Tambo-res. Outros importantes veículos, como a Band Rural (Presidente Prudente/SP), a TV TEM – Rede Globo (Avaré/SP), o SBA – Sistema Brasileiro do Agronegócioe o canal Terra Viva (Rede Bandeirantes) divulgaram em seus telejornais os fa-tos mais importantes da festa quartista. Houve também maciça participação da mídia impressa e eletrônica de Avaré e região (rádios, jornais, sites) e das revis-tas especializadas.

As negociações também se supe-raram. Os leilões da raça realizados du-rante o evento arrecadaram mais de R$ 14 milhões. O 7º Leilão Haras Villa San Jose, Leilão Oficial ABQM 2012, 6º Leilão Parceiros de Raça, 13ª Leilão WV, 9º Lei-lão Tradição e Raça, 2º Leilão Belinatto & Romanelli, Fazenda Caruana – 40 Anos e 7º Leilão Haras Sacramento obtive-ram a receita total de R$ 14.253.960,00. Deste montante, R$ 13.248.440,00 é referente a venda de 332 animais com média de R$ 39.904,93. As 182 cober-turas vendidas totalizaram a soma de R$ 1.005.520,00.

“Toda nossa diretoria

ficou orgulhosa

em proporcionar

um evento desta

grandeza, em que

os elogios foram

espontâneos tanto

pelos competidores

quanto por aqueles

que estavam nas

arquibancadas”

lha de dados, entre os menus mais visi-tados do Hot Site foram: Evento (21.849 vezes); Stud Book (8.241); Campeões (8.013); e Fotos (7.263).

As transmissões realizadas via in-ternet, pelo Horse Brasil, segundo a mesma fonte (Google Analytics), fo-

Leilão Oficial ABQM

Page 73: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

73

Page 74: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

74

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

Polo:torneio de Franca 2012

Espo

rte

Entre 7 e 15 de julho, o municí-pio de Franca, interior de São Paulo, sediou a edição 2012 de seu torneio de Polo. Com doze equipes, o campeonato contou com jogadores nascidos na região, mas atuantes em Indaiatuba/SP, sede dos principais even-tos do esporte no Brasil. Rodrigo Andrade, Pedro Zacharias e outros nomes do polo nacional estavam entre os participantes.

O evento também é uma pausa no calendário das competições em São Paulo, que acontecem no Helvetia Polo Country Club, na cidade de Indaiatuba. Nos meses que antecederam esse período de inter-temporada, foram realizadas a Copa São José Ouro e o Aberto do Estado, listados como dois dos maiores eventos do ano.

Evento reuniu atletas nascidos na região

Esse intervalo é bem visto pelos atletas. O caráter de confraternização e ambiente familiar do torneio em Franca foi ressaltado pelos próprios jogadores como atrativo.

“Lá no Helvetia (Polo Country Club) é mais profissional. Aqui é mais pela di-versão e por estar junto com os amigos. Viemos para prestigiar. O nível do torneio foi muito bom”, disse Rodrigo Andrade, melhor jogador de Polo do Brasil e han-dicap 8 (indicador usado no polo para identificar o nível do jogador, varia de -1 a 10). Renato Junqueira, handicap 5 e cam-peão da Copa São José Ouro e do Torneio de Franca 12 gols, também comentou: “É gostoso jogar aqui com a família, ami-gos. Foi aqui que aprendemos. Temos que

voltar para prestigiar”. A competição teve duas modalidades: até 6 gols de handicap (a soma do handicap dos quatro jogado-res não pode ultrapassar seis) e até 12 gols. No primeiro, Mata Chica, equipe da vizinha Orlândia/SP, venceu Franca na decisão por 8 a 7 e ficou com o título. Além das finalis-tas, Agudo e Orlândia eram os times par-ticipantes.

Na edição 12 gols, oito equipes es-tavam inscritas e foram divididas em dois grupos. Na decisão, Invernada venceu Agudo por 10 a 5 e levou a taça.

Parabéns aos campeões. Mas como foi dito pelos próprios jogadores, o mais importante é voltar às raízes e fortalecer o polo do interior.

Fonte: 30jardas.com.br - A comunidade do Polo Brasileiro

Para mais notícias sobre o polo nacional acesse o site: http://www.30jardas.com.br

Page 75: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

75

Page 76: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

76

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2Es

port

eDisputa e Elegância:

Polo na Fazenda Boa Vista

A Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz/SP, recebeu no sábado, 25 de agosto, alguns dos melhores joga-dores de polo do Brasil para estrear seu primeiro campo. A expectativa de uma grande partida se confirmou, com os times São José Polo-Audi e Fazenda Boa Vista disputando cada jogada. Foi o jogo de maior handicap já disputado no território nacional, com José Eduar-do Kalil, Pedro Zacharias, Calão Mello e Rodrigo Andrade (este considerado o melhor jogador do país) representan-do a equipe pentacampeã brasileira São José de um lado e, do outro, André Diniz, João Paulo Ganon, Luís Paulo M.

Inauguração do campo em grande estilo

Bastos e Ricardo Mansur na escalação do time Boa Vista. O São José venceu a partida por 9 a 8, mas quem ganhou mesmo foi a plateia, que presenciou uma bela apresentação do esporte.

Fora do campo, elegância e des-contração foram as palavras de ordem. No gramado, foram montadas as ten-das que acomodavam os convidados e as mesas com cardápio assinado pela chef Aninha Gonzalez. Num dos inter-valos, o público foi convidado a en-trar no campo para tapar os buracos feitos pelos cavalos em jogo, o que é uma tradição nos jogos no exterior e fez muitos lembrarem da célebre cena

do filme “Uma Linda Mulher”, com Julia Roberts.

A Veuve Clicquot, envolvida com inúmeros torneios de polo no mundo, também estava no evento, entretendo os convidados com o jogo de Pétanque, o tradicional jogo de bocha de St Tro-pez. E, após o jogo, os atletas e os 600 convidados foram recebidos em uma sunset party no terraço do Hotel Fasa-no Boa Vista, ao som do DJ Pedro Sabie.

O evento, planejado a quatro mãos pela JHSF e São José Polo, de José Eduardo Kalil, contou também com patrocínio da Audi e do Banco do Brasil.

Page 77: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

77

Page 78: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

78

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2Ar

tigo

Foto

s: Ar

quivo

Pesso

al Dermatiteinterdigital

Dermatite interdigital é uma inflamação superficial da epi-derme interdigital causada por uma bactéria específica, anaeróbica gram--negativa, denominada Dichelobacter nodosus (Bacteróides nodosus). A lesão ocorre tipicamente na região da comissura interdigital, tanto na face dorsal quanto na face palmar ou plantar (mais comum), entre os bul-bos dos talões. Dependendo da fase de evolução da doença, as lesões da Dermatite Interdigital podem ser confundidas com aquelas observadas na Dermatite Digital Papilomatosa, inclusive com isolamento de Spirochaetas morfológica e histologicamente semelhantes em ambas as doenças.

As enfermidades

digitais, após os

distúrbios reprodutivos

e as mastites, são

consideradas um dos

principais entraves

econômicos e produtivos

à bovinocultura mundial,

especialmente à leiteira.

Segundo pesquisadores,

uma vaca com afecções

podais pode ter uma

perda, por lactação, entre

5% e 20% na produção

leiteira, e de até 25%

no peso da carcaça.

Entre as doenças

digitais que acometem

o rebanho, podemos

citar as dermatites

como algumas das

principais, causando

grande claudicação e

desconforto para

o animal

Por Claudio Eduardo Costa Nader

Page 79: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

79

CasqueamentoBovino

a Gle ur it

as

E

(35) 9869-0860 (14) [email protected]

Tem prevalência elevada em locais de alta concentração de ani-mais onde as condições ambien-tais de excessiva umidade, calor, acúmulo de urina e fezes enfra-quecem a pele interdigital e favo-recem a penetração da bactéria na camada epidérmica, muitas ve-zes em sinergismo com Fusobac-terium necrophoru.

Considerando-se que os re-banhos que têm alta incidência de Dermatite Interdigital têm tam-bém alta incidência de Dermatite Digital, assim como o isolamento de bactérias comuns em ambas, especula-se a possibilidade de tra-tar-se de uma mesma doença em fases distintas de evolução.

Na fase inicial da doença (es-tágio I), a lesão da pele na região interdigital apresenta-se como uma inflamação e ulceração na epiderme, cuja evolução leva a uma destruição progressiva na produção de queratina no nível do bulbo do casco.

Segundo Nicoletti, nos ca-sos avançados, a infecção bacte-

riana secundária invade os talões, onde causa erosões, rachaduras ou fissuras (estágio II). Além disso, na fase crônica a hiperqueratose pode tomar as lesões semelhantes àquelas que ocorrem na Dermati-te Digital.

O tratamento consiste no uso tópico de sulfa em pó (sulfameta-zina) + sulfato de cobre em partes iguais. Pode também ser usado o Cloridrato de Oxitetraciclina pó.

Pedilúvios regulares com sul-fato de cobre 10% e ou formol ajudam a controlar a infecção quando na fase inicial da doença, antes que ocorram complicações secundárias, como as erosões dos talões.

Como os microrganismos que causam a Dermatite Interdi-gital permanecem nas fissuras e erosões que acometem os talões, é indispensável o casqueamento preventivo para remoção dos te-cidos degenerados dessas áreas, a fim de que as soluções dos pedilú-vios possam agir sobre os tecidos afetados.

Page 80: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

80

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2Ev

ento

Nove dias de evento e o melhor da genética bra-sileira em um só período, em um só lugar. Esta é a proposta daExpoGenética, a mostra de zebuínos provados pelos Me-lhores Programas de Melhoramento Genético do País. Criado pela ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), a ex-posição chega a sua quinta versão em 2012.

Considerada a “coqueluche” do momento pelos grandes criadores, o evento reuniu profissionais do Brasil, dos Estados Unidos e Canadá, entre os dias 18 e 26 de agosto, no Parque Fernando Costa, Uberaba/MG.

Entre um ciclo de palestras, debates, lançamentos de su-mários e leilões, foi realizado, simultaneamente, o 1º Congres-so Mundial do Gir Leiteiro. Evento que reuniu técnicos, cria-dores e profissionais de toda América Latina. Estiveram em

80

| sete

mbr

o/ou

tubr

o 201

2

Page 81: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

81

Page 82: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

82

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

pauta temas como Eficiência Ali-mentar (CAR) na seleção de gado de corte, Seleção Genômica e Ul-trassonografia de Carcaças.

Uma das marcas da exposi-ção foi o lançamento dos novos sumários de touros dos principais programas de melhoramento ge-nético do País, entre eles: PMGZ, Geneplus, ANCP, PAINT, IZ e o 1º Sumário Brasileiro Unificado de Touros Nelore. O compromisso de desenvolver o Sumário Unificado

foi firmado em maio de 2010 entre a ABCZ, a ANCP (Associação Nacio-nal de Criadores e Pesquisadores) e a EMBRAPA (Centro Nacional de Gado de Corte). A raça Nelore foi escolhida para esta fase inicial por três razões fundamentais: por ser a raça com maior volume de da-dos em comum nos três progra-mas; por ser a que apresenta, no conjunto, a maior população; e por ser a que apresenta, no mercado, a existência de diferentes programas e resultados de avaliações.

“Apesar do Sumário Unifi-cado, é importante ressaltar que cada programa continua atuando independentemente e terá pre-servadas as suas características próprias, levando em conside-ração os interesses seletivos dos diferentes criadores vinculados a cada programa. A visão coletiva

das três entidades envolvidas é o compromisso com o desenvol-vimento de processos que visam melhorar a qualidade de informa-ções e uniformização dos sistemas de coletas de dados, que deman-dam longas negociações e uma dose extra de altruísmo de todos, sempre pensando no bem geral da pecuária nacional”, disse Luiz Antônio Josahkian, Superinten-dente Técnico da ABCZ.

Os melhores resultados do tra-balho realizado pelos criadores fo-ram apresentados na Expogenéti-ca. Entre eles o desempenho que os criadores de Guzolando (cruzamen-to do Guzerá com Holandês) têm conquistado. Para isso foi realiza-do um Concurso Leiteiro, promovi-do pela ABCZ, durante a exposição, para a avaliação do desempenho de matrizes Guzolando.

Uma das marcas

da exposição foi o

lançamento dos novos

sumários de touros dos

principais programas de

melhoramento genético

do País

35 9

117-

7858

| 8

872-

8403

Page 83: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

83

35 9

117-

7858

| 8

872-

8403

Page 84: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

84

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

Produtos de qualidade

fazem diferença

Alim

enta

ção

O pecuarista de hoje vive em um novo cenário.O desenvolvimento da genética, sanidade, novos alimentos e mais informação podem transformar a sua atividade em

sucesso. Mas para que isso aconteça é preciso estar atento ao desenvolvimento do rebanho. Nesse processo, a alimentação é

fator importantíssimo para o crescimento adequado dos animais.

Page 85: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

85

“Nós temos muito

cuidado com a

qualidade dos

produtos que

vendemos. Já

enfrentei muitos

problemas ao

longo da minha

experiência. Hoje,

nossos produtos

são de fornecedores

reconhecidos pelo

mercado. Temos

grande preocupação,

pois sabemos que o

alimento refletirá no

desenvolvimento,

bem como na

produção do

rebanho”

A ND Apoio Administrati-vo, empresa especializada no ramo da alimentação e sediada em Al-fenas/MG, tem ampla experiência no mercado de alimentação e atua nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Criada há 18 meses por José Dias, mais conhe-cido por Zezinho de Alfenas, conta com a experiência de 20 anos que Zezinho acumulou em outras em-presas do setor em que trabalhou.

A ND disponibiliza para os produtores rurais insumos para a formulação de rações como: fare-lo de soja, casquinha de soja, fare-lo de algodão, caroço de algodão, torta gorda, farelo de amendoim, farelo de trigo e polpa cítrica.

Com frota própria, a empre-sa oferece rapidez na entrega dos produtos. Zezinho esclarece que a logística do transporte de insumos do Mato Grosso, maior fornecedor de proteínas do País, é hoje o seu grande diferencial. “Acumulei ex-periência ao longo da minha vida profissional, o que agiliza todo o processo do nosso transporte e faz com que o produto chegue mais rápido às fazendas”. Ainda segun-do ele, como a maior produção de insumos vem do Mato Grosso, no

período da safra, faltam caminhões naquele Estado para escoar toda a produção.

Mas não é somente a logísti-ca que é a sua preocupação. “Nós temos muito cuidado com a quali-dade dos produtos que vendemos. Já enfrentei muitos problemas ao longo da minha experiência. Hoje, nossos produtos são de fornece-dores reconhecidos pelo mercado. Temos grande preocupação, pois sabemos que o alimento refletirá no desenvolvimento, bem como na produção do rebanho”.

Entre os projetos da ND está a assistência técnica para os produ-tores, o que deve se consolidar em breve. Para Zezinho, essa seria uma oportunidade de ofertar novos in-sumos para a composição das ra-ções, pois há produtos como a tor-ta de algodão que ainda não são bem aceitos pelo mercado. “Nós temos essa disponibilidade, mas os produtores ainda não sabem traba-lhar com a torta de algodão. Nes-se período em que a proteína mais procurada é o farelo de soja e o seu preço atual eleva os custos de pro-dução, insumos alternativos pode-riam facilitar o equilíbrio das contas da fazenda”, relatou.

Page 86: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

86

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

86

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

Lend

a Vi

vaEle é muito

conhecido por

Braguinha, mas seu

nome de batismo

é Antônio Geraldo

Braga. Tropeiro por

paixão e convicção,

viveu a fase áurea

da profissão que foi

substituída com as

mudanças naturais

da vida. Como

grande conhecedor

de animais

reinventou-se e aos

68 anos continua na

ativa cuidando de

cavalos e gado

Page 87: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

87

Nasceu na localidade conheci-da como Barra Velha, próximo a Furnas/MG, mas hoje, reside em Passos/MG. Os avôs eram tropeiros e boiadeiros e deles tomou o gosto pela profissão. Aos quatro anos já andava a cavalo e foi com os avôs que aprendeu as primeiras lições da lida, como outras mais. Entre elas, a coragem para romper barreiras, cuidar da saúde, honrar o nome e não deixar ser dominado pela mulher.

Estudou até o 3º ano da escola pri-mária, hoje Ensino Fundamental, mas é formado pela vida. É um grande co-nhecedor de animais, principalmente de cavalos. Seu conhecimento lhe dá condições de aconselhar, em vários as-suntos, muitos profissionais formados na universidade. Um de seus conselhos, por exemplo, é “capar” os animais so-mente na lua nova. “Não me pergunte o porquê, mas se não for nessa lua não dá certo. Aprendi com meu avô”, afirma. Já esteve nos estados de Mato Grosso, Goiás, Pará e São Paulo exercendo o ofí-cio da doma e, também, na castração e mochação de animais.

Entre um carro e um cavalo, pre-fere o animal. Tem dois exemplares da raça Quarto de Milha com os quais re-aliza o seu trabalho de peão, tomando conta de boiadas. Para montar tem lá suas manias, como sempre montar do lado esquerdo. Tem como companhei-ro inseparável o seu chapéu, acessório que só tira durante a missa aos domin-gos e para dormir, ficando, neste caso, sempre ao ladinho da sua cama.

Entre tantas paixões já vividas es-tão os filmes de cowboy encenados por John Wayne e o sonho de passar uma temporada no Texas/EUA, para andar muito a cavalo e conhecer a vida de peão dos americanos do norte.

Falando sobre suas experiências Braguinha acrescenta: “Eu fui peão de boiadeiro por muito tempo, tropeiro, vendia animais. Passava a vida viajan-do. Conheci os gaiolões que transpor-tavam gado na antiga Estação Mogia-na. Eram dias e dias de viagem, com gado violento. Não era nada fácil, mas era muito bom.

O ú

ltim

o d

os c

owbo

ys“Hoje está tudo

mudado. Os animais

são mais mansos.

Antes era tudo na

bruta mesmo. Eu me

arrependo de muita

coisa que fiz, mas era

o sistema daquele

tempo. Hoje os peões

respeitam, não batem

nos animais”

Quando um animal morria jogáva-mos no rio para as piranhas e era nor-mal. Além dos animais bravos, a alimen-tação era preparada por nós. A carne, por exemplo, colocávamos no lombo do cavalo, cobríamos com uma manta, e com o andar do cavalo, calor e suor, a carne era assada. Essa era a nossa ali-mentação.

Amansei muito burro e cavalo por esse país afora. Trabalhei muito nessa lida para comprar as minhas alianças de noivado. Depois que casei, fiquei mais em Passos, para cuidar da família.

Hoje está tudo mudado. Os ani-mais são mais mansos. Antes era tudo na bruta mesmo. Eu me arrependo de muita coisa que fiz, mas era o sistema daquele tempo. Hoje os peões respei-tam, não batem nos animais”.

Braguinha já perdeu um filho, Alio-mar Reis, e a esposa, Maria, que era co-nhecida como Fia. Os filhos João Ale-xandre, João Alberto e Denis Antônio não gostam da atividade. Mas, o Neto, Caio Alexandre Braga, começou a caval-gar aos quatro anos e quem sabe her-dará a paixão do avô por cavalos.

Page 88: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

88

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

Cavalgada na

Babilônia

Acon

tece

u

A Cavalgada de Nossa Senho-ra Aparecida, nome dado ao evento pa-trocinado pelo Sicoob Credicoonai, foi realizada no dia 02 de junho e percorreu 40 quilômetros. O ponto de partida foi a Fazenda de Vilson Brito, em São João Ba-tista do Glória, e o de chegada a Pousada Babilônia, de Reinaldo Almeida.

Os organizadores Jean Soares e Paulo José, o Paulinho do Benício, con-tam que o grupo foi formado por 18 cavaleiros de Passos, Alpinópolis e São João Batista do Glória. Entre eles, o mé-dico José Luis Soares, Antonio ‘Palmares’,

Um grupo

de amigos,

acostumados a

cavalgar na região

de Passos/MG,

se aventurou pela

Babilônia, na Serra

da Canastra, com

seus cavalos e toda

‘tralha’ de rancheiro

João Luiz de Freitas, Kleber de Figueire-do Bertoldi Maia, o Klebinho, José Reis, diretor na empresa Votorantim Cimen-tos, o médico José Luís Reis, Cição de Al-pinópolis e Serjão.

O momento de descontração foi marcado também pela interação com membros do Sicoob Credicoonai. De acordo com João Luiz de Freitas, conse-lheiro no Sicoob Credicoonai, a cavalga-da foi maravilhosa. “Um belo dia entre amigos ao lado da natureza. Fizemos al-moço à moda dos tropeiros, com frango caipira, jiló e quiabo, acompanhado de

Page 89: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

89

paçoca de carne. E como não poderia faltar uma pinga”, disse.

Encontro

Durante a cavalgada, os diretores da Credicoonai interagiram com os par-ticipantes e clientes da cooperativa de crédito. Em Passos desde 1990, a coope-rativa oferece uma opção diferenciada entre as instituições financeiras. “Com o Sicoob Credicoonai, a população de toda região ganhou novas opções de produ-tos financeiros, com taxas diferenciadas e o atendimento humanizado que é a

marca do Sicoob Credicoonai”, afirmou Henrique Castilhano Vilares, diretor-pre-sidente do Sicoob Credicoonai, durante a cavalgada.

O Sicoob Credicoonai oferece aos seus cooperados um atendimento dife-renciado e proporciona assistência finan-ceira que atende as necessidades econô-micas de seus clientes. Além de todos os serviços oferecidos ao homem do cam-po, disponibiliza ainda várias soluções fi-nanceiras pensadas exclusivamente para o comércio e a indústria. O grande dife-rencial da cooperativa de crédito está na isenção da cobrança de tarifas de manu-

tenção das contas correntes. Com o ca-pital aberto podem ser associados pes-soas físicas e jurídicas, produtores rurais, pequenos empresários, empreendedo-res, profissionais liberais e autônomos das mais diversas áreas e segmentos. Para eles, o Sicoob Credicoonai oferece produtos e serviços diferenciados, como custeios e investimentos agrícolas, Fun-café, aplicações financeiras, capital de giro, cobranças, desconto de cheques e duplicatas, seguros, previdência, consór-cios e cartões de crédito.

Para conhecer mais a Credicoonai acesse o site: www.credicoonai.com.br

Page 90: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

90

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2

Retornoàs tradições

Trad

ição

Fam

iliar

Page 91: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

91

“Meu pai viveu a boa fase do Gir e, também, o seu esquecimento, mas nunca deixou de acreditar na raça”, disse Rubens. Na profecia do Sr. José Le-onardo, o Gir Leiteiro voltaria a ser forte no País e é exatamente isso que ocorre nos dias atuais, com o crescimento do rebanho e o reconhecimento do traba-lho da seleção genética de vários cria-dores.

A genética da Fazenda Cachoeira é originária de três grandes criatórios. De Celso Garcia Cid, um dos importado-res da última leva de animais da Índia, e, posteriormente, de Francisco Barreto e da Fazenda Campo Alegre. “A base ge-nética do meu gado é a mesma. Deixa-mos de registrar por alguns anos, mas retomei os registros há quatro anos. Hoje minhas bezerras são barrigas PO”, disse José Rubens. O foco atual do pro-prietário é a produção leiteira, pois se-gundo José Rubens o leite da raça Gir é comprovadamente melhor, com mais sólidos, mais gordura, o que atende às exigências do mercado.

A tradição está presente

em cada canto da Fazenda

Cachoeira, localizada a

17 km de Casa Branca/SP.

A começar pela casa,

uma construção do início

do século XIX, que carrega

muitas histórias da família

de José Rubens Villela de

Andrade. Veterinário por

formação e fazendeiro

por vocação, é o seguidor

do trabalho iniciado pelo

pai, José Leonardo Villela

de Andrade, um dos

precursores da criação da

raça Gir Leiteiro no Brasil

A Fazenda Cachoeira é tradicio-nalíssima no município de Casa Branca, desde que o primeiro Villela de Andra-de trocou Minas Gerais por São Paulo e fincou raízes no solo paulista no ano de 1840. A estrutura da fazenda atendia à demanda da cafeicultura, de uma hidre-létrica (a primeira da região), a criação de porcos carunchos e de cavalos Man-galarga. Atualmente, José Rubens, que representa 5ª geração da família no co-mando da fazenda, investe nas raças Gir Leiteiro e no Mangalarga, outra grande paixão que herdou do pai. Os porcos carunchos continuam sendo criados so-mente para o consumo. A cafeicultura foi abandonada.

A paixão por cavalos começou com o trabalho de seu avô, que era um criador de tropas. Seu pai apostou no Mangalarga e registrou os animais, sen-do um reconhecido criador. Hoje, eles estão na letra C do terceiro alfabeto de registro, o que significa 49 anos de sele-ção. Segundo José Rubens, o seu obje-tivo é fazer animais bons de sela, ágeis

Page 92: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

92

| se

tembr

o/ou

tubr

o 201

2e com comodidade. Muitos que lá nas-ceram foram campeões como o Puitã VA, Querencia VA, Orquídea VA, Sapuva VA, Lembrança VA, Jussara VA, Libra VA, Rumba VA entre outros.

O produtor tem como um de seus projetos a retomada da geração de energia, atividade explorada por seu ta-taravô e que abasteceu Casa Branca de energia elétrica no século XIX. A que-da d´água, de mais de 30 metros, é um dos cenários da sua fazenda e nomeia a propriedade: Cachoeira. Infelizmen-te, segundo José Rubens, que trabalha nesse projeto há 4 anos, o processo de legalização da hidrelétrica é moroso.

Page 93: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore

93

Page 94: Terra Boa Agronegócios - Ed 04 Set/Out 2012 - RM Nelore