teoria geral das obrigações parte 1

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Resumo das aulas de Direito Civil DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES - Parte I Direito Civil Geraldo Magela Batista Faculdade de Direito Ipatinga FADIPA Email: [email protected]

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Page 1: Teoria geral das obrigações   parte 1

Resumo das aulas de Direito Civil

DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES - Parte I

Direito Civil

Geraldo Magela Batista

Faculdade de Direito Ipatinga – FADIPA Email: [email protected]

Page 2: Teoria geral das obrigações   parte 1

Relação jurídica pessoal

Uma parte (Devedor), fica obrigado a cumprir

• Espontânea

• Coercivamente

Prestação patrimonial em proveito de outrem (credor).

Dados principais que deve constar no conceito:

Conceito Relação Jurídica Obrigacional

Teoria Geral das Obrigações

Page 3: Teoria geral das obrigações   parte 1

• Sujeitos

• Pessoa Natural

• Pessoa Jurídica

• Objeto

• Vínculo Jurídico

Elementos

Teoria Geral das Obrigações

Page 4: Teoria geral das obrigações   parte 1

• O Sujeito: Elemento subjetivo ou seja as partes da Relação

Obrigacional composto:

• Sujeito ativo (credor)

• Sujeito passivo (devedor)

Atenção para o Artigo 104 CC - Agente Capaz

Elementos

Teoria Geral das Obrigações

Page 5: Teoria geral das obrigações   parte 1

• O Objeto: Sempre será:

• Dar (Exemplo: um carro)

• Fazer (Exemplo: Pintar um apto.)

• Ou não fazer (Exemplo: Contrato sigilo profissional)

Atenção para o Artigo 104 CC - Lícito, possível,

determinado ou determinável.

Elementos

Teoria Geral das Obrigações

Page 6: Teoria geral das obrigações   parte 1

• O Sujeito: Pode ser:

• Determinado: A deve B o valor de $.

Sabemos que A é o devedor e B o credor.

• Determinável: Proprietário de um cachorro perdido oferece

uma recompensa para que achar o cão.

Proprietário do cão (devedor) compromete a pagar a

quem achar o cão. Credor até então não se sabe.

Determinação dará no momento da entrega do cão

(cumprimento da prestação).

Antes do cumprimento da prestação temos uma indeterminação transitório do

sujeito.

Elementos

Teoria Geral das Obrigações

Page 7: Teoria geral das obrigações   parte 1

• O Objeto: Sempre será:

• Dar (Exemplo: um carro)

• Fazer (Exemplo: Pintar um apto.)

• Ou não fazer (Exemplo: Contrato sigilo profissional)

Atenção para o Artigo 104 CC - Lícito, possível,

determinado ou determinável.

Elementos

Teoria Geral das Obrigações

Page 8: Teoria geral das obrigações   parte 1

• O Vínculo Jurídico:

Elemento imaterial responsável pela produção de efeitos da

obrigação. O credor pode exigir do devedor o cumprimento

da prestação.

Elementos

Teoria Geral das Obrigações

Page 9: Teoria geral das obrigações   parte 1

• Objeto do Direito Civil

Fatos relevantes do cotidiano das pessoas em geral.

• Relação Jurídica Obrigacional

Ela se realiza entre os sujeitos (normalmente por contratos)

É uma relação Jurídica Horizontal

Atenção

Teoria Geral das Obrigações

Page 10: Teoria geral das obrigações   parte 1

Algumas Distinções

Teoria Geral das Obrigações

Direito Obrigacional Direitos Reais

• Relações jurídicas dois ou mais

sujeitos

• Sujeito ativo (credor)

• Sujeito passivo (devedor)

• Relações jurídicas sujeito ativo

e uma coisa.

• Sujeito ativo

• Coisa

• Regidos pelos princípios da:

Autonomia da vontade

• Regidos pelos princípios da:

Registro e Tradição

• Efeitos inter partes:

Entre as partes (AxB)

• Efeitos erga omnes:

Contra todos)

Page 11: Teoria geral das obrigações   parte 1

Algumas Distinções

Teoria Geral das Obrigações

Direito Obrigacional Direitos Reais

• Garantia das obrigações (Princ.

da Responsabilid. Patrimonial)

Patrimônio de uma pessoa.

Seus bens respondem por suas

obrigações.

• Garantia é a própria coisa

(bem).

Direito de sequela: Perseguir a

coisa de quem injustamente a

detém (aprender de terceiros)

• Rol meramente exemplificativo

Numerus Apertus

• Rol taxativo

Numerus Clausus

• Possui caráter transitório

Extingue com o pagamento

(exemplo: Contrato)

• Possui caráter permanente

Não se extingue pela utilização

(exemplo: Propriedade)

Page 12: Teoria geral das obrigações   parte 1

• A obrigação civil é a obrigação completa composta por 2 requisitos .

• Shuld (Débito)

• Haftung (Responsabilidade)

• Penhor

Todo patrimônio que garante no direito das obrigações. Se o

devedor tiver vários bens a justiça poderá determinar o bem a ser

penhorado durante o processo.

Aloiz Brinz

Teoria Geral das Obrigações

Page 13: Teoria geral das obrigações   parte 1

• Contratos

Negócio jurídico bilateral (envolve duas ou mais pessoas)

• Declarações unilaterais de vontade

Promessa de recompensa

• Atos ilícitos.

Batida de Automóvel (Civil, penal ou administrativo)

Fontes das Obrigações

Teoria Geral das Obrigações

Atenção

A elas pode ser adicionada a lei, que é a fonte primária e única de todas as obrigações.

Page 14: Teoria geral das obrigações   parte 1

Uma obrigação real, que decorre da relação entre o devedor e a coisa.

Propter rem significa “por causa da coisa”. Assim, a obrigação a segue,

seja qual for o título translativo. Exemplo:

• Obrigação imposta ao condômino de ratear as despesas

de conservação da coisa.

• Obrigação imposta ao condômino, em edificações, de não

alterar a fachada do prédio.

Obrigações propter rem

Teoria Geral das Obrigações

Page 15: Teoria geral das obrigações   parte 1

Como regra as obrigações produzem efeitos entre os obrigados podendo,

excepcionalmente, produzir efeitos contra todos (erga omnes) se, a mesma,

for obrigado o registro no órgão competente.

Obrigações com eficácia real

Teoria Geral das Obrigações

Page 16: Teoria geral das obrigações   parte 1

• Obrigações positivas Dar / Fazer

• Obrigações negativas Não Fazer

Classificação das obrigações

Teoria Geral das Obrigações

Page 17: Teoria geral das obrigações   parte 1

• Direitos Reais

São sempre registrados

• Transferência de propriedade – No geral (há exceções)

• Tradição (Bens móveis)

• Transcrição (Bens imóveis)

• Penhor

Todo patrimônio que garante no direito das obrigações. Se o

devedor tiver vários bens a justiça poderá determinar o bem a ser

penhorado durante o processo.

Observações

Teoria Geral das Obrigações

Page 18: Teoria geral das obrigações   parte 1

• Penhor Penhora

• Penhor: Quando um bem e dado pelo devedor como

garantia. O bem fica empenhado (de posse do credor)

• Penhora: Não há bem dado pelo devedor como garantia.

O que ocorre e que se não houver o pagamento, e o

devedor tiver bens, a justiça nomeia o bem a ser

penhorado. O mesmo fica bloqueado até o final do

processo.

Diferença entre Penhor e Penhora

Teoria Geral das Obrigações

Page 19: Teoria geral das obrigações   parte 1

DAS OBRIGAÇÕES DE DAR COISA CERTA

Page 20: Teoria geral das obrigações   parte 1

A coisa certa

Para o Código Civil é a determinada, perfeitamente individualizada. É

tudo aquilo que poder ser distinguido de qualquer outra coisa.

Exemplo:

O devedor se compromete a entregar ou a restituir ao credor um

objeto perfeitamente determinado (certo quadro de um pintor

célebre ou uma casa localizada em uma rua e numero).

Das obrigações de dar coisa certa

Teoria Geral das Obrigações

Page 21: Teoria geral das obrigações   parte 1

Art. 233 CC

A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados,

salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.

A coisa certa - Abrangência dos acessórios

Decorrência do princípio geral de direito, universalmente aplicado,

segundo o qual o acessório segue o destino do principal (gravitação

jurídica).

• Principal: Bem que tem existência própria, que existe

por si só.

• Acessório: Cuja existência depende do principal.

Das obrigações de dar coisa certa

Teoria Geral das Obrigações

Page 22: Teoria geral das obrigações   parte 1

Art. 233 CC

A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados,

salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.

Acessórios

salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.

Contrato de compra e venda de uma TV, o controle remoto é um

acessório.

Contudo, a segunda parte do artigo 233 do CC, diz que é possível que no

contrato esteja expresso o contrario, ou seja, que compra e venda da TV

não abrange o controle remoto.

Das obrigações de dar coisa certa

Teoria Geral das Obrigações

Page 23: Teoria geral das obrigações   parte 1

Art. 234 CC

se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou

pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda

resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.

Perda da coisa certa sem culpa do devedor

Por caso fortuito ou força maior, antes de efetuada a tradição ou

pendente a condição suspensiva, resolver-se-á a obrigação para

ambos os contratantes.

O devedor deverá restituir ao credor a quantia recebida pelo

preço ajustado, na obrigação de dar a coisa certa.

Das obrigações de dar coisa certa

Teoria Geral das Obrigações

Page 24: Teoria geral das obrigações   parte 1

Art. 234 CC

se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou

pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda

resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.

Perda da coisa certa sem culpa do devedor

Exemplo: O devedor se obrigou a entregar um cavalo, e este vem a

falecer por ter sido atingido por um raio, no pasto, desaparece a

obrigação, sem ônus para as partes.

Se o pagamento já tiver sido efetuado devolve o valor com

atualização e não há perdas e danos.

Das obrigações de dar coisa certa

Teoria Geral das Obrigações

Page 25: Teoria geral das obrigações   parte 1

Perda da coisa certa por culpa do devedor

Respondera pelo equivalente, ou seja, pelo valor que a coisa tinha no

instante de seu perecimento.

E por perdas e danos, que compreendem o prejuízo

efetivamente sofrido pelo credor (dano emergente) e o lucro

que deixou de auferir (lucro cessante).

Das obrigações de dar coisa certa

Teoria Geral das Obrigações

Art. 234 CC

se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou

pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda

resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.

Page 26: Teoria geral das obrigações   parte 1

Art. 235 CC

Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a

obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço, o valor que perdeu.

Consequência da deterioração da coisa certa sem culpa do devedor

Se a coisa certa se deteriorar caberá, neste caso, ao credor optar se

considera extinta a relação obrigacional.

Ou se aceita o bem, no estado em que se encontra, abatido no

seu preço o valor do estrago.

Das obrigações de dar coisa certa

Teoria Geral das Obrigações

Page 27: Teoria geral das obrigações   parte 1

Art. 235 CC

Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a

obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço, o valor que perdeu.

Consequência da deterioração da coisa certa sem culpa do devedor

Exemplo:

O credor adquire um cavalo para corrida e o animal vem a

contrair moléstia que o impede de competir.

• O comprador poderá dar por resolvida a obrigação, se não mais

pretender a coisa.

• Ou receber a coisa, abatendo-se o preço respectivo, levando-se em

conta o valor de um animal para reprodução e não mais para

competições.

Das obrigações de dar coisa certa

Teoria Geral das Obrigações

Page 28: Teoria geral das obrigações   parte 1

Art. 236 CC

Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no

estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização

das perdas e danos.

Consequência da deterioração da coisa certa por culpa do devedor

Poderá o credor exigir o equivalente (valor da coisa em dinheiro) mais

perdas e danos, ou aceitar a coisa no estado em que se acha,

podendo também neste caso reclamar por perdas e danos.

Ressalte-se que o valor da indenização é apurado,

geralmente, por perícia.

Das obrigações de dar coisa certa

Teoria Geral das Obrigações

Page 29: Teoria geral das obrigações   parte 1

Art. 237 CC

Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá

exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.

Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.

Cômodos na obrigação de dar a coisa certa

Cômodos são as vantagens produzidas pela coisa (melhoramentos e

acrescidos), que, na obrigação de dar coisa certa, pertencem ao

devedor.

Exemplo: João ficou de vender sua fazenda para Antonio. Neste

período houve a pavimentação da estrada e o imóvel foi valorizado.

Como a transferência, ainda não tinha sido feita, João poderá exigir

um aumento. Se o credor (Antônio) não concordar, João pode

resolver a obrigação. É como dizer: “não quero mais vender para ti.”

Das obrigações de dar coisa certa

Teoria Geral das Obrigações

Page 30: Teoria geral das obrigações   parte 1

Art. 237 CC

Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá

exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.

Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.

Propriedade dos frutos:

Exemplo: Na venda de uma fazenda com plantação de maçã. Ainda

estando dentro da tradição.

• Vendedor fica com as maçãs que foram colhidas do

pomar (frutos percebidos).

• Comprador fica com os frutos percipiendos ou

pendentes.

Das obrigações de dar coisa certa

Teoria Geral das Obrigações

Page 31: Teoria geral das obrigações   parte 1

Art. 238 CC

Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição,

sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.

Perda da coisa a ser restituída sem culpa do devedor

Neste artigo, não temos transferência da coisa, mas empréstimo.

• Caso um desastre natural danifique um carro emprestado a

alguém, ela (devedora) não terá culpa. O credor (proprietário)

arcará com todos os prejuízos.

• “Ressalvados os seus direitos até o dia da perda”: O credor

(proprietário tem seus direitos ressalvados até o dia da perda.

Se for um carro alugado tem o direito de receber o valor do

aluguel ate o dia do sinistro.

Das obrigações de dar coisa certa

Teoria Geral das Obrigações

Page 32: Teoria geral das obrigações   parte 1

Art. 239 CC

Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.

Perda da coisa a ser restituída por culpa do devedor

Neste artigo, não temos transferência da coisa, mas empréstimo.

• Um automóvel alugado tem que ser restituído, mas quem alugou,

quando viajou dirigiu a 180 km/h, e veio a bater, gerando multas e

danos.

• Ele (devedor) agiu com culpa e responderá pelo equivalente ao

valor do automóvel mais as perdas e danos.

Das obrigações de dar coisa certa

Teoria Geral das Obrigações

Page 33: Teoria geral das obrigações   parte 1

Art. 240 CC

Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se

ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art.

239.

Deterioração da coisa a ser restituída

• Sem culpa do devedor:

O credor receberá a coisa no estado em que se

encontra. sem poder pleitear qualquer indenização.

• Com culpa do devedor:

Voltamos ao art. 239. Pagamento do equivalente mais

perdas e danos.

Das obrigações de dar coisa certa

Teoria Geral das Obrigações

Page 34: Teoria geral das obrigações   parte 1

Art. 241 CC

Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do

devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.

Melhoramento na coisa restituível

Locação de Imóvel na rua X sem asfalto.

Durante a locação a rua foi pavimentada valorizando todos os

imóveis da área. Lucrará o credor com o fato sem pagar qualquer

indenização, pelo simples fato de ser proprietário da coisa

Mas

Se o locatário (devedor) tiver empregado trabalho e desembolso financeiro

deverá ser indenizado.

Das obrigações de dar coisa certa

Teoria Geral das Obrigações

Page 35: Teoria geral das obrigações   parte 1

Art. 242CC

Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas

normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.

Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste

Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.

Direito às benfeitorias na coisa a ser restituída e aos seus frutos

Havendo melhoramento em razão de dispêndio ou trabalho do devedor o credor

deverá pagá-los, Exceto se for ele comodatário.

• Se de boa-fé, terá direito aos frutos percebidos e à indenização pelas

benfeitorias úteis e necessárias.

• Se de má-fé, somente terá direito à indenização das benfeitorias úteis e

necessárias. Responderá pelos frutos percebidos (que, culposamente,

deixou de perceber,), mas terá direito às despesas de produção e custeio.

Das obrigações de dar coisa certa

Teoria Geral das Obrigações

Page 36: Teoria geral das obrigações   parte 1

DAS OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA

Page 37: Teoria geral das obrigações   parte 1

• Conceito

Obrigação de entregar coisa que seja indicada apenas o

gênero e a quantidade.

• Entregar um cavalo.

• Entregar uma tonelada de feijão

• Entregar um automóvel

Obrigação de dar coisa incerta

Teoria Geral das Obrigações

Art. 243 CC

A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.

Page 38: Teoria geral das obrigações   parte 1

• Incerteza

A incerteza quanto ao objeto da prestação é temporário ou

transitório, pois dura até o momento da concentração.

Obrigação de dar coisa incerta

Teoria Geral das Obrigações

Art. 244 CC

Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao

devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar

a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.

• Concentração

Individualização do bem, em regra, a escolha é do devedor.

Salvo se constar em contrário.

Page 39: Teoria geral das obrigações   parte 1

A determinação a coisa incerta perfaz-se pela escolha.

Feita esta, e cientificado o credor, acaba a incerteza, e a coisa

torna-se certa, vigorando, então, as normas que tratam das

obrigações de dar coisa certa.

Escolha e concentração

Teoria Geral das Obrigações

Art. 245 CC

Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na seção antecedente.

Page 40: Teoria geral das obrigações   parte 1

Antes da escolha não é possível o devedor se eximir da obrigação alegando

coisa fortuita ou forca maior.

Atenção: Com a concentração (escolha) a obrigação passa a ser

tratada em Dar Coisa Certa.

O critério e pela média,ou seja a proporcionalidade.

Não cabe a alegação da teoria dos riscos, na obrigação de dar

coisa incerta pois o gênero não perece.

Critério de Escolha

Teoria Geral das Obrigações

Art. 246 CC

Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que

por força maior ou caso fortuito.

Page 41: Teoria geral das obrigações   parte 1

DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER

Page 42: Teoria geral das obrigações   parte 1

Conceito:

Consiste na prestação de um fato (obrigação de dar) ou uma

atividade (obrigação de fazer) do devedor para o credor .

Das obrigações de fazer

Teoria Geral das Obrigações

• Prestação de um fato:

Entrega de uma coisa (Obrigação de dar)

• Prestação de uma atividade:

Fazer um coisa (Obrigação de fazer )

Page 43: Teoria geral das obrigações   parte 1

Conceito:

Consiste na prestação de um fato (obrigação de dar) ou uma

atividade (obrigação de fazer) do devedor para o credor .

Das obrigações de fazer

Teoria Geral das Obrigações

• Prestação de um fato:

Entrega de uma coisa (Obrigação de dar)

• Prestação de uma atividade:

Fazer um coisa (Obrigação de fazer )

Page 44: Teoria geral das obrigações   parte 1

Aponta a doutrina a seguinte diferença:

• Obrigações de Fazer

O prestação consiste em ato ou serviço do devedor.

• Obrigações de Dar

A prestação consiste na entrega de uma coisa, certa

ou incerta.

Diferenças entre obrigação de fazer e obrigação de dar

Teoria Geral das Obrigações

Page 45: Teoria geral das obrigações   parte 1

• Fungível ou Impessoal (não personalíssima)

Pode ser realizada por uma terceira pessoa

• Infungível ou Pessoal (personalíssima)

Somente poderá ser realizada pelo devedor

Espécies de obrigações de fazer

Teoria Geral das Obrigações

Page 46: Teoria geral das obrigações   parte 1

Recusa do devedor em cumprir a obrigação

A recusa voluntária induz culpa. Um cantor que se recusa a se apresentar

em um show responde pelo prejuízo acarretado.

A recusa ao cumprimento de obrigação infungível resolve-se,

tradicionalmente, em perdas e danos, pois não se pode constranger

fisicamente o devedor a executá-la.

Obrigações infungíveis ou personalíssimas

Teoria Geral das Obrigações

Art. 247 CC

Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a

prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.

Page 47: Teoria geral das obrigações   parte 1

• Culpa do Devedor

Indenização ao credor por perdas e danos.

• Sem Culpa do Devedor

Não haverá indenização. A obrigação ficara resolvida.

Impossibilidade de cumprimento da prestação

Teoria Geral das Obrigações

Art. 248 CC

Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á

a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.

Page 48: Teoria geral das obrigações   parte 1

• Autorização ao Juiz

O credor pode solicitar autorização ao juiz para que um terceiro

cumpra a prestação as custas do devedor sem perda do direito de

indenização.

• Hipótese de Autotutela Auto executoriedade

Em caso de urgência o credor poderá solicitar que um terceiro cumpra

a obrigação, independente de uma autorização judicial.

Obrigação pode ser executada por terceiro Fungível

Teoria Geral das Obrigações

Art. 249 CC

Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor,

havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.

Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial,

executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.

Page 49: Teoria geral das obrigações   parte 1

O credor, em cumprimento ao parágrafo único, estará exercendo a autotutela com

o objetivo de amenizar os prejuízos possíveis com o não comprimento de uma

obrigação por parte do devedor.

Exemplo: A cobertura de um depósito contendo toneladas de sacos de

sal. Uma chuva poderá causar um prejuízo maior que talvez o devedor

não possa arcar em um possível ajuizamento de perdas e danos.

Autotutela Urgência

Teoria Geral das Obrigações

Art. 249 CC

Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor,

havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.

Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial,

executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.

Page 50: Teoria geral das obrigações   parte 1

DAS OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER

Page 51: Teoria geral das obrigações   parte 1

Conceito

Trata-se de uma obrigação de abstenção que impede que o devedor pratique

ato que normalmente não lhe seria vedado.

A obrigação de não fazer é sempre personalíssima (Infungível ).

Obrigação de não fazer

Teoria Geral das Obrigações

Obrigação do locador de não perturbar o locatário da coisa locada.

Obrigação contraída pelo locatário de não sublocar a coisa.

Obrigação do artista de não atuar senão para determinado empresário ou empresa.

Page 52: Teoria geral das obrigações   parte 1

Impossibilidade de cumprimento (abstenção ) do fato sem culpa do devedor

A obrigação automaticamente se extingue.

Obrigação de não fazer

Teoria Geral das Obrigações

Art. 250 CC

Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se

do ato, que se obrigou a não praticar.

Abstenção da venda de um móvel que é desapropriado posteriormente por interesse público.

Page 53: Teoria geral das obrigações   parte 1

Consequências do descumprimento (inadimplemento) da obrigação de não fazer.

• Credor pode exigir que o devedor desfaça o ato

• Credor pode mandar que terceiro desfaça o ato, as custas do devedor.

• Indenização por perdas e danos.

Obrigação de não fazer

Teoria Geral das Obrigações

Art. 251 CC

Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob

pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos

.

Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer,

independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.

No caso de urgência, o credor poderá desfazer o ato independente de autorização judicial.

Page 54: Teoria geral das obrigações   parte 1

DAS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS

Ou

Obrigações Plurais quanto ao Objeto

Page 55: Teoria geral das obrigações   parte 1

Conceito

São obrigações em que há possibilidade de cumprimento de várias prestações,

mas o cumprimento de apenas uma delas extingue a obrigação.

Exemplo:

João deve a Antonio R$ 200.000,00 ou um Apartamento

Extingue a obrigação cumprindo uma delas.

Atenção: Normalmente a obrigação surge de um contrato. Nele, os sujeitos se

comprometem a entregar o objeto e de que forma o fará.

Obrigações Alternativas

Teoria Geral das Obrigações

Page 56: Teoria geral das obrigações   parte 1

Concentração (escolha e cientificação)

Em regra a escolha competirá ao devedor. Salvo disposição expressa em

contrario.

Duas ou mais prestações o devedor exonera-se cumprindo apenas

uma delas

Atenção:

Após a escolha e cientificação a obrigação deixa de ser alternativa

para se tornar única.

Obrigações Alternativas

Teoria Geral das Obrigações

Art. 252 CC

Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou..

Page 57: Teoria geral das obrigações   parte 1

Concentração (escolha e cientificação)

A escolha, se tiver objetos distintos, quem escolher deverá escolher um deles,

e não a metade de um mais a metade de outro. credor não é obrigado a aceitar

fração de um mais a fração de outro.

Cuidado

O parágrafo trata-se de situações que não foram combinadas (em contrato), O Direito das

Obrigações é um Direito patrimonial disponível, que significa que as partes podem dispor

livremente.

Se estiver previsto em contrato pode ser recebida em frações.

Obrigações Alternativas

Teoria Geral das Obrigações

Art. 252 CC

§ 1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.

Page 58: Teoria geral das obrigações   parte 1

Concentração (escolha e cientificação)

A escolha poderá, eventualmente, se renovar periodicamente.

Exemplo

Arrendamento de uma propriedade rural. O arrendatário (devedor) assumiu a

obrigação de, ao final de cada ano, entregar um valor:

• 20 toneladas de milho, ou

• 10 toneladas de soja, ou

• uma quantia em dinheiro.

Significa então que ele pode optar por entregar o milho no primeiro ano, e, notando as variações dos rumores do

mercado, escolher por entregar a soja no segundo ano, que esta com valor menor. no ano seguinte pode optar por

entregar novamente o milho.

Obrigações Alternativas

Teoria Geral das Obrigações

Art. 252 CC

§ 2º Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em

cada período.

Page 59: Teoria geral das obrigações   parte 1

Concentração (escolha e cientificação)

Pluralidade de optantes num polo da obrigação.

Exemplo

Digamos que temos três devedores, que estão brigando por dificuldade na escolha.

Não se chegando a um consenso ocaso chega ao juiz que porá um ponto final na

discussão.

Obrigações Alternativas

Teoria Geral das Obrigações

Art. 252 CC

3º No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o

prazo por este assinado para a deliberação.

Page 60: Teoria geral das obrigações   parte 1

Concentração (escolha e cientificação)

Inércia de que tem opção de escolha. Será feito procedimento de acordo com

CPC quanto as regras do processo de execução. Inerte o devedor quando a

opção de escolha caberá esta ao credor.

Exemplificando

Significa então que o terceiro pode entrar como o escolhedor. Mas se persistir

o impasse se remete novamente ao juiz para solução do conflito.

Obrigações Alternativas

Teoria Geral das Obrigações

Art. 252 CC

§ 4º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a

escolha se não houver acordo entre as partes.

Page 61: Teoria geral das obrigações   parte 1

Inexequível (impossibilidade )

Se uma das prestações se perde, e a escolha é do devedor, ela

persistirá na outra prestação.

Independente do motivo da perda.

Obrigações Alternativas

Teoria Geral das Obrigações

Art. 253 CC

Se uma das 2 (duas) prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível,

subsistirá o débito quanto à outra.

Page 62: Teoria geral das obrigações   parte 1

Inexequível (impossibilidade )

Culpa do devedor, mas a escolha é do devedor

Quando toda as prestações se perderam e a concentração

cabe a ele. Será obrigado a pagar o valor do último que se

perdeu mais perdas e danos.

Obrigações Alternativas

Teoria Geral das Obrigações

Art. 254 CC

Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a

escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e

danos que o caso determinar.

Page 63: Teoria geral das obrigações   parte 1

Inexequível (impossibilidade )

Culpa do devedor, mas a escolha é do Credor

• O credor poderá escolher a que não se perdeu ou o valor

da que se perdeu mais perdas e danos.

• Na perda das duas, o credor o opta pelo recebimento do

valor de uma delas mais perdas e danos.

Obrigações Alternativas

Teoria Geral das Obrigações

Art. 255 CC

Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor,

o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por

culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de

qualquer das 2 (duas), além da indenização por perdas e danos.

Page 64: Teoria geral das obrigações   parte 1

Concentração (escolha e cientificação)

Quando todas as obrigações não podem ser cumpridas.

Sem culpa do devedor

A obrigação alternativa se extinguira.

Obrigações Alternativas

Teoria Geral das Obrigações

Art. 256 CC

Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação. .