teoria geral do contratos resumoteoria geral dos contratos resumo

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Resumo da teoria dos contratos

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Page 1: Teoria Geral Do Contratos Resumoteoria Geral Dos Contratos Resumo

Conceito e finalidade dos contratos

O contrato é comumente conceituado como o acordo de vontades para o fim de adquirir, resguardar, modificar ouextinguir direitos. Trata-se de figura jurídica que ultrapassa o âmbito do direito civil, sendo expressivo o númerode contratos de direito público hoje celebrado. O contrato tem uma função social, sendo veículo de circulação dariqueza, centro da vida dos negócios e propulsor da expansão capitalista.

Requisitos de validade dos contratos.

O contrato é, na sua essência, um negócio jurídico e, como tal, para que possua validade no mundo jurídico,necessita de alguns requisitos essências.

São requisitos subjetivos, isto é, vinculados às partes contratantes: a manifestação de duas ou mais vontades ecapacidade genérica dos contraentes; a aptidão específica para contratar e o consentimento.

Os requisitos objetivos dizem respeito ao objeto do contrato, que deve ser lícito, possível, determinado oudeterminável (CC, art. 104, II).

Com relação à forma, as partes podem celebrar o contrato por escrito, público ou particular, verbalmente, a nãoser nos casos em que a lei, para dar maior segurança e seriedade ao negócio, exija a forma escrita, pública ouparticular. O consensualismo, portanto, é a regra, e o formalismo, a exceção.

Princípios gerais dos contratos.

O contrato, ao desempenhar seu papel fundamental, caracteriza-se por ser uma fonte de obrigações, gerando,com isso, direitos e deveres para as partes contratantes. A análise dos princípios contratuais, nesse contexto, éde extrema importância para delinear a conduta das partes em toda relação contratual, ou seja, antes, durante eaté mesmo depois da extinção do contrato.

Função social do contrato.

A função social do contrato tem a finalidade de limitar a autonomia da vontade quando tal autonomia esteja em

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confronto com o interesse social e este deva prevalecer, ainda que essa limitação possa atingir a próprialiberdade de contratar. Encontra previsão expressa no artigo 421 do Código Civil.

Princípio da autonomia da vontade.

Tradicionalmente, as pessoas são livres para contratar. Essa liberdade abrange o direito de contratar sequiserem com quem quiserem e sobre o que quiserem, ou seja, o direito de contratar e de não contratar, deescolher a pessoa com quem fazê-lo e de estabelecer o conteúdo do contrato. O princípio da autonomia davontade se alicerça exatamente na ampla liberdade contratual, no poder dos contratantes de disciplinar os seusinteresses mediante acordo de vontades, suscitando efeitos tutelados pela ordem jurídica. Têm as partes afaculdade de celebrar ou não contratos, sem qualquer interferência do Estado. Contudo, como vimos, esseprincípio não é absoluto, pois a liberdade de contratar deve estar em consonância com a função social docontrato.

Princípio da supremacia da ordem pública.

A liberdade contratual encontra limitação na ideia de ordem pública, entendendo-se que o interesse da sociedadedeve prevalecer quando colidir com o interesse individual. O princípio da autonomia da vontade, como vimos,não é absoluto. É limitado pelo princípio da supremacia da ordem pública, que resultou da constatação, feita noinício do século passado e em face da crescente industrialização, de que a ampla liberdade de contratarprovocava desequilíbrios e a exploração do economicamente mais fraco. Compreendeu-se que, se a ordemjurídica prometia a igualdade política, não estava assegurando a igualdade econômica. Em alguns setores fazia-se mister a intervenção do Estado, para restabelecer e assegurar a igualdade dos contratantes. Atualmente, oCódigo de Defesa do Consumidor é um bom exemplo de como o Poder Público, para evitar abusos, tem o poderde influenciar na autonomia contratual.

Princípio do consensualismo

De acordo com o princípio do consensualismo, basta, para o aperfeiçoamento do contrato, o acordo devontades, contrapondo-se ao formalismo e ao simbolismo que vigoravam em tempos primitivos. Decorre ele damoderna concepção de que o contrato resulta do consenso, do acordo de vontades, independentemente daentrega da coisa. A compra e venda, por exemplo, quando pura, torna-se perfeita e obrigatória, desde que aspartes acordem no objeto e no preço (CC, art. 482). O contrato já estará perfeito e acabado desde o momentoem que o vendedor aceitar o preço oferecido pela coisa, independentemente da entrega desta.

Princípio da relatividade dos efeitos do contrato

Funda-se tal princípio na ideia de que, em regra, os efeitos do contrato só se produzem em relação às partescontratantes, vinculando-as ao seu conteúdo, não afetando, com isso, terceiros nem seu patrimônio.

Essa visão, no entanto, foi mitigada pelo novo Código Civil, que não concebe mais o contrato apenas comoinstrumento de satisfação de interesses pessoais dos contraentes, mas lhe reconhece uma função social, comojá foi dito. Tal fato tem como consequência, por exemplo, possibilitar que terceiros que não são propriamentepartes do contrato possam nele influir, em razão de serem direta ou indiretamente por ele atingidos.

Princípios da obrigatoriedade contratual e revisão dos contratos

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Em tese, o contrato obriga às partes contratantes, pois dentro da autonomia da vontade de cada uma das partesforam as cláusulas escolhidas e aceitas por elas. É o pacta sunt servanda. Entretanto, em oposição àobrigatoriedade encontra-se o direito de revisão dos contratos, que permite a parte onerada excessivamente porsituações imprevisíveis, requerer a modificação de cláusulas contratuais para restaurar o equilíbrio da relaçãocontratual. É a chamada cláusula rebus sic stantibus.

Princípio da boa-fé.

Preceitua o art. 422 do Código Civil: "Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato,como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé". O princípio da boa-fé exige que as partes secomportem de forma correta não só durante as tratativas, como também durante a formação e o cumprimento docontrato.

Classificação dos contratos

Para facilitar e melhor compreender os contratos, a doutrina costuma apontar a seguinte classificação:

1. Contratos unilaterais e bilaterais

Unilaterais são os contratos que criam obrigações unicamente para uma das partes, como é o caso do contratode comodato por exemplo. Bilaterais são os contratos que geram obrigações para ambos os contratantes, emque ao mesmo tempo cada sujeito é credor e devedor do outro. Exemplo clássico de contrato bilateral é o decompra e venda.

2. Contratos gratuitos e onerosos

Quanto às vantagens patrimoniais que podem produzir, os contratos classificam-se em gratuitos e onerosos.Gratuitos ou benéficos são aqueles em que apenas uma das partes aufere benefício ou vantagem. Para a outraparta há só obrigação, sacrifício patrimonial. Nos contratos onerosos ambos os contraentes obtêm proveito, aoqual, porém, corresponde um sacrifício.

3. Contratos comutativos e aleatórios

Comutativos são os de prestações certas e determinadas. As partes podem antever as vantagens e ossacrifícios, que geralmente se equivalem, decorrentes de sua celebração, porque não envolvem nenhum risco.

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Aleatório é o contrato bilateral e oneroso em que pelo menos um dos contraentes não pode antever a vantagemque receberá, em troca da prestação fornecida. Caracteriza-se, ao contrário do comutativo, pela incerteza, paraas duas partes, sobre as vantagens e sacrifícios que dele podem advir.

4. Contratos paritários e de adesão

Contratos paritários são aqueles do tipo tradicional, em que as partes discutem livremente as condições, porquese encontram em situação de igualdade (par a par). Nessa modalidade há uma fase de negociaçõespreliminares, na qual as partes, encontrando-se em pé de igualdade, discutem as cláusulas e condições donegócio. Contratos de adesão são os que não permitem essa liberdade, devido à preponderância da vontade deum dos contratantes, que elabora todas as cláusulas.

5. Contratos personalíssimos e impessoais

Contratos personalíssimos são os celebrados em atenção às qualidades pessoais de um dos contraentes. Poressa razão, o obrigado não pode fazer-se substituir por outrem, pois essas qualidades influíram noconvencimento do outro contratante. Contratos impessoais são aqueles cuja prestação pode ser cumprida,indiferentemente, pelo obrigado ou por terceiro.

6. Contratos principais e contratos acessórios

Contratos principais são os que têm existência própria, autônoma e não dependem, pois, de qualquer outro,como a compra e venda e a locação, por exemplo. Os contratos que dependem de outros, são chamados deacessórios. É o caso do contrato de fiança em relação ao de locação, por exemplo.

7. Contratos solenes e não solenes

Contratos solenes são os que a lei determina certa forma para sua realização; não solenes são os que podemser feitos livremente pela forma escolhida pelos contratantes.

8. Contratos típicos e atípicos

Contratos típicos são aqueles regulados pelo ordenamento jurídico de um modo geral e atípicos são oscontratos, não regulados, mas que as partes, desde que obedecidos determinados requisitos legais, têmliberdade de criação em função do princípio da autonomia da vontade.

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Interpretação dos contratos

Como vimos o contrato é, na sua essência, um negócio jurídico e, como tal, necessita da manifestação devontade para ser levado a efeito.

A manifestação de vontade, por sua vez, origina-se do sujeito de direito, que externa a outro sujeito a intençãode contratar.

A vontade, na sua substância, possui dois elementos formadores. A vontade pretendida, ou o elemento interno,que aquilo que o sujeito pretende, quer, pensa, reflete.

De outro lado, o elemento externo, que é a vontade declarada, ou seja, aquilo que foi externado pelo sujeito.Esta pode se exteriorizar por meio da escrita, das palavras, de sinais, gestos, dentre outros.

Os dois elementos, em regra, precisam andar em consonância, de modo que aquilo que se pretende deveespelhar o que se externou.

Contudo, há situações, principalmente no âmbito contratual, em que aquilo que se pensou não reflete a mesmamedida do que foi materializado.

Nesse contexto, a execução de um contrato exige a correta compreensão da intenção das partes.

Diz-se que a interpretação contratual é declaratória quando tem como único escopo a descoberta da intençãocomum dos contratantes no momento da celebração do contrato.

Será construtiva ou integrativa, quando objetivam aproveitamento do contrato, mediante o suprimento daslacunas e pontos omissos deixados pelas partes.

A integração contratual preenche, pois, as lacunas encontradas nos contratos, complementando-os por meio denormas supletivas, especialmente as que dizem respeito à sua função social, ao princípio da boa-fé, aos usos ecostumes do local, bem como buscando encontrar a verdadeira intenção das partes, muitas vezes revelada nasentrelinhas.