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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL ARMAZENAGEM DE SOJA EM SILO BOLSA: AVALIAÇÃO DO AR INTERGRANULAR E QUALIDADE DE GRÃOS DANIELE MEZZALIRA SINOP MATO GROSSO BRASIL 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

ARMAZENAGEM DE SOJA EM SILO BOLSA:

AVALIAÇÃO DO AR INTERGRANULAR E

QUALIDADE DE GRÃOS

DANIELE MEZZALIRA

SINOP

MATO GROSSO – BRASIL

2016

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DANIELE MEZZALIRA

ARMAZENAGEM DE SOJA EM SILO BOLSA:

AVALIAÇÃO DO AR INTERGRANULAR E QUALIDADE DE

GRÃOS

Orientadora: Profª Drª Solenir Ruffato

Co-Orientador: Prof. PhD. Rodrigo Sinaidi Zandonadi

Trabalho de curso apresentado à Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT - Campus Universitário de Sinop, como parte das exigências para obtenção de Título de Engenheiro Agrícola e Ambiental.

SINOP

2016

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DEDICATÓRIA

A Deus, pela proteção Divina

Aos meus pais, Edimo e Cleusa

Aos meus irmãos, Edimo Junior (in memorium), Daiane e Daniel

Meu porto seguro

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AGRADECIMENTOS

Sobretudo, a Deus, pelo dom da vida, por todas as oportunidades a mim concedidas,

e por me fazer cada vez mais vencedora.

Aos meus pais Edimo e Cleusa, agradeço pela educação, exemplo, incentivo e

oportunidade de cursar o ensino superior, apesar da dor da distância, sempre acreditaram

em mim, me apoiando e incentivando em todos os momentos.

Aos meus irmãos, Edimo Junior (in memorium), que é nosso Anjo da Guarda, ao

Daniel e Daiane que caminhei e caminho sempre pensando em vocês.

Aos meus familiares, primos, tios e avós, pelo carinho, pelas orações e o constante

incentivo na minha caminhada. Obrigada por torcerem pelas minhas vitórias mesmo

distantes.

À Universidade Federal de Mato Grosso – Curso de Engenharia Agrícola e

Ambiental, pela oportunidade de realização do curso.

À minha professora, orientadora e amiga Profª Drª Solenir Ruffato, pela orientação,

oportunidade, paciência, carinho, incentivo, comprometimento, disponibilidade,

profissionalismo, amizade e principalmente pelo amor de mãe. Não levo somente o

conhecimento técnico que me foi passado, mas o exemplo profissional e pessoal que pude

adquirir durante esse período de convivência.

Ao meu co-orientador Prof PhD. Rodrigo Sinaidi Zandonadi que sempre acreditou em

mim, me apoiando e ajudando na realização desse estudo.

A Profª Drª Solange Maria Bonaldo por aceitar o convite em participar da banca

avaliadora, pela ajuda, atenção, companheirismo, amizade e carinho durante este período.

Aos Laboratórios de Mecanização e Pós Colheita da Universidade Federal de Mato

Grosso – UFMT, Campus Universitário de Sinop, onde parte do trabalho foi realizado, e aos

colegas Tayanny M. L. de Paula, Francisco M. Furtado, Willian Campanholi, Priscylla M. C.

Prado, Ícaro P. de Souza, Guilherme H. R. T. Vettorazzi, Lucas S. Corrêa, Fabiano S.

Barbosa, ao professor Dr Diego A. Fiorese, e ao técnico Célio J. da Silva pelas contribuições

que foram essências, para realização desse trabalho.

A Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, Campus Universitário de Sinop,

por ter cedido o local em que o experimento foi conduzido.

Agradeço a empresa IpesaSilo pela parceria e doação do silo bolsa para realização

do experimento.

Aos meus colegas de turma, com os quais presenciei momentos maravilhosos

nestes cinco anos de faculdade.

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Aos meus amigos Angelo J. S. da Silva, Charles C. Martim, Gabriela C. Borges,

Maria J. Arfeli e Suzana G. da Silva, aos quais considero como grandes companheiros por

estarem ao meu lado durante esses cinco anos.

A todos os professores que contribuíram para a minha formação, imprescindíveis

para o meu amadurecimento profissional.

E a todos que de alguma forma deram sua contribuição para o desenvolvimento

deste trabalho.

Obrigada!

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SUMÁRIO

RESUMO .............................................................................................................................................. 11

ABSTRACT .......................................................................................................................................... 12

INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 7

CAPÍTULO 1 ........................................................................................................................................ 10

AVALIAÇÃO DO AR INTERGRANULAR DA SOJA ARMAZENADA EM SILO BOLSA ....................... 10

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11

2. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 13

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 18

4. CONCLUSÕES ............................................................................................................. 26

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 27

CAPÍTULO 2 ........................................................................................................................................ 30

QUALIDADE DE GRÃOS DE SOJA ARMAZENADA EM SILO BOLSA .............................................. 30

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 31

2. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 35

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 39

4. CONCLUSÕES ............................................................................................................. 49

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 50

CONCLUSÕES GERAIS ...................................................................................................................... 54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMPLEMENTARES ................................................................. 55

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RESUMO

Um dos gargalos do sistema produtivo de grãos no Brasil tem sido o déficit de capacidade

estática para armazenagem, sendo mais expressivo nos estados que tem apresentado

aumentos de produção a cada nova safra, como é o caso de Mato Grosso. Assim, a busca

por alternativas de armazenagem se faz importante, visto que investimentos em

infraestruturas, ditas convencionais são elevados, além do tempo para sua construção.

Deste modo, objetivou-se avaliar a qualidade de grãos, bem como as condições do ar

intergranular de soja armazenada em silo bolsa por um período de 330 dias. Para o

experimento foi utilizado um silo bolsa com dimensões de 5 m de comprimento por 1,5 m de

altura, no qual, foi armazenado soja por 330 dias. O teor de água inicial médio foi de

10%b.u. O monitoramento das condições intergranulares foi realizado por meio de uma

sonda contendo sensores de temperatura, umidade relativa e concentração de CO2. Para

acompanhamento qualitativo de grãos foram coletadas amostras mensalmente e avaliado as

propriedades físicas, químicas e sanitárias, como: teor de água, massa de 1.000 grãos,

massa específica aparente (kg m-3), massa do grão (g), massa específica real (kg m-3),

volume do grão (m-3), incidência de fungos associados, matéria seca, teor de cinzas e teor

de óleo. Os resultados obtidos indicaram que as condições do ar da massa de grãos

estabilizaram na condição média de 32 ºC de temperatura, 70% de umidade relativa e, 8%

de concentração de CO2. A qualidade dos grãos de soja armazenados de forma hermética

em silo bolsa foi mantida por até 330 dias. Constatou-se tendência de redução da incidência

fúngica para a maioria dos gêneros encontrados (Fusarium sp., Aspergillus sp. e Penicillium

sp.).

PALAVRAS-CHAVE: Glycine max; CO2; propriedades físicas; sanidade.

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ABSTRACT

One of the bottlenecks of the grain production system in Brazil has been the deficit of static

capacity for storage, being more expressive in the states that have presented production

increase with each new harvest, such as case of Mato Grosso. Thus, the search for storage

alternatives becomes important, since investments in conventional infrastructures are

considerably high and besides the time construction. Thus, the objective was to evaluate the

grain quality as well as the intergranular air conditions of soybean stored in silo bag for a

period of 330 days. For the experiment a silo bag with dimensions of 5 m of length by 1,5 m

of height was used to store the soybean. The initial grain moisture content was 10% b.u.

Data collection regarding intergranular conditions was ccomplished with developed probe

containing temperature sensors, relative humidity and CO2 concentration. For the qualitative

monitoring of grains, samples were collected monthly and the physical, chemical and

sanitary properties were evaluated, such as: water content, 1,000 grain weight, apparent

specific mass (kg m-3), grain mass (g), grain volume (m-3), incidence of associated fungi,

dry matter, ash content and oil content. The results indicated that the air conditions of the

grain mass stabilized in the average condition of 32 ºC temperature, 70% relative humidity

and 8% CO2 concentration. The quality of soybeans stored hermetically in a silo bag was

maintained for the evaluated period. There was a tendency to reduce the fungal incidence for

most of the found genus (Fusarium sp., Aspergillus sp. and Penicillium sp.).

KEYWORDS: Glycine max; CO2; physical properties; sanity.

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INTRODUÇÃO

O Brasil tem-se destacado como exportador de produtos agrícolas no comércio

internacional, isto em função da crescente expansão da produção de grãos incentivada

pelos constantes investimentos em pesquisas e tecnologia de produção. A soja constitui

como um dos principais produtos agrícolas produzidos no país. Seu cultivo tem-se

expandido ocupando uma área significativa, assumindo grande expressão econômica,

sendo um dos produtos responsáveis pelo equilíbrio da balança comercial em função dos

elevados índices de exportação. Apesar do crescimento observado, esta cultura possui

ainda boas perspectivas devido ao aumento do rendimento com a utilização de novas

tecnologias, desenvolvimento de cultivares mais produtivas, além da possibilidade de

expansão de área, fato que não ocorre em outros países.

Outro fator, além da busca por altos rendimentos, tem ganhado destaque, a

qualidade de grãos. Os subprodutos e a qualidade de grãos são prioridade para produtores,

processadores e, por fim, para os distribuidores desses produtos, todavia são muitos os

fatores que favorecem a perda de qualidade e quantidade dos alimentos e, dentre eles,

destacam-se: características da espécie e da variedade, condições ambientais durante o

seu desenvolvimento, época e procedimento de colheita, método de secagem e práticas de

armazenagem (BROOKER et al., 1992).

De acordo com Leite (2013) a expansão e modernização planejada do sistema de

armazenamento, especialmente no Centro-Oeste do país e nas novas fronteiras agrícolas,

podem contribuir para que as perdas no escoamento da produção sejam minimizadas, visto

que essas regiões estão distantes dos portos. Com os resultados alcançados pelo

agronegócio, os aspectos logísticos se tornam o principal desafio para redução dos custos

durante as etapas de pós-colheita. A preocupação com o modo de armazenagem e o

transporte está cada vez mais presente principalmente para o produtor, que deseja

comercializar os produtos nos melhores preços no período da entressafra e transportar até

os pontos de comercialização com os menores preços de fretes, com o propósito de garantir

um fornecimento contínuo de matéria-prima de qualidade.

De acordo com as previsões da FAO (Organização das Nações Unidas para

Alimentação e Agricultura), a população mundial deve atingir 9,6 bilhões até 2050,

aumentando assim a demanda da produção de alimento (FAO, 2012). Diante deste cenário,

a comunidade científica tem sido convocada para, desenvolver tecnologias voltadas para

produção de alimentos e tecnologias de processamento e armazenamento de produtos

alimentícios.

O Estado de Mato Grosso é o maior produtor nacional de grãos e também o estado

que mais apresenta aumento de produtividade. Dessa forma, destaca-se a precária e

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preocupante situação do armazenamento de produtos agrícolas. Os problemas causados

por aspectos logísticos e de capacidade estática significam perdas quantitativas e

qualitativas dos grãos e impossibilita a comercialização dos produtos na época em que os

preços estão altos. Na cadeia do sistema produtivo, a armazenagem dos grãos é um dos

itens que contribuem para a diminuição dos custos de produção e, sendo assim, para o

aumento do lucro (LEITE, 2013).

Atualmente a capacidade estática instalada no estado de Mato Grosso é de,

aproximadamente, 33,4 milhões de toneladas (CONAB, 2016). Embora a capacidade

estática nos armazéns tenha aumentado no estado, a região Centro-oeste apresenta uma

das situações mais críticas de armazenagem do Brasil. A situação só não é pior porque os

produtores têm buscado por alternativas, como por exemplo, a armazenagem de grãos em

silo bolsa (MACULAN, 2014).

O setor de armazenamento de grãos possui tecnologias avançadas possibilitando

que a conservação dos mesmos seja realizada com o mínimo de perdas, entretanto, o que

se observa na prática é que as perdas são cada vez maiores. Sobre a qualidade de grãos, a

sua manutenção está diretamente ligada ao armazenamento que é um dos principais pontos

de desperdício, apresentando perdas qualitativas e quantitativas, devido, principalmente,

aos sistemas de tratamento e conservação inadequados (BRAGATTO et al., 2000).

É de fundamental importância para a cadeia logística de escoamento da produção

agrícola, a capacidade de armazenar grandes quantidades a granéis, pois possibilita sua

venda com maiores preços e menores custos de transporte, em melhores épocas e nos

períodos de safra evitando o congestionamento, principalmente, nos portos (GALLARDO et

al., 2009). A gestão adequada de uma rede armazenadora é necessária para o escoamento

das safras de grãos, assim como, para a realização de políticas de expansão e

abastecimento da produção agrícola (FREDERICO, 2010).

A estrutura de armazenagem de grãos mais difundida e usada são os silos, sendo

células individualizadas, unidade construída com estrutura metálica, concreto ou alvenaria, e

equipada com sistema de aeração. Normalmente possuem forma cilíndrica, apresentando

condições para a preservação da qualidade do produto, durante longos períodos de

armazenagem. Outra forma de armazenagem de grãos é o estoque a granel em silos

horizontais, também conhecidos como armazéns graneleiros, de grande capacidade,

constituídos por um ou vários septos. Estas unidades armazenadoras se caracterizam por

possuírem a base maior do que altura, maior rapidez construtiva e baixo custo em relação

aos silos verticais metálicos, podem ser construídas parcialmente enterradas ou ao nível do

solo (SILVA, 2008).

O silo bolsa, também classificado como unidade a granel, é um túnel de polietileno,

normalmente constituído de três camadas, sendo duas internas na cor preta, para manter a

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temperatura da massa de grãos, evitando variações diárias em função das variações de

temperatura e umidade relativa externa, e uma camada externa branca para refletir os raios

solares. Contém, também, uma capa neutra, entre a externa e a interna, assim protegendo

essa estrutura de ressecamento (PIONNER SEMENTES, 2005; JULIANA; CARDOSO,

2014). Com o passar do tempo de armazenamento, a quantidade de oxigênio presente na

massa de grãos, vai diminuindo e a quantidade de dióxido de carbono, aumentando. Isso

ocorre, porque o oxigênio acaba sendo consumido pela respiração de insetos e micro-

organismos presentes e também, pelo próprio grão, devido ao seu metabolismo. Com isso,

os insetos e microorganismos não conseguem sobreviver e o metabolismo dos grãos

diminui, preservando a sua qualidade (JAYAS, 2000; MORENO et al., 2000; MORENO et

al., 2006).

O armazenamento apropriado permite realizar o equilíbrio entre uma produção

concentrada no tempo e um consumo regular, sujeita a fortes flutuações próprias do clima,

além de permitir também, conservar de um ano para o outro, diversas quantidades de

produtos. A estocagem demanda, periodicamente, um aperfeiçoamento das técnicas de

conservação e novos dimensionamentos em face de uma maior produção. Para isso, é

indispensável ter conhecimento das características dos grãos armazenados e quais fatores

alteram sua qualidade (MIRANDA et al., 2001).

Com base do exposto, objetivou-se avaliar neste estudo, a armazenagem da soja em

silo bolsa, analisando, periodicamente a qualidade física, química e sanitária da soja, e

também monitorar a temperatura, umidade e concentração de CO2 do ar intergranular.

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CAPÍTULO 1

AVALIAÇÃO DO AR INTERGRANULAR DA SOJA ARMAZENADA EM

SILO BOLSA

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1. INTRODUÇÃO

O silo bolsa é produzido com lâminas de polietileno de baixa densidade e constituído,

basicamente, com uma camada interna e outra externa. A camada interna, normalmente,

apresenta cor preta e tem função de fornecer escuridão ao grão para manter seu brilho e

cor, além de garantir resistência mecânica do silo. A capa externa possui uma coloração

branca (dióxido de titânio) composta de filtros e aditivos contra raios ultravioletas (UV),

desse modo o grão armazenado não é aquecido pela ação dos raios solares infravermelhos

e visíveis, uma vez que são bloqueados. Contém, também, uma capa neutra, entre a

externa e a interna. A aplicabilidade do silo bolsa está relacionada com a quantidade de

camadas na sua constituição que, em geral, são três camadas responsáveis para a sua

aplicação, porém, há também no comércio silos herméticos de cinco camadas (JULIANA;

CARDOSO, 2014).

Esse tipo de silo é fabricado com bolsas plásticas seladas hermeticamente que são

dispostas no sentido horizontal. Dispõem de algumas variedades nos tamanhos, podendo

variar de 1,5 a 4,3 m de diâmetro e 60 a 100 m de comprimento. A capacidade estática

desses silos acessíveis no mercado varia de 55 a 500 toneladas, sendo o de 200 toneladas,

com as dimensões de 2,7 m de diâmetro e 60 m de comprimento, o mais utilizado.

Considera-se a estocagem na própria unidade produtora com o auxílio do silo bolsa, uma

solução para atender a necessidade de armazenar toda a produção de grãos (CASINI et al.,

2009; JULIANA; CARDOSO, 2014).

A tecnologia de armazenagem em silo bolsa apresenta um custo bem menor

comparado com a construção de unidades convencionais, tendo um custo inicial na compra

do silo bag em média de R$1.500,00 para a estocagem de 200 toneladas de grãos e um

investimento estimado em torno de R$100.000,00 nas máquinas embutidora e extratora

(WACHTER; PEREIRA, 2015). A máquina embutidora é um implemento agrícola utilizado

para depositar o grão dentro do silo bag, e a máquina extratora, é um implemento com a

função de descarregar o grão do silo bolsa, com isso, para que o produtor possa usar o silo

bolsa, deverá adquirir de imediato esses elementos necessários (CASINI et al., 2009).

Conforme Cardoso et al. (2014), para a instalação do silo bolsa, o local deve ser

limpo, isto é, sem restos vegetais ou ervas daninhas que possam perfurar a base do silo,

deve ser elevado e com uma pequena inclinação para evitar alagamentos, além de cercar

para evitar danos causados por animais. Selar corretamente os furos feitos para retirada das

amostragens e as extremidades do silo para não permitir a entrada de ar, água e insetos.

Após a estocagem do produto, deve-se realizar um monitoramento do sistema para

assegurar qualidade do grão ou semente armazenada e integridade física do silo bolsa, ou

seja, garantir o armazenamento hermético.

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Entende-se como armazenagem hermética, aquela que permite a modificação da

atmosfera intergranular, convertendo o oxigênio em gás carbônico, por meio das atividades

metabólicas de fatores bióticos, como a própria respiração de fungos ou insetos, da massa

de grão armazenada, dentro do ambiente armazenado (DARBY; CADDICK, 2007). Como a

conversão de oxigênio em gás carbônico reduz a atividade metabólica do grão, assim o silo

bolsa garante uma melhor conservação e diminui as taxas de oxidação do produto

armazenado (VILLERS et al., 2006). Quando a concentração de oxigênio atinge 2% ou

menos, os insetos são suprimidos. Os fungos cessam o desenvolvimento quando o oxigênio

tem sua concentração em 1% (MORENO et al., 2000).

Na pós-colheita, a umidade relativa e a temperatura no meio intergranular são

grandezas importantes para manter em boas condições o armazenamento do grão durante

o tempo desejado. Sem o controle dessas, o lote de grão fica sujeito ao desenvolvimento e

reprodução de insetos, na proliferação de fungos e microorganismos e a presença de

roedores (MOHLER, 2010).

Conforme Vasconcelos et al. (2009) as sementes e grãos são produtos vivos e diante

disso apresentam intensa atividade respiratória (metabolismo) sucedendo em diversas

reações bioquímicas oxidativas de seus compostos, o qual resultará na perda de nutrientes,

perda de matéria seca, aumento da umidade, proporcionando o surgimento e expansão de

colônias de bactérias, fungos e insetos e em consequência o aumento da temperatura

interna na massa de grãos. Portanto o monitoramento constante da temperatura interna do

silo atua como um gerenciador das condições do grão armazenado preservando a qualidade

e evitando perdas.

Danao et al. (2015), Olsen et al. (2013), Wilhelmi (2014) e Marchi et al. (2014)

desenvolveram estudos com objetivo de fabricar um aparato experimental para monitorar os

parâmetros de temperatura, umidade relativa e CO2 durante o transporte de grãos,

analisando a condição interna da massa de grãos por meio de sensores, fornecendo assim,

informações importantes de desenvolvimento e fabricação das sondas para o melhor

entendimento de como progrediu este estudo.

Com base no exposto, foram monitoradas as condições do ambiente intergranular

em um silo bolsa de tamanho reduzido, com o objetivo de verificar a hermeticidade do silo

bolsa e a influência das condições externas sobre a massa de grãos de soja.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi instalado na Universidade Federal de Mato Grosso, Campus

Universitário de Sinop. A área encontra-se na altitude em torno de 386 m. O clima da região

é quente e úmido. Conforme a classificação climática de Köppen a região é caracterizada

como tropical (grupo A) clima megatérmico com forte precipitação anual. Tipo climático Aw,

com estação seca de inverno e chuvas de verão. A precipitação média anual está em torno

2.000 mm, sendo que 85% desse total concentram-se entre outubro a março. A temperatura

média anual é de 28 °C. A umidade relativa média do ar na época de chuvas é de 80%,

porém entre junho ao final de agosto esta umidade decai mantendo em média 22%

(KOPPEN, 1931).

O trabalho consistiu na armazenagem de soja num silo bag ou silo bolsa da marca

IpesaSilo, com dimensões reduzidas de 5,0 metros de comprimento por 1,5 metros de

altura, com capacidade estática de, aproximadamente, 300 sacas, e constituído de três

camadas, sendo duas internas na cor preta e uma camada externa branca.

O período de armazenamento ocorreu com ínicio dia em abril de 2015 a março de

2016, totalizando em 330 dias de armazenagem.

O lote de grãos foi armazenado com teor de água médio de 10%b.u., sendo uma

mescla de variedades de soja doada por um produtor à Universidade.

Para monitorar as condições internas da massa de grãos no silo bolsa, durante o

período de armazenagem, foi instalada uma sonda no centro do silo contendo sensores para

leitura e registro das condições de temperatura, umidade relativa e CO2 do ar intergranular.

Foram instalados três sensores (S1, S2 e S3) distribuídos conforme a Figura 1,

responsáveis por realizar leituras das condições de temperatura, umidade relativa e CO2 do

ar intergranular.

2,5 m 2,5 m

5 m

1,5 m

S1

S2

S3

Figura 1. Esquematização de instalação dos sensores no silo bolsa. Em que S1, S2 e S3 são os sensores responsáveis por medir as condições do ar intergranular.

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Foram utilizados os sensores descritos e selecionados conforme trabalho realizado

por Marchi et al. (2014) que utilizou para realização do monitoramento da temperatura e

umidade relativa o sensor digital SHT 15 da plataforma Sensirion (Figura 2a). Para o

monitoramento da concentração de dióxido de carbono intergranular, escolheu-se o sensor

infravermelho K33 BLG da plataforma CO2 Engine TM elaborado para medir concentrações

de CO2 em até 30%, tal como temperatura e umidade relativa (Figura 2b).

Figura 2. (a) Sensor digital de temperatura e umidade relativa SHT 15. (Fonte: http://www.sensirion.com/en/products/humidity-temperature/humidity-sensor-sht15/; (b) Sensor de dióxido de carbono K33 BLG com sensor SHT 15 integrado. (Fonte: http://www.co2meter.com/collections/co2-sensors/products /k33-blg-co2-temperature-humidity-sensor).

O monitoramento da temperatura, umidade relativa e CO2 se deu por meio da sonda

desenvolvida, de acordo, com estudo de Marchi et al. (2014), instalada no centro do silo,

sendo composta por 3 câmaras. Nas 3 câmaras 1 e 3 foram alojados os sensores SHT15 e

na câmara 2 o sensor K33 (Figura 3).

Figura 3. Sonda com sensores de temperatura, umidade relativa e concentração de dióxido de carbono (CO2). Sinop - MT, 2015.

(b) (a)

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Todo o aparato foi interligado a um sistema arduino, o qual capta informações em

tempo programado (a cada 3 minutos) para ter boa representatividade dos dados

(temperatura, umidade relativa e CO2), sendo estes armazenados em cartão de memória no

formato txt. Mensalmente os dados eram transferidos da caixa de aquisição dados e

analisados em planilha do Excel, realizando média diária e analisando de forma gráfica os

dados de temperatura, umidade relativa e CO2.

A sonda foi colocada na massa de grãos no momento do enchimento do silo. A

abertura realizada no silo para introdução da sonda foi devidamente fechada e vedada com

fita específica, mantendo assim a hermeticidade do silo bolsa (Figura 4).

Figura 4. Montagem do experimento com soja no silo bolsa. (a) enchimento do silo bolsa e uniformização da lona para introdução da sonda no meio da massa de grãos (b) corte da lona e introdução da sonda na massa de grãos (c) vedação do corte na lona do silo bolsa (d) instalação do sistema de aquisição de dados. Sinop - MT, 2015.

Durante o período de armazenamento o monitoramento das condições do ar externo

foi realizado por meio da estação instalada no Campus Universitário de Sinop da

Universidade Federal de Mato Grosso, localizado em 11º 51' 0,8" S e 55º 30' 56" W e

altitude média de 371 m. Trata-se de uma estação meteorológica automática equipada com

um sistema de aquisição de dados CR 1000 da Campbell Scientific e composta pelos

seguintes sensores: radiação solar global (piranômetro CS300 – Campbell Scientific

Company), radiação fotossinteticamente ativa (PAR Lite – Kipp & Zonen Company) e

psicrômetro com abrigo termométrico (108 Probe Temperature – Campbell Scientific

Company) a 2,0 m de altura, velocidade e direção do vento (anemômetro, 03002-L RM –

Young Company) a 10,0 m de altura, e pluviógrafo (TE 525 - Campbell Scientific Company)

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a 1,50 m de altura. Os dados são coletados em valores a cada 5 minutos, sendo

posteriormente, obtidos os valores totais, médios, máximos e mínimos horários e diários das

variáveis supracitadas.

Durante os 330 dias de armazenagem foram constatados furos na lona do silo bolsa

nos meses de julho (aos 90 dias), agosto (aos 120 dias), setembro (aos 150 dias), dezembro

(aos 240 dias) e janeiro (aos 270 dias), apenas nos dois últimos meses houve a entrada de

água da chuva. As rupturas referentes aos meses de julho, setembro, dezembro e janeiro

ocorreram em função da presença de roedores no local, e no mês de agosto os furos foram

ocasionados por atos de vandalismo. O tempo que o silo bolsa permaneceu com entrada de

ar foi 12; 15; 13; 6 e 7 dias, respectivamente para cada mês em que ocorreu rupturas no silo

bolsa, sendo determinados esses períodos por meio da verificação da variação da

concentração de CO2 no momento da aquisição dos dados, indicando entrada O2. Esses

furos foram constatados também de forma visual. A demora em visualizar o problema foi

devido à localização dos furos, ou seja, na parte inferior do silo, junto ao solo. Os furos

foram vedados com fita especial, tornando o sistema hermético novamente.

Para realizar a estimativa da umidade de equilíbrio da massa de grão armazenada

no silo bolsa foi utilizado a equação de Chung Pfost (Eq. 01), citado em Silva (2008). A

estimativa da umidade de equilíbrio foi feita para combinação de várias temperaturas e

umidades relativas sendo: temperatura mínima e UR máxima externa; temperatura máxima

e UR mínima externa; temperatura e UR média externa; e temperatura média e UR média

interna (massa de grãos):

URcTbaUe lnln (Eq. 01)

Em que:

Ue: umidade de equilíbrio dos grãos, decimal em base seca;

a, b, c: constantes que dependem do produto (para soja: a = 0,416; b = 0,072 e, c =

100,228);

T: temperatura do ar, ºC;

UR: umidade relativa do ar, decimal.

Para acompanhamento da umidade dos grãos, periodicamente (a cada 30 dias),

foram retiradas amostras de soja do silo bolsa com um calador de gavetas. As coletas foram

realizadas em 4 pontos identificados como pontos 1; 2; 3; e 4 (Figura 5). Os pontos 1 e 2

eram localizados no centro do silo, e no sentido vertical, nas alturas de 0,75 e 0,35 m,

respectivamente, em relação ao solo. Os pontos 3 e 4 foram demarcados no sentido

horizontal a 1 m das extremidades, no lado oposto dos pontos 1 e 2.

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Figura 5. Esquematização da localização dos pontos de coletas no silo bolsa. Sinop, 2015/16.

As amostras eram conduzidas até o Laboratório de Pós-colheita da UFMT/Sinop

para determinação do teor de água. A metodologia adotada foi conforme descrito nas

Regras de Análise para Sementes (BRASIL, 2009), onde as amostras foram submetidas a

secagem em estufa com circulação forçada de ar, a 105 ºC por 24 horas.

Os dados de umidade dos grãos; temperatura, umidade relativa e CO2 do ar

intergranular obtidos durante os 330 dias foram discutidos de forma descritiva.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O clima na região em que foi realizado o estudo é dividido conforme Martins et al.

(2011) em dois padrões climáticos bem definidos: chuvoso e seco, conforme dados

apresentados na Figura 6.

Comumente as precipitações entre outubro e abril são frequentes, portanto a escolha

e preparo do terreno é muito importante, devendo ser evitado locais que apresentem

problemas com drenagem. Com isso, na instalação do experimento foram feitas “valas” em

torno do silo permitindo escoamento da água para partes mais baixas do terreno.

Figura 6. Valores observados para a precipitação durante o período de armazenamento da

soja em silo bolsa. Sinop - MT, 2015/16. Fonte: Estação meteorológica da Universidade Federal de

Mato Grosso, Campus Sinop.

Mesmo encontrando na região dois padrões climáticos bem definidos, observa-se da

Figura 7 que não houve variações consideráveis de temperatura. A amplitude térmica

registrada foi em torno de 22 °C (máxima de 38 °C e mínima de 16 °C).

A umidade relativa é considerada variável na região, onde se tem uma queda

significativa nos meses de maio a agosto, e nos outros meses, esta se mantém, em média,

acima de 70%. No período de seca, verifica-se umidade relativa abaixo de 30%.

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Figura 7. Valores observados para a temperatura (ºC) e umidade relativa (%) do ar externo durante o período de armazenamento da soja em silo bolsa. Sinop - MT, 2015/16.

A influência das condições externas sobre a massa de grãos em silo bolsa tem sido

estudada por vários pesquisadores na Argentina. Bartosik et al. (2009a) verificou durante a

armazenagem de soja por 160 dias que a maior variação ocorreu no início do

armazenamento, estabilizando após algumas semanas, em 15 °C. Após 84 dias, houve

aumento de aproximadamente 8 °C, permanecendo em 23 °C devido a troca de estação do

ano. Neste caso foi constatado influência do meio externo. Cardoso et al. (2009), obteve o

mesmo efeito na armazenagem de soja. Durante o inverno a temperatura do grão oscilou

entre 10 e 15 ºC e, para o período mais quente ficou próxima a 30 ºC. No trabalho com soja

(14,2%b.u.) realizado por Valdez (2009) foram obtidos resultados onde a temperatura

interna permaneceu em torno de 35 ºC e a externa chegou a variar 17 °C nos 270 dias de

armazenamento.

Na avaliação da temperatura intergranular realizada neste estudo (Figura 8) foi

identificado uma possível falha no sistema de aquisição de dados nas primeiras 12 semanas

de armazenamento; e no mês de julho quando ocorreram rupturas na lona do silo bolsa.

Nestas duas situações teve-se uma variação de 27 até 34 °C, amplitude de 7 °C. Fora

desses períodos a variação foi de apenas 3 °C. Por outro lado, a temperatura externa

chegou a variar em até 22 °C, enquanto que a temperatura do meio intergranular manteve-

se em média em torno de 32 ºC.

Assim, pode-se afirmar que não houve influência do ar externo no período em que o

silo bolsa encontrava-se na condição hermética, mesmo tendo ocorrido grande amplitude

térmica externa (22 oC).

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Figura 8. Valores observados para a temperatura (0C) do ar intergranular durante o período de

armazenamento da soja no silo bolsa. Sinop - MT, 2015/16.

As possíveis falhas dos sensores mencionadas, podem ser entendidas pelos dados

apresentados na Tabela 1. Da tabela geral de dados constatou-se aumentos em torno de 3

°C em um intervalo de leitura de apenas 3 minutos. Isso justificando as oscilações de

temperatura nas 12 primeiras semanas do armazenamento da soja em silo bolsa. Após este

período não foram constatadas oscilações abruptas de temperatura.

Tabela 1. Exemplo de oscilação de temperatura observada nos sensores em pequenos intervalos de tempo, no início da armazenagem da soja no silo bolsa.

Data Hora Temp. S1 Temp. S2 Temp. S3

02/06/2015 23:59:15 28,87 29,64 29,66

03/06/2015 00:00:12 33,92 34,19 34,18

22/06/2015 10:17:37 29,39 31,03 31,31

22/06/2015 10:20:38 33,92 34,19 34,18

23/07/2015 15:04:26 27,18 28,94 28,13

23/07/2015 15:07:28 31,66 32,24 30,46

Temp. S1: temperatura superior; Temp. S2: temperatura média; Temp. S3: temperatura inferior.

Numa análise mais específica da temperatura intergranular (média diária), verifica-se

redução da temperatura nas camadas superior e média, registradas pelos sensores S1 e

S2, entre dezembro e janeiro. A redução foi em função da ocorrência de furos na lona. No

final do período de armazenamento, as temperaturas entre as camadas da massa de grãos

indicaram valores de 36,3 (máximo) e 27,2 °C (mínimo). Pelo fato da temperatura no interior

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do silo não apresentar variações consideráveis, no período em que não ocorreram furos na

lona, pode-se inferir que não houve interferência do ar externo.

Na região Norte do Mato Grosso, onde o experimento foi instalado não ocorrem

mudanças de estação do ano com variações significativas de temperatura, e sendo o grão,

um bom isolante térmico, a influência da temperatura externa normalmente é lenta e pouco

considerável. E pelo fato da soja estar com umidade baixa, logo, com metabolismo

desacelerado, não há respiração intensa e nem liberação de calor.

O fator físico principal na conservação dos grãos armazenados, provavelmente, seja

a temperatura, pois a maioria das reações químicas é acelerada com o aumento dessa

condição. A baixa temperatura inibe o desenvolvimento de insetos e microorganismos,

portanto, pode-se armazenar com segurança. O teor de água dos grãos é, em conjunto com

a temperatura, um fator essencial na conservação de sementes e grãos. Quando o teor de

água está baixo, o metabolismo diminui ao mínimo e a atividade vital (respiração) é

reduzida. A combinação de baixo teor de água e baixas temperaturas dos grãos é excelente

para a semente, que precisa se manter viável durante o armazenamento (BIAGI ;BERTOL,

2002; D’ARCE, 2003).

A umidade relativa também foi monitorada (Figura 9), assim como a temperatura,

houve oscilações apenas no início da armazenagem, estabilizando, em julho, com valores

em média de 73; 70 e 66%, respectivamente, mantendo-se assim até o fim da

armazenagem, com exceção da camada inferior (S3) que retornou a umidade relativa inicial

de aproximadamente 68% no penúltimo mês do experimento, isso em função do aumento

da umidade relativa externa, e por ter ocorrido entrada de água, devido às rupturas na lona

do silo bolsa, resultando nessa diferença de até 5%. Foram observadas também pequenas

variações nos meses de julho, setembro e janeiro em que houve a ruptura em alguns pontos

da lona do silo bolsa, onde a umidade relativa da massa de grãos nos meses de julho e

setembro decresceu e, no início de janeiro teve um acréscimo, devido à interferência da

variação externa. É provável que se não tivesse ocorrido problemas de hermeticidade, a

umidade relativa teria permanecido constante.

Todavia, essas variações para umidade relativa interna não são consideráveis

quando comparadas com as grandes variações da umidade relativa ambiente (Figura 9) que

apresentou média máxima de 95% para os meses de seca, e mínima de 40% nos meses em

que ocorrem precipitações.

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Figura 9. Valores observados para a umidade relativa (%) do ar intergranular durante o período de armazenamento da soja úmida no silo bolsa. Sinop - MT, 2015/16.

Apresenta-se na Tabela 2 dados de variação da umidade relativa ocorrida no início

da armazenagem, em pequenos intervalos de tempo (3 minutos), similarmente ao ocorrido

com a temperatura (Tabela 1). Essas variações são indícios de possíveis falhas nos

sensores, até a estabilização.

Tabela 2. Exemplo de oscilação de umidade relativa observada nos sensores, em pequenos intervalos de tempo, no início da armazenagem da soja no silo bolsa.

Data Hora UR-S1 UR-S2 UR-S3

02/06/2015 23:59:15 71,93 68,22 69,74

03/06/2015 00:00:12 74,33 69,83 72,31

22/06/2015 10:17:37 72,06 68,08 69,68

22/06/2015 10:20:38 74,33 69,83 72,31

23/07/2015 15:04:26 73,06 66,58 70,8

23/07/2015 15:07:28 73,19 66,97 71,74

UR-S1: umidade relativa superior; UR-S2: umidade relativa média; UR-S3: umidade relativa inferior.

Variações da umidade relativa foram verificados em trabalhos como de Clemente et

al. (2009), apresentando resultados semelhantes ao deste estudo, onde avaliando duas

variedades de sementes de soja, constataram variação da umidade relativa entre 70 e 75%.

E no estudo de Casini e Accietto (2009), com soja na umidade de 17%b.u., onde a umidade

relativa manteve-se em equilíbrio e próxima aos 70%.

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Na Figura 10 é apresentada a variação de concentração de CO2 do ar intergranular

da soja. No primeiro mês de armazenagem, observa-se aumento da concentração de

dióxido de carbono (CO2), de 0 até 9%. Essa variação ocorre devido ao processo

respiratório dos componentes bióticos que consomem o oxigênio (O2) e liberam o dióxido de

carbono (CO2). Nos meses em que houve a ruptura da lona do silo bolsa, ocasionando a

entrada de (O2) observa-se a curva decrescendo com valores de 2,75; 1,15 e 4,41 para

julho; setembro e janeiro, respectivamente. Após vedação, em janeiro de 2016, verifica-se

manutenção do nível de CO2 próximo a 14% até o final da armazenagem.

Figura 10. Valores observados para a concentração do dióxido de carbono (%) do ar intergranular

durante o período de armazenamento da soja no silo bolsa. Sinop - MT, 2015/16.

Bartosik et al. (2009b), constataram em seu trabalho que níveis superiores a 14% de

CO2 indicam que os grãos encontram-se em condições inseguras de armazenamento, isto é,

propensos a incidência de fungos. O aumento da concentração de CO2 pode ser utilizado

como indicativo de atividade biológica na massa de grão armazenada no silo bolsa

(BARTOSIK et al., 2009a). A temperatura alta, também, é um fator, que influência na

elevação dos níveis de CO2 no meio intergranular (CARDOSO et al., 2009).

Verificou-se que a concentração de dióxido de carbono no ambiente intergranular

manteve-se constante durante os meses em que o silo bolsa permaneceu na condição

hermética, pelo fato da taxa de respiração do grão ser diretamente associada com a

temperatura e teor de água, ou seja, temperaturas e umidades baixas dos grãos propiciam

redução da atividade metabólica do grão. No período de junho até início de janeiro, teve-se

a menor concentração de CO2 intergranular, em virtude de problemas com a hermeticidade

no silo bolsa.

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O teor de água do grão tende a entrar em equilíbrio com o ar que o circunda,

observa-se na Figura 11, a estimativa da umidade de equilíbrio calculada a partir da

temperatura e da umidade relativa do ar externo e interno no período de armazenamento, do

mesmo modo que a variação do teor de água do produto armazenado no silo bolsa.

As curvas de umidade de equilíbrio estimadas para a soja foram elaboradas a partir

da combinação de dados médios, mínimos e máximos, de temperatura e umidade relativa

diárias externas, obtendo-se umidade de equilíbrio média de 25,1%b.u. (temperatura mínima

e UR máxima externa); 13,8%b.u. (temperatura máxima e UR mínima externa); 7,1%b.u.

(temperatura e UR médias externa).

Para a condição interna, com a média da temperatura e da UR dos três sensores,

tem-se Umidade de equilíbrio estimada em 12%b.u.

Figura 11. Valores observados para a estimativa da umidade de equilíbrio (Ue, %b.u.) da soja

armazenada em silo bolsa durante o período de armazenamento. Sinop - MT, 2015/16.

Caso o produto fosse submetido à aeração em sistemas convencionais de

armazenagem, a umidade do grão tenderia a entrar em equilíbrio com as condições do ar

externo. Como o processo de aeração é normalmente realizado de madrugada, cuja

condição do ar coincide com temperatura mínima e umidade relativa máxima é provável que

a umidade do grão oscilasse entre 14 e 35%b.u.

Se a condição do ar de aeração coincidisse com os dados médios de temperatura e

umidade relativa ter-se-ia uma probabilidade de umidade de equilíbrio entre 9 a 20%b.u. Por

outro lado, nas condições de clima mais adverso, ou seja, temperatura máxima e umidade

relativa mínima, a umidade do grão poderia ser reduzida para até 5%b.u., isso a longo

prazo. Porém, essa condição do ar externo ocorre no período diurno, período onde não se

realiza aeração de grãos na região. Essa análise de umidade de equilíbrio demostra a

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grande oscilação de umidade que o grão pode ficar submetido em sistemas de

armazenagem convencional de acordo com estudos realizados por Taffarel, (2013) na

avaliação da armazenagem de milho em silo bolsa na região Norte de Mato Grosso ao longo

de 151 dias de armazenamento, o teor de água do produto manteve-se em média a 11,2%

b.u., porém caso fosse realizado aeração, a possibilidade de reduções do teor de água para

níveis abaixo de 10% e; Cabral (2011) que avaliou a qualidade e quebra técnica de soja

armazenada em unidades localizadas no Norte do estado do Mato Grosso, observando que

as curvas de teor de água acompanhou, na maioria do tempo, a curva de umidade de

equilíbrio, reduzindo significativamente a umidade.

Qualquer variação das propriedades físicas dos grãos durante o período de

conservação pode exercer influência sobre sua qualidade. Quando se analisa a condição de

temperatura e umidade relativa do ar interno verifica-se que a umidade de equilíbrio, caso

houvesse correntes convectivas na massa, tenderia a alcançar 12,5%b.u., entretanto,

devido às condições de hermeticidade do sistema, o grão manteve a umidade entre, 10 e

11%b.u. Esse nível é considerado seguro para armazenagem da maioria dos grãos.

Considerando as condições do nível reduzido de O2, alta concentração de CO2 e pouca

variação da temperatura e umidade relativa, tem-se uma condição ideal para a conservação

qualitativa de grãos.

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4. CONCLUSÕES

- A variação da temperatura interna foi em média 3 °C, enquanto a externa variou em

até 22 °C.

- A umidade relativa interna variou em 5%, e a externa variou em até 55%.

- A concentração de CO2, a 14%, e a ausência de O2, indica que a massa de grãos de

soja encontra-se em níveis seguros de armazenagem.

- O teor de água do grão apresentou oscilação de até 2 pontos percentuais.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CAPÍTULO 2

QUALIDADE DE GRÃOS DE SOJA ARMAZENADA EM SILO BOLSA

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1. INTRODUÇÃO

Armazenamento seguro de grãos significa mantê-los por tempo indeterminado sem

que ocorra nenhuma alteração significativa na quantidade ou qualidade do produto, sendo o

armazenamento uma fase crítica na produção de grãos (THURGOOD et al., 2007). O uso de

silos bolsas para o armazenamento de grãos tem recebido devida atenção e tem sido alvo

de diversas pesquisas por Faroni et al. (2009), Rodriguez et al. (2004), Rodriguez et al.

(2008), Taffarel et al. (2013), Prado (2015), Souza (2016), Bartosik et al (2009a), Casini e

Accietto (2009), por ser uma tecnologia alternativa aos métodos tradicionais de

armazenagem em fazenda, além de preservar a qualidade do produto. Conforme Silva

(2008) o objetivo de armazenar é manter a qualidade dos grãos após a colheita, visando

conservar o produto com os mesmos aspectos físicos desejáveis iniciais no maior período

de tempo possível.

Algumas características que definem a qualidade dos grãos são: teor baixo e

uniforme de água, percentuais reduzidos de descoloração, de material estranho, de

susceptibilidade à quebra, de danos caudados pelo calor (trincas internas), por fungos e

insetos, valores elevados de massa específica, viabilidade das sementes e concentração de

óleos e proteínas. Dentre os fatores que podem afetar estas características temos as

condições ambientais no decorrer da formação dos grãos ainda na planta, características da

espécie e da cultivar, época e sistema de colheita e de secagem, técnicas de

armazenamento e transporte (BROOKER et al., 1992). A redução da qualidade do grão é

dependente do oxigênio disponível, teor de água, temperatura e microorganismos

envolvidos (HALL,1980).

Segundo Alencar et al. (2009), a qualidade de grãos é um assunto amplo, no entanto

pode ser definido como um produto adequado para seu destino final e dentro de padrões de

consumo. Está relacionado a qualidade os aspectos, fisiológicos, sanitários e nutricionais.

Contudo, ressalta-se que os produtos estão expostos a variações de qualidade desde sua

maturação fisiológica até o momento da colheita, e desta ao processamento.

A utilização da soja como alimento é observada em diversos segmentos. A questão

de pertencer ao grupo dos alimentos funcionais tem propiciado seu maior consumo. Grãos

de baixa qualidade podem ter seu valor nutricional comprometido pela alteração da

composição química, em função da proliferação de fungos. Uma das dificuldades é as

técnicas de identificação e controle, normalmente estão fora do alcance da maioria dos

envolvidos no setor de pré-processamento e produtivo, o que deixa os consumidores

expostos à ingestão de produtos de baixa qualidade (LACERDA FILHO, 2008). Depois da

colheita é possível ter contaminação fúngica, ou mesmo, os fungos que se instalam no

campo permanecerem no produto. Ferrari Filho (2011) relata que aproximadamente 25%

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dos grãos são contaminados com alguma micotoxina, por exemplo, a aflatoxina produzida

pelo fungo Aspergillus sp., é uma das principais contaminações identificada no campo e no

armazenamento e pode causar problemas de segurança alimentar.

Os fungos identificados em grãos de soja e sementes podem ser característicos de

armazenamento e de campo, sendo estes saprófitas ou patógenos. Os fungos que podem

se desenvolver durante o armazenamento são Aspergillus sp. e Penicillium sp. Os

contaminantes/saprófitas são do gênero: Alternaria sp., Botryodiplodia sp., Chaetomium sp.,

Cladosporium sp., Rhizopus sp. e Trichoderma sp. Os patógenos são do gênero:

Cercospora sp., Colletotrichum sp., Fusarium sp., Macrophomina sp., Phomopsis sp.,

Rhizoctonia sp., Sclerotinia sp. e Sclerotium sp. (HENNING, 2015).

De acordo com Goulart (1997) o Fusarium sp. causa a podridão de raízes e

sementes, além de danos na produção podem produzir micotoxinas, as quais permanecem

nos grãos se tornando prejudicial à saúde humana e animal. O Aspergillus sp. é outro fungo

presente nos grãos e de grande relevância. Maziero (2010) relata que 32% das amostras de

amendoim analisadas apresentava algum nível de micotoxinas, sendo a mais encontrada a

aflatoxina, que possui efeitos cancerígenos e agudos tóxicos em seres humanos e animais.

A toxidade dessa substância preocupa produtores e pesquisadores de soja, por

frequentemente infectar os grãos no armazenamento (GOULART, 1997). Atualmente, se

acredita que os grãos armazenados chegam nas unidades infectados, a partir das condições

climáticas e do solo que promovem um microclima ideal para a desenvolvimento e

proliferação, por esse fato o manejo pré-colheita é indispensável (VIEGAS; ROSSETTO,

2006).

Segundo Monteiro (2012) o Penicillium sp. também é classificado como fungo de

grãos armazenados, com menos incidência que Aspergillus sp., porém causa grandes

deteriorações na massa de grão e, desenvolvem-se em ambientes úmidos e com pouca luz,

sendo locais ideais para o seu desenvolvimento armazéns e silos.

Outro fungo bastante comum em grãos de soja é o Rhizopus sp. Este é considerado

de fácil identificação porque possuí esporóforos com esporângios redondos e escuros no

ápice. Este fungo é classificado como contaminante/saprófita, tem o seu crescimento rápido,

o que acaba diminuindo o desenvolvimento de outros fungos no mesmo lugar (GOULART,

2005). A doença “Podridão de Rhizopus” é causada no final de ciclo, quando as condições

de alta temperatura e alta umidade favorecem o seu desenvolvimento, infestando os grãos

formados (LUZ, 1995).

Ressalta-se a importância de armazenar os grãos oleaginosos à baixa umidade, pois

dessa forma a atividade enzimática e o crescimento de microfloras de bactérias e fungos

têm crescimento inibido. Estando o teor de água acima do ponto crítico, o mesmo deteriora-

se causando a degradação de proteínas, de fosfolipídios, de carboidratos, etc., gerando

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compostos lipossolúveis e, que por isso, contaminam o óleo, afetando o odor, o sabor e a

cor (AMARAL, 2006).

Segundo Moreira (1999) os grãos de soja são constituídos, principalmente por

proteínas (30-45%), as quais têm composição de aminoácidos adequados à alimentação,

contendo alto teor de lipídios (15-25%), carboidratos (20-35%) e cerca de 5% de cinzas.

Sendo que as condições de temperatura e umidade relativa do ar influenciam no percentual

destes componentes, na formação do grão.

Cerca de 20% do teor de lipídio da soja são passíveis de deterioração qualitativa, na

forma de degradação, apresentando grandes perdas para a indústria alimentícia quando

armazenados inadequadamente. A característica do material e óleo bruto, do qual o óleo foi

extraído, influenciam na qualidade do óleo refinado. Para avaliar a qualidade dos óleos

extraídos e danos à matéria-prima são realizados análises do teor de ácidos graxos livres e

do índice de periocidade (REGITANO-D’ARCE et al., 1994). A qualidade da soja pode

influenciar nos parâmetros qualitativos de outros derivados, como sólidos totais, pH, dureza

e cor do extrato hidrossolúvel de soja (HOU ; CHANG, 2004).

As cinzas correspondem a uma porcentagem integrante do grão de soja. Essas são

os resíduos inorgânicos que se mantém após a queima da matéria orgânica. Não havendo

obrigatoriedade de ter a mesma composição que a matéria mineral encontrando-se

originalmente no alimento, já que pode haver perda por volatilização ou alguma interação

entre os constituintes da amostra (CECCHI, 2003).

O decréscimo do teor de óleo e proteína dos grãos de soja armazenados na

condição de estresse é maior do que em grãos armazenados em boas condições. Ferreira

et al. (2006) observaram que altas temperaturas e altas umidades relativas proporcionam

modificações nos teores de aminoácido, teor de óleo e de proteína em grãos de soja

armazenados acima de 180 dias. Oliveira et al. (2012), encontraram resultados semelhantes

avaliando o efeito da radiação e do armazenamento em algumas características de grãos de

soja.

Elias (2003) destaca a importância do conhecimento sobre conservação de grãos,

principalmente, quando são analisadas as potencialidades brasileiras de produção agrícola.

A situação apresenta-se crítica, principalmente, no que diz respeito à infraestrutura

deficiente como falta de unidades de secagem e armazenamento e/ou suas inadequações.

A possibilidade da armazenagem por longo tempo sem perder a qualidade, é uma

característica positiva dos grãos, o que proporciona a manutenção de estoques reguladores

e estratégicos (ALENCAR et al., 2002). O armazenamento por longo período é possível

sempre que forem adotados alguns princípios básicos, como grãos sem impurezas e

íntegros, livre de pragas e controle de microrganismos (LORINI, 2003).

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Existem diversos tipos de estruturas para armazenagem de grãos. As convencionais,

que no Brasil são caracterizadas por silos (metálicos ou de alvenarias) ou armazéns

graneleiros; e unidades herméticas, onde são utilizados silos bolsas.

O silo bolsa é uma técnica em que o processo respiratório dos componentes bióticos

do ecossistema, como insetos, fungos e grãos, consome o oxigênio (O2), gerando dióxido de

carbono (CO2). Dessa forma obtém-se uma atmosfera rica em CO2 e pobre em O2,

extinguindo a capacidade de reprodução e/ou desenvolvimento dos fungos e insetos, bem

como a própria atividade metabólica dos grãos, contribuindo para sua conservação

(VARNAVA et al., 1995; JAYAS, 2000; MORENO et al., 2006).

Uma das vantagens do armazenamento hermético para a desinfestação de grãos é o

seu potencial para substituir os pesticidas utilizados na indústria de grãos. O sistema

hermético auxilia na preservação de grãos armazenados por não conter todos os defensivos

agrícolas que podem causar problemas de saúde. Ainda evita o crescimento de fungos e

propicia um controle de pragas, conservando a qualidade dos grãos (JAYAS;

JEYAMKONDAN, 2002).

De acordo com Moreno et al. (2000), quando o ar intergranular oferece concentração

de oxigênio de 2% ou menos, os insetos são suprimidos. Além disso, a concentração de

oxigênio de aproximadamente 1% cessa o desenvolvimento fúngico. No armazenamento

hermético, o CO2 gerado e, por conseguinte, a redução do O2 no sistema, estabilizam a

degradação da massa de grãos devido a redução da taxa respiratória destes grãos e dos

organismos presentes (RUPOLLO et al., 2006). Assim sendo a armazenagem hermética

apresenta-se como uma boa estratégia para redução de atividade biológica tanto de fonte

externa, quanto interna do grão.

Diante da necessidade do melhor entendimento da conservação de grãos, objetivou-

se com este estudo avaliar a qualidade física, química e sanitária de grãos de soja

armazenada em silo bolsa.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Universidade Federal de Mato Grosso, Campus

Universitário de Sinop. A área encontra-se na altitude em torno de 386 m.

A soja utilizada foi uma mescla de variedades doada por um produtor à Universidade.

O tempo de armazenamento foi de 330 dias, compreendendo do dia 25 de abril de 2015 a

20 de março de 2016, sendo o produto armazenado com teor de água em torno de 10%b.u.

Utilizou-se um silo bolsa (Ipesa Silo), com 5,0 metros de comprimento por 1,5 metros de

altura, e com capacidade estática reduzida para, aproximadamente, 300 sacas.

Para o acompanhamento da qualidade da soja armazenada foram coletadas

amostras na lateral do silo bolsa com auxílio de calador composto de 2 níveis. No primeiro

nível foram retirados grãos numa camada mais externa do silo bolsa e o segundo numa

camada mais profunda, isto é, na direção do meio da massa de grão. As amostras foram

homogenizadas para obtenção da amostra de trabalho. As coletas foram realizadas com

calador de gavetas, em intervalos de 30 dias, em 4 pontos distintos nomeados de ponto 1,

ponto 2, ponto 3, e ponto 4 (Figura 1). Após as coletas realizou-se a vedação dos furos com

fita colante especial, permitindo a manutenção da hermeticidade do sistema.

Após a coleta as amostras foram acondicionadas em sacos de polietileno e

transportadas até o laboratório de Pós-colheita da Universidade Federal de Mato Grosso,

Campus Universitário de Sinop, onde foram processadas e analisadas.

Figura 1. Pontos de coleta da soja armazenada em silo bolsa. Em que: P1; P2; P3; P4 - pontos de coleta de amostras. Sinop – MT, 2015/16.

Durante o período de armazenagem constatou-se furos na lona do silo bolsa, em

função da presença de roedores na área ou provocados por atos de vandalismo. Isto

ocorreu nos meses de julho; agosto; setembro; dezembro e janeiro. Apenas nos dois últimos

meses houve a entrada de água da chuva. O tempo que o silo bolsa permaneceu com

entrada de ar foi 12; 15; 13; 6 e 7 dias, respectivamente para cada mês em que ocorreram

rupturas, após observado os furos, realizou-se a vedação com fita especial.

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Para identificar possíveis alterações na qualidade dos grãos analisou-se mensalmente

as propriedades físicas, químicas e a condição sanitária dos grãos de soja; a saber:

a) Teor de água (%b.u.): foi determinado pelo método padrão da estufa com circulação

forçada de ar, na temperatura de 105 ºC por 24 horas em triplicata, conforme descrito nas

Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009).

b) Massa de 1.000 grãos (g): foi determinada de acordo com metodologia descrita nas

Regras para Análise de Sementes (BRASIL 2009), sendo 8 repetições de 100 grãos para

cada amostra, e a média destas sendo multiplicado por 10. Este procedimento foi realizado

3 vezes por amostra.

c) Massa Específica Aparente (Kg m-3): foi determinada utilizando-se um cilindro de

capacidade de 1 L, com amostras isentas de quebrados e impurezas, e para acomodação

uniforme do produto foi controlada a altura de queda dos grãos em 15 cm. Foram realizadas

três repetições para cada amostra coletada.

d) Massa Específica Real (kg m-3) e Volume dos Grãos (m-3): primeiramente obteve-se

o diâmetro médio (Equação 01) dos grãos por meio da média aritmética da medida das 3

(três) dimensões características do grão (Figura 2). Foram coletados ao acaso 20 (vinte)

grãos de cada amostra medindo-se as dimensões com o auxílio de um paquímetro digital

(0,01 mm).

Figura 2. Desenho esquemático do grão de soja com suas dimensões características. x - eixo transversal ao cotilédone do grão; y - eixo paralelo ao cotilédone do grão (mm); z - eixo longitudinal ao cotilédone do grão.

(

)

(Eq. 01)

Em que:

Ø - diâmetro do grão (cm);

x - eixo transversal ao cotilédone do grão (mm);

y - eixo paralelo ao cotilédone do grão (mm).

z - eixo longitudinal ao cotilédone do grão (mm);

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Para obtenção do volume do grão (cm³) foi considerado que o mesmo aproxima-se

da forma geométrica de uma esfera sendo calculado a partir da Equação 02.

(Eq. 02)

Em que:

V - volume do grão (cm);

R – raio do grão (cm).

Os grãos foram pesados individualmente em balança semi-analítica 0,001 g. Na

sequência foi feito a relação da massa pelo volume do grão obtendo a massa específica

real, devidamente calculada em (kg m-3).

e) Incidência de fungos associados: a identificação de fungos presentes nas amostras

foi obtida pelo método de papel de filtro ou “blotter test”. Para isto, 400 grãos foram

dispostos individualmente em placas de Petri, sobre camada de papel de filtro umedecido

(três discos sobrepostos), distanciados 1-2 cm um dos outros, permitindo a passagem

integral de luz incidente. As placas de Petri com os grãos foram incubados em estufa tipo

BOD, com fotoperíodo de 12 horas pelo período de 7 dias a temperatura de 25 ºC. Após

este período os grãos foram examinadas individualmente com auxílio de um

estereomicroscópio a resolução de 30-80X, para observação de frutificações típicas do

crescimento de fungos. Observações de lâminas ao microscópio óptico (AF = 400X) foram

realizadas para confirmar a identidade dos fungos em nível de gênero (BRASIL, 2009).

f) Matéria seca: seguindo a metodologia de Silva e Queiroz (2002), utilizando

temperatura de 105 ºC por 24 horas em estufa. Na sequência as amostras foram pesadas

em balança analítica com precisão de 0,001 g. A quantidade de matéria seca foi

determinada pela Equação 3:

(Eq.3)

Em que:

%MS: percentual de matéria seca;

ASE: massa de amostra seca em estufa (g);

ASA: massa de amostra seca ao ar (g);

CAD: massa do cadinho (g).

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g) Cinzas: conforme Silva e Queiroz (2002) o teor de cinzas fornece o teor de matéria

inorgânica existente no produto, mostrando assim a adição de matérias inorgânicas ao

alimento. Neste estudo o teor de cinzas foi determinado a partir da amostra seca ao ar, que

foi calcinado à 600 ºC em uma mufla por 3 horas. Posteriormente as amostras foram

alocadas em um dessecador até atingir temperatura ambiente, para então serem pesadas

em balança analítica com precisão de 0,001 g. A quantidade de cinzas, expressa em

porcentagem, foi calculada a partir da Equação 04:

(Eq.4)

Em que:

%MMASA: percentual de cinzas com base na amostra seca ao ar;

MM: massa das cinzas (g);

CAD: massa do cadinho (g);

ASA: massa de amostra seca ao ar (g);

%MMMS: percentual de cinzas com base na amostra de matéria seca;

%ASE: percentual de amostra seca em estufa.

h) Teor de Óleo: foi obtido por extração da gordura bruta ou extrato etéreo pelo método

Goldfisch, utilizando um extrator e posterior evaporação do solvente, de acordo com

metodologia descrita por Zenebon et al., (2008). As amostras, de aproximadamente 2 g,

foram acondicionadas em papel filtro, depois levadas ao extrator com, aproximadamente 40

ml de éter de petróleo, por aproximadamente 4 horas à 85 °C. Em seguida os copos foram

transferidos para uma estufa sem circulação forçada de ar, a 105 °C por 2 horas. Após este

período fez-se a pesagem das amostras em balança analítica com precisão de 0,001 g.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise qualitativa dos dados foi realizada por meio de propriedades físicas,

químicas e sanitárias, procurando verificar a conservação da soja em silo bolsa, durante um

ano de armazenamento, aproximadamente.

Verifica-se da Figura 10 que a maior variação do teor de água ocorreu nos pontos 1

e 4 no mês de julho, com decréscimo. No mês de setembro houve aumento da umidade nas

amostras coletadas nos quatros pontos, por outro lado, nestes mesmos pontos foi verificado

decréscimo no mês de novembro. Essa variação pode estar relacionada com o fato de que a

soja armazenada era uma mescla de cultivares, conforme afirmado pelo produtor que doou

o produto, ou seja, para cada análise era realizada uma nova coleta, com amostra de grãos

com características diferenciadas. O aumento de umidade observado no mês de setembro

pode estar relacionado com os furos ocorridos na lona do silo bolsa, possivelmente pela

influência das condições do ar externo.

Figura 3. Valores observados para o teor de água do grão de soja (%b.u.) armazenado em silo bolsa, para os pontos 1, 2, 3 e 4 durante o período de armazenamento. Sinop - MT, 2016.

O teor de água dos grãos de soja manteve-se próximo aos valores observados no

início do período de armazenamento, independentemente do ponto de coleta no silo bolsa.

Comportamento semelhante foi ressaltado por Rodriguez et al. (2004) em grãos de milho

secos e úmidos armazenados em silos tipo bolsa.

A manutenção da umidade durante a armazenagem é um bom indicativo de que o

sistema é adequado para conservação do produto. A boa conservação de grãos em silo

bolsa foi verificada em trabalhos realizados na região de Sinop – MT. Prado et al. (2015),

avaliaram a qualidade física e fisiológica do girassol armazenado em silo bolsa e relataram

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que o teor de água do girassol manteve-se próxima do considerado ideal, com média de

5,04%b.u., ao longo de 191 dias de armazenamento. De acordo com Taffarel et al. (2013),

que analisaram a armazenagem de milho em silo bolsa na região Norte de Mato Grosso, o

valor médio para o teor de água observado foi de 11,2%b.u., durante 151 dias de

armazenagem, com pouca variação.

Segundo Rupollo et al. (2004), pode haver pequena variação do teor de água do

produto armazenado em silo bolsa, mesmo não havendo trocas com o ambiente, pois em

condições de armazenamento hermético dificulta a atividade metabólica dos grãos.

Segundo Elias (2003), grãos armazenados com umidade entre 11 e 13%b.u., têm

discreta respiração, porém, se a umidade se eleva, a respiração acelera, ocorrendo o

aquecimento da massa de grãos. Pelo caráter hidrófobo das gorduras, os grãos oleaginosos

devem ser mantidos com umidades menores.

Neste estudo, a umidade da soja encontra-se dentro dos níveis considerados

seguros para armazenagem por longo período. A umidade inicial do produto é diretamente

ligada com o risco de deterioração da massa de grão armazenada. Conforme Cardoso et al.

(2014) o tempo permissível de armazenamento está relacionado com a umidade do grão, ou

seja, a soja úmida embolsada possui um período menor de armazenagem segura, quando

comparada com soja seca. O risco de deterioração da soja para valores menores e/ou iguais

9a 14% é baixo e, acima de 16% de umidade inicial é considerado alto. Logo o tempo

permissível de armazenamento a 14%b.u., seria de 12 a 18 meses, no entanto, para valores

maiores que 16%, o máximo é de 3 meses.

A massa de mil grãos da soja armazenada no silo bolsa apresentou inicialmente

valores de 134,43; 131,03; 128,18 e 122,68 g de acordo com os pontos 1; 2; 3 e 4,

respectivamente (Figura 4). Ao longo dos 330 dias de armazenamento houve pouca

variação dessa propriedade, sendo observadas variações de no máximo 17,01 g entre o

valor máximo e mínimo.

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Figura 4. Valores observados para a massa (g) de 1.000 grãos de soja submetida a armazenagem em silo bolsa, para os pontos 1, 2, 3 e 4 durante o período de armazenamento. Sinop - MT, 2016.

De acordo com os resultados observados na Figura 4, as pequenas oscilações nos

valores de massa de 1000 grãos são explicadas pelo fato de ser analisado cada mês uma

amostra diferente e ainda ser originária de uma mescla de cultivares. No entanto, valores de

massa de 1.000 grãos obtidos neste estudo foram similares aos da soja produzida na região

(Sinop – MT), como verificado por Ruffato et al. (2015), que analisou a qualidade física dos

grãos de soja com aplicação de fungicidas, e encontraram para essa variável médias

próximas a 140 g. No estudo avaliação da qualidade de grãos de soja em função da período

de colheita no Norte de Mato Grosso, segundo Mayer et al. (2014), a de massa de mil grãos

média foi de 148,36 g.

A massa de mil grãos é importante fator qualitativo, especialmente em se tratando de

sementes. Esta variável é utilizada em cálculos de semeadura, assim, sua manutenção

durante a armazenagem é de grande relevância.

Apesar de ser uma mescla de produtos, os dados de massa específica aparente,

outro fator qualitativo de grãos analisados, indicaram valor médio de 705,6 kg m-3, mínima

de 690 e máxima de 720 kg m-3, estando de acordo com o observado em outros trabalhos

com soja na mesma região. Ruffato (2016) obteve valores próximos a 709,54 e 701,59 kg m-

3, analisando a qualidade pós-colheita da soja produzida no Paraná e no Mato Grosso,

respectivamente. Para Arfeli et al. (2015), o valor médio obtido foi de 690 kg m-3. Souza

(2015) que avaliou a armazenagem temporária de soja úmida (22%b.u.) em silo bolsa,

encontrou valor médio para a massa específica aparente em torno de 677,39 kg m-3.

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Figura 5. Valores observados para a massa específica aparente dos grãos de soja (kg m-3

) armazenado em silo bolsa, para os pontos 1, 2, 3 e 4 durante o período de armazenamento. Sinop - MT, 2016.

Faroni et al. (2009), na avaliação qualitativa e quantitativa dos grãos de soja

armazenados em silo bag, no período de 180 dias na região de Guarapuava-PR não

verificaram variação significativa nos valores de massa específica aparente, que

permaneceram em média de 645 e 665 kg m-3 para soja úmida e seca, respectivamente.

A massa específica aparente não é um parâmetro utilizado na comercialização da

soja, porém, reduções dessa propriedade podem estar associadas à perda de qualidade do

produto em consequência dos processos de deterioração ao longo do armazenamento

(SILVA, 1997). O mesmo autor afirma que baixos valores de massa específica são

encontrados em grãos que perderam excedentemente, matéria seca devido à infestação de

insetos e/ou fungos no campo e/ou no armazenamento.

Com relação à massa individual do grão, têm-se variações entre o valor máximo e

mínimo em torno de 0,058 g, oscilando entre 0,119 e 0,195 g, durante todo o tempo de

armazenamento no silo bolsa (Figura 6a). Na Figura 6b, tem-se dados de volume do grão.

No ponto de coleta 1, observa-se a maior média com 141,4 mm3 quando comparado com os

demais pontos de coleta no silo bolsa. No ponto 2 tem-se os menores valores médios, cerca

de 125,80 mm3. Essa variação, possivelmente, aconteceu em função da soja armazenada

apresentar condição inicial desuniforme e ser uma mescla de materiais. Além disso, para

obtenção do volume foram obtidas as dimensões características do grão e, como este não

foi classificado, havia desuniformidade em seu tamanho.

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Figura 7. (a) Valores observados para a massa (g) e do (b) volume dos grãos de soja (mm3)

armazenado em silo bolsa, para os pontos 1, 2, 3 e 4 durante o período de armazenamento. Sinop - MT, 2016.

Valores referentes ao tamanho do grão são dependentes de vários fatores como

variedade, clima durante o desenvolvimento, tratos culturais, entre outros, por isso

apresenta variações. Ruffato (2016), analisando a qualidade pós-colheita da soja produzida

no Paraná e no Mato Grosso, obteve valores médios de massa para cada região de 0,193 a

0,139 g, respectivamente. Freitas (2015), analisando a qualidade pós-colheita da soja em

função de diferentes tratamentos fungicidas, encontrou valores de volume de grãos similares

ao deste estudo, sendo de 120 a 140 mm3. Já no trabalho de Vieira et al. (1997), os valores

do volume de grãos compreendeu a faixa de 120 a 170 mm3, em seis cultivares de soja

plantadas no Brasil.

A massa específica real da soja armazenada no silo bolsa apresentou tendência

aleatória, com valores iniciais entre 1.116,16 e 1.289,42 kg m-3, nos diferentes pontos de

coleta. No decorrer dos 330 dias de armazenamento foram observadas variações de até

275,81; 188,79; 191,81 e 297,82 kg m-3 de acordo com os pontos 1; 2; 3 e 4,

respectivamente. Esta propriedade foi estimada aproximando a forma do grão a de uma

esfera, e calculada por meio do volume do grão. Esta oscilação dos dados pode estar

atrelada a desuniformidade do tamanho e massa do grão (Figuras 7 a e b). As diferentes

variedades que formaram a massa de grãos armazenada podem exercer influência sobre

esta propriedade.

(b) (a)

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Figura 8. Valores observados para a massa específica real dos grãos de soja (kg m-3

) armazenado em silo bolsa, para os pontos 1, 2, 3 e 4 durante o período de armazenamento. Sinop - MT, 2016.

Observa-se da Figura 7, que a massa de grãos não apresentou grande variação,

mas o volume sim. Pelo fato de os grãos serem de vários tamanhos e formatos,

consequentemente isso influenciou sobre os valores de massa específica real (Figura 8).

Prado (2016), obteve valores de massa específica real entre 1.123 a 1.509 kg m-3.

Dalle Laste (2016) obteve menor amplitude para os valores de massa específica real de

soja, sendo de 1.180 a 1.201 kg m-3. Outros trabalhos com soja na região também

apresentaram valores médios da massa específica real similar, como Furtado et al. (2015),

que obtiveram média de 1.250,8 kg m-3 trabalhando com diferentes cultivares de soja

Intacta, e Caldeira et al. (2015), para as cultivares Nidera e M8210 com valores de 1.264,2 e

1.254,5 kg m-3. Portanto, mesmo com a acentuada dispersão entre valores de massa

específica real dos grãos de soja durante o período de armazenamento, têm-se valores

próximos aos encontrados na região.

De maneira geral observou-se boa conservação da qualidade física de grãos de soja

armazenada em silo bolsa, as variações ocorridas foram em decorrência de furos na lona

com consequente entrada de umidade, e por ser uma massa de grãos heterogênea no que

diz respeito ao tamanho e forma de grãos.

Na avaliação sanitária analisado um total de 921.600 grãos de soja armazenada no

silo bolsa, ao longo dos 330 dias de armazenamento. Os gêneros de fungos encontrados e

identificados foram Fusarium sp., Aspergillus sp., Penicillium sp., Rhizopus, Colletotrichum

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sp. e Cercospora sp. Os dois últimos fungos apresentaram baixa incidência quando

comparados aos outros quatros identificados (Figura 9).

Figura 9. Valores observados para a incidência (%) de fungos em grãos de soja coletados nos pontos 1; 2; 3 e 4, em função do armazenamento em silo bolsa durante 330 dias. Sinop-MT, 2016.

Em todas as amostras coletadas foi observada ocorrência de fungos, no entanto,

observou-se variação entre os resultados obtidos para incidência fúngica em cada ponto, e

no decorrer dos dias armazenados. Dos gêneros identificados, Fusarium sp., Aspergillus sp.

e Penicillium sp. obtiveram menor porcentagem de grãos infectados quando comparado ao

genêro Rhizopus.

A princípio, Fusarium sp. que é um fungo que afeta tipicamente o grão em campo,

pelo constatado neste estudo, ele tem resistido até após armazenagem. Encontrou-se

incidência média acima de 50% no início do armazenamento em todos os pontos,

decrescendo expressivamente durante os 330 dias para 13; 13; 12,50 e 13,25% nos pontos

1; 2; 3 e 4, respectivamente.

Silva (2008), relata que os fungos presentes na massa de grãos armazenada, além

da produção de micotoxinas provocam danos como, transformações bioquímicas,

modificações celulares, redução na germinação, descoloração, aquecimento,

emboloramento e apodrecimento. Neste estudo, a identificação dos gêneros Fusarium sp.,

Aspergillus sp. e Penicillium sp. é considerada de grande importância, devido ao seu

potencial de produção de micotoxinas como a fumonisina, aflatoxina e ocratoxina A,

respectivamente.

Os fungos Aspergillus sp. e Penicillium sp. são fungos de armazenamento, sendo

identificados em todas as amostras, com destaque para o ponto de coleta número 2, onde

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se verificou infestação acima de 20%, em todas as coletas analisadas no decorrer dos 330

dias de armazenagem. A incidência média para Aspergillus sp. foi de 34; 37,13; 36,88 e

36%, enquanto, Penicillium sp., em torno de 34,75; 33,38; 33,75 e 37,38%, para os pontos

1, 2, 3 e 4, nesta ordem. Estes valores foram superiores se comparado com dados do

estudo de Souza (2016), que obteve incidência média abaixo de 10 e 5,50% para os

gêneros Aspergillus sp. e Penicillium sp. durante 18 dias de armazenamento de soja úmida

(21,5%b.u.) em silo bolsa, sendo o experimento desenvolvido em propriedade agrícola na

região do município de Ipiranga do Norte, no estado de Mato Grosso.

A incidência de Rhizopus sp. foi elevada em todos os pontos com média superior a

80%. Destaque para o ponto 2, onde se verificou incidência acima de 70%, e também para o

ponto 3, apresentando valores de incidência acima de 80% com exceção das amostras

coletadas aos 120 e 180 dias, com valores de 75,75 e 79,50%, respectivamente. Esse fungo

tem desenvolvimento acelerado. Observa-se no último mês de armazenamento aumento da

incidência desse fungo nos grãos, provavelmente em função da entrada de água da chuva

nos dias em que houve ruptura na lona do silo bolsa. De acordo com Massola (2010), as

condições ótimas para o desenvolvimento deste fungo são temperaturas na faixa de 30 à 36

°C e presença de ferimentos no grão. O fungo raramente ocorre em temperatura inferior a

20 °C.

Figura 10. Valores observados para a incidência (%) média de fungos em grãos de soja coletados nos 4 pontos, em função do armazenamento em silo bolsa durante 330 dias. Sinop-MT, 2016.

Conforme Figura 10, a média da incidência fúngica nos 4 pontos de armazenamento

confirmou que a tendência dos fungos Fusarium sp., Aspergillus sp. e Penicillium sp.

quando se manteve a hermeticidade, ou seja, baixo O2, alto CO2, diminuindo a atividade

metabólica, tanto dos grãos quanto dos fungos, foi de redução durante o armazenamento,

porém, quando houve nova entrada de ar e água aumentou a incidência. Sendo que nos

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três últimos meses de armazenagem, em função do retorno à condição de hermeticidade,

observou-se a dormência da incidência fúngica.

Os resultados para análise de qualidade química não apresentaram, no geral,

valores com diferenças relevantes (Figura 11), verificou-se apenas pequenas variações

sendo de no máximo 2% para teor de óleo. Também, para matéria seca e teor de cinzas

apresentou em média diferença de 1% (Figura 11).

Figura 11. Valores observados para a matéria seca, teor de cinzas e teor de óleo do grão (%) no silo bolsa para os pontos 1, 2, 3 e 4 durante o período de armazenamento. Sinop - MT, 2016.

Para os valores de matéria seca avaliada não foram quantificadas diferenças para os

quatro pontos, uma vez que todos os pontos apresentaram valor semelhante ao longo dos

330 dias estudados. A variação entre o maior e o menor valor foi de 3,21; 4,56; 4,08 e

2,86%, respectivamente para os pontos 1, 2, 3 e 4.

Observa-se ainda que mesmo não ocorrendo diferença considerável entre os dados,

obteve-se variação do teor de cinzas de 4,96 a 5,87%. Baixos valores de cinzas são

desejáveis, uma vez que metais pesados podem fazer parte da constituição.

Em relação aos valores de teor de óleo apresentados, tem-se no ponto 1 o valor

máximo de, aproximadamente, 23% e, mínimo de 21%. Verifica-se diferença de 2,88; 2,44;

2,8 e 2,06 em média para os pontos 1; 2; 3 e 4, respectivamente.

Essas pequenas variações de qualidade química podem ser explicadas pelo fato de

ser utilizada uma amostra diferente em cada análise. Para a indústria estes resultados são

interessantes, uma vez que não há variação química nos grãos, principalmente, em relação

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ao teor de óleo. Para teor de óleo, foi observado variação em média de apenas 2%, mesmo

com a interferência de entrada de ar e água, também não se observou variação na matéria

seca e no teor de cinzas. Alves et al. (2011) na avaliação da composição centesimal de

grãos de soja de oito diferentes cultivares, observou valores de teor de cinzas similares ao

encontrado neste trabalho, com média de 5,6%.

De acordo com Rupollo et al. (2004), o teor de óleo do grão, é, também um

constituinte sujeito à degradação química, influenciando diretamente na conservação do

produto armazenado. Segundo Weber et al. (2002), a degradação do teor de óleo, com o

consequente aumento de acidez graxa pode conduzir à formação de odor e sabor

desagradáveis, influenciando, negativamente, a qualidade sensorial e nutricional do produto

armazenado. Biaggioni et al. (2005), relata que o tempo de armazenagem, o teor de água e

a temperatura influenciam diretamente na velocidade das alterações dos lipídios.

Conforme os dados qualitativos avaliados, pode-se inferir que a armazenagem da

soja seca em silo bolsa pode ser realizada por longo período, sem decréscimos nos valores

de suas principais propriedades.

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4. CONCLUSÕES

- As propriedades físicas e químicas dos grãos de soja foram conservadas de maneira

satisfatória durante 330 dias de armazenagem em silo bolsa.

- A tendência da incidência dos fungos Fusarium sp., Aspergillus sp. e Penicillium sp.,

com exceção do Rhizopus, foi de decrescer durante o período de armazenagem.

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CONCLUSÕES GERAIS

- A variação da temperatura interna foi em média 3 °C, enquanto a externa variou em

até 22 °C.

- A umidade relativa interna variou em 5%, e a externa variou em até 55%.

- A concentração de CO2, a 14%, e a ausência de O2, indica que a massa de grãos de

soja encontra-se em níveis seguros de armazenagem.

- O teor de água do grão apresentou oscilação de até 2 pontos percentuais.

- As propriedades físicas e químicas dos grãos de soja foram conservadas de maneira

satisfatória durante 330 dias de armazenagem em silo bolsa.

- A tendência da incidência dos fungos Fusarium sp., Aspergillus sp. e Penicillium sp.,

com exceção do Rhizopus, foi de decrescer durante o período de armazenagem.

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