apostila de esporte e lazer em culturas contemporaneas

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Instituto de Estudos e Pesquisas do Vale do Acara IVAEsporte e Lazer Em Culturas Contemporneas Prof.(a) Anne [email protected]

LAZER Lazer um conjunto de ocupaes s quais o indivduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se, ou ainda, para desenvolver sua informao ou formao desinteressada, sua participao social voluntria ou sua livre capacidade criadora aps livrar-se ou desembaraar-se das obrigaes profissionais, familiares e sociais." (Dumazedier, 1976, apud Oleias) A palavra lazer deriva do latim licere, ou seja, "ser lcito", "ser permitido". Poderamos definir lazer, como uma forma de voc utilizar seu tempo dedicando-se a uma atividade que voc goste de fazer, o que no significa que seja sempre uma mesma atividade. Esta atividade pode ser uma entre tantas outras. No campo da educao pode-se identificar as atividades de lazer como aes integradoras dos Quatro pilares da educao, propostos por Delors: Aprender a conhecer e a pensar; Aprender a fazer; Aprender a conviver; Aprender a ser.

A HISTRIA DO LAZER Os gregos denominavam de cio o tempo livre, atribuindo-lhe maior valor que a vida de trabalho, principalmente os atenienses. Na Grcia clssica, o ideal de sabedoria que se cultivava tinha no cio sua condio essencial. Havia uma grande significao e exaltao das atividades ociosas em contraposio s de trabalho, pelo menos para os atenienses, j que os espartanos eram guerreiros. A cultura agonista espartana pode ser considerada uma cultura laboral. O cotidiano deste povo acontecia fundamentalmente nos ginsios, nas termas, no frum e em outros lugares de reunio. Havia o culto aos deuses que representava funo permanente no tempo, pois se acreditava que a via para atingir a perfeio e a sabedoria passava pela contemplao dos deuses. Cronos o deus do tempo, da advindo s palavras cronmetro, cronometragem, cronograma, etc.

2Segundo Bacal (1988) a etimologia da palavra cio orienta-se do grego; cio em grego skole, em latim schola e em castelhano escuela. Podemos ver que a educao significava cio, pois do ponto de vista semntico, a raiz skole implicava nos atos de parar ou cessar, indicando idias de repouso ou paz. Convm ressaltar que os nomes com que se denominavam lugares para educao significavam cio, e, para os gregos, toda a atividade era um meio, um instrumento, sendo o cio um fim em si mesmo, algo a ser alcanado para ser desfrutado. J para Aristteles, ainda na Grcia Antiga, o cio era uma condio ou estado o estado de estar livre da necessidade de trabalhar. O filsofo fala tambm da vida de cio em contraposio de ao, entendendo por aes as atividades dirigidas para obteno de fins. No considerava a diverso (Paidia) ou recreio (anapusis) como cio, uma vez que so meios necessrios para conduzir o ser s atividades laborais. As atividades de recreio e diverso estavam diretamente relacionadas com descanso do trabalho, e a capacidade de empregar devidamente o cio era base do homem livre e da felicidade humana. J o conceito de cio que circulava em Roma durante toda a Idade Mdia que indivduos muito ocupados buscam o otium, no como fim em si, mas em funo do negotium (Dumazedier, 1979). Ou seja, o homem ocupado com diversas atividades exrcito, comrcio, Estado encontra seu descanso e diverte-se pelo cio. De acordo com Bacal (1988), s foi possvel a vida de cio dos gregos devido escravido, pois, nesta fase, havia duas classes de homens: uns dedicados tarefa da arte, contemplao ou guerra; outros que eram obrigados a trabalhar inclusive em condies precrias. Para o homem grego, o cio no significava estar ocioso no sentido de no fazer nada, mas implicava operaes de natureza intelectual e espiritual que se traduziam da contemplao da verdade, do bem, e da beleza, de forma no utilitria. Enquanto para os gregos o cio era considerado um estado de alma que consistia em o indivduo sentir-se livre do trabalho, que era relegado aos escravos, em Roma predominava o conceito de descanso e da diverso, necessrios para a preservao das condies de poder trabalhar. O trabalho era entendido como condio necessria para o cio. Encontram-se aqui as sementes de conceito de cio Criativo proposto pelo socilogo do trabalho italiano Domenico Di Masi (2000). A partir destas explicaes, podemos verificar que existe um ponto comum nos indivduos do mundo clssico: valorizavam o tempo de no-trabalho e atribuam uma valorizao psicossocial s atividades exercidas neste tempo. A relao entre cio e a religio comea a se modificar, e, segundo Bacal (1988), a contemplao se converte em uma busca especfica sem ser um fim em si mesma da Verdade Religiosa. A meta final era a salvao, a outra vida, o Reino do Cu, e o trabalho era algo desagradvel, feito por necessidade como castigo imposto, sendo o corpo usado como instrumento de purificao, de meio de se expurgar os pecados. O cristianismo ajudou a manter a ordem social durante a Idade Mdia, mediante o destaque que atribua ao drama da salvao e ao ideal monstico; assim, atividades de lazer se restringiam s festividades religiosas e s comemoraes referentes s vitrias nas guerras.

3A poca medieval caracterizada como teocntrica. As preocupaes religiosas eram excessivas e o homem preocupava-se com a salvao de sua alma, vivendo numa realidade sagrada, intocada, na qual no deveria interferir, apenas contemplar. O corpo era resguardado em funo da pureza da alma. A sociedade medieval justificava-se pelo fato de que Deus atribua funes distintas a cada indivduo ou grupo e os problemas sociais eram encarados como castigos divinos, e, nesta poca, a essncia do cio busca de Deus e o cultivo da f. A partir da Idade Mdia e da Renascena, em decorrncia de razes histricas, econmicas e sociais, j possvel visualizar mudanas na atitude do homem em relao aos valores que regem a vida. A desarticulao do processo feudal e o desenvolvimento do capitalismo mercantil vo modificar radicalmente o rumo da histria. Foi a partir de uma nova interpretao da Bblia e de um movimento cultural burgus que se aglutinaram todas as manifestaes artsticas, filosficas e cientficas, visando justificar os valores e padres sociais burgueses. Esta nova interpretao feita por Lutero mediante a Reforma (Bacal 1988). Com a Reforma a tica protestante surge uma nova atitude frente o significado do trabalho, havendo uma valorizao do tempo necessrio para as atividades produtivas. O cumprimento dos deveres o nico modo de agradar a Deus, e o trabalho como misso enobrece e exalta os homens. Pelo exposto, percebe-se que na Idade Moderna houve uma grande valorizao do trabalho e condenao do cio, pois as normas de comportamento da tica protestante (diligncia, temperana, parcimnia, reserva, afastamento dos prazeres da carne e poupana) so princpios responsveis pelo surgimento do capitalismo moderno, dentro da perspectiva marxista. Surge um novo pensamento da poca desenvolvendo a caracterstica bsica da atitude, que o individualismo e o significado valorativo do trabalho (supremacia do dinheiro). Pode-se perceber ai o fundamento das taras do ter e do poder. Na sociedade pr-industrial, trabalho e lazer no eram excludentes, e as atividades de produo e trabalho (colheita, plantao) misturavam-se. O trabalho estava inserido nos ciclos naturais das estaes e dos dias; o seu ritmo era to natural como o ritmo do amanhecer e anoitecer, sendo interrompido s vezes por pausas para repouso, descanso, jogos, competies, danas e cerimnias, no podendo ser denominadas lazer, pois no se constituam num tempo isolado. O trabalho era suspenso quando ocorriam imprevistos como, por exemplo, seca, inundao, doenas epidmicas, guerras. O sculo XVIII ficou marcado pela expanso comercial e financeira com a Revoluo Industrial; houve o aparecimento de uma srie de invenes tcnicas que modificaram as condies de produo nos diversos setores industriais, as relaes entre empregados e empregadores, bem como a relao com o lazer. Com o desenvolvimento da moral burguesa na poca do advento capitalista, na sociedade industrial, h uma represso das atividades consideradas mais espontneas e descompromissadas com o sistema, mostrando uma clara averso, por exemplo, pelos divertimentos populares do domingo,

4fora das horas de culto, pois estes provocavam um desvio de ateno sobre a vida santificada, tornando-se cada vez mais importante para sedimentar a nova ordem social. As atividades capitalistas, embora existentes anteriormente no Oriente Prximo e no Extremo Oriente (corporaes, privilgios de mercado, diferenas entre cidade e campo etc.), foram modestos primrdios se comparadas s empresas modernas as quais organizaram o trabalho de forma capitalista no Ocidente. dentro do trabalho livre e da sua organizao racional que as contas poderiam ser calculadas com maior exatido. Agora o valor passa a ser o trabalho e o corpo passa a ser visto como meio de produo. O corpo produtivo, til, alienado pelo carter do trabalho que lhe imposto. O tempo livre passa a ser definido em oposio ao trabalho, e mesmo os momentos livres (de no-trabalho) so determinados pela relao capital-capitalismo. Novos valores comeam a ser estabelecer entre trabalho e tempo livre do trabalho. O trabalhador vende a nica coisa que dispe, a prpria fora de trabalho, e o tempo liberado surge apenas para a recuperao das energias. No incio, o trabalhador assalariado trabalhava horas bastante extensas; com a implantao das leis trabalhistas, houve a necessidade de reduo de carga horria assim como frias remuneradas. Percebe-se, assim, outros contedos no tempo liberado alm do descanso o trabalhador dispor de mais tempo para recuperar-se fisicamente e de um tempo que usar com liberdade para o exerccio de atividades de sua escolha. O CONCEITO DE LAZER Vrios autores e o cidado comum utilizam diferentes termos para se referirem ao tempo livre, nomeadamente: cio (do latim otiu) = vagar, descanso, repouso, preguia; - ociosidade (do latim otiositate) - o vcio de gastar tempo inutilmente, preguia;- descanso = repouso, sossego, folga, vagar, pausa, apoio, demora; - lazer (do latim licere) = cio, vagar. Como componente geral de convergncia entre os diversos termos, podemos considerar a ausncia de qualquer atividade concreta, ou seja, uma certa liberdade de no fazer coisa nenhuma. Surgem de forma inequvoca uma tentativa de definio de um certo tempo (fora das ocupaes dirias) em contraponto com o outro tempo (o das ocupaes dirias). Assim, parece o conceito Tempo Livre aquele que melhor corresponde sentida necessidade de batizar parte do dia em que no estamos ocupados com atividades objetivamente definidas. O significado de Tempo Livre (Tempo durao limitada e Livre desimpedido) parece de fato traduzir o espao desimpedido do dia, que pode ser utilizado subjetivamente. O conceito mais aceito a respeito do lazer do socilogo francs Joffre Dumazedier que o caracteriza como: um conjunto de ocupaes s quais o indivduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda, para desenvolver sua informao ou formao desinteressada, sua participao social voluntria ou sua livre capacidade criadora, aps livrar-se ou desembaraar-se das obrigaes profissionais, familiares e sociais. (1980, 20).

5De Masi (2000) afirma que, na era ps-industrial, vamos ter cada vez menos trabalho; no entanto, a escola e a famlia nos preparam para o trabalho; no nos preparam para o tempo livre. Segundo este pesquisador, o homem precisa aprender a desfrutar do seu tempo livre, pois a tendncia mundial de que as pessoas passem a ter mais horas disponveis e ser necessrio que elas se adaptem a esta tendncia que aos poucos vai se instaurando, principalmente na Europa.

CLASSIFICAO DE LAZER A classificao de lazer muito controvertida devido ao nmero de solues propostas. Na literatura sobre o assunto temos a diferenciao entre lazer e recreao. No Brasil, ouve-se muito uma classificao de atividades de lazer em atividades esportivas, recreativas e culturais. Existe hoje uma classificao que divide o lazer em cinco tipos, so eles: Lazer contemplativo so aqueles que predominam a beleza plstica, ou seja, tudo aquilo considerado bonito e agradvel de ser visto. Este tipo de lazer muito importante, pois, vai mostrar ao usurio o respeito pelo uso, diminuindo assim, a degradao e/ou depredao. Alm disso, gera agradveis sensaes de repouso mental, de bem estar, de relaxamento, entre outros. Lazer recreativo o tipo de lazer que faz uso da terapia ocupacional das pessoas. Para as crianas, seriam os parquinhos, o playground, as praas, e para os mais velhos, os locais com bancos fixos e mesas para jogos de cartas, domins, xadrez, conversas etc. Lazer cultural o lazer que envolve a cultura de alguma forma, seja ela de apresentao, de ensinamento ou de conhecimento. o tipo de lazer que, alm de satisfazer o desejo de diverso e entretenimento, indispensvel para a produo de conhecimentos que contribuam at para a soluo dos graves problemas que comprometem o desenvolvimento do Pas. Este tipo de lazer necessita de espaos bem projetados para a realizao de manifestaes culturais, apresentaes teatrais, musicais, entre outros. Lazer esportivo uma realidade que prope benefcios sade fsica e mental dos freqentadores. Esse tipo de lazer necessita de espaos como, campo de futebol, quadras poliesportivas, pistas de Cooper, rea para ginstica, piscinas, e/ou qualquer equipamento para a realizao da prtica esportiva. Lazer aquisitivo seriam os equipamentos ou edificaes destinados s compras de objetos de uso pessoal ou domstico como shoppings, feiras de artesanatos, hipermercados, restaurantes, lanchonetes, barraquinha e, etc., onde as pessoas tambm freqentariam para passear e trocar idias.

A FUNO DO LAZER

6Qualquer que seja sua funo ela , inicialmente, liberao e prazer, podendo ser classificada em: funo de descanso; funo de divertimento, recreao e entretenimento; e funo de desenvolvimento. Passaremos a descrever, a seguir, cada uma das funes: a) Funo de descanso - O descanso libera a fadiga. Neste sentido, o lazer um repassador das deteriorizaes fsicas e nervosas provocadas pelas tenses resultantes das obrigaes cotidianas e, particularmente do trabalho. b) Funo de divertimento, recreao e entretenimento - A funo procedente liga-se fadiga e esta, diretamente, ao tdio. A busca de uma vida de complementao, de compensao e de fuga por meio de divertimento e evaso para um mundo diferente, e mesmo, do enfrentado todos os dias levam, ainda a atividades reais, baseadas em mudanas de lugar, ritmo e estilo (viagens, jogos e esportes), ou ento, a recorrer a atividades fictcias, com base na identificao e na projeo (cinema, teatro, romance...). c) Funo de desenvolvimento - A funo de desenvolvimento da personalidade, que depende dos automatismos do pensamento e da ao cotidiana, permite uma participao social maior e mais livre, a prtica de uma cultura desinteressada do corpo, da sensibilidade e da razo, alm da formao prtica e tcnica, e leva, ainda, a adotar atividades ativas na utilizao de fontes diversas de informaes tradicionais ou modernas (imprensa, filme, rdio, TV e computador). Esta funo apresenta-se menos freqentemente do que a anterior, mas tem uma grande importncia para o incremento da cultura popular. As trs funes so solidrias, esto sempre intimamente unidas umas s outras, mesmo quando aparecem opor-se entre si. s vezes esto de tal modo interpenetradas que se torna difcil distingui-las. Na realidade, cada uma delas no passa quase sempre de uma dominante. RECREAO A HISTRIA DA RECREAO A recreao teve sua origem na pr-histria, quando o homem primitivo se divertia festejando o incio da temporada de caa, ou a habitao de uma nova caverna. As atividades se caracterizavam por festas de adorao, celebraes fnebres, invocao de Deuses, com alegria, caracterizando assim um dos principais intuitos da recreao moderna, e tambm, o vencimento de um obstculo. As atividades (jogos coletivos) dos adultos em carter religiosas foram passadas de gerao em gerao s crianas em forma de brincadeiras. O movimento da recreao sistematizada iniciou-se na Alemanha em 1774 com a criao do Philantropinum por J. B. Basedow, professor das escolas nobres da Dinamarca. Na Dinamarca, as atividades intelectuais ficavam lado a lado s atividades fsicas, como equitao, lutas, corridas e esgrima. Na Fundao Philantropinum havia cinco horas de matrias tericas, duas horas de trabalhos manuais, e trs de recreao, incluindo a esgrima, equitao, as lutas, a caa, pesca,

7excurses e danas. A concepo Basedowiana contribua para a execuo de atividades a fim de preparao fsica e mental para as classes escolares maiores. Contribuindo, Froebel criou os Jardins de Infncia onde as crianas brincavam na terra. Nos EUA o movimento iniciou em 1885 com a criao de jardins de areia pra as crianas se recrearem. Com o tempo, o espao tornou-se pequeno visto que os irmos mais velhos vinham tambm se recrearem nos jardins. chamados tambm de ptios de recreio. O 1 HULL HOUSE - Chicago, em 1892. rea para jogos, aparelhos de ginstica e caixa de areia. Prevendo a necessidade de atender as diversas faixas etrias, foram criados os Centros Recreativos, que funcionavam o ano todo. Eram casas campestres com sala de teatro, de reunies, clubes, bibliotecas e refeitrios. Havia estruturas semelhantes ao que temos hoje em dia: Caixas de areia, escorregadores, quadras e ginsio para ambos os sexos com vestirios e banheiros, balanos, gangorra, etc. Para orientao das atividades existiam os lderes especialmente treinados. Em 1906 foi criado um rgo responsvel pela recreao, o Playground Association Of America, hoje mundialmente conhecido com NATIONAL RECREATION ASSOCIATION. O termo playground foi mudado para "recreao" devido necessidade de atingir um pblico de diferente faixa etria, como os jovens e adultos. E devido a crescente importncia do tempo de lazer dos indivduos da sociedade. No Brasil a criao de praas pblicas iniciou-se em 1927, no Rio Grande do Sul com o Prof Frederico Guilherme Gaelzer. O evento chamava "Ato de Bronze", onde foram improvisadas as mais rudimentares aparelhagens. Pneus velhos amarrados em rvores construam um excelente meio de recreao para a garotada. Em 1929, aparecem as praas para a Educao Fsica, orientadas por instrutores, pois no havia professores especializados. Surgia a partir da, Centros Comunitrios Municipais. Em 1972, foi criado o "Projeto RECOM" (Recreao - Educao - Comunicao), pelo prefeito Telmo Flores juntamente com o prof Gaelzer. Porto Alegre (a pioneira desse tipo de projeto) realizou atividades recreativas e fsicas promovendo o aproveitamento sadio das horas de lazer e a integrao do homem com sua comunidade. Funcionavam no RECOM uma Tenda de Cultura e um Carrossel de Cultura, desmontveis e de fcil remoo. A Tenda uma casa de espetculos. O Carrossel foi criado para apresentaes externas, espetculos ao ar livre. Faamos a ressalva pela importncia da recreao, a Alemanha, a introduzindo nas escolas e criando os parques infantis. Os EUA, criando os playgrounds equipados revolucionando a recreao pblica. O Rio Grande do Sul pelo pioneirismo e a implantao do "RECOM" com a recreao mvel. CONCEITOS DE RECREAO Criavam-se ento os Playgrounds em prdios escolares,

8De acordo com Rousseau (1712-1771) recreao a liberdade total da criana, no se deve obrigar o aluno a ficar quando quiser ir, no constrang-lo a ir, quando ficar onde estar. O aluno deve ser educado por e para a liberdade. preciso que saltem, corram, gritem quando tiver vontade. No conceito de recreao feito por Valente (1994, P.180), percebe-se que englobado o lazer e o jogo, pois a recreao como atividade e comportamento tpico de jogo, est contida no lazer. A recreao tem sido um elemento estudado e entendido predominantemente como um composto do lazer. Dessa forma, todas as citaes isoladas da palavra lazer, incluem naturalmente a recreao e o jogo. Para Toseti apud Gonalves (1997, p.14) A recreao muito importante para o ser humano no s para a criana. Todos nos precisamos dos nossos momentos de lazer. A palavra recreao vem do latim, recreare, cujo significado recrear. Portanto as atividades recreativas devem ser espontneas, criativas e que nos traga prazer. Devem ser praticadas de maneira espontnea, diminuindo as tenses e preocupaes. Segundo meu entendimento, a recreao a toda atividade espontnea, divertida e criadora que as pessoas buscam para promover sua participao individual e coletiva em aes que melhorem a qualidade de vida e para satisfazer sua necessidade de ordem fsica, psquica ou mental e cuja realizao lhe proporciona prazer. CLASSIFICAO DAS ATIVIDADES RECREATIVAS O objetivo da classificao das atividades recreativas alm da padronizao, evidenciar a funcionabilidade dessas atividades dentro de uma programao ou de um programa de lazer e recreao. Para escolhermos uma determinada atividade para fazer parte da nossa programao, necessrio que saibamos suas caractersticas e classificaes. De acordo com os objetivos aos quais nos propomos alcanar, escolhemos uma determinada atividade recreativa. Segundo Guerra (1988), quanto a forma de participao: Recreao Ativa e Recreao Passiva.

Ativa: Xadrez e Quebra-cabea;

Atividades Motoras - Exigncia maior do fsico. Ex. Jogos Infantis e Esportes em Geral; Atividades Intelectuais - A mente mais utilizada. Ex. etc. Atividades de Risco - Ex. quela na qual o praticante coloca prova sua integridade. Ex. praquedismo, mergulho profundo, vo livre etc.

Atividades Artsticas ou Criadoras - Ex. pintura, desenho, carpintaria, escultura, teatro, msica,

Passiva:

Atividades Sensoriais - Tem uma participao interativa com a atividade. Ex. Torcida no estdio grita, balana os braos, salta participando emotiva e fisicamente. Atividades Transcendentais - Confunde-se com o cio pela participao de espectador. Ex. Ver pinturas no museu, contemplar o pr-do-sol, relaxamento tranqilizante.

9Quanto Faixa Etria as Recreaes podem ser: Adulta - para maiores de 18 anos; Infanto-juvenil - para crianas de 8 a 12 anos; Juvenil - para Jovens acima de 12 anos; Infantil - para crianas at os 7 anos; Mista - para vrias faixas etrias - como pais e filhos juntos; Terceira Idade ou Idade Especial - para idosos. Quanto ao espao as Recreaes podem ser Internas e Externas: Internas: Salas de Festas; Ginsios Esportivos; Salas de Ginsticas, Salas de Musculao; Salas de Danas Modernas ou Clssicas; Salas de Msica; Salas de Leitura; Salas de Projeo; Piscinas Trmicas, Saunas, Duchas; Sales de Jogos - sinuca, bilhar, tnis de mesa, tot, bilhar, boliche etc; Sales de Jogos de Mesa - buraco, biriba, pacincia, xadrez, dama etc; Estandes Fechados - tiro ao alvo e arco e flecha; Sala de Jogos Eletrnicos.

Externas: Campos - Futebol, beisebol, golfe etc; Quadras poliesportivas - esportes individuais e coletivos; Playgrouds infantis; Piscinas; Ptios para comemorao de datas espaciais; Pistas de Atletismo; Hortos com pistas diversas, quadras, lagos, ciclovias etc. Quanto ao ambiente:

Atividades Terrestres; Atividades Marinhas, Nuticas ou Aquticas; Atividades Areas.

CARACTERSTICAS BSICAS DA RECREAO Cinco aspectos observados para desenvolver a recreao: ESPORTE Esporte uma atividade fsica sujeita a determinados regulamentos e que geralmente visa a competio entre praticantes. Para ser esporte tem de haver envolvimento de habilidades e capacidades motoras, regras institudas por um confederao regente e competitividade entre opostos. Algumas modalidades esportivas se praticam mediante veculos ou outras mquinas que no Deve ser encarada sem que se espere benefcios ou resultados especficos. Deve ser escolhida livremente e praticada espontaneamente. Busca estados psicolgicos positivos. Deve ser de natureza a propiciar pessoa o exerccio da criatividade. A recreao de cada grupo escolhida de acordo com os interesses comuns.

10requerem realizar esforo, em cujo caso mais importante a destreza e a concentrao do que o exerccio fsico. Idealmente o esporte diverte e entretm, e constitui uma forma metdica e intensa de um jogo que tende perfeio e coordenao do esforo muscular tendo em vista uma melhora fsica e espiritual do ser humano. As modalidades esportivas podem ser coletivas, duplas ou individuais, mas sempre com um adversrio. Tambm podemos definir esporte como um fenmeno sociocultural, que envolve a prtica voluntria de atividade predominantemente fsica competitiva com finalidade recreativa ou profissional, ou predominantemente fsica no competitiva com finalidade de lazer, contribuindo para a formao, desenvolvimento e/ou aprimoramento fsico, intelectual e psquico de seus praticantes e espectadores. Alm de ser uma forma de criar uma identidade esportiva para uma incluso social. O desporto conhecido como hoje, ou o Desporto Moderno, toma forma nas escolas da Inglaterra do sculo XVIII, bero do capitalismo. Cercados pela ideologia capitalista, a qual prega a ordem, o racionalismo, a competio e a iniciativa individual, os alunos das escolas inglesas desenvolvem um novo formato para os jogos populares de ento, dando origem ao Esporte. Surgem os campeonatos entre as escolas, os clubes e depois as confederaes, instrumentos que paulatinamente vo legitimando a prtica esportiva. Aps a consolidao do capitalismo e sua disperso por todo o mundo, a instituio esportiva, antes restrita ao mundo europeu, vai ganhando espao nos outros continentes. Seguindo a mesma lgica da voracidade capitalista, o Esporte imiscui-se s culturas e toma o espao de prticas populares, veiculando a ideologia capitalista mundialmente. Entre outros fatores, pelo seu potencial catrtico, que possibilita ao espectador um bem estar atravs do processo de transferncia de seus prprios problemas ao ambiente de jogo, o Esporte passa a ser um grande aglutinador de massas. Aproveitando essa potencialidade do fenmeno, empresrios apropriam-se das diferentes esferas relacionadas ao Esporte: vestimentas, clubes, acessrios, redes de televiso, dentre outros. E por sua vez, o Estado tambm passa a usar do Esporte em busca de popularidade e projeo internacional. Unido mdia corporativa, interessada em mais espao e lucro para seus patrocinadores, o esporte sofre intensas transformaes, sobretudo na forma como transmitido. Acentua-se o carter espetacular das competies, o que se torna visvel atravs da presena de teles nos estdios, existncia de canais de televiso especializados no assunto, aumento da prtica de esportes da moda e extrema valorizao e influncia social dos atletas mais bem sucedidos. Conceituando essa nova fase do esporte, surge a expresso Esporte Espetculo, modelo atual do fenmeno aqui tratado. Para o Doutor em antropologia social Arlei Damo, uma competio esportiva "at certo ponto" uma iluso, pois no impacta na vida ou dia-a-dia das pessoas, exceto daqueles diretamente ligados prtica do esporte. CULTURA E SOCIEDADE DEFINIO

11Cultura o conjunto de manifestaes artsticas, sociais, lingsticas e comportamentais de um povo ou civilizao. Portanto, fazem parte da cultura de um povo as seguintes atividades e manifestaes: msica, teatro, rituais religiosos, lngua falada e escrita, mitos, hbitos alimentares, danas, arquitetura, invenes, pensamentos, formas de organizao social, etc. Uma das capacidades que diferenciam o ser humano dos animais irracionais a capacidade de produo de cultura. ACULTURAO O conceito de aculturao foi durante muito tempo utilizado para se avaliar o processo de contato entre duas diferentes culturas. Entretanto, a utilizao desse tipo de categoria vem sendo cada vez mais criticada e combatida por antroplogos e outros especialistas das cincias humanas. Em geral, a crtica realizada a esse conceito combate a idia de que uma cultura desaparece no momento em que entra em contato com os valores de outras culturas. No entanto, essa premissa se mostra completamente equivocada por compreender que a cultura consiste em um conjunto de valores, prticas e signos imutveis no interior de uma sociedade. Estudos de natureza histrica e antropolgica, principalmente a partir da segunda metade do sculo XX, demonstraram que as sociedades humanas esto constantemente reorganizando suas formas de compreender e lidar com o mundo. Dessa forma, a cultura no pode ser vista de uma forma esttica. Um dos mais claros exemplos desse processo pode ser visto com relao s comunidades indgenas brasileiras. No comeo do sculo XX, as autoridades oficiais acreditavam que a ampliao do contato entre brancos e ndios poderia, em questo de dcadas, extinguir as comunidades indgenas. Contudo, o crescimento das comunidades indgenas a partir da dcada de 1950 negou o prognstico do incio daquele sculo. Dessa forma, devemos compreender que a cultura um processo dinmico e aberto em que hbitos e valores so sistematicamente ressignificados. Por isso, a idia de aculturao no pode ser vista como o fim de uma cultura, pois no h como pensar que um mesmo grupo social ir preservar os mesmos costumes durante dcadas, sculos ou milnios. A cultura de um povo, para manter-se viva, deve ser suficientemente livre para conduzir suas prprias escolhas, inovaes e permanncias. Comunidade e sociedade so as unies de grupos sociais mais comuns dentro da Sociologia. Sabemos que ningum consegue viver sozinho e que todas as pessoas precisam umas das outras para viver. Essa convivncia caracteriza os grupos sociais, e dependendo do tipo de relaes estabelecidas entre as pessoas, esses grupos podero se distinguir. A comunidade a forma de viver junto, de modo ntimo, privado e exclusivo. a forma de se estabelecer relaes de troca, necessrias para o ser humano, de uma maneira mais ntima e marcada por contatos primrios. Sociedade uma grande unio de grupos sociais marcada pelas relaes de troca, porm de forma no-pessoal, racional e com contatos sociais secundrios e impessoais.

12As comunidades geralmente so grupos formados por familiares, amigos e vizinhos que possuem um elevado grau de proximidade uns com os outros. Na sociedade esse contato no existe, prevalecendo os acordos racionais de interesses. Uma diferenciao clara entre comunidade e sociedade quando uma pessoa negocia a venda de uma casa, por exemplo, com um familiar (comunidade) e com um desconhecido (sociedade). Logicamente, as relaes iro ser bastante distintas entre os dois negcios: no negcio com um familiar ir prevalecer as relaes emotivas e de exclusividade; enquanto que na negociao com um desconhecido, o que ir valer o uso da razo. Nas comunidades, as normas de convivncia e de conduta de seus membros esto interligadas tradio, religio, consenso e respeito mtuo. Na sociedade, totalmente diferente. No h o estabelecimento de relaes pessoais e na maioria das vezes, no h tamanha preocupao com o outro indivduo, fato que marca a comunidade. Por isso, fundamental haver um aparato de leis e normas para regular a conduta dos indivduos que vivem em sociedade, tendo no Estado, um forte aparato burocrtico, decisor e central nesse sentido.

A SOCIEDADE CONTEMPORNEA Aristteles e Plato, na Antigidade, auxiliaram o homem a entender o mundo... E hoje, aps a fase grega, romana, medieval e do renascimento, depois das grandes descobertas cientficas do sculo XVII, e as geogrficas, como a descoberta do Brasil, atravessamos um perodo de aproximadamente 200 anos constitudo pelo que chamamos de sociedade industrial. O QUE SOCIEDADE INDUSTRIAL? A sociedade industrial uma sociedade que teve seu incio no final do sculo XVIII e se exauriu no final do sculo XX. Durou, portanto, 200 anos. Ela caracteriza-se pelo fato do sistema social Ter no seu epicentro, a produo em grande srie de bens materiais atravs da indstria. O poder ficou nas mos dos proprietrios da indstria. Enquanto que antes 5, 6, 7 mil anos anteriores, na sociedade rural, centro do sistema, era ocupado pela produo de bens rurais e o poder estava nas mos dos latifundirios. Com a sociedade industrial, o poder deslocou-se para as mos dos proprietrios das empresas e o centro do sistema foi ocupado pela produo em grande escala dos bens materiais (geladeiras, TVs, carros, etc.). A sociedade industrial foi uma sociedade que transformou completamente a situao anterior. Alguns pases se industrializaram, e muito. Outros muito menos, como a Itlia. Outros menos ainda, como o Brasil. E outros no se industrializaram de forma alguma, como alguns pases da sia e da frica. Depois de 200 anos tivemos uma situao bastante diversa no mundo, mas a hegemonia ficou totalmente nas mos dos proprietrios de fbricas. SOCIEDADE PS-INDUSTRIAL

13Mais ou menos na metade do sculo XX, depois da II Guerra Mundial, apareceu uma sociedade totalmente nova, que ns, hoje, por comodidade, chamamos de ps-industrial a sociedade contempornea. Esta sociedade caracterizada pelo fato do seu epicentro no ser mais a produo em grande escala de produtos materiais, mas a produo de bens materiais. Isto , smbolos, valores, servios, informaes e esttica. H alguns anos atrs, as pessoas mais importantes eram donos das empresas mais importantes do mundo, as que produziam bens materiais: Ford, Fiat etc. Neste momento, a pessoa mais importante a que no produz bens materiais, mas informaes: Bill Gates, Roberto Marinho, Silvio Santos etc. Se hoje uma pessoa produz informao ela pode facilmente conquistar a hegemonia de um pas. Sempre que as leis no tragam impedimento. Enquanto tempo atrs, um pas era correspondente ao tipo de agricultura que l se desenvolvia, enquanto na sociedade industrial um pas correspondia ao tipo de indstria que l havia, hoje cada pas corresponde ao tipo de televiso que existe nele. este o centro do sistema junto com os bancos de dados, as organizaes para as produes cinematogrficas, as produes de msica, de cultura e a produo cientfica, que, neste momento, obviamente, a mais importante. A sociedade contempornea est passando por profundas mudanas, decorrentes do avano das foras produtivas e das conquistas cientficas e tecnolgicas. Seus reflexos se fazem sentir na cultura, nas prticas sociais, nas relaes de poder e na produo/disseminao da informao, configurando a chamada sociedade do conhecimento e /ou sociedade Informtica. Sociedade do Conhecimento- Trata-se de uma nova forma de conhecer e interpretar o mundo capitalista, onde a principal moeda j no mais o dinheiro, mas sim o conhecimento. O representante dessa sociedade, como afirma DRUCKER (1993) a pessoa instruda. O conhecimento produzido, aprendido, transmitido, aplicado e enriquecido pelo ser humano, o que coloca a pessoa no centro dessa nova ordem. Este reordenamento, que est provocando o desaparecimento gradativo do proletariado e fazendo emergir, conforme FRIGOTTO (1995), o cognitariado, vem gerando profundas alteraes no mundo do trabalho e exigindo um novo perfil de trabalhador e um novo padro de gesto. Cognitariado refere-se ao trabalhador instrudo: o nico bem que o proletariado possua era sua fora de trabalho; esse novo trabalhador domina conhecimentos que tm valor de mercado. A economia baseada em mo de obra barata, numerosa e pouco qualificada, est cedendo lugar a uma economia onde somente os mais preparados so aproveitados, sendo que os demais tendem ao desemprego e marginalidade social. A Revoluo Informacional, aparece nessa sociedade ps-moderna como uma revoluo tecnolgica que se segue revoluo industrial. Essa a concepo que representa a transferncia para as mquinas de um novo tipo de funes cerebrais, significando que o trabalho humano deixa de ser de manipulao e passa a ser de tratamento de informaes. Na realidade essa revoluo representa a possibilidade concreta de se transmitir a informao, organiz-la, estoc-la, explor-la, utiliz-la para a tomada de decises. Essa revoluo vem com as mutaes tecnolgicas permitindo uma nova diviso do trabalho, representado pelos que produzem informaes e pelos que as utilizam.

14Sociedade informtica no dizer de Adam SCHAFF aquela sociedade que se apia na microeletrnica, na microbiologia e na energia nuclear, permitindo a automao e a robotizao, trazendo consequncias positivas como a utilizao para o aumento da produtividade e da riqueza social, mas tambm trazendo desemprego cultural. Tem incio, nessa sociedade, a vida digital, isto , aquela em que tudo estar conectado atravs de satlites, de computadores, de bits, de dados eletrnicos, de comunicao via sites, onde acontecero amizades e amores, onde o analfabetismo ser o no domnio desse instrumento, cone deste sculo, chamado computador. POR QUE TIVEMOS A PASSAGEM DA SOCIEDADE INDUSTRIAL PARA A PS-INDUSTRIAL? Tivemos esta passagem, pois houve a coincidncia de alguns fatores importantes. O primeiro foi o desenvolvimento tecnolgico e cientfico. Tivemos uma transformao de poca, no somente para a informtica, mas tambm para as fibras ticas, as biotecnologias e os novos materiais como o laser. Enfim, uma srie de descobertas extraordinrias que entre 1900 e 2000 transformaram completamente a nossa cultura material. Junto ao progresso tecnolgico houve o desenvolvimento organizacional. Aprendemos a organizar os fatores produtivos de forma a produzir cada vez mais com menos esforo. Ao lado de tudo isso tivemos a globalizao, isto , a possibilidade de comprar peas, produtos no mundo todo e montlos reduzindo seu custo. Tivemos ainda a difuso dos meios de comunicao de massa e em seguida do sistema de transporte mais eficiente e rpido. Finalmente, tivemos a escolarizao de massa no mundo todo. Esses cinco ou seis fatores provocaram a passagem da sociedade industrial para a psindustrial. Porm, qual o grande problema? que nem todas as transformaes ocorrem com a mesma velocidade. As tecnolgicas so mais rpidas. As culturais mais lentas. As psicolgicas mais lentas ainda. As psicoanalticas mais lentas ainda e as tcnicas mais vagarosas ainda. J passamos, h alguns anos, da sociedade industrial para a ps-industrial. Mas a nossa mentalidade e a nossa cultura ainda so do tipo industrial e somos obrigados a administrar essa sociedade ps-industrial com a mentalidade, a cultura, os instrumentos intelectuais que formamos na poca anterior. Isto chama-se cultural gap, uma lacuna cultural dita pelos antroplogos. Por causa dessa lacuna, estamos organizando uma escola industrial numa sociedade ps-industrial. Isto nos faz sentir inadequados. A sensao de no estarmos adequados como professores ou organizadores de escolas, provm do fato de percebermos, a cada dia, nas nossas aulas, que nosso ensinamento est atrasado em relao sociedade. A sociedade foi mais veloz e caminhou mais rapidamente do que a escola. A escola est perseguindo a sociedade, ao invs de preveni-la. A sociedade contempornea est cercada de dvidas, incertezas, mudanas, impregnada de novos conceitos, plena de rupturas. Para alguns tudo isso representa de fato, um corte cultural e

15epistemolgico, uma poca onde as fronteiras esto se desfazendo, uma poca chamada tambm de ps-modernidade. A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO Tendo intrnsecos referenciais tericos e prticos que sero trabalhados ao longo da trajetria acadmica. Sero muitas as indagaes provocativas, para, com isso, ir delineando uma nova formatao do projeto poltico-pedaggico que se clama para a formao docente no ensino do qual faro parte. Ainda, a partir da ao-reflexo-ao (ALARCO, 2003), poder tambm, repensar sua futura prtica pedaggica cotidiana no encaminhamento de novas alternativas didticas da ao docente, no af de se descortinar metodologias realmente crticas e transformadoras da relao Homem-Mundo oxigenadas por dilogos atuais e produtivos. Dessa forma, quer se frisar que o ponto de partida e de chegada, no ensinar ou traar regras rgidas e tecnocrticas do simples ato de ensinar ou transmitir receitas prontas to somente dos contedos programticos oferecidos pelos diversos currculos oficiais para as diversas reas de conhecimento, mas apresentar elementos didtico-educativos que possam auxili-los no repensar de sua ao docente futura e, conseqentemente, no projeto pedaggico da construo de uma nova escola. No se pode esquecer que os alunos do sculo XXI esto sendo preparados para este admirvel novo mundo e a reflexo cabe tanto a quem j est em sala lecionando, quanto queles que preparam as crianas, adolescentes e jovens, pois esses que levaram o novo perfil s universidades, alunos que so considerados por muitos apticos, ora hiperativos, conversadores, sem disciplina, entretanto, este novo sculo que precisa de formadores de opinio, lderes que faam diferente para uma nova tentativa de marcar a educao brasileira, a escola e a universidade que na dcada de 80 e 90 foram consideradas to boas, to construtoras, to disciplinadas. Essas trouxeram um presente neste incio de sculo XXI, marcado por adultos muitas vezes sem norte para seguir sua vida profissional e at pessoal, cabe a questo em que a educao deixou a desejar? Toro traou o perfil do futuro, j atual perfil de um cidado do novo milnio, diante da sociedade em mudana e ambiente do trabalho em mutao. A Sociedade do Conhecimento (ou: Digital da Informao Em rede) tem o conhecimento como gerador de riqueza de estruturao: Horizontal - em rede Incertezas - Desafios Declnio do trabalho braal Profisses em extino Novas profisses/ Trabalhadores do Conhecimento Responsabilidade coletiva pelos resultados Equipes de trabalho autodirigidas

16 Uso intenso das novas tecnologias Toro, ainda questiona, de que Escola e educao os indivduos precisam? Desenvolvimento da autonomia Senso crtico Capacidade de anlise e sntese Capacidade de trabalhar em equipe Etc, etc, etc E finalmente traa, embasado nos propsitos da UNESCO, os requisitos para a cidadania na Sociedade do Conhecimento, Cdigos da Modernidade Bernardo Toro. Alta competncia em leitura; Alta competncia em clculo matemtico e resoluo de problemas; Alta competncia em expresso escrita (descrever, analisar/comparar, expressar, pensar.) Capacidade para descrever, analisar, e criticar o ambiente social; Capacidade para receber criticamente os meios de comunicao de massa; Capacidade para criar, decidir e trabalhar em grupo; Capacidade para localizar, acessar e usar informao acumulada (TIC e outras tecnologias) Ser flexvel e no especialista demais; Ter mais criatividade do que informao; Estudar durante toda a vida; Adquirir habilidades sociais e capacidade de expresso; Assumir responsabilidades; Ser empreendedor; Entender as diferenas culturais; Adquirir intimidade com as novas tecnologias. Diante de tudo isso a proposta pesquisa, adaptao, no temer o novo, viver com a diversidade do indivduo dentro ou fora de sala de aula, fazer das inmeras informaes que o educando leva at o professor em arte de ensinar, e, sobretudo, deixar claro para o aluno que a informao apenas no sustenta a formao para ser um bom profissional e para ser um indivduo feliz. Os professores, como adultos da situao e mediadores da informao ao conhecimento, tm, conseqentemente, em seu poder a sabedoria para contribuir com a formao desta nova sociedade. A NECESSIDADE DE POLTICAS PBLICAS DE LAZER Nesse sentido, esse entendimento de lazer leva necessidade da definio de polticas pblicas, como processo de construo de novas experincias, com base nos desejos e necessidades pessoais e sociais das diferentes comunidades. Marcellino (1996) prope que a discusso e a implementao desses mecanismos, por parte do pblico ou de outras instituies ligadas sociedade civil, passe pelo

17[...] entendimento amplo do lazer, em termos de contedo, pela considerao do seu duplo aspecto educativo, suas possibilidades enquanto instrumento de mobilizao e participao cultural, as barreiras socioculturais verificadas, e por outro lado, pelos limites da Administrao Municipal e a necessidade de fixao de prioridades a partir da anlise de situao (p. 27). Em relao ao entendimento amplo do lazer, preciso consider-lo em suas mltiplas possibilidades, segundo os contedos propostos por Dumazedier (1980a), procurando inter-relacionlos, o que requer a busca da interface com outros departamentos da Secretaria, dentro do poder pblico (MARCELLINO, 1996), onde a poltica de lazer ser realizada. Essa situao importante, pois o entendimento da problemtica deve ser o mesmo dentro dos diferentes setores que tenham interface com a questo do lazer, como forma de articular discursos e aes, potencializando os resultados a serem alcanados. Sobre o duplo aspecto educativo do lazer, preciso entend-lo no apenas como descanso e divertimento, questes importantes, mas como possibilidade de desenvolvimento pessoal e social. Para isso, devem-se observar as interfaces com outras polticas pblicas, como educao, sade, transportes e demais reas do social (MARCELLINO, 2000). De forma mais abrangente que os departamentos ou secretarias que tenham interface com a questo do lazer, aparece aqui a importncia da articulao de diferentes secretarias do poder pblico, de modo a colaborar com o alcance dos objetivos propostos, tanto de lazer, quanto das demais reas do social. Em relao s suas possibilidades como instrumento de mobilizao e participao cultural, deve ser levada em considerao a possibilidade da ao ser realizada em conjunto com grupos e organizaes ligadas rea do fazer cultural e com grupos populares da cidade, com base em suas manifestaes culturais e em seus nveis de participao1, em busca da superao desses nveis atravs de uma poltica de animao sociocultural (MARCELLINO, 1996). E aqui, a participao efetiva ganha destaque, pois com ela que as pessoas compreendero o saber fazer e podero passar de nveis menos elaborados para nveis de participao mais elaborados, garantindo maior criticidade e criatividade em relao s suas vivncias. Em relao s barreiras socioculturais, o autor afirma que se deve levar em considerao questes como gnero, faixa-etria, esteretipos, acesso aos espaos, entre outras questes, que, tendo a situao scio-econmica como pano de fundo, limitam tanto qualitativamente, quanto quantitativamente a apropriao do lazer por parte de uma parcela da populao. Para atacar essas questes necessrio, por parte do poder pblico o estabelecimento de prioridades para as parcelas da populao, normalmente no atendidas, com o objetivo de minimizar os efeitos indesejados provocados pelas barreiras. Sobre os limites da Administrao Pblica preciso perceber que a questo do lazer somente pode ser entendida relacionada a questes de tempo e espao que transcendam os executivos municipais como jornada de trabalho e ocupao do solo urbano, o que coloca a1

Dumazedier (1980b) classifica os nveis em elementar (conformista), mdio (crtico) e superior (criativo).

18necessidade de participao em discusses e em aes com rgos representativos e setores constitudos da sociedade, tanto por parte do poder pblico (MARCELLINO, 1996), quanto por outras instituies que promovam aes relacionadas a polticas de lazer. Complementando a questo relacionada a uma poltica de lazer, Requixa (1980) comenta que as diretrizes de uma poltica de lazer no podem, apenas, restringir-se a uma poltica de atividades, devendo envolver, tambm, questes relativas formao e capacitao de quadros para atuao, de espaos e de equipamentos, bem como critrios de reordenao do tempo. Isso reala a necessidade do poder pblico fixar prioridades com base na anlise de situao, procurando responder questes como: Existe uma estrutura de animao capacitada e atuante nos equipamentos especficos? Como esses equipamentos esto distribudos pela cidade? H equipamentos especficos sub-utilizados? Existe a possibilidade de se adaptar equipamentos no especficos para sua utilizao em atividades de lazer? Por fim, Marcellino (1996) aponta para a importncia da questo ser analisada em seu movimento pendular, relacionada problemtica das polticas pblicas em pases da periferia do capitalismo que, segundo Freitag (1987), significa ver o desenvolvimento das polticas pblicas entre a inteno original de disciplinar e de reproduzir as estruturas sociais, de um lado, e de capacitar, de outro, os processos emancipatrios.

OS ESPAOS E OS EQUIPAMENTOS DE LAZER 1. ESPAOS DE LAZER "Democratizar o lazer implica em democratizar o espao. (MARCELLINO, 1983, p.57) "O espao para o lazer o espao urbano". (idem)

Quando se realiza relao lazer/espaos urbanos, verifica-se uma srie de descompassos: O crescimento das cidades caracterizado pela acelerao e imediatismo (agravado pelo xodo Com o crescimento das cidades agrava-se o isolamento de seus habitantes; O aumento da populao urbana no foi acompanhado pelo desenvolvimento da infra-

rural e pelas migraes de cidades menores para aquelas que se constituem em plos de atrao);

estrutura, gerando desnveis na ocupao do solo e diferenciando marcadamente, de um lado as reas centrais, concentradoras de benefcios, e de outro a periferia, verdadeiro depsito de habitaes; A valorizao das reas centrais inviabiliza a construo de equipamentos pblicos e incentivam o crescimento vertical;

19 Nas grandes cidades sobra pouca ou quase nenhuma oportunidade espacial para a convivncia;

A urbanizao regida pelos interesses imediatistas do lucro especulao imobiliria -, A alterao da paisagem feita sem critrios, pode contribuir na descaracterizao do patrimnio

dificultando a extenso de recursos e servios s regies perifricas; ambiental urbano, esse processo provoca a expulso das populaes originais e a conseqente perda das ligaes afetivas entre o morador e o habitat; As grandes distncias entre os locais de trabalho e a moradia obrigam a grande massa de trabalhadores a despender uma parcela razovel do seu tempo dirio na locomoo (cidades satlites tambm chamadas de dormitrios); As grandes distncias entre as unidades de morada e os equipamentos especficos do lazer, geralmente concentrados em reas centrais, as srias deficincias verificadas no sistema de transportes coletivos e as barreiras scio-econmicas certamente contribuem para confinar grandes parcelas da populao a prticas conformistas.

Esses descompassos foram causados as cidades a partir da Revoluo Industrial e o processo

de urbanizao, que segundo Tvola, citado por Marcellino (1996), invadiu o espao das cidades e tomou conta do tempo das pessoas. Estas foram perdendo a relao equilibrada e harmnica com o tempo e espao, na iluso de que os utilizavam (espao e tempo) racionalmente e de que os estavam pondo a servio do prprio progresso da comunidade do pas, do mundo etc. Dumazedier (19) acrescenta ainda que nas sociedades industriais, os construtores das cidades tiveram, antes de tudo, um ponto de vista utilitrio; a transformao da natureza se fez em detrimento de sua contemplao, as relaes sociais tm sido marcadas de maneira primordial pelo trabalho produtivo. PATRIMNIO URBANO E QUALIDADE DE VIDA relativamente recente a preocupao com os efeitos nocivos causados pelo processo de urbanizao e industrializao crescente, para a estrutura de nossas cidades. A ao predatria, motivada pelos interesses imediatistas, ocasiona problemas muito srios, que afetam a qualidade de vida da populao. Os espaos preservados e revitalizados contribuem de maneira significativa para uma vivncia mais rica da cidade, quebrando a monotonia dos conjuntos, estabelecendo pontos de referncia e mesmo vnculos afetivos. Alm disso, preservando a identidade dos locais, pode-se manter, e at mesmo aumentar o seu potencial turstico. 2. A CASA, O BAR, A RUA, A ESCOLA EQUIPAMENTOS NO-ESPECFICOS DO LAZER

20 Para MARCELLINO (1996) uma simples anlise da questo dos equipamentos de lazer pe em destaque algumas caractersticas indesejveis, quando se pensa em termos de democratizao cultural, como: a centralizao de equipamentos especficos (teatros, cinemas etc.), ou a sua localizao em espaos para pblicos segmentados, ou de santurio de que ainda se reveste um bom nmero deles, e as dificuldades para utilizao de equipamentos no-especficos o prprio lar, bares, escolas etc. Todas as pesquisas do conta de que a grande maioria da populao, notadamente nos grandes centros urbanos, desenvolve suas atividade de lazer, prioritariamente, no ambiente domstico; A casa o principal equipamento no-especfico de lazer, incluindo a vizinhana; Uma pesquisa realizada no Rio de Janeiro mostrou que a maioria da populao carioca no sai

de casa nos fins de semana; PARA REFLETIR: O que tem levado as pessoas a passarem a maior parte do seu tempo livre em casa? Uma outra pesquisa realizada para se investigar sobre os hbitos de lazer de uma populao,

constatou elevados ndices de atividades desenvolvidas no mbito domstico: - ouvir msica e assistir televiso obteve uma freqncia de 80% dos pesquisados. Quanto ao lar, ainda que possa oferecer condies satisfatrias para uma minoria privilegiada, constitui um dos poucos equipamentos disponveis para grandes parcelas da populao, empurradas para dentro de suas casas no tempo disponvel para o lazer, so as que menos tm condies de desenvolver atividades produtivas no ambiente domstico. O espao mnimo tanto em termos de rea construda como de quintais ou reas abertas coletivas; Antigamente as ruas serviam para atender as necessidades de contemplao e de encontros dos indivduos. Hoje as ruas de grandes cidades esto tomadas pelos veculos, oferecendo perigos de toda ordem. Andar pelas ruas uma oportunidade de ver e de ser visto, dever paisagens naturais e construes humanas, de observar as pessoas em geral ou de encontrar-se com alguma pessoa em particular. (CAMARGO, 1989, p. 63) As ruas das grandes cidades tornaram-se particularmente perigosas, levando as pessoas a ficarem dentro de suas casa, o que tem gerado uma modificao dos hbitos de lazer e nas formas de relaes sociais (NETO, 1993, p.74). Os bares, mais do que um ponto de consumo de bebidas, so uma pausa no passeio para um Atualmente existe muito preconceito ligado ao consumo de bebidas alcolicas, melhor desfrute dessas possibilidades de contemplao e de encontro; descaracterizando-os como ponto de encontro; Existem bares das grandes cidades que so sempre includos nos roteiros tursticos; Alguns bares promovem exposies, lanamentos de livros etc.;

21 As escolas contam com grandes possibilidades para o lazer, em termos de espaos, nos vrios campos de interesses: quadras, ptios, auditrios, salas, etc., mas a abertura desses equipamentos no vem se verificando, talvez pelo terror dos riscos de depredao. Com relao precariedade na utilizao dos equipamentos no-especficos Marcellino( 1996) coloca-nos duas questes igualmente importantes: 1. a necessidade de desenvolvimento de uma poltica habitacional, que considere, entre outros aspectos, tambm o espao para o lazer o que no e fcil num pas como o nosso, com alto dficit habitacional, e que deve, portanto, estimular alternativas criativas em termos de reas coletivas; 2. a considerao da necessidade da utilizao dos equipamentos especficos para o lazer, atravs de uma poltica de animao. 3. OS EQUIPAMENTOS ESPECFICOS DO LAZER A grande maioria das nossas cidades no conta com um nmero suficiente desses

equipamentos para o atendimento da populao. E o que pior, muitos deles, mantidos pela iniciativa privada, como teatros e cinemas, esto fechando e dando lugar a empreendimentos mais lucrativos; Mesmo aquelas cidades que contam com razovel nmero desses equipamentos, nem sempre tm seu uso otimizado, pela falta de conhecimento do grande pblico, ou seja, pela divulgao insuficiente entre os prprios moradores; Lazer nos locais de trabalho as empresas j procuram fazer algum investimento no lazer de seus empregados. IMPORTANTE Se o espao para o lazer privilgio de poucos, todo o esforo para sua Eles so importantes e sua proliferao uma necessidade que deve ser A ao democratizada precisa abranger a conservao dos equipamentos j

democratizao no pode depender unicamente da construo de equipamentos especficos; atendida, contemplando as diversas classificaes de atividades de lazer. existentes, sua divulgao e incentivo utilizao, atravs de polticas especficas, e a preservao e revitalizao do patrimnio ambiental urbano (MARCELLINO, 1996). 4. CLASSIFICAO E CARACTERSTICAS DOS EQUIPAMENTOS DE LAZER Segundo Gnecco (2000), a classificao dos equipamentos de lazer em especficos e noespecficos foi utilizada pela primeira fez por Requixa, em sua obra Sugesto de Diretrizes para uma Poltica Nacional de Lazer. Denominam-se equipamentos especficos de lazer aqueles construdos, na origem, para a prtica de atividades de lazer e equipamentos no-especficos, obviamente, no.

22Para Requixa, citado por Gnecco (2001), os equipamentos especficos apresentam-se como microequipamentos, de dimenso mdia (mdioequipamentos?), macroequipamentos e os equipamentos em espaos extra-urbanos. Gnecco (idem) ressalta que os dois primeiros vinculam-se ao lazer dirio, o terceiro ao lazer de fim de semana e o quarto ao lazer de frias. Os microequipamentos caracterizam-se pela oferta de atividades especficas, dirigidas a usurios de interesses bem definidos, parecendo indicar que o Autor os vincula a somente uma categoria dos interesses do lazer, devendo ser instalados prximos ao local de moradia ou trabalho dos usurios. Como exemplo cita "os centros infantis, os cineclubes, os clubes de fotografia, os atelis de artesanato, as instituies de ioga e outros". Requixa afirma que podem ser criados com relativa facilidade pela liberao de reas livres em concentraes residenciais urbanas e administrados pela populao do entorno. Os equipamentos de dimenso mdia (mdioequipamentos?) caracterizam-se por "atender aos diferentes interesses no lazer (fsicos, manuais, artsticos, intelectuais e sociais). Permitem ao indivduo despertar para outros interesses que no os especficos. Sua implantao requer estudo mais aprofundado, com a previso de acesso fcil". Como exemplo cita equipamentos que possuam "cinema, teatro, piscina, quadras de esportes, salas para cursos, reas de criatividade, etc.". Embora seja construdo preferentemente para o lazer dirio, tambm tem uso no lazer de fim de semana. Os macroequipamentos caracterizam-se por serem amplos, neles convergindo vrios interesses, com destaque "a uma continuada valorizao das atividades ao ar livre. Evidentemente, sua caracterstica principal o verde e natureza". So compostos por parques, jardins e clubes de campo. Sendo em menor nmero, devem ser localizados estrategicamente. So criados para o lazer de fim de semana. Os equipamentos em espaos extra-urbanos so os estabelecidos no campo ou no litoral, destinados tambm ao lazer de fim-de-semana, mas juntamente com o lazer de temporada ou de frias. Objetivam o desfrute pelo usurio de atividades de lazer e de tarefas diferentes das rotinas vividas no cotidiano.

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