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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia
Escola Politécnica
Engenharia Naval e Oceânica
“Estudos de minimização dos movimentos de Heave e Pitch bem como os
efeitos causados na resistência ao avanço a partir da implementação de
hidrofólios em Crew Boats projetados para as condições do pré-sal.”
Aluno
Pedro Brezensky Villela
DRE: 108042099
Professor Orientador
Alexandre Teixeira de Pinho Alho
Rio de Janeiro, RJ – Brasil
Agosto de 2014
i
ESCOLA POLITÉCNICA
ENGENHARIA NAVAL E OCEÂNICA
“Estudos de minimização dos movimentos de Heave e Pitch bem como os
efeitos causados na resistência ao avanço a partir da implementação de
hidrofólios em Crew Boats projetados para as condições do pré-sal.”
Pedro Brezensky Villela – DRE 108042099
Projeto Final Submetido Ao Corpo Docente Do
Departamento De Engenharia Naval E Oceânica
Da Escola Politécnica Da Universidade Federal
Do Rio De Janeiro Como Parte Dos Requisitos
Necessários Para A Obtenção Do Grau De
Engenheiro Naval.
Aprovado por:
___________________________________________________
Alexandre Teixeira de Pinho Alho, D.Sc.
(Orientador)
___________________________________________________
Carl Horst Albrecht, D.Sc.
___________________________________________________
Gabriel Freire,Eng.
Rio de Janeiro, RJ – Brasil
Agosto de 2014
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Estudos de minimização dos movimentos de Heave e Pitch bem como os efeitos
causados na resistência ao avanço a partir da implementação de hidrofólios em Crew
Boats projetados para as condições do pré-sal.
Pedro Brezensky Villela
Agosto/2014
Orientador: Alexandre Teixeira De Pinho Alho
Departamento: Engenharia Naval e Oceânica
Resumo do Trabalho:
O projeto de graduação teve como objetivo analisar os efeitos de um hidrofólio
em um multicasco no comportamento em ondas e a resistência ao avanço visando a
viabilidade técnica do projeto de concepção de alternativas de embarcações do tipo
Crew Boat.
A metodologia adotada consiste na aplicação do software comercial de CFD
(Computational Fluid Dynamics), o ANSYS CFX para determinar o decremento do
decaimento livre de um modelo bidimensional considerando a introdução do hidrofolio,
comparando com o mesmo modelo sem o hidrofolio.
Posteriormente foi feita uma analise de resistência ao avanço no mesmo software
comparando o modelo com o hidrofólio e sem o hidrofolio.
ii
Dedico este trabalho a Carlos Gomes
Villela Filho (in memoriam), Meu Pai que
me apoiou sempre e pessoa que eu mais
gostaria que pudesse presenciar este
momento.
i
Agradecimentos
Primeiramente agradeço aos meus pais, Maria Aparecida Silva Brezensky e Carlos
Gomes Vilela Filho, que nunca hesitaram em investir em minha formação, oferecendo
todo o apoio necessário.
Ao Eng. Gabriel Freire, pela compreensão das minhas ausências no trabalho, pela
infinita paciência, pela amizade e exemplo de trabalho.
Ao meu amigo Julio Cesar, pela ajuda prestada nesta etapa de construção do Projeto
de Graduação. Realmente, sua ajuda foi essencial para que eu superasse as
dificuldades encontradas, principalmente no manuseio de um software tão complicado.
Ao meu Professor Orientador Alexandre Alho, pela dedicação e esforço em ensinar
Eng. Naval com uma visão mais realística da profissão.
Aos meus grandes amigos: Igor Monteiro, pelo seu companheirismo; Larissa Marquet,
pelo ombro amigo sempre presente.
A Eduarda Camara Pessoa de Faria por estar sempre ao meu lado, sem você minha
vida não seria a mesma..
Ao Gustavo Ferreira Andrade, pelas duplas feitas nos projetos, sem sua parceria e
competência essa minha batalha seria muito mais complicada. Essa vitória é um
pouco sua também.
Aos amigos feitos durante esse período, Marcus Schirmer, Rodrigo Altomare, Mariana
Candella, Pedro Ronchini, Rafael Fischer, Oto Matos, Alexandre Samel, Rodrigo
Tiago, Gustavo Montfort, Gastão Moura, entre outros.
ii
Sumário
1. Introdução ............................................................................................................. 3
2. Objetivo ................................................................................................................. 4
3. Caso de Estudo .................................................................................................... 4
4. Metodologia .......................................................................................................... 6
4.1. Casco base..................................................................................................... 6
4.2. Seleção do Folio ............................................................................................. 6
4.3. Modelo Bidimensional ..................................................................................... 8
4.4. Características do modelo .............................................................................. 9
4.5. A Malha ........................................................................................................ 11
4.5.1. Espaçamento vertical ............................................................................ 15
4.5.2. Espaçamento Horizontal ........................................................................ 16
4.5.3. Região próxima ao Fólio ........................................................................ 16
5. Configuração do Modelo Numérico ..................................................................... 17
5.1.1. Propriedades Gerais .............................................................................. 17
5.1.2. Propriedades dos Materiais ................................................................... 17
5.1.3. Condições de Contorno ......................................................................... 20
5.1.4. Parâmetros de Resolução das Equações .............................................. 22
6. Análise de Resultados ........................................................................................ 23
6.1. Teoria do corpo bidimensional flutuante ...................................................... 23
6.2. Aplicação nos resultados .............................................................................. 26
6.2.1. Resultados do modelo sem o fólio ......................................................... 26
6.2.1. Resultados do modelo com o fólio ......................................................... 28
6.2.2. Comparação dos Casos ........................................................................ 29
6.3. Extrapolação para modelo 3d ....................................................................... 31
6.4. Resistencia ao avanço .................................................................................. 34
6.4.1. O domínio .............................................................................................. 34
6.4.2. A Malha ................................................................................................. 35
6.5. Configuração do Modelo Numérico ............................................................... 36
6.5.1. Propriedades materiais .......................................................................... 36
6.5.2. Condições de Contorno ......................................................................... 38
6.5.3. Parâmetros de Resolução das Equações .............................................. 42
6.6. Resultados ................................................................................................... 42
7. Conclusão ........................................................................................................... 45
Referências Bibliográficas .......................................................................................... 46
3
1. Introdução
Hoje em dia o transporte de pessoas para as plataforma de petróleo é feita
exclusivamente através de helicópteros. O problema desse tipo de transporte é que
possui um numero bastante reduzido de lugares, fazendo com que sejam necessárias
varias viagens ou vários helicópteros pra fazer toda mudança de turno. Por outro lado,
com o avanço das plataformas para aguas cada vez mais profundas tem criado mais
um problema. É necessário que o helicóptero tenha autonomia para viajar de terra
para o local de destino e voltar a terra sem abastecer por questões de segurança,
dessa forma se torna mais restrito ainda a capacidade de transporte de passageiros
para as plataformas.
Infelizmente, até o presente momento, o transporte através de embarcações é inviável
pois, com até 300km de distancia do porto do porto de apoio, uma vigem com uma
embarcação de deslocamento do tipo Suply faz com que a viagem seja extensa
demais. Por outro lado , a utilização de embarcações de alta velocidade se torna
inviável devido a altura das ondas em tal distancia da costa, fazendo com que as
acelerações verticais dentro da embarcação ultrapassem os níveis de conforto
aceitáveis.
Nosso intuito é propor uma solução para viabilizar o uso de embarcações de alto
desempenho para o transporte de passageiros para as plataformas de petróleo
através da minimização das acelerações verticais em tais embarcações.
Portanto é de imenso interesse para a engenharia naval o estudo da utilização de
hidrofolios passivos para minimização das acelerações verticais.
4
2. Objetivo
O objetivo deste trabalho é estudar quais parâmetros influenciam no projeto de um
hidrofolio passivo capaz de aumentar consideravelmente o coeficiente de
amortecimento de uma embarcação do tipo Catamarã sem que ocorra um
aumento indesejável da resistência ao avanço.
Entretanto a simulação em volumes finitos em CFD de um caso transiente requer um
computador com capacidade de processamento inviável para nossa realidade. Dessa
forma, optamos pela simplificação para a analise de um hidrofolio infinito a partir de
um uma simulação 2D.
O objetivo é, através do calculo do decremento do decaimento livre, encontrar o
coeficiente de amortecimento para os casos com e sem folio.
Uma vez de posse desses resultados, integrar esse coeficiente ao longo do casco
considerando as parcelas de inserção do folio.
Assim, podemos avaliar qual foi o ganho percentual real de amortecimento com a
introdução do folio.
Podemos então calcular a resistência ao avanço dos casos, desta vez do casco
completo em 3D, uma vez que esta simulação não depende do tempo e sim,
majoritariamente, da distribuição de pressão no entorno do casco. Comparando o
aumento da resistência e o aumento do coeficiente de amortecimento, o projetista de
qualquer catamarã pode avaliar, para seu caso de estudo, qual seria a melhor
configuração de seu projeto.
3. Caso de Estudo
Nosso objeto de estudo é um catamarã de passageiros que nos foi fornecido pelo
aluno de graduação Bruno Ricardo, orientando do professo Alexandre Alho.
Suas principais características seguem abaixo:
Tabela 1-Dimensões principais do casco do catamarã
Comprimento: 35.0 m
Boca: 5 m
Pontal: 5 m
Calado 1.6 m
Deslocamento: 148,2 t
Separação entre cascos 15 m
6
4. Metodologia
Nesta seção será apresentada a descrição das ações tomadas para análise dos
parâmetros que inflenciam na onda gerada pelo movimento de avanço de
embarcações.
4.1. Casco base
Primeiramente foi selecionado um casco de Catamarã para servir como base. Seus
planos de linha serão encontrados no Anexo A.
Figura 3 - casco base
Como foi dito anteriormente, este estudo se deu em 2 partes:
1- Analise bidimensional da seção com folio e sem folio.
2- Analise de resistencia ao avanço dos cascos completos com e sem folio.
4.2. Seleção do Folio
Para aplicarmos o estudo do impacto do folio nesto projeto foi utilizado o software
freeship para selecionar uma configuração conhecida de folio para nos servir como
base.
Foi selecionado um folio do tipo NACA65-006 com comprimento igual a 10% do LOA.
Assim obtivemos o seguinte folio:
8
Figura 6-Casco com Hidrofólio
4.3. Modelo Bidimensional
Com base no modelo tridimensional que possuímos, foi feita uma seção no casco na
região aonde se encontra o folio afim de se calcular o decremento nessa região.
Figura 7-Seção do modelo
De posse dessa seção, foi criado um modelo bidimensional no software ANSYS ICEM
para gerar a malha que será base de nossa analise.
9
Figura 8-modelo bidimensional
Figura 9 - Vista isometrica do modelo bidimensional
4.4. Características do modelo
Para determinação das características do modelo que não influenciasse nos
resultados da simulação foram consideradas as seguintes hipóteses.
Escoamento simétrico:
o Dividimos o casco do catamarã em estudo em 2 e aplicamos a simetria.
10
De acordo com Odd M. Faltinsen em Hydrodynamics for High-speed
marine Crafts: “(...) para calcular a Resistencia de onda de um
multicasco é comum sobrepor a onda gerada por cada casco como se
não houvesse a presença do outro.”
Domínio independente
Foi dimensionado um domínio grande o suficiente para que a refração das ondas nas
bordas do domínio não influenciasse no desenvolvimento da simulação.
o Profundidade:
Para que a profundidade não influenciasse em nossa simulação é
importante que seja considerada uma simulação em aguas profundas.
Sabemos pela observação da orbita das partículas que a influencia da onda
decais exponencialmente com a profundidade.
Figura 10-Orbita das particulas fluidas em função da profundidade
Sabemos então que pela equação da dispersão
( )
Para a hipótese de aguas profundas a tangente hiperbólica deve tender
a 1(um), fazendo com que, desta forma, não haja movimento de partícula fluida
derivado das ondas de gravida a partir desta profundidade, anulando, portanto, a
refração.
Sabemos também que ( )
Assim:
Se fizermos:
h=
11
( )
Logo, para águas profundas h=
.
Consideramos então um comprimento de onda para este modelo de 60m.
Assim a profundidade necessária definida foi de 30m.
o Largura :
A largura do modelo segue o mesmo principio da profundidade. A ideia é que a
refração das ondas divergentes não influencie no modelo.
Entretanto, estamos trabalhando com um modelo bidimensional simulando um folio
infinito, com interesse apenas do decaimento livre. Dessa forma utilizamos a mesma
teoria de resistência ao avanço para determinar a largura do modelo, uma vez que, em
uma fase mais avançada do estudo, a resistência foi calculada.
Citando Harvald em “Resistance and Propultion of Ships”: (…)a vante da embarcação
existe uma area de alta pressão, dessa forma é notável a aformação de ondas
divergentes e transversais.”
Portanto, para que as ondas divergentes não interfiram na simulação é necessário que
a largura do domínio varie entre 12x(Boca/2) e 16x(Boca/2).
Logo a largura de nosso domínio foi determinada em 120m.
o Comprimento:
Como o nosso modelo é bidimensional, o comprimento é igual ao comprimento de um
elemento de malha. A malha será detalhada no próximo item.
4.5. A Malha
Nas simulações que utilizam CFD, a malha representa a discretização das regiões
fluidas. Neste trabalho optou-se por uma malha hexaédrica, pois esta apresenta um
maior controle nas regiões de interesse, apesar de demandar um tempo maior em sua
elaboração em relação à malha tetraédrica.
As malhas foram geradas no software ICEM CFD 14.0, o qual utiliza a metodologia de
blocos, esses neste trabalho criados a partir das superfícies do casco (Bottom-up).
12
Figura 11- Blocos para geração da malha
Na figura acima, pode-se perceber a criação dos blocos que darão origem à malha. As
regiões verdes representam o oceano e as regiões em rosa representam o ar.
Figura 12-Detelhe dos blocos
Após a criação dos blocos, o passo seguinte foi atribuir a quantidade de nós (que são
os vértices de cada elemento) que aquele deve ter nas três direções. Neste processo
as regiões de interesse devem receber mais elementos, pois desta forma o cálculo
poderá ser feito com mais precisão nessas áreas. Vale lembra que estamos
interessados nos efeitos no entorno do hidrofólio, dessa forma, a malha deve ser mais
refinada nessa região.
Para definir como deveria ser o espaçamento dos nós foi necessário encontra uma
configuração que visava diminuir a quantidade de elementos totais da malha,
diminuindo o tempo de processamento do computador, mas mantendo uma boa
representação dos efeitos causados pelo Fólio.
13
Para chegarmos a melhor configuração de distribuição da malha, foram criados 25
modelos de malha, até encontrássemos uma configuração de modelo que satisfizesse
nossos interesses.
Figura 13-Modelos de Malha
Os critérios utilizados para determinar qual seria a melhor configuração de malha
foram:
Consistência computacional- Garantir que o modelo estivesse realizando todos
os cálculos corretamente. (Ex: Não haver descolamento da interface ar e
água).
Boa representação dos vórtices formados no entorno do Fólio.
Boa representação das ondas formadas na superfície livre.
Para não estender desnecessariamente o relatório, decidimos apresentar aqui apenas
o modelo final da malha. Modelo este que atendeu todos os requisitos acima.
14
Figura 14-Malha
Como pode-se perceber na figura14, a malha possui maior refinamento no encontro
entre a água e o ar(superfície livre), no entorno do casco e na vertical até o fundo.
O motivo desse maior refinamento é, respectivamente:
1. Percepção do perfil de onda gerado pelo decaimento livre do corpo;
2. Geração de vórtices no entorno do fólio;
3. Garantir de que não haja efeito de águas profundas.
15
Figura 15-Detalhe da malha do entorno do casco
Com esses objetivou foram definidos, juntamente com o professor Alexandre Alho, as
proporções de espalhamento dos nós da malha, como se segue:
4.5.1. Espaçamento vertical
Para o espaçamento vertical, como estamos interessados nos efeitos causados pela
presença do Fólio, foi utilizado um aumento progressivo do espaçamento conforme os
nós se afastam do casco.
Figura 16-Espaçamento vertical
16
Figura 17-Espaçamento vertical
Como pode ser visto na figura acima, utilizamos uma progressão geométrica de
espaçamento começando com espaçamento de 0.02m e terminando com
espaçamento de 0.5m.
4.5.2. Espaçamento Horizontal
Analogamente ao espaçamento vertical, utilizamos uma progressão geométrica para
que os nós estivessem se espaçando cada vez mais conforme estes se distanciavam
do casco.
Figura 18 Parâmetros horizontais
4.5.3. Região próxima ao Fólio
Nesta região, onde surgem os vórtices responsáveis pela maior parte da dissipação de
energia esperada, foi necessária uma maior discretização da malha.
17
Figura 19-Parâmetros de malha no Fólio
Como se pode ver na figura acima, foi utilizada uma distribuição uniforme de nós com
espaçamento fixo de 0,2m de comprimento.
Dessa forma pudemos perceber satisfatoriamente os efeitos causados pela presença
do Fólio.
5. Configuração do Modelo Numérico
Nesta etapa, realizada no Ansys CFX-Pre 14.0, são atribuídas características físicas
ao domínio, possibilitando que o fenômeno estudado seja reproduzido na simulação.
Primeiramente, para analise da qualidade da malha, fizemos um estudo prévio no qual
prescrevemos um movimento senoidal fixo do casco.
Tal procedimento serviu de base para podermos selecionar a melhor configuração de
malha dentre as 25 produzidas.
Segue as principais características deste modelo:
5.1.1. Propriedades Gerais
Como nosso caso de trata de um estudo de decaimento, nosso domínio depende do
tempo, dessa forma, o tipo de analise realizado, foi Transiente.
5.1.2. Propriedades dos Materiais
Para que possamos simular a onda gerada pela embarcação é necessário que o
modelo seja bifásico composto pelo ar e água. Nesta etapa também são atribuídas as
características dos fluidos como:
18
Viscosidade Dinâmica:
Ar: 1.831E-05 [kg m^-1 s^-1]
Água: 8.899E-4 [kg m^-1 s^-1]
Temperatura:
A temperatura de referência de ambos os fluidos é de 25 °C.
-Densidade:
Ar: 1.185 [kg m^-3]
Água: 997.0 [kg m^-3]
Propriedades do Domínio:
-Gravidade:
Como a representação da onda é importante no estudo, é necessário que o modelo
leve em consideração os efeitos gravitacionais, definida como -9,80665 [m s^-2] na
direção Z (0,0,1).
- Troca de Temperatura:
A variação térmica não é um fenômeno relevante no estudo, por isso essa foi
desabilitada evitando cálculos desnecessários, reduzindo o tempo das simulações.
-Modelo de Turbulência:
O modelo de turbulência escolhido para esta simulação foi o . A opção desse é
decorrente do objetivo da análise que é o comportamento da superficie livre devido ao
movimento relativo entre o fluido e o casco. Este fenômeno é ligado ao campo de
pressões ao redor do casco, onde o modelo é eficaz.
-Movimento Prescrito
Para analise previa do movimento do casco foi prescrito um movimento senoidal para
analise da qualidade da malha.
( )
19
- Corpo Rígido
Uma vez definida a malha, foi necessário modificar o tipo de analise, pois, agora
estamos interessados em descobrir o coeficiente de amortecimento da embarcação
com e sem fólio. Assim deslocamos o casco um metro no sentido positivo do eixo Z
para criar um desbalanceamento de forças e deixamos que ocorresse o decaimento
livre. Para que isso acontecesse, foi criado o corpo rígido com massa determinada.
Figura 20-Corpo Rígido
- Superfície Livre
A representação da superfície livre é feita através da prescrição da fração volumétrica
dos fluidos e da distribuição da pressão hidrostática ao longo da profundidade. A
fração volumétrica é representada por uma função degrau equacionada da seguinte
forma:
(
)
20
Onde:
VFWater: representa a fração volumétrica da água.
NivelAgua: Representa o nível da água em relação a origem do sistema de
coordenadas.
Se:
A pressão hidrostática por sua vez é descrita pela seguinte equação:
( )
Onde:
P = Pressão hidrostática
g= Aceleração da gravidade
= massa específica da água
5.1.3. Condições de Contorno
Através das condições de contorno, podemos atribuir propriedades as faces do
domínio a fim de representar da melhor maneira o fenômeno estudado. Neste visa
prever as influencias de um folio no movimento vertical da embarcação.
Porém, como a simulação transiente reque uma capacidade de processamento muito
elevada, decidimos simplificar o problema para o estudo de um fólio infinito, Para tanto
foram utilizadas as seguintes condições de contorno:
21
Figura 21 - Condições de contorno
A seguir é descrito como foram configuradas cada uma dessas condições de contorno:
Entrada e Saída:
Tipo de condição: Simetria
Descrição: Como foi definido um folio infinito, não há velocidade de escoamento do
fluido no eixo X. Aplica simetria em no eixo X (1,0,0) em tudo que está sendo simulado
no modelo.
Turbulência: Zero gradient
Topo:
Tipo de condição: Opening
Descrição: Limite superior do domínio, onde pode entrar ou sair fluido.
Características:
Pressão relativa: r*g*(NivelAgua - z)*VFWater
Turbulência: Zero gradient
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Simetria:
Tipo de condição: Symmetry
Descrição: Como estamos simulando apenas meio casco do Catamarã, aplicamos a
simetria no eixo Y (0,1,0) em tudo que está sendo simulado no modelo.
Lateral e Fundo:
Tipo de condição: Wall
Descrição: Condição na qual existe uma parede sem escorregamento, entrada ou
saída de fluido.
Características:
Sem deslizamento
Rugosidade: Parede lisa
Casco e Fólio:
Tipo de condição: Wall
Descrição: Com esta condição o modelo reconhece que há uma parede na superfície
na qual aquela foi imposta.
Características:
Sem deslizamento
Rugosidade: Parede lisa
5.1.4. Parâmetros de Resolução das Equações
Nesta seção serão descritos parâmetros de resolução do problema, numérico, isto é,
quando ele deve parar, a escala de tempo que deve ser simulado entre as iterações e
o numero mínimo e máximo de iterações.
Critério de Convergência
23
O critério de convergência adotado foi o padrão do programa, o resíduo RMS, porém
seu valor mínimo foi reduzido de 10^-4 a 10^-5 a fim de que todas as simulações
rodassem o numero de iterações estipulado.
Escala de Tempo
A escala de tempo representa o tempo decorrido entre cada iteração. Uma boa
escolha para esse parâmetro é fundamental para as simulações, pois quando muito
elevado o modelo apresenta problemas na convergência, quando muito pequeno o
tempo de simulação pode ser grande demais. Neste trabalho a escala de tempo
adotada representa de 0,01 segundos, escolhido com base em trabalhos anteriores e
na experiência do Professor Alexandre Alho.
Número de Iterações
O número de iterações foi estipulado para que em todas as simulações o movimento
de decaimento livre completasse 3 ciclos, formando, pelo menos 3 cristas,
possibilitando, assim, o calculo do decremento. Para tanto, foram estipuladas 1000
iterações.
6. Análise de Resultados
De posse das simulações com e sem fólio, podemos comparar qual foi o efeito do fólio
no coeficiente de amortecimento do modelo.
Para tanto, utilizaremos a teoria da Dinâmica do Corpo Bidimensional flutuante,
apresentada na apostila do curso de Hidrodinâmica Aplicada II, ministrada pelo
professor S.H. Sphier.
6.1. Teoria do corpo bidimensional flutuante
“A equação de movimento obtida a partir da aplicação da lei de Newton seria:
( )
Esta é uma equação diferencial homogênea ordinária de segunda ordem a
coeficientes constantes. Sua solução seria da forma exponencial. Este problema
corresponde ao de vibração livre de um sistema amortecido, sujeito a um
deslocamento e uma velocidade iniciais.
A solução desta equação diferencial é a soma da solução homogênea, que
corresponde ao movimento após um impulso inicial, mais a solução particular que
seria regida pela característica da força de excitação. Assim, após algum tempo, a
24
solução homogênea não mais interferiria na solução do problema, isto é, após a fase
transiente o corpo entraria em um movimento harmônico com frequência ω.
( ) ( )
Onde:
;
”
Como estamos trabalhando com o decaimento livre com o objetivo de determinar o
coeficiente de amortecimento B33, nos basta a solução homogênea.
“Solução homogênea
A solução homogênea é da forma:
( ) (
√(
( ) )
√(
( )
)
)
Para valores de em que (
( ) )
temos o movimento decrescendo
exponencialmente.
Para valores de em que (
( ) )
temos um sistema pouco
amortecido e o argumento das funções exponenciais será imaginário.
Se definirmos √(
( ) )
Então teremos
( ) ( ( ) ( ))
O valor que anula é chamado de amortecimento critico.
( )
Definimos a relação entre o amortecimento e o amortecimento critico C,
( )
(...)”
Para encontrarmos o valor de devemos determinar o decremento logarítmico.
“No caso de um corpo oscilando na superfície, podemos medir os efeitos de
restauração ou calcula-los através das linhas do corpo. Podemos determinar a massa
25
do corpo, compondo a massa de cada uma de suas partes, e calcular a massa
adicional e o coeficiente de amortecimento de ondas através de métodos matemático.
Na abordagem aqui encaminhada, não fazemos nenhuma menção a efeitos viscosos,
que por efeitos locais, podem ser importantes. Nestes casos, embora possamos
determinar o amortecimento devido a formação de ondas, é fundamental o teste do
decremento logarítmico para a determinação precisa dos efeitos viscosos. Poder-se-ia
perguntar então se sempre teríamos que fazer o teste. Em termos absolutos sempre
seria necessário, entretanto devemos inicialmente verificar se os efeitos viscosos são
importantes ou não, e se os métodos de calculo das propriedades hidrodinâmicas,
massa adicional e amortecimento, para formas semelhantes levam a bons resultados
ou não.
Em geral para formas navais, somente o movimento de jogo apresenta efeitos
viscosos importantes. Costuma-se desenvolver testes experimentais, acumulando-se
informações sobre o amortecimento na forma de um percentual do amortecimento
critico do sistema.
Para determinação do decremento logarítmico, admitamos que a solução seja dada
por:
[ (√ )]
Onde S e α são obtidos das condições iniciais.
A curva tangencia a curva de resposta do sistema próximo aos máximos.
O decremento logarítmico entre duas oscilações sucessivas é expresso por:
( )
Como o sistema oscila com frequência
√
O decremento fica
26
√
(...)”
6.2. Aplicação nos resultados
Aplicando o conceito do decremento da equação de decaimento livre que obtivemos
em nossas simulações, podemos calcular ζ do modelo com e sem Fólio e, a partir
disso, determinar o coeficiente de amortecimento dos modelos e calcular então a
redução da aceleração em ambos os modelos.
Utilizando a teoria acima mencionada, encontramos os seguintes resultados:
6.2.1. Gráficos do modelo
Abaixo seguem os gráficos de decaimento livre do modelo bidimensional sem o fólio:
Grafico- 1-Aceleração e velocidade
-1,00E+01
-8,00E+00
-6,00E+00
-4,00E+00
-2,00E+00
0,00E+00
2,00E+00
4,00E+00
6,00E+00
8,00E+00
0 200 400 600 800 1000 1200
Aceleração e velocoidade sem o folio
ACELERAÇÃO
VELOCIDADE
27
Grafico- 2-Decaimento Livre sem folio
Abaixo seguem os gráficos de decaimento livre do modelo bidimensional com o fólio:
Grafico- 3- celeração e velocidade com o folio
-1,80E+00
-1,60E+00
-1,40E+00
-1,20E+00
-1,00E+00
-8,00E-01
-6,00E-01
-4,00E-01
-2,00E-01
0,00E+00
0 200 400 600 800 1000 1200
Po
siçã
o n
o e
ixo
Z e
m m
Time Steps
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
-8,00E+00
-7,00E+00
-6,00E+00
-5,00E+00
-4,00E+00
-3,00E+00
-2,00E+00
-1,00E+00
0,00E+00
1,00E+00
2,00E+00
0 200 400 600 800 1000 1200
Aceleração e velocidade com o folio
Aceleração
Velocidade
28
Grafico- 4- Decaimento Livre com Folio
6.2.1. Resultados do modelo
Resultados sem o fólio:
Período (T’)= 189 time steps
Time Step= 0,01 s
Período(T)= 1,89 s
Decremento:
Altura da Primeira crista( )= -
4,93E-01m
Altura da Segunda crista( )= -
7,39E-01m
Resultados com o folio:
Período (T’)= 342 time steps
Time Step= 0,01 s
Período(T)= 3,42 s
Decremento:
Altura da Primeira crista( )= -
1,79E-04m
Altura da Segunda crista( )= -
9,77E-01m
Podemos perceber que a massa adicional é negativa aqui. Porém, O efeito da
ressonância de Helmholtz produzido pela oscilação vertical da superfície livre entre os
cascos é pronunciado para catamarãs sem velocidade de avanço e esta ressonância é
identificada nas frequências de oscilação onde a massa adicional de heave é negativa,
YEUNG et. al. (2006).
-1,40E+00
-1,20E+00
-1,00E+00
-8,00E-01
-6,00E-01
-4,00E-01
-2,00E-01
0,00E+00
0 200 400 600 800 1000 1200
Decaimento Livre com Fólio
Accumulated Timestep,"Position(Z)on Rigid Body 1"
29
6.2.2. Comparação na formação de vórtices
Sem o fólio:
Tabela 2-Vórtice sem fólio
Com fólio
Tabela 3-Vórtices com fólio
Podemos perceber a formação de um grande vórtice no entorno do fólio, o que não
ocorre no modelo em que o fólio não está presente.
Outro ponto de grande importância é a velocidade do escoamento na superfície livre.
No modelo sem o fólio ocorre a formação de uma perturbação de grande proporção na
superfície livre, oque não ocorre no modelo com o fólio.
Esses 2 aspectos são o principal motivo para qua a aceleração do modelo diminua de
forma tão significativa.
6.2.3. Comparação dos Casos
Podemos perceber um aumento significativo do fator de amortecimento com a
presença do fólio. O decaimento aumenta 341% com a inserção do fólio e a
aceleração cai 85,71%.
30
Grafico- 5 Decaimento Livre comparado
Grafico- 6 Aceleração comparada
-1,80E+00
-1,60E+00
-1,40E+00
-1,20E+00
-1,00E+00
-8,00E-01
-6,00E-01
-4,00E-01
-2,00E-01
0,00E+00
0 200 400 600 800 1000 1200
Decaimento Livre comparado
Série2
Série1
-1,00E+01
-8,00E+00
-6,00E+00
-4,00E+00
-2,00E+00
0,00E+00
2,00E+00
4,00E+00
6,00E+00
8,00E+00
0 200 400 600 800 1000 1200
Aceleração comparada
Aceleração com o folio
Aceleração sem o folio
31
Grafico- 7- Velocidade comparada
6.3. Extrapolação para modelo 3d
De posse dos resultados encontrados, precisamos extrapolar o caso bidimensional
para o caso tridimensional.
Para realizar este objetivo, foi utilizada a teria das faixas desenvolvida por SALVESEN,
N., TUCK, E.O. AND FALTINSEN, O. Ship motions and sea loads.
Como estamos interessados nos efeitos sobre a aceleração vertical, utilizaremos as
seguintes equações:
∫
∫
∫
∫
Onde
-3,00E+00
-2,00E+00
-1,00E+00
0,00E+00
1,00E+00
2,00E+00
3,00E+00
0 200 400 600 800 1000 1200
Velocidade comparada
Velocidade com o folio
Velocidade sem o folio
32
Dividindo a embarcação em 70 faixas espaçadas de 0,5m.
Figura 22-Seccionamento do casco
Para realizar a integração dos coeficientes de massa adicional e de amortecimento, foi
utilizado o método dos trapézios.
n a33,n Xn trapezios n b33,n Xn trapezios
1 -2,95314 -17,50 -1,47657 1 991,8639 -17,50 495,932
2 -2,95314 -17,00 -1,47657 2 991,8639 -17,00 495,932
3 -2,95314 -16,50 -1,47657 3 991,8639 -16,50 495,932
4 -2,95314 -16,00 -1,47657 4 991,8639 -16,00 495,932
5 -2,95314 -15,50 -1,47657 5 991,8639 -15,50 495,932
6 -2,95314 -15,00 -1,47657 6 991,8639 -15,00 495,932
7 -2,95314 -14,50 -1,47657 7 991,8639 -14,50 495,932
8 -2,95314 -14,00 -113,542 8 991,8639 -14,00 468,6351
9 -451,214 -13,50 -225,607 9 882,6767 -13,50 441,3383
10 -451,214 -13,00 -225,607 10 882,6767 -13,00 441,3383
11 -451,214 -12,50 -225,607 11 882,6767 -12,50 441,3383
12 -451,214 -12,00 -225,607 12 882,6767 -12,00 441,3383
13 -451,214 -11,50 -225,607 13 882,6767 -11,50 441,3383
14 -451,214 -11,00 -225,607 14 882,6767 -11,00 441,3383
15 -451,214 -10,50 -113,542 15 882,6767 -10,50 468,6351
16 -2,95314 -10,00 -1,47657 16 991,8639 -10,00 495,932
17 -2,95314 -9,50 -1,47657 17 991,8639 -9,50 495,932
18 -2,95314 -9,00 -1,47657 18 991,8639 -9,00 495,932
19 -2,95314 -8,50 -1,47657 19 991,8639 -8,50 495,932
20 -2,95314 -8,00 -1,47657 20 991,8639 -8,00 495,932
33
21 -2,95314 -7,50 -1,47657 21 991,8639 -7,50 495,932
22 -2,95314 -7,00 -1,47657 22 991,8639 -7,00 495,932
23 -2,95314 -6,50 -1,47657 23 991,8639 -6,50 495,932
24 -2,95314 -6,00 -1,47657 24 991,8639 -6,00 495,932
25 -2,95314 -5,50 -1,47657 25 991,8639 -5,50 495,932
26 -2,95314 -5,00 -1,47657 26 991,8639 -5,00 495,932
27 -2,95314 -4,50 -1,47657 27 991,8639 -4,50 495,932
28 -2,95314 -4,00 -1,47657 28 991,8639 -4,00 495,932
29 -2,95314 -3,50 -1,47657 29 991,8639 -3,50 495,932
30 -2,95314 -3,00 -1,47657 30 991,8639 -3,00 495,932
31 -2,95314 -2,50 -1,47657 31 991,8639 -2,50 495,932
32 -2,95314 -2,00 -1,47657 32 991,8639 -2,00 495,932
33 -2,95314 -1,50 -1,47657 33 991,8639 -1,50 495,932
34 -2,95314 -1,00 -1,47657 34 991,8639 -1,00 495,932
35 -2,95314 -0,50 -1,47657 35 991,8639 -0,50 495,932
36 -2,95314 0,00 -1,47657 36 991,8639 0,00 495,932
37 -2,95314 0,50 -1,47657 37 991,8639 0,50 495,932
38 -2,95314 1,00 -1,47657 38 991,8639 1,00 495,932
39 -2,95314 1,50 -1,47657 39 991,8639 1,50 495,932
40 -2,95314 2,00 -1,47657 40 991,8639 2,00 495,932
41 -2,95314 2,50 -1,47657 41 991,8639 2,50 495,932
42 -2,95314 3,00 -1,47657 42 991,8639 3,00 495,932
43 -2,95314 3,50 -1,47657 43 991,8639 3,50 495,932
44 -2,95314 4,00 -1,47657 44 991,8639 4,00 495,932
45 -2,95314 4,50 -1,47657 45 991,8639 4,50 495,932
46 -2,95314 5,00 -1,47657 46 991,8639 5,00 495,932
47 -2,95314 5,50 -1,47657 47 991,8639 5,50 495,932
48 -2,95314 6,00 -1,47657 48 991,8639 6,00 495,932
49 -2,95314 6,50 -1,47657 49 991,8639 6,50 495,932
50 -2,95314 7,00 -1,47657 50 991,8639 7,00 495,932
51 -2,95314 7,50 -1,47657 51 991,8639 7,50 495,932
52 -2,95314 8,00 -1,47657 52 991,8639 8,00 495,932
53 -2,95314 8,50 -1,47657 53 991,8639 8,50 495,932
54 -2,95314 9,00 -1,47657 54 991,8639 9,00 495,932
55 -2,95314 9,50 -1,47657 55 991,8639 9,50 495,932
56 -2,95314 10,00 -1,47657 56 991,8639 10,00 495,932
57 -2,95314 10,50 -113,542 57 991,8639 10,50 468,6351
58 -451,214 11,00 -225,607 58 882,6767 11,00 441,3383
59 -451,214 11,50 -225,607 59 882,6767 11,50 441,3383
60 -451,214 12,00 -225,607 60 882,6767 12,00 441,3383
61 -451,214 12,50 -225,607 61 882,6767 12,50 441,3383
62 -451,214 13,00 -225,607 62 882,6767 13,00 441,3383
63 -451,214 13,50 -225,607 63 882,6767 13,50 441,3383
64 -451,214 14,00 -113,542 64 882,6767 14,00 468,6351
65 -2,95314 14,50 -1,47657 65 991,8639 14,50 495,932
34
66 -2,95314 15,00 -1,47657 66 991,8639 15,00 495,932
67 -2,95314 15,50 -1,47657 67 991,8639 15,50 495,932
68 -2,95314 16,00 -1,47657 68 991,8639 16,00 495,932
69 -2,95314 16,50 -1,47657 69 991,8639 16,50 495,932
70 -2,95314 17,00 -1,47657 70 991,8639 17,00 495,932
71 -2,95314 17,50 0 71 991,8639 17,50 0
A33= -3241,19
B33= 33950,93
Tabela 4-Integração por trapézios
Com isso encontramos:
Sem o fólio:
Com o fólio:
Aumento percentual:
Com este procedimento, podemos extrapolar os resultados de qualquer geometria de
folio e analisar os resultados de aumento de amortecimento efetivos sobre o projeto.
6.4. Resistencia ao avanço
Agora que já provamos a eficácia da introdução de um fólio no amortecimento de um
catamarã, devemos verificar qual o impacto deste folio na resistência ao avanço deste
mesmo casco.
Para tanto, desenvolvemos um estudo em CFX, para calcular tal impacto.
6.4.1. O domínio
Para criação do domínio, foram usados os mesmos parâmetros de domínio que foram
utilizados no modelo bidimensional( seção4,4) , com exceção do comprimento.
O comprimento foi determinado com base em projetos já desenvolvidos com esse
mesmo casco pelo Professor Alexandre Alho.
A33= 103,3601 B33= 34715,24
A35= 3720,962 B35= 0
A33= 3241,185 B33= 33950,93
A35= 118251,6 B35= 191,0777
A33 3036%
B33 -2%
A35 3078%
B35 100%
35
Dessa forma o domínio de apresenta como:
Figura 23-Vista isométrica do domínio
Figura 24-Comprimento do domínio
Foi considerado um comprimento de domínio de 6 vezes o Lpp a vante e 8vezes o Lpp
a ré de forma a garantir que o não houvesse interferência da refração das ondas nos
resultados do modelo.
6.4.2. A Malha
Para realização dessa analise, foi utilizada uma malha não estruturada tetraédrica com
inserção de prismas retangulares no entorno da superficielivre para melhor representar
a formação de das ondas.
36
Figura 25-Malha
Figura 26- Prismas na Superfície Livre
Características da malha:
Total elements : 1961570
Total nodes : 468714
Min : -280 0 -50
Max : 210 240 30
6.5. Configuração do Modelo Numérico
Nesta etapa, realizada no Ansys CFX-Pre 14.0, são atribuídas características físicas
ao domínio, possibilitando que o fenômeno estudado seja reproduzido na simulação.
Abaixo estão descritas algumas das principais características do modelo.
6.5.1. Propriedades materiais
Para que possamos simular a onda gerada pela embarcação é necessário que o
modelo seja bifásico composto pelo ar e água. Nesta etapa também são atribuídas as
características dos fluidos como:
37
Viscosidade Dinâmica:
Ar: 1.831E-05 [kg m^-1 s^-1]
Água: 8.899E-4 [kg m^-1 s^-1]
Temperatura:
A temperatura de referência de ambos os fluidos é de 25 °C.
-Densidade:
Ar: 1.185 [kg m^-3]
Água: 997.0 [kg m^-3]
Propriedades do Domínio:
-Gravidade:
Como a representação da onda é importante no estudo, é necessário que o modelo
leve em consideração os efeitos gravitacionais, definida como -9,80665 [m s^-2] na
direção Z (0,0,1).
- Troca de Temperatura:
A variação térmica não é um fenômeno relevante no estudo, por isso essa foi
desabilitada evitando cálculos desnecessários, reduzindo o tempo das simulações.
-Modelo de Turbulência:
O modelo de turbulência escolhido para esta simulação foi o . A opção desse é
decorrente do objetivo da análise que é o comportamento da superficie livre devido ao
movimento relativo entre o fluido e o casco. Este fenômeno é ligado ao campo de
pressões ao redor do casco, onde o modelo é eficaz.
- Superfície Livre
A representação da superfície livre é feita através da prescrição da fração volumétrica
dos fluidos e da distribuição da pressão hidrostática ao longo da profundidade. A
fração volumétrica é representada por uma função degrau equacionada da seguinte
forma:
38
(
)
Onde:
VFWater: representa a fração volumétrica da água.
NivelAgua: Representa o nível da água em relação a origem do sistema de
coordenadas.
Se:
A pressão hidrostática por sua vez é descrita pela seguinte equação:
( )
Onde:
P = Pressão hidrostática
g= Aceleração da gravidade
= massa específica da água
6.5.2. Condições de Contorno
Através das condições de contorno, podemos atribuir propriedades as faces do
domínio a fim de representar da melhor maneira o fenômeno estudado. Neste modelo
serão usadas 8 condições de contorno, são elas: Topo, Fundo, Lateral, Simetria,
Entrada, Saída, Casco BB e Casco BE.
39
Figura 27 - Condições de contorno
Figura 28 Condições de contorno
A seguir é descrito como foram configuradas cada uma dessas condições de contorno:
Entrada:
Tipo de condição: Inlet
40
Descrição: Onde é simulada a entrada do fluido.
Características:
Direção -1, 0, 0;
=8,23m/s
Turbulência: Zero gradient
Topo:
Tipo de condição: Opening
Descrição: Limite superior do domínio, onde pode entrar ou sair fluido.
Características:
Pressão relativa: r*g*(NivelAgua - z)*VFWater
Turbulência: Zero gradient
Simetria:
Tipo de condição: Symmetry
Descrição: Aplica simetria em no eixo Y (0,1,0) em tudo que está sendo simulado no
modelo.
Lateral:
Tipo de condição: Opening
Descrição: Condição na qual pode entrar ou sair fluido.
Características:
Pressão relativa: r*g*(NivelAgua - z)*VFWater
Turbulência: Zero gradient
Casco BB e Casco BE:
Tipo de condição: Wall
Descrição: Com esta condição o modelo reconhece que há uma parede na superfície
na qual aquela foi imposta.
Características:
41
Sem deslizamento
Rugosidade: Parede lisa
Fundo:
Tipo de condição: Wall
Descrição: Com esta condição o modelo reconhece que há uma parede na superfície
na qual aquela foi imposta.
Características:
Com deslizamento, pois não estão sendo considerados os efeitos do fundo
neste estudo.
Rugosidade: Parede lisa
Saída:
Tipo de condição: Opening
Descrição: Limite posterior do domínio, onde pode entrar ou sair fluido.
Características:
Pressão relativa: r*g*(NivelAgua - z)*VFWater
Turbulência: Zero gradient
42
6.5.3. Parâmetros de Resolução das Equações
Nesta seção serão descritos parâmetros de resolução do problema, numérico, isto é,
quando ele deve parar, a escala de tempo que deve ser simulado entre as iterações e
o numero mínimo e máximo de iterações.
Critério de Convergência
O critério de convergência adotado foi o padrão do programa, o resíduo RMS.
Escala de Tempo
A escala de tempo representa o tempo decorrido entre cada iteração. Uma boa
escolha para esse parâmetro é fundamental para as simulações, pois quando muito
elevado o modelo apresenta problemas na convergência, quando muito pequeno o
tempo de simulação pode ser grande demais. Neste trabalho a escala de tempo
adotada representa de 0,05 segundos, escolhido com base em trabalhos anteriores
em simulações de embarcações com superfície livre.
Número de Iterações
O número de iterações foi estipulado para que em todas as simulações o movimento
relativo entre a embarcação e o escoamento fosse equivalente a 3 vezes todo o
domínio fluido, o que corresponde a 1000 iterações.
6.6. Resultados
Como nosso objetivo é comparar a resistência ao avanço com e sem Hidrofólio, os
seguintes dados serão analisados:
Projeção da onda no casco
Ângulo da onda divergente formada próxima ao casco
Elevação da superfície livre em um plano transversal
Integral de pressões no casco
Projeção da onda no casco:
43
Grafico- 8- Projeção da onda no casco
Ondas divergentes:
Figura 29-Onda divergente sem o folio
-2
-1,5
-1
-0,5
0
0,5
1
-5 0 5 10 15 20 25 30 35 40
Projeção da onda no casco
Sem folio
com folio
44
Figura 30- Onda divergente com o folio
Elevação da superfície livre:
Gráfico- 9-Elevação da Superfície livre
Integral de pressões no casco
-0,5
-0,4
-0,3
-0,2
-0,1
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
-400 -300 -200 -100 0 100 200 300
Elevação da superficie livre
sem folio
com folio
45
modelo velocidade resistencia
Modelo sem folio 16,00knots 117284,40kN
Modelo com folio 16,00knots 120432,40kN
Aumento percentual na resistência
2,61%
7. Conclusão
O presente trabalho compreendeu a análise da influencia de um hidrofolio na região
entrecascos de um catamarã no amortecimento do mesmo, usando um software de
mecânica dos fluidos computacional. O modelo desenvolvido teve como principal
aplicação à predição aumento do amortecimento devido a introdução de um folia no
decaimento livre de um casco do tipo catamarã.
A partir das análises, pode-se concluir que introdução de um hidrofolio se mostra
extremamente satisfatória do ponto de vista de projeto. Uma vez que conseguimos um
aumento significativo no amortecimento da embarcação, bem como pudemos perceber
que o aumento da resistência ao avanço devido a introdução deste apêndice se
mostra irrisória.
Essa conclusão é de enorme importância, pois viabiliza o estudo de embarcações do
tipo catamarã Crew Boats para operar em regiões de altura significativa de onda que
hoje impedem que os passageiros cheguem de forma segura e confortável a seus
destinos. Com esses resultados, podemos trabalhar em novas soluções para o
transporte de passageiro pelo mar.
8. Projetos Futuros
Modelagem completamente em 3D
Estudar mais precisamente a resistência ao avanço considerando os ângulos
de trim e slaming
Estudar a influencia da variação geométrica do fólio
Estudar a variação da posição do fólio em relação ao casco
46
Referências Bibliográficas
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MANSOUR, A e CHOO, K. “Motions and loads prediction of catamarans in random
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ALHO, A. T. P. “Validation of CFD predictions of the hull resistance and the wave
system of a catamaran”, OMAE, Julho 2012
LARSSON, L.; RAVEN, H. C. “ The Principles of Naval Architecture Series. New
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SALVESEN, N., TUCK, E.O. AND FALTINSEN, O. Ship motions and sea loads. In
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250–287, 1970.
LEVI, C. A. e SALHUA,C.A. “Interferência Hidrodinâmica no Comportamento em
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