civ 12 - teoria geral dos contratos

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Apostilas Concursos Jurídicos © Copyright 2000/2011 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br (K25228) Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 1 DIREITO CIVIL 1 1 2 2 T T e e o o r r i i a a G G e e r r a a l l d d o o s s C C o o n n t t r r a a t t o o s s 12.1 – Introdução Noções Gerais Noções Iniciais: O contrato é uma espécie de negócio jurídico, de natureza bilateral , que depende para sua formação, do encontro de vontade das partes. Segundo Clóvis Beviláqua, o contrato é o acordo de vontade para o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos. Negócio bilateral Decorre da convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas, para constituir, regular ou extinguir entre elas uma relação jurídica patrimonial. O Contrato como Fonte de Obrigações: Os contratos, juntamente com os atos unilaterais de vontade, a lei e os atos ilícitos, são fontes geradoras das obrigações. Efeitos do Contrato: O contrato válido estabelece um vínculo jurídico entre as partes, sendo em princípio irretratável e inalterável (intangível) unilateralmente, vez que os pactos devem ser cumpridos (“pacta sunt servanda”). Revisão dos Contratos: Em princípio, os contratos devem ser cumpridos como foram estipulados, pois os pactos devem ser cumpridos (“pacta sunt servanda”). Todavia, por exceção, admite-se a revisão judicial dos contratos de cumprimento a prazo ou em prestações sucessivas, quando uma das partes vem a ser prejudicada por uma alteração excepcional e imprevista da conjuntura econômica. A possibilidade de reajuste nestes casos baseia-se na teoria da imprevisão, ou da onerosidade excessiva, que entende implícita

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© Copyright 2000/2011 – Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. – www.concursosjuridicos.com.br (K25228) Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico.

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DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL

1122

TTeeoorriiaa GGeerraall ddooss CCoonnttrraattooss

1122..11 –– IInnttrroodduuççããoo

NNooççõõeess GGeerraaiiss Noções Iniciais: O contrato é uma espécie de negócio jurídico, de natureza bilateral, que depende para sua formação, do encontro de vontade das partes. Segundo Clóvis Beviláqua, o contrato é o acordo de vontade para o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos.

Negócio bilateral Decorre da convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas, para constituir, regular ou extinguir entre elas uma relação jurídica patrimonial.

O Contrato como Fonte de Obrigações: Os contratos, juntamente com os atos unilaterais de vontade, a lei e os atos ilícitos, são fontes geradoras das obrigações. Efeitos do Contrato: O contrato válido estabelece um vínculo jurídico entre as partes, sendo em princípio irretratável e inalterável (intangível) unilateralmente, vez que os pactos devem ser cumpridos (“pacta sunt servanda”). Revisão dos Contratos: Em princípio, os contratos devem ser cumpridos como foram estipulados, pois os pactos devem ser cumpridos (“pacta sunt servanda”). Todavia, por exceção, admite-se a revisão judicial dos contratos de cumprimento a prazo ou em prestações sucessivas, quando uma das partes vem a ser prejudicada por uma alteração excepcional e imprevista da conjuntura econômica. A possibilidade de reajuste nestes casos baseia-se na teoria da imprevisão, ou da onerosidade excessiva, que entende implícita

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nos contratos a termo ou de trato sucessivo a cláusula “rebus sic stantibus” (enquanto as coisas ficarem como estão).

PPrreessssuuppoossttooss ddee VVaalliiddaaddee Noções Iniciais: O contrato, como negócio jurídico, requer para sua validade os requisitos essenciais para a formação válida e eficaz dos atos jurídicos em geral: 1) Capacidade das partes: capacidade genérica, ou seja, para o exercício de direitos em geral e capacidade específica para contratar (ex.: embora sendo capaz, o cônjuge não tem capacidade para alienar um imóvel sem o consentimento do outro). 2) Objeto lícito, possível e determinado.

Art. 426 - Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. 3) Forma prescrita ou não proibida em lei. Acordo de Vontades: O contrato exige além desses elementos um fator novo que é o acordo de vontades, ou seja, o consentimento recíproco, através da manifestação da vontade das partes contratantes, tal manifestação pode ser tácita quando a lei não exigir que seja expressa.

PPrriinnccííppiiooss Noções Iniciais: Incidem sobre o contrato os seguintes princípios básicos: 1) Princípio da Autonomia da Vontade Este princípio significa a liberdade das partes na estipulação do que lhes convenha. A liberdade de contratar, porém, não é ilimitada ou absoluta, pois está limitada pela supremacia da ordem pública, que veda convenções que lhe sejam contrárias e aos bons costumes.

Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.

2) O Princípio da Boa Fé O contrato e o seu exercício estão condicionados à sua função social e sujeitos aos valores da boa-fé e probidade.

Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.

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3) Princípio da Obrigatoriedade do Contrato: As estipulações feitas no contrato deverão ser fielmente cumpridas. O contrato faz lei entre as partes (“pacta sunt servanda”).

CCllaassssiiffiiccaaççããoo ddooss CCoonnttrraattooss Noções Iniciais: A classificação visa a agrupar os contratos de maneira que, para fins didáticos, torne clara a sua interpretação e a definição das obrigações das partes. Além da classificação dos contratos, segundo a matéria a que mesmos se referem (ex.: locação, doação, compra e venda), os contratos podem ser classificados sob vários aspectos: Unilaterais e Bilaterais (Sinalagmáticos): Quanto à sua natureza, os contratos podem ser:

a) unilaterais: são os contratos onde apenas uma das partes assume obrigações (ex.: doação pura, fiança);

b) bilaterais: são aqueles onde há obrigações para ambas as partes contratantes (ex.: compra e venda, locação), incidindo a regra da exceção de contrato não cumprido (“exeptio non adimpleti contractus”).

Exceptio Non Adimpleti Contractus Segundo este princípio uma das partes só poderá exigir a prestação da outra se cumprida a sua.

A terminologia empregada pode gerar dúvidas, uma vez que o contrato é por definição bilateral, porém, o que se pretende em dizer que um contrato é unilateral é dizer que ele só gera obrigações para apenas uma das partes.

Gratuitos e Onerosos: Também quanto à sua natureza, os contratos podem ser classificados em:

a) onerosos: ambas as partes têm obrigações patrimoniais, como na compra e venda; b) gratuitos: apenas uma das partes se compromete economicamente, como na doação pura.

Comutativos e Aleatórios: Ainda relativo a sua natureza, os contratos podem ser:

a) comutativos: ambas as partes têm prévio conhecimento da sua prestação e a da outra parte, sendo em geral, mais ou menos equivalentes, como na compra e venda;

b) aleatórios: as partes se arriscam a uma contraprestação inexistente ou desproporcional, como no seguro, risco ou aposta.

Reais e Consensuais: Quanto à maneira pelo qual se aperfeiçoam, os contratos podem ser:

a) reais são os que só se formam com a entrega efetiva da coisa, como no mútuo, no depósito ou no penhor;

b) consensuais: são os que se consideram formados pela simples proposta e aceitação.

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Típicos e Atípicos: Quanto à divisão tradicional, temos os contratos:

a) típicos ou nominados: são os previstos e regulados em lei, como a compra e venda; b) atípicos ou inominados: são os não previstos em lei, como o contrato de cessão de clientela.

Art. 425 - É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.

Paritários e de Adesão: Quanto à sua forma, podem ser:

a) paritários: são os contratos em que ambas as partes estabelecem as cláusulas e regras contratuais, escolhendo o contratante e debatendo livremente as cláusulas;

b) contratos de adesão: são contratos impressos onde não há negociação quanto às clásulas que já estão prontas (ex.: contratos bancários de conta corrente); o Código Civil define que as cláusulas ambíguas ou contraditórias deverão ser interpretadas favoravelmente ao aderente e que são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente.

Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.

O Direito do Consumidor também cuida da proteção dos consumidores em relação aos abusos dos contratos de adesão em geral.

Formais (Solenes) ou Não Formais (Não Solenes): Quanto à forma de aperfeiçoamento, podem ser:

a) formais: são os que têm forma prescrita na lei, como a fiança e o seguro, que só valem por escrito, ou a compra e venda de imóveis, que só vale por escritura pública;

b) não formais: são os de forma livre, como a compra e venda de bens móveis em geral. Pessoais (Intuito Personae) e Impessoais: Quanto ao sujeito, podem ser:

a) pessoais (intuito personae): a pessoa do devedor é fator determinante para a realização e execução do contrato, caracterizando-se por obrigação de fazer serviço infungível (ex.: mandato);

b) impessoais: o que importa é somente o objeto da prestação. Principais e Acessórios: Considerados uns em relação aos outros, podem ser:

a) principais: são os que subsistem de forma independente, não dependendo de outra relação jurídica para existir e produzir efeitos (ex.: locação);

b) acessórios: são os que só existem em função de outro contrato, dependendo assim, de outra relação jurídica para que possam produzir efeitos (ex.: fiança).

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Preliminares ou Definitivos: Tendo em vista o seu objeto, podem ser preliminares, também conhecidos como pré-contrato ou compromisso, são os firmados com o fim de tornar obrigatória a celebração de um contrato futuro que será o definitivo.

FFoorrmmaaççããoo ddooss CCoonnttrraattooss Noções Iniciais: Os contratos consensuais formam-se com a proposta e aceitação, os reais com a entrega da coisa e os formais com a realização da solenidade ou do instrumento próprio. Proposta (Policitação): A proposta é o elemento inicial do contrato. O proponente, ou policitante, propõe e o aceitante, ou oblato, aceita, de modo expresso ou tácito. A proposta deve ser séria, completa, precisa ou clara e inequívoca. Não constitui proposta a simples negociação preliminar, nem a oferta condicionada a ulterior confirmação do proponente. A proposta pode ser feita entre presentes ou entre ausentes (ex.: proposta por carta ou telégrafo). A proposta gera obrigatoriedade de contratar, salvo nos casos estabelecidos pela lei.

Negociações preliminares Negociações preliminares são conversações prévias e estudos sobre os interesses de cada contratante, tendo em vista o contrato futuro, sem que haja qualquer vinculação jurídica entre os participantes.

Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente. Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.

Aceitação: A aceitação é uma manifestação da vontade, expressa ou tácita, da parte do destinatário de uma proposta. A aceitação deve corresponder a uma adesão integral à oferta. É permitido ao aceitante se

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arrepender desde que chegue ao conhecimento do ofertante antes da aceitação ou juntamente com ela.

Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos. Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta. Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa. Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.

Conclusão do Contrato: Em relação aos contratos entre presentes (“inter praesentes”), a conclusão se dará no momento em que o oblato aceitar a proposta. Contudo, no caso dos contratos entre ausentes (“inter absentes”), existem duas teorias: 1) Teoria da Informação ou Cognição: O contrato se conclui no momento em que o ofertante tem ciência da aceitação do oblato. 2) Teoria da Agnição ou Declaração: O contrato se aperfeiçoa no momento em que o oblato manifesta sua aquiescência à proposta. Dessa teoria destacam-se três subteorias:

a) subteoria da declaração propriamente dita: basta a formulação de resposta pelo oblato; b) subteoria da expedição: não basta a formulação da resposta pelo oblato, sendo necessário o

envio ao proponente; c) subteoria da recepção: o contrato se efetiva quando a resposta chegar ao poder do

proponente, mesmo que dela ainda não tenha conhecimento.

O Código Civil adota a teoria da agnição ou declaração, na sua subteoria da expedição, sendo considerada a mais adequada. O contrato completa-se com a expedição da aceitação, salvo as exceções previstas no art. 434.

Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: I - no caso do artigo antecedente; II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; III - se ela não chegar no prazo convencionado.

Local do Contrato: Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que a proposta é expedida ou em que é conhecida.

Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.

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EEssttiippuullaaççããoo eemm FFaavvoorr ddee TTeerrcceeiirroo Noções Iniciais: O contrato em favor de terceiro ocorre quando uma pessoa, o estipulante, convenciona com outra, o promitente, uma obrigação, em que a prestação será cumprida em favor de uma terceira pessoa, o beneficiário. Efeitos: A estipulação em favor de terceiros gera os seguintes efeitos:

a) o que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação; b) ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigir o

cumprimento da obrigação, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não inovar;

c) se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.

Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação. Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438. Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor. Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante. Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade.

PPrroommeessssaa ddee FFaattoo ddee TTeerrcceeiirroo

Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar. Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens. Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.

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VVíícciiooss RReeddiibbiittóórriiooss Noções Iniciais: Chamam-se vícios redibitórios os defeitos ocultos da coisa, de certa gravidade, que a tornam imprópria ao uso a que é destinada ou lhe diminuam o valor, como, por exemplo, a doença de um animal ou peças desgastadas de uma máquina. É necessário para a caracterização do vício redibitório que o defeito, ou vício, torne imprópria a coisa ao uso destinado, ou ele diminua o valor.

Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas. Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.

Responsabilidade do Alienante: A responsabilidade do devedor será da seguinte maneira:

a) conhecendo o vício: restituirá o valor recebido mais perdas e danos; b) desconhecendo o vício: restituirá o valor recebido e reembolsará as despesas do contrato.

Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato. Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição. Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade. § 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis. § 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria. Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.

Ação Edilícia: O vício redibitório pode ser alegado em qualquer contrato comutativo, ou na doação com encargo. O prejudicado pode, através da ação edilícia, rescindir o contrato e exigir a devolução da importância paga, acrescida de perdas e danos se o vendedor conhecia o defeito ou, se preferir, pedir apenas um abatimento de preço.

BrazSantos
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Ação Edilícia É aquela que serve para rejeitar a coisa recebida e redibir o contrato. Tem aplicação em todos os contratos comutativos, isto é, nos contratos onerosos, em que é certa a extensão das prestações recíprocas dos contratantes. Pode-se apresentar sob a forma de ação redibitória (rejeitar a coisa) ou ação estimatória (limitando-se a exigir o abatimento do preço). A ação estimatória também recebe o nome de “quanti minoris”..

EEvviiccççããoo A evicção é a perda total ou parcial da coisa adquirida, por decisão judicial, em favor de terceiro, que era o verdadeiro dono. Nos contratos onerosos, de transferência de domínio, posse ou uso, responde pela evicção o alienante, salvo se o adquirente assumiu expressamente o risco da evicção, ou sabia que a coisa era alheia ou litigiosa. A jurisprudência tem reconhecido a evicção mesmo que a perda da coisa não foi ocasionada por decisão judicial, mas por outro motivo, como apreensão policial, alfandegária ou administrativa.

Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública. Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção. Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu. Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou: I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção; III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial. Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente. Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante. Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante. Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida.

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Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização. Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo. Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de recursos. Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.

OOss CCoonnttrraattooss AAlleeaattóórriiooss

Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir. Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada. Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido. Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato. Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa.

OO CCoonnttrraattoo PPrreelliimmiinnaarr O controle preliminar (pré-contrato, compromisso ou promessa) é aquele em que uma ou ambas as partes se comprometem a celebrar mais tarde outro contrato, gerando, portanto, o dever de concluir outro contrato. Distingue-se das negociações preliminares, que não geram nenhum tipo de obrigações para os interessados. Os pressupostos e os requisitos de validade dos pré-contratos são os mesmos exigidos para os contratos definitivos.

Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado. Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive.

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Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente. Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação. Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos. Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado pelo devedor.

OO CCoonnttrraattoo ccoomm PPeessssooaa aa DDeeccllaarraarr

Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes. Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado. Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma forma que as partes usaram para o contrato. Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire os direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento em que este foi celebrado. Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários: I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la; II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da indicação. Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários.

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1122..22 –– AA EExxttiinnççããoo ddooss CCoonnttrraattooss

EExxttiinnççããoo ee RReesscciissããoo ddooss CCoonnttrraattooss Noções Iniciais: O contrato extingue-se normalmente com o seu cumprimento, ou seja, a execução do contrato, mas pode se extinguir em decorrência de anulação (por causa anterior ou contemporânea à formação do contrato) ou resolução (por causa superveniente à formação do contrato). Anulação: Na formação do contrato podem surgir vícios que o tornam nulo ou anulável. Nulo é o contrato que atenta contra norma de ordem pública ou que não tenha os pressupostos e requisitos do ato jurídico. A nulidade pode limitar-se apenas a uma cláusula, se não contaminar as demais. Anulável é o contrato celebrado por pessoa relativamente incapaz, ou viciado por erro, dolo, coação ou simulação. O ato nulo (nulidade absoluta) não pode ser convalidado nem ratificado, podendo a nulidade ser arguida a qualquer tempo, por qualquer pessoa. O ato anulável (nulidade relativa), ao contrário, pode ser ratificado pelas partes. Só os interessados diretos podem alegar a nulidade relativa, enquanto não ocorrer a prescrição.

OO DDiissttrraattoo Distrato é o acordo entre as partes contratantes, a fim de extinguirem o vínculo obrigacional estabelecido pelo contrato. Faz-se pelas mesmas formas que o contrato.

Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte. Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.

AA CCllááuussuullaa RReessoolluuttiivvaa Podem as partes estabelecer uma cláusula resolutiva expressa resolvendo-se o contrato de pleno direito, com o advento da condição, ou seja, do descumprimento.

Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial. Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.

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AA EExxcceeççããoo ddee CCoonnttrraattoo nnããoo CCuummpprriiddoo Nos contratos bilaterais, que geram obrigações recíprocas, se uma parte reclamar da outra o cumprimento de sua prestação sem que tenha cumprido com a sua parte, aquela pode, como meio de defesa, excluir a ação invocando o fato de não ter a outra também satisfeito o negócio. Assim, a “exceptio non adimplenti contractus” paralisa a ação do autor, ante a alegação do réu de não haver recebido a contraprestação devida, não se debate o mérito do direito arguido, nem o excipiente nega a obrigação; apenas contesta sua exigibilidade, em face de não haver o excepto adimplido o contrato.

Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.

AA RReessoolluuççããoo ppoorr OOnneerroossiiddaaddee EExxcceessssiivvaa

Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato. Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.

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QQuueessttõõeess ddee CCoonnccuurrssooss Nas questões a seguir, assinale a alternativa que julgue correta.

01 - (Magistratura/AC - 2007) Ainda a respeito dos contratos regidos pelo Código Civil, assinale a opção incorreta.

( ) a) O princípio da função social nas relações contratuais é vinculante e tem prioridade axiológica sobre qualquer outra regra da disciplina contratual. A função social é considerada um fim para cuja realização ou preservação se justifica a imposição de preceitos inderrogáveis e inafastáveis pela vontade das partes.

( ) b) Nos contratos onerosos, para que o alienante não responda pela evicção e seja exonerado inclusive da restituição da quantia paga pelo evicto, é necessário que, além da cláusula expressa de exclusão da garantia, o adquirente tenha ciência do risco e o tenha assumido, como é o caso de quem adquire coisa que sabe litigiosa.

( ) c) Por meio da estipulação em favor de terceiro, poderá o promitente validamente fazer disposições de última vontade, outorgando benefício pecuniário a um terceiro para após a morte do estipulante e, ainda, renunciar ao direito de revogar a estipulação ou substituir o terceiro, bem como exigir do beneficiário uma contraprestação.

( ) d) A fiança prestada em conjunto a um só débito, salvo ajuste expresso, gera a solidariedade legal entre os fiadores, e não, entre eles e o devedor principal, sendo, portanto, cada um responsável pelo montante total da dívida. Se for estipulado o benefício da divisão, cada fiador será responsável apenas pela parte que expressamente assumiu.

02 - (Magistratura/PR – 2006) Maria contratou o costureiro Manoel, tendo em vista a sua considerável reputação nacional, encomendando-lhe um vestido de noiva a ser por ele próprio confeccionado. Com base nessa situação, assinale a alternativa incorreta:

( ) a) Maria não está obrigada a aceitar o vestido, caso seja confeccionado por outro costureiro a pedido de Manoel, mesmo que este prove ser o vestido da melhor qualidade e se disponha a reduzir, pela metade, o preço ajustado.

( ) b) Se, depois de celebrado o contrato, mas antes de vencido o prazo para a entrega do vestido, Manoel recusa-se confeccioná-lo, alegando falta de tempo em virtude de novos compromissos assumidos, Maria poderá cobrar indenização por perdas e danos havido, além de obter de volta o que já tenha pago pelo serviço.

( ) c) Se Manoel morrer antes do termo final para a entrega do vestido, a obrigação resolver-se-á, sem que Maria tenha a direito à indenização por perdas e danos.

( ) d) Nada impede que, no contrato celebrado entre Maria e Manoel, se estipule cláusula penal, que será legítima desde que o valor da pena seja, no máximo, igual ao dobro acertado para a confecção do vestido.

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03 - (Magistratura/SP – 2007) Quando da formação do contrato,

I. deixa de ser obrigatória a proposta se, feita sem prazo à pessoa presente, não foi imediatamente aceita; II. os contratos entre ausentes deixam de ser perfeitos se, antes da aceitação, ou com ela, chegar ao proponente a retratação do aceitante; III. os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, mesmo se o proponente não houver se comprometido a esperar a resposta; IV. a proposta é obrigatória quando, feita com prazo à pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente. São verdadeiras as afirmativas

( ) a) I e II, somente. ( ) b) III e IV, somente. ( ) c) I, II e III, somente. ( ) d) II e III, somente.

04 - (Magistratura/SP – 2006) Diga em que sentença relativa a contratos anda o desacerto. ( ) a) A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se lhe não

preferir o cumprimento, e tem, num e noutro caso, direito a indenização por perdas e danos.

( ) b) Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes pode, antes de cumprida sua obrigação, exigir o cumprimento da obrigação do outro.

( ) c) Ainda que tácita, mas sempre inequívoca, a cláusula resolutiva opera de pleno direito, independentemente de interpelação judicial.

( ) d) A resolução do contrato por onerosidade excessiva pode ser evitada se o réu concordar com a modificação das condições do contrato.

05 - (Magistratura/SP – 172) Em contrato oneroso, convencionam as partes excluir a garantia da evicção. Verificada a evicção, e apesar da cláusula excludente, o evicto

( ) a) pode cobrar apenas despesas de conservação da coisa. ( ) b) pode recobrar apenas as despesas dos contratos e dos prejuízos que foi obrigado a

indenizar. ( ) c) pode cobrar apenas as custas e despesas. ( ) d) pode recobrar o preço que pagou pela coisa, provando que não soube do risco, ou, se

dele informado, não o assumiu.

06 - (Ministério Público/MG – 40) Em relação aos contratos, a ausência do pressuposto pluralidade de partes é:

( ) a) defeito grave, sendo o contrato considerado negócio jurídico nulo; ( ) b) defeito leve, sendo o contrato considerado ato jurídico anulável; ( ) c) defeito grave, considerando-se o contrato, em princípio, ato inexistente; ( ) d) defeito leve, sendo o contrato, a rigor, ato anulável pelo iure; ( ) e) defeito leve, cuidando-se de nulidade relativa.

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07 - (Ministério Público/DFT – 2005) A respeito da extinção dos contratos, assinale a opção correta. ( ) a) Considere a hipótese em que foi firmado um contrato de empréstimo-financimento

entre instituição bancária e pessoa física, no qual foi inserida cláusula pela qual o devedor autorizava o desconto do débito das prestações do financiamento por consignação em folha de pagamento ou em sua conta bancária. Após o pagamento de algumas parcelas mensais, o devedor constata que não tem condições financeiras para continuar a cumprir as obrigações contratuais, porque o valor da prestação tornou-se insuportável, correspondendo a quase 80% do valor líquido de seus rendimentos. Nessa situação, o devedor poderá pleitear judicialmente a resolução do contrato, sem indenização, por onerosidade excessiva ou pedir o reajuste das prestações em base compatível com o seu rendimento.

( ) b) Em caso de inadimplemento pelo devedor da obrigação assumida no contrato, este pode purgar a mora oferecendo ao credor as prestações vencidas, acrescidas da indenização dos danos causados ao credor pela mora. Assim, se o devedor purgar a mora, não poderá o credor rejeitar a prestação, transformando a mora em inadimplemento definitivo e pleitear a resolução do contrato.

( ) c) Na inexecução da obrigação, o contratante credor tem de demonstrar o inadimplemento, cabendo ao contratante devedor provar que não agiu com culpa para eximir-se da responsabilidade. No entanto, essa regra é modificada quando se trata de obrigação de não fazer ou de cumprimento defeituoso.

( ) d) Após a entrega do bem alienado por meio de contrato de promessa de venda, o vendedor tomou conhecimento que o comprador, à época do ajuste, já se encontrava em estado de insolvência, com numerosos títulos protestados por falta de pagamento. Vencido o prazo, o devedor não cumpriu a obrigação de pagar o preço. Nessa hipótese, o contrato é nulo, devendo o contratante vendedor pleitear judicialmente a sua resolução, arguindo a ocorrência de omissão dolosa do outro contratante.

( ) e) A morte de um dos contratantes durante a vigência de um contrato constitui causa de resolução do contrato por inexecução voluntária, porque os efeitos da morte de uma das partes se igualam aos do caso fortuito ou de força maior.

08 - (Notário e Registrador/AM - 2005) Assinale a alternativa correta: ( ) a) A cláusula penal tem o objetivo de reforço obrigacional. ( ) b) A cláusula penal tem a natureza, exclusivamente, compensatória. ( ) c) Não há qualquer vedação legal a que o valor da cominação imposta na cláusula penal

exceda o da obrigação principal. ( ) d) Para exigir a pena convencional, é necessário que o credor alegue prejuízo. ( ) e) Tendo a obrigação pluralidade de devedores e sendo indivisível, a lei civil não prevê

ação regressiva aos não culpados contra quem deu causa à aplicação da pena convencional.

09 - Quando uma das partes oculta alguma coisa que o co-contratante deveria saber e, se sabedor, não teria realizado o negócio, ter-se-á

( ) a) erro acidental ( ) b) dolo negativo ( ) c) simulação maliciosa ( ) d) simulação absoluta

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10 - Acerca da evicção e dos vícios redibitórios, assinale a opção correta. ( ) a) O direito de demandar pela evicção supõe a perda da coisa adquirida por sentença

judicial, que condene o alienante a indenizar o evicto, na quantia correspondente à devolução do que pagou, corrigido monetariamente.

( ) b) A deterioração da coisa, em poder do adquirente, não afasta a responsabilidade do alienante, que responderá por evicção total, exceto se o adquirente agiu dolosamente e provocou a deterioração do bem.

( ) c) O adquirente de bem em hasta pública não tem a garantia da evicção, pois a natureza processual da arrematação afasta a natureza negocial da compra e venda.

( ) d) Poderá o adquirente, alegando vício redibitório, rescindir o contrato ou reclamar o abatimento no preço, quando constatar que a coisa adquirida não é o que pretendeu comprar.

11 - A teoria adotada pelo Código Civil, relativa ao momento da conclusão do contrato é a ( ) a) da cognição. ( ) b) da declaração, na subteoria da recepção. ( ) c) da informação. ( ) d) da agnição, na subteoria da expedição.

12 - A respeito da evicção, é correto afirmar que: ( ) a) a responsabilidade pela evicção não subsiste para o alienante se a coisa alienada

estiver deteriorada, havendo ou não dolo do adquirente. ( ) b) o alienante responde pela evicção em qualquer contrato, mesmo não oneroso. ( ) c) a garantia da evicção subsiste ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta

pública. ( ) d) o adquirente pode demandar pela evicção mesmo se sabia que a coisa era litigiosa.

13 - Assinale a alternativa correta: ( ) a) A nossa sistemática jurídica admite, em se tratando de arras confirmatórias, o direito

expresso de arrependimento. ( ) b) Realizada a pactuação de arras confirmatórias e, em não se concretizando o contrato

definitivo, a nossa legislação faculta à parte prejudicada pleitear eventuais perdas e danos excedentes ao valor das arras.

( ) c) Em se tratando de arras penitenciais, o exercício do direito de arrependimento pela parte que recebeu as arras, ocasionará apenas a devolução exata do valor recebido à título de arras.

( ) d) A nossa sistemática jurídica, seguindo Direito Romano e embasada no princípio da “pacta sunt servanda”, admite apenas as arras penitenciais.

14 - Contratos sinalagmáticos são: ( ) a) Contratos que apenas uma das partes aufere vantagens. ( ) b) São aqueles que geram obrigações somente para uma das partes. ( ) c) Contratos que geram obrigações para ambos os contraentes. ( ) d) Trata-se de um contrato de risco, aleatório.

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15 - Com relação às fases de desenvolvimento dos contratos, assinale a assertiva correta. ( ) a) Os contratos entre ausentes, em regra, têm-se por concluídos sempre que é expedida a

aceitação. ( ) b) A boa-fé objetiva é requisito exclusivo da formação dos contratos. ( ) c) O direito resultante do negócio pode ser renunciado antecipadamente nos contratos,

sem exceções. ( ) d) O contrato preliminar obriga as partes à conclusão do contrato principal se este

contiver todos os requisitos formais.

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GGaabbaarriittoo

01.C 02.D 03.A 04.C 05.D 06.C 07.C 08.A 09.B 10.B

11.C 12.C 13.B 14.C 15.A

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DIREITO CIVIL Silvio Rodrigues Saraiva

CURSO DE DIREITO CIVIL BRASILEIRO Maria Helena Diniz Saraiva

MANUAL DE DIREITO CIVIL Flávio Augusto Monteiro de Barros Método

RESUMO DE DIREITO CIVIL Maximilianus Cláudio Américo Fuhrer Malheiros

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Atualizada em 10.11.2010

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