tcc-monografiafinal-2011

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E.T.E.C. CARLOS DE CAMPOS Design de Interiores Juliana Maria Bezerra Tafinel Marcos Antonio Delmondes Silva Priscilla Ferrão do Prado Tatiane de Souza Boury “POINT DISCO BAR” – PROJETO DE UMA CASA DE SHOW

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Page 1: TCC-MonografiaFinal-2011

E.T.E.C. CARLOS DE CAMPOS

Design de Interiores

Juliana Maria Bezerra Tafinel

Marcos Antonio Delmondes Silva

Priscilla Ferrão do Prado

Tatiane de Souza Boury

“POINT DISCO BAR” – PROJETO DE UMA CASA DE SHOW

São Paulo – Julho / 2011

Page 2: TCC-MonografiaFinal-2011

Juliana Maria Bezerra Tafinel

Marcos Antonio Delmondes Silva

Priscilla Ferrão do Prado

Tatiane de Souza Boury

“POINT DISCO BAR” – PROJETO DE UMA CASA DE SHOW

Trabalho de Conclusão de Curso –

TCC, apresentado como exigência para

obtenção do Título de “Técnico em

Design de Interiores”, na Escola

Técnica Estadual Carlos de Campos,

na área de “Produção Cultural e

Design”, sob orientação da Profa. Tânia

Regina Pereira Carvalho Sanches.

São Paulo – Julho / 2011

Page 3: TCC-MonografiaFinal-2011

TERMO DE APROVAÇÃO

Autores:

Juliana Maria Bezerra Tafinel

Marcos Antonio Delmondes Silva

Priscilla Ferrão do Prado

Tatiane de Souza Boury

Título:

“Point Disco Bar” – Projeto de uma casa de show

Trabalho de Conclusão de Curso – TCC defendido e aprovado

em 21 de julho de 2011, pela seguinte banca examinadora:

_______________________________________

Profa. Luciana Villela Junqueira BallOrientadora da Pesquisa

_______________________________________

Profa. Tânia Regina Pereira Carvalho SanchesOrientadora de Projeto

_______________________________________

Profa. Edna Maria Guido AntonioExaminadora

_______________________________________

Profa. Maria Carolina N. Lelis NicolielloExaminadora

São Paulo – Julho / 2011

Page 4: TCC-MonografiaFinal-2011

“A maioria das pessoas cometem o erro de pensar que design é a aparência. As pessoas pensam que é esse verniz - que aos designers é entregue esta caixa e dito: ‘Deixe bonito!’. Isso não é o que achamos que seja design. Não é só o que aparece e sente. Design é como funciona”.

Steve Jobs, CEO da Apple

"No que diz respeito ao empenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz".

Ayrton Senna, piloto de F1

Page 5: TCC-MonografiaFinal-2011

Dedicamos esse trabalho primeiramente a nossos familiares –

pais e mães, irmãos, namorados, parceiros, companheiros ou agregados,

que nos apoiaram nos diversos momentos e dificuldades do Curso.

Dedicamos também aos nossos amigos

e aos queridos “membros ocultos” do grupo de TCC, por motivos óbvios –

e eles sabem do quê e de quem estamos falando...

Por fim, dedicamos esse trabalho a nós mesmos,

porque nós merecemos saborear esse fruto de tantas noites em claro,

de tantas aulas, pesquisas, estudos e desenhos feitos e refeitos!

Page 6: TCC-MonografiaFinal-2011

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao apoio e incentivo de todos os professores que se

importaram com o nosso crescimento e aprendizado ao longo do Curso, que se

empenharam em nos preparar para o mercado de trabalho, e que nos

incentivaram nos momentos difíceis, não nos deixando esmorecer ou desistir

quando algo parecia impossível.

Agradecemos por nos mostrarem que, sim, nós somos capazes!

Agradecemos à parceria e colaboração dos nossos colegas de sala, dos

nossos colegas de outras salas, e daqueles que hoje também podemos chamar

de colegas, os funcionários e colaboradores da E.T.E.C. Carlos de Campos.

Agradecemos à compreensão dos nossos familiares e amigos, que às

duras penas, em alguns momentos, tiveram que saber (ou aprender) a conviver

com a nossa ausência, por conta do Curso.

Por fim, agradecemos mais uma vez aos mais que amigos Jhonattan S.

A. Vitorino e Laura L. de Lucca.

Page 7: TCC-MonografiaFinal-2011

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................ 11

CAPÍTULO 1 – OS ANOS 70 .......................................................................... 22

1.1 Algumas efemérides .................................................................................. 22

1.2 Aspectos históricos, políticos e econômicos ............................................. 24

1.3 Cultura, costumes, esportes, arte e moda ................................................. 26

1.4 Uma década musical ................................................................................. 28

1.5 Na “discoteca”: a trilha sonora de uma década? ....................................... 31

1.6 A “Era Disco” no Brasil e a novela “Dancin’ Days” .................................... 35

CAPÍTULO 2 – CASA DE ENTRETENIMENTO / CASA DE SHOW ............... 37

2.1 Algumas considerações sobre um projeto de interiores ............................ 37

2.2 Algumas considerações sobre “entretenimento” e “show” ........................ 38

2.3 “Casa de show”: definição ......................................................................... 39

2.4 Requisitos normativos e de regulamentação ............................................. 40

2.4.1 Exigências legais específicas ................................................................. 40

2.4.2 Normas técnicas a serem igualmente cumpridas ................................... 43

2.5 Sobre a nossa proposta ............................................................................ 45

CAPÍTULO 3 – LOCALIZAÇÃO: BAIRRO DO BRÁS ...................................... 46

3.1 Breve histórico do bairro do Brás .............................................................. 46

3.2 Localização geográfica, dados demográficos e outros aspectos sociais . . 50

3.3 Problematizando: nosso projeto x público alvo x localização .................... 52

CAPÍTULO 4 – PROPOSTA ............................................................................ 46

4.1 Conceito .................................................................................................... 54

4.2 Público alvo ............................................................................................... 55

4.3 O prédio e sua localização ........................................................................ 55

4.3.1 Tombamento .......................................................................................... 55

4.4 Serviços ..................................................................................................... 56

4.5 Agenda ...................................................................................................... 56

Page 8: TCC-MonografiaFinal-2011

4.6 Estrutura .................................................................................................... 57

4.6.1 Espaços/ambientes ................................................................................ 57

CAPÍTULO 5 – O PROJETO ........................................................................... 54

5.1 Memorial de Critérios ................................................................................ 54

5.2 Memorial Descritivo ................................................................................... 55

5.2.1 Paginação de pisos ................................................................................ 55

5.2.2 Frentes (...ou Espaços Externos ou Ambientes Externos...) da casa

noturna .................................................................................................. 55

5.2.3 Interiores (...ou Espaços Internos ou Ambientes Internos...) da casa

noturna .................................................................................................. 55

5.3 Orçamento ................................................................................................. 55

5.3.Contrato ..................................................................................................... 55

CONCLUSÃO .................................................................................................. 59

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 60

APÊNDICES .................................................................................................... 63

Apêndice 1 – Apresentação do TCC em Power Point (exibida no Auditório

da E.T.E.C. Carlos de Campos em 21 de julho de 2011) .......... 64

ANEXOS .......................................................................................................... 88

Anexo 1 – Referências históricas e de design no mobiliário ........................... 88

Anexo 2 – Projeto executivo dos jardins verticais ........................................... 91

Anexo 3 – Pranchas do projeto ....................................... .......................... 93

Mnmnmnmn

Mnmnmmnmn

Mnmmnmmnm

Anexo 4 – Pranchas de projetos executivos de mobiliário .............................. 93

Mnmnmnmn

Mnmnmmnmn

Mnmmnmmnm

Anexo 5 – Ilustrações digitalizadas ................................................................. 93

8

Page 9: TCC-MonografiaFinal-2011

Mnmnmnmn

Mnmnmmnmn

Mnmmnmmnm

9

Page 10: TCC-MonografiaFinal-2011

LISTA(S) DE TABELAS, ILUSTRAÇÕES, FIGURAS E/OU GRÁFICOS

LISTA DE ABREVIATURAS E/OU SIGLAS

OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo

Page 11: TCC-MonografiaFinal-2011

RESUMO e/ou ABSTRACT

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

............ ..................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

......................... .....................................................................................................

...............................................................................................................................

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...................................... ........................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

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...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

.............................................................................................................

Palavras-

chaves

: .............................................................................................................................

...............................................................................................................................

................................................................

Page 12: TCC-MonografiaFinal-2011

12

Page 13: TCC-MonografiaFinal-2011

INTRODUÇÃO

13

Page 14: TCC-MonografiaFinal-2011

CAPÍTULO 1 – OS ANOS 70

1.1 Algumas efemérides

Séculos: (...) Século XIX - Século XX - Século XXI (...)

Décadas: (...) 1940 - 1950 - 1960 - 1970 - 1980 - 1990 - 2000 - 2010 - 2020 - 2030 - 2040 (...)

Anos: 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979

A década de 70 do século passado é lembrada por uma efervescência

política, histórica e cultural, e também por alguns avanços tecnológicos

marcantes. Elencamos a seguir uma sucessão cronológica com alguns dos

principais acontecimentos ou fatos relevantes registrados naquela década, no

Brasil e no exterior:

a) Na Economia:

início da década – Brasil vive a fase do chamado "Milagre Econômico".

1973 – crise mundial do petróleo (a OPEP – Organização dos Países

Exportadores de Petróleo aumenta o preço do barril de petróleo em mais de

300%) / início do projeto do Eurotúnel / lançamento do primeiro Airbus.

b) Política, guerras, golpes militares, revoluções e conflitos:

11 de setembro de 1973 – golpe militar no Chile, liderado pelo general

Augusto Pinochet, derruba o governo socialista de Salvador Allende.

1974 – em 15 de março, o general Ernesto Geisel assume a presidência do

Brasil / em 25 de abril, a Revolução dos Cravos, em Portugal, acaba com o

regime militar no país / em 09 de agosto, após o “caso Watergate”, Richard

Nixon renuncia à presidência dos EUA.

abril de 1975 – começa a Guerra Civil no Líbano / com a derrota e rendição

dos Estados Unidos, termina a Guerra do Vietnã.

1979 – em 15 de março, o general João Baptista Figueiredo, último

presidente militar, assume a Presidência da República no Brasil / em abril,

ocorre a Revolução Iraniana.

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Page 15: TCC-MonografiaFinal-2011

c) Esportes:

21 de junho de 1970 – o Brasil sagra-se tri-campeão da Copa do Mundo de

Futebol, no México (fato canalizado pelo regime militar e pelo momento

econômico que o país vivia, o do chamado “Milagre Econômico”, resultando

numa onda de ufanismo patrocinada pelo governo).

1972 – na República Federal da Alemanha (á época, Alemanha Ocidental),

são realizados os Jogos Olímpicos de Munique, marcado pelo atentado

contra atletas da delegação de Israel.

1976 – são realizados os Jogos Olímpicos de Montreal, Canadá.

d) Ciência e tecnologia:

15 de novembro de 1971 – a Intel lança o primeiro microprocessador do

mundo, o Intel 4004.

janeiro de 1972 – é lançado o Odyssey 100, o primeiro videogame do

mundo.

1975 – a missão espacial Viking I começa a exploração do planeta Marte.

final da década – a televisão em cores começa a se tornar popular.

e) Música e televisão:

março de 1970 – depois de muito sucesso nos anos 60, acaba a banda de

rock The Beatles.

16 de agosto de 1977 – morre o “rei do rock”, Elvis Presley, o artista de

maior sucesso nos EUA na década.

alguns artistas e bandas que fizeram sucesso no período, no Brasil e no

exterior – Gilberto Gil, Roberto Carlos, Caetano Velos, Elis Regina, João

Gilberto, Gal Costa, Tom Jobim, Erasmo Carlos, Rita Lee, Chico Buarque,

Clara Nunes, Jair Rodrigues, Jorge Ben Jor, Raul Seixas, Tim Maia, Vinicius

de Moraes, Deep Purple, Black Sabath, Rolling Stones, Led Zeppelin, Kiss,

Aerosmith, AC/DC, Sex Pistols, The Clash, The Ramones, Bee Gees,

Queen, Iron Maiden, The Police, Pink Floyd, David Bowie, Elton John, John

Travolta, Donna Summer, Elvis Presley, Rod Stewart, John Lennon, Bob

Marley.

15

Page 16: TCC-MonografiaFinal-2011

alguns programas de televisão que fizeram sucesso no período (idem) –

Chico City, Vila Sésamo, Sítio do Pica-Pau-Amarelo (de 1977), A Grande

Família, O Incrível Hulk, Cyborg, As Panteras, Havai 5.0, Dallas, Saturday

Night Live, Mulher Maravilha, O Homem de 6 Milhões de Dólares, Chaves, e

desenhos animados como Speed Racer, Pica-Pau, Pernalonga, Piu-Piu,

Tom e Jerry, Gaguinho, Os Herculóides, Homem Pássaro, Spectreman,

Popeye.

16

Page 17: TCC-MonografiaFinal-2011

1.2 Aspectos históricos, políticos e econômicos

Na década de 70, surgiam os movimentos de defesa do meio ambiente,

paralelamente a um crescimento das revoluções comportamentais iniciadas na

década anterior – de tal forma que muitos sociólogos e historiadores

consideram os anos 70 como a "era do individualismo".

Em termos políticos, dá-se a Revolução dos Cravos, em Portugal,

seguida pela independência das diversas então “colônias portuguesas de além-

mar” (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe,

na África, mais Timor-Leste, na Ásia – território imediatamente invadido pela

Indonésia, numa ocupação que durou até 1999). Em algumas dessas colônias,

guerras civis ou outros movimentos de independência tiveram o envolvimento

de outros países, dentro do contexto da “guerra fria” entre EUA e União

Soviética, e respectivos aliados.

Em vários países democráticos, especialmente Alemanha, França e

Itália, mas também noutros de regimes ditatoriais, como Espanha, Grécia e

países da América do Sul, os anos 1970 foram marcados por violência política,

lutas armadas e terrorismo (de esquerda e de direita), e pelo endurecimento do

aparato repressivo estatal.

Na União Soviética, sob a gestão neo-stalinista de Leonid Brejnev, a

economia se fortificava, o que permitiu ao regime comunista tornar o seu

“Exército Vermelho” o mais poderoso e influente do mundo, atemorizando os

EUA e seus aliados, e levando a uma subsequente busca dos caminhos da paz

entre o Ocidente capitalista (nas gestões de Richard Nixon, Gerald Ford e

Jimmy Carter) e o Oriente comunista.

Fato emblemático da década, ao fim da Guerra do Vietnã, com a derrota

e rendição dos EUA, o país asiático (então dividido em Vietnã do Norte e

Vietnã do Sul) é reunificado. Nesse mesmo escopo, deu-se o início do fim das

chamadas “corrida espacial” e “corrida armamentista”, que cederam lugar,

gradativamente, a um progresso humanístico, que visava não o interesse

individual das potências, mas sim da humanidade – no que costuma ser

definido como o período da chamada humanidade progressista.

17

Page 18: TCC-MonografiaFinal-2011

A economia mundial, e particularmente a dos Estados Unidos, entrou em

recessão após a primeira crise do petróleo (1973), quando a OPEP –

Organização dos Países Exportadores de Petróleo triplicou o preço do barril de

petróleo. Tal fato se deu como retaliação dos países árabes, maioria dos

constituintes da OPEP, contra o apoio dos Estados Unidos a Israel durante a

Guerra do Yom Kippur (ocorrida no mesmo ano de 1973).

No Brasil, ainda sob impulso do chamado “milagre econômico”, os

efeitos dessa primeira crise do petróleo foram parcialmente superados pela

utilização das reservas cambiais e, em seguida, pelos empréstimos

internacionais tomados para equilibrar a deficitária balança comercial. Porém,

do meio para o fim da década, o “milagre econômico” começa a entrar em

declínio, quando em 1979 uma nova crise do petróleo preocupa o Ocidente

(desta vez motivada pela queda do Xá do Irã, Mohammad Reza Pahlevi, então

aliado dos Estados Unidos).

Essa queda do Xá iraniano permite a ascensão ao poder do “regime dos

aiatolás”, e da figura do Aiatolá Komeini, líder muçulmano xiita e inimigo

declarado de Israel. Dessa forma, mais uma vez , e agora por pressão do Irã, o

petróleo é usado como arma política, e tem seu preço duplicado para tentar

atingir os Estados Unidos, maior consumidor mundial, e histórico aliado de

Israel.

Enquanto isso, na União Soviética a economia, a contrário senso,

aproveita-se da crise do petróleo e chega ao seu auge, permitindo aos

cidadãos um conforto material relativamente alto, a despeito do sistema político

vigente. No Brasil, por sua vez, os reflexos dessa segunda crise do petróleo

serão sentidos com bem mais intensidade que na crise anterior, acelerando

gradualmente a inflação, devido aos seguidos aumentos dos preços dos

combustíveis no mercado interno. O decantando “milagre econômico” chegava

ao fim.

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Page 19: TCC-MonografiaFinal-2011

1.3 Cultura, costumes, esportes, arte e moda

Foi pela televisão, aparelho doméstico que se popularizou nos anos 70

(principalmente com o advento da TV à cores), que o mundo se tornou

infinitamente menor e menos secreto, para os padrões da época.

Por exemplo: Richard Nixon, presidente americano deposto pelo

escândalo do “caso Watergate”, foi uma "personalidade" típica das telas de TV

dos anos 70, e sua saída do governo foi festejada pela população dos EUA,

enquanto o resto do mundo acompanhou todo o episódio "de perto", pela TV;

do último passo de dança no Studio 54 (famosa boate nova-iorquina fundada

em 1977, e que fechou as portas na década seguinte) às imagens das crianças

cambojanas morrendo de fome ou da adolescente vietnamita nua queimada

pelas bombas de napalm lançadas pelos EUA durante a Guerra do Vietnã,

todas as emoções da década de 70 foram adaptadas ao mesmo nível da tela

pequena, e chegava potencialmente a todos os lares mundiais.

Os esportes viveram uma fase de explosão midiática, assim como a

dança, a popularização da asa delta, do windsurf, dos patins, das provas

olímpicas de corrida, etc.. Desse modo, a “discoteca” e o esporte (também

fazendo uso da televisão) serviram de atalhos para as celebridades efêmeras

previstas pelo artista pop Andy Warhol, autor da célebre frase "No futuro, todos

serão famosos durante 15 minutos".

É também na década de 70 que surgem ou se firmam personalidades

midiáticas como Freddie Mercury e o grupo Queen, o roqueiro Alice Cooper, o

andrógino David Bowie, o performático ator John Travolta, o próprio Andy

Warhol (artista plástico e um dos mestres da “pop art”), a atriz Farrah Fawcett

(modelo de beleza copiada na época), o músico e ativista John Lennon, o ator

Bruce Lee, o cantor e compositor Paul McCartney, o polêmico e performático

Elton John, os “irmãos Gibb” (Barry Gibb, Robin Gibb e Maurice Gibb, do grupo

Bee Gees), e diretores de cinema como Francis Ford Coppola, Steven

Spielberg, Martins Scorcese, entre tantos outros artistas, atores e atrizes,

cantores e cantoras, bandas ou grupos musicais, apresentadores de televisão,

modelos ou misses, estilistas, e esportistas.

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Page 20: TCC-MonografiaFinal-2011

Na moda, ainda perdurou o estilo "hippie" surgido no final dos anos 60,

com seus jeans e calças militares usadas com enormes bocas-de-sino,

camisas de popeline estampadas (novidade na época) e de golas gigantescas

(para homens), as calças pantalonas (para mulheres), e os cabelos quanto

mais rebeldes melhor – sendo o "black power" o estilo mais popular.

Caracterizaram a época: as tachinhas, bordados e muitos brilhos; as camurças

com franjas, estilo safári, os colares de contas, as miçangas e bijuterias

étnicas; as saias e calças de cintura baixa com cintos largos ou feitos de

penduricalhos; as estampas florais, roupas artesanais, materiais naturais e

tinturas caseiras; as botas de camurça e sandálias ou sapatos de plataforma

(quanto maior melhor, tanto para homens como para mulheres); as saias

longas, estampadas, estilo cigana; e muito uso de brilhos e plumas nas roupas

em geral, além de adornos como anéis, pulseiras, relógios e correntes.

Criou-se não só um modo específico de se vestir, mas todo um "estilo de

vida" representando por uma moda (que girava em torno disso tudo) e até por

um modo de andar, um modo de falar e um modo de agir peculiares. As

pessoas não pareciam preocupadas com o amanhã, mas sim com o agora,

com aquele momento festivo. A pista de dança, então, era o local ideal para

"soltar" todas as repressões e se libertar das amarras e de todos os

preconceitos sociais, de tal modo que outro aspecto que fez parte do

comportamento dos jovens na época da “disco music” foi o sexo "sem culpa",

feito ou buscado apenas por diversão, sem a preocupação com

relacionamentos sérios.

Tanta efervescência cultural e social, baseada numa certa apologia ao

sexo livre e ao hedonismo, levou ainda a uma explosão do consumo de drogas

ilícitas e até mesmo ao surgimento de novas drogas, como o ecstasy,

originalmente sintetizado em 1914, mas que teve o seu uso como entorpecente

iniciado na década de 70, nos EUA.

Todos esses comportamentos, festivo e de culto ao corpo, de

hedonismo e de liberação sexual, que caracterizaram o movimento “disco”

cobrariam porém um alto preço nos anos 80, com o surgimento da AIDS.

Ainda falando sobre costumes e consumismo, há que se registrar da

época a popularização do automóvel, que, regido pelas exigências de mercado

e até pela legislação de vários países, chegou a pesar mais de duas toneladas

20

Page 21: TCC-MonografiaFinal-2011

e ganhou também cores marcantes (mais um exemplo da exuberância da

década), para depois, no final dos anos 70, enfrentar a carência e as crises do

petróleo, o que redundou numa diminuição de seu tamanho e peso.

21

Page 22: TCC-MonografiaFinal-2011

1.4 Uma década musical

Na década de 70, eclodiram vários movimentos musicais, como o Rock

and Roll, a Discoteca, e o experimentalismo na música erudita.

Como dado histórico da década, citemos aqui que, já com o advento da

televisão dominando os lares norte-americanos, aconteceu em 1973 o célebre

concerto de Elvis Presley, "Aloha from Hawaii", cuja audiência foi estimada em

mais de 1 (um) bilhão de espectadores. Elvis, porém, veria sua carreira entrar

em decadência, logo depois, e veio a falecer em 1977. Outro dado histórico:

após sete bem sucedidos anos de carreira (na década de 60), a banda de rock

The Beatles se separa, em março de 1970, e seus membros se lançam,

posteriormente, em sucedidas carreiras solos.

Por fatos como esses é que os anos 70 são vistos como a última década

do período do chamado “classic rock”, movimento cultural musical surgido nos

primórdios da história do rock (nos anos 50 e 60) e seus derivados. Os anos 70

são vistos, ainda, como a "década da discoteca", devido ao surgimento da

“dance music”, e é também nos anos 70 que surge o movimento “punk”.

Já a incorporação de instrumentos de música erudita no rock, iniciada

nos anos 60, só ganhou ares de movimento musical (também derivado da

psicodelia sessentista) no início dos anos 70, sendo conhecido como “rock

progressivo”. Artistas de destaque que se juntaram nessa nova proposta, com

grande destaque, foram: Pink Floyd, John Lennon, Genesis, Yes, Jethro Tull,

Emerson, Lake & Palmer, King Crimson, Mike Oldfield, Van Der Graaf

Generator, Gentle Giant (todos britânicos); bandas germânicas como Can,

Faust, Neu!, Tangerine Dream, Amon Düül e Kraftwerk; bandas italianas como

Le Orme, Formula Tre e Premiata Forneria Marconi; e bandas de outros

países, como Rush (Canadá), Univers Zéro (Bélgica), e Focus (Holanda), que

também contribuíram com o movimento. Item histórico e verdadeiro ícone

desse período é o disco The Dark Side of the Moon, do Pink Floyd, obra de

maior destaque do “rock progressivo” até os dias atuais.

No Brasil, destaque para os trabalhos de bandas como O Terço, O Som

Nosso de Cada Dia, A Barca do Sol, Rita Lee & Tutti Frutti, Casa das Máquinas

22

Page 23: TCC-MonografiaFinal-2011

e Sagrado Coração da Terra, além da banda baiana Doces bárbaros (que

reunia Maria Bethania, Gilberto Gil, Gal Costa e Caetano Veloso).

Nos anos 70 surge, ainda, o “glam rock”, onde o chique e o glamour

faziam parte de um visual afetado. David Bowie, com o seminal disco The Rise

and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars, é até hoje considerado o

maior expoente do “glam”, que teve também ícones na pessoa de Marc Bolan e

seu grupo T-Rex, a banda Mott the Hoople, e principalmente a figura de Elton

John (e seu o álbum Goodbye Yellow Brick Road), artista que tinha como

marca registrada os grandes óculos, as roupas exageradas e rigidamente

enfeitadas e coloridas, além de botas de plataforma e calças boca-de-sino.

Por sua vez, a aceleração e a distorção do “blues” deu origem ao “hard

rock”. É certo que essa linha melódica já havia se iniciado nos anos 60, mas foi

na década de 70 que ela surge com força, tendo como bandas líderes do

gênero Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple, além de outros destaques

(como Kiss e Aerosmith). Especialmente no sul dos EUA, terra do “blues” dito

“de raiz”, o “hard rock” ganhou uma sonoridade característica, conhecida como

“southern rock”, da qual grupos como Allman Brothers e Lynyrd Skynyrd são os

mais lembrados. Ainda sobre essa relação entre “rock” e “blues”, não se pode

deixar de citar que os Rolling Stones tiveram na década de 70 a sua fase mais

criativa.

Enfim, nos anos 70 a música se populariza, mas com a impressão de

que tudo tinha mesmo era que acabar nas pistas de dança. Surge a disco

music (ou dance music), resgatando o desejo pela dança através do "clássico"

filme Os Embalos de Sábado à Noite, estrelado por John Travolta.

Quando esse ator vestiu seu terno branco e jogou os braços para o alto,

a "discothèque" já estava vivendo um período de iminente decadência, mas

voltou a ser moda. Símbolo incontestável da “disco music”, esse filme lançou

até mesmo um novo verbo, conjugado pelo mundo afora: “travoltear”. Não é à

toa que os anos 70 são, para alguns, conhecidos como a “década da

discoteca”, como já referido no início desse item.

A “disco music” trouxe um novo balanço para a música pop, revelou

gênios da música eletrônica (como Giorgio Moroder, expoente da época e

responsável pela descoberta da "rainha das discotecas", Donna Summer), e

23

Page 24: TCC-MonografiaFinal-2011

desembocaria, já nos anos 80, no surgimento da música “dance” e “eletrônica”

que embalou e embala os jovens dos anos 90 e 2000.

Mais próximo do encerramento da década de 70 surgiu o “punk rock”,

movimento musical politicamente mais engajado que a “disco music”. O “punk

rock” derivou da cena de Nova York denominada “blank generation”, que reunia

artistas tão diversos como Patti Smith, Television, New York Dolls e outros, e

investia musicalmente contra o sistema político estabelecido. Na Inglaterra, em

especial, enfrentava-se uma recessão e grave crise econômica, enquanto o

“punk” pregava a anarquia, por meio de grupos como Sex Pistols e The Clash –

que “dividiam” o trono do movimento com os nova-iorquinos dos The Ramones.

O “punk rock” representou, na época, a volta do “rock” à sua forma mais

primitiva, emergente das garagens e dos porões dos submundos inglês e

americano, e os adeptos da subcultura “punk” (tanto dos EUA quanto do Reino

Unido) criticavam ferozmente a “disco music”, com protestos muitas vezes

violentos contra os adeptos da “disco”.

Como se fosse um hiato entre a “disco music” e o “punk rock”, cite-se

ainda o movimento “new wave”: contrária ao “punk”, essa “nova onda”

celebrava o brilho do início da década, e chegava a flertar, algumas vezes, com

a própria “disco music” – vide grupos como Blondie (com Deborah Harry e seu

maior hit, a batida “disco” de Heart Of Glass). Mas a “new wave” perdeu força

rapidamente, e os famosos punks dos Sex Pistols, entre outros, também se

dissolveram – embora o movimento “punk rock” acabe sobrevivendo, de forma

importante, até o final daquela década de 70.

Por fim, na música pop a importância das palavras viu-se substituída

pelo ritmo. Importava o balanço e a quantidade de decibéis, o quê propiciou a

aparição de dezenas de grupos e estrelas de sucesso fulminante – e também

de rápido desaparecimento. O efêmero e o descartável foram campeões em

todas as paradas de sucesso. É quando surge Michael Jackson, com seus

primeiros quatro álbuns de carreira solo: Got To Be There, e Ben, de 1972,

Music and Me, de 1975, e o estrondoso sucesso do seu primeiro álbum em

fase adulta, Off The Wall, de 1979 (que já vendeu cerca de 20 milhões de

cópias até hoje).

24

Page 25: TCC-MonografiaFinal-2011

1.5 Na “discoteca”: a trilha sonora de uma década?

Como já dito no item anterior, a “disco music” tornou a popularizar a

música e, em certa fase da década de 70, tudo parecia levar às pistas de

dança.

O filme Os Embalos de Sábado à Noite, estrelado por ninguém menos

que um ator então iniciante, John Travolta, popularizou o som, a moda, o

comportamento, as vestimentas e a dança identificados com o movimento

“disco”. O espírito de festa que faz parte do gênero “dance music”/”disco music”

elevou o ator a ícone de uma fase da década de 70, uma espécie de deus das

discotecas e das mulheres da época, além de exemplo para os homens.

Travolta ganhou imitadores pelo mundo afora, e alastrou-se uma “febre das

discotecas” – a famosa “disco fever”, que viria dar nome a uma infinidade de

canções lançadas na época (e mesmo depois do final da “disco music”).

Esse novo balanço então introduzido na música pop forjou símbolos

musicais de uma geração, como Donna Summer (a “rainha das discotecas”),

Bee Gees (e seus inúmeros hits – a despeito do grupo ter iniciado carreira

como country/rock/pop), KC and the Sunshine Band, e os suecos do ABBA;

Chic, Gloria Gaynor, Cher, e os irmãos The Jacksons / Jackson 5 e Michael

Jackson no início de sua carreira solo; Sister Sledge, Tina Charles, Dee Dee

Jackson, Ritchie Family, Grace Jones, Sylvester, Village People, Voyage, The

Trammps, Barry White, Andy Gibb, Olivia Newton-John, A Taste of Honey, mais

os precursores Harold Melvin & the Blue Notes, George McGrae, Hues

Corporation e LaBelle, além de Betty Wright, Harry Wayne "K.C." Casey, o

grupo espanhol Barrabas, e até mesmo Elton John e alguns de seus arranjos

instrumentais. Da Europa, cite-se também nomes como Silver Convention e

Boney M (Alemanha), Santa Esmeralda (França) e La Bionda (Itália). Alguns

artistas norte-americanos de outros gêneros musicais também entraram na

onda “disco” e se relançaram no mercado, como Cher (que se tornaria um dos

medalhões da “disco music” e voltou ao topo das paradas na década de 70), e

James Brown (que se auto-intitulou The Original Disco Man, e até gravou um

álbum com esse título em 1979).

25

Page 26: TCC-MonografiaFinal-2011

Quase nada escapou à febre “disco” de regravações ou criação de

versões dançantes, nem mesmo a 5ª Sinfonia de Beethoven (que ganhou uma

versão dançante como um das faixas do LP da trilha sonora do filme Os

Embalos de Sábado à Noite)! Basicamente, quase todas as bandas de rock

conhecidas na época tiveram um flerte com a “disco”, em busca de mercado:

por exemplo, os Rolling Stones (com os hits "Miss You" e "Shattered", de

1979), o Queen (com o sucesso "Another One Bites the Dust", inspirada na

linha de baixo da música “Good Times”, do Chic), a já citada Blondie ("Heart of

Glass"), Rod Stewart (com "Da Ya think I´m Sexy"), o Kiss (com os sucessos "I

Was Made For Lovin' You" e "Sure Know Something"), o Pink Floyd (com o

"Another Brick In The Wall part 2"), o Roxy Music, The Eagles, e mesmo o The

Clash – todos acrescentaram toques “disco” a algumas músicas suas.

Também no Brasil o estilo deixou sua marca, com a reprodução de toda

essa trilha sonora nas danceterias locais, com o estouro da novela Dancin'

Days (da Rede Globo de Televisão, que foi ao ar no ano de 1978 e catapultou

o efêmero sucesso do grupo As Frenéticas), e até mesmo ancorando famosos

programas de rádio específicos, como o "Cidade Disco Club”, da Rádio Cidade

do Rio de Janeiro (102,9 FM).

A roqueira Rita Lee chegou a ter canções gravadas por As Frenéticas e

também gravou músicas no estilo “disco”, e também Tim Maia (acompanhado

pela Banda Black Rio) lançou álbum fortemente inspirado no gênero – Tim

Maia Disco Club. Até o MPB Gilberto Gil gravou, em 1979, a canção “disco”

intitulada Realce, do álbum homônimo, que foi considerada na época como

uma possível (e disfarçada) ode à cocaína.

O fenômeno “disco” trouxe consigo (e aumentou) a popularidade de

algumas formas de dançar pré-coreografadas. Durante toda aquela febre

“disco”, era comum ver cantores simulando um robô no palco, popularizando

algo que foi criado pelo jovem Michael Jackson (do grupo Jackson 5) durante

uma performance de Dancing Machine em programa de televisão exibido em

1973.

Assim, as discotecas (ou “night clubs”) viraram um dos símbolos

supremos do período, templos onde se cultivava o narcisismo delirante, onde

tudo era permitido, onde o corpo ganhou suas maiores homenagens. São

26

Page 27: TCC-MonografiaFinal-2011

ícones dessa época, e lembrados até hoje, nomes como Studio 54 (EUA),

Banana Power e Papagaio Disco Club (Brasil).

Aproveitamos esse ponto do texto para explicar que o termo “discoteca”

deriva do francês “discotèque”, que se refere, na verdade, a uma boate de

médio porte, com pista de dança, iluminação e música altamente dançante.

Esse conceito evoluiu posteriormente para as danceterias (de médio e grande

porte, inclusive), e atualmente para os “dance clubs”, “clubs” diversos, e festas

“raves”.

Nesses locais, e como substrato de todo o movimento “disco”,

estimulou-se também uma onda esportiva que assolou o planeta nos últimos

três anos da década de 70 (ainda que a “disco music” não tenha sido

exatamente responsável por tal fenômeno – mas apenas o tenha estimulado).

Fato é que as discotecas e, naturalmente, a permissividade sexual e o

hedonismo quase absolutos dos grandes centros urbanos europeus e norte-

americanos da época levavam todos a um culto ao corpo e à forma física, e

todos (não apenas só as mulheres) se sentiam no direito e na obrigação de

serem mais eróticos, mais viris, mais aparentemente saudáveis, e mais

satisfatórios visual e tatilmente. Daí a febre do jogging, expressão americana

que começou a tomar o lugar do "cooper" a partir do final daquela década.

Outro aspecto importante do movimento “disco” é que a sua música era

diferente do rock composto e executado nos anos 60, por significar (apesar de

muitas exceções) um retorno da influência dos produtores, que faziam

contratos curtos, como verdadeiros aluguéis de músicos, para produzirem

sucessos para artistas diversos. E o papel desses artistas, por sua vez, era

simplesmente cantar e divulgar as músicas, o que pode explicar a opinião de

alguns críticos de rock que odeiam a “disco”, e afirmam que várias dessas

músicas "têm a mesma cara".

Giorgio Moroder, Patrick Adams, Cerrone, Bernard Edwards (e seu

parceiro Nile Rodgers, criadores do grupo Chic), Quincy Jones e François

Kevorkian foram os principais produtores desse movimento. E fora da indústria

fonográfica, por sua vez, surgiu também nessa época a figura dos DJs (disc-

jóqueis), muitos dos quais também eram produtores e remixadores de estúdios

de gravação, e tiveram muita influência no fenômeno “disco” – até pelo fato que

as vendas de discos muitas vezes dependiam do sucesso nas pistas de dança.

27

Page 28: TCC-MonografiaFinal-2011

Cabe apontar, aqui, uma curiosidade: como a maioria das bandas e

artistas “disco” eram bandas ou artistas “de estúdio”, dificilmente se faziam

excursões mundiais ou pelo Brasil, e a ânsia dos fãs em ouvir esses artistas

era, muitas vezes, aplacada pelas gravadoras com o incentivo e até a produção

de "covers" das versões oficiais – um dos motivos pelos quais o próprio cenário

de shows internacionais no Brasil só ganha feições profissionais após a

realização do festival Rock in Rio, em 1985.

Sobre a decadência da “disco”, já bem no final dos anos 70, apontam-

se, hoje, muitas razões: desde a reação de puristas do rock, até alguns nada

sutis sentimentos racistas e anti-gays (afinal, a música “disco” e as coreografias

que a caracterizaram eram taxadas não só de tolas, mas também de

"efeminadas"). Surgiram manifestações "antidisco" nos Estados Unidos e

mesmo discursos politizados contra a “disco music” no Reino Unido; fãs do

rock tradicional (mais sério) criaram a expressão "Disco sucks!" – “a Disco

enche!”; e uma rádio de rock em Chicago (EUA) chegou até mesmo a criar um

evento, em 1979, chamado "Disco Demolition Night", que envolveu a explosão

de LPs de “disco music”, e quase terminou em tumulto.

Enquanto isto, o público que consumiu e curtiu a “disco music”, ao vê-la

difundida nos meios de comunicação passou a buscar outras formas de música

dançante (muitas vezes a mesma “disco music”, mas com outro nome).

Também nesse momento ficou claro o poder dos “Disk Jockeys” (DJs)

das estações de rádio, pois quando estes passaram a boicotar a “disco music”,

esse ritmo desapareceu do mainstream – não totalmente, mas modo ainda

mais acelerado do quê já estava ocorrendo.

Adentrando o início dos anos 80, músicos e grupos norte-americanos

como George Benson, Patrice Rushen, Brothers Johnson, The Commodores,

S.O.S. Band e outros lançaram músicas que ainda foram sucesso, e que eram

claramente influenciadas pela “disco” – porém, rotulados apenas como “dance

music” ou “funk”, sem o título de "disco music" (que parecia já ter "cansado" o

público). E a Europa, surgiu uma derivação da “disco” que ficou conhecida

como “Eurodisco”, e fundia elementos da “disco music” (como a batida

compassada e ritmada) com os recém surgidos sintetizadores, teclados e caixa

de ritmos.

28

Page 29: TCC-MonografiaFinal-2011

Assim, após 1980 a “disco music” se metamorfoseou e deixou

influências em gêneros que a sucederam, como a “acid house”, a “hi-energy”, a

“house music”, a “deep disco”, o “garage”, o “acid jazz”, e outras variações. A

sonoridade “disco” perdurou em hits de bandas ou artistas como Bizarre Inc.,

Black Box, Sophie Ellis-Bextor, Daft Punk, Kylie Minogue, A-Teens, na maioria

das músicas do Jamiroquai, e mesmo em alguns álbuns de Madonna, para

citar apenas alguns nomes.

29

Page 30: TCC-MonografiaFinal-2011

1.6 A “Era Disco” no Brasil e a novela “Dancin’ Days”

No Brasil, a “disco music” ganhou especial força em 1978 com a

“telenovela das oito”1 da Rede Globo Dancin' Days, na qual a atriz Sônia Braga

(advinda do sucesso na novela Gabriela) viveu o papel de Júlia, uma ex-

presidiária que consegue vencer os preconceitos e os desafios, e que reinava

na pista de dança, onde extravasava emoções e era a rainha (ou, a “dancing

queen”), e onde ninguém se importava quem ela era ou qual o seu passado –

mas apenas a viam como excelente dançarina “disco”.

Criada por Gilberto Braga, essa novela contou com um elenco fixo e

participações especiais de peso à época, e foi ainda o trabalho de estreia de

alguns atores que viriam a se firmar com fama e competência na televisão

brasileira, nos anos seguintes – como Glória Pires, Lídia Brondi, Claudia Ohana

e Eri Johnson.

Dancin' Days fez história na TV, teve 173 (centro e setenta e três)

capítulos, e foi ao ar de 10 de julho de 1978 e 27 de janeiro de 1979, tendo sido

reapresentada com sucesso entre outubro e dezembro de 1982, às 22 horas, e

reexibida num compacto de uma hora e meia, em 18 de fevereiro de 1980,

como atração do Especial 15 Anos da Rede Globo de Televisão. Essa novela

foi, inclusive, tema de uma reportagem da então prestigiosa revista norte-

americana NewsWeek, que destacou sua influência nos hábitos, costumes e

consumo.

Seu enredo incluía uma viagem internacional da protagonista Júlia ao

exterior (depois de sair da prisão e se casar com um milionário solitário). Nessa

viagem, ela tomou um providencial “banho de loja”, e retornou ao Brasil

exuberante, rica, ostentando muita maquiagem e roupas de grife, saltos super

altos e transformada numa mulher chique, poderosa, adepta das pistas de

dança e do som “disco” da época, figura que atraía para si os olhares e o

interesse de todos.

Em cenas de muita sensualidade na pista da discoteca Dancin’ Days, a

personagem acabou por promover, na época, a propagação do visual, dos

adereços, das roupas e de toda a cultura “disco” nos grandes centros urbanos

1 Alusão ao então horário de exibição da principal novela noturna da emissora - por volta das 20 horas.

30

Page 31: TCC-MonografiaFinal-2011

do Brasil, que estava passando pelo período da chamada “abertura política” do

início do fim da ditadura militar. O próprio título da novela foi emprestado de

uma famosa boate carioca daquele período – a Frenetic Dancing Days

Discothèque.

Com toda a onda iniciada por essa novela, além de As Frenéticas (grupo

citado no item anterior, e ao qual coube interpretar o tema de abertura da

novela), vários outros artistas também tiveram seu momento de fama – nomes

ainda não citados, como Lady Zu, Dudu França, Harmony Cats, Gretchen, e

até artistas covers dos estrangeiros (como Dee Dee Jackson Cover, Brazilian

Genghis Kahn, e outros).

A trilha sonora nacional e internacional dessa novela teve grande

vendagem e farta execução radiofônica na época, tendo sido relançada em CD

em 2001, após remasterização.

31

Page 32: TCC-MonografiaFinal-2011

CAPÍTULO 2 – CASA DE ENTRETENIMENTO / CASA DE SHOW

2.1 Algumas considerações sobre um projeto de interiores

Tomando-se por exemplo uma orquestra, na qual a harmonia perfeita, a

sonoridade magistral e o virtuosismo dos músicos resultam da capacidade de

cada um deles em executar as partituras que fundamentam a obra que a

orquestra toca, podemos dizer que no design de interiores a partitura é o

Projeto. Sem projeto não há criação, não há harmonia, e não há obra.

O projeto de interiores compreende a idéia, a concepção, a execução, a

especificação de produtos e o detalhamento de etapas como hidráulica,

iluminação, marcenaria, revestimentos etc..

Para se definir o valor dos honorários por um projeto toma-se como base

a área em m2, e as características da obra – se comercial ou residencial. E

algumas etapas são fundamentais no processo de criação e execução de um

projeto de interiores, a saber:

a) pesquisa e análise dos objetivos e desejos do cliente, por meio de

documentos e estudos preliminares que unam essas necessidades com o

conhecimento técnico do profissional – garantindo ao projeto

funcionalidade, conforto, segurança e qualidade estética;

b) confirmação dos estudos preliminares e adequação das soluções propostas

ao orçamento do cliente;

c) seleção de cores, materiais, revestimentos e acabamentos coerentes com

os conceitos estabelecidos na criação, e que estejam em consonância com

as características sócio-psicológicas, funcionais, de vida útil, de

durabilidade e de proteção ao meio ambiente;

d) especificação de mobiliário, equipamentos, sistemas, produtos e outros

elementos, bem como elaboração dos respectivos orçamentos, instruções

de instalação e planificação de cronogramas de execução;

e) elaboração de plantas, elevações, detalhamento de elementos construtivos

não estruturais - paredes, divisórias, forros, pisos (com atenção ao detalhe

de que alterações na estrutura construtiva exigem a contratação de um 32

Page 33: TCC-MonografiaFinal-2011

Arquiteto ou Engenheiro), além de layouts de distribuição, de pontos de

hidráulica, de energia elétrica, de iluminação, mais detalhes de

comunicação e design de móveis, e definição de paisagismo e outros

elementos;

f) adequação de toda essa intervenção às leis e regulamentos municipais que

se fizer necessária;

g) se for o caso, coordenação/supervisão dos profissionais que vão atuar na

execução do projeto, tais como engenheiros, eletricistas, marceneiros entre

outros, harmonizando o trabalho conforme o cronograma estabelecido;

h) se for o caso, compra de todos os produtos, sistemas e equipamentos, após

cotação e aprovação do cliente ou com o acompanhamento deste;

i) se for o caso, acompanhamento de toda a obra, mantendo o orçamento

dentro dos valores previstos ou submetendo ao cliente qualquer alteração

para prévia aprovação;

j) se assim contratado, emissão de relatórios regulares detalhando o

andamento (estágio) da obra, e registrando-se as intercorrências, tais como

alterações, substituições e adequações técnicas e orçamentárias; e

k) elaboração de "check-list" final de entrega da obra, com pesquisa de

satisfação a ser respondida pelo cliente.

Um projeto bem pensado, bem desenvolvido e bem formatado é a base

sólida para uma obra, reforma ou serviço bem executado, principalmente

quanto maior for a envergadura, o valor e a responsabilidade da obra ou

serviço.

33

Page 34: TCC-MonografiaFinal-2011

2.2 Algumas considerações sobre “entretenimento” e “show”

De modo amplo, ao falarmos em “show” nos vem à cabeça a noção de

entretenimento. E, por definição, “entretenimento” é o ato ou o resultado do

entreter-se, de passar o tempo; é também aquilo que entretém ou distrai; é a

diversão, o divertimento, a recreação.

As diversas formas de entretenimento compõem um conjunto de

atividades que o ser humano pratica ou pode praticar, sem outra utilidade

senão o prazer, o lazer, a recreação – podendo se constituir, tais atividades,

em distração, passatempo, contemplação, festividade, desporto, show, etc..

Pode-se dizer, ainda, que determinados lugares são, em si mesmos,

considerados entretenimento, tais como os acampamentos, danceterias,

cabarés, locais de exposição em geral, museus, parques (temáticos ou não),

óperas, rodeios, etc..

Como objeto desse estudo, podemos focar um pouco mais na definição

de “espetáculo”: atividade que também pode ser chamada de “concerto” ou

“show”, de qualquer natureza, o “espetáculo” é uma representação pública que

atrai e impressiona um público, e que se destina a entreter – retomando-se,

aqui, o conceito de “entretenimento” (acima).

Assim é que “espetáculo” pode ser uma apresentação teatral, musical,

cinematográfica, circense ou cênica em geral, uma exibição de trabalhos

artísticos etc. – enfim, tudo o que atrai a vista ou prende a atenção de alguém

ou de um público / plateia. Mas a palavra “espetáculo”, por vezes, tem também

um sentido pejorativo, ao referir-se aos escândalos ou desdéns (por exemplo) –

significado este que foge ao nosso objeto de estudo.

Quanto à definição específica de “show”, este seria este o “espetáculo”

mais ou menos artístico de música popular, de humorismo, de variedades etc.,

apresentado em teatro, rádio, televisão, casa noturna ou mesmo em praça

pública.

34

Page 35: TCC-MonografiaFinal-2011

2.3 “Casa de show”: definição

Nesse estudo, cumpre nos deter, por fim, na definição corrente para

“casa noturna”, ou “casa de show”.

No Brasil, “casa noturna” seria o “estabelecimento comercial voltado

para a diversão, em geral com música ambiente, espaço para dança e

socialização, e venda de bebidas alcoólicas”2. Assim, “casa noturna” seria um

neologismo e também termo genérico criado para abrigar diferentes tipos de

comércio de diversão, tais como bares, boates, discotecas e danceterias,

teatros, casas de shows e de espetáculos (propriamente ditas), e até mesmo

os cabarés, prostíbulos e bordéis.

Para alguns, então, uma “casa de show” seria (mais literalmente) um

espaço, normalmente grande, amplo e/ou bastante espaçoso, onde artistas,

cantores, instrumentistas e performancers em geral podem fazer

apresentações.

2 Fontes: Aulete Digital – Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa (Caldas Aulete); e Wikipédia, em http://pt.wikipedia.org/wiki/Casa_noturna, 13/09/2010, 15:33.

35

Page 36: TCC-MonografiaFinal-2011

2.4 Requisitos normativos e de regulamentação

Como toda atividade comercial, a abertura e funcionamento de uma

casa de show presume o atendimento de vários requisitos legais e

administrativos, e a observância de algumas normas técnicas próprias, sobre

as quais falaremos brevemente.

A legislação e as normas aplicáveis aos estabelecimentos objeto desse

estudo, que são de maior importância, são aquelas que se referem à poluição

sonora, à necessidade (hoje, proibição) de área determinada para fumantes, às

restrições à propaganda do fumo e das bebidas alcoólicas, à questão da meia-

entrada para estudantes e deficientes, às questões de acessibilidade, que se

referem às propagandas ou letreiros de fachada da casa noturna, e àquelas

afetas ao estatuto do idoso, dentre outras, conforme pormenorizamos a seguir.

2.4.1 Exigências legais específicas

• As leis do silêncio e o “PSIU – Programa Silêncio Urbano ”

A Constituição Federal e algumas Leis inferiores estabelecem diversos

critérios para a emissão de ruídos e para o controle da poluição sonora

decorrentes de atividades industriais ou comerciais – tais como: a Lei nº

9.638/81 (que dispões sobra a Política Nacional do Meio Ambiente); o Decreto

nº 99.274/90 (que regulamenta a Lei acima referida); as Resoluções CONAMA

nºs. 001 e 002, de 08/03/1990 (que, respectivamente, fixa critérios e padrões

para a emissão de ruídos de atividades industriais, e institui o Programa

Nacional de Educação e Controle de Poluição Sonora - Silêncio); e as Normas

de nºs. 10.151 e 10.152 da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

Já o serviço municipal denominado “PSIU” foi criado pelo Decreto nº

34.569, de 06/10/1994, e reestruturado pelo Decreto nº 35.928, de 06/03/1996,

e tem como finalidade fiscalizar a emissão excessiva de ruídos produzidos em

qualquer atividade comercial exercida em ambiente confinado, e que possa

causar incômodo ou interferir na saúde e no bem estar das pessoas, conforme

dispõe a Lei nº 11.501/94 (alterada pela Lei nº 11.986/96). Esse Programa

trabalha com base em duas determinações: a da 1 hora, que determina que

36

Page 37: TCC-MonografiaFinal-2011

bares e restaurantes que queiram funcionar além da 1 hora da manhã devem

ter isolamento acústico, estacionamento e segurança; e a do ruído, aplicável ao

funcionamento até antes da 1 da manhã, quanto ao controle da quantidade de

decibéis emitidos pelo estabelecimento (a qualquer hora do dia ou da noite).

Os limites de ruídos, por sua vez, são dados pela Lei do Zoneamento

municipal, observando-se os seguintes parâmetros: nas zonas residenciais, 50

decibéis entre as 7 e as 22 horas, e 45 decibéis das 22 às 7 horas; nas zonas

mistas, entre 55 e 65 decibéis no mesmo horário manhã/noite, e entre 45 e 55

decibéis no mesmo horário noite/madrugada; e, por fim, nas zonas industriais,

entre 65 e 70 decibéis no horário da manhã/noite, e entre 55 e 60 decibéis no

horário da noite/madrugada (sendo que a variação apontada nos dois últimos

casos depende da região da cidade onde se localize tal zona mista ou

industrial).

Da competência, inicialmente, da Secretaria Municipal do Meio

Ambiente, a coordenação do programa é exercida, atualmente, pela Secretaria

Municipal de Abastecimento (SEMAB), conforme ditado pelo Decreto nº

35.919, de 29 de fevereiro de 1996. E o estabelecimento que descumpre a lei

da 1 hora sujeita-se a multa no valor atual de R$ 28.900,00 (vinte e oito mil e

novecentos reais), sendo lacrado na reincidência, enquanto que aquele que

descumpre a lei do ruído sujeita-se a multa variável no valor atual de 50 a 300

UFMs (Unidades Fiscais do Município).

• Lei Antifumo

A Lei nº 13.541, de 07/05/2009, estabelece (Art. 2º), que “fica proibido

no território do Estado de São Paulo, em ambientes de uso coletivo, públicos

ou privados, o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos ou de qualquer outro

produto fumígeno, derivado ou não do tabaco”, esclarecendo (nos Parágrafos

1º e 2º do mesmo Artigo, e no Art. 3º) que a norma se aplica aos “recintos de

uso coletivo, total ou parcialmente fechados em qualquer dos seus lados por

parede, divisória, teto ou telhado, ainda que provisórios, onde haja

permanência ou circulação de pessoas”, elencando ainda (e exaustivamente)

sua abrangência aos ambientes de trabalho, de estudo, culturais, religiosos, de

lazer, de esporte, de entretenimento, lanchonetes, restaurantes, praças de

alimentação, bancos e similares, museus, bibliotecas, locais de exposição,

37

Page 38: TCC-MonografiaFinal-2011

veículos de transporte coletivo públicos ou privados etc., e determinado a

afixação de aviso da proibição em todos esses locais, inclusive com indicação

do órgão municipal responsável pela fiscalização da norma, bem como a

obrigação de advertência aos eventuais infratores, a ser feita pelo responsável

pelo recinto.

Tudo sob pena de ser-lhes aplicadas as sanções previstas nos Arts. 56

a 60 do Código de Defesa do Consumidor (Lei Federal nº 8.078, de

11/09/1990), bem como, ainda, as sanções sanitárias previstas na legislação

específica – salvo nas exceções previstas no Art. 6º da própria Lei Antifumo.

• Lei “Cidade Limpa”

A Lei nº ................., de ..../..../...., estabelece (Art. 2º), que

“..............................................................................................................................

..................”, elencando ainda (e exaustivamente) .........................

• Código de Trânsito Brasileiro

Na forma da Lei nº 11.705, de 19/06/2008, que institui o referido Código,

fica estabelecido o índice “0” de alcoolemia e imposta as devidas sanções ao

condutor que dirigir alcoolizado, bem como fica alterada a Lei nº 9.294, de

15/07/1996, obrigando-se os estabelecimentos comerciais que vendam ou

ofereçam bebidas alcoólicas a estamparem, no seu ambiente, avisos escritos e

legíveis, informando que é crime dirigir sob influência de álcool, sob pena de

detenção.

• Entrada de estudantes e de idosos e deficientes

Normatizado pelo Decreto nº 35.606, de 03/09/1992 (que regulamenta a

Lei nº 7.844, de 13/05/1992), as casas de entretenimento têm que prover,

ainda, o pagamento de meia-entrada para o ingresso de estudantes, direito

este que abrange todos os estabelecimentos onde se apresentem espetáculos

teatrais, musicais, culturais, circenses, culturais e esportivos, no Estado de São

Paulo; que é assegurado aos estudantes de 1º, 2º e 3º Graus regularmente

matriculados em estabelecimentos de ensino público ou particular existentes no

Estado, mediante apresentação de carteirinha de identificação estudantil; e que

é fiscalizado pelos órgãos estaduais de defesa do consumidor e pela entidades

38

Page 39: TCC-MonografiaFinal-2011

diretamente envolvidas com as atividades culturais, esportivas e de turismo

acima citadas.

Igualmente, assegura-se tal direito aos idosos, nos termos da Lei nº

9.059, de 13/06/1995 (Estatuto do Idoso), além de lhes ser assegurado o

acesso preferencial aos respectivos locais, bem como aos portadores de

deficiências, quando espetáculos promovidos ou subsidiados pelo governo

municipal ou órgão da administração indireta – neste caso, conforme a Lei nº

12.975, de 22/03/2000, a qual ainda cita a necessidade de prover-se acesso

facilitado ao deficiente, com a devida eliminação de barreiras arquitetônicas

que lhe dificultem esse acesso.

2.4.2 Normas técnicas a serem igualmente cumpridas

• Alvarás de Funcionamento

Na forma da Lei nº 10.205/86 (Art. 1º), “nenhum imóvel poderá ser

ocupado ou utilizado para instalação e funcionamento de atividades comerciais,

industriais, institucionais, de prestação de serviços e similares, sem prévia

licença de funcionamento expedida pela prefeitura”.

• AVCB – Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros

Documento necessário para todas as edificações e atividades de

ocupação predial local, sejam comerciais ou residenciais (tais como edifícios,

condomínios horizontais, pensionatos, internatos, alojamentos, mosteiros

conventos, residências geriátricas, etc.).

• AVS – Auto de Verificação de Segurança

Igualmente necessário para todas as edificações e atividades de

ocupação predial, inclusive residenciais, dotadas de mais de oito pavimentos (o

que não é o caso do projeto proposto).

• CADAN – Licenciamento de Anúncios

Necessário para todo e qualquer anúncio de natureza indicativa,

notadamente para aqueles decorrentes de atividade comercial e/ou de lazer.

39

Page 40: TCC-MonografiaFinal-2011

• Vigilância Sanitária Municipal e Estadual

Instruções, orientações e laudos necessários para toda e qualquer

atividade relacionada à saúde ou alimentação, ou quando envolvidos a

prestação desse tipo de serviço ou comercialização.

• Laudos Técnicos Estruturais e Elétricos (normas NBR 5410 e NBR

5419, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT)

A elaboração desses laudos é geralmente necessária para fins de

apresentação às seguradoras e para fins de avaliações antes de execução de

obras (neste caso, apresentados à Prefeitura, ao Corpo de Bombeiros, etc.).

• Normas técnicas NBR 10.151 e NBR 10.152 (da ABNT)

Já citadas no tópico anterior, essas normas tratam da acústica, quanto à

avaliação do ruído em áreas habitadas, visando preservar e respeitar o

conforto da comunidade do entorno, e dos níveis de ruído para esse conforto

acústico.

• Norma técnica NBR 9.050 (da ABNT) e Leis nº 11.345, de 14/04/1996,

e nº 12.815, de 06/04/1999

Tratam, respectivamente, da acessibilidade nas edificações, no

mobiliário e nos espaços e equipamentos urbanos; da adequação das

edificações à pessoa portadora de deficiência; e do acesso dos deficientes a

cinemas, teatros, casas de espetáculos e estabelecimentos bancários.

• Decreto nº 45.122, de 12/08/2004

Norma que consolida a regulamentação das Leis nº 12.821, de

07/04/199, nº 12.815 (citada acima), nº 11.345 (idem), e nº 11.424, de

30/09/1993, que dispõem sobre a adequação das edificações e à

acessibilidade das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

• Projetos Arquitetônicos

Documentos técnicos necessários a toda e qualquer edificação, os quais

prescindem de aprovação para o uso específico determinado para o local ou

40

Page 41: TCC-MonografiaFinal-2011

edificação, tudo a fim de que seja possível o licenciamento do Alvará de

Funcionamento (citado acima).

• Brigada de Incêndio (com Laudo e ART )

A formação e treinamento de uma brigada de proteção e combate a

incêndio, com emissão do competente laudo e ART, também é necessária,

para devida apresentação ao Corpo de Bombeiros, às seguradoras, à

Prefeitura e para a segurança geral de qualquer atividade comercial,

institucional, industrial etc., com ou sem fins lucrativos.

41

Page 42: TCC-MonografiaFinal-2011

2.5 Sobre a nossa proposta

Nossa intenção é criar um ambiente íntimo e acolhedor, ao mesmo

tempo festivo, animado e dançante – conforme a noite ou evento agendado.

Nossa casa de show será uma casa noturna direcionada ao “revival” dos

anos 70, o que se operará seja por meio da trilha sonora que será a dominante,

seja por meio de toda a decoração que será proposta, seja pela configuração e

pelo uso da pequena pista de dança/palco central que proporemos instalar no

espaço.

Com vistas à animação do público e a uma diversificação das opções de

diversão dentro dessa casa de show, poderão também ser oferecidos “pocket

shows” e/ou apresentações performáticas e de “stand up”, agendados e/ou

divulgados previamente, e que sejam preferencialmente (mas não

exclusivamente) apresentações baseadas nas temáticas e nas músicas dos

anos 70.

Poderá haver, ainda, noites em que a casa não funcionará com agenda

própria, mas abrirá mediante locação do seu espaço para festas e/ou eventos

fechados, propostos pelo público ou pelo particular interessado em promovê-

los.

42

Page 43: TCC-MonografiaFinal-2011

CAPÍTULO 3 – LOCALIZAÇÃO: BAIRRO DO BRÁS

3.1 Breve histórico do bairro do Brás

"o Arnesto nos convidou prum samba / ele mora no Braz"(Adoniran Barbosa)

O bairro do Brás situa-se na região central de São Paulo, nasceu como

uma região de chácaras, cresceu e se desenvolveu como bairro operário e

"pátria" dos imigrantes italianos, e posteriormente acolheu migrantes

nordestinos. Hoje decadente e deteriorado, é conhecido como um dos

principais centros do comércio popular na cidade, destino diário de milhares de

sacoleiros e sacoleiras da cidade de São Paulo, do interior do Estado e de todo

o Brasil.

A origem do bairro está ligada à figura do português José Brás. Conta a

história que esse proprietário de vasta chácara localizada na região teria

43

Page 44: TCC-MonografiaFinal-2011

construído a igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, ao redor da qual

desenvolveu-se um povoado que daria origem ao bairro do Brás. Sua chácara

ficava-se entre os atuais Rua do Gasômetro e Largo da Concórdia, e a região

era conhecida como “paragem do Brás”, por servir de parada para os que se

dirigiam da freguesia” da Sé à freguesia de Nossa Senhora da Penha (região

atual da capital paulista que, naquela época, não passava de um pequeno

povoamento, existente desde o século 17). Esse caminho, de 1,5 léguas, era

conhecido como “estrada da Penha” (hoje avenidas Rangel Pestana e Celso

Garcia), e pelos registros históricos, havia, pelo menos desde 1744, procissões

que conduziam a imagem de Nossa Senhora da Penha de França da igreja da

Penha até a igreja da Sé, no centro da Capital, usando-se tal caminho; com a

construção da igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, na “paragem do

Brás”, teria se formado, ali, um ponto de parada obrigatória dessas procissões,

que contribuiu para o desenvolvimento da região.

Essa é a versão mais contada e aceita pelos historiadores sobre o

surgimento e desenvolvimento do bairro do Brás, mas existem outras versões

diversas e plausíveis. Segundo consta, ainda, em documentos da época, José

Brás foi pessoa prestante, continuamente utilizado pela governança municipal

da época para dirigir alguns serviços públicos prestados aos habitantes locais,

vindo a tornar-se benemérito.

Em 8 de junho de 1818, o Brás foi alçado à categoria de freguesia, e a

igreja construída por José Brás tornou-se sua matriz. Nascia o bairro do Brás,

por muito tempo um bairro despovoado, com imensas áreas vazias e fortes

características rurais, com suas chácaras e atividades agrícolas. Sabe-se que

as cheias do rio Tamanduateí impediam um crescimento mais acelerado do

bairro e o isolavam do centro da cidade.

A partir da segunda metade do século 19, a cultura do café impulsionou

a urbanização e a industrialização da cidade de São Paulo, e chegaram à

cidade os trilhos da São Paulo Railway, que ligava Santos a Jundiaí. Assim, a

estação do Brás foi inaugurada em 1867, e ao longo desses trilhos,

desenvolveu-se a indústria e o pequeno comércio do bairro de então. Com

seus terrenos baratos e sujeitos a inundações, o Brás (e também a Moóca)

tornou-se o principal destino da maioria dos trabalhadores que chegavam à

Capital.

44

Page 45: TCC-MonografiaFinal-2011

A forte presença de imigrantes, em especial italianos, caracterizou então

o bairro nesse período. Quem chegava ao porto de Santos, vindo da Europa e

de outros lugares, era levado de trem até São Paulo, e de lá para as lavouras

de café no interior do Estado, mas outros ficavam na cidade, atraídos pela

indústria e comércio nascentes, e para receber e dar abrigo provisório a esses

imigrantes ergueu-se no Brás a Hospedaria de Imigrantes, localizada ao lado

dos trilhos do trem, e que recebeu seus primeiros "hóspedes" em 1887.

O bairro cresceu com essa chegada de imigrantes, com novas ruas e

alamedas, e uma nova e maior igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos

inaugurada em 1903 (sendo que a antiga igreja, reformada em 1803, veio a ser

demolida no ano seguinte. Apesar disso, o Brás continuou humilde, com muitas

ruas ainda intransitáveis e alagáveis.

No século 20, o bairro muda de feições, surgindo pizzarias várias,

cantinas, adegas (importadoras de vinhos famosos) e restaurantes que

mesclavam diversos gostos gastronômicos. Assim como outros bairros com

fortes traços de imigração italiana, o Brás também criou sua festa tradicional, a

festa de São Vito, promovida pela paróquia de mesmo nome e comemorada

nas ruas desde 1919.

A partir da década de 40, devido a uma grande seca que atingiu

diversos estados do Nordeste, o bairro recebeu uma constante e progressiva

entrada de milhares de nordestinos, que chegavam à Capital diariamente à

procura de uma vida melhor; na mesma medida, diminuía a presença dos

imigrantes europeus, o que fez com quê aquele antigo reduto de italianos

conhecesse um crescimento desordenado e a decadência atual.

Na década de 70, o Metrô trouxe profunda alteração urbanística: a

construção das estações Brás, Pedro 2º e Bresser do Metrô levou à

desapropriação d centenas de casas, milhares de pessoas perderam suas

moradias no bairro, o Largo da Concórdia (localização do famoso Teatro

Colombo) virou praça de fotógrafos lambe-lambe, sumiram as lojas tradicionais

que nasceram e se firmaram no bairro, surgiram as clínicas de dentaduras e de

outros serviços “pronta-entrega”, os hotéis populares perto da Estação do Braz,

etc..

45

Page 46: TCC-MonografiaFinal-2011

E o bairro foi perdendo sua característica italiana, dando lugar ao

comércio nordestino (de alimentos, roupas, músicas etc.). Hoje suas ruas são

sinônimo de comércio popular.

Mas há que se lembrar que o bairro também teve certa presença de

movimentos artísticos, ou de artistas, como Tito Schipa e Gino Becchi, teve

cinemas como o Brás Politeama (antes, um circo), o Cine Ideal, o Babilônia, o

Oberdan, o Glória, o próprio Teatro Colombo, o cinema da Confeitaria Guarani;

e cantores como Nino Nello, Vadico, Chico Alves, João Dias, Vicente Celestino.

Até Carlos Galhardo cantou e gravou música alusiva ao bairro: “Rapaziada do

Braz”, de Alberto Marino, compositor ilustre no bairro!

Já o romancista José de Alencar, em "Sonhos de Ouro", refere-se ao

Brás como "um dos mais pitorescos arrabaldes da capital de São Paulo". E foi

no bairro em formação que, pelos idos de 1868, o poeta Castro Alves sofreu

grave acidente, ao qual se atribui o começo do seu longo martírio até a morte.

O Teatro Colombo, já citado acima, foi uma famosa sala de espetáculos

brasileira situada no Largo da Concórdia, inaugurada em 1908 (no lugar onde

havia um antigo mercado) e que abrigou diversas óperas. Em 1909, arrendado

pela Companhia Cinematográfica Brasileira (de propriedade de Francisco

Serrador), esse teatro tornou-se uma sala de exibição de filmes, e seu prédio

resistiu por 58 anos, quando - já decadente – sofreu um incêndio.

Finalmente, falemos um pouco da estação do “Braz”: inaugurada em

1867, junto com a linha férrea, para atender ao bairro do mesmo nome, essa

estação é anterior à estação “Roosevelt” (também chamada originalmente de

estação “Braz”), na linha da Central do Brasil (seu ponto terminal). As linhas da

São Paulo Railway e da Central do Brasil se juntavam ali, na estação “Braz”, o

que ainda hoje ocorre.

Em 1978, foi aberta a estação “Brás”3 do Metrô, próxima às duas

anteriores, e aos poucos as três estações foram se fundindo, sendo que hoje

praticamente não há diferença entre as estações “Brás” da linha Santos-Jundiaí

e “Roosevelt” da Central do Brasil: as plataformas são comuns, com entradas

pela Roosevelt, no Largo da Concórdia, ou pela Brás do Metrô, cruzando-se as

linhas por passarelas e acessando-se as linhas e trens da CPTM – Companhia

3 Denominação agora grafada com “S”.

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Page 47: TCC-MonografiaFinal-2011

Paulista de Trens Metropolitanos, aos quais a estação Brás e Roosevelt hoje

atendem.

Atualmente, esse importante conjunto arquitetônico composto pelo

prédio da estação Brás da antiga São Paulo Railway está tombado pelo

CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico,

Artístico e Turístico, e merece uma visita exclusiva, interessada e atenta.

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Page 48: TCC-MonografiaFinal-2011

3.2 Localização geográfica, dados demográficos e outros aspectos

sociais

Área total 3,5 km²População 25.158 hab. (Censo de 2000)

Renda média R$ 1.240,11IDH 0,868 - elevado (38° entre os bairros/distritos da capital)Subprefeitura MoócaRegião Administrativa SudesteÁrea Geográfica Centro Expandido

O Brás é um distrito da região central da cidade de São Paulo, situado a

leste do chamado centro histórico da capital paulista, e pertence à Região

Administrativa Sudeste, integrando a Subprefeitura da Moóca (apesar de sua

posição geográfica).

Delimita-se ao norte pelas Ruas João Teodoro e Silva Teles; a leste,

pela Rua e Viaduto Bresser; ao sul, pelas Linhas 3 do Metrô de São Paulo, e

10 da CPTM, e pela Rua da Moóca; e a oeste, pela Rua da Figueira, e

Avenidas Mercúrio e do Estado. Faz limite com os distritos do Bom Retiro (a

noroeste), do Belém (a leste), da Moóca (a sudeste), do Cambuci (ao sul), e da

Sé (a oeste).

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Page 49: TCC-MonografiaFinal-2011

O bairro é atendido pela Linha 3 (Vermelha) do Metrô de São Paulo, por

mais três linhas de trens da CPTM, e por uma farta malha de transporte urbano

rodoviário, já tendo abrigado o antigo terminal rodoviário da cidade de São

Paulo – no qual desembarcavam passageiros vindos de diversos Estados do

Brasil, especialmente do Nordeste.

Como já dito no item anterior, o bairro desenvolveu-se em torno da igreja

de Bom Jesus do Brás, e era, até o início do séc. XX, dividido em dois bairros

distintos: o “Brás”, área mais próxima ao que hoje é o centro de São Paulo; e o

“Marco”, abreviatura de “Marco de Meia Légua”, referência à área que ficava na

região onde hoje existe a estação Bresser-Moóca do Metrô.

No início do séc. XX, o Brás tornou-se referência de bairro com várias

comunidades de imigrantes estrangeiros, tais como: a comunidade italiana, e

suas comemorações das festas de Nossa Senhora de Casaluce e de São Vito;

a comunidade grega, e sua Igreja Ortodoxa Grega ali localizada; e a

comunidade armênia, e sua forte presença de indústrias (especialmente

próximo às ferrovias) e de madeireiras (na região da Rua do Gasômetro).

Com o passar dos anos, essas características se modificaram, com o

aumento de imigrantes nordestinos na região próxima ao Largo da Concórdia,

ponto em que operava a estação terminal da Estrada de Ferro Central do Brasil

(a estação “Roosevelt”, também citada acima).

Atualmente, é um distrito voltado essencialmente à indústria e ao

comércio de confecções de roupas, com forte presença de elementos também

das comunidades coreana e boliviana. A presença de um comércio de

características populares também é forte, especialmente nas Avenidas Rangel

Pestana e Celso Garcia, que são tradicionais vias de passagem de moradores

da Zona Leste da capital que transitam entre o leste e o centro da Capital.

Em sua área, há hoje um grande número de galpões e plantas

industriais desativadas, e seu comércio de roupas é reconhecido e famoso na

cidade e em todo o Brasil, especialmente nas imediações do Largo da

Concórdia e da Rua Oriente.

Tem como principais atrações públicas, festivas e/ou arquitetônicas: a

Estação Brás (tombada pelo CONDEPHAAT, como já citado); a Festa de São

Vito; a Festa de Nossa Senhora de Casaluce (que acontece desde maio de

1901, e é a mais antiga de São Paulo); a Escola de Samba Colorado do Brás; o

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Page 50: TCC-MonografiaFinal-2011

comércio popular de roupas já citado acima; a sede internacional da

Congregação Cristã no Brasil (ali instalada desde 1954); a sede mundial da

Igreja Mundial do Poder de Deus; a Igreja de Bom Jesus do Brás; o Centro

Cultural Mazzaroppi; e a nossa E.T.E.C. Carlos de Campos.

Na Subprefeitura da Moóca (região administrativa da Cidade de São

Paulo à qual o bairro pertence), consta o registro do dia 20 de junho como o

“Dia do bairro do Brás”.

50

Page 51: TCC-MonografiaFinal-2011

3.3 Problematizando: nosso projeto x público alvo x localização

Entendemos perfeitamente exequível um empreendimento da área de

entretenimento localizando nessa região da Capital, vez que a cidade de São

Paulo (e outros grandes centros urbanos do país) experimentam, atualmente,

um forte movimento de expansão cultural, de abertura de opções de lazer e

diversão, de diversificação e estratificação das opções disponíveis para esse

lazer e diversão, e de (re)valorização e revitalização de suas áreas centrais,

degradadas e/ou decadentes.

Sob esses pontos de vista, considera-se plenamente possível, com um

bom trabalho de marketing, profissional e bem direcionado, atrair o público

desejado para a casa de show ora proposta, e focando-se a própria casa de

show na oferta de um serviço especial, personalizado e diferenciado.

Além disso, são conhecidas várias outras experiências locais de

agitação cultural ou noturna em bairros ou ruas da cidade antes abandonadas

ou degradadas, inclusive nos entornos do próprio bairro do Brás (caso da casa

noturna “Moinho”, por exemplo).

Finalmente, o projeto tem um potencial de atrair para o bairro algumas

pequenas atividades comerciais e de serviços ditas “satélites”, destinadas a

atender ao público que circule ou que se dirija à casa de show ora em projeto,

o que poderá também tornar menos erma, mais movimentada e, quiçá, mais

segura a região de sua localização.

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Page 52: TCC-MonografiaFinal-2011

CAPÍTULO 4 – PROPOSTA

4.1 Conceito

“Batizada” com o nome de “POINT DISCO BAR”, a casa de show ora

proposta contemplará toda uma ambientação temática, baseada na cultura, nos

elementos, nas cores e na efervescência da década pesquisada (a década de

70),em elementos populares do entorno (o bairro do Brás), e no conforto do

cliente-alvo.

A intenção é produzir no cliente uma sensação de imersão total na

década de 70, na sua música, na sua decoração, nos seus elementos visuais,

e na sua sonoridade. No projeto, indicaremos ainda que a trilha sonora

ambiente seja preenchida com artistas da época, misturadas também com

versões “remix” e/ou releituras que atualizem tais músicas, de modo a atrair um

público mais jovem.

Para o bem da melhor saúde financeira do empreendimento, a proposta

contempla ainda noites com temáticas diferenciadas, bem como noites de

“agenda livre”, nas quais o ambiente projetado poderá ser locado para pessoas

interessadas em promover festas e/ou eventos fechados.

No contexto geral de imersão na década de 70, a casa noturna ora

projetada será dirigida preferencialmente, mas não exclusivamente, a um

público de faixa etária condizente com aquela época (ou seja, pessoas entre 35

e 55 anos), assim como contará com itens, serviços, detalhes e visual que

atendam ao quanto indicado nos itens a seguir expostos.

Determinadas noites de funcionamento serão/poderão ser “temáticas”,

nas quais a casa de show poderá promover pequenas apresentações de “stand

up”, performances ou “pocket shows” que (novamente) privilegiem o repertório

típico dos anos 70, intercalados com o funcionamento do pequeno palco/pista

de dança projetados no ponto central do ambiente.

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Page 53: TCC-MonografiaFinal-2011

4.2 Público alvo

Como a proposta do “POINT DISCO BAR” é direcionada à década de 70,

parte do trabalho de marketing da casa de show poderá ser direcionado à

captação de um público localizado na faixa etária dos 35 aos 55 anos, que é o

público atual que viveu o auge da sua juventude no momento mais

efervescente da década de 70 – situado, em nosso estudo de época, na

segunda metade (ou final) daquela década.

Por motivos óbvios de sustentabilidade financeira e de não

discriminação de qualquer natureza, é certo que a casa de show também

recepcionará todo e qualquer público jovem ou ainda de maior faixa etária que

aquela mencionada no parágrafo acima, desde que o público dessas outras

faixas etárias se identifique e queira desfrutar do estilo de som que a casa

oferecerá.

Ademais, a casa poderá contar, inclusive, com um dia de matinês em

sua agenda, justamente para receber (nesse caso) um público mais

adolescente.

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Page 54: TCC-MonografiaFinal-2011

4.3 O prédio e sua localização

O “POINT DISCO BAR” funcionará em parte das dependências onde se

localizava a prestigiada E.T.E.C. Carlos de Campos, no bairro do Brás, com

acesso (entrada) pela Rua Oriente nº 78, conforme plantas indicativas e

detalhadas da área a ser ocupada, fornecidas pelo empreendedor contratante.

4.3.1 Tombamento

O local onde funcionará a casa de show trata-se de prédio anexo à

primeira edificação da antiga E.T.E.C. Carlos de Campos – a qual é tombada

pelo patrimônio histórico, e cuja fachada está bastante preservada.

A área específica a ser ocupada pelo empreendimento do “POINT DISCO

BAR” não está abrangida pelo Decreto de tombamento e pela proteção

histórico-cultural daí decorrente.

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Page 55: TCC-MonografiaFinal-2011

4.4 Serviços

Logo na chegada ao prédio da casa de show, o “POINT DISCO BAR”

oferecerá serviço terceirizado de “valet parking”, contratado junto a prestador

de serviço idôneo e reconhecido no mercado, a fim de proporcionar segurança

e tranquilidade aos clientes que se dirijam à casa.

Transposta a recepção/entrada do recinto – vide item 5.6, a casa

contará com pequeno balcão para promover a venda de souvenires de época

(tais como LPs raros, CDs, bonecos vestidos à caráter, bijuterias, camisetas

etc.), bem como venda de “gifts” com a marca, o logotipo e as identificações da

própria casa de show (tais como chaveiros, canecas, canetas etc.). Nessa

venda, a casa noturna poderá privilegiar a aquisição (ou consignação) de

produtos feitos, prioritariamente, por ONGs ou artesãos de comunidades

carentes.

Poderá, ainda, ser promovida a distribuição gratuita de tais souvenires,

com custo suportado pela casa de show, conforme a ocasião ou festa proposta.

Internamente, além da diversão principal proposta pelo projeto da casa,

poderá ser oferecido ainda o devido serviço de bar e de pequenos lanches

rápidos e/ou porções, com cardápio de opções simples (atendidas pela

funcional cozinha projetada), a preços convidativos e a ser elaborado sob a

supervisão da própria casa de show, e que poderá batizar as opções desse

cardápio com nomes alusivos à década de 70 – por exemplo: “Cheese John

Travolta”, “Drink Boogie Oogie Oogie”, “Quiche NightClubbing”, etc..

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Page 56: TCC-MonografiaFinal-2011

4.5 Agenda

O “POINT DISCO BAR” poderá funcionar, com o seu projeto principal de

reviver a década de 70, de quinta a domingo, e em dias véspera de feriados.

Nas sessões noturnas de quintas a sábados e véspera de feriados, seria

aberta ao público preferencial da casa, com o atendimento iniciando-se às 22

horas e estendendo-se até a permanência do último cliente; nas sessões de

domingos e feriados (matinês), seria aberta a um público mais jovem, e

funcionaria das 17 horas às 23 horas.

Nos demais dias da semana, a casa poderá estar disponível para

locação por interessados, para promoção de festas temáticas e/ou eventos

empresarias, particulares, fechados etc. – conforme explanado na tabela

abaixo:

Dia da semana Horário Público

Domingo 17 horas 23 horas Jovem (matinê)

Segunda-feira

Agenda livre

Eventos ou não abre

Terça-feira Eventos ou não abre

Quarta-feira Eventos ou não abre

Quinta-feira

A partir das 22 horas

Principal / preferencial

Sexta-feira Principal / preferencial

Sábado Principal / preferencial

Vésperas de feriados Principal / preferencial

Feriados 17 horas 23 horas Jovem (matinê)

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Page 57: TCC-MonografiaFinal-2011

4.6 Estrutura geral

4.6.1 Fachada e recepção

A fachada do prédio será iluminada com luzes apropriadas, tais como

neon, holofotes direcionais de tamanhos pequeno e médio, e contará com

peças de tapeçaria em veludo vermelho pendentes na parede, com o

nome/logotipo do “POINT DISCO BAR”. Poderá ontar, ainda, com espaço

apropriado (mural ou similar) para afixação/divulgação dos espetáculos ou

“pocket show” da programação semanal ou do dia específico.

A recepção/entrada da casa de show contará com balcão ou bancada

funcional, terminal de computadores para registro dos dados dos clientes que

chegam ao local e que também funcionarão como caixa, para fins de controles

e cobrança de consumação dos mesmos. Contará ainda com itens decorativos

e mobiliário básico, para eventual espera de clientes.

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Page 58: TCC-MonografiaFinal-2011

CAPÍTULO 5 – O PROJETO

5.1 Memorial de Critérios

A obra contratada será realizada no nível térreo do imóvel situado na

Rua Monsenhor Andrade, nº 798, bairro do Brás, São Paulo, Capital.

Algumas paredes foram demolidas para dar maior amplitude à área de

entretenimento e permitir uma maior integração entre os ambientes,

preservando-se os pontos estruturais do imóvel, alguns dos quais foram

aproveitados para a instalação de elementos decorativos com função de

criarem divisões no ambiente, porém sem criar um isolamento em relação à

área de circulação principal (Salão Principal da casa noturna).

Visando facilitar a acessibilidade e o trânsito de pessoas dentro do

estabelecimento, inclusive evitando o risco de acidentes, todo o piso do

pavimento foi nivelado, com base na altura do pátio (qual seja, 50 cm acima do

nível da rua). Com isso, o acesso da área externa ao interior da casa noturna é

feito por uma rampa de pequena elevação, localizada na Entrada Principal da

casa noturna, e que obedece aos mesmos critérios.

Para conciliar tais critérios com a funcionalidade de um palco dentro do

Salão Principal, esse palco foi projetado de maneira que possa se elevar

poucos centímetros acima do nível do piso do referido Salão, quando for ser

utilizado em momentos de apresentação de “pocket shows”, e tornar a se

abaixar, ficando exatamente no nível do restante do piso do Salão, quando for

ser utilizado como pista de dança, nos demais momentos de funcionamento da

casa.

Todo nosso projeto foi desenvolvido pensando-se, ainda, na melhor

circulação de clientes, funcionários etc., no uso contínuo e intenso do local

(conforme proposto nos estudos preliminares desenvolvidos no 2º módulo do

Curso), e na possibilidade de seu aproveitamento para diversas funções e

eventos. Por essa razão, foram escolhidos revestimentos duráveis e resistentes

(como, por exemplo, o piso vinílico), bem como mobiliário prático e versátil

(como as mesas e cadeiras dobráveis do Salão Principal, e as poltronas

58

Page 59: TCC-MonografiaFinal-2011

infláveis e suspensas do Lounge), tudo de modo a facilitar, também, o processo

de manutenção e limpeza dos ambientes.

Ainda com esse foco (a melhor circulação e o mais confortável

atendimento aos clientes), as mesas e cadeiras a serem dispostas no Salão

Principal obedecerão às mínimas dimensões de espaço de circulação entre

elas, e 03 (três) dessas mesas serão mais altas e ficarão mais distanciadas das

demais, para uso e acomodação de cadeirantes, além de contarmos com

algumas cadeiras específicas para pessoas mais obesas. Para uma maior

independência do cliente cadeirante, o Bar do Salão Principal contará com um

rebaixo em seu balcão de atendimento, que respeitará a altura necessária para

o acesso desses clientes aos serviços do Bar.

Igualmente, decorreu desse viés da proposta o projeto dos Banheiros

para Clientes – Cadeirantes como ambientes separados dos Banheiros para

Clientes – Comuns, proporcionando àquelas pessoas de mobilidade reduzida

uma melhor conveniência no uso privativo e um espaço mais amplo.

Com vistas, também, a facilitar a manutenção e limpeza, para os

ambientes como Cozinha, Depósito e Banheiros foram pensados e designados

revestimentos considerados adequados e resistentes à lavagem geral e à

limpeza com produtos químicos desinfetantes e/ou esterilizantes.

Para um acesso mais amigável para os diversos tipos de clientes

pensados para a casa noturna, foi projetada uma entrada de veículos (recuo)

para instalação e atendimento de um serviço de “valet parking” (manobristas),

um pequeno bicicletário (destinado ao público jovem frequentador das

possíveis matinês), bem como 03 (três) vagas próximas à Entrada Principal

destinadas exclusivamente ao estacionamento de veículos de pessoas com

mobilidade reduzida.

Pensando, ainda, na entrada e saída de visitantes, criamos também uma

ampla Recepção, na qual haverá uma pequena área de convívio/área de

espera (bem à frente da porta de acesso à casa noturna), onde ficarão

dispostos confortáveis assentos (pufes). Nessa mesma Recepção, ficará

também a área de Caixas, com espaço (prateleiras e balcão lateral) para

exposição e venda de souvenires e/ou objetos que reforcem e insiram os

visitantes no contexto temático e na identidade visual da casa noturna – quanto

à sua inspiração no movimento “disco” do final da década de 1970.

59

Page 60: TCC-MonografiaFinal-2011

Próximo a essa Recepção, ainda na área de entrada da casa noturna,

foi criada uma Chapelaria, com armários para armazenamento de bolsas e

volumes, bem como arara para guarda de casacos e roupas pesadas, deixados

pelos clientes.

Mais adiante, ficará um Lounge com Bar, espaços projetados para

permitir aos clientes um canto para “descanso” do som e da convivência que se

dará no Salão Principal da casa noturna, e que também poderá desempenhar a

função de área privativa (ou “ambiente VIP”), em dias de eventos especiais ou

reservados – como aniversários, celebrações e festas diversas. Para esse

Lounge, o projeto propõe algumas poltronas a serem dispostas aleatoriamente,

junto às suas paredes, bem como uma poltrona “ilha” a ser disposta no centro

do ambiente, todas elas contando com mesinhas de apoio, proporcionando ao

clientes um ambiente de socialização e consumo de bebidas com mais

tranquilidade e intimidade entre eles.

Na área de acesso restrito da casa noturna (ambientes localizados atrás

do Bar do Salão Principal), a criação de um Camarim foi pensada com um foco

no conforto e acolhimento dos artistas e “performers” que poderão se

apresentar na casa, dando-lhes um ambiente reservado para realizarem sua

preparação, maquiagem, banho e momentos de descanso antes e depois dos

shows, etc.. Justamente para um maior conforto ao artista, achamos

conveniente projetar nos fundos dessa área do Camarim dois boxes privativos,

um para instalação de louça sanitária e outro para instalação de chuveiro.

No item paisagismo, foram projetados sistemas de jardim vertical a

serem instalados em uma das paredes internas do Salão Principal, bem como

em uma das paredes da Área Externa (“área de fumantes”).

Na referida parede do Salão Principal, a folhagem que irá compor o

jardim vertical ficará disposta em placas alternadas com paredes onde estarão

janelas emolduradas por placas de madeira de demolição; essa folhagem

deverá, também, atuar em conjunto com o resto da ambientação, a fim de se

obter um adequado isolamento e conforto acústicos (além daquele que será

proporcionado pelo material isolante acústico, qual seja fibra de vidro, que está

sendo proposto para a parede oposta desse mesmo Salão).

Por sua vez, na Área Externa, a folhagem do jardim vertical será

utilizada enquanto elemento com foco decorativo e que permitirá a visualização

60

Page 61: TCC-MonografiaFinal-2011

de um ambiente mais acolhedor para os usuários do espaço (fumantes ou não

fumantes).

Nesse ponto, cabe lembrar que devido à existência de lei que proíbe o

fumo em ambientes fechados no Estado de São Paulo, criamos essa Área

Externa como mais uma área de convivência para os clientes, de modo a

evitarmos também a exclusão de pessoas fumantes na casa noturna, ou ainda

o prejuízo financeiro pela possiblidade de não acolhê-los. Contudo, para esse

ambiente foram escolhidos móveis (assentos) e aparelhos de conforto de fácil

remoção e guarda ou empilhamento, a fim de permitir também o

aproveitamento desse espaço como área de carga e descarga de mercadorias,

nos horários em que a casa noturna não estiver funcionando.

Essa “área de carga e descarga” ficará, ainda, convenientemente

localizada ao lado do Depósito da casa noturna, para o qual o projeto propõe a

disposição de um freezer e de prateleiras metálicas, com rodinhas e de altura

ajustável, para melhor armazenamento e acesso aos secos e molhados e

demais itens de consumo a serem ali estocados. No mesmo Depósito,

reservamos um espaço, junto a uma de suas paredes, para acomodação das

mesas e cadeiras dobradas do Salão Principal.

Por fim, do ponto de vista da temática que se tentou retratar na

decoração, na ambientação e nos itens da nossa casa noturna, consideramos

interessante ressaltar que os anos 70 do século passado estão sendo

superhomenageados e evocados, atualmente, nos diversos aspectos culturais.

Por exemplo: na moda, por meio do “revival” de roupas típicas da época (como

pantalonas, jeans “flare”, saltos plataforma, cores fortes, listras e estampas,

tops, trabalhos de crochê e até sandálias inspiradas em peças dos anos 70); na

música e na arte, com regravações de canções e artistas daquela década,

revalorização do som e das batidas da “disco music”, com diversos programas

televisivos e também novelas inspiradas (ou que são releituras) da década; na

decoração, com o uso de cores, tons e estampas setentistas, uso de plásticos

e acrílicos; e na vida social em geral, com o surgimento e sucesso de festas

e/ou casas noturnas temáticas; etc..

61

Page 62: TCC-MonografiaFinal-2011

5.2 Memorial Descritivo

5.2.1 Paginação de pisos

Na calçada pública, representada pela faixa de rolagem que fica

situada entre a via pública e as Vagas de Estacionamento e Área de

Embarque/Desembarque da casa noturna, todo o revestimento atualmente

provido pela Prefeitura Municipal será trocado por placas de piso drenante na

cor cinza.

Na área onde se localizam as Vagas de Estacionamento e a Área de

Embarque/Desembarque será aplicado piso de cimento queimado, na cor

natural (cinza), e sinalizações feitas com tinta automotiva nas cores indicadas

na norma NBR 1140, da ABNT.

Na área na Entrada da casa noturna, bem como em toda a “passarela

de acesso” para pedestres, localizada entre a parede da fachada e as áreas

de estacionamento e embarque/desembarque, será aplicado o mesmo piso

drenante proposto para a calçada, mas em placas multicoloridas alternadas

(com cores e tons que remetem à década de 70, e remetem também ao piso da

pista de dança do Salão Principal).

Será aplicado piso vinílico xadrez nas cores preta e branca, com placas

medindo 60 x 60 cm e dispostas em diagonal, nos seguintes espaços da casa

noturna: na Recepção e na área dos Caixas/Balcão de Souvenires, na

Chapelaria, no Lounge, nos Banheiros para Funcionários e em seus dois

corredores adjacentes. Na área do Escritório da Administração e na parte

“seca” da área do Camarim será aplicado revestimento de carpete sintético

antiestética, de cerdas curtas, na cor cinza chumbo; por sua vez, na área

“molhada” do Camarim, aplicação de piso de porcelanato na cor branca

(idêntico ao da Cozinha e do Depósito).

Nas áreas do Corredor “Futurista” (acesso localizado entre os dois

Banheiros para Clientes), bem como em todo o Salão Principal, e no

Corredor de Acesso à Área Externa (ou “área de fumantes”), será aplicado

piso vinílico na cor preta sólida.

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Page 63: TCC-MonografiaFinal-2011

Nos Banheiros para Clientes, os pisos serão em porcelanato na cor

preta sólida, brilhante, com placas medindo 30 x 30 cm, e aplicação de faixas

de pastilhas douradas mistas de fosco com brilhante, na largura de 30 cm e

formato, direção e pontos conforme indicados na planta de paginação (ver item

5.2.3, alínea “f”, à página ...... – e prancha nº 08/08).

Na Pista de Dança / Mini-Palco, localizado no centro do Salão

Principal, o piso será de .................pesquisar/cotar, junto com o palco em

si................... .

Nas áreas da Cozinha e do Depósito será aplicado piso de porcelanato

na cor branca sólida.

Na Área Externa (ou “área de fumantes”) bem como na área de acesso

localizada entre essa Área Externa e a calçada pública, será aplicado o mesmo

piso drenante proposto para a calçada pública, e igualmente em placas

multicoloridas alternadas.

Exceto quando indicado de forma diversa4, todos os ambientes da casa

noturna receberão aplicação de rodapés de 15 cm de altura, feitos em madeira

certificada, pintada com tinta comum na cor preta sólida.

5.2.2 Frentes (ou Ambientes Externos) da casa noturna

a) Vagas de Estacionamento e Área de Embarque / Desembarque:

optamos por demolir o muro atual da Escola, de modo a aproveitar o espaço

entre a “parede” (atuais colunas) do pacto e a calçada, para utilizar esse

espaço como área de desembarque de clientes e atendimento do serviço de

manobrista, bem como 03 (três) vagas de estacionamento para cadeirantes

frequentadores da casa noturna;

assim, a “área de desembarque” permitirá um acesso mais fácil ao recinto

para aqueles que vierem de carro, ao mesmo tempo em que permitirá que

não se atrapalhe o fluxo de tráfego normal de veículos da rua onde se

localiza a casa noturna;

4 Cozinha, Depósito, Banheiros (de Clientes e de Funcionários), e nos fundos do Camarim – visto que todas essas são áreas “molhadas”.

63

Page 64: TCC-MonografiaFinal-2011

quanto às vagas para cadeirantes, localizadas bem ao lado da entrada da

casa noturna, entendemos serem em número suficiente para atender à

proposta do projeto, privilegiando as pessoas com dificuldade de locomoção;

o estande de atendimento do serviço de manobrista ficará localizado na

“área de desembarque”.

b) Jardim/vegetação frontal:

composto por dois canteiros em “L”, de alvenaria, com 30 cm de altura, e

que acompanharão a extensão da área de desembarque e do

estacionamento de cadeirantes;

a vegetação será composta preferencialmente de plantas com poucas flores

(ou de floração periódica), predominando as folhagens em tons de verde.

c) Passarela de acesso:

faixa de circulação disposta entre a fachada da casa noturna e os canteiros

em “L” que delimitam as Vagas de Estacionamento e a Área de

Embarque/Desembarque, trata-se de uma estreita passarela criada para

servir de área circulação para os pedestres que se dirigem à Entrada ou que

estão saindo da casa de show (e que servirá, inclusive, como espaço onde

poderá ser formada eventual fila de clientes à entrada);

essa passarela terá placas de piso drenante, em cores vivas intercaladas,

reproduzindo a idéia das pistas de dança dos anos 70, bem com sinalização

luminosa embutida na alvenaria dos canteiros em “L”;

o piso dessa passarela comportará, ainda, sinalização tátil adequada para os

deficientes visuais, nos pontos necessários.

d) Fachada:

a fachada da casa noturna terá uma decoração minimalista, e será toda

revestida de tijolinho aparente, em tom claro, a fim de comportar decoração

colorida (“banners”) e iluminação direcionada. O toque de sustentabilidade

do projeto já se mostra a partir desse ambiente externo (a fachada), dado

que pretende-se utilizar tijolinho feito de reaproveitamento de sobras de

material de construção;

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Page 65: TCC-MonografiaFinal-2011

pendurados na fachada da casa noturna, 03 (três) banners em veludo

vermelho comportarão o nome da casa noturna (“Point Disco Bar”, grafado

em letras na cor prata). Esses banners serão iluminados de baixo para cima

por holofotes direcionais – iluminação esta embutida ao longo do piso da

passarela de acesso à casa noturna.

e) Entrada da casa noturna:

..................................................................... .

5.2.3 Interiores (ou Ambientes Internos) da casa noturna

a) Recepção e área dos Caixas/Balcão de Souvenires:

rodapés pintados com tinta cor preta, fosco;

as duas paredes de frente para a Entrada principal da casa noturna serão

pintadas com tinta na cor cinza chumbo, e revestidas com aplicação de

pastilhas de bambu na cor natural – respeitando-se o rodapé de 15 cm de

altura;

as duas paredes opostas (onde ficarão instalados os Caixas e as prateleiras

de Souvenires) serão pintadas da mesma cor, e receberão os seguintes

revestimentos, aplicações e itens/elementos decorativos:

1. respeitar-se-á os rodapés de 15 cm de altura;

2. aplicação de chapa de alumínio reciclado, dos rodapés até a altura de

1,10m, de modo a revestir a parede entre porta de Entrada principal da

casa noturna e o balcão dos Caixas/Souvenires, revestir o próprio balcão,

revestir a parede perpendicular aos Caixas, e seguindo pelas paredes e

portas do Banheiro para Clientes - Masculino, até encontrar-se com o

revestimento de botonê aplicado na parede esquerda do Salão Principal;

3. 03 (três) prateleiras para Souvenires, feitas em madeira de demolição –

“pinus”, na cor clara ou bege, natural;

4. abaixo de cada prateleira, aplicação de uma faixa de 5 cm de altura de

pastilhas de inox, na cor prata escovada, revestimento este que seguirá

pela parede perpendicular aos Caixas e pelas paredes e portas do

Banheiro para Clientes - Masculino,, até encontrar-se com a faixa do

mesmo revestimento aplicado na parede esquerda do Salão Principal;

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Page 66: TCC-MonografiaFinal-2011

5. Balcão de Souvenires e dos Caixas com estrutura em madeira certificada

e tampo em madeira de demolição idêntica à utilizada nas prateleiras de

Souvenires (vide acima);

6. no canto diametralmente oposto aos Caixas, disposição de 01 (uma)

mesinha de canto, redonda e feita em madeira de demolição, suportando

estátua dourada representativa da década de 70 e “flyers”, convites ou

folhetos de divulgação da casa noturna;

7. disposição, ainda, de 03 (três) pufes em formato de formas orgânicas –

“feijões”, todos na cor vermelha, ficando 01 ao lado direito da mesinha de

canto, e 02 ao lado esquerdo;

8. lustre instalado em ponto central do teto do ambiente, feito de material

plástico reciclado, e de autoria do designer de ambientes e artista plástico

Nido Campolongo; e

9. 04 (quatro) luminárias pendentes feitas de material reciclado, sendo 03

instaladas de modo a iluminar o ponto central do balcão de cada um dos

Caixas, e 01 instalada no canto diametralmente oposto, de modo a

iluminar bem em cima da mesinha de canto;

b) Chapelaria:

rodapés pintados com tinta cor preta, fosco;

balcão a 1,10 m de altura do piso, com estrutura em madeira e revestido, por

fora do ambiente, com a mesma placa de alumínio reciclado aplicada em

paredes da Recepção. Dotado, ainda, de “portinhola” em sua lateral direita,

composta de folha única e com abertura para dentro da Chapelaria, para

passagem e acesso de funcionário;

tampo do balcão feito em madeira de demolição – “pinus”, na cor clara ou

bege, natural (idêntica à utilizada nos Caixas/Recepção);

as três paredes ou fundos de paredes da Chapelaria serão pintadas em tinta

na cor branca sólida;

armário em “L” fixado nas paredes lateral direita e dos fundos da Chapelaria,

com altura de 2,10 m, estrutura em madeira de reflorestamento na cor clara

e apenas envernizada (para manter-se sua cor natural), e composto de

nichos quadrados para guarda de bolsas e pertences dos clientes;

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Page 67: TCC-MonografiaFinal-2011

na parede oposta ao armário em “L”, presença de uma abertura para

comunicação entre os funcionários da Chapelaria e do Bar do Lounge

(conforme indicada na respectiva Vista), dotada de tampo com 5 cm de

espessura, feito em madeira certificada, com revestimento em fórmica na cor

preta;

a partir de 2,60m de altura do piso, instalação de um fechamento frontal do

ambiente, até o forro/teto, composto de uma “bandeira” de gesso pintado na

cor cinza chumbo, e que receberá aplicação de neon colorido indicando a

ambiente (“Chapelaria”). Esse fechamento frontal deverá ficar perpendicular

às duas paredes da Chapelaria, e ser instalado com um recuo em relação ao

balcão, partindo da aresta da parede esquerda do ambiente e encontrando-

se com a parede direita/oposta, a 50 cm de sua aresta.

c) Bar do Lounge:

sem a presença de rodapés acompanhando a estrutura do bar;

estrutura do balcão feita de tijolos de vidro incolor, partindo do piso até 1,10

m de altura;

tampo superior todo feito em resina Corian (material sustentável) na cor

preta, com espessura de 5 cm, e dotado de “portinhola” em sua lateral

direita, composta de folha única e com abertura para dentro do bar, para

passagem e acesso de funcionário;

pelos lados de dentro e de fora do bar, e logo abaixo do seu tampo, fixação

de fitas de LED colorido, para iluminação randômica da estrutura de tijolos

de vidro;

as paredes do bar, direita e esquerda, bem como todo o restante da parede

adjacente ao bar (à esquerda deste, já na área do Lounge), serão pintadas

com tinta na cor branca sólida;

na parede esquerda do bar, instalação de 03 (três) prateleiras em vidro,

iluminadas individualmente de baixo para cima, por meio de mangueiras de

LED na cor branca – de modo a valorizar/criar efeito multicor ao incidir nas

garrafas de bebidas;

a partir de 2,60 m de altura do piso, instalação de um fechamento frontal do

ambiente, até o forro/teto e acompanhando o formato sextavado do bar,

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Page 68: TCC-MonografiaFinal-2011

composto de uma “bandeira” de gesso pintado na cor cinza chumbo, e que

receberá aplicação de neon colorido indicando a ambiente (palavra “Bar”).

d) Lounge:

rodapés pintados com tinta cor preta, fosco;

as duas paredes à direita do observador que adentra o Lounge (incluindo-se,

aqui, a parede do Bar do Lounge) serão pintadas em tinta na cor branca

sólida, e uma vez que totalmente lisas, servirão para projeção de vídeos

musicais da década de 70 e/ou imagens alusivas à época (a partir de projeto

próprio, instalado no ponto central do ambiente);

instalação de projetor de imagens e vídeos no ponto central do ambiente, no

centro da sanca de gesso que compõe seu teto/forro, para projeções na

parede indicada acima;

por sua vez, as duas paredes à esquerda do observador serão revestidas

totalmente em pastilhas 3D, na cor vermelha.

Mobiliário que comporá esse ambiente:

03 (três) cadeiras “bubble” pendentes fixadas no teto do ambiente, junto à

parede do lado esquerdo do observador, sendo elas com estrutura externa

na cor branca e os interiores/estofamentos dos assentos nas três cores

primárias – vermelho, azul e amarelo;

01 (uma) poltrona em “L” no canto diagonal oposto ao posicionamento das

cadeiras “bubble”, sendo ela revestida em couro na cor vermelha escura,

com aplicação de botonê;

03 (três) poltronas em plástico inflável, nas três cores primárias – vermelho,

azul e amarelo, para serem dispostas 02 delas na parede dos fundos do

ambiente, e 01 na parede branca adjacente ao Bar do Lounge;

01 (um) sofá redondo tamanho “king size”, com encosto central no mesmo

formato arredondado, revestida em couro na cor vermelha escura, com

aplicação de botonê, para ser disposta no meio do ambiente, em ponto

eqüidistante entre as demais cadeiras e poltronas citadas acima; e

05 (cinco) mesinhas de apoio, em acrílico transparente, sendo 04 redondas

e 01 oval, para serem dispostas – respectivamente – aos lados das

poltronas infláveis e à frente da poltrona em “L”.

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Page 69: TCC-MonografiaFinal-2011

e) Corredor “Futurista” – passagem da Recepção para o Salão Principal,

localizado entre os Banheiros para Clientes:

rodapés pintados com tinta cor preta, fosco;

o fundo de suas duas paredes – direita e à esquerda – será pintado na cor

branca sólida;

as 04 (quatro) portas dos Banheiros para Clientes serão pintadas na cor

cinza chumbo, e receberão aplicações de neons coloridos sinalizando WC

Masculino, WC Feminino e WC’s Acessíveis;

o teto será rebaixado em formato de arco, e revestido com composição

geométrica feita com lâmpadas fluorescentes tubulares recicladas, fixadas

adequadamente e dispostas em fileiras paralelas às paredes, mas

instaladas, na sua maioria, apenas para efeito de compor a decoração do

ambiente – exceto as 02 (duas) fileiras de lâmpadas que ficarão fixadas

rentes ao encontro das arestas do teto em arco com as duas paredes

laterais;

essas 02 (duas) fileiras de lâmpadas fluorescentes tubulares – uma à direita

e outra à esquerda de quem passa pelo Corredor – terão sua instalação

elétrica e funcional completa, de modo a iluminarem esse ambiente de

passagem.

f) Banheiros para Clientes – Comuns e Cadeirantes (masculinos e femininos):

os pisos serão em porcelanato na cor preta sólida, brilhante, com placas

medindo 30 x 30 cm, e aplicação de faixas de pastilhas douradas mistas de

fosco com brilhante, na largura de 30 cm, com formato, direção e pontos de

aplicação conforme indicados na planta/prancha respectiva (ver também

próximo item);

as superfícies com pastilhas douradas do piso citadas no item acima

seguirão compondo o piso dos boxes privativos dos banheiros, com formato

de faixas que revestirão também a parede por trás dos vasos sanitários, e

que subirão revestindo tais paredes até se encontrar com o teto dos

ambientes;

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Page 70: TCC-MonografiaFinal-2011

paredes revestidas com placas cimentícias na cor preta fosca/aveludada,

exceto nos pontos onde aplicar-se-á o detalhamento de pastilhas douradas

citadas nos dois itens anteriores;

o teto será em gesso rebaixado, todo pintado na cor branca, com tabica em

toda a volta do ambiente (para instalação de iluminação cênica embutida);

as divisórias e portas dos boxes privativos serão feitas em MDF, e laqueada

(tinta) nas cores vermelha sólida, nos Banheiros Femininos, e verde sólida,

no Masculino;

a bancada das cubas terá tampo todo em resina na cor vermelha sólida;

as 03 (três) cubas serão esmaltadas, da linha Deca/Casa Cor 2011, na cor

dourada, com torneiras monocomando do tipo “cascata”, também da Deca,

cor dourada;

aplicação de espelho em toda a parede por trás das cubas, desde a altura

de 1,10 m (na parede) e até 2,10 m, com largura de 2,30 m (acompanhando

a largura do tampo da bancada das cubas);

entre o início do espelho e a aresta do tampo da bancada das cubas será

aplicada uma faixa de pastilhas douradas similar àquela aplicada no piso;

na parede oposta à bancada, aplicação de espelho desde a altura do rodapé

(de 15 cm) até a altura de 2,10 m, e com largura de 2,30 m a partir do canto

da parede onde fica a porta de entrada do banheiro.

Especificamente nos Banheiros para Clientes / Acessíveis, toda a

decoração e aplicação de materiais, cores, gesso rebaixado e revestimentos

seguirão o mesmo esquema dos Banheiros para Clientes / Comuns, conforme

descrição acima, exceto pelos seguintes detalhes:

a faixa de pastilhas douradas do piso será aplicada de modo e formato

similares ao disposto no Banheiro para Clientes / Comuns, mas estendendo-

se apenas da porta de entrada do Banheiro Acessível até a parede oposta (à

frente da porta), subindo pela extensão dessa parede e finalizando-se no

encontro com o teto do ambiente;

o espelho atrás da cuba terá a largura de 75 cm (acompanhando a largura

da respectiva bancada) e será instalado respeitando-se a inclinação

necessária para seu uso com acessibilidade;

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Page 71: TCC-MonografiaFinal-2011

o espelho da parede oposta à bancada ocupará toda a largura dessa

parede, de canto a canto;

as barras de apoio indicadas na planta layout serão da marca Deca, em

metal na cor dourada.

g) Salão Principal:

Contará com 04 (quatro) televisores com tela de plasma, de 51

polegadas, instaladas 02 (duas) delas pendentes do teto, na frente do Bar, e as

outras fixadas 01 (uma) na parede onde ficará a cabine do DJ, e 01 (uma) na

parede seguinte.

No Bar desse ambiente, será aplicado letreiro em neon com o nome da

casa noturna (“Point Disco Bar”), fixado por sobre o botonê que reveste o

balcão.

Na parede direita do observador que entra nesse Salão Principal, janelas

dispostas de forma eqüidistante, e alternadas com placas de jardim vertical,

poderão permitir uma boa ventilação do ambiente durante os horários de

limpeza e manutenção da casa noturna. Tais janelas terão altura similar àquela

das atuais janelas do prédio “histórico” ao lado da casa noturna.

Parede / Vista 1

rodapés pintados com tinta cor preta, fosco;

aplicação de estofamento de 95 cm de altura, feito em couro e com botonê,

na cor vermelha escura, instalado a partir do rodapé e até a altura de 1,10 m

da parede;

acima da faixa de botonê estofado, aplicação de uma faixa de 5 cm de altura

de pastilhas de inox, na cor prata escovada;

a partir da faixa de pastilhas de inox, até a altura do forro de gesso, parede

pintada na cor branca, com colocação de 07 (sete) espelhos medindo 1,00 m

x 2,50 m cada um, com espaçamento de 2,00 m de parede lisa entre cada

um dos espelhos – formando-se (ou alternando-se com) oito áreas de

paredes “nuas” (de cor branca);

das 08 (oito) áreas de paredes na cor branca citadas no item anterior, as 03

(três) mais centrais – conforme indicadas na “Vista 1” – receberão

aplicações de neons coloridos, da seguinte forma:

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Page 72: TCC-MonografiaFinal-2011

1. na parte mais inferior da superfície, neons representando silhuetas

humanas em poses típicas da década de 70; e

2. acima, na parte mais central da superfície, neons representando os

nomes de casas noturnas que foram famosas na década de 70.

Parede / Vista 2 (Bar Principal)

rodapés pintados com tinta cor preta, fosco;

parede atrás do bar pintadas com tinta na cor preta, parede acima da porta

de acesso à área administrativa pintada com tinta na cor branca, e parede

acima da porta de acesso à área externa (“área de fumantes”) pintada com

tinta também na cor branca;

03 (três) prateleiras de vidro de 10 mm de espessura, e com iluminação

traseira proporcionada por fitas de LED;

debaixo de cada uma das prateleiras, aplicação de uma faixa de pastilhas de

inox na cor prata “miscelânea”, com 20 cm de altura;

Bar com estrutura em madeira certificada, com tampo a 1,10 m de altura do

piso e com um rebaixo de 45 cm em sua lateral direita (conforme indicado no

projeto executivo), destinado ao atendimento às pessoas de mobilidade

reduzida ou com necessidades especiais – cadeirantes, portadores de

nanismo e/ou pessoas de baixa estatura;

o tampo do Bar será todo feito em resina Corian (material sustentável) na cor

preta, com espessura de 5 cm, e no ponto onde se localiza o rebaixo para

atendimento de portadores de necessidades especiais avista-se a bancada

de trabalho dos barmen (bancada interna do bar), a qual será toda revestida

em fórmica na cor preta;

na face frontal abaixo do tampo do Bar, aplicação de estofamento de 95 cm

de altura, feito em couro e com botonê, na cor vermelha escura, instalado a

partir do rodapé e até a aresta inferior do tampo;

o tampo do passa-pratos (entre o bar e a cozinha) terá 5 cm de espessura e

será feito em madeira certificada, revestida em fórmica na cor preta;

a abertura do passa-pratos terá formato de arco em sua parte superior, com

tampo instalado a 1,10 m de altura do piso, e abaixo dele será instalada

“portinhola” de passagem e acesso para os funcionários do bar, composta

de 02 (duas) folhas e com abertura dupla, estilo “bang bang”.

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Page 73: TCC-MonografiaFinal-2011

Parede / Vista 3 (onde ficará Jardim Vertical)

...................................................................................................... .

Pista de Dança / Mini-Palco (localizado no centro do Salão Principal)

...................................................................................................... .

h) Corredor de Acesso à Área Externa – ou acesso à “Área de Fumantes”,

passagem localizada em ponto modo adjacente à Cozinha e ao Depósito

...................................................................................................... .

i) Escritório da Administração

piso todo revestido com carpete sintético, de cerdas curtas, na cor cinza

chumbo;

todas as paredes serão revestidas com tinta comum na cor laranja, desde a

altura do rodapé até a altura de 2,10 m, e a partir daí, na cor branca, até a

altura total do pé-direito do ambiente;

teto todo revestido com tinta na cor branca, sem gesso ou rebaixamento.

j) Camarim

seu piso será revestido de duas formas, a saber:

1. em sua extensão considerada “área seca” (compreendida entre a porta de

entrada e a divisória antes dos boxes do chuveiro e da louça sanitária)

será revestida em carpete sintético de cerdas curtas, na cor cinza

chumbo, similar àquele aplicado no Escritório da Administração; e

2. na extensão considerada “área molhada” (localizada a partir da divisória

citada acima e até a parede dos fundos do ambiente) será revestida em

porcelanato na cor branca, idêntico ao (piso) da Cozinha;

todas as paredes serão revestidas com tinta comum na cor laranja, desde a

altura do rodapé até a altura de 2,10 m, e a partir daí, na cor branca, até a

altura total do pé-direito do ambiente;

teto todo revestido com tinta na cor branca, sem gesso ou rebaixamento.

k) Banheiros para Funcionários

73

Page 74: TCC-MonografiaFinal-2011

todas as paredes desses dois Banheiros serão revestidas da seguinte forma:

1. até a altura de 2,10 m, azulejos de porcelanato na cor branca sólida; e

2. a partir de 2,10 m e até a altura total do pé-direito do ambiente,

revestimento apenas com tinta comum na cor branco gelo (cinza) similar à

utilizada no Depósito e na Cozinha;

teto todo revestido com tinta na cor branca, com rebaixamento em gesso.

l) Cozinha

todas as paredes da Cozinha serão revestidas da seguinte forma:

1. até a altura de 2,10 m, azulejos de porcelanato na cor branca sólida; e

2. a partir de 2,10 m e até a altura total do pé-direito do ambiente,

revestimento apenas com tinta comum na cor branco gelo (cinza) similar à

utilizada no Depósito;

teto todo revestido com tinta na cor branca, sem gesso ou rebaixamento.

m) Depósito

todas as paredes do Depósito serão revestidas com tinta comum na cor

branco gelo (cinza);

teto todo revestido com tinta na cor branca, sem gesso ou rebaixamento;

na parede oposta à porta e logo abaixo das duas janelas do ambiente, serão

instalados “exaustores mecânicos (de ventilação)”, com o objetivo de impedir

a entrada de fumaça da Área Externa / Área de Fumantes, localizada em

espaço ao lado do Depósito.

n) Corredor em “L” (adjacente à Administração, Camarim, Banheiros para

Funcionários, Cozinha e Depósito)

todas as paredes serão revestidas com tinta comum na cor branca, com

aplicação de adesivos vinílicos coloridos, em formato de “silhuetas

dançantes”, fixados nos pontos e conforme a disposição indicada em layout

ou vistas/perspectivas;

teto todo revestido com tinta na cor branca, sem gesso ou rebaixamento.

o) Área Externa (ou “Área de Fumantes”) – também utilizada como área de

carga e descarga de mercadorias

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Page 75: TCC-MonografiaFinal-2011

a parede à direita, na sua visualização em planta, e a parede dos fundos do

ambiente (adjacente à parede direita) serão revestidas por completo com a

instalação de jardim vertical, sendo que o fundo das paredes propriamente

ditas será tratado conforme o respectivo projeto executivo - vide;

a parede à esquerda, na visualização em planta do ambiente, será toda

revestida com tinta comum na cor laranja, desde o piso e até a altura total do

pé-direito;

nessa mesma parede, serão instaladas 03 (três) arandelas artesanais Casa

Cor 2011, fixadas a partir da altura de 1,60 m do piso, mais 05 (cinco)

arandelas baixas do tipo “tartaruguinha”, fixadas a partir da altura de 20 cm

do piso e dispostas a uma distância de 2 m entre uma e outra, no sentido

longitudinal da parede.

p) Jardim ...de inverno / externo... e corredor de acesso Salão principal /

área ...de fumantes... :

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Page 76: TCC-MonografiaFinal-2011

5.3 Orçamento

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Page 77: TCC-MonografiaFinal-2011

5.4 Contrato

Para a execução desse projeto com maior firmeza negocial e com a

devida segurança comercial e jurídica para ambas as partes (prestadores de

serviços, e empresa proprietária da denominação “Point Disco Bar”), será

conveniente a assinatura de competente Contrato de Prestação de Serviços

especializados de design de interiores, o qual poderá obedecer ao modelo a

seguir sugerido.

[cabeçalho e/ou logotipo da empresa ou dos prestadores de serviço]

CONTRATO DE PROJETO DE DESIGN DE INTERIORES

REFERÊNCIA: Projeto completo de Design de Interiores do imóvel localizado na Rua Monsenhor Andrade nº 78 – Brás – São Paulo – Capital.

CONTRATANTE: POINT DISCO BAR S/A, empresa inscrita no CNPJ/MF sob nº 00.000.000/0001-00, situada na Rua Antonio Prado Souza nº 100, Vila Leste, São Paulo, Capital, neste ato representada pelo sócio-proprietário Jonatas Tafinel do Prado, brasileiro, casado, empresário autônomo, RG nº 00.000.000-X e CPF nº 000.000.000-00, residente e domiciliado na Rua Bezerra da Silva nº 24, Bairro City Pirituba, São Paulo, Capital.

CONTRATADA: J.M.P.T. DESIGN E DECORAÇÃO LTDA. – ME, empresa inscrita no CNPJ/MF sob nº 00.000.000/0001-00, situada na Rua Maria Antonia Ferrão Boury nº 04, Bairro do Meio, São Paulo, Capital, neste ato representada pelo(a) sócio(a)-proprietário(a) Xxxxxxxxxx Xxxxxxx Xxxxxxx, brasileiro(a), solteiro(a), técnico(a) em design de interiores, RG nº 00.000.000-0 e CPF nº 000.000.000-00, residente e domiciliado(a) na Rua Laura Vittorino nº 96, Vila Norte, São Paulo, Capital.

1 – OBJETO DO CONTRATOO presente contrato tem por objeto a execução, pela Contratada, dos serviços de design de interiores contidos e descritos na Cláusula 2, subseqüente, e relacionados com a “Referência” do presente contrato.

2 – DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOSOs serviços a serem executados pela Contratada consistem no desenvolvimento completo e pormenorizado de projeto de Design de Interiores, composto de dados concepcionais a serem apresentados em escalas e nas

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formas adequadas à perfeita compreensão dos elementos nele contidos, para sua execução, compreendendo os seguintes itens ou etapas:

2.1. Estudo Preliminar – brieffing, estudos preparatórios, relatórios que se fizerem cabíveis, desenhos esquemáticos, e demais documentos em que se demonstre a compreensão do problema e a definição dos critérios e diretrizes conceituais para o desenvolvimento do trabalho ora contratado;

2.2. Projeto Conceitual – desenhos de lançamento das propostas anunciadas no Estudo Preliminar, acompanhados de cálculos e demais demonstrativos das propostas apresentadas no projeto, incluindo-se as instruções a serem endereçadas aos executores responsáveis pelos projetos específicos de instalações elétrica, de itens de ventilação e automação, bem como eventuais detalhamentos que evidenciem as diferentes possibilidades de uso dos sistemas propostos; compreendendo também a compatibilização, atividade em que se justapõem as informações técnicas e as necessidades físicas relativas às determinações do projeto de Design de Interiores, e as decorrentes dos demais projetos integrantes do trabalho global (arquitetura, estrutura, instalações elétricas e telefônicas, hidráulicas, de ventilação, de sonorização e acústica, de execução de interiores e exteriores, de paisagismos, etc.), com a finalidade de garantir o perfeito andamento da execução efetiva do projeto;

2.3. Projeto Executivo – concretização das idéias propostas no Projeto Conceitual, devidamente compatibilizadas a partir da integração do projeto de ambientes com todos os sistemas prediais e/ou estruturais envolvidos, incluindo-se as informações técnicas pertinentes à correta integração dos ambientes e demais equipamentos com os detalhes da arquitetura do prédio pré-existente, bem como os dados de equipamentos especificados, os desenhos referentes móveis, equipamentos, revestimentos, materiais e acabamentos diversos (como parte integrante do Projeto Executivo ou como seu complemento – dito Memorial Descritivo), com vistas à perfeita compreensão das dimensões físicas, estruturais e das formas de instalação de todos os itens e elementos de design e decoração propostos, e sendo que o detalhamento específico de móveis e acessórios especiais ou criados para esse projeto serão considerados serviços extraordinários;

Parágrafo único. Todos os desenhos, plantas e afins serão apresentados em escala.

2.4. Supervisão Técnica – atividade de acompanhamento da execução das obras no edifício onde funcionará a casa noturna, para averiguação e garantia da correta execução das determinações e especificações técnicas cabíveis, bem como para apresentação de eventuais modificações ou adaptações tecnicamente convenientes, se necessário e pertinente, sendo que todas as visitas técnicas necessárias durante a fase de execução e acabamentos serão acordadas e relatadas, para fins de remuneração, em instrumento à parte, posteriormente, o qual será considerado como anexo deste Contrato para todos os fins.

3 – PRAZOS

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Page 79: TCC-MonografiaFinal-2011

03.01. Os serviços ora contratados serão executados nos prazos abaixo especificados:03.01.01. ESTUDO PRELIMINAR: 15 (quinze) dias após a assinatura deste contrato;03.01.03. PROJETO CONCEITUAL: 30 (trinta) dias após a entrega do Estudo Preliminar;03.01.04 PROJETO EXECUTIVO: 30 (trinta) dias após a entrega do Projeto Conceitual.03.02. Os prazos acima constituem os máximos necessários para o desenvolvimento técnico dos serviços, podendo, no entanto, serem dilatados mediante acordo entre as partes.03.03.  Não serão contados os dias em que o projeto ficar retido pelo CONTRATANTE, para sua apreciação.03.04.  Os prazos acima não se vinculam aos prazos necessários para aprovação junto aos órgãos competentes, podendo, entretanto, o CONTRATADO desenvolver, paralelamente e estes trâmites, as etapas posteriores.03.05.  Os prazos acima serão contados a partir da entrega dos elementos necessários ao desenvolvimento do projeto pelo CONTRATANTE, ou seja, levantamento planialtimétrico, sondagens, plantas arquitetônicas, escrituras e civis, etc.

4 – HONORÁRIOS04.01. Para uma área bruta aproximadamente de XXX metros quadrados de área a ser trabalhada, o valor do Projeto será de R$ X.XXX,XX.Pelos serviços previstos no presente contrato o CONTRATANTE pagará ao CONTRATADO, os honorários calculados em R$ X.XXX,XX (XXXXXXXXXXXX) que serão pagos da seguinte forma:04.01.01. 20% – na assinatura do contrato;04.01.04. 30% – na entrega do Projeto Conceitual;04.01.05. 50% – na entrega do Projeto Executivo.04.02. Não constam do preço do projeto;04.02.01. Impostos, taxas, emolumentos e registro na Prefeitura;04.02.02. Sondagens e levantamentos de patologias prediais;04.02.03. Cópias heliográficas, xerográficas e fotografias;04.02.04. Maquetes, perspectivas e plantas de comercialização;04.02.05. Alterações introduzidas pelo CONTRATANTE nas etapas subseqüentes que já foram previamente analisadas e aprovadas;04.02.06. Projetos complementares de instalações hidráulicas, sanitários, elétricas, movelarias exclusivas, intervenções arquitetônicas, etc.04.03. O pagamento de cada etapa deverá ser efetuado até 5 (cinco) dias úteis após a aprovação (de acordo) dos serviços correspondentes, contra  emissão dos respectivos recibos de honorários profissionais.04.03.01. O CONTRATANTE terá 5 (cinco) dias úteis para a aprovação ou solicitação de eventuais alterações a contar da data de cada etapa.04.03.02. Os pagamentos efetuados após seu vencimento sofrerão multa de 30% (trinta).04.04. Todas as alterações introduzidas no projeto pelo CONTRATANTE, visitas à obra e sua fiscalização serão cobradas por hora técnica, de acordo com os valores a seguir convencionados.

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Page 80: TCC-MonografiaFinal-2011

– Designer de Ambientes………………………………….. R$ XX,XX / hora– Desenhista ………………………………………………….. R$ XX,XX / hora

5 – OBRIGAÇÕES DO CONTRATADOConstituem obrigações do CONTRATADO;05.01. Indicar e mediar a contratação de todo o pessoal necessário a execução dos serviços objeto deste contrato: pedreiros, instaladores, gesseiros, marceneiros, serralheiro e fornecedores.05.02. Responder perante o CONTRATANTE, pela execução e entrega dos objetos da Cláusula 02.05.03. Assumir, na qualidade de autoria, a responsabilidade  técnica  pelas especificações feitas, atendendo  prontamente  às  exigências, modificações e  esclarecimentos que forem necessários bem como intermediar as partes fornecedor/cliente quando houver algum problema.05.04. Fornecer um CD com as plantas, detalhes relativos ao desenvolvimento do projeto e memorial descritivo ao CONTRATANTE.05.05. Coordenar e dar orientação geral nos projetos complementares ao projeto de Design de Ambientes, tais como indicações de alterações nas instalações elétricas e telefônicas, arquitetura, instalações hidráulicas e outros, podendo, a pedido do CONTRATANTE, indicar  profissionais  legalmente habilitados para sua execução.05.06. O CONTRATADO deve elaborar os projetos objetivados no presente contrato, em obediência às normas e especificações técnicas vigentes, responsabilizando-se pelos serviços prestados, na forma da legislação em vigor.

6 – OBRIGAÇÕES DO CONTRATANTE06.01. Ressarcir as despesas havidas pelo CONTRATADO, tais como decorrentes de projetos técnicos complementares, memoriais e tabelas técnicas  de  incorporação,  cópias  heliográficas,  xerográficas  e  outras  não  especificadas,  desde  que autorizadas pelo CONTRATANTE.06.02. Fornecer ao CONTRATADO, todos os documentos como cópias de escrituras, levantamentos planialtimétricos, sondagens, plantas arquitetônicas e civis e profissionais para a elaboração dos projetos complementares, etc.06.03. Pagar as despesas relativas a fotografias, mapas, maquetes e plantas de comercialização necessários a representação dos projetos.06.04. Pagar os honorários do CONTRATADO e projetos complementares, referentes a projetos modificativos, e alterações de projetos das fases já executadas, decorrentes das solicitações feitas pelo CONTRATANTE, independente das razões que o motivaram. Esses honorários serão cobrados conforme Cláusula 04.04 do presente contrato.

7 – DISPOSIÇÕES GERAIS07.01. Este contrato não criará qualquer vínculo empregatício entre o CONTRATANTE e o CONTRATADO.07.02. A cada etapa entregue, deverá o CONTRATANTE analisar todos os desenhos entregues e autorizar (de acordo) o início da etapa seguinte.07.03. É defeso de qualquer das partes ceder ou transferir total ou parcial, os direitos e obrigações decorrentes deste contrato.

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Page 81: TCC-MonografiaFinal-2011

07.04. O CONTRATANTE poderá interromper os trabalhos a qualquer momento desde que assegure ai CONTRATADO o término da etapa em andamento e sua conseqüente remuneração.07.05. Se o objeto deste contrato se limitar ao Estudo Preliminar e ao Projeto Conceitual, e se estes forem utilizados para a execução da obra, tal utilização será suscetível da aplicação das disposições legais da obrigatoriedade do pagamento da indenização a três vezes o valor estipulado na Cláusula 04.01.07.06. O CONTRATADO não se responsabiliza por alterações ocorridas durante a obra que estiverem em desacordo com os serviços por ele executados ou alterações solicitadas pelo CONTRATANTE que estiverem em desacordo com a legislação em vigor.07.07. Se, a partir da data deste contrato, forem criados novos tributos taxas, encargos e contribuições fiscais e para fiscais ou modificadas as alíquotas atuais, de forma a majorar os ônus do CONTRATADO, os valores da remuneração constante do presente contrato, serão revisadas de modo a refletir tais modificações.07.08. O contrato será rescindido caso ocorram as seguintes hipóteses:07.08.01. Infração de qualquer das Cláusulas e Condições;07.08.02. Insolvência de qualquer das partes;07.09. A parte que der causa ao rompimento deste ajuste, incidirá na multa contratual 20% (vinte por cento) sobre o valor total dos serviços contratados.07.10. As partes elegem o TRIBUNAL DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM DO PARANÁ, CÂMARA DE LONDRINA, como órgão do INSTITUTO JURÍDICO EMPRESARIAL, com sede na Avenida Bandeirantes, nº116, Londrina, Estado do Paraná, CEP:86.020-010, para solução de toda e qualquer dúvida ou controvérsia resultante do presente contrato ou a ele relacionado, de acordo com as normas de seus regulamentos, renunciando expressamente a qualquer outro foro por mais privilegiado ou especial que seja.

E por estarem justas e contratadas, as partes assinam o presente em 2 (duas) vias de XX páginas, de igual teor e forma, na presença das 02 (duas) testemunhas abaixo indicadas, para que surta os devidos efeitos legais.

São Paulo, 26 de julho de 2010.

_______________________________________J.M.P.T. DESIGN E DECORAÇÃO LTDA. – ME

Contratada

_________________________________POINT DISCO BAR S/A

Contratante

Testemunhas

_____________________________ _____________________________Nome: .............................................. Nome: ..............................................RG nº: .............................................. RG nº: ..............................................

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Page 82: TCC-MonografiaFinal-2011

CPF nº: .............................................. CPF nº: ..............................................

- x -

Em aparte final, consideramos prudente citar, nesse item, uma sugestão

obtida em pesquisas a sites especializados em serviços de designers de

interiores, que diz respeito à contratação e remuneração que envolver o uso de

RT’s como meio de reduzir-se um pouco o valor total do projeto contratado. Em

tais hipóteses, alguns designers consideram ético esclarecer e informar tal

“transação” comercial ao cliente, e fazer constar do Contrato de Prestação de

Serviços um Parágrafo adicional (ou “único”) na mesma Cláusula que tratar dos

valores de remuneração dos servidos, cujo texto poderá ser:

“Parágrafo único. O(s) valor(es) ora convencionado(s) pelo projeto contratado decorre de acordo entre as partes por meio do qual o(a) Contratante compromete-se a efetuar as compras de itens sugeridos no projeto sempre na presença do(a) Contratado(a), a fim de que este(a) último(a) possa receber diretamente dos fornecedores os valores referentes às RT’s, a título de complementação do valor global do projeto”.

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Page 83: TCC-MonografiaFinal-2011

CONCLUSÃO

Esse trabalho de conclusão chegou a termo como um esboço de um

projeto de uma casa de show, o qual servirá de subsídio para a elaboração,

planificação e finalização do projeto detalhado de design de interiores, de

decoração, e também de outros itens citados nesse trabalho inicial.

Essa proposta servirá de ponto de partida para o trabalho de conclusão

de curso a ser apresentado e avaliado no 1º semestre de 2011, o qual versará

sobre a criação de uma casa de show vibrante e divertida que proporcionará

aos seus freqüentadores um local de lazer e de eventos que relembre toda a

animação da década de 70. A idéia é bastante plausível, posto que não há no

bairro do Brás qualquer casa noturna, atualmente, com o perfil similar ao que

estaremos propondo, pelo quê a casa de show ora imaginada será um

exemplar único e excêntrico na região.

Buscamos, para a elaboração desse trabalho inicial, aplicar todos os

conceitos e conhecimentos aprendidos nos dois módulos iniciais do Curso,

bem como nos dedicamos a uma extensa pesquisa prévia sobre a história do

bairro (localização da casa de show) e sobre a história e efervescência cultural,

musical e política da década que servirá de tema para toda a nossa decoração.

A partir dessas premissas, nosso projeto futuro contemplará as melhores

soluções em termos de design, acabamentos, decoração, revestimentos, luz,

mobiliário, acessibilidade e sustentabilidade, mas com foco primordial na

funcionalidade e no equilibro dos vários micro-ambientes a serem criados e

dispostos dentre do espaço dado – haja vista que a própria área útil a ser

trabalhada como nossa casa de show é bastante reduzida.

Pelo desafio que se configurou a elaboração dessa peça inicial do nosso

trabalho de conclusão de curso, mas também pela oportunidade que tivemos

de pesquisar e refletir a respeito dos temas dados em sala de aula,

acreditamos ter chegado a um saldo parcial positivo e gratificante,

comprometendo-nos desde já a desenvolvermos a parte final desse trabalho

com afinco, dedicação e empenho.

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Page 84: TCC-MonografiaFinal-2011

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Fonte:

Blog “ ‘Design – Ações e Críticas’, by Paulo Oliveria LD ”, link

http://paulooliveira.wordpress.com/2008/07/23/modelo-de-

contrato-interioresambientes/, em 26/07/2011.

Fontes:

http://www.eero-aarnio.com

http://www.decoeuracao.com/2009/11/capittone-x-chesterfield.html

http://linformoveis.wordpress.com/2008/08/29/sofas-chesterfield/

http://www.dellanno.com.br/blog/index.php/archives/tag/chesterfield

http://www.arquitrecos.com/2011/04/sofa-chesterfield.html

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Page 85: TCC-MonografiaFinal-2011

APÊNDICES

Apêndice 1 – Apresentação do TCC em Power Point (exibida no Auditório

da E.T.E.C. Carlos de Campos em 21 de julho de 2011)

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Page 87: TCC-MonografiaFinal-2011

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Page 88: TCC-MonografiaFinal-2011

ANEXOS

Anexo 1 – Referências históricas e de design no mobiliário

No projeto, sugerimos a utilização de móveis de época e diversos

objetos de design, tendo como referência especial a década de 1970 histórica

pesquisada, mas não restringindo-se apenas a esse critério.

Como referências, nesse tópico, podemos citar então: os coloridos sofás

e poltronas infláveis propostos para o Lounge da casa noturna; o “sofá ilha”

redondo com estofamento em capitonê (similar ao do sofá “Chesterfield” –

citado abaixo); os bancos “Pira” que servirão ao Bar Principal; os pufes de

forma orgânica (“feijões”) adotados na Recepção e nos Banheiros para

Funcionários; o lustre em forma de globo confeccionado em material reciclado,

do ateliê do artista plástico e designer de sustentabilidade Nido Campolongo,

também adotado na Recepção; os globos espelhados a serem instalados sobre

o Pista de Dança / Mini-Palco; o piso de danceteria com placas luminosas

multicoloridas, como visto em várias cenas do filme “Embalos de Sábado à

Noite”; etc..

Assentos infláveis, em resina plástica

Sofá “ilha” redondo Banquetas “Pira”

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Page 89: TCC-MonografiaFinal-2011

Pufe “feijão” Design by Nido Campolongo – luminária Cone(de cones reciclados de plástico, e LED)

Piso de dança com diodos emissores de luz colorida

Foram utilizados, ainda, muitos itens e materiais de cores vibrantes e

inspiração “futurista” (outra temática que esteve muito em voga no final dos

anos 70).

Um bom exemplo desses itens é a poltrona “Bubble”, aplicada no

Lounge da casa noturna. Móvel que foi popular naquela década, essa peça

representa com propriedade o conceito de “design de época”, e é fabricada em

acrílico translúcido, em formato de bolha, com seu interior contendo almofadas

revestidas de tecidos em cores vibrantes. Por sua vez, o sofá de estilo

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Page 90: TCC-MonografiaFinal-2011

“Chesterfield” proposto para ocupar o canto e o centro do mesmo ambiente têm

seu estofamento trabalhado em botonê, característica que também esteve em

uso na época estudada. Essas duas peças, além de fazerem um contraponto

clássico e “pesado” com a “leveza” dos sofás/poltronas infláveis citadas acima,

se prestam para reforçar, pela ideia de oposição, a característica leve e

vibrante do ambiente Lounge.

Sobre a poltrona “Bubble” (de Eero Aarnio - 1968)

Baseada na idéia da poltrona “Ball” (do inglês “bola”, “esfera”), a poltrona

“Bubble” (“bolha”) é uma versão minimalista do design daquela.

Sobre a cadeira “Bubble”, disse Eero Aarnio, seu criador: “Depois que

desenhei a Ball Chair, eu quis uma iluminação melhor, logo tive a idéia de uma

BalI transparente, em que a luz poderia entrar de todas as direções. O único

material adequado seria o acrílico, que é aquecido e soprado como uma bolha

de sabão. Como eu sabia que clarabóias em forma de cúpula eram feitas

dessa forma, contatei um fabricante e o questionei se seria tecnicamente

possível moldar uma bolha que seja maior que uma semiesfera. A resposta foi

positiva. Mandei fabricar um anel de aço, a Bolha foi moldada, almofadas foram

adicionadas e a poltrona estava pronta. Novamente, o nome era uma escolha

óbvia: BUBBLE”.

Aarnio observou, ainda, que “não há forma para fabricar um pedestal

transparente bonito”, motivo pelo qual a poltrona “Bubble” pende do teto.

Assim como a poltrona “Ball”, a “Bubble” impressiona o usuário pela sua

especial acústica especial: essa poltrona e o seu formato peculiar “engole” os

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Page 91: TCC-MonografiaFinal-2011

sons e faz a pessoa se sentir “isolada” dentro dela, desfrutando de um móvel

agradável e de instantes que podem ser de introspecção, mesmo estando em

lugares cheios de gente.

Sua forma geométrica é conhecida como “calota esférica”, de altura

congruente ao raio da esfera ou semiesfera.

Sobre o sofá estilo “Chesterfield” (séc. XVIII)

Os sofás do modelo conhecido como “Chesterfield” eram encontrados

no Reino Unido desde o séc. XVIII, mas foi no reinado da Rainha Vitória (1837-

1901) que eles se tornaram um popular item de exportação. Esse reinado

durou 60 anos, e nesse período a Inglaterra fabricou mais móveis que em

todos os séculos anteriores, vindo a exportar não só móveis como também

estilos de decoração.

São várias as histórias acerca do nome dessa peça de design, mas a

versão mais aceita diz que sua denominação seria uma homenagem ao Conde

de Chesterfield, que teria encomendado a um marceneiro, ainda no séc. 18, a

confecção de uma peça de mobiliário que permitisse a um nobre cavalheiro

sentar-se verticalmente com o máximo de conforto.

O modelo clássico é conhecido pelos braços arredondados e na mesma

altura do espaldar, pelo revestimento em couro, almofadas soltas e encosto

todo “capitonado”. Hoje em dia, tais peças são fabricadas em várias cores,

revestimentos, formatos e até mesmo como releituras mais ousadas do modelo

original, tais como versões coloridas, em patchwork, infláveis, etc..

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Page 92: TCC-MonografiaFinal-2011

Anexo 2 – Projeto executivo dos jardins verticais (artesanais)

Montagem artesanal / instalação passo-a-passo

1) Impermeabilizar muito bem a parede usando argamassa polimérica

Denvertec 100;

2) Instalar uma mangueira de irrigação, com furos em seu comprimento, na

parte superior do jardim / parede onde ficará o jardim;

3) instalar um sistema de calha na parte inferior da parede de modo que a

água em excesso dos vasos tenha por onde escoar – essa água que escoa

da parte superior cairá sobre os vasos abaixo e também na calha

propriamente dita;

4) montar um quadro com tábuas de madeira na parede que vai receber o

jardim vertical – com o tempo, essas tábuas ajudarão no desenvolvimento

das raízes das plantas e fornecerão substrato de fixação para as mesmas;

5) instalar os vasos individuais no esquema ou disposição escolhida;

6) colocar nos vasos as plantas escolhidas, na seguinte disposição –

sugestão:

aspargos intercalados com begônias, na 1ª parede da direita para

esquerda;

aspargos e pilea nummularifolia intercalados com orquídeas “pingo de

ouro”, na 2ª parede da direita para a esquerda;

aspargos intercalados com dendrobium miniatura, na 3ª parede da direita

para esquerda;

seguir com essa seqüência de disposição das plantas por toda a extensão

do jardim vertical.

Esquema ilustrativo

Montagem das placas de madeira

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Montagem das placas de madeira

Instalação do sistema Parede finalizada para Disposição dos vasos

de calha para vazão da a instalação dos vasos por toda a extensão das placaságua da irrigação de plantas do jardim vertical

vegetações sugeridas

Aspargos Pilea Nummularifolia Orquídea “pingo de ouro”

Begônias Dendrobium miniatura

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Anexo 3 – Pranchas do projeto .......................................

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Anexo 4 – Pranchas de projetos executivos de mobiliário

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Anexo 5 – Ilustrações (digitalizadas)

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