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SUPPLY CHAIN MANAGEMENT: RELAÇÃO ENTRE NÍVEIS DE MATURIDADE E COMPONENTES DE UM PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL Claudemir Leif Tramarico (UNESP) [email protected] Pamela Sayuri Gushiken (UNESP) [email protected] Valerio Antonio Pamplona Salomon (UNESP) [email protected] Fernando Augusto Silva Marins (UNESP) [email protected] Modelos de maturidade são utilizados para diagnósticos e identificação de oportunidades de melhorias. O objetivo deste artigo é investigar a relação entre os níveis de maturidade em Supply Chain Management (SCM) e componentes de um programa de certificação profissional oferecido pela Association for Operations Management (APICS). Foi utilizado um modelo de maturidade já proposto na literatura de SCM. Os resultados apontam a contribuição dos componentes da certificação da APICS frente aos níveis do modelo de maturidade analisado. Palavras-chave: Certificação profissional, Maturidade, Supply Chain Management XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

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SUPPLY CHAIN MANAGEMENT:

RELAÇÃO ENTRE NÍVEIS DE

MATURIDADE E COMPONENTES DE

UM PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO

PROFISSIONAL

Claudemir Leif Tramarico (UNESP)

[email protected]

Pamela Sayuri Gushiken (UNESP)

[email protected]

Valerio Antonio Pamplona Salomon (UNESP)

[email protected]

Fernando Augusto Silva Marins (UNESP)

[email protected]

Modelos de maturidade são utilizados para diagnósticos e

identificação de oportunidades de melhorias. O objetivo deste artigo é

investigar a relação entre os níveis de maturidade em Supply Chain

Management (SCM) e componentes de um programa de certificação

profissional oferecido pela Association for Operations Management

(APICS). Foi utilizado um modelo de maturidade já proposto na

literatura de SCM. Os resultados apontam a contribuição dos

componentes da certificação da APICS frente aos níveis do modelo de

maturidade analisado.

Palavras-chave: Certificação profissional, Maturidade, Supply Chain

Management

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

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1. Introdução

Os modelos de maturidade apareceram pela primeira vez na Gestão da Qualidade (ESTAMPE

et al., 2013). Um modelo de maturidade conhecido derivado da abordagem Gestão da

Qualidade é o CMM (Capability Maturity Model) desenvolvido na Universidade Carnegie

Mellon (WENDLER, 2012). O CMM é uma estrutura que contém as principais práticas que

fazem parte de processos para o desenvolvimento ou manutenção de software (PAULK et al.,

1993).

Os modelos de maturidade fornecem um diagnóstico para descrever o caminho de melhoria de

um processo imaturo para um maduro, definindo níveis ou estágios. Ou seja, os modelos têm

como objetivo avaliar de forma sistemática e identificar as oportunidades de melhoria

(LOOY; BACKER; POELS, 2014; PAULK et al., 1993).

Em Gestão de Projetos também existem modelos para avaliação da maturidade, os Project

Management Maturity Model (PMMM). Os PMMM são iniciativas baseadas na necessidade

de gerenciar projetos de sucesso (SOUZA et al., 2012).

CMM e PMMM são estruturados em cinco níveis. Para ser classificada em um nível, a

empresa deve satisfazer às exigências deste nível, e também as exigências do nível anterior.

Assim, por exemplo, se uma empresa satisfaz os requisitos dos Níveis 1 e 2, mas, não

preenche os requisitos de Nível 3, deve ser classificada no Nível 2 (SOUZA et al., 2012).

Identifica-se, por meio da pesquisa realizada por Aryee et al. (2008), que a integração é um

dos principais componentes na relação Supply Chain Management (SCM) e maturidade. A

integração interna baseou-se na utilização do Enterprise Resources Planning (ERP) e do

Material Requirements Planning (MRP). A integração externa, identificada com fornecedores

e clientes, baseou-se na utilização do Web-Based Interchange (WBI) e Electronic Data

Interchange (EDI).

Existem diferentes modelos de maturidade em SCM que podem ser testes de auditoria, testes

utilizados para avaliação e, ainda, ferramentas de melhorias (NETLAND; ALFINES, 2011).

Consultorias, como a Booz Allen Hamilton e IBM, utilizam modelos para avaliar, identificar

as lacunas e oportunidades de melhoria em SCM. A IBM desenvolveu o seu próprio modelo

para avaliação da maturidade que considera cinco níveis: estático, excelência funcional,

integração horizontal e colaboração externa (IBM, 2015).

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O objetivo desse artigo é investigar a relação entre os níveis maturidade no SCM e em

componentes do programa de certificação profissional oferecido pela Association for

Operations Management, originalmente conhecida por American Production and Inventory

Control Society (APICS).

A APICS é uma associação importante no cenário internacional e, desde a sua fundação nos

anos 1957, desempenhou um papel importante na elevação do profissionalismo das pessoas

que trabalham em SCM (LUMMUS, 2007). A APICS possui há mais de 40 anos a

certificação profissional Certified Production and Inventory Management (CPIM) -

certificado em gestão de produção e estoques (APICS, 2015).

Neste trabalho, relacionado aos tópicos maturidade e programa de certificação profissional em

SCM, busca-se responder a seguinte questão de pesquisa: Qual é a relação entre maturidade e

componentes de um programa de certificação profissional?

Este trabalho caracterizou-se como um estudo documental, procurou valer-se de materiais que

não receberam ainda um tratamento analítico, ou materiais que já foram analisados. O

desenvolvimento da pesquisa documental segue os mesmos passos da pesquisa bibliográfica

(GIL, 2010). Foram selecionadas publicações na Web of Science com ênfase nas palavras-

chave modelo de maturidade e SCM. A partir das publicações selecionadas, foram feitas

análises, utilizando-se tabelas e gráficos, dos artigos e citações relacionados ao tema entre os

anos de 2004 a 2015.

Este artigo contribui para investigar a relação entre modelo de maturidade e certificação

profissional. Será considerado um modelo de maturidade já proposto na literatura de SCM.

A Seção 2 apresenta a fundamentação teórica, principalmente os conceitos sobre modelo de

maturidade e certificação profissional em SCM. A Seção 3 apresenta os detalhes da pesquisa

bibliográfica e documental. O artigo termina com as conclusões e as referências.

2. Fundamentação teórica

2.1. Supply Chain Process Management Maturity Model

SCM é um tópico importante entre os pesquisadores, muitos estudos focam a integração da

Supply Chain (SC) que consiste em fluxos de informação e materiais (PRAJOGO;

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OLHAGER, 2012). Outros estudos focam os graus de cooperação da SC através da Internet

nos processos intra e inter-organizacionais (FLYNNA; HUO; ZHAO, 2010; THUN, 2010).

Os modelos de maturidade são normalmente explicitados em duas dimensões que envolvem

os níveis de maturidade e as melhores práticas, a estrutura típica de um modelo de maturidade

pode ser observada na Figura 1 (SOUZA et al., 2012).

Figura 1 - Estrutura típica de um modelo de maturidade

Nível 5

Nível 4

Nível 3

Nível 2

Nível 1

Nível 2 Nível 1 e 2 Nível 2 e 3 Nível 3 e 4 Nível 4 e 5

Requisitos Requisitos Requisitos Requisitos Requisitos

Incompletos Completos Completos Completos Completos

Fonte: Souza et al., (2012)

Os sistemas de informação são importantes facilitadores da SCM e auxiliam no aumento da

eficácia e maturidade dos processos de negócios (SIMCHI-LEVI et al. 2010).

O modelo de maturidade representa uma metodologia cujas aplicações estão relacionadas com

a definição, avaliação, gestão e controle de processos de negócios. O Supply Chain Process

Management Maturity Model (SCPM3) considera cinco níveis (OLIVEIRA et al., 2012).

Nível 1: Fundação, considera a gestão de pedidos;

Nível 2: Estrutura, considera a gestão de redes de distribuição, gestão de demanda,

forecasting e planejamento e programação da produção;

Nível 3: Visão, considera a equipe de compras, governança nos processos e equipe de

planejamento estratégico;

Nível 4: Integração, considera a integração com clientes, planejamento da rede de

suprimentos, comportamento estratégico;

Maturidade

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Nível 5: Dinâmica, considera as práticas integradas de forma colaborativa e

capacidade de resposta.

2.2. Programa de certificação em Supply Chain Management

Devido à importância da SCM para as empresas que estão integradas em cadeias globais de

valor, a demanda por profissionais qualificados tem crescido nos últimos anos (COTTRILL,

2010). Várias instituições e associações oferecem oportunidades para que os indivíduos

desenvolvam novas habilidades, melhorem as suas qualificações profissionais e ampliem seus

conhecimentos, criando profissionais envolvidos e motivados.

A APICS é a principal associação profissional em SCM e gestão de operações e a principal

fornecedora de pesquisa, educação e programas certificação que elevam a excelência SCM e

inovação (LUMMUS, 2007). A missão da APICS é construir e validar o conhecimento de

SCM e gestão de operações, oferecendo à comunidade, aos membros associados e clientes,

programas de certificação (APICS, 2015).

Existem outras associações em SCM tais como, o Council of Supply Chain Management

Professionals (CSCMP), European Logistics Association (ELA), Institute of Business

Forecasting & Planning (IBF), Supply Chain International Education Alliance (ISCEA), e

Institute for Supply Management (ISM). Estas Associações de SCM são dedicadas a

desenvolver e compartilhar conhecimentos em SCM. Elas contribuem no processo de

conversão do conhecimento como, por exemplo: ser membro da associação, conferências,

pesquisas, publicações, materiais e programas de treinamento, e certificação profissional. A

Tabela 1 apresenta detalhes das associações de SCM e seus principais certificados.

Tabela 1 - Associações de Supply Chain Management e Certificados Oferecidos

Associação Fundação Principal Certificado Sede Website

APICS 1957 Certified in Production and Inventory Management Chicago, USA www.apics.org

CSCMP 1963 SCPro Chicago, USA www.cscmp.org

ELA 1984 European Certified Logistician Bruxelas, BEL www.elalog.org

IBF 1981 Advanced Certified Professional Forecaster N. Iorque, USA www.ibf.org

ISCEA s.d. Certified Supply Chain Manager Beachwood, USA www.iscea.org

ISM 1915 Certified Professional in Supply Management Tempe, USA www.ism.ws

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O programa APICS CPIM é reconhecido internacionalmente e mais de 100.000 profissionais

desde 1973 alcançaram a designação CPIM. O programa fornece a capacidade de

compreender e avaliar as atividades de produção e estoques dentro de companhias com

operações globais. O principal objetivo do programa CPIM é contribuir no campo da

terminologia essencial, conceitos e estratégias relacionadas à gestão da demanda, compras,

vendas e operações de planejamento, programação mestre, medidas de desempenho,

relacionamento com fornecedores, controle de qualidade e melhoria contínua. A certificação

profissional é considerada como vantagem estratégica necessária no mundo globalizado, no

qual a taxa de mudança tecnológica e organizacional acelera exponencialmente, o CPIM é

reconhecido em todos os ramos da indústria (APICS, 2015).

A certificação profissional CPIM é organizada em cinco componentes (APICS, 2015):

Basics of Supply Chain Management (BSCM) - aborda os conceitos básicos na gestão

do fluxo completo de materiais em SCM, dos fornecedores aos clientes. Este

componente abrange a fabricação, a distribuição e serviços. Isso inclui as relações

fundamentais na concepção, planejamento, execução, monitoramento e controle.

Master Planning of Resources (MPR) - explora e capaz de aplicar os princípios de

gestão de demanda, planejamento de vendas e operações, programação mestre e

planejamento de distribuição.

Detailed Scheduling and Planning (DSP) - aborda o conhecimento prático das

ferramentas e técnicas para o planejamento de estoques, incluindo técnicas de

planejamento, tais como MRP, Capacity Requirements Planning (CRP), Lean, Theory

of Constraints (TOC), e projetos. Além de entender o efeito do uso de cada técnica; as

medidas padrão para estoques, capacidade e desempenho do fornecedor.

Execution and Control of Operations (ECO) - mostra como transformar planos em

atividades operacionais e como definir e aplicar as técnicas em operações. Os tópicos

incluem comparar o plano com a saída real, comunicação e instrução de tarefas,

soluções operacionais em face de recursos concorrentes.

Strategic Management of Resources (SMR) - inclui o planejamento estratégico e

execução das operações, uma compreensão de como as exigências do mercado podem

conduzir os recursos e processos de uma organização.

3. Coleta e análise de dados

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3.1. Pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica foi realizada na Web of Science (2004–2015), utilizando maturity

model e Supply Chain Management como palavras-chave. Adotou-se o fluxo de pesquisa

bibliográfica proposto por Wendler (2012).

Seguindo o fluxo de pesquisa da Figura 2, a pesquisa inicial utilizou a palavra-chave maturity

model. A busca resultou em 11.396 artigos relacionadas ao processo e ao desempenho de

negócios.

Figura 2 - Fluxo de pesquisa bibliográfica

No passo dois, para refinar a pesquisa adicionou-se a palavra-chave Supply Chain

Management que resultou em 66 artigos potencialmente relevantes. No passo três, para refinar

a pesquisa adicionou-se o tipo de documento (artigo) e o intervalo do ano de publicação

(2004–2015); retornando 43 artigos relevantes. Após a análise de conteúdo e das palavras

chaves obteve-se, no passo quatro, 20 artigos com 165 referências citadas nas principais

categorias do Web of Science: Business, Computer Science, Engineering, Management and

Operations Research. A Tabela 2 apresenta um resumo do conjunto de dados.

Tabela 2 - Resumo de dados

Resumo de dados Valor

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Número de artigos

20

Número de referências citadas

165

Média de citação

8

Índice h 7 Fonte: Web of Science

O índice h, na Tabela 2, é baseado em uma lista de publicações classificados em ordem

decrescente de acordo com o seu número de citações. Portanto, um índice h = 7 significa que

há 7 itens com 7 citações ou mais (HIRSCH, 2005).

As principais fontes identificadas na pesquisa foram: Business Horizons, Computers in

Industry, Enterprise Information Systems, Expert Systems With Applications, International

Journal of Operations & Production Management, International Journal of Physical

Distribution & Logistics Management, International Journal of Production Economics,

International Journal of Production Research, Supply Chain Management An International

Journal.

De acordo com a Figura 3, o número de publicações sobre modelo de maturidade em SCM

têm se mantido abaixo de 5 nos últimos anos. Já o número de citações, de acordo com a

Figura 4 tem aumentado nos últimos anos, passando de uma citação, em 2007, para 38 em

2014.

Figura 3 - Artigos publicados Figura 4 - Referências citadas

Fonte: Web of Science Fonte: Web of Science

Nesta etapa da pesquisa bibliográfica visou-se à criação da rede de citação a partir da

utilização do software CitNetExplorer na versão 1.0.0 desenvolvido pelo Centre for Science

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and Technology Studies da Universidade de Leiden. O software baseia-se no estudo da

evolução da literatura em um determinado campo de pesquisa.

Muitas vezes, o grande número de relações na rede de citação prejudica a sua visualização. O

conceito de redução transitória pode auxiliar na visualização, isto é, considera-se somente a

citação essencial nas relações de citação (ECK; WALTMAN, 2014). A solução

CitNetExplorer utiliza o conceito de redução transitória, um exemplo de rede pode ser

observado na Figura 5.

Figura 5 - Rede original de citações (a) e redução transitiva da rede (b)

Fonte: Eck e Waltman (2014)

A modelagem da rede de citação considerou-se como entrada no CitNetExplorer a base de

dados detalhada em arquivo texto gerada na pesquisa com os 20 artigos e as 165 referências

citadas nas principais categorias do Web of Science. Após a rodada do software, gerou-se a

rede de citação a partir da relevância. A Figura 6 apresenta a rede de citação gerada no qual

cada círculo representa uma publicação e traz o sobrenome do primeiro autor. Os artigos que

não possuem referências citadas não foram mostrados na ferramenta. A publicação

mencionando está sempre localizada abaixo da publicação citada (ECK; WALTMAN, 2014).

Figura 6 - Rede de citação

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Fonte: Software CitNetExplorer

Os principais autores citados, Lockamy e McCormack (2004), deram origem a rede de

citação, como pode ser observado na Figura 6. A visualização apresenta os trabalhos mais

frequentes, isto é, baseado na relevância como, por exemplo, o que pode ser encontrado em

Oliveira et al. (2012). A pesquisa bibliográfica apresentada nesta Seção revela que o tópico

modelo de maturidade em SCM é emergente e possui ampla oportunidade de exploração.

3.2. Pesquisa documental

Aqui se apresenta a relação entre níveis de maturidade e componentes do programa de

certificação profissional em SCM da APICS. Observe-se que esse artigo considerou o SCPM3

no desenvolvimento da avaliação da relação entre os níveis de maturidade e componentes do

programa CPIM. A escolha do SCPM3 baseia-se na relevância do modelo identificada na

pesquisa bibliográfica.

O SCPM3 investiga a necessidade de mudança do processamento de informação em

diferentes níveis na SC em cinco categorias de decisão. Efetuou-se uma avaliação

comparativa dos níveis do SCPM3 e componentes CPIM.

A Figura 7 mostra a relação do componente BSCM com o Nível 1 - Fundação e caracteriza-se

pela construção da base estrutural de todo o processo a ser implementado.

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Figura 7 - Relação entre SCPM3 e componentes CPIM

Dinâmica

Nível 5

Integração

Nível 4

Visão

Nível 3

Estrutura Nível 2

Fundação

Nível 1

BSCM DSP MPR MPR SMR

ECO DSP DSP

SMR

O componente DSP relaciona-se com o Nível 2 - Integração no qual os controles são

implementados em processos de gestão de demanda, planejamento e programação da

produção, e para a gestão da rede de distribuição. O DSP relaciona-se com o Nível 3 - Visão

no qual agrega valor a partir da melhora da gestão de relacionamento com o cliente. O DSP

relaciona-se também com o Nível 4 – Integração no qual são feitas previsões mais detalhadas,

considerando as demandas de cada cliente individualmente e a gestão da SC. A Figura 7

procura ilustrar estes relacionamentos.

O componente ECO também se relaciona com o Nível 2 - Estrutura no qual os processos

começam a ser estruturados de forma mais integrada. As previsões também são realizadas.

O componente MPR relaciona-se com o Nível 3 - Visão e envolve os processos-chave de

distribuição, o planejamento da rede de SC, planejamento de demanda, compras e as

operações. O MPR relaciona-se também com o Nível 4 - Integração no qual as empresas

buscam construir uma colaboração de seus parceiros com relação ao meio ambiente através da

partilha de riscos e recompensas e longo prazo e compartilhamento de metas.

O componente SMR relaciona-se com o Nível 4 - Integração no qual as empresas buscam

construir uma colaboração de seus parceiros com relação ao meio ambiente assim explora a

relação de processos e tecnologias para a estratégia de manufaturas existentes e emergentes. O

SMR relaciona-se com o Nível 5 - Dinâmica no alinhamento de recursos com o plano

SCPM3

CPIM

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estratégico, configuração e integração dos processos operacionais para apoiar o plano

estratégico e implementação de mudanças.

4. Conclusão

A pesquisa efetuada na Web of Science revelou que modelo de maturidade em SCM é um

tópico emergente e possui ampla oportunidade de exploração.

O artigo apresentou no seu desenvolvimento na Seção 3 a relação entre os níveis de

maturidade e componentes do programa CPIM que apoia os conceitos e estratégias

relacionadas ao SCM. O programa de certificação em SCM é considerado uma vantagem

estratégica para as empresas.

Os componentes BSCM, MPR, DSP, ECO e SMR contribuíram integralmente com todos os

níveis de maturidade do SCPM3: Fundação, Estrutura, Visão, Integração e Dinâmica.

Como sugestão para novas pesquisas, propõe-se um estudo de caso com aplicação do SCPM3

em empresas que possuam profissionais certificados e profissionais participantes do programa

CPIM.

Agradecimentos

Esta pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

(FAPESP Processo 2013/035257), e Fundação para o Desenvolvimento Científico

Tecnológico.

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