repensando as midias contemporaneas

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Artigo: repensando as mísias contemporanes.

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  • 76 Ano X, n. 07 Julho/2014 - NAMID/UFPB - http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/tematica

    Repensando os usos das mdias contemporneas na prtica pedaggica

    de professoras da educao infantil

    Dilton Ribeiro COUTO JUNIOR1

    Resumo

    Este artigo traz resultados de pesquisa que investigou a relao de professoras da

    educao infantil com as mdias contemporneas. O estudo foi fundamentado terica e

    metodologicamente nos Estudos Culturais latino-americanos, no que se refere ao papel

    das mediaes nos sentidos que os sujeitos produzem sobre as mdias de massa. Alm

    disso, busquei contribuies em autores como Lucia Santaella e Andr Lemos, do

    campo da comunicao, para pensar a relao dos sujeitos com as mdias da cultura

    digital. Os relatos das sete professoras entrevistadas tanto apontaram para a insatisfao

    com o uso instrumental das mdias na sala de aula, quanto favoreceram concluir que um

    dos possveis caminhos para a superao do carter didtico desse uso pode ser buscado

    com as crianas, que apresentam facilidade e interesse em estabelecer relaes com

    esses meios.

    Palavras-chave: Educao infantil. Mdias contemporneas. Prtica pedaggica.

    Abstract

    The article brings some of the results of a research that investigated the relation

    between early childhood teachers with the contemporary media. The study was

    theoretic and methodologically based in the Latin American Cultural Studies that

    understands the mediation role in the senses that the subjects produce with the mass

    media. I also sought the contributions of authors such as Lucia Santaella and Andr

    Lemos, from the communication field, to think the relation of the subjects with the

    digital media. The reports of the seven interviewed teachers both pointed out the

    dissatisfaction with the instrumental use of the media in the classroom, as well as

    favored to conclude that one of the possible ways to overcome the didactic nature of

    such use can be sought with the children, who present ease and interest in establishing

    relations with these media.

    Keywords: Early childhood. Contemporary media. Pedagogic practice.

    1 Doutorando no Programa de Ps-Graduao em Educao da UERJ. Tutor distncia do CEDERJ/UAB

    no Curso de Pedagogia da UERJ. E-mail: [email protected]

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    Introduo

    O presente trabalho, fruto de pesquisa recentemente concluda, apresenta como

    objetivo refletir sobre as prticas pedaggicas mediadas por diversas mdias

    contemporneas na sala de aula. Na atual conjectura, cabe debruar-nossobre a

    necessidade de (re)pensar o papel da escola numa sociedade nitidamente marcada pela

    presena de processos comunicacionais que emergem com a popularizao das mdias

    de massa e digitais nas prticas sociais cotidianas. Santaella (2002, p. 49) reconhece que

    as mdias tendem a se engendrar como redes que se interligam e nas quais cada mdia

    particular livro, jornal, TV, rdio, revista etc. tem uma funo que lhe especfica

    e, portanto, seria interessante que as experincias dos sujeitos com os diferentes meios

    miditicos fossem compartilhadas, sendo reconhecidas e vivenciadas tambm no espao

    escolar. considervel o nmero de pessoas que hoje faz uso da internet, no s para se

    comunicar por meio de e-mails, para informar-se em sites de busca, mas tambm para

    encontrar-se nas redes sociais (Orkut, Facebook, Twitter e outras), que vm se

    constituindo contemporaneamente como espao de organizao material de prticas

    sociais temporalmente compartilhadas que funcionam atravs de fluxos

    (SANTAELLA, 2008, p. 130).

    Referindo-se aos processos de ler e escrever, Jobim e Souza (2002) acredita que

    um dos desafios da escola penetrar no universo dos signos contemporneos, que

    permeiam a experincia dos seres humanos no processo comunicativo. Em outro texto, a

    autora segue a mesma linha de pensamento e afirmaque o mundo, cada vez mais, se

    revela por meio de narrativas figuradas, exigindo a presena de um novo leitor (JOBIM

    E SOUZA, 2007, p. 79). Diante da presena constante da imagem tcnica no cotidiano

    de crianas e jovens, diante das redes de conhecimento e sentidos propiciadas pelo

    acesso internet, diante do movimento interativo e colaborativo presentes nessas redes

    comunicativascaberia, ento, perguntar se no seria incoerente continuar mantendo em

    sala de aula metodologias que se fundamentam numa concepo epistemolgica em que

    o conhecimento trabalhado linear, gradativa e individualmente.

    Como Nvoa (1999) ressalta, a escola ainda centraliza os conhecimentos no

    livro didtico, pautando o ensino numa grade curricular rgida, tornando-se necessrio

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    romper com a mecanicidade de estratgias de ensino que apresentam dificuldade em

    dialogar com as prticas infantis que esto imersas no universo simblico das diversas

    mdias. Tambm seria interessante se a escola se dispusesse a ousar, incorporando s

    prticas, no apenas as mdias de massa apontadas, mas tambm as mdias digitais. E

    com base nisso que me propus neste trabalho refletir sobre a relao de professoras da

    educao infantil com os artefatos tecnolgicos. Apesar de serem muitas vezes usurios

    da internet, participando de blogs, de redes sociais como o Orkut, o Facebook e o

    Twitter, os professores ainda parecem temer a transposio das potencialidades do

    ciberespao para o cotidiano da sala de aula.

    Orofino (online), acerca do papel das diferentes mdias hoje, aponta a

    necessidade de que sejam criadas prticas educativas por meio de novos enfoques

    pedaggicos que visem um consumo cultural crtico e que possibilitem a criao de

    estratgias de uso destes meios para fins emancipatrios e libertadores (grifos da

    autora). Ao adotar as contribuies tericas de autores que integram os Estudos

    Culturais latino-americanos, como Jess Martn-Barbero e Nstor Garca Canclini, a

    autora apresenta uma tica que compreende a reapropriao do consumo cultural pelas

    audincias ao interagirem com os produtos. Isso significa reconhecer os usos e

    apropriaes que as audincias fazem dos diferentes meios de massa, como a televiso,

    o rdio e o cinema. Negar que o pblico infantil se aproprie criticamente dos referidos

    meios miditicos no levar em considerao o fato de que as crianas vivem,

    crescem, brincam e apreendem o mundo em sua volta de maneiras muito diversificadas

    (OROFINO, 2005, p.43).

    Mais recentemente, autores como Lucia Santaella e Andr Lemos, do campo da

    comunicao, tm trazido contribuies que auxiliam a pensar a relao dos sujeitos

    com as mdias da cultura digital, que os permitem romper com o polo da emisso pela

    possibilidade de acesso, produo e circulao de informao em tempo real

    (LEMOS, online, p.12). Se em relao aos produtos da cultura de massa o telespectador

    que assiste televiso ou ouve o rdio no pode interferir no contedo transmitido, no

    caso dos produtos da cultura digital, o sujeito j no um mero telespectador. A

    comunicao mediada por computador, via internet,vem promovendo a reconfigurao

    da lgica subjacente indstria cultural, uma vez que o ciberespao fez com que

    qualquer um possa no s ser consumidor, mas tambm produtor de informao,

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    emissor (LEMOS, 2002, p.114).

    A anlise dos dados apresentada neste texto baseia-se nas entrevistas

    semiestruturadas, realizadas com sete professoras que atuam na educao infantil de

    diferentes escolas do Rio de Janeiro. A relao com os sujeitos da pesquisa se deu na

    perspectiva das investigaes que os tomam como parceiros da tarefa de conhecer o que

    ainda desconhecido. Para tanto, busquei ajuda em Canclini (2005), para quem a

    pesquisa com o outro centrada nas relaes de troca, o que implica na compreenso de

    que, segundo o autor, os diferentes so o que so, em relaes de negociao, conflito

    e emprstimos recprocos (p. 17). Jobim e Souza (2007), acerca das pesquisas que

    fazem uso de entrevistas com os sujeitos diz que, quando se estabelece um dialogo entre

    pesquisador e pesquisado, a troca de experincias pessoais imprescindvel para

    contribuir com a produo de conhecimento, que deve ser compartilhado para ser

    construdo. O contedo das entrevistas, luz do referencial terico-metodolgico

    adotado, propiciou o desenvolvimento das reflexes tecidas no presente texto.

    Eu prefiro ficar com as coisas mais basais mesmo, no ?: dificuldades

    no uso dos artefatos

    No brincar a criana inventa o jogo, cria sempre novos lances e

    desafia a mquina, experimentando com ousadia e curiosidade os

    resultados que desencadeia. J o adulto no consegue a mesma

    descontrao porque a mquina, tomada como mediadora do trabalho

    srio, perde todo o encantamento e a magia que a criana capaz de

    alcanar. A criana est livre do sentido srio e sisudo que as coisas

    posteriormente adquirem no curso da vida e, por isto, pode nos

    mostrar novas alternativas de convvio com as mquinas (JOBIM E

    SOUZA, 2002, p. 78).

    a partir das contribuies acima que podemos refletir sobre como a criana,

    diferentemente dos adultos, estabelece relaes com os meios miditicos. Enquanto as

    crianas interagem diariamente com as mdias contemporneas, os adultos devero

    aprender a incorporar lgica de uso destes produtos queles que j sabem utilizar.

    Conforme afirma Tavares (online), preciso reconhecer que estamos diante de crianas

    que nasceram imersas nas prticas sociais da cibercultura. Ao formular a seguinte

    pergunta, Pereira e Jobim e Souza (2007) propem entender o distanciamento entre os

    adultos e os jovens acerca da interao que estes sujeitos estabelecem com os produtos

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    culturais: afinal, quem so a criana e o adolescente desta nova era, privados de limites

    objetivos, mas que, no entanto, flutuam num den eletrnico, mostrando sua intensa

    afinidade espontnea com as novas tecnologias? (p. 39).

    No dilogo com as professoras participantes da pesquisa, ficou claro que

    utilizam com frequncia os novos artefatos tecnolgicos, muitos dos quais so

    usufrudos tambm por seus alunos. Entretanto, as professoras mostraram no dominar

    totalmente os recursos tecnolgicos das cmeras fotogrficas digitais, computadores e

    celulares, como mostra Marta, referindo-se s tecnologias como coisas

    ultramodernas. Vale ressaltar que, no caso dos games, muitas relataram no apresentar

    habilidades para movimentar os personagens pelo cenrio digital2. E foi com o objetivo

    de evitar as dificuldades no uso de seus equipamentos que as professoras Luciana e

    Marta encontraram a alternativa de adquirir produtos que apresentam poucos recursos

    tecnolgicos se comparados aos mais recentes lanados no mercado atualmente:

    Marta: Eu comprei uma mquina digital e acabou estragando porque

    eu no sei muito mexer. O meu celular ultrapassado, assim, eu no

    sou muito... o meu computador est at hoje para colocar o roteador

    para usar o laptop que eu comprei e eu no uso o laptop, assim... eu

    no sou, assim... Ento eu prefiro ficar com as coisas mais basais mesmo, no ?

    Luciana:Meu celular tambm ultra mega ultrapassado, nem cmera

    para tirar foto [tem]. E eu acho timo no ter porque tem que ser

    aqueles mais facinhos possveis.

    Adquirir aparelhos facinhosoubasais o caminho que as professoras tm

    encontrado para usar as tecnologias, que o mesmo caminho escolhido por outros

    adultos. No entanto, tendo em vista o papel do professor como mediador das relaes da

    criana com o conhecimento, este caminho no parece ser a melhor escolha. O uso

    facilitado dos artefatos no d condies ao professor de entender as mudanas que vm

    ocorrendo nas formas de pensar, sentir e agir das geraes que nasceram imersas nas

    prticas ciberculturais.

    Nas entrevistas com os sujeitos foi possvel perceber que as crianas tm maior

    facilidade em compreender as diversas linguagens dos produtos tecnolgicos, como os

    2 O objetivo aqui no promover uma anlise detalhada sobre os jogos eletrnicos. Para maiores

    informaes sobre o tema, ver os trabalhos de Aranha (2008), Ferreira (2008), Ferreira e Oswald (2009) e

    Ferreira e Couto Junior (2009).

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    alunos de Luciana que, entre trs e quatro anos de idade, j apresentam as habilidades

    para operar o aparelho de DVD da sala de aula a partir das funes presentes no

    controle remoto do equipamento: elas sabem apertar, ligar o DVD, colocar dentro [a

    mdia], apertar play, apertar pause, ir para frente, ir para trs, elas sabem. Referindo-se

    a isso, Pereira e Jobim e Souza (2007) ressaltam que as crianas tm sido muitas vezes

    as facilitadoras dos adultos para que estes tambm utilizem os produtos eletrnicos.

    com base nisso que, na perspectiva de Jobim e Souza (2002, p. 78), torna-se tarefa do

    educador aprender esta postura com a criana e construir junto com ela, sem deixar de

    lado a sua experincia como adulto que v o mundo de uma determinada maneira,

    modos mais criativos para enfrentarmos os desafios que a tecnologia nos impe.

    De acordo com Abreu e Nicolaci-da-Costa (2006), a atividade docente vem

    passando por profundas transformaes com o advento dos diferentes produtos

    miditicos. A escola, antes imaginada como o lugar da mera transmisso de

    determinados conhecimentos, apresenta como um dos desafios hoje participar, com os

    alunos, do universo da cibercultura: no basta emitir sem conectar, compartilhar.

    preciso emitir em rede, entrar em conexo com outros, produzir sinergias, trocar

    pedaos de informao, circular, distribuir.[...] A internet, desde seus primrdios,

    configura-se como lugar de conexo e compartilhamento (LEMOS, 2007, p.38). No

    h dvida de que os processos comunicacionais contemporneos geram discusses no

    campo da educao sobre a necessidade de mudanas de postura no trabalho cotidiano

    docente.

    O adulto tambm pode aprender com a criana a promover na sala de aula

    prticas educativas baseadas na alteridade, a partir de mdias que permitem a

    interatividade dos usurios, como ocorre nos jogos eletrnicos. Marta, falando sobre o

    trabalho recente com uma de suas turmas, aponta que as crianas demonstravam muito

    interesse em jogar games no computador da sala de aula: os jogos no computador, as

    crianas amavam! E, ento, assim, todo mundo queria ir no computador e ningum

    queria sair do computador. Entretanto, como observou Tavares (online), poucas so

    as salas de aula, as escolas, que realmente do espao para os jogos, mesmo sabendo

    que crianas e jovens da atual gerao esto envolvidos cada vez mais com a mdia.

    Isso impede a busca pela superao das dificuldades na compreenso dos usos dos

    novos artefatos tecnolgicos. Para Jobim e Souza (2002), imprescindvel, por meio da

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    educao, criarmos formas de interagir com os alunos para produzir novos

    conhecimentos a partir da experincia tecnolgica. Todavia, tornar verdadeira essa

    premissa pode ser um desafio quando os modos de ser das geraes mais jovens ainda

    enfrentam certa resistncia por parte dos adultos que encontram dificuldades em

    experimentar e partilhar com os mais novos as experincias que os usos dos artefatos

    culturais proporcionam (FERREIRA; COUTO JUNIOR, 2009, p. 98).

    Jobim e Souza (2002) argumenta que, contrariamente aos adultos, a criana no

    teme a tecnologia porque, aos olhos dela, os aparelhos se constituem como mquinas

    ldicas, brinquedos.Para Pereira e Jobim e Souza (2007, p. 40), na capacidade da

    criana em tornar-se tradutora, para o adulto, de linguagens que ele prprio construiu,

    paira uma contradio: embora desenvolvidos pelos adultos (e muitas vezes para os

    adultos), os meios miditicos podem acabar atraindo o interesse do pblico infantil, que

    subverte e recria os usos possveis desses artefatos, demonstrando grande domnio das

    diversas linguagens das mdias. As contribuies de Jobim e Souza (2002) ajudam a

    pensar que a relao de alteridade entre as geraes capaz de ampliar o campo das

    experincias criadoras, ensejando a produo coletiva do conhecimento. Cabe aos

    profissionais que trabalham cotidianamente com as turmas de educao infantil

    encontrar caminhos que favoream a aproximao com a cultura miditica, e um deles

    pode ser a prpria atividade da criana que, de acordo com os sujeitos entrevistados, j

    habituada e apresenta familiaridades com os artefatos tecnolgicos.

    No a criana que entrou na escola, a escola que entrou na vida da criana:

    tecnologias e educao

    Abreu e Nicolaci-da-Costa (2006), numa pesquisa sobre as mudanas

    ocasionadas pelos usos da internet no cotidiano escolar do ensino fundamental e mdio

    de instituies privadas do Rio de Janeiro, mostram que os professores tm sido

    profundamente atingidos pelas mudanas desencadeadas pela popularizao da rede

    mundial de computadores. Segundo as autoras, isso ocorre porque a conexo coloca em

    xeque a noo de que o professor sabe mais do que o aluno.Se considerarmos o

    frequente contato dos professores com os diferentes suportes tecnolgicos, h uma

    pergunta inicial que pode ser proposta: como desmitificar a suposta superioridade dos

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    professores no trabalho com os conhecimentos em sala de aula e, ao mesmo tempo,

    abarcar o interesse dos alunos em aprender com as tecnologias contemporneas? Os

    artefatos culturais poderiam ser usados como alternativas pedaggicas interessantes no

    sentido de descentralizar os conhecimentos que so comumente identificados com os

    manuais didticos. Mas, para isso, preciso compreender que usos podem ser atribudos

    aos meios tecnolgicos, como mostra a professora Raquel:

    Hoje a tecnologia eu acho que est, assim, em plena ... d para voc

    trabalhar vrias coisas. Mas para voc utilizar voc precisa saber usar.

    Saber o que aquilo pode estar oferecendo para voc.

    No raro encontrarmos futuros professores, em situao de estgio, criticando

    as prticas obsoletas dos professores observados. No entanto, quando assumem o lugar

    de praticantes, suas atitudes no diferem muito daquelas to criticadas. Isso deve ocorrer

    porque h uma diferena entre o uso dirio dos artefatos que acaba se tornando uma

    prtica ordinria, e a transposio desse uso para o ofcio do magistrio. A cultura

    digital engloba inmeros produtos culturais que apresentam formatos variados, e

    propiciam que o usurio interaja diferentemente com cada um dos suportes. Ainda

    assim, h muitos professores que lidam com a internet com uma rigidez que no condiz

    com a flexibilidade e as inmeras possibilidades de leitura e construo de sentidos dos

    hipertextos eletrnicos (SANTOS, 2003, p.311). E a consequncia do

    desconhecimento dos professores acerca das interfaces digitais dos computadores

    impede que esse suporte seja utilizado na sua plenitude, permanecendo na

    superficialidade do seu uso.

    Se por um lado, muitos professores encontram-se dispostos a conhecer, junto

    com seus alunos, os sentidos produzidos na relao com as interfaces digitais, por outro

    lado ainda existem profissionais que trabalham sob uma perspectiva que no considera

    os interesses e anseios dos educandos. E um professor que desconsidera por completo o

    uso das diferentes mdias no seu fazer pedaggico talvez nunca possa responder

    seguinte questo: que mudanas so desencadeadas no olhar atravs da mediao

    proporcionada pelos instrumentos tcnicos? (JOBIM E SOUZA, 2002, p. 75).

    As constantes transformaes que as inovaes tecnolgicas trazem para os

    produtos culturais dirigidos s crianas apontam para a urgncia de que os professores

    se dediquem a conhecer mais de perto essa produo, tendo em vista a necessidade de

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    sua incorporao na escola, ainda mais num cenrio onde a acelerada evoluo das

    tecnologias de comunicao (...) em muito pouco tempo introduziu condies sociais

    inesperadas, que prometem reconfigurar nossas experincias e entendimento do espao

    e da cultura (SANTAELLA, 2008, p.130). Assim sendo, no h como negar que os

    usos dos aparatos tecnolgicos na escola podem propiciar uma dinmica diferente de

    trabalhar os diversos conhecimentos com as crianas: uma discusso em sala de aula

    pode ser originada nos livros da professora, podendo ser aprofundada nos espaos

    eletrnicos do computador da escola, sendo finalizada na letra de uma msica do

    mp3playerde um aluno. Inmeras so as possibilidades. Liana, todavia, discorda dos

    usos que os professores fazem dos meios tecnolgicos na instituio onde trabalha.

    Segundo ela, ao invs de serem utilizados como suporte nas atividades realizadas em

    classe, estes meios vm sendo incorporados no cotidiano escolar de forma bastante

    centralizadora, sem que haja uma justificativa que torne a exibio do seu contedo

    importante para as crianas:

    As mdias esto por toda a escola, entretanto esto distorcendo o seu

    uso. Em vez das mdias serem auxlios na prtica do professor passam

    a ser substitutas de trabalho. Em vez de incorporaram as mdias nas

    rotinas escolares, fazem delas a rotina escolar.

    No trabalho com as diferentes mdias em sala de aula, o papel do educador

    fundamental, tornando-se um importante mediador para que, junto com as crianas, seja

    capaz de refletir sobre quais ressignificaes ocorrem no contato de seus alunos com a

    cultura miditica. Nesta perspectiva, Orofino (2005, p. 51) salienta que as mediaes

    se constituem enquanto aes reflexivas. E podem ocorrer de fato, tanto na esfera da

    produo quanto na recepo. Para o nosso caso, enquanto educadores, as mediaes

    precisam ser potencializadas, desenvolvidas, trabalhadas.

    A professora Natasha comenta sobre as novidades tecnolgicas da lousa digital

    em sua escola, e admite que este um aparato que lhe causa muitas surpresas, porque

    em relao ao tradicional quadro negro e giz, a interao deste suporte tecnolgico faz

    com que seus alunos interajam com os elementos da tela de forma dinmica. Essa

    interface digital muito apreciada pelos estudantes, e muitos tm acesso cultura

    digital em casa, o que propicia a troca de conhecimentos entre os prprios estudantes e

    entre eles e a professora, como relata Liana:

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    Como as crianas esto em contato com as mdias em casa, na escola

    as mdias auxiliam para reduzir essa distncia entre a realidade

    escolar e a de casa. Como ela contribui para diminuir essas diferenas

    as crianas ficam mais abertas para trocar e receber experincias.

    A incorporao das mdias na sala de aula pode se constituir um caminho capaz

    de promover encontros entre a cultura escolar e os interesses das crianas. Raquel,

    constatando o anacronismo da escola hoje, diz:

    Essa nova gerao de crianas est acostumada com tudo eletrnico,

    tudo rpido, e a escola ainda d aquele papel, cole aqui. Mas no no sentido de que isso errado, mas acho que poderia, no sei, modificar,

    sabe?

    evidente no depoimento das professoras entrevistadas que h certo

    descontentamento na forma pela qual as escolas em que trabalham realizam as

    atividades com as mdias. Sobre isso, Liana acredita que no a criana que entrou na

    escola, a escola que entrou na vida da criana. A partir disso, cabe pensar sobre a

    importncia deanalisarde quais as formas que a escola promoveria aproximaes com o

    universo infantil fazendo uso de estratgias que possibilitem desenvolver o interesse dos

    alunos pelo mundo do conhecimento e da cultura.

    Ento, como a escola poderia ser melhor do que isso?: caminhos possveis

    Pensar os usos dos meios tecnolgicos na escola parece ser imprescindvel.

    Entretanto, vale ressaltar que no se trata de desenvolver ideologias salvacionistas a

    respeito das tecnologias (SANTAELLA, 2003, p. 30). As palavras da professora Marta

    nos ajuda a pensar sobre isso:

    As crianas da educao infantil tm esse mundo inteiro visual, no

    ?, atravs dos meios tecnolgicos como a televiso e o computador,

    mas tm muitas, muitas outras maneiras de sentir o mundo.

    Certamente a professora tem razo. No seria desejvel que a criana passasse a

    restringir sua atuao no/com o mundo pela mediao das tecnologias. Por outro lado,

    no h como negar-lhe a relao com os artefatos de seu tempo, mais adequados aos

    modos contemporneos de ser, de dizer, de entreter, de agrupar, de relacionar-se com o

    outro das geraes mais novas. Parece mais do que necessrio que as novas geraes

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    possam vivenciar, na escola, experincias mais significativas que estejam diretamente

    interligadas com o seu cotidiano. Isso o que mostra a professora Raquel no seguinte

    relato:

    Eles esto acostumados, no , com essa tecnologia, essa informao,

    cores, voc aperta um boto e acontece alguma coisa e na escola no

    tem isso, sabe? [A criana] chega, fica sentada, a vem o papel, tem

    que fazer o trabalhinho no papel, depois vem o lanche, depois volta

    para o papel de novo. A vai brincar no parque e a volta o papel de

    novo, sabe? E eles falam Eu quero ir embora, tia, eu quero ir embora. A chega em casa e tem aquela coisa, mexe no DVD, liga o DVD, liga o computador e a aperta o boto, a aperta o boto e sai

    uma cor, sabe? Eu acho que a escola peca nisso. ... o problema da

    minha escola esse.

    evidente o contraste entre o animado mundo da cibercultura e a quietude do

    mundo da escola que, descontando as excees, pouco diz aos alunos, como expressa

    Nvoa (1999, p. 20), ao apontar que hoje, sabemos que as nossas sociedades sero,

    ainda por muitos anos, sociedades com escolas. Mas sabemos tambm que as escolas

    que temos no nos servem. Santos (2003, p. 310) tambm me ajuda a pensar que h a

    necessidade de rompimento com a dinmica da escola da sociedade industrial, na qual

    os alunos tm de abordar os mesmos contedos, ao mesmo tempo, da mesma forma e

    em busca dos mesmos resultados. Diante do exposto, qual escola estamos ajudando a

    construir com as nossas crianas? E como os meios miditicos poderiamser utilizados

    para a promoo de prticas pedaggicas instigantes e interessantes? No que se refere

    ao trabalho com as diferentes mdias, no se trata de planejar atividades didticas

    voltadas aprendizagem de como utilizar os meios tecnolgicos, como muitas escolas

    vm se propondo a fazer, mas de oferecer oportunidades para que professores e crianas

    sejam produtores de novas narrativas a partir do uso das diferentes linguagens e

    tecnologias.

    A professora Marta faz uma colocao que permite refletir sobre o mal estar que

    a escola, muitas vezes, provoca nos alunos:

    Eu acho que o grande problema tambm que a escola virou, ficou

    enfadonha perto dessa coisa deslumbrante [...], que esses jogos, essa

    tecnologia toda, esse mundo. Porque voc no pode ir a vrios

    lugares ao mesmo tempo e estar em lugares ao mesmo tempo. Com a

    internet, principalmente, voc pode estar em vrios lugares falando

    com milhes de pessoas ao mesmo tempo. Ento, como a escola

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    poderia ser melhor do que isso?

    Orofino (online) acredita que imprescindvel colocar em funcionamento uma

    prtica educativa intercultural que leve em conta a hibridao de culturas na instituio

    educacional. Nesta perspectiva, no se trata da escola ser melhor do que a cultura

    miditica, mas de que se pense na integrao dos diversos meios tecnolgicos no

    contexto educacional, objetivando uma mudana de postura que faa com que as

    atividades escolares possibilitem aos alunos vivenciarem experincias que tambm

    sejam mediadas pelas produes de seu tempo.

    Nas prticas cotidianas, as professoras Marta e Luciana apontam principalmente

    que fazem o uso de filmes em DVD nos projetos realizados com as crianas. De acordo

    com elas, os filmes apresentam-se como possibilidades de enriquecer as atividades

    escolares, na medida em que possvel experimentar formas outras de explorar as

    imagens em movimento, que tm uma linguagem prpria. Ainda sim, outros meios

    tecnolgicos tambm so indispensveis o rdio, os programas de TV, os celulares, os

    computadores, os games, dentre outros para enriquecer as experincias no cotidiano

    da escola, sem restringir-se ao uso exclusivo de uma nica mdia. Para que isso seja

    possvel, Orofino (2005, p. 46) nos alerta para o fato de que torna-se preciso conhecer

    o universo ciberntico por onde as mentes criativas de nossos filhos e alunos navegam

    horas a fio nos confins do mundo digitalizado do computador, da internet e da tela da

    tv.

    Raquel, sobre os usos que faz com a TV na educao infantil, enftica ao

    declarar que a televiso fixa a ateno das crianas muito mais do que a palavra do

    professor. Neste sentido, pode ser interessante, ao contrrio de tentar compreender o

    que motiva os alunos a apreciarem os diversos artefatos tecnolgicos, tentar

    compreender o que os tem levado a apresentarem pouco interesse pelas atividades

    escolares. Alm disso, o prprio cotidiano da sala de aula precisa ser revigorado na

    tentativa de romper com uma viso de educao que faz com que as crianas sejam

    constantemente obrigadas a seguirem regras, segundo revela Raquel sobre a escola onde

    leciona:

    Por eles [os alunos] serem pequenos existe muito o no pode, no pode, no pode, no pode gritar, no pode falar muito, no pode ficar

    em p. No pode.... Ento eu acho que em alguns momentos a

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    escola se torna montona, se voc deixar.

    Portanto, necessrio no deixar a escola atingir a monotonia, reconhecendo

    que possvel tambm aprender em outros ambientes como o ciberespao que, por ser

    bastante utilizado pelas crianas e jovens atualmente, poderia se constituir como mais

    uma possibilidade na promoo de prticas educativas mediadas pela tecnologia. Nele,

    o sujeito utiliza habilidades sensoriais, perceptivas e cognitivas, conforme explicita

    Santaella (online), enquanto navega num roteiro multilinear, multi-sequencial e

    labirntico que ele prprio ajudou a construir ao interagir com os ns entre palavras,

    imagens, documentao, msicas, vdeo etc. Concordo com Orofino (2005),que

    defende a necessidade de parceria entre famlia e escola para uma melhor compreenso

    dos diversos momentos de interao e entretenimento de crianas e jovens com as

    tecnologias. Diante disso, parece interessante que as instituies escolares faam o uso

    das mdias a partir de determinados contextos vivenciados pelas crianas

    cotidianamente, de forma que se fortalea o dilogo entre professores, alunos e a cultura

    digital.

    Cabe destacar que repensar os usos das tecnologias na sala de aula se perguntar

    tambm como possvel realizar um trabalho com esses artefatos quando muitos dos

    alunos j encontram-se inseridos num universo que ainda pode soar bastante

    desconhecido para os professores. Enquanto que estes ltimos esto aprendendo a

    conhecer as interfaces e usos do computador, as crianas j nasceram com o mouse na

    mo, conforme ressalta Luciana. Sendo assim, trata-se de destacar que o uso das novas

    tecnologias na escola no pode ocorrer sem a contrapartida da formao de professores.

    Como diz Dardeau (2009):

    Para que isso acontea, seria importante que ns, professores,

    fossemos valorizados em nosso papel de mediar a relao dos alunos

    com o conhecimento e a cultura. Nesse sentido, no se trata apenas de

    assumir a postura de usar os novos meios para estimular o interesse

    do estudante, levando-o simplesmente a imergir no universo disperso

    de informaes produzidas pela rede mundial de computadores e

    tecnologias afins, mas de, junto com ele, buscar maneiras de

    compartilhar a cultura digital como experincia democrtica, capaz

    de ampliar o acesso ao saber, arte e cultura. Obviamente, essa

    ampliao no pode ser pensada sem a contrapartida de polticas de

    superao da excluso digital, bem como de polticas que apoiem o

    professor nessa complexa tarefa de reinveno de suas prticas

    pedaggicas.

  • 89 Ano X, n. 07 Julho/2014 - NAMID/UFPB - http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/tematica

    Consideraes finais

    Canclini (2005, p. 237) afirma que a conjugao de telas de televiso,

    computadores e videogames est familiarizando as novas geraes com os modos

    digitais de experimentar o mundo, com os estilos e ritmos de inovao prprios destas

    redes, revelando modificaes na forma com a qual este pblico se relaciona com a

    informao, com o conhecimento e com o entretenimento. Frente a isso, seria

    importante rever prticas pedaggicas pouco flexveis que no dialogam com as

    experincias dos alunos, nem dos professores, muitos dos quais hoje se encontram

    imersos no universo simblico das mdias de massa e das mdias digitais.

    importante refletir sobre quais estratgias seriam capazes de promover uma

    aproximao com o universo infantil, possibilitando desenvolver o interesse dos alunos

    pelo mundo do conhecimento e da cultura a partir dos usos das mdias contemporneas.

    Nvoa (1999, p. 19) destaca que os professores no podem refugiar-se numa atitude

    defensiva e tm que estar preparados para enfrentar as interpelaes dos seus alunos.

    Assumir o lugar de aprendiz do aluno, no contexto da revoluo tecnolgica, pode

    garantir ao adulto, e no caso ao professor, o conhecimento que muitas vezes parece to

    inacessvel. Para isso, necessrio que os professores integrem-se a essas redes,

    construindo novos olhares que os permitam pensar o ensino e a aprendizagem no

    contexto das dinmicas comunicacionais contemporneas.

    As professoras de educao infantil entrevistadas reconhecem a distncia entre o

    que ocorre nos contextos escolares e as prticas sociais dos alunos. No caso em questo,

    todas destacaram a dificuldade das instituies em que trabalham para se aproximar da

    relao cotidiana das crianas, mesmo as mais pequenas, com os artefatos tecnolgicos,

    atitude que, entre outras to importantes quanto essa, poderia garantir s crianas o

    direito de demonstrarem suas capacidades e potencialidades. Alm disso, tambm

    reconhecem que h diferenas na forma como elas e seus alunos manuseiam os artefatos

    culturais. Entretanto, vale destacar que isso no pode impedir que as prticas

    pedaggicas deixem de ser potencializadas e tirem proveito de outros suportes que

    desempenham transformaes na relao do homem com a cultura e o conhecimento.

    Tendo em vista os modos pelos quais crianas, jovens e adultos se relacionam hoje pela

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    mediao dos diferentes artefatos tecnolgicos, seria interessante identificar a escola

    no apenas como espao de leitura e recepo crtica dos meios, mas tambm como

    local de produo e endereamento de respostas s mdias (OROFINO, 2005, p. 41-

    42, grifos da autora).

    Diante disso, um dos possveis caminhos para a sua superao estaria no

    aprendizado dos usos dos meios miditicos com as crianas, pois segundo as

    professoras, so seus alunos que detm uma maior facilidade e interesse em estabelecer

    relaes com esses meios. Talvez seja possvel descobrir, junto s crianas, formas de

    utilizar as diversas linguagens das tecnologias, permitindo que as professoras

    rediscutam e reflitam sobre suas prprias prticas docentes numa era marcada pela

    cultural digital. Indo nessa mesma direo, Ramal (online) afirma que existe hoje um

    paradoxo: aquele a ser educado o que melhor domina os instrumentos simblicos do

    poder, o aparato de melhor prestgio: as tecnologias. O que ocorrer na sala de aula?

    Parece-me que as parcerias e a aprendizagem em conjunto sero inevitveis.

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