sílvio de salvo venosa teoria geral das obrigaÇÕes e teoria geral dos contratos 26

30
DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26 26

Upload: internet

Post on 18-Apr-2015

113 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

DIREITO CIVILDIREITO CIVIL

Sílvio de Salvo Venosa

Sílvio de Salvo Venosa

TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES ee

TEORIA GERAL DOS CONTRATOSTEORIA GERAL DOS CONTRATOS

2626

Page 2: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 22

26.1. Consentimento. Vontade contratual:

– as várias formas de exteriorização da vontade;

– a vontade expressa, materializada por palavras, escritas ou orais, e a manifestada por mímica;

– a vontade tácita nos contratos, que surge do comportamento, atos

e fatos dos contratantes, constituindo modalidade indireta de

manifestação;

Page 3: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 33

– sempre que não houver determinação de forma pela lei (art. 107), a manifestação de vontade pode ser expressa ou tácita, com pessoas presentes ou ausentes, por intermédio de mandatário ou não;

– a própria vontade das partes pode exigir, para certos negócios, a manifestação expressa.

Page 4: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 44

26.1.1. Silêncio na formação dos contratos:

– a discussão doutrinária e as conseqüências que podem advir em casos concretos impõem o exame do

silêncio na vontade contratual;

Page 5: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 55

– o silêncio qualificado que equivale a uma manifestação de vontade, no sentido da redação do art. 111 do atual Código;

– não sendo o silêncio qualificado, sua admissão indiscriminada engendrando no abuso de direito, conforme disposição do CDC, art. 39, VI;

Page 6: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 66

– as hipóteses de silêncio qualificado, gerador da vontade contratual:

a) preexistência de convenção das partes, estabelecendo que o silêncio, em face de dada proposta, equivalerá à aceitação;

b) relações anteriores entre as partes, freqüentes e sucessivas, permitindo inferir- se a vontade abstencionista;

c) provocação da proposta por quem silencie;

d) ser a oferta do interesse exclusivo de quem não se manifesta.

Page 7: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 77

26.2. Período pré-contratual. Formação da vontade contratual:

– a fase de negociações dos contratos;

– a maturação das negociações antes de culminar na conclusão do

contrato;

– a questão da responsabilidade pré-contratual, tanto pela recusa de contratar

como pelo rompimento injustificado das negociações, constituindo uma responsabilidade extracontratual.

Page 8: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 88

26.2.1. Contratos preliminares. A opção:

– os contratos preliminares, são contratos perfeitos e concluídos;

– os contratos preliminares podem ser bilaterais ou unilaterais,

quando uma só das partes se obriga a contratar;

– na opção, o outorgante compromete-se a não revogar a avença, numa

renúncia temporária à revogação da proposta.

Page 9: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 99

26.3. Oferta ou proposta:

– a oferta ou proposta, também denominada policitação, é a primeira fase efetiva do contrato, disciplinada na lei;

– na proposta, existe uma declaração de vontade pela qual uma pessoa (o proponente) propõe a outra (o oblato) os termos para a conclusão de um contrato;

– a declaração unilateral do proponente, receptícia, e que deve conter, em princípio, os elementos essenciais do negócio jurídico;

Page 10: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 1010

– a proposta vincula a vontade do proponente, que somente ficará liberada com a negativa do oblato ou o decurso do prazo estipulado na oferta (ou pela caducidade, em razão da natureza da proposta), conforme art. 427;

– a proposta feita ao público em vitrinas, mostruários, catálogos, anúncios etc. vincula o ofertante, como um direito básico do consumidor (art. 6o, III, do Código de Defesa do Consumidor):

Page 11: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 1111

– o art. 31 da lei consumerista é expresso sobre os requisitos da proposta;

– a omissão desses requisitos na oferta ou na simples exposição de produtos à venda implica a responsabilidade do fornecedor, responsabilidade solidária com seus prepostos ou representantes (art. 34 do CDC).

Page 12: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 1212

26.4. Força vinculante da oferta:

– a proposta é vinculativa e deve ser mantida sob certo prazo e sob certas

condições;

– não se confunde a vinculação da proposta com sua revogabilidade; se o

ofertante deixar de realizar o negócio, submete-se a perdas e danos;

– segundo o art. 427, a proposta é vinculativa, com efeitos concretos, sendo esses efeitos disciplinados pela

lei do consumidor.

Page 13: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 1313

26.4.1. Manutenção da proposta pelos sucessores do ofertante:

– a lei consumerista obriga o sucessor do fornecedor à proposta

oferecida por este, e se aplica tanto no caso de sucessão inter vivos como causa mortis;

– constituindo-se uma obrigação, transmite-se aos herdeiros do ofertante, que somente poderão retratar-se na forma do art. 428, IV;

– o princípio não se aplica a uma proposta de obrigação personalíssima.

Page 14: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 1414

26.4.2. Proposta não obrigatória:

– as hipóteses, contidas nos arts. 427 e 428, que retiram a

obrigatoriedade da proposta;

– o próprio ofertante pode ressalvar que a proposta não é obrigatória,

conforme art. 427, inserindo no documento cláusulas como “não vale como proposta”; “sujeita a confirmação”;

– a natureza do negócio deixando de tornar a proposta obrigatória.

Page 15: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 1515

26.4.3. Aceitação:

– a oferta pode ocorrer na presença do oblato ou não; o crescimento atual dos meios eletrônicos de contratação;

– a aceitação como ato de aderência à proposta feita;

– para ser idônea para formar o contrato, a aceitação deve equivaler à

proposta formulada;

– a aceitação deve ser pura e simples, obedecendo aos requisitos

de tempestividade de forma, se houver.

Page 16: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 1616

26.4.4. Duração e eficácia da proposta e da aceitação. Retratação. Contratos por correspondência: teorias

– os efeitos da proposta entre presentes e ausentes, disposta no inciso I do art. 428;

– o contrato realizado entre presentes como aquele em que a

proposta e a aceitação ocorrem diretamente entre as partes ou seus representantes;

Page 17: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 1717

– a lei entende como entre ausentes o contrato em que as partes se manifestam indiretamente, por intermediário, mensageiro ou outra forma de correspondência;

– pelo sistema da cognição ou informação, o contrato somente se perfaz no momento em que o proponente toma conhecimento da aceitação;

– pelo sistema da agnação ou declaração em geral, o contrato aperfeiçoa-se pela declaração do oblato;

Page 18: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 1818

– as três correntes dentro do sistema da agnação:

I) a teoria da declaração propriamente dita;

II) teoria da expedição, em que o momento de ultimação do contrato é aquele em

que a aceitação é expedida pelo oblato;

III) teoria da recepção, o aperfeiçoamento do negócio jurídico somente ocorre

quando o proponente recebe o comunicado da aceitação, ainda que não o leia;

Page 19: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 1919

– os contratos por e-mail devem ser considerados entre ausentes, aplicáveis os princípios gerais do Código (art. 434);

– a teoria da expedição da aceitação na nossa lei civil;

– o oblato, que expedir a resposta aceitando-a, não estará impedido de se retratar; porém, torna-se imperioso que proceda de acordo com o art. 433;

– o art. 428, disciplinador da obrigatoriedade da proposta, deve ser examinado em conjunto com o art. 434;

Page 20: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 2020

– a não-obrigatoriedade da proposta, na hipótese do art. 428, IV;

– o prazo de validade da proposta no art. 434, III;

– na proposta feita sem prazo, deve o oblato manifestar-se de imediato, conforme art. 428, I;

– a proposta feita sem prazo à pessoa ausente, no art. 428, II;

– o inciso III do art. 428 é corolário da teoria da expedição adotada pelo Código;

– uma contraproposta do oblato significa uma nova proposta (art. 431).

Page 21: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 2121

26.4.5. Vinculação da oferta no código de defesa do consumidor:

– cabe ao intérprete harmonizar a aplicação do Código de Defesa do Consumidor com a legislação em geral

e com o Código Civil;

– a destinação do Código de Defesa do Consumidor à contratação em

massa, como regra geral pela proposta feita ao público em vitrinas, mostruários, catálogos, anúncios, panfletos, jornais, revistas, rádio, televisão etc., vinculando integralmente o ofertante.

Page 22: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 2222

26.5. Formação dos contratos por meio de informática:

– a responsabilidade civil decorrente da informática;

– na celebração de contratos por meio dessa modalidade, intervêm duas ou mais partes, que se comunicam entre si, com um ou mais equipamentos de informática;

Page 23: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 2323

– a contratação por computadores assim como pelos aparelhos de fax será entre presentes ou entre ausentes, dependendo do posicionamento das partes quando das remessas das mensagens e dos documentos;

– a teoria da expedição adotada na lei, cabível aos contratos realizados por meio de informática;

Page 24: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 2424

– a oferta ao público, a um número indeterminado de pessoas, pode ocorrer pelo computador, como já é feito nos países mais desenvolvidos;

– a prova da concretização do contrato por computador faz-se pela impressão gráfica das comunicações trocadas, quando não pelas próprias gravações nos discos magnéticos que armazenam os dados;

– as comprovações fática e jurídica do contrato resultam da impressão gráfica, da qual deriva um documento particular.

Page 25: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 2525

26.6. Lugar em que se reputa celebrado o contrato:

– dispõe o art. 435 que “reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto”;

– o local do contrato é importante para a lei aplicável, em âmbito internacional;

– a regra geral de aplicação da lei do local em que foi feita a proposta, e a autonomia da vontade, na escolha do foro competente e da lei aplicável ao contrato.

Page 26: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 2626

26.7. Contratos que dependem de instrumento público:

– podem as partes tornar a vontade, no instrumento particular,

irrevogável e irretratável, gerando para o credor um “direito” ao contrato subseqüente, por escritura pública;

Page 27: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 2727

– não fixada no contrato preliminar a irretratabilidade, quando o instrumento público for exigido como prova do contrato, qualquer das partes pode arrepender-se, antes de o assinar, ressarcindo à outra as perdas e danos resultantes do arrependimento;

– a peculiaridade dos contratos internacionais quanto a solenidade, no art. 9o, § 1o, da Lei de Introdução do Código Civil.

Page 28: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 2828

26.8. Contratos sobre herança de pessoa viva:

– a proibição de pactos sucessórios presente no atual art. 426;

– somente o testamento, ato de última vontade e unilateral, pode dispor do patrimônio para após a morte;

– aspecto moral e a violação das regras do Direito das Sucessões, presentes na proibição (pacta corvina);

– a exceção no ordenamento com a possibilidade de partilha em vida, do

art. 2.028.

Page 29: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 2929

26.9. Impossibilidade da prestação e validade dos contratos:

– a ultimação do contrato com a prestação lícita, possível e determinada

(art. 106);

– a impossibilidade será absoluta quando realizável em qualquer

circunstância, por qualquer pessoa;

– a impossibilidade é relativa quando não atinge a todos

indiscriminadamente;

Page 30: Sílvio de Salvo Venosa TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES e TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 26

26. FORMAÇÃO E CONCLUSÃO DOS CONTRATOS

V. II 3030

– a impossibilidade viciadora do contrato é a absoluta;

– se a impossibilidade de cumprimento decorreu de ato do devedor, responderá ele por perdas e danos.