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TEORIA GERAL DO PROCESSO Prof. Carlos E. Gimenes.

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Apresentao do PowerPoint

TEORIA GERAL DO PROCESSOProf. Carlos E. Gimenes.A Sociedade e o DireitoO estudo da histria das civilizaes tem demonstrado que a sociedade, em seus vrios graus de desenvolvimento, inclusive os mais primitivos, sempre esteve erigida segundo regras de convivncia. O ser humano possui uma vocao, que lhe imamente, de viver em grupo, associado a outros seres da mesma espcie. Como observou Aristteles: o homem um animal poltico, que nasce com a tendncia de viver em sociedade. , portanto, predominante o entendimento de que no h sociedade sem direito: ubi societas ibi jus (onde est a sociedade, est o direito). Ao lado dos que assim pensam, formam ainda os autores que sustentam ter homem vivido uma fase evolutiva pr-jurdica. Mas, sem divergncia, os historiadores reconhecem que a sociedade e o direito nasceram e caminham lado a lado. Da mesma forma que no h sociedade sem direito, a recproca tambm verdadeira, no h direito sem sociedade: ubi jus ibi societas; e nesse particular, sustenta-se que no haveria, assim, lugar para o direito, na ilha do solitrio Robinson Cruso, at a chegada do ndio Sexta-Feira.

A Sociedade e o DireitoA razo dessa correlao entre a sociedade e o direito est na funo ordenadora que este exerce naquela, representando o canal de compatibilizao entre os interesses que se manifestam na vida social, de modo a traar as diretrizes, visando prevenir e compor os conflitos que brotam entre seus membros.A Sociedade e o DireitoA tarefa da ordem jurdica , pois, a de harmonizar as relaes sociais intersubjetivas, a fim de ensejar a realizao do mximo de satisfao na usufruio dos bens da vida com o mnimo de sacrifcio e desgaste aos usufruturios desses bens-interesses. E o critrio que deve nortear essa coordenao ou harmonizao na busca incessante do bem-comum o do "justo e o equitativo", vigente em determinado tempo e lugar. A Sociedade e o DireitoConflitos de interesse. Pretenso, resistncia e lide - desde os primrdios fala-se dos conflitos intersubjetivos, como aqueles capazes de pr em risco a paz social e os valores humanos juridicamente relevantes, designando, assim, os desejos, as exigncias e as pretenses que o ser humano procura satisfazer, individualmente ou em grupo, por necessidade ou por esprito de emulao(disputa). Quando esses interesses se contrapem, conduzindo disputa, violncia e desordem, ingressam no campo da patologia social. Esses conflitos emergem do seio social quando uma pessoa, pretendendo para si determinado bem, no pode obt-lo ou porque (a) aquele que poderia satisfazer a pretenso reclamada no a faz, ou porque (b) o prprio direito probe a satisfao voluntria da pretenso (p.ex. a pretenso punitiva estatal que no pode ser satisfeita mediante um ato de submisso do indigitado criminoso).

A Sociedade e o DireitoO impasse gera insegurana e sempre motivo de angstia e tenso individual e social. Essa indefinio no interessa a ningum, surgindo, da, em regra, os denominados conflitos de interesses, caracterizado pela disputa dos bens limitados, ou o exerccio de direitos sobre esses bens que exige determinadas formalidades a serem fiscalizadas pelo Estado. Desse conflito, que para alguns pareceria mais adequado denominar-se "convergncia de interesses", no chegando seus titulares a uma soluo espontnea e satisfatria, surge o que a doutrina tradicional chama de lide que nada mais que a tentativa resistida da realizao de um interesse. Ou na clssica definio de Carnelluti, "o conflito de interesses, qualificado por uma pretenso resistida (discutida) ou insatisfeita".

A Sociedade e o DireitoEspcies de Interesses. preciso no se esquecer, por outro lado, que o direito, ao regulamentar a fruio de bens, em sentido amplo, e o comportamento das pessoas em relao a esses mesmos bens, leva em considerao no s os interesses individuais, de A ou B, mas tambm os interesses coletivos e, ainda, os interesses que transcendem as necessidades individuais ou grupais e so focalizados como imposies da sociedade, como pretenso de valores supra individuais, sobre os quais as pessoas, individualmente, no tm disponibilidade, consubstanciados no termo "interesse pblico", ou como modernamente so chamados: "interesses ou direitos difusos".A Sociedade e o Direitoa) individual, quando afeta uma ou algumas pessoas;

b) coletivos, quando afeta um grupo de pessoas, representando a soma dos interesses individuais;

c) difusos, quando transcende, inclusive, a soma dos interesses individuais e afeta a sociedade como um todo, em seus objetivos bsicos.

A Sociedade e o DireitoInteresses individuais so aqueles em que a situao favorvel satisfao de uma necessidade pode determinar-se em relao a um indivduo, isoladamente. Ex. o uso de uma casa um interesse individual, porque cada um pode ter uma casa para si.

A Sociedade e o DireitoInteresses coletivos so aqueles em que a situao favorvel satisfao de uma necessidade no se pode determinar seno em relao a vrios indivduos, em conjunto. Ex. o uso de uma grande via de comunicao um interesse coletivo, porque esta no pode ser construda para a satisfao isolada de um s homem, mas a de muitos homens. "No interesse individual, a razo est entre o bem e o homem, conforme suas necessidades; no interesse coletivo, a razo ainda est entre o bem e o homem, mas apreciadas as suas necessidades em relao a necessidades idnticas do grupo social" (Amaral Santos). A existncia dos interesses coletivos explica a formao dos grupos sociais, e, porque a satisfao das suas necessidades no pode ser conseguida isoladamente, os homens se unem em grupos. (ex. os da famlia, da sociedade civil e comercial, da corporao, do sindicato e do Estado).

A Sociedade e o DireitoInteresses difusos so aqueles em que a situao favorvel satisfao de uma necessidade no se pode determinar seno em relao aos titularizados por uma cadeia abstrata de pessoas ligados por vnculos fticos exsurgidos de alguma circunstancial identidade de situao, passveis de leses disseminadas entre todos os seus titulares, de forma pouco circunscrita e num quadro abrangente de conflituosidade.

So exemplos de direitos difusos a proteo da comunidade indgena, da criana e do adolescente, das pessoas com deficincia entre outros.

A Sociedade e o DireitoCompete ao direito, portanto, a disciplina da relao dos indivduos com os bens da vida, apontando, em caso de conflito, qual interesse deve prevalecer, e qual deve ser sacrificado. O critrio de escolha decorre do valor que pretende o direito ver preponderar.Meios de Resoluo dos Litgios. Autodefesa, Autocomposio e o Processo

Embora a repulsa enrgica do direito Autotutela como meio ordinrio de resoluo dos conflitos, que resguarda, quase sempre, o interesse do mais forte, mais poderoso e mais astuto, em determinados casos excepcionais a lei abre excees vedao. So exemplos de autotutela, a reteno (CC, art. 516, 772, 1.199, 1.279, etc.), o desforo imediato (CC, art. 502), o penhor legal (CC, art. 776), o direito de cortar razes e ramos de rvores limtrofes que ultrapassem a extrema do prdio confinante (CC. art. 558), a auto-executoriedade das decises administrativas. (Aqui sobreleva o interesse pblico representado pela Administrao Pblica). Art. 516: O possuidor de boa-f tem direito indenizao das benfeitorias necessrias e teis, bem como, quanto s volupturias, se lhe no forem pagas, a levant-las, quando o puder sem detrimento da coisa. Pelo valor das benfeitorias necessrias e teis, poder exercer o direito de reteno.Art. 772: O credor pignoratcio no pode, paga a dvida, recusar a entrega da coisa a quem a empenhou. Pode ret-la, porm, at que o indenizem das despesas, devidamente justificadas, que tiver feito, no sendo ocasionadas por culpa sua.Art. 1.199: No lcito ao locatrio reter a coisa alugada, exceto no caso de benfeitorias necessrias, ou no de benfeitorias teis se estas houverem sido feitas com expresso consentimento do locador.Art. 1.279: O depositrio poder reter o depsito at que se lhe pague o lquido valor das despesas, ou dos prejuzos, a que se refere o artigo anterior (1278: O depositante obrigado a pagar ao depositrio as despesas feitas com a coisa, e os prejuzos que do depsito provierem), provando imediatamente esses prejuzos ou essas despesas.CC, art. 502: o possuidor turbado, ou esbulhado, poder manter-se, ou restituir-se por sua prpria fora, contanto que o faa logo.CC, art. 776: so credores pignoratcios, independentemente de conveno: I os hospedeiros, estalajadeiros ou fornecedores de pousada e alimentos, sobre as bagagens, mveis, jias ou dinheiro que os seus consumidores ou fregueses tiverem consigo nas respectivas casas ... pelas despesas ou consumo que a tiverem feito; II o dono rstico ou urbano, sobre os bens mveis que o rendeiro ou inquilino tiver guarnecido o mesmo prdio, pelos alugueres ou rendas.Art. as razes e ramos de rvores que ultrapassarem a extrema do prdio, podero ser cortados, at o plano vertical divisrio, pelo proprietrio do terreno invadido

Garantia real gravada em bem mvel. O credorpignoratciopossui preferncia no recebimento da dvida em face da entrega da garantia em caso de inadimplncia ou descumprimento da obrigao assumida pelo pelo devedor original.Jos foi a Caixa Econmica Federal para adquirir um emprstimo de R$1.000,00, cujo pagamento dever ocorrer em 03 meses, a partir da data da liberao do recurso. Jos deixou como garantia um anel de ouro avaliado em R$1.500,00. A CEF a credora pignoratcia e o Jos o devedorpignoratcio. Caso a dvida no seja quitada no prazo contratual, o bem dado em garantia ser transferido para o credorpignoratcio.

As razes pelas quais so legitimadas essas excepcionais condutas unilaterais, invasoras da esfera de liberdade alheia, so de duas ordens:

a) impossibilidade fsica do Estado-juiz estar presente sempre que um direito esteja sendo violado ou prestes a s-lo;

b) ausncia de confiana de cada um no altrusmo alheio, inspirador de uma possvel autocomposio.

AutocomposioA autocomposio, que nada tem de anti-social, medida salutar, e que por isso tem siso estimulada pela lei.

O CPC impe ao juiz a obrigao "tentar a qualquer tempo conciliar as partes" (art. 125, inc. IV), e em seu procedimento ordinrio incluiu-se uma audincia preliminar (ou audincia de conciliao), atravs da qual, tratando-se de causas versando direitos disponveis, o juiz tentar a soluo conciliatria antes de definir os pontos controvertidos a serem provados e decididos (art. 331).

Frustrada a conciliao, nessa audincia especfica, toda vez que se vislumbrar a possibilidade de acordo, o juiz, em atendimento ao comando do art. 125, IV, do CPC, dever concitar as partes conciliao. Tentar, ainda, a conciliao, ao instalar a audincia de instruo e julgamento, antes de iniciar a colheita de provas (CPC, art. 448). Ainda, visando uma soluo para o impasse, atravs de concesses parciais, unilaterais ou recprocas, o juiz tem a faculdade de, a qualquer tempo, notificar as partes para comparecerem sua presena para interrog-las sobre os fatos e, inclusive, tentar concili-las (art. 342/CPC). Art. 331: se no se verificar qualquer das hipteses previstas nas sees precedentes (Da Extino do Processo e Do Julgamento Antecipado da Lide), o juiz designar audincia de conciliao, a realizar-se no prazo mximo de trinta dias, qual devero comparecer as partes ou seus procuradores.(redao dada pela Lei 8.952, de 13/12/94).

AutocomposioA autocomposio pode ser extraprocessual e endoprocessual.A endoprocessual prevista na lei em suas trs formas de autocomposio (submisso, transao e desistncia). So contempladas no art. 269, II, III e V, as quais, uma vez, conseguida, tm o condo de pr fim ao processo, com julgamento de mrito.Por sua vez, a autocomposio extraprocessual foi largamente utilizada no Brasil, pela atuao dos antigos juzes de paz, assim como pela atuao dos promotores de justia, principalmente, nas comarcas do interior, ganhando proeminncia a soluo das causas de pequeno valor, abarcada pela denominada litigiosidade contida, que tanto desprestgio acarreta ao Judicirio, considerado, ainda, um Poder altamente elitista.

A j mencionada Lei de Pequenas Causas (L. 7244/85 e agora a L. 9099/95) estabeleceu em seu sistema a atuao desses e de outros rgos conciliadores extrajudiciais: os Juizados Informais de Conciliao tm como funo tentar somente a conciliao de pessoas em conflito sem nada julgar, caso frustrado o acordo, a, sim, faz-se o processo. Em seu art. 57, da atual LPC estabelece que o acordo extraprocessual, de qualquer natureza ou valor, poder ser homologado, no juzo competente, independentemente de termo, valendo a sentena como ttulo executivo judicial; j no nico desse artigo, o legislador prescreve que valer como ttulo executivo extrajudicial o acordo celebrado pelas partes, por instrumento escrito, referendado pelo rgo do Ministrio Pblico.APELAO CVEL HOMOLOGAO DE ACORDO INEXISTNCIA PRVIA DE LIDE EM JUZO POSSIBILIDADE OBTENO DE TITULO EXECUTIVO JUDICIAL ART. 57 DA LEI 9.099/95 E ART. 475-N, V DO CDIGO DE PROCESSO CIVIL INTERESSE DE AGIR EVIDENCIADO RECURSO PROVIDO Independentemente de se tratar a transao de ttulo executivo extrajudicial, pretendendo as partes sua homologao, a fim de que lhe seja conferida fora de ttulo executivo judicial, no h falar em ausncia de interesse de agir. (TJMS AC 2009.019958-6/0000-00 Campo Grande 1 T.Cv. Rel. Des. Joenildo de Sousa Chaves J. 11.01.2011)

A Arbitragem