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Uma Visão dos Estudantes sobre a Universidade Aberta Contributo para a melhoria da Universidade Aberta no curto prazo 19 de Junho 2006 1 /2

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Uma Visão dos Estudantessobre a Universidade Aberta

Contributo para a melhoriada Universidade Aberta no curto prazo

19 de Junho 2006

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Índice1. Introdução.............................................................................................. 3

2. Compromissos de fundo da UAb com os seus actuais estudantes. Saídas Profissionais......42.1. O curso de Gestão e a Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas.......................... 52.2. Saídas profissionais para Técnico e Técnico Superior de Serviço Social.................6

3. O apoio ao estudo..................................................................................... 83.1. Disciplinas Sem Docentes....................................................................... 93.2. Horário de Atendimento dos Docentes...................................................... 103.3. Materiais Didácticos .......................................................................... 12

3.3.1. Testes Formativos....................................................................... 123.3.2. Erratas aos Livros Adoptados e Cadernos de Apoio................................. 133.3.3. Produção de Materiais Próprios Pelo Docente da Disciplina e Comunicação....133.3.5. Venda e Consulta Domiciliária dos Materiais Didácticos........................... 14

3.3.5.1. Venda de materiais produzidos pela UAb...................................... 143.3.5.2. Empréstimo Domiciliário para os Estudantes de Licenciatura.............. 14

3.4. Tutorias nos Centros de Apoio e Sessões Presenciais................................. 14

4. A Avaliação dos Estudantes......................................................................... 154.1. Locais de Realização dos Exames............................................................ 16

4.1.1. Exames em Lisboa....................................................................... 164.1.2. Exames em Leiria........................................................................ 164.1.3. Exames nos Açores....................................................................... 16

4.2. A Inscrição nos Exames........................................................................ 174.2.1. Inscrição Obrigatória na Primeira Época (Época Normal).......................... 174.2.2. Prazos de Inscrição e Prazos de Anulação............................................ 174.2.3. Preçário dos Exames..................................................................... 184.2.4. Melhoria de Nota......................................................................... 18

4.3. Elaboração e Realização dos Exames....................................................... 194.3.1. Erros nos Exames......................................................................... 194.3.2. Fiscalização das Condições de Realização dos Exames............................. 19

4.4. Avaliação das Provas, Divulgação dos Resultados e Revisão............................. 204.4.1. Critérios de Correcção e Enunciados dos Exames................................... 20

4.4.1.1. Definição dos Critérios de Correcção........................................... 204.4.1.2. Disponibilização dos Critérios de Correcção e Enunciados.................. 20

4.4.2. Acompanhamento do Processo de Avaliação dos Exames.......................... 214.4.3. Acesso às pautas nacionais............................................................. 214.4.4. Reavaliação dos Exames Após Detecção de Erros................................... 21

5. Investimento no Ensino. Exposições ao Poder Central ......................................... 225.1. Apoio Social..................................................................................... 235.2. Estatuto do Trabalhador-Estudante......................................................... 23

6. Modernização, Imagem, Símbolos, Rituais e a Pertença a um Grupo........................ 246.1. Mudança Tecnológica, Mudança de Comunicação, Mudança de Métodos ............. 256.2. Processo de Bolonha........................................................................... 256.2. Imagem, Símbolos, Rituais e Pertença a um Grupo....................................... 26

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1. Introdução

Neste documento é apresentado um conjunto de questões que preocupam os estudantes da Universidade Aberta. O objectivo é dar a conhecer a perspectiva que o estudante tem da instituição, que melhorias deseja, que orientação a instituição deve seguir. O horizonte temporal que orientou o documento é o curto prazo. Daí que o “tema de capa” não seja o e-learning, e ele apenas apareça levemente sugerido no ponto 6.1.. Mas não existem dúvidas que esse é inevitavelmente o caminho a seguir.

As questões aqui apresentadas são o resultado da auscultação dos estudantes através do Fórum da AAUAb, mailing lists, e-mails e diálogos. Tentou-se abordar as várias questões com que os estudantes se defrontam, embora inevitavelmente algo tenha ficado olvidado. No documento não constam questões específicas relativas aos estudantes dos PALOPs. Conta a Direcção da Associação Académica apresentar em breve um documento dos problemas específicos que os colegas desses países relatam.

Por regra não se identificaram as situações relatadas. Tal prende-se com o facto de não podermos fazer um levantamento exaustivo de todas as disciplinas, manuais, testes formativos, etc. E o que o documento alerta são mais questões de princípio, metodologias, regras, objectivos que o problema específico de uma dada disciplina. Excepção feita ao ponto 3.1. que pela sua gravidade requer intervenção imediata nas disciplinas indicadas.

Fica agora a Universidade Aberta com uma posição dos seus estudantes. O feedback que muitas vezes nos foi referido como inexistente está aqui presente. Temos uma base de partida com alguns indicadores e orientações que permitirão nos próximos meses fazer uma avaliação da dinâmica da organização.

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2. Compromissos de fundo da UAb com os seus actuais estudantes. Saídas Profissionais

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Neste capítulo são apresentadas duas questões que devem preocupar a Universidade Aberta e requerem a intervenção imediata e contínua até à sua resolução. Referem-se a compromissos de saídas profissionais que a UAb assumiu com os seus estudantes aquando da sua candidatura e não estão assegurados.

2.1. O curso de Gestão e a Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas

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Em Março de 2005 foi publicado no Diário de Notícias e no Expresso um anúncio da UAb que dava conta da abertura de inscrições na disciplina de Contabilidade Financeira Avançada. Esta disciplina entrou em leccionação com o objectivo dos licenciados em Gestão pela Universidade Aberta pudessem inscrever-se na Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas (CTOC).

Acontece que mais de um ano após o anúncio a disciplina está em leccionação, os estudantes foram atraídos para o curso informados da garantia do reconhecimento de habilitações profissionais por parte da CTOC, mas a realidade é que essa garantia ainda hoje não existe.

Solicita-se assim a intervenção urgente na clarificação e resolução desta questão.

2.2. Saídas profissionais para Técnico e Técnico Superior de Serviço Social

No documento disponibilizado aos estudantes sobre saídas e competências profissionais do bacharelato em Acção Social pode ler-se1:

1. Trabalho técnico em estruturas e projectos de serviço social à escala psicossocial, grupal, organizacional e comunitária.

2. Trabalho técnico em organizações de política e acção social, públicas, do terceiro sector e privadas, particularmente nas áreas do apoio à família, deficiência, saúde mental, reinserção social, promoção da saúde, inclusão social, emprego e formação profissional e educação intercultural

3. Trabalho técnico que exija conhecimentos qualificados em programas de melhoria da qualidade de vida das populações e de educação para a cidadania

Aos candidatos a este curso é assim legítimo esperar que o seu curso tenha como saída profissional a carreira de Técnico de Serviço Social na função pública.

Como competências e saídas profissionais para os licenciados em Ciências Sociais – Área Vocacional de Política Social é indicado o seguinte:

1. Trabalho técnico e de coordenação em estruturas e projectos de serviço social à escala psicossocial, grupal, organizacional e comunitária

2. Trabalho técnico e de coordenação em organizações de política e acção social públicas, do terceiro sector e privadas, particularmente nas áreas do apoio à família, deficiência, saúde mental, reinserção social, promoção da saúde, inclusão social, emprego e formação profissional e educação intercultural

1 Documento acessível no site da UAb, em http://www.univ-ab.pt/cursos/cientifica/cursos.html Ligação a partir do texto “* Saídas e competências profissionais”

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3. Trabalho técnico e de coordenação que exija conhecimentos qualificados em programas de melhoria da qualidade de vida das populações e de educação para a cidadania

4. Ensino e investigação no domínio da Intervenção Social

É igualmente legítimo aos estudantes que se inscrevem na licenciatura em Ciências Sociais – Área Vocacional de Política Social ou aos detentores do bacharelato em Acção Social que se inscrevem no complemento de habilitações para Ciências Sociais – Área Vocacional de Política Social, esperarem que uma das saídas profissionais seja a carreira de Técnico Superior de Serviço Social na função pública.

No entanto parece que o ingresso nesta carreira específica requer prévia aprovação ministerial das habilitações, que não foi atempadamente assegurada. Solicitada esta aprovação, ela naturalmente não foi recusada, mas adiada a sua análise devido a estar em curso um estudo de reestruturação das carreiras da função pública.

Julga a AAUAb que a Universidade Aberta não deverá ter um papel passivo neste processo, mas assegurar desde já que qualquer que seja a reestruturação, os seus bacharéis e licenciados vejam reconhecidas as suas habilitações para o ingresso nas referidas carreiras ou as que as substituírem. É de evitar que seja publicada uma reestruturação onde os graduados da UAb sejam esquecidos, o que pode requerer uma intervenção imediata da Universidade junto do grupo de estudo desta questão, o Secretário de Estado da Administração Pública e/ou o Ministro de Estado e das Finanças.

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3. O apoio ao estudo

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3.1. Disciplinas Sem Docentes

Analisando o Horário de Atendimento dos docentes disponível no site da UAb, datado de 02-06-2006 e feito o download a 13-06-2006, verifica-se que chegámos ao final do ano lectivo sem docentes em 9 disciplinas, das quais quatro são disciplinas obrigatórias dos cursos de gestão (assinaladas com *). Todas as disciplinas remetem o estudante para o Secretariado do DOGE:

● 0091 – Microeconomia (2º semestre) (*)

● 0547 – Novas Tecnologias de Gestão (sem exame agendado)

● 0560 – Comportamento Organizacional (1º semestre) (*)

● 0565 – Gestão Financeira (2º semestre) (*)

● 0683 – Sistemas de Informação em Marketing (2º semestre)

● 0687 – Avaliação de Projectos (1º semestre)

● 0691 – Contabilidade e Controlo de Gestão (2º semestre)

● 1810 – Contabilidade Geral (1º semestre) (*)

● 2370 – Gestão Bancária (1º semestre)

No Senado realizado a 29 de Novembro de 2005, já a Associação tinha questionado porque existiam na altura 18 disciplinas que no Horário de Atendimento remetiam para os secretariados dos departamentos, não tendo docentes designados. A situação era desconhecida da generalidade dos presentes, tendo o Presidente do Conselho Científico solicitado a listagem para análise, que foi de imediato disponibilizada.

No documento apresentado nessa data figuravam todas as disciplinas aqui listadas, à excepção de Comportamento Organizacional. Desconhece a AAUAb se foi por lapso ou se a disciplina ficou sem docente no entretanto, não tendo havido substituição.

A Associação Académica da Universidade Aberta considera que esta situação deverá ser regularizada de imediato, divulgando-se os docentes que eventualmente estejam designados mas não anunciados e definindo os docentes das disciplinas ainda em falta. Neste último caso, a AAUAb questiona a legitimidade da Universidade cobrar propinas de um serviço que manifestamente não tem estado a prestar.

Para além da resolução imediata, os orgãos de gestão da Universidade, a todos os níveis hierárquicos, e os serviços competentes, deverão ter a maior atenção para que esta situação não se repita no próximo ano lectivo, em nenhuma disciplina.

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3.2. Horário de Atendimento dos Docentes

A Associação Académica da Universidade Aberta considera que os Horários de Atendimento dos docentes deverão repartir-se por pelo menos dois dias por semana. De preferência um dos momentos deverá ocorrer na parte da manhã e o outro na parte da tarde.

Não deve de existir apenas um dia de atendimento por semana pois:

● Nas semanas em que esse dia for feriado, não há atendimento num período de pelo menos 15 dias. Se, por exemplo, o dia coincidir com os feriados de 1 e 8 de Dezembro, na melhor das hipóteses só haverá atendimento a 15 de Dezembro. Se a 15 de Dezembro estivermos numa interrupção lectiva, essa disciplina não terá qualquer dia de atendimento no mês de Dezembro!

● Dúvidas colocadas num dos dias terão de esperar pelo menos mais uma semana se houver necessidade de novo esclarecimento, o que não é desejável nem aconselhável. Caso na semana seguinte seja feriado, o tempo de espera será de duas semanas. Se for o caso acima citado, eleva-se para um mês!

Apresentam-se os horários de disciplinas que apenas têm um dia de atendimento por semana. A cheio são realçados horários que não contemplam qualquer intervalo para almoço, o que contraria a legislação laboral. Segundo este horário há docentes que trabalham 9:00 e 10:30 horas ininterruptamente!

● 5ªs 09.00-12.00 e 12.30-18.30● 6ªs 08.30-12.30 e 13.00-18.00

● 5ªs 14.00-17.00● 6ªs 08.30-12.30 e 13.00-18.00

● 3ªs 09.00-13.00 e 13.30-18.30● 6ªs 13.30-17.30

● 5ªs 09.00-13.00 e 14.00-19.00● 4ªs 08.30-12.30

● 5ªs 09.00-13.00 e 13.30-18.30● 3ªs 09.00-13.00 e 14.00-19.00

● 5ªs 09.00-13.30 e 14.00-18.30● 5ªs 09.00-13.30 e 14.00-18.30

● 3ªs 09.00-13.00 e 14.00-19.00● 3ªs 08.00-17.00● 5ªs 14.00-17.00● 6ªs 08.00-17.00● 5ªs 14.00-20.00● 3ªs 09.00-13.30 e 14.30-19.00

● 3ªs 10.00-13.00 e 14.00-20.00● 4ªs 14.30-17.30

● 3ªs 10.00-13.00 e 14.00-19.00● 3ªs 10.00-13.00 e 14.00-19.00

● 3ªs 10.00-13.00 e 14.00-19.00● 6ªs 08.00-17.00

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● 6ªs 08.00-17.00● 3ªs 10.00-13.00 e 14.00-19.00

● 6ªs 10.00-12.00 e 13.00-15.00● 5ªs 11.00-15.00

● 2ªs 09.00-13.30 e 14.30-19.00● 6ªs 13.30-17.30

● 2ªs 09.00-12.00● 2ªs 09.00-13.30 e 14.30-19.00

● 3ªs 14.00-17.00● 5ªs 11.00-15.00

● 6ªs 14.00-18.00 (dois docentes, ambos com o mesmo horário)● 2ªs 18.00-20.30 6ªs 08.00-09.30 2

● 6ªs 14.00-18.00 (dois docentes, ambos com o mesmo horário)● 6ªs 10.00-12.00 e 13.00-15.00

● 5ªs 09.00-12.00 e 12.30-18.30● 5ªs 09.00-12.00 e 12.30-18.30

● 5ªs 09.00-12.00 e 12.30-18.30● 3ªs 07.30-18.00● 3ªs 08.00-12.30 e 13.30-18.00● 2ªs 10.00-14.00

● 5ªs 09.00-13.00 e 14.00-19.00● 3ªs 13.00-19.00

● 3ªs 10.00-13.00 e 14.00-20.00● 6ªs 09.00-13.00

● 5ªs 09.00-13.00 e 14.00-19.00● 3ªs 07.30-18.00● 5ªs 14.00-20.00● 3ªs 13.00-19.00

● 2ªs 10.00-14.00● 3ªs 09.00-13.00 e 14.00-19.00

Ao todo estamos perante 54 disciplinas. Destas, 16 são disciplinas com atendimento apenas à quinta-feira, dia em que calharam os feriados de 1 e 8 de Dezembro de 2005 e 15 de Junho de 2006!

Estando nós no final do ano lectivo, consideramos que não se justifica alterações nos horários de atendimento neste momento. Daí que no documento não conste o nome das disciplinas. Consideramos sim que no próximo ano lectivo deverá evitar-se esta situação, definindo-se regras para o horário de atendimento de acordo com o exposto.

Deve também ficar clarificado para os estudantes qual o período de atendimento. Na altura da Páscoa houve interrupção lectiva, mas os estudantes não foram informados do facto. O período de atendimento deve ser o mais alargado possível, dado o sistema de ensino, e não deve começar oficialmente antes de ser distribuído o Horário de Atendimento. Qualquer ausência programada dos docentes devido a deslocações, participações em encontros, conferências, etc. deve ser atempadamente divulgada aos estudantes e indicados os dias de atendimento alternativos.

2 Este horário reparte-se por dois dias, mas na sua maior extensão ocorre precisamente durante os movimentos pendulares, o que será de evitar.

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3.3. Materiais Didácticos

Considera a AAUAb que o volume de materiais didácticos que os docentes preparam para os estudantes é escasso, senão mesmo nulo. Regra geral o material de estudo de uma disciplina típica na Universidade Aberta é composto pelo livro adoptado e dois ou três testes formativos elaborados há vários anos. Por vezes, mas em cada vez menor número, existe um caderno de apoio ao livro adoptado que auxilia o estudo a distância. Tem sucedido que quando os manuais mudam os cadernos de apoio não são actualizados, deixando de ser recomendados. Acontece também as edições dos livros adoptados mudarem e os cadernos de apoio remeterem o estudante para páginas erradas, o que dificulta o estudo.

3.3.1. Testes Formativos

Na sua esmagadora maioria os testes formativos não têm sido actualizados. Isto tem consequências a três níveis:

● Há testes formativos que foram baseados em livros que entretanto já não são os adoptados, com questões agora desenquadradas;

● Supostamente um docente no contacto com os alunos, análise dos testes formativos recebidos e classificação dos exames apercebe-se das dificuldades dos estudantes e deveria reflectir nos novos testes formativos essas questões para auxiliar a orientação no estudo. Não sendo os testes formativos actualizados regularmente, este meio de auxilio ao estudo perde parte da eficácia que se pretendia.

● Os testes formativos devem ter uma estrutura igual à do exame, conforme indicação da Universidade na sua documentação: “os enunciados da prova final respeitam os modelos dos testes formativos;” As estruturas de alguns exames têm sido alteradas sem que os testes formativos tenham sofrido igual alteração, o que contradiz totalmente os princípios difundidos pela Universidade e induzindo em erro os estudantes.

Para além do enunciado, sucede muitas vezes a resolução dos testes formativos não responderem às perguntas formuladas mas simplesmente remeterem para uma página do livro adoptado. Com esta solução, no caso de matéria de mais difícil apreensão, a resolução do teste formativo pouco ou nada ajuda o estudante. Por outro lado, não é também fornecido nenhum indicador de como o docente considera uma resposta integralmente correcta. Um teste formativo não deve nunca “despachar” o estudante para uma página do manual, mas ser o exemplo de uma resposta considerada completa.

No caso de disciplinas práticas, com exercícios, os Testes Formativos deverão ter a resolução passo-a-passo de forma devidamente elucidativa e não apenas o resultado final sem explicação de como se obteve.

Assim, considera a AAUAb que no próximo ano lectivo deverão ser publicados testes formativos novos, em todas as disciplinas, de forma que as disfunções existentes sejam corrigidas.

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3.3.2. Erratas aos Livros Adoptados e Cadernos de Apoio

Sendo natural que existam livros com gralhas, quer os editados pela UAb quer por outras editoras, deverão no entanto ser facultadas aos estudantes de ensino a distância erratas desses livros como material didáctico de apoio ao estudo. Assim, nos casos em que não estão disponíveis erratas, estas deverão ser elaboradas de imediato.

Deve estar definido e ser difundido por todos os estudantes a existência das erratas e a forma de as obter. As erratas poderão ser distribuídas junto com os testes formativos ou ser indicado um endereço na Internet onde podem ser obtidas, tal como sucede com os testes formativos.

3.3.3. Produção de Materiais Próprios Pelo Docente da Disciplina e Comunicação

Exceptuando os Testes Formativos e algumas erratas, é raro encontrar-se outra documentação produzida pelos docentes da Universidade Aberta para os seus estudantes. Mais facilmente se encontra na Internet manuais, guiões ou sebentas elaborados por docentes universitários do ensino presencial para apoio às suas aulas que documentação para apoio ao estudo a distância produzida na UAb.

Na Universidade Aberta neste momento o trabalho docente típico resume-se a esperar um telefonema ou e-mail dos estudantes com exposição de dúvidas; realizar enunciados de exames e critérios de correcção; e em alguns casos raros realizar Testes Formativos.

Onde está então a docência? A partilha do conhecimento com os estudantes? A partilha de uma certa visão do mundo? A análise crítica da realidade do dia-a-dia que o mestre partilha com os seus discípulos? A transmissão aos estudantes do conhecimento adquirido e maturado pelo docente universitário, resultado da sua contínua formação académica, investigação e vivência?

Não será legítimo questionarmo-nos no sistema actualmente instalado se estamos efectivamente perante o serviço de um docente universitário ou antes frente a explicadores universitários?

A mudança tecnológica permite avanços muito significativos na comunicação em ensino a distância. Face à evolução deve ser questionada a interacção de contacto com os estudantes e também a produção de materiais didácticos. Se há vinte anos atrás seria necessário redigir, dactilografar, paginar, imprimir, encadernar e distribuir em livrarias cadernos de apoio para adaptação ao ensino a distância dos manuais adoptados, hoje tal já não se verifica.

À semelhança de um docente do ensino presencial que para além de dar as aulas as prepara e utiliza textos de apoio, apresentações com projecção de acetatos ou utilizando o computador, e mesmo elaborando guiões, deve igualmente o docente da Universidade Aberta produzir documentação de apoio ao estudo. Paralelamente deverá ter uma análise crítica e atenta da actualidade que deverá partilhar com os seus estudantes na parte da matéria leccionada que se aplique. Igualmente deverá incentivar essa análise aos seus estudantes.

É assim urgente uma mudança de atitude face ao ensino. Tal passa certamente pela produção de materiais didácticos - trabalho da leccionação em ensino a distância - assim

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como da utilização das novas tecnologias para a comunicação de muitos para muitos. Esta mudança é urgente e deverá ser iniciada no próximo ano lectivo, tendo em especial atenção todas as disciplinas que não têm cadernos de apoio.

3.3.5. Venda e Consulta Domiciliária dos Materiais Didácticos

3.3.5.1. Venda de materiais produzidos pela UAb

No momento actual o estudante da UAb que se dirigir a um loja fnac adquire os manuais da Universidade Aberta 10% mais baratos que comprando-os directamente na livraria da Universidade ou encomendando-os ao serviço competente. Não faz sentido que uma organização com fins lucrativos ofereça melhores condições à população em geral que a Universidade Aberta oferece aos seus estudantes. A Universidade Aberta deverá fazer descontos em todos os materiais que produz. Consideramos que os estudantes da UAb deverão ter um desconto de 20% face ao pvp.

3.3.5.2. Empréstimo Domiciliário para os Estudantes de Licenciatura

Os diversos Centros de Apoio deverão ter materiais didácticos para empréstimo domiciliário para os estudantes das licenciaturas e não apenas para os de mestrado e doutoramento. Deverão assim ser dotados todos os Centros de Apoio com exemplares em número adequado à população estudantil respectiva para prestação deste serviço.

3.4. Tutorias nos Centros de Apoio e Sessões Presenciais

Neste ano lectivo que agora termina constatou-se que existe uma enorme ignorância sobre a possibilidade de realização de Tutorias nos Centros de Apoio e Sessões Presenciais com os docentes da Universidade Aberta.

Verificou-se a existência de um Centro de Apoio relativamente dinâmico, o de Aveiro, e dos restantes não há qualquer informação de se terem realizado tutorias pelos docentes dos estabelecimentos onde estão localizados. A realização de uma sessão presencial de Macroeconomia no Porto necessitou da intervenção da Associação Académica junto do docente e Director de Departamento quando deveria ser um processo corrente e não de excepção.

Em Setúbal, constatando-se esta lacuna, uma entidade privada chegou a publicitar em mailing list e no Fórum da Associação Académica “aulas presenciais” para os alunos da Universidade Aberta, a partir de Setembro de 2006!

A Universidade Aberta, centralmente, e os seus Centros de Apoio, localmente, deverão informar os estudantes da possibilidade de tutorias e sessões presenciais e promovê-las como prática normal da docência. As regras para a realização destas sessões deverão estar claramente definidas e serem difundidas por toda a população da UAb. Deverá existir um circuito fluido para a solicitação e realização destas iniciativas.

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4. A Avaliação dos Estudantes

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4.1. Locais de Realização dos Exames

São do conhecimento da Associação Académica a existência de dois distritos onde as condições das instalações onde se realizam os exames ficam aquém do desejável. Nos Açores, a deslocação entre ilhas torna proibitivo o estudo.

4.1.1. Exames em Lisboa

As secretárias onde os estudantes realizam os seus exames em Lisboa não são adequadas, pois são demasiado pequenas. O caso é especialmente problemático nas disciplinas onde existe consulta, assim como nas disciplinas práticas que requerem a utilização de régua, esquadro e calculadora. Nestes casos o estudante fica com a sensação que para além dos conhecimentos, a Universidade também pretende avaliar a sua destreza física...

Ao longo dos anos tem sido bastante difícil encontrar em Lisboa uma solução satisfatória de instalações para a realização dos exames. Considerando igualmente o calendário de exames, que se estende quase por todo o ano civil, assim como o número de estudantes inscritos, será de considerar uma solução da Universidade ter instalações próprias na capital para esta função.

Enquanto tal não sucede, deverá encontrar-se outra solução que dê condições satisfatórias aos estudantes para prestação da prova.

4.1.2. Exames em Leiria

Os exames em Leiria estão a ser realizados num edifício antigo cuja degradação é evidente. Este edifício encontra-se fechado pois já não tem qualquer actividade lectiva da Escola Superior de Educação, funcionando exclusivamente para os exames da UAb. Os estudantes ao chegarem ao local têm de entrar pelas traseiras e encontram o portão fechado até à hora do exame, tendo de esperar na rua e sujeitando-se às condições atmosféricas existentes.

Para além da degradação do edifício e salas, muitas vezes o espaço não é limpo, tendo os estudantes que retirar o pó acumulado em mesas e cadeiras. Pelas mesmas razões, a utilização das instalações sanitárias é desaconselhável.

Os estudantes do distrito de Leiria não compreendem porque é que existindo instalações condignas onde funciona a Escola Superior de Educação, com vida, abertas, com serviços de apoio, são remetidos para um edifício abandonado, quase em ruínas.

4.1.3. Exames nos Açores

Das nove ilhas existentes nos Açores, apenas em três são realizados exames: S. Miguel, Terceira e Horta. Isto implica deslocações marítimas ou aéreas a partir das outras ilhas. Tal tem consequências a vários níveis:

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● Incerteza da realização da viagem devido às condições atmosféricas● Custo elevado da passagem aérea, quando essa é a única solução● Pernoitar na ilha de realização do exame uma a duas noites, devido a

incompatibilidade entre o horário dos voos e o do exame● Alimentação no(s) dia(s) da estadia

Para além dos custos acrescidos que estes estudantes têm de suportar, há todo o factor psicológico da incerteza.

A Universidade Aberta não deverá ser alheia a estas dificuldades e devem ser equacionadas soluções para os estudantes dos Açores residentes nas ilhas onde não são realizados exames.

4.2. A Inscrição nos Exames

4.2.1. Inscrição Obrigatória na Primeira Época (Época Normal)

Neste momento todos os estudantes quando realizam a sua matrícula ficam automaticamente inscritos no exame de 1ª época, estando naturalmente o exame pago pela propina de inscrição. Acontece que o estudante planeia o ano lectivo baseado no calendário de exames. Muitas vezes, de forma a optimizar o tempo disponível para estudo, o estudante não pretende realizar este exame, mas apenas o da segunda época. O resultado é que o estudante nestas condições terá de pagar mais pelo mesmo serviço e a Universidade Aberta é obrigada a reservar salas, contratar vigilantes e reproduzir exames em excesso. Ou seja, é gerado um acréscimo de custos para ambas as partes, totalmente desnecessário.

O estudante deverá escolher livremente a época em que pretende realizar exame, inscrevendo-se para o efeito. O primeiro exame em que se inscrever estará pago pela propina de inscrição na disciplina e será cobrada propina de exame no caso de pretender realizar segundo exame.

4.2.2. Prazos de Inscrição e Prazos de Anulação

Neste momento os prazos de inscrição em exame são completamente arbitrários. Estando definido que o prazo é o primeiro dia do mês anterior ao exame, a antecedência necessária vai de 30 a 61 dias!

Não é compreensível porque é que para os exames realizados no inicio do mês bastam cerca de 30 dias de antecedência na inscrição mas os realizados em final do mês já necessitam de quase dois meses.

Deve ser uniformizado o prazo de inscrição nos exames e este deve ser reduzido ao mínimo indispensável considerando a tecnologia hoje disponível.

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Não se justifica que o estudante não possa aceder ao seu processo pela Internet e realizar a inscrição no exame. Tendo de remeter a ficha por correio vai implicar que funcionários as recepcionem e processem. A solução actualmente existente para além de morosa esbanja recursos de forma totalmente desnecessária quer para a Universidade quer para o estudante. Para quê pagar envelopes e selos, e ficar sujeito a extravios? Para quê ocupar recursos humanos com estes processamentos? Para quê tanta antecedência, em consequência do método, para inscrição no exame?

O mesmo se aplica à anulação em exame. Neste momento é necessário um mês. Este prazo pode ser significativamente reduzido com a melhoria do processo de inscrição. Assim como os custos para a Universidade e estudante.

4.2.3. Preçário dos Exames

O actual preçário dos exames é discriminatório em relação às épocas, o que não tem justificação económica no nosso contexto. A distribuição dos estudantes pelas diversas épocas de exame não mostrou ao longo dos anos uma concentração muito diferente de alunos entre a primeira e a segunda épocas, considerando as disciplinas realizadas em cada dia. As distorções que eventualmente se encontrem devem-se aos preços diferenciados na época de Trabalhador-Estudante ou a necessidades pontuais de ajustamento no planeamento das datas de determinadas disciplinas.

É perfeitamente possível planear um calendário de exames com uma estimativa de presenças, nos diversos exames que se realizam em cada dia, constante ao longo das épocas. Assim todos os custos de salas, vigilantes e serviços de apoio da UAb são iguais nas diversas épocas. Se os custos são iguais, o preço também deverá ser igual.

Os exames de primeira época, segunda época, melhoria de nota e época especial de Trabalhador-Estudante deverão ter o mesmo preço para o estudante.

O preço dos exames no estrangeiro não é discriminatório das épocas, mas é considerado excessivo para os parâmetros nacionais. Se é possível fazer-se um exame de nível no estrangeiro por 40 euros, não se justifica que não existam os mesmos custos para os restantes exames. Deverá o preço dos exames no estrangeiro baixar para o valor dos exames de nível.

4.2.4. Melhoria de Nota

O estudante que pretender realizar melhoria de nota deverá poder fazê-lo uma vez, numa das três épocas seguintes à do exame que obteve aprovação. Deve ser abolida a limitação de só se poder realizar melhoria de nota na primeira época do ano lectivo seguinte.

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4.3. Elaboração e Realização dos Exames

4.3.1. Erros nos Exames

Tem-se constatado com maior frequência aparecerem erros nos exames, o que quase já se torna normal. Os erros vão desde gralhas a perguntas repetidas, por vezes acontecendo erros mais graves, como perguntas que não fazem parte da matéria ou perguntas sem sentido.

É necessário prestar um maior cuidado na redacção e formatação do exame. Deverá haver uma revisão do exame pelo docente da disciplina, especialmente quando não é o próprio a fazer a paginação final.

Consideramos igualmente que deve ser obrigatória a presença do docente da disciplina na sede ou delegações da Universidade Aberta para dar resposta imediata a situações de erro que surjam. Para tal têm de estar assegurados canais de comunicação fluídos e imediatos entre os Centros de Apoio e o docente/serviços da Universidade Aberta.

Igualmente deverá existir um protocolo a seguir no caso de erros nos exames que seja do conhecimento de docentes, funcionários, vigilantes e estudantes. Não devem os estudantes de um Centro de Apoio receber indicações dos seus vigilantes ou responsáveis do Centro diferentes das que recebem os estudantes noutros Centros de Apoio.

Não devem ser remetidos exames para a Universidade Aberta sem um relatório dos vigilantes sobre as condições em que os exames decorreram e as indicações dadas aos estudantes nesse Centro de Apoio.

4.3.2. Fiscalização das Condições de Realização dos Exames

A Universidade Aberta deverá ter uma noção das condições de realização dos exames nos diversos distritos. Para tal é necessário um trabalho de observação do desempenho dos diversos Centros de Apoio durante os exames. Anteriormente este trabalho era realizado pelos próprios docentes da Universidade Aberta, aquando das suas deslocações para sessões presenciais. Se esta metodologia não puder continuar, devem ser encontradas outras soluções mas não abandonado este método de análise da qualidade.

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4.4. Avaliação das Provas, Divulgação dos Resultados e Revisão

4.4.1. Critérios de Correcção e Enunciados dos Exames

4.4.1.1. Definição dos Critérios de Correcção

De um critério de correcção não se espera que informe que se pretende clareza na resposta. Isso é naturalmente óbvio e os estudantes já estão informados pelo texto fornecido pela Universidade: “os critérios, seguidos na correcção e avaliação de cada estudante, subordinam-se aos princípios gerais de domínio correcto da matéria; exposição clara e ordenada de um texto síntese, curto ou de desenvolvimento, que não seja uma mera repetição ipsis verbis do manual, mas que revele compreensão e assimilação dos conteúdos;”

Pretende-se sim que seja indicado o que o docente considerou na avaliação como conceitos e relações que devem constar da resposta para se obter a cotação completa. Pretende-se igualmente que nas disciplinas práticas seja no mínimo indicado o resultado considerado como correcto e o método para lá chegar. Só dessa forma, com a maior objectividade possível, pode o estudante avaliar se houve erro na correcção da sua prova ou mesmo discordar da abordagem realizada e argumentar documentadamente.

Se de inicio os critérios de correcção eram perfeitamente satisfatórios, com o tempo tem-se assistido à sua não realização em várias disciplinas através da elaboração de indicações perfeitamente genéricas e inúteis, ou mesmo à sua não disponibilização. Concorde-se ou não com a necessidade de existência dos critérios de correcção, sendo esta uma política de transparência da Universidade deverá ser executada com brio por todos.

4.4.1.2. Disponibilização dos Critérios de Correcção e Enunciados

É relativamente comum serem afixadas as classificações em exames mas não serem disponibilizados na mesma data os enunciados e critérios de correcção. Quando contactados os serviços, estes remetem o estudante para o docente.

Consideramos que a disponibilização dos enunciados e critérios de correcção é uma tarefa administrativa pela qual os serviços devem responder. Quando são recepcionados os exames já classificados, devem também ser recepcionados os enunciados e critérios de correcção que terão de ser disponibilizados em simultâneo com as classificações. Se não o forem, terá de haver circuitos internos entre os serviços e os Departamentos ou docentes para assegurar que a situação é corrigida de imediato.

Compreende-se que existam prazos apertados para apresentação de recursos. Mas para tal é imprescindível que a documentação esteja à disposição dos estudantes de imediato.

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4.4.2. Acompanhamento do Processo de Avaliação dos Exames

Não é do entendimento dos estudantes a necessidade de demorar por vezes mais de um mês para serem conhecidas as notas dos exames. O processo nunca foi explicado, daí talvez boa parte da incompreensão.

Por outro lado, deverá haver feedback sobre o ponto do circuito em que os exames se encontram de forma a diminuir a incerteza quanto à data de saída das notas e permitir ter uma percepção das demoras. Parece-nos perfeitamente possível que, à semelhança do que acontece com a correspondência registada nos CTT, o estudante tenha acesso à informação de onde se encontram os exames e o tempo estimado para a saída das notas. Tal consegue-se com acesso a consulta pelos estudantes de uma base de dados que registe:

● data de recepção de todos os exames pelos serviços● data de levantamento dos exames pelo docente● prazo do docente para entrega dos exames avaliados● recepção pelos serviços dos exames avaliados● data de afixação dos resultados● envio de e-mail aos estudantes que realizaram o exame informando da saída da

nota

Qualquer anomalia no processo deverá ser de imediato registada e definidos novos prazos.

4.4.3. Acesso às pautas nacionais

O estudante deverá ter acesso às pautas completas do exame e não apenas à sua nota. Igualmente deverá ter acesso a todas as pautas e não apenas àquelas a que fez exame.

Esta informação está disponível a qualquer estudante num regime presencial, bastando-lhe consultar os resultados afixados nas vitrinas. Não há razão para que funcione de forma diferente no ensino a distância.

4.4.4. Reavaliação dos Exames Após Detecção de Erros

Após se verificar que houve erro na avaliação dos exames devido a erros nos critérios de correcção, todas as provas deverão ser revistas. Desconhece-se se isto se verifica em todas as disciplinas, mas sabe-se que felizmente em algumas acontece.

Naturalmente que tal deve suceder em todas as disciplinas e os estudantes devem ser de imediato avisados que se procederá à revisão e qual o tempo estimado para a saída dos novos resultados. Esta divulgação generalizada não tem sido realizada o que tem como consequência os estudantes estarem a pedir revisões de provas desnecessariamente. Isso aumenta injustificadamente o trabalho dos serviços e dos estudantes. Aumento de trabalho significa igualmente aumento de custos. Para ambos.

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5. Investimento no Ensino. Exposições ao Poder Central

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5.1. Apoio Social

Ao contrário das outras Universidades, na nossa não existem Serviços Sociais. A Associação Académica considera que o Estado deve também investir na formação dos estudantes da Universidade Aberta. Para além do acesso a cantinas, quanto mais não seja por uma questão de principio de igualdade, deverão também os estudantes com recursos económicos mais escassos serem apoiados com bolsas de estudo.

A Universidade tem dado, integralmente às suas custas, ou provavelmente melhor dizendo integralmente às custas das propinas dos restantes estudantes, algum apoio social. É uma atitude louvável no sentido de remediar a situação. Mas a Universidade não se deve substituir às obrigações do Estado e tal situação deverá ter sempre objectivos transitórios, em que não se deve perder a meta de vista.

De referir que, enquanto o Governo não alterar a forma como vê a Universidade Aberta neste campo, a fórmula de apoio deverá ser revista. Como está elaborada deixa de fora estudantes com maiores carências que alguns dos que apoia. E as condições que necessitam serem satisfeitas para se obter o apoio são irrealistas.

Segundo informações do Sr. Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Doutor Manuel Heitor, na reunião havida com a Associação Académica em Janeiro passado, a legislação de apoio social irá ser revista e uma das questões para que o Ministério está sensível é o facto dos trabalhadores-estudantes não poderem ter apoio social. Deverá a Universidade Aberta, em sintonia com a Associação Académica, demonstrar junto do Governo a justeza de existência de apoio social para os trabalhadores-estudantes em geral e para os estudantes da nossa Universidade em particular.

5.2. Estatuto do Trabalhador-Estudante

O Estatuto do Trabalhador-Estudante remete parte das facilidades a estes concedidas para o horário escolar. Na Universidade Aberta não existe um horário escolar nas licenciaturas a distância. Mas existem horários de atendimento dos docentes, que deverão, com os devidos ajustamentos, serem equiparados a horário escolar para esses efeitos.

Por outro lado, e o Processo de Bolonha deixa isso muito claro, em todas as disciplinas existe um número médio de horas necessárias ao estudo. É certo que num regime de ensino a distância pode não haver uma obrigatoriedade de realizar essas horas de estudo num horário rígido como o obrigam as aulas do presencial. Mas, embora isso, o dia para os estudantes de ensino a distância também só possuí 24 horas. Deve assim ser considerada esta limitação nas regalias que o estatuto de Trabalhador-Estudante consagra, encontrando para o caso do ensino a distância uma adaptação àquilo que remete para o horário escolar.

Algo que não está claro em consequência do Processo de Bolonha é se os alunos do segundo ciclo que se encontrem a trabalhar terão direito ao estatuto de Trabalhador-Estudante, ou se sucede como com os actuais mestrados.

A Associação Académica quer assim sensibilizar a Universidade Aberta para nos seus contactos com a tutela ter na agenda estas questões. A última referida é de interesse não só para a Universidade Aberta, mas para todas, pelo que poderá ser assunto que o Conselho de Reitores também deva reflectir.

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6. Modernização, Imagem, Símbolos, Rituais e a Pertença a um Grupo

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6.1. Mudança Tecnológica, Mudança de Comunicação, Mudança de Métodos

O avanço da tecnologia põe-nos hoje à disposição meios de comunicação que permitem a difusão da informação de forma rápida e relativamente barata. E permitem também a comunicação de muitos para muitos a distância, quer de forma síncrona quer assíncrona.

Consideramos que a Universidade Aberta não se encontra a explorar esta nova realidade, estando a levar muito tempo na adaptação do seu ensino e serviços para a nova tecnologia. Urge pois uma reforma ou um choque, escolha-se a terminologia a gosto, que dê um passo significativo e atalhe caminho na evolução para a qual estamos a partir mais atrasados do que desejávamos. Tal mudança não deverá ser de cosmética mas profunda, com as naturais alterações estruturais.

Há no entanto mudanças que são relativamente fáceis de implementar e de resultados rápidos, no curto prazo, que podem iniciar-se desde já. Algumas estão aqui apresentadas, outras a Associação Académica está disponível e interessada em participar e colaborar numa análise.

6.2. Processo de Bolonha

As mudanças que o Processo de Bolonha impõe e os desafios que lança devem ser debatidos com os estudantes (e idealmente também com outras organizações que irão ou não empregar os formados da nossa Universidade) e não estar confinada a sua análise apenas a gabinetes e grupos fechados. O que se viu nas outras Universidades foi bastante falta de esclarecimento e envolvimento dos estudantes no processo. Na nossa há documentação da Universidade distribuída pela Associação Académica aos estudantes, mas nenhum debate nem informação de evoluções após produção desses documentos.

Ainda está particularmente obscuro como será o processo de transição, nomeadamente que soluções estão equacionadas, alternativas que se vislumbram. Não queremos, como sucedeu com outras Universidades, Faculdades, Institutos, ter uma participação nula dos estudantes no processo e estes, na sua generalidade, só virem a ter informação e não participação. Especialmente triste foi o que aconteceu em instituições que só após envio do processo para o Ministério se fizeram sessões de esclarecimento.

Este processo é uma oportunidade para a Universidade ouvir os seus estudantes e recolher as mais valias da sua experiência e percurso formativo. A liberdade de curriculum que existe torna bastante difícil para a Universidade prever todos os casos de transição. Injustiças e omissões poderão ser minimizadas se auscultados os estudantes, fora dos gabinetes, atempadamente.

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6.2. Imagem, Símbolos, Rituais e Pertença a um Grupo

Consideram os estudantes que deverá ser desenvolvido trabalho no sentido de implementar e projectar a imagem da Universidade Aberta quer na sociedade portuguesa, quer internamente no seio dos estudantes.

A nível da sociedade, constata-se ainda um enorme desconhecimento do que é a Universidade Aberta, sua actividade e missão. É raro a nossa instituição aparecer em notícias na comunicação social, sendo frequentemente esquecida. Exemplo disso é o Processo de Bolonha, onde tivemos como característica não embarcar na folia de pauta pouco estudada que parece ter encantado o nosso país no final de Março, e nada foi referido. Continua a ser Coimbra a Universidade mais cautelosa...

Internamente também há trabalho a desenvolver, especialmente junto dos estudantes. Estes sente-se arredados da instituição, pois nenhuma informação lhes é remetida ou transmitida. Muito poucos estudantes sabem que existe a “Notícias Abertas”. A distribuição impressa desta publicação acaba por ser fundamentalmente para docentes e funcionários. Consideramos que a publicação deverá ser revista quer na sua estrutura, quer na sua distribuição.

“Discursos” é um nome que os estudantes também não relacionam com a sua Universidade.

A “Agenda do Estudante” não é do conhecimento geral dos próprios e poucos têm acesso a ela. Achamos muito positiva a sua realização, mas é necessário assegurar a sua distribuição a todos os estudantes. Fazer uma agenda para os estudantes mas esta não chegar às suas mãos é inconsequente.

Uma outra questão de imagem e comunicação apontada frequentemente pelos estudantes é o seu desconhecimento sobre os docentes da sua Universidade. Não são conhecidos rostos, artigos, opiniões, curriculum, etc. Quando se tem a sorte de ter um livro ou caderno de apoio publicado pela Universidade Aberta, pode ver-se a foto do docente e umas breves notas da sua formação, experiência profissional, de docência e investigação. Mas até isso se está a perder em algumas reimpressões de cadernos de apoio que mudaram a encadernação e retiraram essa informação. É necessário sistematizar uma apresentação do corpo docente da Universidade.

Tal como nas outras Universidades, existem estudantes na UAb que também desejam ter as fitas do seu curso e/ou um anel de formatura. Do que a Associação Académica apurou, não estão definidas as cores dos cursos da Universidade Aberta. Em contactos com as outras Associações, fomos esclarecidos que esta matéria é competência da Universidade e não da Associação, e que geralmente é seguida uma uniformização nacional. Mas é necessário a Universidade defini-lo.

Uma sugestão recebida de um grupo de estudantes seria a promoção de uma cerimónia de entrega de Diplomas.

A questão da imagem e o sentimento de pertença a grupo passa não só pela recepção ou fácil acesso aos materiais já indicados, assim como outros de merchandising que a UAb tem toda a vantagem em possuir e distribuir fora das paredes do Palácio Ceia, mas também por iniciativas que juntem a comunidade em actividades de interesse comum. Essas actividades poderão e deverão ser a distância, mas também onde possível, presenciais. Este trabalho pode e deve ser desenvolvido em conjunto com a Associação Académica.

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