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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS CURSO DE AGRONOMIA AVALIAÇÃO DE NOVA TECNOLOGIA NO CONTROLE DE DOENÇAS NA CULTURA DA SOJA RAFAEL CICHELERO SINOP MT Dezembro - 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

CURSO DE AGRONOMIA

AVALIAÇÃO DE NOVA TECNOLOGIA NO CONTROLE DE

DOENÇAS NA CULTURA DA SOJA

RAFAEL CICHELERO

SINOP – MT

Dezembro - 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

CURSO DE AGRONOMIA

AVALIAÇÃO DE NOVA TECNOLOGIA NO CONTROLE DE

DOENÇAS NA CULTURA DA SOJA

RAFAEL CICHELERO (DISCENTE)

SOLANGE MARIA BONALDO (ORIENTADORA)

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Curso de Agronomia do ICAA/CUS/UFMT, como parte das exigências para a obtenção do Grau de Bacharel em Agronomia.

SINOP – MT

Dezembro – 2016

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DEDICATÓRIA

Primeiramente a Deus por possibilitar a realização do presente trabalho;

Aos meus pais: Valdir Cichelero e Sirlei Maria Cichelero;

Aos meus irmãos: Daiane Cichelero e Tiago Cichelero;

Especialmente à minha prima Simone Cichelero (In memrian)

Ao meu avô maternoLeonardo Ligoski (In memorian).

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me proporcionar a felicidade de concluir

mais essa tão sonhada etapa da minha vida, a este sou eternamente grato pelas

felicidades vividas ao longo de todo esse tempo e é neste que deposito toda a minha fé

e confiança.

Agradeço de maneira especial aos mais pais Valdir e Sirlei por serem meus

maiores ídolos, pelas vezes que me ensinaram que nem tudo na vida é fácil, mas que

tudo no fim traz consigo um benefício maior, pelos incentivos afetivos e financeiros

proporcionado ao longo dessa breve, ou não tão breve caminhada, afinal foram seis

anos de estudos, viagens e muitas festas.

Agradeço aos meus irmãos Tiago e Daiane pelo companheirismo, amizade e

acima de tudo por todo apoio direto ou indiretamente dado para que este sonho se

tornasse realidade.

Agradeço a todos os meus familiares que de alguma maneira contribuíram para

que este sonho se tornasse realidade.

Agradeço a Rosimeire Soares dos Anjos, pelo incondicional apoio e

compreensão durante essa etapa da minha vida.

Agradeço ainda aos meus amigos e companheiros que estiveram comigo durante

todo esse período compartilhando de histórias inesquecíveis: Aldemar Marques; Aline

Gonçalves; Ângelo Cadore; Arthur Carvalho; Biel Primo; Bruno Picolo; Caio M. Duarte;

Camila Rocco; Carlos E. T. Figueiredo; Diego D. Venceslau; Edilson Cavalli; Emily

Lezzo Estevam; Ezequiel Pelizzari; Fabiane Carlos; Fabiano Pansiere; Fernando

Coelho; Fernando Turra; Felipe Bernini P. da Silva; Gabriel Andrade; Gustavo Chaves;

Gustavo Rabelo; Flávio Tavares Goivinho; Gabriel Peloso; Gabriel S. Salomão; Gabriela

K. Joannella; Guilherme Joanella; Harwey Wolf; Henrique L. Dario; Igor Kevein; João

Paulo Ferrari; Jonas Amaral; José H. Medina; Lorrayne Oliveira; Lucas Balbinot; Lucas

de Lamonica; Lucas Figueiredo; Lucas Ataide; Lucas Kuntz; Lucas Marques; Luciano C.

Magni; Luís F. P. Maia; Luís G. B. Coelho; Luís H. Zonta; Marcel Alexandre; Marllon B.

Faé; Marina Farinon; Murilo C. liveira; Naiara Rigo; Paula Porto; Pedro E. V. Aguiar;

Pedro Freitas; Pedro H. O. Costa; Pedro H. Silvério; Polyana Esser; Rafael Filimberti;

Rafaela S. Weyh; Raquel Birck; Ricardo M. Couto; Roger Hartmann; Samuel G. Detoni;

Vinícius Prada Sampaio Wagner Reis e demais amigos que por ventura não consegui

lembrar.

Agradeço a Professora Drª. Solange Maria Bonaldo, pela sua prontidão em me

orientar neste trabalho que aqui se encerra, por sua boa vontade em repassar de

maneira esplendorosa seus relevantes conhecimentos.

Agradeço a Engenheira Agrônoma Berenice Teodósio dos Santos, pelo apoio no

desenvolvimento do experimento.

Agradeço a Agropel sementes pela área cedida ao experimento.

A Stoller pelo apoio financeiro do projeto.

Aos meus amigos fundadores da Atlética de Agronomia e da Atlética das

Engenharias da UFMT, por me proporcionar grandes emoções.

A todos, meu muito Obrigado!

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................ 4 2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 6 2.1 A cultura da soja .............................................................................................................. 6 2.2 Produção de soja no Brasil.......................................................................................... 7 2.3 Produção de soja no Mato Grosso ................................................................................... 7 2.4 Doenças da cultura da soja .............................................................................................. 7 2.4.1 Antracnose (Colletotrichum truncatum) ......................................................................... 8 2.4.2 Mancha alvo (Corynespora cassiicola) .......................................................................... 9 2.4.3 Ferrugem Asiática (Phakopsora pachyrhizi) ................................................................ 10 2.4.4 Míldio (Peronospora manshurica) ............................................................................... 10 2.5 Controle químico ............................................................................................................ 11 2.6 Indutores de Resistência ................................................................................................ 12 2.7 Indução de resistência na cultura da Soja ................................................................. 13 3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................. 15 3.1 Localização do experimento ......................................................................................... 15 3.2 Cultivar utilizada............................................................................................................. 15 3.3 Delineamento experimental ........................................................................................... 15 3.4 Produtos utilizados ......................................................................................................... 15 3.5 Condução do experimento ............................................................................................. 15 3.6 Avaliação das variáveis analisadas ................................................................................ 18 3.7 Análise estatística .......................................................................................................... 20 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................. 21 4.1 Avaliação da eficiência de nova tecnologia isolada e associada com fungicidas no controle da Antracnose (Colletotrichum truncatum) ............................................................. 21 4.2 Avaliação da eficiência de nova tecnologia isolada e associada com fungicidas no controle de Míldio (Peronospora manshurica) ...................................................................... 22 4.3 Avaliação da eficiência de nova tecnologia isolada e associada com fungicidas no controle de Mancha alvo (Corynespora cassiicola) .............................................................. 23 4.4 Parâmetros fitotécnicos da soja em relação ao produto testado associado ou não com fungicidas ............................................................................................................................ 24 4.4.1 Números de vagens com antracnose .......................................................................... 26 4.4.2 Vagens/m² .................................................................................................................. 28 4.4.3 Desfolha...................................................................................................................... 29 4.4.4 Massa de mil grãos ..................................................................................................... 30 5 CONCLUSÕES ................................................................................................................. 33 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS o tamanho de fonte é 11, tem referencias com fonte 12 34 7. ANEXOS DADOS CLIMÁTICOS .................................................................................. 39

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RESUMO

A produção de soja, apesar da sua alta produtividade apresenta alguns entraves que limita a

eficiência produtiva da cultura, principalmente fatores relacionados a doenças. Nesse

contexto o presente estudo objetivou avaliar a eficiência de um novo produto no controle de

antracnose (Colletotrichum truncatum), mancha alvo (Corynespora cassiicola) e míldio

(Peronospora manshurica) na cultura da soja [Glycine max (L.) Merrill]. O experimento foi

conduzindo em Sinop - MT. O delineamento experimental foi blocos casualizados, com 10

tratamentos e 5 repetições, cultivar Monsoy 8372 IPRO. A nova tecnologia foi testada em

duas circunstâncias distintas, sendo de maneira isolada com doses de 70, 140, 210 e 280

g.ha-1, além do tratamento controle, e, de forma combinada com fungicida comercial com as

mesmas dosagens utilizadas nos tratamentos isolados (70, 140, 210 e 280 g.ha-1, além do

tratamento controle). O produto foi aplicado em três estádios da planta (V5, R1 e R5). Para o

controle de míldio (P. manshurica), número de vagens/m² e desfolha o tratamento com 280

g.ha-1 combinado com fungicida padrão apresentou os melhores resultados. A dosagem de

210 g.ha-1 da tecnologia testada combinada fungicida padrão da propriedade foi eficiente no

controle de mancha alvo (C. cassiicola). A aplicação de 280 g.ha-1 do produto reduziu o

número de vagens com antracnose. A dosagem de 140 g.ha-1 combinada com fungicida

demonstrou-se eficiente para melhorias no peso de mil grãos. Não foram observados efeitos

significativos para controle de antracnose (C. truncatum), parâmetros fitotécnicos, bem como

na produtividade (sc.ha-1).

Palavras chave: Antracnose, mancha-alvo, míldio, produtividade.

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ABSTRACT

The soybean production, despite its high productivity, presents some obstacles that limit the

productive efficiency of the crop, mainly factors related to diseases. In this context, the

present study aimed to evaluate the efficiency of a new product in the control of anthracnose

(Colletotrichum truncatum), target spot (Corynespora cassiicola) and mildew (Peronospora

manshurica) in soybean crop [Glycine max (L.) Merrill]. The experiment was conducted in

Sinop - MT. The experimental design was randomized blocks, with 10 treatments and 5

replicates, cultivar Monsoy 8372 IPRO. The experiment was tested in two different

circumstances, being these in an isolated manner with doses of 70, 140, 210 and 280 g.ha-1,

besides the control treatment, and, combined with commercial fungicide with the same

dosages used in the isolated treatments (70, 140, 210 and 280 g.ha-1, besides the control

treatment). The product was applied at three plant stages (V5, R1 and R5). For the control of

mildew (P. manshurica), number of pods.m² and defoliation treatment with 280 g.ha-1

combined with standard fungicide presented the best results. The dosage of 210 g.ha-1 of the

standard tested fungicide combined property technology was efficient in the control of target

spot (C. cassiicola). The application of 280 g.ha-1 of the product reduced the number of pods

with anthracnose. The dosage of 140 g.ha-1 combined with fungicide proved to be efficient for

improvements in the weight of a thousand grains. No significant effects were observed for

control of anthracnose (C. truncatum), phytotechnical parameters, as well as productivity

(sc.ha-1).

Key words: Anthracnose, target spot, downy mildew, productivity.

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1. INTRODUÇÃO

A soja (Glycine max (L.) Merrill) hoje conhecida e comercializada no mundo todo, é

bastante diferente de suas ancestrais, as quais eram plantas rasteiras oriundas da Ásia e

China. Sua evolução se deu através do cruzamento feito por cientistas chineses entre duas

espécies selvagens, sendo estas domesticadas e melhoradas. Mesmo tendo grande

importância na dieta alimentar da antiga civilização chinesa e sendo considerado um grão

sagrado por estes o Ocidente ignorou seu cultivo até segunda década do século vinte, onde

os Estados Unidos deram início a seu cultivo, e a partir daí sua exploração comercial,

inicialmente como forrageiro e posteriormente como grão (APROSOJA, 2000).

Relatos históricos apontam que desde 1882 existia o cultivo experimental de soja na

Bahia, mas o marco principal ocorreu em 1901 quando começam os cultivos na estação

agropecuária e a distribuição de sementes para produtores paulistas. No entanto, no Brasil a

disseminação ocorre nos anos de 1970 com o crescimento das indústrias de óleo e o

aumento da demanda internacional pelo grão (APROSOJA, 2000).

Devido ter se tornado uma cultura de importância elevada para o comércio interno e

externo a sua produção vem crescendo de forma acelerada nos últimos anos no Brasil,

sendo este atualmente um dos grãos mais produzidos no país, e o Estado de Mato Grosso

se mostra como o maior produtor nacional onde em 2014/2015 a produção representou

aproximadamente 1/3 de toda a soja produzida no país (CONAB, 2015).

Segundo Embrapa (2002), um dos principais fatores que interferem na produtividade

da soja são as diferentes doenças, que podem afetar essa cultura causando variação no

rendimento; sendo identificadas no Brasil um total de 40 doenças causadas por fungos,

bactérias, nematoides e vírus. As doenças afetam todas as fases do desenvolvimento da

cultura, sendo que aquelas que atacam ao final do ciclo causam danos significativos na

produção final de soja, podendo chegar a uma perda de até 20% (JULIATTI et al., 2003).

Entre as principais doenças de final de ciclo citam-se: a antracnose (Colletotrichum

truncatum), mancha parda (Septoria glycines) e o crestamento foliar de cercospora

(Cercospora kikuchii) (BALLARDIN, 2002).

Dentre as formas mais comuns de controlar as doenças na planta estão as

aplicações de produtos químicos e tratos culturais, mas é de relevância ressaltar a

importância de constatar se a planta está bem nutrida, visto que é um dos fatores que

colaboram com o seu bom desenvolvimento, assim tornando a planta mais resistente ao

ataque de patógenos (LIMA et al., 2010).

No intuito de manter a eficiência no controle de doenças que afetam a produtividade

no cultivo da soja, todos os anos as empresas que trabalham na produção de defensivos

agrícolas buscam novos princípios ativos e produtos para manter níveis adequados de

controle. No entanto algumas doenças se fortalecem e acabam por causarem grandes

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danos nas lavouras, por isso a necessidade da busca constante por novos estudos e

tecnologias (WAGNER, 2010).

Neste sentido, o presente estudo objetivou avaliar o efeito de uma nova tecnologia

de maneira isolada e combinado com fungicida padrão, com intuito de avaliar a eficiência

desta no controle de antracnose (Colletotrichum truncatum), mancha alvo (Corynespora

cassiicola) e míldio (Peronospora manshurica), além de características fitotécnicas na

cultura da soja [Glycine max (L.) Merrill].

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A cultura da soja

A soja (Glycine max L. Merrill) atualmente constitui em um dos principais cultivos da

agricultura mundial, além de ser matéria-prima indispensável para impulsionar diversos

complexos agroindustriais o seu alto potencial produtivo, a sua composição química e ao

seu importante valor nutritivo, possui várias aplicações na alimentação humana e animal,

com expressivo papel sócio econômico (MAUDAD et al., 2010).

Mundialmente a soja representa o papel de principal oleaginosa produzida e

consumida. Isso se justifica pela importância do produto tanto para o consumo animal,

através do farelo da soja, quanto para o consumo humano, através do óleo e outros

produtos. A partir dos anos 70 no Brasil a produção da soja passou a ter grande importância

para o agronegócio, percebida pelo aumento das áreas cultivadas e, principalmente, pelo

aumento da produtividade pela utilização de novas tecnologias (SEDIYAMA et al., 2009).

A produção de soja ocupa um total de 6% de toda terra cultivável do mundo e,

atingindo velocidades de crescimento superiores à maioria dos outros grãos e oleaginosas,

ou seja, está em franca ampliação. Desde 1993 a área ocupada desse grão vem crescendo

o dobro quando comparada com a economia global. A maioria da soja produzida é utilizada

para nutrição animal e consumida indiretamente na forma de carne por humanos

(GOLDSMITH, 2009).

Segundo Santos et al. (2005), é preciso conquistar novas alternativas para

potencializar a efetividade energética em sistemas agrícolas. As doenças originadas por

fungos são as mais inquietantes no sistema produtivo da soja, visto que são essas as que

provocam maiores prejuízos no que se refere a produtividade. Essas doenças constituem

perdas de produção entre 15 e 20% e sabe-se que algumas doenças podem provocar 100%

de perdas.

Estudos conduzidos por Diesel & Nunes (2009), ponderaram que a cultura da soja

tem potencial genético de produção de aproximadamente 18000 kg/ha, no entanto até a

colheita diversas causas limitam esse potencial para níveis muito abaixo do esperado

atingindo patamares de 4000 kg/ha.

Diversas razões podem afetar a cultura causando uma diminuição na produtividade

e, para que esta venha a se manifestar de forma satisfatória vários parâmetros devem ser

trabalhados. Fatores como época de semeadura adequada, eliminação do mato-

competição, seleção e posicionamento de cultivares produtivas, manejo do solo, diagnóstico

da presença de nematoides, arranjo de plantas e finalmente a eliminação do estresse

causado por insetos e doenças asseguram banir fatores climáticos desfavoráveis e

aproveitar ainda mais as condições positivas (HIROMOTO et al., 2009).

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De acordo com Hiromoto et al. (2009), a produção final de grãos é visivelmente

percebida quando a lavoura é tratada adequadamente contra pragas e doenças, dando um

maior retorno econômico para o produtor. Uma forma eficiente de minimizar as perdas pelo

impacto de pragas e doenças é o monitoramento diário da lavoura.

Mesmo com o enorme desenvolvimento que a biotecnologia vem apresentando nos

últimos anos a cultura da soja ainda não pode renunciar da proteção química dos fungicidas,

visto que a soja só produz econômica e estavelmente se estiver adequadamente protegida

dos ataques de pragas e doenças e até o momento está tem se mostrado a única forma

segura de proteção (DIESEL; NUNES, 2009).

2.2 Produção de soja no Brasil

A produção de soja no Brasil vem crescendo de forma considerável e traz consigo

alguns desafios. O crescimento da soja marcha para novas fronteiras agrícolas e deve estar

em equilíbrio com as necessidades socioambientais, com a globalização de mercado e com

a demanda existente por este produto (MILKO, 2007).

Segundo USDA (2015), o Brasil estava atrás somente dos EUA em quantidade

produzida do grão de soja. No ano de 2015/2016 produziu um total de 97,0 milhões de

toneladas de soja, superando seu recorde de produtividade em 2,6% de 2013/2014 que era

de 94,5 toneladas.

2.3 Produção de soja no Mato Grosso

A produção de soja no Brasil é liderada pelo estado de Mato Grosso, entretanto, esta

encontra-se em constante evolução para áreas de fronteiras agrícolas, principalmente o

estado do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O crescimento do setor encontra-se

intimamente ligado a uma combinação de fatores como a abertura de novas áreas e

substituição de atividades agropecuárias por agricultura, na safra de 2014/2015 a produção

de soja teve aumento de 21,7% chegando a 10,5 milhões de toneladas (BRASIL, 2015).

A cultura da soja tem grande destaque na economia do Brasil e, é de suma

importância principalmente para a região do Centro Oeste, onde apresentou incremento de

produtividade nas últimas safras graças às constantes iniciativas no desenvolvimento de

novas tecnologias de produção.

No Mato Grosso a soja é cultivada em sistema de plantio direito e sistema

convencional, no início das chuvas nos meses de setembro/outubro e a colheita no período

de janeiro a março.

2.4 Doenças da cultura da soja

Sabe-se que a cultura da soja tem grande importância no cenário econômico

brasileiro, pois impulsiona o crescimento de outros setores ligados a essa produção.

Juntamente com o crescimento das fronteiras agrícolas foram se expandindo novas

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condições favoráveis para o desenvolvimento e multiplicação de pragas e doenças. A

monocultura e sucessão de plantios são outros fatores que impulsionam o ataque e

multiplicação desses fatores (WAGNER, 2010).

Na cultura da soja os fatores que interferem na sua produtividade não são regra e, a

importância de cada doença varia de ano para ano, entre regiões e também entre

propriedades, tudo isso depende da cultivar utilizada, da época de semeadura, do clima, da

umidade relativa e das tecnologias empregadas na cultura (BARROS, 2008).

A produtividade nas safras se limitam com a presença de determinadas doenças nas

plantas. É estimado que a cada ano 20% do total de soja produzidos é perdida pelo ataque

de doenças, e pode chegar a 100% dependendo da intensidade e da severidade do ataque

(EMBRAPA, 2011).

Em campo a soja é atacada por um grande número de doenças causadas por

fungos, que muitas vezes acabam por causar prejuízos na qualidade das sementes. Apesar

de nem sempre ser possível o ideal seria uma semente livre de qualquer microrganismo,

isso ocorre devido a qualidade da soja ser altamente influenciada pelas condições climáticas

nas quais as mesmas foram produzidas e armazenadas (GOULART et al., 1995).

Para o controle de doenças é indicado estratégias de manejo como a utilização de

cultivares com resistência, erradicação de hospedeiros pré-existentes, controle químico de

sementes e parte aérea, vazio sanitário, adubação equilibrada, rotação de culturas,

população e espaçamento adequados, utilização de cultivares precoces semeadas no início

da época recomendada, evitar o prolongamento do período de semeadura (SILVA et al.,

2011).

Na recomendação do controle químico é importante avaliar a presença e a

quantidade de doença existente na cultura. Diversos fatores devem ser avaliados para

determinar a dose a ser utilizada como limiar de ação, determinado segundo um sistema de

pontuação que considera a precipitação pluvial, o potencial de inoculo, níveis de potássio no

solo, ciclo do cultivar, tratamento de sementes entre outros (HOFFMANN et al., 2004).

As doenças com maior frequência no Médio Norte de Mato Grosso são a ferrugem

(Phakopsora pachyrhizi), a antracnose (Colletotrichum truncatum), a mancha alvo

(Corynespora cassiicola) e as doenças de final de ciclo (FUNDAÇÃO RIO VERDE, 2009).

2.4.1 Antracnose (Colletotrichum truncatum)

A doença afeta todos os estádios de desenvolvimento da cultura, podendo causar

morte de plântulas, necrose nos pecíolos e manchas nas folhas, hastes e vagens. Elevadas

precipitações e altas temperaturas (28 a 34ºC) favorecem o desenvolvimento de antracnose,

principalmente nos estádios finais do ciclo da cultura (GALLI et al., 2007).

Quando em ambientes de alta umidade, a antracnose causa apodrecimento e queda

das vagens, abertura das vagens imaturas e germinação dos grãos em formação. O

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patógeno afeta também a haste e outras partes da planta, causando manchas castanho-

escuras. Também é possível que seja uma das principais causadoras da necrose da base

do pecíolo que, nos últimos anos, tem sido responsável por grandes perdas de soja no

Cerrado (KLINGELFUSS; YORINORI, 2001).

A maior intensidade da antracnose é devida ao uso de sementes infectadas, que tem

apresentado o patógeno em amostras avaliadas através de testes específicos (ALMEIDA et

al., 1997).

A haste, folhas, vagens e sementes podem apresentar a doença e no entanto não

apresentarem sintomas visíveis. Mas acontece que quando o clima é favorável ao

desenvolvimento da doença esta se apresenta. As vagens infectadas adquirem coloração

castanho-escura a negra e ficam retorcidas. As nervuras, pecíolos e ramos contaminados

apresentam lesões de coloração avermelhada. Em períodos de alta umidade, as partes

infectadas ficam cobertas por pontuações negras, contendo setas e acérvulos, que são as

frutificações do fungo (DHINGRA et al., 2009; ALMEIDA et al., 1997).

A antracnose é uma das principais doenças da soja no Cerrado, causada pelo fungo

Colletotrichum truncatum sob condições de alta umidade, pode causar a morte de plântulas,

necrose de pecíolos, manchas nas folhas, hastes e vagens. O fungo sobrevive em sementes

e restos culturais e se desenvolve de forma latente, podendo surgir até o final do ciclo,

dependendo das condições climáticas, densidade da semeadura e fertilidade (EMBRAPA,

2011).

2.4.2 Mancha alvo (Corynespora cassiicola)

A mancha-alvo, causada pelo fungo C. cassiicola, foi relatada pela primeira vez na

cultura da soja no Brasil, no Estado do Paraná e posteriormente no Estado de São Paulo

(ALMEIDA et al., 1976). Em 1989, a doença foi relatada nos estados do Mato Grosso, do

Mato Grosso do Sul e do Rio Grande do Sul (YORINORI, 1989).

Sua incidência tem aumentado nas últimas safras, em consequência do aumento da

semeadura de cultivares suscetíveis, sendo encontrada em praticamente todas as regiões

de cultivo de soja do Brasil. Nas folhas, os sintomas da doença se iniciam por pontuações

pardas, com halo amarelado, evoluindo para grandes manchas circulares, de coloração

castanho-claro a castanho-escuro (ALMEIDA et al., 2005).

De acordo com Almeida et al. (2005), normalmente, as manchas apresentam

pontuação no centro e anéis concêntricos de coloração mais escura. Cultivares suscetíveis

podem sofrer severa desfolha, com manchas na haste e nas vagens. O fungo sobrevive em

restos de cultura e em sementes infectadas podendo colonizar uma ampla gama de

resíduos no solo. Umidade relativa alta favorece a infecção na folha.

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2.4.3 Ferrugem Asiática (Phakopsora pachyrhizi)

A ferrugem, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é uma das doenças mais

severas que incide na cultura da soja, com danos variando de 10% a 90% nas diversas

regiões geográficas onde foi relatada (SINCLAIR; HARTMAN, 1999; YORINORI et al.,

2005).

As primeiras epidemias severas de Ferrugem na América do Sul foram relatadas no

Paraguai, na safra 2000/01, e no Brasil, na safra 2001/02, nas regiões sul do estado de

Goiás, no Mato Grosso, norte do Mato Grosso do Sul e no Rio Grande do Sul (YORINORI et

al., 2005).

O custo para controle da doença no Brasil, desde as primeiras epidemias severas até

a safra de 2007/08, foi estimado em aproximadamente US$ 10,1 bilhões, incluindo as

perdas em produção, arrecadação e o custo com o controle dessa doença (CONSÓRCIO

ANTIFERRUGEM, 2008).

As condições climáticas exercem fundamental importância nas epidemias de

ferrugem. O molhamento foliar contínuo, promovido por orvalho ou pela chuva, sob

condições ótimas de temperatura favorece o rápido desenvolvimento da doença

(MELCHING 1989; ALVES et al., 2006).

O processo de infecção depende da disponibilidade de água livre na superfície da

folha, sendo necessárias no mínimo 6 horas, com um máximo de infecção ocorrendo com

10 a 12 horas de molhamento foliar. Temperaturas entre 18 e 26,5°C são favoráveis para a

infecção. Quanto mais cedo ocorrer a desfolha, menor será o tamanho dos grãos e,

consequentemente, maior a perda do rendimento e da qualidade (grão verde) (KIMATI et al.,

2005).

Conforme citam Kimati et al. (2005), o controle químico é a ferramenta viável

atualmente. Os fungicidas dos grupos dos Triazóis e Estrobilurinas mostram-se mais

eficientes. Além do controle químico, evitar semeadura na época mais favorável à doença,

utilizar cultivares precoces e adoção do vazio sanitário.

2.4.4 Míldio (Peronospora manshurica)

O míldio da soja é uma doença amplamente disseminada no Brasil e estima-se que

os prejuízos decorrentes desta doença estão entre 8 e 14% quando ocorre em cultivares

suscetíveis (FERREIRA et al., 1981; DUNLEAVY, 1987).

As condições que favorecem a ocorrência desta doença são elevados períodos de

molhamento foliar (12 horas) e temperaturas entre 20 e 22 ºC durante qualquer estágio

fenológico da cultura (PICININI; FERNANDES, 2000).

Ainda segundo estes autores, os sintomas da doença são bem característicos, com

manchas de coloração verde-claras até amareladas, localizadas na face adaxial das folhas.

Com o desenvolvimento da doença, as lesões se tornam marrom-acinzentadas até marrom

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escura, com margens amareladas ou esverdeadas. O crescimento do fungo pode ser

observado em algumas situações, de coloração cinza na face abaxial da folha,

principalmente em períodos úmidos. Folhas severamente atacadas se tornam marrom e

podem se soltar da planta, causado desfolha. Também pode se observar o desenvolvimento

esbranquiçado do fungo no interior de vagens e na superfície das sementes. As plântulas

originadas de sementes infectadas são raquíticas com folhas manchadas.

Sementes de soja infectadas com o patógeno apresentam redução do peso e do teor

de proteína, além de atraso na germinação das plântulas (MCKENZIE E WYLLIE, 1971;

KORETSKY E KOSHEVSKY, 1998).

2.5 Controle químico

As empresas de defensivos agrícolas dispõem de várias moléculas para a prevenção

e o controle de doenças da cultura da soja. A tomada de decisão para a aplicação vai

depender do ciclo do cultivar, época de semeadura, aquisição de sementes certificadas,

tratamento de sementes e plantio em áreas onde não haja inoculo do patógeno (EMBRAPA,

2010).

O controle químico de doenças em plantas é em muitos casos a única medida

eficiente e economicamente viável para garantir uma alta produção. Porém, o uso excessivo

e de maneira errônea de defensivos pode acarretar, em longo prazo, no surgimento de

fitopatógenos resistentes às substâncias químicas utilizadas (NEGRI, et al. 2012).

O conhecimento dos mecanismos de ação das moléculas utilizadas é imprescindível,

visando evitar erros que podem comprometer a sua vida útil e evitar situações de difícil

resolução. No Brasil, trabalhos foram desenvolvidos quanto à resistência de fungos a

fungicidas, sendo relatados alguns casos com patógenos como, Alternaria dauci,

Colletotrichum fragariae, Phytophthora infestans, Fusarium subglutinans, Cercosporidium

personatum, Cylindrocladium scoparium e Monilina frutícola (GHINI, 2001).

Devido à grande ocorrência de doenças, pesquisas comprovaram que é

economicamente viável, e indispensável, pelo menos uma aplicação química em qualquer

nível de infecção, exceto nas épocas de seca que são desfavoráveis aos patógenos que

afetam a cultura (SOARES, 2010).

Porém este tipo de controle deve ser utilizado de forma racional, respeitando o

manejo integrado de doenças. Com objetivo de minimizar os danos provocados por

doenças, limitar a resposta do patógeno para que este controle seja duradouro, e que tenha

o menor custo possível (ZAMBOLIM; VALE, 2002).

Neste sentido, uma das medidas que favoreceriam a manutenção da

sustentabilidade do sistema de produção de soja no país seria a utilização racional desses

fungicidas químicos de forma integrada com outras medidas de controle, como a rotação de

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culturas, resistência genética e, mais recentemente, medidas promissoras como a indução

de resistência (BARROS, 2011).

2.6 Indutores de Resistência

A cultura da soja responde por grande parte da economia do setor agrícola no Brasil.

É uma cultura altamente tecnificada e, consequentemente, sofre os efeitos de diversas

doenças, que por sua vez limitam a produção. O controle de doenças em sua maioria é

oneroso e muitas vezes ineficiente com consequências ambientais. A indução da

resistência, que é baseada na ativação de mecanismos de defesa latentes da planta, surge

como alternativa em contraposição ao controle químico (KUHN et al., 2009).

No Brasil estudos relacionados ao uso de tecnologias que atuem como indutores de

resistência na planta, diante de diversos microrganismos, vêm se tornando constantes, dado

ao fato da crescente exigência do mercado consumidor diante da produção de produtos que

contenham cada vez menos agrotóxicos e que afetem o mínimo possível o meio ambiente.

A indução de resistência resulta na restrição do crescimento de fitopatógenos e

consequentemente, na supressão ou diminuição dos sintomas de doenças, devido à

ativação dos mecanismos de resistência das plantas, associada à expressão coordenada de

um conjunto de genes de defesa (MÉTRAUX, 2001).

Para compreensão dos mecanismos que atuam diretamente na promoção da

resistência sistêmica adquirida em plantas, é necessário entender a interação que ocorre

entre o patógeno e a planta. Nesse sentido, conforme afirma Labanca (2002), para a

determinação da doença é preciso que haja um microrganismo patogênico, uma planta

susceptível e um ambiente favorável para o desenvolvimento da doença, sendo o malogro

da infecção atribuído, pelo menos em parte, ao reconhecimento do patógeno pela planta e a

ativação de mecanismos de defesa contra o invasor.

A interação planta-patógeno envolve mecanismos bioquímicos onde os genes de

alerta são ativados, resultando na síntese de novos compostos e no aumento da atividade

enzimática, importante para a defesa da planta. Além disso, ocorre a formação de barreiras

estruturais e da produção de compostos tóxicos, que resultam no atraso da infecção

(SBALCHEIRO, 2010).

Diante disso, acredita-se que o ponto chave do estudo de indutores de resistência

em plantas encontra-se justamente em determinar as substâncias que encontram-se

relacionadas ao reconhecimento do patógeno por parte da planta, entendimento das

tecnologias produzidas para combater tais infecções e, obviamente, quais mecanismos o

patógeno utiliza para se interagir com a planta. A partir da determinação dessas variáveis é

possível utilizar moléculas elicitoras para estimular a planta aos mecanismos de defesa

naturais contra a doença.

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De acordo com Labanca (2002), o tratamento de plantas com moléculas elicitoras

pode levar não apenas a uma resposta de resistência, mas a uma expressão sincronizada

de diversos mecanismos de defesa, culminando com o que é chamado de indução de

resistência. O fenômeno de indução de resistência é caracterizado pela transformação de

uma relação originalmente compatível entre planta e o patógeno numa relação incompatível.

A indução de resistência tem por objetivo ativar os mecanismos latentes de

resistência de um hospedeiro vegetal suscetível ou moderadamente resistente, por meio do

uso de agentes abióticos ou bióticos (eliciadores/indutores), de modo que o mesmo tenha

sucesso na defesa contra o ataque de patógenos como fungos, oomicetos, bactérias, vírus e

nematoides. A indução de resistência pode ser empregada no manejo integrado de doenças

e contribuir para que genótipos de alto valor agronômico continuem ou passem a ser

utilizados no campo (PASCHOLATI et al., 2015).

Tal indução pode ocorrer em condições controladas ou a campo, cujas vantagens

são: amplo espectro de ação com efetividade contra vírus, bactérias, fungos e nematoides;

caráter sistêmico; e transmissão por enxertia. As desvantagens são: esta resistência é

parcial, incompleta e com o passar do tempo por ser necessário reativar a indução. Por

outro lado, por parcial e inespecífica, a resistência induzida não impõe pressão de seleção

sobre o patógeno, dificultando a quebra de resistência (SILVA; RESENDE, 2001).

A ativação das respostas de defesa das plantas se inicia pelo reconhecimento do

agente indutor ou do patógeno. No caso do patógeno, o reconhecimento pode ser mediado

por receptores de reconhecimento (PRRs) de padrões moleculares associados aos

patógenos/ microrganismos (PAMPs/MAMPs) ou pela interação entre os genes de

resistência (R) da planta e efetores do microrganismo. Após o reconhecimento, uma série de

mudanças nos padrões transcricionais da célula vegetal ocorre, visando à defesa. Alguns

dos mecanismos de defesa ativados podem envolver: produção de espécies reativas de

oxigênio, ocasionando a explosão oxidativa na célula desafiada, constituindo o que se

conhece como reação de hipersensibilidade (RH); ativação de genes de defesa; síntese de

compostos tóxicos como as fitoalexinas; síntese de compostos capazes de promover

mudanças estruturais na parede celular. Adicionalmente, sinais podem ser translocados

para partes distantes do sítio onde o eliciador foi percebido, incrementando os níveis de

resistência da planta de maneira sistêmica (PASCHOLATI et al., 2015).

Assim, a indução de resistência constitui estratégia para o controle de doenças em

plantas e, no futuro, será um componente indispensável de medidas, tanto curativas como

preventivas (SBALCHEIRO, 2010).

2.7 Indução de resistência na cultura da Soja

A indução de resistência é definida como a ativação da capacidade da planta em se

defender contra um amplo espectro de patógenos após estímulo apropriado. O

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desenvolvimento mais recente neste campo dos ativadores de resistência de plantas está

relacionado com a descoberta de um análogo funcional do ácido salicílico, o Acibenzolar-S-

Methyl (ASM). O ácido salicílico promove nas células das plantas a produção de proteínas

específicas relacionadas com a patogênese, tais como ß,1-3 glucanase e quitinase que são

capazes de degradar a parede celular de fungos e bactérias patogênicos (DALLAGNOL et

al., 2006).

Entre os compostos capazes de induzir processos de defesa estão os sais de

fósforo, cuja efetividade tem sido demonstrada contra diversos patógenos. Além da sua

aplicação isolada, a associação de tais compostos com fungicida tem-se apresentado como

uma alternativa muito eficaz no manejo de doenças, em virtude de ocorrer efeito aditivo ou

sinérgico quando esses químicos são utilizados de forma conjunta (MENEGHETTI, 2009).

Além de tecnologias com base em compostos sintéticos, o uso de extratos vegetais

vem sendo largamente estudado com intuito de determinar a sua eficiência quanto ao

controle de patologias associadas a cultura da soja. Arruda et al. (2012), estudaram o efeito

de extratos aquosos de Agaricus blazei, Lentinula edodes e Pycnoporus sanguineus na

indução de fitoalexinas no controle de oídio da soja em casa de vegetação e observaram

eficiência da utilização desses extratos para a severidade de AACPD da doença, sendo o

extrato aquoso de L. edodes o que mais proporcionou redução na incidência da doença.

A nutrição da planta, propriamente dita também consiste em uma maneira de induzir

resistência da mesma frente a diversos patógenos, Queiroz et al. (2012) analisaram a

nutrição da soja e sua influência na indução de resistência para infecção e severidade dos

sintomas da ferrugem asiática, estes concluíram que a presença do zinco nas aplicações

foliares reduziram a severidade e progresso da ferrugem asiática na soja.

A indução a resistência sistêmica adquirida também foi observada por Janegitz et al.

(2012), em que trabalharam com extrato de cis-jasmone no controle de nematoides

(Meloidogyne javanica) na cultura da soja; sendo a aplicação realizada na parte área da

planta. Estes observaram que a pulverização foliar com cis-jasmone induziu sistemicamente

nas raízes das plantas a atividade da PAL (Fenilalanina amônia-liase), após 120h da

aplicação, e a síntese de daidzeína, genisteína e coumestrol, após 144h, sendo essa

indução mais acentuada no genótipo resistente. Os autores de posse dos resultados

sugeriram haver uma ação positiva da aplicação do extrato vegetal estudado na ativação

sistêmica da resistência em diferentes genótipos de soja diante da patologia estudada.

É notório que estudos inerentes ao uso de tecnologias que induzem a resistência da

planta a diversos patógenos ainda apresenta-se, em grande parte, inconclusivo, com

resultados contraditórios o que limita o uso de tais como forma de atenuar os efeitos

causados por microrganismos diversos, demandando dessa maneira mais ensaios que

visem elucidar tanto os mecanismos envolvidos no processo de aquisição de resistência

induzida, bem como a eficiência dos indutores testados.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Localização do experimento

O experimento foi conduzido em área comercial da empresa Agropel Sementes,

localizada na fazenda Zanini, região de Sinop, norte de Mato Grosso, Situada entre as

coordenadas geográficas: Latitude Sul 11°94’ e Longitude Oeste 55°47’.

3.2 Cultivar utilizada

A cultivar utilizada na avaliação foi a soja Monsoy 8372 IPRO, que possui alto

potencial produtivo, com crescimento determinado e altura média de 0,76m. De acordo com

a instituição que comercializa a cultivar possui moderada resistência a Mancha alvo (C.

cassiicola). Sua época de semeadura ideal é entre 01/10 a 30/10, população ideal para a

região entre 240 a 280 mil plantas por hectare, cultivar de ciclo precoce de 114 dias.

3.3 Delineamento experimental

O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados (DBC) com 10

tratamentos e 5 repetições, totalizando 50 parcelas.

3.4 Produtos utilizados

Os produtos utilizados foram: 1) Starter Mn Platinum® (N = 5%; S = 4,9%; B = 0,3%;

Cu = 0,3%; Mn = 5%; Mo = 0,05% e Zn = 3%); 2) Phytogard Mn® (30% de P2O5, na forma

de fosfito, e 9% de Manganês); 3) Produto teste (produto testado); 4) Priori® (Azoxistrobina);

5) Alto 100® (Ciproconazole); 6) Fox® (Trifloxistrobina e Protioconazole); 7) Unizeb Gold®

(Mancozebe) e 8) Aproach® Prima (Picoxistrobina e Ciproconazole). Todas as aplicações

foram feitas com a aplicação de 0,5% (v/v) de Natur’l Óleo (óleo vegetal) na calda de

pulverização.

3.5 Condução do experimento

O plantio ocorreu no dia 07 de Novembro de 2015, no dia 25 de novembro foi

realizado a implantação das parcelas (Figura 1), na dimensão de 3x5 metros, seguindo o

protocolo. O manejo de pragas e plantas invasoras juntamente com adubação foram

realizadas de acordo com o produtor

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Figura 1. Estaqueamento do experimento na área (Sinop, MT, Safra 2015/2016).

As parcelas foram constituídas de 6 linhas espaçadas de 0,5m (3 m de largura) e 5m

de comprimento, perfazendo uma área total de 15m². A área útil da parcela foi considerada,

sendo descartadas duas linhas de cada lateral e aproveitando somente as duas linhas

centrais para fins de avaliação. Os produtos foram aplicados com pulverizador costal

pressurizado CO2 com barra de 4 bicos, espaçados em 0,5m, e volume de calda de 150

L.ha-1.

As aplicações (Tabela 1) ocorreram em diferentes estádios fenológicos da cultura.

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Tabela 1. Tratamentos utilizados e procedimentos de aplicação na cultura da soja, visando avaliar a eficiência do Produto Testado (PT) na severidade das doenças Mancha alvo (Corynespora cassiicola), Antracnose (Colletotrichum truncatum) e Míldio (Peronospora manshurica).

TRATAMENTOS Estádios vegetativos da cultura da soja no momento da aplicação

Uso de Fungicida V5 R1 R5

TST0 - - -

Sem Fungicida

TS70 PT (70g/ha) PT (70g/ha) PT (70g/ha)

TS140 PT (140 g/ha) PT (140 g/ha) PT (140 g/ha)

TS210 PT (210 g/ha) PT (210 g/ha) PT (210 g/ha)

TS280 PT (280 g/ha) PT (280 g/ha) PT (280 g/ha)

TCT0 AZOXISTROBINA (0,024 ml/ha) +

CIPROCONAZOLE (100g/L)

TRIFLOXTROBINA E PROTICOLNAZOLE

(0,400 L/ha)+ MANCOZEB 1,500 Kg/ha)

PICOXISTROBINA E

CIPROCONAZOLE (0,300 L/ha)

Com Fungicida

TC70

PT (70 g/ha) + AZOXISTROBINA

(0,024 L/ha) + CIPROCONAZOLE

(100g/L)

PT (70 g/ha) + TRIFLOXTROBINA E

PROTICOLNAZOLE (0,400 L/ha) +

MANCOZEB (1,500 g/ha)

PT (70g/ha) +PICOXISTROBINA E

CIPROCONAZOLE (0,300 L/ha)

TC140

PT (140 g/ha) + AZOXISTROBINA

(0,024 L/ha) + CIPROCONAZOLE

(100g/L)

PT (140 g/ha) + TRIFLOXTROBINA E

PROTICOLNAZOLE (0,400 L/ha) +

MANCOZEB (1,500 g/ha)

PT (140g/ha) +PICOXISTROBINA

E CIPROCONAZOLE (0,300 L/ha)

TC210

PT (210 g/ha) + AZOXISTROBINA

(0,024 L/ha) + CIPROCONAZOLE

(100g/L)

PT (210 g/ha) + TRIFLOXTROBINA E

PROTICOLNAZOLE (0,400 L/ha)

+MANCOZEB (1,500 g/ha)

PT (210g/ha) +PICOXISTROBINA

E CIPROCONAZOLE (0,300 L/ha)

TC280

PT (280 g/ha) + AZOXISTROBINA

(0,024 L/ha) + CIPROCONAZOLE

(100g/L)

PT (280 g/ha) + TRIFLOXTROBINA E

PROTICOLNAZOLE (0,400 L/ha) +

MANCOZEB (1,500 g/ha)

PT (280g/ha) +PICOXISTROBINA

E CIPROCONAZOLE (0,300 L/ha)

PT: Produto Teste.

*Em todas as aplicações foliares foram utilizadas 0,5% (v/v) de óleo vegetal (natur’l óleo) na calda de pulverização.

*Realizou-se, em todos os tratamentos, o manejo de plantas daninhas e pragas recomendadas pela região e realizadas pela fazenda.

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Para o Tratamento 2 (padrão do produtor rural) foi adotado o uso de fungicidas

comerciais utilizados para o manejo das doenças na região, em V5 foi utilizado os fungicidas

Priori® (Azoxistrobina, 250 g L-1) e Alto® 100 (Ciproconazole, 100g L-1) nas dosagens de

0,24 L/ha, após 15 dias em estádio R1 foram aplicados os produtos Fox® (Trifloxistrobina,

150g L-1 e Protioconazole, 175g L-1) e Unizeb Gold® (Mancozebe, 750 g Kg-1) nas

dosagens 0,4 L/ha e 1,5 Kg/ha respectivamente, após 15 dias foi aplicado Aprouch Prima®

(Picoxistrobina 200g L-1 e Ciproconazole 80 g L-1) na dosagem 0,3 L/ha.

3.6 Avaliação das variáveis analisadas

A infecção nas áreas experimentais ocorreu de forma natural, porém não houve

incidência de ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi), somente de Míldio (P. manshurica),

Antracnose (C. truncantum), e Mancha Alvo (C. cassiicola). Houve avaliações semanais a

partir do estaqueamento, para quantificação de severidade de doença. Os sintomas

surgiram a partir de 04 de Janeiro de 2016, com isso, iniciou-se também as avaliações

visuais dos sintomas nas plantas, onde foram marcadas nas 2 linhas centrais, 10 plantas por

parcela.

Os primeiros sintomas foram de Míldio (P. manshurica), Antracnose (C. truncantum),

seguidos da Mancha Alvo (C. cassiicola), respectivamente e a severidade de cada doença

foi avaliada de acordo com as seguintes metodologias: As avaliações de antracnose foram

baseadas na avaliação das lesões nas folhas, de acordo com a escala proposta por Costa et

al. 2006 (Tabela 2).

Tabela 2. Escala de avaliação para severidade de antracnose (Colletotrichum truncatum) em plantas

de soja (COSTA et al., 2006).

Nota Sintoma

0 Sem sintomas visíveis

0,1-1,0 Pontos menores que 1 mm no pecíolo e/ou nervuras foliares

1,1-2,0 Poucas lesões menores que 3 mm limitadas ao pecíolo

2,1-3,0 Poucas lesões menores que 3 mm limitadas às nervuras foliares

3,1-4,0 Numerosas lesões menores que 3 mm limitadas às nervuras foliares

e/ou pecíolos

4,1-5,0 Lesões no pecíolo e/ou nervuras foliares maiores que 3 mm e menos

que 5 mm

5,1-6,0 Lesões no pecíolo e/ou nervuras foliares maiores que 5 mm e

menores que 10 mm

6,1-7,0 Lesões maiores que 10 mm no pecíolo e/ou nervuras foliares

7,1-8,0 Lesões maiores que 10 mm no pecíolo e/ou nervuras foliares, com

esporulação

8,1-9,0 Folhas Mortas

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Para a avaliação de mancha alvo utilizou-se a escala diagramática proposta por

Soares et al. (2009) (Figura 2).

Figura 2. Escala diagramática para avaliação da severidade da mancha alvo na soja

(SOARES et al., 2009).

A Figura 3 apresenta a escala diagramática utilizada para avaliar a severidade de

míldio, proposta por Kowata et al. (2008).

Figura 3. Escala diafragmática para severidade de Míldio em soja causado por Peronospora manshurica (KOWATA et al., 2008).

Os dados de severidade foram diretamente utilizados para construção da área

abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), para mancha-alvo e míldio. Para

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antracnose os dados foram previamente corrigidos seguindo o Índice de Mackinney

(MCKINNEY, 1923) e então calculada a AACPD (CAMPBELL; MADDEN, 1990).

Em 19 de fevereiro foi realizada a avaliação de desfolha dos tratamentos, pois as

plantas apresentavam um avançado sinal de senescência nas folhas, impossibilitando as

avaliações de incidência e severidade.

A colheita foi realizada em 27 de fevereiro e, com isso, deu-se início as avaliações

dos parâmetros fitotécnicos da cultura, com o auxílio de uma fita métrica, verificou-se a

altura de plantas (cm), altura de inserção da primeira vagem (cm), número de ramos laterais

e número de vagens por m2. Também com a colheita, foi realizado as avaliações de pós-

colheita, para isso, determinou-se a umidade média das amostras e converteu-se para 14%

(BRASIL, 2009), após, foi realizado o cálculo da Produtividade (kg.ha-1) e Mil grãos (g), com

o auxílio de balança de precisão.

3.7 Análise estatística

Os dados coletados foram submetidos à análise de variância e as médias

submetidas ao teste Scott-Knott, ao nível de 5% de probabilidade com auxílio do programa

SASM-Agri (CANTERI et al., 2001).

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Avaliação da eficiência de nova tecnologia isolada e associada com

fungicidas no controle da Antracnose (Colletotrichum truncatum)

Não houve diferença significativa entre os tratamentos, com relação a AACPD de

antracnose (Figura 4), entretanto, em valores absolutos pode-se verificar que houve uma

maior AACPD de antracnose para o tratamento TCT0 (tratamento sem o produto testado

com fungicida padrão fazenda). Os tratamentos TS70 e TC140 (70 g/ha de produto testado

e sem fungicida, 140 g/ha de produto testado com fungicida, respectivamente) apresentaram

tendência de menor AACPD da doença.

Figura 4. Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) de antracnose (Colletotrichum truncatum) sob aplicação de diferentes tratamentos com e sem o Produto Testado (PT), associado com ou sem fungicidas aplicados via foliar. Onde: TSTO= testemunha (sem fungicida e sem Produto testado); TS70= sem fungicida com 70 g.ha

-1 de PT; TS140= sem fungicida com 140 g.ha

-1 de PT;

TS210= sem fungicida com 210 g.ha-1

de PT; TS280= sem fungicida com 280 g.ha-1 de PT; TCT0= com fungicida padrão produtor e sem PT; TC70= com fungicida padrão produtor e 70 g.ha

-1 de PT;

TC140= com fungicida padrão produtor e 140 g/ha-1

de IC; TC210= com fungicida padrão produtor e 210 g/ha

-1 de PT; TC280= com fungicida padrão produtor e 280 g/ha

-1 de PT. Médias seguidas de

mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. Sinop-MT, Safra 2015/2016. CV: 7,07%.

Resultados semelhantes foram relatados por Juliatti et al. (2001), onde trabalhando

com a influência do silício na redução de podridão de sementes na cultura da soja, estes

analisaram o efeito residual desse elemento nas partes áreas das plantas e sua eficiência

no controle de doenças de final de ciclo, dentre elas a antracnose, verificando que nas

diferentes dosagens de silício (0 – 500 kg.ha-1) em sua forma granulada ou em pó, não

houve efeitos significativos quanto ao aparecimento de antracnose nas folhas, apesar do

a

a

a a

a a a

a

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Tratamentos

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22

trabalho focar no estudo de tratamento de silício para sementes de soja, diversos trabalhos

evidenciaram o possível efeito residual do silício como benéfico para redução de doenças de

final de ciclo.

4.2 Avaliação da eficiência de nova tecnologia isolada e associada com

fungicidas no controle de Míldio (Peronospora manshurica)

Com relação ao controle de míldio, verificou-se diferença média significativa entre os

tratamentos aplicados (Figura 5), onde o tratamento controle TST0 (Sem PT e sem

Fungicida padrão) e o tratamento TS210 (sem fungicida com 210 g.ha-1 de PT) não diferiram

estatisticamente entre si, e apresentaram os maiores valores de AACPD da doença. Todos

os demais tratamentos reduziram a AACPD da doença em relação ao tratamento controle

sem fungicida.

Figura 5. Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) de Míldio (Peronospora manshurica) sob aplicação de diferentes tratamentos com e sem Produto Testado (PT), associado com ou sem fungicidas aplicados via foliar. Onde: TSTO= testemunha (sem fungicida e sem Produto testado); TS70= sem fungicida com 70 g.ha

-1 de PT; TS140= sem fungicida com 140 g.ha

-1 de PT;

TS210= sem fungicida com 210 g.ha-1

de PT; TS280= sem fungicida com 280 g.ha-1 de PT; TCT0= com fungicida padrão produtor e sem PT; TC70= com fungicida padrão produtor e 70 g.ha

-1 de PT;

TC140= com fungicida padrão produtor e 140 g/ha-1

de IC; TC210= com fungicida padrão produtor e 210 g/ha

-1 de PT; TC280= com fungicida padrão produtor e 280 g/ha

-1 de PT. Médias seguidas de

mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. Sinop-MT, Safra 2015/2016. CV: 6,34%.

Uma vez observadas semelhanças entre os tratamentos que receberam apenas o

produto testado de maneira isolada e combinado com fungicida padrão da propriedade, é

possível pontuar uma possível eficiência do produto testado frente ao controle do míldio,

essa possibilidade está em conformidade com o que foi relatado por Silva (2013), que

a b b

a

b b b

b b b

0

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40

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Tratamentos

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23

observou um efeito de redução significativo na incidência de míldio na soja sob aplicação de

fosfito e Acibenzolar-S-metílico (ASM).

Resultados semelhantes foram observados por Kuhn et al. (2009), onde trabalharam

com o uso de biomassa cítrica no controle de doença da soja (Míldio, Oídio, Ferrugem e

Doenças de Final de Ciclo) e verificaram a eficiência da aplicação de 0,75 mL L-1 que

reduziu significativamente a severidade da doença a níveis iguais ao tratamento

testemunha, que recebera somente pulverizações com fungicidas.

Apesar da doença estudada não apresentar danos significativos para a cultura na

região, é importante destacar que há nas regiões tropicais, uma predisposição ambiental

que favorece a ocorrência da doença, tendo em vista que durante o período de produção é

observado temperaturas próximas às condições ideais para a infestação do fungo (20 a

22ºC) assim como condições de umidade relativa do ar propicia..

4.3 Avaliação da eficiência de nova tecnologia isolada e associada com

fungicidas no controle de Mancha alvo (Corynespora cassiicola)

Avaliando os tratamentos que receberam apenas distintas dosagens do produto

testado sem fungicida, verificou-se significativa diferença entre o tratamento testemunha

(TST0) e os demais tratamentos (TS70, TS210 e TS280), com exceção do tratamento

TS140 que se comportou de maneira similar ao tratamento controle (Figura 6). Diante dessa

observação é possível considerar que a dosagem mínima do produto testado apresentou

resultado satisfatório no controle da doença estudada quando comparados com os demais

tratamentos.

Considerando o uso dos mesmos níveis do produto testado combinado com uma

dosagem fixa de fungicida, foi observado efeito significativo, onde os tratamentos TC70,

TC210 e TC280 apresentaram comportamento distinto do tratamento controle (TCT0) e,

o tratamento TC140 comportou-se de maneira similar ao tratamento controle.

Frente aos valores absolutos apresentados por cada tratamento é possível ponderar

que o tratamento TC210 apresentou menor AACPD de mancha alvo, e aplicando-se o

conceito de custo benefício pode-se recomendar o uso da dosagem mínima do produto

combinado com o fungicida, ou seja, 70g/ha, correspondente ao tratamento (TC70).

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Figura 6. Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) de Mancha alvo (Corynespora cassiicola) sob aplicação de diferentes tratamentos com e sem Produto Testado (PT), associado com ou sem fungicidas aplicados via foliar Onde: TSTO= testemunha (sem fungicida e sem Produto testado); TS70= sem fungicida com 70 g.ha

-1 de PT; TS140= sem fungicida com 140 g.ha

-1 de PT;

TS210= sem fungicida com 210 g.ha-1

de PT; TS280= sem fungicida com 280 g.ha-1 de PT; TCT0= com fungicida padrão produtor e sem PT; TC70= com fungicida padrão produtor e 70 g.ha

-1 de PT;

TC140= com fungicida padrão produtor e 140 g/ha-1

de IC; TC210= com fungicida padrão produtor e 210 g/ha

-1 de PT; TC280= com fungicida padrão produtor e 280 g/ha

-1 de PT. Médias seguidas de

mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. Sinop-MT, Safra 2015/2016. CV: 8,71%.

A partir da análise conjunta dos diferentes níveis de aplicação do produto testado

isolado ou combinado com fungicida padrão da propriedade é possível verificar que em

ambas as condições houve uma redução significativa da incidência de mancha alvo na

cultura da soja o que possivelmente pode-se atribuir essa redução ao efeito das dosagens

(70, 210 e 280 g.ha-1) do produto testado, tornando a planta mais resistente a patologia

estudada.

Resultados semelhantes foram encontrados por Eckert (2014), em que trabalhando

com a aplicação de fungicida e fosfito fosfato de potássio na cultura da soja, cultivar Monsoy

9144 RR, verificou que em condições de aplicação do indutor de resistência testado,

combinado com fungicida apresentou redução nos índices da patologia estudada. No

entanto o mesmo atribuiu tal melhoria a eficiência do fungicida aplicado.

4.4 Parâmetros fitotécnicos da soja em relação ao produto testado associado

ou não com fungicidas

Na Tabela 3 são apresentadas as variáveis analisadas tais como parâmetros

fitotécnicos (ramos laterais, altura de planta e inserção da primeira vagem) e produtividade

(sc/ha), as quais não foram observadas diferenças médias significativas entre os

a

b

a b b

a

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30

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Tratamentos

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tratamentos segundo o teste de comparação de médias proposto por Scott-Knott, a

significância de 5%.

Tabela 3. Médias observadas para as variáveis: ramos laterais, altura de planta (cm), inserção da

primeira vagem (cm) e produtividade (kg/ha), em função dos tratamentos com Produto Testado (PT).

Variável

Trat. 01

Trat. 02

Trat. 03

Trat. 04

Trat. 05

Trat. 06

Trat. 07

Trat. 08

Trat. 09

Trat. 10 CV

(%) TST0 TS70 TS140 TS210 TS280 TCT0 TC70 TC140 TC210 TC280

Ramos Lateraisns

7,26 7,58 7,24 7,68 6,5 7,7 8,5 7,2 7,4 7,84 11,1

Altura de plantans

73,44 72,26 71,52 71,34 70,78 70,6 70,42 68,8 68,4 65,42 5,9 Inserção da primeira vagem

ns 5,22 4,56 5,06 4,96 5,54 4,66 4,5 5,28 4,8 5,4 22,1

Produtividadens

40,48 43,54 38,9 36,55 37,84 35,82 45,93 40,54 39,66 37,02 13,9

Onde: TSTO= testemunha (sem fungicida e sem Produto Testado); TS70= sem fungicida com 70 g.ha

-1 de PT; TS140= sem fungicida com 140 g.ha

-1 de PT; TS210= sem fungicida com 210 g.ha

-1 de

PT; TS280= sem fungicida com 280 g.ha-1 de PT; TCT0= com fungicida padrão produtor e sem PT; TC70= com fungicida padrão produtor e 70 g.ha

-1 de PT; TC140= com fungicida padrão produtor e

140 g/ha-1

de IC; TC210= com fungicida padrão produtor e 210 g/ha-1

de PT; TC280= com fungicida padrão produtor e 280 g/ha

-1 de PT.

ns médias não diferem estatisticamente entre si pelo teste de

Scott-Knott, a 5% de probabilidade. Sinop-MT, Safra 2015/2016.

Ao observar a níveis absolutos a produtividade é possível verificar uma tendência na

redução da produtividade média da cultura em diferentes tratamentos, ficando aquém do

comumente observado em condições naturais a campo.

De acordo com Carvalho (2012), a indução de resistência envolve a ativação de

mecanismos de defesa latentes existentes nas plantas em resposta ao tratamento com

agentes bióticos ou abióticos. As plantas apresentam sistema de defesa induzível, com a

finalidade de economizar energia. Desse modo, a resistência induzida em condições

naturais representará custo apenas na presença do patógeno. Porém, plantas que investem

seus recursos para se defenderem na ausência de patógenos arcarão com custos que

refletirão na produtividade, uma vez que as alterações metabólicas que levam a resistência

apresentam custo adaptativo associado, o qual pode pesar mais do que o benefício. O efeito

negativo na produtividade ocorre principalmente onde indutores químicos são utilizados

repetidas vezes ou em doses mais elevadas. Assim, em alguns casos podemos estar

caminhando sobre uma estreita linha entre custo e benefício, onde a cura pode ser ruim

tanto quanto a própria doença.

Ademais, uma das possíveis explicações para este comportamento se deve

principalmente aos estresses ambientais, que a cultura sofreu ao longo do seu

desenvolvimento; com chuvas irregularmente distribuídas (Anexo 1), principalmente no início

da safra, onde observou-se baixa incidência de chuva, acarretando um déficit hídrico

temporário devido a ocorrência de verânicos, prejudicando o início do desenvolvimento da

cultura, atrasando o plantio.

Estudando a produtividade da cultura da soja sob aplicação de fungicidas e

biomassa cítrica, Kuhn et al. (2009), não observaram diferenças médias significativas na

produção frente a inclusão de distintas doses do indutor de resistência utilizado por estes,

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26

no entanto o mesmo observou uma maior produtividade nas parcelas que receberam

somente fungicida para o controle das doenças. Os mesmos pontuaram que a menor

produtividade, é causada principalmente pelos ajustes fisiológicos da planta para manter a

homeostase, mobilizando mecanismos de defesa frente ao ataque de doenças, reduzindo

assim a sua mobilização de metabólicos para a produção de grãos.

Eckert (2014) estudando o efeito do Fosfito Fosfato de Potássio na cultura da soja,

não observou diferença média significativa na associação do indutor de resistência e

fungicidas comercias, na altura da planta, altura da inserção da primeira vagem e

produtividade, efeitos semelhantes ao observado no presente estudo.

4.4.1 Números de vagens com antracnose

As Figuras 7 e 8 descrevem o quantitativo de vagens com antracnose, onde utilizou-

se 10 plantas para avaliação, e número de vagens totais, respectivamente. Na Figura 7 é

possível verificar que houve uma diferença média significativa entre os tratamentos que

receberam o produto testado de maneira isolada frente a combinação entre este e as

aplicações de fungicidas utilizada pela propriedade, com exceção do tratamento TC210, que

demonstrou comportamento semelhante ao seu tratamento análogo sem fungicida e

concomitante aos demais tratamentos sem fungicida.

A Figura 8 descreve a distribuição do número totais de vagens para cada tratamento,

havendo uma ampla variação entre os tratamentos que receberam somente o produto

testado e os que receberam fungicida e produto testado, observando uma tendência de

maior número de vagens nos tratamentos com produto testado a 70 e 280 ml L-1, bem como

seu tratamento controle.

Analisando de maneira conjunta ambos os resultados, é possível verificar que há

uma tendência de haver valores de incidência de antracnose relativos aos quantitativos de

vagens totais..

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Figura 7. Número de vagens com incidência de antracnose em 10 plantas, sob aplicação de diferentes tratamentos com e sem Produto Testado (PT), associado com e sem fungicidas aplicados via foliar. Onde: TSTO= testemunha (sem fungicida e sem Produto testado); TS70= sem fungicida com 70 g.ha

-1 de PT; TS140= sem fungicida com 140 g.ha

-1 de PT; TS210= sem fungicida com 210

g.ha-1

de PT; TS280= sem fungicida com 280 g.ha-1 de PT; TCT0= com fungicida padrão produtor e sem PT; TC70= com fungicida padrão produtor e 70 g.ha

-1 de PT; TC140= com fungicida padrão

produtor e 140 g/ha-1

de IC; TC210= com fungicida padrão produtor e 210 g/ha-1

de PT; TC280= com fungicida padrão produtor e 280 g/ha

-1 de PT. Médias seguidas de mesma letra não diferem

estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. Sinop-MT, Safra 2015/2016. CV: 23,02%.

Os resultados observados diferem dos encontrados por Eckert (2014), onde o

mesmo avaliou a incidência do número de vagens contaminadas pelo patógeno em estudo e

observou que não houve diferença média significativa nos diferentes tratamentos utilizando

Fosfito Fosfato de Potássio combinado com diferentes fungicidas comerciais.

b b

b b b

a

a

a

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150

300

450

600

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Tratamentos

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Figura 8. Número total de vagens em 10 plantas, sob aplicação de diferentes tratamentos com e sem Produto Testado (PT), associado com e sem fungicidas aplicados via foliar. Onde: TSTO= testemunha (sem fungicida e sem Produto testado); TS70= sem fungicida com 70 g.ha

-1 de PT;

TS140= sem fungicida com 140 g.ha-1

de PT; TS210= sem fungicida com 210 g.ha-1

de PT; TS280= sem fungicida com 280 g.ha-1 de PT; TCT0= com fungicida padrão produtor e sem PT; TC70= com fungicida padrão produtor e 70 g.ha

-1 de PT; TC140= com fungicida padrão produtor e 140 g/ha

-1 de

IC; TC210= com fungicida padrão produtor e 210 g/ha-1

de PT; TC280= com fungicida padrão produtor e 280 g/ha

-1 de PT. Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si

pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. Sinop-MT, Safra 2015/2016. CV: 22,44%.

Considerando que não houve diferenças médias significativas para AACPD de

antracnose nas partes foliares da planta, os efeitos significativos se devem prioritariamente

a relação número total de vagens, o que reduziu a proporção dessa variável frente às

quantidades de vagens infectadas.

4.4.2 Vagens/m²

Para a variável em estudo vagens/m² (Figura 9), houve diferença média significativa

entre os tratamentos com e sem a aplicação de fungicida; onde os tratamentos que

receberam doses de fungicida de maneira combinada com o produto testado apresentou um

quantitativo de vagem por área superior aos tratamentos onde se aplicou o produto testado

e a testemunha (TST0).

b b b b

b

a

a

b

b

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Tratamentos

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Figura 8. Vagens/m², sob aplicação de diferentes tratamentos com e sem Produto Testado (PT), associado com e sem fungicidas aplicados via foliar. Onde: TSTO= testemunha (sem fungicida e sem Produto testado); TS70= sem fungicida com 70 g.ha

-1 de PT; TS140= sem fungicida com 140 g.ha

-1

de PT; TS210= sem fungicida com 210 g.ha-1

de PT; TS280= sem fungicida com 280 g.ha-1 de PT; TCT0= com fungicida padrão produtor e sem PT; TC70= com fungicida padrão produtor e 70 g.ha

-1 de

PT; TC140= com fungicida padrão produtor e 140 g/ha-1

de IC; TC210= com fungicida padrão produtor e 210 g/ha

-1 de PT; TC280= com fungicida padrão produtor e 280 g/ha

-1 de PT. Médias

seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. Sinop-MT, Safra 2015/2016. CV: 22,88%.

A notória redução das quantidades de vagens quando comportado com o tratamento

TCT0 pode estar relacionada ao desvio metabólico da planta para ativar mecanismos de

defesa contra ataques externos, o que comumente reduz as suas mobilizações de

fotoassimilados para a produção de vagens..

Essa resposta pode ainda estar correlacionada com os teores de desfolha da planta

apresentada em tópico subsequente, a qual pode ter influenciado na taxa fotossintética da

planta, uma vez reduzida a sua área de fotoatividade.

4.4.3 Desfolha

Na variável desfolha (Figura 10), verificou-se diferença média significativa entre os

tratamentos, onde os tratamentos TC280 (com fungicida e 280 g ha-1 de IC) e TC70 (com

fungicida e 70 g.ha-1 de IC) apresentam menores percentagens de desfolha 55% e 56%,

respectivamente. Os tratamentos TS70 (sem fungicida com 70 g.ha-1 de IC) e TS140 (sem

fungicida com 140 g.ha-1 de IC) apresentaram percentagens médias de 77% de

desfolha. Portanto, associado ao fungicida o produto testado pode contribuir para reduzir

a desfolha na cultura da soja.

b b

b b

b

a

a

a

a

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10

20

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40

50

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Tratamentos

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30

Figura 9. Desfolha, sob aplicação de diferentes tratamentos com e sem Produto Testado (PT), associado com e sem fungicidas aplicados via foliar Onde: TSTO= testemunha (sem fungicida e sem Produto testado); TS70= sem fungicida com 70 g.ha

-1 de PT; TS140= sem fungicida com 140 g.ha

-1

de PT; TS210= sem fungicida com 210 g.ha-1

de PT; TS280= sem fungicida com 280 g.ha-1 de PT; TCT0= com fungicida padrão produtor e sem PT; TC70= com fungicida padrão produtor e 70 g.ha

-1 de

PT; TC140= com fungicida padrão produtor e 140 g/ha-1

de IC; TC210= com fungicida padrão produtor e 210 g/ha

-1 de PT; TC280= com fungicida padrão produtor e 280 g/ha

-1 de PT. Médias

seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. Sinop-MT, Safra 2015/2016. CV: 12,20%.

4.4.4 Massa de mil grãos

Com relação a variável Massa de mil grãos (Figura 12), houve diferença média

significativa entre os tratamentos, onde os tratamentos TC140 (com fungicida e 140 g ha-1

de IC), TC280 (com fungicida e 280 g ha-1 de IC) e TC70 (com fungicida e 70 g.ha-1

de IC)

apresentaram peso médio de 141,14g, 140,77g e 139,53g, respectivamente; ou seja,

maior massa de mil grãos em relação à testemunha (136,69g).

a a a

a a

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b b

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0

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20

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%)

Tratamentos

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31

Figura 12. Massa de mil grãos (g), corrigidos a 14% de umidade, sob aplicação de diferentes

tratamentos com e sem Produto Testado (PT), associado ou não com fungicidas aplicados via foliar.

Onde: TSTO= testemunha (sem fungicida e sem Produto testado); TS70= sem fungicida com 70 g.ha-

1 de PT; TS140= sem fungicida com 140 g.ha

-1 de PT; TS210= sem fungicida com 210 g.ha

-1 de PT;

TS280= sem fungicida com 280 g.ha-1 de PT; TCT0= com fungicida padrão produtor e sem PT;

TC70= com fungicida padrão produtor e 70 g.ha-1

de PT; TC140= com fungicida padrão produtor e

140 g/ha-1

de IC; TC210= com fungicida padrão produtor e 210 g/ha-1

de PT; TC280= com fungicida

padrão produtor e 280 g/ha-1

de PT. Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente

entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. Sinop-MT, Safra 2015/2016. CV:

2,48%.

Segundo Nomelini et al. (2010), a massa de 1000 grãos é uma variável que pode ser

utilizada na comparação da qualidade dos grãos e também para cálculo de densidade de

diversos cultivos. Portanto, pode-se observar que os tratamentos TC140, TC280 e TC70,

apresentam melhor qualidade de grãos comparados com os demais tratamentos.

Diante dos resultados observados, pode-se afirmar, com ressalvas, a possível

eficiência na utilização da nova tecnologia testada no controle das doenças analisadas, com

exceção da antracnose nas folhas e parâmetros fitotécnicos; onde não se observou

diferenças médias significativas entre os tratamentos. Na maioria das condições observadas

a eficiência do produto testado demonstrou-se significativa quando associado a princípios

ativos comerciais, o que possibilita afirmar que seus efeitos podem ser mais pronunciados

quando aplicados de maneira combinada.

A severidade de míldio, uma das variáveis estudadas, apresentou redução

significativa tanto em condições de aplicação da nova tecnologia isolada como de maneira

combinada, demonstrando haver uma possibilidade do uso do produto testado no controle

da mesma. O míldio, apesar de apresentar uma considerável incidência nas regiões

tropicais, em sua grande maioria, é negligenciado pelos produtores o que poderá levar ao

aumento considerável da sua infestação na produção de soja.

b b b b b b a a b

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Tratamentos

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32

O uso de novas tecnologias vem sendo objeto de diferentes estudos em condições

distintas no meio científico, no sentido de melhor compreender os mecanismos de ação

dos mesmos assim como a eficiência e especificidade destes a diferentes patógenos. A

sua utilização na prática, apesar de restrita atualmente a condições experimentais,

compreende uma alternativa viável para a redução da utilização de fungicidas na produção

de soja, o que possibilitará futuramente uma produção sustentável e com maior seguridade

no tocante a saúde pública, principalmente considerando seus efeitos residuais. Entretanto

faz-se necessários maiores estudos a fim de compreender os benefícios e limitações das

diferentes tecnologias capazes de promover o controle de doenças na cultura.

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5 CONCLUSÕES

Através da análise dos resultados deste experimento pode-se concluir que:

a) Com relação ao controle de míldio (P. manshurica), número de vagens/m² e

desfolha o tratamento TC280 apresentou os melhores resultados;

b) Para mancha alvo (C. cassiicola) o tratamento TC210 proporcionou melhor

controle da doença; porém para antracnose (C. truncatum) nenhum tratamento mostrou-se

eficiente;

c) Não houve diferença significativa nos parâmetros fitotécnicos: número de ramos

laterais, altura de planta (cm), altura de inserção da primeira vagem (cm), bem como na

produtividade (sc/ha) em função da aplicação do produto testado com e sem fungicidas

associados;

d) Com relação ao número de vagens com antracnose o tratamento que obteve

melhor resultado foi TS280, e no peso de mil grãos o tratamento, TC140.

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7. ANEXOS DADOS CLIMÁTICOS

Anexo 1. Precipitação pluviométrica (mm) entre os dias 01 de novembro de 2015 ao dia 27 de

fevereiro de 2016, safra de 2015/2016. Fonte: Estação meteorológica da Universidade Federal de

Mato Grosso/Campus Sinop. Sinop-MT, Safra 2015/2016.

Anexo 2. Temperaturas (°C) média, máxima e mínima entre os dias 01 de novembro de 2015 ao dia

27 de fevereiro de 2016, safra 2015/2016. Fonte: Estação meteorológica da Universidade Federal de

Mato Grosso/Campus Sinop. Sinop-MT, Safra 2015/2016.

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10

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16

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16

Precipitação (mm)

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Temperatura (°C)

Média Máxima Mínima

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Anexo 3. Umidade relativa (%) média, máxima e mínima entre os dias 01 de novembro de 2015 ao

dia 27 de fevereiro de 2016, safra de 2015/2016. Fonte: Estação meteorológica da Universidade

Federal de Mato Grosso/Campus Sinop. Sinop-MT, Safra 2015/2016.

0

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16

16

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16

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16

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16

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16

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/02

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16

Umidade relativa (%)

Média Máxima Mínima