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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTU SENSU MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE DA FAMÍLIA ANDRÉA ALBUQUERQUE COSTA IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NO ESTADO DO CEARÁ: UM ESTUDO DE AVALIABILIDADE SOBRAL CE 2013

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Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTU SENSU

MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE DA FAMÍLIA

ANDRÉA ALBUQUERQUE COSTA

IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM

SAÚDE NO ESTADO DO CEARÁ: UM ESTUDO DE AVALIABILIDADE

SOBRAL –CE

2013

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ANDRÉA ALBUQUERQUE COSTA

IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM

SAÚDE NO ESTADO DO CEARÁ: UM ESTUDO DE AVALIABILIDADE

Dissertação submetida ao Programa de Pós-

Graduação em Saúde da Família da Universidade

Federal do Ceará, Campus Sobral, como pré-

requisito para obtenção do título de Mestre em

Saúde da Família. Linha de pesquisa: Estratégias de

Educação Permanente e Desenvolvimento

Profissional em Sistemas de Saúde (EP).

Orientadora: Prof. Dra. Maristela Inês Osawa

Chagas

SOBRAL –CE

2013

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Universidade Federal do Ceará

Biblioteca Curso de Medicina de Sobral

C87i Costa, Andréa Albuquerque.

Implantação da política nacional de educação permanente em saúde no Estado do Ceará: um

estudo de avaliabilidade / Andréa Albuquerque Costa. – 2013.

194 f. : il. color., enc. ; 30 cm.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Curso de Medicina, Programa de

Pós-Graduação em Saúde da Família, Sobral, 2013.

Área de Concentração: Saúde da família.

Orientação: Profª. Drª Maristela Inês Osawa Chagas.

1. Avaliação em saúde. 2. Políticas públicas. I. Título.

CDD 379.8131

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ANDRÉA ALBUQUERQUE COSTA

IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM

SAÚDE NO ESTADO DO CEARÁ: UM ESTUDO DE AVALIABILIDADE

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família da Universidade

Federal do Ceará, Campus Sobral, como pré-requisito para obtenção do título de Mestre em

Saúde da Família. Linha de pesquisa: Estratégias de Educação Permanente e

Desenvolvimento Profissional em Sistemas de Saúde (EP).

Aprovada em: _____/ _____/ _____

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________

Profª Dra. Maristela Inês Osawa Chagas

Universidade Estadual Vale do Acaraú

Orientadora

___________________________________________

Profª Dra. Maria de Fátima Antero Sousa Machado

Universidade Regional do Cariri – URCA

(1º Membro Examinador)

__________________________________________

Profª Dra. Maria Socorro de Araújo Dias

Universidade Estadual Vale do Acaraú

(2º Membro Examinador)

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À minha amada filha Maria Clara, onde em muitos

momentos tive que trocar o aconchego dos seus

braços pelo mergulho nas leituras e escrita.

Ao meu grande companheiro e amor da minha vida

Fábio, pelo apoio e compreensão nesta caminhada.

Vocês são a razão da minha vida!

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por me iluminar e guiar todos os dias meu caminho, por me

confortar nos momentos mais difíceis e me dar força e coragem nos inúmeros desafios

traçados nesta caminhada.

Ao meu esposo Fábio pelo apoio no trabalho e em casa para concretização deste

sonho, pela torcida e tolerância. Esta é uma conquista nossa, que precisou de renúncias e

adequações em nossa rotina, e que sem você não seria possível.

À minha orientadora, Maristela, pela tranqüilidade e segurança que sempre me

transmitiu e pela dedicação e ensinamentos que gentilmente dividiu comigo. Obrigada

professora, foi uma honra ter sido mais uma vez sua orientanda.

Às professoras Socorro Dias e Fátima Antero que desde o primeiro contato com o

projeto de pesquisa na qualificação, colaboraram imensamente, ajudando na caminhada para o

resultado final da pesquisa. Agradeço pela disponibilidade e gentileza em contribuir com esta

produção.

Aos meus pais Maria e Francisco que, com certeza, sempre acreditaram, torceram

e rezaram por mim.

Aos meus irmãos Renata e Bruno e minha cunhada Virgínia, pelo apoio, carinho e

dedicação à Maria Clara, estando sempre presentes.

Ao Jorge, pelo apoio técnico no inglês, sempre disponível mesmo com minha

pressa.

À minha grande amiga e companheira de mestrado, Michelle, amiga obrigada, a

caminhada foi árdua, mas nossas conversas e desabafos tornavam-a mais esperançosa e

muitas vezes divertida.

À minha grande amiga Geanny, que soube compreender minha ausência e torceu

por mim em todos os momentos.

Aos amigos Juliana e Cid, pelo apoio e momentos de conselhos e descontração,

vindos de um casal que sobreviveu ao mestrado, acreditem são palavras muito valiosas.

À Milena e Eliane, que cuidaram de casa e do meu maior tesouro, Maria Clara,

com muita dedicação e amor.

Às colegas de trabalho, Mirta, Rosário, Tatiana e Dheina, pela dedicação e

compromisso com a Clínica.

Aos colegas do mestrado por todo aprendizado que tive com vocês.

Aos professores do MASF, pela dedicação e ensinamentos divididos conosco.

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Às Secretárias Executivas das CIES das três Macrorregiões de Saúde do Ceará

pela disponibilidade e colaboração.

Aos membros das CIES do Ceará que gentilmente colaboraram com esta pesquisa.

Aos funcionários da EFSFVS, de Sobral, que prontamente se disponibilizaram em

colaborar nesta pesquisa.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

“A teoria sem a prática vira ‘verbalismo’, assim

como a prática sem teoria, vira ativismo. No entanto,

quando se une a prática com a teoria tem-se a práxis,

a ação criadora e modificadora da realidade.”

(Paulo Freire)

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RESUMO

Trata-se de um Estudo de Avaliabilidade da Política Nacional de Educação Permanente em

Saúde (PNEPS), tendo como unidade de análise as três macrorregiões de saúde do Estado do

Ceará considerando os anos de 2007 a 2011. Foram realizadas análise documental e dos

formulários aplicados às secretárias executivas e membros das Comissões de Integração

Ensino Serviço (CIES). No contexto destes componentes foram examinadas as seguintes

dimensões: estrutura e funcionamento das CIES do Ceará; implementação de ações de

educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de

EPS previstas para o período de 2007 a 2011. Dentre os resultados destaca-se a elaboração do

modelo lógico, situação da implementação das ações da PNEPS por macrorregião e matriz de

análise e julgamento com critérios, indicadores e padrões e as fontes de verificação. A

descrição da implantação possibilitou discussão sobre conceito, princípios, diretrizes e ações

realizadas em cada macrorregião. A PNEPS é uma intervenção passível de avaliação, pois foi

possível explicitar sua plausibilidade, mas se faz indispensável o registro e monitoramento

das ações por cada instância macrorregional. Esse procedimento permitiu perceber nas

macrorregionais os distintos estágios da implementação das diretrizes estabelecidas pela

Portaria 1996/07. O estudo de avaliabilidade ou pré-avaliação mostrou-se apropriado com

maior entendimento dos envolvidos, melhor definição dos objetivos e metas e indicando áreas

prioritárias para futuras avaliações.

Palavras-chave: Avaliação em saúde, Políticas públicas, Sistema de saúde, Educação.

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ABSTRACT

This study presents the resu lts of a pre-evaluation on the National Policy on Continuing

Education for Health (PNEPS). This evaluability assessment study has as its analytical core

the three health macro-regions in the State of Ceará, covering the years from 2007 to 2011.

Analysis of documents and research forms applied to executive secretaries and members of

the Teaching-Service and Integration Commissions (CIES) was performed. In the context, the

following dimensions were examined: structure and functioning of CIES Ceará; implementing

actions of continuing education for each of the three geographical regions of Ceará; analysis

of shares Permanent Education in Health provided for the period 2007 to 2011. Among the

results, the development of the logic model; actions taken by the PNEPS for the macro-

regions; analysis and judgement matrices with criteria, indicators, standards, and verification

sources are the highlights. The descriptions prompted a discussion about concepts, principles,

guidelines and actions taken in each macro-region. The PNEPS is liable to assessment, for it

was possible to explain its plausibility, but it is mandatory to document and monitor its

actions for each macroregion. This procedure allowed to determine different stages of

implementing the guidelines established by the Decree 1.996/07 in each macro-region. The

evaluability assessment and its pre-evaluation proved to be appropriate, adding to a better

understanding of those involved in the process, to a better definition of goals and objectives

and to indicate priority areas on future evaluations.

Keyword: Evaluation in health, public policy, healthcare system, education.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Paralelo ente la pedagogia de la Educación Continua y La pedagogia de La

Educacion Permanente ........................................................................................................ 29

Quadro 2. Consolidado das ações programadas de Educação Permanente em Saúde no

período de 2007 a 2011 para Macrorregião do Cariri ......................................................... 76

Quadro 3. Consolidado das ações programadas de Educação Permanente em Saúde no

período de 2007 a 2011 para Macrorregião de Fortaleza .................................................... 76

Quadro 4. Consolidado das ações programadas de Educação Permanente em Saúde no

período de 2007 a 2011 para Macrorregião de Sobral ......................................................... 94

Quadro 5. Proposta de Matriz com Indicadores para avaliação Regional da Implementação

das Ações de Educação Permanente em Saúde ................................................................... 130

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Ações programadas de Educação Permanente em Saúde no período de 2007 a

2011 para Macrorregião do Cariri ....................................................................................... 157

Tabela 2. Consolidado das atas das reuniões da CIES/Fortaleza no período de 2007 a

2011 ..................................................................................................................................... 164

Tabela 3. Ações programadas de Educação Permanente em Saúde no período de 2007 a

2011 para Macrorregião de Fortaleza .................................................................................. 168

Tabela 4. Consolidado das atas das reuniões da CIES/Sobral no período de 2007 a 2011

............................................................................................................................................. 178

Tabela 5. Ações programadas de Educação Permanente em Saúde no período de 2007 a

2011 para Macrorregião de Sobral ...................................................................................... 189

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LISTA DE ABREVIATURAS

ACD – Auxiliar de Consultório Dentário

ACE – Agente de Combate a Endemias

ACS – Agentes Comunitários de Saúde

ALSO – Advanced Life Support in Obstetrics

APS – Atenção Primária à Saúde

ASPLAG – Assessoria de Planejamento e Gestão

BDTD – Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações

BVS – Biblioteca Virtual de Saúde

CAPS – Cento de Apoio Psicossocial

CARA – Controle, Avaliação, Regulação e Auditoria

CE – Ceará

CEFOR – Centros Formadores

CESAU – Conselho Estadual de Saúde

CETREDE – Centro de Treinamento e Desenvolvimento

CGETES - Coordenadoria de Gestão do trabalho e Educação em Saúde

CGR – Colegiado de Gestão Regional

CIB – Comissão Intergestores Bipartite

CIES – Comissão de Integração Ensino-Serviço

CIR – Comissão Intergestores Regional

CIT – Comissão Intergestores Tripartite

CMS – Conselho Municipal de Saúde

CNS – Conselho Nacional de Saúde

CNRH - Conferência Nacional de Recursos Humanos

CONASS – Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde

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CONASEMS – Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde

CRES – Coordenadoria Regional de Saúde

DEGERTS – Departamento de Gestão da Regulação do Trabalho na Saúde

DGES – Departamento de Gestão da Educação na Saúde

EFSFVS – Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia

EPS – Educação Permanente em Saúde

ERS – Evaluation Research Society

ESF – Estratégia Saúde da Família

ESP/CE – Escola de Saúde Pública do Ceará

ETS – Escola Técnica de Saúde

FMS – Fundo Municipal de Saúde

FES – Fundo Estadual de Saúde

GM – Gabinete do Ministro

GT – Grupo de Trabalho

IDETESF – Instituto para o Desenvolvimento de Tecnologias em Saúde da Família

IDH-M – Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios

MS – Ministério da Saúde

NASF – Núcleo de Apoio ao Saúde da Família

NESC – Núcleos de Saúde Coletiva

NOAS – Norma Operacional da Assistência a Saúde

NOB – Norma Operacional Básica

OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde

PALS – Pediatric Advanced Life Support

PAREPS – Plano de Ação Regional de Educação Permanente em Saúde

PET – Programa de Educação pelo Trabalho

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PNEPS – Política Nacional de Educação Permanente em Saúde

PROFAPS – Programa de Formação de Profissionais de Nível Médio para Saúde

RH – Recurso Humano

SCMS – Santa Casa de Misericórdia de Sobral

SEDUC – Secretaria de Estado de Educação

SESA – Secretaria de Saúde do Estado

SGTES – Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde

SUS – Sistema Único de Saúde

TCC – Trabalho de Conclusão de Curso

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TDCO – Termo de Descentralização de Credito Orçamentário

THD – Técnico em Higiene Dental

TSB – Técnico em Saúde Bucal

UBS – Unidades Básicas de Saúde

UECE – Universidade Estadual do Ceará

UFC – Universidade Federal do Ceará

URCA – Universidade Regional do Cariri

UVA – Universidade Estadual Vale do Acaraú

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 17

1.1 Justificativa do Estudo .............................................................................................. 24

2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 26

3 REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 27

3.1 Uma Reflexão sobre o Processo Ensino-Aprendizagem para Profissionais da

Saúde .............................................................................................................................. 27

3.2 A Política de Educação Permanente em Saúde no Brasil ......................................... 34

3.3 Educação Permanente em Saúde e sua relação com mudanças de práticas

para organização do serviço ............................................................................................ 45

3.4 Avaliação em Saúde ................................................................................................. 48

4 METODOLOGIA ........................................................................................................... 55

4.1 Abordagem e Tipo de Estudo .................................................................................. 55

4.2 Referencial Teórico ................................................................................................. 55

4.3 Cenário da Pesquisa ................................................................................................. 58

4.4 Sujeitos da Pesquisa ................................................................................................ 58

4.5 Coleta de Dados ....................................................................................................... 59

4.6 Apresentação e Análise dos Dados .......................................................................... 63

4.7 Princípios Éticos da Pesquisa .................................................................................. 66

5 RESULTADOS .............................................................................................................. 68

Parte I – Modelo Lógico da Política Nacional de Educação Permanente em

Saúde........................................................................................................................ 69

5.1 Modelo Lógico da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde ............. 70

Parte II - As CIES das Macrorregiões de Saúde do Ceará e as ações de EPS previstas

nas resoluções da Secretaria de Saúde do Ceará para cada uma das Macrorregiões de

Saúde .............................................................................................................................. 73

5.2 Estrutura e Funcionamento da CIES da Macrorregião de Saúde do Cariri ............. 74

5.3 Análise das Ações de Educação Permanente em Saúde previstas nas resoluções

no período de 2007 a 2011 para Macrorregião do Cariri ............................................... 75

5.4 Estrutura e Funcionamento da CIES da Macrorregião de Saúde de Fortaleza ........ 81

5.5 Análise das Ações de Educação Permanente em Saúde previstas nas resoluções

no período de 2007 a 2011 para Macrorregião de Fortaleza .......................................... 83

5.6 Estrutura e Funcionamento da CIES da Macrorregião de Saúde de Sobral ............ 90

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5.7 Análise das Ações de Educação Permanente em Saúde previstas nas resoluções

no período de 2007 a 2011 para Macrorregião de Sobral ............................................... 93

Parte III – Implementação das Ações de Educação Permanente em Saúde no

Ceará segundo os Membros das CIES ............................................................................ 102

5.8 Compreensão dos Membros das CIES sobre Política Nacional de

Educação Permanente em Saúde ................................................................................... 103

5.9 O processo de operacionalização da Política Regional de Educação Permanente

em Saúde ............................................................................................................ 109

Parte IV – Matriz de Avaliação ...................................................................................... 128

5.10 Proposta de Matriz com Indicadores para avaliação Regional da Implementação

das Ações de Educação Permanente em Saúde .............................................................. 129

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 132

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 137

APÊNDICES .................................................................................................................. 146

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1 INTRODUÇÃO

O que hoje conhecemos como Política Nacional de Educação Permanente em

Saúde (PNEPS) percorreu um largo caminho nestes quase 25 anos de construção do Sistema

Único de Saúde (SUS). Muitos programas foram criados com o objetivo de melhorar a

formação em saúde, mas eram programas isolados e desarticulados (VIANA, 2010).

A temática de educação permanente em saúde advém de uma política para

formação de recursos humanos adotada pelo novo governo que inicia no ano de 2002. Traz no

seu bojo as propostas e as experiências, já desenvolvidas, de longa data, por educadores

inovadores que tiveram sucesso em suas atividades e ao assumirem lugares de destaque na

estrutura do Ministério da Saúde (MS), iniciaram a implementação de políticas na intenção de

viabilizar um projeto de educação que contemplasse a grande estrutura que é o SUS, na

perspectiva de sua consolidação e de sua qualificação (MANCIA, CABRAL e KOERICH,

2004).

A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde busca atender ainda o

preceito constitucional, uma vez que o artigo 200 da Constituição Federal de 1988, em seu

inciso III, atribui ao SUS a competência de ordenar a formação na área (BRASIL, 1988).

Assim, a idéia de educação permanente, com abrangência regional, passa a fazer

parte do trabalho em saúde e diversas estratégias e políticas, foram desenvolvidas pelo

Ministério da Saúde, para tentar sanar o que se costumou identificar como descompasso entre

a formação técnica dos trabalhadores e as necessidades de saúde dos usuários, tanto no que

diz respeito à formação de profissionais na graduação e pós-graduação em saúde, quanto na

qualificação dos trabalhadores do SUS. Segundo Costa (2006), os profissionais de saúde

adotaram por muitos anos o formato dos Programas de Educação Continuada1, que se

mostraram insuficientes para atender às demandas crescentes colocadas pelo avanço da

implementação do SUS.

_____________________________________________________________________________________________________

1. A Educação Continuada aceita o acúmulo sistemático de informações e o cenário de práticas como território de

aplicação da teoria, a educação permanente entende que o cenário de práticas informa e recria a teoria necessária,

recriando a própria prática. A educação permanente em saúde interpõe a reflexão crítica sobre as práticas

assistenciais e de gestão. Pode-se/deve-se realizar a educação aplicada ao trabalho (capacitações tradicionais), mas

sobretudo a educação que pensa o trabalho e a educação que pensa a produção do mundo, inserindo fluxos à

reflexão crítica, estruturados a partir da problematização do processo de trabalho dos profissionais de saúde.

(CECCIM e FEUERWERKER, 2004)

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18

A crítica da prática de formação pouco relacionada ao contexto de trabalho,

característica dos Programas de Educação Continuada, tem permitido reduzir os treinamentos

à reciclagem do conhecimento, assumindo o mesmo sentido da “reciclagem do lixo”

(MANCIA, CABRAL, KOENCH, 2004).

A estratégia adotada para propiciar estas mudanças foi à Educação Permanente em

Saúde. Neste sentido, apresenta-se como uma estratégia que contribui para a transformação

dos processos formativos, das práticas pedagógicas, da organização dos serviços de saúde e,

consequentemente, para melhoria da qualidade da saúde prestada à população pelo SUS

(COELHO, 2007).

A educação na saúde, portanto, constitui-se área fundamental para a qualidade da

atenção à saúde prestada à população e em estratégia de qualificação da gestão dos serviços e

sistemas de saúde, incorporando, portanto, questões que passam a fazer parte do rol de

atribuições finalísticas do sistema.

Para dar conta desta incumbência, foi criada, no ano de 2003, a Secretaria de

Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) que assumiu a responsabilidade de

formular políticas orientadoras da gestão, formação, qualificação e regulação dos

trabalhadores da saúde no Brasil. A referida Secretaria é integrada pelos Departamentos de

Gestão de Educação na Saúde e o de Gestão de Regulação do Trabalho em Saúde.

A criação de um setor voltado, especificamente à educação e formação de

recursos humanos, dentro do MS, emergiu a partir da constatação de que os modelos de

capacitação, até então desenvolvidos, se limitavam a introduzir mudanças pontuais nas

instituições, relacionadas a problemas locais. Isto porque se percebeu, que o modelo de

educação continuada com enfoque em temas, praticado de forma fragmentada, voltado,

apenas, para a atualização técnico-científica, utilizando-se de pedagogia da transmissão e

memorização de conhecimentos, acabava por reproduzir todos os vieses negativos da

formação tradicional, contribuindo para a reprodução dos modelos hegemônicos, ao invés de

favorecer mudanças significativas das práticas, da gestão e do controle social (MANCIA,

CABRAL, KOENCH, 2004).

A lógica da educação permanente é descentralizada, ascendente, multiprofissional

e transdisciplinar. Envolve mudanças nas relações, nos processos, nos produtos e,

principalmente, nas pessoas. Desse modo, a formação e a gestão do trabalho em saúde,

passam a ser consideradas questões técnico-políticas e não apenas técnicas, requerendo ações

no âmbito da formação, na graduação, na pós-graduação, na organização do trabalho, na

interação com as redes de gestão e de serviços e no controle social (BRASIL, 2007).

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Desta forma a SGTES elaborou e apresentou ao Conselho Nacional de Saúde

(CNS) a proposta da Política de Formação e Desenvolvimento para o SUS: caminhos para a

Educação Permanente em Saúde - com o objetivo de “definir uma proposta nacional de

formação e desenvolvimento para o conjunto dos profissionais de saúde, capaz de tratar de

Educação e Trabalho, promover mudanças nas Práticas de Formação e nas Práticas de

Saúde, promover articulação entre Ensino, Gestão e Controle Social e criar Pólos de

Educação Permanente em Saúde” (BRASIL, 2004b, p.39).

Aprovada pelo CNS, a proposta foi posteriormente apresentada e pactuada pela

Comissão Intergestores Tripartite (CIT) em setembro de 2003. A Resolução do CNS Nº 335,

de novembro de 2003, reafirma a aprovação da proposta, resultando na Portaria Ministerial Nº

198 de 13 de fevereiro de 2004, que instituiu a Política Nacional de Educação Permanente em

Saúde como estratégia do Sistema Único de Saúde para a formação e o desenvolvimento de

trabalhadores para o setor (BRASIL, 2004).

Pode-se afirmar que a PNEPS passou por duas fases distintas, sendo a primeira

caracterizada por sua implantação em 2004 indo até 2006, marcando uma fase de

descentralização com foco na municipalização. A partir do ano de 2007, novas diretrizes e

estratégias foram definidas para a implementação da PNEPS resultando na publicação da

Portaria Ministerial, número 1.996, de 20 de agosto de 2007 que substituiu a Portaria 198 de

2004. Nesta segunda fase, ressalta a descentralização com foco na regionalização por

repercussões da implantação das Norma Operacional da Assistência a Saúde -NOAS (2001 e

2002) e do Pacto pela Saúde.

As NOAS partem do pressuposto que a regionalização e a organização funcional

do sistema são centrais ao avanço da descentralização e da integração de sistemas municipais,

especialmente para os municípios de pequeno porte, sem capacidade de gestão de sistemas de

saúde próprios. Neste sentido, o processo de regionalização deveria contemplar uma lógica de

planejamento integrado, compreendendo as noções de territorialidade na identificação de

prioridades de intervenção e de conformação de sistemas funcionais de saúde (não

necessariamente restritos à abrangência municipal) de forma a garantir o acesso dos cidadãos

às ações e serviços necessários para a resolução de seus problemas de saúde, otimizando os

recursos disponíveis (BRASIL, 2001).

Com a NOAS, a regionalização assume papel protagônico no processo de

descentralização, objetivando a integração entre os sistemas municipais e atribuindo a

coordenação ao gestor estadual.

Desta forma em 2006, a política é revisitada, por conta do Pacto Pela Saúde, que

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vem no sentido de reformular as relações institucionais entre as três esferas governamentais

do SUS, com o objetivo de gerar maior sinergia e melhorar sistema de gestão, por meio de

termos de compromissos e metas para cada um dos atores. Os recursos financeiros destinados

a este fim passam a ser transferidos regular e automaticamente, via Fundo Nacional de Saúde

aos respectivos Fundos Estaduais e Municipais de Saúde, com base nos respectivos Planos

Educação Permanente em Saúde (BRASIL, 2006).

Na perspectiva da regionalização, a grande inovação introduzida pela Portaria

399/2006 que trata do Pacto pela Saúde, consiste nos espaços regionais de planejamento e

gestão. Outro aspecto inovador diz respeito à ênfase na Educação Permanente. A integração

entre as ações de educação e trabalho com a política de saúde foi pontual embora a Lei

8080/90 (art. 14) tivesse determinado a criação de Comissões Permanentes de integração entre

os serviços de saúde e as instituições de ensino profissional e superior com a finalidade de

propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e educação continuada dos recursos

humanos do SUS.

Por outro lado a condução da PNEPS continua sendo compartilhada e

considerando o Quadrilátero da Educação Permanente em Saúde: Gestão, Formação, Atenção

e Controle Social, apresentando como modificação a metodologia operacional na

conformação dos colegiados ficando, a nível regional, agora sob responsabilidade dos

Colegiados de Gestão Regional (CGR), com a participação das Comissões Permanentes de

Integração Ensino-Serviço (CIES) (BRASIL, 2009), o que desta forma tensiona mais a

participação efetiva dos gestores municipais e coordenadores regionais na construção e

efetivação das estratégias de Educação Permanente de cada locorregião.

Os CGR são instâncias de pactuação permanente e co-gestão solidária e

cooperativa, formada pelos gestores municipais de saúde do conjunto de municípios de uma

determinada região de saúde e por representantes do gestor estadual. O CGR é responsável

pela elaboração do Plano de Ação Regional de Educação Permanente em Saúde tendo este

que ser coerente com os Planos de Saúde estadual e municipais, da referida região, no que

tange a educação na saúde (BRASIL, 2009).

Já as CIES devem ter na sua composição gestores de saúde municipais, estaduais

e do Distrito Federal, além de gestores estaduais e municipais de educação, trabalhadores do

SUS, instituições de ensino com cursos na área de saúde e movimentos sociais ligados à

gestão das políticas públicas de saúde e do controle social do SUS, tendo como uma de suas

principais atribuições o apoio e cooperação técnica aos CGR no que diz respeito aos

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processos relacionados às ações de EPS, desde a construção dos Planos Regionais de

Educação Permanente em Saúde até sua implementação. (BRASIL, 2009).

Convém destacar que a gestão da Educação na Saúde é uma das responsabilidades

sanitárias compartilhadas entre os três níveis de gestão do Sistema Único de Saúde, definidas

no Pacto de Gestão (Brasil, 2009). “A partir da publicação oficial do termo de compromisso

de gestão, os gestores legitimam tanto com a educação permanente, quanto com as mudanças

que devem ser implantadas na educação formal para atender as necessidades do SUS”

(ANDRADE, MEIRELLES e LANZONI, 2011, p. 374).

No Ceará, com base nas novas diretrizes da PNEPS de 2007, aprova, no dia 10

de julho de 2008, pelo Conselho Estadual de Saúde do Ceará (CESAU- CE), a Política

Estadual de Educação Permanente em Saúde do Estado do Ceará, a partir da Portaria Nº 955

da Secretaria de Saúde do Estado (SESA). A SESA objetiva aperfeiçoar as práticas de

trabalho nos hospitais e unidades de saúde e assim atender às necessidades dos profissionais e

usuários do SUS, defendendo que todos os espaços do sistema de saúde do Estado deverão se

constituir em campos privilegiados para experiência pedagógica; e se comprometendo com o

co-financiamento das ações e projetos na esfera Estadual (CEARÁ, 2008).

Para operacionalizar a Política Estadual de Educação Permanente em Saúde (PEEPS)

que deve estar alinhada a PNEPS, a SESA cria a Coordenadoria de Gestão do trabalho e

Educação em Saúde (CGETES), bem como adotou a classificação expressa no Plano Diretor

de Regionalização da Assistência à Saúde o Estado do Ceará que subdivide o Estado em três

Macrorregiões de Saúde, que correspondem a grandes áreas com características físicas e

socioeconômicas relativamente peculiares. (CEARÁ, 2008).

A macrorregião de Fortaleza, compõe a capital Fortaleza e 97 municípios em 14

coordenadorias regionais de saúde. A macrorregião de Sobral, sendo composta por 55

municípios em 5 regionais de saúde E a macrorregião do Cariri, onde estão situados 28

municípios em 3 regiões de saúde.

Desta forma, para operacionalizar a PNEPS, cada macrorregião foi orientada a

constituir uma CIES regional e um CGR. Foi definida ainda a constituição de uma CIES

estadual que reuniria as representações das três CIES regionais, contando com o apoio e

envolvimento da CIB estadual para homologação e discussão dos planos e estratégias de cada

macrorregião.

Diante das orientações da PEEPS e da PNEPS, cada CGR é solicitado a elaborar

um Plano Macrorregional de Educação Permanente em Saúde, onde deve ser considerado as

necessidades de aprendizagem dos atores do Quadrilátero da Formação para área de Saúde,

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sendo garantido através da participação da representação da Gestão, Formação, Atenção e

Controle Social nas comissões previstas pela Política.

Os referenciais da PNEPS deixa evidente que elaborar um desenho de Educação

Permanente em Saúde representa a elaboração de um projeto de intervenção planejado,

dirigido a incidir tanto a nível dos sujeitos como a nível da organização. Supõe abandonar a

idéia de que Educação Permanente se reduz à administração de cursos, para converter-se em

uma ferramenta estratégica de mudanças subjetivas e objetivas.

Para sua efetivação a PNEPS prevê a divisão orçamentária baseada em critérios já

definidos em seu texto, convém destacar que no período de 2008 a 2011, o Ministério da

Saúde repassou aos estados brasileiros um montante de 285 milhões de reais (BRASIL,

2012).

Considera-se então que a PNEPS precisa ser avaliada para dar visibilidade as

potencialidades e fragilidades das ações desenvolvidas, conhecer o processo de

implementação nos estados, bem como perceber os resultados oriundos e desencadeados por

esta política, uma vez que existe muito investimento público envolvido.

Diante do contexto da PNEPS, emergem as seguintes questões: Como funciona a

organização estrutural e funcional das CIES e CGR nas instâncias regionalizadas no estado do

Ceará? Como as ações de Educação Permanente em Saúde são demandadas? Como as ações

de Educação Permanente vem sendo operacionalizadas? Quais as dificuldades enfrentadas no

planejamento e execução destas ações nas macrorregiões?

Considerando a relevância da implantação de processos avaliativos de gestão para

a consolidação do SUS, a necessidade de qualificação dos processos e dos instrumentos da

gestão da educação na saúde, o tempo de implantação da política, a necessidade de

compreensão acerca das fortalezas e fragilidades da PNEPS e a possibilidade que os estudos

de avaliação de políticas e programas governamentais apresentam de ampliar a capacidade de

formuladores e implementadores em tomar decisões com maior qualidade e eficiência, torna-

se oportuno realizar um estudo de avaliabilidade na perspectiva de uma melhor compreensão,

organização e reorientação dessa Política entre os atores envolvidos, e subsídio ao

planejamento e implementação de ações para a gestão da PNEPS no estado do Ceará.

Os estudos de avaliabilidade ou pré-avaliação ou avaliação exploratória surgem

como uma possibilidade de se verificar em que medida uma intervenção pode ser avaliada.

Idealizado nos anos de 1970 por Joseph Wholey, como um método de análise de programas

que se encontravam em estágio insuficiente para se submeterem a avaliações, esse tipo de

estudo precede a etapa de avaliação propriamente dita e tem como finalidades proporcionar

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um ambiente favorável para a avaliação, construir entendimentos entre os envolvidos sobre as

características, os objetivos, as expectativas e as necessidades de informação sobre uma

intervenção, além de buscar o consenso quanto ao interesse na realização da avaliação,

maximizando a potencialidade, a oportunidade e a utilidade desta.

Outro fator de destaque é a constatação de que ainda é tímida a presença da

temática em periódicos nacionais. Pesquisa bibliográfica realizada nos bancos de dados da

Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) identificou apenas quatro trabalhos que, de alguma forma,

avaliaram a implantação da PNEPS nas regiões do Brasil.

Um dos trabalhos analisou o processo de implantação e desenvolvimento da

política no Paraná, sendo a coleta de dados realizada em dezembro de 2006. A pesquisa

completa envolve as seis regiões do estado (NICOLETTO et al, 2009).

Outro trabalho trata da avaliação continuada da educação permanente no âmbito

da atenção à saúde da criança realizada junto às 19 equipes de saúde da família no estado de

Pernambuco, sendo 17 da Secretaria de Saúde do Recife e duas de Olinda, no período de abril

de 2002 a dezembro de 2005. Os resultados da pesquisa apontam a efetividade da educação

permanente, e se revelou essencial para reduzir a vulnerabilidade da população infantil

(FELICIANO et al, 2008).

O terceiro estudo encontrado teve como objetivo analisar as experiências de

educação permanente nos serviços de saúde no Brasil a partir da PNPS por meio de uma

revisão integrativa. A pesquisa bibliográfica ocorreu nas bases de dados Bireme, Capes e

BDTD, no período de 2004 a 2010. Como resultados, 57 experiências foram analisadas, sendo

17 oriundas de dissertações de mestrados, 04 de teses de doutorados e 36 artigos entre

reflexão e pesquisa. Destes últimos, seis experiências nos serviços de saúde contemplaram

todos os princípios preconizados pela PNEPS, apresentando as áreas e os atores envolvidos, o

conceito de educação permanente, a metodologia da problematização e o financiamento

(STROSCHEIN e ZOCCHE, 2011).

No Ceará, destaca-se o quarto estudo, com a Avaliação do Processo de

Implantação e Operacionalização dos Pólos de Educação Permanente em Saúde no Estado

realizada pelo Observatório de Recursos Humanos em Saúde/Estação CETREDE/UFC/

UECE, cujo relatório final apresentado em 2007 estava disponível.

Percebe-se que os estudos anteriormente citados foram baseados nas experiências

de educação permanente em saúde desencadeadas pela Portaria GM/MS de Nº 198 instituída

em 2004. Não foram encontrados, nesta busca, pesquisas que avaliassem a implantação da

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PNEPS a partir dos pressupostos da Portaria GM/MS de nº 1.996, ficando evidente a

necessidade de pesquisas desta natureza.

Portanto, o presente estudo tem como objeto realizar um Estudo de Avaliabilidade

da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, no período de 2007 a 2011, no

âmbito do Estado do Ceará, considerando a descrição da política em cada macrorregião, com

a elaboração do modelo lógico, da matriz de medidas e julgamento e recomendações

necessárias com vistas a posteriores estudos avaliativos.

1.1 Justificativa do Estudo

O meu interesse pela discussão sobre Educação Permanente em Saúde aparece

desde o início de minhas atividades profissionais. Sou enfermeira desde 2003, e minha

trajetória profissional foi construída dentro da Estratégia Saúde da Família de Sobral (ESF).

Neste espaço tive quatro vivências diferenciadas dentro do processo da Educação Permanente

em Saúde

Neste momento abro espaço para contextualizar um pouco a Educação

Permanente em Saúde em Sobral. O processo de Educação Permanente para os profissionais

de saúde de Sobral foi deflagrado em 1997 juntamente com a implantação da ESF visando

oportunizar um espaço que favorecesse a consolidação do novo modelo de atenção.

Em 2001, com o apoio e a colaboração de parceiros importantes, entre eles a

Universidade Estadual Vale do Acaraú e o Governo do Estado do Ceará, a Prefeitura

Municipal de Sobral, através da Secretaria de Desenvolvimento Social e Saúde, inaugurou as

instalações da Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia (EFSFVS) e, em

20 de fevereiro de 2002, por meio do decreto nº 435, define sua estrutura administrativa como

sendo uma Organização Social

A organização deste processo no contexto do Sistema de Saúde de Sobral parte da

compreensão de um Sistema de Saúde Escola, onde cada espaço se configure e desenvolva

ações em saúde a partir de permanente reflexão e transformação do fazer no Saúde da

Família.

Percebemos que o conceito de EPS em Sobral vem sendo desenvolvido antes

mesmo da primeira portaria que instituiu a PNEPS aprovada em 2004.

Inserida neste contexto em 2003 tive minha primeira vivencia de Educação

Permanente em Saúde (EPS) como Residente em Saúde da Família, neste momento pude

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confrontar uma prática vivida diariamente com discussões teóricas surgidas com a dinâmica

da Residência Multiprofissional em Saúde da Família.

A segunda vivência foi após a residência, onde assumi uma Equipe de Saúde da

Família, como em Sobral a idéia de sistema saúde escola já estava em desenvolvimento, os

profissionais da ESF recebiam com freqüência acadêmicos, residentes em saúde da família,

bem como tinham a necessidade de discutir casos e situações específicas da área com a

própria equipe.

A terceira vivência foi como gerente de um Centro de Saúde da Família, na

gerência as estratégias de EPS devem ser pensadas diariamente como forma de superar os

desafios vivenciados pelas equipes nos territórios, o gerente tem um papel importante de

facilitador e articulador deste processo.

A minha quarta vivência foi como tutora da Residência Multiprofissional em

Saúde da Família, esta me possibilitou uma intimidade maior com o processo de educação,

com aprofundamento teórico e vivencial. Neste momento tive a oportunidade de voltar para

um Centro de saúde da Família agora com um olhar diferenciado com foco nas necessidades

de aprendizagem dos residentes em saúde da família e dos profissionais da ESF, tendo mais

uma vez um papel de facilitadora e articuladora de processos educação.

Com tudo isso e com as leituras mais detalhadas sobre a PNEPS e o que ela se

propõe, os questionamentos antes descritos foram surgindo, a necessidade de respondê-los e a

necessidade de entender melhor toda a caminhada da Educação Permanente em Saúde no

Brasil foi aumentando, e este cenário foi o que me motivou a desenvolver uma pesquisa

avaliativa sobre a Educação Permanente em Saúde no Estado do Ceará.

Desta forma focamos o nosso desafio em fazer um estudo de avaliabilidade sobre

a implementação das ações de Educação Permanente em Saúde aprovadas nas resoluções da

CIB Estadual para as três Macrorregiões de Saúde do Ceará.

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1 OBJETIVOS

Geral

Realizar um Estudo de Avaliabilidade da implementação da Política Nacional de

Educação Permanente em Saúde no Estado do Ceara, no período de 2007 a 2011.

Específicos

Elaborar um modelo lógico da PNEPS;

Descrever a organização estrutural e funcional das CIES nas 3 Macrorregiões de

Saúde do Ceará ;

Descrever as etapas vivenciadas para construção e execução do Plano Regional de

Educação Permanente nas Macrorregiões de Saúde do Ceará;

Identificar os elementos dificultadores e facilitadores no processo de implementação

das ações de Educação Permanente em Saúde nas Macrorregiões de Saúde do Ceará;

Propor uma matriz de medidas e julgamento para avaliação da Política de Educação

Permanente em Saúde.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Uma Reflexão sobre o Processo Ensino-Aprendizagem para profissionais da saúde

Historicamente, a formação dos profissionais de saúde tem sido pautada no uso de

metodologias tradicionais, sob forte influência do mecanicismo, fragmentado e reducionista.

Concordo com Behrens (2005) quando diz que a fragmentação do saber manifestou-se no

aguçamento das subdivisões da universidade em centros e departamentos e dos cursos em

períodos ou séries e em disciplinas estanques. Nesse sentido, o processo ensino-

aprendizagem, igualmente contaminado, tem se restringido, muitas vezes, à reprodução do

conhecimento, no qual o docente assume um papel de transmissor de conteúdos, ao passo que,

ao discente, cabe a retenção e repetição dos mesmos, em uma atitude passiva e reprodutora,

tornando-se mero expectador, sem a necessária crítica e reflexão.

O mesmo autor afirma que ao contrário, a passagem da consciência ingênua para a

consciência crítica requer a curiosidade criativa, indagadora e sempre insatisfeita de um

sujeito ativo, que reconhece a realidade como mutável. No atual contexto social, no qual os

meios de comunicação estão potencializados pelo avanço das novas tecnologias e pela

percepção do mundo vivo como uma rede de relações dinâmicas e em constante

transformação, tem-se discutido a necessidade de urgentes mudanças nas instituições de

ensino, entre outros aspectos, a reconstrução de seu papel social (MITRE et al, 2008).

A atividade profissional, ao contrário da graduação, pode permanecer por muitos

anos e durante este período os conhecimentos e competências vão se transformando, o que

finda sendo necessário pensar em uma metodologia para uma prática de educação que fuja aos

parâmetros tradicionais, conforme Paulo Freire escreve, uma educação libertadora, para

formação de um profissional crítico-reflexivo, ativo e apto a aprender a aprender. Segundo

Fernandes et al (2003), o aprender a aprender na formação dos profissionais de saúde deve

compreender o aprender a conhecer, o aprender a fazer, o aprender a conviver e o aprender a

ser, garantindo a integralidade da atenção à saúde com qualidade, eficiência e resolutividade.

Portanto, as abordagens pedagógicas progressivas de ensino-aprendizagem vêm sendo

construídas e implicam formar profissionais como sujeitos sociais com competências éticas,

políticas e técnicas e dotados de conhecimento, raciocínio, crítica, responsabilidade e

sensibilidade para as questões da vida e da sociedade, capacitando-os para intervirem em

contextos de incertezas e complexidades.

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Desta forma a temática da Educação Permanente na Saúde está retratada em

documentos oficiais e em produções de técnicos do setor saúde, alguns dos quais artífices da

construção da proposta, no Brasil e na América Latina, como estratégia de utilizar

metodologias que propiciem a aprendizagem significativa para os profissionais da saúde.

No Brasil, a Educação Permanente ganhou protagonismo no interior do sistema

de saúde nos últimos quinze anos, sendo incorporada enquanto política pública em 2004. Na

atual proposta política, é a partir da observação dos problemas cotidianos, presentes na gestão,

atenção ou na formação, que serão definidas as capacitações das equipes, os conteúdos das

formações e as tecnologias a serem utilizadas. Neste contexto a problematização dos

processos de trabalho ajuda a “refletir sobre determinadas situações, questionando fatos,

fenômenos e idéias, compreendendo os processos e propondo soluções” (BRASIL, 2005b:7).

Com isso as metodologias ativas de ensino-aprendizagem utilizadas pela EPS vêm

baseadas na forma de desenvolver o processo de aprender utilizando experiências reais, com

capacidade para solucionar com sucesso tarefas essenciais da prática profissional em

diferentes contextos. Este formato de educação para profissionais da saúde que EP propões se

diferencia do formato utilizado pela Educação Continuada tão presente no percurso de

formação destes profissionais, conforme nos mostra o quadro abaixo apresentado por Merhy

et al (2006) em seu artigo.

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As metodologias ativas utilizam a problematização como estratégia de ensino-

aprendizagem, com o objetivo de alcançar e motivar o discente ou profissional, pois diante do

problema, ele se detém, examina, reflete, relaciona a sua história e passa a ressignificar suas

descobertas. A problematização pode levá-lo ao contato com as informações e à produção do

conhecimento, principalmente, com a finalidade de solucionar os impasses e promover o seu

próprio desenvolvimento (MITRE et al 2008).

Contrapondo a concepção de educação problematizadora à educação bancária,

Freire afirma que “o saber é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada

saber. Doação que se funda numa das manifestações instrumentais da ideologia da opressão

– a absolutização da ignorância, que constitui o que chamamos de alienação da ignorância

segundo a qual esta se encontra sempre no outro. Nela o educador é que educa; os

educandos os que são educados; o educador é o que sabe; os educandos, os que não sabem”

(FREIRE, 1987:58, 59).

Costa (2006) aponta que na pedagogia da transmissão, a educação torna-se um ato

de “depositar” o conhecimento nos educandos, assim como nos bancos. Nessa perspectiva, o

educando é mero objeto da ação educativa, aquele que nada sabe, nada critica e nada reflete;

apenas reproduz o conhecimento transmitido pelo educador, que é o sujeito da ação, aquele

que tudo sabe. Esta lógica reproduz as relações de poder da sociedade capitalista entre

“opressores” e “oprimidos”. Ao negar a dialogicidade da educação, as pedagogias da

transmissão mantêm e sustentam a divisão técnica do trabalho em saúde, reflexo da luta de

classes na sociedade capitalista, ao passo que a educação problematizadora funda-se,

justamente, na relação dialógico-dialética entre educador e educando: ambos aprendem

juntos.

Nesse sentido, a educação libertadora, ou problematizadora, já não

pode ser o ato de depositar, ou de narrar, ou de transferir, ou de

transmitir “conhecimentos” e valores aos educandos, meros pacientes

à maneira da educação “bancária”, mas um ato cognescente. O

antagonismo entre as duas concepções, uma, a “bancária”, que serve

à dominação; outra, a problematizadora, que serve à libertação, toma

corpo exatamente aí. Enquanto a primeira, necessariamente, mantém

a contradição educador educandos, a segunda realiza a superação

(FREIRE, 1987: 68).

Tal pensamento foi muito difundido no Brasil e em outros países do mundo na

segunda metade do século XX, a partir principalmente da produção de Paulo Freire intitulada

“Pedagogia do Oprimido”, de 1974, pensamento que impregnou um campo de produção

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importante relacionado à área social, inclusive na saúde, onde alguns autores embasaram seus

estudos e contribuições às políticas de saúde, tomando como referência suas reflexões e sua

obra (COSTA, 2006).

Entre os autores que integram a produção em educação permanente em saúde, que

ainda é de difusão recente no Brasil e na América Latina, destaca-se o pensamento de Davini

que problematiza a formação e a capacitação nos serviços de saúde. Davini (1989) contrapõe

a pedagogia do adestramento com a pedagogia da problematização quando considera que a

primeira trata do ensino individualizado, de um modelo cujo objetivo é alcançar a eficiência,

sendo muito utilizada nos treinamentos industriais. É um modelo aplicado na área da saúde,

por exemplo, no ensino de tarefas práticas, nas demonstrações de distintas técnicas e

procedimentos relativos à saúde (esterilização de materiais, desinfecção de ambientes) “sin

que se explique ni indague sobre el porqué de los mismos” (p.12). Útil para o

desenvolvimento de certas habilidades e técnicas específicas, a pedagogia do adestramento

não proporciona uma visão global dos processos de trabalho, fragmentando-o em tarefas

específicas, na formação tradicional de nível médio em saúde.

Davini refere que processos de formação baseados na problematização, situa o

educador como estimulador da aprendizagem, como um orientador, destacando que “su punto

de partida es la indagación sobre la práctica entendida como la acción humana y profesional

dentro de un contexto social y institucional” (DAVINI 1989:14). A autora também considera

os problemas da prática como ponto de partida, material que deve ser enfatizado nas práticas

pedagógicas coletivas em dinâmica, assim expressa “la teoria llega aqui, para iluminar los

problemas de la práctica detectados por el grupo” (p.14), objetivando a modificação das

práticas e a formação de novas atitudes. Além disso, Davini considera que a pedagogia da

problematização permite a geração de novos conhecimentos apropriados ao contexto, à

integração do indivíduo ao grupo, ao trabalho com o intelectual e o afetivo e ao

desenvolvimento da consciência do grupo.

Bordenave (1999) afirma que a pedagogia da problematização, tem por base o

pensamento que “em um mundo de mudanças rápidas, o importante não são os

conhecimentos ou idéias nem os comportamentos corretos e fáceis que se espera, mas sim o

aumento da capacidade do aluno (...) para detectar os problemas reais e buscar soluções

originais e criativas” (p. 265). Não há separação entre a transformação individual e a social,

devendo, por isso, estar envolvida em ações de grupos. Na problematização é possível

identificar cinco etapas ou fases. O primeiro passo a ser dado é a observação da realidade

através da perspectiva individual numa primeira leitura da realidade, ou uma primeira leitura

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ingênua da realidade. Após essa primeira leitura, se identificam os pontos-chave do problema

e as variáveis que o determinam, assim como os princípios teóricos que o explicam. A terceira

fase, de teorização, segundo Bordenave, é que dá o grande salto que difere a pedagogia da

problematização da pedagogia da transmissão, já que ao teorizar sobre o problema, o aluno

tem o poder de generalizar e extrapolar das operações ditas concretas para as mais abstratas e

subjetivas. A quarta fase seria uma decorrência: o aluno se vê naturalmente movido a

formular soluções, para numa quinta e última fase, praticar e fixar as soluções viáveis que o

grupo encontrou, aperfeiçoando sua destreza e adquirindo “(...) competência no manejo das

técnicas associadas à solução dos problemas” (BORDENAVE, 1999: 267).

As conseqüências individuais da pedagogia da problematização, seriam, segundo

o autor: aluno constantemente ativo, observando, formulando perguntas, expressando

percepções e opiniões; aluno motivado pela percepção de problemas reais cuja solução se

converte em reforço; aprendizagem ligada a aspectos significativos da realidade;

desenvolvimento das habilidades intelectuais de observação, análise, avaliação, compreensão,

extrapolação etc; intercâmbio e cooperação com os demais membros do grupo; superação de

conflitos como ingrediente natural de aprendizagem grupal; status do professor não diferente

do status do aluno (BORDENAVE, 1999: 265). Já as conseqüências sociais da pedagogia da

problematização foram assim descritas por Bordenave: população conhecedora de sua própria

realidade e reação à valorização excessiva do externo ou sua imitação; métodos e instituições

originais, adequadas à própria realidade; cooperação na busca de soluções para problemas

comuns; redução da necessidade de um líder; elevação do nível médio de desenvolvimento

intelectual da população, graças ao maior estímulo; criação ou adaptação de tecnologia viável

e culturalmente compatível e resistência à dominação por classes ou países (BORDENAVE,

1999:265).

Destacamos também nesse processo de ensino-aprendizagem o que Freire diz

respeito à dialogicidade como essência da educação problematizadora. O autor afirma que a

dialogicidade da ação educativa não se inicia quando o educador e o educando se encontram

em uma situação pedagógica, mas quando o educador se pergunta sobre o que vai dialogar

com os educandos em torno do conteúdo programático da educação. O conteúdo programático

não deverá ser uma doação ou uma imposição, um conjunto de informações depositadas nos

educandos “mas a devolução organizada, sistematizada” e acrescentada dos elementos que os

educandos expuseram, a partir de suas reflexões e aspirações e do que ele realmente identifica

enquanto problema. O educador deve estar atento para não transmitir a sua própria visão do

mundo, mas na dialética constituída entre o pensamento e a linguagem, entendendo que “é na

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realidade mediatizadora, na consciência que dela tenhamos, educadores e educandos, que

iremos buscar o conteúdo programático da educação” (FREIRE, 1987:84).

Freire também valorizou a investigação temática como um processo de busca, de

conhecimento e, por isso, de criação, que exige de seus sujeitos que descubram a interpretação

dos problemas no encadeamento dos temas significativos. Essa investigação inicial

desencadeia o que Freire chama de “universo temático”, “temática significativa” ou “temas

geradores” (FREIRE, 1987).

Com isso Merhy (2005) nos chama a atenção para a indivisibilidade entre

educação e saúde e trabalho e saúde. Para o autor, as ações de educação tem no espaço do

trabalho um enorme potencial já que “coloca no centro do processo pedagógico a implicação

ético-política do trabalhador no seu agir em ato, produzindo o cuidado em saúde(...)”

(MERHY, 2005:173). Essa abordagem retiraria dos trabalhadores a condição de “recursos”,

transformando-os em sujeitos capazes de problematizar a si mesmo e as suas práticas no

mundo concreto do trabalho, implicação inseparável da educação permanente.

O trabalho também se expressa como processo educativo, levando-se em conta a

diversidade de meios e instrumentos tecnológicos, assim como a diversidade de saberes que

cada profissional detém. Assim, o conhecimento no trabalho pode estar materializado em

máquinas e equipamentos, recursos teóricos ou técnicos, ou, por outro lado, disperso nas

experiências de cada trabalhador e nas relações de trabalho (PAIM, 1986).

Nessa perspectiva o profissional precisa assumir um papel cada vez mais ativo,

descondicionando-se da atitude de mero receptor de conteúdos, buscando efetivamente

conhecimentos relevantes aos problemas e aos objetivos da aprendizagem. Iniciativa criadora,

curiosidade científica, espírito crítico-reflexivo, capacidade para auto-avaliação, cooperação

para o trabalho em equipe, senso de responsabilidade, ética e sensibilidade na assistência são

características fundamentais a serem desenvolvidas em seu perfil. Freire e Shor (1986)

colocam que a motivação para que tais competências sejam desenvolvidas tem que estar

dentro do próprio ato de estudar, dentro do reconhecimento, pelo estudante, da importância

que o conhecimento tem para ele e para realidade em que vive.

Portanto acreditamos que com a aplicação dos conceitos e metodologias da

Educação Permanente os processos de ensino-aprendizagem possibilitariam o pensamento

crítico reflexivo dos sujeitos, onde o educando é protagonista de seu aprendizado, e a figura

do educador passa a ser de facilitador do processo de ensino, e que através das reflexões das

situações vivenciadas, os profissionais de saúde teriam possibilidade de abstrair questões de

aprendizagem as quais passam a ser impulsionadoras da busca das respostas e novas reflexões

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sobre a temática abordada, permitindo assim a transformação da realidade. Assim o modo

pelo qual se ensina precisa ser repensada e talvez reformulada, pois é através de reflexões

sobre as vivências que se consegue transformar a realidade.

3.2 A Política de Educação Permanente em Saúde no Brasil

A partir da Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, com a consolidação SUS,

quatro questões sobre a gestão têm sido freqüentemente realçadas como fundamentais para a

sua implementação: a descentralização, o financiamento, a participação social e os recursos

humanos (COSTA, 2006). Segundo o Relatório do Conselho Nacional de Saúde que aprova

os princípios e diretrizes para a Norma Operacional Básica em Recursos Humanos (NOB/RH-

SUS) “(...) de todas elas, a mais complexa e que vem sofrendo o maior processo de

desregulamentação dentro da política de reforma do Estado no País é a de Recursos

Humanos” (BRASIL, 2003: 15).

Costa (2006) afirma que nos movimentos que deram origem à Reforma Sanitária,

a gestão da educação na saúde para a organização dos serviços foi um tema considerado

importante, sendo inclusive objeto de conferência específica (BRASIL, 1993a).

O Sistema Nacional de Saúde orientado pelos princípios anunciados na Reforma

Sanitária, a partir da 8ª Conferência Nacional de Saúde (Brasil, 1987), passou a exigir uma

reorientação das políticas de gestão do trabalho e da educação na saúde, nos aspectos relativos

à força de trabalho e à preparação do pessoal de saúde, demandando, além da definição

explícita das políticas para o setor, a integração ensino-serviço, através de modelos

assistenciais localizados em espaços-populações concretos, o que significou um repensar das

propostas tradicionais de integração docente-assistencial (COSTA, 2006).

A 1ª Conferência Nacional de Recursos Humanos (CNRH) (1986), convocada

pela 8ª Conferência Nacional de Saúde, teve como tema central “Política de Recursos

Humanos Rumo à Reforma Sanitária” e constituiu-se num fórum privilegiado de debates da

problemática específica dessa área. Sua importância pode ser reconhecida por ter conseguido

agregar referenciais teóricos importantes à época, e que eram frutos de acumulações

realizadas na etapa anterior à Conferência (BRASIL, 1993b). Resgatou em seus debates a

importância e a dignidade do trabalho como luta democrática por uma sociedade mais justa,

trabalhando o seu tema em 5 grandes sub-temas: valorização do trabalhador; preparação de

recursos humanos; órgãos de desenvolvimento de recursos humanos para a saúde; a

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organização dos trabalhadores de saúde e relação do trabalhador de saúde com o usuário do

sistema (BRASIL, 1993b). Destacou a fragmentação do saber em campos profissionais,

defendendo a horizontalização e democratização do conhecimento e da informação em saúde,

cujos reflexos se dariam nas práticas. Para tanto destacou a importância do trabalho em

equipe, a multiprofissionalidade e a participação da comunidade como estratégias importantes

na reorientação dos serviços (COSTA, 2006).

Atualmente, o saber da área da saúde está fragmentado em campos

profissionais, fazendo com que cada profissional domine apenas uma

parcela do conhecimento necessário à atenção à saúde. Além disso, desta

divisão técnica, ocorre uma divisão social do trabalho manifesta pela

repartição das tarefas em diferentes níveis de complexidade, o que

determina uma hierarquização dos profissionais da área. Tal distribuição

do conhecimento científico alija, em grau crescente, a população do saber

sobre sua própria saúde (BRASIL, 1993b:147).

Nesse contexto, segundo Costa (2006), a preocupação com a formação dos

profissionais de saúde já se colocava no centro dos debates, expressando-se nos meios

educacionais ligados à medicina social latino-americana e no pensamento reformista da saúde

pública nas Américas.

A 1ª CNRH identificou os problemas na gestão da educação e formação dos

profissionais de saúde no nível político local propondo maior participação das instâncias

estaduais na articulação de uma política de recursos humanos com características

descentralizadoras e classificou as instituições de ensino como estruturas complexas,

autoritárias e centralizadoras, cujos métodos, propostas e conhecimentos, são transmitidos aos

estudantes em descompasso com a realidade e as necessidades sociais e de saúde da

população - “os profissionais formados pelo sistema educacional não vêm atendendo às reais

necessidades do setor saúde, visto que sua formação é distorcida e divorciada da prática

desenvolvida nos serviços” (BRASIL, 1993b:149).

Observamos que a realização da 8ª Conferência Nacional de Saúde e a 1ª CNRH

foram marcos para o setor, pelas características assumidas na sua organização, pelos seus

resultados e clareza política de suas formulações no sentido da configuração de um novo

sistema público. Desta forma, o tema dos recursos humanos já vinha sendo considerado

fundamental em ciclos anteriores da política de saúde, com destaque nas conferências, como

um tema recorrente a ser considerado na conformação do sistema de saúde brasileiro

(COSTA, 2006).

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No ano de 1993 acontece a 2ª CNRH que estabelece a integração entre os setores

de saúde e educação como essencial, princípio nuclear, para as políticas de recursos humanos.

Apresenta entre suas propostas a criação e sistematização de programas de educação

continuada de forma descentralizada e institucional com ênfase nas relações interpessoais e na

formação de consciência crítica, ética e política (COSTA, 2006).

Em 1995, o Ministério da Saúde definiu uma Política de Recursos Humanos para

o SUS, estabelecendo ações indutoras aos processos de educação para o trabalho em saúde

como uma das prioridades para sua agenda, e propõe duas alternativas: desenvolver

conjuntamente com o Ministério da Educação experiências inovadoras de formação e

fomentar os programas de educação continuada para os profissionais dos serviços, que

permitam qualificação coerente com os novos postulados assistenciais do SUS (BRASIL,

1995).

Posteriormente, em 1996, o relatório da 10ª Conferência Nacional de Saúde

sugere que o Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais e Municipais deveriam promover

programas permanentes de capacitação, formação, educação continuada, reciclagem e

motivação das equipes e dos trabalhadores em saúde, “a fim de viabilizar um atendimento de

boa qualidade técnica, humanizado e ágil, com os trabalhadores prestando continuamente

informações adequadas e qualificadas, atuando com profissionalismo e compromisso com a

melhoria da qualidade das ações oferecidas à população usuária” (BRASIL, 1996:66).

Segundo Costa (2006) as determinações da 10ª Conferência Nacional de Saúde

desencadearam a elaboração da NOB/RH-SUS. A decisão de elaborar uma norma operacional

básica para a área de recursos humanos deveu-se à demonstração de efetividade e unificação

normativa dos procedimentos de gestão, no processo de descentralização da gestão do

sistema, por meio dessa ferramenta (BRASIL, 2003). A NOB/RH-SUS, desde então, passou a

se constituir num importante instrumento para a consolidação do SUS, recolocando a

importância do trabalho para o sistema, a necessidade de valorização profissional na

implantação dos modelos assistenciais e a regulação das relações do trabalho no setor saúde

(BRASIL, 2003).

A 11ª Conferência Nacional de Saúde, ocorrida em 2000, propõe como agenda

política-estratégica a organização sistemática de um debate nacional articulador entre

gestores, trabalhadores e formadores de recursos humanos para a implementação dos

Princípios e Diretrizes para a NOB/RH-SUS, aperfeiçoá-la e adequá-la segundo as

necessidades sociais em saúde e realidades institucionais de cada região, localidade e de

acordo com o papel de cada esfera de governo (BRASIL, 2005a).

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Tendo como tema “Saúde um Direito de Todos e um Dever do Estado. A Saúde

que temos, o SUS que queremos” a 12ª Conferência Nacional de Saúde, em 2003 foi dividida

em 10 eixos temáticos, entre eles o Trabalho na Saúde, representa uma transformação quanto

à visão dos trabalhadores da saúde: “Saúde se faz com gente. Gente que cuida de gente,

respeitando-se as diferenças de gênero, étnico-raciais e de orientação sexual. Por isso, os

trabalhadores não podem ser vistos como mais um recurso na área da saúde” (BRASIL,

2004c:115).

Costa (2006) afirma que nessa Conferência a questão “Recursos Humanos” passa

a ser compreendida como “Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde” e como uma

competência constitucional e legal dos gestores do SUS, cabendo ao Ministério da Saúde

propor, acompanhar e executar as políticas de gestão do trabalho e da educação na saúde com

base nos princípios e diretrizes da Lei Orgânica da Saúde e da NOB/RH-SUS.

A NOB/RH-SUS de 2005, considera “imprescindível que o modelo de educação

permanente seja baseado nas atribuições e competências institucionais dos três âmbitos de

gestão do sistema, bem como nas atribuições e competências definidas para os diferentes

trabalhadores do SUS e para as equipes de trabalho, conforme sua localização no Sistema de

Saúde, que facilite uma interlocução permanente entre educação, trabalho e regulação”

(BRASIL, 2005a:58).

Seguindo a trajetória marcada pela definição constitucional do SUS, e tomando

como referência análises realizadas no campo da Saúde Pública, o Ministério da Saúde cria

em 2003 a Secretaria da Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES). Em

publicação recente sobre o tema, Jaegger, Ceccim e Machado (2004) afirmam que: “De fato, o

Ministério da Saúde tomou para si a responsabilidade de produzir a maior transformação,

neste meio século de sua criação, no que diz respeito à formulação das políticas orientadoras

da gestão, formação, qualificação, regulação dos trabalhadores de saúde do Brasil” (p. 87).

A SGTES responde institucionalmente pela política ministerial do setor e é

composta de dois departamentos – o Departamento de Gestão da Educação na Saúde

(DEGES) e o Departamento de Gestão da Regulação do Trabalho na Saúde (DEGERTS). Os

departamentos adotaram um conjunto de ações voltadas a implementar a política da gestão do

trabalho e educação na saúde em suas respectivas áreas de atuação junto ao sistema (BRASIL,

2004b).

Nesta estrutura organizacional o DEGES é o responsável direto pela proposição e

formulação das políticas e desenvolvimento dos trabalhadores de saúde em todos os níveis de

escolaridade. O DEGES é organizado em três coordenações gerais: Ações estratégicas em

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Educação na Saúde – que atua no campo da educação superior; Ações técnicas em Educação

na Saúde – voltada para educação profissional de nível técnico; e Ações Populares em Saúde

– voltada para educação da população (COSTA, 2006).

Estas coordenações desenvolvem trabalhos considerando os seguintes eixos:

relação entre educação e trabalho, mudanças na formação e nas práticas de saúde e a produção

de conhecimentos. A estratégia adotada para propiciar estas mudanças foi a Educação

Permanente em Saúde. Neste sentido, a Educação Permanente em Saúde apresenta-se como

estratégia que vem a contribuir para a transformação dos processos formativos, das práticas

pedagógicas e da organização dos serviços de saúde (COELHO, 2007).

Desta forma a SGTES elaborou e apresentou ao Conselho Nacional de Saúde a

proposta da Política de Formação e Desenvolvimento para o SUS: caminhos para a

Educação Permanente em Saúde - com o objetivo de “definir uma proposta nacional de

formação e desenvolvimento para o conjunto dos profissionais de saúde, capaz de tratar de

Educação e Trabalho, promover mudanças nas Práticas de Formação e nas Práticas de

Saúde, promover articulação entre Ensino, Gestão e Controle Social e criar Pólos de

Educação Permanente em Saúde” (BRASIL, 2004b, p.39).

A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde é então formulada pelo

com o intuito de, por um lado, reunir as ações antes feitas de maneira pouco articuladas e, por

outro, de mudar a própria lógica como as propostas de formação e desenvolvimento eram

produzidas e postas em ação. Assim, a partir de aportes teóricos diversos que podem ser

identificados nos vários significados do conceito de educação permanente (CECCIM, 2005), o

SGTES procurou formular uma política que rompesse com a lógica centralista de definição

das questões prioritárias e com o peso da técnica como elemento orientador da formação. Este

conceito, inicialmente formulado no campo da educação e posteriormente trabalhado no

campo da saúde pela Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), é re-significado e

adquire papel central na conformação da política do SGTES (CAVALCANTI, 2010).

Aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde, a proposta foi posteriormente

apresentada e pactuada pela Comissão Intergestores Tripartite em setembro de 2003. A

Resolução do CNS Nº 335, de novembro de 2003, reafirma a aprovação da proposta,

resultando na Portaria Ministerial de 19 de fevereiro de 2004, que instituiu a Política Nacional

de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) “como estratégia do Sistema Único de Saúde

para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores para o setor” (BRASIL, 2004). O

texto da Portaria remete-se ao Artigo 200 da Constituição do Brasil, que determina que

compete ao SUS a ordenação e a formação de recursos humanos para a saúde, assim como o

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seu desenvolvimento científico e tecnológico (BRASIL, 1988). A partir da instituição da

PNEPS como estruturante da formação para os serviços, o Ministério da Saúde passou a

desenvolver ações difusoras das bases que dão suporte à política, tendo os Pólos de Educação

Permanente como lócus privilegiado de organização das práticas a nível locorregional

(BRASIL, 2004b).

Segundo Ceccim (2005) a introdução da Educação Permanente em Saúde seria

estratégia fundamental para a recomposição das práticas de formação, atenção, gestão,

formulação de políticas e controle social no setor saúde, estabelecendo ações intersetoriais

oficiais e regulares com o setor da educação, submetendo os processos de mudança na

graduação, nas residências, na pós-graduação e na educação técnica à ampla permeabilidade

das necessidades/direitos de saúde da população e da universalização e equidade das ações e

dos serviços de saúde.

A educação permanente parte do pressuposto da aprendizagem significativa,

que promove e produz sentidos, e sugere que a transformação das práticas

profissionais esteja baseada na reflexão crítica sobre as práticas reais, de

profissionais reais, em ação na rede de serviços. [...] Propõe-se, portanto,

que os processos de qualificação dos trabalhadores da saúde tomem como

referência as necessidades de saúde das pessoas e das populações, da

gestão setorial e do controle social em saúde e tenham como objetivos a

transformação das práticas profissionais e da própria organização do

trabalho e sejam estruturados a partir da problematização da atuação e da

gestão setorial em saúde. Neste caso, a atualização técnico-científica é

apenas um dos aspectos da transformação das práticas e não seu foco

central. A formação e o desenvolvimento englobam aspectos de produção de

subjetividade, de habilidades técnicas e de conhecimento do SUS (BRASIL,

2004a, p. 10).

Essa formulação da PNEPS foi realizada contemplando dois planos principais.

Por um lado, o DEGES/SGTES propôs a constituição de novas instâncias em todo o país – os

pólos de educação permanente – que reuniriam os diversos atores afetos ao SUS,

desempenhando o papel de discutir e formular todo o espectro de ações de educação de

maneira descentralizada e participativa. Por outro lado, o departamento desenvolveu

estratégias em campos específicos, produzindo articulações de atores em nível nacional tanto

no sentido de fortalecer o enfrentamento de questões consideradas importantes como de

fomentar a participação desses atores nas instâncias locorregionais de formulação, isto é, nos

Pólos de Educação Permanente em Saúde (CAVALCANTI, 2010).

Os Pólos de Educação Permanente se configuravam como espaços de articulação

interinstitucional e de negociação como estratégia de operacionalização e viabilização da

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PNEPS, eram por tanto responsáveis, neste primeiro momento, pelo desenvolvimento da

PNEPS nas locorregiões do Brasil.

Coelho (2007) afirma que dentre as funções dos Pólos destacavam-se: a

identificação de necessidades de formação e desenvolvimento dos trabalhadores de saúde; a

formação de políticas e o estabelecimento de negociações interinstitucionais e intersetoriais; o

estímulo à transformação das práticas de saúde; o desenvolvimento de políticas de formação;

o desenvolvimento de formadores; o estabelecimento de pactuação e negociação permanente

entre os segmentos integrantes do pólo.

Os colegiados dos Pólos deveriam ser compostos por gestores estaduais e

municipais de saúde e de educação, universidades e instituições de ensino com cursos na área

de saúde, Escolas Técnicas de Saúde do SUS (ETS-SUS), Escolas de Saúde Pública (ESP),

Núcleos de Saúde Coletiva (NESC), Centros Formadores (CEFOR), hospitais de ensino e

serviços de saúde, estudantes da área de saúde, trabalhadores de saúde, Conselhos Municipais

e Estaduais de Saúde, movimentos sociais ligados à gestão social das políticas públicas de

saúde. (BRASIL, 2004a)

Nesse sentido, segundo Cavalcanti (2010), os Pólos foram constituídos

primordialmente com o objetivo de articular instituições e pessoas em uma rede de encontros

horizontalizada na qual a política de educação em saúde deveria acontecer. Tais fóruns foram

instituídos [...] como Rodas2 para a Gestão da Educação Permanente em Saúde, que são:

espaços para o estabelecimento do diálogo e da negociação entre os atores das ações e

serviços do SUS e das instituições formadoras; [e] lócus para a identificação de necessidades

e para a construção de estratégias e de políticas no campo da formação e desenvolvimento

na perspectiva de ampliação da qualidade da gestão, da qualidade e do aperfeiçoamento da

atenção integral à saúde, do domínio popularizado do conceito ampliado de saúde e do

fortalecimento do controle social no SUS (BRASIL, 2004a, p. 11).

Os Pólos de Educação Permanente em Saúde não se constituíam enquanto

instância executora de projetos, mas como espaço de articulação interinstitucional para

formulação dos mesmos. As instituições e atores participantes então definiam que instituição

seria a executora de cada projeto aprovado.

__________________________________________________________________________

2. Roda: Metodologia criada por Gastão Wagner para promover a gestão colegiada através de uma natureza política

crítico-reflexiva. A roda serve para alimentar circuitos de troca, mediar aprendizagens recíprocas e/ou associar

competências. É por estarem em roda que os parceiros criam possibilidades à realidade, recriam a realidade e/ou

inventam realidades segundo a ética da vida que se anuncia nas bases em que são geradas (CECCIM E

FEUERWERKER, 2004).

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Em 2005, a SGTES solicitou uma Pesquisa de Avaliação e Acompanhamento da

estratégia dos Pólos de Educação Permanente em Saúde, com o objetivo de fazer o

levantamento de um conjunto de informações que subsidiariam os ajustes a serem efetuados

na condução da PNEPS (CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS DE SAÚDE, 2005).

Os resultados desta pesquisa serviram de base em 2006, no âmbito da Câmara

Técnica de Recursos Humanos da Comissão Intergestora Tripartite (CIT), para que o processo

de revisão da portaria nº 198 fosse iniciado.

Desta forma, no dia 20 de agosto de 2007, foi aprovada no Conselho Nacional de

Saúde a minuta de Portaria GM nº 1.996, que dispõe de novas diretrizes e estratégias para

implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, que está até então

vigente (SOUSA et al 2008).

Esta Portaria considerou na sua elaboração: a proposta pactuada pelo Ministério

da Saúde para a Política de Educação e Desenvolvimento para SUS em 2003; os princípios e

diretrizes para a Gestão do Trabalho no SUS – NOB/RH-SUS e as diretrizes operacionais do

Pacto pela Saúde3, entre outros (BRASIL, 2007).

O Pacto pela Saúde, na sua dimensão do Pacto de Gestão, aponta como diretrizes

para o desenvolvimento da Educação na Saúde: avanço da Política Nacional de Educação

Permanente em Saúde, por meio da compreensão do conceito de EPS adequado às

especificidades de cada instituição/região; reconhecimento da EPS como processo educativo

essencial da política de formação e desenvolvimento dos trabalhadores do SUS; compreensão

e adoção das diferentes metodologias e técnicas de ensino-aprendizagem inovadoras,

inerentes à educação permanente; discussão e avaliação da implementação da PNEPS; revisão

da normatização vigente que institui a Política, considerando a descentralização do

planejamento, monitoramento, avaliação e execução orçamentária da educação permanente no

SUS; planejamento e acompanhamento das atividades de EPS e alocações de recursos

pautados pela lógica de fortalecimento do SUS e atendimento das demandas sociais de saúde;

cooperação técnica, articulação e diálogo entre gestores federal, estaduais e municipais,

instituições formadoras, serviços de saúde e controle social (BRASIL, 2006).

___________________________________________________________________________

3. O Pacto pela Saúde compreende um conjunto de reformas institucionais pactuadas entre as três esferas de gestão do

SUS: federal, estaduais e municipais. A implantação do Pacto contempla três dimensões: Pacto pela Vida, em

Defesa do SUS e de Gestão, este último apresentando as diretrizes específicas para a gestão do trabalho e da

educação na saúde no SUS (BRASIL, 2006)

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Desta maneira os pressupostos da portaria GM/MS nº 1996/2007 mantém a

prerrogativa da valorização do processo de ensino-aprendizagem presentes no cotidiano das

organizações, considerando a problematização do processo de trabalho como fonte de

conhecimentos e necessidades de aprendizagem, tendo os profissionais de saúde também

como atores reflexivos considerando suas experiências e conhecimentos prévios e a equipe

como estrutura de interação e não apenas como disciplinas separadas e ampliando os espaços

educativos para além das salas de aula (BRASIL, 2009).

A condução da PNEPS continua sendo compartilhada e considerando o

Quadrilátero da Formação na área da Saúde: Gestão, Formação, Atenção e Controle Social,

apresentando como modificação a metodologia operacional na conformação dos colegiados

ficando, a nível regional, agora sob responsabilidade dos Colegiados de Gestão Regional

(CGR), com a participação das Comissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço (CIES)

(BRASIL, 2009), o que desta forma tensiona mais a participação efetiva dos gestores

municipais na construção e efetivação das estratégias de educação permanente de cada

locorregião.

O CGR é uma instância de pactuação permanente e cogestão solidária e

cooperativa, formadas pelos gestores municipais de saúde do conjunto de municípios de uma

determinada região de saúde e por representantes do(s) gestor(es) estadual(ais). Este deve

instituir processo de planejamento regional para a Educação Permanente em Saúde, definir as

prioridades, as responsabilidades de cada ente e o apoio para o processo de planejamento

local, conforme as responsabilidades assumidas nos Termos de Compromissos e os Planos de

Saúde dos entes federados participantes (BRASIL, 2009).

De acordo com o texto da PNEPS os CGR’s tem como outras atribuições:

Construir coletivamente e definir o Plano de Ação Regional de Educação Permanente em

Saúde para a região, a partir das diretrizes nacionais, estaduais e municipais (da sua área de

abrangência) para a educação na saúde, do pactuado na Comissão Intergestores Bipartite e das

necessidades de formação e desenvolvimento dos trabalhadores da saúde; Submeter o Plano

Regional de Educação Permanente em Saúde à CIB para homologação; Pactuar a gestão dos

recursos financeiros no âmbito regional, que poderá ser realizada pelo Estado, pelo Distrito

Federal e por um ou mais municípios de sua área de abrangência; Incentivar e promover a

participação nas Comissões de Integração Ensino-Serviço, dos gestores, dos serviços de

saúde, das instituições que atuam na área de formação e desenvolvimento de pessoal para o

setor saúde, dos trabalhadores da saúde, dos movimentos sociais e dos conselhos de saúde da

sua área de abrangência; Acompanhar, monitorar e avaliar as ações e estratégias de educação

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em saúde implementadas na região; e Avaliar periodicamente a composição, a dimensão e o

trabalho das Comissões de Integração Ensino-Serviço e propor alterações caso necessário

(BRASIL, 2009).

Já as CIES deverão ser compostas pelos gestores de saúde municipais, estaduais e

do Distrito Federal e ainda, conforme as especificidades de cada região, por: Gestores

estaduais e municipais de educação e/ou seus representantes; Trabalhadores do SUS e/ou suas

entidades representativas; Instituições de ensino com cursos na área da Saúde, por meio de

seus distintos segmentos; e Movimentos sociais ligados à gestão das políticas públicas de

saúde e do controle social no SUS, garantindo voz a todos os seguimentos do Quadrilátero da

Formação.

As principais atribuições das CIES são: Apoiar e cooperar tecnicamente com os

Colegiados de Gestão Regional para a construção dos Planos Regionais de Educação

Permanente em Saúde da sua área de abrangência; Articular instituições para propor, de forma

coordenada, estratégias de intervenção no campo da formação e desenvolvimento dos

trabalhadores, à luz dos conceitos e princípios da Educação Permanente em Saúde, da

legislação vigente, e do Plano Regional para a Educação Permanente em Saúde; Incentivar a

adesão cooperativa e solidária de instituições de formação e desenvolvimento dos

trabalhadores de saúde aos princípios, à condução e ao desenvolvimento da Educação

Permanente em Saúde, ampliando a capacidade pedagógica em toda a rede de saúde e

educação; Contribuir com o acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações e

estratégias de Educação Permanente em Saúde implementadas; e apoiar e cooperar com os

gestores na discussão sobre Educação Permanente em Saúde, na proposição de intervenções

nesse campo e no planejamento e desenvolvimento de ações que contribuam para o

cumprimento das responsabilidades assumidas nos respectivos Termos de Compromisso de

Gestão (BRASIL, 2009).

Outro ponto que a PNEPS descreve diz respeito a alocação orçamentária. Para a

PNEPS existem três grupos de critérios para esta alocação, o primeiro grupo trata da adesão

às políticas setoriais de saúde que propõe a alteração do desenho tecno-assistencial em saúde.

Quanto maior a adesão a esse grupo de políticas, maior será a necessidade de investimento na

qualificação e desenvolvimento de profissionais para atuar numa lógica diferenciada. O peso

desse grupo de critérios na distribuição dos recursos federais para EPS equivale a 30% do

total. Esse primeiro grupo é composto pelos seguintes critérios: Cobertura das Equipes de

Saúde da Família (10%); Cobertura das Equipes de Saúde Bucal (10%) e Cobertura dos

Centros de Atenção Psicossocial (10%) (BRASIL, 2009).

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O segundo grupo de critérios trata da população total do estado e do quantitativo

de profissionais de saúde que prestam serviços para o SUS. Quanto maior o número de

profissionais e maior a população a ser atendida, maior será a necessidade de recursos para

financiar as ações de formação e desenvolvimento desses profissionais. O peso desse grupo de

critérios na distribuição dos recursos federais para EPS equivale a 30% do total. Esse segundo

grupo é composto pelos seguintes critérios: Número de profissionais de saúde que presta

serviço para o SUS (20%); População total do Estado (10%) (BRASIL, 2009).

O terceiro grupo de critérios busca dar conta das iniqüidades regionais. Os

critérios utilizados nesse grupo são: o IDH-M e o inverso da concentração de instituições de

ensino com cursos de saúde. Quanto menor o IDH-M maiores as barreiras sociais a serem

enfrentadas para o atendimento à população e para a formação e desenvolvimento dos

trabalhadores da saúde. Por outro lado, quanto menor a concentração de instituições de ensino

na área da Saúde, maior a dificuldade e maior o custo para formação e desenvolvimento dos

trabalhadores da saúde. Nesse sentido, maior recurso será destinado aos locais com menor

disponibilidade de recursos para enfrentamento do contexto local. O peso desse grupo de

critérios na distribuição dos recursos federais para EPS equivale a 40% do total. Os seguintes

critérios compõe esse grupo: IDH-M 2000 (20%); Inverso da Concentração de Instituições de

Ensino (Instituições de Ensino Superior com Cursos de Saúde e Escolas Técnicas do SUS

(20%) (BRASIL, 2009).

A divisão orçamentária seguindo os critérios acima mencionados, realizada pela

SGTES/MS dentro da PNEP no ano de 2007, por exemplo, tendo como teto de recurso R$

85.000.000,00 (oitenta e cinco milhões de reais), foi distribuída considerando as Ações de

Educação Permanente em Saúde e Educação Permanente em Saúde voltado para profissionais

de nível técnico (BRASIL, 2009).

Desta forma o orçamento total para Educação Permanente em Saúde ficou em

R$35.000.000,00 (trinta e cinco milhões de reais) e o orçamento total para Educação

Permanente em Saúde voltado para profissionais de nível técnico ficou em R$50.000.000,00

(cinqüenta milhões de reais) (BRASIL, 2009).

O Nordeste do Brasil, representado pelos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará,

Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, fica com a maior

parte da divisão orçamentária para Educação Permanente em Saúde (37,69%) e Educação

Permanente em Saúde voltado para profissionais de nível técnico (37,69%) sendo comparado

as outras regiões do país. O Estado do Ceará sendo comparado com os demais Estados do

Nordeste fica em 4º lugar no que diz respeito ao recurso recebido para Educação Permanente

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em Saúde e Educação Permanente em Saúde voltado para profissionais de nível técnico e fica

em 7º lugar em relação a todos os outros Estados do Brasil, com um percentual nacional de

4,19% do financiamento total.

Anualmente são revistos os cálculos e reprogramado a divisão orçamentária para

Educação Permanente em Saúde no Brasil, porém não apresentando grandes alterações no

período de 2007 a 2011. Ressaltamos que a definição deste repasse no âmbito de cada

unidade federada é objeto de pactuação na CIB e posteriormente encaminhado a Comissão

Intergestora Tripatite para homologação.

No estado do Ceará critérios semelhantes são utilizados para os cálculos da

divisão orçamentária para as três macrorregiões de saúde.

Diante desta organização e investimento a PNEPS procura alcançar seu objetivo

que é o desenvolvimento de ações de educação que visem a transformação das práticas dos

profissionais e serviços de saúde, qualificando o atendimento prestado pelo SUS, contando

com os pressupostos que EPS tem a contribuir que é a inversão da lógica do processo,

incorporando o ensino e o aprendizado à vida cotidiana das organizações e às práticas sociais

e laborais, no contexto real em que ocorrem, modificando substancialmente as estratégias

educativas, a partir da prática como fonte de conhecimento e de problemas, problematizando

o próprio fazer.

3.3 Educação Permanente em Saúde e sua relação com mudanças de práticas para

organização do serviço

A consolidação do SUS através da aplicação de suas diretrizes e normas estão

diretamente relacionadas ao fortalecimento e preparação dos trabalhadores de saúde, Merhy et

al (2006) afirmam:

La búsqueda de estrategias que favorezcan el cambio de conceptos y

prácticas es una de las razones por las cuales las temáticas relacionadas a

la fuerza de trabajo en salud han ganado destaque y relevancia a lo largo de

la implementación del sistema. Se considera indispensable para la

consolidación del SUS la existencia de políticas efectivas tanto en lo que

respecta a lãs relaciones laborales y políticas de vinculación de los

trabajadores al sistema, como en los aspectos relacionados a la formación y

desarrollo de los trabajadores de salud (MERHY, FEUERWERKER,

CECCIM, 2006).

Segundo estes autores a EPS é um dos pilares para construção de práticas

inovadoras para a gestão democrática do sistema e para a configuração de práticas de saúde

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capazes de aproximar o SUS do objetivo de alcançar uma atenção à saúde integral e de

qualidade para todos os brasileiros.

Desta forma as necessidades do serviço e das equipes de saúde exigem trabalhar

com a aprendizagem significativa, envolvendo os fatores cognitivos, relacionais e de atitudes,

a fim de qualificar e (re)organizar o processo de trabalho. O processo de educação permanente

possibilita a análise coletiva do processo de trabalho para efetivar a ação educativa. Assim, a

aprendizagem ocorre sempre articulada com o processo de (re)organização do sistema de

saúde. O processo de trabalho envolve múltiplas dimensões, a exemplo das questões

organizacionais, técnicas, sociais e humanas. Portanto, o saber técnico é apenas um dos

aspectos para transformação das práticas, e a formação dos profissionais deve envolver os

aspectos humanos, os valores, os sentimentos, a visão de mundo de cada um e, as vivências

profissionais de cada pessoa almejando a transformação das práticas profissionais e da

organização do trabalho simultaneamente.

O sentido de Educação Permanente tão difundido pela Organização Panamericana

de Saúde a partir da década de 1980 busca a inserção de processos educativos nos serviços de

saúde, desta forma, acontecem em profunda sintonia com a realidade vivida no cotidiano do

trabalho (BRASIL, 2004a).

Para Organização Panamericana de Saúde (OPAS) a Educação Permanente em

Saúde é uma estratégia para construção de processos mais eficazes para o desenvolvimento de

profissionais de saúde a partir da realidade vivida e com uma participação mais efetiva

(MERHY et al, 2006).

A percepção do contexto de trabalho como contexto de aprendizagem tem

conseqüências importantes. No campo administrativo, a organização abandonaria uma visão

de mera reprodutora de práticas, de controle, adestramento e passaria a se perceber

construtora do futuro. Seria onde se expande a atitude para criar os resultados que deseja,

onde se cultivam novos e expansivos padrões de pensamento, onde se aprende a aprender em

conjunto. No campo educacional, muda-se da pedagogia do reforço que procura reproduzir as

práticas para a pedagogia da reconversão, centrada na estimulação do pensamento e na ação

conjunta sobre os problemas do serviço. Assim, a organização deixa de ser um estado para se

transformar em um processo (MERHY, 2005).

Ceccim (2005) oportuniza a discussão de educação permanente como estratégia

de organização do serviço, quando faz o debate que a Educação Permanente em Saúde pode

corresponder à Educação em Serviço, quando esta coloca a pertinência dos conteúdos,

instrumentos e recursos para a formação técnica submetidos a um projeto de mudanças

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institucionais ou de mudança da orientação política das ações prestadas em dado tempo e

lugar. Destaca ainda que aquilo que deve ser realmente central à Educação Permanente em

Saúde é sua porosidade à realidade mutável e mutante das ações e dos serviços de saúde; é sua

ligação política com a formação de perfis profissionais e de serviços, a introdução de

mecanismos, espaços e temas que geram auto-análise, autogestão, implicação, mudança

institucional, enfim, pensamento (disruptura com instituídos, fórmulas ou modelos) e

experimentação (em contexto, em afetividade – sendo afetado pela realidade/afecção).

Acreditamos que uma condição indispensável para uma pessoa ou uma

organização decidir mudar ou incorporar novos elementos a sua prática e a seus conceitos é a

detecção e contato com os desconfortos experimentados no cotidiano do trabalho, a percepção

de que a maneira vigente de fazer ou de pensar é insuficiente ou insatisfatória para dar conta

dos desafios do trabalho. Esse desconforto ou percepção de abertura (incerteza) tem de ser

intensamente admitido, vivido, percebido. Não se constata o desconforto mediante

aproximações discursivas externas. A vivência e/ou a reflexão sobre as práticas vividas é que

podem produzir o contato com o desconforto e, depois, a disposição para produzir alternativas

de práticas e de conceitos, para enfrentar o desafio de produzir transformações (CECCIM

2005; MERHY et al, 2006).

Ceccim (2005) complementa afirmando que para produzir mudanças de práticas

de gestão e de atenção, é fundamental que sejamos capazes de dialogar com as práticas e

concepções vigentes, que sejamos capazes de problematizá-las, não em abstrato, mas no

concreto do trabalho de cada equipe, e de construir novos pactos de convivência e práticas,

que aproximem os serviços de saúde dos conceitos da atenção integral, humanizada e de

qualidade, da eqüidade e dos demais marcos dos processos de reforma do sistema brasileiro

de saúde, pelo menos no nosso caso.

Mirar el cotidiano del mundo del trabajo y percibir los modos como se

“embarazan” las palabras con los actos productivos, tornando ese proceso

objeto de nuestra propia curiosidad, percibiéndonos como sus fabricantes y

dialogando en el propio espacio de trabajo, con todos los otros que allí

están, no configura solamente un desafío, sino una necesidad para tornar el

espacio de la gestión del trabajo y del sentido de su hacer, en un acto

colectivo e implicado. Éste es el desafío al que la EPS pretende contribuir a

enfrentar (MERHY, FEUERWERKER, CECCIM, 2006).

Por isso conhecer o serviço onde se atua ou deseja fazer determinada intervenção,

tendo o cuidado para entender, aprofundar e discutir as percepções tanto da equipe de saúde

quanto da comunidade na qual a equipe atua é fundamental para, a partir de um planejamento

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participativo, e utilizando o fundamento da educação permanente, propor intervenções

voltadas para organização do serviço que sejam efetivados conseguindo resultados realmente

satisfatórios.

3.4 Avaliação em saúde

Neste capítulo procuramos trazer alguns conceitos relacionados a avaliação dentro

de políticas públicas, mas diretamente relacionado a saúde. Como é um tema amplo e que

ainda apresenta diferentes olhares, apresentamos aqui alguns autores que consideramos

contribuir para as discussões propostas por esta pesquisa.

Observamos que as definições de avaliação vão desde a avaliação voltada para o

gerenciamento de resultados e tomadas de decisões, ou seja uma avaliação para gestão como

afirma Verdung (1993, p. 39): “a avaliação é um mecanismo utilizado para explicar e medir

a implementação, os resultados e o alcance das políticas e programas públicos, com o

propósito de gerar decisões futuras”. E a avaliação como pesquisa científica com aplicação

sistemática de procedimentos de pesquisa científica para verificar a conceitualização, design,

implementação e utilidade dos programas de intervenção social, sua implementação e

efetividade (ROSSI e FREEMAN,1993; CHELIMSKY apud CALMON, 1999).

Outros autores, como Guba e Lincoln (1989), ressaltam que a avaliação deve

transcender a simples aplicação dos métodos de pesquisa científica, e incluir os diversos

aspectos humanos, políticos, sociais, culturais e contextuais que envolvem todo o seu

processo.

Desta forma, Furtado (2006) nos coloca que avaliar é uma ação inerente ao ser

humano realizada cotidianamente através de seus sentidos, de seu intelecto e de sua

subjetividade. Segundo o autor avaliar é emitir um juízo de valor sobre determinada

intervenção com critérios e referenciais explícitos, utilizando-se dados e informações

construídos ou já existentes, visando à tomada de decisão. No Brasil a avaliação de programas

e serviços de saúde, desperta crescente interesse desde início dos anos 90 (HARTZ, 1997).

Segundo Hartz e Silva (2005) no Brasil a avaliação em saúde ainda é uma prática

em construção que de acordo com Furtado (2006) se tona mais complexa uma vez que

avaliação como campo conceitual e de trabalho não está bem definida: o papel do avaliador

carece de clareza e os conceitos da área utilizados de formas diferentes, além do que, são

criados frequentemente novos conceitos. Esta profusão do número e significados de conceitos

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ao mesmo tempo indica a riqueza do campo da avaliação e gera dificuldades à comunicação

clara sobre o tema (PATTON, 1982 apud FURTADO, 2006).

Neste contexto Hartz e Silva (2005) afirmam que diversas iniciativas voltadas

para a avaliação em saúde no Brasil vêm sendo desenvolvidas, de forma progressiva, sendo

que na presente década o interesse pela avaliação em saúde não se restringe ao âmbito

acadêmico. Segundo Felisberto (2004) o tema da avaliação ocupou parte considerável da

agenda do Ministério da Saúde nos últimos anos, em razão de uma série de ações elaboradas

para institucionalizá-la no âmbito da atenção básica. Observa-se que o Ministério da Saúde

tem recomendado um conjunto de estudos nesta perspectiva, não só por exigência de

financiadores externos, mas devido a uma crescente consciência de responsabilização entre

seus técnicos e dirigentes (HARTZ e SILVA, 2005).

Felisberto (2006) entende que a proposta de instaurar uma cultura avaliativa visa

romper com o emprego reduzido das potencialidades da avaliação pelos profissionais de

saúde. Ou seja, busca transformá-la em uma ferramenta capaz de ofertar mais do que os usos

triviais que dela são feitos por gestores e trabalhadores no cotidiano dos serviços como

prestação de contas ou alocação de recursos. Desta forma avaliação de políticas e programas é

essencial em saúde pública, contribuindo para os esforços em busca de uma sociedade mais

saudável e prevenindo o desperdício de recursos com a implementação de programas

ineficazes (FACCHINI et al, 2006).

Entretanto, ao avaliar o efeito de uma política de saúde no desempenho dos

serviços e na situação de saúde da população, é preciso valorizar o sinergismo entre os

determinantes vinculados à política de saúde, aos serviços de saúde (estruturas, recursos

humanos e processos) e ao estado de saúde das populações (HARTZ e

CONTANDRIOPOULOS, 2004).

Neste contexto, nos últimos anos vem se tornando habitual a adoção de

abordagens avaliativas não tradicionais, que rompem com o modelo quantitativo e positivista

predominantes no campo da avaliação em saúde (SILVA et al, 2011). Minayo (2008) aponta

que desde a metade dos anos de 1980 começou-se a falar especificamente em avaliação

qualitativa.

Silva et al (2011) entendem que a apreensão dessas questões requer abordagens

avaliativas com diferentes matizes, que extrapolem a hegemonia positivista, propondo outros

olhares, outros referenciais de análise, outros arranjos metodológicos, com a reflexão de

noções de participação, emancipação e democracia. Abordagens que apontem caminhos para

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uma avaliação transformadora – não somente do sistema de saúde, mas das pessoas que o

sustentam, uma avaliação que gere aprendizagem.

Nessa perspectiva nos deparamos ainda com a existência de diferentes modelos e

práticas de avaliação, o que, na prática, dificulta a escolha de um modelo mais adequado para

o que se pretende. Essa dificuldade também é sentida na adoção de uma tipologia básica para

avaliação. Na verdade, apesar de a literatura sobre o assunto estar repleta de sugestões para

uma taxonomia única, as classificações sugeridas são muitas vezes incompatíveis, e enfatizam

aspectos distintos da avaliação (CALMON, 1999).

Apresentamos aqui uma tipologia apresentada por Calmon que seleciona a

tipologia desenvolvida pelo Evaluation Research Society (ERS) Standards Committee, que

classificou as práticas de avaliação em seis categorias distintas:

1) Front-end analysis - também conhecida como avaliação exante (preinstalation), avaliação

de contexto, ou feasibility analysis. Inclui as atividades de avaliação realizadas previamente à

implantação do programa, no sentido de confirmar, verificar, ou estimar as necessidades

(needs assessments), a concepção, o suporte operacional, as fontes de financiamento, o

arranjo institucional ou outros tipos de suporte necessários. Os resultados da avaliação têm

como objetivo prover informações a fim de aprimorar o planejamento do programa, ao

determinar o nível de implementação apropriada, ou mesmo ao gerar feedback para subsidiar

decisões sobre a implantação ou não do programa.

2) Evaluability assessment (avaliação da avaliabilidade) - constitui uma avaliação preliminar

da concepção do programa para verificar se outros tipos de avaliação (em especial a avaliação

de impacto) devem ou não ser iniciados. A avaliação da avaliabilidade ganhou destaque e

legitimidade em face da crescente preocupação profissional com os custos da avaliação em

relação aos seus benefícios e com a necessidade de identificar as características gerais dos

programas (significância, abrangência, execução, etc.) que facilitam ou atrapalham os

esforços de avaliação. A avaliação da avaliabilidade pode abranger os questionamentos de

viabilidade técnica (por exemplo: podem ser estabelecidos indicadores de performance

válidos?.), os aspectos políticos (por exemplo: os diretores do programa entendem os tipos de

informação a serem geradas pela avaliação proposta?; os interesses dos financiadores são

apenas imediatos?), e, obviamente, as características próprias do programa (por exemplo: .o

programa foi de fato implementado?).

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3) Avaliação formativa (formative evaluation) - também denominada avaliação de processo,

on-going, ou de aperfeiçoamento (developmental evaluation). Envolve testes ou avaliações de

processo de programas em andamento (on-going) com o objetivo de realizar modificações ou

aperfeiçoamentos. As atividades podem incluir análise das estratégias de gerenciamento,

interações dos envolvidos no programa, avaliação dos recursos humanos, pesquisa das

atitudes em relação ao programa, e observações. Em alguns casos, a avaliação formativa

significa pesquisa de campo de um programa em pequena escala, antes de sua implementação

mais ampla. O avaliador geralmente trabalha em conjunto com os formuladores e

administradores do programa que participam diretamente das decisões para realizar as

modificações necessárias.

4) Avaliação de impacto - também denominada summative evaluation, avaliação de

resultados (outcome evaluation), ou avaliação de efetividade. Corresponde a uma das mais

comuns definições de avaliação. Qual seja, tentar identificar se o programa tem funcionado

satisfatoriamente. A avaliação de impacto é, em geral, realizada após a implantação do

programa e tem como objetivo gerar informações úteis aos tomadores de decisão sobre a sua

continuação, expansão ou redução. Os desafios dos avaliadores consistem em estabelecer os

indicadores de impacto apropriados e identificar os tipos de impacto que podem ser atribuídos

ao programa e não a outras influências. Algum conhecimento ou estimativa das condições

anteriores à implantação do programa é requerido. As avaliações de impacto diferem na

medida em que a pesquisa por indicadores apropriados ultrapassa os objetivos estabelecidos,

ou as expectativas dos formuladores do programa, diretores, financiadores, ou outros

patrocinadores da avaliação. No entanto, há consenso geral de que quanto mais independente

for o avaliador, mais credibilidade terá o resultado das avaliações de impacto, desde que as

expectativas dos indivíduos que administram, controlam ou influenciam o programa

encontrem-se refletidas na avaliação. Alcançar equilíbrio entre os conflitos potenciais dos

critérios constitui desafio constante.

5) Monitoramento do programa. Esta é a menos reconhecida, mas provavelmente a categoria

de avaliação mais praticada, que abandona a noção de que o avaliador necessariamente chega,

realiza o trabalho e vai embora. Inúmeros órgãos federais, estaduais e locais exigem que os

programas sejam intensamente monitorados, mesmo os implementados há mais tempo. Esses

programas podem ou não ter sido objeto de avaliações do tipo exante, de processo, ou de

impacto, ou mesmo metavaliação. Os tipos de atividades envolvidas no monitoramento

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variam consideravelmente, e englobam desde acompanhamentos periódicos, para verificar a

consistência com as políticas públicas, até monitoramentos constantes e diretos dos serviços

prestados e dos beneficiários do programa. O monitoramento do programa pode incluir

propósitos ou resultados encontrados mediante a utilização de outras categorias de avaliação.

Um exemplo seria o reexame minucioso para identificar se as necessidades originais

estabelecidas na concepção do programa ainda servem ou existem, ou na sugestão de

modificações, atualizações e revitalizações no programa.

6) Metavaliação (metaevaluation, avaliação da avaliação). Conhecida como auditoria de

avaliação, ou avaliação secundária, que também pode incluir a utilização da avaliação. Essas

atividades são aplicadas com maior freqüência à avaliação de impacto e são estimuladas por

vários interesses, tais como investigação acadêmica, exigência dos órgãos que coordenam ou

supervisionam o programa, não-disposição do avaliado em aceitar o resultado da avaliação

original, ou interesse nos efeitos posteriores da avaliação no programa. A avaliação das

avaliações pode ter diversas formas, e variam de críticas profissionais a relatórios de

avaliação, e de procedimentos para reanalisar os dados originais (muitas vezes com hipóteses

diferentes) à coleta de informações novas. No caso dos programas de maior interesse público,

avaliações secundárias podem examinar os resultados de diferentes avaliações (ao incluir

avaliações das diversas unidades e componentes) para verificar o impacto total. Os envolvidos

nos estudos recentes sobre a utilização dos dados da avaliação devem estar alertas ao fato de

que problemas no uso da avaliação não estão necessariamente relacionados com suas falhas.

Nesta pesquisa nos propomos a realizar um Estudo de Avaliabilidade, por

acreditar que este tipo de estudo nos possibilite entender como está a implementação das

ações de EPS no Ceará. O Estudo de Avaliabilidade além de investigar características

próprias do programa através de seus documentos, investiga também características do

programa a partir de seus atores, possibilitando um caráter qualitativo e formativo para

avaliação.

Segundo Silva et al (2010) as reflexões de autores nos levam a pensar na

existência de um caráter formativo da avaliação como algo que conduz à aprendizagem: uma

aprendizagem gerada pela reflexão, pelo diálogo, pelo encontro e reconhecimento do outro;

uma aprendizagem que emancipa à medida que constrói sujeitos com capacidade analítica

suficiente para propor transformações em suas práticas e, assim, se transformar (AYRES,

2004; SANTOS-FILHO, 2007; PINHEIRO e SILVA JUNIOR, 2008).

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Com isso, o sistema de saúde pode ser posto em análise continuamente, enquanto

os sujeitos têm autonomia ampliada pelo desafio de tomarem decisões a cada avaliação, de

proporem estratégias e criarem mecanismos de intervenção. Assim, a avaliação passa a ser

instrumento de empoderamento daqueles que efetivamente atuam no serviço de saúde e dele

fazem uso, para que sejam co-autores de um SUS mais efetivo e em consonância com a

integralidade em saúde.

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4 METODOLOGIA

4.1 Abordagem e tipo de estudo

O estudo se caracteriza como estudo de avaliabilidade, com abordagem qualitativa.

O estudo de avaliabilidade é constituído por um conjunto de procedimentos que precedem

uma avaliação mais extensa. São considerados fundamentais para a caracterização do

processo de avaliação apontando para sua utilidade e oportunidade. Este estudo permite que a

etapa seguinte, avaliação propriamente dita, seja desenvolvida com maior facilidade,

maximizando seus potenciais e favorecendo também a racionalização de recursos,

frequentemente escassos para o processo avaliativo. O estudo de avaliabilidade busca, através

de avaliações e críticas, uma descrição coerente de um plano para a avaliação que se seguirá,

tornando-a mais consistente e com maior credibilidade. O estudo de avaliabilidade de um

programa vai determinar o quão avaliável esse é naquele momento, ajudando a determinar os

propósitos e o foco avaliativo, permitindo um entendimento aprofundado sobre o programa e

apreciação prévia acerca das possibilidades de avaliação (THURSTON e RAMALIU, 2005;

NATAL, 2007).

Para Stake (2011) a abordagem qualitativa significa que seu raciocínio se baseia na

percepção e na compreensão humana. Segundo o autor o estudo qualitativo é interpretativo,

fixa-se nos significados das relações humanas a partir de diferentes pontos de vista, esse tipo

de estudo reconhece que as descobertas e os relatórios são frutos de interações entre o

pesquisador e os sujeitos. O estudo qualitativo é experiencial, empírico e está direcionado ao

campo, enfoca as observações feitas pelos participantes e leva mais em consideração o que

eles vêem do que sentem. O autor afirma também que o estudo qualitativo é situacional, é

direcionado aos objetos e às atividades em contextos únicos, defende que cada local e

momento possui características específicas que se opõe a generalização.

4.2 Referencial Teórico

De acordo com Silva (2008) as primeiras décadas de constituição do campo da

avaliação foram marcadas por grandes estudos com ênfase no desenho e no método.

Posteriormente, com a limitação do poder explicativo dessas investigações, alternativas

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metodológicas foram buscadas nas meta-análises, nos estudos qualitativos e naqueles

orientados pela teoria do programa (CHEN, 1990).

House (2001) apud Silva (2008) nos explica que a teoria de que se fala não são as

grandes teorias sociais, e sim aquelas referentes ao programa, no seu contexto e interações.

Chen (1990) define teoria como um conjunto de pressupostos, princípios e ou proposições que

explicam ou guiam a ação social. Em outras palavras, a teoria do programa deveria especificar

tudo que deve ser feito para alcançar os objetivos desejados, quais os impactos que podem ser

antecipados e como isso se produz. O mesmo autor distingue as teorias causais ou descritivas

que teriam como objetivo explicar as relações entre a intervenção, a implementação e os

resultados daquelas normativas ou prescritivas que estariam voltadas para definir como devem

ser as intervenções, o processo de implementação do programa e os resultados. De acordo

com Silva (2008) a teoria necessária para realizar uma avaliação envolveria tanto a dimensão

causal quanto a normativa.

Desta forma um dos referenciais teóricos adotados para esta pesquisa é a própria

Política Nacional e Estadual de Educação Permanente em Saúde, pois nela encontramos todas

as diretrizes e orientações operacionais, bem como questões acerca das responsabilidades dos

Estados e Municípios sobre a Educação Permanente em Saúde.

A pesquisa se propôs fazer um estudo de avaliabilidade relacionado a

implementação das ações de Educação Permanente em Saúde aprovadas nas resoluções da

CIB do Estado do Ceará para as três Macrorregião de Saúde.

O estudo de avaliabilidade nos possibilita verificar se um programa está pronto

para ser gerenciado por resultados e quais mudanças são necessárias para fazê-lo. Implica na

verificação da concepção do programa e em aspectos de sua implementação, de forma a

identificar elementos favoráveis ou obstáculos ao alcance dos resultados desejados, a partir de

uma abordagem metodológica qualitativa (WHOLEY et al, 2004)

O estudo de avaliabilidade é indicado como uma etapa preliminar antes da

execução de avaliações extensas e é particularmente recomendado para identificar

necessidades de conhecimento e informação das partes interessadas, a fim de recomendar o

foco em futuras avaliações (LEVITON et al ., 1998).

Natal et al (2010) nos apresentam uma revisão realizada no período de 1986 a

2006 (Trevisan, 2007), onde foram localizados 23 estudos de avaliabilidade, sendo 12 do

período de 2001 e 2006, identificando um aumento na utilização desses estudos. Verificou-se

que os resultados frequentemente observados na literatura incluem o esclarecimento dos

objetivos do programa e as metas, desenvolvimento da teoria do programa incluindo o modelo

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lógico e as medidas de desempenho, sensibilização das partes interessadas e compreensão do

programa.

A maioria dos estudos utilizou as metodologias recomendadas na literatura sobre

estudos de avaliabilidade, como: análise de documentos (propostas de financiamento,

folhetos, regulamentos, legislação, relatórios de avaliação anterior, atas de reuniões), en-

trevistas com partes interessadas (por exemplo, o pessoal do programa, os participantes,

funcionários da agência, os políticos), e visitas a sites (TREVISAN, 2007). Em todos os

estudos foi mantido o propósito do estudo de avaliabilidade: a possibilidade de avaliação do

programa, sendo que em 17 estudos o estudo de avaliabilidade era de uso para fins de

avaliação formativa. Esses estudos utilizaram o processo de estudo de avaliabilidade para

desenvolver, esclarecer, ou modificar o programa. A ampla participação dos interessados foi

muitas vezes uma característica fundamental nesses casos. Além disso, três estudos utilizaram

o processo de estudo de avaliabilidade com o objetivo de elaborar um plano de avaliação ou

alterar um plano já existente.

No Brasil, também são cada vez mais frequentes os estudos de avaliabilidade. Nos

estudos nacionais, identificados e disponíveis eletronicamente, o objetivo principal foi a des-

crição do programa, incluindo a identificação de objetivo e com a intenção de uma avaliação

futura. Todos utilizaram abordagem qualitativa e/ou quantitativa e análise documental e

entrevistas com informantes-chave (NATAL, 2006; FREITAS, 2006; OKAMURA et al.,

2007; FERREIRA e SILVA, 2008; PAULINO, 2008).

Nesta pesquisa utilizamos parte da metodologia de estudo de avaliabilidade

proposta por Joseph Wholey que propõe seguir os passos a seguir descritos:

1. Definição do Modelo Lógico, identificando objetivos, recursos alocados, ações que se

pretende executar, resultados esperados e relações causais assumidas;

2. Definição dos indicadores de desempenho a serem utilizados;

3. Investigação da realidade de implementação do programa;

4. Averiguar a exequililidade do programa, bem como a capacidade de mensuração de

seu desempenho e de alcance dos objetivos planejados; e

5. Fornecer subsídios para auxiliar a tomada de decisão sobre os aperfeiçoamentos que

podem ser feitos no programa.

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Consideramos que esta etapa proposta por Joseph Wholey nos dá subsídios para

responder aos questionamentos que geraram os objetivos desta pesquisa: Como funciona a

organização estrutural e funcional das CIES/CGR no Ceará? Como estas ações são

operacionalizadas? Que dificuldades as CIES/CGR enfrentam no planejamento e execução

destas ações? Qual a percepção dos membros das CIES/CGR sobre as ações de Educação

Permanente contempladas nas resoluções da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará?

4.3 Cenário da Pesquisa

O estudo teve como cenário as três Macrorregiões de Saúde do Estado do Ceará.

Segundo o Plano Diretor de Regionalização da Assistência à Saúde, o Estado do Ceará é

subdividido em três Macrorregiões de Saúde, que correspondem a grandes áreas com

características físicas e socioeconômicas relativamente peculiares, conforme apresentado na

figura 1 (CEARÁ, 2008). As três Macrorregioões de Saúde constituem-se em um sistema com

resolubilidade nos três Níveis de Atenção para a população residente num território

geograficamente definido pelo Conselho Estadual de Saúde (CESAU).

Figura 1. Divisão do Estado do Ceará em Macrorregiões de Saúde

Macrorregião de Sobral

Macrorregião de Fortaleza

Macrorregião do Cariri

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A Macrorregião de Fortaleza é composta por Fortaleza e 97 municípios, divididos

em 14 Coordenadorias Regionais de Saúde (CRES). A Macrorregião de Sobral, sendo

composta por 55 municípios divididos em 5 CRES. E a macrorregião do Cariri, onde estão

situados 28 municípios divididos em 3 CRES.

Para cada uma das três Macrorregiões de Saúde do Ceará existe uma CIES que

está diretamente responsável pela condução da PNEPS no Estado.

4.4 Sujeitos da Pesquisa

No âmbito da estruturação de uma avaliação, são especificadas as unidades de

análise a serem estudadas. Esta conduta significa que o enfoque primário da coleta de dados

envolve partes diversas de um programa ou serviço (PATTON, 1987 apud LIRA, 2003).

Assim, as unidades de análise incorporadas ao estudo com vistas à avaliação implementação

das ações de Educação Permanente aprovadas pela CIB e contidas nas Resoluções da

Secretaria de Saúde do Ceará, foram os membros das CIES das três macrorregiões de saúde e

suas respectivas secretárias executivas.

Dentro de cada unidade de análise foram selecionados informantes-chave,

definidos como “aqueles a partir dos quais pode-se aprender enormemente sobre tópicos de

central importância para os propósitos da avaliação” (PATTON, 1987, p. 52, apud LIRA,

2003, p.104). Assim, selecionamos os seguintes informantes-chave dentro de cada unidade de

análise:

(a) Para responder sobre a estrutura e funcionamento das CIES escolhemos a

Secretária Executiva de cada CIES.

(b) Sobre como ocorre o processo de implementação das ações de Educação

Permanente em Saúde aprovadas nas resoluções da CIB Estadual para cada uma das

Macrorregiões de Saúde do Ceará; descrição das etapas vivenciadas para construção e

execução do Plano Regional de Educação Permanente; identificação dos elementos

dificultadores e facilitadores no processo de execução das ações de Educação Permanente em

Saúde, optamos pelos membros das três CIES do Estado que estavam há mais de um ano

atuando e que aceitaram participar da pesquisa. Contamos no final com 10 informantes.

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Atualmente a CIES da Macrorregião do Cariri possui 22 membros registrados,

destes 6 representam a gestão; 5 representam a formação; 5 representam os trabalhadores da

saúde; e 6 representam o controle social.

A CIES da Macrorregião de Fortaleza possui 58 membros registrados, destes 22

representam a gestão; 12 representam a formação; 12 representam os trabalhadores da saúde;

e 12 representam o controle social.

A CIES da Macrorregião de Sobral conta com 22 membros titulares registrados,

destes 10 representam a gestão, 04 representam as instituições de ensino, 04 representam os

trabalhadores de saúde e 04 representam o controle social.

4.5 Coleta de dados

O período de coleta de dados foi entre os meses de agosto a novembro de 2012 e

aconteceu após qualificação do projeto e parecer do Comitê de ética da Universidade Estadual

Vale do Acaraú - UVA.

De acordo com o referencial teórico do estudo de avaliabilidade a pesquisa foi

dividida em três etapas:

1ª etapa: Procuramos aqui levantar elementos para construção do Modelo Lógico

e averiguar a exeqüibilidade da PNEPS no Ceará.

Desta forma primeiramente foi elaborado um ofício direcionado a cada membro

das três CIES do Estado e suas Secretárias Executivas (Apêndice 1). O ofício foi direcionado

também para CIES Estadual. Os ofícios tinham como objetivo apresentar a pesquisa e

solicitar autorização para coleta dos dados.

Em Sobral elaboramos um ofício a direção da Escola de Formação em Saúde da

Família Visconde de Sabóia - EFSFVS (Apêndice 2), uma vez que esta assumiu

institucionalmente a função de secretariar a CIES da macrorregião de Sobral.

Feito levantamento e análise dos documentos oficiais (resoluções) da Secretaria

de Saúde do Estado do Ceará referentes à Política Estadual de Educação Permanente em

Saúde no período de 2007 a 2011 no que diz respeito às ações aprovadas nas Resoluções da

CIB Estadual para as três Macrorregiões de Saúde. Para esta análise foi utilizado um

instrumento de consolidação das informações contidas nestes documentos, que denominamos

de tabela (Apêndice 3). Após consolidação das ações de EPS previstas nas Resoluções, foi

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60

pesquisado nos documentos e arquivos referentes a cada curso os dados para preenchimento

desta tabela. Ressaltamos nossa grande dificuldade em conseguir dados referentes a situação

das ações previstas nas resoluções para as Macrorregiões do Cariri e Fortaleza no período de

2007 a 2011. Para estas macrorregiões os dados coletados foram insuficientes para

preenchimento das tabelas pois conseguimos apenas dois relatórios intitulados: Levantamento

das ações de Educação Permanente em Saúde portaria 2.953/2009, 4.003/2010, 2.200/2011,

apresentado para Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde; e Relatório da

situação atual dos recursos da Educação Permanente para o período de 2007 a 2011 da

Macrorregião do Cariri. Na Macrorregião de Fortaleza, apesar da facilidade no contato com a

secretária executiva, não foi possível coletar os dados relacionados as ações de EPS previstas

para este período, por estes não estarem disponíveis no período da coleta.

Na Macrorregião de Sobral os documentos e arquivos referentes a cada curso

foram disponibilizados pela EFSFVS. Para o preenchimento da tabela contamos também com

a colaboração dos funcionários do setor administrativo da EFSFVS responsáveis pelos

arquivos de cada modalidade de EPS (especialização, cursos técnicos, cursos de atualização

etc) e com a secretária executiva da CIES da Macrorregião de Sobral.

Nesta etapa também foi analisada o texto da Política Nacional de Educação

Permanente em Saúde com vista a elaboração do Marco Lógico.

2ª etapa: Neste momento fizemos a investigação da realidade de implementação

do programa.

Foram avaliados os atributos materiais, organizacionais relativos as três CIES do

Ceará, bem como sua dinâmica de funcionamento. Como instrumento de coleta das

informações, foi empregado um formulário (Apêndice 4) abordando as seguintes variáveis

que se propuseram avaliar a estrutura e funcionamento: Recursos Físicos, Composição e

funcionamento da CIES.

Ressaltamos que o instrumento utilizados nesta etapa foi adaptado do instrumento

utilizado pelo Observatório em Recursos Humanos em Saúde num estudo intitulado

Avaliação do Processo de Implantação e Operacionalização dos Pólos de Educação

Permanente em Saúde do Estado do Ceará, tendo seu relatório final apresentado em 2007.

3ª etapa: Investigação do processo de implementação das ações de Educação

Permanente: nesta etapa procuramos também averiguar a exequililidade do programa, bem

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como a capacidade de mensuração de seu desempenho e de alcance dos objetivos planejados e

ao final propor uma matriz com indicadores para uma avaliação futura;

Para esta etapa foi aplicado um formulário com perguntas abertas (Apêndice 5)

aos membros da CIES que atuavam a mais de um ano e que aceitaram participar da pesquisa.

Este formulário teve como objetivo coletar dados sobre: a compreensão dos membros da

CIES sobre a PNEPS; as etapas vivenciadas para construção e execução do Plano Regional de

Educação Permanente; identificar os elementos dificultadores e facilitadores no processo de

execução das ações de Educação Permanente das Macrorregiões; levantar a opinião dos

membros das CIES sobre o impacto das ações de Educação Permanente já desenvolvidas de

acordo com sua Macrorregião.

O instrumento utilizado nesta etapa foi submetido a um pré-teste no mês de julho

de 2012. O pré-teste do instrumento foi aplicado a três pessoas envolvidas em processos de

Educação Permanente em Saúde do Município de Sobral com objetivo de aperfeiçoamento do

mesmo, avaliação de sua aplicabilidade e para ajustes necessários. Estes pré-testes não foram

incluídos nos resultados finais.

Elaboramos um plano estratégico para coleta de dados referente a 3ª etapa, uma

vez que a pesquisa se estendeu as três macrorregiões de saúde do Ceará, o que dificultava

devido a extensão territorial do Estado.

Desta forma o plano consistiu em participar das reuniões agendadas das CIES das

três macrorregiões.

Na Macrorregião de Sobral, tivemos contato direto, por telefone e e-mail com a

secretária executiva e participamos de três reuniões. Na primeira reunião em agosto de 2012,

apresentamos o projeto de pesquisa com objetivo de pedir a colaboração dos membros da

CIES e tirar as dúvidas sobre o mesmo, neste momento foi apresentado o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apêndice 6) e recebido com as assinaturas dos

membros que aceitaram participar da pesquisa. Recebemos um total de 10 TCLE assinados.

Ficou acordado que a comunicação posterior seria por intermédio de e-mail. Como não

conseguimos nenhuma resposta por e-mail resolvemos participar das reuniões seguintes

(setembro e novembro), nestas tivemos oportunidade de observar a dinâmica e pautas

discutidas, bem como aproveitarmos para sensibilizar os membros da CIES sobre a

importância da participação na pesquisa. Ao final recebemos 08 formulários preenchidos.

Na Macrorregião de Saúde de Fortaleza, tivemos contato direto, por telefone e e-

mail com a secretária executiva. Estes contatos nos possibilitaram conseguir todos os contatos

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dos membros da CIES Fortaleza, bem como Regimento interno. Participamos de uma reunião

em agosto de 2012, onde nesta foram apresentados o projeto de pesquisa e os instrumentos de

coleta de dados. Neste encontro recebemos 17 Termos de Consentimento Livre e Esclarecido

assinados e acordamos que os formulários respondidos seriam encaminhados para Secretária

Executiva da CIES Fortaleza ou por e-mail. Acordamos também que nossos contatos iriam ser

por e-mail a partir daquele momento. O formulário também foi enviado por e-mail. Ao final

foram 10 e-mails enviados para todos os membros da CIES Fortaleza após a reunião, e

recebemos 02 formulários respondidos.

Na Macrorregião do Cariri, conseguimos contato com a secretária executiva

apenas por telefone e e-mail. Não conseguimos participar de nenhuma reunião, pois os meses

da coleta de dados desta pesquisa coincidiram com o período de campanha eleitoral, eleição e

pós-eleição. Por este motivo no Cariri, as reuniões da CIES não estavam acontecendo

conforme o previsto, desta forma nossos contatos foram exclusivamente por telefone e e-mail

com a secretária executiva da CIES Cariri. Fiz um total de 10 tentativas de contato, recebendo

04 retornos no período de agosto a novembro de 2012. Destes retornos nenhum continham os

dados solicitados para encaminhamento da pesquisa como: relação dos membros da CIES

com respectivos contatos e atas das reuniões no período de 2007 a 2011. Em janeiro de 2013

fizemos mais 02 contatos por e-mail e conseguimos receber dados relacionados a estrutura e

funcionamento da CIES Cariri e um relatório geral das ações desenvolvidas no período de

2008 a 2011.

Como estratégia de coleta de dados participamos também de uma reunião da CIES

Estadual, onde foi apresentado o projeto da pesquisa e instrumentos de coleta de dados,

reforçando a importância da colaboração dos membros das CIES do Ceará para os resultados

da pesquisa. Nesta reunião estabelecemos contato com a Coordenadora da CIES Estadual

pontuando a necessidade de acesso aos dados relacionados ao acompanhamento das ações de

EPS no Ceará. Após esta reunião fizemos um total de 17 contatos, todos com a secretária da

Coordenadora da CIES Estadual, mas não conseguimos nenhum dado relacionado ao

acompanhamento das ações de EPS desenvolvidas pelas CIES do Estado do Ceará.

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63

4.6 Apresentação e Análise dos dados

Os resultados foram apresentados considerando as etapas acima descritas onde

foram elaboradas considerando os passos da metodologia do estudo de avaliabilidade

proposto por Joseph Woley. Para melhor compreensão e organização o capítulo dos resultados

foi dividido em 4 partes:

Parte I: Modelo Lógico da PNEPS

Parte II: As CIES das Macrorregiões de Saúde do Ceará e as ações de

EPS previstas nas resoluções da Secretaria de Saúde do Ceará para cada

uma das três macrorregiões de saúde.

Nesta parte apresentamos os dados referentes a realidade de implementação da

PNEPS no Ceará, bem como averiguar a exeqüibilidade da PNEPS no Ceará de acordo com

as ações previstas nas resoluções.

Aqui constam: os dados produzidos por ocasião dos formulários sobre estrutura e

funcionamento aplicado às Secretárias Executivas das CIES que foram consolidados e

apresentados descritivamente de acordo com as variáveis nele contidas; e os dados oriundos

dos documentos oficiais (resoluções e portarias) da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará

referentes à Política Estadual de Educação Permanente em Saúde no período de 2007 a 2011,

bem como os oriundos da análise dos documentos e arquivos dos cursos de EPS previstos nas

resoluções, que foram analisados e apresentados em forma de tabela, conforme instrumento

de consolidação apresentado no apêndice 1.

Parte III: Implementação das Ações de EPS no Ceará segundo os

membros das CIES.

Nesta parte apresentamos o processo de implementação das ações de Educação

Permanente, procurando também averiguação da exequibilidade do programa, bem como a

capacidade de mensuração de seu desempenho e de alcance dos objetivos planejados a partir

dos membros das CIES.

Aqui estão os dados produzidos pelos formulários aplicados aos membros das

CIES, referente à avaliação do processo de implementação das ações de Educação

Permanente em Saúde. Estes dados foram analisados de acordo com Análise de Temática

proposta por Minayo, que, segundo a autora, tenta ultrapassar o alcance meramente descritivo

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do conteúdo manifesto da mensagem, para atingir uma interpretação mais profunda

(MINAYO, 1998).

Para Minayo (2002), categorizações são empregadas para estabelecer

classificações, ou seja, agrupar elementos, idéias ou expressões em torno de um conceito

capaz de abranger de um modo geral qualquer tipo de análise em pesquisa qualitativa. A

análise temática compreende, segundo Minayo (2008), a pré-análise, exploração do material,

tratamento dos resultados obtidos e interpretação.

A pré-análise, segundo Bardin (2006) é a fase em que se organiza o material a ser

analisado com o objetivo de torná-lo operacional, sistematizando as idéias iniciais. Trata-se da

organização propriamente dita por meio de quatro etapas:

leitura flutuante, que é o estabelecimento de contato com os documentos da coleta de

dados, momento em que se começa a conhecer o texto;

escolha dos documentos, que consiste na demarcação do que será analisado;

formulação das hipóteses e dos objetivos;

referenciação dos índices e elaboração de indicadores, que envolve a determinação de

indicadores por meio de recortes de texto nos documentos de análise.

Segundo Minayo (2008) nesta fase pré-analítica, determinam-se a unidade de

registro (palavra-chave ou frase), a unidade de contexto (a delimitação do contexto de

compreensão da unidade de registro), os recortes, a forma de categorização, a modalidade de

codificação e os conceitos teóricos mais gerais que orientarão a análise.

A exploração do material corresponde ao momento em que os dados serão

trabalhados para melhor esclarecimento do texto. A análise temática trabalha com partes do

texto como, por exemplo, uma palavra, uma frase, um tema, depois define as regras de

contagem e em terceiro lugar classifica e agrega os dados (Minayo, 2008)

Bardin (2006) afirma que a exploração do material consiste numa etapa

importante, porque vai possibilitar ou não a riqueza das interpretações e inferências. Esta é a

fase da descrição analítica, a qual diz respeito ao corpus (qualquer material textual coletado)

submetido a um estudo aprofundado, orientado pelas hipóteses e referenciais teóricos. Dessa

forma, a codificação, a classificação e a categorização são básicas nesta fase (Bardin, 2006).

A etapa do tratamento dos resultados, inferência e interpretação é destinada ao

tratamento dos resultados; ocorre nela a condensação e o destaque das informações para

análise, culminando nas interpretações inferenciais; é o momento da intuição, da análise

reflexiva e crítica (Bardin, 2006).

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Desse modo, seguimos alguns passos operacionais, que nos possibilitaram

estabelecer relações entre as diferentes fontes, num processo de triangulação do material

empírico e referencial teórico norteador, para posteriormente chegarmos às considerações que

respondam aos objetivos do estudo.

As informações foram organizadas com base nos objetivos e pressupostos teóricos

que norteiam a pesquisa, procurando estabelecer uma primeira aproximação com os

significados revelados nas falas dos sujeitos, estabelecendo as unidades de registro através de

núcleos de sentido.

Inicialmente realizamos a leitura flutuante e exaustiva do material dos formulários

para captação dos núcleos de sentido, a partir das idéias centrais sobre o tema em questão. Os

núcleos de sentido que emergiram da leitura repetitiva dos discursos foram: Política Nacional

de Educação Permanente em Saúde, Construção do Plano de Ação Regional de Educação

Permanente em Saúde, Levantamento das necessidades de aprendizagem, Priorização das

ações de EPS, Estratégias de implementação das ações de EPS, Dificuldades, Elementos

facilitadores, Principais resultados, Percepção sobre a adequação do processo de

planejamento, execução e avaliação para realidade da região.

Após definição dos núcleos de sentidos, recortamos dos formulários as falas que

se relacionavam com cada núcleo de sentido correspondente, organizando–as em um quadro

para cada informante, conforme apresentado no Apêndice 7. Ao todo foram 10 quadros

referentes aos dez informantes da pesquisa.

Ao finalizar a análise individual, construímos outro quadro (Apêndice 8) para

fazer a integração dos conteúdos núcleos de sentido e para estabelecer o confronto entre os

significados revelados nas falas (síntese horizontal). Cada informante foi identificado com a

letra I e um número correspondente a sua ordem na pesquisa (I.1; I.2; I.3...I.10)

A partir da síntese horizontal identificou-se duas categorias empíricas centrais:

Compreensão dos Membros da CIES sobre a Política Nacional de Educação Permanente em

Saúde; O processo de operacionalização do Plano Regional de Educação Permanente em

Saúde. Foi a partir destas categorias que foi realizada a análise final dos dados.

Para enriquecimento da análise e discussão dos resultados, foram dispostos

referenciais teóricos relacionados ao tema do estudo, bem como os assuntos discutidos foram

acrescidos de materiais bibliográficos e análises e reflexões críticas da pesquisadora.

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Parte VI: Matriz de Avaliação

A partir dos resultados encontrados nesta pesquisa, ao final apresentamos uma

proposta de matriz com indicadores para avaliação regional da implementação das ações de

EPS, correspondendo, de acordo com o estudo de avaliabilidade, a definição dos indicadores

de desempenho a serem utilizados.

4.7. Princípios Éticos da Pesquisa

De acordo com os aspectos éticos a pesquisa foi encaminhada para análise e

apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual Vale do Acaraú,

parceira da Universidade Federal do Ceará na condução do Mestrado Acadêmico em Saúde da

Família, através da Plataforma Brasil, com CAAE 03281712.0.0000.5053. Parecer favorável

foi liberado dia 11 de julho de 2012 com número 54714.

Para tanto, o estudo teve como base a resolução nº 196/96 do Conselho Nacional

de Saúde, sobre pesquisa envolvendo seres humanos, incorporando sob a óptica do indivíduo

as quatro referências básicas da bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e justiça,

visando também assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica,

aos sujeitos da pesquisa e do estudo.

Quando são utilizados indivíduos como sujeito de investigação científica, deve-se

cuidar para que seus direitos sejam protegidos (POLIT e HUNGLER, 1995).

Para preservarmos a autonomia, no nosso primeiro contato com os membros da

CIES das Macrorregiões de Saúde do Ceará, após apresentação do projeto de pesquisa foi

apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (apêndice 6), onde explicitamos o

objetivo e a natureza da pesquisa, obtendo assim, a permissão escrita para a realização da

mesma, bem como assegurando a garantia da total preservação da identidade dos participantes

e confidencialidade de suas respostas e, a decisão de desistência da pesquisa em qualquer

estágio da mesma.

De acordo com o Artigo II, Parágrafo 11 sobre o consentimento livre e esclarecido,

informa que “anuência do sujeito da pesquisa e/ou de seu representante legal, livre de vícios

(simulação, fraude ou erro), dependência, subordinação ou intimidação, após explicação

completa e pormenorizada sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, benefícios

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previstos, potenciais riscos e o incômodo que esta possa acarretar, formulada em um termo

de consentimento, autorizando sua participação voluntária na pesquisa”. (BRASIL,

Conselho Nacional de Saúde, 1989 apud Gauthier, 1998, p. 280).

Com relação ao princípio da beneficência, os instrumentos de coletas de dados

foram construídos na perspectiva de provocar reflexão nas sujeitos envolvidos, com relação

ao processo de implementação das ações de Educação Permanente em Saúde nas suas

locorregiões.

Dentro do princípio da não maleficência, as perguntas foram elaboradas

cautelosamente, evitando o constrangimento dos profissionais envolvidos.

A relevância da pesquisa e importância de seus resultados, certamente contempla o

princípio da justiça uma vez que a Educação Permanente em Saúde se constitui em uma

política instituída em 2004 que tem como um dos seus objetivos à transformação das práticas

de formação, de atenção, de gestão, de formulação de políticas, de participação popular e de

controle social no setor saúde (BRASIL, 2004a).

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5 RESULTADOS

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PARTE I

Modelo Lógico da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde

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5.1 Modelo Lógico da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde

Apresentamos a seguir o Modelo Lógico teórico da PNEPS considerando esse ser

uma etapa importante de um estudo de avaliabilidade, pois através da compreensão do todo da

política é que teremos condições de avaliar as experiências locorregionais.

Segundo Costa e Castanhar (2003) a adequada e precisa identificação dos

componentes do programa permitirá que se avalie quais aspectos do programa foram

implementados como previsto, quais não foram e quais fatores que influenciaram eventuais

discrepâncias na implementação.

Por isso a elaboração do Modelo Lógico é uma etapa fundamental para

compreensão global do objeto que nos propomos a estudar. Segundo Broisselle et al (2011) a

modelização não é apenas uma etapa essencial para definir melhor a intervenção a avaliar, é

também uma ferramenta muito útil em diferentes tipos de avaliação, pois no Modelo Lógico

inclui três elementos principais: os componentes do programa, objetivos e efeitos almejados.

É uma representação gráfica das relações entre as atividades previstas e os resultados

esperados (CHEN, 2005).

No esquema abaixo procuramos separar os componentes do Marco lógico por

cores ficando: a cor laranja representando a estrutura da PNEPS; a cor verde representando os

objetivos operacionais; e a cor azul representando os objetivos finais ou metas.

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Modelo Lógico Teórico da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde

* Esquema feito pela autora com recurso do programa Cmap tools

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A Portaria GM/MS nº 1996 de 20 de agosto de 2007 institui as novas diretrizes

para a PNEPS no Brasil.

A PNEPS tem a Educação Permanente como seu conceito pedagógico, visando

efetuar relações orgânicas entre ensino e as ações dos serviços de saúde, e entre docência e

atenção à saúde, sendo ampliado na Reforma Sanitária Brasileira, para as relações entre

formação e gestão setorial, desenvolvimento institucional e controle social em saúde.

A condução da PNEPS é de responsabilidade dos Colegiados de Gestão Regional

(CGR) que devem ser instâncias de pactuação permanente e co-gestão solidária e cooperativa

entre os gestores municipais e representantes do gestor estadual. Os CGR devem ter o apoio

das Comissões de Integração Ensino-Serviço (CIES), sendo estas instâncias intersetoriais e

interinstitucionais permanentes que participaram da formulação, condução e desenvolvimento

da PNEPS nas locorregiões, através do apoio técnico ao CGR, articulação entre as

instituições, contribuindo no acompanhamento e avaliação das ações de EPS e apoiando os

gestores nas discussões sobre EPS. As CIES tem em sua composição representantes do

Quadrilátero da Formação: gestores, profissionais da saúde, instituições de ensino e controle

social.

Os CGR’s são responsáveis pela elaboração do Plano de Ação Regional de

Educação Permanente em Saúde (PAREPS); pactuação do recurso financeiro;

acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações de EPS; e avaliar a dimensão do

trabalho da CIES. Uma vez elaborado o PAREPS este deve ser submetido a Comissão

Intergestores Bipartite para homologação (CIB).

Diante desta estrutura organizacional a PNEPS tem como objetivos operacionais o

desenvolvimento de ações de EPS a partir das necessidades de aprendizagem do profissional,

das necessidades de saúde das pessoas e das populações, da gestão setorial e do controle

social; priorizar as ações considerando a realidade locorregional e recursos disponíveis;

incorporar o ensino e o aprendizado à vida cotidiana dos serviços no contexto real em que

ocorrem; modificar as estratégias educativas problematizando o próprio fazer e colocando as

pessoas como atores reflexivos; abordar a equipe como estrutura de interação; e ampliar os

espaços educativos para além das salas de aula.

Desta forma a PNEPS pretende transformar as práticas profissionais baseada na

reflexão crítica sobre as práticas reais e transformar a organização dos serviços de saúde

visando a melhoria da atenção à saúde prestada pelo SUS.

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PARTE II

As CIES das Macrorregiões de Saúde do Ceará e as ações de EPS previstas nas

resoluções da Secretaria de Saúde do Ceará para cada uma das Macrorregiões de Saúde

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5.2 Estrutura e Funcionamento da CIES da Macrorregião de Saúde do Cariri

A CIES da Macrorregião de Saúde do Cariri – Ceará não possui sede, sua

secretaria executiva funciona em uma sala na 20ª CRES, no Crato, que não é de seu uso

exclusivo, sendo dividida com outros setores. Esta CIES possui arquivos próprios sendo eles:

Atas, freqüências de reuniões, resoluções, Plano Regional de Educação Permanente e

Composição da CIES, porém não possui regimento e nem site.

Atualmente a CIES da Macrorregião do Cariri possui 22 membros registrados,

divididos em representações que garantem a presença do quadrilátero da formação: 6

representantes da gestão; 5 representantes da formação; 5 representantes dos trabalhadores da

saúde; e 6 representantes do controle social.

As reuniões são realizadas mensalmente, porém não tivemos acesso às

informações contidas nas atas das reuniões ocorridas no período de 2007 a 2011, o que

impossibilitou a análise das mesmas, bem como identificar a participação efetiva dos

membros da CIES nestas reuniões. A CIES do Cariri não possui meios de divulgação, desta

forma as atas de suas reuniões são divulgadas apenas nas reuniões da própria CIES.

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5.3 Análise das Ações de Educação Permanente em Saúde previstas nas resoluções no

período de 2007 a 2011 para Macrorregião do Cariri

Apresentamos na Tabela 1 (Apêndice 9) o consolidado dos dados contidos nas

resoluções da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará referentes às ações de EPS aprovadas

pela CIB Estadual, esta tabela foi preenchida também com dados oriundos dos relatórios:

Levantamento das ações de Educação Permanente em Saúde portaria 2.953/2009, 4.003/2010,

2.200/2011, apresentado para Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde e do

Relatório da situação atual dos recursos da Educação Permanente para o período de 2007 a

2011 para Macrorregião do Cariri.

Para compreensão da Tabela 1, esclarecemos que, de acordo com SGETES as

ações da PNEPS são divididas em dois eixos: o primeiro com foco na formação técnica que é

voltada para profissionais de nível técnico; e o segundo voltados para formação de

profissionais de nível superior que é apresentado nas Resoluções como ações de Educação

Permanente em Saúde. Desta forma a alocação orçamentária também obedece esta divisão.

As resoluções são apresentadas em ordem cronológica e procuramos diferenciá-

las com padrões de cores diferentes. Ressaltamos que a primeira resolução (200/2007)

encontra-se registrada na tabela com formato diferente por assim constar no texto da

resolução. A partir de 2008 é que as resoluções apresentam em seu texto as divisões: Curso

para Formação Técnica e Cursos para Educação Permanente em Saúde.

A descrição dos recursos previstos para cada curso vem acompanhada das

abreviaturas FES (Fundo Estadual de Saúde) e FMS (Fundo Municipal de Saúde) se referindo

ao repasse federal para cada Macrorregião do Ceará.

Apresentamos no Quadro 2 o consolidado das informações contidas na Tabela 1.

Neste quadro para, cada Resolução, são apresentados a quantidade de turmas previstas para

Formação Técnica (FT) e para Educação Permanente em Saúde para profissionais de nível

superior (EPS), a situação destas turmas até o momento da coleta de dados e o percentual de

conclusão dos alunos que iniciaram os processos de educação permanente.

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Quadro 2: Consolidado das Ações programadas de Educação Permanente em Saúde no

período de 2007 a 2011 para Macrorregião do Cariri.

Fontes: Resoluções da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará referentes a EPS; Levantamento das ações de

Educação Permanente em Saúde portaria 2.953/2009, 4.003/2010, 2.200/2011; Relatório da situação atual dos

recursos da Educação Permanente para o período de 2007 a 2011 para Macrorregião do Cariri.

Documento Ações (Turmas) Recurso

(R$)

Situação % Conclusão

Resolução

200/2007

06 (FT) 551.655,36

(FES)

Concluído 3 turmas; Outras

3 contempladas Resolução .

193/2011

02 (EPS) 171.968,98 (FES) Concluídas

Resolução

334/2008

11 (FT) 398.154,00 (FES) Sem informações

09 (EPS) 378.081,48 (FES) Sem informações

Resolução

436/2009

04 (FT) 270.000,00 (FES) Contemplada na Resolução

193/2011

13 (EPS) 506.235,48 (FES) Aguarda Aut. CGETES

Resolução

450/2009

01 (FT) 275.324,00 (FES) Contemplada na Resolução

193/2011

05 (EPS) 575.403,10 (FES) Aguarda Aut. CGETES

Resolução

185/2010

01 (FT) 200.000,00 (FES) Sem informações

Resolução 15/2011 03 (FT) 168.265,87 (FES) Contemplada na Resolução

193/2011

Resolução

192/2011

02 (FT) 263.974,58 (FMS

Barbalha)

Sem informações

Resolução

193/2011

14 (FT) 1.184.416,82 (FMS

Barbalha)

Sem informações

Resolução

236/ 2011

02 (FT) 458.129,41 (FES) Aguarda aut. CGETES

02 (EPS) Falta pactuar a instituição

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Observamos que durante o período de 2007 a 2011 a CIB Estadual aprovou onze

resoluções que definiriam as ações programadas de EPS para cada Macrorregião de Saúde do

Ceará, bem como a distribuição de recurso financeiro para cada uma das três macrorregiões.

A Macrorregião do Cariri foi contemplada em nove resoluções.

Como os dados coletados na pesquisa não foram suficientes para preenchimento

total da tabela da Macrorregião do Cariri, apresentamos aqui os resultados que foram

possíveis consolidar.

Na Resolução nº 200/2007, foram aprovadas quatro ações para programação da

Política de EPS, sendo duas ações de nível técnico e duas ações para profissionais de nível

superior.

Das ações de nível técnico previstas: 01 turma para Curso de Complementação do

Técnico de Enfermagem foi concluída, a outra turma foi contemplada na Resolução 193/2011;

e 02 turmas para Curso Técnico em Higiene Dental foram concluídas, sendo que as outras 2

turmas foram contempladas na resolução 193/2011. Segundo o relatório da CIES Cariri as

duas turmas não foram realizadas devido ao recurso que foi liberado próximo ao período

eleitoral, desta forma a Justiça de Barbalha vetou a contratação de professores.

As duas ações para profissionais de nível superior foram concluídas:

Especialização em Gestão do SUS e Curso de Regulação, Avaliação e Auditoria.

Na Resolução nº 334/2008 observamos uma distribuição operacional das ações

aprovadas, que foram divididas em: Cursos de Formação Técnica; Cursos na modalidade

atualização para profissionais de nível técnico; Cursos na modalidade atualização para

profissionais de nível superior (EPS); Curso na modalidade aperfeiçoamento para

profissionais de nível superior (EPS); Curso na modalidade oficinas para profissionais de

nível superior (EPS); Cursos na modalidade especialização para profissionais de nível

superior (EPS).

Nesta Resolução estavam previstos 7 cursos de Formação Técnica; 3 cursos na

modalidade atualização para profissionais de nível técnico; 2 cursos na modalidade

atualização para profissionais de nível superior (EPS); 3 cursos na modalidade

aperfeiçoamento para profissionais de nível superior (EPS); 1 curso na modalidade oficina

para profissionais de nível superior (EPS); 2 cursos na modalidade especialização para

profissionais de nível superior (EPS). Dos dezoito cursos previstos na resolução nº 334/2008

não obtivemos informações sobre a execução dos mesmos.

Na Resolução nº 436/2009 foram previstos 7 cursos, distribuídos em 17 turmas,

sendo: 02 cursos de Formação Técnica; 3 cursos na modalidade atualização para profissionais

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de nível superior (EPS); 1 curso na modalidade aperfeiçoamento para profissionais de nível

superior (EPS); 1 curso na modalidade especialização para profissionais de nível superior

(EPS).

Para formação técnica foram previstas 2 turmas de Técnico em Saúde Bucal TSB

– complementar e 2 turmas Técnico de enfermagem – Complementar. Estes cursos não foram

realizados por conta do período eleitoral sendo contemplados na resolução 193/2011, com

previsão para realização em 2013.

Os três cursos de atualização para profissionais de nível superior foram divididos

em 3 turmas para Curso Suporte Avançado em Obstetrícia – ALSO, que foi pactuado na CIES

sua mudança para Urgência e Emergência em Obstetrícia; 3 turmas para Curso Suporte

Avançado em Pediatria – PALS, também pactuado pela CIES mudança para Urgência e

Emergência em Pediatria; e 4 turmas para Curso de Assistência a Mulher no Ciclo

reprodutivo. Estes cursos não foram realizados pois estão aguardando autorização da

CGETES.

Nesta Resolução estavam previstos 02 turmas para Curso de aperfeiçoamento de

condutas odontológicas em pacientes com deficiência, que também não foram realizadas por

estarem aguardando autorização da CGETES.

A turma de Especialização em Saúde da Família também não foi realizada, estão

aguardando autorização da CGETES para seu início.

Na Resolução nº 450/2009 foram previstos 1 curso para formação técnica e 4

cursos na formação de profissionais de nível superior.

Para formação técnica foi prevista 1 turma do Curso Técnico em prótese dental,

esta turma não foi realizada e foi contemplada na resolução 193/2011.

Para formação de profissionais de nível superior foram previstas: 1 turma do curso

de Vigilância alimentar e nutricional; 2 turmas de Capacitação dos NASF; 1 turma do curso

de Urgência e emergência. As 4 turmas citadas acima não foram realizadas, estão aguardando

autorização da CGETES para seu início. Foram previstas também 2 turmas co curso de

abordagem clínica e tratamento da dengue, estas turmas foram concluídas.

Na Resolução nº 185/2010 foi prevista 1 turma do curso Técnico em vigilância em

Saúde. Não conseguimos informações sobre este curso.

Na Resolução nº 15/2011 foram previstas: 1 turma Curso de formação técnica em

atualização em vigilância em saúde e 1 turma do Curso técnico em radiologia, sendo que o

recurso que veio para o curso técnico em radiologia foi transferido para o Curso técnico em

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sistema de informação. Os dois cursos foram contemplados na resolução 193/2011, pois o

recurso foi liberado próximo ao período eleitoral e a Justiça de Barbalha vetou a contratação

de professores.

Na Resolução nº 192/2011 foram previstos 2 cursos de formação técnica: 1 turma

do Curso técnico em homoterapia e 1 turma Curso de urgência e emergência. Sobre a situação

destes cursos não conseguimos dados.

Na Resolução nº 193/2011 foram previstos 8 cursos de formação técnica: 1 turma

do Técnico em enfermagem/ Complementar; 2 turmas do Curso Técnico em Saúde Bucal; 2

turmas do Técnico em enfermagem/ Complementar; 2 turmas do Curso Técnico em Saúde

Bucal – complementação; 1 turma do Curso Técnico em Prótese Dentária; 2 turmas do Curso

de Atualização em Vigilância em Saúde; 1 turma do Curso Técnico em Sistema de

Informação em Saúde; 1 turma do Curso Técnico em Vigilância em Saúde.

Na Resolução 193/2011 estão todos os cursos apontados em resoluções anteriores

que seriam contemplados nesta. Não conseguimos informações sobre a situação ou previsão

de execução dos mesmos nesta pesquisa.

Na Resolução nº 236/ 2011 foram previstos 2 turmas do Curso Técnico em

Análises Clínicas que aguarda autorização da CGETES para ETSUS elaborar o projeto do

curso; e 2 turmas do Curso de aperfeiçoamento em Saúde da Mulher que falta pactuar a

instituição que executará o mesmo.

Observamos que os recursos pactuados para a maioria das resoluções que

contemplam ações programadas para Macrorregião do Cariri são liberados através do Fundo

Estadual de Saúde (FES), levando-nos a questionar se os processos burocráticos para

liberação deste recurso não interfere diretamente na execução das ações programadas,

prejudicando desta forma o objetivo da EPS. Das nove resoluções, sete tinham previsto seu

recurso ser liberado para o FES (200/2007; 334/2008; 436/2009; 450/2009; 185/2010;

15/2011; 236/2011), as outras duas o recurso previa ser liberado para o Fundo Municipal de

Saúde de Barbalha (192/2011 e 193/2011).

De acordo com as resoluções para a Macrorregião do Cariri foram previstos ações

contemplando formação técnica, formação de profissionais de nível superior, formação na

área de controle social e gestão, mostrando a preocupação em garantir envolvimento nas

ações de EPS dos seguimentos do quadrilátero da formação.

Observamos que das 64 turmas previstas para este período, 34 turmas eram

voltadas para formação técnica, 28 para formação de profissionais de nível superior, 02

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turmas para formação na área de controle social e 02 turmas para área da gestão. Estes dados

nos mostram que o investimento maior nesta macrorregião foi voltado para formação de

profissionais de saúde que atuam diretamente nos serviços de saúde, com atenção especial

para os profissionais de nível técnico. Apesar de não termos os dados completos das situações

dos cursos previstos esses dados nos mostra uma perspectiva da dimensão do investimento

feito para EPS para Macrorregião do Cariri.

Dos dados coletados observamos que no período de 2007 a 2011 apenas cinco

cursos foram concluídos, porém necessitaríamos, para uma análise mais aprofundada, de

outro momento, com visita in loco, participação nas reuniões e entrevistas com os atores do

processo para entender os reais motivos que interferem e/ou dificultam a realização das ações

de EPS previstas nas resoluções do Estado do Ceará para esta macrorregião.

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5.4 Estrutura e Funcionamento da CIES da Macrorregião de Saúde de Fortaleza

A CIES da Macrorregião de Saúde de Fortaleza– Ceará não possui sede própria,

site, informativos ou telefone, possui apenas e-mail para articulação e comunicação entre seus

membros.

As reuniões periódicas acontecem em uma sala de hotel em Fortaleza com recurso

vindo da CGETES e SESA, este recurso é utilizado para o aluguel da sala e alimentação dos

participantes.

Esta CIES possui arquivos próprios sendo eles: Atas, freqüências de reuniões,

resoluções, Plano Regional de Educação Permanente, Composição da CIES e Regimento

Interno.

A CIES da Macrorregião de Saúde de Fortaleza – Ceará possui regimento interno,

onde nele são descritos a natureza e objetivos da CIES/ Fortaleza; composição, organização e

atribuições; estrutura organizacional; funcionamento; competência desta CIES; competência

do secretário executivo; competência da câmara técnica e dos grupos de trabalho; e avaliação

dos processos formativos..

Atualmente a CIES da Macrorregião de Fortaleza possui 58 membros registrados,

não conseguimos nesta pesquisa identificar a participação efetiva destes membros nas

reuniões desta CIES, devido a não termos tido acesso a todos os registros em atas no período

de 2007 a 2011. Esses 58 membros cadastrados são divididos em representações que

garantem a presença do quadrilátero da formação: 22 representantes da gestão; 12

representantes da formação; 12 representantes dos trabalhadores da saúde; e 12 representantes

do controle social.

As reuniões são realizadas mensalmente e registradas em ata. Tivemos acesso às

informações contidas em algumas atas das reuniões ocorridas no período de 2007 a 2011(três

atas do ano de 2008; seis atas do ano de 2009, nenhuma ata do ano de 2010 e dez atas do ano

de 2011), o que dificultou a compreensão da dinâmica de funcionamento da CIES/ Fortaleza.

A CIES de Fortaleza utiliza como meio de divulgação de suas atas e-mail direcionados aos

seus membros. Estas informações foram consolidadas na Tabela 2 (Apêndice 10).

As informações nos foram disponibilizadas pela secretária executiva, que nos

informou que existe um padrão de registro das atas da CIES/Fortaleza, mas como a CIES não

possui recurso tecnológico próprio, como computadores, as informações e arquivos às vezes

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não se encontram no mesmo local, o que dificulta o acesso e possibilita a perda de dados

referentes a esta CIES.

De acordo com as atas que tivemos acesso percebemos que as pautas e os

principais pontos deliberados sempre tiveram como foco assuntos relacionados à EPS, como

PAREPS, análise do cenário da EPS e diagnóstico, membros da CIES, construção do

regimento interno da CIES, resoluções e recursos.

Observamos, de acordo com o seguimento que representa no quadrilátero da

formação, que representantes da gestão estiveram presentes nas 19 reuniões analisadas, sendo

nestas com o maior número de participantes, seguido dos representantes das instituições de

ensino presentes em 18 reuniões; representantes dos profissionais de saúde presentes em 15

reuniões; e dos representantes do controle social presentes em 10 reuniões.

Considerando a extensão territorial da Macrorregião de Fortaleza que conta com

97 municípios divididos em 14 CRES, cada município com seus equipamentos de saúde e

sociais, as participações nas reuniões analisadas não garantem representatividade significativa

em cada seguimento, pois a média de participação no seguimento da gestão foi de 10 pessoas,

no seguimento dos profissionais de saúde foi de 2 pessoas, no seguimento das instituições de

ensino foi de 3 pessoas e no seguimento do controle social não chegou a ser de 1 pessoa

(média de 0,8) por reunião, ficando algumas reuniões sem nenhum representante de

determinado seguimento.

Mostra-se claramente a necessidade de sensibilizar e trabalhar para intensificar a

participação dos representantes do quadrilátero da formação, e rever a forma como esses

representantes são engajados na CIES, se é de forma democrática ou por indicação de uma

gestão superior. Outra questão importante de ser apontada é a centralidade das reuniões em

Fortaleza, até onde esse fator pode influenciar na falta de adesão dos representantes indicados

por seguimento?

Consideramos que a participação efetiva é uma forma a contribuir nos processos

que envolvem planejamento, execução e avaliação das ações de EPS para a Macrorregião de

Fortaleza. Consideramos que a participação é fundamental para fortalecer e garantir que as

reais necessidades de aprendizagem sejam apresentadas para CIES, bem como dialogar com

os gestores municipais fatores que favoreçam a participação dos profissionais nas ações de

EPS.

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5.5 Análise das Ações de Educação Permanente em Saúde previstas nas resoluções no

período de 2007 a 2011 para Macrorregião de Fortaleza

Apresentamos na Tabela 3 (Apêndice 11) o consolidado dos dados contidos nas

resoluções da Secretaria do Estado do Ceará referentes às ações de EPS aprovadas pela CIB

Estadual, esta tabela foi preenchida também com dados oriundos do relatório: Levantamento

das ações de Educação Permanente em Saúde portaria 2.953/2009, 4.003/2010, 2.200/2011,

apresentado para Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, único documento

que conseguimos com informações relacionadas a situação das ações de EPS referentes a

Macrorregião de Saúde de Fortaleza.

Para compreensão da Tabela 2, esclarecemos que, de acordo com SGETES as

ações da PNEPS são divididas em dois eixos: o primeiro com foco na formação técnica que é

voltada para profissionais de nível técnico; e o segundo voltados para formação de

profissionais de nível superior que é apresentado nas Resoluções como ações de Educação

Permanente em Saúde. Desta forma a alocação orçamentária também obedece esta divisão.

As Resoluções são apresentadas em ordem cronológica e procuramos diferenciá-

las com padrões de cores diferentes. Ressaltamos que a primeira resolução (200/2007)

encontra-se registrada na tabela com formato diferente por assim constar no texto oficial. A

partir de 2008 é que as resoluções apresentam em seu texto as divisões: Curso para Formação

Técnica e Cursos para Educação Permanente em Saúde.

A descrição dos recursos previstos para cada curso vem acompanhada das

abreviaturas FES (Fundo Estadual de Saúde) e FMS (Fundo Municipal de Saúde) se referindo

ao repasse federal para cada Macrorregião do Ceará.

Apresentamos no Quadro 3 o consolidado das informações contidas na Tabela 3.

Neste quadro, para cada Resolução, são apresentados a quantidade de turmas previstas para

Formação Técnica (FT) e para Educação Permanente em Saúde para profissionais de nível

superior (EPS), a situação destas turmas até o momento da coleta de dados e o percentual de

conclusão dos alunos que iniciaram os processos de educação permanente.

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

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Quadro 3: Consolidado das Ações programadas de Educação Permanente em Saúde no

período de 2007 a 2011 para Macrorregião de Fortaleza.

Fontes: Resoluções da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará referentes a EPS; Levantamento das ações de

Educação Permanente em Saúde portaria 2.953/2009, 4.003/2010, 2.200/2011.

Documento Ações (Turmas) Recurso (R$) Situação % Conclusão

Resolução 200/2007 11 (FT) 993.521,88 (FES) Sem Informação

08 (EPS) 687.875,92 (FES) Sem Informação

Resolução 334/2008 27 (FT) 1.077.590,00 (FES) Sem Informação

18 (EPS) 596.786,09 (FES) Sem Informação

Resolução 436/2009 23 (FT) 1.588.950,00 (FES) Sem Informação

03 (EPS) 85.426,09 (FES) Sem Informação

Resolução 450/2009 02 (EPS) 77.250,00 (FES) Concluídas 74,75%

Resolução 165/2010 01 (FT) 198.698,36 (FES) Sem Informação

Resolução 185/2010 11 (FT) 1.266.589,61 (FES) Sem Informação

Resolução 15/2011 12 (FT) 716.767,50 (FES) Previsto p/ iniciar

em out/12

Resolução 192/2011 10 (FT) 1.124.273,91 (FES) Sem Informação

Resolução

236/ 2011

06 (FT) 1.972.806,21 (FES) Repactuado na

CIES Estadual

em Set/12

61 (EPS)

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

85

Das onze Resoluções que definiram as ações programadas de EPS de acordo com

cada Macrorregião de Saúde, bem como a distribuição de recurso financeiro para estas

macrorregiões no período de 2007 a 2011, a Macrorregião de Saúde de Fortaleza foi

contemplada em nove resoluções.

Reafirmamos que os dados coletados nesta pesquisa também não foram

suficientes para preenchimento total da tabela da Macrorregião de Fortaleza, desta forma

apresentamos aqui os resultados que foram possíveis consolidar.

Na Resolução nº 200/2007, foram aprovadas quatro ações para programação da

Política de EPS, sendo duas ações de nível técnico e duas ações para profissionais de nível

superior.

As ações de nível técnico previstas foram: 4 turmas para Curso de

Complementação do Técnico de Enfermagem ; e 7 turmas para Curso Técnico em Higiene

Dental. As duas ações para profissionais de nível superior foram : 4 turmas de Especialização

em Gestão do SUS e 4 turmas para o Curso de Regulação, Avaliação e Auditoria. Sobre estas

ações não nos foi disponibilizado nenhuma informação sobre sua situação.

Na Resolução nº 334/2008, para Macrorregião de Fortaleza, segui a mesma

distribuição operacional das ações aprovadas, que foram divididas em: Cursos de Formação

Técnica; Cursos na modalidade atualização para profissionais de nível técnico; Cursos na

modalidade atualização para profissionais de nível superior (EPS); Curso na modalidade

aperfeiçoamento para profissionais de nível superior (EPS); Curso na modalidade oficinas

para profissionais de nível superior (EPS); Cursos na modalidade especialização para

profissionais de nível superior (EPS).

Nesta Resolução estavam previstos:

10 cursos de Formação Técnica, totalizando 20 turmas divididas nos cursos: Técnico

em Higiene Dental – THD, Técnico em Prótese dental, Técnico de laboratório,

Técnico em Sistemas de Informação em Saúde, Técnico em Cuidados Domiciliares,

Técnico de Enfermagem, Técnico de Enfermagem – Complementar, Técnico em

Radiologia, Técnico de Apoio ao Atendimento Pré-Hospitalar, Técnico de Apoio ao

Acolhimento

4 cursos na modalidade atualização para profissionais de nível técnico, totalizando 8

turmas divididas nos cursos:Auxiliar de Farmácia, Qualificação para Agentes de

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Endemias, Curso técnico de Manutenção de Equipamentos dos Serviços de Saúde;

Preparação de análise para laboratório

4 cursos na modalidade atualização para profissionais de nível superior (EPS),

totalizando 10 turmas divididas nos cursos: Atualização em Atenção à Saúde da

Mulher; Atualização para Secretárias Executivas; Atualização para Facilitadores em

Educação em Saúde e Mobilização Social; Oficina de Capacitação para tutores do

Curso de Especialização em Educação na Saúde para o SUS.

3 cursos na modalidade aperfeiçoamento, totalizando 5 turmas divididas nos cursos:

Capacitação para Equipes do NASF; Aperfeiçoamento de condutas Odontontológicas

em pacientes com deficiência; Aperfeiçoamento em Informações Básicas em

Comunicação e Informações em Saúde para Conselheiros e Agentes Sociais.

1 curso na modalidade oficina para profissionais de nível superior (EPS): Oficina em

vivência e estágios no SUS.

2 cursos na modalidade especialização para profissionais de nível superior (EPS),

totalizando 2 turmas divididas nos cursos: Especialização em Educação na Saúde para

o SUS; Especialização em Saúde da Família.

Dos vinte e quatro cursos previstos na Resolução nº 334/2008 para Macrorregião

de Fortaleza não obtivemos informações sobre a execução dos mesmos.

Na Resolução nº 436/2009 foram previstos 5 cursos, distribuídos em 26 turmas,

sendo: 04 cursos de Formação Técnica; e 1 curso na modalidade atualização para

profissionais de nível superior (EPS);

Para formação técnica foram previstas 7 turmas para Técnico de enfermagem –

Complementar; 5 turmas para Técnico em radiologia; 8 turmas para Curso de

aperfeiçoamento em atenção à saúde da mulher no ciclo gravídico- puerperal e do neonato

para auxiliares e técnicos de enfermagem; e 3 turmas para Curso de aperfeiçoamento na

prevenção de agravos e controle da saúde do neonato de alto risco para auxiliares e técnicos

de enfermagem. Para atualização para profissionais de nível superior estavam previstas 3

turmas para curso de Atenção à Saúde da Mulher no ciclo gravídico-puerperal.

Dos cinco cursos previstos na Resolução nº 334/2008 para Macrorregião de

Fortaleza não obtivemos informações sobre a execução dos mesmos.

Na Resolução nº 450/2009 foram distribuídos os recursos financeiros de acordo

com cada macrorregião de saúde e elencadas as prioridades de forma geral nas áreas de:

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Formação profissional; Monitoramento, Avaliação e Fortalecimento da Política de Educação

Permanente em Saúde; Educação em Saúde; Atenção à Saúde (Atenção Primária e Atenção

Secundária); Vigilância à Saúde. Coube a cada macrorregião a identificação de suas

necessidades e alocação do recurso necessário para ações a serem desenvolvidas.

De acordo com o relatório que tivemos acesso a Macrorregião de Fortaleza

concluiu duas turmas do Curso de Abordagem Clínica em Controle da Dengue com 74,7% de

percentual de conclusão. Para este curso foi utilizado R$ 77.250,00 do recurso total que foi

previsto de acordo com a resolução o valor de R$ 2.055,984,00.

O relatório não nos informa sobre a alocação do restante do recurso ou sobre a

execução de outros cursos.

Na resolução nº 165/2010, foi previsto 1 curso de formação técnica em Análises

clínicas, também não conseguimos informações sobre a situação do curso.

Na Resolução nº 185/2010 foi prevista 4 cursos de formação técnica, sendo: 1

turma para Técnico em citologia; 1 turma para Técnico em vigilância em Saúde; 1 turma para

Técnico em Hemoterapia; e 8 turmas para Técnico de Enfermagem - complementar. Não

conseguimos informações sobre estes cursos.

Na Resolução nº 15/2011 foram previstas 3 cursos de formação técnica: 4 turmas

para Curso de complementação do Técnico de Enfermagem; 2 turmas para Curso Técnico em

Saúde Bucal, estes dois cursos, distribuídos em 6 turmas, estavam previstos para iniciar em

outubro de 2012, sem outras informações sobre a situação dos mesmos; estavam previsto

também 6 turmas do Curso de atualização em Vigilância em Saúde, com previsão para dar

início em janeiro de 2013.

Na Resolução nº 192/2011 foram previstos 7 cursos de formação técnica: 1 turma

do Curso Técnico em Saúde Bucal; 1 turma para Curso Técnico em Manutenção de

equipamentos; 1 turma para Curso Técnico em Vigilância em Saúde; 1 turma para Curso

Técnico em enfermagem/ Complementar; 1 turma para Curso de urgência e emergência; 1

turma para Curso Saúde do Idoso; e 1 turma para Curso Saúde do trabalhador. Sobre a

situação destes cursos não conseguimos dados.

Na Resolução nº 236/ 2011 foram previstas 5 cursos para formação técnica,

sendo: 1 turma para Técnico em enfermagem/ Complementar; 1 turma para Curso Técnico em

Análises Clínicas; 1 turma para Curso Técnico em Manutenção de equipamentos; 1 turma

para Curso Técnico em Citopatologia; e 2 turmas para Curso Técnico em Radiologia.

Segundo informações do relatório todos estes cursos foram repactuados na CIES Estadual em

setembro de 2012, sem informações adicionais sobre a situação dos mesmos.

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Nesta Resolução também foram previstas 6 cursos para formação de profissionais

de nível superior (EPS), distribuídos em: 3 turmas para Curso Práticas integrativas e

complementares em Saúde; 5 turmas Saúde da Mulher no ciclo gravídico-puerperal; 3 turmas

para Formação de preceptores; 9 turmas para Educação permanente dos profissionais que

atuam no ensino e serviço da rede SUS; 5 turmas para Curso Redes de atenção à saúde (Rede

Cegonha), CA de colo e Mama; 4 turmas para Curso de Prevenção em violência e acidentes –

Formação de facilitadores; 5 turmas para Educação Permanente dos profissionais que atuam

no NASF; 5 turmas para Educação Permanente em Vigilância em Saúde/ atualização para

facilitadores; 9 turmas para Educação Permanente em controle de dengue/ atualização; 10

turmas para Educação Permanente para Controle Social: formação de facilitadores para

modalidades de educação para conselheiros de saúde e atores dos movimentos sociais; e 3

turmas para Educação Permanente para Controle Social: formação de operadores da

articulação entre a gestão e o controle social – conselhos de saúde, fóruns microrregionais de

conselheiros de saúde e consórcios públicos e atores dos movimentos sociais. Todos estes

cursos foram repactuados na CIES Estadual em setembro de 2012, sem outras informações

sobre os mesmos.

Para a Macrorregião de Fortaleza todos os recursos pactuados e descritos nas

resoluções, são liberados através do Fundo Estadual de Saúde (FES), o que nos faz questionar

novamente se este fator vem a influenciar a execução das ações programadas,

Os dados coletados não nos permitem fazer análises sobre a situação atual das

ações previstas nas resoluções, se foram executadas e o percentual de conclusão por curso.

Segundo informações da Secretária Executiva da CIES da Macrorregião de Fortaleza foram

mobilizados os gestores o que resultou no compromisso para apresentação dos relatórios das

atividades referentes ao período de 2008 a 2012. Segundo a mesma estes relatórios ainda

estão em fase de finalização e com previsão para serem apresentados para CIES/Fortaleza no

final do mês de fevereiro de 2013.

Fazendo uma análise apenas das Resoluções observamos que estavam previstas

193 turmas nas resoluções no período de 2007 a 2011 para Macrorregião de Fortaleza, destas

101 turmas foram voltadas para formação de profissionais de nível técnico, 66 turmas para

profissionais de nível superior, 8 turmas para formação na área de gestão e 18 turmas para

formação na área de controle social, nos mostrando que a divisão das ações procurou

contemplar ações dentro das áreas do quadrilátero da formação. Porém fica claro também um

foco maior no investimento em ações voltadas para profissionais de saúde que estão

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diretamente envolvidos com a atenção, em especial para formação de profissionais de nível

técnico.

De acordo com o relatório que tivemos acesso apenas 1 curso foi concluído; 2

cursos estavam previstos serem executados em outubro de 2012; 1 curso previsto para ser

iniciado em janeiro de 2013 e 16 ações foram repactuadas na CIES Estadual em setembro de

2012, sem outras informações, impossibilitando-nos de fazer qualquer inferência nesta

situação.

Isso nos faz perceber a importância de um acompanhamento e de registros

relacionados às ações desenvolvidas na macrorregião, considerando que os registros são

fundamentais para nos dar visibilidade aos processos desencadeados para execução de uma

ação, bem como seu desenvolvimento e resultados alcançados. Acreditamos que a CIES

precisa ter arquivos com dados e informações sobre as ações desenvolvidas para um

acompanhamento adequado de seus processos e resultados, isso possibilitaria também um

acesso mais facilitado por todos os interessados.

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5.6 Estrutura e Funcionamento da CIES da Macrorregião de Saúde de Sobral

A CIES da Macrorregião de Saúde de Sobral – Ceará tem como sua sede a Escola

de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia (EFSFVS), que fica localizada em

Sobral, CE, município Pólo da Macrorregião.

A EFSFVS possui duas salas de aula, uma sala multimídia e um auditório. Estas

salas, de acordo com a necessidade e organização interna da EFSFVS, são disponibilizadas

para as ações de EPS da Macrorregião de Sobral. A EFSFVS possui também uma biblioteca e

salas para processos administrativos.

Esta CIES possui arquivos próprios, que estão localizados na secretaria da direção

da EFSFVS. Os arquivos são: Atas e freqüência; Portarias e resoluções; ofícios recebidos e

expedidos; ações de 2007 a 2009; convênios; prestação de contas dos cursos.

Encontramos também na EFSFVS arquivos e documentos referentes aos cursos e

ações de EPS realizadas, nos mostrando que a EFSFVS além de ter a função institucional de

secretariar a CIES/Sobral, é a principal instituição formadora desta macrorregião. Estes

arquivos e documentos ficam distribuídos na EFSFVS de acordo com a responsabilidade

administrativa de cada setor.

A CIES da Macrorregião de Saúde de Sobral – Ceará possui regimento, a

construção do regimento está documentada nas atas das reuniões, porém não tivemos acesso

ao mesmo. Segundo a secretária executiva o regimento é um documento que precisa ser

revisto para adequação e atualização de seu texto.

Esta CIES não possui site, porém utiliza, quando necessário, o site da EFSFVS

para divulgação ou informações referentes às ações planejadas.

Atualmente a CIES da Macrorregião de Sobral possui 24 membros registrados de

acordo com a pesquisa, sendo que cada CRES (num total de 5), teria que enviar 01

representante por seguimento, somado a 01 representante dos secretários de saúde da

macrorregião no COSSEMS e mais 01 representante do controle social.

As reuniões são realizadas mensalmente, geralmente no prédio EFSFVS. No

período de 2007 a 2011 tivemos acesso as informações contidas nas atas das reuniões que

foram consolidadas e apresentadas na Tabela 4 (Apêndice 12). Observamos que das 32

reuniões ocorridas neste período 25 foram registradas com todas as informações e estão com

as atas disponíveis para acesso, as outras 07 reuniões não estavam com as atas disponíveis nos

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arquivos, porém tinham algumas informações registradas em impressos relacionados a

organização da reunião e definições de pautas.

Estas informações ficam sob responsabilidade da secretária executiva e com a

rotatividade de pessoas nesta função os arquivos, em algum momento, podem ter sido

prejudicados. De acordo com o observado a secretária executiva da CIES é disponibilizada

pela EFSFVS, que atribui a um dos profissionais de seu corpo esta função.

Observamos que as pautas e os principais pontos deliberados sempre tiveram

como foco assuntos relacionados a EPS, como construção do regimento interno da CIES,

apresentação dos projetos de cursos e de outros projetos diretamente relacionados com EPS,

discussão sobre operacionalização dos cursos, PAREPS, pactuação de vagas para os cursos,

acompanhamento dos cursos em andamento, planejamento da CIES, e representações na

CIES.

De acordo com a pesquisa a média de participantes nas reuniões da CIES entre

2008 e 2011 foi de 11 membros. Observamos, de acordo com o seguimento que representa no

quadrilátero da formação, que representantes da gestão estiveram presentes em 93,7% das

reuniões, sendo nestas com o maior número de participantes, seguido dos representantes das

instituições de ensino presentes em 75% das reuniões; representantes do controle social

presentes 68,7% das reuniões; e dos representantes dos profissionais de saúde 65,6% das

reuniões.

Este dado se torna preocupante quando analisamos por quantidade de participante

e observamos que essa participação não é significativa em relação à representação por

seguimento, considerando a área territorial da Macrorregião de Sobral que conta com 55

municípios divididos em 5 CRES. Das 29 reuniões que tivemos acesso aos dados referentes

ao registro dos participantes tivemos uma média de 6 representantes do seguimento da gestão,

1 representante do seguimento dos profissionais, 2 representantes dos seguimento das

instituições de ensino e 1 representante do seguimento do controle social, desta forma as

regiões que compõe a macrorregião de Sobral nem sempre estão representadas nas reuniões

da CIES.

Existe uma necessidade de se intensificar a participação dos representantes do

quadrilátero da formação, de forma a contribuir nos processos que envolvem planejamento,

execução e avaliação das ações de EPS para a Macrorregião de Sobral. Apresenta-se também

a necessidade de se rever a representação dos seguimentos do quadrilátero da formação, numa

perspectiva de se avaliar como são incluídos os membros e se na realidade este quantitativo

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por seguimento permite representar e mostrar as necessidades de aprendizagem de seus

representados dentro da realidade de sua região.

Consideramos que a participação é fundamental para fortalecer e garantir que as

reais necessidades de aprendizagem sejam apresentadas para CIES, bem como contribuir em

todos os processos que envolvam a EPS, desde o planejamento, execução das ações, até a

avaliação de seus resultados, de forma a aprimorar cada vez mais esta Política e contribuir de

fato para mudanças nas práticas de saúde e fortalecimento do SUS.

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5.7 Análise das Ações de Educação Permanente em Saúde previstas nas resoluções no

período de 2007 a 2011 para Macrorregião de Saúde de Sobral

Apresentamos na Tabela 5 (Apêndice 13) o consolidado dos dados contidos nas

resoluções da Secretaria do Estado do Ceará referentes às ações de EPS aprovadas pela CIB

Estadual para Macrorregião de Saúde de Sobral, esta tabela foi preenchida também com dados

oriundos dos documentos e arquivos relacionados a cada ação de EPS disponibilizados pela

Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia.

Para compreensão da Tabela 5, esclarecemos que, de acordo com SGETES as

ações da PNEPS são divididas em dois eixos: o primeiro com foco na formação técnica que é

voltada para profissionais de nível técnico; e o segundo voltados para formação de

profissionais de nível superior que é apresentado nas Resoluções como ações de Educação

Permanente em Saúde. Desta forma a alocação orçamentária também obedece esta divisão.

As resoluções são apresentadas em ordem cronológica e procuramos diferenciá-

las com padrões de cores diferentes. Ressaltamos que a primeira resolução (200/2007)

encontra-se registrada na tabela com formato diferente por assim constar no texto oficial. A

partir de 2008 é que as resoluções apresentam em seu texto as divisões: Curso para Formação

Técnica e Cursos para Educação Permanente em Saúde.

A descrição dos recursos previstos para cada curso vem acompanhada das

abreviaturas FES (Fundo Estadual de Saúde) e FMS (Fundo Municipal de Saúde) se referindo

ao repasse federal para cada Macrorregião do Ceará.

Apresentamos no Quadro 4 o consolidado das informações contidas na Tabela 5.

Neste quadro, para cada Resolução, são apresentados a quantidade de turmas previstas para

Formação Técnica (FT) e para Educação Permanente em Saúde para profissionais de nível

superior (EPS), a situação destas turmas até o momento da coleta de dados e o percentual de

conclusão dos alunos que iniciaram os processos de educação permanente.

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Quadro 4: Consolidado das Ações programadas de Educação Permanente em Saúde no

período de 2007 a 2011 para Macrorregião de Sobral

Documento Ações

(Turmas)

Recurso (R$) Situação % Conclusão

Resolução

200/2007

06 (FT) 551.655,36 Concluídas 2 T: 96,6%

4 T: 78,3%

04 (EPS) 343.937,96 Concluídas 1 T: 46,9%*

1T: 35,5%*

2T: 76,6%

Resolução

334/2008

14 (FT) 560.154,00 Contemplada na Resol. seguinte

10 (EPS) 450.262,25

Resolução

436/2009

13 (FT) 520.130,50 9 T Concluídas

4 T contempladas na Resol.

seguinte

1T: 23,3%

1T: 37,5%

1T: 63,3%

2T: 72%

1T: 69,6%

1T: 91,9%

1T: 64,4%

1T: 50%

12 (EPS) 723.430,54 7 T Concluídas

3 T em andamento:

2 Cursos de Espec.

1º - 34 alunos iniciaram: 19

desistiram (55,8%)

2º - 39 alunos inciaram: 23

devendo notas ou desistiram

(58,9%)

1T: 68,3%

1T: 75%

1T: 75,5%

1T: 36,4%

1T: 85,3%

1T: 75%

1T: 56,6%

Resolução

450/2009

04 (FT) 300.000,00 2T Concluídas

2T em andamento

1T: 37,5%

1 T: 23,3%

08 (EPS) 446.484,58 6 T Concluídas

2 T proj. ped. Constr.

2 T: 47,6%

4 T: ?

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Fontes: Resoluções da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará referentes a EPS; Arquivos das ações

desenvolvidas disponibilizados pela EFSFVS.

Das onze Resoluções da Secretaria de Saúde do Ceará relacionadas à EPS e que

definiram as ações programadas de EPS de acordo com cada Macrorregião de Saúde, bem

como a distribuição de recurso financeiro para estas macrorregiões, dez resoluções

contemplaram ações para a Macrorregião de Sobral.

Relembramos que nesta pesquisa resolvemos fazer uma análise geral, de acordo

com cada resolução, do desenvolvimento das ações, bem como de seu produto final no que

diz respeito ao número de profissionais que concluíram os cursos ofertados.

Na Resolução nº 200/2007, foram aprovadas quatro ações para programação da

Política de EPS, sendo duas ações de nível técnico e duas ações para profissionais de nível

superior.

Todas as ações foram concluídas, sendo o Curso de complementação do Técnico

de Enfermagem concluído as duas turmas com percentual de conclusão de 96,6%; o Curso

Técnico em Higiene Dental (THD) concluído com percentual de conclusão de 76,3%; o Curso

de Regulação, avaliação e auditoria com percentual de conclusão de 76,6% e o curso de

Especialização em gestão do SUS com 46,9% de percentual de conclusão.

Documento Ações

(Turmas)

Recurso (R$) Situação % Conclusão

Resolução

16/2010

04 (FT) 305.808,09 Prevista para 2013

Resolução

185/2010

02 (FT) 421.000,00 Contemplada na Resol. 193/11

Resolução

15/2011

04 (FT) 305.808,09 Contemplada na Resol. 193/11

Resolução

192/2011

05 (FT) 479.936,81 03 - Pactuação das vagas na

CIES

02 - Plano de Curso em

Construção

Resolução

193/2011

06 (FT) 689.422,73 04 - Prevista para 2013

01 – Em andamento

01 – Aguarda parecer do

conselho de Educação

Resolução

2

36/ 2011

15 (FT) 560.935,46 Plano de Curso em Construção

18 (EPS) 711.794,87

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Na Resolução nº 334/2008 já observamos uma distribuição operacional das ações

aprovadas, que foram divididas em: Cursos de Formação Técnica; Cursos na modalidade

atualização para profissionais de nível técnico; Cursos na modalidade atualização para

profissionais de nível superior (EPS); Curso na modalidade aperfeiçoamento para

profissionais de nível superior (EPS); Curso na modalidade oficinas para profissionais de

nível superior (EPS); Cursos na modalidade especialização para profissionais de nível

superior (EPS).

Dos vinte cursos previstos na Resolução nº 334/2008 nenhum foi executado com

recurso previsto nesta resolução, devido, segundo a pesquisa, a não liberação da verba

prevista para os mesmos, sendo estes reincorporados na resolução nº436/2009.

A Resolução nº436/2009 tem seu exercício de execução de 2010 a 2012 e nesta

foram previstos: 04 Cursos de Formação Técnica; 03 Cursos na modalidade atualização para

profissionais de nível técnico; 05 Cursos na modalidade atualização para profissionais de

nível superior (EPS); 03 Cursos na modalidade aperfeiçoamento para profissionais de nível

superior (EPS); 01 Curso na modalidade oficinas para profissionais de nível superior (EPS);

02 Cursos na modalidade especialização para profissionais de nível superior (EPS).

Dos quatro Cursos de Formação Técnica previstos, 02 já foram concluídos:

Técnico em cuidados domiciliares (Ano 1); Técnico em Saúde Bucal com 63,3% de

percentual de conclusão. Outro curso está em andamento: Técnico em Sistema de Informação

em Saúde (Ano 1), previsto para ser concluído em dezembro de 2012. E as quatro turmas do

curso complementar em Técnico de Enfermagem não foram executadas com a verba prevista

nesta resolução, sendo que duas turmas foram contempladas na resolução 450/2009 e outras

quatro turmas foram previstas na resolução 16/2010.

Os três cursos de atualização para profissionais de nível técnico já foram

concluídos: Auxiliar de farmácia com 72% de percentual de conclusão; Qualificação para

agentes de combate às endemias com 69,6% de percentual de conclusão; Curso de preparação

de análise para laboratórios com 91,9% de percentual de conclusão.

Dos cinco cursos de atualização para profissionais de nível superior quatro foram

concluídos e um está em andamento: atualização para secretárias executivas dos Conselhos

Municipais de Saúde (CMS) concluído com 64,4% de percentual de conclusão; atualização

para facilitadores em educação em saúde e mobilização social, concluído com 50% de

percentual de conclusão; Curso de atualização em atenção à saúde da mulher, concluído com

68,3% de percentual de conclusão; Curso de Urgência e emergência obstétrica concluído com

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80% de participação no 1º momento e 73,3% de participação no 2º momento; Curso de

Urgência e emergências pediátricas em andamento, com 75,5% de participação no 1º

momento e 2º momento previsto para janeiro de 2013.

Os três cursos de aperfeiçoamento previstos nesta resolução foram concluídos: o

Curso de aperfeiçoamento em informações básicas em comunicação e informações em saúde

para conselheiros e agentes sociais foi executado na modalidade atualização, sendo concluído

com 36,4% de percentual de conclusão; Curso de capacitação para equipes do Núcleo de

Apoio ao Saúde da Família (NASF) foi concluído com 85,3% de percentual de conclusão; e o

curso de aperfeiçoamento de condutas odontológicas em pacientes com deficiência foi

concluído com 75% de percentual de conclusão.

O Curso na modalidade oficina: Oficina em vivências e estágios do SUS foi

concluída com percentual de conclusão de 56,6%.

Os dois cursos de especialização estão em processo de apresentação do Trabalho

de Conclusão de Curso (TCC): Especialização em Educação na Saúde para SUS com término

previsto para fevereiro de 2013, até o momento com 11,7% de alunos concluídos, 32% de

alunos com pendências para conclusão e 59,3% de desistência; Especialização em Saúde da

Família previsto para finalizar em 2012, até o momento com 20,5% de alunos concluídos;

69,3% de alunos com pendências e 7,7% de desistência.

Na Resolução nº 450/2009, com exercício de execução 2012 e 2013 estão

previstos: 03 Cursos de Formação Técnica (Ano 2); 01 Curso na modalidade atualização para

profissionais de nível técnico; 01 Curso na modalidade atualização para profissionais de nível

superior (EPS); 01 Curso na modalidade aperfeiçoamento para profissionais de nível superior

(EPS); 01 Curso na modalidade especialização para profissionais de nível superior (EPS).

Dos três cursos de formação técnica, dois estão em andamento e um foi concluído:

Curso técnico em sistema de informação em saúde (Ano 2) em andamento, previsto até

dezembro de 2012, até o momento com 23,3% de percentual de conclusão; Curso

complementar em Técnico de Enfermagem, duas turmas iniciaram em maio de 2012 com

previsão de término em março de 2013, até o momento já apresentou 04 desistência; e o

Curso técnico em cuidados domiciliares (Ano 2) concluído com 37,5% de percentual de

conclusão;

Os dois cursos de média duração foram concluídos: Manutenção de equipamentos

odonto-médicos hospitalares para unidades básicas de saúde e hospitais de médio e pequeno

porte concluído em agosto de 2012 com percentual de conclusão de 47,6; e o curso de

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Atualização para coordenadores da atenção básica e supervisores de endemias também

concluído, porém nesta pesquisa não conseguimos as informações detalhadas sobre este curso.

O Curso de aperfeiçoamento em medicina de urgência e emergência está com

projeto pedagógico em construção e o Curso de especialização/residência em medicina de

urgência e emergência também está com projeto pedagógico de nova modalidade em

construção.

Em 2010 foram aprovadas duas Resoluções. Na Resolução nº 16/2010, foi

previsto quatro turmas do Curso complementar em técnico de enfermagem, que teve seu

início adiado para 2013 devido o período eleitoral. E a resolução nº 185/2010 onde tinham

previstos dois cursos técnicos: técnico em análise clínica e técnico em vigilância em saúde,

estes foram reincorporados na resolução nº193/2011.

Em 2011 saíram quatro Resoluções. A Resolução nº 15/2011 tinha previsto quatro

turmas do Curso de complementação do técnico de enfermagem, que foi incorporado nas

resoluções seguintes.

Na Resolução nº 192/2011 foram previstos três cursos técnicos: Curso de

complementação do técnico de enfermagem, que está em pactuação das vagas na CIES;

Técnico em homoterapia e Técnico em urgência e emergência ambos com plano de curso em

construção.

A Resolução 193/2011 tem previsto três cursos técnicos: 04 turmas de técnico de

enfermagem previsto para ser iniciado em 2013; Curso de análises clínicas em andamento,

previsto até outubro de 2014, até o momento com 20% de desistência; Curso técnico em

vigilância em saúde que aguarda parecer do conselho de educação.

A Resolução nº 236/2011 prevê dois cursos técnicos: cinco turmas Curso pós-

técnico saúde do idoso e 10 turmas do Curso de inclusão digital para conselheiros municipais,

agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes de combate a endemias (ACE), ambos com

plano de curso em construção.

Nesta Resolução também estão previstos quatro cursos para profissionais de nível

superior: 05 turmas do Curso de Saúde mental – rede psicossocial, terapias integrativas e

comunitárias (enfermagem, NASF e CAPS); 05 Cursos sobre Política de humanização –

capacitar para melhoria do acolhimento e implantação de práticas de humanização da Atenção

Primária a Saúde (APS); 05 turmas para Curso de atualização em prevenção e qualificação de

diagnóstico e tratamento do câncer de colo de útero e de mama; e 03 turmas para Curso de

atualização sobre o papel da Coordenação de Atenção Básica. Todos estes cursos estão com

seu plano em construção.

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Diante destes dados observamos que as ações previstas nas Resoluções estão

sendo cumpridas, de maneira geral, dentro dos prazos estabelecidos, sem ocasionar atrasos ou

adiamentos de ações de forma a prejudicar a programação inicial da EPS na Macrorregião de

Sobral. Ressaltamos que o desenvolvimento das ações está diretamente relacionado à

liberação da verba para os referidos cursos, desta forma se relaciona a este fator o adiamento

de algumas ações previstas para determinado período. Outro fator que merece ser mencionado

foi o período eleitoral ocorrido no segundo semestre de 2012 que forçou o adiamento de

algumas ações mesmo com a verba liberada.

Destacamos que a Macrorregião de Sobral tem seu recurso financeiro liberado a

partir do Fundo Municipal de Saúde de Sobral, diferente das outras macrorregiões do Ceará,

desta forma não podemos deixar de mais uma vez questionar se este fator poderia interferir

positivamente para diminuição da burocracia para liberação da verba necessária para cada

curso, facilitando a execução dos mesmos.

Neste período analisado (2007-2011), de acordo com as resoluções, tivemos ações

contemplando todos os seguimentos do quadrilátero da formação: gestão, profissionais de

saúde, controle social e instituições de ensino, mostrando a preocupação em garantir espaços

de formação para todos os seguimentos envolvidos, valorizando sua importância para o SUS.

Para o seguimento dos profissionais de saúde houve um maior investimento para

os cursos de formação técnica com um total de 40 turmas (entre os concluídos, em andamento

e com plano de curso em andamento), sendo estes direcionados para técnicos da área de

atenção básica, hospitalar e laboratorial. Os cursos voltados para os profissionais de saúde de

nível superior (da área hospitalar e da atenção básica) somam 27 turmas entre cursos de

aperfeiçoamento, atualização e especialização, este total também é referente a somatória dos

cursos concluídos, em andamento e com planos de curso em construção. Os cursos voltados

para o controle social somam 12 turmas. Os cursos voltados para gestão somam 11 turmas e

os voltados para os profissionais das instituições de ensino 01 turma de especialização.

Esclarecemos que no parágrafo acima estamos nos referindo a 91 turmas,

divididas em 41 ações aprovadas pelas resoluções.

Desta forma o investimento maior foi na formação de profissionais que atuam

diretamente na atenção com priorização de ações voltadas para profissionais de nível técnico.

O que nos chamou mais atenção é o percentual de alunos que concluíram os

cursos ofertados. Observamos que das 41 ações programadas, 21 foram concluídas. Destas 21

ações: 12 tiveram percentual de conclusão abaixo de 70%, e destas 12 ações 6 tiveram

percentual de conclusão abaixo de 50% e 5 ações tiveram percentual de conclusão abaixo de

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40%. Estes dados nos mostram que a evasão é um fator preocupante nas ações desenvolvidas

pela CIES da Macrorregião de Saúde de Sobral.

De acordo com a pesquisa os cursos de especialização vêm apresentando

percentual de conclusão abaixo de 50%, como observamos nas quatro turmas realizadas.

Destacamos outros três cursos com percentual abaixo de 40% de aproveitamento: Técnico em

sistema de informação em saúde; Técnico em cuidados domiciliares; e Curso de

aperfeiçoamento em informações básicas em comunicação e informações em saúde para

conselheiros e agentes sociais.

Observamos que o curso que teve maior percentual de conclusão com 96,6% foi o

de Complementação de Técnico de Enfermagem ocorrido entre agosto de 2009 e julho de

2010. Destacamos que este curso foi ofertado de forma descentralizada, sendo uma turma em

Camocim e outra em Crateús. Outro curso ofertado de forma descentralizada foi o Técnico em

Higiene Dental ocorrido entre novembro de 2009 a novembro de 2010. Estes dados nos leva a

pensar que a descentralização seria um fator importante para incentivo a participação e

conclusão dos cursos.

Podemos fazer algumas reflexões e questionamentos em cima dos dados

apresentados anteriormente. Primeiramente trazendo novamente a relação da extensão

territorial desta macrorregião e a centralização dos locais onde são oferecidos alguns cursos o

que requer deslocamento dos profissionais, necessitando do apoio dos gestores para transporte

ou empenho pessoal para arcar com esta despesa. Outro fator que devemos considerar são os

períodos de desenvolvimento dos cursos, que ao coincidirem com período de trabalho dos

profissionais, os mesmos requerem liberação do gestor para viabilizar a participação do

profissional, vale ressaltar que esse apoio da gestão municipal é previsto no Pacto pela Gestão

no que diz respeito a EPS, sendo este fundamental para minimizar a evasão nas ações de EPS.

Outra reflexão que merece destaque é a relação dos cursos que estes profissionais

participam com suas necessidades de aprendizagem, a partir do seu trabalho no sentido de

provocar aprendizagem significativa, até que ponto estes cursos partem realmente das

necessidades de aprendizagem destes profissionais? Estes profissionais manifestam interesse

real pelos cursos ou são indicados a participarem dos mesmos? Consideramos que as

necessidades de aprendizagem do profissional são tão importantes para construção do

PAREPS, quanto as necessidades da gestão setorial e do controle social em saúde e a

necessidade de saúde das populações e todos esses fatores devem ser levados em consideração

na priorização das ações a serem desenvolvidas.

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Não podemos deixar de questionar também se as metodologias utilizadas nos

cursos ofertados condizem com Educação Permanente, no sentido de problematizar entre os

atores suas vivências e experiências de forma a envolvê-los e torná-los produtores de

conhecimento individual e coletivo e possibilitando troca de saberes entre os envolvidos, além

de valorizar o espaço do trabalho como fonte do aprendizado com objetivo de transformar

suas práticas ou se estas metodologias reproduzem o conceito de Educação Continuada,

focalizada, com cursos pontuais e carga horária definidas, com conteúdos e dinâmicas

definidas centralmente, desarticulados da vivência dos profissionais onde o conhecimento

prescinde a prática com objetivo de atualização individual de um conhecimento específico?

Acreditamos ser um fator fundamental nesse processo de envolvimento dos

profissionais de saúde nos cursos oferecidos, a compreensão destes e dos gestores da saúde

sobre o processo da EPS, uma vez que esta compreensão pode favorecer o entendimento da

importância das ações EPS para mudança de práticas profissionais e na organização dos

serviços de saúde, mudanças estas que deve ser vivenciada não apenas individualmente por

quem participa da ação, mas pela equipe a qual está vinculado. Esta compreensão também

pode contribuir para uma análise crítica e reflexiva sobre os processos de EPS vivenciados no

sentido de contribuir para o aperfeiçoamento dos mesmos.

No período de 2007 a 2011, para macrorregião de Sobral, o recurso destinado a

formação técnica foi de R$ 3.191.888,89 e o recurso destinado a EPS foi de R$ 1.673.365,18.

Só para cursos de especialização foi destinado R$ 557.145,40, ou seja, 35% do orçamento,

sendo que estes tiveram os percentuais de conclusão abaixo de 50% nos cursos já concluídos.

No valor descrito acima para os cursos de especialização não consideramos, na somatória, o

valor de R$ 211.778,88, que foram destinados ao Curso de Especialização/Residência em

Medicina de Urgência e Emergência (resolução 450/2009) pois este está com projeto

pedagógico de nova modalidade em construção.

Desta forma consideramos que existe a necessidade de avaliar e elaborar

estratégias, por parte da CIES, para minimizar esta problemática, uma vez que o investimento

feito para os cursos, independente de seu aproveitamento, é o mesmo, e que o aproveitamento

do curso feito pelos participantes é que vai contribuir para mudanças nas práticas dos

serviços.

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PARTE III

Implementação das Ações de EPS no Ceará segundo os membros das CIES

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103

5.8 Compreensão dos Membros da CIES sobre a Política Nacional de Educação

Permanente em Saúde

Essa primeira categoria de análise foi criada por acreditar que a compreensão

inicial sobre a Política de Educação Permanente em Saúde por parte dos envolvidos

diretamente na condução da mesma é fundamental para garantia de discussões críticas sobre

os processos envolvidos no planejamento, implementação e avaliação das ações de Educação

Permanente destinadas aos profissionais de saúde.

A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) em toda sua

dimensão deve ser norteadora para o desencadeamento das ações voltadas para este fim uma

vez que nela encontramos as diretrizes operacionais e as responsabilidades atribuídas pelo

Pacto de Gestão para Educação Permanente.

Percebemos que, de acordo com os membros da CIES que participaram da

pesquisa, a Política de Educação Permanente em Saúde veio para dar respostas as

necessidades de formação dos profissionais de saúde e que a vivência dos profissionais nos

serviços de saúde deve ser valorizada em todos os momentos, pois é a partir dela que

emergem as necessidades de aprendizagem.

“A política de educação permanente prima pelas necessidades de

formação do profissional de saúde a partir de sua vivência

profissional para um melhor desenvolvimento no trabalho.” (I.7)

“Investimento valioso no MS tendo em vista a qualificação de

profissionais da saúde, haja visto melhoras na assistência e atualizar

o processo ensino-aprendizagem, e o processo ensino-aprendizagem

em serviço.” (I.2)

“Expressão do reconhecimento e estratégia para o cumprimento do

princípio constitucional da responsabilidade do SUS quanto a

ordenação de recursos humanos em saúde. Política de valorização do

trabalhador em saúde.” (I.10)

Ceccim e Ferla (2006) consideram que a Educação Permanente em Saúde se

configura, ao mesmo tempo, como uma prática de ensino-aprendizagem e como uma política

de educação na saúde. Como prática de ensino-aprendizagem, a EPS se apropria da realidade

vivenciada no cotidiano do trabalho em saúde e dos problemas e experiências dos atores

envolvidos, a partir dos quais se produz conhecimentos que geram mudança. Como política de

educação na saúde, a EPS contribui para a construção do Sistema Único de Saúde (SUS),

sendo adotada como política pública nacional no Brasil desde o ano de 2004.

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104

Davini (2009) complementa afirmando que o enfoque da EPS representa mudança

na concepção e nas práticas de capacitação dos trabalhadores dos serviços. Supõe inverter a

lógica do processo incorporando o ensino e o aprendizado à vida cotidiana das organizações e

às práticas sociais e laborais, no contexto real em que ocorrem; modificando substancialmente

as estratégias educativas, a partir da prática como fonte de conhecimento e de problemas,

problematizando o próprio fazer; colocando as pessoas como atores reflexivos da prática e

construtores do conhecimento e de alternativas de ação, ao invés de receptores; abordando a

equipe e o grupo como estrutura de interação, evitando a fragmentação disciplinar e

ampliando os espaços educativos fora da aula e dentro das organizações, na comunidade, em

clubes e associações, em ações comunitárias.

Observamos que a compreensão geral da essência da Política de Educação

Permanente em Saúde é bem trabalhada e incorporada pelos membros da CIES, como

aspectos relacionados a metodologias voltadas para problematização e valorização do dia a

dia dos trabalhadores; e a responsabilidade na condução da Política nas Macrorregiões de

Saúde, ressaltamos que nesta pesquisa foi destacado o trabalho das CIES frente a condução da

PNEPS no Ceará.

Nas Macrorregiões de Saúde de Sobral e Fortaleza, reflexo da condução da

Política em todo o Ceará, na prática as ações de EPS ficam sob responsabilidade das CIES,

sendo os projetos a serem desenvolvidos apresentados a Comissão Intergestora Regional

(CIR) que é formada pelos gestores dos Municípios que formam as CRES, desta forma na

Macrorregião de Sobral existem 5 CIR e na Macrorregião de Fortaleza 14 CIR. A CIR então

representa a CGR, com algumas de suas funções, não na sua essência como prevê a PNEPS,

pois não existe um fórum único para cada macrorregião com representações dos gestores das

CIR.

Esse pouco envolvimento dos gestores municipais surgido na pesquisa,causa

insatisfação por parte dos membros da CIES e faz com que os processos de EPS sejam

dificultados. Destacamos que a Política de Educação Permanente deveria ter como um de seus

protagonistas os gestores e não tê-los apenas como apoiadores.

“É um processo contínuo que depende das três esferas de gestão, a

esfera municipal tem suas atribuiçõesmas ainda não está

sensibilizada para tal execução, o que tem dificultado o processo.”

(I.4)

“A condução da Política nas macrorregiões fica a cargo das CIES

com o apoio dos gestores municipais, esse apoio às vezes é difícil,

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falta ainda sensibilização dos gestores para maior valorização da

Educação Permanente” (I.8)

Na Portaria vigente GM/MS nº 1996/2007 a condução da PNEPS prevê a co-

responsabilização entre os seguimentos do Quadrilátero da Educação Permanente em Saúde:

Gestão, Formação, Atenção e Controle Social, tendo nas CGR a responsabilidade principal

nesta condução com a participação das Comissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço

(CIES) (BRASIL, 2009), o que desta forma tenciona mais a participação efetiva dos gestores

municipais na construção e efetivação das estratégias de educação permanente de cada

locorregião.

O CGR é pensado como uma instância de pactuação permanente e cogestão

solidária e cooperativa, formadas pelos gestores municipais de saúde do conjunto de

municípios de uma determinada região de saúde e por representantes do(s) gestor(es)

estadual(ais). Este deve instituir processo de planejamento regional para a Educação

Permanente em Saúde, definir as prioridades, as responsabilidades de cada ente e o apoio para

o processo de planejamento local, conforme as responsabilidades assumidas nos Termos de

Compromissos e os Planos de Saúde dos entes federados participantes (BRASIL, 2009).

As CIES foram idealizadas para serem compostas pelos gestores de saúde

municipais, estaduais e do Distrito Federal e ainda, conforme as especificidades de cada

região, por: Gestores estaduais e municipais de educação e/ou seus representantes;

Trabalhadores do SUS e/ou suas entidades representativas; Instituições de ensino com cursos

na área da Saúde, por meio de seus distintos segmentos; e Movimentos sociais ligados à

gestão das políticas públicas de saúde e do controle social no SUS, garantindo voz a todos os

seguimentos do Quadrilátero da Formação.

São atribuições das CIES: Apoiar e cooperar tecnicamente com os

Colegiados de Gestão Regional para a construção dos Planos Regionais de

Educação Permanente em Saúde da sua área de abrangência; Articular

instituições para propor, de forma coordenada, estratégias de intervenção

no campo da formação e desenvolvimento dos trabalhadores, à luz dos

conceitos e princípios da Educação Permanente em Saúde, da legislação

vigente, e do Plano Regional para a Educação Permanente em Saúde;

Incentivar a adesão cooperativa e solidária de instituições de formação e

desenvolvimento dos trabalhadores de saúde aos princípios, à condução e

ao desenvolvimento da Educação Permanente em Saúde, ampliando a

capacidade pedagógica em toda a rede de saúde e educação; Contribuir

com o acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações e estratégias

de Educação Permanente em Saúde implementadas; e apoiar e cooperar

com os gestores na discussão sobre Educação Permanente em Saúde, na

proposição de intervenções nesse campo e no planejamento e

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106

desenvolvimento de ações que contribuam para o cumprimento das

responsabilidades assumidas nos respectivos Termos de Compromisso de

Gestão (BRASIL, 2009).

Outro aspecto importante surgido na pesquisa foi a valorização da incorporação da

participação da representatividade do quadrilátero da EPS para o planejamento,

implementação e avaliação das ações de EPS. A condução da EPS é compreendida como

sendo compartilhada e de responsabilidade da gestão, das instituições de ensino, dos

trabalhadores de saúde e do controle social.

“Surgiu como uma proposta de reorientação da formação de recursos

humanos para o SUS, na qual gestão, formação, atenção e controle

social são indissociáveis.” (I.3)

“Vir a contribuir para a qualificação dos trabalhadores em saúde a

partir da condução do quadrilátero: trabalhadores, controle social,

gestores e instituições de ensino.” (I.6)

Ceccim e Bilibio (2002) afirmam que, na formação que temos feito no Brasil a

título de aprendizagem significativa, encontramos registro sobre a relevância da integração

ensino - serviço. Mas praticamente inexiste o registro sobre a relevância e necessidade da

integração ensino - serviço - gestão - controle social e a articulação com o movimento

estudantil de graduação nas profissões da saúde. Afirmam também que ainda podem ser

caracterizadas como inovadoras as experiências integradas entre gestores, formadores,

usuários e estudantes, com o objetivo de qualificar a formação dos trabalhadores para as reais

necessidades de saúde. A experiência acumulada de mudança na formação, dentro e fora do

país, se centra na tríade instituições de ensino - instituições de serviço - associações científico

profissionais, ou pela tríade ensino - serviço - comunidade (FEUERWERKER, 2002, p. 280-

285; CECCIM e BILIBIO, 2002, p. 347).

Em outra publicação Ceccim e Feuerwerker (2004) destacam também que o

componente serviço não pode se restringir à noção de práticas de atenção. Deve revelar uma

estrutura de condução das políticas, a gerência do sistema e organização de conhecimentos do

setor. Da mesma forma, a atenção não pode informar apenas o domínio de habilidades em

fisiopatologia ou busca de evidências, recaindo sobre a alteridade com os usuários das ações e

serviços de saúde e a produção de sentidos nos atos de cuidar, tratar e acompanhar, sejam

problemas de saúde, seja a promoção de melhor qualidade de vida.

Os autores propunham o componente comunidade como algo diferente da

interação com a população, pela introdução da noção de relevância e responsabilidade social

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do ensino: á formação como um direito social e dever do Estado. A formação

tecnoprofissional, a produção de conhecimento e a prestação de serviços pelas instituições

formadoras somente fazem sentido quando têm relevância social. O ensino em saúde guarda o

mandato público de formar segundo as necessidades sociais por saúde da população e do

sistema de saúde, devendo estar aberto à interferência de sistemas de avaliação, regulação

pública e estratégias de mudança. Por último, no componente ensino, além do reconhecimento

dos dirigentes e docentes como atores das instituições formadoras, destaca-se a articulação

com o movimento estudantil, como ator político diferente das instituições formadoras. Seu

protagonismo deve ser incentivado como movimento político de construção de inovações ao

ensino e de sentido aos serviços de saúde (CECCIM e FEUERWERKER, 2004).

Dessa reflexão nasceu, em 2003, o conceito de quadrilátero da formação: ensino -

gestão - atenção - controle social. A qualidade da formação passa a resultar da apreciação de

critérios de relevância para o desenvolvimento tecnoprofissional, o ordenamento da rede de

atenção e a alteridade com os usuários (CECCIM e FEUERWERKER, 2004).

No mesmo ano o Ministério da Saúde, por meio de seu Departamento de Gestão

da Educação na Saúde, apresentou e aprovou, junto ao Conselho Nacional de Saúde, a

“Política de educação e desenvolvimento para o SUS: caminhos para a educação permanente

em saúde”. Esta tem como objetivo atender aos requisitos citados na NOB/RH-SUS,

propondo-se a conquistar relações orgânicas entre as estruturas de gestão da saúde (práticas

gerenciais e organização da rede), as instituições de ensino (práticas de formação, produção

de conhecimento e prestação de serviço), os órgãos de controle social (conselhos de saúde,

movimentos sociais e de educação popular) e os serviços de atenção (profissionais e suas

práticas) (BRASIL, 2004a).

Percebemos então que desde a primeira versão da PNEPS já houve um

entendimento sobre a importância da integração entre ensino e serviço, formação e gestão

setorial e desenvolvimento institucional e controle social para desenvolvimento do SUS.

Deste ponto de vista, o gestor federal, proponente da educação permanente em saúde para o

SUS, desencadeou um processo de constituição de uma gestão colegiada da educação

permanente em saúde. Para o gestor federal do SUS, uma articulação interinstitucional para a

educação permanente, com uma gestão colegiada, quebra a regra da verticalidade única e

hierarquizada nos fluxos organizativos. Também supera a racionalidade gerencial hegemônica

e a tradicional concepção educativa dos treinamentos para pessoal de serviço (CECCIM,

2003; FEUERWERKER, 2003).

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108

Em relação a criação da PNEPS no Brasil tivemos respostas no sentido de

valorização da EPS para melhoria da qualidade do serviço do SUS através da capacitação dos

profissionais atuantes neste sistema.

“Foi criada para melhorar a qualidade da assistência do SUS através

de capacitação para os profissionais de saúde.” (I.5)

“A Política prioriza os preceitos da NOB/SUS e CF88 e responde a

luta dos trabalhadores do SUS, buscando considerar a situação e os

agravos em saúde locais e permitindo a vivência e resolutividade de

situações de rotina.” (I.9)

A discussão de EPS vem sendo deflagrado pela Organização Panamericana de

Saúde – OPAS desde 1984, por meio do Programa de Desenvolvimento de Recursos

Humanos. Considerando o enfoque dado pela OPAS ao processo de Educação Permanente em

Saúde, Rovere (1993) já considerava como uma síntese operativa da “educação no trabalho,

pelo trabalho e para o trabalho” (p.495).

Segundo Cotrim-Guimarães (2009) a EPS surgiu a partir de uma constatação da

OPAS de que havia uma estreita relação entre o planejamento das ações na saúde e o

planejamento de recursos humanos da saúde. E também para atender a demanda de

readequação da formação de profissionais da saúde, até então desvinculada da realidade do

serviço e à margem das discussões e problemas sociais. Isto porque na EPS considera-se que

“a atividade do trabalhador pode ser o ponto de partida de seu saber real, determinando,

desta maneira, sua aprendizagem subseqüente” (Lopes et al., , 2007, p.149) uma vez que o

conhecimento tem sua origem na identificação das necessidades do serviço e na busca de

solução para os problemas encontrados.

Assim observamos que a PNEPS foi adotada como estratégia para superar as

incoerências entre processos formativos e necessidades no campo do trabalho em saúde.

Campos et al (2006) consideram que a PNEPS correspondeu a uma tentativa de criar uma

política que, além de integrar as iniciativas já existentes, se constituísse como o “eixo

transformador do sistema no que diz respeito à articulação entre Educação e Saúde” (p. 43).

Destacamos aqui o artigo 14 da lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que trata

da criação e funções das comissões permanentes de integração entre os serviços e as

instituições de ensino que foi considerado na elaboração da Portaria da PNEPS. Talvez

considerando esta informação um dos informantes atribuiu a criação da PNEPS à lei 8080/90.

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“Foi criada pela lei 8080/90 para capacitar os profissionais no

ensino em serviço.” (I.1)

Desta forma ainda que previstas em tantas conferências e até mesmo numa Norma

Operacional Básica de Recursos Humanos do SUS – NOB/RH-SUS, a readequação dos

processos formativos dos profissionais de saúde e as diretrizes apontadas pelas Conferências

só se consolidaram como política pública e prioridade na organização do SUS a partir de

2003, especialmente através da criação e da atuação da Secretaria de Gestão do Trabalho e da

Educação na Saúde – SGTES/MS. Para dar conta dessa política, a estratégia escolhida pelo

Ministério da Saúde foi a educação permanente em saúde, por considerar o “potencial

educativo da reflexão coletiva das práticas de saúde” (LOPES et al., , 2007, p. 152).

Lopes et al (2007) e Rovere (1993) compartilham que a PNEPS é um grande

desafio na medida em que desestrutura o pensamento hegemônico da saúde. No mais, não se

trata de mudanças pontuais, que podem ser construídas de maneira isolada e vertical, mas de

mudanças que implicam a reorganização das estruturas de gestão e dos papéis para se avançar

no processo de mudança. Isto implica a garantia das condições de governabilidade e criação

de um cenário com todos os espaços mobilizados para a mudança.

5.9 O processo de operacionalização do Plano Regional de Educação Permanente em

Saúde

A segunda categoria de análise procura descrever o processo de operacionalização

do PAREPS e ações de EPS aprovadas pela CIB estadual, desta forma o item foi subdividido

em: A construção do plano; Necessidades de aprendizagem; Estratégias de implementação da

EPS e divulgação; Dificuldades; Elementos facilitadores; Principais resultados; Percepção

sobre a adequação do processo de planejamento, execução e avaliação para realidade da

região.

A construção do plano

A construção do Plano Estadual de Educação Permanente em Saúde 2007-2011

teve início em 2007, a partir de um Seminário Estadual. O Seminário serviu de base para

subdivisão e definição das Macrorregiões como forma de manter e/ou garantir a capilaridade

das ações de Educação Permanente a serem planejadas para todo o Estado.

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110

“Em 2007 teve início a construção do Plano, a partir do Seminário

Estadual da PAREPS quando foram divididas as Macrorregiões e

criado os colegiados CGR e CIES a partir da representatividade do

quadrilátero. As CRES foram convidadas a construir junto com os

municípios a sua jurisdição dos Planos Regionais que serviram de

base para o Plano Estadual..” (I.6)

Desta forma no Estado do Ceará a subdivisão das Macrorregiões seguiu o Plano

Diretor de Regionalização da Assistência à Saúde o Estado que é subdividido em três

Macrorregiões de Saúde, que correspondem a grandes áreas com características físicas e

socioeconômicas relativamente peculiares. As três Macrorregiões de Saúde constituem-se em

um sistema com resolubilidade nos três Níveis de Atenção para a população residente num

território geograficamente definido pelo Conselho Estadual de Saúde (CESAU).

A macrorregião de Fortaleza, onde está situada Fortaleza e 97 municípios, em 14

CRES. A macrorregião de Sobral, sendo composta por 55 municípios em 5 CRES. E a

macrorregião do Cariri, onde estão situados 28 municípios em 3CRES.

Para cada macrorregião acima descrita foi definido uma CIES – CIES regional,

além de uma CIES estadual, contando com o apoio e envolvimento da Comissão Intergestores

Bipartite (CIB) estadual, para homologação e discussão dos planos e estratégias de cada

macrorregião.

Diante deste contexto para cada Macrorregião foi solicitado a elaboração de um

Plano Macrorregional de Educação Permanente em Saúde, onde deveria ser considerado as

necessidades de aprendizagem dos atores do Quadrilátero da Formação, sendo garantido

através da participação da representação da Gestão, Formação, Atenção e Controle Social nas

comissões garantidas pela Política.

“O Plano de Ação Regional de Educação Permanente foi definido

inicialmente nas CIES das Macrorregiões e posteriormente foram

apresentadas na CIES Estadual para serem aprovadas e agregadas

ao Plano de Ação Estadual de EPS.” (I.3)

“A construção do plano acontece primeiramente com uma reunião de

sensibilização de todos os membros do quadrilátero nas locorregiões.

Depois foi feito uma oficina para diagnosticar e identificar os

problemas na saúde e outra oficina para o planejamento das

necessidades de capacitação dos profissionais da saúde, gestores e

conselheiros.” (I.1)

Segundo Ceará (2011) a elaboração coletiva do Plano pelas CIES – Ceará partiu

da problematização dos processos de trabalho e das necessidades de saúde individual e

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coletiva apresentadas em Planos de abrangência microrregional, auferindo a este Plano a

capacidade de expressar as necessidades e ofertas na área da gestão do trabalho e da educação

em saúde, e os requisitos necessários ao repasse de recursos, monitoramento, avaliação,

controle e auditoria.

Na Macrorregião de Sobral, por exemplo, a construção do Plano de Ação

Regional de Educação Permanente em Saúde (PAREPS) 2008-2011 foi deflagrado em 2008

através de um Fórum Macrorregional de Educação Permanente. Neste Fórum a CIES foi

composta respeitando a representatividade do Quadrilátero da Formação e definido

responsabilidades para construção do PAREPS.

Observamos que o PAREPS 2007-2011 procurou ser construído coletivamente

numa tentativa de garantir as necessidades dos municípios, com orientação para escuta atenta

e percepção sensível para além das necessidades individuais dos profissionais e sim numa

perspectiva inicialmente mais ampla considerando os indicadores e particularidades

locorregionais.

“A construção do plano foi iniciada tentando considerar as

necessidades de cada município que foi deflagrada pelos seus

representantes. Após essa etapa em oficina das CIES foi identificado

as prioridades levando em consideração os recursos disponíveis e

desta forma foi se organizando as ações no cronograma.” (I.5)

“De início cada região de saúde fez levantamento de necessidades,

em seguida foi discutido com a comissão sobre essas necessidades e

feito a pactuação respeitando as prioridades, respeitando os recursos

oriundos do MS e as realidades locais ou seja estrutura, RH e etc.”

(I.2)

“Para construção do plano foi feita uma escuta indireta

(representativa) das necessidades de aprendizagem para o processo

de trabalho.” (I.10)

Cada região de saúde que compões cada Macrorregião, ficou com a

responsabilidade, a ser gerenciada pelos seus representantes na CIES, de fazer a

caracterização de sua região apresentando a distribuição dos equipamentos de saúde, perfil

epidemiológico com seus principais indicadores, identificação dos principais problemas de

saúde e levantamento das necessidades de aprendizagem das pessoas que trabalham ou estão

ligados à saúde dos municípios (Ceará, 2008).

“Foi realizado um fórum macrorregional de Educação Permanente,

após forma identificadas as pessoas para compor a CIES

Macrorregional, após cada representante da CRES em reunião com

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112

os municípios de sua abrangência, fizeram um levantamento de

necessidades de ensino, assim construiu-se o plano macrorregional.”

(I.4)

“No plano foram contemplados a Caracterização regional; fluxos;

equipamentos da atenção à saúde na região; principais indicadores;

metas estratégicas de investimento; identificação dos problemas

principais enfrentados pela gestão e pelos serviços; caracterização

das necessidades de formação em saúde e atores envolvidos no

processo, estabelecer relação entre os problemas e as necessidades de

educação permanente, produtos e resultados esperados, processo de

avaliação do plano.” (I.7)

Desta forma acreditamos que a construção do PAREPS 2008-2011, dentro das

especificidades de organização da PNEPS no Ceará procurou contemplar o previsto no texto

da Política: “O Plano de Ação Regional de Educação Permanente em Saúde será construído

coletivamente pelo CRG com o apoio das CIES a partir de um processo de planejamento das

ações de educação na saúde.”

Necessidades de aprendizagem

Foi questionado como foi realizado o levantamento das necessidades de

aprendizagem dos profissionais que compõe o Quadrilátero da Formação e observamos que

houve uma preocupação em relação a esse levantamento no sentido de realmente apresentar as

lacunas de conhecimento dos profissionais, bem como as problemáticas de saúde de cada

região ou município, porém a dinâmica relacionada a esse levantamento não é clara entre os

informantes, ficando a cargo dos representantes das regionais de saúde na CIES o

desenvolvimento desse processo.

“Esse levantamento foi feito pelos representantes que compõe a CIES

de acordo com cada regional de saúde .” (I.7)

“Foi feito em parceria com os municípios que compõe cada região de

saúde, onde cada CRES possui articulação que dão retorno para

referida Comissão.” (I.8)

“A pactuação da CIES é que cada região de saúde institua espaços de

escuta. A CIES acolhe as demandas das regiões e pactua a ordem de

prioridade de acordo com dotação orçamentária disponível (I.10)”

Consideramos que o levantamento das necessidades realizadas foi apontado pelos

informantes como um processo que não garantiu a efetiva participação ou representação de

todos os atores do Quadrilátero da Formação, o que poderia vir a comprometer o

planejamento das ações a serem desenvolvidas, destacamos que essa compreensão entre os

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participantes da pesquisa pode ser fortalecida pelo fato de não ser claro entre os membros da

CIES a dinâmica de levantamento das necessidades de aprendizagem nos municípios que

compõe as Macrorregiões.

Neste ponto destacamos que a extensão territorial das Macrorregiãões de Saúde

do Ceará com seus diversos equipamentos de saúde e controle social, representam um desafio

que é a garantia de uma representatividade na construção do Plano, e nos remetemos ao dado

encontrado anteriormente no que diz respeito a participação reduzida dos seguimentos do

quadrilátero da formação repercutindo numa representatividade insuficiente.

“Entende-se que o levantamento das necessidades deva ser feito nas

regionais com a maior participação possível de representações da

gestão, dos trabalhadores, do controle social e ensino, mas a

dinâmica que se realiza esse levantamento ainda não é bem discutida,

não sei se há realmente representação significativa para o

levantamento as reais necessidades.” (I.5)

“O levantamento fica a cargo da representatividade na CIES, que por

sua vez não garante a efetividade da resposta as demandas reais.”

(I.9)

“O levantamento foi realizado em reunião nas regionais.” (I.4)

Percebemos também que para alguns uma etapa definidora do levantamento das

necessidades de aprendizagem ficou centralizado nas reuniões da CIES onde cada

representante argumentou sobre as problemáticas de sua região.

“É realizado através de oficinas que acontecem na CIES.” (I.1)

“É realizado a partir de discussões nas reuniões da CIES, sobre as

problemáticas existentes na região.” (I.3)

De acordo com os preceitos da EPS as necessidades de aprendizagem devem

surgir a partir das vivências dos profissionais no seu dia a dia de trabalho para que essa

necessidade ao ser contemplada seja realmente significativa. Segundo Davini (2009)

aproximar a educação da vida cotidiana é fruto do reconhecimento do potencial educativo da

situação de trabalho. A situação prevê transformar as situações diárias em aprendizagem,

analisando reflexivamente os problemas da prática e valorizando o próprio processo de

trabalho no seu contexto intrínseco. Desta forma as macrorregiões de saúde precisam investir

em estratégias que garantam o diagnóstico das reais necessidades de aprendizagem, bem

como reavaliar as representatividades dos seguimentos tanto no quantitativo, quanto na

efetividade destas representações.

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Priorização das ações

Ao ser estabelecido as necessidades de aprendizagem a priorização das ações

ficou a cargo da CIES. Neste momento os membros da CIES apresentaram as necessidades de

suas regiões de saúde, discutiram sobre suas realidades para posteriormente definirem as

prioridades.

“A priorização se dá através da reunião, onde os representantes do

quadrilátero apresentam suas necessidades.” (I.1)

“A priorização das ações se dá após discussão com os membros da

CIES que colocam seus argumentos e entram em consenso sobre que

ações devem acontecer primeiro, qual a necessidade imediata.” (I.5)

“Através das principais necessidades definidas na CIES.” (I.7)

A priorização das ações veio a ser definida também considerando os recursos

financeiros disponíveis para Macrorregião e destinados para cada ação. Essa realidade em

relação ao financiamento não possibilitou abranger todas as demandas de aprendizagem

apresentadas, por isso a importância e responsabilidade dos membros da CIES nessa

definição.

“A priorização se estabelece nas reuniões da CIES, de acordo com as

demandas apresentadas pelos representantes e dos recursos

destinados a cada ação.” (I.6)

Segundo os informantes da pesquisa os membros da CIES contaram também com

o apoio das Instituições formadoras na definição das prioridades.

“Foi concensuado com toda Comissão e as Instituições formadoras e

respeitando os pormenores de cada região ou município.” (I.9)

“A priorização vem sendo definida pelos membros representantes da

CIES em parceria com a EFSFVS.” (I.3)

A construção coletiva do PAREPS deve prevê as discussões para priorização das

ações levando em consideração fatores importantes como financiamento, indicadores e

problemas de saúde, necessidades de formação, bem como a relação entre esses pontos,

cabendo aos responsáveis pela construção do PAREPS, neste caso, a CIES com apoio da CIR

o direcionamento dessas discussões para o produto final.

Citamos como exemplo o PAREPS 2008-2011 da Macrorregião Sobral, onde nele

está descrito que as cinco regiões de saúde puderam realizar uma escuta atenta das

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necessidades de educação permanente em saúde, definidas não apenas a partir de uma lista de

necessidades individuais de atualização, mas prioritariamente a partir dos problemas que

acontecem no dia-a-dia do trabalho referentes à atenção à saúde, à organização do trabalho e

dos processos relacionados com a formação dos profissionais de saúde. Assim, foi possível

identificar como prioridade, ações voltadas para: equipes que atuam na atenção básica; as

equipes de urgência e emergência; as equipes de atenção e cuidados domiciliares; o

desenvolvimento da gestão do sistema, das ações e dos serviços de saúde; os Hospitais,

principalmente os de ensino em ações que objetivam sua integração à rede do SUS na cadeia

de cuidados progressivos à saúde, a revisão de seu papel no ensino, e seu apoio docente e

tecnológico ao desenvolvimento do sistema; as capacitações pontuais resultantes de

deliberações nacional, estadual intergestores, municipal ou do Conselho de Saúde.

Estratégias de implementação da EPS e divulgação

Após apresentação e aprovação da ação na CIR e no âmbito Estadual, as

estratégias de implementação das ações de EPS são definidas nas reuniões da CIES junto com

a Instituição Formadora. De acordo com a pesquisa foi destacado dentro das estratégias de

implementação da EPS na Macrorregião de Sobral e Fortaleza: as articulação para

viabilização de locais e a distribuição das vagas para as regionais de saúde de acordo com as

necessidades definidas previamente no PAREPS.

“São discutidas na CIES Regional e após a instituição formadora

responsável constrói o plano de curso, plano de trabalho e assim

deflagra a ação. Após aprovada em CIB, são apresentadas na CIR e

as instituições identificadas como responsáveis iniciam o processo de

construção do plano de curso, editais de seleção e etc.” (I.4)

“Posso citar que nas reuniões são pactuados, locais, como serão

definidos o número de vagas por regional, participantes e

representações para cada curso, considerando as prioridades de cada

um.” (I.1)

“Levamos para discussão na CIR apresentação das propostas e

consolidado. A distribuição das vagas é realizada na reunião da CIES

e após essa definição cada representante leva para sua regional para

discutir com gestores e definir os participantes.” (I.7)

Outro ponto considerado fundamental e como uma das principais estratégias de

implementação da EPS é a articulação com os gestores municipais. Essa articulação tenta,

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116

além de outros, identificar e viabilizar os profissionais para participarem dos cursos. A

sensibilização dos gestores em relação a importância da EPS e sua compreensão em relação as

ações de EPS em benefício da melhoria da qualidade do serviço oferecido em seu município

parece interferir diretamente na participação dos profissionais nos cursos ofertados e desta

forma no resultado final esperado que é a mudança nas práticas dos profissionais e nas

organizações dos serviços de saúde.

“Após discussão na CIES sobre a ação, os responsáveis pela ação

constroem o plano de curso, plano de trabalho e assim deflagra a

ação geralmente é apresentado na nossa reunião. Cada membro da

CIES é responsável em fazer articulação local principalmente com o

gestor, no sentido de identificar os candidatos a participarem dos

cursos, e condições locais para sua participação. No mais o

operacional do curso é mais de articulação da instituição formadora,

às vezes nós colaboramos em viabilizar algo como local, salas, lanche

etc.” (I.9)

“A sensibilização dos gestores pelos membros da CIES é uma das

principais estratégias de implementação uma vez que a execução da

ação sem apoio do gestor local fica prejudicada. O plano de curso e

os responsáveis diretos pela ação também são fundamentais para

organização e acontecimento dos mesmos.” (I.6)

“São realizadas negociações com os gestores para garantir a

participação de seus profissionais e a CRES apoiando na

comunicação necessária e socializando com os secretários municipais

de saúde, dizendo a importância de se investir nessa política.”

“Cada membro da CIES, ao representar uma região de saúde,

articula-se com o gestor de seu município a fim de que as pactuações

possam ser implementadas no âmbito local e regional.” (I.8)

De acordo com a PNEPS os gestores, membros do CGR, deveriam validar e

acompanhar a execução dos projetos apresentados pelas CIES, sendo consenso que a

participação efetiva dos mesmo é imprescindível para o desenvolvimento adequado as ações

de EPS no sentido de alcançarem seu objetivo final que é a melhoria da qualidade do

atendimento do SUS (BRASIL, 2009).

Em relação às CIES a PNEPS prevê que estas apoiariam os gestores na discussão

sobre EPS, contribuindo para o desenvolvimento da educação em serviço como um recurso

estratégico para gestão do trabalho e da educação na saúde (BRASIL, 2009).

Essa relação no contexto da pesquisa parece invertida, uma vez que os gestores se

apresentam como pessoas a serem sensibilizadas e conquistadas para apoiar a ações de EPS

pactuadas e validadas, entre outras instâncias, por eles mesmos em reunião da CIR.

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A implementação das ações de EPS contidas no PAREPS parte da CIES que deve

apresentar os projetos elaborados, contendo o plano de atividades com designação das

necessidades de alocação orçamentária em relação ao PAREPS. Os projetos devem conter:

nome da ação educativa; justificativa da ação, com análise do contexto da situação atual e dos

problemas enfrentados pelos serviços e a proposição de estratégias para o enfrentamento

dessa situação; objetivos da ação; público-alvo, com identificação das instituições, das áreas

de atenção e da vinculação ao SUS dos atores envolvidos; metodologia utilizada; duração e

cronograma de execução; plano de metas; resultados esperados; titulação a ser conferida;

planilha de custos e cronograma e execução financeira; dados da instituição executora;

responsável pela execução do projeto (BRASIL, 2009).

Com o projeto em mãos a CIES apresenta o mesmo a CGR, no nosso caso à CIR

para que seja avaliado e aprovado e a partir daí desencadeado outros processos para execução

da ação.

Não podemos deixar de destacar que a garantia do financiamento está diretamente

relacionado a execução do curso. Desta forma as estratégias de implementação partem da

liberação do recurso destinado a cada ação.

Questionamos também sobre os meios de divulgação das ações de EPS para o

público-alvo. Observamos que a divulgação a partir da CIES é mais voltada para a gestão dos

municípios, acreditamos que na perspectiva de que a partir da gestão essa divulgação fosse

alcançada pelos profissionais da saúde interessados, porém observamos também que em

muitas situações as vagas disponibilizadas para as ações de EPS são direcionadas a

determinados profissionais, o que nos faz refletir e novamente levantar questionamentos sobre

o interesse real desses profissionais indicados em relação ao curso ou atualização a qual foi

designado.

“A divulgação é feita nas reuniões do colegiado de gestão, também na

CIR (Comissão Intergestores Regionais) e nos conselhos municipais

de saúde e muitas vezes contato direto com o profissional indicado.”

(I.2)

“A divulgação é feita predominantemente via CIB regional por meio

dos representantes (I.10)”

Os meios de divulgação apresentados foram flanerógrafos, e-mails, site da Escola

de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia (EFSFVS), reuniões com gestores e

conselhos de saúde.

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“A divulgação destas ações para público alvo é feita com a exposição

em boletim informativo anexado na Escola de Formação em Saúde da

Família e colocado no site da EFSF.” (I.1)

“Cada membro da CIES responsabiliza-se pela divulgação em sua

região de saúde, bem como a instituição formadora divulga esses

processos por meio eletrônico.” (I.3)

“As estratégias de divulgação são: publicação no site as Secretaria

Municipal da saúde , envio de e-mail para as coordenações regionais

de saúde e as mesmas para os municípios.” (I.4)

“As estratégias de divulgação são: publicação no site da EFSFVS, os

representantes são responsáveis por divulgarem nas suas regiões e

essa não se tem padrão, sempre estamos pontuando a importância de

divulgação das ações de EPS nas regionais.” (I.5)

“A divulgação fica sob responsabilidade dos membros da CIES e da

instituição formadora, são utilizados o meio eletrônico (site, e-mail),

flanerógrafos, conversa com gestores para divulgação nos

municípios.” (I.6)

“As estratégias de divulgação são: Nas reuniões de fóruns regionais

com os conselheiros de saúde da região, através também de informes

que se dá através de e-mails e ofício circulares.” (I.7)

Percebemos que é interesse da CIES das Macrorregiões Sobral e Fortaleza

intensificarem a divulgação, não só das ações de EPS, mas também da PNEPS em todos os

espaços onde os membros da CIES estiverem, com objetivo de familiarizar todas as pessoas

envolvidas na saúde (gestão, formação, controle social e trabalhadores da saúde) com a

Política, bem como sensibilizá-las para os reais propósitos da EPS que tenta ultrapassar e

quebrar o paradigma da educação continuada.

Dificuldades

Ao abordarmos sobre as dificuldades vivenciadas pelos membros das CIES na

implementação das ações de EPS e observamos que a falta de envolvimento dos gestores nas

decisões relacionadas à PNEPS esteve presente em todas as falas dos pesquisados. Já tinha

sido apontado no item anterior que a sensibilização desses atores se tornava uma das

principais estratégias de implementação das ações, reaparecendo agora como uma grande

dificuldade enfrentada para implementação das ações de EPS nas Macrorregiões.

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Outra dificuldade apontada é a disponibilidade do recurso financeiro que demora a

ser liberado para o desenvolvimento das ações programadas, o que compromete todo

calendário de execução previsto nos projetos aprovados.

“Na prática a principal dificuldade muita das vezes se dá pela falta

de participação dos gestores da saúde na tomada de decisões da

política de educação.” (I.1)

“Considero a sensibilidade dos gestores, evasão por conta de alguns

gestores não dá condições favoráveis ao profissional. A morosidade

dos municípios indicarem os referidos profissionais e a deficiência de

RH nos municípios.” (I.2)

“A disponibilização do recurso, ou seja a demora no repasse do

mesmo. O compromisso do gestor em dar condições dos profissionais

participarem das ações. A insuficiência do recurso financeiro que não

permite a descentralização total das ações, sendo as ações realizadas

na sede da macro, o que permite uma maior evasão.” (I.8)

Na pesquisa foi apontado como uma das causas para a problemática da evasão dos

profissionais nos cursos ofertados o “não cumprimento da contrapartida dos municípios”,

apontando mais uma vez o gestor municipal de saúde como um principais responsáveis por

esta problemática.

“Responsabilização e comprometimento dos gestores para com a

garantia de participação de seus profissionais nos processos

formativos e falta de compromisso por alguns profissionais na

participação das ações propostas.” (I.3)

“Uma das principais dificuldades é a participação efetiva dos

gestores no sentido de entender os benefícios da EP para seu

Município, se não há sensibilização tudo se torna mais difícil, a

liberação do profissional, o transporte e isso faz com que a evasão

aumente ou que o aproveitamento do curso seja insuficiente para

gerar mudanças. Outra dificuldade é o recurso para as ações que não

é suficiente para abranger todos os municípios e suas necessidades e

ainda o repasse que atrasa comprometendo todo o planejamento.”

(I.5)

“Convencer o gestor em liberar os profissionais de saúde,

disponibilizar transporte.” (I.7)

A configuração hoje encontrada no Ceará, onde, na prática a EPS fica sob

responsabilidade da CIES, onde as Comissões Intergestoras Regionais (CIR) representam a

CGR, não assumindo, como orienta a PNEPS, a totalidade de suas funções, pois não existe

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um forum único para discussões relacionadas a EPS nas Macrorregiões de Saúde, propicia os

gestores a ficarem as margens das responsabilidades sobre os processos de EPS, dificultando

o desenvolvimento das ações.

Kleba et al (2007) afirmam que vários autores têm debatido as dificuldades de

efetivar o papel atribuído aos atores que participam dos Conselhos Gestores. Participar no

planejamento e no controle das políticas públicas exige destes mais do que boa vontade e

engajamento pessoal: requer o domínio de instrumentos como acesso e análise de

informações, formulação e negociação de propostas, estabelecimento de prioridades e

definição de estratégias, comunicação e negociação com diferentes atores sociais e, o mais

complexo, compreensão de conceitos e capacidade de análise sócio-política para tomar

decisões.

A PNEPS supõe a integração entre ensino e serviço, formação e gestão setorial e

desenvolvimento institucional e controle social (CECCIM, 2003; FEUERWERKER, 2003).

Para o gestor federal do SUS, uma articulação interinstitucional para a educação permanente,

com uma gestão colegiada, quebra a regra da verticalidade única e hierarquizada nos fluxos

organizativos. Também supera a racionalidade gerencial hegemônica e a tradicional

concepção educativa dos treinamentos para pessoal de serviço (CAMPOS, 2000).

Ceccim e Feuerwerker (2004) apontam que não há motivos para repetir a

hierarquia organizacional da racionalidade gerencial hegemônica, para mudá-la por dentro em

seus atos. A gestão colegiada deve explicitar o compromisso com a mudança, suprimindo a

imagem da pirâmide e a noção de níveis de gerenciamento, trazendo para a cena a capacidade

de valorizar o potencial de mobilização e de desestabilização das estruturas tradicionais.

Quando um município se compromete com a educação, temos novidade de Estado; quando

uma instituição formadora se compromete com a gestão da saúde, temos uma novidade de

Estado; quando estados se colocam em mediação pedagógica com municípios e instituições

formadoras, temos uma novidade de Estado; quando a formação reúne educação superior,

educação técnica, educação básica e educação popular, temos enorme novidade de Estado.

Desse modo, transformar a formação e a gestão do trabalho em saúde não podem

ser consideradas questões simplesmente técnicas, já que envolvem mudança nas relações, nos

processos, nos atos de saúde e, principalmente, nas pessoas. São questões tecnopolíticas e

implicam a articulação de ações para dentro e para fora das instituições de saúde, na

perspectiva de ampliação da qualidade da gestão, do aperfeiçoamento da atenção integral, do

domínio do conceito ampliado de saúde e do fortalecimento do controle social no sistema.

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A mudança somente repercutirá na formação e na atenção quando todas as

instâncias estiverem centralmente comprometidas. Entretanto, dentro de um colegiado, todas

as instituições têm poder igual e, assim, as instâncias de gestão exercem sua própria

transformação, desenvolvendo compromissos com a inovação da gestão democrática e

horizontal e contextualizada na realidade concreta onde estão inseridas, caracterizando, desta

forma a importância da implicação dos gestores municipais do Ceará com a Política de EPS.

Percebemos também que o alcance dos cursos oferecidos também é motivo de

preocupação entre os membros da CIES. Nos referimos ao alcance relacionado às reais

necessidades de aprendizagem dos profissionais, bem como “a pouca capacidade dos cursos

em formar agentes multiplicadores e não ser apenas em benefício articular do aluno” (I.7).

Outra problemática apontada pelos membros das CIES é a evasão nos cursos oferecidos, indo

de encontro aos dados apresentados na Parte II desta pesquisa, sendo considerado um fator

preocupante.

“Conduzir de forma capilar os processos formativos, viabilizando

amplo alcance do público-alvo e realização dos processos in-lócus

com ênfase na situação do cotidiano do trabalho. Contemplar os

anseios dos trabalhadores e gestores locais dentro dos recursos

disponíveis. Envolver mais pessoas na CIES de forma a consolidar

mais a participação do quadrilátero e dar mais força a EPS.” (I.6)

Levantamos aqui a hipótese de que essa dificuldade em relação ao pouco alcance

das ações de EPS implementadas, bem como a capacidade em formar multiplicadores seja

reflexo de todas as outras dificuldades apontadas: financiamento insuficiente e/ou com

demora de repasse; o pouco envolvimento dos gestores na condução das ações de EPS

planejadas; a participação insuficiente dos atores do quadrilátero de formação nos processos

de planejamento, implementação e avaliação das ações de EPS, comprometendo o produto

final da EPS do que diz respeito a mudanças nas práticas dos profissionais e organizações de

saúde.

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Elementos facilitadores

Apareceram como principais elementos que facilitam a implementação das ações

de EPS na Macrorregião de Sobral e Fortaleza: a existência da CIES e o compromisso de seus

membros no esforço de consolidar a essa Política nas regiões; na Macrorregião de Sobral foi

destacado a parceria com a EFSFVS como instituição formadora e seu envolvimento nos

processos de “gestão administrativa e pedagógica da EPS” (I.10).

“A participação de representantes dos eixos do quadrilátero da

formação de cada região de saúde nas reuniões da CIES.” (I.3)

“A EFSF que é comprometida na execução dos cursos programados

e fica sendo a referência para EPS na Macro Sobral.” (I.5)

“A existência e funcionamento da CIES. A rotina dos encontros

mensais. A participação e envolvimento dos membros da CIES. A

EFSF como grande articuladora dos processos de formação” (I.6)

“O compromisso dos membros da CIES” (I.7)

Foi citada também a parceria com as Coordenadorias Regionais de Saúde (CRES)

que apóiam e colaboram com os processos relacionados a EPS nas Macrorregiões.

“A EFSFVS ser elemento chave protagonizando a política, a

experiência do Pólo de Educação Permanente e o compromisso que a

CRES tem com EPS.” (I.2)

“A instituição formadora compromissada com a Política de Educação

Permanente, a parceria com a CRES.” (I.4)

Parece-nos que a CIES em estreita parceria com EFSFVS são os grandes

protagonistas da EPS na Macrorregião de Saúde de Sobral.

A cidade de Sobral, considerada como Pólo da Macrorregião de Saúde de Sobral,

conta com sua experiência em Educação Permanente em Saúde para ajudar a trilhar o Plano

Macrorregional de Educação Permanente em Saúde.

O processo de Educação Permanente para os profissionais de saúde de Sobral

antecede a PNEPS, ele foi deflagrado em 1997 juntamente com a implantação da Estratégia

Saúde da Família visando oportunizar um espaço que favorecesse a consolidação do novo

modelo de atenção.

Em 2001, com o apoio e a colaboração de parceiros importantes, entre eles a

Universidade Estadual Vale do Acaraú e o Governo do Estado do Ceará, a Prefeitura

Municipal de Sobral, através da Secretaria de Desenvolvimento Social e Saúde, inaugurou as

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instalações da Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia e, em 20 de

fevereiro de 2002, por meio do decreto nº 435, define sua estrutura administrativa como sendo

uma Organização Social. A criação da Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de

Sabóia reflete o compromisso e o seu relevante e estratégico papel de sujeito impulsionador

do desenvolvimento e da organização efetiva do sistema regional de saúde, segundo os

princípios estabelecidos pelo Sistema Único de Saúde e na perspectiva da construção do

modelo de atenção promotor da saúde, sendo desde então responsável pelas ações de

Educação Permanente em Saúde do Município (ANDRADE et al, 2004).

A EFSFVS nasceu mergulhada nas concepções da EPS e vem acumulando

experiências e produzindo cientificamente no sentido de alcançar, a partir das realidades

apresentadas, metodologias que contribuam para suprir as necessidades de aprendizagem dos

atores do quadrilátero da formação.

Toda essa trajetória faz com que a EFSFVS tenha interesse e compromisso com a

EPS da Macrorregião de Sobral, e acreditamos que diante deste contexto a Macrorregião de

Sobral se favorece em relação a implementação das ações de EPS.

Fica claro que os principais elementos facilitadores na implementação das ações

de EPS nas macrorregiões do Ceará dizem respeito aos atores que conduzem esse processo,

sendo destacado o papel desenvolvido pelas CIES, que através de seus membros

protagonizam essa caminhado no Estado do Ceará.

Principais Resultados

Ao abordamos sobre a percepção dos membros da CIES participantes da pesquisa

sobre os principais resultados observamos que eles não apontaram resultados concretos na

mudança na rotina dos serviços, mas nos apresentam como resultados a discussão sobre EPS

gerada a partir do planejamento e implementação das ações previstas no PAREPS. Essa

discussão possibilita um maior entendimento sobre a PNEPS e sensibilização dos diversos

atores sobre a importância desta política para o SUS.

“Acho que o principal resultado foi a EPS está sempre em discussão.

Não sei se houve resultados na forma de trabalho dos profissionais

que participaram das ações já desenvolvidas, mas como ainda

estamos aprendendo e tentando mostrar a importância da EPS para o

SUS, acredito que essa deva ser pauta em todos os espaços

principalmente onde envolva os gestores.” (I.8)

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124

“Resultados como se espera no serviço não se percebe tanto pois

apesar dos cursos ofertados as vagas são insuficientes para abranger

um universo de profissionais que necessitam de capacitação. Acredito

que a oportunidade de sensibilizar alguns profissionais e

principalmente gestores para importância da EPS.” (I.5)

“A sensibilização das categorias da necessidade da educação

permanente.” (I.4)

Não podemos desconsiderar o resultado apontado como avanço, até porque é a

PNEPS é nova e vem a partir de experiências vivenciadas pelo Brasil tentando se firmar e se

adequar as diversas realidades, e foi a partir desta Política que houve a formação de

colegiados no Estado, que tem como objetivo discutir EPS e estratégias para sua

implementação este fato em si deve ser destacado como resultado positivo.

Destacamos como grande desafio o enfrentamento das CIES para garantir

adequação das ações previstas na PAREPS ao que se estabelece na PNEPS, num esforço

principalmente de sensibilização dos atores do quadrilátero da formação para necessidade da

EPS para avanço nas práticas dos profissionais e para melhoria da assistência à saúde prestada

nos municípios das Macrorregiões de Saúde do Ceará.

Outro resultado apresentado diz respeito a preparação individual do profissional

envolvido na ação de EPS. Acredita-se que o profissional que participa destas ações apresente

melhorias no seu desempenho profissional.

“Acredito que os principais resultados estão voltados para melhoria

da prestação dos serviços e com certeza uma melhor compreensão da

política de gestão e técnica profissional.” (I.1)

“Verifica-se maior preparação dos profissionais que participam de

essas ações no cotidiano do trabalho e na resolução de processos

referentes a este.” (I.3)

“Não posso dar certeza mas acredito que melhoria nas ações

profissionais do ator envolvido no processo de capacitação

proporcionando maior visibilidade dos problemas a serem

enfrentados, melhorando seu desempenho, o que repercute

diretamente na melhoria da assistência.” (I.7)

Neste ponto não podemos deixar de refletir novamente sobre as metodologias

utilizadas até então para desencadear processos de mudanças no profissional, nas equipes e

nas organizações dos serviços de saúde, não nos coube nesta pesquisa investigar as

metodologias das ações de EPS, mas vale levantar a indagação sobre a adequação destas ao

fundamento da EPS, no sentido de promover aprendizagem significativa a partir das

necessidades de aprendizagem dos profissionais, comunidade e gestores para gerar

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transformação profissional individual e coletiva no seu ambiente de trabalho, ou esta sendo

reproduzida a Educação Continuada a qual vivenciamos por muitos anos de nossa formação,

que focaliza o aprendizado individual. Quebrar o paradigma da educação continuada para

formação profissional é outro grande desafio.

Segundo Davini (2009) a EPS é um processo importante quando se pretende mais

que o desenvolvimento de uma habilidade, mas a mudança nas práticas e na organização. Os

resultados que se constroem nesse processo, por sua vez, deveriam estar acompanhados ou

articulados com dispositivos de mudança nas organizações, de modo que os avanços não

sejam desconsiderados, nem reduzidos às mesmas rotinas. Daí a importância de se engajar e

articular a educação permanente do pessoal com novos estilos de gestão dos recursos

humanos.

A autora afirma que a questão não se limita a incorporar conhecimento, mas saber

que conhecimento é necessário incorporar, o que aprender, o que desaprender e como fazer

para que os outros (o grupo como um todo) o façam. O problema vai muito além dos

conhecimentos específicos que se ensinam em um curso ou oficina, e aponta para a mudança

nas próprias organizações e seus respectivos contextos.

Acreditamos que seria importante a utilização de ferramentas para

acompanhamento dos resultados oriundos das ações desenvolvidas, desta forma a CIES teria

instrumentos para avaliação dos processos desencadeados numa perspectiva de aperfeiçoá-los,

Percepção sobre a adequação do processo de planejamento, execução e

avaliação para realidade da região

Em relação a percepção dos membros da CIES sobre a adequação do processo de

planejamento, execução e avaliação das ações de EPS à realidade apresentada nas

Macrorregiões de Saúde observamos opiniões relacionadas a considerarem adequado todo o

processo.

“Considero adequado porque se observa através dos relatórios

existentes o nível de participação nos cursos, a evasão e

principalmente os motivos que levam a desistência nos cursos.” (I.1)

“Considero adequado, como todo processo é necessário

acompanhamento, monitoramento, principalmente gerando --- com

recursos públicos, e portanto, nossa CIES tem trabalhado nessa

lógica do quantitativo e do qualitativo.” (I.2)

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126

“Considero adequado uma vez que é definido com base nas

problemáticas vivenciadas nas regiões de saúde” (I.3)

Em contrapartida outros membros nos apresentam reflexões diferentes sobre a

adequação do processo da EPS a realidade das Macrorregiões de Saúde:

“Não posso afirmar que esse processo é totalmente adequado, uma

vez que temos fragilidades na execução, na adesão dos profissionais

se até na avaliação” (I.4)

“Acredito que no planejamento deveria se investir em metodologias

mais trabalhadas para perceber as reais necessidades de

aprendizagem dos profissionais de saúde. Dentro do que foi planejado

na execução fica prejudicada devido a falta de envolvimento dos

gestores, apesar do esforço para aproximar os cursos dos municípios

com necessidades de aprendizagem para o assunto. A avaliação

acontece de acordo com o plano do curso, mas é um ponto importante

que pode nos mostrar muitos indicadores para aperfeiçoamento da

política e que deve ser melhor explorado ” (I.5)

“Ainda não, acredito que no planejamento e na execução deva ser

visto uma forma de se atender mais as demandas locais dos

profissionais e população, sei que isso é interferido por vários fatores

como recurso e participação, porém é nosso desafio. Acho que

poderíamos fazer também uma avaliação ampla com os profissionais

que já participaram dos cursos, mesmo com os que desistiram para

traçar um diagnóstico das ações que estamos desenvolvendo” (I.6)

“Acredito que nós no planejamento e execução poderíamos pensar em

estratégias para capacitar multiplicadores de determinadas ações

com mais efetividade uma vez que com o recurso disponível não temos

como abranger todas as necessidades de aprendizagem de todos os

profissionais dos 55 municípios da macrorregião de Sobral. Nas

avaliações poderíamos contemplar a percepção dos profissionais

sobre a possibilidade de serem multiplicadores.” (I.8)

“Insuficiente. Há necessidade de ser mais participativo e que haja

maior responsabilidade, incluindo dotação orçamentária do estado e

municípios (I.10)”.

A partir destas falas percebemos que os mesmos pontos de fragilidades

reaparecem novamente: a captação das reais necessidades de aprendizagem dos profissionais

da saúde, o envolvimento dos gestores nos processos de EPS e a necessidade de metodologias

para fortalecer a idéia de multiplicadores dos assuntos desenvolvidos nos cursos e

atualizações.

Outro ponto que foi levantado diz respeito a utilização da avaliação como

ferramenta para identificação de diagnósticos e indicadores tanto relacionados a qualidade das

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ações que estão sendo realizadas como as fragilidades que precisam ser revistas e

aprimoradas.

Segundo Brousselle et al (2011) a avaliação deve ser concebida como uma

ferramenta habitual indispensável à formulação da própria ação, de sua implementação e

melhoria. Os autores atribuem várias dimensões a avaliação, primeiro uma dimensão

cognitiva: a avaliação visa a produzir informações científicas válidas e socialmente legitimas.

Segundo, a avaliação tem uma dimensão normativa quando visa emitir um julgamento.

Terceiro, ela tem uma dimensão instrumental ou utilitária quando visa a melhorar uma

situação. O procedimento deve, então, preocupar-se com a utilidade, a implementação, a

eficácia e a eficiência das medidas que têm por objetivo melhorar a vida dos membros da

sociedade (ROSSI E FREEMAN, 1993). E por fim, a avaliação tem uma dimensão

democrática, quando visa provocar debates. Para Guba e Lincoln (1989) mais que a utilização

dos resultados, a própria negociação do processo de avaliação, sua natureza transacional, é

fonte de mudança: a avaliação é em si fonte de mudança.

Essas são questões que precisam ser trabalhadas nas Macrorregiões de Saúde do

Ceará, reconhecendo o papel fundamental das CIES e das Instituições Formadoras neste

desafio, porém não deixando de resgatar que a PNEPS para ser efetivada realmente necessita

de um maior envolvimento e/ou representatividade de todos atores que fazem parte do

quadrilátero da formação: gestores, formadores, profissionais de saúde e comunidade.

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Parte IV

Matriz de Avaliação

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5.10 Proposta de Matriz com Indicadores para Avaliação Implementação das Ações de

Educação Permanente em Saúde

Uma das etapas da metodologia do estudo de avaliabilidade é a definição de

indicadores de desempenho a serem utilizados para uma avaliação futura. Neste item nos

propomos a elaborar uma matriz, apresentada no quadro 4, na qual contém a dimensão a ser

avaliada no programa, os principais aspectos a serem avaliados de acordo com esta dimensão

e os indicadores para cada aspecto.

Esta matriz foi elaborada tendo como base as etapas percorridas pela pesquisa:

análise dos documentos, e informações oriundas dos informantes-chaves. Ressaltamos que a

mesma precisa retornar ao grupo de informantes-chaves, para ser apresentada e discutida,

podendo ser modificada até o consenso entre o grupo.

Posteriormente a matriz precisa ser submetida à apreciação de um comitê formado

por pessoas da área acadêmica com forte ligação com a temática e representantes das CIES do

Ceará. De acordo com a metodologia, cada membro do comitê terá que atribuir um valor

entre 0 (zero) e 10 (dez) para cada indicador, esclarecendo-se que o valor zero corresponderia

à não importância do indicador para a avaliação, ao passo que o valor 10 (dez) significaria que

o indicador teria a máxima importância. Os membros do comitê poderão sugerir novos

critérios e modificações àqueles apresentados.

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Quadro 5. Proposta de Matriz para Avaliação da PNEPS na dimensão da

Implementação das Ações aprovadas de acordo com a Região.

Dimensão Aspectos Indicadores Pontuação

(atribuir

nota de

zero a dez)

Implementa

ção das

Ações de

EPS

aprovadas

de acordo

com a

região

Estrutura CGR:

-Atuante

-Possui regimento

-Sala/Sede própria

- Arquivos próprios

-Meios de Divulgação (site, informativos)

CIES:

-Atuante

-Possui regimento

-Sala/Sede própria

- Arquivos próprios

-Meios de Divulgação (site, informativos)

Funcionamento CGR:

-Cadastros dos membros atualizado

-Reuniões periódicas

-Registro das reuniões em ata

-Acompanhamento da freqüência dos

membros

-Secretária Executiva

CIES:

-Cadastros dos membros atualizado

-Reuniões periódicas

-Registro das reuniões em ata

-Acompanhamento da freqüência dos

membros

-Secretária Executiva

Plano de Ação -Elaborado coletivamente considerando a

representatividade do Quadrilátero da

Formação (gestão, formação, trabalhadores

e controle social).

- Plano de trabalho com clareza dos

objetivos.

- Coerência entre as ações propostas e os

problemas identificados.

- É garantido o levantamento das

necessidades de aprendizagem dos atores

do Quadrilátero da Formação.

- As ações conseguem ser realizadas dentro

do previsto no planejamento e resoluções.

Page 132: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

131

- O Plano para desenvolvimento de cada

ação elaborado pela instituição formadora

é discutido/ apresentado para CGR/CIES.

- Existe um membro da equipe (CGR ou

CIES) responsável pelo acompanhamento

das ações desenvolvidas

- Há avaliações periódicas envolvendo

todos os atores da ação desenvolvida.

- O recurso financeiro é liberado de acordo

com o previsto.

Desenvolvimento

das ações

- As metodologias utilizadas são coerentes

com o conceito de Educação Permanente;

- O corpo docente é qualificado para

ofertar os cursos;

O corpo docente tem conhecimento sobre o

serviço nos quais os alunos estão inseridos;

-Existe banco de dados com informações

sobre as ações desenvolvidas (CGR/ CIES)

Resultados -São executadas estratégia para

acompanhamento dos resultados.

-Os profissionais egressos dos cursos são

acompanhados.

-É discutida com equipe (CGR/CIES) as

dificuldades encontradas em cada curso.

-Existe indicadores para acompanhamento

dos impactos das ações desenvolvidas.

- Há registro arquivado com resultados

encontrados.

- Os resultados são divulgados e analisados

por todos os atores envolvidos.

Page 133: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

132

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo de avaliabilidade da implementação das ações de EPS no Ceará permitiu

perceber nas macrorregionais os distintos estágios da implementação das diretrizes

estabelecidas pela Portaria 1996/07 e mostrou-se apropriado colaborando com maior

entendimento dos envolvidos, melhor definição dos objetivos e metas e indicando áreas

prioritárias para futuras avaliações.

Este estudo possibilitou, ainda, a construção do Marco lógico a partir dos

documentos oficiais da PNEPS sob um olhar da autora, consideramos que seria importante

um estudo posterior para validação das estruturas apresentadas por este marco lógico, na

intenção de torná-lo consistente e que seja facilmente entendido por quem o leia.

Observamos que a organização da PNEPS no Ceará se difere por apresentar a CIES

como principal articuladora da EPS no Estado. Em relação a estrutura das CIES do Ceará, as

mesmas operam sem uma estrutura física própria, nem apoio tecnológico, como

computadores, dividem espaços de outros setores da saúde da região, dificultando a

organização de seus arquivos e produtos oriundos das atividades desenvolvidas. A

Macrorregião de Sobral conta com o apoio da EFSFVS que disponibiliza sua estrutura para

organização da CIES, facilitando o acesso aos dados referentes a esta CIES.

Outro ponto importante detectado é a importância da Secretária Executiva das CIES

para articulação, mobilização, organização entre outras funções. A CIES requer de suas

secretárias executivas uma demanda de tempo para se dedicar a esta função, o que muitas

vezes não é possível, pois os profissionais que a desempenham não são exclusivos para

CIES, tendo suas atividades principais na gestão e/ou ensino.

Não conseguimos fazer análise das atas das reuniões da CIES da Macrorregião do

Cariri por não ter tido acesso as mesmas. Em relação a Macrorregião de Fortaleza tivemos

acesso a 19 atas referentes ao período de 2007 a 2011, observamos que nestas reuniões a

representatividade dos seguimentos do quadrilátero da formação é insuficiente considerando a

extensão territorial da Macrorregião de Fortaleza. A Macrorregião de Sobral também possui a

mesma problemática, a participação com representatividade dos seguimentos do quadrilátero

da formação é insuficiente. Nestas duas últimas macrorregiões referidas a maior participação

se dá no seguimento de gestão, ficando o seguimento do controle social e profissionais de

saúde com menor média de participantes por reunião. Esses dados nos fazem perceber a

importância de se discutir e elaborar estratégias para sensibilização dos atores que são alvo da

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EPS sobre a importância destas ações para melhoria das práticas oferecidas pelo SUS e na

perspectiva também de aumentar a representação destes seguimentos nos processos de

planejamento, execução e avaliação das ações desenvolvidas.

De acordo com a análise feita nos dados coletados em relação às ações de EPS

previstas nas resoluções no período de 2007 a 2011, das 11 resoluções que tivemos a

Macrorregião do Cariri foi contemplada em 9 resoluções. Observamos que apenas cinco

cursos foram concluídos, diante deste dado acreditamos que seria necessário, para uma análise

mais aprofundada, de um outro momento, com visita in loco, participação nas reuniões e

entrevistas com os atores do processo para entender os reais motivos que interferem e

dificultam a realização das ações de EPS na Macrorregião do Cariri previstas nas resoluções

do Estado do Ceará.

A Macrorregião de Fortaleza também foi contemplada em 9 resoluções, porém

não conseguimos dados suficientes para fazer análises sobre a situação atual das ações

previstas nas resoluções, se foram executadas e seu aproveitamento.

A Macrorregião de Sobral foi contemplada em 10 Resoluções e foi a única

macrorregião que conseguimos dados suficientes para o preenchimento da tabela elaborada

para esta pesquisa. De acordo com os dados percebemos que uma grande problemática é a

evasão nos cursos executados, nos fazendo refletir sobre alguns fatores que poderiam

influenciar nesta situação: a extensão territorial desta macrorregião, o período e o local onde

são oferecidos os cursos o que requer deslocamento dos profissionais, necessitando do apoio

dos gestores para transporte ou empenho pessoal para arcar com esta despesa; até que ponto

estes cursos partem realmente das necessidades de aprendizagem destes profissionais?; outro

ponto importante é se as metodologias utilizadas nos cursos ofertados condizem com

Educação Permanente, no sentido de problematizar entre os atores suas vivências e

experiências de forma a envolvê-los e torná-los produtores de conhecimento individual e

coletivo ou os cursos são oferecidos no formato da Educação Continuada, focalizada, com

cursos pontuais e carga horária definidas, com conteúdos e dinâmicas definidas centralmente,

desarticulados da vivência dos profissionais onde o conhecimento prescinde a prática com

objetivo de atualização individual de um conhecimento específico?

Todos estas reflexões nos mostram a necessidade de uma sistematizar uma

avaliação e acompanhamento das ações desenvolvidas, onde seus resultados sirvam de

indicadores para a CIES e instituições formadoras aprimorarem e ou redesenharem as

estratégias de ensino-aprendizagem.

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Na análise das resoluções percebemos que o financiamento das ações previstas

para Macrorregião de Fortaleza e Cariri são via Fundo Estadual de Saúde, ressaltamos que

apenas em duas resoluções (nº 192/2011 e nº 193/ 2011) o Cariri teve seu recurso liberado

para o Fundo Municipal de Saúde de Barbalha. Para a Macrorregião de Saúde de Sobral o

recurso para desenvolvimento das ações é liberado através do Fundo Municipal de Saúde de

Sobral. Desta forma acreditamos que este fator também merece questionarmos quais os

entraves burocráticos enfrentados por cada macrorregião para liberação dos recursos e até que

ponto estes interferem no desenvolvimento das ações de EPS previstas nas resoluções.

Esta pesquisa também nos possibilitou contato direto com os membros das CIES

de Fortaleza e Sobral e de acordo com os que participaram da pesquisa observamos que a

compreensão geral da essência da Política de Educação Permanente em Saúde é bem

trabalhada e incorporada pelos membros da CIES. A pesquisa nos mostrou a que a grande

responsabilidade na condução da Política nas Macrorregiões de Saúde do Ceará fica a cargo

das CIES. Ressaltamos que nas Macrorregiões de Saúde de Sobral e Fortaleza, reflexo da

condução da Política em todo o Ceará, na prática a EPS fica sob responsabilidade da CIES,

com apoio Comissão Intergestora Regional (CIR) que é formada pelos gestores dos

Municípios que formam as Macrorregiões de Saúde. A CIR então representa a CGR, com

algumas de suas funções, não na sua essência como prevê a PNEPS. Esse pouco

envolvimento dos gestores municipais surgido na pesquisa,causa insatisfação por parte dos

membros da CIES e faz com que os processos de EPS sejam dificultados. Destacamos que a

Política de Educação Permanente deveria ter como um de seus protagonistas os gestores e não

tê-los apenas como apoiadores.

Em relação às dificuldades vivenciadas pelos membros das CIES na

implementação das ações de EPS observamos que a falta de envolvimento dos gestores nas

decisões relacionadas a PNEPS esteve presente em todas as falas dos pesquisados. Foi

apontado também que a sensibilização desses atores se tornava uma das principais estratégias

de implementação das ações e que os entraves vivenciados pelos profissionais em seus

municípios seria uma das causas da evasão dos cursos.

Percebemos também que o alcance dos cursos, relacionado a suprir as reais

necessidades de aprendizagem e a pouca capacidade dos cursos em formar multiplicadores,

também é motivo de preocupação entre os membros da CIES. Dentro do contexto da pesquisa

foi levantado a hipótese de que essa dificuldade seja reflexo de todas as outras dificuldades

apontadas como: financiamento insuficiente e/ou com demora de repasse; o pouco

envolvimento dos gestores na condução das ações de EPS planejadas; a participação

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insuficiente dos atores do quadrilátero de formação nos processos de planejamento,

implementação e avaliação das ações de EPS, comprometendo o produto final da EPS do que

diz respeito a mudanças nas práticas dos profissionais e organizações de saúde.

Foi citado como principais elementos que facilitam a implementação das ações de

EPS na Macrorregião de Sobral e Fortaleza: a existência da CIES e o compromisso de seus

membros no esforço de consolidar a essa Política na região; a parceria com as CRES que

apóiam e colaboram com os processos relacionados a EPS nas Macrorregiões

Na Macrorregião de Sobral foi destacado a parceria com a EFSFVS como

instituição formadora e seu envolvimento nos processos pedagógicos e de gestão da EPS.

Parece-nos que a CIES em estreita parceria com EFSFVS são os grandes protagonistas da

EPS na Macrorregião de Saúde de Sobral, e esta parceria aliada a trajetória da EFSFVS na

EPS, parece-nos que favorece a Macrorregião de Sobral em relação a implementação das

ações de EPS.

Os principais resultados em relação a implementação das ações de EPS nas

macrorregiões do Ceará, na percepção dos nossos informantes, foram a discussão sobre EPS

gerada a partir do planejamento e implementação das ações previstas no PARESPS. Essa

discussão possibilita um maior entendimento sobre a PNEPS e sensibilização dos diversos

atores sobre a importância desta política para o SUS. Não apontaram nenhum resultado na

mudança na rotina dos serviços,

Outro resultado apresentado diz respeito a preparação individual do profissional

envolvido na ação de EPS. Acredita-se que o profissional que participa destas ações apresente

melhorias no seu desempenho profissional, sendo novamente levantado o questionamento

sobre se as metodologias utilizadas nos processos estão condizentes com EPS ou com

Educação continuada?

Mostou-se novamente a necessidade da utilização da sistematização da avaliação

como ferramenta para identificação de diagnósticos e indicadores tanto relacionados a

qualidade das ações que estão sendo realizadas como as fragilidades que precisam ser revistas

e aprimoradas.

Desta forma questões como: sensibilização e intensificação da participação dos

atores do quadrilátero da formação para os processos da EPS; a captação das reais

necessidades de aprendizagem dos profissionais alvo das ações; o envolvimento efetivo dos

gestores nos processos de EPS; a necessidade de metodologias condizentes com a EPS que

forme multiplicadores dos assuntos desenvolvidos nos cursos e atualizações, precisam ser

trabalhadas nas Macrorregiões de Saúde do Ceará, reconhecendo o papel fundamental das

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CIES e das Instituições Formadoras neste desafio, porém não deixando de enfatizar que a

Política de EPS para ser efetivada realmente necessita de um maior envolvimento e/ou

representatividade de todos atores que fazem parte do quadrilátero da formação: gestores,

formadores, profissionais de saúde e comunidade.

Esta pesquisa nos possibilitou, a partir de seus resultados, propor uma matriz para

avaliação da Política de EPS na dimensão da implementação das ações de EPS aprovadas de

acordo com cada região. Esta matriz propõe uma avaliação relacionada aos aspectos:

Estrutura, Funcionamento, Plano de Ação, Desenvolvimento das ações e Resultados e para

cada aspecto foram elencados indicadores. Ressaltamos a necessidade de outra pesquisa para

aprimorar e validar a matriz antes de sua aplicação.

Este estudo enfrentou um grande desafio no campo de coleta de dados no que diz

respeito ao registro dos dados referentes aos processos que envolvem ações da Política de

Educação Permanente em Saúde no Ceará. Acreditamos que se faz necessário uma atenção

maior a organização destes dados para que possamos conhecer os avanços e os entraves

vivenciados pelas CIES na condução desta Política.

Com tudo a Política de EPS no Ceará é uma intervenção passível de avaliação,

pois foi possível explicitar sua plausibilidade, porém se faz indispensável o monitoramento

das ações com registro detalhados sobre os processos desencadeados e arquivamento

adequado dos mesmos por cada instância macrorregional, possibilitando visibilidade por

todos os interessados.

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137

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146

APÊNDICES

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147

APÊNDICE 1

Sobral, 15 julho de 2013

Aos Membros da Comissão de Integração Ensino-Serviço – CIES ________________

Eu, Andréa Albuquerque Costa, enfermeira, mestranda em Saúde da Família pela

Universidade Federal do Ceará/Sobral, cuja dissertação tem como objetivo geral: “Pré-avaliar

o processo de implementação das ações de Educação Permanente em Saúde no Estado do

Ceará no período de 2007 a 2011”, venho por meio deste solicitar autorização para ter acesso

às informações referentes a CIES/Sobral como: atas das reuniões, composição da CIES,

estrutura e funcionamento, arquivos gerais, entre outros.

Desde já agradeço a atenção a mim dispensada e ressalto que todos os preceitos

éticos estarão garantidos no desenvolvimento desta pesquisa.

________________________________

Andréa Albuquerque Costa

___________________________________________________________________________

Pesquisa: Implantação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde no Estado do

Ceará: um estudo de avaliabilidade. CAAE: 03281712.0.0000.5053. Parecer aprovado dia

11/07/2012 nº 54714.

Mestranda: Andréa Albuquerque Costa, bolsista FUNCAP, [email protected], (88)

88572528/ (88) 36142528. Avenida Gerardo Rangel, 801, Apto. 1402, Derby, Sobral, CE.

Orientadora: Dra. Maristela Inês Osawa Chagas, [email protected], (88) 36774242 (CCS/UVA).

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148

APÊNDICE 2

Sobral, 15 julho de 2013

À Dra. Maria Socorro de Araújo Dias

Diretora Geral da Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia

Eu, Andréa Albuquerque Costa, enfermeira, mestranda em Saúde da Família pela

Universidade Federal do Ceará/Sobral, cuja dissertação tem como objetivo geral: “Pré-avaliar

o processo de implementação das ações de Educação Permanente em Saúde no Estado do

Ceará no período de 2007 a 2011”, venho por meio deste solicitar sua autorização para ter

acesso as informações e documentos referentes aos cursos e atividades de Educação

Permanente em Saúde executadas na Macrorregião de Sobral por esta instituição.

Desde já agradeço a atenção a mim dispensada e ressalto que todos os preceitos

éticos estarão garantidos no desenvolvimento desta pesquisa.

________________________________

Andréa Albuquerque Costa

___________________________________________________________________________

Pesquisa: Implantação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde no Estado do

Ceará: um estudo de avaliabilidade. CAAE: 03281712.0.0000.5053. Parecer aprovado dia

11/07/2012 nº 54714.

Mestranda: Andréa Albuquerque Costa, bolsista FUNCAP, [email protected], (88)

88572528/ (88) 36142528. Avenida Gerardo Rangel, 801, Apto. 1402, Derby, Sobral, CE.

Orientadora: Dra. Maristela Inês Osawa Chagas, [email protected], (88) 36774242 (CCS/UVA).

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149

APÊNDICE 3

CONSOLIDADO

Consolidado dos documentos oficiais da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará referentes a Política Estadual de Educação Permanente

em Saúde no período de 2007 a 2011 no que diz respeito às ações programadas

Tipo Data Ações Programadas Turmas Vagas Recurso Período Situação Nº Insc. Nº

Final.

%

Concl.

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150

APÊNDICE 4

PESQUISA: IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO

PERMANENTE EM SAÚDE NO ESTADO DO CEARÁ: UM ESTUDO DE

AVALIABILIDADE

PESQUISADORA: ANDRÉA ALBUQUERQUE COSTA

ORIENTADORA: DRA. MARISTELA INÊS OSAWA CHAGAS

ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DAS COMISSÕES DE INTEGRAÇÃO

ENSINO-SERVIÇO DO CEARÁ

CIES _____________

1. RECURSOS FÍSICOS

Possui sede?

( ) Sim ( )Não

Se sim, onde se localiza.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Quantas salas disponíveis para CIES?

___________________________________________________________________________

Possui arquivos próprios?

( ) Sim ( )Não

Se sim, quais os arquivos existentes.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

2. RECURSOS MATERIAIS

Tem regimento?

( ) Sim ( )Não

Tem site?

( ) Sim ( )Não

Caso sim, qual? _____________________________

Possui linha telefônica?

( ) Sim ( )Não

Tem algum informativo de divulgação?

( ) Sim ( )Não

As reuniões são registradas em atas?

( ) Sim ( )Não

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151

As atas das reuniões são divulgadas?

( ) Sim ( )Não

Qual meio de divulgação:_______________________

3. COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DA CIES

Quem são os membros da CIES e qual seguimento do quadrilátero representam?

Nº Seguimento Profissão Função na CIES Ano de Entrada

Periodicidade das reuniões realizadas pela CIES/ CGR

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

FUNCIONAMENTO DA CIES COM RELAÇÃO ÀS REUNIÕES REALIZADAS

Ano Mês Principais pontos

de pauta

Principais

deliberações

Ata

Nº de participantes

G

PS IE CS O TOTAL

*Tabela adaptada a partir do modelo aplicado na pesquisa realizada pelo Observatório em

Recursos Humanos em Saúde num estudo intitulado Avaliação do Processo de Implantação e

Operacionalização dos Pólos de Educação Permanente em Saúde do Estado do Ceará.

G – Gestão; OS – Profissionais de Saúde; IE – Instituições de Ensino; CS – Controle

Social; O – Outos.

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152

APÊNDICE 5

PESQUISA: IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO

PERMANENTE EM SAÚDE NO ESTADO DO CEARÁ: UM ESTUDO DE

AVALIABILIDADE

PESQUISADORA: ANDRÉA ALBUQUERQUE COSTA

ORIENTADORA: DRA. MARISTELA INÊS OSAWA CHAGAS

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS PARA OS INTEGRANTES DAS

COMISSÕES DE INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO (CIES) DO CEARÁ

I. Identificação:

CIES: ________________________________Sexo: ___________Idade: ________________

Município de origem: _____________________________Profissão: ____________________

Ano que ingressou como membro desta CIES:______________________________________

Segmento que representa na CIES:

( ) Gestores ( ) Instituições Formadoras ( ) Profissionais da Saúde

( ) Conselheiros/Usuário Outros: _______________________________________________

II. FORMULÁRIO

a) Descreva sua compreensão acerca da Política Nacional de Educação Permanente em

Saúde?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

b) De acordo com sua vivência nesta CIES, descreva as etapas percorridas para

construção do Plano de Ação Regional de Educação Permanente em Saúde?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

c) Como é realizado o levantamento das necessidades de aprendizagem dos profissionais

que compõe do quadrilátero da Saúde?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

d) Uma vez elaborado o do Plano de Ação Regional de Educação Permanente em Saúde

(PAREPS) da sua macrorregião, como se dá a priorização das ações?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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153

e) Que estratégias são desenvolvidas para viabilizar a implementação das ações de

Educação Permanente em Saúde aprovadas no PAREPS e CIB na sua macrorregião?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

f) Quais são as estratégias de divulgação para os público alvo das ações de Educação

Permanente aprovadas no PAREPS e CIB na sua macrorregião?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

g) Quais as principais dificuldades vivenciadas na implementação das ações de

Educação Permanentes Saúde aprovadas no PAREPS e na CIB na sua macrorregião?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

h) Quais são os principais elementos que facilitam a implementação das ações de

Educação Permanentes aprovadas no PAREPS e na CIB na sua macrorregião?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

i) De acordo com sua percepção, quais foram os principais resultados com a

implementação das ações de educação permanente em saúde desenvolvidas pela CIES

de sua região nas áreas da Formação, Gestão, Atenção e Controle social?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

j) Você considera o processo de planejamento, execução e avaliação das ações de

Educação Permanente adequados para realidade de sua região? Por quê?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Agradeço a sua participação.

Andréa Albuquerque Costa

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154

APÊNDICE 6

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Caro (a) Sr. (a),

Sou enfermeira, mestranda em Saúde da Família pela Universidade Federal do

Ceará e estou desenvolvendo uma pesquisa intitulada “Implantação da Política Nacional de

Educação Permanente em Saúde no Estado do Ceará: Um Estudo de Avaliabilidade”. O

objetivo principal é Pré-avaliar o processo de implementação das ações de Educação

Permanente em Saúde no Estado do Ceará no período de 2007 a 2011.

Neste sentido, solicito sua colaboração para participar da pesquisa respondendo a

um formulário. Isto não lhe trará nenhum dano, nem mesmo risco de receber advertência por

ter participado ou não. Aceitando participar, se por qualquer motivo resolver desistir, tem toda

liberdade para retirar o seu consentimento a qualquer momento, não lhe acarretando nenhuma

penalização. Sua participação contribuirá para o aperfeiçoamento da Política de Educação

Permanente no Ceará.

Os dados serão apresentados no texto final da minha dissertação, serão também

apresentados nas reuniões das Comissões de Integração Ensino-Serviço (CIES) do Ceará, bem

como publicados em periódicos científicos. Ressaltamos que sua participação ficará no

anonimato, não sendo divulgado o seu nome durante e após o desenvolvimento do estudo.

Desde já, eu Andréa Albuquerque Costa, agradeço a sua participação e me coloco

a inteira disposição para qualquer esclarecimento. Caso necessite, poderá entrar em contato

comigo ou com o Comitê de Ética e Pesquisa da UVA:

Andréa Albuquerque Costa, enfermeira, mestranda em Saúde da Família pela Universidade

Federal do Ceará, telefone: (88) 88572528 ou endereço: Avenida Gerardo Rangel, 801, Apto.

1402, Derby, Sobral – Ce, CEP:62041-380. E-mail: [email protected]

Orientadora: Dra. Maristela Inês Osawa Chagas. Diretora do Centro de Ciências da Saúde

UVA/Sobral. Prof(a). Dra. do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família da

Universidade Federal do Ceará (UFC)/ Campus Sobral. E-mail: [email protected]

Comitê de Ética e Pesquisa – UVA: Avenida Comandante Maurocélio Rocha Ponte, 150,

Sobral – Ce, CEP: 62042-280 Tel: (88)36774255

Andréa Albuquerque Costa

Responsável pela Pesquisa

TERMO DE CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO

Declaro que fui convenientemente esclarecido do estudo citado acima, que tem como

pesquisadora responsável Andréa Albuquerque Costa, compreendi seus objetivos, logo

concordo em participar da pesquisa e declaro estar ciente de que a qualquer momento posso

retirar meu consentimento em participar da mesma.

__________________, ______ de_______________, 2012

___________________________________________

Assinatura do pesquisado

(1ª via participante 2ª via pesquisador)

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155

APÊNDICE 7

Primeiro recorte da análise de conteúdo por informante

Núcleos de sentido Falas

Política Nacional de Educação Permanente em Saúde

Construção do Plano de Ação Regional de Educação

Permanente em Saúde

Levantamento das necessidades de aprendizagem

Priorização das ações de EPS

Estratégias de implementação das ações de EPS

Dificuldades

Elementos facilitadores

Principais resultados

Percepção sobre a adequação do processo de

planejamento, execução e avaliação para realidade da

região

Fonte: Elaborado pela autora a partir do modelo apresentado por Nóbrega (2006)

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156

APÊNDICE 8

Síntese horizontal, de acordo com os núcleos de sentido, a partir de cada informante

Fonte: Elaborado pela autora a partir do modelo apresentado por Nóbrega (2006)

Núcleos de sentido I.1 I.2 I.3 I.4... I.10 Síntese

horizontal

Política Nacional de Educação

Permanente em Saúde

Construção do Plano de Ação

Regional de Educação Permanente

em Saúde

Levantamento das necessidades de

aprendizagem

Priorização das ações de EPS

Estratégias de implementação das

ações de EPS

Dificuldades

Elementos facilitadores

Principais resultados

Percepção sobre a adequação do

processo de planejamento, execução

e avaliação para realidade da região

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157

APÊNDICE 9

Tabela 1: Ações programadas de Educação Permanente em Saúde no período de 2007 a 2011 para Macrorregião do Cariri.

Tipo Ações programadas Turma Vagas Recurso Período Concluído Nº

insc.

Nº final %

Concl.

Resolução 200/

2007

05/11/2007

Curso de Complementação do Técnico de

Enfermagem

02 turmas 60 112.500,00

FES

Concluído 1

turma

35

A outra turma foi contemplada na resolução 193/2011.

Curso Técnico em Higiene Dental 04 turmas 120 439.155,36

FES

Concluído 2

turmas

70

As outras 2 turmas foram contempladas na resolução 193/2011. (THD)

Especialização em Gestão do SUS 01 turmas 150.000,00

FES

Concluído 35

Curso de Regulação, Avaliação e Auditoria 01 turmas 21.968,98

FES

Concluído 35

Resolução nº

334/2008

(05/12/2008)

Cursos – Formação

Técnica

Educação

Profissional de Nível

Técnico

(R$ 324.000,00 -

FES)

Técnico em Higiene

Dental – THD

01 Turma 30 54.000,00

Técnico em Prótese

dental

01 Turma 20 36.000,00

Técnico de

laboratório

01 Turma 20 36.000,00

Técnico em

Sistemas de

Informação em

Saúde

01 Turma 30 54.000,00

Técnico de

Enfermagem

01 Turma 30 54.000,00

Técnico de

Enfermagem –

Complementar

01 Turma 30 54.000,00

Técnico em

Radiologia

01 Turma 20 36.000,00

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158

Cursos –

Modalidade

Atualização

Educação

Profissional de Nível

Técnico

(R$ 74.154,00 -

FES)

Auxiliar de

Farmácia

02 Turmas 60 37.077,00

Qualificação para

Agentes de

Endemias

01 Turma 30 18.538,50

Curso de preparação

de análise para

laboratório

01 Turma 30 18.538,50

Cursos –

Modalidade

Atualização

Educação

Permanente em

Saúde

(R$ 46.964,20 -

FES)

Curso de

Atualização em

Atenção à Saúde da

Mulher

01 Turma 20 12.359,00

Atualização para

Secretárias

Executivas

01 Turma 28 17.302,60

Atualização para

Facilitadores em

Educação em Saúde

e Mobilização

Social

01 Turma 28 17.302,60

Curso – Modalidade

Aperfeiçoamento

Educação

Permanente em

Saúde

(R$61.200,00 - FES)

Curso de

Capacitação para

Equipes do NASF

01 Turma 20 17.000,00

Aperfeiçoamento de

condutas Odonto.

Em pacientes com

deficiência

01 Turma 24 20.400,00

Curso de Aperf. Em

Inf. Básicas em

Comunic. e Inf. em

Saúde para

Conselheiros e

Agentes Sociais

01 Turma 28 23.800,00

Page 160: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

159

Curso – Modalidade

oficina

Educação

Permanente em

Saúde

(R$12.772,00 - FES)

Oficina em vivência

e estágios no SUS

01 Turma 20 12.772,00

Curso – Modalidade

Especialização

Educação

Permanente em

Saúde

(R$257.145,28 -

FES)

Especialização em

Educação na Saúde

para o SUS

01 Turma 30 128.572,64

Especialização em

Saúde da Família

01 Turma 30 128.572,64

Resolução 436/

2009

09/12/2009

Formação Técnica

Educação

Profissional de Nível

Técnico

(R$ 270.000,00 -

FES)

Técnico em Saúde

Bucal TSB -

complementar

02 60 135.000,00 Contemplado na

resolução

193/2011

Técnico de

enfermagem -

Complementar

02 60 135.000,00 Contemplado na

resolução

193/2011. Será

realizado em

2013 por conta

do período

eleitoral

Cursos –

Modalidade

Atualização

Educação

Permanente em

Saúde

(R$ 316.462,50 -

FES)

Curso Suporte

Avançado em

Obstetrícia – ALSO

03 90 135.575,10 Pactuado na

CIES a mudança

para Urgência e

Emergência em

Obstetrícia.

Aguardando

autorização da

CGETES

Curso Suporte

Avançado em

Pediatria – PALS

03 90 80.771,40 Pactuado na

CIES a mudança

para Urgência e

Page 161: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

160

Emergência em

Pediatria.

Aguardando

autorização da

CGETES

Curso de

Assistência a

Mulher no Ciclo

reprodutivo

04 162 100.116,00 Aguardando

autorização da

CGETES

Curso – Modalidade

Aperfeiçoamento

Educação

Permanente em

Saúde

(R$ 61.200,00 -

FES)

Aperfeiçoamento de

condutas

odontológicas em

pacientes com

deficiência

02 72 61.200,00 Aguardando

autorização da

CGETES

Curso – Modalidade

Especialização

Educação

Permanente em

Saúde

(R$ 128.572,98 -

FES)

Especialização em

Saúde da Família

01 38 128.572,98 Aguardando

autorização da

CGETES

Resolução nº

450/2009

10/12/2009

Formação Técnica

Educação

Profissional de Nível

Técnico

(R$ 575.403,10 –

FES)

Valor total do

Técnico em Prótese

Dental

01 28 275.324,00 Contemplado na

resolução

193/2011.

Page 162: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

161

recurso*

Educação

Permanente em

Saúde

(R$ 575.403,10 –

FES)

Valor total*

Vigilância alimentar

e nutricional

01 40 30.000,00 Aguardando

autorização da

CGETES

Capacitação dos

NASF

02 120 90.000,00 Aguardando

autorização da

CGETES

Urgência e

emergência

01 70 98.000,00 Aguardando

autorização da

CGETES

Abordagem clínica e

tratamento da

dengue

02 103 77.250,00 Concluído

Resolução nº

185/2010

05/07/2010

Cursos – Formação

Técnica

Educação

Profissional de Nível

Técnico

(R$ 200.000,00

FES)

Técnico em

vigilância em Saúde

01 30 200.000,00

Resolução nº

15/2011

25/02/2011

Cursos – Formação

Técnica

Educação

Profissional de Nível

Técnico

(R$ 168.265,87 –

FES)

Curso de atualização

em Vigilância em

Saúde

02

67

168.265,87 Contemplado na

resolução

193/2011

Técnico em

Radiologia

01 72 Contemplado na

resolução

193/2011

Resolução nº

192/2011

Cursos – Formação

Técnica

Técnico em

Homoterapia

01

30

263.974,58

Page 163: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

162

29/08/2011 Educação

Profissional de Nível

Técnico

(R$ 263.974,58-

FMS de Barbalha)

Urgência e

emergência

01 30

Resolução nº

193/ 2011

31/08/2011

Cursos – Formação

Técnica

Educação

Profissional de Nível

Técnico

(R$ 1.184.416,82

FMS de Barbalha))

Técnico em

enfermagem/

Complementar

01 30 56.250,00

Curso Técnico em

Saúde Bucal

02 60 219.577,82

Técnico em

enfermagem/

Complementar

02 60 135.000,00

Curso Técnico em

Saúde Bucal -

complementação

02 60 135.000,00

Curso Técnico em

Prótese Dentária

01 28 275.324,00

Curso de

Atualização em

Vigilância em

Saúde

02 67 13.465,00

Curso Técnico em

Sistema de

Informação em

Saúde

01 72 154.800,00

Curso Técnico em

Vigilância em

Saúde

01 30 195.000,00

Resolução nº

236/ 2011

31/10/2011

Cursos – Formação

Técnica

Educação

Profissional de Nível

Técnico

Curso Técnico em

Análises Clínicas

02 62 458.129,41 Aguardando

autorização da

CGETES para

ETSUS elaborar

o projeto do

curso.

Page 164: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

163

(R$ 458.129,41 –

FES)

Valor total

Educação

Permanente em

Saúde

(R$ 458.129,41 –

FES) Valor total

Aperfeiçoamento

em Saúde da Mulher

02 70 Falta pactuar a

instituição

Fontes: Resoluções da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará referentes a EPS; Levantamento das ações de Educação Permanente em Saúde portaria 2.953/2009, 4.003/2010, 2.200/2011;

Relatório da situação atual dos recursos da Educação Permanente para o período de 2007 a 2011 para Macrorregião do Cariri.

Page 165: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

164

APÊNDICE 10

Tabela 2: Consolidado das Atas das reuniões da CIES/ Fortaleza no período de 2007 a 2011. Ano Mês Principais pontos de pauta Principais deliberações Ata Número de Participantes

G PS IE CS O TOTAL

2008 15/out

Oficina de Sistematização do Plano Regional de

Educação Permanente em Saúde(PAREPS)

Enviar consolidado da planilha aos membros dos

colegiados; Oficina Operacional

PEEPS/Qualificação Operacional no SUS, no

período de 21 a 22/10/2008; Reunião Consolidar

PAREPS em 23/10/08 na 1ªCRES/SESA; As

CRES que já enviaram seus planos não serão

obrigadas a refazer o consolidado, que poderá ser

resolvido na reunião do dia 23/10/08; Pactuação

do Plano na reunião CIB em 24/10/08;

Sim 18 4 12 4 19 57

23/out Segunda fase da Oficina de Sistematização do

Plano Regional de Educação Permanente em

Saúde(PAREPS) Macro- Fortaleza; Situação do

processo de elaboração dos PAREPS nas

microrregiões de saúde; Apresentação e

apreciação dos PAREPS enviados à CIES

Formada Comissão para dar continuidade ao

exercício iniciado em reunião no dia 24.10.08

sobre o foco da atenção primária; Pactuação do

Plano na reunião CIB em 24/10/08.

Sim 14 2 10 3 12 41

11/Nov Analisar os cenários da educação permanente em

saúde, a partir das experiências do Pólo de

Educação Permanente em Saúde;

Discutiu-se sobre a compreensão acerca das

dimensões da educação considerando os

contextos teóricos como educação, educação em

saúde, educação popular e a proposta teórico-

politica da educação permanente em saúde

Organizar a versão final do consolidado do

PAREPS da Macro e enviar para os membros da

CGR e CIES; Realizar Seminário Temático de

Educação Permanente em Saúde;

Realizar Seminário Temático envolvendo

instituições de ensino de formação de pessoal de

nível médio da saúde

Sim 8 - 7 1 6 22

2009 20/mar

Apresentação dos Membros da CIES/Macro

Fortaleza; Plano Estadual de Educação

Permanente em Saúde

Solicitar a formalização dos representantes

(titular/suplente) para o CGR e CIES;

Implementar o Regimento da CIES, tendo como

base o Regimento Interno da CIES Macro de

Sobral;

Incluir o representante da CIES da Macro

Fortaleza na CIES Estadual.

Definir o cronograma de reuniões

Sim 4 1 1 2 3 11

22/mai Apresentação dos Membros da CIES/Macro Incluir os temas na agenda da CIES sobre: Sim 9 1 2 1 7 20

Page 166: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

165

Fortaleza; Apresentação das Instituições

Executoras dos Projetos do Plano Estadual de

Educação Permanente em Saúde; Definição de

Agenda Temática das Reuniões da CIES/2009.

UNASUS e TELESAÚDE.

26/jun

Apresentação do diagnóstico da CIES; Práticas

educativas no SUS; Definição de Agenda

Temática das Reuniões da CIES/2009

Incluir os temas sobre: UNASUS e

TELESAÚDE na agenda.

Sim 9 1 3 1 - 14

8/set

Relatório da Oficina CGETES realizada em

julho; 2) Revisão do PEEPS para atender o Plano

de Redução da Mortalidade Infantil

A revisão sobre o orçamento dos cursos ficou na

responsabilidade da representante da ESP/CE;

Reunião conjunta CIES e CGR em 18.09.2009

para apresentar a proposta de repactuação a ser

enviada a CIB/CE em 25.09.2009.

Sim 8 1 3 - 6 18

18/set

Política Estadual da Educação Permanente –

Proposta de Repactuação da Resolução 334/CIB-

CE para atender o Plano de Redução da

Mortalidade Infantil

Realizar oficina em 8.9.2009 com a seguinte

pauta: competências da CIES, PEEPS,

Resoluções da CIB

Sim 9 2 3 1 9 24

16/Nov

Projeto de Capacitação em Gestão do SUS Realizar reuniões para acompanhar os planos de

ação pelas IES.

Sim 4 - 1 - 1 6

2010 Não conseguimos nenhum registro de ata referente ao ano de 2010

2011 26/jan Apresentação dos membros da CIES; A Política

de Educação Permanente: Recurso 2010;

Encaminhamentos de Agenda para 2011

Reunião da CIES na última quarta feira do mês;

Grupo de Trabalho para Elaborar Agenda e o

Regimento da CIES com reunião em 16.02.2011

definição da Oficina de Planejamento do

CESAU

Sim 15 4 4 - 3 26

23/fev Proposta Pedagógica do Planejamento;

Planejamento da CIES Macro Fortaleza;

Organizar documento indicando os municípios

com dificuldades de liberara o profissional para

os cursos e enviar ao COSEMS solicitando ajuda

e mediação do problema; Dividir os municípios

em núcleos descentralizados para superar as

dificuldades quanto a formação de turmas para os

cursos no âmbito microrregional;.Desafio,

sensibilizar os gestores para a descentralização e

incluir atividades regionalizadas para discutir a

política;Solicitar aos municípios o

monitoramento dos técnicos que já fizeram a

complementação e direcionar as vagas para o

município de Fortaleza; Procurar utilizar a

estrutura dos CENTECs para a realização dos

Sim 12 2 3 - 6 23

Page 167: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

166

cursos; Realizar o levantamento das propostas

constantes nas Resoluções da CIBS para

subsidiar a realização da oficina de planejamento

em 11 de março de 2011

11/mar Oficina de Planejamento da CIES Macro

Fortaleza; Eleição dos representantes da CIES

Macro Fortaleza para a CIES Estadual.

Realizar a segunda fase da oficina em

30.03.2011; Para representação na CIES

Estadual: representantes dos seguimentos

gestores e instituições de ensino

Sim 11 3 5 3 - 22

30/mar Oficina de Planejamento da CIES Macro

Fortaleza

Apresentar resultados da oficina na reunião de

27.04.2011

Sim 7 3 1 1 4 16

27/abr Apresentação dos relatórios da Oficina de

Planejamento da CIES Macro Fortaleza realizada

em 11 e 30 de março de 2011abril

Revisão do relatório da segunda fase da oficina Sim 9 3 - - 1 13

25/mai Ajustes e Resultados da Oficina de Planejamento

da CIES Macro Fortaleza realizada em 11 e 30 de

março,e 27 de abril de 2011 com elaboração de

propostas por eixos de intervenção

- Sim 13 2 2 - - 17

27/jul Avaliação dos encaminhamentos resultantes da

Oficina de Planejamento pelos Coordenadores

GT por eixos temáticos

Realizar reunião no dia 31.08.2011 com duração

de oito horas, Pauta:Apresentação dos resultados

dos Grupos de Trabalho; Enviar propostas de

regimento para os membros da CIES que

retornarão com destaques para serem apreciados

na reunião de agosto; Convocar os parceiros para

participarem da reunião; Apresentação da

proposta de monitoramento.

Sim 10 2 3 2 9 26

31/ago Reunião e Oficina de Devolução das Propostas

por Eixos temáticos do Plano de Ação da CIES;

Apresentação do Andamento das Ações do Curso

de Atualização em Atenção à Saúde da Mulher

no Ciclo Gravídico Puerperal

ESP/CE deverá solicitar o relatório finalpara ser

apresentado oportunamente; O grupo do eixo da

organização responsável pela elaboração do

regimento providenciará o envio da proposta aos

membros da CIES, e após devolução incluirá no

relato final par apresentação na próxima reunião;

Formação de GT para elaborar diagnóstico e

proposta de Execução Orçamentária do Plano

Estadual de Educação Permanente em Saúde

relativos aos cursos já pactuados na CIB e CIES

Estadual

Sim 9 3 2 - 3 17

28/set Reunião e Oficina de Devolução das Propostas

por Eixos temáticos do Plano de Ação da CIES;

Apresentação do Andamento das Ações do Curso

Solicitar ao Coordenador da CORES/SESA a

liberação da representação das CRES nos Fóruns

da Educação Permanente nas Macrorregiões de

sim 11 - 2 - 7 20

Page 168: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

167

de Atualização em Atenção à Saúde da Mulher

no Ciclo Gravídico Puerperal e Apresentação dos

resultados do Grupo de Trabalho (GT) “Realizar

Diagnóstico e elaborar proposta de Execução

Orçamentária do Plano Estadual de Educação

Permanente em Saúde Pactuados na CIB”.

Fortaleza em 13 e 14 de outubro, no Cariri em 20

e 21 de outubro e Sobral em 3 e 4 de novembro

de 2011.

O grupo do eixo financeiro e orçamentário

realizará articulação com CGETES, ASPLAG,

NUCONS da SESA para definir programação,

metodologia e data da oficina; 3) O grupo do eixo

da organização responsável pela elaboração do

regimento providenciará o envio da proposta aos

membros da CIES, e após devolução incluirá no

relato final par apresentação na próxima reunião;

4) Formação de GT para elaborar diagnóstico e

proposta de Execução Orçamentária do Plano

Estadual de Educação Permanente em Saúde

relativos aos cursos já pactuados na CIB e CIES

Estadual,com reunião no dia 15 de setembro de

2011 no CESAU

04/Nov Apresentação do Manual de Orientações e do

Plano de Educação Permanente do SUS-Ceará

com vigência para o quadriênio 2012/2015.

Realizar a reunião ordinária de 24 de novembro

no Hotel Mareiro as 08h30; Realizar o Fórum da

Macrorregião de Fortaleza com duração de dois

dias no período de 12 a 16 de dezembro de 2011

no Hotel Mareiro, com data a confirmar.

Sim 4 - 2 - 3 9

*Tabela aplicada na pesquisa realizada pelo Observatório em Recursos Humanos em Saúde num estudo intitulado Avaliação do Processo de Implantação e Operacionalização

dos Pólos de Educação Permanente em Saúde do Estado do Ceará.

G – Gestão; PS – Profissionais de Saúde; IE – Instituições de Ensino; CS – Controle Social; O - Outro

Page 169: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

168

APÊNDICE 11

Tabela 3: Ações programadas de Educação Permanente em Saúde no período de 2007 a 2011 para Macrorregião de Fortaleza.

Tipo Ações programadas Turma Vagas Recurso Período Situação Nº

Insc.

Final.

%

Conc.

Resolução

200/ 2007

05/11/2007

Curso de Complementação do Técnico de

Enfermagem

04 turmas 120

225.000,00

(FES)

Curso Técnico em Higiene Dental 07 turmas 210

768.521,88

(FES)

Especialização em Gestão do SUS 04 turmas 120 600.00,00

(FES)

Curso de Regulação, Avaliação e

Auditoria

04 turmas 120 87.875,92

(FES)

Resolução nº

334/2008

05/12/2008

Cursos – Formação

Técnica

Educação

Profissional de

Nível Técnico

(R$ 954.000,00 -

FES)

Técnico em

Higiene Dental –

THD

02 Turmas 60 108.000,00

Técnico em

Prótese dental

01 Turma 20 36.000,00

Técnico de

laboratório

03 Turmas 60 108.000,00

Técnico em

Sistemas de

Informação em

Saúde

02 Turmas 60 108.000,00

Técnico em

Cuidados

Domiciliares

01 Turma 30 54.000,00

Técnico de

Enfermagem

02 Turmas 60 108.000,00

Técnico de

Enfermagem –

Complementar

05 Turmas 150 270.000,00

Page 170: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

169

Técnico em

Radiologia

01 Turma 20 36.000,00

Técnico de Apoio

ao Atendimento

Pré-Hospitalar

01 Turma 35 63.000,00

Técnico de Apoio

ao Acolhimento

01 Turma 35 63.000,00

Cursos –

Modalidade

Atualização

Educação

Profissional de

Nível Técnico

(R$ 123.590,00 -

FES)

Auxiliar de

Farmácia

02 Turmas 60 37.077,00

Qualificação para

Agentes de

Endemias

02 Turmas 60 37.077,00

Curso técnico de

Manut. de Equip.

dos Serviços de

Saúde

02 Turmas 40 24.718,00

Curso de

preparação de

análise para

laboratório

02 Turmas 40 24.718,00

Cursos –

Modalidade

Atualização

Educação

Permanente em

Saúde

(R$ 186.618,81 -

FES)

Curso de

Atualização em

Atenção à Saúde

da Mulher

03 Turmas 90 55.615,50

Atualização para

Secretárias

Executivas

03 Turmas 97 59.941,15

Atualização para

Facilitadores em

Educação em

Saúde e

Mobilização Social

03 Turmas 97 59.941,15

Page 171: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

170

Oficina de

Capacitação para

tutores do Curso de

Especialização em

Educação na Saúde

para o SUS

01 Turma 18 11.121,01

Curso –

Modalidade

Aperfeiçoamento

Educação

Permanente em

Saúde

(R$140.250,00 -

FES)

Curso de

Capacitação para

Equipes do NASF

02 Turmas 40 34.000,00

Aperfeiçoamento

de condutas

Odonto. em

pacientes com

deficiência

01 Turma 24 20.400,00

Curso de Aperf.

Em Inf. Básicas em

Comunic. e Inf. em

Saúde para

Conselheiros e

Agentes Sociais

02 Turmas 101 85.850,00

Curso –

Modalidade oficina

Educação

Permanente em

Saúde

(R$12.772,00 -

FES)

Oficina em

vivência e estágios

no SUS

(R$51.088,00)

01 Turma 20 12.772,00

Curso –

Modalidade

Especialização

Especialização em

Educação na Saúde

para o SUS

01 Turma 30 128.572,64

Page 172: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

171

Educação

Permanente em

Saúde

(R$257.145,28 -

FES)

Especialização em

Saúde da Família

01 Turma 30 128.572,64

Resolução

436/ 2009

09/12/2009

Cursos – Formação

Técnica

Educação

Profissional de

Nível Técnico

(R$ 1.588.950,00 -

FES)

Técnico de

enfermagem –

Complementar

07 Turmas 212 477.000,00

Técnico em

Radiologia

05 Turmas 106 477.000,00

Curso de

aperfeiçoamento

em atenção à

Saúde da Mulher

no ciclo gravídico-

puerperal e do

neonato para aux. e

téc. de

enfermagem

08 Turmas 1.250 562.500,00

Curso de

aperfeiçoamento

na prevenção de

agravos e controle

da saúde do

neonato de alto

risco para

auxiliares e tec. de

enfermagem

03 Turmas 161 72.450,00

Page 173: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

172

Cursos –

Modalidade

Atualização

Educação

Permanente em

Saúde

(R$ 85.426,09 -

FES)

Atenção à Saúde

da Mulher no ciclo

gravídico-

puerperal

03 115 85.426,09

Resolução nº

450/2009

10/12/2009

(R$ 2.055.984,39 -

FES)

Vigilância em

Saúde/ Dengue –

Curso de

Abordagem

Clínica em

Controle da

Dengue

02 103 77.250,00 Set/2011 a

out/2011

Concluído 103 77 74,75%

Nesta resolução foram distribuídos os recursos financeiros e elencadas as prioridades de forma geral nas áreas de:

- Formação profissional

- Monitoramento, Avaliação e Fortalecimento da Política de Educação Permanente em Saúde

- Educação em Saúde

- Atenção à Saúde (Atenção Primária e Atenção Secundária)

- Vigilância à Saúde

Cabendo a cada Macrorregião identificação de suas necessidades e alocação do recurso necessário para ações a serem desenvolvidas.

Resolução nº

165/2010

18/06/2010

Cursos – Formação

Técnica

Educação

Profissional de

Nível Técnico

(R$ 198.698,36 -

FES)

Técnico em

Análises Clínicas

01 40 198.698,36

Resolução nº

185/2010

05/07/2010

Cursos – Formação

Técnica

Educação

Técnico em

citologia

01 30 1.266.589,61

Técnico em

vigilância em

01 30

Page 174: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

173

Profissional de

Nível Técnico

(R$ 1.266.589,61 -

FES)

Saúde

Técnico em

Hemoterapia

01 30

Técnico de

Enfermagem -

complementar

08 240

Resolução nº

15/2011

25/02/2011

Cursos – Formação

Técnica

Educação

Profissional de

Nível Técnico

(R$ 716.767,50 -

FES)

Curso de

complementação

do Técnico de

Enfermagem

04 120 289.422,73 Previsto

para iniciar

em

out/2012

Curso Técnico em

Saúde Bucal

02 60 180.618,00 Previsto

para iniciar

em

out/2012

Curso de

atualização em

Vigilância em

Saúde

06 180 246.726,83 Previsto

para iniciar

em

jan/2013

Resolução nº

192/2011

29/08/2011

Cursos – Formação

Técnica

Educação

Profissional de

Nível Técnico

(R$ 1.124.273,91 -

FES)

Técnico em Saúde

Bucal

01 30 1.124.273,91

Técnico em

Manutenção de

equipamentos

01 30

Técnico em

Vigilância em

Saúde

01 30

Técnico em

enfermagem/

Complementar

04 30

Urgência e

emergência

01 30

Saúde do Idoso 01 30

Saúde do

trabalhador

01 30

Repasse FES R$ 93.409,27 – recurso destinado a despesa de capital para Macrorregião de Fortaleza e Sobral

Page 175: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

174

Resolução nº

236/ 2011

31/10/2011

Cursos – Formação

Técnica

Educação

Profissional de

Nível Técnico

(R$1.972.806,21

todo o recurso* -

FES)

Técnico em

enfermagem/

Complementar

01 30 Repactuad

o na CIES

Estadual

em

set/2012

Curso Técnico em

Análises Clínicas

01 30 Repactuad

o na CIES

Estadual

em

set/2012

Curso Técnico em

Manutenção de

equipamentos

01 30 Repactuad

o na CIES

Estadual

em

set/2012

Curso Técnico em

Citopatologia

01 30 Repactuad

o na CIES

Estadual

em

set/2012

Curso Técnico em

Radiologia

02 60 Repactuad

o na CIES

Estadual

em

set/2012

Educação

Permanente em

Saúde

(R$1.972.806,21

valor total do

recurso* - FES)

Práticas

integrativas e

complementares

em Saúde

03 120 20.000,00 Repactuad

o na CIES

Estadual

em

set/2012

Saúde da Mulher

no ciclo gravídico-

puerperal

05 125 24.985,60 Repactuad

o na CIES

Estadual

em

set/2012

Formação de

preceptores

03 120 7.000,00 Repactuad

o na CIES

Estadual

Page 176: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

175

em

set/2012

Educação perm.

dos prof. que

atuam no ensino e

serviço da rede

SUS

09 360 7.000,00 Repactua

do na

CIES

Estadual

em

set/2012

Redes de atenção à

saúde (Rede

Cegonha), CA de

colo e Mama

05 200 30.000,00 Repactua

do na

CIES

Estadual

em

set/2012

Prevenção em

violência e

acidentes –

Formação de

facilitadores

04 160 20.000,00 Repactua

do na

CIES

Estadual

em

set/2012

Educação Perm

dos prof. que

atuam no NASF

05 200 20.000,00 Repactuad

o na CIES

Estadual

em

set/2012

Educação Perm em

Vigil. em Saúde/

atualização para

facilitadores

05 150 20.000,00 Repactuad

o na CIES

Estadual

em

set/2012

Educação Perm.

em controle de

dengue/

atualização

09 360 5.000,00 Repactuad

o na CIES

Estadual

em

set/2012

Page 177: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

176

Educa. Perm para

Controle Social:

formação de

facilitadores para

modalidades de

educação para

conselheiros de

saúde e atores dos

movimentos

sociais

10 500 5.000,00 Repactua

do na

CIES

Estadual

em

set/2012

Educa. Perm para

Controle Social:

formação de

operadores da

articulação entre a

gestão e o controle

social – conselhos

de saúde, fóruns

microrregionais de

conselheiros de

saúde e consórcios

públicos e atores

dos movimentos

sociais.

03 120 5.000,00 Repactuad

o na CIES

Estadual

em

set/2012

Fontes: Resoluções da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará referentes a EPS; Levantamento das ações de Educação Permanente em Saúde portaria 2.953/2009, 4.003/2010, 2.200/2011.

Page 178: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

177

APÊNDICE 12

Tabela 4: Consolidado das atas das reuniões da CIES/ Sobral no período de 2007 a 2011. Ano Mês Principais pontos de pauta Principais deliberações Ata Número de Participantes

G PS IE CS O TOTAL

2008 17/Set ? ? ? 12 - 3 - - 15

29/ Set ? ? ? 6 - 3 1 - 10

12/Nov

reunião

Secretaria executiva da CIES;

Apresentação do projeto PET;

Pactuação das vagas para o Curso Técnico de Enfermagem;

Fechamento do Plano Macrorregional de Educação

Permanente em Saúde; Calendário de reuniões da CIES.

Curso Técnico de enfermagem: regionais

Crateús e Camocim (60 alunos)

Agendamento de encontro para elaboração do

Regimento Interno;

Próxima reunião dia 10 de dezembro

Sim 8 1 3 3 15

2009 13/mar Construção do Regimento CIES;

Discutir a portaria de financiamento de formação dos ACS;

Discutir a operacionalização dos cursos Técnicos em

Enfermagem (6 turmas);

Apresentação da proposta do Curso de Especialização em

Gestão, aperfeiçoamento em controle, avaliação e auditoria.

Sim 13 2 - 1 16

28/abr Apresentação do projeto do Curso Técnico em Higiene

Dental;

Discutir a portaria de financiamento de formação dos ACS;

Conclusão do Regimento Interno;

Cronograma do curso de Especialização em gestão do SUS

e de Aperfeiçoamento em Controle Avaliação Regulação e

Auditoria (CARA) e discussão sobre o acompanhamento,

monitoramento e avaliação dos processos.

Aula inaugural do Curso de especialização em

gestão do SUS: 22/05;

Aula inaugural do Curso de aperfeiçoamento

em CARA: 29/05;

Criada a comissão de monitoramento dos

cursos com representação dos quatro

seguimentos.

Sim 4 1 2 2 3 12

26/mai Apresentação dos processos previstos para 2008;

Política de humanização

Realizar levantamento dos números de

Equipes de Saúde Bucal na modalidade I e II,

do número de ACD e do número de THD que

servirá para divisão das vagas entre os

municípios;

Sim 7 2 - 2 - 11

09/jun Curso de THD;

Apresentação das propostas para se trabalhar a Política

Nacional de Humanização pelos membros da CIES.

Documentos pendentes para o Curso de

especialização em gestão do SUS deverão ser

entregues até 10/06.

Sedes Cursos THD: Sobral, Camocim, São

Benedito/Carnaubal, Crateús,

Sim 8 2 1 1 - 12

30/jun Política de Humanização; Portaria 2662 para financiamento 28 de julho ou 25 de agosto- datas disponíveis Sim 6 2 2 2 1 13

Page 179: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

178

de formação de ACS;

Educação Permanente em Saúde do Trabalhador – CEREST

de Sobral

para organização de oficina sobre a Política de

Humanização com os membros da CIES.

28/jul Saída dos membros que têm mais de 03 faltas consecutivas

sem justificativas;

Avaliação da oficina de Planejamento da Gestão da

Educação na Saúde

Sim 4 1 - 1 - 06

25/08 Educação Permanente em Saúde do Trabalhador;

Instituição da Comissão de Avaliação e Monitoramento;

Discussão sobre as faltas.

Sim 4 2 2 3 - 11

22/set Repactuação do Plano Estadual de Educação Permanente Devido a necessidade de redução da

mortalidade infantil: consensuado que os

recursos previstos para os cursos – Técnico

em Prótese dentária, Técnico de Laboratório e

de Técnico em Radiologia poderiam ser

remanejados. Aumentado o número de vagas

do Curso de Atualização em Atenção à Saúde

da Mulher (de 25 para 60 vagas), do Curso de

Capacitação para o NASF (de 20 para 42

vagas) e do Curso de Aperfeiçoamento de

condutas Odontológicas em Pacientes com

deficiências (de 25 para 55 vagas).

Recomendado a realização do ALSO

(advanced Life Support in Obstetrics) com 30

vagas.

Sim 8 1 2 2 - 13

27/out Apresentação dos instrumentos de avaliação do Curso de

Complementação de Auxiliar de Enfermagem para

habilitação Técnico em Enfermagem e do Curso de

Especialização em Gestão do SUS

Apresentação das propostas por parte dos membros para

criar mecanismos de articulação extra reunião entre CIES,

CGR e destas instâncias entre os Conselhos de Saúde e os

movimentos sociais locais

? ?

24/nov Monitoramento e avaliação dos Cursos: Complementação

de Auxiliar de Enfermagem para habilitação de Técnico em

Enfermagem; Especialização em Gestão do SUS;

Aperfeiçoamento em Controle, Avaliação, Regulação e

Auditoria.

Pactuação de vagas para os cursos da portaria 334/2008.

Divisão de vagas dos cursos da portaria

334/2008: Municípios prioritários para

redução da mortalidade infantil em nossa

região: Camocim, Granja, Crateús, São

Benedito, Tianguá, Viçosa e Sobral. Os cursos

de ALSO e PALS – médicos e enfermeiros

Sim 5 - 2 2 2 11

Page 180: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

179

Apresentação das propostas de articulação entre CIES,

CGR, Conselhos de Saúde e Movimentos sociais.

Pactuação para Oficina de Planejamento das reuniões da

CIES para o ano 2010.

Oficina dos membros da Comissão de Monitoramento e

Avaliação dos processos de Educação Permanente da CIES

da Macrorregião de Sobral.

das maternidades dos municípios prioritários.

Capacitação do NASF – destinado aos

profissionais do NASF que podem interferir a

redução da Mortalidade Infantil (nutricionista,

assistente social,pediatra, ginecologista e

psicólogo).

Vagas

Atualização em Atenção à Saúde da Mulher (40h/a – 60 alunos): Crateús (15 vagas); São

Benedito (7 vagas); Tianguá (10 vagas);

Camocim (10 vagas); Viçosa (8 vagas);

Granja (10 vagas).

Capacitação para NASF (120 h/a – 42

alunos): Crateús (5 vagas); São Benedito (5

vagas); Tianguá (5 vagas); Camocim (5

vagas); Sobral (22 vagas).

Portaria 334/2008 – Divisão das vagas dos

cursos

Atualização para auxiliar de farmácia: 60

alunos (1/munic + 1/regional);

Qualificação para Agentes de endemias: 30

alunos (6 supervisores/ regional);

Atualização para Secretárias Executivas: 55

alunos (1/município);

Atualização para facilitadores em Educação

em Saúde e Mobilização Social: 55 alunos

(1/munic);

Curso de Aperfeiçoamento em Informações

Básicas em Comunicação e Informações em

Saúde para Conselheiros e Agentes Sociais:

55 alunos (1/ mun)

Oficinas em vivências e estágios no SUS: 40

alunos (docentes UVA e UFC);

Curso de Especialização em Educação na

Saúde para o SUS: 30 alunos (UVA, UFC e

Santa Casa).

Próxima reunião dia 12 de janeiro de 2010.

2010 12/jan Pactuação de vagas para o Curso de Aperfeiçoamento de

Condutas odontológicas em Pacientes com Deficiência;

Após leitura das atribuições da CIES e do

CGR (anexo II da portaria 1996/2007)

Sim 6 - 2 1 2 11

Page 181: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

180

Demandas do Curso de TSB;

Apresentação do Projeto PET/Saúde

Planejamento da CIES para 2010

iniciada uma avaliação da CIES/Sobral

destacando as potencialidades e fragilidades,

bem como sugerindo estratégias de superação.

O resultado após consolidado foi trabalhado

na reunião seguinte.Datas das reuniões 2010:

últimas terças do mês.

23/fev Pactuação das vagas para o curso de especialização em

Saúde da Família;

Planejamento CIES para 2010;

Apresentação dos Planos Pedagógico e Orçamentário dos

cursos da resolução 334/2008

Após apresentação da planilha

(potencialidades, fragilidades e estratégias de

superação) consolidada com a avaliação feita

na reunião passada, o grupo foi dividido em 4

subgrupos nos quais iriam trabalhar quatro

principais estratégias de superação das

fragilidades encontradas: criar mecanismos

operacionais de integração, além das reuniões,

entre CIES e CGR; Definir estratégias de

sensibilização sobre o papel da CIES;

Desenvolver estratégia de sensibilização sobre

a importância da participação efetiva nas

reuniões; Criar estratégias para completar as

representações do quadrilátero na CIES.

As 30 vagas do Curso de Especialização em

Saúde da Família serão destinadas aos

coordenadores da Estratégia Saúde da Família.

Curso de Especialização em Educação em

Saúde – 30 vagas destinadas para UFC, UVA,

EFSFVS, Santa Casa.

Em relação ao Curso de Aperfeiçoamento para

os profissionais do NASF, houve um equívoco

em relação a carga horária, este sendo

aprovado recurso para 120 horas não se

configurando como aperfeiçoamento, desta

forma decidido dividir em duas turmas,

totalizando 60 aluno com C/H de 60 horas

(atualização).

Sim 7 1 3 2 - 13

23/mar Revisão do critério de se registrar o profissional que

ingressa em um curso e não conclui;

Apresentação dos resultados preliminares das estratégias de

superação.

Responsabilidade sobre o critério para se

excluir ou não um profissional de um curso

deve ser da comissão de avaliação e

monitoramento.

Sim 7 2 - 2 7 18

27/ abr Definir nomes para o curso de ouvidoria do SUS; Cada regional deve fazer o levantamento das Sim 6 2 - 3 11

Page 182: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

181

Indicação de dois nomes titulares e de dois suplentes

representantes na CIES Estadual;

Projeto PET Saúde Vigilância Sobral.

micro que tenham ouvidoria e identificar a

pessoa para participar do curso (30 vagas) –

encaminhar os nomes até dia 30 de abril.

Curso de Ouvidoria do SUS: terá 60 vagas e

será dividido em 4 módulos.

25/mai Reestruturação das representações pelas regionais;

Documentação para os Cursos de Especialização em Saúde

da Família e aperfeiçoamento em condutas clínicas e

odontológicas – pendência dos inscritos;

Curso de Educação em Saúde – apenas para

Sobral onde existem instituições formadoras

(UVA, UFC, EFSFVS e Santa Casa) – 30

vagas;

As vagas dos cursos devem ser destinadas a

quem realmente atua na área e tem interesse

em participar;

O recurso que está sendo utilizado é referente

a 2008. O recurso de 2009 aguarda aprovação

pela CIB.

Sim 3 2 2 2 - 09

30/jun Pactuação das ações a serem financiadas do orçamento

2009/2010 considerando a portaria da CIB;

Estágio no SUS do Curso Técnico de Enfermagem da

Política Estadual

Considerado para as pactuações: áreas

prioritárias sinalizadas no Plano Estadual de

educação Permanente / 2009; priorizar ações

cujos resultados impactem nos 55 municípios

da macro Sobral; considerar processos

educacionais já deflagrados; identificar

necessidades nas áreas não contempladas

anteriormente.

Pactuações para área de Educação Permanente

(R$ 264.731.08): especialização em Medicina

de Urgência e Emergência (caráter residência

– ano 1 e 2) R$ 211.778.88;

Capacitação do docente do curso de

Especialização em Medicina de Urgência e

Emergência (R$ 52.952,20)

Pactuações para a área de Educação

Profissional (R$ 481.753,50):

Complementação do Curso Técnico em

Sistemas de Informação em Saúde (ano 2) R$

75.000,00;

Complementação do Curso Técnico em

Cuidados Domiciliares (ano 2) R$ 75.000,00

Sim 10 2 4 - - 16

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182

02 turmas de Técnico em Enfermagem –

complementação R$ 75.000,00 cada turma,

totalizando 150.000,00

02 Turmas do Curso de médica duração em

Manutenção de equipamentos odonto-médico-

hospitalares para unidades básicas de saúde e

hospitais de pequeno e médio porte.

(R$75.000,00 cada turma, total 150.000,00)

Atualização para coordenadores da atenção

básica e surpervisores dos agentes de controle

as endemias com objetivo de instituir

auditoria, monitoramento e avaliação das

ações dos ACS e dos agentes de controle as

endemias. (R$ 31.753,50)

31/ago Apresentação do relatório do Curso Técnico em

enfermagem;

Retomar a discussão do Curso de Ouvidoria no SUS;

Reunião CIES Estadual: Socialização do relatório do Curso

de Qualificação de Gestores do SUS; na modalidade TDCO

(termo de descentralização de crédito orçamentário) foram

ofertados para a macro Sobra 02 cursos dentro do Programa

Nacional de Desenvolvimento Gerencial: Gestão de

Serviços e Sistemas de Saúde (35 vagas) e Gestão em

Serviços de Urgência e Emergência (35 vagas). Serão

ofertados pela UVA.

Após apresentação das potencialidades e

dificuldades na realização do curso foi

decidido ver a questão das distribuição de

vagas para o curso no recurso de 2009 (2

turmas); ver estratégia de distribuição das

aulas para poder negociar com os getores; ver

a questão do transporte com o secretário de

educação já que o curso trata de educação

permanente e tem verba destinada a transporte

na área de educação.

Curso de Ouvidoria do SUS: O convênio foi

assinado mês de julho e está aguardando o

repasse do dinheiro para o IDETESF. Ver as

pendências dos Municípios, e caso a

documentação não seja encaminhada, o curso

terá início com quem já encaminhou os

documentos.

Sim 5 2 2 - - 09

28/set Distribuição das vagas e sede para o Curso Técnico em

enfermagem/ recurso 2009

Pensar nos possíveis alunos para as turmas dos cursos

Gestão de Serviços e Sistemas de Saúde (35 vagas) e Gestão

em Serviços de Urgência e Emergência (35 vagas).

Sim 8 2 2 - - 12

26/out ? ? ? ?

2011 08/fev Pactuação das vagas para o Curso Técnico em Enfermagem

(2 turmas – recurso 2009);

Sim 3 3 4 1 - 11

Page 184: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

183

Identificar alunos dos 55 municípios para o Curso

Informação, comunicação e Especialização para

conselheiros e Agentes Sociais.

Reunião da CIB Estadual – Pactuação do recurso 2010.

10/mar Planejamento 2011;

Curso de qualificação de Técnico de enfermagem;

Curso de Ouvidoria;

Curso de Atualização (40h)

Apresentado o relatório 2010 e eleito 4

desafios como prioridades: garantir a

participação efetiva nas reuniões mensais do

quadrilátero; rever o regimento interno;

resgatar as comissões de monitoramento da

CIES; favorecer acesso aos cursos. Trabalhar

as prioridades nos próximos dois meses.

Curso de qualificação de Técnico de

enfermagem: Identificar os potenciais

professores, divulgar chamada de seleção

pública e incentivá-los a participar, evitando

que o curso fique apenas com um facilitador –

dificuldade apontada no curso anterior.

Pautar discussão na CIB acerca da

possibilidade de realizar o Curso nos horários

de trabalho, considerando os princípios da

Educação Permanente.

Curso de Ouvidoria: O convênio expirou e não

foi repassado o recurso, foi solicitado dilação

de prazo, sem respostas. Monitorar junto à

SESA retorno do ofício e do recurso

financeiro.

Sim 6 1 3 1 - 11

26/abr Acompanhamento dos Processos de Educação Permanente Curso de Aperfeiçoamento em Saúde da

Família – Concluído: 42 inscrições dos

Municípios Camocim, Crateús, Tianguá, São

Benedito e Sobral; Conclusão de 29 alunos –

Sobral, Camocim e Tianguá. Será apresentado

resultados desta avaliação na CRES da

macrorregião.

Curso Técnico de Saúde Bucal –Dificuldade

de acesso dos alunos por conta do transporte –

representantes se comprometeram a levar a

discussão para CIB.

Gestão do SUS – Iniciou com 60 alunos entre

secretários de saúde e técnicos das gestões

Sim 6 1 3 2 12

Page 185: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

184

municipais. Evasão inicial 7 alunos na turma

A e 11 alunos na turma B. O representante da

CIB levará a relação nominal dos alunos para

reafirmar compromisso. Distribuir melhor os

pagamentos dos tutores para que eles possam

permanecer até o final do processo (TCC).

Curso de Conselheiros e Agentes Sociais –

Preocupação com evasão. Pactuado 60 vagas,

com 42 inscritos. No primeiro encontro com

19 alunos e no segundo encontro com 16

alunos. A regional não tem garantia de

transporte. A EFSFVS deverá dar feedback

para secretarias.

Curso de Atualização - Foram colocadas à

disposição 1 vaga por município e 1 por

regional.

07/jun Acompanhamento dos Processos de Educação Permanente –

continuação;

Reunião da CIES Estadual;

Permanência dos alunos;

Curso de Especialização em Educação na

Saúde - 34 inscritos (15: Santa casa; 5: UVA;

13: EFSFVS; 01: Regional de Saúde de

Sobral)

Especialização em Saúde da Família – 39

alunos matriculados, com 4 desistência. TCC

ser orientado nos encontros já previstos, com

tempo já destinado para essa atividade.

Reunião da CIES Estadual – formação de 4

grupos de trabalho para elaboração de planos

de ação: 1. Estrutura e organização, 2.

Processos formativos, 3. Orçamento, 4.

Monitoramento e avaliação.

Sim 6 1 3 1 - 11

02/jul ? ? ? 4 - 2 - - 06

02/ago Apresentação do relatório dos Cursos de Atualização;

Cursos da Escola de Saúde Pública do Ceará;

CIES Estadual;

Cursos de Atualização (40hs) – Cursos de

atualização de facilitadores em Educação em

Saúde e Mobilização Social; para Auxiliares

de farmácia; em Saúde da Mulher; Para

Secretárias Executivas dos Conselhos

Municipais de Saúde; para Supervisores de

Agentes de combate às Endemias; em Análise

Clinica. Conclusão dos cursos com 75% de

presença. Concluíram o curso: Análise clínica:

Sim 5 - 3 - - 08

Page 186: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

185

83%; Saúde da Mulher: 67%; Sec. Exec.

CMS: 49%; Supervisores de ACE: 66%; Ed.

Em Saúde e Mob. Social: 39%.

Cursos da Escola de Saúde Pública do Ceará –

Será feito um documento para CIB Estadual –

rediscutirmos a programação, com objetivo de

melhorar a participação dos municípios com a

descentralização.

Fórum Macrorregional da EP começará por

Sobral dias 29 e 30 de setembro, depois

Fortaleza e Cariri, com objetivo de elaborar o

plano de educação permanente em Saúde

micro e macro – 2012 a 2015.

06/set Fórum Macrorregional;

Organização dos estágios;

CIES Estadual

Fórum Macrorregional - Nova data proposta: 03 e

04 de novembro; Formação da comissão

organizadora; Divulgação na CIB, Acréscimo do

Decreto 7508 de 26/07/11 como tema a ser

discutido. 1ª reunião dia 30/09.

Organização dos estágios – Fluxo: 1. Convênio da

instituição de ensino com a prefeitura de Sobral; 2.

Ofício da instituição solicitando as vagas (curso,

vagas, CSF, período); 3. Identificar e/ou atualizar

capacidade instalada dos serviços (momentos de

avaliação com as gerentes e coordenadores dos

serviços); 4. Confirmar as vagas com as instituições

de ensino; 5. Assinatura dói Termo de

Compromisso; 6. Informar os

gerentes/coordenadores da chegada dos estudantes

nos serviços; 7. Avaliação no final do semestre

(gerentes/coordenadores e estudantes).

CIES Estadual –Execução orçamentária dos

recursos da PEPS – dificuldade de

operacionalização TDCO por parte das instituições

executoras dos Cursos.

TDCO –ESP/CE, que será responsável pela

execução das capacitações gerenciais (4 cursos) em

parceria com EFSFVS.

Sim 6 - 3 1 - 10

03/out Cursos ALSO e PALS;

Reunião em Fortaleza – Plano de Educação Permanente no

âmbito da Macro;

Atualização em monitoramento e avaliação para

Cursos ALSO e PALS – dificuldade de licitar

em vista que o nome é uma Marca, deverá ser

mantido a proposta porém alterando o nome

do curso.

Sim 5 - 1 1 2 09

Page 187: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

186

coordenadores do PACS e supervisores de endemias;

Curso de manutenção de equipamentos hospitalares e

odontológicos;

Curso técnico de Análises clínica;

Apresentação SCMS

Reunião em Fortaleza – Plano de Educação

Permanente no âmbito da Macro –Definido

representantes.

Atualização em monitoramento e avaliação

para coordenadores do PACS e supervisores

de endemias - recurso R$ 31.753,30, total de

vagas: 120 (2 para cada município e 2 para

CRES).

Curso de manutenção de equipamentos

hospitalares e odontológicos – está no

processo de seleção de facilitadores. Será

fechado parceria com instituições como

SENAI e SEST, serão disponibilizados 10 kits

(caixas de ferramentas). Recurso R$

150.000,00. Carga horária: 144 h/aula, 2

turmas de 30 alunos cada uma com duração de

6 meses.

Curso técnico de Análises clínica – 30 vagas.

Devido a demanda as vagas irão para Hemoce,

sobram 4 vagas que serão divididas entre:

Santa Casa, Lab. Regional, Hospital Dr.

Estevam, Hospital do Coração.

08/ nov ? ? ? 3 - 1 - 3 07

06/dez ? ? ? 7 - 2 - 3 12 *Tabela adaptada a partir do modelo aplicado na pesquisa realizada pelo Observatório em Recursos Humanos em Saúde num estudo intitulado Avaliação do Processo de Implantação e

Operacionalização dos Pólos de Educação Permanente em Saúde do Estado do Ceará.

G – Gestão; PS – Profissionais de Saúde; IE – Instituições de Ensino; CS – Controle Social; O - Outos

Page 188: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

187

APÊNDICE 13

Tabela 5: Ações programadas de Educação Permanente em Saúde no período de 2007 a 2011 para Macrorregião de Sobral.

Tipo Ações Programadas Turma Vagas Recurso Período Situação Nº Insc. Nº Final. %

Conc

Resolução

200/ 2007

(05/11/07)

Curso de Complementação do Técnico de

Enfermagem

02

turmas

60

112.500,00

FMS

Ago/2009 a

jul/2010

Concluídas:

Camocim

Crateús

Camocim

– 30

Crateús -

30

Camocim – 29

concluíram;

Crateús – 29

concluíram

Camocim

96,6%;

Crateús

96,6%

Curso Técnico em Higiene Dental 04

turmas

120

439.155,36

FMS

Nov/2009 a

Nov/2011

Concluídas 120 94Concluíram

26Desistentes

78,33%

Especialização em Gestão do SUS 02

turmas

60 300.000,00

FMS

2009 –

2011

Concluídas TurmaA:

32

TurmaB:

31

T.A: 15

concluíram; 08

desistiram;

TB: 11

concluiram; 10

desistiram

T.A.

46,9%

T.B

35,5%

Curso de Regulação, Avaliação e Auditoria 02

turmas

60 43.937,96

FMS

Dez/

a maio

2011

Concluído 60 46 Concluíram 76,6%

Resolução

334/2008

(5/12/08)

Cursos –

Formação Técnica

Educação

Profissional de

Nível Técnico

(R$ 486.000,00 -

FMS)

Técnico em Higiene Dental –

THD

01

Turma

30 54.000,00 Contemplado

na resolução

seguinte

Técnico em Prótese dental

01

Turma

20 36.000,00 Contemplado

na resolução

seguinte

Técnico de laboratório

01

Turma

20 36.000,00 Contemplado

na resolução

seguinte

Técnico em Sistemas de

Informação em Saúde

01

Turma

30 54.000,00 Contemplado

na resolução

seguinte

Técnico em Cuidados

Domiciliares

01

Turma

30 54.000,00 Contemplado

na resolução

seguinte

Page 189: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

188

Técnico de Enfermagem

02

Turmas

60 108.000,00 Contemplado

na resolução

seguinte

Técnico de Enfermagem –

Complementar

02

Turmas

60 108.000,00 Contemplado

na resolução

seguinte

Técnico em Radiologia

01

Turma

20 36.000,00 Contemplado

na resolução

seguinte

Cursos –

Modalidade

Atualização

Educação

Profissional de

Nível Técnico

(R$ 74.154,00 –

FMS)

Auxiliar de Farmácia

02

Turmas

60 37.079,14 Contemplado

na resolução

seguinte

Qualificação para Agentes de

Endemias

01

Turma

30 18.538,50 Contemplado

na resolução

seguinte

Curso de preparação de análise

para laboratório

01

Turma

30 18.538,50 Contemplado

na resolução

seguinte

Cursos –

Modalidade

Atualização

Educação

Permanente em

Saúde

(R$ 83.423,25 -

FMS)

Curso de Atualização em

Atenção à Saúde da Mulher

01

Turma

25 15.448,75 Contemplado

na resolução

seguinte

Atualização para Secretárias

Executivas

01

Turma

55 33.987,25 Contemplado

na resolução

seguinte

Atualização para Facilitadores

em Educação em Saúde e

Mobilização Social

01

Turma

55 33.987,25 Contemplado

na resolução

seguinte

Curso –

Modalidade

Aperfeiçoamento

Educação

Permanente em

Saúde

(R$84.150,00 -

Curso de Capacitação para

Equipes do NASF

01

Turma

20 17.000,00 Contemplado

na resolução

seguinte

Aperfeiçoamento de condutas

Odonto. Em pacientes com

deficiência

01

Turma

24 20.400,00 Contemplado

na resolução

seguinte

Page 190: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

189

FMS)

Curso de Aperf. Em Inf.

Básicas em Comunic. e Inf. em

Saúde para Conselheiros e

Agentes Sociais

01

Turma

55 46.750,00 Contemplado

na resolução

seguinte

Curso –

Modalidade

oficina

Educação

Permanente em

Saúde

(R$25.544,00 -

FMS)

Oficina em vivência e estágios

no SUS

02

Turmas

40 25.544,00 Contemplado

na resolução

seguinte

Curso –

Modalidade

Especialização

Educação

Permanente em

Saúde

(R$257.145,00 -

FMS)

Especialização em Educação

na Saúde para o SUS

01

Turma

30 128.572,64 Contemplado

na resolução

seguinte

Especialização em Saúde da

Família

01

Turma

30 128.572,64 Contemplado

na resolução

seguinte

Resolução

436/ 2009

09/12/2009

Exercício

de execução

2010/2012

Cursos –

Formação Técnica

Educação

Profissional de

Nível Técnico

(R$ 378.000,00 -

FMS)

Técnico em Sistema de

Informação em Saúde (Ano 1)

01 30 54.000,00

Jan/ 2011 a

Dez/ 2012

Em

andamento

30 07 Concluíram;

23 Desistiram

23,3%

Técnico em cuidados

domiciliares (Ano 1)

01 30 54.000,00

Jan/ 2011 a

Out/ 2012

Concluído 24 09 concluíram;

15 Desistiram

37,5%

Técnico em Enfermagem –

complementar

04 120 216.000,00

Contemplado

na resolução

seguinte

Técnico em Saúde Bucal 01 30 54.000,00

Nov/ 2009

a Nov/

2011

Concluído 30 19 Concluíram;

11 Desistiram

63,3%

Cursos –

Modalidade

Atualização

Auxiliar de farmácia 02 60 37.079,40

Abril/2011

a Jun/ 2011

Concluído 50

36 concluíram;

14 desistiram

72%

Qualificação para Agentes de 01 30 18.538,50 Abr/2011 a Concluído 56 39 concluíram; 69,6%

Page 191: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

190

Educação

Profissional de

Nível Técnico

Educação

Permanente em

Saúde

(R$ 222.229,38 -

FMS)

combate às Endemias Jun/2011 17 desistiram

Curso de preparação de análise

para laboratórios

01 30 18.538,50 Jun/2011 a

Ago/2011

Concluído 37 34 concluíram;

03 desistiram

91,9%

Atualização para Secretárias

Executivas dos CMS

01 55 33.987,25

Abr/2011 a

Jun/2011

Concluído 45

29 concluíram;

16 desistiram

64,4%

Atualização para facilitadores

em Educação em Saúde e

Mobilização Social

01 55 33.987,25 Abr/2011 a

Jun/2011

Concluído 48

24 concluíram;

24 desistiram

50%

Curso de atualização em

Atenção à Saúde da Mulher

02 60 37.077,00 Maio/2011

a

Julho/2011

Concluído 60

41 concluíram;

19 desistiram

68,3%

Curso de Urgência e

Emergências Obstétricas

01 20 21.512,20 Dez/2012 Concluído 30 1º momento:

24

participantes

2º momento:

22

participantes

1º M:

80%;

2º M:

73,3%

Curso de Urgência e

Emergências Pediátricas

01 24 21.509,28 Dez/2012

Jan/2013

Em

andamento

45 1º momento:

34

participaram

1ºM:

75,5%

Curso –

Modalidade

Aperfeiçoamento

Educação

Permanente em

Saúde

(R$ 127.500,00 -

FMS)

Curso de aperfeiçoamento em

Informações Básicas em

Comunicação e Informações

em Saúde para Conselheiros e

Agentes Sociais

(Ficou como atualização)

01 55 46.750,00

Abril a

Dez/ 2011

Concluído 44 16 concluíram;

28 desistiram

36,4%

Curso de Capacitação para

equipes do NASF

02 40 34.000,00

Nov/2010 a

Abr/2011

Concluído 34 29 concluíram;

05 desistiram

85,3%

Aperfeiçoamento de condutas

odontológicas em pacientes

com deficiência

01 55 46.750,00

Ago/2010 a

Dez/2010

Concluído 36 27 concluíram;

09 desistiram

75%

Curso –

Modalidade

oficina

Educação

Permanente em

Oficinas em Vivências e

Estágios no SUS

02 40 25.544,29

Jan/ 2012 a

Abr/2012

Concluído 53 30 concluíram;

23 desistiram

56,6%

Page 192: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

191

Saúde

(R$ 25.544,29 –

FMS)

Curso –

Modalidade

Especialização

Educação

Permanente em

Saúde

(R$ 257.145,00 -

FMS)

Especialização em Educação

na Saúde para o SUS

01 30 128.572,50

Fev/ 2011 a

Fev/ 2013

Em

andamento

34 04

apresentaram;

11 pendentes;

19 desistiram;

Especialização em Saúde da

Família

01 30 128.572,50

Nov/ 2010

a Nov/2012

Em processo

de

apresentação

TCC

39 08 concluíram;

07 aptos a

apresentar

TCC;

20 devendo

notas;

03 desistiram

Resolução

450/2009

10/12/2009

Exercício

de execução

2011/2013

Cursos –

Formação Técnica

Educação

Profissional de

Nível Técnico

Curso Técnico em Sistema de

Informação em Saúde (Ano 2)

01 30 75.000,00

FMS

Jan/ 2011 a

Dez/ 2012

Em

andamento

30 07 Concluíram;

23 Desistiram

Curso Técnico em Cuidados

Domiciliares (Ano 2)

01 30 75.000,00

FMS

Jan/ 2011 a

Out/ 2012

Concluído 24 09 concluíram;

15 Desistiram

37,5%

Curso Técnico de Enfermagem

- complementação

02 60 150.000,00

FMS

Maio/2012

a mar/2013

Em

andamento

60 04 desistentes

Cursos –

Modalidade

Atualização

Educação

Permanente em

Saúde

Curso de Média Duração em

Manutenção de Equipamentos

Odonto-Médicos Hospitalares

para Unidades Básicas de

Saúde e Hospitais de Médio e

Pequeno Porte

02 60

150.000,00

FMS

Dez/ 2011 a

ago/2012

Concluído 42 20 concluíram;

22 desistiram

47,6%

Atualização para

Coordenadores da Atenção

Básica e Supervisores de

Endemias

04 120

31.753,50

FMS

? Concluído 60 ? ?

Curso –

Modalidade

Aperfeiçoamento

Educação

Permanente em

Saúde

Aperfeiçoamento em Medicina

de Urgência e Emergência

01 20 52.952,20

FMS

Projeto

pedagógico

em construção

Page 193: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

192

Curso –

Modalidade

Especialização

Educação

Permanente em

Saúde

Especialização/Residência em

Medicina de Urgência e

Emergência

01 30 211.778,88

FMS

Projeto

pedagógico de

nova

modalidade

em construção

Resolução

16/2010

Exercício

de execução

2013/2015

Cursos –

Formação Técnica

Educação

Profissional de

Nível Técnico

Curso Técnico de Enfermagem

- complementação

04 120

16.385,36 +

*289.422,73

= 305.808,09

PNEP/

estadual

(via termo de

adesão)

Início em

2013 em

virtude do

período

eleitoral

* Recurso complementar enviado para o Fundo Estadual da Saúde. Valor a ser adicionado ao Termo de Adesão entre a Secretaria de Saúde do Estado e a

Secretaria Municipal de Saúde para formação técnica de 120 profissionais da macrorregião norte do Ceará.

Resolução

185/2010

05/07/2010

Cursos –

Formação Técnica

Educação

Profissional de

Nível Técnico

(R$421.000,00 -

FMS)

Técnico de análise clínica 01 30 421.000,00 Substituída

pela resolução

seguinte

Técnico em vigilância em

Saúde

01 01 Substituída

pela resolução

193/2011

Resolução

15/2011

25/02/2011

Cursos –

Formação Técnica

Educação

Profissional de

Nível Técnico

(R$ 305.808,09 -

FMS)

Curso de complementação do

Técnico de Enfermagem

04 120 305.808,09 Substituída

pela resolução

193/2011

Resolução

192/2011

29/08/2011

Cursos –

Formação Técnica

Educação

Técnico em enfermagem/

Complementar

03 30 479.936,81

Em pactuação

das vagas

CIES

Regional

Page 194: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

193

Profissional de

Nível Técnico

(R$ 479.936,81 -

FMS)

Técnico em hemoterapia 01 30 Plano de

Curso em

construção

Urgência e emergência 01 30 Plano de

Curso em

construção

Repasse FES R$ 93.409,27 – recurso destinado a despesa de capital para Macrorregião de Fortaleza e Sobral

Resolução

193/ 2011

31/08/2011

Exercício

de execução

2012/2014

Cursos –

Formação Técnica

Educação

Profissional de

Nível Técnico

(R$ 689.422,73 -

FMS)

Técnico em enfermagem/

Complementar

04 120 289.422,73 Previsto para

2013

Devido

período

eleitoral

Curso Técnico em Análises

Clínicas

01 30 200.000,00

Out 2012 a

out 2014

Em

andamento

30 6 desistentes

Curso Técnico em Vigilância

em Saúde

01 30 200.000,00

Aguarda

parecer do

conselho de

educação

Resolução

236/ 2011

31/10/2011

Exercício

de execução

2012/2014

Cursos –

Formação Técnica

Educação

Profissional de

Nível Técnico

(R$ 953.590,33 –

todo o recurso* -

FMS)

Curso pós-técnico: Saúde do

Idoso

05 150 500.000,00

Plano de curso

em construção

Inclusão digital para

Conselheiros Municipal – ACS

e ACE

10 300 60.935,46

Plano de curso

em construção

Educação

Permanente em

Saúde

Saúde Mental: Rede

psicossocial, terapias

integrativas e comunitárias

(enfermagem, NASF, CAPS)

05 150 106.380,00

Plano de curso

em construção

Page 195: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS …educação permanente para cada uma das três macrorregiões do Ceará; análise das ações de EPS previstas para o período de

194

(R$ 953.590,33 –

todo o recurso* -

FMS)

Política de Humanização –

capacitar para melhoria do

acolhimento e implantação de

práticas de humanização na

APS

05 150 106.380,00

Plano de curso

em construção

Atualização em prevenção e

qualificação de diagnóstico e

tratamento do câncer de colo

de útero e de mama

05 150 106.380,00

Plano de curso

em construção

Atualização sobre o papel da

Coordenação de Atenção

Básica

03 150 73.514,87

Plano de curso

em construção

Fontes: Resoluções da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará referentes a EPS; Arquivos das ações desenvolvidas disponibilizados pela EFSFVS.

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195