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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE FLUXO DE CAIXA Por: Thais Filgueiras dos Santos Orientador Prof. Luiz Cláudio Lopes Alves Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

FLUXO DE CAIXA

Por: Thais Filgueiras dos Santos

Orientador

Prof. Luiz Cláudio Lopes Alves

Rio de Janeiro

2009

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

FLUXO DE CAIXA

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em: Finanças e Gestão

Corporativa.

Por: Thais Filgueiras dos Santos

3

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, aos meus

familiares, namorado, amigos, chefe e

ao corpo docente do Instituto “A Vez do

Mestre”, todos contribuíram muito para

que hoje eu esteja concluindo este

curso.

4

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a todas as pessoas

especiais que torceram pelo meu

crescimento pessoal e profissional.

5

RESUMO

O principal objetivo deste trabalho é mostrar um estudo sobre a

importância e a aplicação do Fluxo de Caixa nas organizações. A elaboração

deste tema envolve que os administradores precisam ter um controle de todas

as operações, inclusive o fluxo de caixa, pois através dele se tem uma

visibilidade de todos os eventos financeiros programados. Para os sócios o

objetivo é a lucratividade.

6

METODOLOGIA

A presente monografia foi desenvolvida através de pesquisa bibliográfica,

fundamentada a partir de leitura de livros, artigos científicos, revistas,

pesquisas em internet. A escolha do tema ocorreu principalmente através da

aula administrada durante o curso de Finanças e Gestão Corporativa e

também através das leituras citadas acima, o objetivo é obter um

aprofundamento do tema no que se refere ao fluxo de caixa na gestão

financeira da empresa.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - FLUXO DE CAIXA – INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO II - FLUXO DE CAIXA – FERRAMENTA ESSENCIAL 18

CAPÍTULO III – FLUXO DE CAIXA – GESTÃO FINANCEIRA 26

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 40

ÍNDICE 42

8

INTRODUÇÃO

É importante ressaltar que todas as demonstrações financeiras têm suas

funções e suas importâncias, cada uma em seu tempo ou para uma

determinada análise que se fará indispensável. Dentre essas podemos

destacar as que muito são citadas e comentadas para possíveis mudanças e

alterações como as Demonstrações de Origens e Aplicações de Recursos, o

Resultado do Exercício e, por fim, a Demonstração de Fluxo de Caixa, todas

elas devem estar ligadas intimamente à contabilidade.

Os principais objetivos do administrador financeiro são maximizar o

retorno do investimento realizado por seus proprietários e manter a liquidez.

Para isso é necessário entender todos os fatores que afetam o Fluxo de Caixa,

pois ele serve para analisar uma série de coisas em relação à saúde financeira

da empresa. Este relatório que é gerado pelo Fluxo de Caixa serve para

orientar os administradores a tomarem decisões necessárias tanto no que se

refere aos investimentos e financiamentos.

Então, o presente trabalho tem o objetivo de fazer uma apresentação

geral do que é o Fluxo de Caixa, as formas de elaboração e sua importância

dentro de uma organização.

No capítulo I, está sendo abordado o conceito, os objetivos, a importância

e a implantação do Fluxo de Caixa.

No capítulo II, o tema é mais aprofundado, onde encontrará a abordagem

sobre Fluxo de Caixa como uma Ferramenta essencial para o planejamento e

controle das operações, assim como o processo, o prazo e os tipos de Fluxo

de Caixa e também os fatores que o afetam.

9No último capítulo, é demonstrado o Fluxo de Caixa como uma gestão

financeira no geral, onde é mostrado a Análise financeira, a demonstração do

Fluxo de Caixa, os métodos para elaboração, suas vantagens e desvantagens.

10

CAPÍTULO I

FLUXO DE CAIXA – INTRODUÇÃO

1.1 Conceito O Fluxo de Caixa consiste num demonstrativo da situação financeira de

uma organização, levando em consideração as fontes de recursos e as

aplicações na atividade produtiva e nos investimentos. Este demonstrativo teve

sua origem no Financial Accouting Standard Board, em 1987, para atender as

necessidades americanas, quanto aos anseios dos investidores, em geral e

das empresas que buscavam captar recursos nesse mercado.

Da forma mais simples, pode-se definir Fluxo de Caixa como sendo o

montante de entradas e saídas de recursos financeiros na empresa em um

determinado período.

“Fluxo de Caixa é o instrumento que permite ao administrador financeiro:

planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua

empresa para um determinado período”, segundo Zdanowicz (1992).

Segundo Gitman (1997):

“o Fluxo de Caixa é espinha dorsal da empresa. Sem ele

não se saberá quando haverá recursos suficientes para

sustentar as operações ou quando haverá necessidade

de financiamentos bancários. Empresas que necessitem

continuamente de empréstimos de última hora poderão se

deparar com dificuldades de encontrar bancos que as

financie”.

11

Seguindo a linha de raciocínio dos autores Assaf e Silva (1998), “Fluxo de

Caixa descreve as diversas movimentações financeiras da empresa em

determinado período de tempo, e sua administração tem por objetivo preservar

uma liquidez imediata essencial à manutenção das atividades das empresas”.

O ciclo de caixa “é o período em que os recursos da empresa foram

utilizados para o pagamento dos bens e/ou matérias-primas até o recebimento

pela venda do produto acabado resultante”, segundo Lemes, Rigo e Cherobim

(2002).

Assim, o ciclo de caixa depende das políticas que são adotadas pela

empresa e estas devem ser estabelecidas conforme a necessidade e de

acordo com as demais políticas internas.

De acordo com Lemes, Rigo e Cherobim (2002), existem formas para

melhorar o ciclo de caixa da empresa, como relacionado abaixo:

a) Redução do tempo de compensação da cobrança: nesse caso é

necessário que o administrador procure minimizar o tempo que ocorre

entre o pagamento feito pelo cliente e a efetiva disponibilização do

mesmo ao caixa da empresa;

b) Ampliação do tempo de pagamento: essa técnica tem como objetivo o

aumento do prazo para pagamento o máximo possível, para que se

ajuste com as entradas de caixa de forma a não obrigar o

administrador a buscar recursos fora da empresa a custos mais altos;

c) Redução dos prazos de processamento administrativo: visa acelerar o

processo da entrada de cheques na tesouraria e a posterior utilização

dos mesmos, através de depósitos bancários;

12

d) A aceleração da cobrança de valores a receber: possui como objetivo

principal acelerar o recebimento dos clientes, mediante descontos

pelo pagamento no prazo ou antecipadamente;

e) Uso de meios eletrônicos: com a modernização do sistema bancário,

hoje as agências são mais eficientes facilitando o trabalho dentro das

empresas através da comunicação e agilização do processo de

recebimento;

f) As melhores formas de cobranças: existem várias formas de

cobrança que podem ser estudadas e adaptadas para melhorar a

eficácia do processo de recebimento e de cobrança dos valores a

receber;

g) Ajustamento conveniente dos vencimentos: as despesas que são

provisionadas devem ser ajustadas de acordo com o período em que

o fluxo de caixa é favorável, através de negociações para definição

das datas de pagamento.

1.2 Objetivos do Fluxo de Caixa

As informações sobre os fluxos de caixa de uma empresa são úteis para

proporcionar aos usuários das demonstrações financeiras uma base para

avaliar a capacidade da empresa em gerar caixa e valores equivalentes ao

caixa e às necessidades da empresa para utilizar esses fluxos.

A demonstração de fluxo de caixa propicia aos analistas financeiros uma

fonte segura para melhor elaborar seus planejamentos financeiros, como

13também serve a outros usuários a forma com que a empresa gerou o caixa, ou

até mesmo como utilizou os recursos e valores equivalentes ao caixa.

Então, o objetivo principal do Fluxo de Caixa é dar uma visão das

atividades desenvolvidas bem como operações financeiras que são realizadas,

no grupo do ativo circulante, dentro das disponibilidades e que representem o

grau de liquidez da empresa. É importante também para projeção das entradas

e saídas de recursos financeiros para determinado período, tornando possível

analisar a necessidade de captar empréstimos ou aplicar excedentes de caixa

nas operações mais rentáveis para a empresa.

Segue abaixo, os mais importantes objetivos do Fluxo de Caixa, segundo

Zdanowicz (1998):

a) Linha de crédito: facilita a análise e o cálculo na seleção das linhas de

crédito;

b) Nível de caixa: fixa o nível de caixa, em termos de capital de giro;

c) Excedentes de caixa: verifica a possibilidade de aplicar possíveis

excedentes de caixa;

d) Empréstimos e financiamentos: permite estudar um programa

saudável de empréstimos e financiamentos;

e) Resgates de débitos: projeta um plano efetivo de resgate de débitos;

f) Programação: permite programar os ingressos e egressos de caixa;

g) Planejamento: planeja os egressos de acordo com as

disponibilidades de caixa;

14

h) Recursos: determina quanto de recursos próprios a empresa dispõe

em dado período e analisa a conveniência do comprometimento

desses recursos;

i) Intercâmbio entre departamentos: proporciona o intercâmbio entre

diversos departamentos da empresa com a área financeira.

Como o administrador tem a função de assegurar o controle financeiro da

empresa, então, ele terá que analisar e tirar conclusões de como a empresa

deverá se comportar no período, mediante as informações dadas a ele.

Para que tudo isso ocorra da melhor maneira possível e com exatidão

das conclusões, é de suma importância a participação de todos os setores da

empresa, fornecendo informações corretas e objetivas ao gestor financeiro.

Segundo Matarazzo (1998), “muitas empresas vão a falência por não

saberem administrar seu fluxo de caixa”. Segue abaixo as principais finalidades

da demonstração do Fluxo de Caixa para Matarazzo:

a) Avaliar alternativas de investimentos;

b) Avaliar e controlar ao longo do tempo as decisões importantes que

são tomadas na empresa, com reflexos monetários;

c) Certificar que os excessos momentâneos de caixa estão sendo

devidamente aplicados.

15

1.3 Importância do Fluxo de Caixa

A importância do fluxo de caixa vai além do simples demonstrativo de

entrada e saída de recursos num dado período.

O fluxo de caixa quando bem gerenciado contribui para salvaguardar a

imagem da empresa, do empresário e a sobrevivência do negócio.

O fluxo de caixa é um instrumento imprescindível à segurança e a

imagem da empresa, porque possibilita o conhecimento da real capacidade da

empresa cumprir seus compromissos no período coberto pelo fluxo de caixa.

Quando, por circunstância imprevistas e independentes da vontade do

empresário ou do profissional encarregado das finanças, ocorrer uma falta de

recursos, dará tempo para negociar com os credores, de forma franca e

objetiva, de maneira a causar-lhe o menor transtorno possível. Avisado a

tempo o credor poderá reorganizar seu caixa e manter a credibilidade da

empresa, fator essencial para a obtenção de créditos futuros.

A administração do caixa não se faz quando a conta chega, mas na sua

origem: o quê e o porquê se gasta e o porquê se precisa adquirir este e não

aquele material, por que agora e não depois, quando o caixa comportar pagar

sem sobressaltos os compromissos. Todas as ações e todos os desembolsos

devem estar alinhados com a sobrevivência da empresa, com sua segurança e

com seu desenvolvimento.

Viabiliza a avaliação da capacidade de financiamento do seu capital de

giro ou se depende de recursos externos, permitindo conhecer a capacidade

de expansão com recursos próprios, gerados a partir de suas próprias

operações a aferir o potencial efetivo das organizações para implementar

decisões de investimento, financiamento, distribuição de lucros e / ou

pagamento de dividendos.

16

O Fluxo de Caixa também gera indicadores do momento ideal para a

realização de empréstimos ou captações de recursos externos, tanto para a

cobertura de eventuais situações déficits, como para implementar decisões

que dependem de aportes adicionais, além de orientar as aplicações dos

excedentes de caixa (superávits) no mercado financeiro, possibilitando maiores

ganhos para a organização e melhor compatibilização dos prazos.

1.4 Implantação do Fluxo de Caixa

A implantação do Fluxo de Caixa está ligada na apropriação dos valores

fornecidos e coletados pelos diversos setores da empresa.

Antes desta implantação é necessário seguir alguns requisitos,

relacionados abaixo:

a) Apoio de cúpula diretiva da empresa;

b) Organização da estrutura funcional da empresa com definição clara

dos níveis de responsabilidades de cada área;

c) Integração dos diversos setores e/ou departamento da empresa ao

sistema do fluxo de caixa;

d) Definição do sistema de informações quanto à qualidade e aos

funcionários a serem utilizados, calendário de entrega dos dados

(periodicidade) e os responsáveis pela elaboração das diversas

projeções;

17e) Treinamento do pessoal envolvido para implantar o fluxo de caixa na

empresa;

f) Criação de um manual de operações financeiras;

g) Comprometimento dos responsáveis pelas diversas áreas, no sentido

de alcançar os objetivos e as metas propostas no fluxo de caixa;

h) Utilização do fluxo de caixa para avaliar com antecedência os efeitos

da tomada de decisões que tenham impacto financeiro na empresa;

18

CAPÍTULO II

FLUXO DE CAIXA – FERRAMENTA ESSENCIAL

2.1 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Planejamento

O planejamento é fundamental em todos os segmentos empresariais, não

importando a área de atuação ou setor da empresa, logo, quando se planeja

um fluxo de caixa não será diferente.

Segundo Zdanowicz (1992), “os erros e os problemas decorrentes da

utilização do planejamento são provavelmente maiores que os resultantes das

estimativas realizadas previamente pela empresa em seu plano geral de

operações”.

A função Planejar é uma das tarefas mais importantes do administrador

financeiro, caso não seja realizado um planejamento prévio das atividades, o

gestor financeiro corre um alto risco de ser pego de surpresa, colocando assim

a empresa em sérias dificuldades e até mesmo levando-a à falência. A

empresa não pode ser vista como uma aventura, colocando-a aos

acontecimentos futuros incertos, sem um mínimo de planejamento e de

controle financeiro.

O papel do administrador financeiro é verificar e analisar se o que foi

planejado está sendo executado, pois se o que foi planejado não estiver de

acordo, caberá ao mesmo rever as metas e os objetivos traçados, a fim de que

a empresa analise as mudanças que possa vir a acontecer.

19

2.2 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Controle de Operações

A projeção do fluxo de caixa é influenciada pelas operações financeiras,

que são classificadas de várias formas, onde se pode analisá-las da seguinte

forma:

a) Operações bancárias comuns: descontos de duplicatas, cobranças de

títulos e adiantamento de duplicatas;

b) Operações bancárias especiais: financiamentos das vendas a prazo,

empréstimos com penhor mercantil;

c) Operações de financiamento: captação de recursos ao longo prazo,

que são realizadas em instituições financeiras de fomento e no

mercado de capitais.

Essas operações resultam das entradas de capital e constituem-se em

débitos da empresa, são registrados como empréstimos ou financiamentos

passivos. Nas empresas em que há saídas de capital e formação de créditos,

registram-se como operações ativas.

O gestor financeiro será auxiliado pelo fluxo de caixa para controlar todas

as operações financeiras que existem na empresa, como exemplo, poderá

observar se o volume de compras está compatível com o volume de vendas.

E ainda é possível, ver os períodos em que existe a oscilação da vendas,

analisando as causas e buscando alternativas capazes de fazer com que o

reflexo disto seja o menos possível para a empresa.

20O fechamento prematuro das empresas no país tem sido um motivo

preocupante para a sociedade, segundo um estudo do Serviço Brasileiro de

Apoio às Micro e Pequenas empresas (SEBRAE).

O relatório do referido estudo é resultado do contrato celebrado entre o

SEBRAE e a Fundação Universitária de Brasília (FUBRA), com o objetivo de

realizar uma pesquisa amostral nas 26 unidades da federação e do Distrito

Federal, com o objetivo de identificar as taxas de mortalidade das empresas de

pequeno porte no Brasil e os principais fatores condicionantes da mortalidade.

A pesquisa de campo realizada no inicio de 2004, apurou nos anos de

2000, 2001 e 2002 o fechamento de empresas constituídas e registradas com

base em dados cadastrais das Juntas Comerciais Estaduais nas cinco regiões

brasileiras.

O estudo do SEBRAE aponta as principais causas e fatores

condicionantes ao fechamento das empresas, sobretudo nos primeiros anos de

vida:

Tabela 2.1

Causas das dificuldades e razões para o fechamento das empresas

CATEGORIAS RANKING DIFICULDADES / RAZÕES

PERCENTUAL DE

EMPRESÁRIOS QUE

RESPONDERAM

FALHAS GERENCIAIS

1º Falta de capital de giro 42%

3º Problemas financeiros 21%

8º Ponto / local inadequado 8%

9º Falta de conhecimentos gerenciais 7%

CAUSAS 2º Falta de clientes 25%

21ECONÔMICAS CONJUNTURAIS 4º Maus pagadores 16%

6º Recessão econômica no país 14%

LOGÍSTICA OPERACIONAL

12º Instalações inadequadas 3%

11º Falta de mão-de-obra qualificada 5%

POLÍTICAS PÚBLICAS E ARCABOUÇO

LEGAL

5º Falta de crédito bancário 14%

10º Problemas com a fiscalização 6%

13º Carga tributária elevada 1%

7º Outra razão 14%

Fonte: SEBRAE (2004).

Ao analisar os dados da tabela, ressalta-se o quanto é importante uma

boa gestão do fluxo de caixa. Como afirma a pesquisa, o principal motivo da

mortalidade da empresa, segundo os proprietários/administradores, concentra-

se na falta de capital de giro, indicando desequilíbrios entre entradas e saídas

de recursos da empresa. Verifica-se também, que as doze causas que

motivaram a falência das empresas, 4 fatores em ordem de incidência se

relacionam à gestão financeira: 1º: falta de capital de giro, 3º: problemas

financeiros, 4º: maus pagadores e 5º: falta de crédito bancário.

Mediante a este quadro, pode-se defender que todas as operações,

sejam elas de uma empresa ou de uma pessoa física, devem possuir um

controle de fluxo de caixa que permita não só a continuidade da empresa como

também um fator positivo que venha contribuir às competitividade da empresa.

2.3 Processo de Planejamento do Fluxo de Caixa

O processo de planejamento do Fluxo de Caixa da empresa consiste em

implantar uma estrutura de informações útil, prática e econômica. A proposta é

22dispor de um mecanismo seguro para estimar os futuros ingressos e

desembolsos de caixa da empresa.

O fluxo de caixa é um dos instrumentos mais eficientes de planejamento

e controle financeiro, o qual poderá ser elaborado de diferentes maneiras,

conforme as necessidade ou conveniências da empresa, a fim de permitir que

se visualize os futuros ingressos de recursos e os respectivos desembolsos.

2.4 Prazo de Planejamento do Fluxo de Caixa

O período abrangido pelo planejamento do fluxo de caixa depende do

tamanho e ramo de atividade da empresa. Em geral, quando as atividades

estão sujeitas a grandes oscilações, a tendência é para estimativas com

prazos curtos (diário, semanal, mensal), enquanto as empresas que

apresentam volume de vendas estável, preferem projetar o fluxo de caixa para

períodos longos (trimestral, semestral ou anual). A finalidade do planejamento

também influi no período abrangido pelo mesmo.

Segundo Zdanowicz (2002), “É importante a empresa trabalhar com um

planejamento mínimo para três meses. O fluxo de caixa mensal deverá,

posteriormente, transformar-se em semanal e este em diário. O modelo diário

fornecerá a posição dos recursos em função dos ingressos e desembolsos de

caixa, constituindo-se em poderoso instrumento de planejamento e controle

financeiros”.

2.5 Tipos de Fluxo de Caixa: Realizado e Projetado O Fluxo de Caixa pode ser de dois tipos: Realizado, que representa o

desempenho passado e o Projetado, que procura antever as situações

relacionadas ao caixa da empresa.

23

O Fluxo de Caixa Realizado coloca-se como instrumento complementar

às demais demonstrações contábeis, especialmente ao Balanço Patrimonial e

a Demonstração de Resultado do Exercício. Procura esclarecer e historiar as

atividades operacionais de investimento e de financiamento. Estabelece o

rastreamento da atividade passada com vistas a elucidar pontos críticos no

desempenho financeiro das organizações, fornecendo subsídio para a tomada

de decisões, correção de rumos e incrementos de resultados. Sua análise

permite avaliar a forma como o recurso de cada fonte vem sendo aplicado e

proporciona uma visão acerca do crescimento da organização. Também,

aliado a outros indicadores, serve como base para a construção do Fluxo de

Caixa Projetado.

Segundo Rosa e Silva (2003):

“a finalidade do fluxo de caixa realizado é mostrar como

se comportaram as entradas e saídas de recursos

financeiros da empresa. O estudo cuidadoso do fluxo de

caixa realizado, além de propiciar análise de tendência,

serve de base para o planejamento do fluxo projetado.

Outro aspecto que deve ser considerado é a

comparabilidade que existe entre os fluxos de caixa

realizado e o projetado. Isto possibilita identificar os

motivos das variações ocorridas, se ocorreram por falha

de projeção ou por falha de gestão”.

O Fluxo de Caixa Projetado ou Orçamento de Caixa antecipa situações

futuras de caixa, antevendo pontos críticos que poderão ser antecipadamente

tratados ou situações de excesso de caixa que podem ensejar decisões de

redirecionamento de recursos.

24Pode ser expresso de forma genérica pela seguinte equação: SFC = SIC

+ I – D, onde SFC é o saldo final de caixa, SIC é o saldo inicial de caixa, I é o

ingresso e D é o desembolso.

Construídos a partir de critérios previamente definidos, aliados a

informações disponíveis nas organizações e com auxílio de modelos

matemáticos e estatísticos, essas previsões não estão isentas dos efeitos da

subjetividade, sendo, portanto de extrema importância a observação do

princípio da prudência por ocasião de sua elaboração.

Mesmo entre os Fluxos de Caixa pode-se observar que, enquanto o Fluxo

Realizado limita-se a explicar o passado, o Fluxo de Caixa Projetado lança-se

a frente procurando estabelecer o futuro. A importância de um e de outro é

relativa e poderá ser maior ou menor dependendo do momento e da utilização

que se deseje dar. Se a ante visão do futuro possibilita agilidade na adaptação

a situações novas, o conhecimento do passado e a sua comparação ao

planejado se constitui em elemento aferido dos critérios utilizados para as

projeções.

É a partir de um Fluxo de Caixa Projetado que a empresa possui uma

ferramenta importante aos administradores para a tomada de decisões, pois

após o levantamento de dados extraídos de cada departamento da empresa,

os mesmos são tabelados para formar o fluxo projetado. Com base em

períodos anteriores é possível projetar as receitas e as despesas que irão

acontecer no período projetado.

2.6 Fatores que Afetam o Fluxo de Caixa: Interno e Externo

Fatores internos e externos afetam o Fluxo de Caixa de uma empresa. O

administrador financeiro tem que estar atento, acompanhando a evolução

25observada no fluxo de caixa, para tomar medidas corretivas em tempo hábil,

de forma a minimizar o impacto nas contas da organização.

Segue abaixo a definição de Fatores internos e externos, de acordo com

Guerreiro (1996):

“Fatores internos: expansão descontrolada das vendas,

aumentando o volume de compras e os custos

operacionais; aumento no prazo de vendas, como forma

de aumentar o grau de competitividade ou aumentar a

participação no mercado; compras em volumes

incomparáveis com as projeções de vendas; ciclos de

produção longos e incompatíveis com o prazo médio

concedido pelos fornecedores; giros de estoque lento,

significando o aumento de produtos obsoletos ou de difícil

venda, imobilizando recursos da empresa no estoque,

aumento do nível de inadimplência”.

“Fatores externos: diminuição das vendas, causadas pó

retração do mercado; aumento da concorrência, devido a

entrada de novos concorrentes no mercado; aumento nas

alíquotas de impostos, aumento geral do nível de

inadimplência, causado por fatores como o aumento da

taxa de juros”.

26

CAPÍTULO III

FLUXO DE CAIXA – GESTÃO FINANCEIRA

3.1 Análise Financeira: Vertical e Horizontal

3.1.1 Análise Vertical

É uma ferramenta de interpretação da estrutura de fluxo de caixa, é

através dela que se torna possível identificar itens no fluxo de caixa cuja

participação é bastante representativa, tornando-se, alvo de uma análise mais

profunda.

A tendência dessa participação deve ser observada ao longo de dois

períodos ou mais.

A base que deve ser considerada para a análise vertical do fluxo de caixa

é o caixa líquido das atividades operacionais, pois é representado pelo

montante que a empresa gerou de caixa internamente, tornando-se o ponto de

referência para o cálculo dos percentuais de participação dos demais itens do

fluxo de caixa.

A definição para o autor Matarazzo (1994) é a seguinte: “Análise vertical

baseia-se em valores percentuais das demonstrações financeiras. Para isso

calcula-se o percentual de cada conta em relação a um valor base”.

Conclui-se que análise vertical compara as diversas contas de uma

demonstração financeira com uma respectiva conta.

27A fórmula para a análise vertical do fluxo de caixa é:

Análise Vertical = Valor do item x 100

Valor do caixa líquido das

Atividades operacionais

3.1.2 Análise Horizontal

É a ferramenta que fornece a medida de crescimento dos itens do fluxo

de caixa, permitindo assim, que se tenha conhecimento da evolução de cada

item do fluxo de caixa no decorrer do tempo.

Esta análise deve ficar atenta às variações percentuais elevadas, mas

que seu valor absoluto não seja representativo, ou o contrário quando uma

variação percentual reduzida pode ter embutido um valor absoluto

considerável, daí a importância da análise, conjugada com a análise vertical

para uma real compreensão da situação analisada.

Segundo a definição do autor Braga (1999):

“A análise horizontal é determinada pela tendência dos

valores absolutos ou relativos das diversas grandezas

monetárias, apurando-se o percentual de crescimento ou

declínio de valores de uma mesma conta ou grupo de

contas, entre duas datas ou períodos considerados”.

28A fórmula para a análise horizontal do fluxo de caixa é:

Análise Horizontal = Valor do item em um período específico da série

Valor do item no ano base

3.2 Fluxo de Caixa como Ferramenta para Tomada de Decisões

O caixa é o coração da empresa, por ele passam todos os procedimentos

de cunho operacional: recebimento de vendas, aplicações e outros

pagamentos de compromissos, investimentos, imobilizações e outros.

O fluxo de caixa apresenta-se como uma ferramenta de aferição e

interpretação das variações dos saldos do Disponível da empresa. É o produto

final da integração do Contas a receber com o Contas a pagar, de tal forma

que, quando se comparam as contas recebidas com as contas pagas, tem-se o

fluxo de caixa realizado e quando se comparam as contas a receber com as

contas a pagar, tem-se o fluxo de caixa projetado.

O fluxo de caixa é um retrato fiel da composição financeira da empresa, é

imediato e pode ser atualizado diariamente, proporcionado ao gestor uma

radiografia permanente das entradas e saídas de recursos financeiros da

empresa. Todavia, pode-se afirmar que o fluxo de caixa é um instrumento de

controle e análise financeira que juntamente com as demais demonstrações

contábeis, torna-se efetivamente um instrumento de apoio à tomada de

decisões de caráter financeiro.

29

3.3 Demonstração do Fluxo de Caixa: Operacionais, Investimentos e Financiamentos

3.3.1 Atividades de Operações

O montante dos fluxos de caixa decorrente das atividades operacionais é

o indicador-chave da extensão em que as operações da empresa têm gerado

suficientes fluxos de caixa para amortizar empréstimos, manter a capacidade

operacional da empresa, pagar dividendos e fazer novos investimentos sem

recorrer a fontes externas de financiamento. As informações sobre os

componentes específicos dos fluxos de caixa operacionais históricos são úteis,

com outras informações, na projeção de futuros fluxos de caixa operacionais.

Os fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais são

basicamente derivados das principais atividades geradoras de receita da

empresa. Portanto, eles podem resultar das transações e outros eventos que

entram na apuração do lucro líquido ou prejuízo. Exemplos de fluxos de caixa

que decorrem das atividades operacionais:

a) Recebimentos em dinheiro pela venda de mercadorias e a prestação

de serviços;

b) Recebimentos em dinheiro decorrentes de royalties, honorários,

comissões e outras receitas;

c) Pagamentos em dinheiro a fornecedores por mercadorias e serviços;

d) Pagamentos em dinheiro a empregados ou por conta de empregados;

e) Recebimentos e pagamentos em dinheiro de uma seguradora por

prêmios e sinistros, anuidades e outros benefícios da apólice;

30f) Pagamentos em dinheiro ou restituição de impostos a menos que

possam ser especificamente identificados com as atividades

financeiras ou de investimento;

g) Recebimentos e pagamentos em dinheiro com referência a contratos

de intermediação (dealing) ou para transações próprias de venda

(trading).

Algumas transações, como a venda de um ativo da fábrica, podem

resultar em lucro ou prejuízo, que é incluído na determinação do lucro líquido

ou prejuízo. Entretanto, os fluxos de caixa relativos a tais transações são fluxos

de caixa provenientes de atividades de investimento.

Uma empresa pode ter títulos de renda e empréstimos para fins de

intermediação ou negociação própria, em cujo caso eles são semelhantes a

estoques adquiridos especificamente para revenda. Portanto, os fluxos de

caixa decorrentes da compra e venda de valores como intermediação ou

transação própria são classificados como atividades operacionais. Da mesma

forma, os adiantamentos de caixa e empréstimos feitos por instituições

financeiras são usualmente classificados como atividades operacionais, uma

vez que se referem à principal atividade geradora de receita daquela empresa.

3.3.2 Atividades de Investimentos

A divulgação em separado dos fluxos de caixa decorrentes das atividades

de investimento é importante, porque tais fluxos de caixa representam a

extensão em que dispêndios foram feitos com recursos destinados a gerar

futura receita e fluxos de caixa. Exemplos de fluxos de caixa decorrentes de

atividades de investimento:

31a) Desembolsos para aquisição de ativo imobilizado, intangíveis e outros

ativos a longo prazo. Esses desembolsos incluem os referentes a

custos de desenvolvimento capitalizados e ativos imobilizados de

construção própria;

b) Recebimentos resultantes da venda de ativo imobilizado, intangíveis e

outros ativos a longo prazo;

c) Desembolsos para aquisição de ações ou instrumentos de dívida de

outras empresas e interesses em Joint Ventures (exceto

desembolsos referentes a títulos considerados como equivalentes à

caixa ou mantidos para intermediação ou transação própria);

d) Recebimentos provenientes da venda de ações ou instrumentos de

dívida de outras empresas e interesses em Joint Ventures (exceto

recebimentos referentes a títulos considerados como equivalentes à

caixa e os mantidos para intermediação ou transação própria);

e) Adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto

adiantamentos e empréstimos feitos por uma instituição financeira);

f) Recebimentos por liquidação de adiantamentos ou amortização de

empréstimos feitos a terceiros (exceto adiantamentos e empréstimos

de uma instituição financeira);

g) Desembolsos por contratos de futuros, contratos a termo, contratos

de opção e Swaps, exceto quando os contratos destinam-se à

32intermediação, ou transação própria, ou os pagamentos são

classificados como atividades financeiras;

h) Recebimentos por contratos de futuros, contratos a termo, contratos

de opção e swaps, exceto quando os contratos são mantidos para

intermediação ou transação própria, ou os recebimentos são

classificados como atividades financeiras.

Quando um contrato é contabilizado como proteção (Hedge) de uma

posição identificável, os fluxos de caixa do contrato são classificados do

mesmo modo como os fluxos de caixa da posição que é protegida.

3.3.3 Atividades de Financiamentos

A divulgação separada dos fluxos de caixa decorrentes das atividades

financeiras é importante, porque é útil para predizer as exigências impostas a

futuros fluxos de caixa pelos fornecedores de capital à empresa.

Exemplos de fluxos de caixa derivados de atividades financeiras:

a) Numerário recebido proveniente da emissão de ações ou outros

instrumentos de capital;

b) Pagamentos a investidores para adquirir ou resgatar ações da

empresa;

33c) Numerário recebido proveniente da emissão de debêntures,

empréstimos, títulos e valores, hipotecas e outras modalidades de

captação de empréstimos a curto e longo prazo;

d) Amortização de empréstimos a pagar;

e) Pagamentos por um arrendatário (Lessee) pela redução do passivo

pendente relativo a um arrendamento (Lease) financeiro.

Uma empresa poderá usar o formato direto e indireto via demonstração

de fluxo de caixa.

O formato direto está embasado no regime de caixa, ou seja, tanto para

os recebimentos quanto para os pagamentos.

No formato indireto, é realizada uma reconciliação do rendimento líquido

para o caixa líquido, e as mudanças, aumento ou diminuição são medidos nas

contas de capital de giro como contas a receber, estoques etc., que serão

ajustados para rendimentos líquidos e mensuração de caixa.

Para que essa demonstração seja eficazmente utilizada, precisamos ter

alguns cuidados no momento de sua análise. - A empresa está ganhando seu

fluxo de caixa basicamente das atividades operacionais? - Ou a empresa está

com o fluxo de caixa negativo e está resolvendo essa situação com fluxos de

caixa de financiamento (empréstimos etc), além de se tornar um maior risco de

crédito? - O fluxo de caixa mostra atividades de investimento financiadas por

operações de fluxo de caixa, ou são atividades de financiamento que são

utilizadas para fundear os investimentos? - Que tipos de fontes são usadas

34para pagar dividendos em caixa? Lucros operacionais? Depreciação?

Empréstimos? Vendas de ativos?

Saber que se cumprem os seguintes objetivos:

a) As necessidades de caixa do capital de giro da empresa;

b) Ser capaz de servir, com caixa, às suas obrigações para impostos,

contas a pagar, leasing, principal e juros de débitos e outras

obrigações;

c) Pagar novos investimentos de capital fixo e substituição de

equipamentos;

d) Cumprir suas necessidades de caixa para amortizar suas ações

próprias, quando necessário pelo prazo dessas ações e condições;

e) Então gerar fundos para pagar dividendos em caixa para

proprietários. Ao cumprirmos tais objetivos, teremos condições de

responder às seguintes questões:

• Que quantia de caixa foi gerada e usada pelas operações?

• Qual foi a fonte de caixa investido em novos ativos

permanentes?

• Como foi levantado o caixa?

• Por que, a despeito de uma entrada líquida saudável, o saldo

de caixa foi menor que o do último período?

• Como a empresa pode pagar dividendos?

35Os fluxos de caixa são provenientes de atividades operacionais do dia-a-

dia, pois elas incluem atividades que não estão nas categorias de investimento

e financeira.

É importante a participação da gestão financeira na questão estratégica

da empresa, pois não deve apenas se limitar às situações de aplicação

financeira, mas também deve influir na adequação de prazos e níveis de

estoques, que, outrora, ficaram atrelados à gestão mercadológica.

3.4 Métodos para Elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa: Direto e Indireto

3.4.1 Método Direto: Vantagens e Desvantagens

O Método Direito consiste em classificar os recebimentos e pagamentos

de uma empresa utilizando as partidas dobradas. A vantagem deste método é

que permite gerar as informações com base em critérios técnicos, eliminando,

assim, qualquer interferência da legislação fiscal. É aquele em que as

informações para composição de fluxo de caixa obtidas diretamente dos

registros das operações da empresa.

“A demonstração do Fluxo de Caixa pelo Método Direto facilita o

entendimento do usuário, pois nela pode-se visualizar integralmente a

movimentação dos recursos financeiros decorrentes das atividades

operacionais da empresa”, assim é definida pelo Campos Filho (1999). A

evidenciação dos valores que movimentam o caixa é de uma importância para

uma análise mais profunda do fluxo financeiro da empresa.

36Este método é mais informativo, pela clareza com que revela as

informações do caixa.

3.4.1.1 Vantagens

a) Cria condições favoráveis para que a classificação dos recebimentos

e pagamentos siga critérios técnicos e não fiscais;

b) Permite que a cultura de administrador pelo caixa seja introduzida

mais rapidamente nas empresas;

c) As informações de caixa podem estar disponíveis diariamente.

3.4.1.2 Desvantagens

a) O custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos;

b) A falta de experiência dos profissionais das áreas contábil e

financeira em usar as partidas para classificar os recebimentos e

pagamentos.

3.4.2 Método Indireto: Vantagens e Desvantagens

É o método em que as empresas ao decidirem não mostrar os

recebimentos e pagamentos operacionais deverão relatar a mesma

importância de fluxo de caixa líquido das atividades operacionais

indiretamente, ajustando o lucro líquido para reconciliá-lo ao fluxo de caixa das

atividades operacionais eliminando os efeitos:

37

a) De todos os deferimentos e pagamentos operacionais passados e de

todas as provisões de recebimentos e pagamentos operacionais

futuros;

b) De todos os itens que são incluídos no lucro líquido que não afetam

recebimentos e pagamentos operacionais.

Se observarmos o Demonstrativo de Fluxo de Caixa pelo Método Indireto

é semelhante a DOAR, e como o objetivo do fluxo de caixa é facilitar o

entendimento dos usuários comparativamente à DOAR muitos preferem não

adotá-lo. Este método se torna deficiente no sentido de não permitir ao usuário

uma perfeita compreensão do fluxo de caixa.

3.4.2.1 Vantagens

a) Apresenta baixo custo, basta utilizar dois balanços patrimoniais (o do

início e do final do período), a demonstração de resultados e algumas

informações adicionais obtidas na contabilidade;

b) Concilia o lucro contábil com o fluxo de caixa operacional líquido

mostrando como se compõe a diferença.

3.4.2.2 Desvantagens

a) O tempo necessário para gerar as informações pelo regime de

competência e só depois convertê-las para o regime de caixa. Se

isso for feito uma vez por ano, por exemplo, podemos ter surpresas

desagradáveis e tardiamente;

38

b) Se há interferência da legislação fiscal na contabilidade oficial, e

geralmente há, o método indireto irá eliminar somente parte dessas

distorções.

39

CONCLUSÃO

Este trabalho teve como objetivo apresentar o que é um Fluxo de Caixa, a

sua importância, como implantar, como ele serve como ferramenta para o

planejamento e controle das operações, como é a análise vertical e horizontal

entre outras orientações, que ao ser seguido fielmente, o administrador

financeiro conseguirá atingir o objetivo principal da empresa que é o lucro.

A finalidade do Fluxo de Caixa é maximizar a aplicação dos recursos

próprios e de terceiros dentro da empresa, direcionando estes recursos para

as atividades mais rentáveis, com vista a produzir os melhores resultados para

a organização e para que tudo isso aconteça de forma perfeita, é de suma

importância a participação de todos os setores da empresa, fornecendo

informações corretas e objetivas ao gestor financeiro.

É muito importante também ressaltar que os administradores devem estar

sempre atentos aos mecanismos que utilizam em seu planejamento e

acompanhamento das empresas. A visão da organização e do ambiente em

que a empresa atua deve servir como parâmetro para o cálculo e ajustes nos

instrumentos utilizados. E não pode esquecer que o Fluxo de Caixa oferece um

acompanhamento das diversas situações do dia-dia ou de períodos em

períodos, tanto para as grandes e pequenas empresas.

40

BIBLIOGRAFIA ASSAF, Alexandre Neto; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Administração do

capital de giro. 2º Ed. São Paulo: Atlas, 1998.

BRAGA, Hugo Rocha. Demonstrações contábeis. 4ª ed. São Paulo: Atlas,

1999.

CAMPOS FILHO, Ademar. Demonstração dos Fluxos de Caixa: Uma

ferramenta indispensável para administrar sua empresa. São Paulo: Atlas.

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GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de administração financeira. 7ª ed.

São Paulo: Harbra, 1997.

GUERREIRO, Barbiere. Lucro Inflacionário e Fluxo de Caixa. Caderno de

Estudo. São Paulo: Fip e Cafi, v. 8 Jan/jun, 1996.

LEMES, Antônio Barbosa. RIGO, Cláudio Miessa. CHEROBIM, Ana Paula

Mussi Szabo. Administração Financeira: Princípios, fundamentos e

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Monografia. 6. ed. Rio de Janeiro, 2005.

MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços. São Paulo: Atlas,

1994.

MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços: Abordagem

básica e gerencial. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 1998.

41

ROSA, Paulo Moreira da e SILVA, Almir Teles da. Fluxo de Caixa:

Instrumento de Planejamento e Controle Financeiro e Base de Apoio ao

Processo Decisório. Trabalho no XVI Congresso Brasileiro de Contabilidade.

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ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de caixa: uma decisão de planejamento

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ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de Caixa – Uma Decisão de

Planejamento e Controle Financeiros. 5ª ed. Porto Alegre: Sagra. 1998.

ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de Caixa – Uma Decisão de

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http://www.forplas.com/noticias.php?id_noticia=27 – Data da visita: 02/08/09.

http://www.aislaweb.it/tomcat/contenuti/ContenutoC1%5C08%20PME_COND_

MORTALITA_SP.pdf – Data da visita: 02/08/09.

42

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I 10

FLUXO DE CAIXA – INTRODUÇÃO 10

1.1 Conceito 10

1.2 Objetivos do Fluxo de Caixa 12

1.3 Importância do Fluxo de Caixa 15

1.4 Implantação do Fluxo de Caixa 16

CAPÍTULO II 18

FLUXO DE CAIXA – FERRAMENTA ESSENCIAL 18

2.1 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Planejamento 18

2.2 Fluxo se Caixa como Ferramenta de Controle de Operações 19

2.3 Processo de Planejamento do Fluxo de Caixa 21

2.4 Prazo de Planejamento do Fluxo de Caixa 22

2.5 Tipos de Fluxo de Caixa: Realizado e Projetado 22

2.6 Fatores que Afetam o Fluxo de Caixa: Interno e Externo 24

CAPÍTULO III 26

FLUXO DE CAIXA – GESTÃO FINANCEIRA 26

3.1 Análise Financeira: Vertical E Horizontal 26

43 3.1.1 Analise Vertical 26

3.1.2 Analise Horizontal 27

3.2 Fluxo de Caixa como Ferramenta para Tomada de Decisões 28

3.3 Demonstração do Fluxo de Caixa: Operacional, Investimento e

Financiamento 29

3.3.1 Atividades de Operações 29

3.3.2 Atividades de Investimentos 30

3.3.3 Atividades de Financiamentos 32

3.4 Métodos para Elaboração do Fluxo de Caixa: Direto e Indireto 35

3.4.1 Método Direto: Vantagens e Desvantagens 35

3.4.1.1 Vantagens 36

3.4.1.2 Desvantagens 36

3.4.2 Método Indireto: Vantagens e Desvantagens 36

3.4.2.1 Vantagens 37

3.4.2.2 Desvantagens 37

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 40

ÍNDICE 42