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TÓPICO |Conteúdo BOUDON, Raymond. Ação. IN: Tratado de Sociologia. Org. Raymond Boudon. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed., 1995. Definição da sociologia da ação: o primeiro princípio fundamental da sociologia ação consiste em levar a sério de que todo fenômeno social, qualquer que seja, é resultado de ações, de atitudes, de convicções e em geral de comportamentos individuais. O segundo principio que completa o primeiro, afirma que o sociólogo que pretende explicar um fenômeno social deve procurar o sentido dos comportamentos individuais que estão em sua origem. Origens intelectuais da sociologia da ação: é incontestável ter sido na Alemanha que nasceu a sociologia da ação, pelo menos em sua forma consciente e programática. O primeiro princípio da sociologia da ação: principio que é comumente designado pela expressão “individualismo metodológico” (IM). No sentido metodológico, a noção de individualismo é: implica apenas que, para explicar um fenômeno social, é necessário descobrir suas causas individuais, ou seja, compreender as razões que levam os atores sociais a fazer o que fazem ou a acreditarem naquilo que acreditam. O IM reconhece indiscutivelmente que o ator social se move dentro de um contexto que se lhe impõe em larga medida. Este principio não implica, portanto, que se conceba a sociedade uma justaposição de solidões calculistas. O segundo princípio, o princípio da racionalidade: para obter uma explicação completa de qualquer fenômeno social é necessário pôr em evidência o porquê, o sentido das ações ou convicções. Segundo a sociologia da ação, a explicação de um fenômeno social supõe que sejam determinados os comportamentos individuais de que ele é o efeito e que esses comportamentos sejam compreendidos. Como o sociólogo deve conceber a ação individual? A racionalidade do ator social: para compreender o comportamento de um ator equivale a maior parte das vezes, a compreender as razões ou as razões válidas do mesmo. A

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TÓPICO |Conteúdo

BOUDON, Raymond. Ação. IN: Tratado de Sociologia. Org. Raymond Boudon. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed., 1995. 

Definição da sociologia da ação: o primeiro princípio fundamental da sociologia ação consiste em levar a sério de que todo fenômeno social, qualquer que seja, é resultado de ações, de atitudes, de convicções e em geral de comportamentos individuais. O segundo principio que completa o primeiro, afirma que o sociólogo que pretende explicar um fenômeno social deve procurar o sentido dos comportamentos individuais que estão em sua origem. Origens intelectuais da sociologia da ação: é incontestável ter sido na Alemanha que nasceu a sociologia da ação, pelo menos em sua forma consciente e programática. O primeiro princípio da sociologia da ação: principio que é comumente designado pela expressão “individualismo metodológico” (IM). No sentido metodológico, a noção de individualismo é: implica apenas que, para explicar um fenômeno social, é necessário descobrir suas causas individuais, ou seja, compreender as razões que levam os atores sociais a fazer o que fazem ou a acreditarem naquilo que acreditam. O IM reconhece indiscutivelmente que o ator social se move dentro de um contexto que se lhe impõe em larga medida. Este principio não implica, portanto, que se conceba a sociedade uma justaposição de solidões calculistas.O segundo princípio, o princípio da racionalidade: para obter uma explicação completa de qualquer fenômeno social é necessário pôr em evidência o porquê, o sentido das ações ou convicções. Segundo a sociologia da ação, a explicação de um fenômeno social supõe que sejam determinados os comportamentos individuais de que ele é o efeito e que esses comportamentos sejam compreendidos.Como o sociólogo deve conceber a ação individual? A racionalidade do ator social: para compreender o comportamento de um ator equivale a maior parte das vezes, a compreender as razões ou as razões válidas do mesmo. A sociologia trata um comportamento como racional sempre que este esteja em condições de fornecer uma explicação que possa ser enunciada do seguinte modo: “O fato do ator X se ter comportado de maneira Y é compreensível. Com efeito, na situação que era a sua, tinha razões válidas para fazer Y”Racionalidade objetiva: pode-se falar de racionalidade objetiva quando o ator utiliza os meios objetivamente mais corretos para alcançar um objetivo.Racionalidade subjetiva: em muitos casos a distinção meio-fins é fugidia. Para designar esses casos que escapam ao quadro de racionalidade objetiva, pode-se falar na linha de H. Simon, de racionalidade subjetiva.Racionalidade psicológica: corresponde, por exemplo, ás relações de implicação introduzidas por Durkheim em sua teoria de religião. Assim, o sentimento do sagrado implica, segundo Durkheim (num sentido evidentemente não lógico e que, por esse motivo, podemos qualificar de “psicológico”), a existência de um ser que inspira a um individuo um sentimento de respeito.