teoria geral dos contratos andressa

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Qual é a consequência de o contrato ser uma espécie de negócio jurídico? Quais são os plano de atuação da escada ponteana? Quais são as quatro possibilidades de defeito? Inexistência? Nulidade? Anulabilidade? Ineficácia? Quais são os elementos de um contrato perfeito? Quais são os elementos essenciais? Quais são os elementos essenciais à existência do contrato? Quais são os elementos essenciais a validade do contrato? Quais são os elementos acidentais de um contrato? TEORIA GERAL DOS CONTRATOS. O contrato é uma espécie do gênero negócio jurídico de sorte que se sujeita a uma série de vicissitudes a qual o negócio jurídico em geral se sujeita. Assim o primeiro ponto de atenção são os defeitos que possam carrear os contratos. Existem três planos de atuação: existência, validade e eficácia (escada Ponteana). Um contrato pode não existir; pode existir e não ser válido (nulo ou anulável); pode existir ser válido e não gerar efeitos. Existem quatro possibilidades de defeitos: (cai muito, muito, muito) . I-) inexistência (cai menos que as demais): quando faltar para o contrato um elemento essencial de existência. II-) nulidade (cai mais que as outras): quando faltar elemento essencial de validade.

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Qual a consequncia de o contrato ser uma espcie de negcio jurdico? Quais so os plano de atuao da escada ponteana? Quais so as quatro possibilidades de defeito? Inexistncia? Nulidade? Anulabilidade? Ineficcia? Quais so os elementos de um contrato perfeito? Quais so os elementos essenciais? Quais so os elementos essenciais existncia do contrato? Quais so os elementos essenciais a validade do contrato? Quais so os elementos acidentais de um contrato?TEORIA GERAL DOS CONTRATOS.O contrato uma espcie do gnero negcio jurdico de sorte que se sujeita a uma srie de vicissitudes a qual o negcio jurdico em geral se sujeita. Assim o primeiro ponto de ateno so os defeitos que possam carrear os contratos.Existem trs planos de atuao: existncia, validade e eficcia (escada Ponteana).Um contrato pode no existir; pode existir e no ser vlido (nulo ou anulvel); pode existir ser vlido e no gerar efeitos.Existem quatro possibilidades de defeitos: (cai muito, muito, muito).I-) inexistncia (cai menos que as demais): quando faltar para o contrato um elemento essencial de existncia.II-) nulidade (cai mais que as outras): quando faltar elemento essencial de validade.III-) anulabilidade (cai um pouco menos que nulidade): quando faltar elemento essencial de validadeIV-) ineficcia (cai menos que a nulidade):Para entender estes defeitos preciso entender os elementos do contrato perfeito.Elementos do contrato perfeito: se subdividem em duas classes.I-) elementos essenciais: se so elementos essenciais so da essncia do contrato, so indispensveis ao contrato. Os elementos essenciais se subdividem:A-) elementos essenciais existncia do contrato:i-) vontade humana:ii-) idoneidade objetiva:iii-) finalidade negocial:B-) elementos essenciais validade do contrato: (artigo 104 do CC)i-) agente capaz:ii-) objeto lcito, possvel, determinado ou determinvel:iii-) forma prescrita ou no defesa em lei.II-) elementos acidentais: so elementos que podem ou no estar presentes no ato negocial e so:A-) termo:B-) condio:C-) encargo ou modo: Sobre o que versa a inexistncia dos contratos? H previso legal? Quando o contrato ser inexistente? Vontade humana: o contrato de adeso um contrato inexistente? Exemplos? Qual a diferena entre objeto ilcito e objeto inidneo? A simples inidoneidade objetiva gera a inexistncia contratual? Exemplos: mtuo e comodato? Venda e cesso econmica do uso do direito de imagem? Finalidade negocial: MARTE?Da Inexistncia do Contrato: no mundo dos fatos o contrato existe, mas se trata de uma relao jurdica inexistente. A inexistncia do contrato uma tese, de modo que no est regulada na legislao (no cabe a lei tratar daquilo que no existe).O contrato inexistente quando no tem algum dos elementos essenciais de existncia:I-) vontade humana: elemento volitivo (exemplo: o contrato de adeso tem sim vontade de ambas as partes, sob pena de inexistncia, no tem fase de negociao).O contrato para existir tem que ter vontade de ambas as partes.Exemplo: se enganou Jos para que firmasse contrato comigo. Se o Jos se equivocou tambm teve contrato. Mas h vcio sobre o consentimento (erro, dolo, coao, estado de perigo e leso). Para haver vcio sobre o consentimento do indivduo evidente a presena de um elemento volitivo. Se no h elemento volitivo no h o que ser viciado.O contrato no existe porque no teve vontade humana quando houver supresso do elemento volitivo. Exemplo: coloca a digital do sujeito em coma no contrato. o caso da venda de coisa de que no dono, tambm.II-) idoneidade objetiva: h confuso entre idoneidade do objeto e ilicitude do objeto. Exemplo: quer entabular um negcio jurdico com tecidos e rgos humanos (so objetos lcitos, pode doar, mas no pode vender doao negcio jurdico). No uma situao de ilicitude do objeto, mas de inidoneidade do objeto para aquela forma que se quer (pode doar sangue, mas no pode vender sangue porque o objeto lcito para negcio jurdico, mas no idneo para compra e venda). diferente do emprstimo do tijolo de maconha, tambm no pode vender ou doar. Trata-se de objeto ilcito. Quando h ilicitude no h negcio jurdico que se possa firmar. J o objeto inidneo atende a certas e determinadas formas negociais.Exemplo: quer emprestar o apagador para algum o contrato de mtuo (fungvel). Se fizer comodato o objeto no ilcito, mas inidneo.Exemplo: contrato de venda de imagem no pode ser feito (contrato de venda e compra pressupe que quem compra fica com e quem vende fica sem), mas pode fazer cesso da explorao econmica da imagem. O direito de imagem lcito para negcio jurdico, mas inidneo para compra e venda.Se for inidneo o defeito no a invalidade, mas inexistncia.III-) finalidade negocial: adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir relaes jurdicas. (MARTE modificar, adquirir, resgarudar, transmitir ou extinguir direitos ou relaes jurdicas). Se no tiver essas finalidade o contrato inexistente.Exemplo: mudana de domiclio relevante para o direito e depende de vontade humana (ato), mas no tem finalidade negocial ato jurdico estrito sensu porque no tem finalidade negocial.A questo da inexistncia do contrato absolutamente terica sem qualquer apoio ou legislativo. Antes de analisar se o contrato vlido preciso analisar se existe. Se existe ai ento h anlise de validade, e por fim, da eficcia.Da invalidade contratual:I-) Nulidade Absoluta: ou est previsto na lei ou no nulo o contrato (artigo 166/167 do CC). uma agresso matria de ordem pblica e s h nulidade no contrato quando a lei prev.Alm dos sete incisos do artigo 166 h mais uma nulidade no artigo 167 (simulao do ato negocial). Diz o artigo 167 do CC nulo o negcio jurdico simulado, mas subsistir o que se dissimulou se valido for na substancia e na forma. A simulao de um negcio jurdico em geral pode ser uma simulao absoluta ou simulao relativa.O que significar simular um contrato? Simular um contrato fingir que um contrato foi entabulado ou pelo menos fingir sobre o modo que foi entabulado.Na simulao absoluta no h qualquer negcio jurdico firmado; no h pacto firmado, mas visando prejuzo de terceiro as partes simulam um contrato. No houve nenhum negcio jurdico firmado, mas visando prejuzo de terceiro as partes simulam um contrato.Ex. estou antevendo o divrcio ou falncia, comeo a vender o patrimnio a esvaziar a massa falida ou os bens a serem partilhados. No est vendendo nada somente simulando. Fingiu entabular pactos que no o foram para prejuzo de terceiro.O contrato simulado na nulidade absoluta tem nulidade absoluta como defeito. A simulao absoluta gera nulidade absoluta.Mas pode ser que a simulao do contrato seja uma simulao relativa. Quando a simulao for relativa isto significa que houve um contrato, mas que este contrato no se deu como declarado pela partes. Ex. aconteceu um contrato, mas este contrato no se deu como as partes declararam isto porque as partes simularam o contrato sob o ponto de vista objetivo ou sob o ponto de vista subjetivo. Sobre o elemento objetivo ou sobre o elemento subjetivo da obrigao.Ex. vende a casa por cinco milhes, mas coloca na escritura pblica que vendeu por 1 milho para eventualmente burlar o fisco. Esse sujeito simulou um contrato de um milho para esconder um contrato de cinco milhes. Simulao relativa porque houve contrato, mas no como declarado pelas partes.A simulao relativa gera dois negcios jurdicos distintos: um negcio simulado e um negcio dissimulado.O negcio simulado aquele que as partes fingiram entabular (venda por 1 milho). J o negcio jurdico dissimulado ou escondido aquele que de fato ocorreu (venda por 5 milhes).Essa simulao relativa pode ser objetiva ou subjetiva. Ex. firma o contrato com X e diz que foi firmado com Y. Comum quando h clusula de no competir. Se obriga a no vender para certa e determinada pessoa.O negcio simulado nulo de pleno direito. O contrato dissimulado anulvel (nulidade relativa).O artigo 167 que trata da simulao trata de mais um caso de nulidade, qual seja o do negcio simulado. O negcio simulado nulo de pleno direito e o outro (dissimulado) anulvel analisa forma, sujeitos.Quais so os efeitos de um contrato nulo? Se o contrato nulo de pleno direito no gera efeitos. O contrato nulo no pode ser confirmado pela vontade das partes e no convalesce pelo decurso do tempo. O contrato nulo no pode ser confirmado pela vontade das partes e no convalesce com o decurso do tempo.Linha do tempo: data de celebrao do negcio; data da declarao da nulidade (os efeitos da sentena retroagem ex tunc a sentena que tem efeito retroativo, o contrato no gera nenhum efeito se ele nulo). Se o contrato nulo no pode ser confirmado pela vontade das partes, no convalesce pelo decurso do tempo, o efeito material da sentena que declara a nulidade tem efeito retroativo, mas o contrato nulo pode ser convertido em outro contrato vlido.O contrato nulo pode ser convertido em outro contrato vlido.O artigo 169 do CC o negcio jurdico nulo no suscetvel de confirmao pela vontade das partes, nem convalesce pelo decurso do tempo. Artigo 170 o contrato nulo pode ser convertido em outro contrato vlido.O princpio que assegura a converso do contrato o princpio da conservao dos pactos. A converso do contrato nulo est prevista no artigo 170 do CC. So requisitos de aplicao da converso do contrato nulo:I-) que o contrato seja absolutamente nulo;II-) que o contrato nulo preencha os requisitos de outro contrato vlido;III-) que tenha sido entabulado de boa-f.Ex. vendi a casa por 1 milho de reais e pagou 1 milho de reais, entreguei a chave e ele tomou posse e fizeram um contrato de compra e venda a casa ainda no do adquirente, precisa lavrar escritura pblica e levar a registro. preciso o registro na matrcula do imvel para a aquisio da propriedade nulo o negcio jurdico quando faltar formalidade ou solenidade (artigo 166, IV e V); se imvel superior a 30 salrios mnimos precisa de escritura pblica (108, CC). O contrato de gaveta nulo de pleno direito porque faltou solenidade registro. Mas no se v declarao de nulidade de contrato de gaveta porque este contrato convertido em promessa de compra e venda. um contrato nulo, preenche os requisitos da promessa de compra e venda e foi entabulado de boa-f. H brutal diferena entre os contratos um versa sobre direitos real de propriedade e outro direito das obrigaes (no mximo direito real do promitente comprador).Exemplo: duplicata mercantil ttulo de crdito de natureza causal pois decorre de compra e venda ou prestao de servios o outro deu aceite. Mas falta um elemento essencial que faz com que seja nula. No pode executar como duplicata mercantil, mas poder dizer que uma confisso de dvida. Converte a duplicata nula em converso de dvida (lgico que judicialmente).II-) Anulabilidade ou Nulidade Relativa: o contrato evidentemente pode ser tambm anulvel. A nulidade relativa do contrato uma agresso ordem privada legalmente qualificada como circunstncia de nulidade relativa. No h nulidade ainda que relativa se a lei no trouxer previso. As situaes so:I-) incapacidade relativa da parte: II-) erro;III-) dolo;IV-) coao;V-) estado de perigo;VI-) leso;VII-) fraude contra credores;VIII-) negcio dissimulado e, IX-) negcio jurdico entre herdeiros necessrios.Diante a anulabilidade ou nulidade relativa dos contratos h agresso ordem privada. Contrato anulvel pode ser confirmado pela vontade das partes por mera ratificao.Ex. Pedrinho pode ter muito patrimnio, mas no pode dispor livremente porque tem 12 anos. O contrato nulo porque absolutamente incapaz. Se todavia, tivesse 16 anos de idade. O ato anulvel, se o pai ratificar o ato, o ato vlido.O contrato anulvel tambm convalesce pelo decurso do tempo prazos de arguio da nulidade relativa: o prazo ordinrio de 2 anos (artigo 179 do CC). Muito embora este seja o prazo ordinrio no o prazo da maioria dos casos. O prazo de dois anos s se aplica para os casos de negcio dissimulado e negcio jurdico entre herdeiros necessrios.Na maior parte dos casos o prazo ser de quatro anos conforme artigo 178 do CC. Em todos os demais casos o prazo de quatro anos.O prazo para arguio da nulidade relativa do contrato comea a fluir da data em que o contrato entabulado, exceto nos casos de incapacidade relativa e coao.Na incapacidade relativa porque prazo no corre contra incapaz e na coao comea a correr de quando cessar a coao.Em todos os casos de prazo de 4 anos h circunstancia de algum tipo de vcios: os vcios de consentimento tem maior relevncia: erro; dolo; coao; estado de perigo e leso.O prazo para arguio de nulidade de um contrato por vcio de consentimento de quatro anos (artigo 178), no entanto quando o vcio de consentimento ocorre em partilha de bens o prazo ser de um ano conforme artigo 2027, pargrafo nico do CC.O efeito material da sentena que declara a nulidade relativa ex nunc da data da deciso em direo ao futuro no retroage.O contrato anulvel gera efeito deste a sua celebrao at a decretao da nulidade relativa. O contrato anulvel gera todos os regulares efeitos at a data da deciso de nulidade e o contrato anulvel no pode ser convertido (a converso s se aplica ao contrato nulo no se aplica o raciocnio do que pode o mais pode o menos).A converso de um contrato anulvel agrediria a intangibilidade contratual.A converso do contrato nulo s se aplica a nulidade absoluta, eis que a converso do contrato anulvel configuraria agresso intangibilidade contratual. III-) Ineficcia contratual: o contrato ineficaz, ou seja, no gera efeitos em duas circunstncias. A uma pela atuao de elementos acidentais de controle de eficcia. E a duas por agresso a ordem pblica sem previso legal de nulidade.Os elementos acidentais de controle de eficcia so a presena de termo (evento futuro e certo ao qual se subordina a eficcia do contrato o termo pode ser inicial ou final) e condio ( um evento futuro e incerto ao qual se subordina a eficcia do contrato a condio pode ser suspensiva ou resolutiva). Frise-se que modo ou encargo no controla eficcia.Quando se fala do modo ou encargo indicativo para cumprimento de liberalidade no pode controlar eficcia de liberalidade.Ex. faz um contrato de emprstimo da casa para Maria para morar durante dois anos (comodato) e estabelece um encargo (tem que pintar o muro da casa a cada vinte dias) se no fizer gera indenizao. J se colocar se no pintar tem que devolver o imvel tem-se condio resolutiva do comodato.A segunda circunstncia de ineficcia no contrato a agresso ordem pblica sem previso legal de nulidade. A agresso ordem pblica sem previso legal de nulidade gera a ineficcia contratual.O contrato nulo quando a lei determinar que nulo. Sem determinao de nulidade no h que se falar em nulidade. possvel que o contrato tenha sido firmado de m-f por uma das partes, quebra do dever de probidade h agresso a ordem pblica, mas no est prevista como situao de nulidade ento o contrato ineficaz.Exemplo: fraude execuo. Citado no processo de execuo e se desfaz do patrimnio para fraudar execuo ou se intimado, para o cumprimento de sentena. Se a fraude execuo ocorrer com concilium fraudes h nulidade (artigo 166, III do CC). Se o terceiro de boa-f o negcio ineficaz, no tem nulidade no contrato h ineficcia.A nulidade opera erga omnes e a ineficcia inter partes h diferena.Princpios do Direito Contratual:1. Princpio da Autonomia da Vontade: este princpio decorre da liberdade de contratar. pelo princpio da autonomia da vontade que as partes decidem se contratam ou no contratam, o que contratam, com quem contratam, quando contratam e qual contrato devem fazer. Ex parte populi2. Princpio da Supremacia da Ordem pblica: tem clara funo de conteno da autonomia da vontade. ex parte principi A autonomia da vontade pela liberdade ampla e restrita de contratao e a supremacia da ordem pblica como restrio e limitao a esta liberdade. Uma tentativa de calibrao do sistema contratual.O indivduo tem autonomia da vontade da qual decorre a liberdade de contratar, mas deve respeitar a supremacia da ordem pblica como limite liberdade de contratar. No encontro entre os dois princpios surge o que se tem denominado de autonomia privada de contratao. A autonomia privada de contratao consiste na autonomia da vontade nos limites da lei, da moral, da ordem pblica instalada.A autonomia privada de contratao no um terceiro princpio mas uma leitura da conjugao dos dois primeiros princpios.A autonomia privada de contratao compreende dentro dela a liberdade de contratar bem como seus limites. 3. Princpio do Consensualismo: determina que o contrato firmado pelo consenso entre as partes, ou seja, o consenso entre as partes que aperfeioa o contrato.O princpio do consensualismo encontra uma exceo: so os contratos reais. A exceo ao princpio do consensualismo so os contratos reais so aqueles que exigem a efetiva entrega da coisa para aperfeioamento.Ex. Z, guarde o apagador. Para aperfeioar o contrato de depsito indispensvel que entregue a coisa para guarda. No adianta o mero consenso.O consensualismo um princpio do direito contratual, mas encontra exceo nos contratos reais (depsito, comodato), aqueles que s se aperfeioam com a entrega da coisa.4. Princpio da Obrigatoriedade Contratual: comporta alguns prismas de aplicao.I-) obrigatoriedade estrita: esta tratando do pacta sunt servanda ou seja o contrato deve ser cumprido, o contrato faz lei entre as partes. II-) intangibilidade: determina que o contrato s pode ser alterado pelas partes contratantes.III-) reviso do contrato: a anlise da rebus sic stantibus.Ver comparao de obrigatoriedade estrita da pacta sunt servanda e reviso do contrato pela clusula sunt servanda.Hoje insustentvel a viso de que a clusula rebus sic stantibus rompe a pacta sunt servanda. A pacta sunt servanda decorrncia da segurana jurdica. Nada rompe a pacta sunt servanda pois a ruptura significa a ruptura da segurana jurdica.Ex. nenhum contrato mais precisa ser cumprido. Ningum vai firmar contrato. Segundo posicionamento Maria Helena Diniz a rebus sic stantibus trata de situaes excepcionais em que a aplicao do pacta sunt servanda relativizada. uma situao de exceo. um posicionamento aceitvel.Para este entendimento a reviso do contrato princpio apartado e no est dentro da obrigatoriedade.Terceiro posicionamento s h o princpio da autonomia privada de contratao (posicionamento mais avanado) da obrigatoriedade contratual decorre a obrigatoriedade estrita a intangibilidade e a reviso do contrato (a reviso do contrato decorre da obrigatoriedade).A rebus sic stantibus decorre da obrigatoriedade contratual. H requisitos de aplicao da rebus sic stantibus o primeiro requisito que a obrigao seja de execuo diferida ou continuada porque s h futuro se houver esta obrigao.Esta excessiva onerosidade tem que se dar por circunstncia imprevisvel e extraordinria (requisitos relativos). E o requisito da extrema vantagem da outra parte no mais aplicvel.Qual a obrigao ou contrato que pode rever? aquela obrigao ou contrato que saiu do caminho.O que obrigatoriedade contratual? Quando se diz que o contrato obrigatrio esta dizendo que o que est escrito no contrato obrigatrio ou a inteno dos contratantes obrigatria? Vetor da intencionalidade (artigo 112 do CC) nas declaraes de vontade atender-se- mais a inteno nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.Obrigatoriedade contratual cumprir a inteno das partes vetor da intencionalidade com base neste vetor que a reviso do contrato lida como uma decorrncia da obrigatoriedade contratual e no uma exceo obrigatoriedade contratual.A reviso do contrato necessria para que a obrigatoriedade do contrato seja cumprida.Requisitos da clusula rebus sic stantibus (artigo 317 e 478/480).I-) obrigao seja de execuo diferida ou continuada: s estas obrigaes pode se tornar excessivamente onerosa no futuro;II-) que haja onerosidade excessiva;III-) onerosidade excessiva decorrente de motivo imprevisvel (requisitos relativos)IV-) onerosidade excessiva decorra de motivo extraordinrio (requisitos relativos)So requisitos relativos (III e IV) porque o fato que gera a onerosidade excessiva pode ser previsvel e ordinrio, de consequncias ou propores imprevisveis e extraordinrias. relativizao no enunciado 17 da Primeira Jornada de Direito Civil.V-) vantagem excessiva da outra parte: (requisito dispensado) enunciado 365 da quarta jornada de direito civil.5. Princpio Funo Social dos Contratos: prevista expressamente no artigo 421 do CC a liberdade de contratar ser exercida em razo e nos limites da funo social do contrato.A liberdade de contratar (no a autonomia da vontade), mas liberdade de contratar ser exercida em razo e nos limites da funo social do contrato. A funo social do contrato a razo de ser da liberdade de contratar. A liberdade de contratar s tem razo de ser diante da funo social. Alis todos os institutos do direito devem ser funcionalizados. Quando assim estabelece ala a funo social do contrato ao nvel de valor, de axioma e no de mero princpio. A funo social do contrato um valor a ser percebido pelo Direito Privado.O que se tem que notar inicialmente que h dois entendimentos distintos sobre a funo social no Direito como um modo geral (propriedade, nas relaes familiaristas e etc).H o entendimento de que a funo social um limite externo ao objeto funcionalizado. E, h o entendimento de que a funo social compreende o prprio conceito do objeto funcionalizado.So dois entendimentos distintos que levam a caminhos distintos, mas ambos so aceitveis.O primeiro entendimento: de limite externo um entendimento clssico e alguns dizem ser ultrapassado. J o entendimento de que a funo social est no conceito do objeto funcionalizado mais atual (moderno).Ex. a propriedade tem limitaes porque o exerccio do direito de propriedade envolve direitos proprietrios, mas tambm envolve direitos no proprietrios. Assim o direito absoluto de propriedade possui certos limites como livre iniciativa equilibrada, boa vizinhana. Pode encarar que estas limitaes so externas e pode encarar que a propriedade relao jurdica complexa que envolve direitos proprietrios e no proprietrios.O CC disse que a liberdade de contratar ser exercida em razo e nos limites da funo social do contrato. Parece mais acertado se entender que funo social do contrato nasce na liberdade de contratar e compreende o prprio conceito de contrato. Assim, a funo social do contrato no pode ser tida como um mero limite externo liberdade de contratar. A funo social est compreendida no conceito de contrato. E vista deste modo a funo social do contrato tem dois aspectos distintos de aplicao:Do ponto de vista intrnseco: a funo social deve ser uma anlise do equilbrio inter partes do contrato. A funo social vista dessa forma consiste em uma anlise da justaposio das prestaes, ou seja, da equivalncia material do pacto (equilibro contratual).Pode ser que a equivalncia material do contrato venha a se perder no meio do caminho, por exemplo clusula rebus sic stantibus (o contrato sai dos trilhos e precisa coloc-lo nos trilhos novamente teoria da reobjetivao do contrato).Do ponto de vista extrnseco: ou extra partes analisa o potencial lesivo deste contrato a toda coletividade (sociedade). possvel que um contrato firmado entre particulares seja potencialmente lesivo a toda coletividade.Exemplo: sujeito que compra um terreno e resolve construir um parque temtico, mas rea de manancial e no tem estudo de impacto ambiental.O resultado a nulidade absoluta do contrato que no cumpre funo social. O contrato que no cumpre funo social absolutamente nulo, fundamento legal artigo 166, inciso VII combinado com 2035, pargrafo nico.Qual o defeito do contrato que no cumpre funo social? Falou-se em todos os vcios possveis prevalece a nulidade absoluta nulo o negcio jurdico quando a lei proibir-lhe a pratica sem cominar sano. Nenhuma conveno ou pacto prevalecer sobre preceitos de ordem pblica como a funo social (proibio sem cominar sano).6. Princpio da Relatividade contratual: o contrato s gera efeitos entre as partes contratantes.Isso uma das diferenas entre direitos relativos e direito absolutos. Ex. propriedade oponvel erga omnes.O contrato segue o princpio da relatividade contratual posto que s pode ser oposto a certas e determinadas pessoas. Esse princpio da relatividade tem ou no tem excees? Existem dois posicionamentos distintos: h quem entenda que o princpio no comporta excees (Professor Junqueira). De outro lado entendendo que h excees h diversos autores (Maria Helena Diniz). Aqueles que entendem que h excees ao princpio da relatividade entendem que as excees so as figuras de interveno de terceiros no contrato que so a estipulao em favor de terceiro, a promessa por fato de terceiro e a sucesso mortis causa em contrato no personalssimo.A estipulao em favor de terceiro: o primeiro caso de interveno de terceiro na relao contratual: h o estipulante, h o promitente e um beneficirio. O estipulante pode estabelecer perante um promitente um determinado benefcio a um terceiro. Ex. no evento morte minha filha receber determinada soma em dinheiro.O estipulante (eu) a promitente (seguradora) benefcio (filha) que receber o dinheiro. A filha no precisa ter capacidade para contar, posto que beneficirio e no contratante. As partes so estipulante e promitente. Da ento o entendimento de que h exceo ao princpio da relatividade contratual.Promessa por fato de terceiro: Z, o Joo vai construir piscina na sua casa (eu prometi e eu sou obrigado se o Joo no cumprir). Z ir cobrar o promitente. Se o terceiro no concordar o promitente responsvel, mas se o terceiro concordar , ir ingressar em relao contratual que no contratou.Sucesso mortis causa em contrato no personalssimo: se o contrato personalssimo e o contratante morre, o contrato se extingue. J se o contrato no personalssimo e o contratante morre, at os limites das foras da herana os herdeiros so responsveis pelo cumprimento das disposies contratuais.Estes herdeiros no firmaram pactuao alguma, mas o contrato gerar efeitos para eles.Ser que a sucesso mortis causa ou no exceo relatividade? at os limites da fora da herana, de modo que no com relao ao herdeiro, mas em relao a herana que gera a responsabilidade. Aberta a sucesso a herana transmite-se desde logo aos herdeiros legtimos e testamentrios, de modo que contra ele que o contrato gera efeitos e no contra a herana posto que est j do sucessor por fora de fico jurdica. Assim prevalece que uma exceo ao princpio da relatividade contratual.Ateno: No pode confundir excees ao princpio da relatividade com relativizao do princpio da relatividade contratual. Cabe falar em excees, mas tambm cabe falar em relativizao da relatividade contratual. O princpio aplicvel, mas no de maneira absoluta porque comporta excees. Aqueles que entendem que no comporta excees, tambm admitem a relativizao do princpio.O que determina a funo social do contrato sob o ponto de vista intrnseco o equilibro contratual e sob o ponto de vista extrnseco a anlise do potencial lesivo do contrato a toda coletividade ou sociedade (para que analisar este potencial lesivo se no gerasse efeitos para terceiros). Todo e qualquer contrato gera algum efeito social para terceiros.A questo que este efeito que o contrato gera sociedade pode ser nocivo ou no. Se for nocivo no tem funo social extrnseca e o contrato absolutamente nulo. Se no for nocivo o contrato tem funo social extrnseca. Diante disso ainda que no admite excees relatividade, no pode manter o entendimento de que a relatividade tem aplicao absoluta porque deve analisar o potencial lesivo do contrato a toda coletividade. Estes sempre devem ser considerados da se falar em relativizao do princpio da relatividade contratual.O que gera a relativizao do princpio da relatividade contratual a aplicao da funo social extrnseca do contrato.7. Princpio da Probidade Contratual: o princpio da probidade exige a honestidade entre os contratantes. Quando se fala em conduta proba a honestidade na relao contratual. Esta probidade deve se dar desde a fase de sondagens iniciais e deve ser mantida durante o cumprimento do contrato e depois de finda a relao contratual.A qualquer momento que houver ruptura de probidade haver responsabilidade civil.FORMAO DA RELAO CONTRATUAL: A formao da relao contratual depende evidentemente da proposta e da aceitao. O primeiro passo da formao do contrato a proposta (oblao ou policitao neste ultimo caso dirigindo a proposta a nmero indeterminado de pessoas). Essa proposta depende de aceitao para a formao do vnculo.O artigo 427 do CC determina que a proposta obriga o proponente. Se o proponente faz a proposta e no cumpre arca com perdas e danos. No entanto o prprio dispositivo traz figuras de exceo.A proposta de contrato obriga o proponente, salvo (no obrigar) se o contrrio resultar de seus termos, da natureza da obrigao ou das circunstncias do caso.Ex. corretor de imvel diz para fazer proposta sem compromisso. Faz a proposta e ao final coloca que a proposta no vincula o proponente. Essa proposta foi desqualificada para mera sondagem. O vendedor voc aceitaria uma proposta como esta? Isso no vincula o proponente porque o contrrio conta dos termos da proposta.Ex. pode ser que as circunstncias do caso excluam a obrigatoriedade da proposta. Ex. venderia para voc meu celular por cinco reais (isso no proposta srie). Ex. por fim a natureza da obrigao pode excluir a obrigatoriedade. A obrigao pode ser da dar, fazer ou no fazer. A obrigao de dar coisa certa se perfaz por entrega e restituio. A grande diferena que na entrega o possuidor pode cobrar o aumento do preo at o momento da efetiva entrega (artigo 237 do CC). possvel a proposta para venda de um objeto por mil reais e assim pactuam, mas pegar e pagar daqui a um ms. Poder exigir o aumento do preo, se o objeto aumentar o preo. Se o credor no concordar resolve-se a obrigao (somente devoluo dos valores pagos). a proposta sria e assertiva que vincula o proponente. Salvo no artigo 427. Nos casos do artigo 427 h proposta que no obrigatria ou circunstncia que nem proposta?O artigo 428 diz que deixar de ser obrigatria a proposta. Estaria falando em dois artigos da mesma coisa? No so situaes distintas. No artigo 427 no h proposta sria e assertiva situaes em que diante de circunstncias sequer h proposta que obrigue o proponente (sequer pode chamar isso de proposta). No pode chamar de proposta porque o contrario resulta dos seus prprios termos, porque as circunstncias do caso impedem que seja tida como proposta ou natureza da obrigao. O artigo 427 estabelece situaes em que sequer chegou a ser proposta trata-se de mera sondagem inicial (esta na fase pr contratual). Fase que deve respeitar o princpio da probidade, boa-f, eticidade. Em regra nessa fase de sondagem inicial que se fala em responsabilidade civil pr contratual.Tambm diante das circunstncias do caso (proposta com animus jocandi). E tambm pela natureza da obrigao: obrigao de dar coisa certa que se perfaz por entrega. Se no for relao de consumo, mas relao civil, a obrigao de dar coisa certa que se perfaz pela entrega da ao devedor a possibilidade de exigir o aumento do preo da coisa at a data da entrega. A natureza obrigao encontra assento no artigo 237 do CC.Aplica-se o artigo 237 do CC porque obrigao de dar coisa certa que se perfaz pela entrega e, desse modo, at o momento da efetiva transmisso, o devedor pode cobrar o aumento do preo da coisa.H circunstncias, todavia, em que a proposta formada, mas a proposta deixa de ser obrigatria (artigo 428 do CC) se mandou uma proposta para uma pessoa e diz que tem cinco dias para responder e no prazo no responde, no estar obrigado a cumprir (se quiser o cumprimento depois). Se a proposta feita a pessoa presente e no imediatamente aceita, desvincula o proponente (quero te vender a caneta por vinte reais agora). Se fez proposta pessoa ausente e decorreu tempo suficiente para resposta e a resposta no chegou (a despeito de no haver prazo) no est obrigado. Neste ultimo caso a jurisprudncia confere o prazo de vinte e quatro horas para encaminha a resposta.Os casos do artigo 428 tratam de circunstncias em que a proposta deixa de ser obrigatria (chegou a ser proposta sria e assertiva, mas deixou de ser obrigatria).Nos contratos entre ausentes adota-se teoria da expedio com relao ao momento de formao dos contratos. Em que momento o contrato resta formado no contrato entre ausentes? No momento em que o oblato expede a sua resposta ao proponente.O artigo 434 os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitao expedida. A teoria acolhida para o momento de formao do contrato entre ausentes a teoria da declarao ou agnio na subteoria da expedio.Essa teoria da declarao tem outras duas subteorias: a-) subteoria da declarao propriamente dita: b-) subteoria da recepo: continuao do 434, exceto no caso do artigo 433 (considera inexistente a aceitao se com ela ou antes dela chegar a retratao do aceitante) no pode dizer que o contrato estava formado no momento da expedio se depois desta conseguiu encaminhar retratao que chegar antes.No se aplicar a teoria ou subteoria da expedio:a-) quando juntamente com a aceitao ou antes dela chegar ao proponente a retratao do aceitante (artigo 434, inciso I cc. artigo 433). In casu a teoria adotada a subteoria da recepo. Neste caso ser adotada a teoria da recepo posto que reputa perfeito o contrato somente quando chegar a aceitao ao proponente.b-) H outra exceo teoria da expedio: voltando ao 434: exceto se o proponente houver se comprometido a esperar a resposta (bvio tambm adotada a teoria da recepo).Quando o proponente se obriga a esperar a resposta (artigo 434, II). Neste caso tambm ser a teoria da recepo.c-) outra exceo: se a resposta (aceitao) no chegar no prazo convencionado (ex. postou a aceitao, mas no chegou no prazo convencionado). Assim no esta formado o contrato desde a expedio. Tambm adotada a teoria da recepo.E a teoria da declarao propriamente dita? No aplicada no direito brasileiro. Esta teoria dita que o contrato se torna perfeito no momento em que o oblato redige a aceitao. A aplicao desta teoria seria uma fico se redigiu a resposta demonstra a inteno de contratar e se vale mais a inteno do que est escrito, vetor da intencionalidade exagero deste vetor.DAS GARANTIAS CONTRATUAIS: na relao contratual em geral a certas e determinadas garantias que indiscutivelmente se apresentam, tais garantias vertem sobre a coisa transmitida e sobre o direito transmitido. As garantias quanto coisa transmitida so aquelas referentes aos vcios redibitrios j as garantias quanto aos direitos transmitidos so aquelas referentes evico.Quando se fala de vcios redibitrios e evico tem-se garantias contratuais. Repousa no dever geral de garantia do alienante fazer boa a coisa transmitida e o direito transmitido.Dos Vcios Redibitrios que podem ser denominados vcios de redibio ou vcios de enjeio. So os vcios ou defeitos ocultos j existentes poca da alienao que tornam a coisa adquirida imprestvel ao uso a que se destina ou que lhe diminuem o valor.Os vcios na coisa adquirida podem ser vcios aparentes ( aquele que resta evidente em exame elementar da coisa o CC no oferece proteo entende-se que o alienatrio (adquirente) assumiu o risco da coisa viciada), ocultos e ainda podem ser vcios ocultos de difcil percepo (aqueles que por sua natureza s podem ser descobertos mais tarde).Obs: no CDC h proteo para qualquer vcio posto que o consumidor vulnervel. J na relao civil pura h proteo para os vcios ocultos e ocultos de difcil percepo to somente.Qual a diferena entre vcio oculto e vcio oculto de difcil reparao? Tem em comum que nenhum dos dois restam evidentes com exame elementar. E ambos j esto presentes na data da alienao.J esto presentes da data da alienao: se no estiverem presentes na data de alienao no h responsabilidade do alienante. possvel que exista o vcio, mas no consegue detectar em exame elementar.H vcios que podem ser descobertos em anlise pericial e h vcios que nem a analise pericial pode detect-los, mas se revelar com o tempo. A diferena est nas consequncias.Os vcios ocultos j geram consequncias na data da alienao. J os vcios ocultos de difcil percepo no geram consequncias na data da alienao (aqueles que por sua natureza s podem ser descobertos mais tarde).O prazo para reclamao se altera no vcio oculto e oculto de difcil reparao (artigo 445 e 446).Ex. comprou carro do particular, que havia batido, mas houve toro de eixo e quando chega a certa velocidade o carro desalinha. O vcio j existe. O vcio no fica evidente em exame elementar vcio oculto.Ex. o sujeito pinta o carro ou o barco de maneira inadequada e depois de um ano a pintura cai. um vcio oculto de difcil percepo.Ambos j estavam presentes na data da alienao.Possibilidades que se abrem ao adquirente (alienatrio) diante de um vcio redibitrio. O adquirente pode rejeitar a coisa ou pedir o abatimento no preo atravs de uma das aes edilcias. As aes edilcias so: ao redibitria e ao estimatrias. As aes redibitrias visam a rejeio da coisa com a consequente devoluo do valor pago. J as aes estimatrias (ao quanti minoris) a ao que visa o abatimento no preo da coisa.Essas duas possibilidades derivam do conceito de vcio redibitrio que torna a coisa imprestvel ao uso que se destina ou que lhe diminui o valor, por vcio j existente quando da alienao.Em qualquer um dos casos seja na redibio ou seja no abatimento do preo o adquirente far jus s perdas e danos nas hipteses em que o alienante houver procedido de m-f.O alienante procede de m-f na alienao quando conhece o vcio que inquina a coisa e no declina ao adquirente. Se o alienante sabe da existncia de um vcio e no diz nada ao adquirente, procedeu de m-f e alm da redibio ou abatimento, o adquirente ter direito perdas e danos.Se inadimplemento culposo sempre DVP + PD (imprudncia, negligncia, impercia, assuno de produo do resultado, ou inteno de produzir o resultado). A possibilidade que poder pedir abatimento no preo da coisa ao invs somente da possibilidade exclusiva da DVP.No pode haver pedido alternativo nestas aes edilcias. O adquirente deve escolher uma das duas vias. Ou escolhe a redibio ou escolhe o abatimento no preo da coisa. Eleita uma das vias o adquirente no poder mais voltar atrs.O adquirente sabe da existncia de um vcio que reduz o valor da coisa e escolhe o abatimento do preo da coisa e durante o curso da ao estimatria descobre outro vcio oculto. In casu, a situao de fato se altera e o adquirente poder voltar atrs e optar pela redibio. Houve alterao na circunstncia de fato. Se a circunstancia de fato o adquirente poder alterar o pleito de estimatrio para redibitrio e vice-versa.O tema de maior destaque em vcio redibitrio so os prazos de arguio do vcio. Dos prazos de arguio do vcio redibitrio.No se deve confundir os prazos de vcio redibitrio e os prazos de vcios ou defeitos do produto e do servio do CDC. O CC sempre que estabelece prazo relativo a bens faz a ciso entre bens mveis e imveis. Se fala em vcio redibitrio a alternativa correta tem que versar sobre bens mveis e imveis. J no CDC fala em durveis (90 dias) e no durveis (30 dias). No CC, vcio redibitrio sempre a ciso ser entre bens mveis e imveis. Existem quatro possibilidades distintas de prazos para vcios redibitrios: as quatro possibilidades esto nos artigos 445 e 446 ambos do CC.O primeiro prazo de arguio dos vcios redibitrios o prazo ordinrio: ordinariamente o prazo de arguio do vcio redibitrio ser de trinta dias para bens mveis e de um ano para bens imveis. Este prazo ser contado da efetivao do negcio jurdico.O momento de efetivao do negcio jurdico nos bens mveis a tradio e bens imveis com o respectivo registro na matrcula do imvel.Este primeiro prazo est no caput do artigo 445 do CC. Todavia o CC foi sensvel a uma situao de fato que muito comum. A aquisio pelo indivduo que j estava na posse da coisa. Ex. tomou a casa empresta com contrato de comodato, e quer comprar a casa. O proprietrio vende a casa. Est adquirindo um bem que j est na posse e mais provvel que j conhea os vcios que inquinam a coisa e o prazo ser encurtado.Assim o segundo prazo o prazo que se aplica ao adquirente que j estava na posse da coisa: neste caso o prazo ser contado metade: quinze dias para bens mveis e 180 dias para bens imveis. Este prazo tambm se conta da efetivao do negcio jurdico.Qual ser a data de efetivao do negcio jurdico? Para bens mveis seria a tradio, mas o adquirente j esta na posse, assim para bens mveis neste caso contar-se- da data do pacto de alienao. Caso assim no fosse muitas vezes j adquiria sem a garantia do vcio redibitrio, posto que j estava na posse. Para bens imveis continua sendo o registro da alienao.O terceiro prazo est previsto no pargrafo 1 do artigo 445 o prazo aplicvel ao vcio oculto de difcil percepo: quando o vcio por sua natureza s puder ser descoberto mais tarde. Trata-se do vcio oculto de difcil percepo.Quando o vcio por sua natureza s puder ser conhecido mais tarde o prazo ser contado da data em que dele tiver cincia (da data em que o adquirente tiver cincia do vcio) at o prazo mximo de 180 dias para bens mveis e um ano para bens imveis.O grave problema exegtico deste artigo 445, 1 - exegese a primeira linha interpretativa o magistrado a boca da lei no pode dizer nem mais nem menos somente interpretao declarativa. O dispositivo faz com que chegue a soluo que muitas vezes no adequada.Linha do tempo: o primeiro ponto a data de entabulao do negcio jurdico. O segundo ponto a data de descobrimento do vcio oculto de difcil percepo (a pintura do barco em temperatura inadequada que depois de um ano descasca e cai) e o terceiro ponto um momento futuro qualquer.Segundo o 445, 1 se o vcio por sua natureza s puder ser descoberto mais tarde o prazo contar-se- do momento que dele tiver cincia at o prazo mximo de 180 dias para bens mveis e um ano para imveis.A pergunta o prazo contado do momento em que o adquirente tem cincia do vcio, mas esse prazo flui da data de descobrimento do vcio para trs ou para frente? Tem os dois posicionamentos.O raciocnio exegtico puro leva a concluso de que o prazo contado para trs. Do descobrimento do vcio para trs. Este posicionamento tem dois fundamentos.O primeiro fundamento a letra do artigo 445, 1 - fundamento exegtico. O segundo fundamento axiolgico (valorativo) o fato de contar o prazo do descobrimento do vcio para trs garante a autonomia da vontade de contratao (autonomia da vontade com certos limites, dentre eles segurana jurdica na relao contratual).O primeiro fundamento assim a exegese pura do artigo 445, 1 - exegese declarao aquilo que a lei fala at o prazo mximo, at o limite, no poder ser maior. O segundo fundamento axiolgico e valorativo para garantir a segurana jurdica.No entanto este posicionamento de que o prazo contado do descobrimento do vicio em direo ao passado guarda um problema muito grave que prestigiar o alienante de m-f.Ex. da uma passada por cima e vende posto que vai agentar o prazo retromencionado.Diante disso h um srio problema ou privilegia a segurana jurdica e protege o alienante de m-f. Ou protege o adquirente contra o alienante de m-f correndo o risco de ferir a segurana jurdica.Predominante a jurisprudncia de que sob uma severa regra de razoabilidade o prazo deve ser contado do descobrimento do vcio em direo ao futuro (No razovel que depois de 30 anos ingresse com ao redibitria). Isto para que no ocorra o privilgio do alienante de m-f j que a eticidade uma das principais regras do direito contratual, assim como a probidade.O prazo de arguio do vcio redibitrio nos casos de vcio oculto de difcil percepo o prazo ser de at 180 dias para bens mveis e at um ano para bens imveis. Este prazo ser contado da data de descobrimento do vcio para o futuro, sob uma severa regra de razoabilidade (entendimento predominante).Alm destes trs prazos do artigo 445, h um quarto e ltimo prazo previsto no artigo 446 do CC. Essa quarta aplicao se d para vigncia de clusula de garantia. Na vigncia de clusula de garantia o prazo no se altera, mas altera a forma de aplicar o prazo.Exemplo: o sujeito adquiriu um bem em janeiro de 2011. O alienante deu ao adquirente 10 meses de garantia (at novembro de 2011 h prazo de garantia). No relao consumeirista, mas relao civil pura. Trata-se de garantia contratual. vigncia de clusula de garantia e no garantia legal.Na vigncia de clusula de garantia no correro os prazos do artigo 445. Uma clusula de garantia assim sobrest a garantia legal quanto ao vcio redibitrio (isso necessariamente ocorre).Os prazos do artigo 445 s comeam a fluir quando esvada a garantia contratual. Isso muito valioso para o adquirente porque desloca o inicio do curso do prazo de garantia legal para o fim da garantia contratual (emenda uma na outra).Mas o prprio 446 j aplica uma sano por eventual mora do adquirente (o direito no socorre a quem dorme). Se o adquirente descobrir o vcio na constncia de clusula de garantia (na vigncia da garantia contratual) ter trinta dias para comunicar ao alienante e se no comunicar em trinta dias, no trigsimo primeiro dia tem incio o curso da garantia legal que s comearia ao final da garantia contratual.Ainda sobre o ponto de garantias contratuais, tratar-se- de evico.Quando se trata de garantia contratual pode ser quanto coisa transmitida ou quanto ao direito transmitida. No que concerne coisa transmitida tem as garantias quanto aos vcios redibitrios. J quanto ao direito transmitido tem garantia quanto evico.Evico a perda da coisa adquirida em contrato oneroso por fora de sentena judicial transitada em julgado ou deciso administrativa. Ex. compra automvel e parado em blitz policial e o automvel objeto de furto evico e no precisou de sentena judicial transitada em julgado via administrativa. Ex. venda de imvel desapropriado tambm na via administrativa.Na evico existem trs sujeitos: evicto, evictor e alienante.O evicto aquele sujeito que perde a coisa, ou seja, que sofre a evico. O evictor aquele indivduo que busca a coisa, ou seja, o evictor aquele que entende ter o melhor direito sobre a coisa transmitida.E o alienante: o responsvel pela evico. muito comum que tenha o seguinte questionamento: quais so os direitos que tem o evicto?O CC traz um rol de verbas as quais o evictos faz jus. O artigo 944 do CC diz que indenizao mede-se pela extenso do dano. Quanto mais largas as vastides do dano, mais largas as vastides da indenizao.Faz jus a verbas honorrias, despesas do contrato, despesas processuais. Qual a responsabilidade que o alienante tem perante o evicto? Tem a responsabilidade de tornar o evicto indene, ou seja, sem dano algum.As verbas arroladas no CC, portanto, constituem um rol exemplificativo na evico. Isso porque o alienante responsvel por tornar o evicto indene. Tema de extremo relevo na evico: autonomia privada incidente sobre a evico. Da autonomia privada incidente sobre a evico.A responsabilidade pela evico pode ser reforada, diminuda ou excluda? Sim,o artigo 448 do CC garante a autonomia privada sobre o direito evico os direitos relativos evico podem ser reforados, diminudos ou at mesmo excludos.Como refora a garantia pela evico? Pode instituir uma clusula penal s para evico. Se a evico se der alm de todas as verbas de que faz jus o evicto o alienante dever uma multa em percentual do valor do contrato.Como diminuir a garantia pela evico? Quanto devoluo do valor pago diante de inadimplemento. Diante de inadimplemento se ocorreu evico ir consider-lo inadimplemento culposo que tem por consequncia devoluo de valores pagos acrescido de perdas e danos. Quanto devoluo dos valores pagos, apenas 80% deles sero devidos. Esta diminuindo a garantia pela evico.O artigo 448 diz que a garantia que resulta da evico pode ser reforada, diminuda ou excluda. As duas primeiras tem aplicao livre da autonomia privada. Mas a excluso no em razo do disposto no artigo 449 do CC.O artigo 449 estabelece que no obstante a disposio do artigo anterior. No obstante a clausula que exclui a garantia pela evico, se esta se der o adquirente ou o evicto far jus ao preo pago na coisa. Se no sabia do risco que corria ou se ciente deste risco no assumiu expressamente.Clusula non praestanta evictione: no tocante excluso (artigo 449) no obstante a clusula que exclui a garantia pela evico, se esta ocorrer o evicto (aquele que sofreu a evico)ter direito a DVP (devoluo do valor que pagou) se no sabia do risco de evico que corria ou se ciente do vcio no assumiu expressamente o risco da evico.Assim a clusula que exclui a evico pode ter eficcia relativa ou eficcia absoluta. Ser absoluta quando a clusula est expressa com clareza do risco que corre o alienatrio e assuno expressa do risco certo e determinado por este alienatrio.Quando no preenchidos estes requisitos ter a clusula, mas com eficcia relativa isso significa que operando-se a evico o adquirente (alienatrio, evicto) ainda assim far jus DVP (devoluo do valor pago). O adquirente no pode pleitear perdas e danos, mas pode DVP.Verificar, no caso concreto, o quantum de diminuio para que esta no se revele uma verdadeira excluso.Observao: em que pese o CC determine expressamente que h necessidade de notificao ou modalidade de interveno processual de terceiro (denunciao da lide) para que o alienatrio resguarde os direitos que lhe resultem da evico pacfico na jurisprudncia que sob crivo da razoabilidade a garantia dos direitos que resultam da evico ao alienatrio no esta sujeita a estas atuaes.Assim no obrigatria a denunciao da lide ou notificao, sob pena de perder estes direitos. A jurisprudncia pacfica neste sentido.EXTINO DA RELAO CONTRATUAL.O meio ordinrio de extino da relao contratual o pagamento (adimplemento do contrato). Se deve o apagador, paga o apagador; se deve prestar o servio, presta o servio.H tambm os meios extraordinrios de extino da relao contratual. O primeiro grave problema que se encontra no tema o termo resciso.Existem trs posicionamentos relevantes com relao ao termo resciso.Primeiro posicionamento (Maria Helena Diniz) resciso extino anmala. Se h extino anmala qualquer resciso que no se d pelo pagamento do contrato.Segundo posicionamento (Carlos Roberto Gonalves) resciso se aplica aos casos de leso.Terceiro posicionamento (Francesco Messineo) resciso se aplica para leso e estado de perigo.Os trs posicionamentos so aceitveis e podem cair na prova. Na prova escrita evitar usar o termo resciso (usar o termo especfico no caso).Todos os autores so unnimes em classificar duas colunas distintas: as causas anteriores ou contemporneas formao contrato e as causas posteriores ou supervenientes formao do contrato.Ex. imagine que esteja vendendo um tijolo de maconha e faa um contrato de compra e venda. Este contrato ser extinto porque causa anterior ou contempornea a sua formao isto porque o objeto ilcito. No se tornou ilcito depois de o contrato formado, j ilcito.Exemplo de causa posterior ou superveniente: descumpre o contrato no da para descumprir o contrato sem que ele esteja firmado.Exemplo: clusula resolutiva expressa se o empreiteiro chegar aps as 14 horas no precisa mais vir que acabou o contrato. H autores que falam que a clusula resolutiva expressa consta do contrato de modo que causa anterior ou contempornea. Outros dizem que s d para descumprir isso depois que o contrato j foi formado (causa posterior ou superveniente).A primeira causa anterior ou contempornea a nulidade. Nos elementos do contrato perfeito foram estudados dos defeitos do contrato. Nulidade contratual esto basicamente no artigo 166/167.A anulabilidade: tambm causa anterior ou contempornea.Essas duas causas so pacficas como contempornea ou anterior.A terceira causa j se torna um problema que a clusula resolutiva uma circunstncia que se ocorre resolve o contrato tambm contempornea ou anterior (posicionamento majoritrio).Observao: H quem entenda que a clusula resolutiva s se opera mediante agresso ao direito subjetivo que ela representa. Nestes casos entende-se que a clusula resolutiva constitui causa posterior ou superveniente formao do contrato para a sua extino.H ainda quem entenda que a clusula resolutiva expressa causa anterior por estar disposta no pacto e que a clusula resolutiva tcita posterior.Tem-se ainda como causa anterior ou contempornea o direito de arrependimento. No se trata de resilio unilateral (denncia do contrato), mas o direito de arrependimento expressamente disposto na relao contratual. possvel que saia de um contrato de compra e venda de bem imvel nulo e chegue at a adjudicao compulsria do imvel? Sim, possvel. Faz a converso em promessa de compra e venda e esta habilitado a pleitear o direito real do promitente comprador (1225, VII) instrumentalizado na forma do 1417/1418.Se pactuou direito de arrependimento no pode adjudicar. O direito de arrependimento avenado pelas partes obstaculiza o exerccio do direito adjudicao compulsria do artigo 1447 do CC. Se o contrato ainda no esta formado no pode se arrepender lgico (posicionamento minoritrio s pode se arrepender depois que o contrato j esta formado).E as causas posteriores ou supervenientes?a-) resoluo: inadimplemento culposo, inadimplemento no culposo e o inadimplemento em responsabilidade objetivo.i-) A primeira forma de resoluo a inexecuo voluntria o examinador pode chamar de inadimplemento culposo. Existem figuras basilares da inexecuo voluntria.* exceo de contrato no cumprido (exceptio non adimpleti contractus). Para que se d a exceo do contrato no cumprido necessrio que se tenha um sinalagma com prestaes simultneas. Ex. contrato de empreitada entrega a casa em um ano e no ato da entrega h o pagamento.* exceptio non rite adimpleti contractus exceo do contrato parcialmente no cumprido h uma figura que tem sido de questionamento muito comum trata-se da teoria do adimplemento substancial. Se consubstancia na probidade contratual e funo social dos contratos.Por vezes obstaculiza a possibilidade de resoluo contratual sob o argumento de cumprimento quase que total da obrigao: isso gera ou pode gerar a resoluo contratual. Se aplica a teoria do adimplemento no h resoluo.Ex1. Contrata empreiteira para construir casa de alto padro com 500 metros quadrados. Passado o prazo a casa entregue, mas no momento da entrega o dono da obra no contrato de empreitada nota que s h fundaes no h casa. Exceo do contrato no cumprido.Ex2. Entrega a casa, mas a casa no tem acabamento. Isso exceo do contrato parcialmente no cumprido. Autoriza a resoluo, mas pode optar por abatimento do preo com pleito indenizatrio.Ex3. Entrega a casa pronta, mas falta pouca coisa (piso de alguns cmodos) teoria do adimplemento substancial. Visa impedir o uso desequilibrado do direito de resilio do credor (ver julgado: 5 de setembro de 2011 2008/0089345-5). A teoria do adimplemento substancial obstaculiza a resoluo do contrato com alegao da exceo do contrato no cumprido.ii-) por inexecuo involuntria: inadimplemento no culposo. iii-) por onerosidade excessiva: preferencialmente faz a reviso pelo princpio da conservao dos fatos. Mas pode ser que seja impossvel a reviso, haver resoluo.iv-) resilio resciso unilateral. a extino que se d por vontade dos sujeitos.A resilio pode ser unilateral ou bilateral (destrato). v-) morte do contratante em contrato personalssimo. OU mesmo no personalssimo que tiverem avena prvia.