direito administrativo aula 1 - principipios e poderes

Upload: bernardomarks

Post on 08-Jul-2015

738 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Direito Administrativo MPU Nvel Mdio Professor: Bernardo Marks Aula 1 Princpios bsicos e Poderes CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO O direito administrativo cuida da funo administrativa, seja ela exercida por qualquer dos poderes. Est errado conceituar direito administrativo com base em administrao pblica, o cerne do conceito de direito administrativo a noo de funo administrativa. um ramo do direito pblico que tem como objeto a funo administrativa (Bandeira de Mello). REGIME JURDICO ADMINISTRATIVO Conjunto de normas (regras e princpios) que informam o direito administrativo. Basicamente, consiste no estudo das normas de ordem pblica que orientam a administrao pblica. No se confunde com o regime jurdico da administrao, que engloba tanto normas de direito pblico como de direito privado. Finalidade do estudo do regime jurdico: estudar os princpios que informam todo direito administrativo. Princpios so normas. No so meras recomendaes. Por isso, impem obrigaes. Todo regime jurdico administrativo, de qualquer pas, vai surgir do conflito entre os poderes da administrao e os direitos dos particulares. Desse conflito de interesses que emana o regime jurdico de qualquer pas. Em dois princpios1: a) Supremacia do interesse pblico sobre o determinados casos, um interesse ou outro vai prevalecer. A compatibilizao desses interesses resolvida a partir de

interesse privado b) Indisponibilidade dos interesses tutelados pela administrao1

Este princpios so considerados as pedras de toque do Direito Administrativo por Bandeira Mello.

1

A ofensa aos princpios gera mais impacto do que a violao de uma regra. Os princpios so as vigas mestras do edifcio do regime jurdico administrativo. As regras so os acessrios. PRINCPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PBLICO SOBRE O INTERESSE PRIVADO Significa que no conflito entre o interesse da sociedade e um interesse de um particular, o primeiro deve prevalecer. Essa norma um princpio geral do direito. Qualquer sociedade pautada sobre esse princpio. Qual aplicao prtica luz da constituio desses princpios? A desapropriao (art. 5, XXIV) e a requisio (art. 5, XXV): XXIV - a lei estabelecer o procedimento para desapropriao por necessidade ou utilidade pblica, ou por interesse social, mediante justa e prvia indenizao em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituio; XXV - no caso de iminente perigo pblico, a autoridade competente poder usar de propriedade particular, assegurada ao proprietrio indenizao ulterior, se houver dano; Extenso do princpio da supremacia? No pode ser alegado abstratamente sob pena de a

administrao justificar todos os seus abusos. O princpio da supremacia tem que ser traduzido por uma lei. ordenamento jurdico que vai delimitar a extenso do princpio da supremacia. Ex. Foi o ordenamento jurdico que autorizou a possibilidade de desapropriao ou requisio. Esse princpio importante para o exerccio da funo administrativa. Qualquer pessoa que exerce uma funo tem as seguinte caractersticas: Dever Interesses de terceiros

2

Para determinadas finalidade impostas pelo

ordenamento jurdico Necessitando de poderes.

Exemplo de funo: ptrio poder: a) b) c) d) Dever: cuidar dos filhos; Interesse de terceiros: filho; Finalidade: guarda, sustento, educao; Poderes: correo, colocar de castigo.

O administrador no possui mera faculdade, ele possui dever. O administrador possui: a) O dever de exercer a funo administrativa

de acordo com os princpios; b) Defender o interesse da coletividade; com as finalidades expressas na

c)Cumprir constituio; d)

Poderes: Polcia; Hierrquico; Regulamentar; Disciplinar;

Os poderes so instrumentais da administrao, para exerccio da funo administrativa, sem os quais no seria possvel resguardar a supremacia do interesse pblico. Por isso, a funo administrativa possui uma natureza jurdica de DEVER-PODER. No poder-dever. Primeiramente, h um dever de cumprir diversas obrigaes em prol do interesse pblico. Para o atingimento desses deveres, em um Esses poderes somente podem segundo momento, surge os poderes.

3

ser utilizados para o atingimento dos deveres da administrao pblica. Ou seja, somente podem ser utilizados na medida da necessidade indispensvel para cumprimento dos deveres e finalidades do interesse pblico. O exerccio desses poderes no mera faculdade. O administrador possui um dever-poder. Em outras palavras, diante de determinado caso concreto que necessita a aplicao de certo poder, deve utiliz-lo.

PRINCPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PBLICO Os interesses tutelados pela administrao no podem ser dispostos livremente pela administrao, sob pena de extinguir a prpria administrao, bastando imaginar que se todos os interesses forem dispostos, a administrao ser extinta.

CONTEDO DO REGIME JURDICO-ADMINISTRATIVO Os princpios podem ser explcitos ou implcitos. Na legislao administrativa h dispositivos que elencam diversos princpios: a) art. 37 da CF b) art. 19 da LODF c) art. 2, caput, da Lei 9784/99

LIMPE art. 37 da CP Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade

4

Eficincia (EC 19/98) LIMPRIM art. 19, da LODF Legalidade Interesse Pblico Moralidade Publicidade Razoabilidade Impessoalidade Motivao LIMPREM S A CO - 2, caput, da Lei 9784/99 Legalidade Interesse Pblico Finalidade Moralidade Proporcionalidade Razoabilidade Eficincia Motivao Segurana Jurdica Ampla defesa Contraditrio Os nicos princpios que esto em todos dispositivos o da legalidade e moralidade. PRINCPIO DA LEGALIDADE

5

Est previsto no inciso II do art. 5 da CF. II - ningum ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno em virtude de lei; O particular no obrigado a fazer ou deixar de fazer sem lei. A administrao Pblica somente pode atuar nos ditames da lei. Enquanto na Administrao particular lcito fazer tudo aquilo que a lei no probe, na Administrao Pblica s permitido fazer o que a lei autoriza e explicita. A administrao somente pode atuar secundum legem. No pode atuar praeter legem ou contra legem. O entendimento majoritrio assevera que o contedo da expresso lei no inciso II do art. 5 da CF/88 significa ordenamento jurdico como um todo e no s lei em sentido estrito, como sendo aquela que s o Poder Legislativo pode emitir. O correto atualmente a expresso juridicidade. Origem O princpio da legalidade nasceu na revoluo francesa, como forma de limitar os poderes da administrao. Aps a quebra do Estado Absolutista, o poder executivo/administrao foi colocado abaixo da lei. Por isso, a expresso: Estado de Direito. Previso em outros ramos Direito Tributrio Art. 150. Sem prejuzo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabelea; Trata-se da legalidade estrita. Direito Penal Art. 5, XXXIX - no h crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prvia cominao legal; Trata-se do mesmo princpio da legalidade, porm com aplicao distinta.

6

PRINCPIO DA FINALIDADE decorrente do princpio da legalidade. Consiste em aplicar a lei, atendendo suas finalidades. Toda lei possui uma finalidade ligada ao interesse pblico: seja econmica, segurana ou outra. Se o administrador pratica um ato dissociado da finalidade da lei, o ato ser nulo. Pode ensejar desvio de finalidade, poder ou abuso de poder. Hely Lopes Meirelles entende que esse princpio a mesma coisa que a impessoalidade. Maria Sylvia Zanella Di Pietro equipara esse princpio ao da supremacia do interesse pblico sobre o interesse privado. RAZOABILIDADE Determina que a administrao tem que atuar com bom senso, como o que aceito pela sociedade em determinado tempo. Todas as condutas que chocam o bom senso ou so bizarras so nulas. Os princpios possuem fora cogente (aplicao necessria). Exemplo: um policial rodovirio federal proibiu um prefeito de asfaltar um trecho de uma rodoviria federal. O policial disse que, se o prefeito colocasse asfalto municipal, prenderia o prefeito. Tal conduta totalmente irrazovel, sendo nula, j que o prefeito estava atuando para prevenir acidentes que aconteciam com os moradores da cidade que administrava; Atos administrativos discricionrios e razoabilidade Quanto a mais importante. ao grau de liberdade de atuao, os atos

administrativos podem ser vinculados ou discricionrios. Essa classificao

7

Atos vinculados so aqueles em que todos os requisitos dos atos administrativos esto prvia e objetivamente descritos na lei, de modo que o administrador no possui nenhuma liberdade de atuao. Sua atuao quase mecnica. Ex. Aposentadoria compulsria aos 70 anos. No h grau nenhum de liberdade. Nesse caso, no h que se discutir a razoabilidade do ato. O que se pode discutir a razoabilidade da lei. Em Portugal, por exemplo, aumentou-se a aposentadoria compulsria para 75 anos. contas pblicas, especialmente na previdncia. Os atos administrativos discricionrios so aqueles em que o administrador possui certo espao de liberdade. A discricionariedade liberdade nos limites da lei. Tendo em vista que o legislador no consegue prever todas as hipteses fticas e suas necessidades, confere certo espao de liberdade para o administrador, para que diante das hipteses possveis, escolha a melhor hiptese de acordo com o interesse pblico avaliado pela sua convenincia e oportunidade, o chamado mrito administrativo. Ex. Autorizaes. Nos atos discricionrios que se coloca a questo da razoabilidade, exatamente nos atos discricionrios que deve ser verificada a razoabilidade. Se o ato for irrazovel, o ato ser nulo. No controle de mrito, se o ato foi oportuno ou conveniente, controle de legalidade em sentido amplo, o ato foi desarrazoado. Celeridade A razoabilidade possui esse primeiro sentido: bom senso. Entretanto, recentemente, adquiriu um novo sentido. CF/88, Art 5, LXXVIII a todos, no mbito judicial e administrativo, so assegurados a razovel durao do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitao. (Includo pela Emenda Constitucional n 45, de 2004) No Brasil, a expectativa de vida tem aumentado bastante. Isso gera impactos nas

8

A sempre uma tenso dialtica entre a celeridade do processo e a justia da durao. A Justia tem que ser rpida mas sem ofender os princpios constitucionais. Por isso, h sempre o equilbrio entre a rapidez do processo e o respeito aos princpios constitucionais. Exemplo: um processo que seja sentenciado em apenas 5 dias, possivelmente ofenderia os princpios do contraditrio e da ampla defesa. Portanto, ao lado do bom senso, a razoabilidade tambm est ligada a durao razovel do processo. No processo administrativo federal, a celeridade est concretizada na Lei 9784/99, que impe prazos para percias, decidir, responder. PROPORCIONALIDADE comum os doutrinadores afirmarem que a proporcionalidade consiste em uma faceta da razoabilidade, que mereceu destaque. Normalmente, a administrao atua com bom senso, porm ofende a proporcionalidade, por isso, o princpio da proporcionalidade foi destacado da razoabilidade. A proporcionalidade adequao entre os meios e fins. Os meios so os instrumentos de que dispe a administrao para alcanar determinada finalidade. pblico. Qualquer excesso na busca do atingimento do fim pblico gera a nulidade do ato. A lei 9784/99 assim dispe no pargrafo segundo, inciso VI, art. 2: VI - adequao entre meios e fins, vedada a imposio de obrigaes, restries e sanes em medida superior quelas estritamente necessrias ao atendimento do interesse pblico; A conseqncia que a administrao no pode ir alm do necessrio para o atingimento do fim

Esse inciso traz o conceito de proporcionalidade e sua conseqncia.

9

Ex. uma grande fbrica estava poluindo acima do permitido o rio Pinheiro em SP. Essa fbrica produzia diversos produtos: lasanha, pizza, chocolate e farmacuticos. A fiscalizao conferiu prazo para reduzir sua poluio. A fbrica no fez nada, motivo pelo qual foi multada e intimada a novo prazo para cumprir com a ordem. Novamente, a fbrica no fez nada, razo pela qual foi interditada. A fbrica ingressou com um MS. Os advogados alegaram que: a autuao registrava que a fbrica estava poluindo o Rio Pinheiro; apenas a parte da fbrica que cuidava dos produtos farmacuticos que estava relacionada com a poluio. As outras partes no tinham relao com a poluio. Assim, a fbrica ganhou uma liminar para voltar a funcionar com exceo da produo de produtos farmacuticos. PRINCPIO DA MOTIVAO A motivao refere-se aos fatos e fundamentos jurdicos. Quando a administrao tem que decidir tem que explicitar esses motivos. Os fatos referem-se ao requisito do motivo. Esse motivo o que levou a administrao a decidir. A administrao somente pode atuar dentro da legalidade, por isso, tem que explicitar os fundamentos jurdicos de sua deciso. Esse dever de motivao recente. Antes o Estado deliberava e no explicava seus motivos. Todo e qualquer ato administrativo tem que ser motivado? H muita discusso na doutrina, mas a resposta sim. Antes da Lei 9784, era comum os doutrinadores afirmarem que os atos discricionrios tinham que ser motivados para ser verificado os requisitos. No entanto, os atos vinculados no precisavam ser motivados. Isso em face do pargrafo nico, inciso VII, do art. 2: VII - indicao dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a deciso; A nova legislao no fez qualquer distino entre atos vinculados e discricionrios.

10

Por isso, com base nesse dispositivo, todo e qualquer ato administrativo tem que ser motivado. Existe exceo? No. Porm, a fundamentao do ato vinculado pode ser mais simples. Ex. Em face do atingimento da idade de 70 anos, nos termos do art. X, o servidor est aposentado. E se no for motivado, o ato ser anulado? Se o ato no for motivado, o juiz deve verificar a necessidade da anulao. Isso porque verificar se o ato atinge o interesse pblico ou pode ser motivado. E os atos discricionrios? Sempre devem ser motivados sob pena de nulidade. H exceo? H uma exceo de ordem constitucional: A nomeao e a exonerao do cargo em comisso. a nomeao ad nutum ( o gesto da cabea para baixo, no sentido de confirma algo). A motivao est implcita: a aquisio ou a perda da confiana. Prescinde (no necessita), pois, de motivao. Porm, se o ato motivado, esses motivos vinculam o ato. Essa a teoria dos motivos determinantes. Ex. O presidente exonera um ministro por ato de improbidade. Se for comprovada a inexistncia de ato de improbidade, o ministro recebe tudo que deixou de receber. Depois, o presidente pode exonerar ad nutum, sem fundamentao. O ato administrativo tem que ser motivado prvia ou contemporaneamente a sua prtica. Isso quer dizer que no possvel motivao ulterior, especialmente quando for impugnado pelo particular. Isso vai contra a boa-f.

11

A lei 9784 possui um rol de atos administrativos que tm que ser motivados: Art. 50. Os atos administrativos devero ser motivados, com indicao dos fatos e dos fundamentos jurdicos, quando: I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanes; III - decidam processos administrativos de concurso ou seleo pblica; IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatrio; V - decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de ofcio; VII - deixem de aplicar jurisprudncia firmada sobre a questo ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatrios oficiais; VIII - importem anulao, revogao, convalidao de ato administrativo. suspenso ou

1o A motivao deve ser explcita, clara e congruente, podendo consistir em declarao de concordncia com fundamentos de anteriores pareceres, informaes, decises ou propostas, que, neste caso, sero parte integrante do ato. 2o Na soluo de vrios assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecnico que reproduza os fundamentos das decises, desde que no prejudique direito ou garantia dos interessados. 3o A motivao das decises de rgos colegiados e comisses ou de decises orais constar da respectiva ata ou de termo escrito. Esse rol exaustivo j que o preceito no utiliza a expresso dentre outros? No, um rol exemplificativo. Essa questo resolve-se ao verificar se o princpio da motivao possui cunho constitucional, porque se o dever de motivao tiver assento constitucional, a lei no poderia restringir esse princpio. So vrios princpios que consolidam o princpio da motivao como princpio constitucional.

12

1) Princpio da cidadania (art. 1, II): o cidado tem o direitode saber os motivos pelos quais a administrador atuou de determinada forma;

2) Princpio da inafastabilidade (art. 5, XXXV): o atoadministrativo tem que ser motivado para que o poder judicirio possa efetuar o controle do ato; no possvel controlar a legalidade do ato sem a exposio dos motivos;

3) Princpio da fundamentao (art. 93, IX e X): impe aopoder judicirio, no exerccio de sua funo atpica, tem que motivar. Esses incisos consistem em argumento a fortiori (com maior razo). Se o poder judicirio possui o dever de fundamentar, com maior razo o poder executivo. Se o princpio da motivao possui cunho constitucional, o art. 50 da lei 9784 exemplificativo. No h como sustentar que o rol desse preceito taxativo, porque a motivao exigida pela constituio. A grande finalidade do princpio da motivao

possibilitar um controle eficaz, seja interno ou externo. Isso porque sem ter as razes, no possvel exercer esse controle.

PRINCPIO DA IMPESSOALIDADE Maria Sylvia Zanella Di Pietro Di Pietro afirma que a impessoalidade possui dois significados: um de natureza interna e outro de natureza externa. Impessoalidade interna: a impessoalidade voltada para a prpria administrao; significa que os atos em geral no so imputados ao agente pblico que o prtica, mas sim ao rgo e a entidade do qual ele faz parte; Por traz disso est a teoria do rgo de Otto Gierke. Ex. Uma sentena no imputado ao juiz, mas sim ao rgo do que ele faz parte (vara) e a entidade (poder judicirio).

13

A impessoalidade interna tambm defendida por Jos Afonso da Silva e Agostin Gordillo. O 1, do art. 37 da CF/88 aplicao concreta dessa impessoalidade interna: 1 - A publicidade dos atos, programas, obras, servios e campanhas dos rgos pblicos dever ter carter educativo, informativo ou de orientao social, dela no podendo constar nomes, smbolos ou imagens que caracterizem promoo pessoal de autoridades ou servidores pblicos. E as placas de obras pblicas que constam o nome do poltico? O entendimento de que as anteriores a 1988 podem permanecer, mas as posteriores no. A impessoalidade externa voltada ao administrado. A impessoalidade externa est relacionada com a finalidade pblica, que deve ser o norte de toda conduta administrativa. Institutos constitucionais que so aplicao concreta desse

princpio: concurso pblico e licitao. Concurso impessoalidade. Celso Antonio Bandeira de Mello, no livro contedo jurdico do princpio da isonomia, defende que a impessoalidade nada mais do que a isonomia aplica para a Administrao Pblica. foi tratado por Aristteles e Rui Barbosa: tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual (Aristteles), na medida de sua desigualdade (Rui Barbosa). O princpio da isonomia pblico e licitaes existem em face da

PRINCPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL LIV - ningum ser privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

14

A garantia do devido processo legal engloba o contraditrio e ampla defesa. Assim, a ampla defesa e o contraditrio so explicitaes do princpio do devido processo legal. Regras ou princpios do devido processo legal I) Direito a citao Direito de conhecer o teor da acusao. Saber do que vai se defender. No processo administrativo, s vezes aparece como notificao ou intimao. O nome no importa. O que importa o teor do direito. II)rgo julgador imparcial Decorre do juiz natural. No apenas no poder judicirio. Nos processos disciplinares, deve-se ater a imparcialidade, sob pena de nulidade. III) Ampla produo probatria Refere-se a ampla defesa. Direito de produzir a prova; postular a produo; participar; fazer repergunta. IV) Direito de igualdade entre a acusao e a defesa Presuno de inocncia. disciplinares. V)Defesa tcnica Direito de ser representado por advogado. No judicirio, em regra, a presena do advogado indispensvel. Excees: juizados especial civil (at 20 salrios mnimos). Na administrao pblica, a questo tratada no inciso IV, do art. 3: Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administrao, sem prejuzo de outros que lhe sejam assegurados: No mbito administrativo, antes da

deciso final, no possvel presumir culpa; especialmente, nos processos

15

I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que devero facilitar o exerccio de seus direitos e o cumprimento de suas obrigaes; II - ter cincia da tramitao dos processos administrativos em que tenha a condio de interessado, ter vista dos autos, obter cpias de documentos neles contidos e conhecer as decises proferidas; III - formular alegaes e apresentar documentos antes da deciso, os quais sero objeto de considerao pelo rgo competente; IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatria a representao, por fora de lei.

Verifica-se que o contrrio do judicirio. Em regra, dispensvel a assistncia de advogado. Na lei 8112 no h dispositivo exigindo advogado. O que a lei 8112 exige um defensor ad hoc para o ru no procedimento administrativo disciplinar que citado e no comparece. Normalmente, nomeado um servidor que possui conhecimentos jurdicos, que ir fazer a defesa. IMPORTANTE: Existia muitas divergncias quando a

necessidade ou no da assistncia de advogado em processo administrativo disciplinar, o que levou o STF a editar a Smula Vinculante 5, que dispe que no ofende a constituio a falta advogado em processo administrativo disciplinar. VI) contraditrio Bilateralidade; outra parte. VII) Direito de no ser acusado com base em provas ilcitas Art. 5, LVI. LVI - so inadmissveis, no processo, as provas obtidas por meios ilcitos; possibilidade de manifestar e participar.

Possibilidade de contradizer os argumentos e provas que forem tragos pela

16

Prova derivada de prova ilcita tambm ilcita. Art. 30 da Lei 9784. Art. 30. So inadmissveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilcitos. possvel acolher prova ilcita em processo

administrativo? Sim, para provar a inocncia. No pode para acusar. VIII) Privilgio contra auto-incriminao Art. 5, LXIII direito ao silncio. Ningum obrigado a produzir prova contra si mesmo. No direito penal e em processo administrativo, o silncio no pode ser interpretado em desfavor do ru. No direito penal no existe o crime de perjrio. Porm, no mbito administrativo, em face do princpio da moralidade, a mentira ato de improbidade. PRINCPIO DA PUBLICIDADE Est ligado a idia de transparncia. Art. 5, LX - a lei s poder restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; No plano federal, a publicidade foi regulamentada pela Lei 11.111/05, existem casos em que permitido o sigilo para proteo da intimidade e da vida privada das pessoas, bem como para casos de Segurana Nacional. A regra a publicidade total. A exceo o sigilo em face do equilbrio democrtico. Porm, esse controle feito diante do caso concreto. Por isso, preciso tomar cuidado para evitar discricionariedades eivadas de abuso. A garantia de acesso a documentos feita pelo Habes Data, que tambm pode ser utilizado para retificar esse documento sigiloso. O habeas data foi regulamentado pela Lei 9507/97.

17

A publicidade est no plano da eficcia e no da validade. Eficcia a produo de efeitos. a capacidade de produo de efeitos tpicos. A publicidade diz respeito a comunicao oficial do ato. A violao da publicidade no vai tornar o ato ilegal ou invlido. O ato ser ineficaz. Assim, a publicidade diz respeito a eficcia. Como feita a publicidade? por dirio oficial? A publicidade no se refere a necessidade de publicao em dirio oficial.No dirio oficial so publicados apenas uma minoria dos atos. A publicidade significa publicao em qualquer rgo oficial. publicidade feita mediante a afixao em local de costume. Ex. painis na entrada do prdio da prefeitura. Quais so os atos que devem ser publicados no dirio oficial? So aqueles atos que a lei determina que devem ser publicados no dirio oficial. Ex. Licitaes e contratos. Alm desses atos que a lei determina que devem ser publicados no dirio oficial, existem outros que podem ser publicados segundo a discricionariedade do ato. Lei 9784/99, em seu art. 26, determina quem deve ser intimado, como deve ser intimado. A publicidade? O Supremo no considerou a voz do Brasil rgo oficial de publicidade em face de no assegurar segurana jurdica (RE 71.652) ou (RDA 145). Isso levaria todos os agentes pblicos a ouvirem todos os dias a voz do Brasil. Quais so os efeitos da publicidade? So trs os efeitos principais da publicidade do rgo oficial: rdio voz do Brasil pode ser instrumento de Em geral, a

18

1) A

Presumir o conhecimento de todos; partir dela, o interessado no poder alegar

desconhecimento da norma. 2) Marca o incio do prazo para a interposio de

eventuais recursos administrativos. 3) Marca o incio do prazo de prescrio e

decadncia Digenes Gasparini que elenca esses efeitos. PRINCPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA Distino A principal diferena entre o direito e a moral que o primeiro possui coero. A norma de conduta tica no possui coero. Apenas h uma represso social. O direito administrativo criou uma resposta para as condutas imorais. Assim, no direito administrativo (ao contrrio dos outros ramos) no se diferencia o direito da moral: ambos possuem coero. Um agente que comete um ato imoral no mnimo comete ato de improbidade. Assim, a improbidade a conseqncia de um ato imoral. O princpio da moralidade requisito de validade do ato administrativo. O ato imoral nulo. Como administrao? Qual o padro ou paradigma que serve de referncia? o padro de moralidade do homem mdio. o princpio da razoabilidade, que outro princpio. Assim, o parmetro da moralidade o princpio da razoabilidade e proporcionalidade. feito o controle de conduta moral na

19

PRINCPIO DA EFICINCIA A EC/19 apenas inseriu o princpio da eficincia no rol do art. 37 da CF. Mas o princpio da eficincia j era previsto em diversas Assim, o dever de passagens. O decreto-lei 200/67 previa tal princpio. sempre existiu no direito administrativo. J falavam em princpio da eficincia: CF/88 art. 37, 3, I avaliao peridica; Art. 70 controle de gastos Art. 74, II controle do TC Art. 175 servio pblico objeto de concesso deve ser prestado de forma adequada; Assim, absolutamente insustentvel afirmar que foi o a EC 19 que incorporou o princpio da eficincia ao direito administrativo. O que significa dever de eficincia? Eficincia possui duas dimenses: 1) Otimizao dos meios Evitar desperdcios. 2) Satisfatoriedade dos resultados Os recursos so escassos. A grande maioria dos municpios dependem de

eficincia no foi incorporado no direito administrativo pela emenda 19. Ele

repasses de verbas federais e estaduais. Com poucos gastos, atingir maiores resultados. Digenes Gasparini entende que o princpio da eficincia significa: rapidez, perfeio e rendimento. PRINCPIO DA SEGURANA JURDICA

20

Princpio geral de direito, mas encontra previso na lei 9784/99. norma no escrita e se positivada no se esgota por conta disso. geral de direito porque ele est na base do direito, vem da histria. a funo de fundamentar o sistema jurdico e as instituies jurdicas. Esse princpio serve para dar estabilidade aos negcios. Ele Essas Eles normas no so inventadas pelo intrprete. O jurista descobre o princpio exprimem direito objetivo. So normas e tm fora cogente. Obrigam. Tm

norma que obriga para fundamentar o sistema poltico. Para alguns est dentro da clusula do Estado de Direito (posio do STF - Gilmar Mendes - A segurana jurdica fundamento no Estado de Direito) Ex: prescrio, decadncia, precluso, caducidade, etc. Por que a segurana jurdica foi includa em lei federal se princpio geral de direito? Porque a administrao contumaz ofensora da segurana jurdica. Pela autotutela ela pode anular e revogar seus prprios atos. Isso causa instabilidade no meio social. Ela tem previsibilidade em relao ao administrado. Ex: excesso do Executivo na edio de MP s. Almir do Couto e Silva2, professor gacho, com base na doutrina alem, destaca o Princpio da proteo da confiana jurdica, que um dos aspectos do princpio da segurana jurdica, o qual deve ser respeitado pela administrao pblica quando.O STF j citou esse princpio como um dos aspectos do princpio da segurana jurdica (Gilmar Mendes). O princpio da proteo da confiana jurdica impe que a boa-f do particular deve ser considerada na anulao dos atos administrativos. Assim, um vetor interpretativo ao art. 54 da Lei 9784. Conseqncia da segurana jurdica Evitar efeito retroativo a nova interpretao desfavorvel (art. 2, pargrafo nico, inciso XIII, da Lei 9784). A administrao pblica pode adotar nova interpretao desde que respeite o princpio do devido2

O texto do professor Almir pode ser encontrado na internet.

21

processo legal. Aps o processo, a administrao deve efetuar uma deciso motivada. Se a deciso for desfavorvel, dever aplicar efeito ex nunc, ou seja, no impor efeito retroativo a deciso. Ex. corte de gratificaes; Obs: Ex nunc (no retroage); Ex Tunc (retroage) DEVERES PODERES DA ADMINISTRAO PBLICA Introduo A idia de poder era o cerne do direito administrativo. Isso

gerava um direito administrativo ditatorial e longe de ser democrtico. O ato administrativo discricionrio no possua controle jurisdicional. O juiz no possuia instrumental para controlar os atos discricionrios. No direito privado o que importa a vontade. a autonomia da vontade. No direito administrativo o que importa o atingimento de sua finalidade. Esse interesse de terceiro: coletividade. No o interesse do administrador. A finalidade econmica, ambiental, proteo ao idoso, enfim, todas as competncias matrias da CF. Assim, surge os poderes. Os poderes so meros instrumentais colocados a disposio do administrador. No entanto essa poder acessrio. dever-poder. O administrador no pode deixar de usar esses poderes quando o caso concreto precisa. Espcies de poderes Vinculado / discricionrio No poder vinculado a lei impe ao Administrador a conduta a ser seguida diante da situao ftica. Em outras palavras, todos os elementos/requisitos do ato administrativo j esto exteriorizados na Lei, impedindo que o Administrador tenha poder de deciso para a prtica do ato. Da falar-se que o poder vinculado no constituiu exatamente um poder, j que todas as condutas esto previstas em lei. O poder discricionrio a faculdade conferida ao

Administrador, segundo seu juzo de mrito (convenincia e oportunidade), de optar dentre as opes explicitadas em lei, por aquela que melhor

22

atenda ao interesse pblico. A Convenincia e Oportunidade, conhecidos tambm como mrito administrativo, so os elementos nucleares do poder discricionrio. A convenincia indica em que condies vai se conduzir o agente; a oportunidade diz respeito ao momento em que a atividade deve ser produzida.

Regulamentar ou Normativo A rigor, poder regulamentar um aspecto do poder normativo. Conceito aquele que cabe ao chefe do executivo, de editar normas complementares a lei. Dar fiel execuo a lei. Fundamento: art. 84, IV, da CF. Significa que o chefe do executivo federal possui exclusividade na edio de decretos para regulamentar leis. Como essa norma interfere nas relaes entre os poderes , pelo princpio da simetria, competncia aplicada aos estados e municpios. O decreto o veculo do regulamento. O decreto a forma e o regulamento contedo. Ex. o regulamento do IR foi formalizado pelo decreto n X. O decreto est para o instrumento, assim como o regulamento est para o contrato. Ex. procurao o instrumento do mandato. Obs: Mandato est ligado a idia de representao, por exemplo, o mandato do Presidente de 4 anos. J Mandado est ligado a idia de mandar de uma ordem mandamental, por exemplo o Mandado de Segurana. Os decretos retiram seu fundamento das leis, que por sua vez retiram sua validade da constituio. Miguel Reale entende que Lei norma jurdica originria e os Regulamentos normas jurdicas derivadas. Espcies de Regulamentos essa

23

Existem autnomos.

duas

espcies:

executivos

e

independentes

ou

O executivo vem para dar fiel cumprimento a lei. O independente vem quando inexiste lei, na ausncia total de lei sobre determinado caso concreto. Existe decreto independente no Brasil? Sim, Surgiram com a EC 32 em 11/09/01 A EC 32 alterou o art. 84, para possibilitar a edio de decretos independentes para a criao de cargos desde que no implicasse aumento de despesa e extino de cargos vagos. VI - dispor, mediante decreto, sobre:(Redao dada pela Emenda Constitucional n 32, de 2001) a) organizao e funcionamento da administrao federal, quando no implicar aumento de despesa nem criao ou extino de rgos pblicos; (Includa pela Emenda Constitucional n 32, de 2001) b) extino de funes ou cargos pblicos, quando vagos; (Includa pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

De acordo com o Art. 84, IV da CF/88, o Regulamento, em regra, competncia do chefe do executivo. No entanto, h excees a essa regra. Exceo a competncia privativa do chefe do executivo em exercer o poder regulamentar. 1) Pargrafo nico do art. 84 Pargrafo nico. O Presidente da Repblica poder delegar as atribuies mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Repblica ou ao Advogado-Geral da Unio, que observaro os limites traados nas respectivas delegaes. VI - dispor, mediante decreto, sobre:(Redao dada pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

24

a) organizao e funcionamento da administrao federal, quando no implicar aumento de despesa nem criao ou extino de rgos pblicos; (Includa pela Emenda Constitucional n 32, de 2001) b) extino de funes ou cargos pblicos, quando vagos;(Includa pela Emenda Constitucional n 32, de 2001) XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasio da abertura da sesso legislativa, expondo a situao do Pas e solicitando as providncias que julgar necessrias; XXV - prover e extinguir os cargos pblicos federais, na forma da lei;

Outros meios de expresso Esse poder no se restringe aos decretos. expresso como as portarias, resolues, instrues: Instrues Previso: art. 87, pargrafo nico, II: Art. 87. Os Ministros de Estado sero escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exerccio dos direitos polticos. Pargrafo nico. Compete ao Ministro de Estado, alm de outras atribuies estabelecidas nesta Constituio e na lei: II - expedir instrues para a execuo das leis, decretos e regulamentos; Assim, na pirmide de Kelsen deve ser acrescentado abaixo dos decretos (regulamentos) as instrues e, depois, as circulares, at chegar nos atos administrativos concretos especficos. Por isso, mais

correto denomin-lo como poder normativo. Existem outros meios de

O Congresso Nacional possui o poder de sustar os decretos que extrapolem seus limites.

25

Isso ocorre quando o decreto inova no ordenamento jurdico (com exceo do art. 84, VI, que se refere aos decretos regulamentares autnomos segundo posio do STF). PODER HIERRQUICO Trata-se de vnculo de coordenao e subordinao entre os rgos e agentes. Ex. de coordenao: unio de dois rgos. A organizao administrativa brasileira baseada em dois pressupostos: a) Hierarquia;

b) Desconcentraointernamente.

distribuies

de

funes

Poderes relacionados com o poder hierrquico Onde h o poder hierrquico, presumem-se os seguintes PODERES: a) Editar atos normativos (poder normativo

regulamentar decorre da hierarquia); b) c) Dar ordens; Controlar atos subordinados;

Smula 473 do STF art. 53 da lei 9784/99: A administrao pode anular seus prprios atos, quando eivados de vcios que os tornam ilegais, porque deles no se originam direitos; ou revoglos, por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciao judicial.

Art. 53. A Administrao deve anular seus prprios atos, quando eivados de vcio de legalidade, e pode revog-los por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

26

A smula falava em poder de anular; a lei 9784 fala em dever de anular. d) Aplicar sanes;

Refere-se ao Poder disciplinar. Do poder hierrquico emanam dois poderes:

regulamentar e disciplinar. e) Avocar atribuies art. 15, Lei 9784/99;

Avocao ser possvel, dentre outros requisitos, sempre que a competncia do subordinado no for exclusiva. Avocao a atrao de um processo administrativo que inicialmente era de competncia originria do rgo subordinado. Ela sempre feita por um rgo superior. Na avocao h um deslocamento de competncia. A atribuio que era do subordinado passa para o superior. O superior hierrquico que iria apreciar a questo em grau recursal, aprecia-a originalmente. Art. 15. Ser permitida, em carter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocao temporria de competncia atribuda a rgo hierarquicamente inferior. Caractersticas: I) II) III) Excepcional; Temporria Motivos relevantes

devidamente justificados excepcional porque uma exceo ao princpio do juiz natural (art. 17 da lei 9784). Por isso, temporria. A lei adota uma clusula genrica motivos relevantes. A doutrina elenca alguns motivos no intuito de concretizar o dispositivo:

27

I) a 21). II)

Todos os agentes subordinados

esto suspeitos ou impedidos (art. 18

Quando

estiver nos dos

ocorrendo sob subordinados

morosidade

processos

responsabilidade processo). III)

(princpio da razovel durao do

Quando houver na instncia

superior uma jurisprudncia firmada sobre a matria, especialmente em questes de direito. Detalhe: uma coisa jurisprudncia firmada outra a smula vinculante que deve ser aplicada no h nem que ser falar em avocao porque as smulas vinculantes devem ser respeitadas em todas as instncias. O art. 170 do decreto-lei 200/673 deve ser interpretado luz do art. 15 da lei 9784: Art. 170. O Presidente da Repblica, por motivo relevante de intersse pblico, poder avocar e decidir qualquer assunto na esfera da Administrao Federal. Nesse sentido, para que o Presidente utilize a faculdade do art. 170 do DL 200/67, ser necessrio o respeito a todos os requisitos do art. 15 da Lei 9784.

f)Delegar atribuies artigos 12 e 14 da Lei 9784/99; A delegao ser possvel, dentre outros requisitos, se a competncia do delegante no for privativa.3

Possui fora de lei ordinria.

28

Assim, deve-se verificar sempre se a competncia privativa, verificando-se de onde ela emana. A delegao descrita na lei 9.784 uma atividade administrativa de simples transferncia de atribuies de um rgo administrativo para outro. Requisitos para a delegao: 1) a delegao no pode violar princpios da administrao pblica. Ex. uma autoridade superior no pode delegar todas as suas atividades princpio da moralidade. 2) A delegao no pode violar da direito do

administrado pblica.

ou

dever

administrao

Ex. O administrado possui o direito de facilitao do exerccio de seus direitos. Ex. dever de decidir e responder reclamaes (art. 48). 3) Da delegao no pode resultar atribuio a agente impedido ou suspeito (art. 18 a 21); 4) A delegao deve se fundar nos seguintes motivos: imperativos de convenincia tcnica, social, econmica, jurdica ou territorial (art. 124). Hoje, possvel fazer uma delegao por critrio de territorialidade. Ex. a unio possui atividades no Brasil inteiro. Assim, diligncias que deveriam ser feitas em Braslia, podem ser feitas em Porto Alegre.4

Art. 12. Um rgo administrativo e seu titular podero, se no houver impedimento legal, delegar parte da sua competncia a outros rgos ou titulares, ainda que estes no lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razo de circunstncias de ndole tcnica, social, econmica, jurdica ou territorial. Pargrafo nico. O disposto no caput deste artigo aplica-se delegao de competncia dos rgos colegiados aos respectivos presidentes.

29

5) no pode envolver matrias indelegveis previstas no art. 13 da Lei 9784: Art. 13. No delegao: podem ser objeto de

I - a edio de atos de carter normativo; Isso determinado pela CF; somente a CF pode trazer excees. II - a deciso de recursos administrativos; III - as matrias de competncia exclusiva do rgo ou autoridade. 6) a delegao tem que ser parcial; 7) a delegao sempre explcita (art. 14, 1). Art. 14. O ato de delegao e sua revogao devero ser publicados no meio oficial. 1o O ato de delegao especificar as matrias e poderes transferidos (tem que ser parcial), os limites da atuao do delegado, a durao e os objetivos da delegao e o recurso cabvel, podendo conter ressalva de exerccio da atribuio delegada. 8) a delegao sempre precria. 2o O ato de delegao revogvel a qualquer tempo pela autoridade delegante. 9) a delegao sempre deve ser publicada (art. 14). Esses requisitos valem para as duas formas de delegao: a interna e a externa. A externa aquela feita de um rgo para o outro (mesmo que no exista hierarquia entre eles art.

30

12). Hierarquia no s subordinao, mas tambm cooperao. Na medida em que a lei prev que possvel delegao sem relao de hierarquia, s pode estar falando em delegao colateral ou lateral, entre rgos sem relao de subordinao. Isso porque se for de um rgo inferior para um superior, no ser delegao, mas sim avocao. A delegao interna feita dentro do rgo. Normalmente, so rgos colegiados que delegam atribuies decide para um agente plantonista, sua que monocraticamente, sendo deciso

submetida a ratificao posterior. Ex. o colegiado delegando funes para o

presidente.

Observaes complementares importantes para concursos Hierarquia no poder judicirio e no legislativo No existe hierarquia nas funes tpicas do poder judicirio e legislativo. Onde existe hierarquia, presume-se a existncia dos poderes decorrentes. Por isso, no existe a possibilidade de delegao das funes tpicas dos poderes legislativo e judicirio. Existe hierarquia no poder judicirio, quanto ao aspecto funcional. No existe hierarquia entre juzes e desembargadores e sim, hierarquia funcional entre todos os juzes e o corregedor geral de justia. Ex. um juiz resolve sair pelado, fazendo protesto. O corregedor vela pela conduta ilibada dos juzes. O corregedor expede instrues procedimentais que devem ser adotadas nas secretrias das varas judiciais. Subordinado e ordens ilegais As ordens de duvidosa legalidade, o subordinado tem que cumprir. Alm de no possuir margem de discricionariedade, est sob o

31

manto de uma causa excludente de ilicitude: estrito cumprimento de poder hierrquico. Se todos os subordinados tivessem a possibilidade de questionar as ordens, a administrao ficaria inviabilizada. Somente descumpridas. as ordens manifestamente ilegais devem ser

DEVER-PODER DISCIPLINAR o poder de apurar infraes e aplicar as respectivas sanes administrativas. A quem? Somente servidores pblicos? No. O poder mais amplo. Envolve tanto os agentes pblicos ou terceiro que a administrao mantm relao contratual. Logo, pode ser aplicado: a) Servidores pblicos; b) Terceiros contratados pela administrao. O dever-poder disciplinar discricionrio? No h discricionariedade no dever-poder disciplinar no tocante a apurao dos fatos. Aqui a competncia vinculada. Ex. art. 143 da Lei 8112: Art. 143. A autoridade que tiver cincia de irregularidade no servio pblico obrigada a promover a sua apurao imediata, mediante sindicncia ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa. 3o A apurao de que trata o caput, por solicitao da autoridade a que se refere, poder ser promovida por autoridade de rgo ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido a irregularidade, mediante competncia especfica para tal finalidade, delegada em carter permanente ou temporrio pelo Presidente da Repblica, pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da Repblica, no mbito do respectivo Poder, rgo ou entidade, preservadas as competncias para o julgamento que se seguir apurao. (Includo pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

32

Isso tambm crime: art. 320 do CP, condescendncia criminosa: Condescendncia criminosa Art. 320 - Deixar o funcionrio, por indulgncia, de responsabilizar subordinado que cometeu infrao no exerccio do cargo ou, quando lhe falte competncia, no levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - deteno, de quinze dias a um ms, ou multa. No entanto, existem outros dois aspectos do poder disciplinar altamente discricionrios. A primeira discricionariedade a fixao da pena. L. 8112/90 - Art. 128. Na aplicao das penalidades sero consideradas a natureza e a gravidade da infrao cometida, os danos que dela provierem para o servio pblico, as circunstncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais. Pargrafo nico. O ato de imposio da penalidade mencionar sempre o fundamento legal e a causa da sano disciplinar. (Includo pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Retirando os antecedentes funcionais, o resto tudo

discricionrio. possvel aplicar o CP por analogia em relao s circunstncias atenuantes e agravantes? Em regra, sim. Mas no possvel aplica de forma irrestrita. O princpio que deve incidir sobre essa pena o da proporcionalidade. A segunda discricionariedade resulta da falta de objetividade no tocante as infraes previstas na lei 8112. Art. 132. A demisso ser aplicada nos seguintes casos: I - crime contra a administrao pblica; II - abandono de cargo; III - inassiduidade habitual; (o que isso?) IV - improbidade administrativa; V - incontinncia pblica e conduta escandalosa, na repartio; (?) VI - insubordinao grave em servio;

33

VII - ofensa fsica, em servio, a servidor ou a particular, salvo em legtima defesa prpria ou de outrem; VIII - aplicao irregular de dinheiros pblicos; IX - revelao de segredo do qual se apropriou em razo do cargo; X - leso aos patrimnio nacional; XI - corrupo; XII - acumulao ilegal de cargos, empregos ou funes pblicas; XIII - transgresso dos incisos IX a XVI do art. 117. Veja que a pena de demisso est relacionada a clusulas abertas, infraes mal definidas. cofres pblicos e dilapidao do

PODER DE POLCIA A CF e as leis conferem inmeros direitos as pessoas. bem estar social. Ex. direito de propriedade mvel; veculo; limitaes CNH, regras de trnsito; Conceito Assim, o poder de polcia atividade de condicionamento ao exerccio dos direitos em prol do bem estar. Bandeira Mello faz uma distino: O

poder de polcia atividade de condicionar o exerccio desses direitos ao

a) Liberdade no a mesma coisa que o direito deliberdade: liberdade possibilidade de ir e vir; direito de liberdade maneira como a liberdade disciplinada no ordenamento jurdico, limitada; b)Nesse sentido, Propriedade diferente de direito de propriedade;

34

Fundamento O fundamento do poder de polcia o princpio da supremacia do interesse pblico sobre o privado. Expresso A CF menciona o poder de polcia: art. 145. As taxas so exerccio do poder de polcia. O CTN no art. 78 possui um conceito legal de poder de polcia. Esse conceito para fins tributrios. Art. 78. Considera-se poder de polcia atividade da administrao pblica (esse conceito de polcia administrativa em sentido estrito) que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prtica de ato ou absteno de fato, em razo de interesse pblico concernente segurana, higiene, ordem, aos costumes, disciplina da produo e do mercado, ao exerccio de atividades econmicas dependentes de concesso ou autorizao do Poder Pblico, tranqilidade pblica ou ao respeito propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redao dada pelo Ato Complementar n 31, de 28.12.1966) Pargrafo nico. Considera-se regular o exerccio do poder de polcia quando desempenhado pelo rgo competente nos limites da lei aplicvel, com observncia do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionria, sem abuso ou desvio de poder. Caractersticas/Atributos do Poder de Polcia I) Consiste em uma atividade de imposio de uma obrigao negativa ou positiva. O poder pblico pode impor obrigaes de fazer e no fazer.

35

Ex. somente possvel construir em determinada rea (positiva); no possvel construir em determinado local (negativa). II) Consiste em uma atividade discricionria Em regra, o poder de polcia discricionrio. O poder de polcia traduz-se na opo legtima que a Administrao Pblica tem de escolher o melhor momento para agir, o meio de atuao necessrio e a sano que mais se enquadra para atingir o fim colimado. Importante: No se confunde discricionariedade com

arbitrariedade. Discricionariedade liberdade de agir dentro dos limites legais; arbitrariedade ao fora ou excedente da lei, com abuso de poder ou desvio de finalidade. No entanto, tambm h atos vinculados como por exemplo a proibio de construo dispare em cidade como Campos do Jordo e no Plano Piloto. III) Possui imperatividade / coercibilidade uma imposio. Leva a um dever de suportar por parte do particular. Implica a imposio coativa das medidas ou decises adotadas pela Administrao ao administrado, admitindo o emprego da fora se houver oposio do infrator dentro dos limites da legalidade. IV) Auto-executoriedade O poder de polcia auto-executvel. Autoexecutoriedade a prerrogativa que tem a Administrao Pblica de executar o ato, por seus meios prprios, sem a necessidade de interveno do Poder Judicirio. Com efeito, no uso desse poder, a Administrao impe diretamente as medidas ou sanes de polcia administrativa necessrias conteno antissocial que ela visa impedir. So hipteses de auto-executoriedade: a) Quando a prpria lei dispe sobre essa

caracterstica executoriedade expressa Ex. As leis ambientais impem muitas hipteses de autoexecutoriedade; as leis do trnsito tambm possuem muitos

36

casos de auto-executoriedade. Ex: possibilidades de recolher o carro para depsito do DETRAN. Importante: A multa de transito uma exceo regra da autoexecutoriedade, j que esta para ser executada, dever aguardar o prazo para a defesa de quem foi multado, e a sua execuo s poder ser efetivada pela via judicial. b) Quando a adoo da medida for urgente para Judicirio sob pena de perecer o pblico ou colocar em risco a

defesa do interesse pblico e no h tempo hbil para ir ao interesse coletividade Polcia Administrativa X Polcia Judiciria O poder de polcia pode incidir em dois setores da

administrao: judicirio e administrao. Polcia judiciria diferente de polcia administrativa. Polcia judiciria so as corporaes: civil, federal. A polcia judiciria tem como funo a investigao de atividades criminosas, que servir de base para os processos criminais. A polcia judiciria no est vinculada ao poder judicirio. Est inserida na administrao pblica, ligada ao poder Executivo. Polcia judiciria diferente de polcia do judicirio. A polcia do judicirio formada atravs de concurso pblico feito pelo prprio judicirio para segurana de seus membros. No se confunde com a polcia judiciria. Mas essa funo (proteo dos membros do judicirio, legislativo) pode ser exercida tambm pela polcia judiciria. Em regra a polcia administrativa preventiva. A polcia judiciria repressiva. Porm existem excees. A polcia judiciria pode atuar preventivamente, quando est fazendo uma ronda e percebe a ocorrncia da execuo de um crime. Outros exemplos: polcias paisana.

37

Bem como a polcia administrativa tambm pode atuar repressivamente quando, geralmente por denncia, chega a um estabelecimento e j se depara com mercadorias sendo vendidas sem a higiene adequada, devendo ento proceder apreenso da mercadoria, aplicao de multa, interdio da atividade, chegando at mesmo a fechar o estabelecimento em caso de reincidncia. O melhor critrio o da ocorrncia do crime. Se o crime ainda no ocorreu: a competncia da polcia administrativa. Se o crime j ocorreu: a competncia da polcia judiciria. Esse critrio mais seguro. A atuao da polcia administrativa regulada pelo direito administrativo. A atuao da polcia judiciria regulada pelo direito processual penal. Polcia Administrativa Atua sobre bens, direito e atividades Polcia Judiciria Atua sobre pessoas.

Direito Administrativo

Direito Penal/Processual

Inicia e encerra sua atividade na Inicia na Administrao e prepara a Administrao. Preventiva, em regra. atuao dos rgos jurisdicionais. Repressiva, em regra. privativa de corporaes Civil e

Exemplo: qualquer setor onde as Polcia de Transito,

norma de polcia se fazem sentir: especializadas Polcia Federal) Rodoviria, Polcia Sanitria, Polcia de pesca, at a prpria Polcia Militar

(Polcia

Meios de Atuao A Administrao exerce o Poder de Polcia por meio de atos normativos em geral. Pela Lei, criam-se as limitaes administrativas aos direitos e das atividades individuais. Disciplinando a lei aos casos concretos, pode o Executivo expedir Decretos, regulamentos, portarias, instrues.

38

A Administrao tambm exerce o poder de polcia por meio de atos e operaes materiais de aplicao da lei ao caso concreto, compreendendo medidas preventivas (fiscalizao, vistoria, autorizao, licena, etc.) e repressivas (interdio de atividade, apreenso de mercadorias etc.) Sanes Como sanes decorrentes de atos de fiscalizao do poder de polcia, temos a multa, a demolio de construo, a interdio de atividade, a destruio de coisa, a inutilizao de bens privados, a cassao de patentes, a proibio de fabricar produtos e tudo o mais que houver de ser impedido em defesa da moral, da sade e da segurana pblica, bem como da segurana nacional, ou seja, em benefcio do interesse coletivo, desde que estabelecidos em lei ou regulamento. Abrangncia do Poder de Polcia O seu mbito de incidncia amplo. Pode-se dizer que, onde houver relevante interesse da coletividade ou at mesmo do Poder Pblico, h de haver o poder de polcia para dar provimento a tais interesses. Ocorre por exemplo, quando atuar sobre o direito da livre manifestao do pensamento, na interveno da propriedade, no combate ao abuso do poder econmico, a esta ou aquela liberdade, entre outros. Limites do Poder de Polcia O exerccio do poder de polcia encontra limites no prprio princpio da legalidade, uma vez que o setor encarregado de exercer o poder deve ter regulamentao legal, embora os atos materiais e administrativos em sua maioria guardem boa dose de discricionariedade. Outro aspecto no que concerne aos seus limites, diz respeito aos requisitos de validade: competncia, finalidade e forma, que so requisitos vinculados em todos os atos administrativos. Quanto aos requisitos que podem ser discricionrios, motivo e objeto, dever sempre atender ao princpio da proporcionalidade dos meios empregados, ou seja, adequao e necessidade entre a restrio imposta e o benefcio coletivo que ser colhido com tal medida. Compreendem, portanto, em

39

subprincpios do princpio da proporcionalidade que pautam, tambm, a atuao do Poder de Polcia: Necessidade O poder de polcia s deve ser adotado para evitar ameaas reais ou provveis de perturbao ao interesse pblico. Adequao/eficcia A medida deve ser adequada para impedir o dano ao interesse pblico. Proporcionalidade estrito em sentido a exigncia de uma relao entre a limitao ao direito individual e o prejuzo a ser evitado.

O Uso e Abuso do Poder O abuso do poder pode-se dar na forma de Excesso de Poder ou Desvio de Finalidade Excesso de poder Ocorre quando a autoridade, embora alm do permitido (comete Desvio de finalidade Verifica-se esta espcie de abuso a autoridade, nos limites embora de sua

competente para praticar o ato, vai quando um atuando

plus) e exorbita no uso de suas competncia, pratica o ato por faculdades administrativas. Pode ser motivos ou com fins diversos dos caracterizada pelo descumprimento objetivados pela lei ou exigidos pelo frontal da lei (quando a autoridade interesse pblico. age claramente alm de sua competncia) ou quando contorna dissimuladamente as limitaes da lei (quando a autoridade se arroga de poderes que no lhe so atribudos legalmente)

40