termos de referÊncia para a elaboraÇÃo dum modulo formativo em cuidados ... · a declaração de...

13
1 TERMOS DE REFERÊNCIA PARA A ELABORAÇÃO DUM MODULO FORMATIVO EM CUIDADOS PRIMÁRIOS DE SAÚDE EM MOÇAMBIQUE Actividade realizada no âmbito do projecto Fortalecimento, Promoção e Defesa dos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Moçambiqueexecutado pela medicusmundi e financiado pela AECID (Espanha). Apoio técnico e financeiro da:

Upload: phamnhu

Post on 11-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1

TERMOS DE REFERÊNCIA PARA A ELABORAÇÃO DUM MODULO FORMATIVO EM CUIDADOS PRIMÁRIOS DE SAÚDE EM MOÇAMBIQUE Actividade realizada no âmbito do projecto “Fortalecimento, Promoção e Defesa dos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Moçambique” executado pela medicusmundi e financiado pela AECID (Espanha).

AAppooiioo ttééccnniiccoo ee ffiinnaanncceeiirroo ddaa::

2

Data de início: 01/12//2015 Prazo final: 30/11/2016 Locais: Moçambique (Maputo e Cabo Delgado)

Conteúdo

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 3

2. ANTECEDENTES E JUSTIFICAÇÃO ...................................................................................................... 4

3. RESULTADOS ESPERADOS ................................................................................................................... 9

4. METODOLOGIA E PROGRAMA DE TRABALHO .............................................................................. 10

5. DOCUMENTOS, FONTES DE INFORMAÇÃO e ACTORES CHAVES ............................................. 11

6. PREMISSAS DA CONSULTORIA, AUTORIA E PUBLICAÇÃO. ....................................................... 12

7. PRAZOS PARA CONCLUSÃO E ORÇAMENTO ............................................................... 12

8. APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA METODOLÓGICA e CV ............................................................. 13

3

1. INTRODUÇÃO

O projecto “Fortalecimento, Promoção e Defesa dos CSP em Moçambique”, desenhado e executado pela medicusmundi em colaboração directa com o Ministério da Saúde (MISAU), a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), o Instituto de Estudos Sócio Económicos (IESE) e o Mecanismo de Acção para a Sociedade Civil (MASC) tem como finalidade revitalizar os Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Moçambique. O Projecto pretende contribuir a garantir o direito à saúde da população de Moçambique, mediante o Fortalecimento, a Promoção e a Defesa dos princípios dos CPS, sendo os CSP a estratégia mais eficaz e eficiente para resolver o 80% dos problemas de saúde da população (http://www.who.int/whr/2008/08_report_es.pdf). Depois de 20 anos de trabalho em Moçambique, medicusmundi conclui que o fortalecimento do sistema de saúde não é o único caminho para a defesa da CSP, pelo que aposta agora por um marco conceitual que, além do apoio ao SNS, baseia-se na promoção e defesa da CSP em colaboração com centros superiores de ensino, instituições de investigação, plataformas da sociedade civil, com o objetivo de promover a participação cidadã como garantia de boa governação. Desde a investigação e o diálogo político pretende-se incidir nas políticas de saúde, alimentando o debate sobre o modelo de saúde que persegue Moçambique, para que a comunidade possa exercer e reclamar activamente o seu direito à saúde. No âmbito da Promoção, pretende se dinamizar os CSP desde docência e investigação. Esta linha é desenvolvida com a UEM e outras instituições académicas e de investigação nacional e internacional (IESE e outros). No referente à docência, desenvolver-se-á módulos e cursos de curta duração sobre APS para ser implementados no Mestrado de Saúde Pública (MSP) da F.M da UEM, assim como nas instituições de Formação (IdFs) de nível médio (Centros de Formação – CFS) e superior (Instituto Superior de Ciências da Saúde -ISCISA).

Considerando a contextualização apresentada, os presentes TdR fazem referência exclusivamente a realização dois productos: (i) módulo formativo oficial sobre Cuidados de Saúde Primários a ser implementado na oferta formativa em diferentes níveis: nível superior, na UEM e no ISCISA, e nível médio no Centro de Formação em Saúde de Pemba (CFSP) e (ii) revisão curricular dos módulos de cuidados primários de saúde do mestrado de Saúde Publica da UEM e da licenciatura de Saúde Publica do ISCISA

4

2. ANTECEDENTES E JUSTIFICAÇÃO

A estratégia dos Cuidados de Saúde Primários. A Conferência Internacional sobre os Cuidados de Saúde Primários foi realizada em Alma Ata, capital da República Soviética de Cazaquistão em 1978. Foi um evento histórico por diferentes motivos; Foi a primeira vez que os representantes de todos os países reuniram-se para definir a estrutura da referência para promover a saúde para todos; foi também a primeira vez que os problemas de saúde dos países pobres, muitos dos quais tinham estado baixo regimes coloniais, foram considerados de forma séria; nesta conferência foi fortemente relacionada a relação entre necessidades de saúde e desenvolvimento; foi o momento ideal para reafirmar a saúde “como um estado de bem-estar físico, mental e social, e não só a ausência de doença ou debilidade” e um direito fundamental das pessoas humanas, além disso, o acesso a saúde ao mais alto nível foi também visto como um objetivo de interesse global extremamente importante que pressupõe a participação de números sectores sociais e econômicos, não só o sector saúde. A Declaração de Alma Ata é o major pronunciamento internacional em saúde que até o momento tem tido lugar no mundo. Depois de 30 anos, continua a ser o marco no qual se reconhecem e confluem a grande parte dos actores que lutam pelo direito a saúde dos povos. Alma Ata proclama que os Cuidados de Saúde Primários (CSP) são a chave para atingir saúde para todos os povos do mundo no período duma geração. O Dr. Halfdam Mahler, diretor geral da OMS entre 1973 e 1988 é o máximo impulsor dos ideais de Alma Ata, tem proclamado em muitas ocasiões que os CSP são uma estratégia dentro do sistema de valores de Saúde para Todos, que é a verdadeira meta a atingir num espírito de justiça social. “Alma Ata surgiu num marco de reconhecimento de que uma nova ordem económico mundial” mais justo era imperativa. Alma-Ata surgiu do mesmo movimento pela justiça social que levou à Declaração de 1974 sobre a Criação de uma Nova Ordem Econômica Internacional. Ambas enfatizaram a interdependência da economia global e estimularam transferências de ajuda e conhecimento para reverter diferenças econômicas e tecnológicas cada vez maiores entre países industrializados e países em desenvolvimento, cujo crescimento, em muitos casos, foi bloqueado pela colonização. Exemplos de inovações baseadas na comunidade nos países pobres após a Segunda Grande Guerra também são sugestivos. As clínicas para menores de 5 anos, na Nigéria, os doutores descalços, na China, e os sistemas de saúde, em Cuba e no Vietnam, demonstraram que progressos na área da saúde poderiam ocorrer sem a infraestrutura disponível nos países industrializados. A Declaração de Alma Ata representa uma revolução do pensamento em saúde que promove mudanças políticas, técnicas e na assinação de recursos. Não só declara que a saúde é um direito humano fundamental, também que as desigualdades em saúde entre os países e dentro deles são politicamente, social e economicamente inaceitáveis, reconhece a relação entre saúde e desenvolvimento, o direito e o dever que tem o povo de participar na planificação e aplicação da atenção em saúde. Alerta urgentemente aos governos, o pessoal de saúde e de desenvolvimento e da comunidade internacional a somar-se aos CPS para proteger e promover a saúde de todos os povos do mundo. Assim mesmo, aponta que os governos têm a obrigação de cuidar da saúde dos seus povos e

5

que um dos principais objetivos de governos, organizações internacionais e da comunidade mundial deve ser que todos os povos do mundo atinjam um nível de saúde que lhes permita uma vida social economicamente productiva. Declara os CSP como a estratégia fundamental para atingir saúde para todos e a define como a função central e o núcleo principal do sistema nacional de saúde e como parte integrante do desenvolvimento social e económico da comunidade. A conferência gerou um documento rico em recomendações, e uma solene declaração que resumiu às principais indicações derivadas da Assembleia. A forte e significativa mensagem política foi a definição de Cuidados de Saúde Primários: “Os cuidados de saúde primários são cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocadas ao alcance universal de indivíduos e famílias da comunidade, mediante sua plena participação e a um custo que a comunidade e o país possam manter em cada fase de seu desenvolvimento, no espírito de autoconfiança e automedicação. Fazem parte integrante tanto do sistema de saúde do país, do qual constituem a função central e o foco principal, quanto do desenvolvimento social e econômico global da comunidade. Representam o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da comunidade com o sistema nacional de saúde, pelo qual os cuidados de saúde são levados o mais próximo possível dos lugares onde pessoas vivem e trabalham, e constituem o primeiro elemento de um continuado processo de assistência à saúde. VII) Os cuidados de saúde primários: 1 - Refletem, e a partir delas evoluem, as condições econômicas e as características socioculturais e políticas do país e de suas comunidades, e se baseiam na aplicação dos resultados relevantes da pesquisa social, biomédica e de serviços de saúde e da experiência em saúde pública. 2 - Têm como foco nos principais problemas de saúde da comunidade, proporcionando serviços de proteção, cura e reabilitação, conforme as necessidades. 3 - Incluem pelo menos: educação, no tocante a problemas prevalecentes de saúde e aos métodos para sua prevenção e controle, promoção da distribuição de alimentos e da nutrição apropriada, previsão adequada de água de boa qualidade e saneamento básico, cuidados de saúde materno-infantil, inclusive planejamento familiar, imunização contra as principais doenças infecciosas, prevenção e controle de doenças localmente endêmicas, tratamento apropriado de doenças e lesões comuns e fornecimento de medicamentos essenciais. 4 - Envolvem, além do setor saúde, todos os sectores e aspectos correlatos do desenvolvimento nacional e comunitário, nomeadamente a agricultura, a pecuária, a produção de alimentos, a indústria, a educação, a habitação, as obras públicas, as comunicações e outros setores. 5 - Requerem e promovem a máxima autoconfiança e participação comunitária e individual no planejamento, organização, operação e controle dos cuidados primários de saúde, fazendo o mais pleno uso possível de recursos disponíveis, locais, nacionais e outros, e para esse fim desenvolvem, através da educação apropriada, a capacidade de participação das comunidades. 6 - Devem ser apoiados por sistemas de referência integrados, funcionais e mutuamente amparados, levando à progressiva melhoria dos cuidados gerais de saúde para todos e dando prioridade aos que têm mais necessidade. 7 - Baseiam-se, nos níveis locais e de encaminhamento, nos que trabalham no campo da saúde, inclusive médicos, enfermeiros, parteiras, auxiliares e agentes comunitários,

6

conforme seja aplicável, assim como em praticantes tradicionais, conforme seja necessário, convenientemente treinados para trabalhar, social e tecnicamente, ao lado da equipe de saúde e responder às necessidades expressas de saúde da comunidade. “

Os sectores mais críticos com o fraco apoio à visão abrangente dos CSP, apontam que a revisão dos últimos anos de políticas internacionais de saúde mostra a inconfortável impressão de uma viragem substancial da proposta de um sistema financiado publicamente, compreensivo e com o objetivo de assegurar a saúde para todos (baseado na Declaração de Alma Ata) a um sistema influenciado de forma privada, segmentado, com uma provisão de bens e serviços de saúde “só para alguns”, tipificados, principalmente, pelo trabalho do Fundo Global de luta contra a Malária, o Sida e a Tuberculoses. A literatura indica que nenhum sistema de saúde exitoso no mundo tem sido construído em base a programas verticais. Porem, devido a que o Fundo Global e o seu estricto apoio selectivo na prestação de cuidados de saúde tem sido introduzido em países nas suas primeiras fases do seu desenvolvimento, isto tem tido efeitos destructivos nos seus sistemas de saúde, e até o próprio Fundo Monetário Internacional tem sido forçado a admitir esta contraproducente realidade. É claro também que as diferentes visões do sistema de saúde, assim como os diferentes mecanismos de financiamento que promovem as políticas internacionais de saúde, tem inevitavelmente um peso negativo nos resultados de saúde da população, e que é imperativo que todos estes mecanismos sejam redefinidos para assegurar, entre outros aspectos:

Acesso universal aos cuidados de saúde básica, priorizando de forma clara e determinada os grupos mais vulneráveis e com menos recursos.

Reforçar os sistemas de saúde como um todo, em lugar de priorizar programas e estratégias verticais.

Fortalecer as infraestruturas, organização e controlo dos programas, aquisição e distribuição de medicamentos essenciais.

Fortalecer os sistemas de planificação e gestão.

Investir nos recursos humanos no marco dum sistema público de saúde mediante a formação, motivação, apropriada e justa remuneração do pessoal de saúde, evitando a fuga de pessoal para o sector privado.

Progressos insuficientes em direção aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, associados às ameaças para a saúde global e a segurança humana, provocadas por mudanças climáticas, pandemia de gripe e crise global de alimentos, levaram a um interesse renovado em cuidados de saúde primários abrangentes. Ao mesmo tempo, os muitos desafios que impediram a implementação de Alma-Ata multiplicaram-se, e devem ser enfrentados para que aqueles objetivos sejam alcançados.

A renovação da APS em determinados contextos e países é fruto dum contexto em que crescentemente os governos estão a reconhecer novamente o rol vital que deve ter o Estado em garantir o direito à saúde, pressionados pelas demandas sociais, e em muitas ocasiões, pela recuperação da capacidade de mobilização dos povos. Mais as transformações que tinham sofrido a major parte dos sistemas de saúde eram evidentes, em especial em relação ao poder entre o público e o privado e na visão da população como consumidores dos serviços adquiríveis no mercado.

7

A renovação da APS define-se com base a Declaração da Alma Ata, mais agora centra-se em todo o sistema de saúde incluindo os sectores públicos, privados e sem ânimo de lucro. Defende como principais valores o direito ao maior nível de saúde possível, a equidade (ausência de diferenças injustas no estado de saúde) e a solidariedade social. Baseia-se nos princípios de: dar resposta às necessidades de saúde da população, orientar os serviços de qualidade, a responsabilidade e a rendição de contas, a justifica social, a sustentabilidade, a participação e a intersectorialidade. Os Cuidados de Saúde Primários em Moçambique

O Governo de Moçambique, através do Ministério da Saúde, adoptou os CSP como a

sua principal estratégia socio-sanitária para a melhoria da saúde da população. Esta

orientação tem teoricamente servido de referência para todas as políticas de saúde, em

consonância com as recomendações estabelecidas pela própria OMS, que considera que

os CSP podem resolver até 80% dos problemas de saúde da população. Na verdade,

o novo Plano Estratégico do Sector da Saúde 2014-2019 considera os CSP como um dos

principais princípios orientadores da política de saúde no país.

No entanto, a prática mostra que os recursos financeiros, humanos e institucionais do

governo e acima de tudo, os recursos fornecidos pelos seus parceiros, nem sempre são

aplicados nesse sentido. Se as evidências e as políticas internacionais mostram que

esta é a melhor opção, se a política nacional se baseia nesta abordagem, então por

que não se priorizam os CSP em Moçambique? Está-se realmente a trabalhar desta

forma para o fortalecimento do sistema de saúde?

De facto, têm havido circunstâncias e tendências, tanto internas como externas, que têm

relegado os CSP a um recurso dialéctico, longe do seu conteúdo original revolucionário.

Algumas das mais proeminentes em Moçambique são:

- O sector da saúde é altamente dependente de recursos externos. Nos últimos 5

anos, mais de 90% do investimento para o orçamento do sector veio da ajuda

externa.

- O apoio é muito fragmentado. Em 2011 havia mais de 26 doadores envolvidos no

SWAP Saúde (Abordagem Sectorial: mecanismo de coordenação entre o Governo

e os doadores para o sector da saúde), cerca de 150 ONGs e diferentes

mecanismos de coordenação com um papel semelhante ou complementar ao do

SWAP. Nem todos esses actores compartilham as mesmas ideias. Existem, de

facto, várias visões do modelo de saúde a ser seguido pelo país.

- As intervenções verticais aumentaram consideravelmente. A origem dos fundos

(Fundo Global, PEPFAR, etc.) determina a formulação das estratégias de saúde. O

conceito original dos CSP foi transformado em programas de combate a três das

principais doenças (HIV, tuberculose e malária). De acordo com o SWAP, em 2007,

apenas 23% dos fundos do sector, incluindo aqueles fornecidos pelos

doadores, foram alocados aos serviços de cuidados de saúde primários. Em

8

2013, apenas 19% do orçamento da saúde foi alocado às administrações

distritais responsáveis pela implementação efectiva dos CSP.

- As medidas de Ajustamento Estrutural ditadas pelas instituições financeiras

internacionais têm um impacto relevante sobre o sector, especialmente os

cortes na despesa pública e o impacto que isto causa, tanto no investimento como

nos salários dos trabalhadores de saúde.

- A pesquisa sobre CSP e sistemas de saúde ainda é muito limitada. A pesquisa

que tem sido realizada até agora baseia-se essencialmente numa abordagem

biomédica. As iniciativas de investigação sobre como fortalecer o sistema de

saúde e a elaboração das políticas que contribuam para a cobertura universal, a

igualdade de acesso aos serviços, etc., ainda são muito limitadas.

- O défice democrático causado pela actual “governação global em saúde",

liderada por certas agências, fundações filantrópicas e outras entidades e

parcerias que, longe de reforçar os sistemas nacionais, impõe agendas externas

com base nas suas próprias prioridades.

Devido à não aplicação dos princípios dos CSP, o sistema nacional de saúde (SNS)

está a evoluir num sentido que pouco contribui para a equidade e a justiça social e

não obtém, portanto, os melhores resultados de saúde possíveis para os recursos

investidos.

Os Cuidados de Saúde Primários nos currículos formativos superiores e médios

Com o objetivo de promover os CSP e fazer dos futuros trabalhadores de saúde,

profissionais comprometidos com a defesa dos CSP, é preciso reforçar o conteúdo

académico nos diferentes níveis de formação.

É preciso desenvolver com maior profundidade os conceitos de Cuidados de Saúde

Primários e sua evolução desde 1978 na conferência da Alma Ata, a sua vinculação com

os Determinantes Sociais da Saúde, e o mais relevante, como estes dois conceitos estão

diretamente relacionados com o Direito à Saúde.

O material formativo deve ser actualizado em base a novas estratégias, novas boas

prácticas, seja no país ou no nível internacional, aos novos actores nacionais e

internacionais de relevância neste âmbito (como por exemplo o People Health Movement,

a nova iniciativa PHCI, etc.), etc.

Por outro lado, é necessário não só melhorar o conteúdo, também melhorar as

metodologias pedagógicas de ensino neste âmbito. Deve se fazer uso das novas

tecnologias de ensino, por exemplo, incorporando módulos audiovisuais para facilitar a

aprendizagem dos alunos.

Na actualidade, no nível superior, a UEM oferta um mestrado em Saúde Pública. Este

mestrado tem uma cadeira de Cuidados de Saúde Primários. Por outro lado, o Instituto

9

Superior de Ciências de Saúde (ISCISA) e uma instituição de Ensino Superior Politécnico,

Publico, que gradua licenciados e mestres, na área de saúde comunitária oferta entre

outras a licenciatura em saúde Publica assim como o seu programa de Extensão

Comunitária com o objectivo de fortalecer o conhecimento dos estudantes sobre a saúde

comunitária, mediante a aproximação às famílias nas comunidades de modo a melhor

compreenderem a dinâmica do processo de saúde-doença na promoção do bem-estar

físico e mental e de estilos de vida socialmente aceites.

No caso dos Centros de Formação de nível médio, não existe uma cadeira/módulo

específico sobre cuidados de saúde primários, a cadeira de saúde da comunidade e

ministrada em todos os cursos assim como os estágios rurais integrados.

3. RESULTADOS ESPERADOS Os resultados esperados incluem uma série de produtos:

(1) Realizar a revisão e actualização curricular dos actuais módulos de formação de cuidados de saúde primários do Mestrado em Saúde Pública da UEM e da Licenciatura em Saúde Pública do ISCISA.

(2) Desenvolver um curso de curta duração, extracurricular, sobre CSP, para ser ofertado no ISCISA y nas IdFs (numa primeira fase o custo será ofertado no CFSP).

a. Elaborar o currículo formativo do curso, baseando-se nos materiais existentes, para lecioná-lo a nível dos Centros de Formação, nomeadamente no CFSP.

b. Elaborar o manual do formador. c. Elaborar o manual do participante. d. Realizar a formação do professorado do CFSP (2), ISCISA (4) e outros

grupos que considerem se necessários sobre a metodologia da formação.

10

4. METODOLOGIA E PROGRAMA DE TRABALHO

A continuação indica-se um detalhe da metodologia a seguir, com as principais actividades, assim como do cronograma geral de trabalho a ser realizado:

ACTIVIDADES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

(1) Realizar a revisão e actualização curricular dos actuais módulos de formação do Mestrado em Saúde Pública da UEM y da Licenciatura em Saúde Pública do ISCISA.

(1) Desenvolver um curso de curta duração, extracurricular, sobre CSP, para ser ofertado no ISCISA y no CFSP.

a. Elaborar o currículo formativo dum curso, baseando-se nos materiais existentes, para lecciona-lo a nível dos Centros de Formação, nomeadamente no CFSP.

b. Elaborar o manual do formador.

c. Elaborar o manual do participante.

d. Realizar a formação do professorado do CFSP (2), ISCISA (4) e outros grupos que considerem se necessários sobre a metodologia da formação.

11

A consultoria será levada a cabo pela entidade/indivíduos contratados em estreita colaboração com os parceiros do convénio, especialmente o MISAU, Departamento de RRHH. Será supervisada pela medicusmundi, que ao mesmo tempo, será um ente coordenador entre os diferentes actores envolvidos. A consultoria terá uma duração de aproximadamente 12 meses, com início no mês de Novembro de 2015. A formação do professorado será realizada na cidade de Maputo.

5. DOCUMENTOS, FONTES DE INFORMAÇÃO e ACTORES CHAVES Os Actores chaves são:

Ministério da Saúde, Nível Central: o Departamento de Recursos Humanos – Dr. Moisés Mazivila.

Ministério da Saúde, Nível Provincial, Cabo Delgado:

o Director Provincial de Saúde, Dra. Souzinha Agostinho

Universidade Eduardo Mondlane: o Chefe do Departamento de Saúde Comunitária, Dr. Baltazar Chilundo,

ISCISA: o Director ISCISA, Dr. Alexandre Manguele

Centro de Formação em Saúde de Pemba o o Director do CFSP, Dr. Eduardo dos Anjos Viajem

Documentos de referência: 1.- Declaração de Alma Ata, 1978. http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/39244/1/9243541358.pdf 2.- Informação sobre Direito à Saúde: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs323/en/ 3.- Informação sobre Determinantes Sociais da Saúde: http://www.who.int/sdhconference/discussion_paper/Discussion_Paper_PT.pdf 4. –Informação sobre CSP: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/renovacao_atencao_primaria_saude_americas.pdf 5.- Módulo formativo actual sobre CSP da UEM. 6. Currículo da Licenciatura de Saúde Publica do ISCISA 6.- Plano Estratégico do Sector Saúde 2014-2019 7.- Plano Nacional de Formação 2011-2015 8.- Plano Nacional de Desenvolvimento de Recursos Humanos 2008-15 9.-Avalicao do Plano Nacional de Desenvolvimento de Recursos Humanos 2008-20152

12

6. PREMISSAS DA CONSULTORIA, AUTORIA E PUBLICAÇÃO.

As premissas básicas de comportamento ético e profissional por parte da equipa consultora devem incluir:

Responsabilidade. Qualquer discordância ou divergência de opinião que possa surgir entre os membros da equipa ou entre eles e os responsáveis do Acordo serão discutidas e acordadas no seio da entidade adjudicadora da consultoria.

Integridade. A equipe consultora tem a responsabilidade de destacar as questões não especificamente mencionadas nos presentes termos de referência, se necessário, para obter uma análise mais completa da intervenção.

Reconhecimento da informação. Cabe a equipa consultora assegurar a precisão das informações recolhidas para a elaboração dos produtos e, finalmente, a mesma é responsável pelas informações apresentadas na versão final.

Incidentes. Sempre que surgirem problemas durante a realização do trabalho de campo ou em qualquer outra fase da consultoria, devem ser comunicados imediatamente à entidade adjudicante (medicusmundi). Caso contrário, a existência de tais problemas não poderá de nenhum modo ser utilizada para justificar o fracasso em obter os resultados previstos na presente declaração de Termos de Referência. Direitos de autor e de divulgação. Os produtos da consultoria serão propriedade do da medicusmundi. A medicusmundi, como entidade financiadora da consultoria tem o direito de poder usar o produto final, como o fim de implementar futuros projectos de apoio ao sector saúde em Moçambique. Penalidades. Em caso de atraso na entrega de relatórios ou no caso em que a qualidade dos relatórios apresentados é claramente inferior è exigida, serão aplicadas as penalidades previstas no contrato assinado.

7. PRAZOS PARA CONCLUSÃO E ORÇAMENTO A consultoria terá uma duração de quase 12 meses, com início em Dezembro de 2015 e finalização em Novembro de 2016. No período de contratação da consultoria será realizado um cronograma conjunto, baseado na proposta indicada neste documento, que servirá como ferramenta de trabalho e coordenação. O tecto orçamental destinado à consultoria é de 52.500,00 euros incluindo todas as despesas relacionadas com viagens, impostos, vistos, a facilitação de formadores, etc. Caso o consultor/a seleicionado/a seja de nacionalidade moçambicana o contrato será realizado em meticais a taxa de câmbio em vigor no acto de assinatura do contrato e o mesmo estará sob a regulação da legislação nacional As restantes despesas derivadas da formação inicial de formadores (aluguer da sala, alimentação, perdiems e material didáctico) serão assumidas pela medicusmundi.

13

8. APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA METODOLÓGICA e CV

Consultores/as interessados/as devem enviar uma proposta técnica e orçamental completa e seus CV e cronograma de trabalho a [email protected], indicando o assunto “Modulo Formativo CSP” O prazo de recepção das propostas é ate o 20 de Novembro de 2015 as 15:00 horas.