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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ ANA PAULA OLIVEIRA DA ROCHA A PERCEPÇÃO VOCAL DOS ALUNOS CONCLUINTES DO CURSO DE JORNALISMO DA UTP POR MEIO DO PROTOCOLO DE QUALIDADE DE VIDA EM VOZ CURITIBA 2014

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

ANA PAULA OLIVEIRA DA ROCHA

A PERCEPÇÃO VOCAL DOS ALUNOS CONCLUINTES DO CURSO DE JORNALISMO

DA UTP POR MEIO DO PROTOCOLO DE QUALIDADE DE VIDA EM VOZ

CURITIBA2014

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ANA PAULA OLIVEIRA DA ROCHA

A PERCEPÇÃO VOCAL DOS ALUNOS CONCLUINTES DO CURSO DE JORNALISMO

DA UTP POR MEIO DO PROTOCOLO DE QUALIDADE DE VIDA EM VOZ

Trabalho de Conclusão de Curso deFonoaudiologia, orientado pela Prof.ª Msc.Maria Regina Franke Serratto.

CURITIBA2014

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por sua graça e por seu plano traçado para mim.

Agradeço à minha família pelo amor e apoio recebido em toda a minha caminhada, não só a

acadêmica, mas a da vida.

Agradeço, em especial, a Prof.ª Maria Regina Franke Serratto pela orientação, paciência, ajuda e

compreensão que me levaram a este trabalho de conclusão de curso.

Aos membros da banca, Prof. Celso Gonçalves e Prof.ª Cristina Torelli pelo tempo dedicado a

leitura deste trabalho e pelas suas preciosas contribuições na oportunidade da qualificação, muito

obrigada.

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SUMÁRIO

1. Introdução......................................................................................................................1

2. Metodologia...................................................................................................................6

3. Resultados e Discussão..................................................................................................9

4. Considerações Finais...................................................................................................22

5. Referências Bibliográficas...........................................................................................23

6. Anexos.........................................................................................................................26

6.1 Protocolo Qvv..............................................................................................27

6.2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.............................................28

6.3 Dados Qvv...................................................................................................29

6.4 Cronograma.................................................................................................30

7. Apêndices.....................................................................................................................31

7.1 Carta de Apresentação.................................................................................32

7.2 Termo de Autorização..................................................................................33

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RESUMO

Comunicar-se bem e transmitir credibilidade é uma necessidade de qualquer indivíduo nos dias

atuais. Esse contexto engloba, de modo mais importante, os profissionais que para exercerem a

profissão utilizam a voz como instrumento de seu trabalho. O objetivo deste trabalho foi verificar a

capacidade de percepção dos discentes concluintes do Curso de Jornalismo da UTP quanto ao

impacto da voz sobre sua qualidade de vida. Realizou-se pesquisa do tipo transversal aplicando-se

protocolo internacional para avaliar a qualidade de vida e voz (QVV) em um grupo de 14

estudantes, 3 do sexo masculino e 11 do sexo feminino, concluintes do Curso de Jornalismo,

resultando em 57% dos sujeitos da pesquisa obtendo escore total acima de 90; 50% com escore

emocional 100 (valor máximo) e 36% dos pesquisados com escore físico acima de 90. Isso significa

que os sujeitos apresentam adequada relação entre qualidade de vida e voz, com quase nenhum

impacto negativo de voz sobre a qualidade de vida.

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1. INTRODUÇÃO

Comunicar-se bem e transmitir credibilidade é uma necessidade de qualquer indivíduo nos

dias atuais. Esse contexto engloba, de modo mais importante, os profissionais que para exercerem a

profissão utilizam a voz como instrumento de seu trabalho. Segundo Sataloff (1991) apud Souza &

Ferreira (2000) o emprego da voz profissional aplica-se aos indivíduos que a utilizam de maneira

continuada, os quais procuram por meio de expressão elaborada, atingir um público específico. No

caso dos tele jornalistas existe a necessidade de utilizar um padrão de voz que possa garantir a

atenção por parte dos telespectadores e transmitir a notícia com credibilidade e interpretação

(KYRILLOS, et. al., 2002). A comunicação oral diferente da escrita, nem sempre pode ter uma

elaboração anterior. Por isso, em uma situação de apresentação ao vivo, por exemplo, a

responsabilidade torna-se muito maior, exigindo um grande controle e preparo profissional

(GAMPEL 2006).

Nagano & Behlau (2001) classificam os profissionais que utilizam a voz, em vozes

ocupacionais e vozes profissionais. Segundo os autores, a voz ocupacional difere da voz

profissional pelo fato de não haver treinamento específico para sua utilização. Para eles,

profissionais da saúde, vendedores, telefonistas, controladores de voo, são exemplos de

profissionais que também fazem o uso da voz em suas ocupações, sem necessariamente terem sido

submetidos a um treinamento vocal específico. Já locutores, cantores e atores, são exemplos de

vozes profissionais, pois suas profissões estão diretamente vinculadas ao desempenho vocal e a

todo o cuidado e treinamento vocal específico por parte destes profissionais.

Para França (2003) entre os principais grupos de profissionais que utilizam a voz falada em

sua rotina de trabalho como equipamento imprescindível para o desenvolvimento da carreira estão

os comunicadores em geral: repórteres, apresentadores de TV, e demais membros da equipe que

compõem o staff de trabalho em comunicação, como os profissionais em marketing e relações

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públicas.

Ferreira (1995) apud França (2003) inclui os locutores e repórteres de rádio e televisão em

sua classificação das vozes profissionais, inserindo-os na categoria de profissionais da

comunicação. Essa classificação refere-se aos profissionais que utilizam a voz como ferramenta de

trabalho e leva em consideração aspectos relacionados às condições de produção do sujeito, de sua

categoria profissional e do ambiente de trabalho, tanto nas características físicas quanto

psicossociais, dividindo-se em profissionais da arte, educação, marketing, indústria e comércio,

judiciário, além da área de comunicação, assunto deste trabalho.

Muitos profissionais que usam a voz como meio para realização de seu trabalho são

negligentes quanto à saúde e a qualidade vocal. Apresentam uma rotina de muitas horas de uso da

voz sem intervalos, combinada a hábitos deletérios, como tabagismo, hidratação deficiente e

consumo de substancias como a cafeína, que causam ressecamento da mucosa da cavidade oral,

concomitante, geralmente, a um ambiente de trabalho desfavorável a saúde vocal e geral do

profissional (BEHLAU, 2005). O problema básico da voz falada profissional é o despreparo dos

usuários para as demandas necessárias. Além disso, nem todo profissional da voz requer um ajuste

fisiológico específico. Desta forma, geralmente o profissional inicia, e, muitas vezes, mantém sua

carreira sem nenhum preparo ou orientação vocal (BEHLAU, 2005).

Stier, Behlau & Macedo Filho (1995) atestam que o padrão vocal profissional desses

indivíduos é adquirido intuitivamente, como nos demais grupos de profissionais da voz falada, sem

o controle consciente dos diversos parâmetros vocais. Os autores prosseguem relatando que o pitch

vocal grave é mais bem aceito pelas próprias condições de amplificação e transmissão do som que

costumam distorcer vozes, tornando-as mais agudas, afirmando que tais ajustes vocais podem gerar

grande tensão à fonação.

Stemple (1984) In Behlau (2001) afirma que as pessoas que dependem de sua voz para

exercer suas atividades profissionais têm maior risco de desenvolver patologias vocais. E quando

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ocorrem problemas de voz nessa população, o impacto é enorme, pois interfere na habilidade

profissional e, consequentemente, na sua reputação profissional.

Nesse sentido, Oliveira (1997), defende a importância do trabalho com a voz propriamente

dita junto aos profissionais de comunicação na mídia, afirmando que o locutor, entre outros, deve

saber discriminar a produção vocal feita sem esforço, com equilíbrio ressonantal, de outras formas

de fonação, as quais geram esforço muscular compensatório e alterações na qualidade vocal. Assim,

o profissional da voz pode alcançar o aproveitamento máximo do aparelho fonador, evitando

esforços vocais desnecessários.

Silva (1999), por sua vez, advoga que postura corporal e articulação devem ser os pilares do

trabalho do locutor de Televisão. A autora ressalta que a harmonia entre voz e imagem é a principal

responsável pelo aumento e pela manutenção da audiência, prioridade nas emissoras de televisão

em função da grande concorrência, fato este que acarreta, sem dúvida, mais estresse aos

profissionais envolvidos, tanto em sua projeção externa, quanto na competição entre seu

desempenho e a de seus colegas, refletindo-se, muitas vezes, na saúde vocal. Assim,

frequentemente, a demanda exigida é incompatível com o padrão vocal do profissional,

representando um problema para o mesmo.

O abuso vocal é muitas vezes gerado pelas situações enfrentadas pelo jornalista, que em

muitos casos acumula funções dentro da emissora como forma de aumentar os ganhos e progredir

profissionalmente, expondo-se, muitas vezes, ao ruído competitivo de locais barulhentos, onde vai

buscar a notícia (FRANÇA 2003).

A maioria dos transtornos vocais começa com o uso excessivo da voz e com força muscular

aumentada, se instalando, assim, uma debilidade que resulta em fadiga vocal, que por sua vez

evolui para uma debilidade vocal permanente (AUGSPACH et al., 1993 apud BEHLAU, 2001).

Desta forma são instalados os quadros de disfonias, comuns entre os repórteres de telejornal e

locutores.

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Para Behlau & Pontes (2001) a disfonia é qualquer dificuldade na emissão vocal que impeça

a produção natural da voz. Entretanto, essa disfonia funcional pode evoluir, em alguns casos, para

uma disfonia organofuncional, fato que ocorre com certa frequência entre os profissionais da voz.

Nessa perspectiva a disfonia organofuncional decorre de uma disfonia funcional diagnosticada

tardiamente, a qual evoluiu para lesão orgânica secundária (PONTES & BEHLAU et al., 1989 apud

VIEIRA, ROCHA, GAMA & GONÇALVEZ, 2007).

Quando se trata de prevenção desses distúrbios, os hábitos de higiene vocal são

indispensáveis para qualquer profissional da voz. A higiene vocal refere-se às orientações sobre a

produção vocal adequada, hábitos vocais e de vida, que beneficiam a produção adequada da voz

(BEHLAU & PONTES, 2001).

Para esses autores, o ponto básico da higiene vocal é compreender como a voz é produzida e

quais os órgãos envolvidos nesse processo. Em segundo lugar, é importante compreender quais são

os inimigos de uma boa voz, ou seja, os hábitos nocivos que nos prejudicam e colocam em risco a

saúde vocal. Por último, é importante saber quais são os procedimentos básicos para mantermos

nossa emissão saudável por toda vida. Existem fatores de risco que devem ser observados com

atenção. São eles: fumo, álcool, poluição, drogas, alergias, hábitos vocais inadequados, uso de ar

condicionado, alimentação inadequada, falta de repouso adequado, vestuário incorreto, esportes

abusivos, alterações hormonais e medicamentos. Nesse sentido, como orientações básicas para uma

boa emissão estão, entre elas, a correta articulação das palavras para amplificação sonora, o

monitoramento da voz para verificar se está falando mais alto que o necessário, evitar falar

rapidamente e por longo tempo, redução do uso da voz em condições de saúde limitadas como

gripes, resfriados e problemas respiratórios, e o aquecimento da voz com exercícios específicos,

antes de usá-la de forma intensiva.

Além disso, estudantes do último ano de jornalismo demonstram um conhecimento sobre

suas próprias vozes ligado ao senso comum, fato este que merece atenção por parte dos

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fonoaudiólogos, a fim de colaborar não só paras as atividades de trabalho desses futuros

profissionais, mas também para a prevenção de possíveis problemas vocais e melhoria de sua

qualidade de vida e de voz (CHUN, 2007).

Portanto, considerando-se o que foi descrito até o momento, é de suma importância que

discentes dos cursos de Jornalismo, tenham uma percepção adequada sobre a produção e cuidados

com a sua voz, a importância da mesma na sua atividade profissional para que, consequentemente,

ele venha a utilizar seu instrumento de trabalho da forma mais eficaz, efetiva e eficiente. E, nesse

sentido, cabe ao profissional fonoaudiólogo habilitá-lo quanto a estes aspectos.

Estudos apontam a importância em se relacionar à auto percepção vocal com a qualidade de

vida, captar a percepção do sujeito em relação à sua voz. Neste sentido, Kasama e Brasolotto (2007)

verificaram que quanto pior a opinião do disfônico sobre o impacto da disfonia em sua qualidade de

vida, pior sua percepção vocal.

Assim, o objetivo deste trabalho é verificar a capacidade de percepção dos discentes

concluintes do Curso de Jornalismo da Universidade Tuiuti do Paraná, quanto ao impacto da voz

sobre sua qualidade de vida.

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2. METODOLOGIA

A Organização Mundial da Saúde (OMS), após consenso entre especialistas, definiu qualida-

de de vida como sendo a percepção do indivíduo a respeito da sua condição de vida, no contexto

cultural e sistemas de valores e da relação com as expectativas, objetivos e padrão de preocupações.

Assim considera-se qualidade de vida, a integridade de fatores multidimensionais baseados em pa-

râmetros físicos, mentais e sociais.

Recentes estudos correlacionam qualidade de vida e voz ao gênero, às alterações funcionais

ou orgânicas, ao impacto cultural, à percepção vocal do paciente e à percepção da comunidade. O

protocolo usado em nosso estudo é o protocolo V-RQOL – Voice-Related Quality of Life (Hogikyan

& Sethuraman 1999), traduzido e adaptado para o português (Qualidade de Vida e Voz – QVV) por

BEHLAU et al., (2001b).

O protocolo QVV é apontado como um importante instrumento para seguintes finalidades:

observar o indivíduo de maneira global e subdividir a avaliação em domínios distintos que reflitam

a influência da disfonia na condição física e emocional. (Anexo 01).

Este protocolo vem sendo utilizado em diversas pesquisas da área fonoaudiológica para a

investigação das relações entre qualidade de vida e voz dos professores, estudantes de graduação e

sujeitos com e sem alterações vocais. Ele é apontado como importante instrumento para as

seguintes finalidades:

1. Avaliar o impacto da disfonia sobre a vida de sujeitos em atendimento fonoaudiológico;

2. Verificar a capacidade de percepção dos sujeitos quanto ao impacto da voz sobre a sua

qualidade de vida;

3. Realizar o acompanhamento da evolução do atendimento clínico na área de voz;

4. Subsidiar o planejamento de ações para a promoção da saúde vocal em profissionais da voz.

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Neste trabalho, a finalidade número 2 do protocolo QVV, será a utilizada, ou seja, verificar a

capacidade de percepção dos sujeitos quanto ao impacto da voz sobre a sua qualidade de vida..

O protocolo QVV é composto de uma pergunta temática isolada “Como você avalia a sua

voz?”, com dez questões e três domínios padronizados: emocional, físico e global, esse último

sintetizando os dois primeiros.

As perguntas 1, 2, 3, 6, 7 e 9 referem-se ao funcionamento físico, e as perguntas 4, 5, 8 e 10

ao domínio sócio emocional, que testam dois aspectos relevantes e diferentes de como um distúrbio

vocal pode interferir no cotidiano do indivíduo.

O QVV produz um escore total e escores de dois domínios, o sócio emocional e o

funcionamento físico. Para o cálculo do escore final do QVV, utilizam-se as regras geralmente

empregadas na maior parte dos instrumentos de qualidade de vida. É calculado um escore padrão a

partir do escore bruto, sendo que um valor mais elevado indica que os aspectos de qualidade de vida

não estão comprometidos em função da voz. O escore máximo é 100 (melhor qualidade de vida ou

voz saudável), e o escore mínimo é zero (pior qualidade de vida), os escores de 81 a 100 indicam

baixo impacto da voz na qualidade de vida (ou voz saudável); de 61 a 80 referem médio impacto

(ou voz disfônica); e menor ou igual a 60, alto impacto da voz na qualidade de vida (ou voz

disfônica) tanto para um domínio particular, como para o escore global. O escore geral de um

protocolo é calculado de acordo com o seguinte algoritmo (Validado por GASPARINI, BEHLAU

2005):

100

itens# possível bruto escoremaior

ou total domínio no tens# bruto escore100 x

i

(1)

onde o escore bruto é calculado somando os valores obtidos em cada um dos itens respondidos.

Assim, o escore total do QVV, correspondente aos itens de 1 a 10, é calculado da seguinte

forma:

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100

40

10bruto escore100 x

(2)

Por sua vez, o escore o domínio emocional, que corresponde aos itens 4, 5, 8 e 10, é

calculado assim:

100

16

4bruto escore100 x

(3)

Já o escore do funcionamento físico, correspondente aos itens 1, 2, 3, 6, 7 e 9 é calculado de

acordo com o seguinte algoritmo:

100

24

6bruto escore100 x

(4)

Os sujeitos desta pesquisa são os discentes do 8º período – concluintes - do Curso de

Jornalismo da Universidade Tuiuti do Paraná. Após a entrega de uma Carta de Apresentação (Anexo

02) encaminhada ao Coordenador dos Cursos de Comunicação Social da UTP, bem como de um

Termo de Autorização (Anexo 03), o QVV foi aplicado a fim de verificar a capacidade de percepção

dos alunos acima citados quanto ao impacto de sua voz sobre a sua qualidade de vida. Cada discente

participante assinou um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 04).

Os protocolos foram respondidos por 14 sujeitos (3 do sexo masculino e 11 do sexo

feminino) no dia 07 de maio de 2014 durante a aula de “Empreendedorismo”, com o consentimento

do coordenador dos cursos de Comunicação Social, bem como, da professora que ministrava a aula

no momento. Os participantes da pesquisa receberam orientações quanto aos procedimentos da

pesquisa e logo em seguida os protocolos foram entregues juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido, que foi assinado pelos alunos e devolvido à pesquisadora ao

término da aplicação do questionário.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os domínios padronizados do QVV apresentam valores variando entre 0 e 100,

considerando piores os mais próximos de 0 e melhores os mais próximos de 100. Foi calculado o

escore do domínio global (escore padrão total) para cada sujeito e, partindo-se desses resultados,

chegou-se à média de todos os sujeitos.

Os resultados do cálculo do escore total do QVV variaram entre 72,5 e 97,5, com média de

87,14 e desvio padrão de 8,25. Para os escores emocional e físico, as médias foram de 93,3 e 83

respectivamente e os desvios padrão de 9,94 e 12,2 respectivamente. Foi obtido também: 57% dos

sujeitos da pesquisa com escore total acima de 90; 50% com escore emocional 100 (valor máximo)

e 36% dos pesquisados com escore físico acima de 90. Isso significa que os sujeitos apresentam

ótima relação entre qualidade de vida e voz, com quase nenhum impacto negativo de voz sobre a

qualidade de vida. Mas há que se levar em consideração a possibilidade dos sujeitos terem avaliados

suas vozes positivamente em razão do conhecimento insuficiente e da dificuldade e/ou poucas

oportunidades para melhor perceber e avaliar a própria voz.

A resposta 5 (é um problema muito grande) foi a menos escolhida pelos sujeitos,

apresentando frequência igual a 2 e sendo seguida pelas respostas 4 (é um grande problema) e 3 (é

um problema moderado/médio) com frequência 5 e 9, respectivamente. Já as respostas mais

escolhidas foram 1 (não é um problema) e 2 (é um problema pequeno), indicativas de menor

impacto da voz na qualidade de vida. A frequência para a resposta 1 foi de 93 e para a resposta 2 de

31, representando 66 e 22% das escolhas, respectivamente.

Os gráficos de 1 a 10 apresentam uma análise descritiva das respostas às questões do QVV.

No eixo x estão as respostas de 1 a 5, nomeadas como “o quanto isto é um problema”. Já no eixo y

encontra-se a frequência de escolha das respostas tendo como valor máximo o número total de

sujeitos da pesquisa (n = 14).

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Quanto à questão 1, “Tenho dificuldade em falar forte (alto) ou ser ouvido em lugares

barulhentos”: para 50% dos sujeitos, isso não é um problema; para 36%, é um problema pequeno e

apenas para 14%, é um problema moderado. Esse quesito engloba o conceito de projeção vocal, que

implica a adequação dos parâmetros vocais de ressonância, articulação e loudness (BEHLAU et al,

2001; BEHLAU, PONTES, 1995) e o fato de 50% dos sujeitos enfrentar dificuldades nesse ponto

leva a pensar na importância de um trabalho vocal com tais indivíduos, a fim de subsidiar a

exploração da projeção vocal com equilíbrio ressonantal e sem esforço compensatório ou alterações

na qualidade vocal (OLIVEIRA IB, 1997).

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Na questão 2, “O ar acaba rápido e preciso respirar muitas vezes enquanto eu falo”, 29%

relataram não ser um problema; para 50%, é um problema pequeno; para 7% é um problema

moderado; 7% responderam que é um grande problema e igualmente para 7% dos sujeitos, é um

problema muito grande. A coordenação pneumofonoarticulatória adequada é considerada primordial

para a fonação e transmissão adequada da mensagem, auxiliando a expressividade, aumentando a

inteligibilidade da fala e transmitindo, ao ouvinte, a sensação de estabilidade, domínio da fonação e

harmonia (BEHLAU et al, 2001). Considerando que 71% enfrentam problemas para coordenar a

respiração enquanto falam, esses são indícios de uma possível incoordenação

pneumofonoarticulatória.

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Saber como a voz vai sair quando se começa a falar (questão 3) indica constância e

estabilidade da qualidade vocal, aspectos importantes para o profissional que utiliza a voz no

trabalho (PENTEADO et al, 2006). A maioria não enfrentou problemas nesta questão, visto que

50% dos sujeitos referiram não ser um problema; para 29% é um problema pequeno; para 14% é

um problema moderado e para 7%, ou seja, somente 1 sujeito, isso é um grande problema.

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Na questão 4, “Às vezes, fico ansioso ou frustrado (por causa da minha voz)” para grande

parte dos indivíduos pesquisados (57%) isso não é um problema, o que significa, em geral que, a

voz não exerce neles um impacto emocional negativo. Já em 29% dos alunos, isso é considerado um

problema pequeno.

Vozes alteradas, em profissionais da voz, podem estar associadas a experiências emocionais

negativas, ansiedade e estresse, bem como a limitações da expressão vocal e prejuízos à carreira

(BEHLAU et al, 2005; COELHO MA, 2004). Nesse sentido, assumem importância as ações

fonoaudiológicas que favoreçam a sensibilização e o direcionamento da atenção das pessoas para as

questões pessoais e as circunstanciais implicadas nas relações entre voz e emoção (PENTEADO et

al, 2006).

Na questão 5, “Fico deprimido (por causa da minha voz)”: 79% referem que isso não é um

problema. A relação entre voz e estados emocionais intensos, como a depressão, é encontrada

sobretudo em casos de perda total da voz ou comprometimento muito severo da comunicação, como

por exemplo, nas laringectomias totais ou nas afasias (PENTEADO et al, 2006).

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A questão 6, “Tenho dificuldades em falar ao telefone (por causa da minha voz)”, não é um

problema para 93% dos sujeitos da pesquisa e somente para 7% da amostra, ou seja, 1 sujeito isto é

um problema muito grande. A comunicação via telefone requer uma fala clara, com articulação e

velocidade de fala adequada, de maneira a permitir ao ouvinte, que não está vendo o rosto do

falante, entender/compreender o que está sendo dito (NASCIMENTO et al, 1995).

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A maioria dos pesquisados se apresenta sem problemas na relação entre uso da voz e

situação profissional (questão 7: “Tenho problemas no meu trabalho ou para desenvolver minha

profissão por causa da minha voz”): para 57%, não é um problema; embora para 29%, seja um

problema pequeno e para 14%, este seja um problema variando entre médio ou grande.

Mercatelli et al (2000), ao discorrerem sobre a voz na mídia, explicam que o repórter de

televisão necessita que sua voz transmita credibilidade e confiança ao público-alvo, além do uso

coerente da expressão facial e dos gestos, importantes para a transmissão das informações.

Na questão 8, “Evito sair socialmente (por causa da minha voz)”, todos os alunos, ou seja,

100% dos pesquisados responderam que isso não é um problema.

Segundo Wallon in Weber e Nadel (1986), o comportamento do ser humano resulta da

interação do organismo com o meio em que vive. Depende, portanto, de condições fisiológicas e de

condições sociais. Desde o nascimento, o meio social se impõe ao homem, sendo ele um ser

essencialmente social devido a necessidades íntimas, visto que sem a presença do outro o recém-

nascido humano não sobreviveria.

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Para a questão 9, “Tenho que repetir o que falo para ser compreendido”, não é problema para

65% dos sujeitos; para 21%, isso é um problema pequeno; já para 14% é um problema variando

entre médio e grande.

Os profissionais da voz que atuam em rádio e televisão necessitam expressar-se com boa

qualidade de voz, articulação clara e definida, boa modulação, ênfase nas palavras em destaque,

entonação adequada, projeção vocal, velocidade de fala adequada e controle e coordenação

dinâmica pneumofonoarticulatória. Isso, a fim de transmitir, ao ouvinte, credibilidade da mensagem

emitida e desejo de ser compreendido. Problemas nesses parâmetros vocais podem dificultar a

compreensão e gerar a necessidade de repetir o que foi dito (KYRILLOS et al, 2002; BEHLAU,

PONTES, 1995).

Segundo Kyrillos (2005), para aqueles que usam a voz profissionalmente, não basta ter uma

voz saudável e resistente, é preciso antes de tudo ser um bom comunicador. Para isso, deve haver

coerência entre a comunicação verbal e a comunicação não-verbal, que inclui os parâmetros da

qualidade vocal e do corpo (postura, gestos e expressão facial). Behlau et al (2005) referem que a

arte de bem falar também depende da capacidade de boa argumentação.

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E por fim, no que diz respeito à questão 10, “Tenho me tornado menos expansivo (por causa

da minha voz)”, 86% referem que isso não é um problema, e, para 14% dos sujeitos, é um problema

pequeno. O desenvolvimento da expressividade vocal é uma necessidade no meio profissional dos

comunicadores sociais (COELHO, 2004; BORREGO, 2004).

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TABELA 1 – PORCENTAGEM DE SUJEITOS QUE ESCOLHERAM AS RESPOSTAS DE 1A 5 ÀS QUESTÕES 1, 2 E 7.

QuestõesQVV

Respostas

1 2 3 4 5

1 50% 36% 14% - -

2 29% 50% 7% 7% 7%

7 57% 29% 7% 7% -

1 – Não é um problema

2 – É um problema pequeno

3 – É um problema moderado/médio

4 – É um grande problema

5 – É um problema muito grande

As questões 1 “Tenho dificuldade em falar forte (alto) ou ser ouvido em lugares

barulhentos”, 2 “O ar acaba rápido e preciso respirar muitas vezes enquanto falo” e 7 “Tenho

problemas no meu trabalho ou para desenvolver minha profissão (por causa da minha voz)”

chamam a atenção, visto que houve uma grande variedade de respostas escolhidas. A tabela 1

mostra a porcentagem de sujeitos que escolheram as respostas de 1 a 5 às questões 1, 2 e 7. Na

questão 1, metade dos participantes afirmam terem problemas leves ou moderados. No caso da

questão 2 apenas 29% dos participantes afirmam não terem problemas. Na questão 7 apenas a

resposta 5 (é um problema muito grande) não foi escolhida. O fato de estas questões envolverem

aspectos de respiração, fonação, projeção vocal, instabilidade vocal e estresse profissional

(BEHLAU et al, 2001; BEHLAU, PONTES, 1995), reafirma a importância de trabalhos para a

promoção de saúde e da expressividade vocal dos futuros profissionais, como também, para a

melhoria de sua qualidade de vida e de voz.(OLIVEIRA IB,1997).

Segundo Santos et al (2014), a eficiência comunicativa pode ser trabalhada, como

demonstra um estudo que verificou o julgamento dos telespectadores a partir de uma proposta de

intervenção fonoaudiológica com tele jornalistas. Houve percentual significante de preferência dos

telespectadores na situação pós-intervenção fonoaudiológica (AZEVEDO; FERREIRA &

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KYRILLOS, 2009).

TABELA 2 - PORCENTAGEM DE SUJEITOS QUE ESCOLHERAM AS RESPOSTAS DE 1 A 5 ÀS QUESTÕES 3, 6 E 9

QuestõesQVV

Respostas

1 2 3 4 5

3 50% 29% 14% 7% -

6 93% - - - 7%

9 65% 21% 7% 7% -

1 – Não é um problema

2 – É um problema pequeno

3 – É um problema moderado/médio

4 – É um grande problema

5 – É um problema muito grande

A tabela 2 mostra a porcentagem de sujeitos que escolheram as respostas de 1 a 5 às

questões 3, 6 e 9. As questões 03, 06 e 09 envolvem o domínio físico relacionado ao modo de

produção da fala e a maioria não enfrentou problemas neste quesito. Os profissionais da voz que

atuam em rádio e TV necessitam expressar-se com boa qualidade de voz, articulação clara e

definida, entonação e velocidade de fala adequadas. Isso, a fim de transmitir, ao ouvinte,

credibilidade da mensagem emitida e desejo de ser compreendido (KYRILLOS et al, 2002;

BEHLAU, PONTES, 1995).

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TABELA 3 - PORCENTAGEM DE SUJEITOS QUE ESCOLHERAM AS RESPOSTAS DE 1 A 5 ÀS QUESTÕES 4,5, 8 E 10

QuestõesQVV

Respostas

1 2 3 4 5

4 57% 29% 7% 7% -

5 79% 14% 7% - -

8 100% - - - -

10 86% 14% - - -

1 – Não é um problema

2 – É um problema pequeno

3 – É um problema moderado/médio

4 – É um grande problema

5 – É um problema muito grande

A tabela 3 mostra a porcentagem de sujeitos que escolheram as respostas de 1 a 5 às

questões 4, 5, 8 e 10. As questões 4, 5, 8 e 10 envolvem o aspecto emocional da voz e a resposta 1

(não é um problema) foi a mais escolhida pelos participantes, porém, a resposta 2 (é um problema

pequeno) teve frequência variando entre 14 e 29%. Vozes alteradas, associadas à depressão,

ansiedade e estresse, em profissionais da voz, podem trazer prejuízos à carreira (BEHLAU et al,

2005; COELHO MA, 2004). Nesse sentido, se fazem necessárias ações fonoaudiológicas que

favoreçam a sensibilização e a atenção das pessoas para as relações entre voz e emoção

(PENTEADO et al, 2006).

Em estudo feito com aplicação do protocolo QVV em estudantes do curso de Radialismo do

7º período da Universidade Metodista de Piracicaba/UNIMEP, Penteado et al (2006) relatam que as

questões que tiveram maior número de respostas variando entre 3 (é um problema

moderado/médio), 4 (é um grande problema) e 5 (é um problema muito grande), indicativas de

maior impacto da voz na qualidade de vida considerada de moderada a ruim, foram, em ordem

decrescente: questões 1 e 2 (24% dos sujeitos em cada uma); questão 4 (16%) e questão 7(12%). As

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que apresentaram menor número de respostas indicativas de impacto na voz na qualidade de vida

foram: questões 6 e 8 (0%); questões 5 e 10 (4%) e questões 3 e 9 (8%).

Penteado et al (2006) também relatou que, em geral, notou-se uma auto avaliação da voz

positiva no grupo estudado, uma vez que, somadas as porcentagens das respostas “boa” e “muito

boa”, obtém-se 92%. Segundo Kyrillos (2002) & Oliveira (1995) apud Penteado et al (2006) ter

uma percepção positiva da voz pode ser um traço do perfil de estudantes de radialismo, já que

“possuir uma boa/bela voz”, “possuir uma voz bem colocada”, “possuir uma voz sonora” ou, ainda,

“gostar de falar/ gostar da voz” são fatores que levam as pessoas a buscar a formação de locutor ou

radialista.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados mostram adequada relação entre qualidade de vida e voz, com quase nenhum

impacto negativo de voz sobre a qualidade de vida e contextos profissionais, evidenciada pelos

seguintes escores: total médio de 87,14; emocional médio de 93,3 e físico médio de 83 do QVV,

pelas respostas às questões de 1 a 10 desse questionário. Entretanto, há que se levar em

consideração a possibilidade dos sujeitos terem avaliados suas vozes positivamente em razão do

conhecimento insuficiente e da dificuldade e/ou poucas oportunidades para melhor perceber e

avaliar a própria voz.

Levando em consideração o uso da mesma metodologia em novos estudos, sugerimos a

realização de um Estudo comparativo entre discentes ingressantes e concluintes do Curso de

Jornalismo, como também, outro Estudo comparativo entre concluintes e profissionais da área de

Jornalismo.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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6. ANEXOS

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6.1 PROTOCOLO QVV

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6.2 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu,_____________________________________________________________________________RG n°__________________, estou sendo convidado(a) a participar de um estudodenominado “A percepção vocal dos discentes do Curso de Comunicação Social – habilitaçãoem Jornalismo da Universidade Tuiuti do Paraná” – cujo objetivo é verificar a capacidade depercepção dos discentes do Curso de Comunicação Social quanto ao impacto da voz sobre a suaqualidade de vida.

A minha participação no referido estudo será no sentido de comprometer-me a responder oquestionário – instrumento da pesquisa, em anexo. Estou ciente de que minha privacidade serárespeitada, ou seja, meu nome ou qualquer outro dado ou elemento que possa, de qualquer forma,me identificar, será mantido em sigilo. Também fui informado de que posso me recusar a participardo estudo, ou retirar meu consentimento a qualquer momento, sem precisar justificar.

Os pesquisadores envolvidos com o referido projeto são Ana Paula Oliveira da Rocha,acadêmica do 7° período do Curso de Fonoaudiologia e Maria Regina Franke Serratto, professora-orientadora da Universidade Tuiuti do Paraná e com eles poderei manter contato pelos telefones(41) 9182-2787 e (41) 8838-6911, respectivamente.

É assegurada a assistência durante toda pesquisa, bem como me é garantido o livre acesso atodas as informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e suas consequências, enfim, tudoo que eu queira saber antes, durante e depois da minha participação.

Enfim, tendo sido orientado quanto ao teor de todo o aqui mencionado e compreendido anatureza e o objetivo do já referido estudo, manifesto meu livre consentimento em participar,estando totalmente ciente de que não há nenhum valor econômico, a receber ou a pagar, por minhaparticipação. De igual maneira, caso ocorra algum dano decorrente da minha participação noestudo, serei devidamente indenizado, conforme determina a lei.

Curitiba, ______ de ___________________ de 2014.

Nome e assinatura do sujeito da pesquisa

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6.3 DADOS QVV

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6.4 CRONOGRAMA

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7. APÊNDICES

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7.1 CARTA DE APRESENTAÇÃO

Curitiba, 23 de abril de 2014.

Ao Coordenador do Curso de Comunicação SocialProf. Fábio Witzki

Vimos por meio deste solicitar sua autorização para realizarmos a pesquisa de Trabalho deConclusão do Curso de Fonoaudiologia da Universidade Tuiuti do Paraná intitulado “A percepçãovocal dos discentes do Curso de Jornalismo da Universidade Tuiuti do Paraná”, junto aosdiscentes do 8º período da habilitação de Jornalismo. Esta pesquisa tem por objetivo verificar apercepção de egressos desta habilitação quanto ao impacto da voz sobre a sua qualidade de vida.

Esta pesquisa será desenvolvida pela acadêmica do 7° período do Curso de Fonoaudiologiada Universidade Tuiuti do Paraná, Ana Paula Oliveira da Rocha, sob a supervisão da Professora eFonoaudióloga Maria Regina Franke Serratto.

A pesquisa constará do preenchimento de um questionário a ser entregue e recolhido pelaacadêmica nas salas de aula.

As respostas dos questionários são sigilosas e confidenciais, sendo divulgadas somente emforma de artigo científico, preservando-se a identidade dos respondentes.

Diante do exposto, solicitamos sua autorização para a participação dos egressos do Curso deJornalismo.

Colocamo-nos à disposição para os esclarecimentos que se fizerem necessários.Antecipadamente agradecemos.Atenciosamente.

Ana Paula Oliveira da Rocha Maria Regina Franke Serratto Acadêmica Professora Responsável (41) 9182-2787 (41) 8838-6911e-mail [email protected] [email protected]

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7.2 TERMO DE AUTORIZAÇÃO

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