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INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATIMESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA
FAGNER MENEZES SILVA
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE A VITIMAS DE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR:
UMA REVISÃO INTEGRATIVA LITERÁRIA.
Recife-PE 2019
Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva
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FAGNER MENEZES SILVA
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE A VITIMAS DE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR:
UMA REVISÃO INTEGRATIVA LITERÁRIA.
Trabalho de dissertação apresentada à coordenação do curso de mestrado profissionalizante em Terapia Intensiva (IBRATI) como requisito obrigatório para obtenção do título de mestre em Terapia Intensiva
Orientador: Alex Fagundes Coimbra
Recife-PE2019
Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva
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INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATIMESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE A VITIMAS DE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR:
UMA REVISÃO INTEGRATIVA LITERÁRIA.
FAGNER MENEZES SILVA
Alex Fagundes Coimbra Orientador
Aprovado em:____/____/2019
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________1º Examinador
_________________________________________________________2º Examinador
_________________________________________________________3º Examinador
Recife, PE2019
Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva
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SUMÁRIO
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES------------------------------------------------------05
RESUMO------------------------------------------------------------------------------------------06
ABSTRACT---------------------------------------------------------------------------------------07
JUSTIFICATIVA---------------------------------------------------------------------------------08
OBJETIVOS---------------------------------------------------------------------------------------08
-Gerais-------------------------------------------------------------------------------------08
-Específicos-----------------------------------------------------------------------------------------------08
METODOLOGIA---------------------------------------------------------------------------------09
-Critérios de inclusão--------------------------------------------------------------------09
-Critérios de exclusão--------------------------------------------------------------------
09
INTRODUÇÃO-----------------------------------------------------------------------------------10
2.PRINCIPAIS CAUSAS DA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA NO PRÉ-
HOSPITALAR. -----------------------------------------------------------------------------------13
3.PRINCIPAIS INTERVENÇÕES DE SUPORTE BÁSICO E AVANÇADO DE VIDA
DURANTE A REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR-----------------------------------14
3.1Circulação-----------------------------------------------------------------------------16
3.2 Abertura de Vias Aéreas e Ventilação--------------------------------------------17
3.3 Relação Compressão x Ventilação e Reavaliação-------------------------------18
3.4 Desfibrilação e Diagnóstico Diferencial------------------------------------------18
3.5 Principais Medicações Utilizadas em Parada cardiorrespiratória-------------21
4.PRINCIPAIS CAUSAS E FATORES DE INSUCESSO DO RETORNO DA
CIRCULAÇÃO ESPONTÂNEA DURANTE A REANIMAÇÃO
CARDIOPULMONAR NO PRÉ-HOSPITALAR--------------------------------------------
22
CONSIDERAÇÕES FINAIS--------------------------------------------------------------------23
REFERÊNCIAS-----------------------------------------------------------------------------------25
Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva
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LISTA DE SIGLA E ABREVIAÇÕES
PCR- Parada Cardiorrespiratória
RCP- Reanimação Cardiopulmonar
RCE- Retorno da Circulação Espontânea
UTI- Unidade de Terapia Intensiva
APH- Atendimento Pré-hospitalar
AHA- American Heart Association
SCIELO- Scientific Eletronic Library Online
LILACS- Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
OMS- Organização Mundial de Saúde
IAM- Infarto Agudo do Miocárdio
AVE- Acidente Vascular Encefálico
SBV- Suporte Básico de Vida
SAV- Suporte Avançado de Vida
SAVC- Suporte Avançado de Vida Cardiovascular
PHTLS- Prehospital Trauma Life Support
SBC- Sociedade Brasileira de Cardiologia
INCOR- Instituto do Coração
FV- Fibrilação Ventricular
TVSP- taquicardia Ventricular Sem Pulso
AESP- Atividade Elétrica Sem Pulso
DEA- Desfibrilador Externo Automático
CDI- Cardioversor Desfibrilador Implantado
Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva
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RESUMO
A Parada Cardiorrespiratória (PCR) é uma situação súbita e inesperada dos batimentos
cardíacos e caracterizadas por inconsciência, com ausências de respostas de estímulos e
pulsos palpáveis, apnéia ou respiração agônica. Para que ocorra o sucesso da
reanimação cardiopulmonar (RCP), o diagnóstico e o início das manobras devem ser
realizados em tempo hábil, ou seja, nos primeiros quatro minutos. Os profissionais
devem ser treinados e capacitados para atender a uma PCR, bem como participar de
treinamentos periódicos para tirar as dúvidas, com o intuito de se tornarem potenciais
multiplicadores do conhecimento. Com isso, o vitimado de parada cardiorrespiratória
terá maior probabilidade de obter o retorno da circulação espontânea (RCE),
melhorando sua recuperação neurológica e minimizando complicações associadas. As
possibilidades de sobrevivência do vitimado em parada cardiorrespiratória dependerão
da ocorrência de várias circunstancias, chamada de cadeia de sobrevivência, que é um
conjunto de procedimentos realizados de forma ordenada, consecutiva e em um período
de tempo mais breve possível. Para tal, é necessário que o profissional enfermeiro e a
equipe multiprofissional estejam devidamente qualificados e capacitados para atuarem
frente às situações adversas de parada cardiorrespiratória no âmbito pré-hospitalar.
Descritores: Reanimação cardiopulmonar, Tratamento de Emergência, PCR, UTI, APH,
AHA, Educação Continuada de Enfermagem.
Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva
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ABSTRACT
The cardiorespiratory arrest (CRP) is a sudden and unexpected situation of heart beats
and characterized by unconsciousness, absences of stimulus responses and palpable
pulses, apnea or agonal breathing. For successful cardiopulmonary resuscitation (CPR)
to occur, the diagnosis and initiation of the maneuvers must be performed in a timely
manner, ie within the first four minutes. Professionals must be trained and qualified to
attend a PCR, as well as participate in periodic training to remove doubts, in order to
become potential multipliers of knowledge. With this, the victim of cardiorespiratory
arrest will be more likely to recover spontaneous circulation (RCE), improving its
neurological recovery and minimizing associated complications. The chances of
survival of the victim in a cardiorespiratory arrest will depend on the occurrence of
several circumstances, called the survival chain, which is a set of procedures performed
in an orderly, consecutive and as short a time as possible. For this, it is necessary that
the professional nurse and the multiprofessional team are properly qualified and trained
to deal with the adverse situations of pre-hospital cardiorespiratory arrest.
Descriptors: Cardiopulmonary Resuscitation, Emergency Management, CPR, UTI, APH, AHA, Continuing Nursing Education.
Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva
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JUSTIFICATIVA
Como os vitimados de parada cardiorrespiratória no âmbito pré-hospitalar são
decorrentes de várias situações, seja devido a causas clínicas, traumáticas, obstétricas,
entre outras, o profissional enfermeiro deve ficar atento às causas que levou a parada
cardiorrespiratória e realizar as intervenções de suporte básico e avançado específicas
para aquela situação.
Para que não ocorra perda de tempo durante uma PCR, causando um dano maior
ao paciente, os profissionais de enfermagem, não só do Atendimento Pré-Hospitalar,
mas também do âmbito intra-hospitalar devem estar aptos a reconhecer e atuar diante
uma situação de PCR.
Ressalta-se então a relevância do presente estudo uma vez que os pacientes em
PCR devem receber o devido atendimento em tempo hábil e em técnicas específicas
para uma boa eficácia na RCP, de maneira a favorecer ao vitimado reestabilização do
estado de saúde, permitindo a sobrevivência e a qualidade de vida do mesmo e,
consequentemente, capacitar a equipe de saúde no atendimento aos pacientes vítimas de
PCR.
OBJETIVO
Objetivo geral
Explicar aos profissionais enfermeiros sobre protocolo norteador, de acordo com
as diretrizes a American Heart Association (AHA), para que possam oferecer um
manejo clínico de excelência durante as intervenções de reanimação
cardiopulmonar, no âmbito pré-hospitalar.
Objetivo específico
Apontar as principais causas de parada cardiorrespiratória.
Relacionar as intervenções específicas e necessárias às diferentes situações de
parada cardiorrespiratória.
Identificar as principais causas que levam ao insucesso do retorno da circulação
espontânea durante a reanimação cardiopulmonar no pré-hospitalar.
Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva
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METODOLOGIA
O presente projeto buscou analisar as características da atuação do enfermeiro às
vítimas de parada cardiorrespiratória no âmbito pré-hospitalar, sendo que, por meio de
uma análise de caráter exploratório, com levantamento bibliográfico e com ênfase em
artigos que abordem o tema a ser trabalhado, buscando conhecer e analisar as
contribuições científicas sobre o tema, onde foram abordados os conceitos relacionados
a atuação do enfermeiro no socorro às vítimas de parada cardiorrespiratória. Além disso,
objetivou-se abordar as técnicas e os métodos utilizados no tratamento dos pacientes de
PCR, demostrando os benefícios da atuação do enfermeiro as vítimas desta patologia. A
metodologia foi realizada através de consultas em base de dados eletrônicos, como
SCIELO (Scientific Eletronic Library Online) e LILACS (Literatura Latino-Americana
e do Caribe em Ciências da Saúde), livros on-line, livros científicos e dissertações
referentes ao assunto abordado, utilizando como descritores as palavras: Ressuscitação
cardiopulmonar, Tratamento de Emergência, PCR, APH, AHA, UTI, Educação
Continuada de Enfermagem. Foram encontrados artigos que proporcionaram a
possibilidade de embasar um projeto conciso e coerente que corresponda as expectativas
do leitor. Foram encontrados 40 referências, entre artigos, documentos e literaturas,
porém utilizados apenas 29 referências, pois 11 não correspondiam aos critérios de
inclusão.
Critérios de inclusão
Como critério de inclusão foram selecionados os artigos dos últimos 05 (cinco)
anos, bem como os artigos anos que ultrapassam os cinco anos, porém trazem uma
maior relevância para o tema escolhido à atuação do enfermeiro no pré-hospitalar e em
parada cardiorrespiratória.
Critérios de exclusão
Como critério de exclusão foram os artigos que possuíam publicações com mais
de 05 (cinco) anos e que não tinham relevância para o tema escolhido à atuação do
enfermeiro no pré-hospitalar e em parada cardiorrespiratória.
Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva
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1.INTRODUÇÃO
A PCR é um evento corriqueiro
no pré-hospitalar, pois existem vários
fatores que predispõem um evento
desses e, segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS), as doenças
cardíacas isquêmicas está como uma das
principais causas de PCR no mundo[1].
Quadro clínicos graves como Infarto
Agudo do Miocárdio (IAM) ou
Acidente Vascular Encefálico (AVE),
vítimas de politraumatismos, situações
obstétricas, neonatais entre outros
também estão nas estatísticas, o que se
faz necessário que existam equipes
especializadas com habilidades para
atuarem frente a várias situações, em
especial durante a RCP[2]. Os
profissionais de enfermagem devem
estar aptos a reconhecer sinais clássicos,
identificar as prováveis causas e atuar
frente a uma PCR, uma vez que, os
profissionais enfermeiros é o
responsável em reconhecer uma PCR e
iniciar primeiramente as intervenções de
SBV, bem como exerce a função de
liderança da equipe de enfermagem[3,4].
A Parada Cardiorrespiratória
(PCR) é definida como a cessação
súbita da atividade elétrica cardíaca,
associada às ausências pulsátil e res-
piratória[5]. Nesses tipos de situações, o
tempo é imprescindível, pois como é
uma situação ameaçadora à vida, pois
para se reverter o quadro, se faz
necessário um conjunto de ações,
necessitando de um atendimento em
tempo hábil e manobras eficazes para
reversão do quadro de PCR[6,7].
De acordo com as estatísticas
realizadas pela American Heart
Association (AHA) em 2015, a PCR é
responsável por 25% de óbitos no
mundo, cerca de 15 milhões de
vitimados, já no Brasil, de acordo com a
Sociedade Brasileira de Cardiologia,
cerca de 300 mil pessoas são
acometidas por arritmias cardíacas e a
parada cardiorrespiratória propriamente
dita. Dessas 300 mil pessoas
acometidas, cerca de 60-70% ocorre no
âmbito pré-hospitalar, e o principal
motivo são as intervenções de suporte
básico de vida iniciada tardiamente,
associada as causas da parada
cardiorrespiratória e o tempo decorrido
do evento[8] (Figura 1).
A PCR é uma das ocorrências
mais enfrentadas pelo profissional
enfermeiro em atuação nos serviços de
emergências hospitalares. Por isso,
conhecimento científico, técnicas e
habilidades práticas das equipes de
enfermagem no Suporte Básico de Vida
(SBV) e Suporte Avançado de Vida
(SAV) estão entre os determinantes
mais importantes das taxas de sucesso
Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva
11
em reanimação cardiopulmonar (RCP) [9,10,11].
Figura 1- Dados Estatísticos de mortalidade de acordo com a AHA (2015).
Com treinamento e capacitações
adequadas dos profissionais de saúde o
número de pessoas que venham a óbito
ou a desenvolver sequelas por demora
no atendimento diminuirá[10]. E para que
isso ocorra, o treinamento e a
capacitação dos profissionais de saúde,
em especial os profissionais de
enfermagem, são de fundamental
importância, pois na maioria das vezes,
são eles que identificam e realizam as
primeiras intervenções em um paciente
em PCR, pois a função de enfermeiro
necessita da demanda, bem como
conhecimentos específicos em
quaisquer área de atuação em
emergências[12].
Para que ocorra o sucesso da
reanimação, o diagnóstico e o início das
manobras devem ser realizados em
tempo hábil, ou seja, nos primeiros
quatro minutos[13]. Os profissionais de
saúde devem ser treinados e capacitados
para atender a uma PCR, bem como
participar de treinamentos periódicos
para tirar as dúvidas, com o fim de se
tornarem potenciais multiplicadores de
conhecimento. Com isso, o paciente terá
maior probabilidade de recuperação e
minimização de complicações
associadas. As possibilidades de
sobrevivência da pessoa afetada
dependem da ocorrência de várias
circunstâncias, chamada de cadeia da
sobrevivência, que é um conjunto de
processos realizados de forma ordenada,
consecutiva e em um período de tempo
mais breve possível[14].
O sucesso da cadeia de
sobrevivência do indivíduo em
Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva
Estatísticas AHA (2015)
Pré-Hospitalar (60%) 24h Após Internação (14%)48h Após Internação (6%) 30 dias Pós PCR (20%)
12
atendimento está formado por cinco
elos: acesso rápido onde a PCR deverá
ser reconhecida rapidamente, RCP
rápida, desfibrilação rápida, SAVC
(Suporte Avançado à Vida em
Cardiologia) e cuidados pós-PCR
integrados[15] (Figura 2).
Figura 2- Elos da Cadeia de Sobrevivência para o âmbito Pré e Intra-hospitalar de acordo com a AHA (2015).
Primeiro elo da Cadeia de
Sobrevivência, baseado no protocolo da
American Heart Association (AHA),
dentro das Unidades de Terapia
Intensiva (UTI) ou nas Unidades de
Suporte Avançado (USA), uma vez que
no âmbito pré-hospitalar, existem
logísticas semelhantes ou até mesmo
idênticas a uma UTI hospitalar, pode ser
considerado pela chamada da equipe de
saúde multiprofissional, além dos
posicionamentos dos itens que compõe
todos os equipamentos, materiais e
fármacos utilizados em uma RCP,
seguindo então a sequência correta na
intervenção ao paciente em PCR[5].
A formação de habilidades dos
profissionais de saúde no atendimento
ao paciente em PCR no SAVC não
ocorrerá o êxito desejado se, além de
todos esses protocolos serem seguidos,
não existir um suporte medicamentoso,
como também de equipamentos e
materiais específicos para intervenção
ao paciente em PCR[14].
A identificação de um paciente
em PCR, desde a avaliação da
responsividade até as intervenções de
RCP propriamente dita, não pode
Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva
13
ultrapassar 10 segundos. E a cada
minuto que se passa, sem que haja
intervenções de reanimação
cardiopulmonar, ocorre cerca de 10% de
dano cerebral, sendo quatro minutos o
tempo limite para início de uma
reanimação, o que pode causar danos
cerebrais irreversíveis ao paciente caso
ultrapasse esse tempo sem uma RCP
rápida e eficiente[16].
O profissional enfermeiro deve
iniciar manobras de reanimação e
ventilação no SBV até que seja iniciada
as intervenções de suporte avançado
cardiovascular, ficando responsável ao
enfermeiro e a equipe de enfermagem
em realizar manobras de reanimação
cardiopulmonar, administração de
drogas conforme orientação médica,
controle rigoroso dos sinais vitais e
anotações gerais da ocorrência pós-
RCP[16].
O objetivo do presente estudo é
de fundamental importância para a
equipe de enfermagem, devido à
verificação do nível de conhecimento
dos profissionais do atendimento pré-
hospitalar quanto a PCR, pois o sucesso
da assistência de enfermagem durante
uma PCR depende, além de outros
fatores, de uma equipe bem treinada e
conhecedora dos sinais clínicos de um
paciente em PCR para uma eficaz
atuação na RCP[17].
2. PRINCIPAIS CAUSAS DA
PARADA
CARDIORRESPIRATÓRIA NO
PRÉ-HOSPITALAR.
A principal causa da parada
cardiorrespiratória no âmbito pré-
hospitalar está relacionado a terceira
idade e aos fatores relacionados com às
possíveis causa da PCR[18]. Pessoas
idosas, que já possuem idade bastante
avançada, que já possuem doenças pré-
existentes, entre outras características
que inclusive, são inviáveis na obtenção
do retorno da circulação espontânea. No
entanto, podemos citar outras causas,
que também são corriqueiras durante os
atendimentos no âmbito pré-hospitalar,
seja por causas externas, como:
afogamento, obstrução de vias aéreas,
intoxicação, choque hipovolêmico
devido a grandes traumas, lesões por
arma branca e arma de fogo,
estrangulamento e/ou agressões físicas,
choque elétrico, acidentes
automobilísticos, esforço físico
excessivo[18]. Fatores clínicos associados
a qualidade de vida, que poderiam ou
não ser modificados, como: Pessoas
etilistas e fumantes, hipertensão,
diabetes mellitus, hipercolesterolemia,
distúrbios ácido e básico e
hidroeletrolítico, sedentarismo,
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14
obesidade, estresse, tromboembolismo
pulmonar, trombose miocárdica,
histórico familiar e raça, além é claro de
situações obstétricas, neonatais e
pediátricas[19]. Para cada situação de
causa existe um protocolo básico a ser
seguido e que é preconizado nos quatro
cantos do mundo, associado as
intervenções específicas de suporte
avançado para cada causa, utilizando-se
de técnicas apropriadas para que as
manobras de reanimação
cardiopulmonar sejam eficientes e
eficazes afim de obtermos o retorno da
circulação espontânea, sendo essas
causas prováveis e passíveis de reversão
os famosos Hs e Ts, definidas pela a
AHA[15,18].
3. PRINCIPAIS INTERVENÇÕES DE SUPORTE BÁSICO E AVANÇADO DE VIDA DURANTE A REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR.
De acordo com o protocolo da
AHA do ano de 2015, antes mesmo de
iniciarmos as intervenções de
reanimação cardiopulmonar, devemos
atentar a cinemática da cena e observar
se a área do sinistro está sujeita a riscos
ou se traz segurança para a equipe
realizar as intervenções de reanimação,
pois jamais, no âmbito pré-hospitalar, a
equipe deverá expor-se ao risco, uma
vez que, dependendo da situação,
poderá tornar-se uma vítima[15].
Após certificar-se de que a
cenário do local do evento é seguro para
a progressão e consequentemente para
que seja realizado a abordagem ao
vitimado, os profissionais deverão
avaliar a responsividade, respiração e
pulso do vitimado. Posicionar a vítima
em decúbito dorsal e posicionando-se
diante dela, mantendo a vítima em uma
superfície rígida, livre de qualquer
objeto ou algo que possa desfavorecer a
eficácia das intervenções de suporte
básico e avançado da reanimação
cardiopulmonar[20].
O profissional do atendimento
pré-hospitalar deverá certificar-se de
que o vitimado está realmente em
parada cardiorrespiratória, ou se ocorreu
outra situação que não seja a PCR
propriamente dita, como: parada
respiratória devido a obstrução de vias
aéreas, hipoglicemia severa, hipotensão,
crise convulsiva, entre outros e corrigi-
las de acordo com as necessidades, bem
como utilizando-se do atual protocolo
do PHTLS (Prehospital Trauma Life
Support) que significa Atendimento
Pré-Hospitalar ao Trauma , o
XABCDE, onde devemos realizar uma
sistemática, desde a avaliação do X-
Exsanguinação, onde devemos conter
grandes hemorragias, A- Abertura de
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15
Vias Aéreas e Proteção da Coluna
Cervical, B- Garantir Boa Ventilação e
Oxigenação Adequadas, C- Avaliar
Circulação, Perfusão, Contenção de
Sangramentos e Imobilização de
fraturas, D- Avaliar Estado
Neurológico, E- Exposição da Vítima e
Controle da Hipotermia[21]. Em
pacientes com suspeita de PCR a
avaliação da responsividade é realizada
mantendo as duas mãos espalmadas
sobre os ombros do vitimado,
realizando estimulação dolorosa em
região de clavícula (com os dedos
polegares), ou na região trapezoide
(utilizando os dedos polegares e
indicadores), chamando-o em bom e
alto tom, lembrando sempre de manter a
vítima na superfície rígida, pois caso a
mesma venha a despertar, não se levante
bruscamente e ocorra pequenos ou
graves acidentes e prejuízos ao vitimado
e também ao profissional que o
abordou[15,18].
Após avaliação da
responsividade, caso o vitimado não
responda a estimulação, deverá ser
checado expansibilidade torácica,
avaliando se o mesmo respira ou
encontra-se em apnéia ou respiração
agônica, associado a checagem de pulso
central, que no caso de vítimas adultas,
são checados pulsos carotídeos e/ou
femoral, considerados pulsos
centrais[22,23]. Toda essa avaliação, desde
a responsividade até a checagem de
respiração e pulso, varia em torno de
05(cinco) a 10(dez) segundos, não
podendo ultrapassar esse limite, pois
interrupções prolongadas para
checagem desses padrões vitais, bem
como interrupções prolongadas nas
compressões cardíacas, diminuem
significativamente as chances de
sobrevida do vitimados de parada
cardiorrespiratória[15,18,23].
Confirmando que o vitimado
está em parada cardiorrespiratória, os
profissionais deverão iniciar
imediatamente as intervenções de
suporte básico e avançado de
reanimação cardiopulmonar, seguindo o
protocolo sistematizado, associando
intervenções específicas para cada
situação ou causado evento cardíaco.
De acordo com o protocolo
instituído pela AHA, a Sociedade
Brasileira de Cardiologia (SBC) e
Instituto do Coração (INCOR), seguem
um atendimento sistemático para que
seja obtido o retorno de circulação
espontânea, essa sequência de
intervenções que já se é estabelecida
desde 2010 e se mantem até os dias
atuais. A sequência CABD (C-
CIRCULAÇÃO, A-ABERTURA DE
VIAS AÉREAS, B-VENTILAÇÃO, D-
DESFIBRILAÇÃO/DIAGNÓSTICO
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16
DIFERENCIAL), seja na abordagem
primária, que é o suporte básico, seja na
abordagem secundária, que no caso,
será o suporte avançado[05,15,18,24,25,26].
3.1 Circulação
Para que seja realizado as
compressões cardíacas de forma correta,
pois o local a ser comprimido será o
terço médio do osso esterno ou a porção
inferior do corpo do esterno, uma vez
que o esterno é dividido em 03 (três)
partes: Fúrcula esternal, corpo do
esterno e apêndice xifoide, o
profissional deverá identificar o local
específico utilizando técnicas
específicas de palpação até que seja
localizado a área a ser comprimida[15,18].
Sempre utilizar essa técnica para
identificação do ponto de compressão
torácica em adultos, sendo a linha
intermamilar utilizada apenas em
neonatos e lactentes, pois devido a
questões fisiológicas, dependendo do
biótipo e até mesmo do envelhecimento,
algumas estruturas corporais,
principalmente do adulto mudam com o
passar dos anos, fazendo com que uma
compressão na região intermamilar não
seja aconselhado[15,18].
Após identificação correta do
ponto de compressão torácica, o
profissional deverá utilizar as técnicas
de compressões de acordo com o
biotipo do vitimado: adulto (utilizando
as duas mãos). Deve-se utilizar,
preferencialmente, a mão de maior força
em contato com o tórax do vitimado,
totalmente espalmada e com a região
hipotênar (o calcanhar da mão) apenas
em contato com o tórax. No adulto, a
mão de menor força fica sobreposta e
entrelaçada sobre a mão que está em
contato com o tórax, mantendo os
braços firmes e esticados, pois a força
de compressão será exercida pelo tronco
do profissional que irá comprimir
associado ao alinhamento do corpo com
o centro do tórax da vítima, formando
um ângulo reto, ou seja, um ângulo de
90º (noventa graus) [15,18]. Após todo esse
preparo, o profissional deverá realizar
uma força de compressão, de acordo
com o protocolo internacional, em
adultos de 5 (cinco) a 6 (seis)
centímetros, cerca de 2-2,4 polegadas.
Mantendo um frequência de 100(cem) e
120(cento e vinte) compressões por
minuto[15,18]. Nas intervenções de
suporte avançado, deve ser associado,
juntamente com as compressões
cardíacas, a monitorização
hemodinâmica da vítima, progresso de
acesso venoso de grande calibre (veias
localizadas próximo a fossa
antecubital), acesso intraóssea ou tubo
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17
endotraqueal (caso o acesso venoso seja
inviável) e utilização de
drogas/fármacos específicas em parada
cardiorrespiratória, na qual abordaremos
mais adiante, no item 3.4.
3.2 Abertura de Vias Aéreas e
Ventilação
No que diz respeito as técnicas
de abertura de via aérea e ventilação, a
AHA, a SBC e o INCOR enfatizam que
após as compressões cardíacas,
devemos inspecionar cavidade oral,
buscando algo que possa comprometer a
ventilação ou até mesmo esteja
provocando a parada cardiorrespiratória
propriamente dita. Deve-se utilizar
técnicas de abertura de via aérea
específicas para vítimas com condições
clínicas e traumáticas, caso o vitimado
tenha alguma suspeita de lesão de
coluna cervical[15,18]. Após inspeção da
via aérea deverá ser utilizado, se não for
contraindicado, a cânula orofaríngea
para manter permeabilidade da via
aérea, no entanto existem restrições em
utilizá-la, devendo ser utilizada apenas
em pacientes inconscientes e sem
reflexo de tosse, evitando assim refluxo
gastresofágico e consequentemente
broncoaspiração[5,13,15,18,22].
Realizado a inspeção e
permeabilidade da via aérea, deve-se
realizar as técnicas de ventilações de
forma a observar a elevação do tórax,
mantendo oxigênio a 100%, utilizando o
reanimador manual, mais conhecido
como dispositivo bolsa válvula máscara,
seja adulto, pediátrico ou neonato, de
acordo com o biótipo do vitimado, com
pressão e fluxos adequando, afim de
evitar ventilação excessiva, pois poderá
levar ao aumento da pressão
intratorácica, diminuindo retorno
venoso e débito cardíaco e ainda
provocar vasoconstricção das artérias
neurais, diminuindo a pressão de
perfusão cerebral, consequentemente a
taxa de sobrevida do paciente reduzirá,
além de evitar traumas por volume
excessivo, conhecidos por barotraumas
ou volutraumas[15,18].
Nas intervenções de suporte
avançado, no que diz respeito a abertura
e via aérea e ventilação, o profissional
habilitado deverá utilizar técnicas para
progredir a uma via aérea avançada,
como uma intubação endotraqueal ou,
dependendo da situação, utilizando
dispositivos supraglóticos, como
máscara laríngea, tubo laríngeo ou
dispositivo esofágico traqueal,
conhecido popularmente com
combitubo. Após instalação de uma via
aérea avançada, deve-se realizar a
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18
confirmação do posicionamento do tubo
endotraqueal através dos focos de
ausculta: foco epigástrico e os
hemitórax, evitando intubação esofágica
ou seletividade[15,18]. Deve ser realizado
fixação do tubo endotraqueal e
adaptando capnografia com forma de
onda para avaliar não só o valor do
dióxido de carbono exalado, mas
também para avaliar a efetividade das
manobras de reanimação
cardiopulmonar.
Valores de capnografia abaixo
de 10mmHg durante a RCP são
inviáveis no que se diz respeito as
chances de sobrevida do vitimado em
PCR[15,18].
3.3 Relação Compressão x
Ventilação e Reavaliação
A seguir estão informações referente
a relação compressão e ventilação no
suporte básico e avançado, quando a
vítima possui dispositivo de via aérea
avançado durante a reanimação
cardiopulmonar[15,18]:
Adulto: 30 compressões x 02
ventilações a cada 02 minutos
ou compressões contínuas por
02 minutos x 01 ventilação a
cada 6 segundos (suporte básico) [27];
• Adulto: Compressões contínuas
x 01 ventilação a cada 6
segundos por 02 minutos
(suporte avançado);
3.4 Desfibrilação e Diagnóstico
Diferencial
Em parada cardiorrespiratória,
os quatro tipos de ritmos apresentados
são: Fibrilação Ventricular(FV),
Taquicardia Ventricular sem
pulso(TVSP), Atividade elétrica sem
pulso (AESP) e Assistolia[15,18]. Elas são
subdivididas em ritmos chocáveis e
ritmos não chocáveis. No caso da uso
do desfibrilador, somente será utilizado
terapia elétrica nos ritmos de fibrilação
ventricular e taquicardia ventricular sem
pulso, considerados ritmos chocáveis.
Nos ritmos não chocáveis, ou seja,
AESP e assistolia, não é recomendado
terapia elétrica, uma vez que o
miocárdio está totalmente parado e,
caso seja realizado terapia elétrica em
ritmos que não são indicativos de
choque, poderá ocorrer um aumento da
área de lesão miocárdica[15,18].
Atualmente no Brasil existem
desfibriladores que possuem a
modalidade de cardioversão (utilizados
nas Taquiarritmias), bem como a
modalidade DEA (desfibrilador externo
automático), esse último, perfeitamente
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19
adaptado, otimiza o tempo na leitura do
ritmos cardíaco e orienta o profissional
que opera o aparelho como proceder. Os
desfibriladores possuem configurações
monofásicas, onde a carga máxima em
joules é de 360j e também
desfibriladores bifásicos, onde a carga
máxima em joules é de 200j[28]. Em se
tratando de terapia elétrica no adulto,
caso seja necessário aplicar
desfibrilação, deverá ser utilizado carga
de energia máxima, ou seja, se a
apresentação do desfibrilador for
monofásica (360j), se for bifásica (120-
200j). A grande maiorias dos
desfibriladores possuem além dos
eletrodos adultos, também os
pediátricos, o que assegura o operador
uma carga máxima pré-estabelecida [15,18,
28].
Com relação ao posicionamento
das pás/eletrodos, alguns equipamentos
vem com descrições anexadas nas
pás/eletrodos, seja através de desenhos
ou escritas, dependendo do fabricante e
modelos apresentados. No entanto, na
maioria das apresentações, o
posicionamento das pás fica localizado
na região infraclavicular para esternal
(pá ou eletrodo direito) e ápice cárdico
na linha axilar média (pá ou eletrodo
esquerdo) [15,18]. Esse posicionamento
assemelhasse ao eixo elétrico cardíaco
ideal e também a derivação
eletrocardiográfica DII[28].
A principal finalidade de realizar
um terapia elétrica, ou seja,
desfibrilação é de provocar uma
despolarização miocárdica, promovendo
uma breve pausa “assistolia”, para que o
nó sinusal, considerado marcapasso
fisiológico, assuma sua função de
origem, que é conduzir todo o sistema
eletrofisiológico [13,15,18,22,28].
Algumas situações especiais devem ser
consideradas aqui: [15,18, 28]:
-Pacientes molhados ou coberto
de pelo: Deverá secar pelo menos o
tórax do vitimado e nos casos de pelos,
realizar tricotomia no local onde será
aplicado as pás de desfibrilação,
diminuindo assim a impedância
transtorácica, aumentando o contato das
pás com a pele e consequentemente a
eficácia da desfibrilação.
-Portadores de marcapasso ou
CDI (cardioversor, desfibrilador
implantado): Caso esse dispositivo
esteja inserido no local de onde deverá
ser aplicado as pás de desfibrilação,
essas pás deverão ser afastadas cerca de
10cm do contato direto com o
marcapasso ou até mesmo mudar o
posicionamento das pás de
desfibrilação, desde que se mantenha no
eixo elétrico, afim de evitar danos ao
aparelho implantado.
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20
-Pacientes gestantes: Não há
nenhuma restrição na aplicação de
desfibrilação de vítimas gestantes em
parada cardiorrespiratória. Se as pás
estiverem perfeitamente aplicadas de
forma correta, a intensidade de energia
até chegar ao feto será insuficiente para
trazer danos ao mesmo. Outra
peculiaridade na gestante é que deverá
ser realizado, se não contraindicado,
elevação do membro inferior direito,
fazendo um deslocamento prévio do
útero gravídico para o lado esquerdo,
diminuindo assim a compressão da veia
cava, melhorando retorno venoso e
débito cardíaco. Caso haja alguma
restrição, poderá ser realizado
deslocamento manual do útero, ou seja,
com uma das mãos, para o lado
esquerdo da vítima, favorecendo
também o retorno venoso e débito
cardíaco.
Ao operar o desfibrilador, o
profissional responsável deverá se
certificar antes mesmo de realizar a
terapia de desfibrilação, se todos os
profissionais estão afastados da vítima,
afim de evitar acidentes decorrentes da
descarga de energia e, após a
desfibrilação deve-se iniciar
imediatamente as intervenções de
reanimação cardiopulmonar[15,18].
Além da desfibrilação, que é
utilizado nos ritmos chocáveis, nos
casos de ritmos não chocáveis é
utilizado o diagnóstico diferencial ou
conhecido como os famosos “Hs e Ts”,
que são causas de parada
cardiorrespiratórias que tem uma maior
chance de êxito durantes as intervenções
de reanimação cardiopulmonar e
consequentemente do retorno da
circulação espontânea[15,18]. Para cada
diagnóstico diferencial existe uma
conduta específica afim de aumentar a
taxa de sobrevida do vitimado. Dentre
os diagnósticos diferenciais estão:
Hipóxia, hipovolemia,
hipotermia/hipertermia, hipoglicemia,
acidose metabólica, hipo/hipercalemia,
tamponamento cardíaco, tensão de
tórax, tromboembolismo pulmonar,
trombose miocárdica, overdose a
drogas[15,18] (tabela 1).
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21
Tabela 1 – Principais diagnósticos diferenciais de acordo com a AHA (2015) que possuem maiores possibilidades de reversão de uma PCR e consequentemente obtenção do RCE.
Hs Intervenções Ts IntervençõesHipóxia Ofertar O2 Tamp. Cardíaco Pericardiocentese
Hipovolemia Cristalóide (SRL/SF 0,9%)
TEP Anticoagulantes / Cirurgia
H+ (Acidose) HCO3 à 8,4% Trombose Miocárdica
Hemodinâmica
Hiper/Hipo K+ HCO3 ou Ca++
(Gluc/Clor.) / Sulf. Mg 1-2g
Tensão de Tórax “Pneumotórax”
Toracocentese / Drenagem de tórax
Hipotermia Manta Térmica Toxinas “Overdose”
Antídoto (Naloxona)
Hipoglicemia Glicose 50% + SG 5% (manutenção)
3.5 Principais Medicações
Utilizadas em Parada
cardiorrespiratória
Com relação as principais drogas
utilizadas em parada cardiorrespiratória,
a AHA preconizou 03(três) drogas
principais a serem utilizadas durante
uma PCR, são elas: Epinefrina,
Amiodarona e Lidocaína. Outras drogas
podem ser utilizadas desde que seja
associado as causas prováveis da parada
cardiorrespiratória, como bicarbonato
de sódio, sulfato de magnésio,
naloxona, dentre outros. Porém
abordaremos as três principais drogas
utilizadas: epinefrina, amiodarona e
lidocaína[15,18] (Tabela 2).
MEDICAÇÃO APRESENTAÇÃO DOSE INICIAL DOSE MÁXIMA
Epinefrina Amp. de 1mg/ml 1mg-3/5min Indeterminada
Amiodarona Amp. 150mg/3ml 300mg-3/5min +
150mg S/N.
450mg
Lidocaína S/V 1%-(10mg/ml)
2%-(20mg/ml)
1-1,5mg/Kg 3mg/kg de peso
Tabela 2 – Principais medicações utilizadas durante a PCR de acordo com as diretrizes da AHA (2015).
-Epinefrina: A epinefrina é uma
catecolamina natural que estimula os
receptores alfa “que promove constrição
das arteríolas, aumentando a resistência
vascular sistêmica”, Beta 1 e 2,
promovendo efeito inotrópico positivo
“força de contração”, aumentando a
frequência cardíaca e efeito
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22
cronotrópico positivo aumentando a
demanda de oxigênio miocárdica. A
epinefrina é utilizada em todos os tipos
de parada cardiorrespiratória e sua
dosagem é de 1mg por via endovenosa
ou intraóssea, seguida de 10-20ml de
fluído, no intervalo de 3(três) à 5
(cinco) minutos. Caso seja administrada
por via endotraqueal, deverá ser
administrada 2-2,5mg, sendo diluído em
5-10 ml de água destilada ou soro
fisiológico estéril[13,15,18].
-Amiodarona: A amiodarona é
um antiarrítmico de classe 3. Ela
promove uma depressão da
automaticidade dos nó sinusal e
atrioventricular, promovendo
diminuição da contratilidade
miocárdica. A amiodarona é utilizado
em parada cardiorrespiratória em ritmos
chocáveis, ou seja, fibrilação ventricular
e taquicardia ventricular sem pulso. Sua
dosagem total de ataque é de 450mg por
via endovenosa ou intraóssea, sendo que
subdividida em 300mg iniciais e caso o
ritmo chocável seja refratário, poderá
ser administrado mais 150mg, no
intervalo de 3-5 minutos. A amiodarona
não deve ser administrada por via
endotraqueal devido a sua baixa
lipossolubilidade, ocorrendo apenas
cerca de 20% a 30% de sua
absorção[13,15,18,29].
-Lidocaína: A lidocaína é um
antiarrítmico de classe 1B. Promove a
redução da condução no tecido cardíaco
sem afetar negativamente a condução
eletrofisiológica. Ela substitui a
amiodarona caso esta não esteja
disponível e é utilizada nas paradas
cardiorrespiratórias chocáveis. Pode ser
administrada por via endovenosa ou
intraóssea, na dosagem máxima de 3mg
por quilo de peso, podendo ser
fracionada entre 1 à 1,5mg por quilo de
peso, no intervalo de 5-10 minutos.
Caso seja administrada por via
endotraqueal, sua dosagem é de 2-3mg
por quilo, cerca de 2-2,5 vezes à
dosagem endovenosa[13,15,18,29].
4. PRINCIPAIS CAUSAS E FATORES DE INSUCESSO DO RETORNO DA CIRCULAÇÃO ESPONTÂNEA DURANTE A REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR NO PRÉ-HOSPITALAR
No Brasil, cerca de 300
(trezentas) mil pessoas são acometidas
de arritmias cardíacas e parada
cardiorrespiratória propriamente dita, no
entanto, cerca de 60% -70% ocorrem
antes da hospitalização[18]. O principal
fator do insucesso do retorno da
circulação espontânea é o atraso do
diagnóstico da parada
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23
cardiorrespiratória e o início tardio das
intervenções de suporte básico de vida
em reanimação cardiopulmonar.
Decorrente da falta de
conhecimento por parte da população,
dos profissionais da regulação que, por
muitas vezes não orientam o leigo como
proceder durante um evento de parada
cardiorrespiratória, além do tempo
resposta que uma viatura leva para
chegar ao local do evento,
principalmente devido ao fator
trânsito[18]. Porém, outros fatores
também estão associados ao insucesso
durante o atendimento de um evento de
parada cardiorrespiratória no âmbito
pré-hospitalar, como vítimas acometidas
de grandes perdas sanguíneas,
decorrente de politraumatismos, vítimas
com sinais óbvias de morte, como:
pupilas em midríase paralítica, livor ou
rigor mortis, decaptação e esmagamento
de crânio, doenças em fase terminal,
além de pacientes com idade avançada,
associado à comorbidades[13,15,18].
5. Considerações finais
A PCR, por ser uma
intercorrência às vezes inesperada,
requer de toda equipe de enfermagem,
domínio diante ao reconhecimento
prévio, abordagem e atuação rápida para
que o atendimento seja eficaz. A
deficiência e a falta de preparo no
conhecimento teórico e prático podem
trazer sérios problemas no que diz
respeito a excelência no atendimento e
consequentemente ao aumento da taxa
de sobrevida dos vitimados de parada
cardiorrespiratória. Mesmo tendo
experiência e formação qualificada no
atendimento pré-hospitalar, todo
profissional deve periodicamente buscar
qualificação, capacitação e
aperfeiçoamento para manter sempre a
excelência no atendimento e aumentado
cada vez mais a taxa de sobrevida
desses vitimados.
É sempre necessário uma
educação continuada permanente
atuante e eficaz no âmbito do
atendimento pré-hospitalar,
principalmente no que diz respeito aos
novos protocolos em serviço sobre PCR
e RCP. O sucesso de toda equipe
durante uma RCP, depende além de
vários fatores, de uma equipe
devidamente treinada e capacitada,
baseados em estudos e protocolos que
mostram como devem ser a abordagem
dos profissionais frente uma PCR,
baseando-se no Guidelines da AHA
2015, pelos protocolos aplicados pela
Sociedade Brasileira de Cardiologia,
associando sempre a vivência prática do
dia-a-dia. Deve-se utilizar as
intervenções de suporte básico de vida e
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24
técnicas de suporte avançado, associado
as buscas das prováveis causas da
parada cardiorrespiratória e realizar as
intervenções específicas para cada uma
delas, sempre utilizando a cadeia de
sobrevivência, para que o atendimento
seja sistematizado, minimizando assim,
a perda de tempo para atuação em PCR,
salientando que a cada um minuto que o
paciente fica sem receber RCP de
qualidade, perde cerca de 10% da
capacidade neural, e otimizando o
tempo, realizando RCP precocemente,
esse percentual cai para cerca de 4-7%,
aumentando assim a taxa de sobrevida e
qualidade de vida do paciente com
evento de PCR.
Assim, é de suma importância
que toda a equipe de saúde, em especial
os enfermeiros, uma vez que o mesmo é
“conhecedor” e lidera uma equipe de
enfermagem, estejam sempre
atualizados sobre estes protocolos, para
que a assistência ao paciente em
situação de parada cardiorrespiratória
seja prestada de forma eficaz, pois ele
dispõe dentro de seu serviço,
equipamentos e materiais que ele
precisa possuir conhecimento e domínio
e, que traz todo o suporte necessário
para dar um atendimento de qualidade
ao paciente, mas para tal, precisa-se de
uma educação continuada que possa
sim, reciclar o profissional enfermeiro
sobre o assunto periodicamente, além da
busca de cursos de qualificação,
capacitação e aperfeiçoamento
profissional.
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25
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