tcc marcus 2011 (completo)
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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
LÚCIO MAURO PIRES
O TRANSITO E A EDUCAÇÃO NAS ESCOLAS.
CURITIBA2012
O TRANSITO E A EDUCAÇÃO NAS ESCOLAS.
CURITIBA2012
LÚCIO MAURO PIRES
O TRANSITO E A EDUCAÇÃO NAS ESCOLAS.
Relatório apresentado como requisito parcial para a conclusão da graduação no Curso de Geografia, FACET da Universidade Tuiuti do Paraná.Orientadora: Profª. Mestre Monika Christina Portella Garcia.
CURITIBA2012
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho de conclusão de curso aos meus pais que me trouxeram
a este mundo, e apesar das imensas dificuldades da pobreza, sempre estiveram
presentes, e de maneira mais que especial a minha esposa, que foi e continua
sendo a pessoa mais profunda e incansável companheira, no amor e na paciência.
As minhas filhas, Leticia e Camily, por ter se sacrificado, se privando das
inúmeras vezes da minha atenção, enquanto tinha que conciliar estudo trabalho e
família.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me dado força para chegar até o fim deste curso,
aos colegas Lucas e Sidnei, este ultimo que sempre soube me dar incentivo e apoio
em todos os momentos e por ter me ajudado quando eu estava desorientado.
A minha esposa por sempre me incentivar, e me ajudar quando tive
dificuldades. A professora Monika Cristina Portella Garcia que sempre se mostrou
tolerante e compreensível, em relação as minhas queixas, quando atrasava algum
trabalho por força maior.
Aos professores da Geografia, Josmael Araujo Bonato, Sandro José
Briskr este por terem usado não apenas o profissionalismo mas também a boa ética
e sensatez nas suas navaliações.
A vocês meu muito obrigado.
“Geografia é uma prática humana de
conhecer o espaço onde se vive,
para planejar onde se vive.”
Autor Desconhecido
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................8
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS..............................................................9
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO .........................................................................11
3.1 AS CARACTERÍSTICAS DO BAIRRO.............................................................11
3.2 O COMBATE AO CRIME.................................................................................14
3.3 A PATRULHA ESCOLAR COMUNITÁRIA.......................................................16
3.4 O COLÉGIO ESTADUAL PROTÁSSIO DE CARVALHO.................................17
3.5 PROBLEMAS OBSERVADOS NO COLÉGIO E NO SEU ENTORNO............18
3.6 OS PROBLEMAS FAMILIARES DOS ALUNOS..............................................20
3.7 O PROFESSOR E SEU RELACIONAMENTO COM OS ALUNOS..................21
3.8 PROPOSTA DE METODOLOGIA DE ENSINO...............................................23
3.9 RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS....................................26
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................32
REFERÊNCIAS......................................................................................................33
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - CONJUNTOS HABITACIONAIS SEGUNDO O BAIRRO E CURITIBA....11
QUADRO 2 - HABITANTES E DOMICÍLIOS NO BAIRRO.............................................12
QUADRO 3 - POPULAÇÃO EM IDADE ATIVA NA CIDADE INDUSTRIAL...................12
QUADRO 4 - POPULAÇÃO EM IDADE ATIVA EM CURITIBA......................................12
QUADRO 5 - CHEFES DE DOMICÍLIOS POR FAIXAS SALARIAIS.............................13
QUADRO 6 - ESCOLARIDADE DOS RESPONSÁVEIS PELOS DOMICÍLIOS
PARTICULARES PERMANENTES................................................................................13
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – FOTO DA SECRETARIA E PÁTIO DE ENTRADA DO COLÉGIO
PROTÁSSIO DE CARVALHO........................................................................................19
FIGURA 2 – FOTO DA ENTRADA DO COLÉGIO PROTÁSSIO DE CARVALHO.........19
FIGURA 3 - QUAL A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO /ALUNOS DA MANHÃ.............26
FIGURA 4 - QUAL O OBJETIVO O ALUNO ESPERA ALCANÇAR ATRAVÉS DO
ESTUDO/ ALUNOS DA MANHÃ.....................................................................................27
FIGURA 5 - O MÉTODO DE ENSINO ATUAL É ADEQUADO PARA SUA FORMAÇÃO/
ALUNOS DA MANHÃ......................................................................................................28
FIGURA 6 - QUAIS FATORES LEVAM A PESSOA A COMETER UM CRIME/ ALUNOS
DA MANHÃ.....................................................................................................................28
FIGURA 7 - QUAL A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO/ ALUNOS DA NOITE...............29
FIGURA 8 - QUAL O OBJETIVO O ALUNO ESPERA ALCANÇAR ATRAVÉS DO
ESTUDO/ ALUNOS DA NOITE...................................................................................... 30
FIGURA 9 - O MÉTODO DE ENSINO ATUAL É ADEQUADO PARA SUA FORMAÇÃO/
ALUNOS DA NOITE........................................................................................................30
FIGURA 10 - QUAIS FATORES LEVAM A PESSOA A COMETER UM CRIME/
ALUNOS DA NOITE........................................................................................................31
RESUMO
A presente pesquisa verifica imensa lacuna que a educação ainda terá que preencher ou em curto prazo ou a longo, de uma forma ou de outra, as escolas não poderão fugir por muito tempo, do seu papel educativo, neste debate, das soluções e mudanças de postura, frente ao caos que vai se instalando nas metrópoles urbanas. A necessidade de uma visão embasada não apenas nos dados de acidentes, mas, também dos efeitos nefastos que isso ocasiona em graus de stress, não facilmente perceptível, e ao mesmo tempo ignorado, dos seus malefícios, a saúde dessas populações. Os gastos e desperdícios com vitimas e acidentes, enfatiza neste presente trabalho, a preocupação de deixar uma pequena contribuição, apontando soluções que sem sombra de duvida, deverão começar nas escolas, no grupo infanto juvenil, o qual se prepara para assumir todos os papéis da sociedade futura.
Palavras-chave: Educação, Jovens, Transito.
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1 INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta uma proposta educacional visando à aproximação
entre professores e alunos. Tendo em vista que tal perspectiva é entendida como
medida eficaz na redução da criminalidade, no sentido de que pode motivar o
interesse dos jovens pela escola.
Esta idéia de melhorar a relação entre professores e alunos, se justifica pela
importância de medidas educacionais que incentivem os jovens a permanecerem na
escola, considerando-se o aumento da criminalidade decorrente do afastamento dos
jovens do ambiente escolar.
Parte-se da hipótese que a aproximação entre professor e alunos pode tornar-
se medida eficaz para aumentar o interesse destes pela educação. E justamente,
esta maior ligação dos jovens com a educação é que pode diminuir a evasão
escolar, evitando assim que estes se insiram na criminalidade.
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2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Com a proposta de melhorar o relacionamento entre professores e alunos, foi
elaborado um questionário que tem como objetivo analisar a opinião dos alunos
sobre a importância da educação, e a ocorrência da criminalidade.
O questionário foi aplicado no Colégio Protásio de Carvalho, com alunos do 1º
ano do Ensino Médio, pois neste momento os jovens passam por uma mudança do
ensino fundamental para o ensino médio e começam a ter mais definidos seus
objetivos dentro da escola.
O questionário foi elaborado de maneira que o aluno informasse a idade,
período em que está matriculado, não sendo necessário colocar nome. A partir disto,
foram elaboradas quatro questões, cujas respostas encontravam-se em três
alternativas. O aluno marcaria com um (X) a resposta que lhe agradasse.
Primeiramente, pensou-se num questionário em que as respostas seriam
discursivas, mas havia a possibilidade de alguns alunos deixarem respostas em
branco, ou escreverem algo copiado de outro colega. Desta forma, para aproveitar
ao máximo a opinião de cada jovem, elaborou-se um questionário com múltiplas
respostas, direcionadas, em que cada aluno poderia expor seu ponto de vista sobre
os temas abordados.
Foram distribuídos 59 questionários (cujo modelo é apresentado na
seqüência, p. 10) entre os turnos da manhã e noite, quando há turmas de 1º ano do
ensino médio. O objetivo de coletar informações dos dois turnos era fazer um
comparativo de respostas e verificar se existem diferenças entre estes jovens, seja
em relação à idade ou na questão de estarem já trabalhando.
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Modelo de Questionário
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁFACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS
Idade:
Período (Manhã/Tarde/Noite):
Qual a importância da Educação?
( ) Formar bons cidadãos.
( ) Preparar para o mercado de trabalho.
( ) É uma simples etapa da vida.
Que objetivo você espera alcançar através do estudo?
( ) Um bom Emprego.
( ) Cursar uma boa faculdade.
( ) Estudar é desnecessário.
O método de ensino atual é adequado para sua formação?
( ) Sim.
( ) Não.
( ) É necessário mudanças.
Quais os fatores levam uma pessoa a cometer crimes?
( ) Falta de Dinheiro.
( ) Falta de oportunidades/ emprego.
( ) Maldade da pessoa.
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 AS CARACTERÍSTICAS DO BAIRRO
O trabalho de pesquisa foi realizado no Colégio Estadual Protásio de
Carvalho, localizado no Conjunto Itatiaia na Cidade Industrial de Curitiba. O bairro
inicialmente foi destinado à instalação de médias e grandes indústrias, mais devido
sua grande extensão e o aumento da população de Curitiba, algumas áreas foram
destinadas a loteamentos de Habitação Popular, como é o caso do Conjunto Itatiaia.
Contudo outras áreas dentro do bairro foram formadas a partir de construções
de casas irregulares (invasões). O quadro 1 apresenta a quantidade de conjuntos
habitacionais, existentes em Curitiba e no bairro da Cidade Industrial de Curitiba.
QUADRO 1: CONJUNTOS HABITACIONAIS SEGUNDO O BAIRRO E CURITIBA
Conjuntos Habitacionais(1) QuantidadeBairro Curitiba
COHAB (2003) 18 445
COHALAR (1992) 3 35
INOCOOP (1992) 4 46
IPE (1989) - 15
Fonte: COHAB, COHALAR, INOCOOP, IPE.ELABORAÇÃO: IPPUC/Banco de Dados.
Nota: (1) Foram desativados COHALAR e INOCOOP. IPE não construiu mais moradias.
Criado em 1973, como resultado de convênio entre a URBS (Urbanização de
Curitiba S/A) e o governo do Estado do Paraná, a Cidade Industrial de Curitiba (Cic)
tem crescido muito nos 38 anos de existência, não só nas áreas destinadas à
localização de indústrias, como nas zonas de habitação (Prefeitura Municipal de
Curitiba). O quadro 2 (p.12) apresenta a quantidade de habitantes e de domicílios
no Bairro, em comparação a Curitiba.
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QUADRO 2: HABITANTES E DOMICÍLIOS NO BAIRRO
Bairro e CuritibaHabitantes Domicílios
Habitantes / Domicílios
Abs. % Abs. %
Cidade Industrial de Curitiba
157.461 9,92 43.890 9,163,59
Curitiba 1.587.315 100,00 479.341 100,00 3,31
Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2000.Elaboração: IPPUC/Banco de Dados.
O CIC é o maior bairro de Curitiba e corresponde ao distrito industrial da
cidade, sendo concebido como o motor do desenvolvimento industrial do município e
como uma área urbana provida de todos os serviços necessários (Prefeitura
Municipal de Curitiba). Os quadros 3 e 4 apresentam a quantidade de pessoas em
idade ativa no bairro e em relação a Curitiba.
QUADROS 3 e 4: POPULAÇÃO EM IDADE ATIVA
31.621 258.917
1.202.558
Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2000.Elaboração: IPPUC/Banco de Dados.
Quando foi implantado, o CIC parecia ficar distante do centro da cidade, mas
nos dias atuais, com a modernização do transporte coletivo, está muito bem dotado
por este sistema, possuindo um terminal e várias linhas de ônibus (IPPUC, 2010).
Constata-se boa estrutura de áreas de lazer, com várias canchas
poliesportivas e outras de acesso gratuito à população. Há dois postos de saúde 24
horas no bairro, e diversos estabelecimentos comerciais como lojas, supermercados,
postos de gasolina entre outros.
Escolaridade dos Responsáveis pelos Domicílios Particulares Permanentes - 2000
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
Sem Instrução eMenos de 1 Ano
1 a 3 Anos 4 a 7 Anos 8 a 10 Anos 11 a 14 Anos 15 Anos ou mais
Homens Mulheres
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Contudo, o bairro é caracterizado por uma grande desigualdade de renda
entre os moradores, sendo que parte destas pessoas sofrem com a falta de esgoto,
e outras políticas públicas básicas. O quadro 5, abaixo, apresenta as faixas salariais
dos moradores do bairro.
QUADRO 5: CHEFES DE DOMICÍLIOS POR FAIXAS SALARIAIS
Chefes de Domicílios por Faixas Salariais (em Salários Mínimos ¹)
Até Mais de Mais de Mais de Mais de Mais de Mais de Mais de Mais de Sem Renda
0,5 0,5 a 1 1 a 2 2 a 3 3 a 5 5 a 10 10 a 15 15 a 20 20 Rend. Média
130 3.631 8.199 7.561 10.281 8.255 1.267 486 308 3.376 639,09
Fonte: IBGE-Censo Demográfico 2000 (Primeiros Resultados da Amostra total 43494 pessoas).Elaboração: IPPUC/Banco de dados.
Notas: ¹ Salário mínimo utilizado: R$ 151,00.² Média Ponderada é calculada através quociente da soma dos produtos entre o ponto médio da classe de
rendimento e o nº de observações desta classe pelo número total de pessoas.
A população, em grande parte assalariada, com baixa escolarização, busca
se organizar por meio da formação de associações e entidades que visam
resolver/minimizar os problemas do bairro. O quadro 6 apresenta a escolarização
dos responsáveis pelos domicilio no bairro.
QUADRO 6: ESCOLARIDADE DOS RESPONSÁVEIS PELOS DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES
Fonte: IBGE-Censo Demográfico 2000 (Primeiros Resultados da Amostra total 43494 pessoas).Elaboração: IPPUC/Banco de dados.
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A criminalidade na região está relacionada com o tráfico de drogas, seja na
disputa por pontos de tráfico, ou em situações de homicídios que envolvem usuários
que ficam em débito com os traficantes. Ocorrem também roubos e pequenos furtos
realizados pelos usuários de drogas, que acabam por criar um ciclo de propagação
da criminalidade na região, onde a sociedade se insere como vítima a espera de
uma solução eficaz para os problemas.
A partir da análise das características do bairro e de seus moradores, esta
pesquisa busca minimizar os problemas de criminalidade da região, através de uma
nova proposta educacional. Nesta proposta o professor deve entender a realidade
de seus alunos, quais são seus anseios e perspectivas, para que possa planejar de
maneira adequada seus métodos de ensino, proporcionando interesse quanto ao
conhecimento criando não só uma expectativa de vida melhor, como solidificando os
elos que unem professor e alunos.
3.2 O COMBATE AO CRIME
A prática de segurança pública parte da prevenção, investigação e
repreensão de crimes, contudo esta seqüência não é obedecida rigorosamente, e
nestes casos quem perde é a sociedade, pois desta forma muitos crimes ficam
impunes.
O combate ao crime nada mais é que a redução ou a extinção de
determinada prática delituosa em uma região. Mais como evitar que crimes ocorram
em uma região? O Governo do Estado do Paraná criou um banco de dados onde
reúne informações sobre os crimes cometidos no Estado, para facilitar o emprego do
policiamento com vistas à diminuição da criminalidade.
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Isso ocorre através da elaboração de um mapa do crime, com atualizações
periódicas, que especificam o tipo de crime, horário do evento, característica dos
envolvidos entre outras informações. Com base nestes dados, a polícia pode realizar
patrulhamentos nas regiões problemáticas e evitar que ali sejam cometidos novos
crimes.
Existem ainda outras formas de coleta de informações delituosas, disque
denúncia, o fone 181, que pode ser utilizado para denúncias de tráfico de drogas e
crimes semelhantes, e a prestação de queixa quando o indivíduo é vítima de crimes,
que pode ser feita em uma delegacia de polícia próxima à área da ocorrência.
Contudo, mesmo com todas essas fontes de coletas de dados disponíveis,
ainda assim o sistema de segurança é falho, em razão da falta de efetivo e troca de
informações entre os órgãos de polícia. Cita-se, ainda, o fato que uma pequena
parcela da população que é vitima de crimes não registra o caso, dificultando um
planejamento adequado para determinada região.
É nesse contexto que se abrem oportunidades para marginais agirem, já que
com um efetivo pequeno de policiais para realizarem rondas, somado à falta de
informação, o crime torna-se uma fonte de renda com pequena chance de se
esgotar.
A esta falha no sistema de segurança, agregam-se os problemas sociais e
financeiros, que fazem com que jovens se insiram neste cenário dos crimes,
procurando aventura, dinheiro fácil, ou até mesmo por falta de orientação e
conhecimento.
O ingresso na vida dos crimes começa pela prática de pequenos furtos e
roubos, que servem apenas para manter a diversão do jovem ou o desejo de
comprar determinado produto.
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Com o tempo, o jovem começa a perceber que isto não é suficiente e
planeja uma maneira de obter mais dinheiro; é neste ponto que acabam por ser
influenciados por indivíduos maiores de idade, que os usam como linha de frente em
delitos, para que, em caso de erro, os menores de idade sejam presos pela polícia, e
os indivíduos maiores consigam fugir. Tal situação decorre em falhas na Lei Nº
8.069, de 13 de julho de 1993, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e
Adolescente e que não apresenta punições restritivas de liberdade na maioria dos
crimes.
Neste mundo do crime, o jovem consegue se impor perante os demais, já
que estes o temem e este fator ligado à facilidade de se obter dinheiro, pode se
tornar um caminho de grandes ilusões, fascinante, mas sem volta. Por isso, a
conscientização de jovens quanto às conseqüências do crime, um trabalho de
prevenção à entrada deste jovem na criminalidade, torna-se importante para que
não seja necessária uma intervenção policial no futuro.
3.3 A PATRULHA ESCOLAR COMUNITÁRIA
A Patrulha Escolar Comunitária, composta por dois policiais militares, atua na
prevenção de situações originárias em Colégios. Assim, desenvolve um trabalho não
só de policiamento, como também de promoção de palestras para alunos e
professores.
Dentre os objetivos desta ação, a patrulha escolar busca esclarecer e orientar
os professores e demais funcionários da escola sobre situações críticas que possam
vir a acontecer.
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Nas palestras, a equipe policial explica e debate temas como segurança dos
alunos e dos professores, drogas e violência em aulas durante todo o ano letivo.
Cada palestra tem duração de 30 minutos. Além disto, a equipe policial faz um
trabalho de patrulhamento nas proximidades dos colégios, com o intuito de evitar
possíveis situações de risco contra alunos e professores.
3.4 O COLÉGIO ESTADUAL PROTÁSSIO DE CARVALHO
Este trabalho foi realizado no Colégio Estadual Protásio de Carvalho,
localizado no Conjunto Itatiaia na Cidade Industrial de Curitiba. Possui uma estrutura
física de aproximadamente 5400 m², além de uma área livre de 6150 m², totalizando
11550 m². Contém 21 salas de aula, 3 salas para o administrativo e pedagógico, 1
Laboratório de Ciências, 1 Laboratório de Informática, 1 Biblioteca, 1 Sala de vídeo,
2 quadras de esportes, 4 banheiros, 1 cozinha e 1 cantina, 1 estacionamento.
Na parte administrativa, o Colégio conta com a participação da APM
(Associação de Pais e Moradores) e do Conselho Escolar, estes formados por
membros da escola e da comunidade. Dispondo de uma equipe atuante nas
questões administrativas e pedagógicas, sendo que é comum a relação escola e
comunidade, reforçando a filosofia democrática na participação de todos para uma
melhor educação dos alunos.
Em algumas salas de aula, existem alunos com distúrbios de aprendizagem
e sendo atendidos por meio de sistema de inclusão com os outros alunos. O colégio
fez um levantamento estatístico para conhecer o perfil de seus alunos e promover
um ensino de melhor qualidade atendendo às necessidades individuais dos alunos.
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De acordo com este levantamento, 30% dos alunos do ensino médio estão
empregados, os demais se encontram desempregados ou não trabalham, 15% tem
remuneração com trabalhos autônomos, a maioria das famílias não possui casa
própria. A pesquisa mostra que a maioria dos alunos moram próximo ao colégio.
Os alunos são oriundos de famílias humildes e de baixa renda, muitos com
problemas familiares, e sem muita perspectiva de futuro melhor. Poucos almejam
uma faculdade. O término do ensino médio é basicamente para alguns alunos a
melhoria da qualificação profissional, e para outros, uma obrigação moral.
O Colégio Estadual Protásio de Carvalho visa o desencadeamento de novas
atitudes que venham atender aos interesses, aos desejos e às necessidades dos
alunos, para isso busca combater a evasão escolar, a repetência e as
dependências.
Além disto, busca a valorização do profissional da educação, a socialização
e integração dos alunos na comunidade escolar, participando da comunidade com
projetos de cidadania fornecendo subsídios necessários à qualidade de vida dos
jovens.
3.5 PROBLEMAS OBSERVADOS NO COLÉGIO E NO SEU ENTORNO
A região em torno do colégio apresenta asfalto danificado, além de falta de
cuidado quanto à limpeza. Por ser uma região com grande fluxo de pessoas, os
muros da escola são altos para garantir maior segurança, contudo apresentam
pichações em toda sua extensão. O colégio foi pintado com algumas cores escuras
o que esconde um pouco a depreciação.
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Por ser uma construção que passou por algumas etapas até possuir a
estrutura atual, o colégio aparenta ser mal planejado e construído.
FIGURA 1: SECRETARIA E PÁTIO DE ENTRADA DO COLÉGIO PROTÁSSIO DE
CARVALHO
FIGURA 2: ENTRADA DO COLÉGIO PROTÁSSIO DE CARVALHO
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Na questão da segurança, a parte externa do colégio apresenta iluminação
inadequada, contendo muitas vielas que, mal iluminadas, tornam-se ambientes
propícios às práticas ilícitas. Existe ainda um bosque atrás do colégio; neste local,
usuários de drogas e pequenos traficantes atuam diariamente. O acesso a este
ponto pode ser feito somente a pé, dificultando o trabalho da polícia, pois os
indivíduos conseguem perceber facilmente a chegada de uma equipe policial e
rapidamente dispensar possíveis materiais ilícitos. A precariedade da segurança
neste local não é só problema para os alunos, mas também para os moradores da
região, que circulam diariamente nestas imediações.
3.6 OS PROBLEMAS FAMILIARES DOS ALUNOS
Os jovens atualmente vivem uma liberdade de pensamento e de expressão e
acabam por não saber diferenciar seus direitos e seus deveres. Assim, determinar
seus limites requer cuidado, já que estão em uma fase da vida, em que se impor
perante os demais tem grande importância.
Neste contexto acabam por encontrar dificuldades de relacionamentos em
suas casas, e a falta de comunicação entre pais e filhos, agrava problemas que
refletem no comportamento destes jovens na escola. Por isso, a escola acaba sendo
um local de refugio, onde o jovem pode extravasar suas opiniões e atitudes, as
quais, muitas vezes, em casa são coibidas com agressões físicas, verbais e
psicológicas.
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3.7 O PROFESSOR E SEU RELACIONAMENTO COM OS ALUNOS
O ambiente escolar tem sido utilizado como fuga aos problemas que os
jovens têm no seu dia-a-dia, sejam eles sociais ou financeiros. É na escola que as
diferenças se minimizam e o destaque depende do comprometimento de cada aluno.
Para que o professor tenha um bom aproveitamento em sala de aula, torna-
se necessário não só conhecer o modo de vida dos alunos, mas estar sempre
atualizado com as mudanças da sociedade, pois o modo de agir e pensar dos jovens
tem se modificado muito nos últimos tempos.
Métodos de ensino diferenciados, com utilização de músicas ou recursos
como televisão ou internet não são suficientes para atrair o interesse dos alunos. É
importante que o professor tenha domínio das informações e das tecnologias que se
apresentam atualmente e que saiba transmitir de forma que estimule a busca do
conhecimento e desperte o interesse dos alunos. O professor pode associar a
matéria da aula com a própria realidade dos alunos, demonstrando a aplicação
prática do que é ensinado na teoria.
Um professor que demonstra aos alunos conhecer a realidade dos jovens,
suas gírias e modo de agir, apresenta-se como uma pessoa mais acessível. O que
não significa que precise falar ou agir como eles, mas os entender e aceitar.
Nesse ponto, o professor acaba sendo o elo de ligação entre o aluno e a
sociedade, e seu comportamento influenciará fortemente nas tomadas de decisão
dos jovens. Isso ocorre, pois na sociedade atual, a família tem perdido sua função
de educar, cabendo ao professor saber lidar com as características de cada aluno.
Os jovens se surpreendem quando um adulto os compreende e os aceita, e
isso acaba sendo um fator de aproximação, já que muitas vezes nas suas próprias
casas os jovens não têm a liberdade de conversar com seus pais.
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Por exemplo, um professor que conhece as músicas da banda de Rap
Racionais Mcs é um diferencial entre os demais adultos, já que para os alunos isso é
coisa de jovem e no seu ambiente familiar tais músicas são vistas com certo
preconceito pelos seus pais. Então, quando o professor se apresenta com esta
flexibilidade, os alunos tendem a ver nele um indivíduo que os respeita em suas
idéias.
Outro fator importante dentro de uma sala de aula é tentar minimizar as
situações de indisciplina, para que a aula transcorra da melhor forma possível. Para
isso, é importante que o professor identifique os alunos que costumam apresentar
problemas de indisciplina e tentar manter a melhor relação possível com eles, isto
porque tais alunos costumam ser uma espécie de líderes, e suas atitudes influem
nas atitudes dos demais.
Nesta situação, o professor pode lhes delegar tarefas de responsabilidade de
destaque, como tornar o aluno chefe de turma. Uma ação como essa, faz com que a
turma veja o professor com outros olhos, já que se o líder é amigo do professor, é
sinal de que este professor é “bacana” e acessível. Logicamente que esta relação de
amizade com o líder, pode não ser fácil, porque normalmente este aluno é o que
apresenta maiores problemas pessoais, por isso é importante que o professor jamais
entre em conflito com o aluno em sala de aula, busque o dialogo e a compreensão.
Para os alunos, a sala de aula é o ambiente deles, e certamente o é, já que
neste ambiente são a maioria. Nenhum jovem gosta de ser desafiado em seu
ambiente e ainda mais na presença de amigos, pois, nesta fase da vida o indivíduo
tem um grande desejo de se auto afirmar perante os demais.
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Então, como resolver situações de indisciplina em sala? O professor deve
estar preparado, se o aluno exagerou na indisciplina, chame-o até a orientação, e lá
converse sobre o que vem ocorrendo e proponha mudanças. Certamente na
orientação, sem a presença de outros alunos, este jovem ficará mais suscetível a
mudar seu comportamento.
Com atitudes como esta, busca-se melhorar o aproveitamento dos alunos,
tornando o professor um individuo mais acessível e que tenta ajudar a todos a
buscar uma vida melhor.
3.8 PROPOSTA DE METODOLOGIA DE ENSINO
A proposta desta pesquisa é a melhoria no relacionamento entre professor e
alunos a partir de uma postura diferenciada do professor em relação a todos os seus
alunos.
Uma linha de pensamento semelhante foi aplicada pelo educador Paulo Freire
(1962) que utilizou um método de alfabetização de adultos, no Estado do Rio
Grande do Norte, destinado a 300 cortadores de Cana, obtendo êxito em 45 dias,
sem utilizar o método tradicional através das cartilhas que são baseadas em
repetição de palavras soltas ou de frases. (Freire, 1962)
Para desenvolvimento deste método Paulo Freire iniciou uma pesquisa, e
através dos resultados obtidos pode aplicá-la da seguinte forma:
Etapas do Método
1. Etapa de Investigação: busca conjunta entre professor e aluno das palavras e
temas mais significativos da vida do aluno, dentro de seu universo vocabular e da
comunidade onde ele vive.
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2. Etapa de Tematização: momento da tomada de consciência do mundo, através
da análise dos significados sociais dos temas e palavras.
3. Etapa de Problematização: etapa em que o professor desafia e inspira o aluno a
superar a visão mágica e acrítica do mundo, para uma postura conscientizada.
O Método
As palavras geradoras: o processo proposto por Paulo Freire inicia-se pelo
levantamento do universo vocabular dos alunos. Através de conversas informais, o
educador observa os vocábulos mais usados pelos alunos e a comunidade, e assim
seleciona as palavras que servirão de base para as lições. A quantidade de palavras
geradoras pode variar entre 18 a 23 palavras, aproximadamente. Depois de
composto o universo das palavras geradoras, elas são apresentadas em cartazes
com imagens. Então, entre os alunos inicia-se uma discussão para significá-las
dentro da realidade daquela turma.
A silabação: uma vez identificadas, cada palavra geradora passa a ser
estudada através da divisão silábica, semelhantemente ao método tradicional. Cada
sílaba se desdobra em sua respectiva família silábica, com a mudança da vogal.
(i.e., BA-BE-BI-BO-BU)
As palavras novas: o passo seguinte é a formação de palavras novas. Usando
as famílias silábicas agora conhecidas, o grupo forma palavras novas.
A conscientização: um ponto fundamental do método é a discussão sobre os
diversos temas surgidos a partir das palavras geradoras. Para Paulo Freire,
alfabetizar não pode se restringir aos processos de codificação e decodificação.
Dessa forma, o objetivo da alfabetização de adultos é promover a
conscientização acerca dos problemas cotidianos, a compreensão do mundo e o
conhecimento da realidade social.
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As Fases de Aplicação do Método
Freire propõe a aplicação de seu método nas cinco fases seguintes:
1ª fase: Levantamento do universo vocabular do grupo. Nessa fase ocorrem
as interações de aproximação e conhecimento mútuo, bem como a anotação das
palavras da linguagem dos membros do grupo, respeitando seu linguajar típico.
2ª fase: Escolha das palavras selecionadas, seguindo os critérios de riqueza
fonética, dificuldades fonéticas - numa seqüência gradativa das mais simples para
as mais complexas, do comprometimento pragmático da palavra na realidade social,
cultural, política do grupo e/ou sua comunidade.
3ª fase: Criação de situações existenciais características do grupo. Trata-se
de situações inseridas na realidade local, que devem ser discutidas com o intuito de
abrir perspectivas para a análise crítica consciente de problemas locais, regionais e
nacionais.
4ª fase: Criação das fichas-roteiro que funcionam como roteiro para os
debates, as quais deverão servir como subsídios, sem, no entanto seguir uma
prescrição rígida.
5ª fase: Criação de fichas de palavras para a decomposição das famílias
fonéticas correspondentes às palavras geradoras.
A partir da idéia de uma interação entre professor e aluno, onde ambos
trocam informações, Paulo Freire conseguiu obter resultados consideráveis na
alfabetização de adultos, já que conseguiu este feito em 45 dias. Atualmente
segundo David Archer, mestre em educação pela Universidade de Oxford, o tempo
necessário para alfabetização de adultos é entre 2 a 3 anos, seguindo a idéia de que
alfabetização é um processo contínuo. David Archer tem seu método premiado e
utilizado hoje por mais de 500 organizações em mais de 70 países.
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Portanto, a interação entre professores e alunos, demonstra resultados
satisfatórios, Paulo Freire conseguiu isto na alfabetização de seus alunos, e com
base nesta linha de pensamento, este trabalho apresenta uma proposta de
aproximação entre professor e alunos onde o objetivo é aumentar o interesse dos
alunos pela educação. “Estudar não é um ato de consumir idéias, mas de criá-las e
recriá-las” (FREIRE, 1982 p. 10).
3.9 RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS
Na aplicação do questionário no 1º ano do ensino médio, no turno da manhã,
com jovens de idade que variam entre 14 anos a 19 anos, a primeira pergunta
questiona sobre a importância da educação; obteve-se o seguinte resultado,
conforme o gráfico abaixo (Figura 3):
FIGURA 3: QUAL A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO
Resultado apresentado em número de alunos.
Assim, dos 42 alunos que responderam à primeira questão, 26 alunos
escolheram a primeira alternativa, 15 alunos a segunda alternativa, e apenas 01
alunos escolheu a terceira alternativa de resposta.
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O que pode ser observado com este resultado, é que a maioria dos alunos vê
a escola como um local onde se forma o caráter do individuo, muito antes de um
estabelecimento que prepara para o mercado de trabalho.
Na segunda pergunta, questionou-se qual objetivo o aluno espera alcançar
por meio de seus estudos. Obteve-se o seguinte resultado, conforme o gráfico
abaixo (Figura 4):
FIGURA 4: QUAL O OBJETIVO O ALUNO ESPERA ALCANÇAR ATRAVÉS DO ESTUDO
Resultado apresentado em número de alunos.
Nesta segunda questão, 24 alunos responderam a primeira alternativa, 17
alunos a segunda alternativa, e 01 aluno a terceira alternativa de resposta. Neste
caso, os alunos acreditam que estudar é o caminho para uma boa inserção no
mercado de trabalho, contudo a continuidade dos estudos, aumentaria a
possibilidade de se conseguir um bom emprego.
Na terceira questão, perguntou-se aos alunos se consideram o método de
ensino atual adequado para sua formação. Obteve-se o seguinte resultado conforme
gráfico abaixo (Figura 5):
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FIGURA 5: O MÉTODO DE ENSINO ATUAL É ADEQUADO PARA SUA FORMAÇÃO?
Resultado apresentado em número de alunos.
Na terceira questão, 23 alunos responderam que o método de ensino atual é
adequado para sua formação, porém 19 alunos acreditam que são necessárias
mudanças nos métodos de ensino. Percebe-se uma divisão de opiniões, sendo que
uma boa parcela de alunos não está satisfeita com os métodos atuais de ensino, e
isso pode gerar descomprometimento por parte destes alunos.
Na quarta questão, perguntou-se quais os fatores que levam uma pessoa a
cometer um crime. Obteve-se o seguinte resultado conforme gráfico abaixo (Figura
6):
FIGURA 6: QUAIS FATORES LEVAM A PESSOA A COMETER UM CRIME
Resultado apresentado em número de alunos.
Nesta quarta e última questão, 04 alunos responderam que cometer um crime
é ocasionado pela falta de dinheiro, 17 alunos responderam a segunda alternativa
que está relacionada à falta de oportunidade/emprego, e 21 alunos responderam a
terceira opção que relaciona a maldade da pessoa com a prática de um crime.
29
Percebe-se que estes alunos associam a criminalidade com a maldade do
ser humano, considerando este aspecto mais importante do que a falta de emprego
ou de dinheiro.
Na aplicação do mesmo questionário aos 17 alunos do período noturno, com
idades que variam entre 15 anos e 17 anos, em relação à primeira pergunta, obteve-
se o seguinte resultado conforme gráfico abaixo (Figura 7):
FIGURA 7: QUAL A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO
Resultado apresentado em número de alunos.
Nesta primeira questão, 06 alunos responderam a primeira alternativa, e 08
alunos responderam a segunda alternativa, apenas 03 escolheram a terceira
alternativa de resposta.
Desta forma percebe-se que, diferentemente dos alunos da manhã, os
alunos que estudam no período noturno, têm uma visão mais orientada para o
mercado de trabalho e não vêem a educação como fator de formação de caráter de
um individuo.
Na segunda pergunta obteve-se o seguinte resultado conforme gráfico
abaixo (Figura 8):
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FIGURA 8: QUAL O OBJETIVO O ALUNO ESPERA ALCANÇAR ATRAVÉS DO ESTUDO.
Resultado apresentado em número de alunos.
Nesta segunda questão, 07 alunos responderam que esperam, através de
seus estudos, alcançar um bom emprego, 08 alunos esperam chegar à faculdade e
apenas 02 acreditam que estudar é desnecessário. Assim, em comparativo com os
alunos que estudam no período da manhã, os alunos do período noturno têm quase
a mesma percepção sobre o assunto, ou seja, para conseguir um bom emprego no
mercado de trabalho é necessário dar continuidade nos estudos.
Na terceira pergunta, obteve-se o seguinte resultado (Figura 9):
FIGURA 9: O MÉTODO DE ENSINO ATUAL É ADEQUADO PARA SUA FORMAÇÃO?
Resultado apresentado em número de alunos.
Nesta terceira pergunta, 10 alunos responderam que os métodos de ensino
atuais são adequados a sua formação, 03 alunos responderam que não são
adequados, e 04 alunos responderam que consideram necessárias mudanças nos
métodos de ensino.
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Em comparação às respostas obtidas dos alunos que estudam no período
da manhã, os alunos do período noturno, têm a mesma opinião quanto aos métodos
de ensino, ao qual julgam formá-los adequadamente. Inclusive, na turma da noite, a
maioria dos alunos julga os métodos de ensino com adequado, isto porque não
conhecem outros.
Na quarta pergunta, questionou-se aos alunos quais os fatores que levam
uma pessoa a cometer crimes. Obteve-se o seguinte resultado (Figura 10):
FIGURA 10: QUAIS FATORES LEVAM A PESSOA A COMETER UM CRIME
Resultado apresentado em número de alunos.
Nesta pergunta, 03 alunos responderam que a falta de dinheiro é fator que
leva uma pessoa a cometer crimes, 10 alunos responderam que o motivo é a falta
de oportunidades/emprego, e 04 alunos associaram a questão à maldade de um
individuo. Em comparação aos alunos que estudam no período da manhã, os alunos
do período noturno têm uma opinião sobre o assunto, que leva mais para o lado
social, em que um indivíduo precisa passar por dificuldades financeiras, ou de
conseguir um emprego para desviar sua conduta.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa apresenta como proposta metodológica, a melhoria do
relacionamento entre professor e alunos, em que o professor procura conhecer a
realidade dos jovens, agindo conforme suas características, buscando uma
identificação com alunos, tornando-se mais acessível, para que o jovem tenha maior
comprometimento com os estudos, e vislumbre uma perspectiva de vida melhor.
Para o desenvolvimento desta proposta foi aplicado um questionário com 59
alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Protásio de Carvalho, com
intuito analisar qual a visão dos alunos sobre a educação e a criminalidade. O que
pode ser observado através das respostas, é que os jovens sabem da importância
da educação na sua formação, e numa boa inserção no mercado de trabalho, e
apesar de gostarem dos métodos atuais de ensino, acreditam que são necessárias
mudanças para melhorar o aproveitamento dos conteúdos que lhe são
apresentados.
Quanto as suas perspectivas em relação criminalidade percebe-se através
das respostas do questionário que os jovens têm a noção de que a falta de
oportunidades de emprego e conseqüentemente a falta de dinheiro, são os fatores
que levam um individuo a ingressar na criminalidade.
Portanto, os jovens entendem a importância da educação no seu
desenvolvimento como indivíduo, que faz parte de uma sociedade, e que nela busca
uma vida melhor. Sendo assim, a educação pode evitar que um indivíduo ingresse
na criminalidade, já que através da educação o jovem pode alcançar todos os
objetivos que deseja na vida.
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REFERÊNCIAS
CIDADE INDUSTRIAL História do Bairro. Disponível em: http://turismoinformativo.blogspot.com/2008/03/mapa-e-histria-dos-bairros-de-curitiba_5943.html. Acesso em: 17/01/2011.
ENTREVISTA alfabetizar adultos leva 2 ou 3 anos. Disponível em: http://portuguesilha.wordpress.com/2008/04/11/entrevista-alfabetizar-adultos-leva-2-ou-3-anos/. Acesso em: 20/04/2011.
IPPUC – Cidade Industrial de Curitiba Aspectos Históricos. Disponível em: http://www.ippuc.org.br/Bancodedados/Curitibaemdados/Curitiba_em_dados_Pesquisa.asp?ampliar=n%C3%A3o. Acesso em 15/01/2011.
IPPUC – Cidade Industrial de Curitiba Demografia. Disponível em: http://www.ippuc.org.br/Bancodedados/Curitibaemdados/Curitiba_em_dados_Pesquisa.asp?ampliar=n%C3%A3o. Acesso em 15/01/2011.
IPPUC – Cidade Industrial de Curitiba Economia. Disponível em: http://www.ippuc.org.br/Bancodedados/Curitibaemdados/Curitiba_em_dados_Pesquisa.asp?ampliar=n%C3%A3o. Acesso em 15/01/2011.
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IPPUC – Cidade Industrial de Curitiba Renda. Disponível em: http://www.ippuc.org.br/Bancodedados/Curitibaemdados/Curitiba_em_dados_Pesquisa.asp?ampliar=n%C3%A3o. Acesso em 15/01/2011.
LEI nº 8.069 de 13 de Julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm. Acesso em: 15/01/2011.
MÉTODO Paulo Freire. Disponível em: http://www.projetomemoria.art.br/PauloFreire/pensamento/01_pensamento_o%20metodo_paulo_freire.html. Acesso em: 01/02/2011.