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Atividades sobre substantivo Questão 01 - (UNIFICADO RJ) DETERMINISMOS Acho que o caráter de um povo decorre de sua língua, e não o contrário. O constante mau humor do francês, por exemplo, é uma exigência fonética: a língua francesa soa melhor quando exprime alguma indisposição com o mundo ou com um semelhante. Certos sons, em francês, só são perfeitamente atingidos num determinado grau de irritação. O que, à primeira vista, parece uma insanável assincronia entre o francês e o seu fígado ou o seu destino pessoal não passa de um determinismo da pronúncia. Não se pode esperar do francês o gesto largo e generoso de um povo com amplas vogais, como o Italiano. O que se ouve é uma enganosa amargura, fruto das consoantes construtivas. A mania dos alemães de dominar o mundo talvez venha do caráter predatório da sua língua, sempre atrás de maneiras de combinar mais e mais significados numa só palavra. Há quem diga que o ideal alemão é reduzir tudo o que precisa ser dito a uma interminável fileira de sílabas, a uma palavra única que circundaria o globo e tornaria todas as outras línguas obsoletas. Já escrevi que Portugal colonizou a África e o Brasil porque o português falado lá se tornara tão difícil de dizer que precisava de ar. Foi a falta de ar que impeliu as caravelas. O português falado na África e no Brasil é justamente o português de Portugal com mais espaço. O mesmo aconteceu com o inglês americano e australiano em relação ao inglês. Este teria, com o tempo, se tornado incompreensível para seus próprios usuários, se não tivesse adquirido dois grandes continentes, onde pôde respirar e se espraiar. Mas se faz bem à língua o espaço maior pode prejudicar o caráter. Em Portugal ele dizem "ao" onde nós dizemos "ão" e por isso a nossa "corrupção" parece maior, tem a força descritiva de um superlativo. É como se existisse a palavra "corrupcinha", mas. de tão pouco adequada aos nossos hábitos, se tivesse perdido no tempo, substituída para sempre pelo seu oposto. Nosso português liberado pelo nosso tamanho nos compeliria só aos grandes pecados. A culpa não é nossa, é dos nossos superlativos. Ditongo nasal é destino. (Adaptado - VERÍSSIMO, L.F., In Jornal do Brasil, 8/7/95.) Ao considerar o substantivo "corrupção" uma formação superlativa, o autor pretende salientar, mais do que uma noção de tamanho, uma ideia de: a) assimetria b) afetividade c) intensidade d) pejoração e) quantidade Questão 02 - (UFAM) Assinale a opção constante de substantivo que, no plural, NÃO sofre mudança de timbre (de o fechado para o aberto): a) esforço / esforços b) osso / ossos c) imposto / impostos d) esposo / esposos e) fogo / fogos Questão 03 - (UNIMONTES MG) A BELEZA NÃO É UM ATRIBUTO FUNDAMENTAL 1 Entre os mitos do amor não provados, porém muito acreditados encontra-se o da beleza. Diz-se que a paixão pede a beleza para crescer, e nosso querido poeta Vinícius de Moraes chegou ao extremo de afirmar: “As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”. Já na descrição homérica da guerra de Tróia, atribuía-se o conflito à beleza de Helena, reforçando a crença no poder da 5 estética e em sua importância para o florescimento do amor. No entanto, as coisas não se passam bem assim na realidade. Se a beleza fosse imprescindível para o amor, onde ficariam todos os feios e as feias que conhecemos, provavelmente a maior parte da população? Eles precisariam perguntar ao poeta para que seria a beleza fundamental. Como a beleza é menos frequente do que a feiura, podemos presumir que a maioria formada pelos feios dê valor à 10 qualidade que lhes é ausente, e, por essa razão, haveria uma ponderável parcela de pessoas valorizando, até excessivamente, a beleza como qualidade importante na busca de um(a) parceiro(a). COLÉGIO SHALOM Ensino Médio 2ª Série Profº: Clécio Oliveira Língua Portuguesa Aluno (a) : ______________________________________ Trabalho de Língua Portuguesa Data: Março de 2015 Valor: 24% Nota: _____

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Atividades sobre substantivo

Questão 01 - (UNIFICADO RJ)

DETERMINISMOS

Acho que o caráter de um povo decorre de sua língua, e não o contrário. O constante mau humor do francês, por exemplo, é uma exigência fonética: a língua francesa soa melhor quando exprime alguma indisposição com o mundo ou com um semelhante. Certos sons, em francês, só são perfeitamente atingidos num determinado grau de irritação. O que, à primeira vista, parece uma insanável assincronia entre o francês e o seu fígado ou o seu destino pessoal não passa de um determinismo da pronúncia. Não se pode esperar do francês o gesto largo e generoso de um povo com amplas vogais, como o Italiano. O que se ouve é uma enganosa amargura, fruto das consoantes construtivas. A mania dos alemães de dominar o mundo

talvez venha do caráter predatório da sua língua,

sempre atrás de maneiras de combinar mais e mais

significados numa só palavra. Há quem diga que o

ideal alemão é reduzir tudo o que precisa ser dito a

uma interminável fileira de sílabas, a uma palavra

única que circundaria o globo e tornaria todas as

outras línguas obsoletas.

Já escrevi que Portugal colonizou a África e

o Brasil porque o português falado lá se tornara tão

difícil de dizer que precisava de ar. Foi a falta de ar

que impeliu as caravelas. O português falado na

África e no Brasil é justamente o português de

Portugal com mais espaço. O mesmo aconteceu com

o inglês americano e australiano em relação ao

inglês. Este teria, com o tempo, se tornado

incompreensível para seus próprios usuários, se não

tivesse adquirido dois grandes continentes, onde

pôde respirar e se espraiar.

Mas se faz bem à língua o espaço maior pode

prejudicar o caráter. Em Portugal ele dizem "ao"

onde nós dizemos "ão" e por isso a nossa

"corrupção" parece maior, tem a força descritiva de

um superlativo. É como se existisse a palavra

"corrupcinha", mas. de tão pouco adequada aos

nossos hábitos, se tivesse perdido no tempo,

substituída para sempre pelo seu oposto. Nosso

português liberado pelo nosso tamanho nos

compeliria só aos grandes pecados. A culpa não é

nossa, é dos nossos superlativos. Ditongo nasal é

destino. (Adaptado - VERÍSSIMO, L.F., In Jornal do Brasil, 8/7/95.)

Ao considerar o substantivo "corrupção" uma

formação superlativa, o autor pretende salientar,

mais do que uma noção de tamanho, uma ideia de:

a) assimetria

b) afetividade

c) intensidade

d) pejoração

e) quantidade

Questão 02 - (UFAM)

Assinale a opção constante de substantivo que, no

plural, NÃO sofre mudança de timbre (de o fechado

para o aberto):

a) esforço / esforços

b) osso / ossos

c) imposto / impostos

d) esposo / esposos

e) fogo / fogos

Questão 03 - (UNIMONTES MG)

A BELEZA NÃO É UM ATRIBUTO

FUNDAMENTAL 1Entre os mitos do amor – não provados, porém

muito acreditados – encontra-se o da beleza.

Diz-se que a paixão pede a beleza para crescer, e

nosso querido poeta Vinícius de Moraes chegou ao

extremo de afirmar: “As feias que me perdoem, mas

beleza é fundamental”. Já na descrição homérica da

guerra de Tróia, atribuía-se o conflito à beleza de

Helena, reforçando a crença no poder da 5estética e

em sua importância para o florescimento do amor.

No entanto, as coisas não se passam bem assim na

realidade. Se a beleza fosse imprescindível para o

amor, onde ficariam todos os feios e as feias que

conhecemos, provavelmente a maior parte da

população? Eles precisariam perguntar ao poeta para

que seria a beleza fundamental. Como a beleza é

menos frequente do que a feiura, podemos presumir

que a maioria formada pelos feios dê valor à 10

qualidade que lhes é ausente, e, por essa razão,

haveria uma ponderável parcela de pessoas

valorizando, até excessivamente, a beleza como

qualidade importante na busca de um(a) parceiro(a).

COLÉGIO SHALOM

Ensino Médio – 2ª Série

Profº: Clécio Oliveira – Língua Portuguesa

Aluno (a) : ______________________________________

Trabalho de Língua

Portuguesa

Data: Março de 2015

Valor: 24% Nota: _____

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Para confirmar essa hipótese, podemos tomar o

exemplo do próprio Vinícius de Moraes, que

certamente já não primava pela beleza na época em

que criou a famosa frase.

Frequentemente, vemos casais que nos chamam a

atenção exatamente por serem singularmente 15

díspares, pois, enquanto um é muito bonito, o outro

é bem o contrário. É provável que isso se deva a um

fenômeno bastante comum – a atração dos opostos.

Tanto quanto uma pessoa feia pode valorizar a

beleza como qualidade que busca em seu parceiro, a

pessoa bonita pode se desinteressar por uma

qualidade que, para ela, não passa de um dom

natural, em geral escassamente apreciado por não ser

fruto de um especial esforço, por não ser uma

conquista, mas algo recebido, por assim dizer, de

mão 20

beijada.

Na verdade, se pensarmos friamente, a beleza –

como característica desejada no parceiro que

buscamos – deve vir numa posição não muito

destacada, visto que existem muitas outras

qualidades que são de fato mais fundamentais

quando procuramos nosso companheiro de viagem

pela vida. Honestidade, inteligência, capacidade de

amar, diligência, generosidade, bondade, disciplina

pessoal e 25

saúde são algumas das qualidades que

valorizam uma pessoa mais que simplesmente sua

formosura. Daí a sabedoria popular afirmar que

“beleza não põe mesa”.

Não resta a menor dúvida de que a beleza abre

portas, facilita um primeiro contato, cria uma

impressão favorável e uma predisposição positiva

nas pessoas. Até porque ela tende a ser vista como a

expressão externa de algo interno, ou seja, mostra-se

como uma prévia de qualidades a serem 30

percebidas

posteriormente. Tendemos a acreditar que uma

pessoa é boa e inteligente simplesmente porque é

bela. Isso, porém, pode se tornar uma faca de dois

gumes na medida em que se passa a esperar um

melhor desempenho e um maior leque de qualidades

em uma pessoa, apenas pelo fato de ela ser bonita.

É muito comum encontrarmos entre as mulheres –

como corolário do mito da beleza 35

fundamental –

um outro mito: o da capa de revista. Muitas

mulheres tendem a ficar inseguras quando disputam

um namorado com outra que consideram mais bonita

ou quando percebem seu homem manifestar

interesse por uma mulher do tipo “capa de revista”.

Na imaginação, acolhem a ideia de que os homens

tenderiam a procurar mulheres especialmente

bonitas para serem suas parceiras, o que viria a se

encaixar com a ideia de que a beleza seria mesmo a

qualidade mais valorizada por eles. Podem até 40

existir aqueles que colocam a beleza em primeiro

lugar, mas é muito provável que sejam minoria. A

maior parte dos homens está em busca de mulheres

com outras qualidades consideradas mais

fundamentais.

A qualidade de fato mais importante está na

capacidade de cada indivíduo tirar partido dos

aspectos positivos de sua aparência. Com isso, cada

um de nós mostra que, mais fundamental do que 45

ser bonito, é revelar uma atitude de amor, carinho e

cuidado consigo mesmo. Isso pode ser percebido por

sinais exteriores que, por serem realmente mais

valiosos do que a beleza natural, acabam se

confundindo com ela. O que acontece, muitas vezes,

é que uma pessoa se torna atraente e nos parece

bonita devido somente às suas outras qualidades. Luiz Alberto Py

Em qual das alternativas abaixo, a palavra destacada

é um substantivo?

a) “A beleza não é um atributo fundamental.”

(título do texto)

b) “... qualidades que valorizam uma pessoa

mais que simplesmente sua formosura.” (linha 25)

c) “... uma pessoa se torna atraente...” (linha 47)

d) “É muito comum encontrarmos entre as

mulheres...” (linha 34)

Questão 04 - (UNIPAR PR)

Primeiro foi a devastação, depois a indignação – e

agora a ação. Os termos destacados são substantivos

abstratos derivados de verbo. Assinale a alternativa

em que o substantivo abstrato NÃO deriva de verbo:

a) A concessão de regalias.

b) A explanação dos versos.

c) A manutenção do automóvel.

d) A cessão de direitos.

e) A solidão dos trabalhadores.

Questão 05 - (FUVEST SP)

S. Paulo, 13-XI-42

Murilo

São 23 horas e estou honestissimamente em casa,

imagine! Mas é doença que me prende, irmão

pequeno. Tomei com uma gripe na semana passada,

depois, desensarado, com uma chuva, domingo

último, e o resultado foi uma sinusitezinha infernal

que me inutilizou mais esta semana toda. E eu com

tanto trabalho! Faz quinze dias que não faço nada,

com o desânimo de apósgripe, uma moleza

invencível, e as dores e tratamento atrozes. Nesta

noitinha de hoje me senti mais animado e andei

trabalhandinho por aí. (...)

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Quanto a suas reservas a palavras do poema que lhe

mandei, gostei da sua habilidade em pegar todos os

casos “propositais”. Sim senhor, seu poeta, você até

está ficando escritor e estilista. Você tem toda a

razão de não gostar do “nariz furão”, de

“comichona”, etc. Mas lhe juro que o gosto

consciente aí é da gente não gostar sensitivamente.

As palavras são postas de propósito pra não gostar,

devido à elevação declamatória do coral que

precisa ser um bocado bárbara, brutal,

insatisfatória e lancinante. Carece botar um pouco

de insatisfação no prazer estético, não deixar a

coisa muito bem-feitinha.(...) De todas as palavras

que você recusou só uma continua me desagradando

“lar fechadinho”, em que o carinhoso do diminutivo

é um desfalecimento no grandioso do coral. Mário de Andrade, Cartas a Murilo Miranda.

No texto, as palavras “sinusitezinha” e

“trabalhandinho” exprimem, respectivamente,

a) delicadeza e raiva.

b) modéstia e desgosto.

c) carinho e desdém.

d) irritação e atenuação.

e) euforia e ternura.

TEXTO comum às questões: 06 e 07

A DISTÂNCIA ENTRE LÍNGUA E DIALETO

Uma das distinções mais nebulosas da linguística

continua criando

polêmica entre os curiosos

O Brasil, frequentemente se diz, é um país de sorte

porque, apesar das dimensões continentais, aqui não

há dialetos – todos falamos a mesma língua.

Também é comum ouvir que as línguas europeias

têm muitos dialetos ou que na África as línguas

oficiais (dos colonizadores) convivem com dialetos

nativos. O que é, então, língua e dialeto? 05

Para o linguista Max Weinreich, “língua é um

dialeto com um exército e uma marinha”. Não está

longe da verdade. Afinal, a tradicional distinção

entre língua e dialeto está fundada em critérios mais

políticos do que linguísticos.

Língua é um sistema de comunicação formado por

sons vocais (fonemas), que se agrupam para formar

unidades dotadas de significado (morfemas), que se

agrupam para 10

formar palavras, que se agrupam (ih,

ficou monótono!) para formar frases, que se

agrupam para formar textos.

Do ponto de vista estritamente linguístico não há

nada que distinga língua de dialeto. Ambos os

sistemas têm léxico (um inventário de palavras) e

gramática (conjunto de regras de como as palavras

se combinam para formar frases, parágrafos e

textos). 15

Quem fala um idioma nacional e um dialeto

regional é tão bilíngue quanto quem fala dois

idiomas. Então por que alguns sistemas são

chamados de idiomas e outros, não?

Dialeto vem do grego dialektos, composto de dia,

“através”, e léktos, “fala”. Seria, segundo alguns,

uma espécie de fala “atravessada”, um linguajar

defeituoso, não conforme às normas do falar

estabelecidas pelos gramáticos. A primeira definição

de dialeto (que por 20

sinal, teria inspirado as

posteriores) baseava-se numa visão preconceituosa

que a elite ateniense do período clássico tinha em

relação à fala tanto das camadas populares quanto

dos estrangeiros (não-atenienses, inclusive gregos de

cidades vizinhas).

Hoje, costuma-se chamar de dialeto qualquer

expressão linguística que não seja reconhecida como

língua oficial de um país. Assim, um dialeto pode ser

tanto uma 25

variedade linguística regional do idioma

oficial quanto uma língua sem qualquer parentesco

com ele. BIZOCCHI, Aldo. A distância entre língua e dialeto. Revista Língua, ano 2, nº

14, dezembro de 2006. pp 54-57.

Questão 06 - (UFPI)

Em relação à palavra dialeto assinale a assertiva

CORRETA:

a) Trata-se de um neologismo, pois foi criada de

forma inédita pelos gregos;

b) Trata-se de uma derivação por prefixação,

pois inicia pelo prefixo “dia”;

c) Trata-se de um estrangeirismo, pois a palavra

tem origem na Grécia;

d) Trata-se de um substantivo comum de origem

grega;

e) Trata-se de um hibridismo, pois nasce a partir

da junção de duas palavras gregas;

Questão 07 - (UFPI)

O vocábulo “língua”, em relação à palavra

“português”, guarda uma relação de:

a) hiponímia;

b) hiperonímia;

c) sinonímia;

d) homonímia;

e) polissemia.

Questão 08 - (UFAM)

Assinale a opção em que o substantivo, ao ser

levado ao plural, não sofre metafonia (mudança de

timbre da vogal tônica: o fechado para o aberto):

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a) molho de peixe

b) poço artesiano

c) ovo de codorna

d) corpo de baile

e) posto de saúde

Questão 09 - (UNIMONTES MG)

Lembrança e esquecimento

DULCE CRITELLI 1“Como é antigo o passado recente!” Gostaria que a

frase fosse minha, mas ela é de Nelson Rodrigues

numa crônica de “A Menina sem Estrela”.

Também fico perplexa com esse fenômeno rápido e

turbulento que é o tempo da vida. Não são poucas as

vezes em que me volto para algum acontecimento

acreditando que ele ainda é atual e descubro 5que ele

faz parte do passado para outros.

Um exemplo é quando, em sala de aula, refiro-me a

eventos que se passaram nos anos 70 e meus alunos

me olham como se eu falasse da Idade Média... E eu

nem contei para eles que andei de bonde!

A distância entre nós não é apenas uma questão de

gerações. Eles nasceram em um mundo já

transformado pela tecnologia e pela informática.

Uma transformação que começou nos anos 50 e que

não 10

nos trouxe somente mais eletrodomésticos e

aparelhos digitais. Ela instalou uma transformação

radical do nosso modo de vida.

Mudou o mundo e mudou o jeito de viver. Mudou o

jeito de namorar, de vestir, de procurar emprego, de

andar na rua e de se locomover pela cidade.

Mudou o corpo. Mudou o jeito de escrever, de

estudar, de morar e de se divertir. Mudou o valor da 15

vida, do dinheiro e das pessoas...

Outros tempos. E, quando um jeito de viver muda,

ele não tem volta. Não se pode ter a experiência dele

nunca mais. Por isso, meus alunos e eu só podemos

compartilhar o tempo atual. Não podemos

compartilhar um tempo que, para eles, é passado,

mas, para mim, ainda é presente.

Os fatos de 30 anos atrás não são passado na minha

vida. Para mim, meu passado não passou e 20

minha

história não envelhece. Minha memória pode

alcançar os acontecimentos que vivi a qualquer

momento, e posso revivê-los como se ocorressem

agora. Mas, se eu os narrar, quem me ouve não pode,

como eu, vivenciá-los. Por isso, para meus alunos,

são contos o que para mim é vida.

Mas é assim que corre o rio da vida dos homens,

transformando em palavras o que hoje é ação. Se

não forem narrados, os acontecimentos e os nossos

feitos passam sem deixar rastros. 25

Faladas ou escritas, são as palavras que salvam o já

vivido e o conservam entre nós. Salvam os feitos e

os acontecimentos da sua total desintegração no

esquecimento.

A memória do já vivido e a sua narração numa

história é o que possibilita a construção da História e

das nossas histórias pessoais. Só os feitos e os

acontecimentos narrados em histórias são capazes de

salvaguardar nossa existência e nossa identidade. 30

Só conservados pela lembrança é que os feitos e os

acontecimentos podem entrar no tempo e fazer parte

de um passado. Recente ou antigo. Folha de São Paulo – 20/3/08

Os substantivos usados para dar título ao texto são

a) homônimos.

b) sinônimos.

c) antônimos.

d) parônimos.

Questão 18 - (IFRS)

QUINO. Mafalda 2. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as

afirmações abaixo sobre o emprego das classes de

palavras na tira.

( ) O vocábulo aqui é um pronome.

( ) O vocábulo veículo é um substantivo.

( ) O vocábulo isso é um artigo.

( ) O vocábulo ia é um verbo.

A sequência correta de preenchimento dos

parênteses, de cima para baixo, é

a) F – V – V – V.

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b) V – F – F – F.

c) F – F – V – V.

d) V – V – F – F.

e) F – V – F – V.

Questão 11 - (UFOP MG)

Doença do nosso tempo

Mariana Sgarioni

01

Você deve estar pensando: gente teimosa e turrona

existe desde que o 02

mundo é mundo. Por que só

agora se percebeu que isso é um transtorno de 03

personalidade que deve ser tratado? Porque a vida

nunca foi tão difícil para os 04

perfeccionistas. 05

Até poucas décadas atrás, o ritmo mais lento da

vida – e do trabalho – dava 06

espaço a que o sujeito

cabeça-dura se ocupasse com suas obsessões e fosse 07

especialista nelas. Um afinador de pianos podia

demorar semanas para devolver o 08

instrumento ao

cliente, pois seu trabalho dependia somente de

talento, aptidão e 09

treinamento. Mas as coisas

mudaram: surgiram artefatos eletrônicos que, se não 10

substituem perfeitamente o trabalho de um ouvido

absoluto, tornam o serviço bem 11

mais rápido e com

um resultado aceitável para a maioria dos mortais.

Pior para os 12

afinadores perfeccionistas, inventaram

pianos eletrônicos que nunca precisam ser 13

afinados. 14

Em resumo: a pessoa precisa saber se adaptar,

coisa dificílima para um 15

perfeccionista. “Vivemos

numa era em que as vidas social, profissional e

afetiva 16

exigem flexibilidade”, afirma Geraldo

Possendoro. “Quem não é flexível fica para 17

trás e

sofre de ansiedade.” 18

Além disso, a era da informação rápida e fácil –

mas nem sempre confiável 19

– é o inferno dos

perfeccionistas porque os obriga a elevar os próprios

padrões de 20

exigência. Até meados da década de

1990, um jornalista que quisesse escrever 21

sobre

afinação de pianos precisaria se desdobrar para achar

fontes especializadas 22

de informação. Qualquer

besteira escrita passaria em branco para a maioria

dos 23

leitores – só os perfeccionistas teriam

disposição para correr atrás dessas fontes. 24

Hoje,

qualquer tipo de informação – de afinação de pianos

a disfunções intestinais 25

do bagre africano – estão

disponíveis na internet para o jornalista, seu chefe e 26

todos os leitores (ai, Jesus!). 27

Mais fácil que mudar esse mundo é tentar

amolecer a cabeça dura dos 28

perfeccionistas. Mas

como? A psicóloga americana Alice Provost propôs

um 29

exercício para o grupo que estudou na

universidade – uma série de regras que 30

tinham por

objetivo livrar essas pessoas de suas próprias regras

mentais. Elas eram 31

mais ou menos assim: termine

o expediente na hora certa; não chegue ao trabalho 32

antes da hora estabelecida; faça todas as pausas a

que tem direito; deixe a mesa 33

bagunçada;

determine um número de tentativas para concluir o

trabalho e, em 34

seguida, entregue o que tiver.

“Parecem coisas banais, porque aquilo que alguns 35

deles consideram fracasso é algo para o que a

maioria das pessoas não dá a 36

mínima importância”,

diz. Depois pergunte: você foi castigado? A

universidade 37

deixou de funcionar? Você está mais

feliz? Segundo a professora, os cobaias 38

perceberam que se preocupavam demais com

bobagens. “Todos ficaram surpresos 39

porque tudo

continuava funcionando”. In: Superinteressante, março de 2008, p. 69.

“[...] termine o expediente na hora certa; não chegue

ao trabalho antes da hora estabelecida; faça todas as

pausas a que tem direito; [...] e, em seguida,

entregue o que tiver.” (linha 31)

Assinale a alternativa em que a transposição para o

plural está correta:

a) terminem o expediente na hora certa; não

cheguem ao trabalho antes da hora estabelecida;

façam todas as pausas a que têm direito; [...] e, em

seguida, entreguem o que tiverem.

b) terminem os expedientes na hora certa; não

cheguem aos trabalhos antes da hora estabelecida;

façam toda pausa que têm direitos, [...] e, em

seguida, entreguem o que tiverem.

c) terminem os expedientes nas horas certas;

não chegues aos trabalhos antes das horas

estabelecidas; façam todas as pausas a que tem

direitos; [...] e, em seguida, entregue o que tiverem.

d) terminem o expediente nas horas certas; não

cheguem ao trabalho antes das horas estabelecidas;

façam toda pausa que tem direito; [...] e, em seguida,

entregue o que tiver.

Questão 12 - (IFSP)

Responda de acordo com a gramática normativa.

O substantivo em destaque está corretamente

flexionado no plural em:

a) Vários painéus explicativos foram expostos

para orientar os visitantes que vêm ao museu.

b) Os arqueólogos até hoje tentam decifrar

alguns caracteres usados por povos da Antiguidade.

c) Os cidadões estão indignados com o

aumento excessivo e injusto dos impostos.

d) A nova cozinheira sabe preparar deliciosos

pãozinhos de milho.

e) No salão de cerimônias do clube estavam

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expostos os troféis do time.

Questão 13 - (FUVEST SP)

Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha

infância, nunca em toda a minha vida, achei um

menino mais gracioso, inventivo e travesso. Era a

flor, e não já da escola, senão de toda a cidade. A

mãe, viúva, com alguma cousa de seu, adorava o

filho e trazia-o amimado, asseado, enfeitado, com

um vistoso pajem atrás, um pajem que nos deixava

gazear a escola, ir caçar ninhos de pássaros, ou

perseguir lagartixas nos morros do Livramento e da

Conceição, ou simplesmente arruar, à toa, como

dous peraltas sem emprego. E de imperador! Era um

gosto ver o Quincas Borba fazer de imperador nas

festas do Espírito Santo. De resto, nos nossos jogos

pueris, ele escolhia sempre um papel de rei,

ministro, general, uma supremacia, qualquer que

fosse. Tinha garbo o traquinas, e gravidade, certa

magnificência nas atitudes, nos meneios. Quem diria

que... Suspendamos a pena; não adiantemos os

sucessos. Vamos de um salto a 1822, data da nossa

independência política, e do meu primeiro cativeiro pessoal.

(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas)

A enumeração de substantivos expressa gradação

ascendente em:

a) "menino mais gracioso, inventivo e

travesso".

b) "trazia-o amimado, asseado, enfeitado".

c) "gazear a escola, ir caçar ninhos de pássaros,

ou perseguir lagartixas".

d) "papel de rei, ministro, general".

e) "tinha garbo (...), e gravidade, certa

magnificência".

Questão 14 - (UNESP SP)

Considere o fragmento de um artigo de Mônica

Fantin sobre o uso dos tablets no ensino, postado na

seção de blogues do jornal Gazeta do Povo em

16.05.2013:

Tablets nas escolas

Ou seja, não é suficiente entregar equipamentos

tecnológicos cada vez mais modernos sem uma

perspectiva de formação de qualidade e

significativa, e sem avaliar os programas anteriores.

O risco é de cometer os mesmos equívocos e não

potencializar as boas práticas, pois muda a

tecnologia, mas as práticas continuam quase as

mesmas.

Com isso, podemos nos perguntar pelos desafios da

didática diante da cultura digital: o tablet na sala de

aula modifica a prática dos professores e o

cotidiano escolar? Em que medida ele modifica as

condições de aprendizagem dos estudantes?

Evidentemente isso pode se desdobrar em inúmeras

outras questões sobre a convergência de tecnologias

e linguagens, sobre o acesso às redes na sala de

aula e sobre a necessidade de mediações na

perspectiva dos novos letramentos e alfabetismos

nas múltiplas linguagens.

Outra questão que é preciso pensar diz respeito aos

conteúdos digitais. Os conteúdos que estão sendo

produzidos para os tablets realmente oferecem a

potencialidade do meio e sua arquitetura multimídia

ou apenas estão servindo como leitores de textos

com os mesmos conteúdos dos livros didáticos?

Quem está produzindo tais conteúdos digitais? De

que forma são escolhidos e compartilhados?

Ou seja, pensar na potencialidade que o tablet

oferece na escola — acessar e produzir imagens,

vídeos, textos na diversidade de formas e conteúdos

digitais — implica em repensar a didática e as

possibilidades de experiências e práticas educativas,

midiáticas e culturais na escola ao lado de questões

econômicas e sociais mais amplas. E isso

necessariamente envolve a reflexão crítica sobre os

saberes e fazeres que estamos produzindo e

compartilhando na cultura digital. (Tablets nas escolas. www.gazetadopovo.com.br. Adaptado.)

No último período do texto, os termos saberes e

fazeres são

a) adjetivos.

b) pronomes.

c) substantivos.

d) advérbios.

e) verbos.

Questão 15 - (FUVEST SP)

“O diminutivo é uma maneira ao mesmo tempo

afetuosa e precavida de usar a linguagem. Afetuosa

porque geralmente o usamos para designar o que é

agradável, aquelas coisas tão afáveis que se deixam

diminuir sem perder o sentido. E precavida porque

também o usamos para desarmar certas palavras que,

por sua forma original, são ameaçadoras demais.”

[Luis Fernando Veríssimo, Diminutivos]

A alternativa inteiramente de acordo com a definição

do autor sobre diminutivos é:

a) O iogurtinho que vale por um bifinho.

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b) Ser brotinho é sorrir dos homens e rir

interminavelmente das mulheres.

c) Gosto muito de te ver, Leãozinho.

d) Essa menininha é terrível!

e) Vamos bater um papinho.

Questão 16 - (UNIFOR CE)

… pelo satélite usado nas medições de focos de

calor.

As palavras grifadas nas frases abaixo fazem o

plural de maneira idêntica à palavra grifada acima,

EXCETO em:

a) O Ministério recebeu o apoio da organização

não-governamental.

b) O domínio do fogo foi uma bênção para a

humanidade.

c) Era necessária a redução de focos de

incêndio.

d) A população foi prejudicada pela fumaça das

queimadas.

e) A previsão do Ministro refletia a falta de

controle das queimadas.

Questão 17 - (UFSM RS)

BRASIL, MOSTRA A TUA CARA

A busca de uma identidade nacional é preocupação

deste século

1 Ao criar um livro, um quadro ou uma canção,

o artista brasileiro dos dias atuais tem uma

preocupação a menos: parecer brasileiro. A noção de

cultura nacional é algo tão incorporado ao cotidiano

do país que deixou de ser um peso para os criadores.

Agora, em vez de servir à pátria, eles podem servir

ao próprio talento. Essa é uma conquista deste

século. Tem como marco a Semana de Arte Moderna

de 1922, uma espécie de grito de independência

artística do país, cem anos depois da independência

política. Até esta data, o brasileiro era, antes de tudo,

um envergonhado. Achava que pertencia a uma raça

inferior e que a única solução era imitar os modelos

culturais importados. Para acabar com esse

complexo, foi preciso que um grupo de artistas de

diversas áreas se reunisse no Teatro Municipal de

São Paulo e bradasse que ser brasileiro era bom. O

escritor Mário de Andrade lançou o projeto de uma

língua nacional. Seu colega Oswald de Andrade

propôs o conceito de "antropofagia", segundo o qual

a cultura brasileira criaria um caráter próprio depois

de digerir as influências externas.

2 A semana de 22 foi só um marco, mas pode-

se dizer que ela realmente criou uma agenda cultural

para o país. Foi tentando inventar uma língua

brasileira que Graciliano Ramos e Guimarães Rosa

escreveram suas obras, as mais significativas do

século, no país, no campo da prosa. Foi recorrendo

ao bordão da antropofagia que vários artistas jovens,

nos anos 60, inventaram a cultura pop brasileira, no

movimento conhecido como tropicalismo. No plano

das ideias, o século gerou três obras que se

tornariam clássicos da reflexão sobre o país. "Os

Sertões", do carioca Euclides da Cunha, escrito em

1902, é ainda influenciado por teorias racistas do

século passado, que achavam que a mistura entre

negros, brancos e índios provocaria um

"enfraquecimento" da raça brasileira. Mesmo assim,

é um livro essencial, porque o repórter Euclides, que

trabalhava no jornal "O Estado de S. Paulo", foi ao

campo cobrir a guerra de Canudos e viu na frente de

combate muitas coisas que punham em questão as

teorias formuladas em gabinete. "Casa-Grande &

Senzala", do pernambucano Gilberto Freyre,

apresentava pela primeira vez a miscigenação como

algo positivo e buscava nos primórdios da

colonização portuguesa do país as origens da

sociedade que se formou aqui. Por último, o paulista

Sérgio Buarque de Holanda, em "Raízes do Brasil",

partia de premissas parecidas mas propunha uma

visão crítica, que influenciaria toda a sociologia

produzida a partir de então. João Gabriel de Lima

"VEJA", 22 de dezembro, 1999. p. 281-282. No texto, observa-se a ocorrência de alguns substantivos derivados de verbos - os deverbais. Esses substantivos denotam AÇÃO e apresentam as terminações -a, -e, -o. O único substantivo que NÃO faz parte desse grupo é a) busca (subtítulo).

b) conquista.

c) grito.

d) século.

e) combate.

Questão 18 - (UFF RJ) Cada lugarzinho tem

um canto escondido.

Um ao meio-dia, um às três da tarde.

Cada passarinho tem

um canto exclusivo.

Às vezes passa um carro, mas só às vezes.

E as ondas do mar não param de passar.

Quem tem medo de cobra

põe sapato.

Quem não tem, a mãe

obriga a pôr.

O mormaço apazigua a cor.

Às vezes chove, mas só às vezes.

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Estende a esteira pra ver as estrelas.

Sobre a areia deita-se também.

Tudo é cinema.

Ninguém precisa de problema. Arnaldo Antunes

Assinale a opção em que a palavra grifada do Texto

retoma e resume ideias anteriormente expressas.

a) Cada lugarzinho tem

b) Às vezes passa um carro, mas só às vezes.

c) Tudo é cinema.

d) Sobre a areia deita-se também.

e) O mormaço apazigua a cor.

Questão 19 - (UNIFESP SP)

A ciência do palavrão

Por que diabos m... é palavrão? Aliás, por que a

palavra diabos, indizível décadas atrás, deixou de ser

um? Outra: você já deve ter tropeçado numa pedra e,

para revidar, xingou-a de algo como filha da …,

mesmo sabendo que a dita nem mãe tem.

Pois é: há mais mistérios no universo dos palavrões

do que o senso comum imagina. Mas a ciência ajuda

a desvendá-los. Pesquisas recentes mostram que as

palavras sujas nascem em um mundo à parte dentro

do cérebro. Enquanto a linguagem comum e o

pensamento consciente ficam a cargo da parte mais

sofisticada da massa cinzenta, o neocórtex, os

palavrões moram nos porões da cabeça. Mais

exatamente no sistema límbico. Nossa parte animal

fica lá.

E sai de vez em quando, na forma de palavrões. A

medicina ajuda a entender isso. Veja o caso da

síndrome de Tourette. Essa doença acomete pessoas

que sofreram danos no gânglio basal, a parte do

cérebro cuja função é manter o sistema límbico

comportado. E os palavrões saem como se fossem

tiques nervosos na forma de palavras.

Mas você não precisa ter lesão nenhuma para se

descontrolar de vez em quando, claro. Justamente

por não pensar, quando essa parte animal do cérebro

fala, ela consegue traduzir certas emoções com uma

intensidade inigualável.

Os palavrões, por esse ponto de vista, são poesia no

sentido mais profundo da palavra. Duvida? Então

pense em uma palavra forte. Paixão, por exemplo.

Ela tem substância, sim, mas está longe de transmitir

toda a carga emocional da paixão propriamente dita.

Mas com um grande e gordo p.q.p. a história é outra.

Ele vai direto ao ponto, transmite a emoção do

sistema límbico de quem fala diretamente para o de

quem ouve. Por isso mesmo, alguns pesquisadores

consideram o palavrão até mais sofisticado que a

linguagem comum. (www.super.abril.com.br/revista/. Adaptado.)

No texto, o substantivo palavrão, ainda que se

mostre flexionado em grau, não reporta à ideia de

tamanho. Tal emprego também se verifica em:

a) Durante a pesquisa, foi colocada uma

gotícula do ácido para se definir a reação.

b) Na casa dos sete anões, Branca de Neve

encontrou sete minúsculas caminhas.

c) Para cortar gastos, resolveu confeccionar

livrinhos que cabem nos bolsos.

d) Não estava satisfeita com aquele

empreguinho sem graça e sem perspectivas.

e) Teve um carrinho de dois lugares, depois um

carro de cinco e, hoje, um de sete.

Questão 20 - (UFMS)

Leia o trecho da crônica Sexa, de Luis Fernando

Veríssimo.

[...]

- Pai...

- Hummm?

- Como é o feminino de sexo?

- O quê?

- O feminino de sexo.

- Não tem.

- Sexo não tem feminino?

[...] (VERÍSSIMO, Luis Fernando. Sexa. Comédias para se ler na escola.

Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p.53-54). Com relação à causa da incompreensão entre pai e

filho, assinale a alternativa correta.

a) A palavra sexo é masculina, portanto é do

gênero biológico.

b) Uma confusão entre gênero biológico,

natural e gênero gramatical.

c) A pergunta do filho se referiu ao gênero

gramatical da palavra sexo.

d) A palavra sexo é masculina, portanto é do

gênero natural.

e) O pai entendeu que a pergunta se referiu ao

gênero biológico.

Questão 21 - (UEMA)

Ressentimento e covardia

Carlos Heitor Cony,

Tenho comentado aqui na Pensata, em diversas

crônicas, os usos da internet, que se ressente ainda

da falta de uma legislação específica que coíba não

somente os usos mas os abusos deste importante e

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eficaz veículo de comunicação. A maioria dos

abusos, se praticados em outros meios, seriam

crimes já especificados em lei, como a da imprensa,

que pune injúrias, difamações e calúnias, bem como

a violação dos direitos autorais, os plágios e outros

recursos de apropriação indébita.

No fundo, é um problema técnico que os avanços da

informática mais cedo ou mais tarde colocarão à

disposição dos usuários e das autoridades. Como

digo repetidas vezes, me valendo do óbvio, a

comunicação virtual está em sua pré-história.

Atualmente, apesar dos abusos e crimes cometidos

na internet, no que diz respeito aos cronistas,

articulistas e escritores em geral, os mais comuns

são os textos atribuídos ou deformados que circulam

por aí e que não podem ser desmentidos ou

esclarecidos caso por caso. Um jornal ou revista é

processado se publicar sem autorização do autor um

texto qualquer, ainda que em citação longa e sem

aspas. Em caso de injúria, calúnia ou difamação,

também. E em caso de falsear a verdade

propositadamente, é obrigado pela justiça a

desmentir e dar espaço ao contraditório.

Nada disso, por ora, acontece na internet. Prevalece

a lei do cão em nome da liberdade de expressão, que

é mais expressão de ressentidos e covardes do que

de liberdade, da verdadeira liberdade. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br

Leia o trecho a seguir.

"Prevalece a lei do cão em nome da liberdade de

expressão, que é mais expressão de ressentidos e

covardes do que de liberdade, da verdadeira

liberdade".

Assinale a alternativa que classifica corretamente, do

ponto de vista morfológico, os termos destacados.

a) Adjetivo, substantivo e adjetivo

b) Substantivo, advérbio e verbo

c) Verbo, verbo e adjetivo

d) Substantivo, substantivo e verbo

e) Verbo, substantivo e adjetivo

Questão 22 - (UFTM MG)

Em nossos dias, o neo-indianismo dos modernos de

1922 (precedido por meio século de etnografia

sistemática) iria acentuar aspectos autênticos da

vida do índio, encarando-o, não como gentil-homem

embrionário, mas como primitivo, cujo interesse

residia precisamente no que trouxesse de diferente,

contraditório em relação à nossa cultura europeia.

O indianismo dos românticos, porém, preocupou-se

sobremaneira em equipará-lo qualitativamente ao

conquistador, realçando ou inventando aspectos do

seu comportamento que pudessem fazê-lo ombrear

com este – no cavalheirismo, na generosidade, na

poesia.

A altivez, o culto da vindita, a destreza bélica, a

generosidade, encontravam alguma ressonância nos

costumes aborígines, como os descreveram cronistas

nem sempre capazes de observar fora dos padrões

europeus e, sobretudo, como os quiseram

deliberadamente ver escritores animados do desejo

patriótico de chancelar a independência política do

país com o brilho de uma grandeza heroica

especificamente brasileira. (Antônio Candido. Formação da literatura brasileira, 2000. Adaptado.)

Considere as passagens do texto: • [...] encarando-o , não como gentil-homem

embrionário [...].

• [...] cujo interesse residia precisamente [...].

• [...] como os descreveram cronistas [...].

Os substantivos retomados pelos pronomes

sublinhados são, respectivamente,

a) neo-indianismo, índio e índios.

b) neo-indianismo, índio e aborígines.

c) índio, primitivo e aborígines.

d) índio, primitivo e cronistas.

e) índio, neo-indianismo e costumes.

Questão 23 - (UFU MG)

O princípio, o meio e o fim "De quanta terra precisa o homem?” A pergunta é o

título de um conto de Leon Tolstoi. Nele, um sujeito

faz pacto com o diabo. Receberá toda a terra que

conseguir percorrer a pé, durante um dia, do nascer

ao pôr do sol. O homem atravessa as horas sem

descanso. Quando o sol já se aproxima do horizonte,

não se dá por satisfeito. Corre. Falta-lhe fôlego, mas

ele não para. Quer ainda possuir aquele vale, aquele

bosque. Quando cai morto de fadiga, o conto explica

de quanta terra precisa um homem: se ele não tem

consciência de limites, apenas um par de metros lhe

bastam. Uma cova não requer mais do que isso.

A trágica moral contida no conto sintetiza um mito-

chave para a compreensão da crise que nossa

civilização enfrenta. O mito do único pecado que os

gregos consideravam capital: a arrogância, entendida

sobretudo como falta de consciência de limites,

como ambição desmedida, como desejo

incontrolável de posse e de poder. Para os gregos

antigos, a arrogância era o maior de todos os

pecados. Era a falha que não tinha remissão. Eles a

chamavam hýbris, e acreditavam que incorrer nessa

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falha acarretava a danação eterna.

Insustentável Não é assim, desse modo arrogante –

feito de destruição, poluição e exploração

insustentável dos recursos naturais – que tratamos

nosso planeta-mãe, a Terra? Convencidos de que

todas as coisas foram criadas para satisfazer nossos

desejos e necessidades, inventamos uma cultura

inteiramente destituída de bom senso: a cultura da

produtividade e do consumismo insustentáveis.

Como no conto de Tolstoi, não conseguimos parar.

Derrubamos e queimamos florestas, matamos lagos

e rios, poluímos os mares e a atmosfera, extinguimos

espécies de plantas e de animais. Sem falar nas

mazelas que produzimos para nós mesmos, como

perturbações da saúde física, psíquica e mental, ao

nos impormos um ritmo e uma carga insustentáveis

de trabalho, de produção e de consumismo.

Embriagados pelo desejo de posse e de poder, cada

vez mais distantes da sabedoria ancestral da qual

somos herdeiros, esquecemos que a arrogância

constitui um desequilíbrio maior. Não lembramos

que, por uma lei natural, toda ação que leva à perda

do equilíbrio gera uma força igual e contrária que

procura restabelecê-lo. Essa força, que os gregos

chamavam Nêmesis, era simbolizada por uma deusa

implacável, avessa a qualquer compromisso, a

qualquer oferenda, a qualquer intercessão

apaziguadora. Para os gregos, o aquecimento global

nada mais seria do que uma das tantas emanações de

Nêmesis: a consequência nefasta de uma ação

errônea.

Gaia vive Esse tipo de raciocínio, por sinal, há muito

deixou de ser formulado no âmbito estrito da

filosofia e da religião. Hoje, ele invade o território

pragmático da ciência. Cita-se como exemplo a

Hipótese Gaia, do cientista inglês James Lovelock.

Para ele, a Terra não é uma simples bola mineral a

rodopiar pelo espaço afora. Lovelock e seus

seguidores entendem nosso planeta como um ser

vivo, pulsante, dotado não apenas de um corpo

físico, mas também de psique. Um macrosser, em

tudo análogo a seu filho, o homem.

“Até quando a Terra suportará sem reagir todos os

arranhões que estamos produzindo em sua

superfície?” A célebre questão de Lovelock,

formulada há cerca de três décadas, não precisou

esperar muito pela resposta. Ela está aí: o planeta

reage às agressões de múltiplas formas e, no

momento, a mais ameaçadora delas chama-se

aquecimento global. Istoé, 18 de dezembro de 2009.

Assinale a alternativa em que a palavra em destaque

NÃO está corretamente interpretada de acordo com

seu sentido no texto.

A) “Sem falar nas mazelas que produzimos para nós

mesmos, como perturbações da saúde física,

psíquica e mental, ao nos impormos um ritmo e uma

carga insustentáveis de trabalho, de produção e de

consumismo.” (2º Parágrafo) = doenças.

B) “Para os gregos, o aquecimento global nada mais

seria do que uma das tantas manifestações de

Nêmesis: a consequência nefasta de uma ação

errônea.” (3º Parágrafo) = prejudicial.

C) “[...] inventamos uma cultura inteiramente

destituída de bom senso: a cultura da produtividade

e do consumismo insustentáveis.” (2º Parágrafo) =

privada.

D) “Embriagados pelo desejo de posse e de poder,

cada vez mais distantes da sabedoria ancestral da

qual somos herdeiros, esquecemos que a arrogância

constitui um desequilíbrio maior.” (3º Parágrafo) =

anterior.

GABARITO:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

21 22 23

Atividades sobre Adjetivo

Texto comum às questões 1 e 2

Morte e Vida Severina

O meu nome é Severino

não tenho outro de pia.

Como há muitos Severinos

que é santo de romaria,

deram então de me chamar

Severino de Maria;

Como há muitos Severinos

com mães chamadas Maria,

fiquei sendo o da Maria

do finado Zacarias.

Mas isso ainda diz pouco:

há muitos na freguesia,

por causa de um coronel

que se chamou Zacarias

e que foi o mais antigo

senhor desta sesmaria.

Como então dizer quem fala

ora a Vossas Senhorias?

Vejamos: é o Severino

da Maria do Zacarias,

lá da serra da Costela,

limites da Paraíba.

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Mas isso ainda diz pouco:

se ao menos mais cinco havia

com nome de Severino

filhos de tantas Marias

mulheres de outros tantos,

já finados Zacarias,

vivendo na mesma serra

magra e ossuda em que eu vivia.

Somos muitos Severinos

iguais em tudo na vida:

na mesma cabeça grande

que a custo se equilibra,

no mesmo ventre crescido

sobre as mesmas pernas finas,

e iguais também porque o sangue

que usamos tem pouca tinta.

E se somos Severinos

iguais em tudo na vida,

morremos de morte igual,

mesma morte Severina:

que é a morte de que se morre

de velhice antes dos trinta,

de emboscada antes dos vinte,

de fome um pouco por dia

(de fraqueza e de doença é que a morte severina

ataca em qualquer idade, e até gente não nascida).

Somos muitos Severinos

Iguais em tudo e na sina:

a de abrandar estas pedras

suando-se muito em cima,

a de tentar despertar

terra sempre mais extinta,

a de querer arrancar

algum roçado da cinza.

Mas, para que me conheçam

melhor Vossas Senhorias

e melhor possam seguir

a história da minha vida,

passo a ser o Severino

que em vossa presença emigra. (João Cabral M. Neto – Morte e Vida Severina – Ed. Nova. Fronteira – 1997 –

adaptado)

Questão 01 - (UNIFOA MG)

“...sobre as mesmas pernas finas”.

A relação sintática existente entre as duas palavras

sublinhadas não pode ser observada em:

a) morte severina

b) presença emigra

c) cabeça grande

d) santo de romaria

e) ventre crescido

Questão 02 - (UNIFOA MG)

Sobre o adjetivo “severina”, da expressão “Morte e

Vida Severina”, que intitula o texto de João Cabral

de Melo Neto, todas as afirmativas estão corretas,

exceto:

a) Refere-se aos migrantes nordestinos que,

revoltados, lutam contra o sistema latifundiário que

oprime o camponês.

b) Pode ser sinônimo de vida árida, estéril,

carente de bens materiais e de afetividade.

c) Designa a vida e a morte dos retirantes que a

seca escorraça do sertão e o latifúndio escorraça da

terra.

d) Qualifica a existência negada, a vida

daqueles seres marginalizados determinada pela

morte.

e) Dá nome à vida de homens anônimos, que se

repetem física e espiritualmente, sem condições

concretas de mudança.

Questão 03 - (UNIMONTES MG)

COMO SER FELIZ Darlene Menconi

Lá se vão mais de 100 dias desde que as primeiras

denúncias de corrupção atingiram o governo Lula e

lançaram o País numa espécie de desencanto

coletivo. A vida seguiu, mesmo que entre a lama e o

medo do caos. Mas teve mais. Os furacões Katrina

e Rita varreram casas e vidas. No Iraque, corpos

queimados viraram estandartes. São tempos difíceis,

que nos conduzem a uma inevitável melancolia. Em

meio à tormenta, salvaramse os bons indicadores

econômicos, como a recuperação da estabilidade, os

recordes da exportação e a primeira queda dos juros

em 17 meses. Sinais de que melhores dias virão e

que vamos começar a ser felizes?

Para os cientistas especializados em bemestar e

satisfação pessoal, não poderia haver sensação mais

equivocada. Não podemos condicionar a felicidade

ao futuro.

Pensamos que seremos felizes depois de trocar de

carro, receber aumento, encontrar um grande amor,

reformar a cozinha ou quando nosso time vencer o

campeonato. As recentes pesquisas sobre o assunto

dizem o contrário, que a felicidade está aqui e no

agora. Um grupo de notáveis, composto pelo

psicólogo americano Daniel Gilbert, da

Universidade de Harvard, e pelo Prêmio Nobel de

Economia Daniel Katneman, da Universidade de

Princeton, descobriu que a felicidade nunca é tão

boa quanto se imaginava nem dura tanto quanto se

pensava. O melhor é que o mesmo princípio vale

para a infelicidade, que não dura para sempre nem é

tão nefasta assim. “Erramos ao tentar prever o que

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nos fará felizes, seja quando isso significa um

romance, seja quando significa um novo carro ou

uma refeição suntuosa”, explica o professor Gilbert.

Ou seja, uma Mercedes na garagem não vai fazêlo

mais feliz. Nem sapatos Manolo Blahnik, muito

menos uma televisão de plasma. Tudo isso pode

exercer fascínio, trazer conforto, representar uma

conquista, mas está longe de trazer uma sensação

permanente de satisfação.

Definir felicidade é tão complexo e abstrato quanto

decifrar a insanidade. Desde a Grécia Antiga, os

filósofos estabeleceram uma diferença entre ser e

estar feliz. Nos últimos séculos, o tema mobilizou

artistas, pensadores, intelectuais e produziu frases

antológicas. “O segredo da felicidade é encarar o

fato de que o mundo é horrível, horrível, horrível”,

resumiu o filósofo Bertrand Russel, prêmio Nobel de

Literatura. Já Ingrid Bergman, a atriz de

Casablanca, dizia que “felicidade é ter boa saúde e

péssima memória”. Para os psicólogos, ser feliz é

estar bem.

O psiquiatra e psicoterapeuta Flávio Gikovate vai

lançar um livro sobre o que ele chama de medo da

felicidade. Segundo ele, todos buscam esse estado

de espírito privilegiado, mas acabam se desviando

da rota ou se autosabotando por desespero. Ele

percebe duas maneiras de pensar a felicidade: uma

sensação de paz, completude e harmonia ou uma

conquista. “O importante é perceber que a

felicidade está no processo de chegada ao pódio, e

não na permanência nele. Uma pessoa fica feliz ao

comprar uma casa, mas esse sentimento se esvai em

três semanas”, diz.

O psiquiatra propõe que a felicidade seja vista como

algo dinâmico. É, em primeiro lugar, na obtenção de

quatro requisitos mínimos: saúde física, estabilidade

financeira mínima, boa relação afetiva e integração

social. A partir dessas conquistas, alcançase o

ponto de equilíbrio e o que vier é lucro. A felicidade

inclui ainda autoestima, o cuidado consigo e os

prazeres intelectuais, como curtir uma boa música,

um bom livro, se deleitar com um poema ou uma

ideia nova. “Quem passa a tarde de domingo em

frente à televisão assistindo ao Gugu ou o Faustão

não pode ser plenamente feliz”.

Enfrentar os problemas cotidianos já é uma

forma de buscar satisfação. “Felicidade é algo que

independe do que está a nossa volta. Desfrutar e

saborear a vida é o nosso maior compromisso. As

coisas ruins também fazem parte da vida e quem

aceita isso enfrenta melhor o sofrimento, sem perder

os momentos de alegria”, diz o psicanalista Luiz

Alberto Py. O ser humano tem uma capacidade

inigualável de aceitar e se adaptar. Durante mais de

duas décadas, um psicólogo conhecido como Doutor

Felicidade procura motivações que levam as pessoas

a se sentirem satisfeitas com a vida.

Professor da universidade de Illinóis, o

americano Edward Diener notou que os dois bem

realizados eram aqueles que se cercavam da família,

dos amigos e, mais importante, sabiam perdoar.

Na fala do filósofo Bertrand Russell “O segredo da

felicidade é encarar o fato de que o mundo é

horrível, horrível, horrível”, a repetição do adjetivo:

a) estabelece uma relação antitética entre o que

se diz sobre a felicidade e o que ela é, de fato

b) produz um efeito de intensificação do sentido

expresso por ele

c) cria um efeito de verdade em relação ao que

se diz

d) cria em efeito de inverdade em relação ao

que se diz

Questão 04 - (UEM PR)

Arte de furtar

Questão é se há-de ter o príncipe muitos

conselheiros se um só. (...) Outra questão é se devem

ser conselheiros os letrados, se idiotas [leia-se:

simples curiosos, amadores], isto é de 5capa e

espada. Uns dizem que os letrados, com o muito que

sabem, duvidam em tudo e nada resolvem, e os

idiotas, com a experiência sem especulações, dão

logo no que convém. Outros têm para si que as letras

dão luz a tudo e que a 10

ignorância está sujeita a

erros. E eu digo que não seja tudo letrados, nem tudo

idiotas.

(...) Outra questão se segue a esta (...) se é

melhor para a República ser o príncipe bom e os

conselheiros maus ou serem os conselheiros bons 15

e

o príncipe mau. Se o príncipe se governar por seus

conselheiros, diz Elio Lamprídio, que pouco vai em

que o príncipe seja mau, se os conselheiros forem

bons, porque depressa se faz bom um mau com o

exemplo de muitos bons, que muitos maus 20

bons

com o exemplo e conselho de um bom.

(...) O conselheiro há-de ser prudente e secreto,

sábio e velho, amigo e sem vícios, não cabeçudo,

nem temerário, nem furioso. Quatro inimigas tem a

prudência: primeira, precipitação; 25

segunda, paixão;

terceira, obstinação; quarta, vaidade. A primeira

arrisca, a segunda cega, a terceira fecha a porta à

razão, a quarta tudo tisna. Três inimigos o segredo:

Baco, Vênus e o interesse. O primeiro o descobre, o

segundo o 30

rende, o terceiro o arrasta. E perdido o

segredo do governo, perde-se a República. (...) Excerto do texto anônimo do século XVII.[1652]. Lisboa:

INCM, 1991.

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temerário: audacioso, atrevido, precipitado.

tisnar: sujar, macular, enegrecer.

Assinale a alternativa em que o elemento destacado

não é um adjetivo.

a) "...ser o príncipe bom..." (linha 13)

b) "...conselheiros bons..." (linha 14)

c) "...conselheiros maus." (linha 14)

d) "...príncipe mau." (linha 15)

e) "...exemplo de muitos bons..." (linha 19)

Questão 05 - (UFOP MG)

Exercício de Ironia

Beto Vianna* 01

Votar não é coisa fácil. Ainda mais depois que

inventaram essas maquininhas em que não é

preciso nem escrever o nome do candidato. Ou o

número. Até hoje não vi ninguém denunciar essa

eleição informatizada no Brasil como o maior

golpe que já se deu em quem não sabe escrever (ao

lado do 05

celular, do MSN e do orkut). Hoje, não é

preciso saber escrever pra votar. Hoje, não é

preciso saber escrever. Que histórica ironia: depois

de 5.000 anos de evolução da escrevinhação

humana, não precisamos mais escrever o voto, e o

voto virou-se contra a escrita.

Elitista, eu? Vou viajar mais um pouco, que a

responsabilidade da pena é 10

minha: qualquer

bactéria inquilina deste planeta (a maioria, as que

eu conheço, pelo menos) sabe viver em paz e

harmonia com a próxima. Já o humano (a maioria,

os que eu conheço, pelo menos) sofre de

democracismo, desde os gregos. É preferível pra

esse organismo civilizadíssimo a justiça, a

liberdade e a igualdade, ou seja, mais vale o

respeito dos outros ao eu do que a 15

responsabilidade individual. Esse é o fundamento

da Revolução Francesa e da Independência dos

Estados Unidos. Ah! Como se meu vizinho fosse

lavagem pra dar pros porcos, e eu – sempre eu –

fosse o supercidadão, pleno de direitos. A minha

liberdade começa onde... putz, começa onde eu

conseguir que ela comece, e dane-se o resto. Não

esqueço nunca esta música do Premê (cito de 20

memória, talvez com liberdade poética): “compre

já o seu abrigo nuclear e deixe o resto do mundo

queimar à vontade lá fora”.

Você luta por seus direitos? Parabéns, mas

engula comigo o fato que quem inventou isso

foram os gregos em um atentado fundacional no

Ocidente à coletividade, colocando o Estado a

serviço do eu. O Procon, a Lei do Ventre 25

Livre, o

PSDB e o PT, o PSOL, a carteirinha de estudante,

o banheiro público, tudo isso são invenções gregas,

milenares. A idéia é a mesma: eu tenho os meus

direitos e ninguém tasca, mas o direito do vizinho é

problema dele. Cada um com seus problemas, e os

meus problemas devem ser resolvidos pelo Estado. 30

Falando em particular do Brasil, enquanto

nós, intelectuaizinhos da classe mediana, ficamos

reclamando nossos direitos, enquanto nós,

operários sindicalizados, conquistamos 44 horas

semanais, enquanto todos curtimos o livre-arbítrio,

a livre imprensa, o livre comércio, o livre-pensar e

a luta livre, um monte de outros humanopatas é

gerado no sistema educacional brasileiro, esse 35

lugarzinho onde a grana – a verba, pra usar o

termo de quem faz direito – não vai pra quem é de

direito. País capitalista que se preza, como outros

existem por aí há 400 anos, o Brasil paga bem o

universitário e rouba da criança. Capitalista, num

sentido lato da coisa, come criancinha mais rápido

e mais deglutido que qualquer comunista stricto

sensu. *In: Jornal O tempo, 23/09/2006, p. A9.

O adjetivo “inquilina” (linha 10) significa que a

bactéria é:

a) Um ser minúsculo muito popular no planeta.

b) Um ser que habita um planeta que não é seu.

c) Um ser que vive em comunidade

harmoniosa.

d) Um ser mais elitista que o autor do texto.

Questão 06 - (UECE) A MEMÓRIA E O CAOS DIGITAL

Fernanda Colavitti 01

A era digital trouxe inovações e facilidades 02

para o homem que superou de longe o que a 03

ficção previa até pouco tempo atrás. Se antes 04

precisávamos correr em busca de informações de 05

nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é que nos 06

assediam: resultados de loterias, dicas de cursos, 07

variações da moeda, ofertas de compras, notícias 08

de atentados, ganhadores de gincanas, etc. Por 09

outro lado, enquanto cresce a capacidade dos 10

discos rígidos e a velocidade das informações, o 11

desempenho da memória humana está ficando 12

cada vez mais comprometido. Cientistas são 13

unânimes ao associar a rapidez das informações 14

geradas pelo mundo digital com a restrição de 15

nosso “disco rígido” natural. Eles ressaltam, 16

porém, que o problema não está propriamente 17

nas novas tecnologias, mas no uso exagerado 18

delas, o que faz com que deixemos de lado 19

atividades mais estimulantes, como a leitura, que

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20envolvem diversas funções do cérebro. Os mais

21prejudicados por esse processo têm sido crianças

22e adolescentes, cujo desenvolvimento neuronal

23acaba sendo moldado preguiçosamente.

24Responda sem pensar: qual era a manchete

25do jornal de ontem? Você lembra o nome da

26novela que antecedeu o Clone? E quem era o

27técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo

de 28

1994? Não ter uma resposta imediata para

essas 29

perguntas não deve ser causa de

preocupação 30

para ninguém, mas exemplifica bem

o problema 31

constatado pela fonoaudióloga

paulista Ana Maria 32

Maaz Alvarez, que há mais de

20 anos estuda a 33

relação entre audição e

recordação. 34

A pedido de duas empresas, ela realizou uma 35

pesquisa para saber o que estava ocorrendo com 36

os funcionários que reclamavam com freqüência 37

de lapsos de memória. Foram entrevistados 71 38

homens e mulheres, com idade de 18 e 42 anos. A 39

maioria dos esquecimentos era de natureza 40

auditiva, como nomes que acabavam de ser 41

ouvidos ou assuntos discutidos. (Por falar nisso, 42

responda sem olhar no parágrafo anterior: você 43

lembra o nome da pesquisadora citada?) 44

Ana

Maria descobriu que os lapsos de 45

memória

resultavam basicamente do excesso de 46

informação em conseqüência do tipo de trabalho 47

que essas pessoas exerciam nas empresas, e do 48

pouco tempo que dispunham para processá-las, 49

somados à angústia de querer saber mais e ao 50

excesso de atribuições. “Elas não se detinham no 51

que estava sendo dito (lido, ouvido ou visto) e, 52

conseqüentemente, não conseguiam gravar os 53

dados na memória”, afirma. (Fonte Internet: Superinteressante, 2001).

Assinale a alternativa em que todas as expressões

sublinhadas têm valor de adjetivo.

a) Era digital trouxe inovações e facilidades

que superaram o que previa a ficção.

b) Deixemos de lado atividades que envolvem

diversas funções do cérebro.

c) Hoje, úteis ou não, as informações é que nos

assediam.

d) Responda qual era a manchete do jornal de

ontem.

Questão 07 - (UFGD MS)

Em muitos casos o mesmo período pode ser

organizado de diferentes maneiras sem alteração de

sentido. Indique a alternativa em que, alterandose

a posição do adjetivo ou do pronome destacado,

em relação ao substantivo correspondente, não se

prova mudança de expressão.

a) A freira encontrouse com o homem pobre.

b) O grande chefe do narcotráfico entregouse à

polícia.

c) A palavra foi dirigida a mestres simples.

d) Bonitas moças iam e vinham pela orla marítima.

e) Homem algum é capaz de prever o fim do mundo.

Questão 08 - (UFCG PB)

Em “A física, a química e a biologia nos

forneceram hipóteses que são muito melhores que

as oferecidas por qualquer crença em outras

dimensões”, o adjetivo “melhores” está no grau

a) comparativo de superioridade.

b) superlativo relativo de superioridade.

c) superlativo absoluto sintético.

d) superlativo absoluto analítico.

e) comparativo de inferioridade.

Questão 09 - (ITA SP) Durante a Copa do Mundo deste ano, foi veiculada,

em programa esportivo de uma emissora de TV, a

notícia de que um apostador inglês acertou o

resultado de uma partida, porque seguiu os

prognósticos de seu burro de estimação. Um dos

comentaristas fez, então, a seguinte observação:

“Já vi muito comentarista burro, mas burro

comentarista é a primeira vez.” Percebe-se que a

classe gramatical das palavras se altera em função

da ordem que elas assumem na expressão.

Assinale a alternativa em que isso NÃO ocorre:

a) obra grandiosa

b) jovem estudante

c) brasileiro trabalhador

d) velho chinês

e) fanático religioso

Questão 10 - (UNIFOR CE)

O adjetivo sublinhado em Sim, adiamos, uma vez

que há um incoercível destino nacional está

corretamente substituído por:

a) irreprimível.

b) imbatível.

c) indefensável.

d) inconsistente.

e) invencível.

Questão 11 "Em meio da viagem, soprou de súbito rijo

nordeste, e o mar, que até então se conservara

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plácido e próspero, encapelou-se raivoso. Em três

minutos as ondas esbravejaram já terrivelmente, e a

canoa, erguida a grande altura, e de novo

arremessada ao pélago, num estardalhaço de vagas,

recebia no bojo quantidade de água suficiente para

metê-la a pique." (Histórias Brejeiras)

Em "... e o mar, que até então se conservara plácido

e próspero, encapelou-se raivoso" há:

a) três substantivos e um adjetivo

b) um substantivo e três adjetivos

c) um pronome e três substantivos

d) dois substantivos e três pronomes

e) quatro substantivos e um adjetivo

Questão 12 - (UFV MG) Assinale a alternativa em que a mudança de

posição entre o substantivo e o adjetivo NÃO pode

acarretar alteração semântica:

a) O grande traficante assusta a polícia. / O

traficante grande assusta a polícia.

b) O pobre viciado sofre muito! / O viciado

pobre sofre muito!

c) O bom filho à casa torna. / O filho bom à

casa torna.

d) O alto traficante assusta a polícia. / O

traficante alto assusta a polícia.

e) O velho amigo é que socorreu o viciado. / O

amigo velho é que socorreu o viciado.

Questão 13 - (UEPB)

“Como agravante temos nessa região pobre uma

taxa de crescimento demográfico mais rápido do

país e dificilmente igualada.” (Correio da Paraíba, 24/05/05)

A compreensão do fragmento acima está

prejudicada devido a uma ambiguidade na estrutura

oracional, provocada pela inadequada distribuição

dos substantivos e adjetivos em destaque no texto.

Apresentamos, abaixo, outras versões (de I a IV)

para expressar a informação.

I “Como agravante, temos, nessa região pobre do

país, uma alta taxa de crescimento demográfico,

dificilmente igualada.”

II “Como agravante, temos nessa região pobre do

país um rápido crescimento demográfico,

dificilmente igualado.”

III “Como agravante temos nessa região pobre uma

taxa de crescimento demográfico do pais mais

rápido e dificilmente igualada.”

IV“Como agravante, temos nessa região pobre uma

taxa de crescimento demográfico mais rápida do

país e dificilmente igualado.”

Indique a alternativa que contém a(s) versão(ões)

que expressa(m), claramente, a informação do

texto:

a) Apenas II e IV.

b) Apenas I.

c) Apenas III e IV.

d) Apenas I e II.

e) Apenas III.

Questão 14 - (UDESC SC)

Assinale a alternativa em que o sentido do adjetivo

NÃO se altera, mesmo se ele for colocado depois

do substantivo.

a) Durante a trilha descobriram-se lindas

paisagens.

b) Comenta-se que ela é uma simples assistente.

c) Descobriram que ele é um falso detetive.

d) O programa que estréia hoje está lançando

um novo comentarista.

e) Nossa equipe contratou um grande

especialista para desvendar o caso.

TEXTO comum às questões 15 e 16

O suor e a lágrima

Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer coisa,

quase 41. No dia seguinte, os jornais diriam que

fora o mais quente deste verão que inaugura o

século e o milênio. Cheguei ao Santos Dumont, o

vôo estava 05

atrasado, decidi engraxar os sapatos.

Pelo menos aqui no Rio, são raros esses

engraxates, só existem nos aeroportos e em poucos

lugares avulsos.

Sentei-me naquela espécie de cadeira canônica,

de coro de abadia pobre, que também pode parecer

o 10

trono de um rei desolado de um reino desolante.

O engraxate era gordo e estava com calor – o

que me pareceu óbvio. Elogiou meus sapatos,

cromo italiano, fabricante ilustre, os Rosseti. Uso-o

pouco, em parte para poupá-lo, em parte porque

quando 15

posso estou sempre de tênis.

Ofereceu-me o jornal que eu já havia lido e

começou seu ofício. Meio careca, o suor

encharcou-lhe a testa e a calva. Pegou aquele

paninho que dá brilho final nos sapatos e com ele

enxugou o próprio suor, que 20

era abundante.

Com o mesmo pano, executou com maestria

aqueles movimentos rápidos em torno da biqueira,

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mas a todo instante o usava para enxugar-se – caso

contrário, o suor inundaria o meu cromo italiano. 25

E foi assim que a testa e a calva do valente

filho do povo ficaram manchadas de graxa e o meu

sapato adquiriu um brilho de espelho à custa do

suor alheio. Nunca tive sapatos tão brilhantes, tão

dignamente suados. 30

Na hora de pagar, alegando não ter nota

menor, deixei-lhe um troco generoso. Ele me olhou

espantado, retribuiu a gorjeta me desejando em

dobro tudo o que eu viesse a precisar nos restos dos

meus dias. 35

Saí daquela cadeira com um baita sentimento

de culpa. Que diabo, meus sapatos não estavam tão

sujos assim, por míseros tostões, fizera um filho do

povo suar para ganhar seu pão. Olhei meus sapatos

e tive vergonha daquele brilho humano, salgado

como lágrima. (CONY, Carlos Heitor. Folha de S. Paulo, 19/02/2001.)

Questão 15 - (UERJ)

A tomada de consciência do personagem-narrador

acerca dos abismos sociais vai-se aguçando

gradativamente a partir de certo ponto da narrativa.

Os primeiros sinais dessa tomada de consciência

estão adequadamente representados por um

processo de adjetivação presente na seguinte

alternativa:

a) “Pelo menos aqui no Rio, são raros esses

engraxates, só existem nos aeroportos” ( l. 5 - 7)

b) “Sentei-me naquela espécie de cadeira

canônica, de coro de abadia pobre,” ( l. 8 - 9)

c) “O engraxate era gordo e estava com calor” (

l. 11)

d) “Meio careca, o suor encharcou-lhe a testa e

a calva.” (l. 17 - 18)

Questão 16 - (UERJ)

As comparações, ao destacarem semelhanças e

diferenças entre elementos colocados lado a lado,

funcionam como estratégias por meio das quais se

ressaltam determinados pontos de vista.

Uma comparação está indicada no seguinte

fragmento:

a) “Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer

coisa, quase 41.” ( l. 1 - 2)

b) “caso contrário, o suor inundaria o meu

cromo italiano.” ( l. 23 - 24)

c) “e o meu sapato adquiriu um brilho de

espelho à custa do suor alheio.” ( l. 26 - 27)

d) “deixei-lhe um troco generoso.” ( l. 31)

Questão 17 - (MACK SP)

Origem, nascimento e batizado 1Era no tempo do Rei [...] .

2Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à

borda do navio, o 3Leonardo fingiu que passava

distraído por junto dela, e com o ferrado 4sapatão

assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A

Maria, 5como se já esperasse por aquilo, sorriu-se

como envergonhada do 6gracejo, e deu-lhe também

em ar de disfarce um tremendo beliscão 7nas costas

da mão esquerda. Era isso uma declaração em

forma, segundo 8os usos da terra: levaram o resto

do dia de namoro cerrado [...] . 9[...] meses depois teve a Maria um filho,

formidável menino [...], o 10

qual, logo depois que

nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar 11

o

peito. E este nascimento é certamente de tudo o

que temos dito o 12

que mais interessa, porque o

menino de quem falamos é o herói desta 13

história. Manuel Antônio de Almeida – Memórias de um sargento de milícias

No texto,

a) o uso simultâneo de sapatão (aumentativo)

(linha 04) e pisadela (diminutivo) (linha 04)

reforça a idéia de que Leonardo fingia distração.

b) como envergonhada (linha 05) corresponde a

uma intensificação do adjetivo, já que a forma

destacada é sinônima de “muito”.

c) valente (linha 04) e tremendo (linha 06)

podem ser entendidos, respectivamente, como

“vigorosa” e “vigoroso”.

d) cerrado (linha 08) sintetiza a circunstância de

que o casal guardava suas manifestações de afeto

para os ambientes reservados, isolados.

e) formidável (linha 09) é usado de forma

irônica, pois o menino, ao nascer, revelou

comportamento normal e previsível.

Questão 18 - (UFG GO) Uma luta de adjetivos. Touro indomável foi uma

solução mais precisa de Ranging Bull do que seria

sua tradução literal, “touro enraivecendo”. A

adaptação em português enfatiza o aspecto do

termo, não a noção de tempo, como o original

permitiria. Uma alternativa, Touro irado, tem

igualmente menos força que o adjetivo

“indomável”.

No texto, a adaptação do título do filme em

português, substituindo enraivecendo por

indomável, confere ao touro

a) uma habilidade provisória.

b) um estado inconstante.

c) um comportamento oscilante.

d) uma característica permanente.

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e) um caráter aventureiro.

Questão 19 - (UEL PR)

Poema obsceno

1 Façam a festa

2 cantem e dancem

3 que eu faço o poema duro

4 o poema-murro

5 sujo

6 como a miséria brasileira

7 Não se detenham:

8 façam a festa

9 Bethânia Martinho

10 Clementina

11 Estação Primeira de Mangueira Salgueiro

12 gente de Vila Isabel e Madureira

13 todos

14 façam

15 a nossa festa

16 enquanto eu soco este pilão

17 este surdo

18 poema

19 que não toca no rádio

20 que o povo não cantará

21 (mas que nasce dele)

22 Não se prestará a análises estruturalistas

23 Não entrará nas antologias oficiais

24 Obsceno

25 como o salário de um trabalhador aposentado

26 o poema

27 terá o destino dos que habitam o lado escuro

do país

28 – e espreitam. (GULLAR, F. Toda poesia. São Paulo: Círculo do Livro, s. d. p. 338.)

O adjetivo “obsceno” presente no título e no

poema refere-se

a) à permissividade característica de festas

populares como o carnaval.

b) ao tom de poemas de Gullar, proibidos de

figurar em antologias oficiais.

c) à situação dos que habitam o lado escuro do

país.

d) à denuncia de uma condição social.

e) à indignação para com a corrupção política

do país.

Questão 20 - (PUC GO)

Naquele tempo Rudêncio servia numa brigada de

baloneiros e tinha feito voos sobre o território dos

Aruguas para jogar presentes retirados dos

Armazéns Proibidos, aqueles objetos vindos do

tempo antigo que não nos servem para nada, mas

parecem ter muito valor para os atrasados Aruguas.

Rudêncio foi aos Aruguas como embaixador

especial levando vários caixotes cheios daquelas

cabacinhas de vidro que dizem que davam luz

antigamente, daqueles tijolinhos achatados que

tocavam música e falavam, daqueles cataventos de

ferro de vários tamanhos que giravam sozinhos

quando se apertava um botãozinho que eles têm no

pé, e hoje a gente aperta e não acontece nada,

aquelas chapinhas pretas com um buraco no meio,

que dizem que também tocavam música, e muitas

outras dessas bobagens que os antigos adoravam e

que hoje nem sabemos ao certo para que servem.

[...] (VEIGA, José J. Os pecados da tribo.

Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. p. 9-10. Adaptado.)

Assinale a alternativa que faz uma afirmação

correta sobre o uso do adjetivo “atrasados” para

caracterizar os Aruguas no texto:

a) o uso da palavra “atrasados” no texto se deve

ao fato de Rudêncio manifestar, por meio do

discurso direto, a sua antipatia em relação àquele

povo que, em sua opinião, estava em uma situação

evolutiva inferior a outros povos.

b) o enunciador, ao caracterizar os Aruguas

como “atrasados”, manifesta uma ironia em relação

à dominação cultural de um povo por meio de

instrumentos considerados sem utilidade prática

nos dias atuais.

c) a palavra “atrasados” atribuída aos Aruguas

no texto manifesta a tendência natural dos

escritores em marcar subjetivamente juízos de

valor que eles têm em relação a coisas, a pessoas e

a povos de maneira geral.

d) a forma linguística “atrasados” manifesta a

maneira encontrada pelo narrador de conferir

objetivamente atributos àqueles que, por alguma

razão especial, estão em nível de desenvolvimento

cultural e tecnológico diferente da sociedade

moderna.

GABARITO:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Bom Trabalho! Prof. Clécio Oliveira