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TEORIA GERAL DO PROCESSO Carga Horária Total: 80 horas UNIDADE I – TEORIA GERAL DO PROCESSO (4H) 1 Introdução O direito processual é uma ciência autônoma no campo da dogmática jurídica. Em face da clássica dicotomia que divide o direito em público e privado, o direito processual está claramente incluído no primeiro, uma vez que governa a atividade jurisdicional do Estado. 2 Conceitos básicos Suas raízes principais prendem-se estreitamente ao tronco do direito constitucional, envolvendo-se as suas normas com as de todos os demais campos do direito. O direito processual, por sua vez, inclusive por meio de disposições contidas no próprio texto constitucional, cria e regula o exercício dos remédios jurídicos que tornam efetivo todo o ordenamento jurídico, em todos os seus ramos, com o objetivo precípuo de dirimir conflitos interindividuais, pacificando e fazendo justiça em casos concretos. 2.1 Relação com o Direito Administrativo: Entre os órgãos jurisdicionais e os órgãos auxiliares da justiça, de um lado, e o Estado, de outro, há vínculos regulados pelo direito administrativo. 2.2 Relação com o Direito Penal O direito processual prende-se ao direito penal porque este estabelece a tutela penal do processo ("dos crimes contra a administração da justiça" - CP, arts. 338-359). 2.3 Relação com o Direito Civil Ao direito civil fazem frequente remissão as leis processuais, como, por exemplo, no que diz respeito à capacidade 1

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Page 1: TGP - Minhas Aulas

TEORIA GERAL DO PROCESSOCarga Horária Total: 80 horas

UNIDADE I – TEORIA GERAL DO PROCESSO (4H)

1 Introdução

O direito processual é uma ciência autônoma no campo da dogmática jurídica.

Em face da clássica dicotomia que divide o direito em público e privado, o direito processual está claramente incluído no primeiro, uma vez que governa a atividade jurisdicional do Estado.

2 Conceitos básicos

Suas raízes principais prendem-se estreitamente ao tronco do direito constitucional, envolvendo-se as suas normas com as de todos os demais campos do direito. O direito processual, por sua vez, inclusive por meio de disposições contidas no próprio texto constitucional, cria e regula o exercício dos remédios jurídicos que tornam efetivo todo o ordenamento jurídico, em todos os seus ramos, com o objetivo precípuo de dirimir conflitos interindividuais, pacificando e fazendo justiça em casos concretos.

2.1 Relação com o Direito Administrativo:

Entre os órgãos jurisdicionais e os órgãos auxiliares da justiça, de um lado, e o Estado, de outro, há vínculos regulados pelo direito administrativo.

2.2 Relação com o Direito Penal

O direito processual prende-se ao direito penal porque este estabelece a tutela penal do processo ("dos crimes contra a administração da justiça" - CP, arts. 338-359).

2.3 Relação com o Direito Civil

Ao direito civil fazem frequente remissão as leis processuais, como, por exemplo, no que diz respeito à capacidade processual, ao domicílio e à qualificação jurídica da pretensão, com reflexo nas regras da competência etc.

3 Divisão do direito processual

Como é una a jurisdição, expressão do poder estatal igualmente uno, uno também é o direito processual, como sistema de princípios e normas para o exercício da jurisdição.

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Page 2: TGP - Minhas Aulas

Embora uno, o direito processual sofre grande bifurcação entre processo civil e processo penal, e ainda, processo do trabalho e processo administrativo.Assim o é em razão das exigências pragmáticas relacionadas com o tipo de normas jurídico-substanciais a atuar.

Tanto é uno que no direito comparado há exemplos de regulamentação unitária do direito processual civil e penal, em um só Código ("Códex iuriscanonici", de 1917; Código Processual sueco de 1942; Código do Panamá e Código de Honduras). A própria Constituição Federal, discriminando a competência legislativa da União e dos Estados (concorrente), refere-se ao direito processual, unitariamente (arts. 22, inc. I e 24, inc. XI).

Os principais conceitos atinentes ao direito processual, como os de jurisdição, ação, defesa e processo, são comuns a todo os ramos do processo.

3.1 Processo Penal x Processo Civil

Processo penal é aquele que apresenta, em um dos seus polos contrastantes, uma pretensão punitiva do Estado.

Processo Civil é o que não é penal e por meio do qual se resolvem conflitos regulados não só pelo direito privado, como também pelo direito constitucional, administrativo, tributário, etc.

As normas que regem cada um espelham as características próprias dos interesses envolvidos no litígio civil e na controvérsia penal.

Tais características se esbatem e quase se desvanecem no campo do chamado processo civil "inquisitório", que gira em torno de interesses indisponíveis, e da ação penal privada, que se prende a interesses disponíveis da vítima.

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Page 3: TGP - Minhas Aulas

UNIDADE II – DIREITO PROCESSUAL (8H)

I.1 Introdução : Distinção entre as diversas funções estatais

I.2 Direito Material e Direito Processual

Direito material é o complexo de normas garantes aos indivíduos direitos e obrigações, isto é disciplinam as relações jurídicas da sociedade. Ex. Dt. Comercial, Dt. Civil, Dt. Penal, Trabalhista, Tributário.

Direito instrumental é o direito processual cuida das relações entre os sujeitos processuais, da posição, atos e procedimentos de cada um deles no processo judicial.

I.3 Direito Criminal x Direito Cível

O direito civil é o principal ramo do direito privado. Trata-se do conjunto de normas jurídicas (regras e princípios) que regulam as relações jurídicas entre as pessoas, sejam estas naturais ou jurídicas, que comumente encontram-se em uma situação de equilíbrio de condições. O direito civil é o direito do dia a dia das pessoas, em suas relações privadas cotidianas.

Direito penal é o ramo do direito público dedicado às normas para reprimir os delitos cominando penas com a finalidade de preservar a sociedade e de proporcionar o seu desenvolvimento. Tradicionalmente, entende-se que o direito penal visa a proteger os bens jurídicos fundamentais, como a vida, o patrimônio, a saúde, a integridade física e moral

I.4 Autonomia do direito processual

O direito processual como ramo autônomo da ciência do Direito é relativamente recente, possuindo pouco mais de cem anos.

Foi em Roma que se iniciou o desenvolvimento do processo.

A história do Direito Processual é assim delineada:

a) Romab) Bolonhac) Revolução Francesa e Codificação napoleônicad) Bülowe) Klein

NICETO ALCATÁ-ZAMORA Y CASTILLO estabelece cinco etapas da evolução da autonomia do Direito Processual:

a) Período Primitivo

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b) Escola Judicialistac) Praxismosd) Procedimentalismoe) Direito Processual Científico - Processualismo moderno

a) Período Primitivo

Inicia com os tempos passados até o Séc. XI.

Não havia processo

b) Escola Judicialista (Recepção Romanista)

Nasceu em Bolonha, com a criação da Universidade de Bolonha (1088 d.C).

Não existia estudo especializado para o Direito Processual.

c) Praxismos

Surge na Espanha, no começo do Séc. XVI ao começo do Séc. XIX.

Praxismo vem de práxis, que significa “aquilo que habitualmente se pratica, rotina”.

Neste período o Direito Processual foi considerado um conjunto de recomendações práticas sobre o modo de se proceder em juízo.

Cuidavam da forma de se realizar o processo, sem se preocupar com os estudos teóricos sobre o processo., mas apenas questões de ordem prática.

d) Procedimentalismo

Surgiu na França, na metade do Séc. XIX.

O método utilizado era meramente descritivo de fenômenos processuais, sem teoria acerca das noções essenciais.

É um meio termo entre o praxismo e a fase do Direito Processual Científico.

A causa política deste novo movimento foi a Revolução Francesa e a causa jurídica foi o Código Civil de Napoleão.

O Processualismo transcende a França e invadiu Itália, Espanha, Alemanha e Inglaterra.

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Page 5: TGP - Minhas Aulas

Constitui um importante passo na evolução do Dt Processual, pois o processo deixou de ser realizado segundo a praxe e passou a encontrar na lei a sua regulamentação.

Fez com que o praxismo perdesse a influência na Europa.

e) Direito Processual Científico - Processualismo moderno

Teve início em 1868, na Alemanha, quando Oscar von Bülow publicou o livro “Teoria das exceções processuais e os pressupostos processuais”.

Não se trata mais de conhecer o processo segundo a praxe (praxismo), nem abordá-lo segundo as leis que o regulamenta (procedimentalismo), mas tomar como ponto de partida o estudo do próprio processo, segundo sua natureza jurídica e todos seus institutos basilares.

Bülow concebe o processo como uma relação jurídica de natureza pública. Distingue processo de procedimento.

Antes dele, o processo era visto como de natureza privada, pois tinha-se como foco não o processo em si, mas as relações de direito privado que eram solucionadas por intermédio deste.

Sendo assim o Direito Processual era considerado um compartimento do Direito Privado. Era disciplinado pelos princípios do Direito Civil.

I.5 Instrumentalidade do processo

As Perspectivas contemporâneas do direito processual são: instrumentalidade, efetividade e acesso à justiça

I.6 Fontes do Direito lato sensu

Esta matéria será estudada no capítulo a seguir.

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