1. poderes da administração

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LIGA DE ENSINO DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE CURSO DE DIREITO Disciplina: Direito Administrativo I Docente: Benício de Sá PODERES DA ADMINISTRAÇÃO Os poderes são instrumentos de trabalho da administração pública; A administração pública tem poderes-deveres, pois ela não poderá deixar de agir; Ela deverá agir, mas ela poderá escolher o momento para agir. Sein sollen (ser e dever-ser – é basicamente toda a norma jurídica); Os poderes são prerrogativas de autoridade que segue os limites da lei e do direito. “Para o adequado cumprimento de duas competências constitucionais, a legislação confere à Administração Pública competências especiais. Sendo prerrogativas ligadas a obrigações, as competências administrativas constituem verdadeiros poderesdeveres instrumentais para a defesa do interesse público.PODER VINCULADO Esse poder é aquele em que a lei determina os requisitos e elementos constitutivos do ato (administrativo); Não há margem de liberdade da administração pública quanto à apreciação dos aspectos relacionadas a ele. Ou seja, não há escolha de conveniência e oportunidade. É o legislador que estabelece todos os requisitos do ato, porque é ele quem faz a lei; Esse poder deverá seguir: a competência, finalidade, forma, motivo e o objeto; Art. 3 o do CTN. “Falase em poder vinculado ou poder regrado quando a lei atribui determinada competência definindo todos os aspectos da conduta a ser adotada, sem atribuir margem de liberdade para o agente público escolher a melhor forma de agir. Onde houver vinculação, o agente público é um simples executor da vontade legal.”

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  • LIGA DE ENSINO DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO UNIVERSITRIO DO RIO GRANDE DO NORTE

    CURSO DE DIREITO Disciplina: Direito Administrativo I Docente: Bencio de S

    PODERES DA ADMINISTRAO

    Os poderes so instrumentos de trabalho da administrao pblica;

    A administrao pblica tem poderes-deveres, pois ela no poder deixar de agir;

    Ela dever agir, mas ela poder escolher o momento para agir. Sein sollen (ser e dever-ser basicamente toda a norma jurdica);

    Os poderes so prerrogativas de autoridade que segue os limites da lei e do direito.

    Para o adequado cumprimento de duas competncias constitucionais, a legislao confere

    Administrao Pblica competncias especiais. Sendo prerrogativas ligadas a obrigaes, as

    competncias administrativas constituem verdadeiros poderes-deveres instrumentais para a defesa

    do interesse pblico.

    PODER VINCULADO

    Esse poder aquele em que a lei determina os requisitos e elementos constitutivos do ato (administrativo);

    No h margem de liberdade da administrao pblica quanto apreciao dos aspectos relacionadas a ele. Ou seja, no h escolha de convenincia e oportunidade. o legislador que estabelece todos os requisitos do ato, porque ele quem faz a lei;

    Esse poder dever seguir: a competncia, finalidade, forma, motivo e o objeto; Art. 3o do CTN.

    Fala-se em poder vinculado ou poder regrado quando a lei atribui determinada competncia

    definindo todos os aspectos da conduta a ser adotada, sem atribuir margem de liberdade para o

    agente pblico escolher a melhor forma de agir. Onde houver vinculao, o agente pblico um

    simples executor da vontade legal.

  • A prova do Ministrio Pblico/ES considerou CORRETA a assertiva: Em se tratando de poder vinculado,

    a liberdade de ao do administrador mnima, pois ter que se ater enumerao minuciosa do

    Direito Positivo para realiz-lo eficazmente.

    (CESPE/MCT-FINEP/Analista/2009) O poder vinculado aquele conferido administrao de forma

    expressa e explcita, com a norma legal j trazendo nela mesma a determinao dos elementos e

    requisitos para a prtica dos respectivos atos.

    Correto. Poder vinculado o poder da Administrao para editar atos administrativos que tm como

    caracterstica no disporem de qualquer liberdade para o administrador pblico, a ele s restando

    exercer essa competncia nos casos e da forma estritamente definidos em lei.

    PODER DISCRICIONRIO

    H uma alta margem de liberdade, ou seja, a administrao possui a oportunidade de escolher vrias solues juridicamente vlidas, uma soluo, ou solues convenientes. Ex.: concesso de frias;

    Caractersticas: o poder discricionrio trabalha com conceitos indeterminados, ou seja, so conceitos vagos e abertos. Isso poder ser bom, porque permite ao administrador construir uma soluo adequada para aquele caso em concreto;

    Mrito administrativo: ocorre quando a administrao valora livremente os motivos e contedos dos atos que ir expedir.

    OBSERVAO: Discricionariedade diferente de arbitrariedade. A discricionariedade legal e a arbitrariedade desrespeita a lei.

    Na discricionariedade, o legislador atribui certa competncia Administrao Pblica, reservando

    uma margem de liberdade para que o agente pblico, diante da situao concreta, possa selecionar

    entre as opes predefinidas qual a mais apropriada para defender o interesse pblico. Ao invs de o

    legislador definir no plano da norma um nico padro de comportamento, delega ao destinatrio da

    atribuio a incumbncia de avaliar a melhor soluo para agir diante das peculiaridades da situao

    concreta. O ato praticado no exerccio de competncia assim conferida chamado de ato

    discricionrio.

  • A doutrina discute quais seriam as justificativas da discricionariedade. Celso Antnio Bandeira de

    Mello enumera as explicaes apresentadas pelos administrativistas para a existncia de competncias

    discricionrias:

    A) Inteno deliberada do legislador: para alguns autores, a discricionariedade uma tcnica

    utilizada intencionalmente pelo legislador para transferir ao administrador pblico a escolha da

    soluo mais apropriada para atender a finalidade da norma;

    B) Impossibilidade material de regrar todas as situaes: ao legislador seria impossvel disciplinar

    adequadamente a grande variedade de circunstncias concretas relacionadas ao exerccio da funo

    administrativa, sendo mais razovel conferir competncias flexveis passveis de adaptao realidade

    dos fatos;

    C) Inviabilidade jurdica da supresso da discricionariedade: no regime da Tripartio de Poderes, o

    legislador est impedido de esgotar no plano da norma a disciplina de todas as situaes concretas

    pertinentes aos assuntos administrativos, medida que isso implicaria o esvaziamento das atribuies

    do Poder Executivo e a ruptura de sua independncia funcional;

    D) Impossibilidade lgica de supresso da discricionariedade: por fim, o ltimo e mais importante

    fundamento da discricionariedade a impossibilidade lgica de o legislador excluir competncias

    discricionrias porque a margem de liberdade caracterstica desse instituto reside na impreciso e na

    indeterminao dos conceitos empregados pela lei para definir competncias. Sempre que o

    legislador outorga uma competncia, obrigado a faz-lo por meio de dispositivos legais traduzidos

    em conceitos jurdicos, cujo grau de impreciso determina inevitavelmente a natureza discricionria da

    competncia atribuda. Assim, por exemplo, quando a lei afirma que a Administrao deve proibir o

    uso de trajes indecentes em certos ambientes, a indeterminao inerente ao conceito de traje

    indecente abre margem de liberdade para o agente pblico avaliar em quais casos a proibio deve

    ser aplicada.

    Essa impossibilidade lgica de supresso da discricionariedade demonstra a inevitabilidade da

    existncia de competncias discricionrias, no tendo o legislador como impedir o surgimento da

    margem de liberdade inerente outorga legal de atribuies administrativas.

    Importante destacar tambm que os conceitos jurdicos imprecisos e indeterminados empregados

    pelo legislador o veculo introdutor de competncias discricionrias. Outros exemplos de conceitos

    indeterminados: boa-f, bons costumes, interesse pblico, soluo adequada, deciso

  • razovel, servidor pblico, imvel rural. Cada um dos conceitos mencionados pode adquirir

    significados diferentes nas leis ou diante das situaes concretas.

    Outro problema importante consiste em saber em quais aspectos da competncia pode haver

    discricionariedade. Inicialmente, deve-se atentar para o fato de que haver discricionariedade sempre

    que pelo menos um dos aspectos da competncia inclua a referida margem de liberdade. Assim, se a

    lei estabelecer liberdade quanto forma de expedio do ato administrativo, ainda que todos os

    demais aspectos da conduta estejam predefinidos pelo legislador, o ato ser discricionrio. Nunca

    haver discricionariedade em todos os aspectos do comportamento a ser adotado porque isso

    significaria liberdade total para agir, o que contraria a prpria ideia de competncia. Toda atribuio

    de competncia implica a definio de limites. No existe competncia ilimitada. por essa razo que

    mesmo os atos discricionrios tero necessariamente elementos vinculados.

    Para Hely Lopes Meirelles, autor da concepo clssica e predominante em concursos pblicos, a

    discricionariedade somente pode residir no motivo ou no objeto do ato administrativo. Competncia,

    forma e finalidade seriam requisitos obrigatoriamente vinculados em qualquer ato administrativo.

    Para o autor, ato discricionrio aquele cuja prtica envolva margem de liberdade quanto ao motivo

    ou objeto do ato administrativo.

    Importante destacar, ao final, que os autores so unnimes em admitir amplo controle judicial sobre o

    exerccio do poder discricionrio, exceto quanto ao mrito do ato administrativo. Conforme

    mencionado nos captulos anteriores, o mrito do ato discricionrio constitui o ncleo da funo

    tpica do Poder Executivo, sendo incabvel permitir que o Poder Judicirio analise o juzo de

    convenincia e oportunidade da atuao administrativa sob pena de violao da Tripartio de

    Poderes.

    (CESPE/TJ-DFT/Analista/2008) A possibilidade da anlise de mrito dos atos administrativos, ainda

    que tenha por base os princpios constitucionais da administrao pblica, ofende o princpio da

    separao dos poderes e o estado democrtico de direito.

    Errado. Ao Poder Judicirio cabvel fazer o controle de legalidade dos atos administrativos

    discricionrios com base nos princpios da razoabilidade e proporcionalidade. oportuno lembrar que

    esse controle de legalidade e no um controle de oportunidade e convenincia, pois este compete

    apenas Administrao Pblica.

    (CESPE/TJ-DFT/Analista/2008) O Poder Judicirio poder exercer amplo controle sobre os atos

  • administrativos discricionrios quando o administrador, ao utilizar-se indevidamente dos critrios de

    convenincia e oportunidade, desviar-se da finalidade de persecuo do interesse pblico.

    Correto. Nos atos discricionrios h trs elementos que so vinculados: competncia, finalidade e

    forma, que podem e devem ter o seu controle de legalidade aferido pelo Poder Judicirio. Assim, se

    houve desvio de finalidade por parte do administrador, este dever ser responsabilizado e os seus atos

    ilcitos, anulados.

    PODER HIERRQUICO

    No poder hierrquico h uma relao de coordenao e subordinao;

    O poder hierrquico s existe na funo administrativa. Ou seja, poder hierrquico diferente de hierarquia (empresas privadas, por exemplo);

    Verbos do poder hierrquico: ordenar, coordenar, controlar e corrigir;

    Ordenar: distribuio e escalonamento de atribuies administrativas;

    Coordenar: entrosar de forma harmnica;

    Controlar: acompanhar o desenvolvimento, de acordo com a lei e o direito;

    Corrigir: ao corretiva quanto aos erros administrativos.

    O servidor pblico subalterno se houver algum hierarquicamente superior a ele. Alm disso, esse servidor pblico dever obedecer;

    Delegao: o rgo administrativo poder transferir funes a outros agentes do mesmo poder.

    Restries da delegao:

    A) Expresso impedimento legal;

    B) No podem ser delegados os atos de carter normativo;

    C) No podem ser delegadas decises sobre recursos administrativos;

    D) No podem ser delegadas as matrias de competncia exclusiva do rgo ou da autoridade.

  • Avocao: o ato de chamar para si funes originrias atribudas ao subordinado.

    A avocao temporria;

    Tem carter excepcional;

    A avocao no pode ser feita quando existe vedao legal.

    Poder hierrquico, no magistrio de Hely Lopes Meirelles, o de que dispe o Executivo para

    distribuir e escalonar as funes de seus rgos, ordenar e rever a atuao de seus agentes,

    estabelecendo a relao de subordinao entre os servidores do seu quadro de pessoal.

    um poder interno e permanente exercido pelos chefes de repartio sobre seus agentes

    subordinados e pela administrao central em relao aos rgos pblicos consistente nas

    atribuies de comando, chefia e direo dentro da estrutura administrativa.

    Assim como o disciplinar, o poder hierrquico interno medida que no se aplica a particulares.

    Mas, ao contrrio daquele, o poder hierrquico exercido permanentemente, e no em carter

    episdico, como ocorre com o poder disciplinar.

    Importante destacar que no existe hierarquia entre a Administrao Direta e as entidades

    componentes da Administrao Indireta. A autonomia caracterstica das autarquias, fundaes

    pblicas e empresas governamentais repele qualquer subordinao de tais entidades perante a

    Administrao Central.

    A Lei do Processo Administrativo Lei n. 9.784/99 prev dois institutos relacionados com o poder

    hierrquico: a delegao e a avocao de competncias. So institutos com sentidos opostos, pois a

    delegao distribui temporariamente a competncia representando um movimento centrfugo,

    enquanto a avocao concentra a competncia de maneira centrpeta. Outra diferena importante,

    como veremos a seguir, que delegao pode beneficiar agentes e rgos pblicos subordinados ou

    no autoridade delegante. Fala-se, assim, em delegao vertical, no primeiro caso, e delegao

    horizontal, no segundo. Ao passo que a avocao s pode ser realizada em relao competncia de

    um subordinado. S existe avocao vertical.

  • DELEGAO DE COMPETNCIA

    A lei determina as atribuies dos agentes e dos rgos pblicos pertencentes Administrao

    Pblica. Entretanto, para atender a convenincias tcnicas, sociais, econmicas, jurdicas ou

    territoriais, possvel a quem detm a competncia legal distribuir transitoriamente parcela de suas

    atribuies por meio do instituto da delegao.

    Nos termos do art. 12 da Lei n. 9.784/99, um rgo administrativo ou seu titular podero delegar

    parte da sua competncia a outros rgos ou titulares, ainda que estes no lhe sejam

    hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razo de circunstncias de ndole

    tcnica, social, econmica, jurdica ou territorial.

    A delegao a transferncia temporria de competncia administrativa de seu titular a outro rgo

    ou agente pblico subordinado autoridade delegante (delegao vertical) ou fora da linha

    hierrquica (delegao horizontal).

    Trata-se de transferncia sempre provisria porque a delegao pode ser revogada a qualquer tempo

    pela autoridade delegante.

    O ato de delegao obrigatoriamente especificar as matrias e poderes transferidos, os limites da

    atuao do delegado, a durao e os objetivos da delegao e o recurso cabvel, podendo conter

    ressalva de exerccio da atribuio delegada.

    Por fim, cabe destacar que a regra a delegabilidade da competncia. Porm, a prpria legislao

    assevera que trs competncias administrativas so indelegveis:

    A) A edio de ato de carter normativo: isso porque os atos normativos inerentes s funes de

    comando dos rgos pblicos baixam regras gerais vlidas para todo o quadro de agentes. Sua

    natureza incompatvel com a possibilidade de delegao;

    B) A deciso em recursos administrativos: a impossibilidade de delegao, nessa hiptese, justificada

    para preservar a garantia do duplo grau, impedindo que a mesma autoridade que praticou a deciso

    recorrida receba, por delegao, a competncia para analisar o recurso;

    C) As matrias de competncia exclusiva do rgo ou autoridade: so casos em que a prpria

    natureza da matria recomenda o exerccio da competncia somente pelo rgo habilitado

    diretamente pela legislao.

  • AVOCAO DE COMPETNCIA

    Diante de motivos relevantes devidamente justificados, o art. 15 da Lei n. 9.784/99 permite que a

    autoridade hierarquicamente superior chame para si a competncia de um rgo ou agente

    subordinado. Esse movimento centrpeto a chamada avocao de competncia, medida excepcional

    e temporria pela qual determinada competncia administrativa convocada pela autoridade

    superior. Ao contrrio da delegao, a avocao s pode ser realizada dentro de uma mesma linha

    hierrquica, denominando-se avocao vertical. No existe, no direito brasileiro, avocao

    horizontal, que aquela realizada entre rgos ou agentes dispostos sem subordinao hierrquica.

    (CESPE/MP -2007) O controle que os chefes exercem sobre os seus subordinados, na estrutura de um

    rgo pblico, uma modalidade de controle externo.

    Errado. O controle que um superior exerce sobre um subordinado decorre do poder hierrquico, ou

    seja, da estrutura de subordinao existente dentro da Administrao Pblica, no mbito de seus

    rgos (relao de hierarquia funcional).

    (FCC/TRE-TO/Tcnico/2011) Sobre o poder hierrquico, correto afirmar que possvel a apreciao

    da convenincia e da oportunidade das determinaes superiores pelos subalternos.

    Errado. Os servidores pblicos tm o dever de acatar e cumprir as ordens de seus superiores

    hierrquicos em consequncia do dever de obedincia, exceto quando manifestamente ilegais.

    (FCC/TRE-TO/Tcnico/2011) Sobre o poder hierrquico, correto afirmar que em geral, a

    responsabilidade pelos atos e medidas decorrentes da delegao cabe autoridade delegante.

    Errado. De acordo com o art. 13, Lei no 9784/99, os atos considerar-se-o praticados pelo agente

    delegado, portanto, o agente delegado e no o agente delegante a responsabilidade pelos atos

    praticados.

    (FCC/TRE-TO/Tcnico/2011) Sobre o poder hierrquico, correto afirmar que as determinaes

    superiores - com exceo das manifestamente ilegais -, devem ser cumpridas; podem, no entanto, ser

    ampliadas ou restringidas pelo inferior hierrquico.

    Errado. Correta a questo ao dizer que as determinaes superiores - com exceo das manifestamente

    ilegais - , devem ser cumpridas. No entanto, erra ao afirmar que tais ordens podero ser ampliadas ou

    restringidas pelo inferior hierrquico, este dever acatar e cumprir as ordens emanadas do superior na

  • estrita conformidade como foram expedidas.

    (FCC/TRE-TO/Tcnico/2011) Sobre o poder hierrquico, correto afirmar que rever atos de inferiores

    hierrquicos apreciar tais atos em todos os seus aspectos, isto , tanto por vcios de legalidade

    quanto por razes de convenincia e oportunidade.

    Correto. O superior detm o chamado poder de controle sobre os atos praticados pelos seus

    subordinados, dentro desse poder se inclui a manuteno dos atos vlidos, convenientes e oportunos, a

    convalidao de atos com defeitos sanveis, quando esta for conveniente e possvel, a anulao de atos

    ilegais e a revogao de atos discricionrios inoportunos ou inconvenientes.

    (FCC/TRE-TO/Tcnico/2011) Sobre o poder hierrquico, correto afirmar que a avocao de ato pelo

    superior no desonera o inferior da responsabilidade pelo mencionado ato.

    Errado. A avocao ato discricionrio mediante o qual o superior hierrquico traz para si o exerccio

    temporrio de determinada competncia atribuda por lei a um subordinado. Quando o superior avoca

    a competncia do seu subordinado, este fica liberado de toda e qualquer responsabilidade pelo ato

    praticado pelo seu superior por motivos bvios, no foi ele quem praticou o ato e seria injusto e at

    ilegal que ele fosse responsabilizado pelo mesmo.

    PODER DISCIPLINAR

    vinculado, mas j h aqui uma certa margem de discricionariedade;

    Poder disciplinar diferente de poder de polcia (este vem para limitar);

    Formas de punies (art. 127 Lei 8.112/90): Art. 127. So penalidades disciplinares: I - advertncia; II - suspenso; III - demisso; IV - cassao de aposentadoria ou disponibilidade; V - destituio de cargo em comisso; VI - destituio de funo comissionada.

    Advertncia;

    Suspenso;

    Demisso;

    Cassao de aposentadoria;

    Destituio de cargo em comisso;

    Destituio de funo comissionada.

  • OBSERVAO: A demisso, cassao de aposentadoria, destituio de cargo em comisso e funo comissionada h um prazo prescricional de 5 anos. Alm disso, o prazo tem incio a partir da publicidade do fato. J a suspenso possui um prazo prescricional de 2 anos. E a advertncia possui um prazo de 180 dias. Ademais, o regulamento interno que diz quantas advertncias o servidor poder ter.

    O poder disciplinar consiste na possibilidade de a Administrao aplicar punies aos agentes

    pblicos que cometam infraes funcionais.

    Assim, trata-se de poder interno, no permanente e discricionrio. Interno porque somente pode ser

    exercido sobre agentes pblico, nunca em relao a particulares, exceto quando estes forem

    contratados da Administrao. no permanente medida que aplicvel apenas se e quando o

    servidor cometer falta funcional. discricionrio porque a Administrao pode escolher, com alguma

    margem de liberdade, qual a punio mais apropriada a ser aplicada ao agente pblico.

    Importante frisar que, constatada a infrao, a Administrao obrigada a punir seu agente. um

    dever vinculado. Mas a escolha da punio discricionria. Assim, o poder disciplinar vinculado

    quanto ao dever de punir e discricionrio quanto seleo da pena aplicvel.

    O art. 127 da Lei n. 8.112/90 prev seis penalidades diferentes para faltas funcionais cometidas por

    servidores pblicos federais: a) advertncia; b) suspenso; c) demisso; d) cassao da aposentadoria

    ou disponibilidade; e) destituio de cargo em comisso; f) destituio de funo comissionada.

    A aplicao de qualquer uma dessas penalidades exige instaurao de prvio processo

    administrativo com garantia de contraditrio e ampla defesa, sob pena de nulidade da punio.

    (CESPE/ANEEL/2010) Com fundamento no poder disciplinar, a administrao pblica, ao ter

    conhecimento de prtica de falta por servidor pblico, pode escolher entre a instaurao ou no de

    procedimento destinado a promover a correspondente apurao de infrao.

    Errado. Inexiste a opo apontada. A autoridade que tiver cincia de irregularidade no servio pblico

    obrigada a promover a sua apurao imediata, mediante sindicncia ou processo administrativo

    disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa (Lei no 8.112/90, art. 143).

    (CESPE/CETURB/Advogado/2010) Segundo entendimento do STJ, o poder disciplinar sempre

    vinculado, no havendo qualquer espao de escolha para o administrador, quer quanto ocorrncia da

    infrao, quer quanto pena a ser aplicada, razo pela qual o ato pode ser revisto em todos os seus

  • aspectos pelo Poder Judicirio.

    Correto. De fato, essa tem sido a orientao do STJ, como se observa do seguinte trecho da ementa do

    julgamento do MS 12.636/DF, DJ 23/09/2008: ... inexiste aspecto discricionrio (juzo de convenincia

    e oportunidade) no ato administrativo que impe sano disciplinar. Nesses casos, o controle

    jurisdicional amplo e no se limita a aspectos formais. Contudo tal posicionamento merece crticas,

    pois se olvida que, mesmo na seara do poder disciplinar, h certa margem de discricionariedade, como,

    por exemplo, na graduao da pena de suspenso entre 30 ou 35 dias. Entretanto se a questo citar

    expressamente o entendimento do STJ, como fez no caso em anlise, o candidato deve seguir a linha j

    mencionada.

    (CESPE/DPF/Agente/2009) O poder de a administrao pblica impor sanes a particulares no

    sujeitos sua disciplina interna tem como fundamento o poder disciplinar.

    Errado. A questo tem como referncia o poder de polcia, aquele que atinge particulares no sujeitos

    disciplina interna da Administrao Pblica, como, por exemplo, a interdio de um supermercado

    que vende produtos com o prazo de validade vencido. De seu turno, o poder disciplinar aquele pelo

    qual a Administrao Pblica apura infraes, aplica punies a seus servidores pblicos e demais

    pessoas sujeitas disciplina interna da Administrao. Assim, o poder de polcia externo, atinge

    pessoas estranhas Administrao e o poder disciplinar interno, atinge servidores e pessoas que

    possuam vnculo com a Administrao.

    (CESPE/MCT-FINEP/Analista/2009) O poder disciplinar a relao de subordinao entre os vrios

    rgos e agentes pblicos, com a distribuio de funes e gradao da autoridade de cada um,

    conforme as competncias legais.

    Errado. O poder disciplinar aquele pelo qual a Administrao Pblica apura infraes, aplica punies

    a seus servidores pblicos e demais pessoas sujeitas disciplina interna da Administrao. A questo

    faz referncia ao poder hierrquico, que aquele que serve de fundamento para os rgos e agentes

    atuarem em relao a seus subordinados, conforme a escala hierrquica.

    PODER NORMATIVO (REGULAMENTAR) Pressuposto do poder regulamentar: a toda lei cabe regulamentao, seja ela autoaplicvel ou no;

  • Formas (competncia normativa):

    A) Resoluo;

    B) Regulamento;

    C) Instruo;

    D) Portaria;

    E) Regimento.

    Quem regulamenta a lei o Executivo e ele no pode delegar, em regra, essa regulamentao;

    Limitaes do poder regulamentar: o Executivo no pode falar sobre o aumento de despesas nem de criao ou extino de rgos pblicos;

    Ou seja, por meio de um decreto, no se pode falar na organizao e funcionamento da administrao federal, quando implicar no aumento de despesas e criao ou extino de rgos pblicos, extino de funes ou cargos pblicos quando

    vagos.

    Lei Regulamento:

    Lei:

    A) Ato normativo originrio;

    B) Feita pelo Legislativo;

    C) Fala de matria constitucional;

    D) Cria direito e impe obrigaes;

    E) garantia constitucional do cidado.

    Regulamento:

    A) Ato normativo secundrio;

    B) Est subordinado a lei;

    C) Funo: explicitar a fiel execuo da lei;

    D) No pode ser contra ou extra legem, s pode ser secundo legem;

    PESQUISA: Diferena entre: regulamento de execuo e regulamento autorizado.

  • Decorrente do poder hierrquico, o poder regulamentar consiste na possibilidade de os Chefes do

    Poder Executivo editarem atos administrativos gerais e abstratos, ou gerais e concretos, expedidos

    para dar fiel execuo lei.

    O poder regulamentar enquadra-se em uma categoria mais ampla denominada poder normativo,

    que inclui todas as diversas categorias de atos gerais, tais como: regimentos, instrues, deliberaes,

    resolues e portarias.

    O fundamento constitucional da competncia regulamentar o art. 84, IV, segundo o qual compete

    privativamente ao Presidente da Repblica: IV sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem

    como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execuo.

    Embora frequentemente confundidos, o conceito de decreto no exatamente igual ao de

    regulamento: aquele constitui uma forma de ato administrativo; este representa o contedo do ato.

    Decreto o veculo introdutor do regulamento. O certo que decretos e regulamentos so atos

    administrativos e, como tal, encontram-se em posio de inferioridade diante da lei, sendo-lhes

    vedado criar obrigaes de fazer ou deixar de fazer aos particulares, sem fundamento direto na lei (art.

    5, II, da CF).

    Sua funo especfica estabelecer detalhamentos quanto ao modo de aplicao de dispositivos

    legais, dando maior concretude, no mbito interno da Administrao Pblica, aos comandos gerais e

    abstratos presentes na legislao.

    A competncia regulamentar privativa dos Chefes do Executivo e, em princpio, indelegvel. Tal

    privatividade, enunciada no art. 84, caput, da Constituio Federal, coerente com a regra prevista no

    art. 13, I, da Lei n. 9.784/99, segundo a qual no pode ser objeto de delegao a edio de atos de

    carter normativo.

    Entretanto, o pargrafo nico do art. 84 da Constituio Federal prev a possibilidade de o Presidente

    da Repblica delegar aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Repblica ou ao

    Advogado-Geral da Unio a competncia para dispor, mediante decreto, sobre: a) organizao e

    funcionamento da administrao federal, quando no implicar aumento de despesa nem criao ou

    extino de rgos pblicos; e b) extino de funes ou cargos pblicos, quando vagos.

    Deve-se considerar as hipteses do art. 84, pargrafo nico, da CF, como os nicos casos admitidos

    de delegao de competncia regulamentar.

    Existem diversas espcies de regulamentos administrativos:

  • A) Regulamentos administrativos ou de organizao: so aqueles que disciplinam questes internas

    de estruturao e funcionamento da Administrao Pblica ou relaes jurdicas de sujeio especial

    do Poder Pblico perante particulares;

    B) Regulamentos delegados, autorizados ou habilitados: em alguns pases possvel o Poder

    Legislativo delegar ao Executivo a disciplina de matrias reservadas lei, transferindo

    temporariamente competncias legislativas para a Administrao Pblica. Essa modalidade de

    regulamento no admitida pelo sistema jurdico brasileiro;

    C) Regulamentos executivos: so os regulamentos comuns expedidos sobre matria anteriormente

    disciplinada pela legislao permitindo a fiel execuo da lei;

    D) Regulamentos autnomos ou independentes: so os que versam sobre temas no disciplinados

    pela legislao.

    (CESPE/TJ-PI/Juiz/2007) O poder normativo, no mbito da administrao pblica, privativo do chefe

    do Poder Executivo.

    Errado. Poder normativo um termo genrico que se refere s competncias normativas exercidas por

    quaisquer rgos ou entidades administrativas, como por exemplo, uma resoluo editada por uma

    agncia reguladora. Ao contrrio, atos normativos do Chefe do Poder Executivo tm seu fundamento

    no poder regulamentar que lhe confere competncia para expedir decreto regulamentar para a fiel

    execuo da lei (CF/88, art. 84, IV).

    (CESPE/TJ-RJ/Tcnico/2008) Como decorrncia do poder hierrquico, o agente pblico pode editar atos

    regulamentares.

    Errado. Como decorrncia do poder regulamentar, o Poder Executivo pode editar atos regulamentares

    aptos a normatizar situaes e procedimentos com o objetivo de auxiliar na fiel execuo das leis,

    explicando-as. O regulamento estar sempre subordinado lei, em posio inferior a ela. Assim, no

    pode o Poder Executivo, sob o pretexto de regulamentar determinada lei, criar obrigaes no

    previstas nela. Por outro lado, o poder hierrquico o fundamento para que os rgos e agentes

    atuem em relao a seus subordinados, conforme a escala hierrquica, como dar ordens, rever atos,

    coordenar atividades etc.

    (CESPE/TJ-PI/Juiz/2007) O poder regulador insere-se no conceito formal de administrao pblica.

  • Errado. O poder regulador insere-se no conceito material (objetivo ou funcional) de administrao

    pblica, que aquele que representa o conjunto de atividades que costumam ser consideradas prprias

    da funo administrativa. J a Administrao Pblica em sentido formal (subjetivo ou orgnico) o

    conjunto de rgos, pessoas jurdicas e agentes que o ordenamento jurdico identifica como

    Administrao Pblica, independentemente da atividade que exeram.

    PODER DE POLCIA

    Estado de polcia: surgiu no absolutismo;

    A Revoluo Francesa (sc. XVIII) a base do poder de polcia;

    Poder de polcia em sentido amplo: atinge toda atividade estatal;

    Poder de polcia em sentido restrito: abrange a atividade administrativa;

    Finalidades do poder de polcia: obstruir/paralisar atividade nocivas ao interesse pblico (coletividade);

    Objeto do poder de polcia: incide sob toda atividade (nocivas), bem e direito dos administrados que possam afetar a coletividade; Setores do poder de polcia:

    Polcia de Vigilncia Sanitria; Polcia de Sade Pblica: preventiva; Polcia de Trnsito; Polcia Ambiental Polcia Florestal.

    Atributos do poder de polcia:

    Imperatividade;

    Presuno de legitimidade;

    Exigibilidade;

    Autoexecutoriedade.

    Formas de manifestao do poder de polcia:

    Atos gerais (abstrato);

    Ato individual (concreto);

  • Atos de fiscalizao: quando a administrao quer ou quando algum lhe solicita, mas mesmo assim, ela s vai se quiser.

    OBSERVAO 1: No poder de polcia h alta discricionariedade;

    OBSERVAO 2: No h delegao de poder de polcia. Excepcionalmente, no caso de um capito de navio ou nave haver uma delegao do poder de polcia.

    O poder de polcia, pelo contrrio, representa uma atividade estatal restritiva dos interesses

    privados, limitando a liberdade e a propriedade individual em favor do interesse pblico.

    Cabe aqui importante advertncia: o poder de polcia no se reduz atuao estatal de

    oferecimento de segurana pblica. que as instituies pblicas encarregadas desse mister

    herdaram o nome da atividade, sendo conhecidas como polcias. Porm, a noo de poder de polcia

    bem mais abrangente do que o combate criminalidade, englobando, na verdade, quaisquer

    atividades estatais de fiscalizao. Desse modo, vigilncia sanitria e fiscalizao de trnsito so

    exemplos de manifestao do poder de polcia sem qualquer relao com a segurana pblica. Por

    isso, as polcias civil, militar e federal exercem o poder de polcia; mas este no se esgota na atividade

    especfica de manter a segurana pblica. bem mais abrangente.

    Os conceitos de poder de polcia apresentados pelos doutrinadores tendem a restringir-se s atuaes

    administrativas limitadoras da liberdade e propriedade privada. Vejamos alguns exemplos:

    Hely Lopes Meirelles: poder de polcia a faculdade de que dispe a Administrao Pblica para

    condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefcio da

    coletividade ou do prprio Estado.

    Celso Antnio Bandeira de Mello: a atividade da Administrao Pblica, expressa em atos normativos

    ou concretos, de condicionar, com fundamento em sua supremacia geral e na forma da lei, a liberdade

    e propriedade dos indivduos, mediante ao ora fiscalizadora, ora preventiva, ora repressiva,

    impondo coercitivamente aos particulares um dever de absteno a fim de conformar-lhes os

    comportamentos aos interesses sociais consagrados no sistema normativo.

    Maria Sylvia Zanella Di Pietro: atividade do Estado consistente em limitar o exerccio dos direitos

    individuais em benefcio do interesse pblico.

  • Jos dos Santos Carvalho Filho: prerrogativa de direito pblico que, calcada na lei, autoriza a

    Administrao Pblica a restringir o uso e o gozo da liberdade e da propriedade em favor do interesse

    da coletividade.

    A compreenso clssica da doutrina brasileira sobre a natureza jurdica do poder de polcia considera

    tratar-se de competncia discricionria. Nesse sentido, o j mencionado conceito de Hely Lopes

    Meirelles inicia afirmando que o poder de polcia a faculdade de que dispe a Administrao

    Pblica, reforando o carter de permisso, de facultatividade, e no de obrigao, que envolve o

    exerccio dessa competncia administrativa.

    De fato, a anlise da maioria das hipteses de sua aplicao prtica indica discricionariedade no

    desempenho do poder de polcia. Todavia, preciso fazer referncia a casos excepcionais em que

    manifestaes decorrentes do poder de polcia adquirem natureza vinculada. O melhor exemplo o

    da licena, ato administrativo vinculado e tradicionalmente relacionado com o poder de polcia.

    Para fins didticos possvel sintetizar o poder de polcia reduzindo-o a trs atividades fundamentais:

    limitar, fiscalizar e sancionar. Desse modo, sempre que a Administrao Pblica limita, fiscaliza ou

    sanciona particulares, em favor dos interesses da coletividade, estaremos diante de manifestao do

    poder de polcia.

    POLCIA ADMINISTRATIVA x POLCIA JUDICIRIA

  • Diferenciando os dois tipos de polcia, Diogo de Figueiredo Moreira Neto afirma que a polcia

    judiciria tem uma atuao voltada s pessoas, enquanto que a polcia administrativa relaciona-se

    mais com a atividade das pessoas.

    (FCC/TCM-PA/Tcnico/2010) A polcia administrativa incide sobre os bens, direitos e atividades da

    populao do territrio.

    Correto. Enquanto a polcia judiciria incide sobre pessoas a polcia administrativa incide sobre bens,

    atividades, direitos ou servios dos indivduos sempre em busca do interesse pblico.

    (FCC/TRE-AL/Analista/2010) O poder de polcia na rea administrativa no difere do poder de polcia

    na rea judiciria.

    Errado. So poderes distintos, enquanto a polcia administrativa incide sobre bens, direitos, atividades,

    servios, a polcia judiciria (jus puniendi do Estado) incide sobre as pessoas na punio de infraes de

    natureza penal

    (FCC/TRE-AL/Analista/2010) O poder de polcia exercido por meio de medidas preventivas, vedadas

    as medidas repressivas.

    Errado. O poder de polcia exercido por meio de medidas preventivas, tambm sendo possvel as

    medidas repressivas.

    (FCC/TRE-AL/Analista/2010) O poder de polcia tem como atributos, dentre outros, a

    autoexecutoriedade e a coercibilidade.

    Correto. O poder de polcia tem como atributos a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a

    coercibilidade.

    (FCC/TRE-AL/Analista/2010) O poder de polcia tem como fundamentos os princpios da legalidade e

    da moralidade.

    Errado. O fundamento do poder de polcia a supremacia do interesse pblico.

    (FCC/TRE-AL/Analista/2010) O poder de polcia no se subordina a limites, visto que, sendo

    prioritariamente discricionrio, a forma de atuao fica ao livre arbtrio da autoridade.

    Errado. O poder de polcia limitado no s pela lei como tambm pelos princpios da razoabilidade e

  • proporcionalidade.

    (FCC/TRE-AM/Analista/2010) No que se refere ao Poder de Polcia, tem como meios de atuao os

    atos normativos e os atos administrativos e operaes materiais de aplicao da lei ao caso concreto.

    Correto. Os meios de atuao do poder de polcia englobam atos normativos em geral, a saber: pela lei,

    criam-se as limitaes administrativas ao exerccio dos direitos e das atividades individuais,

    estabelecendo-se normas gerais e abstratas dirigidas indistintamente s pessoas que estejam em

    idntica situao; bem como por meio de atos administrativos e operaes materiais de aplicao da

    lei ao caso concreto, compreendendo medidas preventivas com o objetivo de adequar o

    comportamento individual lei e medidas repressivas com a finalidade de coagir o infrator a cumprir a

    lei.

    (FCC/TRE-AM/Analista/2010) No que se refere ao Poder de Polcia, na rea de atuao administrativa,

    tem por escopo punir os infratores da lei penal.

    Errado. O Poder de Polcia, na rea de atuao judiciria, tem por escopo punir os infratores da lei

    penal.

    (FCC/TRE-AM/Analista/2010) No que se refere ao Poder de Polcia, possui como atributos a legalidade,

    a necessidade e a proporcionalidade.

    Errado. Os atributos do poder de polcia so a discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade.

    (FCC/TRE-AM/Analista/2010) No que se refere ao Poder de Polcia, a licena constitui modalidade de

    ato de polcia vinculado.

    Correto. A licena um ato administrativo vinculado e definitivo pelo qual a administrao pblica

    reconhece que o particular detentor de um direito subjetivo preenche as condies para o seu gozo. Ex,

    construo de um edifcio em terreno de propriedade do administrado.

    (FCC/TJ-AP/Analista/2009) So, respectivamente, exemplos da aplicao do poder disciplinar e do

    poder de polcia, no mbito da Administrao Pblica, a aplicao de penalidade de demisso a

    servidor e a interdio de estabelecimento por razes sanitrias.

    Correto. O poder disciplinar atinge os servidores pblicos e dois exemplos de sua aplicao est na

    demisso do respectivo servidor ou na cassao da sua aposentadoria ou disponibilidade. J o poder de

    polcia atinge o particular que descumpre as regras estabelecidas em prol do interesse pblico, as

  • penalidades aplicadas nesse caso podero ser por exemplo, a interdio de estabelecimento ou

    apreenso de mercadorias por razes sanitrias.

    (CESPE/TRT-5/Juiz/2007) O poder de polcia administrativo se confunde com a discricionariedade.

    Errado. No h que se confundir a discricionariedade, que poder existir no exerccio do poder de

    polcia pela Administrao, com sua prpria definio ou sentido. O poder de polcia o poder que tem

    a Administrao de restringir, limitar o exerccio dos direitos e liberdades individuais em benefcio da

    coletividade, ou seja, do interesse pblico. V-se que a discricionariedade um atributo do poder de

    polcia e no se confunde com o prprio poder.

    (CESPE/DFTRANS/2008) O Estado pode delegar o exerccio do poder de polcia a uma empresa privada.

    Errado. Em regra, no se pode delegar os atos de poder de polcia a particulares e essa tem sido a

    orientao jurisprudencial do prprio Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justia.

    Todavia possvel que se permita ao particular, pessoa privada, a prtica de atos materiais que

    precedam os atos jurdicos do poder de polcia, como colocao de fotossensores, radares etc.

    (CESPE/PGE-PB/Procurador/2008) Segundo entendimento majoritrio na doutrina e na jurisprudncia,

    admite-se a delegao do poder de polcia a pessoa da iniciativa privada prestadora de servios de

    titularidade do estado.

    Errado. Mesmo que se trate de concessionrio ou permissionrio de servio pblico, no se admite a

    delegao do poder de polcia por se tratar de atividade tpica do Estado, a qual somente poder ser

    exercida por pessoa jurdica de direito pblico.

    (CESPE/TRT-5/Juiz/2007) A proporcionalidade elemento essencial validade de qualquer atuao da

    administrao pblica, salvo nos atos de polcia.

    Errado. A proporcionalidade e a razoabilidade se aplicam a qualquer ato praticado pela Administrao,

    tendo especial implicao nos atos de polcia, j que podem configurar atuao abusiva, excessiva.

    (CESPE/TRT-5/Juiz/2007) inconcebvel a instituio de taxa que tenha por fundamento o poder de

    polcia exercido por rgos da administrao compreendidos na noo de segurana pblica.

    Correto. As taxas (de servio pblico ou de polcia administrativa) so concebidas para a realizao da

    atividade estatal, ou seja, no sentido de remunerar os servios administrativos. Dessa forma, no pode

    o Estado instituir taxa para prestar os servios vinculados segurana pblica, pois, sendo estes

  • servios no divisveis, devem ser custeados pelos impostos.

    (CESPE/TRF-5/Juiz/2009) A Lei no 9.873/1999, que no se aplica s infraes de natureza funcional

    nem aos processos e procedimentos de natureza tributria, dispe que o prazo prescricional da ao

    punitiva da administrao pblica, no exerccio do poder de polcia, de cinco anos, contados da data

    em que o ato tornou-se conhecido.

    Errado. A primeira parte da assertiva est correta, em face do quanto previsto no art. 5o da Lei no

    9.873/99, in verbis: o disposto nesta Lei no se aplica s infraes de natureza funcional e aos

    processos e procedimentos de natureza tributria, j que regrados em lei prpria (Lei no 8.112/90 e

    CTN). De seu turno, o art. 1o, caput, da mesma Lei dispe que prescreve em cinco anos a ao punitiva

    da Administrao Pblica Federal, direta e indireta, no exerccio do poder de polcia, objetivando

    apurar infrao legislao em vigor, contados da data da prtica do ato ou, no caso de infrao

    permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. (grifou-se)