to de processos em enfermagem - fluxogramas [2007]

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MAPEAMENTO DE PROCESSOS EM ENFERMAGEM:  Fluxogramação 

   

                

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 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ 

Antônio Joaquim Bastos da Silva – Reitor Adélia Maria Carvalho de Melo Pinheiro – Vice‐Reitora 

   

 DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 

Helma Pio Mororó José – Diretora Ricardo Matos Santana – Vice‐Diretor 

   

 COLEGIADO DE ENFERMAGEM 

Roseanne Montargil Rocha – Coordenadora Aretusa de Oliveira Martins – Vice‐Coordenadora 

   

 GERENCIAMENTO DE ENFERMAGEM NOS SERVIÇOS HOSPITALARES 

Noélia Silva Oliveira – Docente Assistente Ricardo Matos Santana – Docente Assistente 

Sharon Shyrley Weyll Oliveira – Docente Assistente Sonia Maria Isabel Lopes Ferreira – Docente Assistente 

Daniela Simões Gomes – Docente Substituta          

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Ricardo Matos Santana Noélia Silva Oliveira 

Sharon Shyrley Weyll Oliveira Sonia Maria Isabel Lopes Ferreira 

Daniela Simões Gomes               

MAPEAMENTO DE PROCESSOS EM ENFERMAGEM:  Fluxogramação 

                        

Ilhéus – Bahia 2007 

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2007 by Ricardo Matos Santana Noélia Silva Oliveira 

Sharon Shyrley Weyll Oliveira Sonia Maria Isabel Lopes Ferreira 

Daniela Simões Gomes.  

Universidade Estadual de Santa Cruz Departamento de Ciências da Saúde 

Colegiado de Enfermagem Gerenciamento de Enfermagem nos Serviços Hospitalares 

Campus Prof. Soane Nazaré de Andrade  Rodovia Ilhéus Itabuna, Km 16 – 45662‐000, Ilhéus, Bahia, Brasil Tel.: (73) 3680‐5108/5116/5114   –   FAX: (73) 3680‐5501/5114 

 http://br.groups.yahoo.com/group/adm_enf_uesc 

  

Capa e Ilustração: Ricardo Matos Santana  

Editoração: Ricardo Matos Santana        

Autorizamos a reprodução e divulgação total ou parcial desta obra, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. 

  

Dados Internacionais de Catalogação da Publicação (CIP)           

     

Ficha Catalográfica: Silvana Reis Cerqueira – CRB5/1122      

M297 Mapeamento de processos em enfermagem: fluxogra- mação : texto de apoio / Ricardo Matos Santana ... [et al.] – Ilhéus, BA, UESC, 2007. 18f. : il. Inclui bibliografia e apêndices. 1. Enfermagem. 2. Enfermagem – Administração. 3. Fluxogramas. I. Santana, Ricardo Matos. II. Título. CDD 610.7306

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AUTORES    

Ricardo Matos Santana Enfermeiro, Mestre em Enfermagem, Especialista em Saúde Pública, 

Especialista em Auditoria de Sistemas de Saúde, Docente Assistente do Departamento de Ciências da Saúde da UESC.  

E‐mail: [email protected]

  

Noélia Silva Oliveira Enfermeira, Mestre em Enfermagem, Docente Assistente do 

Departamento de Ciências da Saúde da UESC.  E‐mail: [email protected]

  

Sharon Shyrley Weyll Oliveira Enfermeira, Mestre em Enfermagem, Especialista em Gestão Hospitalar, Especialista em Educação Profissional na Área de Saúde: Enfermagem, Docente Assistente do Departamento de Ciências da Saúde da UESC.  

E‐mail: [email protected]

  

Sonia Maria Isabel Lopes Ferreira Enfermeira, Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, 

Especialista em Gestão Hospitalar, Especialista em Educação Profissional na Área de Saúde: Enfermagem, Docente Assistente do Departamento 

de Ciências da Saúde da UESC.  E‐mail: [email protected]

  

Daniela Simões Gomes Enfermeira, Especialista em Saúde Pública, Docente Substituta do 

Departamento de Ciências da Saúde da UESC.  E‐mail: [email protected]

    

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MAPEAMENTO DE PROCESSOS EM ENFERMAGEM: Fluxogramação    

RESUMO    Dentro do serviço de enfermagem, ao  levarmos a efeito trabalhos de análise de processos em enfermagem, sentimos a necessidade de substituir os relatórios, expressos em palavras, por uma apresentação gráfica, que possibilite uma visualização dos eventos e que  seja ao mesmo  tempo, racional e sistematicamente organizada. Esses gráficos são encontrados de vários  tipos,  contudo  o  mais  conhecido  e  mais  utilizado  no  estudo  de  processos administrativos é o fluxograma, que utilizando‐se de símbolos previamente convencionados, apresenta a seqüência de um  trabalho de  forma analítica, caracterizando de  forma clara e precisa  as  operações,  os  responsáveis  e/ou  unidades  organizacionais  envolvidos  no processo,  permitindo,  se  a  situação  exigir,  redesenhar  o  fluxo  ou  seqüência  deste.  O fluxograma  é  uma  ferramenta  potente  quando  utilizada  no  gerenciamento  e  na sistematização da análise dos processos executados pela enfermagem. Buscando conhecer e compreender  a  ferramenta  fluxograma,  este  texto  é  produto  de  um  estudo  exploratório bibliográfico,  com  vistas  à  sua  utilização  como  material  instrucional  do  Curso  de Enfermagem da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, Ilhéus ‐ Bahia, principalmente da  Disciplina  Gerenciamento  de  Enfermagem  nos  Serviços  Hospitalares.  Abordaremos conteúdos  referentes  à  importante  técnica  de  representação  gráfica  conhecida  como fluxograma, que permite esquematizar e visualizar os processos de uma forma racional, clara e  concisa,  facilitando  seu  entendimento  geral  por  todos  os  envolvidos  nos  processos executados pela enfermagem. Contemplando uma apresentação compreensiva do processo de  fluxogramação  das  ações  de  enfermagem,  numa  referência  bibliográfica  ainda  não disponível na enfermagem. O material é apresentado de  forma clara, de  fácil aprendizado, oferecendo diretrizes para o desenvolvimento de fluxogramas, bem como para o incremento da organização de processos nos diversos campos de atuação do Enfermeiro.   Palavras‐chave: enfermagem, administração, processos, organização, métodos.            

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SUMÁRIO 

 

 

  RESUMO ....................................................................................................................... v 

 

1.  INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 7 

 

2.  A FERRAMENTA FLUXOGRAMA ..................................................................................... 7 

 

3.  VANTAGENS DA FLUXOGRAMAÇÃO .............................................................................. 8 

 

4.  ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE FLUXOGRAMAS .......................................................... 8 

 

5.  ORIENTAÇÕES TÉCNICAS ............................................................................................... 9 

 

6.  TIPOS DE FLUXOGRAMAS .............................................................................................. 11 

6.1.  Fluxograma de Rotina .......................................................................................................... 12 

6.2.  Fluxograma Global ou de Colunas ........................................................................................ 13 

 

  REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 14 

 

  APÊNDICE A – Desdobramento do Fluxograma de Rotina das principais atividades da administração de recursos materiais exemplificado na Figura 5 .............. 15 

 

  APÊNDICE B – Outra forma de arrumação para o desdobramento do Fluxograma de Rotina das principais atividades da administração de recursos materiais exemplificado na Figura 5 ....................................................................... 16 

 

  APÊNDICE C – Outra forma de arrumação para o desdobramento do Fluxograma de Rotina das principais atividades da administração de recursos materiais exemplificado na Figura 5 ....................................................................... 17 

 

  APÊNDICE D – Outra forma de arrumação para o desdobramento do Fluxograma de Rotina das principais atividades da administração de recursos materiais exemplificado na Figura 5 ....................................................................... 18 

      

 

 

 

 

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Mapeamento de Processos em Enfermagem: fluxogramação                SANTANA, R.M.; OLIVEIRA. N.S.; OLIVEIRA, S.S.W.; LOPES‐FERREIRA, S.M.I.; GOMES, D.S. 

 

1. INTRODUÇÃO  

Dentro do serviço de enfermagem, ao levarmos a efeito trabalhos  de  análise  de  processos  em  enfermagem, culminando  com  a  racionalização  ou  implantação  de novos  métodos  e/ou  processos,  sentimos  a necessidade  de  substituir  os  relatórios,  expressos  em palavras,  por  uma  apresentação  esquemática,  que possibilite uma visualização dos eventos e que seja ao mesmo tempo, racional e sistematicamente organizada (SÁ REGO apud CURY, 2005). 

Cury (2005, p. 339) sobrepõe que: 

"Para  atingir  esse  resultado,  inclusive aumentando o grau de detalhamento, utilizamos gráficos,  com  símbolos  representativos  das ocorrências  observadas,  além  dos  textos elucidativos. Tanto o texto quanto os símbolos são dispostos  no  esquema  de  acordo  com  certas regras, de uso generalizado,  com a  finalidade de tornar  o  fluxo  de  trabalho  mais  compreensível, sistemático e racional." 

Esses  gráficos,  de  acordo  com  Araújo  (2001)  são encontrados de vários tipos, contudo o mais conhecido e mais utilizado no estudo de processos administrativos é o fluxograma. O qual afirma Cury (2005) ser este um gráfico  universal,  que  representa  o  fluxo  ou  a seqüência  normal  de  qualquer  trabalho,  produto  ou documento.  

Permitindo‐nos acreditar que é perfeitamente aplicável na  análise  e  gerenciamento  de  processos  em enfermagem, onde o enfermeiro utiliza o Processo de Enfermagem  adaptado  à  prática  administrativa  para sistematizar  a  análise  dos  processos  executados  pela enfermagem, a  ferramenta  fluxograma é bastante útil no momento de investigação. Onde o enfermeiro busca reunir  informações  que  revelarão  a  seqüência  de atividades  desenvolvidas  dentro  do  processo  a  ser analisado,  realizando,  em  seguida,  o  mapeamento desse processo através do  fluxograma, para  facilitar a análise  e  posterior  definição  dos  diagnósticos administrativos de enfermagem. 

Dessa  forma, esse  texto  favorece o conhecimento e a compreensão  da  ferramenta  fluxograma  como importante  técnica  para  esquematizar  e  visualizar  as ações  de  Enfermagem,  facilitando  a  organização  dos seus processos de trabalho 

 

2. A FERRAMENTA FLUXOGRAMA  

O  mapeamento  de  processos  em  enfermagem serve  para  indicar  a  seqüência  de  atividades desenvolvidas dentro de um processo,  sejam eles processos assistenciais, administrativos, educativos ou até de pesquisa. Deve ser feito de forma gráfica, utilizando‐se  a  ferramenta  fluxograma,  para representá‐lo (BRASIL, 2005). 

O  fluxograma,  por  sua  vez,  representa  com racionalidade,  coerência,  clareza  e  síntese  os processos  ou  procedimentos,  bem  como  seus respectivos  responsáveis  e/ou  unidades organizacionais  (OLIVEIRA,  2002).  Procurando,  de maneira  geral,  como  afirma  Araújo  (2001), apresentar  o  processo  passo  a  passo,  ação  por ação. 

Sintetizamos que o  fluxograma é a  representação gráfica que, utilizando‐se de símbolos previamente convencionados,  apresenta  a  seqüência  de  um trabalho  de  forma  analítica,  caracterizando  de forma clara e precisa as operações, os responsáveis e/ou  unidades  organizacionais  envolvidos  no processo,  permitindo,  se  a  situação  exigir, redesenhar o fluxo ou seqüência deste. 

Esta  técnica  de  mapeamento  de  processos  está presente  em  abordagens  contemporâneas  de análise e gestão organizacional, onde as modernas ferramentas  de  estudo  e  gestão  organizacional apontam  a  análise  de  processos  como  a melhor alternativa  para  a  busca  de  uma  melhor dinamicidade  do  cotidiano  das  organizações. Tendo a análise do dia‐a‐dia, da movimentação, do melhor  uso  da  informação  e  o  conhecimento  de processos,  impulsionado  a  substituição  dos modelos  de  gestão  fundamentados  em organogramas e manuais de organização (ARAÚJO, 2001). 

Oliveira (2002, p. 258) salienta que: 

“Os fluxogramas procuram mostrar o modo pelo qual as coisas são feitas, e não o modo pelo qual o chefe diz aos funcionários que as façam;  não  a  maneira  segundo  o  qual  o chefe  pensa  que  são  feitas,  [...].  Eles  são, portanto,  uma  fotografia  exata  de  uma situação real em foco.”. 

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Mapeamento de Processos em Enfermagem: fluxogramação                SANTANA, R.M.; OLIVEIRA. N.S.; OLIVEIRA, S.S.W.; LOPES‐FERREIRA, S.M.I.; GOMES, D.S. 

Considerando que qualquer  tipo de  trabalho  realizado por  uma  equipe  de  enfermagem  deve  integrar  um processo,  e  não  a  simples  expressão  de  normas  e rotinas,  a  fluxogramação  dos  seus  processos  buscará evidenciar a seqüência real de um trabalho, permitindo a  visualização das  atuações  incoerentes e  a dispersão de  recursos materiais e humanos. Onde o enfermeiro consegue  articular  as  diversas  etapas,  ou momentos, de  um  processo  depois  da  inevitável  divisão  e distribuição das tarefas (OLIVEIRA, 2002). 

Harrington (1993), por sua vez, afirma que a elaboração de um  fluxograma  cria uma disciplina mental. Onde a comparação  de  um  fluxograma  com  as  atividades  do processo  real  irá  destacar  aquelas  áreas  em  que  as regras ou políticas não  são claras, ou estão  sendo até desobedecidas,  começando,  então  a  revelar  as diferenças entre a forma como uma atividade deve ser executada  e  como  ela  está  sendo  executada  na realidade. 

 

 

3. VANTAGENS DA FLUXOGRAMAÇÃO 

 

O  fluxograma  pode  constituir  uma  ferramenta  de trabalho muito útil para os enfermeiros, por que possui muitas vantagens que  facilitam o desenvolvimento da etapa de análise e redesenho do processo em estudo. Tomando como base os escritos de Araújo (2001), Cury (2005) e D'Ascenção (2001) podemos citar as seguintes vantagens como principais: 

− Apresentação real do funcionamento de todos os  componentes  de  um  processo  em enfermagem,  facilitando  a  análise  de  sua eficiência e eficácia; 

− Possibilidade da apresentação de uma filosofia de  enfermagem,  atuando,  principalmente, como fator psicológico; 

− Possibilita  a  verificação,  de  maneira  clara  e precisa, das falhas de operações, dos gargalos, da duplicidade de procedimentos e de outros problemas oriundos do processo em estudo; 

− Entendimento mais simples e objetivo do que o de outros métodos descritivos; 

− Aplicação  a qualquer processo, desde o mais simples aos mais complexos; 

− Propiciar  o  uso  de  convenções  de simbologias, o que possibilita uma  leitura mais  simples  e  lógica  do  processo,  não permitindo dupla interpretação, por parte de  toda  a  equipe  de  enfermagem,  tanto pela elaboradora quanto pela executora; 

− Permite  fácil  atualização,  e  de  maneira mais  adequada,  pela melhor  clareza  das alterações  introduzidas,  incluindo  suas causas e efeitos. 

 

 

4.  ROTEIRO  PARA  ELABORAÇÃO  DE FLUXOGRAMAS 

 

Como  já  foi  dito  anteriormente,  os  fluxogramas, por  serem  instrumentos  de  ordenação  dos eventos,  devem  retratar  uma  situação  de  fato, portanto,  procuram  demonstrar  como  as  coisas são realmente feitas, não o modo pelo qual o chefe diz  ou  pensa  que  são  feitas,  tampouco  da  forma pela  qual  os  manuais  da  empresa  mandam  que sejam feitas (OLIVEIRA, 2001). 

Para  elaborar  um  fluxograma,  o  enfermeiro,  por meio  de  uma  pesquisa  sistematizada  junto  à equipe  e  unidade  organizacional,  na  fase  de investigação  do  Processo  de  Enfermagem adaptado  à  prática  administrativa,  precisa  definir um  processo  a  ser  diagramado  e  que  tipo  de fluxograma vai ser criado, para, em seguida,  fazer um  levantamento  dos  passos  que  envolvem  o trabalho, considerando desde fator desencadeante do  processo,  o  operador  inicial  até  o  final  e, também,  os  impressos  envolvidos  no  processo (com seus destinos, inclusive sua vias, se houver). 

Sugerimos  considerar  as  seguintes  etapas,  como roteiro de elaboração do fluxograma de processos executados pela enfermagem: comunicação, coleta de dados, fluxogramação e avaliação. 

Na  primeira  etapa,  comunicação,  os  enfermeiros responsáveis pelo gerenciamento de processos em enfermagem participam aos membros da equipe, e outros envolvidos  fora da equipe de enfermagem, da realização do trabalho e os seus objetivos. 

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Mapeamento de Processos em Enfermagem: fluxogramação                SANTANA, R.M.; OLIVEIRA. N.S.; OLIVEIRA, S.S.W.; LOPES‐FERREIRA, S.M.I.; GOMES, D.S. 

Na  segunda  etapa,  a  coleta  de  dados,  seguindo  um roteiro  sistematizado,  o  processo  é  descrito  passo  a passo, podendo ser a descrição de um processo formal (expressados por normas e rotinas), a descrição de um processo informal (desenvolvidos pela equipe de forma independente) ou os dois. 

Em virtude da  lacuna sempre existente entre o que as pessoas  dizem  e  o  que  efetivamente  fazem,  é importante  buscar  dados  primários  (fornecidos  pelos executores  do  processo)  utilizando  a  entrevista  e  a observação  direta  (“in  loco”)  do  processo  e  dados secundários  que  são  fornecidos  pela  instituição (manual de normas e rotinas, etc.). 

Durante  a  verificação  “in  loco”  é  importante  buscar colaboração dos executantes do processo, explicando‐os que irá acompanhar a execução completa para fazer um diagrama mostrando o trabalho daquele processo, sendo  provável  o  surgimento  de  dúvidas,  que  serão dirimidas através de uma comunicação essencial, entre observador  e  executor(es),  gerando  empatia  e facilitando a coleta de dados. 

O  roteiro  de  coleta  de  dados  poderá  conter  as seguintes  questões,  adaptadas  de  Cury  (2005)  e Oliveira (2002): 

− Qual o cargo ou função? 

− De quem recebe o trabalho? 

− Em  que  consiste  o  trabalho? O  que  é  feito? Como é feito o trabalho? 

− Porque  esse  trabalho  é  necessário?  Há, realmente,  uma  necessidade  absoluta  desse trabalho? 

− Onde  esse  trabalho deve  ser  feito? pode  ser ele executado mais perfeitamente, em menos tempo  e  com  menos  transporte,  se  for mudada  a  localização  de  funcionários  ou  de equipamentos? Tal mudança de local é viável? 

− Quem  deve  executar  esse  trabalho?  Existe alguém  mais  qualificado  para  executá‐lo? Seria  mais  lógico  ou  conveniente  que  outra pessoa realizasse esse trabalho? 

− Para  quem  passa  o  trabalho  após  terminar essa parte? 

− Quantas  vezes  por  dia  realiza  esse  mesmo trabalho? 

− Quanto  tempo  gasta  para  realizar  esse trabalho? 

Os enfermeiros responsáveis pelo mapeamento de processos  em  enfermagem  devem  ter  o discernimento  para  identificar  quais  outras perguntas devem  ser  efetuadas  para  o  adequado desenvolvimento dos trabalhos, considerando que as perguntas acima apresentadas  são necessárias, mas não são suficientes (OLIVEIRA, 2002). 

Na  etapa de  fluxogramação propriamente dita, o enfermeiro  elabora  o  fluxograma  do  processo estudado. 

Após a etapa de fluxogramação o enfermeiro deve fazer  uma  avaliação  do  fluxograma  elaborado  e, não  estando  os  eventos muito  claros,  estando  o fluxo  incompleto  ou  apresentando  incoerências deverá retornar às fontes de dados para: certificar‐se  da  correção  dos  dados;  colher  informações adicionais;  ouvir  opiniões  dos  executores  dos serviços; fazer observação pessoal das rotinas que apresentam incoerências (CURY, 2005, p. 342). 

Ao  término  da  análise  do  processo  é  importante formalizar um relatório descritivo dessa análise. Ele deve conter, no mínimo, o fluxograma do processo inicial, o sugerido e as  justificativas e expectativas das  alterações  propostas.  Esse  relatório  será  útil para  demonstrar  a  evolução  dos  processos,  o histórico  de  sugestões  e  mudanças.  Além  disso, facilitará  futuras  análises,  para  propor  novas melhorias, pois  saber o que existia antes e o que foi proposto  certamente poupará muito  trabalho. (RODRIGUES, 2008). 

 

 

5. ORIENTAÇÕES TÉCNICAS 

 

Existem diversos símbolos utilizados na construção de  fluxogramas,  mas  a  maioria  dos  fluxogramas são  elaborados  com  os  símbolos  básicos apresentados no Quadro 1. 

É  possível  a  enfermagem  utilizar  símbolos diferentes  dos  convencionados  no  Quadro  01, desde  que  não  ofereçam  dificuldade  de compreensão para o  leitor e que  sejam definidos previamente pela equipe.  

 

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Mapeamento de Processos em Enfermagem: fluxogramação                SANTANA, R.M.; OLIVEIRA. N.S.; OLIVEIRA, S.S.W.; LOPES‐FERREIRA, S.M.I.; GOMES, D.S. 

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  O símbolo de atividade (ou operação) é um retângulo que indica um passo do processo. Uma breve descrição da atividade é descrita dentro do retângulo. 

  O símbolo decisão é um losango que designa uma checagem ou um desdobramento de atividade. A descrição da decisão é escrita dentro do símbolo, geralmente na forma de uma pergunta. A resposta à pergunta determina o passo a ser tomado. Cada passo é intitulado para corresponder à resposta. 

  O símbolo terminal é um retângulo arredondado que identifica o início e o fim do processo. "Início" e "Fim" são mostrados dentro do símbolo. 

  Linhas de Fluxo são usadas para representar o progresso dos passos em seqüência. A seta da linha de fluxo indica a direção do fluxo do processo. A seta tracejada indica fluxo informal. Linhas sem seta (sólidas ou tracejadas) podem ser utilizadas para ligar um retângulo com comentários ou explicações à qualquer símbolo do fluxograma. 

  O símbolo documento representa informação escrita pertinente ao processo. O título ou a descrição do documento é mostrado dentro do símbolo. 

 

O símbolo documentos representa informação escrita em múltiplas vias. O título ou a descrição e a quantidade de vias do documento é mostrado dentro do símbolo. 

  O símbolo informação verbal representa comunicação verbal pertinente ao processo. O título ou a descrição da comunicação é mostrado dentro do símbolo. 

  O símbolo arquivo temporário é um triângulo com equilíbrio sobre seu ápice e identifica material armazenado ou estocado em caráter temporário ou indeterminado. 

  O símbolo arquivo definitivo é um triângulo assentado sobre sua base e identifica material armazenado ou estocado. 

  O símbolo banco de dados (data base) representa informações armazenadas eletronicamente pertinentes ao processo. O título ou descrição da mesma é mostrada dentro do símbolo. 

  O conector de rotina é um círculo usado para indicar a continuação do fluxograma na mesma página. Uma letra ou um número é mostrado dentro do círculo. 

  O conector de página é usado para indicar a continuação do fluxograma em outra página. Uma letra ou um número é mostrado dentro do símbolo. 

  O símbolo demora, representado pela letra D, indica uma espera para se iniciar ou sequenciar determinada atividade. 

Quadro 1. Simbologia utilizada nos fluxogramas 

Fonte: Araújo (2001), Ballestero‐Alvarez (2000), Cury (2005), D’Ascenção (2001), Oliveira (2002). 

Essa  situação  é  justificada  pelas  características amplas e abrangentes de atuação da enfermagem que exigem essa flexibilidade. 

A  elaboração,  ou  desenho  de  um  fluxograma, requer atenção a algumas orientações básicas: 

− Os  símbolos  devem  ter  tamanhos  e formas bem uniformes e guardar a devida proporção entre si; 

− O  tamanho do desenho do  fluxo varia de acordo  com a  complexidade do processo em  estudo,  e  o  tamanho  ideal  é  aquele que  permite  visualizar  o  processo  sem grandes movimentos,  tanto  lateral  como verticalmente; 

− O  desenho  deve  ser  feito  da  esquerda para a direita e de cima para baixo, como no sentido horário  (Anexo B), ou de cima para  baixo  e da  esquerda  para  a  direita, como se estivesse ziguezagueando (Figura 6  e  10).  Tudo  que  estiver  em  sentido inverso  deve  estar  claramente identificado; 

− Evite  o  uso  de  linhas  de  comunicação muito  longas.  Dê  preferência  às  linhas horizontais  e  verticais,  evitando  as diagonais  e  inclinadas  que  poluem  o fluxograma. 

Existem no mercado, à disposição dos enfermeiros, e  qualquer  outro  profissional,  réguas  do  tipo gabarito  especiais  para  a  confecção  manual  de fluxogramas (Figura 1).  

Figura 1 –  Gabaritos para fluxogramas

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Com  o  crescente  processo  de  informatização  do trabalho  na  enfermagem,  os  profissionais  podem utilizar  softwares  específicos  para  a  confecção  de fluxogramas  que  rodam  em  microcomputadores, oferecendo uma  gama muito  grande de  recursos que nos  ajudam  na  elaboração  de  um  fluxo  de  processo. Podendo utilizar,  também, os  recursos disponíveis em processadores  de  texto,  planilhas  e  de  apresentação em  multimídia  –  botões  localizados  na  barra  de ferramentas Desenho – como mostra as Figuras 2, 3 e 4. 

 

 

6. TIPOS DE FLUXOGRAMAS 

 

Existem  na  literatura  corrente  vários  tipos  de fluxogramas, no entanto  reconhecemos dois  tipos básicos  para  a  utilização  no  mapeamento  dos processos  executados  pela  enfermagem.  Aqueles que são mais adequados para descrever pequenos processos ou processos executados em uma única unidade  organizacional,  os  quais  chamaremos  de Fluxogramas  Rotina  (Figura  5  e  6),  pois apresentam poucos eventos que, em boa parte dos casos,  podem  ser  tratados  como  seqüências;  e aqueles mais adequados para descrever processos mais  complexos,  envolvendo  uma  grande quantidade de ações, funções, decisões e unidades organizacionais,  os  quais  denominaremos  de Fluxogramas  Global  ou  de  Colunas  (Figura  12) (BALLESTERO‐ALVARES, 2000).  

Figura 5 – Exemplo de Fluxograma de Rotina (resumo das principais atividades da administração de recursos materiais)

 

Figura 2 – Ferramenta para fluxogramas em software de apresentação ‐ Formas

 

Figura 3 – Ferramenta para fluxogramas em software de apresentação ‐ Conectores

Figura 4 – Ferramenta para fluxogramas em software de apresentação – Cor do preenchimento da forma

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6.1. Fluxograma de Rotina 

 

Por  sua  ampla  visão  do  sistema  analisado,  esse fluxograma  permite  que  qualquer  trabalho,  por mais complexo  que  seja,  possa  ser  representado graficamente, facilitando o estudo do processo  (Figura 6).  É  de  grande  valia  para  a  pesquisa  de  fluxos  de trabalho,  porque  por  meio  de  uma  ordenada, complexa,  detalhada  e  fidedigna  exposição  dos  fatos, como realmente ocorrem, permitem identificar pontos falhos,  das  mais  diversas  origens,  que  podem responder pelas deficiências  constatadas na  execução das diversas atividades de enfermagem (CURY, 2005). 

Na  elaboração  do  fluxograma  de  rotina  devem  ser observadas algumas instruções: 

a)  Inicie  e  finalize  o  fluxograma  com  o  símbolo 

terminal,  colocando  em  seu  interior  e identificação “INÍCIO” e “FIM” (ou “TÉRMINO”). Como exemplificado na Figura 7. 

b)  Um  conector  é  utilizado  para  evitar  muitas intersecções de  linhas, permitindo simplificar a vinculação  de  sub‐rotinas  e/ou  fluxogramas. Dessa  forma,  dentro  do  símbolo  deve‐se colocar  uma  letra  ou  número  que  permita  a identificação de onde se encontra a  rotina em continuação  (OLIVEIRA,  2002).  Como  é mostrado na Figura 8. 

c) Pode ocorrer a necessidade de ocupar mais de uma página para completar o fluxograma. Para isso utiliza‐se o símbolo conector de página. A saída do fluxo recebe uma letra ou número que volta  a  se  repetir no momento da entrada do fluxo em outra página (Figuras 9 e 10). 

 

Figura 7 – Uso do símbolo terminal

 

 

Figura 8 – Uso do conector de rotina

Figura 6 – Exemplo de análise de processo com o uso do Fluxograma de Rotina

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d)  Para demonstrar um ponto do processo  em que  é necessário  seguir  por  caminhos  diferentes,  é utilizado o símbolo decisão. Geralmente dentro do símbolo encontra‐se a pergunta (ou a assertiva) e a saída é  sempre binária: SIM ou NÃO. A bifurcação 

da  saída  nasce  em  dois  ângulos  do  símbolo (Figura 11). 

 

6.2. Fluxograma Global ou de Colunas 

Figura 9 – Uso do conector de página.

Figura 10 – Uso do  conector de página  com  indicação da página de continuidade.

 

Figura 11 – Alternativas para o uso do símbolo decisão.

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Esse  fluxograma  recebe  esse  nome  pela  visão  global que oferece do fluxo de trabalho e também porque os órgãos  aparecem  no  fluxo  sob  a  forma  de  colunas (Figura 12). 

Esse tipo de fluxograma é apropriado para representar o fluxo de trabalho de toda a organização (CURY, 2005). Podendo  representar  áreas,  cargos,  funções, atividades,  decisões,  formulários,  decisões,  níveis hierárquicos,  fluxo  de  informações,  enfim,  toda  e qualquer  variável  que  intervenha  num  determinado momento (BALLESTERO‐ALVARES, 2000) (Figuras 13, 14 e 15). 

Esse  tipo de  fluxograma utiliza os mesmos  símbolos e instruções do fluxograma de rotina, com a diferença de que,  no  global,  a  folha  do  fluxograma  é  dividida  em 

segmentos verticais,  colocando na horizontal a ordem dos agentes ou unidades organizacionais envolvidas no 

processo. O desenho deve  ser  feito de  cima para baixo e, ao mudar de coluna, da esquerda para a direita. Tudo que estiver em sentido  inverso deve estar claramente identificado (OLIVEIRA, 2002). 

REFERÊNCIAS 

 

ARAÚJO, L. C. G. de. Organização, Sistemas e Métodos e as Modernas Ferramentas de Gestão Organizacional: arquitetura, benchmarking, empowerment, gestão pela qualidade total, reengenharia. São Paulo: Atlas, 2001. Cap. 5, p.64‐81, Análise de Processos ‐ Fluxogramas. 

BALLESTERO‐ALVAREZ, M. E. Manual de Organização, Sistemas e Métodos: abordagem teórica e prática da engenharia da informação. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2000. Cap. 6, p. 119‐313, Instrumentos e Ferramentas. 

BRASIL, MINISTÉRIO DA DEFESA, EXÉRCITO BRASILEIRO. Programa de Excelência Gerencial: Análise e Melhoria de Processos (notas de Instrução). Disponível em: <http://www.exercito.gov.br/06OMs/gabcmtex/PEG‐EB/Documentos/anmelhor.pdf> Acesso em: 20 ago 2005. 

CORDEIRO, N. R. Construção de um modelo de gerenciamento de processos para organizações prestadoras de serviços utilizando o balanced scorecard e o marketing de relacionamentos. Florianópolis, 2001. 182 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) ‐ Área de Engenharias, Universidade Federal de Santa Catarina. 

CURY, A. Organização e Métodos: uma visão holística. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2005. 

HARRINGTON, H. J. Aperfeiçoando processos 

Figura 12 – Exemplo de Fluxograma Global ou de Colunas (o Processo de Enfermagem)

Figura 13 – Alguns campos utilizados no fluxograma global de um atendimento hospitalar

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15 

empresariais. São Paulo: Makron, 1993. 

D’ASCENÇÃO, L. C. M. Organização, Sistemas e Métodos: análise, redesenho e informatização de processos administrativos. São Paulo: Atlas, 2001. 

FARIA, A. N. de. Organização e Métodos. 2 ed. Rio de Janeiro: LTC ‐ Livros Técnicos e Científicos, 1984.  

OLIVEIRA, D. de P. R. de. Sistemas, Organização e Métodos. 13 ed. São Paulo: Atlas, 2002. Cap. 10, p. 255‐296, Técnicas de Representação Gráfica. 

PALADINI, E. P. Gestão da Qualidade no Processo: a qualidade na produção de bens e serviços. São Paulo: Atlas, 1995. 

RITTO, A. C. Organizações Caórdicas: modelagem de organizações inovadoras. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2005. 

RODRIGUES, R. C. Fluxogramas de processo: como fazer passo a passo. E‐book. Disponível em: <http:www.wordpress.com> Acesso em: 05 dez 2008. 

 

 

 

 

 

APÊNDICE A – Desdobramento do Fluxograma de Rotina das principais atividades da administração de recursos materiais exemplificado na Figura 5. 

 

Figura 14 – Alguns campos utilizados no fluxograma global de um atendimento em pronto socorro

 

Figura 15 – Alguns campos utilizados no fluxograma global de um atendimento no Sistema Municipal de Saúde

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APÊNDICE B – Outra forma de arrumação para o desdobramento do Fluxograma de Rotina das principais atividades da administração de recursos materiais exemplificado na Figura 5. 

 

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APÊNDICE C – Outra forma de arrumação para o desdobramento do Fluxograma de Rotina das principais atividades da administração de recursos materiais exemplificado na Figura 5. 

 

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APÊNDICE D – Outra forma de arrumação para o desdobramento do Fluxograma de Rotina das principais atividades da administração de recursos materiais exemplificado na Figura 5. 

 

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