tendencias contemporaneas

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TENDENCIAS CONTEMPORANEAS RESULTADO 1. (Unicamp-SP) "Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer;" Camões. Lírica. Seleção, prefácio e notas de Massaud Moisés, São Paulo: Cultrix, 1963. "Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo Mal de te amar neste lugar de imperfeição Onde tudo nos quebra e emudece Onde tudo nos mente e nos separa." Andresen, Sophia de Mello Breyner. Terror de te amar. Antologia poética. Dos dois textos transcritos, o primeiro é de Luís Vaz de Camões (século XVI) e o segundo, de Sophia de Mello Breyner Andresen (século XX). Compare-os, discutindo, através de critérios formais e temáticos, aspectos em que ambos se aproximam e aspectos em que ambos se distanciam um do outro. Resposta 2. (Fuvest-SP) "CLESSI (choramingando) — O olhar daquele homem despe a gente! MÃE (com absoluta falta de compostura) — Você exagera, Scarlett!

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Page 1: TENDENCIAS CONTEMPORANEAS

TENDENCIAS CONTEMPORANEAS

RESULTADO

1. (Unicamp-SP)

"Amor é fogo que arde sem se ver;É ferida que dói e não se senteÉ um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer;" Camões. Lírica. Seleção, prefácio e notas de Massaud Moisés, São Paulo: Cultrix, 1963.

"Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundoMal de te amar neste lugar de imperfeiçãoOnde tudo nos quebra e emudeceOnde tudo nos mente e nos separa."Andresen, Sophia de Mello Breyner. Terror de te amar. Antologia poética.

Dos dois textos transcritos, o primeiro é de Luís Vaz de Camões (século XVI) e o segundo, de Sophia de Mello Breyner Andresen (século XX). Compare-os, discutindo, através de critérios formais e temáticos, aspectos em que ambos se aproximam e aspectos em que ambos se distanciam um do outro.

Resposta

2. (Fuvest-SP)

"CLESSI (choramingando) — O olhar daquele homem despe a gente!MÃE (com absoluta falta de compostura) — Você exagera, Scarlett! CLESSI — Rett é indigno de entrar numa casa de família!MÃE (cruzando as pernas; incrível falta de modos) — Em compensação, Ashley é espiritual demais. Demais! Assim também não gosto. CLESSI (chorando despeitada) — Ashley pediu a mão de Melânie! Vai-se casar com Melânie! MÃE (saliente) — Se eu fosse você, preferia RETT (Noutro tom). Cem vezes melhor que o outro! CLESSI (chorosa) — Eu não acho! MÃE (sensual e descritiva) — Mas é, minha filha! Você viu como ele é forte? Assim! forte mesmo!"

Page 2: TENDENCIAS CONTEMPORANEAS

No trecho acima, as personagens de Vestido de noiva subitamente se põem a recitar os diálogos do filme E o vento levou. No contexto dessa obra de Nelson Rodrigues, esse recurso de composição configura-se como:

a) Crítica à internacionalização da cultura, reivindicando o privilégio dos temas nacionais.

b) Sátira do melodrama, o que dá dimensão autocrítica à peça.

c) Sátira do cinema, indicando a superioridade estética do teatro.

d) Intertextualidade, visando a indicar o caráter universal das paixões humanas.

e) Metalinguagem, visando a revelar o caráter ficcional da construção dramática.

Resposta

3. (Unicamp-SP) Considera-se a estréia da peça Vestido de noiva (1943), de Nelson Rodrigues, um marco na renovação do teatro brasileiro.

a) Cite a principal novidade estrutural da peça e comente.

b) Por que no encerramento da peça uma rubrica indica que a Marcha nupcial e a Marcha fúnebre devem ser executadas simultaneamente?

Resposta

4. (UEPA/PA)

Texto A

Viver é super difícil "o mais fundoestá sempre na superfícieapagar-mediluir-medesmanchar-meaté que depoisde mimde nósde tudonão reste mais que o charme” LEMINSKY, Paulo. Caprichos & Relaxos, 1983.

Texto B

Page 3: TENDENCIAS CONTEMPORANEAS

“Eu te digo: estou tentando captar a quarta-dimensão do instante-já que de tão fugidio não é mais porque tornou um novo instante-já que também não é mais. Cada coisa tem um instante em que ela é. Quero apossar-me do é da coisa. (...) Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada. O que te direi? Te direi os instantes.” LISPECTOR, Clarice. Água Viva. 1973.

Os textos A e B, de Paulo Leminsky e Clarice Lispector, respectivamente, são exemplos da literatura pós-moderna brasileira, produzida a partir dos anos 60. Leia, com atenção, as manifestações líricas em versos e em prosa e aponte a preocupação comum aos dois textos.

a) A realidade exterior dos homens

b) O ato de viver. Em Leminsky, voltado para o ser em si mesmo; em Clarice, para a essência das coisas no fluir do tempo.

c) As questões sociais produzidas por uma sociedade capitalista.

d) O relacionamento entre os homens.

e) O sentimento amoroso que as conquistas femininas, a partir dos anos 60, acabaram por calar.

Resposta

5.(ITA/SP) Leia o texto abaixo e responda à questão seguinte:

Solar

"Minha mãe cozinhava exatamente:arroz, feijão-roxinho, molho de batatinhas.Mas cantava.”

PRADO, Adélia. O coração disparado. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.

Nesse pequeno poema, a escritora Adélia Prado consegue não só registrar um traço singular do cotidiano da própria mãe, como também constrói dessa mulher um retrato, que apresenta duas facetas: uma, relativa à posição social e outra, ao temperamento. Particularize essas duas facetas e aponte como a estruturação sintática as instaura.

Resposta

6. (Fuvest/SP)

Page 4: TENDENCIAS CONTEMPORANEAS

“o Kramer apaixonou-se por uma corista que se chamava Olga. por algum motivo nunca conseguiam encontrar-se. ele gritava passando pela casa de Olga, manhãzinha (ela dormia): Olga, Olga, hoje estou de folga! mas nunca se viam e penso que ele sabia que se efetivamente se deitasse com ela o sonho terminaria. sábio Kramer. nunca mais o vi. há sonhos que devem permanecer nas gavetas, nos cofres, trancados até o nosso fim. e por isso passíveis de serem sonhados a vida inteira.” Hilda Hilst, Estar sendo. Ter sido.

Observações:

O emprego sistemático de minúscula na abertura de período é opção estilística da autora.

Corista = atriz/bailarina que figura em espetáculo de teatro musicado.

Na perspectiva do narrador, o Kramer é considerado sábio porque, como um bom sonhador,

a) anima-se com a possibilidade de uma feliz e prolongada realização de seu sonho.

b) percebe que a realização de seu sonho acabaria sendo uma forma de negá-lo.

c) avalia objetivamente as circunstâncias de que depende a plena realização de seu sonho.

d) sabe que os sucessivos adiamentos da realização de seu sonho acabarão por fazê-lo desistir de sonhar.

e) acredita que a impossibilidade de realização de um sonho leva a um mais rápido amadurecimento.

Resposta

7. (UEL/PR)

“Entre os acontecimentos mais marcantes da vida teatral brasileira, na década de sessenta estão duas peças de um mesmo autor. Dois Perdidos numa Noite Suja e Navalha na Carne, além de uma luta encarniçada com a censura, transformaram seu autor da noite para o dia em assunto obrigatório. Navalha na Carne é um golpe de navalha na nossa carne; é um ato de purificação, justamente por causa da sua violência agressiva.” ROSENFELD, A. Prismas do Teatro. São Paulo: Perspectiva, 1993. p.256.

Com base nos conhecimentos sobre cultura brasileira na década de 1960, assinale a

alternativa que apresenta corretamente o autor das peças teatrais a que se refere o texto.

a) Nelson Rodrigues.

b) Oswald de Andrade.

Page 5: TENDENCIAS CONTEMPORANEAS

c) Mário Bortoloto.

d) Plínio Marcos.

e) Dalton Trevisan.

Resposta

Para responder às questões 8 e 9, ler o texto que segue.

A outra noite

“Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal. Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim: – O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima? Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra noite – pura, perfeita e linda. – Mas, que coisa... (...)”

8. (PUC-RS) Todas as afirmativas que seguem podem ser associadas ao texto em questão, EXCETO:

a) O narrador quebra o ritmo automatizado da cidade grande ao falar da “outra noite”.

b) As imagens associadas a essa “outra noite” sensibilizam o motorista de táxi.

c) O amigo do narrador da história, o verdadeiro interlocutor, rejeita a possibilidade de uma outra visão.

d) “preta e enlamaçada e torpe” está para “pura, perfeita e linda”, assim como “nossa noite” está para “uma outra noite”.

e) A linguagem dialógica do texto justifica-se pelo contexto da narrativa.

Resposta

9. (PUC-RS) O trecho em questão pertence a ________ de ________. Segundo a crítica, o autor foi responsável pela consagração, no país, desse gênero literário, o qual reúne características capazes de ________ o espírito dinâmico, comunicativo e poético do brasileiro.

Page 6: TENDENCIAS CONTEMPORANEAS

a) Uma crônica / Rubem Braga / traduzir.

b) Um conto / Rubem Braga / ironizar.

c) Uma crônica / Paulo Mendes Campos / exaltar.

d) Uma novela / Stanislaw Ponte Preta / traduzir.

e) Um conto / Stanislaw Ponte Preta / criticar.

Resposta

10. (PUC-RS) Para responder à questão, ler o texto que segue.

Canção da primavera

“Para Erico VeríssimoPrimavera cruza o rioCruza o sonho que tu sonhas. Na cidade adormecida Primavera vem chegando. Catavento enlouqueceu, Ficou girando, girando. Em torno do catavento Dancemos todos em bandos. Dancemos todos, dancemos Amadas, Mortos, Amigos, Dancemos todos até Não mais saber-se o motivo...Até que as paineiras tenham Por sobre os muros florido!”

A ___________ da linguagem de Mario Quintana, no poema dedicado a Erico Verissimo, remete à obra do romancista, em que a passagem do tempo, aqui sugerida pela imagem ___________, envolve todas as pessoas, “amadas”, “mortos”, “amigos”. A idéia do eterno recomeçar, também uma constante na trilogia “O tempo e o vento”, está implícita na _________ estrofe.

a) Sutileza dos muros floridos primeira.

b) Espontaneidade do bando segunda.

c) Singeleza da cidade terceira.

d) Complexidade das paineiras primeira.

e) Simplicidade do catavento quarta.

Resposta

Page 7: TENDENCIAS CONTEMPORANEAS

12. (PUC-PR) Leia o poema:

“podem ficar com a realidadeesse baixo astral em que tudo entra pelo cano eu quero viver de verdadeeu fico com o cinema americano”

O poeta Paulo Leminski neste poema usa de procedimento redundante em sua obra.

Assinale a alternativa que identifica esse procedimento:

a) Intertextualidade.

b) Ironia.

c) Crítica à sociedade de massa.

d) Fuga à realidade.

e) Desejo de viver intensamente

Resposta

13. (PUC-PR) Identifique as alternativas verdadeiras a respeito do poema transcrito, de autoria de Paulo Leminski:

RIMAS DA MODA

1930 1960 1980

amor homem amador come cama fome

I. O título do poema, metalingüístico, indica a importância das semelhanças sonoras na sua composição.

II. O poema traça um breve histórico da sucessão de temas privilegiados pela poesia brasileira ao longo do século 20.

III. Segundo o texto, em 1960 a poesia voltou-se mais para a problemática social do que para os relacionamentos amorosos.

IV. A distribuição espacial das palavras e a presença de números exemplificam a aproximação de Paulo Leminski à Geração de 45.

Page 8: TENDENCIAS CONTEMPORANEAS

Estão corretas apenas:

a) II, III e IV

b) I e II

c) II e III

d) II e IV

e) I, II e III

Resposta

14. (PUC-PR) Na seguinte narrativa curta de Mário Quintana, podemos observar algumas características da obra do escritor:

História

“Era um desrecalcado, pensavam todos. Pois já assassinara uma bem-amada, um crítico e um amigo. Mas nunca mais encontrou amada, nem crítico, nem amigo. Ninguém mais que lhe mentisse, ninguém mais que o incompreendesse, nem nunca mais um inimigo íntimo... E vai daí ele se enforcou.”

Selecione a alternativa que melhor descreve as características da obra de Mário Quintana:

a) A destruição indiscriminada, cega e desumana do mundo circundante.

b) Individualismo autêntico e generoso, mas carregado de crítica social..

c) Desconfiança diante das convenções sociais estabelecidas.

d) Visão desencantada, irônica e crítica da humanidade, materializada pela força da palavra poética.

e) Nostalgia e saudade dos objetos antigos e do passado.

Resposta

15. (PUC-PR) Sobre Dias e dias, de Ana Miranda, assinale a alternativa correta:

a) O romance descreve a paixão de Feliciana pelo poeta Gonçalves Dias, a partir da associação de seus poemas a episódios do enredo, interligados pela invenção ficcional.

b) O romance reproduz o discurso romanesco romântico em descrições minuciosas da natureza brasileira.

Page 9: TENDENCIAS CONTEMPORANEAS

c) O Romantismo do século XIX no Brasil aparece reproduzido no texto em seus temas mais marcantes: o nacionalismo e o sentimentalismo amoroso.

d) A escritora cearense reproduz o estilo romântico nas frases longas e muito adjetivadas, na ação repleta de episódios e na fidelidade histórica.

e) A personagem de Gonçalves Dias é construída a partir de atributos românticos, como os conceitos de gênio, de evasão da realidade, de amores platônicos e muita infelicidade.

Resposta

17. (UFV-MG) Abaixo, apresentamos fragmentos retirados dos contos da obra 100 coisas, de Fernando Bonassi. Assinale a alternativa cujo fragmento NÃO contém uma intertextualidade:

a) “Romeu nasceu em Aparecida. Julieta em Lorena, mas foi pagar promessa de pólio curada e casou com ele”.

b) “Antes de casar, Zeca escolheu muita mulher até escolher Silvia, que engordou. Já Hirani escolheu Dario, que bate nela”.

c) “Minha terra tem campos de futebol, onde cadáveres amanhecem emborcados pra atrapalhar os jogos”.

d) “João amava Maria, que se deixava amar por João sem medo de amálo. Maria fazia coisas pra João, que apreciava”.

e) “Pai nosso que estais no céu bem longe daqui, santificado é o vosso nome, desconfio que por isso mesmo”.

Resposta

18. (UFV-MG) A voz narradora de As mulheres de Tijucopaco, romance de Marilene Felinto, revela uma personalidade inquieta, ambígua, à procura de um sentido para a vida. Entre as alternativas abaixo, assinale aquela que NÃO confirma tal personalidade.

a) Ódio incontido pelos pais.

b) Forte reserva moral.

c) Espanto diante da própria existência.

d) Questionamento sobre a sexualidade.

e) Conformismo verdadeiro diante dos acontecimentos.

Resposta

Page 10: TENDENCIAS CONTEMPORANEAS

19. (UEPB) Observe, abaixo, os capítulos de romances e os comentários sobre eles, em seguida assinale a alternativa correta:

Capítulo LV

O velho diálogo de Adão e Eva

"BRÁS CUBAS . . . . ? VIRGÍNIA . . . . BRÁS CUBAS . . . . . . . . . . . . . . . . . VIRGÍNIA . . . . . ! BRÁS CUBAS . . . . . . VIRGÍNIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . BRÁS CUBAS . . . . . . . . . VIRGÍNIA . . . . BRÁS CUBAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ! . . . . . . ! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ! VIRGÍNIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ? BRÁS CUBAS . . . . . . ! VIRGÍNIA . . . . . . !”

Machado de Assis, 18.8.1. Memórias póstumas de Brás Cubas.

Mont-Cenes

“O alpinista De alpenstock Desceu Nos Alpes”

Oswald de Andrade, 19.24. Memórias sentimentais de João Miramar.

Lição de geografia

Page 11: TENDENCIAS CONTEMPORANEAS

“Colômbia: 1.283.400 km², café, algodão e cana-de-açúcar, trigo e milho, United Fruit, petróleo, moeda oficial: o peso.” Adeus, adeus “Acaba de embarcar, de mudança para a University of Michigan, o cientista Carlos Correia, a maior autoridade do país em comunicações eletrônicas. Ganhando aqui um salário pouco acima do mínimo e sem condições de pesquisa, o sr. Carlos Correia preferiu se retirar por uns tempos até que a situação melhore.”

Ignácio de Loyola Brandão, 19.7.5. Zero.

Livre associação

“Cine odeon, paratodos, robinhood com errol flynn, perfume canoe (dana), balas de hortelã, pegar nos peitos das meninas, tim holt, hopalong cassidy, bill Elliot, roy rogers, ken maynard, zorro, bang-bang, clélia. Pam, tapam, rataplam, crééééééééééééééé, puuuuuuuuu (peido) when béguin the beguine, bandera rossa, pim, pim, pim, pim, pim, clap, clap, clop”

I. Os capítulos demonstram a influência nociva dos meios de comunicação de massa na literatura, fazendo-a perder sua essência literária em prol de uma incorporação da linguagem vulgar que falamos no dia a dia. Nestes capítulos, a “língua para poucos” da literatura perde valor, o que explica a baixa qualidade da literatura moderna no Brasil.

II. Os capítulos citados revelam que o romance brasileiro vem mantendo um diálogo fecundo e constante com os meios de comunicação do mundo capitalista moderno: o dinamismo da página de jornal em Machado de Assis, a montagem cinematográfica em Oswald de Andrade, o ritmo fragmentário da televisão em Ignácio de Loyola Brandão.

III. Os fragmentos romanescos citados são exemplos, na literatura brasileira, da tradição de ruptura com o realismo tradicional e o regionalismo, visando a absorção da cultura urbana e da visão de mundo do homem das cidades.

IV. Embora parte integrante de um romance, os capítulos acima citados são exemplos de uma instigante tendência da literatura brasileira moderna e contemporânea que faz interagir o romance com outras formas literárias, rompendo o limite entre a prosa e a poesia. Como outros textos da literatura brasileira moderna, Memórias póstumas de Brás Cubas, Memórias sentimentais de João Miramar e Zero criam capítulos de romance que mais se parecem com poemas em prosa do que com capítulos de romance.

a) Apenas os comentários II, III e IV estão corretos;

b) Apenas o comentário I está correto;

c) Apenas os comentários I e II estão corretos;

d) Todos os comentários estão corretos;

e) Nenhum comentário está correto.

Resposta

Page 12: TENDENCIAS CONTEMPORANEAS

20. (UEBA UFBA) [...] Se não tivesse o nariz um pouco esparramado, seria de fato um homem muito belo.

“Não, não, mesmo com aquele nariz, era bonito; talvez com outro, melhor proporcionado, ficasse bonito demais. Sim, era bonito, era um belo homem –– e Maria da Fé teve um arrepio e vontade de vê-lo novamente.

Mas sem demora se aborreceu pelo sentimento. Como podia permitir que isso acontecesse, mesmo que só em pensamento? Não, não podia ser. Desde o começo que aprendera que, para ser considerada de valor igual ao dos homens, tinha de ser melhor, ainda mais precisando comandá-los. Não, nada de fraqueza, nada de sentimentos tão perturbadores que podiam levá-la a devanear ou a escorregar, nada disso. Se fosse homem, podia ter até várias mulheres, mas, sendo mulher, não podia ter homem nenhum, exceto um que não quisesse mandar nela ou achar que a tinha subjugado só porque a levara para a cama. Isso, porém, não existia, era inútil ficar pensando bobagens.

Maria da Fé respondeu-lhe que não concordava. Ele mesmo acreditava na liberdade, tanto assim que preferia morrer a viver sem ela. E não acreditava também na justiça? Ela acreditava na justiça, acreditava que um dia se faria justiça, que havia um povo e não um bando de gente sem alma, gente rebotalho, acreditava que o povo devia também acreditar nisso e que eles deviam fazer alguma coisa para que isso acontecesse. Mas saber o sentido de cada ação, não sabia.

Saber muito mais do que isto, não sabia. E os segredos da canastra, ele lembrasse, eram mais segredos do como que segredos do porquê, aliás o como de se achar o porquê, já que o porquê –– estava nos segredos –– é descoberto com a prática de cada um, e eles estavam praticando.”

RIBEIRO, João Ubaldo. Viva o povo brasileiro: romance. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. p.395-396 e 399.

Os dois fragmentos transcritos e a leitura do romance Viva o povo brasileiro permitem afirmar que Maria da Fé

(01) apresenta inquietações que resultam de uma concepção segundo a qual, para afirmar-se como ser humano, a mulher precisa neutralizar sua feminilidade. (Fragmento I).

(02) tenta resgatar valores de justiça que justificam a luta de seu povo. (Fragmento II).

(04) é caracterizada, nos dois fragmentos, como alguém que aceita agir de acordo com normas preestabelecidas.

(08) demonstra consciência de que o futuro começa a ser construído hoje, coletivamente.

(16) apresenta-se como personagem plana e transparente, de atitudes previsíveis.

(32) tematiza a ambivalência de atitudes femininas marcadas pela androginia comportamental e fisiológica.

Page 13: TENDENCIAS CONTEMPORANEAS

Resposta

21. (UFRN) No Auto da Compadecida (1956), de Ariano Suassuna, a personagem Chicó reproduz sentenças baseadas na sabedoria popular, como se pode verificar nos exemplos seguintes:

“Não sei, só sei que foi assim.[...] na hora do aperto, dá-se um jeito a tudo.” SUASSUNA, A. Auto da compadecida. 34. ed. Rio de Janeiro: Aguilar, 2001.

Tais sentenças indicam que a personagem

a) Apresenta comportamento calculista ao fingir que aceita as leis da religião católica.

b) Demonstra seu caráter ingênuo ao resolver situações complicadas de um modo absolutamente inacreditável.

c) Apresenta comportamento resignado ao aceitar as dificuldades próprias de uma sociedade desigual.

d) Demonstra seu caráter astucioso ao resolver situações complicadas de um modo que chega a parecer inverossímil.

Resposta

22. (UFRN) Mesmo sob perspectivas diversas, muitas produções literárias brasileiras dialogam com a tradição que particulariza os valores de culturas originadas fora dos grandes centros urbanos. Encontram-se registros dessa tradição nas seguintes obras:

a) Várias Histórias (Machado de Assis) , Auto da Compadecida (Ariano Suassuna) e Iracema (José de Alencar).

b) Auto da Compadecida (Ariano Suassuna), Morte e Vida Severina (João Cabral de Melo Neto) e Lendas Brasileiras (Câmara Cascudo).

c) Morte e Vida Severina (João Cabral de Melo Neto), Iracema (José de Alencar) e Memórias de um Sargento de Milícias (Manuel Antônio de Almeida).

d) Memórias de um Sargento de Milícias (Manuel Antônio de Almeida), Lendas Brasileiras (Câmara Cascudo) e Várias Histórias (Machado de Assis).

Resposta

23. (UPE) A respeito da estrutura e do estilo da obra Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, analise cada uma das afirmações abaixo.

Page 14: TENDENCIAS CONTEMPORANEAS

I II

0 0 Ariano Suassuna escreveu essa comédia, dentre outras fontes, a partir do romance popular anônimo, escrito no Nordeste, sob o título: “História do Cavalo que defecava dinheiro”.

1 1 A personagem Palhaço não participa propriamente do enredo: sua função na peça seria equivalente,numa comparação, à do narrador no romance.

2 2 O forte teor psicológico da personagem João Grilo não nos permite classificá-la como um simples tipo humano. Por isso, a peça de Suassuna se insere no filão das obras psicológicas.

3 3 O que diferencia o texto de Ariano Suassuna da estrutura do romance popular é o fato de tratar-se, no caso do Auto da Compadecida, de uma peça, caracterizada pela apresentação direta das personagens, que realizam, elas mesmas, a ação.

4 4 Com o Auto da Compadecida, Ariano Suassuna faz uma crítica ao catolicismo, usando, para isso, a figura do Bispo, do Frade, do Padre João e da própria Compadecida.

Resposta

24. (Ufam) Assinale a afirmativa INCORRETA no que diz respeito à caracterização do autor e sua obra:

a) Érico Veríssimo construiu um amplo painel histórico do Rio Grande do Sul através da grande empreitada narrativa que é O tempo e o vento, obra que tem pretensões à epopéia.

b) O regionalismo de Guimarães Rosa é ilusório, pois o espaço físico onde acontecem os fatos é imaginário, pouco tendo a ver com o verdadeiro sertão das Minas Gerais.

c) A obra de Clarice Lispector se caracteriza por ter como protagonistas mulheres de classe média alta, sendo Macabéa, personagem de A Hora da estrela, uma exceção, já que se trata de uma pobre nordestina.

d) A ideologia de Jorge Amado influiu decisivamente em seu estilo, que é seco, frio, impessoal, com leves tons de sutil ironia e jogos de duplo sentido que muito lembram Machado de Assis.

e) Nelson Rodrigues renovou o teatro e, ao mesmo tempo, provocou os brasileiros, escrevendo textos teatrais com uma linguagem crua e motivos extremamente escabrosos.

Resposta