tecnologias - educação

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Sobre minha fala de amanhã: Libertação do Cyberespaço: Como os softwares livres contribuem para uma sociedade mais justa e igualitária Se queremos liberdade, é preciso falar de liberdade. Richard Stallman - Ativista GNU (Sistema Operacinal do tipo Unix e FSF (Free Software Foundation - Fundação do Software Livre). Quem controla o seu computador? Você? Ou será que antes de você, uma empresa possui o seu domínio e dita suas regras? Sabemos que os programas que utilizamos são constituídos de códigos-fonte. Estes códigos fontes - que podem ser compreendidos como a linguagem de um computador - carregam em si a instrução que será enviada à sua máquina, para que ela leia e execute uma determinada função. Quem escreve esta instrução poderá atribuir - ou não - uma série de poderes para todo aquele que vier a utilizar um programa - que vai desde o que o usuário poderá visualizar dentro dessas instruções ou até mesmo até onde o desenvolvedor deste programa poderá infiltrar- se na máquina deste usuário. Nós achamos que o computador nos obedece. Entretanto, antes de nós sermos seu proprietário, ele foi de seu desenvolvedor - logo, antes de obedecer à nós, ele obedecerá antes o seu progenitor. Assim, quando falamos de software não falamos apenas de um programa que está ali apenas como uma ferramenta para nos ajudar. Há alguém, antes de tudo, que poderá ou não influenciar em nossas vidas através de grandes codificações - e esta influência, em sua grande maioria, está desprovida de neutralidade. Por trás dos códigos-fonte, temos que ter em conta uma leitura acerca dos princípios de filosofia e ética destes programadores. Logo, sim, você até poderá dizer quem é que controla sua máquina; entretanto, antes disso, tenha em mente que ao manusear um sistema particular, uma empresa irá decidir o quê você poderá controlar - e o que ela poderá controlar em sua máquina. Portanto: você é controlado.

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O uso de tecnologias na Educação.

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Page 1: Tecnologias - Educação

Sobre minha fala de amanhã:

Libertação do Cyberespaço: Como os softwares livres contribuem para uma sociedade mais justa e igualitária

Se queremos liberdade, é preciso falar de liberdade.Richard Stallman - Ativista GNU (Sistema Operacinal do tipo Unix e FSF

(Free Software Foundation - Fundação do Software Livre).

Quem controla o seu computador? Você? Ou será que antes de você, uma empresa possui o seu domínio e dita suas regras? Sabemos que os programas que utilizamos são constituídos de códigos-fonte. Estes códigos fontes - que podem ser compreendidos como a linguagem de um computador - carregam em si a instrução que será enviada à sua máquina, para que ela leia e execute uma determinada função. Quem escreve esta instrução poderá atribuir - ou não - uma série de poderes para todo aquele que vier a utilizar um programa - que vai desde o que o usuário poderá visualizar dentro dessas instruções ou até mesmo até onde o desenvolvedor deste programa poderá infiltrar-se na máquina deste usuário.

Nós achamos que o computador nos obedece. Entretanto, antes de nós sermos seu proprietário, ele foi de seu desenvolvedor - logo, antes de obedecer à nós, ele obedecerá antes o seu progenitor. Assim, quando falamos de software não falamos apenas de um programa que está ali apenas como uma ferramenta para nos ajudar. Há alguém, antes de tudo, que poderá ou não influenciar em nossas vidas através de grandes codificações - e esta influência, em sua grande maioria, está desprovida de neutralidade.

Por trás dos códigos-fonte, temos que ter em conta uma leitura acerca dos princípios de filosofia e ética destes programadores. Logo, sim, você até poderá dizer quem é que controla sua máquina; entretanto, antes disso, tenha em mente que ao manusear um sistema particular, uma empresa irá decidir o quê você poderá controlar - e o que ela poderá controlar em sua máquina. Portanto: você é controlado.

Os softwares livres estão em meio à esta batalha pela libertação do ciberespaço. Partem do princípio em que se você não controlar os seus programas, seus programas te controlarão. Livres: softwares livres - ou libres, como alguns estudiosos do meio preferem dizer. Seja em inglês, português ou espanhol, a ideia principal é a de buscar a liberdade. Liberdade na visualização, manipulação e distribuição desses códigos - sem fins lucrativos. O software livre, ademais, respeita as liberdades do usuário e a comunidade. Liberdade para rodar o programa como o usuário preferir; abre o código-fonte para que o usuário possa estudá-lo e aprender com ele, para que assim, futuramente, possa construir o seu - sozinho ou em uma comunidade - e também compartilhá-lo; temos também a liberdade de copiar um código e modificá-lo, redistribuí-lo ou editá-lo; ou re-distribuir cópias exatas do código - e não apenas o código fonte, mas também o conhecimento aprendido com os demais, promovendo mudanças, defendendo assim o que compreendemos como liberdade. Se o seu software não apresenta nenhuma das características recém citadas, significa que ele simplesmente reproduz uma forma de poder de maneira injusta. Ademais, os defensores de sotwares não-livres, te vendem uma coisa que não te explicam como usá-la - para que

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assim, seja mais fácil manter seu controle e domínio em nossa sociedade. Muito provavelmente, além de não permitir o crescimento do usuário, ele provavelmente compartilha dos mesmos ideais dos softwares particulares, que além de muitas vezes roubarem informações, rastreiam o usuário, espionam, ou até mesmo deletam conteúdo que nem por eles fora desenvolvido, como foi o caso da Amazon, que deletou a obra de George Orwen, 1984, de seu sistema.

Outras facetas podem ser encontradas em algumas atitudes suspeitosas, que às vezes podem aparecer em nossas frentes, em nossas telas: já aconteceu com você de estar entre o sim e o não quando o assunto é a concessão de uma permissão para a atualização de algum programa? Pois bem. Muitas dessas atualizações podem ser extremamente prejudiciais - mas que muitas vezes, advém junto de ameaças ocultas, como por exemplo quando afirma que “se você não atualizar, poderá enfraquecer a imunidade de seu sistema”. Ou alguns softwares nada perguntam: simplesmente modificam forçadamente, invadindo os direitos dos usuários - como a Microsoft costuma fazer. Ou pior: atacam usuários - como a Microsoft também fez, forjando uma situação de invasores virtuais para que assim pudesse roubar dados da NASA. Muitos dos programadores envolvidos nesses casos não são em si, sádicos; mas se movem por dinheiro, por ganância.

O que fazer caso eu queira contribuir para a não-proliferação de programadores controladores? Formalmente, para não contribuir com este abuso tecnológico, teríamos que deixar de utilizar os computadores. Entretanto, há uma opção de construir um novo mundo, livre, sem que abandonemos nossas máquinas: migrando-nos para o universo de softwares livres e disseminando-os por entre a maior quantidade de esferas da sociedade possíveis que possamos conhecer. Nós, como educadores, podemos entrar diretamente na veia desta sociedade, através da Educação. A Instituição escolar pode ser, sem dúvidas, uma grande aliada nesse processo de disseminação e mudança. Entretanto, um dos grandes obstáculos para a disseminação dos softwares livres é ainda o contínuo uso e distribuição de softwares particulares por governos e escolas - e sinceramente, não vejo distinção entre este tipo de atitude e a venda de cigarros para crianças. Elas - as crianças - já são curiosas por natureza. Há muitas crianças que já vêm demonstrando interesses por programação; poderíamos muito bem aproveitar este momento e incentivar a vontade, a curiosidade e orientar essas crianças em suas jornadas. Informar para libertar; libertar para conhecer. A escola bem que poderia dar um bom exemplo seguindo suas próprias regras. Ora, se queremos cidadãos para uma sociedade forte, capaz, independente, cooperativa e livre, por que não iniciamos imediatamente a prática da teoria que tanto defendemos? Ademais, sem dúvida é possível afirmar que a garantia do espírito da programação nesses softwares está diretamente atrelada com o espírito clássico da colaboração científica.

O problema é que nós já estamos bastante acomodados e habituados com os softwares que conhecemos. Há ainda algumas limitações atribuídas aos softwares abertos mas que vêm sendo vencidas de maneira comunitária por colaboradores unidos por esta ideologia libertária - O Linux, por exemplo, vêm se mostrado um sistema operacional livre repleto de recursos que cada dia mais se superam.Obviamente não é tão fácil desprender-se do vício de manejar aquilo que já conhecemos e desprender-se desta acomodação que temos com esses sistemas operacionais que já estamos habituados - ainda mais em uma geração que cresceu lendo o logotipo Microsoft diariamente - mas para manter a liberdade é necessário fazer algum sacrifício.LINKS

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1)Para quem possui domínio do idioma inglês, comento que há um curso online e aberto, pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) sobre o uso de videogames e computadores no aprendizado de crianças.

http://ocw.mit.edu/courses/urban-studies-and-planning/11-127j-computer-games-and-simulations-for-investigation-and-education-spring-2009/index.htm

Além do mais, há diversos cursos fornecidos pela mesma equipe, que estão separados por tópicos e áreas, que podem ser encontrados em: http://ocw.mit.edu/courses/find-by-topic/#cat=finearts&subcat=gamedesign

2) É impossível negar o crescente uso e disseminação das novas tecnologias - que vai desde os campos dos negócios ao que diz respeito à comunicação social. A explosão dessas tecnologias têm mudado a maneira como vivemos - assim, podemos concluir que a tecnolologia também está afetando a maneira como aprendemos e ensinamos. Este artigo, elaborado pela National Council for Accreditation of Teacher Education irá fazer uma abordagem sobre o que professores deveriam estar habilitados para tirar vangategens do avanço dessas tecnologia (como uma instrução para os que menos têm conhecimento sobre esta temática) e como isso poderá contribuir futuramente para o aprendizado do estudante; podendo identificar assim as deficiências de seu própio programa escolar e sugerir o que os programas educacionais poderiam fazer para corrigir estas deficiências. Dentre os principais apontamentos, encontramos a defesa em estimular mais usos efetivos da educação , estimular e expandir suas próprias ações como profissional através do bom uso dessas novas tecnologias.

O arquivo está disponível online aqui: http://files.eric.ed.gov/fulltext/ED412201.pdf