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  • 8/18/2019 Trabalho AF

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    ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO 1

    Índice

    Introdução

    Diretriz de Revisão/Auditoria:

      230 – Papeis de Trabalho

      300 – Planeamento

      310 – Conhecimento do Negócio

      320 – Materialidade

      400 – Avaliação do Risco

      410 – Controlo Interno

      700 – Relatório de Revisão/Auditoria

    Conclusão

    Bibliografia

    2

    3

    4

    9

    12

    15

    17

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    Diretriz de Revisão/Auditoria 230Papéis de Trabalho

    Esta diretriz, “Papéis de Trabalho” tem como objetivo proporcionar ao auditor uma orientação

    sobre a documentação preparada e obtida por ele durante e relativa a auditoria, aplicando-se

    também adaptações a outros trabalhos semelhantes. Esta diretriz abrange os documentos em

    suporte de papel bem como outros meios que o auditor utilize para armazenar todo o tipo de

    dados recolhidos para o exercício da auditoria, tendo esta documentação como finalidade

    ajudar no planeamento e execução da mesma e ajudar na coordenação e supervisão na análise

    do trabalho, bem como registar a prova resultante dos trabalhos realizados de acordo com as

    normas técnicas e diretrizes de auditoria.

    O auditor deve obter provas suficientes, apropriadas e sustentadas por observações,

    indagações, confirmações, cálculos e procedimentos analíticos da sua auditoria, documentandoassim as suas conclusões de forma adequada e a suportar a sua opinião da auditoria efetuada.

    O auditor deve preparar papéis de trabalho completos e pormenorizados de modo a

    proporcionar uma compreensão global do seu trabalho. Esta opinião deve ser compreensível

    por outro auditor, que sem conhecimento prévio da entidade e/ou trabalho desenvolvido.

      Os papéis de trabalho devem ser organizados em dois arquivos, o permanente e o

    corrente. O primeiro inclui normalmente a copia do contrato social e outros documentos legais

    que regem a atividade da entidade, informação respeitante ao sector e aos ambientes

    económico-jurídicos em que a entidade opera, organigrama da entidade, copias de contratos

    importantes, acordos, atas e outros documentos, análise dos sistemas contabilísticos e de

    controlo interno e principais politicas contabilísticas adotadas, rácios mais importantes e

    evolução do capital, dos resultados e das reservas. O arquivo corrente inclui normalmente a

    avaliação dos riscos de controlo e inerentes e a sua atualização, análise de rácios e tendências,

    apreciação do trabalho e das conclusões atingidas pela auditoria interna, análise de transação e

    saldos, registo da natureza e extensão dos procedimentos da auditoria realizada, prova de que

    o trabalho realizado por colaboradores foi sujeito a supervisão e análise, correspondência ou

    notas respeitantes a assuntos comunicados ou debatidos com os responsáveis da entidade ou

    como outros auditores, peritos ou terceiros.

    Caso de se tratar de uma auditoria recorrente, alguns dos papéis de trabalho

    classificados como arquivo corrente, podem passar a arquivo permanente.Os papéis de trabalho são propriedade do auditor por um período de tempo suficiente de acordo

    com as suas necessidades e dos requisitos legais e profissionais. A ele cabe o dever de assegurar

    a confidencialidade e guarda segura durante esse período de tempo. Quando exista a

    substituição de auditores, estes papéis de trabalho devem ser disponibilizados ao seu sucessor.

    Esta informação deve também estar disponível para as entidades legalmente autorizadas e para

    a própria Ordem dos Revisores Oficiais de Contas. A consulta destes documentos por outra

    pessoa apenas pode ser facultada após autorização da entidade ou por decisão judicial.

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    Diretriz de Revisão/Auditoria 300Planeamento

    De Acordo com o parágrafo 15 das Normas Técnicas de Revisão/Auditoria:"O revisor/auditor deve planear o trabalho de campo e estabelecer a natureza, extensão,

     profundidade e oportunidade dos procedimentos a adotar, com vista a atingir o nível de

    segurança que deve proporcionar e tendo em conta a sua determinação do risco da

    revisão/auditoria e a sua definição dos limites de materialidade."

    A ISA 300 refere que “planear uma auditoria envolve estabelecer a estratégia global para

    a auditoria e desenvolver um plano de auditoria, a fim de reduzir o risco da auditoria a um nível

    baixo aceitável”. 

    Deduz-se então que o planeamento de um trabalho de auditoria compreende o

    desenvolvimento de uma estratégia geral dos Trabalhos a serem executados na entidade

    auditada.

    A fase do planeamento preliminar comporta o desenvolvimento de uma estratégia

    global com vista a determinar, entre outros aspetos, a natureza, o alcance e o momento da

    execução do trabalho de auditoria.

    Antes de passar diretamente para o planeamento do trabalho de auditoria, o auditor

    deverá obter um adequado Background de informação ou seja deve recolher e acumular o

    máximo de informação de modo a conhecer melhor o seu cliente.

    Logo, é fundamental um planeamento adequado antes de dar início a uma auditoria,

    pois possibilita a elaboração de programas de auditoria, que facilitam o controlo e o

    acompanhamento do trabalho a realizar. Que consequentemente vai fazer com que seja dadaespecial atenção às áreas de maior importância, às áreas com maior suscetibilidade de conter

    distorções, permitindo ainda distribuir o trabalho pelos membros da equipa necessários para o

    desenvolvimento da auditoria como também definir os prazos para os relatórios.

    Tendo novamente como base a DRA 300 na fase preliminar devem ser feitos os

    seguintes trabalhos:

      Conhecimento do Negócio

    Nesta fase o auditor deverá adquirir, o conhecimento suficiente cerca da entidade e do

    seu meio envolvente macro e microeconómico. O conhecimento do negócio da empresa

    permite ao auditor identificar e compreender os acontecimentos, as transações e as práticas

    que poderão afetar as demonstrações financeiras, a auditoria ou o relatório da auditoria, auxilia

    ainda na determinação dos riscos inerentes e de controlo, assim como a resposta do órgão de

    gestão a tais riscos, bem como características como a natureza, tempestividade e extensão dos

    procedimentos de auditoria.

    O revisor/auditor deverá conhecer o negócio da empresa de modo a avaliar as provas

    de auditoria e estabelecer a adequação/validade das asserções contidas nas demonstrações

    financeiras, com o intuito de proporcionar um melhor serviço ao cliente. O auditor pode ainda

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    utilizar este conhecimento para identificar indícios ou circunstâncias não usuais, tais como

    fraudes ou incumprimentos de leis.

    Para obter informação abordada anteriormente, o auditor conta com várias

    possibilidades, nomeadamente a recorrência a auditorias realizadas anteriormente tanto na

    própria empresa como no sector de atividade, através do diálogo com o pessoal da empresa,

    com os auditores internos e com pessoas conhecedoras exteriores à empresa, que tenham

    prestado serviços à entidade ou dentro do sector em que opera, assim como através da leitura

    documentos produzidos pela empresa (atas, relatórios e contas, ordens de serviços, politicas

    contabilísticas e procedimentos de controlo interno, etc.) como de literatura profissional, como

    a legislação e regulamentos oficiais.

    A Diretriz de Revisão/Auditoria 310 refere que o auditor terá de ter em consideração,

    entre outros, os seguintes aspetos:

    1. Fatores económicos gerais

    - Nível geral da atividade económica (por exemplo, recessão, crescimento)

    - Taxas de juro e disponibilidade de financiamento

    - Inflação, revalorização e desvalorização da moeda

    - Políticas governamentais

    - Monetária

    - Fiscal

    - Tributária - sociedades e outros

    - Incentivos financeiros (por exemplo, programas de ajuda governamental)

    - Direitos, restrições ao comércio

    - Controlo cambial

    2. O sector – condições importantes que afetam o negócio da entidade

    - Mercado e concorrência

    - Atividade cíclica ou sazonal

    - Alterações na tecnologia dos produtos

    - Risco do negócio (tecnologia, moda, facilidade de entrada da concorrência)

    - Operações em declínio ou em expansão

    - Condições adversas (procura em declínio, excesso de capacidade, concorrência)

    - Principais rácios e estatísticas operacionais

    - Práticas e problemas contabilísticos específicos

    - Requisitos e problemas ambientais- Enquadramento regulamentador

    - Fornecimento e custo da energia

    - Práticas específicas ou únicas (contratos laborais, métodos de financiamento…) 

    3. A entidade

    - Gestão e detentores do capital – Estrutura empresarial, organizacional, do capital e do grupo

    - Negócio da entidade – produtos, mercados, fornecedores, custos, operações

    - Desempenho financeiro – fatores respeitantes à posição financeira e lucratividade da entidade

    - Relato ambiental – influências externas que afetem o órgão de gestão na preparação das DF,

    entre outros.

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      Conhecimento dos Sistemas Contabilísticos e de Controlo Interno

    A DRA 410, refere que um sistema contabilístico é uma série de tarefas adotadas pela

    gestão de uma entidade através das quais as transações são processadas como um meio de

    manter registos financeiros, além do que identifica, agrega, analisa, calcula, classifica, regista,

    resume e relata transações e outros acontecimentos. Por isso torna-se fundamental que oauditor identifique os procedimentos e as normas contabilísticas que servem de padrão à

    entidade auditada, verificando a sua consistência e uniformidade.

    Relativamente ao controlo interno a diretriz acima referida define o mesmo como sendo

    o conjunto de políticas e procedimentos (controlos internos) adotados pela gestão de uma

    entidade que contribuam para a obtenção dos objetivos da gestão de assegurar, tanto quanto

    praticável, a condução ordenada e eficiente do seu negócio, incluindo a aderência às políticas

    da gestão, a salvaguarda de ativos, a prevenção e deteção de fraude e erros, o rigor e a plenitude

    dos registos contabilísticos, o cumprimento das leis e regulamentos e a preparação tempestiva

    de informação financeira credível. Assim, caso exista um maior conhecimento do sistema

    adotado pelos órgãos de gestão permitirá com que a revisão/auditoria seja mais eficaz.

    No planeamento da auditoria é também importante ter uma boa compreensão do

    controlo interno, para tal o auditor terá de testar os controlos efetuados pela entidade. Caso

    determine que os controlos são adequados o auditor terá uma menor necessidade de realizar

    determinados testes nas áreas analisadas. De forma a obter uma apreciação válida do controlo

    interno da entidade, deverá proceder à identificação e descrição dos sistemas implantados;

    confirmação da implementação dos mesmos, identificação dos pontos-chave para avaliação

    preliminar; e por fim, análise do funcionamento do sistema.

      Risco e Materialidade

    Esta dimensão resume-se à importância e necessidade do auditor determinar o risco de

    auditoria (e respetivas componentes) e determinar os níveis de materialidade, procurando

    sempre a identificação das áreas significativas com potencial de distorções materialmente

    relevantes ou de fraudes.

    Tendo por base que o risco de auditoria é inevitável, o revisor/auditor tem que ser capaz

    de fazer uma avaliação precisa dos componentes desse mesmo risco, estimando um nível de

    ocorrência para cada um deles. Desta forma, distinguem-se como componentes do risco de

    auditoria: o risco inerente, relativo aos erros suscetíveis de constar nas demonstrações

    financeiras; o risco de controlo, referente aos erros não detetados pelos controlos da entidade;

    e risco inerente, que se refere ao facto do auditor não detetar desvios nos documentos

    analisados. Em suma, o risco de auditoria deve ser ponderado nas diferentes fases da auditoria,

    nomeadamente na fase de planeamento, devido à relevância que deve conter no momento de

    conceção dos procedimentos de auditoria.

    No que diz respeito ao ponto da materialidade no plano de auditoria, o revisor/auditor

    terá em conta as expectativas dos utilizadores da informação financeira para determinar os

    riscos materiais possíveis de constar nas demonstrações financeiras, que por sua vez, levariam

    os utilizadores tomarem decisões equivocadas. Desta forma, o revisor/auditor definepreviamente limites de materialidade em relação a um valor numérico, considerado limiar de

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    materialidade, mas também, no que diz respeito à natureza, ao reportório e à extensão dos

    procedimentos de auditoria, dependendo este acontecimento da complexidade do risco de

    materialidade. A consideração dos pontos referidos na definição de materialidade no plano de

    revisão/auditoria, reforça a garantia que os testes executados detetem erros materialmente

    considerados relevantes.

      Natureza, Tempestividade e Extensão dos Procedimentos

    Estes termos reportam-se, essencialmente, à preparação de um “orçamento”

    temporário e respetiva calendarização, a seleção da equipa de auditoria, identificação das áreas

    a testar e dos respetivos procedimentos a executar, e a definição dos objetivos a cumprir para

    as áreas a auditar. A ISA 300 refere que a natureza e extensão das atividades de planeamento

    varia de acordo com a dimensão e complexidade da entidade, com as experiências anteriores

    dos membros da equipa de trabalho com a entidade, e das alterações relevantes que ocorram

    durante o trabalho de auditoria.

    Quanto à natureza dos procedimentos, esta engloba o objetivos dos testes de controlo e

    procedimentos adotados, que se compreendem, entre outros, em inspeções, observações,

    entrevistas, e cálculos. O revisor/auditor deve exercer o seu juízo profissional para determinar

    os procedimentos a executar tendo em conta os objetivos dos testes e asserções que pretende

    abranger.

    No que diz respeito à tempestividade, esta caracteriza-se pelo momento em que os

    procedimentos de auditoria são realizados ou pelo período a que se referem as provas de

    auditoria. Em relação aos procedimentos de auditoria, o revisor/auditor tem de ter em conta

    elementos como: os controlos internos relevantes; momento em que as demonstraçõesfinanceiras ficam disponíveis; natureza do risco e momentos em que esse risco é ampliado (picos

    de atividade, atualizações de sistema, etc.). Apesar de alguns procedimentos de auditoria só

    poderem ser efetuados no final do período ou depois dessa data, o revisor/auditor pode pôr em

    prática os testes de controlo e procedimentos de auditoria numa data intercalar, contribuindo

    para a identificação de questões na face precoce da auditoria, proporcionando a sua resolução

    com auxílio da gestão, ou desenvolvendo um método de auditoria que responda eficazmente.

    Quanto à extensão dos procedimentos de auditoria, o revisor/auditor decide a porção

    de elementos de prova a testar, apoiando-se em elementos como: o nível de materialidade e

    risco avaliado; o grau de garantia que pretende obter com a revisão/auditoria; a amostragem

    mais apropriada para o procedimento da auditoria; e a utilização de técnicas de auditoria

    assistidas por computador. Geralmente, o revisor/auditor aumenta a extensão dos

    procedimentos de auditoria baseando-se sobretudo no aumento do risco de não serem

    detetadas distorções materialmente relevantes.

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      Coordenação, Direção, Supervisão e Verificação

    Muitas vezes o trabalho de revisão/auditoria é desenvolvido por técnicos auxiliares,

    desta forma, o revisor/auditor deve coordenar e supervisionar as tarefas que não foram

    desenvolvidas por si. Contudo estes aspetos são determinados na fase de planeamento,

    posteriormente à assinatura do contrato de prestação do serviço entre a firma de auditores e aempresa, e juntamente com outros aspetos como:

     escolha da equipa de auditoria mais adequada, entre seniores e assistentes;

     consideração do trabalho que eventualmente possa ser realizado por terceiros;

     elaboração de um orçamento de horas a despender por técnico e por área de trabalho;

     determinação dos locais, períodos e datas em que o trabalho deve ser realizado, assim

    como os técnicos envolvidos em cada visita e as datas em que os relatórios devem ser entregues.

     Utilização de Tecnologias de Informação pelo Revisor/Auditor e/oupela Entidade

    Visto que nos encontramos na era das tecnologias, e as empresas possuem uma

    imensidão de processos a analisar, processos estes, que muitas vezes estão arquivados

    informaticamente, o auditor vê-se obrigado a substituir as antigas práticas em papel por

    procedimentos computadorizados. Cabe ao auditor decidir qual a ferramenta que lhe é mais

    favorável para posterior análise de documentos.

    Como cada vez mais as empresas adotam soluções tecnológicas, o auditor deve assim

    dedicar uma parte do seu tempo para analisar as transações informáticas efetuadas pela

    empresa, que por vezes se revelam complexas e importantes.O uso da tecnologia no dia-a-dia da empresa tem um ponto negativo muito importante,

    a dependência da empresa a este recurso, o que leva á questão de que caso ocorra uma falha

    irreparável com perda total de dados como deve a empresa proceder? É impensável recomeçar

    todo o trabalho de novo, levaria a prejuízos enormes. Assim a grande maioria das empresas opta

    por contratar serviços externos para a proteção de dados (o chamado backup).

      Outros Assuntos

    Quando um revisor/auditor dá inicio à revisão oficial de contas de uma entidade, deve

    ter em conta alguns pressupostos como a continuidade da atividade da empresa, a existência e

    partes com relações de dependência, termos de compromissos e responsabilidades oficiais,

    assim como a natureza e tempestividade de relatórios e/ou comunicações com a entidade.

    Além dos aspetos abordados anteriormente, o revisor/auditor deve analisar com

    especial atenção os papeis de trabalho, demonstrações financeiras, certificação/relatório de

    contas do exercício anterior, dossiers permanentes e arquivos de correspondência.

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    Desta modo, na preparação da auditoria devem ser constituídos procedimentos que

    reúnam vários elementos primordiais por parte do revisor/auditor, pois este é responsável pela

    a análise destes e pela sua integração no planeamento de forma a adequá-lo à execução do

    trabalho de auditoria garantindo resultados fidedignos. Contudo, o plano global e o programa

    de revisão/auditoria devem ser retificados sempre que seja necessário no decurso dos trabalhos

    de auditoria, provocando a atualização do planeamento quantas vezes se verifiquem alterações

    nas condições ou nos resultados esperados.

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    Diretriz de Revisão/Auditoria 310Conhecimento do Negócio

    Esta diretriz tem como finalidade estabelecer procedimentos e proporcionar orientação

    sobre o que se deve entender por conhecimento do negócio: porque é que o mesmo é

    importante para o auditor e para os membros da respetiva equipa de auditoria, porque é que

    ele é relevante para todas as fases da auditoria e como é que o auditor obtém e usa tal

    conhecimento.

    O auditor deve adquirir conhecimentos suficientes da entidade e do seu negócio,

    através de uma prévia recolha e apreciação crítica de factos significativos, dos sistemas

    contabilístico e de controlo interno, e dos fatores internos e externos que condicionam a

    estrutura organizativa e a atividade exercida pela entidade. O conhecimento do negócio pelo

    auditor contribui para a identificação de acontecimentos, transações e práticas que possam terum efeito materialmente relevante sobre as demonstrações financeiras.

    Ao efetuar uma auditoria das demonstrações financeiras, o auditor deve ter ou obter

    um conhecimento do negócio suficiente que o habilite a identificar e compreender os

    acontecimentos, as transações e as práticas que, em seu julgamento, possam ter um efeito

    materialmente relevante sobre as demonstrações financeiras, o exame às mesmas ou a

    relatório.

    O auditor deve ter um nível de conhecimento geral da economia e do sector de atividade

    da entidade e um conhecimento mais detalhado de como a mesma funciona.

    Antes de aceitar um trabalho, auditor deverá obter um conhecimento prévio dos

    detentores do capital, dos gestores e das operações da entidade e considerar se pode ou não

    ser obtido um nível adequado de conhecimento do negócio para levar a efeito a auditoria. A

    obtenção deste conhecimento prévio é normalmente proveniente de experiências anteriores,

    indagações a anteriores auditores, regras e regulamentos do sector, normas contabilísticas

    aplicáveis ao sector, a perceção inicial sobre a viabilidade do negócio e a perceção da integridade

    dos diretores e dos membros do órgão de gestão.

    Após o trabalho ser aceite, deverão ser obtidas informações adicionais e mais pormenorizadas,

    suficientes para permitir ao auditor planear o trabalho e desenvolver uma metodologia de

    auditoria eficaz.

    A obtenção do conhecimento necessário do negócio é um processo contínuo ecumulativo de recolha e apreciação de informação e de relacionamento, em todas as fases da

    auditoria, do conhecimento daí resultante com a prova de auditoria e as informações obtidas.

    Embora seja recolhida informação na fase de planeamento, ela é usualmente melhorada e

    acrescida em fases posteriores da auditoria, à medida que o auditor e o pessoal da respetiva

    equipa se torna mais conhecedor do negócio.

    Quando os trabalhos são recorrentes, auditor deverá atualizar e reavaliar a informação

    recolhida anteriormente, incluindo a informação contida nos papéis de trabalho do ano anterior.

    O auditor deverá também executar procedimentos concebidos para identificar alterações

    significativas que tenham tido lugar após a última auditoria.

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    O auditor vai obtendo conhecimento do setor e da entidade através da experiencia,

    tornando-se assim cada vez mais “especializado” naquele setor, ou em alguns setores

    dependendo da quantidade de entidades que ele supervisione.

    Deve ser assegurado que os colaboradores destacados para um trabalho de auditoria

    possuem conhecimento suficiente do negócio de forma a estarem habilitados a desempenhar o

    trabalho que lhes foi delegado. O auditor deverá também assegurar-se que eles compreendem

    a necessidade de estar alerta para informações adicionais e para as partilhar com o auditor e

    outros colaboradores. Estes conhecimentos devem ser transmitidos através de uma reunião ou

    no decorrer da própria auditoria.

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    Diretriz de Revisão/Auditoria 320Materialidade

    Tendo por base o parágrafo décimo quinto das NTRA (Normas Técnicas de Revisão de

    Auditoria) o revisor/auditor deve planear o trabalho de campo e estabelecer a natureza,

    extensão, profundidade e oportunidade dos procedimentos a adotar, com vista a atingir o nível

    de segurança que deve proporcionar, tendo em conta a determinação do risco da

    revisão/auditoria e a sua definição dos limites de materialidade.

    Ao contrário do entendimento de grande parte dos utilizadores da informação

    financeira, os auditores não efetuam testes a todos os documentos e registos contabilísticos,

    pois na eventualidade de tal se verificar a empresa teria custos elevadíssimos, fazendo com que

    os benefícios retirados da auditoria fossem mínimos e não compensatórios face ao custo da

    mesma.Nesse sentido, podemos afirmar que o trabalho do auditor baseia-se em amostras,

    sendo que o auditor deverá estar atento a erros, exatidões ou omissões que possam surgir

    nessas amostras, ou seja, o auditor terá de ter em conta o risco associado da realização da

    auditoria, visto que estas poderão não ser detetadas pelo auditor /revisor.

    Consequentemente, a sua determinação está dependente do juízo profissional e

    conhecimento do negócio, permitindo ao revisor/auditor identificar acontecimentos,

    transações e práticas que possam ter um efeito materialmente relevante sobre as

    demonstrações financeiras mais rapidamente.

    Segundo as Normas Técnicas de Revisão/Auditoria da OROC parágrafo décimo quarto,

    “Considera-se que uma informação é materialmente relevante se a sua omissão ou distorção

    puder influenciar as decisões dos utilizadores das demonstrações financeiras”

    Assim, o cálculo da materialidade é preponderante em todo o processo de auditoria, o

    que se veio a reafirmar com a ISA 320.

    A ISA 320 reforçou a ideia de que o cálculo da materialidade é fundamental e crucial

    durante uma auditoria pelo menos em três momentos.

    Nesse sentido, e de acordo com a ISA 320, a materialidade deve ser calculada num

    primeiro momento na fase de planeamento (ISA 320), posteriormente recalculada na fase de

    execução (ISA 320) e, por fim revista na fase de avaliação do efeito de distorções identificadas e

    de distorções não corrigidas (ISA 450).Atento o supra exposto, a materialidade funciona como um quadro de referência

    quantificável que permite ao auditor determinar a natureza, oportunidade e extensão dos

    procedimentos de avaliação do risco, identificar e avaliar os riscos de distorção material, e

    determinar a sua natureza.

    Pese embora, as normas Nacionais e Internacionais de auditoria não estabelecerem as

    fórmulas de cálculo da materialidade, estabelecem que esta deve ser definida segundo dois

    aspetos: o aspeto quantitativo e o aspeto qualitativo.

    Relativamente aos aspetos quantitativos não existem parâmetros pré- definidos. Assim

    sendo, é necessário recorrer a indicadores que representam a posição e o desempenho da

    organização, normalmente ao nível do Balanço e Demonstração de resultados,  como são os

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    casos do volume de negócios, o resultado antes de impostos, e o ativo total ou liquido, entre

    outros.

    Nesse sentido, é comum que auditor determine a materialidade em termos

    quantitativos em função de uma média ponderada utilizando para tal os indicadores da

    atividade económica acima descritos.

    As distorções quantitativas podem ser relativas a pequenas quantias detetadas num

    determinado período e que se registem noutros períodos, representando um montante

    significativo quando analisadas conjuntamente e tendo, consequentemente, um impacto

    materialmente relevante sobre as demonstrações financeiras. Outra das distorções poderá

    dever-se a ativos sobreavaliados

    Contudo, os fatores acima referidos podem fazer com que determinada situação, apesar

    de não ter ultrapassado o limite quantitativo da materialidade, seja considerada materialmente

    relevante, do ponto de vista qualitativo, o que atribui relevo ao nível qualitativo.

    Os aspetos qualitativos são todas as circunstâncias que rodeiam a distorção, sendo que

    para tal deverá atender-se à área de negócio, resultados das operações, os utentes dasdemonstrações financeiras e as condições de financiamento, sendo que, na eventualidade, de

    as distorções, detetadas pelo auditor, serem superiores ao resultado da média ponderada estas

    serão materialmente relevantes.

    No que concerne às distorções e omissões qualitativas estas podem ocorrer se existir

    uma descrição inadequada ou indevida de uma política contabilística que influencie a perceção

    dos utilizadores das demonstrações financeiras, ou até, pela não divulgação do não

    cumprimento de normas e requisitos legais, refletindo-se geralmente no Anexo ao Balanço e à

    Demonstração de Resultados.

    Neste âmbito, diga-se a título de exemplo que a não divulgação de uma hipoteca sobre

    um ativo fixo tangível pode ser considerado materialmente relevante pelo auditor, mesmo queo valor do imóvel e da hipoteca seja inferior ao resultado da média ponderada pode influenciar

    a decisão dos utilizadores das demonstrações financeiras.

    Os aspetos quantitativos e qualitativos, como anteriormente referido, devem ser

    entendidos de acordo com as situações particulares em que ocorrem, podendo a materialidade

    ser alterada pelas circunstâncias que envolvem a auditoria.

    Deste modo, pode suceder que a materialidade estabelecida no planeamento tenha de

    ser redefinida ao longo da auditoria.

    Neste caso, tendo por referência o valor da materialidade, o auditor/revisor selecionará

    todos os elementos com um valor superior e procederá a uma amostragem aleatória para os

    elementos cujos valores são inferiores.

    De salientar que o auditor deve avaliar as distorções individualmente e em conjunto,

    uma vez que pequenas distorções consideradas imateriais, quando avaliadas em conjunto

    podem demonstrar-se materialmente relevantes, e o inverso quando avaliadas em separado. 

    Daqui se conclui que a materialidade nunca deve ser definida ao nível de cada erro ou

    de cada área isoladamente, mas sempre tendo em consideração o conjunto.

    Na eventualidade de o auditor identificar a existência de distorções materialmente

    relevantes deve baixar o risco de auditoria, aumentando por isso os procedimentos de auditoria.

    O objetivo da auditoria nas demonstrações financeiras é o “de habilitar o

    auditor a expressar a sua opinião profissional sobre se essas demonstrações financeiras est

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    ão, ou não, preparadas em todos os aspetos materialmente

    relevantes, em conformidade com a estrutura de relato financeiro adotada.

    É com base no nível de materialidade que o auditor/revisor determina se porventura o

    relatório irá ser alvo de modificações, ou ficará inalterado, como também permite visualizar a

    influência das distorções nas decisões económicas dos stakeholders, tomadas com base nas

    demonstrações financeiras, pelo que é inegável a relevância que a materialidade assume neste

    plano. 

    O auditor deve discutir as distorções materialmente relevantes com o cliente antes de

    modificar o relatório fazendo porventura referencia a ênfases e reservas.

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    Diretriz de Revisão/Auditoria 400Avaliação do Risco

    A estimativa do que é materialmente relevante é uma questão de juízo profissional.

    Desta forma, ao conceber o plano de auditoria, o auditor estabelece um nível de materialidade

    aceitável de forma a detetar quantitativamente as distorções materialmente relevantes”

    (DRA 320, parágrafo quinto e sexto).

    Ora, tal como anteriormente referido, o auditor desenvolve o seu trabalho com base em

    amostras. Consequentemente, pode acontecer que o auditor não detete erros, distorções ou

    omissões durante o seu trabalho de auditoria, pelo que se torna necessário considerar o risco

    de auditoria.

    Tal risco é definido, na DRA 400 - Avaliação do Risco de Revisão/Auditoria, como “a

    suscetibilidade do revisor/auditor dar uma opinião de revisão/auditoria inapropriada quando asdemonstrações financeiras estejam distorcidas de forma materialmente relevante”. 

    Em modo de conceito poderá dizer-se que o risco de auditoria é o risco de que o auditor

    possa inadvertidamente não modificar a sua opinião relativamente às demonstrações

    financeiras contendo estas erros, exatidões ou omissões (Boynton, Johnson, & Kell, 2002), ou

    seja define-se como a suscetibilidade de o auditor/revisor emitir uma opinião que não seja a

    mais adequada sobre as demonstrações financeiras pelo facto de não ter tido em conta erros,

    materialmente relevantes que consequentemente poderão alterar a imagem da empresa (Dra

    400).

    Para determinar o risco, o auditor deverá utilizar o seu juízo profissional desenvolvendo

    os procedimentos necessários de modo a permitir que o risco associado seja minimizado.

    Segundo a mesma fonte o risco de auditoria (RA) é obtido através do produto de três

    componentes: risco de controlo, risco inerente e risco de deteção.

    Neste processo torna-se necessário que o auditor tenha em sua posse as provas e

    evidências que considerar necessárias, de modo a ser-lhe possível expressar a sua opinião acerca

    da validade das demonstrações financeiras.

    Em suma pode concluir-se que a opinião que o auditor emite no final do trabalho tem

    por objetivo proporcionar uma segurança razoável acerca das demonstrações financeiras. Sendo

    o auditor chamado a analisar e expressar a sua opinião sobre se as demonstrações financeiras

    verificadas estão em conformidade com a situação da empresa.Segundo a mesma fonte, o risco de auditoria (RA) é obtido através do produto de três

    componentes: risco de controlo, risco inerente e risco de deteção.

    O risco inerente consiste na possibilidade de existirem uma ou várias distorções

    materialmente relevantes ao nível das demonstrações financeiras, saldos de contas ou classe de

    transações, tendo em conta que a empresa não tem controlo Interno.

    Na determinação deste risco o auditor deve ter em consideração diversos aspetos,

    nomeadamente, a atividade económica desenvolvida pelo auditado, a complexidade das

    operações e a competência e integridade das estruturas de gestão/Administração. Por exemplo

    quanto mais complexas as operações desenvolvidas pelo auditado maior será o risco inerente.

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    O risco de controlo representa a probabilidade de existirem, num saldo de conta ou

    numa classe de transações, distorções e erros que possam ser materialmente relevantes e que

    o sistema de controlo interno da sociedade auditada não foi capaz de prevenir, detetar e corrigir.

    Para determinar o risco de controlo o auditor terá de avaliar o sistema de controlo interno

    adotado pela empresa. Nestes casos são efetuados testes de controlo/conformidade, que

    permitem concluir o nível de eficácia do sistema de controlo interno.

    Quanto pior for o resultado da avaliação do controlo interno, maior será a prova que o

    auditor terá de recolher para comprovar o eficiente funcionamento do sistema de controlo

    interno.

    Deste modo constata-se que quanto mais eficiente e adequado se mostrar o sistema de

    controlo interno, menor será o risco de controlo interno, ao passo que se o sistema de controlo

    interno está mal implementado e se mostra ineficiente ou simplesmente não existe, o risco de

    controlo interno será, necessariamente, maior.

    Por fim, o risco de deteção baseia-se no facto de o auditor no exercício das suas funções

    não conseguir detetar as distorções que possam existir na informação financeira.Assim, se o auditor pretender baixar o risco de deteção deverá adotar procedimentos de

    auditoria mais amplos, mais profundos e de maior alcance, no entanto terá de ter presente a

    relação custo/beneficio.

    Relação entre materialidade, risco de auditoria e prova  

    No planeamento da auditoria o auditor deve ter em consideração o nível de

    materialidade visto que a sua determinação permite determinar quais as áreas a auditar,

    permitindo que o risco de auditoria a presente um nível aceitavelmente baixa. A (DRA 320)afirma a existência de uma relação inversa entre a materialidade e o risco de auditoria, ou seja

    quanto maior o risco de auditoria menor será a materialidade e vice-versa.

    Senão vejamos, no caso de o auditor detetar que o sistema de controlo interno detém

    falhas que permitem a existência de distorções e erros materialmente relevantes, então a

    organização apresenta um elevado risco de controlo e risco inerente que consequentemente

    levará a um elevado risco de auditoria. Perante esta factualidade o auditor deverá baixar o nível

    de erros/distorções toleráveis, isto é, o nível de materialidade.

    Assim sendo, a um risco de auditoria elevada terá associado um nível de materialidade

    baixo pelo que o auditor terá de recolher um maior volume de provas de modo a ter uma maior

    segurança na emissão da sua opinião.

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    Diretriz de Revisão/Auditoria 410Controlo Interno

    A presente DRA nasce da necessidade de avaliar o controlo interno, tendo como objeto

    estabelecer normas e conceber uma organização dos componentes do sistema de controlo

    interno, possibilitando uma clara perceção dos mesmos, isto para que seja possível um

    planeamento eficaz da revisão/auditoria. O sistema de controlo interno abrange as políticas e

    procedimentos destinados a maximizar o desempenho da entidade, assegurando politicas

    eficientes para a direção do negócio, assim como prevenir a ocorrência de erros e

    irregularidades, ou em último caso, minimizar os efeitos destes. O sistema de controlo interno

    compreende 5 componentes que se relacionam entre si, sendo eles:

    Ambiente de controlo  –  é a consciencialização do capital humano, por parte dos órgãos de

    gestão, para a forma de abordagem dos riscos e controlos.Avaliação do risco  –  identificação, análise e gestão dos riscos relevantes para a atividade

    desenvolvida.

    Procedimentos de controlo  –  processos e politicas estabelecidos de forma a garantir o

    cumprimento das orientações indicadas pela gestão.

    Informação e Comunicação   –  as informações pertinentes devem ser identificadas e

    comunicadas de forma coerente e num período de tempo adequado, garantindo o cumprimento

    por parte dos colaboradores das suas responsabilidades.

    Monitorização - processo que avalia o desempenho do controlo interno, possibilitando que este

    sofra alterações sempre que as condições o exijam.

    Existe uma relação direta entre os objetivos definidos pela entidade e os componentes

    do controlo interno, essencialmente porque estes definem a forma como alcançar os primeiros.

    No entanto, o relacionamento entre os objetivos duma entidade e os componentes de controlo

    interno visam assegurar aspetos como: a confiança e integridade da informação,

    nomeadamente no que diz respeito ao relato financeiro, garantindo que as demonstrações

    financeiras são elaboradas segundo os princípios contabilísticos geralmente aceites; operação e

    conformidade com os objetivos, garantindo o cumprimento das politicas, planos,

    procedimentos, regulamentos, entre outros; e a salvaguarda dos ativos, apoiada por exemplo

    por uma utilização eficiente dos recursos.

    O facto de numa empresa ser implementado um sistema de controlo interno, garanteum elevado apoio ao órgão de gestão e previne organização de eventuais perdas, contudo, a

    existência e funcionamento deste sistema de controlo não invalida a ocorrência de situações

    adversas. Esta situação deve-se a fatores como:

     erros provenientes de distração, de incorreta compreensão ou fraudes  –  apesar de serem

    tomadas medidas no controlo interno para dificultar a ocorrência de erros, como a segregação

    de funções, contudo este método não consegue eliminar estas divergências;

     abuso de autoridade  – traduz-se no uso indevido por parte de um colaborador detentor de

    responsabilidade por determinado controlo;

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      transações esporádicas - a maioria dos controlos baseiam-se geralmente em ações de rotina,

    podendo muitas vezes ocorrer erros nas operações que estranhas à empresa;

     análise do custo/benefício - se um custo de funcionamento de um procedimento superar os

    benefícios que se pretende adquirir através de determinado processo, então a aplicação deste

    controlo interno não é admissível;

     dimensão e complexidade da organização - por vezes torna-se difícil a segregação de funções

    e a sua implementação, nomeadamente nas pequenas organizações;

      ineficiência do controlo de aplicações informáticas  –  pode possibilitar o acesso direto a

    ficheiros ou à prática de operações fraudulentas;

    A ineficiência o controlo interno pode surgir também de fatores como a alteração de

    órgãos de gestão ou de controlo, assim como mudança de sócios da empresa, mas também

    através de transformações no mercado ou no sector em que a entidade opera.

    O conhecimento por parte do revisor/auditor das principais considerações do sistema

    de controlo interno, juntamente com outras ponderações, facilita a identificação de distorções

    materialmente relevantes que possam constar nas demonstrações financeiras, assim como dos

    fatores que afetam o risco das mesmas distorções, além de auxiliar na seleção dos

    procedimentos de revisão/auditoria mais adequados. Desta forma, o planeamento feito pelo

    revisor/auditor na consideração do sistema incidirá sobre características como a dimensão e

    complexidade da entidade, o tipo de controlos internos e documentação respetiva, mas

    sobretudo incidindo na avaliação do risco inerente e nível de materialidade.

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    Diretriz de Revisão/Auditoria 700Relatório de Revisão/Auditoria

    Como confirmação do seu trabalho, o revisor/auditor elabora um relatório onde

    expressa a sua opinião sobre a empresa que prestou serviço. A diretriz em causa é desenvolvida

    com o intuito de regular e orientar a elaboração deste relatório, podendo este distinguir-se em

    diferentes tipos:

     Certificação Legal de Contas

     Certificação das Contas

     Relatório do Auditor Registado na CMVM

    O relatório de revisão/auditoria, emitido em papel, além dos componentes identificativos do

    ROC ou SROC, contém elementos essenciais como:

      título;

      introdução  –  identificação da entidade, demonstrações financeiras examinadas, ano de

    exercício a que reportam assim como principais quantias contidas;

     parágrafos sobre responsabilidades  –  este ponto adverte para: a responsabilidade dos

    órgãos de gestão na elaboração das demonstrações financeiras, implementação de critérios

    contabilísticos e sistema de controlo interno; e responsabilidade do revisor/auditor na

    expressão da sua opinião baseada na revisão/auditoria que elaborou;

     parágrafos sobre o âmbito  – este parágrafo inicia-se pela garantia que a revisão/auditoria

    foi efetuada de acordo com as Normas Técnicas e Diretrizes de Auditoria da OROC, que as

    mesmas exigem que a revisão/auditoria seja planeada e executada com o objetivo de obterum grau de segurança aceitável sobre a isenção de distorções materialmente relevantes nas

    demonstrações financeiras, procede-se de uma breve descrição da verificação efetuada, e por

    fim consta a declaração de que a revisão/auditoria confere uma base aceitável para a

    expressão do seu parecer;

     opinião  – disposição onde consta, de forma clara e inequívoca, a opinião do revisor/auditor

    sobre as demonstrações financeiras;

     data  – momento em que o revisor/auditor concluí o seu exame, sendo obrigatoriamente

    superior às datas dos documentos que fazem parte do relatório de gestão;

     assinatura e nome.

    Como os relatórios de revisão/auditoria são elaborados segundo a opinião maisadequada face à prova obtida, logo dependendo do parecer, podem ser obtidos dois modelos

    de relatório. O modelo simples elaborado quando as demonstrações financeiras revelam a

    imagem verdadeira e apropriada da empresa, todavia, quando no parecer do revisor/auditor

    existem matérias que relevam a sua atenção para determinados factos, obtém-se um Relatório

    de Revisão/Auditoria Modificado. Estas situações modificativas advêm de:

     ênfases  – quando existem matérias que não alteram a opinião do revisor/auditor, contudo

    afetam as demonstrações financeiras;

     reservas   –  quando as matérias que alteram a opinião do revisor/auditor podem

    simultaneamente causar distorções significativas nas demonstrações financeiras, ou seja,

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    surgem quando existem limitações de âmbito e desacordos relacionados com as politicas

    contabilísticas adotadas;

     escusa de opinião  – quando existem limitações significativas no âmbito que não permitem ao

    revisor/auditor evidência suficiente;

     opinião adversa   –  acontece quando o fruto dos desacordos afetam de tal modo as

    demonstrações financeiras que induzem em erro os destinatários.

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    Conclusão 

    Depois de todos os escândalos financeiros que desfalcaram confiança na informaçãofinanceira comprovada pelo auditor, torna-se fulcral a atitude destes no que diz respeito à

    reflexão e adoção das diretrizes de revisão/auditoria de modo a aperfeiçoarem a os seus

    relatórios, emitindo um documento generalizado que corresponda efetivamente à situação da

    empresa.

    O planeamento da auditoria revela-se como a fase mais determinante do trabalho, pois

    é nesta etapa que são desenvolvidos os procedimentos que deverão ser seguidos em todo o

    processo de auditoria. Apesar de poder ser alvo de retificações, o processo de desenvolver um

    plano para a auditoria pormenorizado quanto à natureza, tempestividade e extensão, tendo

    como principal objetivo a redução do risco da auditoria para um nível baixo e aceitável.

    Desta forma, um planeamento adequado contribui para que as áreas relevantes da

    auditoria tenham especial atenção, possibilitando a identificação dos principais problemas, mas

    também que o trabalho seja executado da forma diligente e dentro dos prazos determinados.

    Tendo em conta que o planeamento pode sofrer alterações, nomeadamente em relação

    à sua extensão, pois esta varia consoante a dimensão da empresa, a complexidade da auditoria

    e nomeadamente da experiencia do auditor na área de negócio examinada.

    Resumindo, a Diretriz de Revisão/Auditoria 300, retrata os aspetos mais importantes a

    serem tratados na fase de planeamento que viabilizam o sucesso de uma Revisão/Auditoria,

    como: o conhecimento do negócio; a compreensão do sistema contabilístico e de controlo

    interno, a materialidade e avaliação do risco; a natureza, tempestividade e extensão dosprocedimentos de auditoria; a coordenação, direção, supervisão e revisão de auditoria; mas

    também fatores como a continuidade da empresa, termos de compromisso, utilização de

    tecnologias de informação, natureza e datas de entrega de relatórios.