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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” MARKETING DE SERVIÇOS: UM ESTUDO DE CASO DOS CORREIOS Por: Fábio de Souza Pinto Orientador Prof. Ms. Marco Antonio Larosa Rio de Janeiro 2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E

DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

MARKETING DE SERVIÇOS:

UM ESTUDO DE CASO DOS CORREIOS

Por: Fábio de Souza Pinto

Orientador

Prof. Ms. Marco Antonio Larosa

Rio de Janeiro

2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

MARKETING DE SERVIÇOS:

UM ESTUDO DE CASO DOS CORREIOS

Apresentação de monografia ao Conjunto

Universitário Cândido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação em Marketing

no Mercado Globalizado.

Por Fábio de Souza Pinto

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, pela

oportunidade de poder crescer

profissionalmente e a meus pais por todo

o incentivo e amor dispensado.

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DEDICATÓRIA

Dedico a todos os meus amigos que me

ajudaram neste ano e ao corpo docente

desta instituição pelos ensinamentos a

mim transmitidos.

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RESUMO

O cenário de intensa competitividade pelo qual vem passando as

empresas do mundo inteiro, reflexo do rápido processo de desenvolvimento

tecnológico de produtos e processos aliado à integração dos mercados

mundiais, vem ocasionando profundas modificações nos sistemas de venda.

Cabe ressaltar que as vantagens existem porque os mercados são finitos, e a

concorrência é um processo basicamente dinâmico e a empresa deve estar

ciente que de que os concorrentes ardilosos estão constantemente buscando

formas de superar suas desvantagens e descobrir novas vantagens. A criação

de novas vantagens, tais como o marketing de rede, dependem da capacidade

de se criar barreiras à imitação e de estender as vantagens existentes.

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METODOLOGIA

A metodologia adotada neste trabalho foi a pesquisa bibliográfica,

utilizando-se como fonte de consulta livros, artigo, periódicos e publicações

eletrônica referentes ao assunto analisado.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................... 08 CAPÍTULO I SISTEMA DE MARKETING......................................................................... 11 CAPÍTULO II O MARKETING DE SERVIÇOS.............................................................. 25 CAPÍTULO III A REVOLUÇÃO OPERACIONAL DOS CORREIOS............................... 36 CONCLUSÃO ......................................................................................... 43 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 48 ÍNDICE .................................................................................................... 49 FOLHA DE AVALIAÇÃO ......................................................................... 50

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INTRODUÇÃO

A concorrência global e as demandas dos clientes, dos cidadãos

e do próprio ambiente, estão induzindo a mudanças por todas as organizações.

Para acompanhar toda essa complexidade e rapidez com que muitos desses

fatores estão mudando, é preciso criar sistemas capazes de atender à

necessidade de velocidade, de multidimensionalidade, de flexibilidade, de

criatividade e de soluções mais simples.

É preciso lidar com mais questões e enfrentar vários concorrentes

ao mesmo tempo e se relacionar eficazmente com todos eles, identificar as

questões chave e enfrentá-las mais rapidamente, integrando o aprendizado por

toda a organização e aplicá-lo criativa e flexivelmente.

Para enfrentar todos esses fatores é necessário ter funcionários

entusiasmados e comprometidos, mas também é importante se ter uma

estrutura adequada que dê suporte às necessidades emergentes da

organização.

Nos dias de hoje, ainda existem empresas fortalecendo sua área

de marketing, cedendo verbas exorbitantes para o lançamento e divulgação de

seus produtos, preocupadas apenas com a concorrência e seu faturamento,

deixando o principal objetivo que é "encantar o cliente", apenas na teoria.

Não há dúvida que uma estratégia de serviços traz benefícios

imediatos para uma organização. Uma empresa orientada para o serviço tem

como meta atingir clientes e estabelecer relacionamentos tão próximos que os

mesmos possam ser chamados de parceiros, porque quanto maior a

proximidade, maior será a lealdade e o valor do ponto de vista do cliente. Caso

contrário, só teremos relacionamentos comerciais transitórios e é sabido o

quanto custa conquistar e recuperar clientes.

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As empresas se tornarão muito mais competitivas se planejar uma

investida estratégica, focalizando o mercado e obtendo o registro de

necessidades e expectativas dos clientes. Portanto, proporcionar ao seu

cliente um atendimento especial é a forma mais importante de diferenciar o seu

produto.

Nesse contexto, e como forma ilustrativa do problema levantado,

será abordado no trabalho a influência do marketing de serviços utilizado pelos

Correios na liderança do segmento de mercado em que atua.

Atualmente, as tecnologias de informação vem sendo aplicadas

por organizações para gerar um diferencial marcadológico, aprimorando os

serviços e produtos, inclusive expandindo seu conceito, e assim gerando

vantagens competitivas em seu macroambiente de marketing.

Com o desenvolvimento tecnológico, a cada dia surgem novas

oportunidades para se aperfeiçoar e gerar benefício aos clientes e às

organizações. A revolução recentemente iniciada com a explosão do uso da

internet é um exemplo. As instituições bancárias em especial são tipos de

organizações em que este fato mais se comprova, se comparadas com a

indústria e outras empresas de serviços.

Os bancos se beneficiam com o desenvolvimento da tecnologia

de informação, utilizando uma estratégia de negócios de modo a gerar um

diferencial competitivo em relação aos seus concorrentes.

A excelência nos serviços é um fator importante para a criação de

um relacionamento duradouro com o cliente, que é a base do marketing de

serviços. Essa proximidade com o cliente é caracterizado pelo lado interativo

do processo de marketing, visando relações de longo prazo. Já o marketing

transacional é aquele voltado para a venda (transação) e o curto prazo.

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Desse modo, as organizações podem centrar suas ações de

marketing mais no relacionamento (atendimento, interação e estabelecimento

de relações de longo prazo) ou mais na transação (característica do produto,

preço, promoção de vendas).

Cabe relembrar que desde o início dos tempos donos de

estabelecimentos comerciais (exemplo: armazém) praticavam marketing de

serviços com seus clientes, buscando conhecer suas necessidades e desejos.

Muitas vezes esses comerciantes surpreendiam seus clientes com agrados ou

mesmo ofertas personalizadas. Também trabalhavam variáveis transacionais,

baixando os preços e buscando novos produtos e marcas.

Hoje, em grandes organizações, com milhões de clientes, como é

o caso dos Correios, é impossível conhecer cada cliente, seu comportamento

de compra e preferências, como conhecia o dono do armazém, sem o uso da

tecnologia da informação.

Desta forma a monografia apresentada tem por objetivo geral

levantar a importância do marketing de serviços nas organizações,

entendendo-o como um diferencial competitivo. Adicionalmente, será abordado

os principais conceitos de marketing, a atuação do marketing de serviços como

uma vantagem competitiva, e, será realizada uma análise do marketing de

serviços utilizado pelos Correios.

O trabalho discutirá, ainda, a função do marketing de serviços

dentro de uma empresa como forma de fidelização do cliente; a relação entre

marketing de serviços e marketing de relacionamento; o foco no cliente em

uma organização de serviços; estudo de caso dos Correios.

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CAPÍTULO I

SISTEMA DE MARKETING

Existe uma antiga e constante discussão quanto aos benefícios

ou malefícios do marketing. As dúvidas em relação ao fato de que o marketing

cria demanda ou apenas estimula a demanda de produtos já existentes é uma

constante desde o surgimento do termo.

Segundo Kotler (COBRA,1988), o marketing - estudo dos

processos e relações de troca - apareceu formalmente apenas no início do

século XX. Cobra define o surgimento do termo marketing como uma

expressão anglo-saxônica que deriva da palavra mercari, do latim, que significa

comércio ou ato de mercar, comercializar ou transacionar. O berço do

marketing para Raimar Richers (1989) se encontra indiscutivelmente nos

Estados Unidos. Segundo ele, a difusão do marketing pelo mundo foi

relativamente lenta, sendo que, mesmo na Europa, o marketing só começou a

ser aceito após a Segunda Guerra Mundial.

Apesar disso, historicamente, podemos caracterizar a Revolução

Industrial como período que marca o aumento da oferta de produtos e da

concorrência fazendo com que a produção não estivesse apenas voltada para

o que, até então, era considerado básico. Inicia-se a eterna luta pela satisfação

das necessidades humanas. Dentro desta lógica da natureza humana, Kotler

(1988) sugere que marketing é a atividade dirigida para a satisfação das

necessidades e desejos dos seres humanos:

O que um homem realmente precisa? Algumas centenas de

gramas de comida todos os dias, aquecimento e abrigo, metros para se deitar e

alguma forma de trabalho que lhe proporcionará uma sensação de realização.

E isso é tudo, sob o aspecto material. Todos sabemos disso. Mas recebemos

uma lavagem cerebral de nosso sistema econômico, até que terminemos numa

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tumba, debaixo de uma pirâmide de prestações, hipotecas, utensílios absurdos,

brinquedos desviam nossa atenção da estupidez de tudo isso (Sterling citado

por KOTLER, 1988).

Analisando essa proposta de Kotler e sem querer abordar de

forma mais aprofundada a questão, vê-se que, apesar das condições para a

sobrevivência serem tão básicas, como na citação de Hayden, as

necessidades do homem, assim como a sua evolução, são uma constante e o

marketing apenas se encarrega de satisfazê-las.

Segundo a definição oficial da American Marketing Association

marketing é o processo de planejamento e execução, desde a concepção,

apreçamento, promoção e distribuição de idéias, mercadorias e serviços para

criar trocas que satisfaçam os objetivos individuais e organizacionais (COBRA,

992).

Em 1971, Stanton, citado por Cobra, definiu marketing como o

desempenho de atividades empresariais interatuantes destinadas a planejar,

apressar, promover e distribuir bens e serviços que satisfazem a desejos dos

clientes presentes e potenciais. Já Richard Bagozzi, também citado por Cobra,

sugere que marketing é o processo de criar e resolver relações de troca.

Para Kotler, produzia-se e promovia-se para vender, e as

definições do que seria o marketing eram profusas e difusas. Apesar dos

inúmeros conceitos de marketing, várias discussões surgiram em torno da

aplicação social de todos eles. Foi então que Philip Kotler colocou, dentro dos

conceitos de marketing, novos propósitos de conceito humano, conceito de

consumo inteligente e conceito do imperativo ecológico, dando origem ao

Marketing de Caráter Societal:

“O conceito de Marketing Societal define a tarefa da

organização como sendo determinar necessidades,

desejos e interesses de participação de mercado e

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proporcionar a satisfação desejada mais efetiva e

eficientemente do que a concorrência de forma a

preservar o aumentar o bem estar do consumidor e da

sociedade.” (Kotler, 1988, p. 44).

O novo conceito societal acrescenta o bem-estar do consumidor e

do público a longo prazo além de exigir a inclusão de quatro considerações nas

tomadas de decisões: desejos dos consumidores, interesses dos

consumidores, exigências da empresa e bem-estar social. O marketing societal

desperta a preocupação em relação a má distribuição de renda e a

necessidade de adequar produtos e serviços a populações diferenciadas.

Segundo Cobra,

"(o marketing) tem sido descrito por uma ou outra pessoa

como uma atividade de negócios; como um grupo de

atividades de negócios; como um fenômeno de comércio;

como um estado de espírito; como uma função

coordenadora, integradora, na definição de políticas;

como um senso de propósitos dos negócios; como um

processo econômico; como uma estrutura das

instituições; como um processo de troca ou transferência

da propriedade de produtos; como um processo de

concentração, equalização e dispersão; como a criação

de tempo, lugar e posse de coisas úteis; como um

processo de ajustamento da demanda e da oferta, e

muitas outras coisas” (COBRA, 1992, p. 45).

Atualmente, produz-se o que o consumidor deseja para satisfazer

suas necessidades, e há toda uma cultura de marketing estabelecida.

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Sabendo que os mecanismos de sobrevivência humana

despertam nas pessoas estados definidos de insatisfação quando há a

carência e a insatisfação que dela decorre. Imediatamente desperta-se no

homem o desejo de suprir esta carência, e com ele ativam-se os sentidos da

iniciativa e da busca.

Dessa forma, tem-se, nas próprias palavras de Kotler que:

"O ponto de partida para o estudo do marketing reside nas

necessidades e desejos humanos. A humanidade precisa

de comida, ar, água, roupa e abrigo para sobreviver Além

disso, as pessoas desejam recreação, educação e outros

serviços."

"Marketing é a atividade humana dirigida para a satisfação

das necessidades e desejos, através dos processos de

troca." (KOTLER, 1988, p. 78).

Já decorridas décadas desde as primeiras publicações de Kotler

até os dias de hoje, e vistas a magnitude e o avanço imensuráveis que pôde

desde então alcançar o pensamento de marketing, decididamente por ele

influenciado, podemos atribuir a este período a designação de Era Kotler, seja

em mérito pela sua incansável dedicação à pesquisa, ao estudo e ao debate,

como pelo reconhecimento devido ao seu empenho pessoal em promover a

difusão e o avanço do pensamento de marketing, percorrendo o mundo com

suas obras.

Uma caracterização mais atual do marketing, feita por McKenna

(1993), afirma que o marketing dos anos 90 foi orientado à criação, e não ao

controle de um mercado; baseia-se na educação desenvolvimentista, no

aperfeiçoamento incremental, e no processo contínuo, e não em simples táticas

para concentrar fatia de mercado, ou em eventos únicos.

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Essas características devem ser empregadas para enfrentar a

grande diversidade de produtos que surgem e continuam surgindo. O processo

contínuo, citado por McKenna representa a segurança de manter uma marca

em evidência num período marcado pela constante evolução das

necessidades.

O grande ponto comum entre as definições de marketing é a

busca pela satisfação dos clientes e, como conseqüência da busca da

satisfação, está a identificação das necessidades. No processo de identificação

pode ser utilizado um marketing baseado no conhecimento: de novas

tecnologias, da concorrência, de seus clientes, de sua própria organização,

recursos, planos e formas de fazer negócio; e a experiência, que enfatiza a

interatividade, conectividade e criatividade. (MCKENNA, 1993).

1.1 Mercado

O conceito de troca, segundo Kotler, leva naturalmente ao

conceito de mercado. Kotler ainda afirma que a troca é uma das quatro

alternativas de que o homem dispõe para obter um produto; a primeira delas é

a autoprodução, onde o próprio homem satisfaz suas necessidades; a segunda

é coerção, onde o homem é capaz de arrancar, a força, o objeto de desejo sem

oferecer nenhum benefício em troca; a terceira é a súplica, onde o homem é

capaz de suplicar e implorar comida, por exemplo, sem ter nada de tangível a

oferecer a não ser a gratidão.

O marketing existe quando o homem decide satisfazer as suas

necessidades e desejos de uma forma que podemos chamar de troca.

(KOTLER, 1988).

Para Marcos Cobra (1992), podemos caracterizar 4 fases

características do mercado: era da produção - período compreendido até 1600

e caracterizado pela fase de subsistência; era da venda - surge na segunda

metade do séc. XIX, com a produção em massa, como um dos efeitos da

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Revolução Industrial; era do produto - iniciada em 1950, a era do produto leva

as organizações a buscarem produtos de melhor qualidade, desempenho e

concepção, apesar de estar concentrado nos produtos, esta fase também se

caracteriza pela venda massiva sem levar muito em conta as necessidades dos

consumidores; era do marketing - a partir de 1970 surge, enfim, a preocupação

com o consumidor e suas necessidades, para tanto foi necessário uma

integração do meio ambiente interno (produto, funcionários) e externo

(governo, fornecedores, concorrência, consumidores e comunidade em geral)

de uma organização. Kotler (1988) afirma que o conceito de marketing, no

fundo, nos traz aos conceitos de mercados, os quais significam a tentativa de

realizar as trocas em potencial com o objetivo de satisfazer as necessidades e

os desejos humanos.

Cobra (1992) afirma que o objetivo maior de um profissional de

marketing é conseguir vender o máximo que um mercado possa absorver do

seu produto ou serviço. Para isso, o reconhecimento das forças ambientais que

agem sobre uma organização é de importância estratégica para transformar

problemas em oportunidades de crescimento. Exemplo disso é a matéria do

jornalista Stephen Kanitz (1994) intitulada “Produtos Populares, A Nova

Estratégia Empresarial” publicada na Folha de São Paulo, na qual ele afirma

que o modelo de uma indústria voltada para produzir bens para os 10% mais

ricos da população já havia se esgotado. Para ele, a saída era reorientar a

produção para os 20%, 30%, 40%, 50% seguintes na escala econômica.

As vantagens citadas por Kanitz seriam enormes já que

“quando o rico fica mais rico, a renda disponível cresce

somente uma fração. Quando pobre fica mais rico, sai de

baixo. Um crescimento do PIB de até 1% representa um

aumento de 3% no consumo de ovos”(KANITZ, 1994, p.

02).

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Logo o marketing tem um papel muito maior de manter do que o

de conquistar. Afinal de contas, toda empresa deseja resultado, ou seja, deseja

vender o máximo com o menor custo. Infelizmente existe muita gente utilizando

as ferramentas do marketing para tentar ludibriar, enganar, fazer outras

pessoas comprarem aquilo que não querem.

1.1.1 Segmentação

O conceito de segmentação surge depois do período de

“desmassificação”, com a conseqüente adequação de produtos e serviços para

atender gostos cada vez mais diferenciados (Cobra, 1992). Para compreender

o sentido de desmassificação, Sant’Anna conceitua como massa os membros

que podem vir de qualquer profissão e de todas as camadas sociais, formada

por grupos anônimos que não se integram e nem trocam informações”

(SANT’ANNA, 1989).

Sant’Anna ainda afirma que, estando os indivíduos separados uns

dos outros e sendo anônimos, não têm oportunidade de se comunicar tornando

a massa frouxamente organizada e incapaz de agir de comum acordo. Este

conceito acaba considerando a audiência não apenas heterogênea, mas

também anônima e seus elementos isolados.

Os princípios trazidos pela segmentação opõe-se aos de massa

por afirmar que toda empresa deve determinar, não apenas quais

necessidades servir mas também as necessidades de quem servir (Kotler,

1988).

Kotler afirma que a maior parte dos mercados é grande demais

para que se possa atender as necessidades da grande massa. Assim, dentro

da segmentação, cabe atender a um conjunto de necessidades de um grupo

homogêneo o qual chama-se mercado-alvo.

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Cobra (1992) aponta alguns requisitos para a segmentação: deve-

se definir quem está dentro ou fora do segmento; um segmento precisa

evidenciar um potencial atual ou uma necessidade potencial, ser

economicamente acessível reagir aos esforços de marketing e ser estável;

segmentos que surgem e desaparecem não são interessantes.

Uma boa segmentação envolve a divisão do mercado por uma

sucessão de variáveis. As bases, citadas por Cobra (1992), utilizadas para esta

divisão são: localização geográfica (limites políticos, área comercial);

características demográficas (idade, sexo, estado civil, raça, nacionalidade,

religião, tamanho da família); características sócio-econômicas (renda

ocupação, educação); características psicológicas (personalidade, atitudes,

estilo de vida, atividades, interesses, opiniões ou valores); características

relativas ao atributo do produto (benefícios, lealdade a marca);características

comportamentais do consumidor (razões de compra, lealdade, influência de

compra); características relativas ao benefício buscado pelo consumidor

(satisfação sensorial, psicológico); características relativas ao ramo de

marketing (tipo de atividade, tipo de distribuição ao consumidor, tipo de

compradores); características relativas ao marketing mix (preço, marca,

promoção de vendas, merchandising, publicidade, esforço de vendas, canal de

distribuição).

1.2 Composto de marketing

Para Cobra (1992), a interação de uma organização com seus

meios ambientes internos e externos se realiza através do composto de

marketing que é formado pelos 4 “Ps” e pelos 4 “As”. Os 4 “As”, considerados

como as 4 funções básicas de uma administração de marketing, (Richers,

1981) compreendem: análise - usada para compreender as forças vigentes no

mercado em que opera ou pretende operar a empresa no futuro; adaptação -

intuito de ajustar a oferta da empresa, ou seja, as suas linhas de produtos ou

serviços, às forças externas detectadas através da análise; ativação - conjunto

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de medidas destinadas a fazer com que o produto atinja os mercados pré-

definidos e seja adquirido pelos compradores com a freqüência desejada e

avaliação - exerce controle sobre os processos de comercialização e

interpretação destes resultados a fim de racionalizar os futuros processos de

marketing. Os quatro “Ps” compreendem o produto, promoção, preço e praça

(distribuição) os quais serão analisados separadamente neste trabalho.

Para Kotler (1988), um produto é qualquer coisa que pode ser

oferecida a um mercado para aquisição ou consumo; incluindo-se objetos

físicos, serviços, personalidades, lugares, organizações e idéias. Levando-se

em consideração as definições e objetivos do marketing a tarefa maior de um

produto é satisfazer as necessidades do mercado. McKenna (1993), coloca

que, do ponto de vista do consumidor, um produto tem uma infinidade de

significados, portanto é o mercado quem define o produto.

Segundo Kotler (1988), podemos distinguir 3 conceitos básicos de

produto: tangível - objeto físico ou serviço que é oferecido ao mercado-alvo,

sua configuração física, estilo, qualidade, embalagem e nome da marca;

genérico - é a utilidade ou benefício essencial que está sendo oferecido ou

procurado pelo comprador é aquilo que nem sempre pode ser visualizado e

que acrescenta o na parte tangível do produto; ampliado - é a totalidade dos

benefícios que a pessoa recebe ou experimenta na obtenção de um produto

tangível é o plus, o algo a mais, oferecido por um produto como instalação,

entrega, crédito, garantia, serviço pós-venda.

Quanto a classificação dos produtos, Cobra (1988), os coloca da

seguinte forma:

a) bens de consumo: duráveis (bens tangíveis que normalmente

sobrevivem a muitos usos como roupas e automotores), bens não duráveis

(produtos tangíveis que normalmente são consumidos em um ou em poucos

usos como refrigerantes, e xampus) e serviços (atividades, benefícios ou

satisfações que são oferecidas para a venda como alfaiate, despachantes etc.);

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b) bens Industriais: materiais e componentes (entram na

fabricação de outros bens, são as matérias primas e os componentes), bens de

capital (entram parcialmente na composição do produto auxiliando no processo

de fabricação) e suprimentos e serviços (não entram na composição do produto

final).

- Posicionamento de Produtos

Para Cobra a posição do produto no mercado exige da empresa

planejamento estratégico dentro de cada setor, a expressão posicionamento do

produto ou da marca refere-se ao lugar que o produto ocupa em dado

mercado, pois a empresa necessita para cada segmento desenvolver uma

estratégia de posicionamento de produto. (COBRA, 1992).

Para Kotler (1988), logo que o conceito central do produto é

escolhido, define-se o caráter do espaço de produto em que o produto novo

tem de ser posicionado. McKenna (1993) afirma que o mercado é que

posiciona o produto e que as empresas devem entender as engrenagens do

mercado para poder influenciar as formas pelas quais o mercado posiciona o

produto. Ele afirma ainda que a empresa deve desenvolver um produto total, ou

seja, os produtos devem possuir características tangíveis e intangíveis.

Ries (1981) afirma que a estratégia de posicionamento de produto

visa, também, criar uma posição, para um nome (uma marca), na mente dos

consumidores em relação às marcas concorrentes. Ries também afirma que o

posicionamento também pode ocorrer pela associação da marca a algo que já

está na mente dos consumidores. Para os consumidores, os produtos variam

de acordo com a percepção de sua face à quantidade de prêmio que o produto

possa proporcionar na sua compra. Para Ries (1981), um ponto importante

para construir uma imagem de marca é fixar a mensagem do produto e sua

marca na mente do consumidor.

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McKenna (1993) coloca que a diferenciação de um produto no

mercado pode estar baseada em vários fatores: tecnologia, preço, aplicação,

qualidade, serviço, canais de distribuição, público-alvo, clientes específicos e

alianças. Cobra (1992) ressalta que o composto de marketing - produto, preço,

distribuição e promoção é essencial na operação dos detalhes táticos do

posicionamento. Algumas vantagens competitivas como merchandising

(falaremos sobre merchandising ainda neste capítulo) do produto, a capacidade

de fabricação, a aceitação dos consumidores, a capacidade de distribuição e

de entrega, são também apontadas por Cobra como importantes no

posicionamento de um produto.

Os fatores que tendenciam a percepção e a preferência de

consumidores por determinado produto, com relação a seus concorrentes

serão detalhados no segundo capítulo deste trabalho.

1.2.2 Preço

Para Cobra (1988), preço, numa economia de mercado, é um

valor arbitrário para o pagamento de um produto ou serviço incluindo-se todos

os custos de produção e o lucro da empresa. Já para o consumidor, o preço

está relacionado a qualidade e ao nível de satisfação que determinado produto

pode oferecer.

Por isso Cobra (1988) ainda afirma que o preço é o principal fator

do composto mercadológico e que apesar de outros fatores influenciarem na

decisão de compra, há um limite dentro do qual o preço é o fator decisivo para

a motivação de compra do consumidor.

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1.2.3 Place - Distribuição

Assim como o produto, a distribuição também deve satisfazer as

necessidades do consumidor. Para Cobra (1992), a função básica de um canal

de distribuição é escoar a produção de bens em geral, sejam bens de

consumo, industriais ou de serviço. Desde o período em que o homem

começou a realizar trocas dos excedentes produzidos, a distribuição exerce

papel fundamental para manter ou expandir mercados.

1.2.4 Promoção

Segundo Kotler (1988), promoção é a relação dos instrumentos

que estão à disposição do emitente, cujo papel principal é o da comunicação

persuasiva. É dividida basicamente em propaganda, relações públicas,

promoção de vendas e merchandising.

- Relações Públicas

Sant’Anna define relações públicas como:

“Cuidadoso estudo das causas e dos resultados da

humana; sistema de relações com pessoas; arte gentil de

acomodar os indivíduos à nossa própria trajetória; arte de

fazer bem as coisas e obter crédito por elas; comunicação

serena do comportamento meritório; filosofia de dirigir que

põe o interesse do povo antes de qualquer decisão ou

ação; relações públicas antes de tudo é um método de

interferência na formação de correntes de opinião

pública” (SANT’ANNA, 1989, p.87).

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Para Cobra (1988), os objetivos de relações públicas de uma

empresa ser diversos, inclusive obter imagem favorável para a empresa e

contornar boatos desfavoráveis a organização. Apesar de ainda não ser

compreendida por muitos, as relações públicas são vitais para uma empresa.

Através delas estabelece-se canais com os públicos internos e externos de

uma empresa, com a imprensa, com a comunidade em geral e assegura-se a

preservação de uma imagem.

- Merchandising

O termo merchandising também é utilizado sob outro aspecto no

meio publicitário, trata-se do merchandising televisivo, que explora as

“melhores oportunidades mercadológicas nos diversos programas” (ADIB

1987).

Para Cobra (1996) o mershandising, quer no ponto de vendas,

quer na televisão, na revista ou no jornal, é a construção de um cenário para o

produto; em outras palavras, merchandising é um produto ou serviço certo, na

quantidade certa, no preço certo, com o impacto visual adequado e na

exposição correta. (COBRA, 1992).

- Promoção de Vendas

Para Norman Hart (citado por Cobra, 1992), a promoção de

vendas é qualquer atividade que vise vender, que não seja face a face, e inclua

freqüentemente a propaganda, tendo ligação direta com o design da loja.

Sant’Anna (1988) complementa dizendo que a promoção de

vendas engloba a pesquisa, o estudo, a afinação e a aplicação de todas as

idéias e iniciativas que possam conduzir à coordenação, ao melhoramento e ao

desenvolvimento das vendas. Ele ainda coloca as diversas formas de

promoção de vendas, onde estão incluídas: promoção junto aos vendedores e

aos consumidores, itens promocionais, vales-brinde, sorteios, prêmios,

cuponagem, amostras, concursos, brides, eventos promocionais, liquidações,

demonstrações, propaganda cooperativa e programas de incentivo de venda.

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A função da promoção de vendas, para Sant’Anna (1989), é

ajudar os a encontrar melhor os seus compradores Kotler (1988) complementa

que a promoção de vendas deve ser utilizada como um estímulo de vendas a

curto prazo.

- Propaganda

Segundo Sant’Anna (1989), publicidade deriva de público (do

latim publicus) e significa o ato de vulgarizar, de tornar público um fato ou idéia.

Já a propaganda compreende a idéia de implantar, de incutir uma idéia, uma

crença na mente alheia. Apesar disso hoje ambas as palavras são usadas

indistintamente e serão utilizadas desta forma neste trabalho.

Cobra (1992) aponta a propaganda como fator dominante de

diferenciação do produto e de marcas, atuando como um proxy, ou seja,

atuando por procuração na diferenciação de características do produto.

As finalidades da propaganda são descritas por Kotler (1988)

como fixação do nome da empresa a longo prazo (propaganda institucional),

desenvolvimento de marca a longo prazo (propaganda de marca), divulgação

de informações sobre uma venda, serviço ou acontecimento (propaganda

classificada), anúncio de uma venda especial (propaganda de vendas) e assim

por diante. A publicidade também é capaz de produzir grandes efeitos na

economia das empresas como: criação e ampliação de mercados, ação

reguladora (aumentar o consumo quando há interesse em força-lo), redução de

custos, ação sobre os preços (reduzindo-os para chamar a atenção),

aceleração da rotação dos estoques e melhoria da qualidade do produto.

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CAPÍTULO II

O MARKETING DE SERVIÇOS

O marketing de serviços é um campo de investigação recente e

ainda em fase de estruturação. As empresas de serviços são baseadas em

equipamentos ou sobre mão-de-obra/pessoas. O marketing de serviços é uma

disciplina que procura estudar os fenômenos e fatos que ocorre na venda de

serviços. Entende-se como serviço uma mercadoria comercializável

isoladamente, ou seja, um produto intangível que não se pega, não se cheira,

não se apalpa, geralmente não se experimenta antes da compra, mas permite

satisfações que compensam o dinheiro gasto na realização de desejos e

necessidades dos clientes.

Como serviços de marketing entendem-se todos os fatores do

composto de marketing, que auxiliam a empresa a atender à demanda de

mercado para seus produtos, através dos serviços de pesquisa de mercado.

Tais serviços identificam: tanto as necessidades não satisfeitas pelos produtos

ou serviços ofertados quanto as novas oportunidades de produtos ou serviços

aos mercados existentes e aos novos mercados; os serviços de distribuição

envolvendo a seleção das vias de distribuição para que o produto ou serviço

ofertado atinja mais convenientemente ao seu público consumidor; o serviço de

logística que compreende o serviço de processamento do pedido; o serviço de

embarque de mercadorias; o serviço de armazenagem e controle de estoques,

para dispor de mercadorias para pronta entrega; e os serviços de transportes.

A demanda é atendida, ainda, através dos serviços de pré-venda que ajudam o

cliente a identificar corretamente suas necessidades; serviço de instalação do

bem adquirido pelo cliente; e dos serviços de garantia e assistência técnica que

propiciam o adequado funcionamento do bem (GRONROOS, 1995).

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O serviço de divulgação pode ser exercido através da

propaganda, da promoção de vendas, do lobby (pressão junto aos sindicatos,

poderes executivo e legislativo etc.), do merchandising, das relações públicas e

da força de vendas.

A crescente urbanização do País está levando a uma

necessidade cada vez maior de serviços (domésticos, comerciais, públicos,

industriais e técnicos) tais como os abaixo relacionados:

Serviços de lazer: turismo, hotéis de lazer, vôos charters, excursões etc;

Serviços domésticos: limpeza, conservação, pequenas instalações e

reparos, consertos em geral etc;

Serviços de interesse público: transportes – aéreo, rodoviário, marítimo,

fluvial e ferroviário - , comunicação, limpeza pública etc;

Serviços imobiliários: locação ou venda de apartamentos com serviços do

tipo flat-service etc.;

Serviços de alimentação: é crescente o número de restaurantes,

rotisseries de alimentos em geral e congelados, que entregam verduras

cortadas e limpas; pizzarias para entregas em domicílio;

Serviços de despacho e de entrega: cresce o setor de transportes que

retira e entrega mercadorias;

Serviços de engenharia: instalações elétricas, hidráulicas, manutenção,

acabamento e pintura etc.;

Serviços de educação e cultura: cursos de especialização em línguas, em

administração, escritório, hotéis, cursos por correspondência, de

treinamento programado a distância etc.;

Serviços de seguro: de vida, de incêndio, contra roubo, de acidentes

pessoais, contra furto de veículos etc.;

Serviços de saúde: com planos especiais de seguro-saúde, hospitais,

consultórios medico, odontológico, laboratório de analises clínicas etc.;

Serviços de escritório e despachos em geral: cópias de documentos,

encadernação, plastificação, licenciamento de veículos, obtenção de

passaporte, carteira de identidade etc.;

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Serviços bancários: cobrança e pagamento de títulos, duplicatas,

empréstimos pessoais, aplicação de dinheiro, saques etc.;

Serviços de computação: prestação de serviços de computação em geral,

soft etc.;

Serviços de consultores jurídicos

Serviços de franquia: para cadeias de lanchonetes, pizzarias, restaurantes

e lojas etc.

2.1 Características de Serviços

a) Os serviços são mais tangíveis do que intangíveis

Não pode ser tocado, apalpado;

Não pode ser facilmente definido, formulado ou alcançado mentalmente.

b) Os serviços são simultaneamente produzidos e consumidos

Ao dar aula, o professor produz um serviço educacional que o estudante vai

consumindo.

c) Os serviços são menos padronizados e uniformes

São baseados em pessoas e equipamentos, mas o componente humano é

o que prevalece, por essa razão fica difícil padroniza-lo e torna-lo uniforme.

d) Os serviços não podem ser estocados

Uma vez produzido, deve ser consumido.

e) Via de regra não podem ser protegidos por patentes

Os serviços são facilmente copiados e raramente podem ser protegidos por

patentes.

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f) É difícil se estabelecer o preço

Como os serviços se apóiam em trabalho humano, os custos de produção

variam, pois são estipulados subjetivamente por quem o produz.

Em empresas de serviços, qualquer movimentação ou transferência de um

produto é incidental ao serviço. Portanto, é preciso sempre distinguir o

serviço como um produto, do serviço anexado a um produto.

2.2 Definição do serviço como uma unidade estratégica do

negócio

No planejamento estratégico, a definição do serviço é

fundamental e deve ser o primeiro passo na análise estratégica dos negócios.

Enfatizamos que a importância e o rigor dessa definição é fato determinante do

sucesso da conclusão estratégica.

Vale lembrar que a definição de negócios não é apenas uma

preocupação de modismo. Ao contrário, ela esteve sempre presente nos

estudos de marketing de forma explícita ou indireta. No passado, o aspecto da

definição dos negócios significava definir o serviço vendido sem a preocupação

de resposta às solicitações das funções de uso dos clientes.

Recentemente, respondendo a uma parte dessas funções, o

binômio produto/mercado tenta de forma mais abrangente satisfazer o grupo de

consumidores. Uma evolução mais recente ainda procura responder também

com que tecnologia realizamos uma determinada função de uso, caracterizada

para um grupo homogêneo de consumidores.

Como exemplo clássico, citamos o caso em que a indústria

cinematográfica de Hollywood esteve muito ameaçada pelos filmes de

televisão, produzidos por empresas que se especializaram nessa atividade,

explorando oportunidades de novos mercados. O fator tecnológico neste caso

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foi fundamental, visto que o veículo de apresentação do lazer era

tecnologicamente diferenciado. Neste caso somamos também o fato de que a

definição do ‘negócio"cinema não precondiciona como faze-lo, mas sim, a

finalidade de por que faze-lo? Gronroos (1995) responde a essas questões

básicas questionando o que é o "negócio": uma indústria cinematográfica ou

uma indústria do lazer?

2.3 A definição de mercado

Grupos de clientes homogêneos servidos.

As necessidades desses clientes, definidas através das funções de uso dos

serviços.

A tecnologia ou produto empregado para satisfazer tais necessidades.

A análise dessas três variáveis nos permite identificar um serviço

de forma objetiva e delinear o contorno do mercado. Devemos estar sempre

atentos para uma outra variável que são os concorrentes presentes e

potenciais, pois a diferenciação de um serviço de um concorrente pode

acontecer em qualquer uma das três variáveis da definição, obrigando a um

reposicionamento do serviço no ambiente competitivo. A entrada de novos

competidores no mercado, com tecnologias novas, também representa uma

ameaça para os participantes tradicionais.

Como exemplo de acontecimentos desse tipo citamos o serviço

de alimentação, onde as lanchonetes tradicionais se sentem ameaçadas com a

entrada do "McDonald’s" que revolucionou esse mercado com uma tecnologia

de serviço e de distribuição diferenciada (Mckenna, 1993).

Talvez o exemplo mais atual seja o do mercado bancário que,

com a disponibilidade de tecnologias de computação, disputa um

reposicionamento através de um misto de tecnologia dura, constituída de

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equipamentos e de tecnologia mole formada por métodos racionalizados de

trabalho.

Salientamos que o ponto inicial de uma analise estratégica de

serviços deve-se concentrar num exame dos clientes presentes no mercado,

procurando reagrupá-los em classes homogêneas de comportamento,

identificando as necessidades que esses grupos de clientes exigem em termos

de prestação de serviços, e que tecnologias alternativas estão em nível de

satisfazer à prestação do serviço. Um exemplo claro disso tudo é a Internet que

chegou para inovar em matéria de prestação de serviços.

2.4 A Segmentação do Mercado

A importância da segmentação do mercado nasce das

necessidades específicas dos clientes, que deverão ser atendidos através de

um composto mercadológico adequado, para satisfazer essas necessidades. A

segmentação do mercado varia em função do tipo de serviço e se define a luz

de alguns parâmetros, que se diferenciam de serviço para serviço.

Como exemplo, consideramos as agências de publicidades: como

grupo homogêneo de consumidores, podemos imaginar produtos de consumo,

produtos industriais e serviços. Como necessidades específicas, podemos

lembrar da mídia de massa, catálogos e pesquisas. Como variável tecnológica,

são os recursos humanos que atendem a essas necessidades.

Um cuidado na escolha dos parâmetros de controle se faz

necessário, pois é baseado neles que se investem recursos na formulação do

composto de marketing. Portanto alguns cuidados podem ser lembrados: a

dimensão do segmento deve justificar um atendimento especializado. A

segmentação representa uma oportunidade, mas também um custo. Os fatores

críticos de sucesso identificados em um segmento devem ser homogêneos.

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Vamos resumir as principais diferenciações em relação às

definições tradicionais:

Grupos de clientes homogêneos?

Mesmas necessidades

Como satisfazer essas necessidades?

Funções de uso do serviço

Que tecnologia do serviço se emprega para realizar a função de satisfação

do uso?

O objetivo de definição e segmentação do mercado não é apenas

o de conhecer e analisar melhor o negócio, mas principalmente o de

reconhecer as exigências de cada mercado, criando condições para atendê-

las, conseguindo uma diferenciação em relação aos concorrentes, otimizando

as vantagens competitivas.

Entre as bases mais conhecidas de segmentação estão:

Localização geográfica – os limites políticos de regiões, estados,

municípios, etc;

Características demográficas – de idade, sexo, raça, estado civil, ocupação

profissional, tamanho de família, etc;

Características sócio-econômico-culturais – classe social e econômica,

educação, classe cultural, estilo de vida;

Características psicológicas – personalidade, crenças, atitudes, estilos de

vida;

Tipo de serviço – benefícios ao consumidor, lealdade de marca, etc;

Comportamento do consumidor – motivos de compra, influencia de compra,

razoes de compra, etc;

Setor de atividades do comprador – tipo de atividade, localização

geográfica, disponibilidade financeira do usuário, etc;

Marketing mix – segmentação pelo preço, pela marca, pela promoção de

vendas, por canal de distribuição, etc.

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2.5 Administração da diferenciação

Freqüentemente, as empresas de serviços queixam-se da

dificuldade de diferenciar seus serviços dos concorrentes. A abertura de

diversos setores de serviços – comunicações, transportes, energia, bancos –

precipitou intensa concorrência em preço. À medida que os consumidores

vêem a prestação de um serviço como relativamente homogênea, estão mais

preocupados com o preço do que com o fornecedor.

A alternativa à concorrência de preço é desenvolver uma oferta,

entrega e/ ou imagem diferenciadas.

Oferta - A oferta pode incluir características inovadoras para distingui- lá

das ofertas concorrentes. O que os consumidores esperam é o chamado

pacote primário de serviços, ao qual se acrescentam características

secundárias. Por exemplo, no setor de linhas aéreas, várias empresas tem

introduzido tais características secundárias, como cinema, assentos

anatômicos, venda de produtos, serviço de telefonia a bordo e programas

de estímulo a passageiros freqüentes.

Prestação de Serviço - Uma empresa pode diferenciar sua prestação de

serviço contratando funcionários mais hábeis do que os concorrentes para

tratar com os consumidores. Pode desenvolver um ambiente físico mais

atraente onde o serviço é prestado. Finalmente, pode programar um

processo superior de prestação de serviço (o Citicorp foi o primeiro banco a

introduzir caixas eletrônicos em escala nacional (Migliaccio, s.d.)

Imagem - A empresa de serviços pode também trabalhar na diferenciação

de sua imagem, freqüentemente, através de símbolos e marcas. O Harris

Bank, de Chicago, adotou o leão como seu símbolo, passando a usá-lo nos

impressos comerciais, na propaganda e até oferece um leãozinho de

pelúcia para os novos correntistas (Migliaccio, s.d.). Várias empresas de

serviços com marcas poderosas desenvolveram operações internacionais

bem sucedidas. Poe exemplo, o Club Méd (uma subsidiária da empresa

francesa Club Mediterranée, S A, trabalhou para alcançar excepcional

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sucesso financeiro e de Marketing em seus breves 40 anos de historia.

Gilbert Trigano fundou o primeiro Club Méd village na Grécia, em 1955, e

hoje opera mais de 114 villages em 36 paises) (Migliaccio, s.d.).

Uma outra maneira de uma empresa de serviços diferenciar-se de

concorrentes é prestar serviços de alta qualidade. A chave é atender ou

exceder as expectativas de qualidade dos consumidores-alvos.

Suas expectativas são formadas por experiências passadas,

divulgação boca a boca e propaganda da empresa de serviços.

Os consumidores acolhem prestadores de serviços nesta base e, após

serem atendidos, comparam o serviço recebido com o serviço esperado. Se o

serviço percebido ficar abaixo da expectativa, os consumidores perdem o

interesse pelo fornecedor. Se o serviço atender ou exceder às expectativas, os

consumidores procurarão o fornecedor novamente.

Padrões Elevados de Qualidade - Os melhores prestadores de serviços

estabelecem padrões de qualidade elevados. O Citibank estabelece como

meta responder às ligações telefônicas em 10 segundos e as cartas dos

consumidores dentro de dois dias. As empresas podem ser classificadas

entre aquelas que oferecem serviços "meramente bons" e aquelas que

oferecem serviços ótimos, prestando atingir 100% de qualidade, sem

nenhum defeito.

Sistemas para Atendimento das Reclamações dos Consumidores -

Estudos sobre a insatisfação de consumidores mostram que eles ficam

insatisfeitos com suas compras cerca de 25% das vezes, mas apenas 5%

deles reclamam. Os outros 95% acham que não vale a pena reclamar. Dos

5% dos consumidores que reclamam, apenas 50% relatam que houve uma

solução satisfatória do problema. Todavia, a necessidade de resolver o

problema de um consumidor de maneira satisfatória é crítica. Considerando

que, em média, um consumidor satisfeito fala a três pessoas sobre a

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aquisição de um bom produto, um consumidor insatisfeito fala a 11 pessoas.

Se cada um desses fala a outras pessoas, o número dos expostos à

divulgação verbal desfavorável boca a boca pode crescer

exponencialmente.

Entretanto, os consumidores cujas reclamações foram

satisfatoriamente solucionadas, normalmente, ficam mais leais à empresa do

que aqueles que nunca reclamaram. Cerca de 34% dos consumidores que

registram grandes reclamações comprarão novamente da empresa se forem

atendidos, chegando a 52% para os casos de pequenas reclamações. Se uma

reclamação for atendida rapidamente, entre 52% (grandes reclamações) e 95%

(pequenas reclamações) dos consumidores comprarão novamente da

empresa.

Por todas essas razões, as empresas precisam desenvolver um

programa de recuperação de serviços. Primeiro, as empresas devem facilitar o

processo de apresentação de reclamação pelos consumidores insatisfeitos.

Segundo, os funcionários da empresa que recebem as reclamações devem ser

treinados e autorizados a resolver os problemas dos consumidores de maneira

rápida e satisfatória. Terceiro, a empresa deve ir além do atendimento das

reclamações e descobrir e corrigir as causas originais dos problemas

freqüentes. Ao estudar o padrão de reclamações, a empresa pode corrigir as

falhas do sistema que dão origem as mesmas.

Satisfação tanto de Funcionários como de Consumidores - As

empresas de serviços excelentemente administradas acreditam que as

relações com os funcionários refletirão sobre as relações com os

consumidores. A administração adota Marketing interno e cria um ambiente

favorável ao apoio dos funcionários, recompensando-os pelo bom

desempenho. Regularmente, a empresa audita a satisfação dos

funcionários em relação a suas tarefas. Parte importante da satisfação dos

funcionários é ajudá-los na solução de problemas particulares. A medida

que as pessoas atribuem maior valor a suas vidas familiares, as empresas

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inteligentes estão procurando flexibilizar os horários para acomodar

situações particulares.

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CAPÍTULO III

A REVOLUÇÃO OPERACIONAL DOS CORREIOS

Nenhuma empresa passa a ser eficiente da noite para o dia, muito

menos, uma empresa estatal que tem no seu comando complexas articulações

políticas. Não foi diferente com a ECT.

Herdeira de uma pesada estrutura burocrática e lenta, a empresa

assistiu a formação de correios paralelos, instalados nos grandes centros, para

suprir as suas deficientes operações básicas. Normalmente, e pela lógica do

capital, essas empresas só atuavam nos segmentos mais lucrativos do

mercado - como o de malotes para pessoas jurídicas - sem dominá-los

integralmente. À ECT se responsabilizava pela parte social com encargos

difíceis e onerosos, portadores do estigma da incapacidade e inoperância.

Nos anos 70, a ECT se prepara para uma transformação.Em

moldes militares e tendo na engenharia seu ponto de apoio, a empresa começa

a imprimir uma disciplina férrea nas linhas de produção exigindo mais

produtividade e melhores resultados. A racionalização dos processos resultou

numa estratégia seletiva de ação, visto que não se poderia alterar a cultura da

empresa como um todo. O processo democrático levaria muito tempo para

mostrar resultados e a empresa não sobreviveria para colhê-los.

A criação da Rede Postal Noturna (RPN) em 1974 possibilita a

entrega de correspondência nas capitais e nos principais municípios em 24

horas. Esse tempo é considerado excelente, mesmo por países do primeiro

mundo, principalmente, se levarmos em consideração as dimensões do Brasil.

Com essa nova criação o ganho de imagem dos Correios junto ao

grande público foi considerável. A população começou a notar que uma carta

postada em Manaus no dia 7, a tarde, estava no Rio Grande do Sul no dia 8

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pela manhã, isto é, em menos de 24 horas a carta percorreu uma distância

equivalente a cruzar toda a Europa. Esse padrão de eficiência foi propagado

pelos próprios usuários dos Correios que passaram a ter uma maior confiança

no uso dos serviços. A mídia eletrônica e impressa se encarregaram de

amplificar esse fato a ponto da ECT ser considerada em 1984 a instituição de

maior credibilidade do país, segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Gallup,

repetida em 1989 com o mesmo resultado.

3.1 A exaustão do modelo organizacional

Os moldes militares de organização foram eficazes e permitiram

que a ECT desse uma grande virada em termos de produtividade. No entanto,

a organização, já exibia sinais de cansaço do estilo militar do exercício da

autoridade. Buscavam-se gestões mais democráticas que valorizassem o lado

humano da empresa, os fatores motivacionais, a profissionalização da carreira

entre outros pontos.

Pelo lado financeiro todas essas medidas adotadas para melhorar

a eficiência da organização introduziram novos elementos de custo que

oneraram a estrutura pesadamente. Esse modelo militarizado de eficiência

começa a ser questionado, principalmente, porque chegava a exaustão. A ECT

começa uma nova fase do seu desenvolvimento.

3.2 Projeto ECT

Uma nova diretoria, formada por funcionários de carreira da ECT

assume a empresa em 1988, estava decidida a dar um impulso forte nas

atividades de Marketing da empresa e queria fazê-lo não de qualquer forma,

mas de maneira integrada com as outras funções organizacionais promovendo

um ganho de qualidade em todo o processo.

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As reuniões preliminares da nova diretoria apontavam a

necessidade de ampliar ainda mais a questão realizando um plano estratégico -

o primeiro da empresa - que visava preparar a organização para o futuro.

Em 1989 a ECT elabora um documento que ficou conhecido como

PROJETO ECT - ANO 2000 - internamente ECT-2000. Entre seus objetivos

podemos destacar:

a) Fornecer a diretoria da empresa uma visão idealizada da organização para o

ano 2000

b) Estabelecer um plano estratégico abrangendo a década de 90, contendo as

linhas de ação necessárias à concretização do objetivo anterior.

c) Sintetizar o pensamento do corpo dirigente, técnico e representativo dos

empregados, relativo à situação da ECT no ano 2000.

d) Levar ao conhecimento de todos os empregados o papel e a missão

pretendidos para a ECT- ANO 2000.

A técnica empregada para o estabelecimento desse projeto

baseou-se na Análise Prospectiva do ambiente de atuação, focalizada nas

tendências político-econômicas para o mundo na virada do século e em

cenários alternativos para o Brasil durante o próximo decênio.

A evolução do tráfego postal de 1970 a 1988 cresceu em 15,4%

ao ano, passando de 238 milhões para 3,1 bilhões de objetos postais

convencionais. Esse crescimento teve três fases:

1) foi até 1975 e fez parte do chamado Milagre Brasileiro, quando o PIB

cresceu a taxas reais de 11,6% a.a. e o tráfego dos serviços convencionais

18,2% a.a.

2) de 1975 a 1985 fase em que a infra-estrutura implantada no período anterior

e acentuada melhoria da qualidade dos serviços influenciaram positivamente

esta evolução com índice de crescimento médio de 18,4% a.a.

3) de 1985 a 1988 constata-se nessa fase um período de estabilização do

tráfego, representado por um crescimento de apenas 3,2%.

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Para prever o futuro foi aplicado o modelo logístico para a década

de 90 apresentando os resultados expostos na tabela 1

Ano Tráfego de Objetos Postais Convencionais

(em bilhões)

Tráfego per capita

1989 3,25 22,1 1990 3,46 23,1 1995 3,65 22,1 2000 3,85 21,5

Nota-se que o segmento convencional de postagem (cartas,vales,

reembolsos, encomendas convencionais, impressos etc) deverá apresentar

redução por habitante ao longo da década, o que sugere a busca de novos

serviços, não convencionais, para aproveitar toda a infra-estrutura já instalada

que tem um elevado custo fixo.

Para que esses serviços especiais obtenham sucesso no

mercado, as ações de Marketing terão uma atenção intensificada pela

empresa, principalmente nos seus três segmentos de maior relevância:

- setor de serviços públicos

- sistema bancário

- comércio e indústria

Na ocasião do Plano as principais funções da ECT eram:

a) planejar, implantar e explorar o serviço postal e o serviço de telegramas;

b) explorar atividades correlatas;

c) promover a formação e o treinamento de pessoal necessário ao

desempenho de suas atividades;

d) exercer outras atividades afins, autorizadas pelo Ministério das

Comunicações.

O processo de arrefecimento do trafégo postal convencional levou

os Correios a priorizar as alíneas "b” e "d" e com isso criar as bases para um

novo posicionamento da empresa.

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3.3 O surgimento do Banco de Serviços

A verdadeira revolução que estava começando apoiou-se numa

nova visão do negócio da empresa. A ECT sempre foi percebida interna e

externamente como uma prestadora de serviços limitada ao seu escopo

tradicional: cartas, telegramas, pacotes...

A nova postura proporcionava um giro copernicano no

posicionamento da empresa e na forma de definir o seu negócio. Os Correios

deixavam de ser apenas correios para ser também correios, isto é, o principal

negócio da empresa passou a ser a malha logística, a infra-estrutura de

transportes, que possibilita até entregar cartas, mas não somente entregar

cartas.

Essa guinada abriu perspectivas ilimitadas a uma organização

que tinha dificuldades de fugir do paradigma estampado no seu próprio nome

(Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) para procurar segmentos mais

lucrativos.

A imperiosa necessidade de buscar recursos para a sua própria

sobrevivência fez com que a ECT apostasse tudo nessa nova cartada, mesmo

sabendo que esse passo exigiria uma radical transformação na cultura

organizacional de uma empresa que tem mais de trezentos anos de existência.

Não era apenas uma nova função de Marketing que estaria sendo

implantada na organização. Na verdade, a empresa teria que criar uma

estrutura mercadológica com um trabalho paralelo de recursos humanos e

financeiros aliados a infra-estrutura operacional. Em outras palavras, Marketing

não poderia ser apenas uma função a mais na organização. Deveria ser o

integrador de todo o processo, criando condições efetivas para resultados junto

ao público -alvo.

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Os Correios começam um novo processo de análise dos seus

clientes, o que querem, quem são, quais os mercados que poderiam ser mais

desenvolvidos. Tendo em vista um cenário futuro de estagnação e até mesmo

redução do volume de objetos postados por habitante, o caminho era a

diversificação de produtos utilizando a malha logística mais intensamente,

reduzindo os custos fixos e explorando a capacidade ociosa da mais complexa

infra-estrutura de transportes do país.

A ECT poderia apostar em continuar seguindo sua tradicional

linha, por exemplo, incentivando as pessoas a escreverem mais, criando

soluções para o uso de seus produtos convencionais. No entanto, a opção

estratégica foi. outra. Na opinião dos seus estrategistas apostar no mercado

convencional era ir contra a corrente movida por constantes inovações

tecnológicas que estão transformando de forma radical o modo de se

comunicar. Não caberia a empresa deter esse avanço para assegurar o seu

mercado, mesmo porque essa tentativa seria de duvidoso retorno.

O caminho da diversificação parecia irreversível e com ele a

transformação dos Correios num Banco de Serviços para a comodidade e

facilidade do cidadão. A inversão histórica estava selada: a máquina logística

era o principal negócio, os serviços tradicionais de correios apenas uma das

possibilidades de fazer dinheiro.

A introdução do Banco de Serviços estava transformando a

empresa de passiva para ativa, de lenta para ágil, de receptiva, para criadora

de negócios. Um exemplo interessante de parceria e terceirização aconteceu

com a Xerox. A empresa mantinha espalhada pelo país, treze unidades

estocadoras para suprir a demanda de peças de reposição requisitadas pelos

seus dois mil técnicos em manutenção.

Com a parceria a ECT passou a manter um núcleo dos Correios

dentro da fábrica da Xerox em Resende (RJ). Assim o almoxarifado central

pode enviar mensalmente mais de sete mil peças, equipamentos e material de

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consumo diretamente aos seus técnicos, em qualquer ponto do país com

segurança e rapidez na entrega. Nos últimos cinco anos a Xerox do Brasil

economizou mais de US$ 2 milhões em estocagem, diárias para os técnicos e

material de consumo. O sucesso dessa iniciativa pode ser confirmado pelas

palavras do próprio superintendente da empresa: "A Xerox tem uma parceria

extraordinária com os Correios, pois são eles que distribuem nossas peças por

todo o território nacional. O índice de desvio, de perda, no Brasil é zero ".

Complementando o conceito de Banco de Serviços, já estava

contido nos esboços do ECT-2000 e de forma paupável na Carta de Caldas

Novas a presença, como potencializador de toda estrutura, o sistema de

franchising, uma vez que, a aumento do leque de produtos e serviços

demandaria uma melhora considerável no atendimento ao cliente.

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CONCLUSÃO

Mudanças substanciais estão acontecendo no ambiente de

negócio mundial. Devido a essas mudanças, desenvolveu-se uma demanda

grande por conhecimento de marketing de serviços. Os profissionais do setor

de serviços aprenderam muito rapidamente que as estratégias de marketing e

os modelos gerenciais tradicionais nem sempre se aplicam às características

únicas de suas indústrias de serviços.

Mais especialmente, a importância do estudo do marketing de

serviços foi alimentado por um grande crescimento de empregos no setor de

serviços; uma contribuição cada vez maior desse setor para a economia

mundial; a desregulamentação de muitas indústrias de serviços; a vantagem

diferencial dos serviços; e uma mudança revolucionária na perspectiva a

respeito de como as empresas de serviços deveriam gerenciar as suas

empresas.

Atualmente, as tecnologias de informação vem sendo aplicadas

por organizações para gerar um diferencial mercadológico, aprimorando os

serviços e produtos, inclusive expandindo seu conceito, e assim gerar

vantagens competitivas em seu macroambiente de marketing.

Com o desenvolvimento tecnológico, a cada dia surgem novas

oportunidades para se aperfeiçoar e gerar benefício aos clientes e às

organizações. A revolução recentemente iniciada com a explosão do uso da

Internet é um exemplo. As instituições bancárias em especial são o tipo de

organização em que este fato mais se comprova, se comparadas com a

indústrias e outras empresas de serviços. Os bancos devem saber se

beneficiar com o desenvolvimento da tecnologia de informação, utilizando-a

como uma estratégia de negócios de modo a gerar um diferencial competitivo

em relação aos seus concorrentes.

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O atual ambiente competitivo tem estimulado um esforço

permanente das empresas de serviços para alcançar um ajustamento viável de

seus recursos às oportunidades dos mercados em mudança.

Independentemente da diversidade característica das organizações de

serviços, as empresas que compreendem esse setor são obrigadas

continuamente a procurar moldar e remodelar seus negócios de modo a

alcançar seus objetivos.

No campo dos serviços, as novas tecnologias de processos

operativos, um comportamento complexo e exigente por parte do cliente,

situações econômicas e políticas conjunturais e estruturais limitadoras, além de

outras pressões do macroambiente, tem exigido dos dirigentes das

organizações criatividade e aprimoramento de seu quadro funcional para a

adaptação às novas modalidades de gestão bem sucedidas.

São muito variadas as formas de avaliar a qualidade de um

serviço. Até mesmo porque as características de intangibilidade ajudam a

construir estas dificuldades. O gestor de marketing Serviços deve procurar

tangibilizar as variadas formas de experimentar a qualidade esperada, deve

procurar dar consistência a esta qualidade, deve fazer com que todos

demonstrem competência na execução, velocidade no atendimento e

demonstrem flexibilidade.

Toda gestão é um processo disciplinado, composto de passos

que devem ocorrer em seqüência e plenamente satisfeitos em suas

necessidades individuais. Não poderia ser diferente em serviços. Inicialmente o

gestor de marketing de serviços deve realizar a tradicional análise da demanda

necessária por qualidade e avaliar as diversas mediações existentes de

controle sobre a qualidade. Neste momento o gestor está buscando conhecer

o que o mercado espera antes de concluir sobre esta qualidade esperada.

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As atividades do marketing devem ser trabalhadas para

desenvolver o processo da qualidade esperada através da comunicação ou

outros instrumentos que possibilitem esta construção de imagem. Chega-se

assim, a um dos momentos mais importantes do relacionamento com o cliente:

o momento do contato efetivo do cliente com o serviço, onde será construída a

imagem da qualidade experimentada, a mais importante. A partir daí o

processo retorna ao seu reinicio: é realizada a interpretação do que é qualidade

esperada e experimentada pelo cliente até que isto vai gerar uma nova

percepção gerencial do que é qualidade esperada pelo cliente.

Investigar a oportunidade de mercado para planejar, organizar e

oferecer assistência de serviços de qualidade, a preços razoáveis que

possibilitem satisfação dos clientes e remuneração adequada aos profissionais

é a finalidade do marketing de serviços. Toda a oferta de serviços deve sempre

partir do exame da demanda e sua compatibilização com os recursos do

profissional que vai prestar os mesmos. O marketing, sem influir nos aspectos

técnicos e científicos da área indica como atingir o mercado e esquematizar a

oferta de serviços.

A “excelência” nos serviços é um fator importante para a criação

de um relacionamento duradouro com o cliente, que é a base do Marketing de

Serviços. Esta proximidade com o cliente é caracterizado pelo lado interativo

do processo de marketing, visando relações de longo prazo. Já o Marketing

Transacional é aquele voltado para a venda (transação) e o curto prazo. Desse

modo, as organizações podem centrar suas ações de marketing mais no

relacionamento (atendimento, interação, e estabelecimento de relações de

longo prazo) ou mais na transação (características do produto, preço,

promoção de vendas).

Cabe relembrar que, desde o início dos tempos, donos de

estabelecimentos comerciais (exemplo: um armazém) praticavam Marketing de

Serviços com seus clientes, buscando conhecer, suas necessidades e desejos.

Muitas vezes, esses comerciantes surpreendiam seus clientes com agrados ou

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mesmo ofertas personalizadas. Também trabalhavam variáveis transacionais,

baixando os preços e buscando novos produtos e marcas. Hoje, em grandes

organizações, com milhões de clientes, como é o caso de dezenas de bancos

brasileiros, é impossível conhecer cada cliente, seu comportamento de compra

e preferências, como conhecia o dono do armazém, sem o uso da tecnologia

da informação.

As tecnologias da informação aparecem como capacitadores de

um marketing diferente, no qual novas maneiras de comunicação com o cliente

surgem, seja na agência bancária ou em qualquer lugar do planeta.

A criação de um relacionamento duradouro com o cliente, apoiado

por sistemas de informação, promove um elo subjetivo que une este cliente à

organização. Assim, pode-se posicionar mais adequadamente a empresa, seu

pessoal e seus produtos na mente do cliente, gerando um diálogo de mão

dupla, que, se bem administrado, migrará para a fidelidade e se possível uma

"amizade", onde ambos confiam e acreditam uns nos outros. A organização

pode conhecer o cliente, qualificá-lo e comunicar-se com ele com mensagens

que o interessam, demonstrando atenção e preocupação.

A empresa de correios vive um processo de grande modernização

com a compra de novos equipamentos e a incorporação de tecnologia de

última geração. Diversos projetos vêm sendo desenvolvidos com o objetivo de

aumentar a eficiência das operações e a qualidade dos serviços prestados à

população. A empresa está mergulhada num ambiente competitivo e

desenvolvendo projetos que garantam a manutenção de sua liderança no

mercado futuro. São iniciativas cujo resultado além de aumentar a eficácia das

operações têm como conseqüência a melhoria das condições de trabalho. Os

correios vêm transformando desafios, antes encarados como ameaças à sua

principal atividade (promover a comunicação) em verdadeiras oportunidades de

negócios. Isso é possível em função dos investimentos em tecnologia da

informação, que são fundamentais para a sobrevivência da empresa, a

manutenção da competitividade e o crescimento da participação no mercado.

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Para tanto, ocorre nos Correios uma modernização e

padronização de equipamentos e programas de informática, ações em

tecnologia da informação que propiciam eficiência, racionalização e agilização

dos processos administrativos, investimentos em agências e no mundo virtual

que elevam a competitividade e o grau de relacionamento com clientes.

O cliente por sua vez, pode esperar que suas compras, sugestões

e reclamações sejam respondidas, recebendo um “feedback” ativo. Para obter

um grande volume de clientes, faz-se necessária uma memória bem grande e

sistemas que permitam gerenciar bases de milhares de clientes, conhecê-los e

acompanhá-los individualmente. Consegue-se isso com a ajuda de sistemas de

informação e computadores, que contenham em seus programas uma

"inteligência de marketing" que apóie, suporte ou mesmo atue como

instrumento ativo de marketing. Assim, poderá equacionar-se a questão.

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BIBLIOGRAFIA

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1992.

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COBRA, Marcos. Marketing essencial. São Paulo: Atlas, 1988.

FESTINGER, Leon. Teoria da dissonância cognitiva. Rio de Janeiro: Zahar,

1975.

GRONROOS, Cristian. Marketing, gerenciamento de serviços: a competição

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KOTLER, Philip. Marketing. ed. comp. São Paulo: Atlas, 1988.

LAZZAROTTO, G., ROSSI, J. S. Comunicação, gestalt, behaviorismo. In:

GUARESCHI, Pedrinho A. Comunicação e controle social. Petrópolis: Vozes,

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MCKENNA, Régis. Marketing de relacionamento. 4.ed. Rio de Janeiro:

Campus, 1993.

MELO NETO, Francisco P. Marketing esportivo. Rio de Janeiro: Record, 1995.

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SANT’ANNA, Armando. Propaganda; teoria, técnica e prática. 4.ed. São Paulo:

Pioneira, 1989.

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ÍNDICE

AGRADECIMENTOS............................................................................... 03 DEDICATÓRIA ....................................................................................... 04 RESUMO................................................................................................. 05 METODOLOGIA...................................................................................... 06 SUMÁRIO ............................................................................................... 07 INTRODUÇÃO......................................................................................... 08 CAPÍTULO I SISTEMA DE MARKETING......................................................................... 11

1.1 Mercado........................................................................................ 15 1.1.1 Segmentação........................................................................ 17

1.2 Composto de marketing.......................................................................... 18 1.2.2 Preço.................................................................................... 21 1.2.3 Place – Distribuição............................................................... 22 1.2.4 Promoção.............................................................................. 22

CAPÍTULO II O MARKETING DE SERVIÇOS.............................................................. 25

2.1 Características de serviços........................................................... 27 2.2 Definição do serviço como uma unidade estratégica do negócio. 28 2.3 A definição de mercado................................................................ 29 2.4 A segmentação do mercado......................................................... 30 2.5 Administração da diferenciação.................................................... 32

CAPÍTULO III A REVOLUÇÃO OPERACIONAL DOS CORREIOS............................... 36

3.1 A exaustão do modelo organizacional.......................................... 37 3.2 Projeto ECT.................................................................................. 37 3.3 O surgimento do banco de serviços............................................. 40

CONCLUSÃO ......................................................................................... 43 BIBLIOGRAFIA ....................................................................................... 48 ÍNDICE .................................................................................................... 49

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Projeto A Vez do Mestre

Pós-Graduação “Lato Sensu”

Título da Monografia:

MARKETING DE SERVIÇOS: UM ESTUDO DE CASO DOS CORREIOS

Data da entrega: 21.01.2004.

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Avaliado por: _____________________________________Grau:___________

Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 2003.

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ATIVIDADES DE PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS

1- EXPO ABRAS 2003 – UM SÓ COMPROMISSO – O futuro

16/9/2003- Conheça-te a ti mesmo e prepara-te para o futuro!

Dr. Bachir Haidar Jorge – Médico Psiquiatra

17/9/2003- Percepção do consumidor brasileiro sobre as redes do varejo.

Cyro Gazola – Diretor Comercial da Procter & Gamble

18/9/2003- Gestão do conhecimento para a inovação e criatividade na empresa

Antônio Claret Nametala – Psicólogo, Pedagogo e Professor.

18/9/2003- Pesquisa inédita: o que o consumidor valoriza num supermercado e

como oferecer diferenciais competitivos.

João Carlos Lazzarini – Diretor da ACNielsen.

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2-VISITA AO MUSEU IMPERIAL

3-SALVE O PLANETA! EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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4- PROGRAMAÇÃO CULTURAL ARTE DA ÁFRICA