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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA ENGENHARIA CIVIL LARISSA FREIRE DE LIMA OLIVEIRA ANÁLISE ESPACIAL DO DESCARTE DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO EM FEIRA DE SANTANA-BA NO CENÁRIO 2003 X 2011 FEIRA DE SANTANA 2012

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

ENGENHARIA CIVIL

LARISSA FREIRE DE LIMA OLIVEIRA

ANÁLISE ESPACIAL DO DESCARTE DE RESÍDUOS DE

CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO EM FEIRA DE SANTANA-BA NO

CENÁRIO 2003 X 2011

FEIRA DE SANTANA

2012

LARISSA FREIRE DE LIMA OLIVEIRA

ANÁLISE ESPACIAL DO DESCARTE DE RESÍDUOS DE

CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO EM FEIRA DE SANTANA-BA NO

CENÁRIO 2003 X 2011

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Departamento de

Tecnologia da Universidade Estadual

de Feira de Santana, como requisito

para obtenção do título de Bacharel

em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. M.Sc. Eduardo Costa.

FEIRA DE SANTANA

2012

LARISSA FREIRE DE LIMA OLIVEIRA

ANÁLISE ESPACIAL DO DESCARTE DE RESÍDUOS DE

CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO EM FEIRA DE SANTANA-BA NO

CENÁRIO 2003 X 2011

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Departamento de

Tecnologia da Universidade Estadual

de Feira de Santana, como requisito

para obtenção do título de Bacharel

em Engenharia Civil.

Feira de Santana, 28 de fevereiro de 2012

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________ Prof. M.Sc. Eduardo Costa – Orientador

Universidade Estadual de Feira de Santana

Prof. Dr. Washington Almeida Moura Universidade Estadual de Feira de Santana

Prof.ª Esp. Sérgio Tranzillo França Universidade Estadual de Feira de Santana

Agradecimentos

A Deus por me dar tudo que preciso para realizar todos os meus anseios.

A meus pais Luiz Gonzaga e Márcia Freire pela vida, dedicação, educação, apoio,

incentivo e vibração a cada diploma, desde o do ABC. Por fazerem dos meus

sonhos seus principais objetivos.

A meus avós, em especial minha avó Maria e meu avô Lolô, por fazerem parte da

torcida pelo meu sucesso e pelas incríveis lembranças e ensinamentos que serão

passados à próxima geração.

A meus irmãos Lívia e Luiz Eduardo, pela ajuda que foi dada, pelo companheirismo,

por serem muitas vezes meu suporte quando era difícil estudar, a saudade apertava

e tínhamos que ser fortes juntos.

A meu namorado, Elias Freire, pela ajuda, carinho e compreensão pelos vários

momentos em que não pude estar com ele devido aos estudos.

À Tia Nenê por todo cuidado, incentivo e presença constante.

Também agradeço a todos os meus amigos e colegas de curso, pelos grupos de

estudos, pelas comemorações e aflições divididas, eles foram essenciais nessa

jornada.

À Edenilde Torres (Nildinha) e a Danillo Reis pelo incentivo e ajuda essenciais para

que o trabalho fosse concluído.

A todos os professores, os do Educandário Imaculada Conceição, do Colégio Sete

de Setembro, do Colégio Anísio Teixeira e os da UEFS.

Agradeço a meu professor orientador Eduardo Costa pela disponibilidade,

orientação e incentivo no decorrer do Trabalho de Conclusão de Curso.

À professora Áurea Chateaubriand pela ajuda na escolha do tema e pelo apoio e à

professora Mônica Leite por ter cedido o relatório do estudo realizado pela sua

equipe para que pudesse usá-lo como referência.

Lista de Figuras

Figura 1. Organograma: Classificação dos Resíduos. (CONAMA, 2002) ................. 15

Figura 2. Mapa do estado da Bahia, localizando Feira de Santana. Fonte: Ministério

dos Transportes ......................................................................................................... 24

Figura 3. CEPER - Central de Recepção de Podas, Entulhos e Recicláveis. ........... 26

Figura 4. CEPER- Baias para separação de materiais como: papelão, plásticos,

baterias. .................................................................................................................... 26

Figura 5. Área mapeada com a delimitação dos 18 setores. Leite et. al. 2005. ........ 27

Figura 6. Localização dos pontos de descarte ilegal na área de estudo, 2011. ........ 30

Figura 7. Deposição de RCD em passeio e acostamento, 2011. .............................. 32

Figura 8. Deposição de RCD em terreno baldio, 2011. ............................................. 32

Figura 9. Deposição de RCD em canteiro, 2011. ...................................................... 32

Figura 10. Ponto nº 7 localizado no setor 01 na Rua Monte Alegre. ......................... 34

Figura 11. Ponto nº 136 no setor 14 na Travessa Stefânia. ...................................... 34

Figura 12. Pontos reincidentes (pretos) de descarga de RCD. ................................. 36

Figura 13. Acúmulo de RCD em passeio e acostamento, 2011. ............................... 37

Figura 14. Acúmulo dos RCD em passeio, acostamento e via urbana. ..................... 37

Figura 15. Disposições irregulares que atraem resíduos domésticos. ...................... 38

Figura 16. Percentual distribuído do volume das pilhas de RCD, 2011. .................... 39

Lista de Tabelas

Tabela 1. Total de municípios com serviço de manejo de resíduos de construção e

demolição, por existência e tipo de processamento dos resíduos, segundo as

Grandes Regiões e as Unidades da Federação – 2008 ............................................ 21

Tabela 2. Total de municípios com serviço de manejo de resíduos de construção e

demolição, por forma de disposição dos resíduos no solo, segundo as Grandes

Regiões e as Unidades da Federação – 2008 .......................................................... 23

Tabela 3. Quantidade de pontos cadastrados e seus respectivos e setores e datas.

28

Lista de Gráficos

Gráfico 1. Crescimento populacional do município de Feira de Santana (Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística) - 2010 ............................................................. 25

Gráfico 2 . Locais de deposição dos RCD, Fonte: Autora, 2011. ............................... 33

Gráfico 3. Locais de deposição dos RCD, Fonte: Leite et. al., 2005. ........................ 33

Gráfico 4. Problemas gerados pelo descarte de RCD, 2011. ................................... 38

Lista de Siglas

RCD – Resíduos de Construção e Demolição

RCC – Resíduos de Construção Civil

CEPER – Central de Recebimento de Podas e Entulho

PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos

PMFS – Prefeitura Municipal de Feira de Santana

SESP – Secretaria de Serviços Públicos

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ONU – Organização das Nações Unidas

PIB – Produto Interno Bruto

SEMA – Secretaria do Meio Ambiente

SINDUSCON – Sindicato das Indústrias da Construção Civil

PEMA – Plano Estadual do Meio Ambiente

SEDUR – Secretaria de Desenvolvimento Urbano

Resumo

Os resíduos sólidos, gerados, sobretudo pelo surgimento de novas edificações, pelo

crescimento explosivo do mercado imobiliário, da maior frequência de demolições e

reformas, necessitam de maior atenção, em virtude da grande quantidade produzida

e da escassez de locais adequados para destinação dos referidos materiais.

A destinação dos resíduos de construção e demolição (RCD), quando realizada de

forma inadequada constitui-se no fato gerador de diversos danos, tais como:

problemas de natureza ambiental, comprometimento da mobilidade urbana e, por

consequência, da qualidade de vida da população, além de significar despesas para

a Administração Pública, responsável pelos serviços de limpeza.

Segundo dados do IBGE, a população aumentou consideravelmente. Houve

melhoria nas condições econômicas do país, políticas de governo incentivaram o

mercado imobiliário e consequentemente o ritmo de geração de RCD acompanhou

este desenvolvimento. Nesse contexto, para encontrar alternativas técnicas e sociais

mais eficientes, além de sistemas de tratamento adequados, é preciso conhecer

melhor o problema, em seus aspectos qualitativo e quantitativo, decifrando a

natureza do RCD gerado.

Diante do exposto, o objetivo da pesquisa é realizar um diagnóstico atualizado das

proporções do descarte indevido de RCD em determinadas áreas da cidade, com

base em um estudo piloto realizado no ano de 2003 e analisar comparativamente os

resultados.

A pesquisa evidenciou a necessidade de campanhas educativas para a população,

informando sobre os impactos gerados pelo descarte clandestino e do real objetivo

da Central de Recebimento de Podas e Entulhos (CEPER); bem como a demanda

de maior rigor na fiscalização além da criação de maior número de locais para o

correto descarte desses resíduos; 60% das pilhas encontradas têm volumes

menores que 2m³; encontrou-se grande quantidade de pilhas que continham

resíduos com alto potencial de reutilização ou reciclagem.

Palavras Chave: RCD (Resíduos de Construção e Demolição), sustentabilidade,

Feira de Santana.

Abstract

The solid waste generated, particularly by new buildings, the explosive growth of the

housing market, the greater frequency of demolitions and renovations, need more

attention, because of the large amount produced and the scarcity of suitable sites for

disposal of such materials.

The destination of construction and demolition waste (CDW), when performed

improperly constitutes the taxable event of various damages, such as environmental

problems, urban mobility impaired and, consequently, the quality of life, and mean

costs for Public Administration, responsible for cleaning services.

According to the IBGE, the population increased considerably. There was

improvement in economic conditions in the country, government policies have helped

the housing market and thus the rate of generation of CDW accompanied this

development. In this context, to find alternative techniques and more efficient social,

and proper treatment, you need to better understand the problem, in their qualitative

and quantitative aspects, deciphering the nature of the CDW generated.

Given the above, the research objective is to perform an updated diagnosis of the

proportions of improper disposal of CDW in certain areas of the city, based on a pilot

study conducted in 2003 and comparatively analyze the results.

The research showed the need for educational campaigns for the population,

reporting on the impact caused by illegal disposal and the real purpose of the Central

Receiving and Pruning Debris (CEPER), as well as the demand for greater rigor in

monitoring as well as creating greater number of sites for proper disposal of this

waste, 60% of cells found have smaller volumes than 2m ³, met lots of cells that

contained residues with high potential for reuse or recycling.

Keywords: CDW (solid waste of construction and demolition), sustainability, Feira de

Santana.

Sumário

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 10

1.1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 12

1.1.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 12

1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................... 12

1.2 METODOLOGIA DE PESQUISA ........................................................................... 13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 14

2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................................................................... 14

2.2 LEGISLAÇÃO ........................................................................................................ 16

2.3 RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO: DESPERDÍCIO X

SUSTENTABILIDADE. ..................................................................................................... 17

2.4 LOCAIS DE DEPOSIÇÃO DE RCD ....................................................................... 18

2.5 CENÁRIO DE FEIRA DE SANTANA E OS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E

DEMOLIÇÃO EM ÁREAS URBANAS. ............................................................................. 19

2.5.1 ÁREA DE ESTUDO ........................................................................................ 25

3 IDENTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE DESCARTE ILEGAL

28

3.1 CADASTRAMENTO DAS PILHAS DE RCD .......................................................... 28

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................... 30

4.1 LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS ............................................................................. 30

4.2 LOCAIS DE DEPOSIÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO ............................................... 31

4.2.1 LOCAIS ONDE OCORREU REINCIDÊNCIA DE DESCARGA DE RCD ......... 35

4.3 PROBLEMAS CAUSADOS PELO DESCARTE ILEGAL........................................ 37

4.4 ÁREA E VOLUME OCUPADOS PELOS RCD NA REGIÃO ESTUDADA .............. 39

4.5 COMPOSIÇÃO SUPERFICIAL DAS PILHAS (CARACTERIZAÇÃO VISUAL) ....... 40

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E PROPOSTAS PARA FUTUROS TRABALHOS

43

5.1 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 43

5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ..................................................... 44

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 45

ANEXOS ................................................................................................................... 48

10

1 Introdução

A construção civil é uma atividade antiga e importante, estando diretamente ligada

ao desenvolvimento econômico e social; essa atividade extrai recursos naturais,

consome energia, modifica o ambiente natural, gera resíduo e por isso é

responsável por grandes impactos ambientais.

Modificação e degradação ambiental são inerentes à humanidade. Para existir

produção é preciso extrair recursos da natureza e os resíduos são originários dessa

produção (LEITE et. al. 2005).

Os resíduos sólidos são gerados em grandes quantidades em áreas metropolitanas

e representam graves problemas urbanos. (SISSINO & OLIVEIRA, 2000).

Os problemas que, de acordo com autores como, Pinto (1999),se caracterizam, por:

falta de áreas para depositar os rejeitos, por conta da ocupação e valorização de

áreas urbanas, altos custos sociais no gerenciamento de resíduos, problemas de

saneamento público e contaminação ambiental.

Uma parte considerável de resíduos sólidos urbanos é composta pelos resíduos

originados da indústria da construção civil. Nos grandes centros urbanos o volume

de resíduos de construção e demolição é igual ou superior aos resíduos

domiciliares. (PINTO, 1999)

Os resíduos de construção e demolição (RCD), ainda em sua maioria são

descartados em locais impróprios, de modo que põe em risco a qualidade de vida da

população e é responsável por danos ambientais:

• Degradação de áreas e da paisagem;

• Proliferação de agentes transmissores de doenças;

• Obstruções nos sistemas de drenagem urbana;

• Riscos a saúde da comunidade próxima, devido a sua toxicidade.

11

Essa prática irregular dificulta a circulação segura de pedestres, servindo de abrigo

para animais peçonhentos como o escorpião, transmissores de doenças como ratos

e insetos consequentemente colaborando com a proliferação da raiva, dengue e

doenças variadas.

Isso acontece devido à falta de efetividade, fiscalização e até mesmo inexistência de

políticas publicas que controlem os fluxos da destinação dos resíduos da construção

civil nas cidades, associado à falta de compromisso dos geradores no manejo e,

principalmente, na destinação dos rejeitos. (TRINDADE, 2008)

O grande desafio da construção civil é conciliar uma atividade produtiva com ações

que conduzam um desenvolvimento sustentável consciente e menos agressivo ao

meio ambiente. Por ser uma questão complexa, requer grandes mudanças culturais

e comportamentais, e ampla conscientização, principalmente de todos os envolvidos

no processo construtivo (empreendedores, fornecedores, responsáveis técnicos,

funcionários e órgãos públicos). (TRINDADE, 2008)

Há quase duas décadas, representantes de mais de 170 países participaram da Rio

92, uma conferencia internacional, no Rio de Janeiro, criada pela Organização das

Nações Unidas (ONU) acordaram e assinaram a Agenda 21 Global, um programa

adotando ações voltadas à conservação e à melhoria do meio ambiente e da

qualidade de vida da população,objetivando instrumentalizar o comportamento da

sociedade para que as futuras gerações possam usufruir o meio ambiente menos

desgastado. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE).

No Brasil, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), implantou a

Resolução nº 307/2002, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a

gestão dos resíduos da construção civil, disciplinando as ações necessárias de

forma a minimizar os impactos ambientais.

O Brasil aprovou em agosto de 2010, a lei nº 12.305/10, que institui a Política

Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que tem como finalidade nortear a sociedade

com diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos,

incluindo os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público. Os

estados brasileiros precisam se adequar a esta nova diretriz.

12

Considerando que a geração de resíduos é um dos principais problemas ambientais

do mundo e, considerando ainda que a construção civil seja uma das maiores

geradoras de resíduos, caracterizarem os resíduos sólidos produzidos nas cidades,

é o primeiro passo para a busca do manejo ambientalmente saudável dos mesmos e

que tem como desafio mudar o comportamento das pessoas em relação aos

rejeitos: não desperdiçar, reutilizar e separar. (DIAS, 1998).

O presente trabalho tem intuito de avaliar através de indicadores quantitativos, o

volume de resíduos descartados irregularmente em 2011 em área previamente

definida e comparar com volumes encontrados em 2003. Utilizando como referencial

teórico o Estudo Piloto de RCD em Feira de Santana-Bahia, realizado por Leite em

2003 e publicado em 2005. Identificando e caracterizando superficialmente pontos

de descarte de entulho.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Identificar e analisar as áreas de descarte dos resíduos sólidos de construção civil

(entulho) na cidade de Feira de Santana, observando as condições e quantidades

dos descartes nestes locais.

1.1.2 Objetivos Específicos

Comparar o volume dos descartes irregulares de resíduos de construção e

demolição em Feira de Santana, através de um estudo piloto, tendo como ponto

central da área a Central de Recepção de Podas, Entulho e Recicláveis, ano de

2003.

Avaliar qualitativamente a influência do entulho no cotidiano e na qualidade do

ambiente urbano, junto a comunidade.

Quantificar os resíduos das áreas referenciadas no Estudo Piloto em Feira de

Santana- BA.

13

1.2 Estrutura do Trabalho

Esse trabalho abordará estudos integrados e complementares: observação de

campo, pesquisa bibliográfica e pesquisa documental. Com esses recursos

metodológicos obteve-se material diversificado: registro de observação de campo,

registro fotográfico, artigos em jornais, documentos eletrônicos e outros.

No capitulo 2 foi elaborada uma breve revisão bibliográfica do tema em destaque,

com o intuito principalmente de debater a problemática.

No capitulo 3 o desenvolvimento prático do estudo de caso feito com visitas aos

locais de estudo, que por meio de planilhas elaboradas previamente, foram

coletados informações e levantamento de dados, onde seriam analisados

posteriormente. O material coletado na investigação foi registro fotográfico, com o

objetivo de facilitar, por meio da imagem, a compreensão e a escala do problema.

No capitulo 4 foi feita a apresentação e análise dos resultados, através de gráficos e

figuras.

No capitulo 5, as considerações finais e sugestões para trabalhos futuros.

14

2 Revisão Bibliográfica

2.1 Resíduos Sólidos

Os resíduos sólidos compreendem todos os rejeitos domésticos e resíduos não

perigosos, tais como os resíduos comerciais, o lixo da rua e os entulhos de

construção. Essa foi a definição de resíduo empregada pela ONU através do

documento da Agenda 21.

Segundo a NBR 10004/2004, resíduos sólidos são resíduos nos estados sólidos e

semi-sólidos, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar,

comercial, agrícola, de serviços e de varrição. “Restos de atividades humanas,

considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, desde

que não seja passível de tratamento convencional.”

Porem é necessário destacar a característica relativa da inutilidade do resíduo,

porque o que representa apenas lixo para quem descarta, pode torna-se matéria

prima para um novo produto. (MONTEIRO, et. al. 2001)

Havendo assim, uma reutilização, do que a princípio não teria serventia e seria

depositado em qualquer recipiente destinado a este ato.

Os resíduos de construção e demolição (RCD), os “entulhos de obras”, são resíduos

sólidos urbanos, como o próprio nome sugere, oriundos de construções, demolições,

reformas.

O organograma abaixo dá as seguintes classificações para os resíduos: (CONAMA,

2002)

15

Figura 1- Organograma: Classificação dos Resíduos. (CONAMA, 2002)

Um maior conhecimento desses resíduos, sua origem, característica, melhora a

habilidade da sociedade em removê-los, alem de minimizar seus impactos sobre a

saúde publica e sobre o meio ambiente local. (SANTOS, 2008)

A disposição final legal e seleção correta dos diferentes tipos de resíduos das obras

de construção civil permitem sua valorização, através da reutilização, reciclagem e a

redução dos custos.

A gestão dos resíduos realizada por quem constrói além de expressar sua

responsabilidade ambiental e atuação correta como gerador, é economicamente

vantajoso e possibilita um claro avanço dos construtores em seu esforço para

imprimir qualidade aos seus processos e produtos.

RESÍDUOS

Classe A

Resíduos reutilizáveis ou recicláveis como

agregados,tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.,

argamassa e concreto.

Classe B

Resíduos recicláveis para outras destinações, tais

como: plásticos, papel/papelão, metais,

vidros, madeiras

Classe C

Resíduos para os quais não existem ainda tecnologias viaveis para reciclagem no Brasil residuos do gesso.

Classe D Resíduos considerados

perigosos,ou contaminados : tintas, solventes, óleos.

16

2.2 Legislação

O Brasil acompanha a tendência mundial de preservação ambiental criando

resoluções e leis, que classificam os resíduos e controlam a disposição e geração

dos mesmos.

A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), tem

princípios que definem que os materiais deverão ser devidamente reciclados ou

destinados a locais próprios para seu armazenamento. Essa responsabilidade terá

de ser compartilhada pelo governo, empresas e os cidadãos.

A PNRS ainda proíbe a criação de lixões, assim como a importação de resíduos

perigosos. A coleta seletiva será implementada obrigatoriamente pelo Poder Público.

A legislação ainda estabelece a criação de um cadastro nacional para pessoas

jurídicas que operam com resíduos perigosos, que deverão elaborar um plano de

gerenciamento desses materiais.

No que diz respeito a resíduos gerados pela Construção Civil, a legislação não

alterou de forma significante a rotina das construtoras que já vinham desenvolvendo

um sistema de gestão de resíduos sólidos para atender à resolução 307 do

CONAMA, de 2002.

Depois de vigorada a lei PNRS, passou a ser crime o não cumprimento das

imposições da mesma, o que não ocorria quando as imposições eram feitas pela

resolução de 2002.

A PNRS incentiva o desenvolvimento sustentável a partir do momento em que

prioriza a utilização de produtos reutilizáveis, matérias primas renováveis, ou

derivadas de materiais reciclados, tendo também o objetivo de dar uma disposição

final ambientalmente própria para os rejeitos.

A legislação ambiental em Feira de Santana é a Lei Nº 1.612/92 e não traz

referências específicas relacionadas aos resíduos da construção civil em nenhum

dos seus parágrafos. Porém a Lei Nº 3.245/2011 autua os responsáveis pelos

17

imóveis que se encontram em situação irregular quanto à construção, conservação,

restauração e limpeza de muros, passeios e terrenos na zona urbana do município.

De acordo com a Lei Nº 3.245/2011, são responsáveis tanto os proprietários dos

imóveis quanto inquilinos e o próprio município se o imóvel estiver em seu domínio.

2.3 Resíduos de Construção e Demolição: Desperdício X

Sustentabilidade.

A construção civil é a maior geradora de resíduos sólidos urbanos, esses são

gerados tanto por reformas, demolições quanto por formações de novos

empreendimentos.

De acordo com Aragão (2009), a indústria da construção civil apresenta um índice

surpreendente e elevado de perdas; em qualquer tipo e porte de obra há a geração

de RCD e estes são originados, quase sempre, da junção de fatores que podem ser

minorados ou até superáveis com uma padronização do serviço. Essas perdas

podem ser atribuídas a fatores como: insuficiência de definição de projetos; ausência

de qualidade dos materiais ofertados ao mercado; ausência de procedimentos e

mecanismos de controle na execução, que acabam provocando perdas na

estocagem e transporte no canteiro de obras; carência de controle geométrico

(nivelamento, planicidade, prumo), exigindo maior consumo de material para

recuperação da geometria.

O entulho da construção civil tornou-se um grande problema na administração das

grandes cidades brasileiras, devido à enorme quantidade gerada e à falta de espaço

ou soluções que absorvam toda essa geração.

No Brasil, a tecnologia construtiva normalmente aplicada favorece o desperdício na

execução das novas edificações. Enquanto em países desenvolvidos a média de

resíduos proveniente de novas edificações encontra-se abaixo de 100 kg/m², no

Brasil este índice gira em torno de 300 kg/m² edificado. (MONTEIRO, et. al.2001).

Em termos quantitativos, esse material corresponde a algo em torno de 50% da

quantidade em peso de resíduos sólidos urbanos coletados em cidades com mais de

18

500 mil habitantes de diferentes países, inclusive o Brasil. (MONTEIRO, et. al.

2001).

Informações relacionadas à geração e à destinação de RCD no Brasil são escassas,

mas a contribuição no Produto Interno Bruto do setor de atividade da qual se

originam, é significativa, aliás, como em outras partes do mundo: na Bahia, em 2010,

correspondeu a cerca de 14,6 % do PIB (SINDUSCON-BA,2011).

Portanto, o setor de construção civil precisa adaptar-se a essa nova tendência,

atender as expectativas do capitalismo, cooperando com o equilíbrio ecológico.

2.4 Locais de Deposição de RCD

Vários são os municípios brasileiros que sofrem com a escassez de locais

adequados para servirem de destinação para os RCD.

A NBR 15113/2004 (Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes –

Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação) baseada na resolução

CONAMA (2002), define as responsabilidades dos geradores de resíduos da

construção civil, sejam eles originários de perdas, demolições, reformas,

escavações, varrições, movimentos de terras ou novas construções. Define também

os deveres do poder publico em relação a esses resíduos, como incorporar

programas e projetos de gerenciamento dos RCD.

Segundo a Resolução 307, os RCD não poderão ser dispostos em aterros

destinados a resíduos domiciliares, em áreas de bota fora, em encostas, lotes vagos

ou áreas protegidas por lei, devido a vários danos ambientais que serão abordados

posteriormente.

Todo tipo de resíduo está sujeito a ser depositado em um aterro, mas outros

necessitam de uma destinação especial, como os de construção civil.

A NBR 15113 define, acordando com a resolução CONAMA de 2002 que:

Aterro de resíduos da construção civil: é a área onde serão

empregadas técnicas de disposição de resíduos da construção civil

19

Classe A no solo, visando a reservação de materiais segregados de

forma a possibilitar seu uso futuro e/ou futura utilização da área,

utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume

possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente.

(NBR 15113, 2004, p.2)

De maneira geral, os aterros são locais onde foram utilizados métodos de

engenharia, acompanhando normas técnicas, para confinar despejos de resíduos

sólidos em determinada área, com tentativa de reduzir a volumes mínimos e visam

evitar poluição do meio ambiente e danos a saúde e segurança pública.

Quando os resíduos são depositados indiscriminadamente, podem causar impactos

ambientais diversos como inundações, deslizamentos, proliferação de animais

nocivos (ratos, baratas, escorpiões), podem contaminar o solo por conter materiais

de pintura e/ou substâncias de tratamento de superfícies, colocando em risco a

qualidade de vida da população (LEITE et. al. 2005).

Além disso, outros resíduos domiciliares são deixados no mesmo local por influência

dos primeiros depósitos (de RCD) e gera desvalorização imobiliária por conta, do

mau cheiro decorrente de materiais orgânicos em decomposição e incidência de

animais transmissores de doenças.

A disposição inadequada dos resíduos, além de ocasionar transtorno à população,

demanda de grandes investimentos financeiros. Considerando que mais de 50% dos

resíduos sólidos urbanos é composta pelos de construção e demolição e que áreas

adequadas para depósitos estão cada vez mais escassas, o vultoso volume desses

resíduos sobrecarrega os serviços municipais de limpeza pública. (FREITAS, 2009)

2.5 Cenário de Feira de Santana e os Resíduos de Construção e

Demolição em Áreas Urbanas.

As áreas dos grandes centros urbanos estão crescendo rapidamente e de acordo

com Leite (2005), exige uma constante renovação e adaptação de construções já

existentes, como também a construção de novos empreendimentos para satisfazer

as necessidades tanto econômicas como de moradia da população.

20

Encontra-se na Tabela 1 o panorama dos estados brasileiros, em suas regiões, e

municípios conforme manejo desenvolvido com relação aos rejeitos de construção e

demolição. Alguns desses municípios já dão um destino adequado aos seus

resíduos de construção e demolição, porém a quantidade dos que executam algum

tipo de processamento com seus resíduos é mínima, comparando a quantidade total

de cidades existentes no Brasil. As tabelas abaixo mostram as cidades brasileiras

que realizam coleta e algum tipo de processo de reciclagem e disposições

convencionais ou não dos RCD.

21

Tabela 1 Total de municípios com serviço de manejo de resíduos de construção e demolição,

por existência e tipo de processamento dos resíduos, segundo as Grandes Regiões e as

Unidades da Federação – 2008

Grandes Regiões e Unidades da

Federação

Municípios

Total

Com serviço de manejo dos resíduos de construção e demolição

Total

Existência e tipo de processamento dos resíduos

Total

Triagem simples dos resíduos de construção e

demolição reaproveitáveis (classes A e B)

Triagem e trituração

simples dos resíduos classe A

Triagem e trituração

dos resíduos classe A,

com classificação

granulométrica dos

agregados reciclados

Reaproveitamento dos

agregados produzidos na fabricação de componentes construtivos

Outro

Brasil 5 564 4 031 392 124 14 20 79 204

Norte 449 293 29 5 - - 6 18

Rondônia 52 28 9 - - - 3 6

Acre 22 6 - - - - - -

Amazonas 62 39 6 3 - - 2 1

Roraima 15 1 1 - - - 1 -

Pará 143 117 12 2 - - - 10

Amapá 16 4 - - - - - -

Tocantins 139 98 1 - - - - 1

Nordeste 1 793 1 454 178 38 4 6 32 118

Maranhão 217 139 6 3 2 1 - 3

Piauí 223 121 1 - - - - 1

Ceará 184 167 31 2 - 1 2 28

Rio Grande do Norte 167 141 42 4 - - 3 38

Paraíba 223 189 6 4 1 1 1 3

Pernambuco 185 157 23 5 - 1 5 12

Alagoas 102 87 22 9 1 2 10 6

Sergipe 75 69 5 - - - - 5

Bahia 417 384 42 11 - - 11 22

Sudeste 1 668 1 272 109 50 7 12 25 38

Minas Gerais 853 682 45 15 2 2 11 19

Espírito Santo 78 60 3 2 - - - 1

Rio de Janeiro 92 64 9 6 1 - 1 1

São Paulo 645 466 52 27 4 10 13 17

Sul 1 188 639 54 24 3 2 14 16

Paraná 399 272 22 10 - 1 6 6

Santa Catarina 293 111 11 4 3 1 2 4

Rio Grande do Sul 496 256 21 10 - - 6 6

Centro-Oeste 466 373 22 7 - - 2 14

Mato Grosso do Sul 78 60 10 1 - - - 10

Mato Grosso 141 80 5 1 - - 2 2

Goiás 246 232 6 4 - - - 2

Distrito Federal 1 1 1 1 - - - -

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008.

Nota: O município pode apresentar mais de um tipo de processamento dos resíduos de construção e demolição.

Na Bahia, de acordo com a Pesquisa de Saneamento Básico em 2008, das 417

cidades existentes, 384 fazem algum serviço de manejo dos RCD, 42 processam de

22

alguma forma esses resíduos e apenas 11 executam a triagem simples dos resíduos

classe A e B e reaproveitam como agregados na fabricação de outras construções.

Belo Horizonte é um município pioneiro na implantação de políticas públicas para

gestão de resíduos existem pontos de entrega, designados como - Unidades para o

recebimento de Pequenos Volumes (URPV), Áreas de Reciclagem, área para

produção de artefatos para a construção e Área de Transbordo e Triagem privada

(MINISTÉRIO DAS CIDADES apud CARVALHO, 2008).

Resíduos de diferentes classes são depositados misturados no aterro. Ele não

possui área de triagem que possibilite separar os resíduos recicláveis dos não-

recicláveis, a fim de reaproveitá-los. (RIBEIRO, 2011)

De acordo com a Tabela 2 a maioria das cidades baianas não faz as disposições

dos RCD separando dos outros resíduos sólidos urbanos.

23

Tabela 2- Total de municípios com serviço de manejo de resíduos de construção e demolição,

por forma de disposição dos resíduos no solo, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da

Federação – 2008

Grandes Regiões e Unidades da

Federação

Municípios

Total

Com serviço de manejo dos resíduos de construção e demolição

Total

Forma de disposição no solo

Disposição em

vazadouro, em

conjunto com os demais

resíduos

Disposição/ utilização

sob controle

em aterro convencional,

em conjunto com os demais

resíduos

Disposição sob

controle, em pátio

ou galpão de

estocagem da

prefeitura, específico

para resíduos especiais

Disposição transitória

sob controle, em aterro

da prefeitura específico

para resíduos especiais

Disposição transitória

sob controle, em aterro

de terceiros

específico para

resíduos especiais

Utilização definitiva

e sob controle

dos resíduos

como material

de aterro, pela

prefeitura, após

triagem e remoção

dos resíduos classes B, C e D

Utilização definitiva

e sob controle

dos resíduos

como material

de aterro, por terceiros,

após triagem e remoção

dos resíduos classes B, C e D

Outra

Brasil 5 564 4 031 1 330 442 176 267 181 503 292 1 235

Norte 449 293 148 27 5 13 11 16 12 71

Rondônia 52 28 7 5 3 - - - - 7

Acre 22 6 5 - - - - - - 1

Amazonas 62 39 11 3 - 2 3 6 4 12

Roraima 15 1 - - - - - - - 1

Pará 143 117 61 5 2 5 4 9 8 36

Amapá 16 4 4 - - - - - - -

Tocantins 139 98 60 14 - 6 4 1 - 14

Nordeste 1 793 1 454 744 92 21 46 56 143 114 391

Maranhão 217 139 114 3 2 1 2 2 4 22

Piauí 223 121 99 2 - 2 - - 2 21

Ceará 184 167 50 8 - 8 15 24 27 43

Rio Grande do Norte 167 141 65 6 3 4 5 36 6 31

Paraíba 223 189 77 4 1 2 2 7 1 108

Pernambuco 185 157 52 14 1 5 4 22 19 52

Alagoas 102 87 46 10 6 4 7 10 6 13

Sergipe 75 69 34 3 - 2 4 10 10 12

Bahia 417 384 207 42 8 18 17 32 39 89

Sudeste 1 668 1 272 207 202 105 126 65 220 97 391

Minas Gerais 853 682 153 127 32 49 22 130 64 172

Espírito Santo 78 60 6 8 1 - 5 19 7 22

Rio de Janeiro 92 64 16 9 3 8 4 11 3 19

São Paulo 645 466 32 58 69 69 34 60 23 178

Sul 1 188 639 77 74 33 37 37 73 51 284

Paraná 399 272 46 29 25 19 19 19 9 114

Santa Catarina 293 111 8 10 4 4 8 6 12 65

Rio Grande do Sul 496 256 23 35 4 14 10 48 30 105

Centro-Oeste 466 373 154 47 12 45 12 51 18 98

Mato Grosso do Sul 78 60 11 3 5 25 1 14 - 10

Mato Grosso 141 80 41 16 5 11 3 4 4 2

Goiás 246 232 101 27 2 8 8 33 14 85

Distrito Federal 1 1 1 1 - 1 - - - 1

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008.

Nota: O município pode apresentar mais de uma forma de disposição no solo dos resíduos de construção e demolição.

24

Feira de Santana é a maior cidade do interior nordestino e a segunda mais populosa

do estado da Bahia. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-(IBGE-

2010) - Feira de Santana possui 556.642 habitantes, com densidade demográfica de

416,03(hab/km²), enquanto a capital Salvador possui 2.675.656 habitantes.

Na Figura 2, o mapa do estado da Bahia, encontra-se Feira de Santana em

destaque.

Figura 2 - Mapa do estado da Bahia, localizando Feira de Santana. Fonte: Ministério dos

Transportes

Feira de Santana, assim como a maioria cidades brasileiras sofre com a disposição

irregular de resíduos de construção. Apesar de possuir aterro, ele não conta com

uma área de destinação final para os resíduos de construção civil. (RIBEIRO, 2011)

25

O município vem apresentando acelerado desenvolvimento, estão sendo erguidos,

entre casas e apartamentos, 47,34% dos imóveis em construção fora de Salvador,

que detém a maior parte dos lançamentos em construção na Bahia. (ADEMI-

BA/SINDUSCON-BA, 2011)

O Gráfico 01 representa o crescimento populacional de Feira de Santana, de acordo

com dados do IBGE- 2010, ao longo dos últimos anos.

Gráfico 1 - Crescimento populacional do município de Feira de Santana (Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística) - 2010

2.5.1 Área de Estudo

Em Feira de Santana existem postos de coletas denominados de ecopontos para a

recepção de podas, entulhos e recicláveis. Eles estão instalados em alguns bairros

da cidade a exemplo do Ponto Central, Estação Nova.

Ecopontos são postos de entrega voluntária de pequenos volumes de entulho (no

caso do local em estudo, Central de Recebimentos de Podas e Entulho, o volume é

de até 2 m³), grandes objetos (móveis, poda de árvores etc.) e resíduos recicláveis.

Nesses locais, o munícipe poderá dispor o material gratuitamente, onde é feita a

separação em baias distintas para cada tipo de resíduo (Figuras 3 e 4). O objetivo

0

1

2

3

4

5

6

1991 1996 2000 2010

Hab. X Ano

Hab. X 100000

26

dos ecopontos é evitar a deposição ilegal dos resíduos inservíveis de construção e

demolição de pequenos geradores, além de facilitar e incentivar a reciclagem desses

materiais.

Figura 3 CEPER - Central de Recepção de Podas, Entulhos e Recicláveis.

Figura 4 CEPER- Baias para separação de materiais como: papelão, plásticos, baterias.

Primeiro foi definida a área de estudo e posteriormente realizou-se a identificação e

caracterização dos pontos de descarte irregular de RCD através de visitas aos locais

cadastrados.

Para fim de comparação, adotando como referencial teórico o estudo piloto realizado

em 2003, foi utilizada a mesma área analisada e identificada, onde se definiu a

CEPER, Central de Recebimento de Podas e Entulho, como centro de uma

circunferência de raio igual a 1 km e área de 3,14 km², segundo Leite, para facilitar o

trabalho de cadastramento dos pontos de descarte ilegal, foi feita uma divisão da

área em 18 setores, que foi conservada, como mostra Figura 5.

27

Figura 5 Área mapeada com a delimitação dos 18 setores. Leite et. al. 2005.

Foi escolhida a CEPER como referencia, pois o local continua tendo uma grande

incidência de descartes irregulares, hoje ilegais, na região localizada no bairro do

Ponto Central, na Rua Turquia, s/n. No anexo do trabalho existe uma lista dos

logradouros percorridos.

28

3 Identificação e Localização dos pontos de descarte

ilegal

3.1 Cadastramento das Pilhas de RCD

Os 18 setores foram percorridos em cinco dias corridos a partir do dia 12.10.2011

ate o dia 16.10.2011. O trajeto realizado buscou otimizar o processo de coleta de

informações em se tratando da quantidade de quilômetros andados e o tempo

disponível.

Criou-se uma rotina de trabalho que começava às 6 h e encerrava às 10 h e quando

necessário, para concluir algum setor analisado pela manhã, o mesmo era

percorrido finalmente das 16 h às 18 h. Foi escolhido esse intervalo de tempo, com o

objetivo de evitar maior exposição a raios solares.

A tabela 3 mostra uma relação dos dias, setores, quantidades de pontos

encontrados nas respectivas datas:

Tabela 3 Quantidade de pontos cadastrados e seus respectivos e setores e datas.

Data Setores Quant. de Pontos

Cadastrados

12/10/2011 1, 5 e 6 29

13/10/2011 7, 8 e 9 23

14/10/2011 10, 11 e 12 24

15/10/2011 2, 3, 4, e 16 30

16/10/2011 17, 15, 18, 14 e 13 36

Total 142

As visitas aos setores foram realizadas, com o auxílio de trena metálica para

medição (cubagem) das pilhas, câmera digital para registro fotográfico, assim como

planilhas individuais para cada ponto,onde foram identificados os locais de

deposição dos resíduos (terreno baldio, passeio, acostamento, etc.), as dimensões

29

das pilhas (comprimento, altura, largura), caracterização visual (identificação dos

materiais constituintes das mesmas) e os possíveis geradores. Houve auxílio de

mais de uma pessoa para tirar fotos e anotar os dados, que foi feito por Luiz

Gonzaga de Oliveira, pai da autora do presente trabalho.

Para facilitar a coleta dos dados, as fórmulas usadas por Leite, para encontrar a

área e o volume das pilhas foram as fórmulas do retângulo e do cubo

respectivamente. A altura das pilhas foi coletada de mais de um ponto; no meio da

pilha e nas extremidades, para que fossem obtidos valores mais próximos possíveis

dos reais.

As dimensões necessárias foram coletadas na planilha de cada pilha. A planilha

utilizada para coleta dos dados encontra- se em anexo, foi semelhante a que foi

usada por Leite e sua equipe.

30

4 Apresentação e Análise dos Resultados

4.1 Localização dos Pontos

Foram encontrados e localizados 142 pontos de descarte clandestino. A figura 6

mostra todos os pontos identificados na área de estudo.

Figura 6 Localização dos pontos de descarte ilegal na área de estudo, 2011.

Foram encontrados 103 e 110 pontos a mais que primeira e terceira etapa de estudo

respectivamente, realizadas em 2003.

Observa-se, portanto, um aumento considerável da quantidade de pontos

cadastrados, uma alta incidência de depósitos clandestinos na área, o que evidencia

31

intensa atividade de construção civil no local. Além de demonstrar crescimento

demográfico e o processo de implantação de programas de qualidade pelo qual

passa a indústria da construção civil, necessidade de novas construções e reformas

e falta de informação da população em relação à função da CEPER.

Apesar da quantidade de pontos de descarte irregular mais atual ter sido maior, a

área total ocupada pelos pontos é de 1103,79 m², enquanto que a área ocupada por

eles em 2003 foi de 3.050,00 m² na primeira etapa e 1225,60 m² na segunda etapa.

Áreas disponíveis para depósitos de grandes volumes estão cada dia mais

escassas. Grande parte dos terrenos baldios que existiam, atualmente são

construções.

Essas áreas estão quase sempre localizadas nas periferias das cidades onde há

maior número de áreas livres. Próximo a estas áreas, encontra-se a população mais

carente, a qual é mais afetada pelos problemas causados pela disposição incorreta

dos RCC. (GAEDE, 2008)

Observou-se que as maiores áreas e volumes ocupados pelos pontos de descarte

ilegal ocorreram nas periferias, onde existem mais terrenos livres para deposição e

também onde a população é carente tanto financeiramente quanto de informações

além da facilidade de esconder da fiscalização.

A rua com maior quantidade de depósitos irregulares dos resíduos foi a Rua João

Galdino, mais conhecida como Rua Concórdia, com 6 pontos e volume total de

85,95m³ . Porém a rua onde ocorreu o volume total máximo foi a Rua Angra dos

Reis com 128,6 m³. Em anexo encontram-se as tabelas com o cadastro dos pontos,

setores com maior incidência de descartes irregulares ocorridos e volumes por setor.

4.2 Locais de Deposição da Área em Estudo

As áreas usadas como depósito dos resíduos foram diversificadas. A figura 7 mostra

como se definiu: via urbana, acostamento e passeio.

32

Figura 7 Deposição de RCD em passeio e acostamento, 2011.

As Figuras 8 e 9 mostram deposições em terreno baldio e canteiro, respectivamente.

Figura 8 Deposição de RCD em terreno baldio, 2011.

Figura 9 Deposição de RCD em canteiro, 2011.

33

Os resultados encontrados no levantamento realizado dos locais de destinação final

para os RCD tiveram valores diferentes dos que foram encontrados no ano de 2003.

Os Gráficos iguais apresentam resultados diferentes de acordo com o ano em que a

pesquisa foi realizada.

Gráfico 2 Locais de deposição dos RCD, Fonte: Autora, 2011.

Gráfico 3 Locais de deposição dos RCD, Fonte: Leite et. al., 2005.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

via urbana

passeio

terreno baldio

canteiro

acostamento

via urbana passeio terreno baldio canteiro acostamento

Locais 13% 64% 15% 3% 20%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

via urbana

passeio

terreno baldio

canteiro

acostamento

via urbana passeio terreno baldio canteiro acostamento

Locais 1% 12% 84% 2% 2%

34

As informações atuais mostram que a preferência pelos locais onde se acumulam os

resíduos em questão mudou consideravelmente, pois existem menos terrenos livres

para servirem de destino final para os RCD.

O passeio que estava em segundo lugar como preferência para disposição

inadequada em 2003, tem o primeiro lugar em 2011 com (64%) dos pontos

localizados em vias de pedestres as Figuras 10 e 11 expõem alguns desses

depósitos.

Figura 10 Ponto nº 7 localizado no setor 01 na Rua Monte Alegre.

Figura 11 Ponto nº 136 no setor 14 na Travessa Stefânia.

O fato de a região estudada ser densamente povoada e com muitos domicílios foi o

que fez com que utilizassem qualquer espaço ocioso como local para disposição

inadequada dos RCD (LEITE et. al. 2005).

Essa prática além de ocasionar transtornos à população ainda demanda grandes

investimentos da administração pública, responsável pela limpeza urbana, a qual é

obrigada a realizar a coleta desses resíduos (LEITE et. al. 2005).

35

Com o intuito de minimizar a problemática a Prefeitura Municipal de Feira de

Santana (PMFS) sancionou a Lei Nº 3.245/2011, em agosto, antes de a pesquisa

acontecer. Essa lei considera infração, suscetível a notificações e multas, para os

responsáveis pelos passeios obstruídos ou sujos com a presença de entulhos,

material de construção ou resíduos semelhantes. E nos casos em que a

continuidade da infração representar perigo para a comunidade, a Prefeitura poderá

executar a limpeza do imóvel ou do passeio, através da Secretaria de Serviços

Públicos (SESP), que, cobrará do proprietário ou inquilino do imóvel, indenização

pelas despesas acrescidas de 20% (vinte por cento) por serviços de administração.

Apesar da lei, a população local continua a realizar descargas nos locais indevidos.

Durante a pesquisa pôde-se perceber que muitas pessoas já estavam informadas a

respeito da autuação, mas não tinham consciência dos impactos ambientais

causados pelo descarte inadequado de RCD e também não sabiam onde realizar a

disposição do entulho de maneira legal, ou seja, nos pontos de entrega como a

CEPER.

4.2.1 Locais Onde Ocorreu Reincidência de Descarga de RCD

Depois de quase uma década foram encontrados 10 pontos reincidentes de descarte

ilegal de RCD (7 % dos pontos encontrados) e 9 deles estavam depositados em

terreno baldio. Em anexo uma lista com os pontos reincidentes, a Figura 12 mostra

todos os pontos e em destaque os pontos reincidentes.

36

Figura 12 Pontos reincidentes (pretos) de descarga de RCD, 2011.

Mesmo com a PMFS realizando limpeza periódica desses lugares, o fato dos

terrenos continuarem abertos, sem muros ou cercas, os torna vulneráveis a novos

depósitos. Por conta do hábito da comunidade local, esses pontos de descarga

estão ativos.

De acordo com a Lei Nº 3.245/2011 esses terrenos livres e abertos são ilegais e

suscetíveis a notificações e multas:

Os terrenos edificados ou não, situados na zona urbana do

Município, definida pela Lei Complementar nº 18, de 08 de julho de

2004, com frente para via pública, logradouros e acessos, serão

obrigatoriamente fechados nos respectivos alinhamentos nas formas

37

a seguir estabelecidas e sempre dotados de portão (Lei Nº

3.245/2011, Art.1º, 2011).

Ocorrendo o descumprimento da lei os respectivos proprietários desses imóveis

estão sujeitos a notificações, multas e correm o risco de terem seus terrenos

desapropriados.

4.3 Problemas Causados Pelo Descarte Ilegal

Assim como são vários os locais de disposição incorreta, os impactos são diversos.

Alguns serão expostos nas figuras;

Obstrução do sistema de drenagem (risco de inundação);

Figura 13 Acúmulo de RCD em passeio e acostamento.

Obstrução de vias de pedestres e de veículos (risco de acidentes);

Figura 14 Acúmulo dos RCD em passeio, acostamento e via urbana.

38

Risco à saúde pública, pois incentiva o depósito de outros tipos de resíduos,

como os domiciliares, industriais, classe C (gesso), perigosos (tintas,

solventes). Além da proliferação de animais peçonhentos e transmissores de

doenças (insetos, ratos, escorpiões).

Figura 15 Disposições irregulares que estimulam resíduos domésticos.

Além dos danos mostrados acima o descarte inadequado de resíduos gera

desvalorização imobiliária, por conta do mau cheiro, insetos e cria ambientes

propícios à criminalidade.

O Gráfico 4 apresenta os resultados do levantamento dos danos conseqüentes do

descarte ilegal.

Gráfico 4 Problemas gerados pelo descarte de RCD, 2011.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Obstrução de Passeio

Obstrução de Via Publica

Mau Cheiro

Risco de Acidente

Insetos e Animais Peçonhentos

Obstrução de Passeio

Obstrução de Via Publica

Mau Cheiro Risco de Acidente

Insetos e Animais

Peçonhentos

Danos Causados pelo Descarte Ilegal

64% 31% 22% 35% 33%

39

Constatou-se que algumas pilhas causavam mais de um dano devido ao seu

descarte em local inadequado.

4.4 Área e Volume Ocupados Pelos RCD na Região Estudada

As áreas e os volumes estavam distribuídos em pilhas de diversos tamanhos. Na

Figura 16, é apresentada a distribuição percentual das pilhas de RCD por volumes.

O volume aproximado encontrado na área de estudo foi de 715,77 m³ e a área

ocupada foi de 1103,79 m².

A quantidade de pontos foi maior que nas etapas 1ª e 3ª do estudo piloto em 2003 e

o volume de RCD disposto em locais inadequados depois que a prefeitura realizou a

limpeza da área em estudo, também foi superior, em 2003 na 3ª etapa o volume foi

de 540,44m³.

As pilhas com volumes até 2 m³ continuam sendo o maior percentual, comprovando

que são os pequenos geradores, (obras informais) os que mais contribuem para

deposições clandestinas de RCD.

Figura 16 Percentual distribuído do volume das pilhas de RCD, 2011.

A enorme incidência de pilhas com pequenos volumes dificulta e aumenta o trabalho

do poder público municipal, que por sua vez, é o responsável pela limpeza e

60% 19%

10%

10%

1%

0 - 2m³

2m³- 5m³

5m³ - 10m³

10m³ - 50m³

> 50m³

40

recolhimento desses resíduos, pois o gerador de pequenos volumes ainda não tem

consciência da importância dos pontos de recebimento gratuito do entulho na cidade

e descartam em locais indevidos.

Em Salvador, o modelo de gerenciamento desses resíduos (Gestão Diferenciada de

Entulho na Cidade de Salvador) elaborado pela LIMPURB, Empresa de Limpeza

Urbana da cidade de Salvador e representantes da Superintendência de Uso e

Ocupação do Solo (SUCOM), Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) e Secretaria

Municipal de Serviços Públicos (SESP), respaldado pelo Decreto Municipal (12.133

de 08 de outubro de 1998) se dá da seguinte forma:

Para pilhas de até 2m³ o manejo do entulho é de responsabilidade

do Poder Público Municipal, os serviços de coleta e transporte de

entulho são realizados diretamente dos 04 Postos de Descarga de

Entulho (PDEs) áreas oficializadas, cercadas, de fácil acesso ao

pequeno gerador, disponibilizando acondicionadores padronizados

de 5 m³, ou depositados aleatoriamente nas vias e logradouros

públicos da Cidade.Para pilhas acima de 2m³ o manejo é de

responsabilidade do grande gerador, os serviços de coleta e

transporte do entulho, é realizado por veículos e equipamentos de

transportadores (pessoa física ou jurídica) cadastrados anualmente

(LIMPURB,2011).

4.5 Composição Superficial das Pilhas (Caracterização Visual)

Os RCD são compostos por diversos materiais, tais como: diferentes tipos de

plásticos, isolantes, papel, materiais betuminosos, madeiras, metais, concretos,

argamassas, blocos, tijolos, telhas, solos e gessos, dos resíduos de construção e

demolição são de origem mineral e representam, aproximadamente, 90% dos RCD

(ÂNGULO, 2005,).

A caracterização visual foi realizada durante a coleta de informações das pilhas na

planilha de cadastro dos pontos de descarte de RCD em anexo, essa caracterização

permitiu identificar os principais componentes das pilhas em estudo.

41

O conhecimento dos aspectos quantitativo e qualitativo dos resíduos sólidos do

Município é a principal forma para se encontrar um meio de destinação e tratamento

que avalie cada realidade e seja mais eficiente. (SANTOS, 2011)

A caracterização visual da composição das pilhas é muito importante, pois através

dela podemos observar o potencial de reaproveitamento e definir alternativas,

métodos e destinação que sejam adequados a cada resíduo.

A determinação da composição também é feita pela caracterização gravimétrica,

porém é um método trabalhoso e de custo elevado. Desse modo, realizou-se apenas

a caracterização visual e ela já se mostra bastante útil.

A determinação da composição pelo método visual oferece um valor próximo à

realidade e bem menos difícil (LEITE et. al. 2005).

De acordo com PINTO (2005), em alguns municípios brasileiros, mais de 75% dos

resíduos de construção civil são provenientes de construções informais, enquanto

15% a 30% são oriundos de obras formais (licenciadas pelo poder público).

A Figura 17 mostra a quantidade percentual de pilhas que continham cada material.

Ou seja, 32% das pilhas continham concreto em sua composição, 37% madeira ou

material orgânico, 23% vidro ou gesso, 42 % plásticos ou borrachas, 39% pisos ou

azulejos, 51% papel ou papelão, 81% blocos, tijolos ou telhas, 65% rochas, areias

ou solo, 85 % argamassa e 46% outros materiais (tecidos, podas, etc.)

42

Figura 17 Percentual de incidência dos materiais na composição das pilhas.

Os materiais com maiores incidências continuam sendo os inertes mais presentes

em construções informais. O que denota que as reformas são as principais

responsáveis pelos descartes clandestinos.

85% 81% 65%

51% 46% 42% 39% 37% 32% 23%

43

5 Considerações Finais e Propostas Para Futuros

Trabalhos

5.1 Conclusões

Os resíduos de construção e demolição quando descartados aleatoriamente em

locais indevidos são os responsáveis pela degradação da paisagem, mau cheiro,

obstruem as vias urbanas prejudicando o tráfego de veículos e pedestres

aumentando o risco de acidentes, além de comprometer a eficiência dos sistemas

de drenagem favorecendo a ocorrência de enchentes.

Não obstante os problemas supracitados, a deposição irregular de RCD onera os

cofres da Administração Pública responsável pela limpeza desses locais, visto que

ficou constatado no presente trabalho que 60% da pilhas de RCD não superavam o

volume de 2m³, podendo ser depositadas gratuita e voluntariamente pelos geradores

na Central de Recebimento de Podas, Entulhos e Recicláveis – CEPER, evitando a

necessidade da coleta pelo poder público.

Através da pesquisa de campo constatou-se que a deposição irregular de RCD no

município persiste, embora existam pontos de entrega voluntária para os resíduos

de construção e de demolição inservíveis. Nota-se, ainda, a necessidade de

intensificação das ações de conscientização ambiental, de coleta desses materiais e

de fiscalização, pelos órgãos competentes, quanto ao cumprimento das normas.

A análise das pilhas de RCD mostra que os resíduos de construção da área

estudada são compostos, em sua maioria, por recursos passíveis de reciclagem e

reutilização no âmbito da construção civil, mais especificamente na pavimentação de

vias, e na construção de habitações populares, entre outros usos possíveis para o

material descartado de acordo com a sua natureza.

A percentagem de materiais inertes como argamassa, cerâmicos, solos e a maior

incidência de pilhas com menor volume, permite concluir que as pequenas obras de

reforma e demolição, são as principais responsáveis pelo descarte clandestino.

O estudo mostrou também os setores e ruas com maior incidência de descartes e

que os maiores volumes foram encontrados em regiões periféricas onde existem

44

mais terrenos vulneráveis e população menos favorecida. Conhecendo esses locais

uma solução seria a PMFS disponibilizar contêineres para coleta gratuita de entulho

em setores e logradouros estratégicos, onde os RCD seriam periodicamente

recolhidos.

O ideal é buscar soluções alternativas para reutilização ou reciclagem desses

resíduos na própria construção civil. Usá-los como agregado, base e sub-base de

rodovias ou mesmo como material para aterramento onde possa minimizar a

necessidade de locais para depósitos, além de evitar utilização de matérias primas

naturais.

Depois de passarem pela triagem esses resíduos podem substituir agregados como

areia e brita, na fabricação de argamassa e concreto, para pavimentações de vias,

peças pré-moldadas (meio fio), de ornamentação (bancos de praças), entre outros.

A adoção de uma política de educação ambiental deve ser voltada preferencialmente

para os pequenos geradores de RCD, com propostas de minimização da produção

desses resíduos reutilizando-os, quando possível, na própria obra. Não se olvidando

de informar à população sobre a finalidade e a importância da utilização dos pontos

de recebimento de RCD na cidade, por meio de cartilhas ou manuais sobre o

assunto.

O conhecimento dos aspectos quantitativos e qualitativos do problema pode

colaborar para efetividade de métodos que convertam o que é uma fonte de

despesas e impactos em fonte de renda e desenvolvimento social.

5.2 Sugestões Para Trabalhos Futuros

Dentre algumas possibilidades visualizadas aponta-se:

a) Estudar o Aterro da cidade de Feira de Santana, observando seu

cumprimento à Lei 12.305/10 (PNRS) como área de recebimento de RCD;

b) Levantar os procedimentos estabelecidos pela prefeitura de Feira de Santana

quanto ao cumprimento das leis e estudar a viabilidade de implantação de usina de

triagem na cidade.

c) Estudar a viabilidade de implantação de empresas recicladoras de entulho em

Feira de Santana.

45

Referências

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resíduos sólidos e questões relacionadas com os esgotos. Disponível em:

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demolição reciclados e a influência de suas características no comportamento

de concretos. Tese (Doutorado). 2005, 236p. Escola Politécnica da Universidade de

São Paulo. São Paulo, 2005.

ARAGÃO, H. G.; PEREIRA, F. S.; ARAGÃO, U. S. Quantificação e Caracterização

de Resíduos de Construção E Demolição Descartados Irregularmente na

Cidade de Lagarto/SE, Anais do Encontro Nacional sobre Aproveitamento de

Resíduos – ENARC2009.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Resíduos sólidos: NBR

10004. Rio de Janeiro, 1987.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15113: Resíduos

sólidos da construção civil e resíduos inertes - Aterros - Diretrizes para

projeto, implantação e operação. Rio de Janeiro, 2004.

CARVALHO, P.M. Gestão do Resíduo de Construção e Demolição em

Construtoras da Cidade de Feira de Santana – Ba, 2008.

CASTILHOS JUNIOR, Armando Borges de. Resíduos Sólidos Urbanos: Aterro

Sustentável para Municípios de Pequeno Porte, PROSAB, 2003.294p.

BRASIL, MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE CONAMA (CONSELHO NACIONAL

DO MEIO AMBIENTE). Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002: Diretrizes,

critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção, 2002.

DIAS, S. M. F. Caracterização Física dos Resíduos Sólidos Urbanos: Uma Etapa

Peliminar no Gerenciamento do Lixo, 1998.

46

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Diferenciada de Entulho. Salvador, 2011. Disponivel em:

http://www.limpurb.salvador.ba.gov.br Acesso: 03 out. 2011

FREITAS, I. M. Os Resíduos de Construção Civil no Município de

Araraquara/Sp, 2009.

GAEDE, L. P. F. Gestão Dos Resíduos da Construção Civil no Município de

Vitória ES E Normas Existentes,2008.

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O Brasil Município por

Município. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1

Acesso em: 02 mai. 2011.

LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010. Política Nacional dos Resíduos

Sólidos, Republica Federativa do Brasil. Disponível em:

http://www.piniweb.com.br/construcao/legislacao/governa-institui-politica-nacional-

de-residuos-solidos-180917-1.asp Acesso em: 19 nov. 2010

LEI Nº 3.245, DE 23 DE AGOSTO DE 2011. Dispõe sobre a construção e

conservação de muros, passeios e limpeza de terrenos na zona urbana do

município de Feira de Santana, e dá outras providências. Disponível em:

www.feiradesantana.ba.gov.br/leis Acesso em: 10 jan. 2010

LEITE, M. B.; MOURA, W. A.; CORREIA, R. F.; FREITAS, C. S.; SANTANA, F. G.

Diagnóstico do descarte clandestino de resíduos de construção e demolição

(RC&D) em Feira de Santana/BA: Estudo Piloto. TECBAHIA, Camaçari, v. 20, p

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MONTEIRO P. [et al.], Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos

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47

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gestão nos município. Ministério das cidades, Ministério do Meio Ambiente e Caixa

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PROGRAMA ENTULHO LIMPO Disponível em:

http://www.cepam.sp.gov.br/arquivos/sisnama/meio_ambiente_em_temas/sinduscon

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PROJETOS ENGENHARIA AMBIENTAL, Gerenciamento de Resíduos Sólidos na

Construção Civil. Disponível em:

http://projetosengenhariambiental.blogspot.com/2009/06/gerenciamento-de-residuos-

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RIBEIRO, T. P., Avaliação do Gerenciamento de Resíduos De Construção Civil

em Canteiros de Obra no Município de Feira de Santana – Ba, 2011.

SANTOS, L.C., A. A Questão do Lixo Urbano e a Geografia, 2008. São Paulo.

SANTOS, U. F. P. [et. al.] Entendendo o Saneamento Ambiental no Brasil-

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SCHNEIDER, D. M. Deposições Irregulares de Resíduos da Construção Civil na

Cidade de São Paulo. São Paulo, 2003. Dissertação (Mestrado) – Programa de

Pós-Graduação em Saúde Pública, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de

São Paulo.

SINDUSCON-BA (Sindicato das Industrias da Construção Civil da Bahia). Disponível

em: http://www.sinduscon-ba.com.br/noticias/prg_not_exi.cfm/964 Acesso em: 14 jul.

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SISSINO, C. L. S.; OLIVEIRA, R. M. (org.). Resíduos Sólidos, Ambiente e Saúde:

uma visão multidisciplinar. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2000.

TRINDADE G.H. Gestão de Resíduos da Construção Civil (RCC) Em Canteiro de

Obras, 2008.

48

Anexos

Anexo 1- Logradouros pesquisados

Setor 1

- Av. João Durval Carneiro (Dos Correios até Av. Getulio Vargas)

- Rua Juraci Magalhães (Dos Correios até encontro com a Av. Getulio Vargas)

- Rua Francisco Silva

- Rua Torres

- Rua Monte Alegre

- Rua Juraci Magalhães Junior (Do encontro com a Av. Mª Quitéria até a Av.

Getulio Vargas

- Av. Sampaio (Do encontro da Av. Sampaio com a Rua Leonídio Rocha ate a

Av. Mª Quitéria)

- Rua General Costa (Da Av. Mª Quitéria ate a João Durval Carneiro)

- Rua Brigadeiro Eduardo Gomes (Da Rua Juraci Magalhães até a Av. João

Durval)

- Rua Marechal Castelo (Da Av. Mª Quitéria até Av. João Durval Carneiro)

- Rua Bernardinho Oliveira Bastos

Setor 2

- Avenida Santo Antônio (Da Av. Presidente Dutra até Av. Getúlio Vargas)

- Rua João Sampaio Machado (Da Av. Presidente Dutra até Rua Marechal

Castelo)

- Rua Filinto Marques de Cerqueira (Da Av. Presidente Dutra até Av. Getúlio

Vargas

- Rua Pinheiro Machado

- Travessa Olívio Martins

- Rua Agnelo Ribeiro Machado

- Rua Frei Henrique Áscoli (Da Av. Santo Antônio até a Rua Filinto M.

Cerqueira)

- Rua Venezuela (até Av. Santo Antônio)

49

- Rua General João Costa (Da Av. João Durval até Av. Santo Antônio)

- Rua Brigadeiro Eduardo (Da Av. João Durval até Av. Santo Antônio)

- Rua Marechal Castelo Branco (Da Av. João Durval até Av. Santo Antônio)

- Rua Farropilha

Setor 3

- Rua Frei Aureliano (Da Rua Frei Henrique Ácoli até Av. Getúlio Vargas)

- Rua Líbia

- Rua José Bonifácio (Da Rua Brigadeiro Eduardo Gomes até Av. Getúlio

Vargas)

- Rua Frei Hermenegildo (Da Rua Frei Henrique Áscoli até Rua Brigadeiro

Eduardo)

- Rua Frei Henrique Áscoli (Da Av. Santo Antônio até a Rua Frei Aureliano)

- Rua Veneza (Da Av. Santo Antônio até a Rua Frei Aureliano)

- Rua Brasil

- Rua Brigadeiro Eduardo Gomes (Da Av. Santo Antônio até a Rua Frei

Aureliano)

- Rua Bulgária (até a Rua Frei Aureliano)

- Rua Henrique Borges Silva

Setor 4

- Rua Nova York (Da Rua Castelo Branco te Av. Getúlio Vargas)

- Rua Santa Cecília (Da Rua Brigadeiro Eduardo Gomes até Rua J.

Kubitscheck)

- Rua Paris

- Rua Luis Carlos Bahia (Antiga Rua Lima)

- Rua Roma

- Rua São Domingos (Da Rua Venezuela até Av. Getúlio Vargas)

- Rua Castelo Branco (Da Rua Frei Aureliano até Rua Nova York)

- Rua Regência

- Rua Prudente De Morais

- Rua J. Kubitscheck (até Rua Nova York)

- Rua Bulgária (até a Rua São Domingos)

50

- Rua Brigadeiro Eduardo Gomes (Da Rua Frei Aureliano até a Rua Santa

Cecília)

- Rua Amazonas (até encontro da Rua Madri com a Rua Santa Cecília)

- Rua Madri

- Rua Venezuela (Da Rua Frei Aureliano até são Domingos)

Setor 5

- Av. Maria Quitéria (Da Av. Getúlio Vargas até Rua Sabino Silva)

- Rua Artur de Castro Rego (até a Rua Sabino Silva)

- Rua Cel. Ariston Daltro de Castro

- Rua Osvaldo Cruz (até Rua Sabino Silva)

- Rua Aristides Novis

- Av. Getúlio Vargas (Da Rua Aristides Novis até Praça da Interaçao)

- Rua Estados Unidos

- Rua Boticário Moncorvo (Da Rua Comandante Almiro até Av. Maria Quitéria

- Rua Domingo Barbosa de Araujo (Da Rua Comandante Almiro até Av. Maria

Quitéria

- Rua Sabino Silva ( até Av. Maria Quitéria

Setor 6

- Av. João Durval Carneiro (Da Av. Getúlio Vargas até a Rua Sabino Silva)

- Rua Simões Filhos (Da Av. João Durval até Rua Sabino Silva)

- Rua Juraci Magalhães (Da Av. Getúlio Vargas até Rua Sabino Silva)

- Rua Fernando São Paulo (até Rua Sabino Silva)

- Vila Nazaré

- Av. Getúlio Vargas (Da Praça da Integração até encontro com Av. João

Durval)

- Rua José Gregório de Araújo

- Rua Cláudio Manoel Costa

- Rua Cícero Dantas

- Rua Domingos Barbosa de Araújo (Da Av. Maria Quitéria até Av. João Durval)

- Rua Sabino Silva (Da Av. Maria Quitéria até Av. João Durval)

51

Setor 7

- Av. Maria Quitéria (Do encontro da Rua Sabino Silva até Rua Carlos

Valadares)

- Rua Artur de Castro Rego (Da Rua Sabino Silva até Rua Leolinda Bacelar)

- Rua Osvaldo Cruz (Da Rua Sabino Silva até Rua Quintino Bocaiúva)

- Rua Paulo VI (até Rua Carlos Valadares)

- Praça Coronel Tertuliano Almeida (Ruas Próximas)

- Rua Carlos Valadares (até Av. Maria Quitéria)

- Rua Espanha

- Rua Cruz e Souza (até Rua Paulo VI)

- Vila Maria

- Rua Edelvira Oliveira (até Av. Maria Quitéria)

- Rua Quintino Bocaiúva (até Av. Maria Quitéria)

- Rua Bacelar (até Av. Maria Quitéria)

Setor 8

- Av. Maria Quitéria (Da Rua Carlos Valadares até Rua Teixeira de Freitas)

- Rua Colatina (Até Rua Londrina ou Rua Hugo Machado)

- Rua Diva Portugal (até Rua João Galdino de Souza)

- Rua Silva Jardim

- Rua Carlos Henrique Pires (até Rua Cons. Lafaiete)

- Rua Nilo

- Rua Paulo VI (Da Rua Carlos Valadares até Rua Cons. Lafaiete)

- Rua Divaldo Franco

- Rua Cons. Lafaiete (Da Rua Paulo VI até Av. Maria Quitéria

- Rua João Galdino (Da Rua Diva Portugal até Maria Quitéria)

- Rua Artur Neiva (Da Rua Diva Portugal até Av. Maria Quitéria

- Rua Londrina (Da Rua Colatina até Av. Maria Quitéria)

Setor 9

- Rua Coronel José Pinto (Da Rua Padre Miguelino até Rua Anápolis)

- Rua Elpídio Nova (Da Rua Padre Miguelino até Rua Anápolis)

52

- Rua Fernando São Paulo (Da Rua Padre Miguelino até Rua Anápolis)

- Rua Augusto Matias (até Juarez Távora)

- Rua Nova Delhi

- Rua João Galdino (Da Av. Maria Quitéria até Rua Coronel José Pinto)

- Rua Artur Neiva (Da Av. Maria Quitéria até Rua Coronel José Pinto)

- Rua Teixeira de Freitas (até a Rua Coronel José Pinto)

- Rua Juarez Távora (Da Rua Augusto Matias até Rua Coronel José Pinto)

- Rua Anápolis (Da Rua Fernando São Paulo até Rua Coronel José Pinto)

- Rua Londrina (Da Av. Maria Quitéria até Rua Artur Neiva)

- Rua Bagé (até a Rua Teixeira de Freitas)

Setor 10

- Av. João Durval (Da Rua Edelvira Oliveira até Rua Padre Miguelino)

- Rua João Martins da Silva (Da Rua Japão até a Rua do Shopping Iguatemi)

- Rua João Martins da Silva (Da Rua Padre Miguelino até Rua Maestro

Agnaldo)

- Rua Japão (Da Rua Padre Nóbrega até Av. João Durval Carneiro)

- Rua Galdino de Souza (Da Rua Coronel José Pinto até Av. João Durval)

- Rua Santarém

- Rua Maestro Agnaldo

- Rua Áustria

- Rua Crota

- Rua Everton Raimundo Visco

Setor 11

- Av. João Durval (Da Rua Edelvira Oliveira até Rua Padre Miguelino)

- Rua João Martins da Silva (Da Rua Edelvira Oliveira até Rua Padre

Miguelino)

- Rua Padre Nóbrega (até a Rua Padre Miguelino)

- Rua Juraci Magalhães (Da Rua Edelvira Oliveira até Rua Padre Miguelino)

- Rua Fernando São Paulo (Da Rua Edelvira Oliveira até Rua Padre Miguelino)

- Praça Dos Ex- Combatentes

- Rua 1° de Maio

53

- Rua Estrela Lima

- Rua Tereza Cunha Santana

- Rua do Congo

- Rua Manoel Portugal (ou Rua da Grécia)

- Rua Padre Miguelino

Setor 12

- Rua Fernando São Paulo (Da Rua Sabino Silva até Rua Edelvira Oliveira)

- Rua Juraci Magalhães (Da Rua Sabino Silva até Rua Edelvira Oliveira)

- Rua Simões Filho (Da Rua Sabino Silva até Rua Edelvira Oliveira)

- Rua Ilhéus

- Rua Anguera

- Av. João Durval (Do encontro com a Rua Sabino Silva até encontro com a

Rua Edelvira Oliveira)

- Rua Edelvira Oliveira (Da Av. Maria Quitéria até Av. João Durval)

- Rua Quintino Bocaiúva (Da Av. Maria Quitéria até Av. João Durval)

- Rua Da Vitória

- Rua Montezuma

- Rua Índia

- Rua Leolinda Bacelar (Da Av.Maria Quitéria até Av. João Durval)

Setor 13

- Rua Santos (Da Rua Uruguai até Rua Silvio Alves da Costa)

- Rua Nanuque (Da Rua Maria Quitéria até a Av. João Durval)

- Rua Juiz de Fora (Da Rua Paraguai até Rua Silvio Alves da Costa)

- Rua Ribeirão Preto (Da Rua Paraguai até Rua Silvo Alves da Costa)

- Rua Irã (Da Rua Uruguai até Rua Galdino de Souza)

- Rua Paraguai

- Rua Uruguai

- Rua do Céu

54

Setor 14

- Rua José Cupertino da Silva

- Rua Irã (Da Rua Galdino de Souza até Rua Visconde de Mauá)

- Rua Israel

- 1° travessa Visconde de Mauá

- Rua Gardênia

- Rua Japão (Da Av. João Durval até início da Rua Concórdia)

- Rua China

- Rua Visconde de Mauá

- Rua Galdino de Souza (Da Av. João Durval até início da Rua da Concórdia)

- Rua Stefânia (Antiga Rua Brilhante)

- Travessa Stefânia

Setor 15

- Rua Irã (Rua Visconde de Mauá até a Rua José Bonifácio)

- Rua Iraque (Rua Visconde de Mauá até a Rua José Bonifácio)

- Rua José Bonifácio (Da Rua Avelino Lopes até Rua Iraque)

- Rua Campo Sales (Da Rua Avelino Lopes até a Rua Joaquim Nabuco)

- Rua Noruega

- Rua Maracatu

- Rua Joaquim Nabuco (até Rua Maracatu)

- Rua Rosendo de Oliveira Lopes

- Rua Turquia

- Rua Avelino Lopes (Da Rua Campos Sales até Rua Miracatu)

Setor 16

- Rua Campos Sales (Da Av. Getúlio Vargas até Rua Avelino Lopes)

- Rua José Bonifácio (Da Av. Getúlio Vargas até Rua Avelino Lopes)

- Rua Palmeiras

- Av. Santo Antônio (Da Av. Getúlio Vargas até Rua Palmeiras)

- Rua Filinto Marques de Cerqueira (Da Av. João Durval até Rua Campos

Sales)

55

- Rua Nova Lima

- Rua Avelino Lopes (até Rua Campos Sales)

- Rua Angra dos Reis (Rua José Bonifácio até Rua Campos Sales)

- Rua Suécia (Da Rua Palmeiras até Rua Campo Sales)

- Rua General Mendes Pereira (Da Av. João Durval até Rua Campo Sales)

- Rua Estados Unidos

- Rua Prudente de Morais (Da Rua Palmeiras até Rua Campo Sales)

- Rua Franklin Roosevelt

- Av. Getúlio Vargas (Da Av. João Durval até encontro com a Rua Frei

Aureliano de Grottamari)

Setor 17

- Rua Tucano

- São Domingos (Da Av. Getúlio Vargas até Rua Valinhos)

- Rua Angra dos Reis (Da Rua Campos Sales até Rua Noruega)

- Rua Valinhos (Da Rua Noruega até Rua São Roque)

- Rua São Roque (Da Rua Tucano até Rua Rosário)

- Rua Suécia (Da Rua Campos Sales até a Rua Tucano)

- Rua General Mendes (Da Rua Campo Sales até Rua São Domingos)

- Rua Prudente de Morais (Da Rua Campo Sales até Rua São Domingos)

- Av. Getúlio Vargas (Do encontro da Rua Frei Aureliano Grottamari até

encontro com a Rua Ten. Cel. Leodegário Daltro Barreto)

- Rua Ramos

- Rua Barcelona

Setor 18

- Rua Belmiro

- Rua Jaboatão

- Rua Joaquim Nabuco (Da Rua Miracatu até Rua Belmiro)

- Rua Olinda

56

Anexo 2- Planilha para cadastramento das pilhas de RCD

Anexo 2 Exemplar de cadastro de um dos pontos.

57

Anexo 3- Cadastro dos pontos de descarte de RCD

Setor Ponto

Dimensões da pilha

Rua Area (m²)

Volume (m³)

1

1 2,70 0,81 Juraci Magalhães Junior

2 1,20 0,24 Juraci Magalhães Junior

3 1,68 0,81 Juraci Magalhães Junior

4 2,42 0,85 Av. Sampaio

5 2,42 1,45 Aristides Novis

6 1,56 0,47 Aristides Novis (dois pontos muito próximos

por isso considerados um só) 3,24 1,94

7 15,00 15,00 Monte Alegre

8 20,00 10,00 Marechal Castelo Branco

9 2,00 0,40 Marechal Castelo Branco

10 1,65 0,66 Juraci Magalhães

11 3,75 2,63 Juraci Magalhães

12 4,20 1,68 Juraci Magalhães

13 1,30 0,52 Brigadeiro Eduardo Gomes

14 16,00 6,40 General João Costa

15 3,25 1,63 General João Costa

5 16 1,20 0,42 Boticário Moncorvo

17 4,50 1,80 Aristides Novis

7 18 0,12 0,06 Sabino Silva

5 19 0,99 0,59 Av. Maria Quitéria

6

20 2,85 1,14 Av. Maria Quitéria

21 3,24 1,62 Av. Maria Quitéria

22 1,80 0,72 José Gregório de Araújo

23 1,70 0,34 José Gregório de Araújo

24 0,80 0,32 Simões Filho

25 4,50 2,03 Cícero Dantas

12 26 4,00 1,40 Sabino Silva

6 27 2,72 1,36 Sabino Silva

12 28 2,40 0,96 Sabino Silva

1 29 6,21 4,35 Av. João Durval

7

30 1,56 0,94 Leolinda Barcelar

31 2,75 1,93 Leolinda Barcelar

32 0,72 0,14 Quintino Bocaiúva

33 2,30 1,15 Av. Maria Quitéria

34 0,75 0,08 Arnold Silva

35 1,21 0,36 Espanha

8

36 4,18 2,09 Arnold Silva

37 3,00 1,50 Paulo VI

38 4,00 3,20 Paulo VI

39 2,64 0,53 Nilo

58

Setor Ponto Dimensões da pilha Rua

8

Área (m²)

Volume (m³)

40 5,60 1,68 Itajubá

41 3,15 1,26 Conselheiro Lafaiete

42 13,00 6,50 João Galdino de Souza ou Concórdia

9 43 4,55 2,28 Londrina

44 9,00 5,40 Eupídio Nova

10 45 13,00 3,90 Coronel José Pinto

46 6,60 3,30 Coronel José Pinto

9

47 12,20 6,10 Fernando São Paulo

48 3,42 2,05 Fernando São Paulo

49 5,20 1,56 Artur Neiva

50 3,00 1,05 João Galdino de Souza ou Concórdia

51 5,04 5,04 João Galdino de Souza ou Concórdia

52 3,06 0,92 Eupídio Nova

53 12,00 14,40 Fernando São Paulo

10

54 1,08 0,22 Austria

55 5,40 1,08 Austria

56 14,40 7,20 Parnaíba( antiga Maestro Agnaldo)

57 2,50 1,00 Parnaíba( antiga Maestro Agnaldo)

58 1,69 0,59 Japão

59 3,45 1,04 João Galdino de Souza ou Concórdia

60 72,00 72,00 João Galdino de Souza ou Concórdia

61 24,00 9,60 João Martins da Silva

11 62 7,70 4,62 Av. João Durval

12 63 1,56 0,62 Edelvira Oliveira

11

64 4,50 2,70 1º de Maio

65 4,56 2,01 Padre de Nóbrega

66 6,00 1,80 Padre de Nóbrega

67 4,35 1,74 Padre de Nóbrega

68 5,40 3,24 Padre Miguelino

69 1,95 0,39 Eupídio Nova

70 0,72 0,14 Tereza Cunha Santana

71 1,56 0,78 Tereza Cunha Santana

72 0,81 0,16 Fernando São Paulo (dois pontos muito

próximos por isso considerados um só) 2,30 0,69

73 13,50 12,15 1º de Maio

12

74 1,80 0,36 Quintino Bocaiúva

75 2,20 0,88 Quintino Bocaiúva

76 4,40 2,33 Padre Miguelino

77 2,30 0,92 Av. Maria Quitéria

78 1,56 0,70 Juraci Magalhães

2 79 3,36 1,51 General João Costa

59

Setor Ponto Dimensões da pilha Rua

2

Área (m²)

Volume (m³)

80 0,91 0,32 Brigadeiro Eduardo Gomes

81 6,90 6,90 Brigadeiro Eduardo Gomes

82 12,15 7,29 Marechal Castelo Branco

83 2,00 0,60 Filinto Marques de Cerqueira

84 7,00 4,20 Filinto Marques de Cerqueira

3

85 4,50 1,67 Marechal Castelo Branco

86 1,95 0,68 José Bonifácio

87 1,70 0,60 José Bonifácio

88 1,69 0,85 Brasil

89 23,00 11,50 Frei Hermenegildo

4

90 10,00 4,50 São Domingos

91 1,50 0,30 Rio Amazonas

92 1,08 0,54 Rio Amazonas (dois pontos muito próximos

por isso considerados um só) 9,00 9,00

93 2,00 1,20 Madri(dois pontos muito próximos por isso

considerados um só) 1,00 0,60

94 4,00 1,80 Madri

95 25,00 20,00 Juscelino Kubitscheck

96 0,60 0,12 Nova York

97 1,68 0,50 Paris

98 1,60 0,80 Luís Carlos Bahia (antiga Rua Lima)

16

99 2,99 1,35 Santo Antonio

100 3,15 2,52 Franklin Rooselt

101 3,40 1,36 União

102 30,00 9,00 Travessa União

103 6,80 3,06 Fabiano Guimarães

104 2,52 5,04 Em frente a CEPER

105 14,00 16,80 Nova Lima

106 0,81 0,32 Nova Lima (dois pontos muito próximos por

isso considerados um só) 2,00 0,90

107 6,00 3,60 Angra dos Reis

108 3,00 1,41 Suécia

109 45,00 20,25 General Mendes Pereira

110 3,90 0,78 Prudente de Morais

17 111 45,00 45,00 Angra dos Reis

15 112 1,64 0,41 Maracatu

113 4,00 2,40 Aurelino Lopes

17

114 100,00 80,00 Angra dos Reis

115 20,00 26,00 Ramos

116 50,00 20,00 Travessa São Roque ( antiga Rua Ramos)

117 2,50 1,50 Suécia

60

Setor Ponto Dimensões da pilha Rua

Área (m²)

Volume (m³)

15

118 6,40 3,20 Senegal

119 4,50 2,03 Noruega (prolongamento da Rua Tucano)

120 8,00 8,00 Turquia

121 12,50 7,50 Maracatu

18

122 2,52 1,01 Joaquim Nabuco

123 3,40 1,87 Belmiro

124 2,00 0,76 São José

125 3,40 2,72 Jaboatão

126 40,00 40,00 Jaboatão

127 25,00 17,50 Belmiro

15

128 1,56 0,70 Joaquim Nabuco

129 10,92 10,92 Polônia

130 14,00 11,20 Travessa Jordania

131 6,00 3,00 Travessa Jordania

132 1,43 0,57 Joaquim Nabuco

133 30,00 15,00 Av. João Durval

134 5,25 2,10 Turquia

14

135 3,00 1,35 Stefânia (antiga Rua Brilhante)

136 6,00 2,70 Travessa Stefânia

137 1,20 0,36 Iraque

138 6,00 3,90 Visconde de Mauá

139 4,50 1,80 Iraque

13

140 0,80 0,32 João Galdino de Souza ou Concórdia

141 1,87 0,84 Uruguai

142 1,20 0,36 Santos Anexo 3 Tabela com dados dos pontos encontrados no estudo.

61

Anexo 4- Pontos reincidentes

Setor Ponto

Dimensões da pilha

Rua Area (m²)

Volume (m³)

8

36 4,18 2,09 Arnold Silva

41 3,15 1,26 Conselheiro Lafaiete

42 13,00 6,50 João Galdino de Souza ou Concórdia

9 47 12,20 6,10 Fernando São Paulo

12 76 4,40 2,33 Padre Miguelino

16 108 3,00 1,41 Suécia

17

114 100,00 80,00 Angra dos Reis

115 20,00 26,00 Ramos

116 50,00 20,00 Travessa São Roque ( antiga Rua

Ramos)

15 130 14,00 11,20 Travessa Jordania

223,93 156,89

Anexo 4 Informações dos pontos reincidentes em 2003 e 2011

62

Anexo 5- Setores e os volumes calculados em cada um deles

Setor Volume encontrado (m³)

01 49,83

02 20,82

03 15,29

03 39,36

05 2,81

06 7,53

07 4,65

08 16,76

09 38,80

10 99,92

11 30,42

12 8,18

13 1,52

14 10,11

15 67,03

16 66,39

17 172,50

18 63,86

Anexo 5 Volume encontrado por setor

63

Anexo 6- Setores com incidência de depósitos mais intensa.

Setor Quantidade de pontos

01 17

15 13

16 13

Anexo 6 Setores com maior incidência de pontos.