stakeholders - josé reinaldo magalhães (julho/agosto - 2012)

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José Reinaldo Magalhães O sócio da BR Investimentos fala sobre o mercado de capitais STAKEHOLDERS Natural de Bambuí – MG, José Reinado Magalhães fez carreira no Banco do Brasil, trabalhando pela instituição em Belo Horizonte, Brasília, Chicago, Londres, Nova Iorque e São Paulo, antes de chegar à direção do maior fundo de pensão do país, a Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil). Atualmente, ele é sócio da BR Investimentos, gestora de fundos em private equity. Magalhães destaca o grande diferencial do Brasil após anos de papel secundário na economia mundial e apresenta um panorama do mercado de capitais brasileiro. Publicação TRANSAEX | Venda Proibida Distribuição Dirigida CRISTIANO TRAD TSX NEWS

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José Reinaldo Magalhães - Sócio da BR Investimentos

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Page 1: STAKEHOLDERS - José Reinaldo Magalhães (Julho/Agosto - 2012)

José Reinaldo

MagalhãesO sócio da BR Investimentos

fala sobre o mercado de

capitais

STAKEHOLDERSNatural de Bambuí – MG, José Reinado Magalhães fez carreira no Banco do Brasil, trabalhando pela instituição em Belo Horizonte, Brasília, Chicago, Londres, Nova Iorque e São Paulo, antes de chegar à direção do maior fundo de pensão do país, a Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil). Atualmente, ele é sócio da BR Investimentos, gestora de fundos em private equity. Magalhães destaca o grande diferencial do Brasil após anos de papel secundário na economia mundial e apresenta um panorama do mercado de capitais brasileiro.

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Atenciosamente,Paulo Eduardo Pinto

DIRETOR CORPORATIVO

Temos o prazer de contemplar nesta edição um rico conjunto de informações sobre o mercado de capitais brasileiro visto por quem conhece do assunto: José Reinaldo Magalhães, grande exemplo de experiência e competência, que fez carreira no Banco do Brasil e atualmente é sócio da butique de investimentos BR Investimentos. Apresentamos ainda o arti-go do diretor-presidente da Transpeciais Adalcir Ribeiro Lopes com uma visão atualizada sobre a regulamentação dos motoristas profissionais e os reflexos disso no setor de transportes. Tenham uma ótima leitura!

DEPOiMEnTOS

“O Brasil é um líder na produção mundial de alimentos, é um grande exportador, é muito competitivo. Não há porque diminuir a importância

que isso tem.”

Ivan Ramalho - Presidente da Associação Brasileira de Empresas de Comércio Exterior (Abece) - STAKEHOLDERS - Setembro 2011

“Contruir sua reputação se dá mais pelo que se faz do que pelo que se fala. Para se ter competitividade, é preciso zelar pela reputação, é preciso se consolidar a

partir dos exemplos e dos feitos.”

Murillo Valle Mendes - Presidente do Grupo Mendes Júnior - STAKEHOLDERS - Junho 2012

MATRIz: Rua Alagoas , 1000 - Conj 1001 Funcionários - Belo Horizonte / MG - 30130-160Tel: (31) 3232.4252 - www.transaex.com.br

PUBLICAÇÃO TRANSAEX • TSX NEWSJULHO - AGOSTO/2012| Venda Proibida

A TSX News é uma publicação da TRANSAEX Comércio Internacional.Todos os direitos reservados. Os artigos assinados são de inteira respon-sabilidade dos autores e não representam a opinião do informativo ou da TRANSAEX. A reprodução de matérias e artigos somente será permitida se previamente autorizada, por escrito, pela equipe edito-rial, com créditos da fonte. Mais informações: www.transaex.com.br.

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José Reinaldo Magalhães

Acesse o site da TSX NEWS:www. t sxne ws . com.br

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“Os fundamentos macroeconômicos sólidos, aliados a um importante diferencial, o bônus demográfico, dinamizaram a economia nacional”

• O senhor tem uma carreira de su-cesso no mercado financeiro com passagens pelo Banco do Brasil, Previ ( Caixa de Previdência dos Funcioná-rios do Banco do Brasil) e agora pela BR Investimentos. Como o senhor vê o papel do mercado de capitais no de-senvolvimento da economia?

O mercado de capitais, incluídos nele os fundos de pensão e investimentos é de extrema importância para o desen-volvimento de um país. Na equação macroeconômica a poupança é igual ao investimento, quanto maior o volume de recursos acumulados maior será a capacidade de investir. Exemplos como a Previ, a Petros e a Funcef, são positivos, pois eles são agentes que desenvolvem o mercado. Boa parte do portfólio desses fundos está alocada em renda variável, ou seja, nas ações listadas na Bolsa. Isso gera maior liquidez ao mercado. Eles se utilizam também de renda fixa, basica-mente títulos públicos do Governo. Por ora, em virtude da queda na taxa de ju-ros, a renda fixa perdeu atratividade.

• O mercado de capitais se alia ou substitui os investimentos públicos como fator de desenvolvimento?

São complementares. Os investimen-tos públicos são muito relevantes e na maioria das vezes estão voltados para os setores estruturais da economia. Eles geram emprego e renda.

• Comparativamente com os mer-cados norte-americano e europeu, o Brasil já tem um sistema solidificado?

É um mercado amadurecido, quanto ao arranjo institucional e regulação é igual aos melhores mercados do mun-do. No entanto, em termos de volume, ele ainda é pequeno. A BM&FBovespa não reflete a pujança da nossa econo-mia. Temos um caminho longo a ser tri-lhado no sentido de levar novas empre-sas para a Bolsa.

• Qual é a sua visão do nosso merca-do de renda fixa?

O mercado brasileiro de renda fixa é muito alocado em títulos públicos, as empresas que poderiam emitir títulos

como debêntures, ainda não o fazem. Nossa tradição mostra que elas cami-nham pelo endividamento, existe um mercado de financiamentos. A renda fixa é certamente um setor que preci-sa ser desenvolvido, temos um grande potencial. Podemos pensar em um mer-cado secundário para dar mais liquidez, pois são títulos de longo prazo. É uma al-ternativa interessante para as empresas.

• Nesse cenário, qual é o peso dos in-vestimentos realizados por fundos de private equity e venture capital?

São fundos essenciais para que o mer-cado de capitais cresça. Fundos do tipo private equity investem em empresas fe-chadas e passam a acompanhá-las e prepará-las para a abertura de capital. Algumas estão em um nível de gestão e de governança corporativa mais próxi-mo do necessário, outras são diamantes

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A Lei n°12.691 que regulamenta e disci-plina a relação de capital e trabalho no exercício da atividade de motorista profis-sional em todo o país, está em vigor desde junho. Embora o tema venha sendo discu-tido pelo setor desde 2002, a aplicação pegou muitas empresas de surpresa. O ponto de maior destaque é a obrigação de descanso de 30 minutos dos motoris-tas a cada quatro horas ininterruptas de trabalho. Também está fixado o descanso de 11 horas a cada dia, que deverá ser controlado por meio do diário de bordo, papeleta ou ficha de trabalho externo ou mecanismos eletrônicos instalados no ve-ículo. Em caso de não cumprimento, as autoridades – agentes de trânsito, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Rodoviá-ria Estadual (PRE) – podem reter o veículo, até que o motorista cumpra o horário.

A lei estabelece os tempos de espe-

ra e de direção. No período de espera enquadram-se as horas que excederem a jornada normal de trabalho, intervalos de carga e descarga e fiscalização em barreiras fiscais ou de alfândega. O pro-fissional receberá por ele o salário-hora adicionado de 30%. O tempo de direção considera apenas as horas em que o mo-torista estiver ao volante. Assim, fica proibi-da a remuneração ou comissionamento por distâncias percorridas ou número de viagens. Ao estabelecer regras claras, a lei garante uma maior segurança jurídica para as empresas e aos profissionais.

O setor de transporte está assumindo os custos crescentes. Muitos empresários do segmento começaram a carreira como motoristas. Portanto, conhecemos bem as necessidades e dificuldades enfrenta-das pela categoria. No entanto, é preci-so questionar: quem vai pagar a conta?

Um percurso de três mil quilômetros terá a viagem ampliada de três para até cin-co dias. Estima-se que os custos de frete podem subir até 40%. Em algumas situa-ções, em que chegar e sair com a car-ga demanda muito tempo, talvez seja preciso ter dois motoristas. Contratações fazem-se necessárias e, infelizmente, o governo não contribuiu com sua parcela, pois o projeto de lei original previa a cria-ção de bolsões em todo o país, para que o motorista pudesse descansar, evitando assim lugares inadequados, mas isso não foi aprovado. E a PRF, que não tem efetivo para cumprir suas funções, como recebe-rá a nova atribuição de fiscalizar o trabalho dos motoristas?

O setor e a sociedade terão de adaptar--se para o cumprimento da lei e espera-mos que o afã de ser um progresso, ela não seja um retrocesso para o país.

ARTiGO

Adalcir Ribeiro Lopes – diretor-presidente da Transpeciais

A regulamentação do motorista profissional e o impacto no setor de transportes

brutos a lapidar. Essa cadeia de inves-timentos começa no chamado seed capital, ou “capital semente”, que são fundos para incentivar novas empresas. Funciona como incubadoras, ligadas a faculdades, a fundos de pesquisa in-centivando o empreendedorismo. Já os fundos venture capital, atuam na segun-da etapa, com empresas menores que recebem um aporte para crescerem e depois chegam ao nível de um private.

• A propósito do tema governança corporativa, qual a importância dela na abertura do capital?

A governança corporativa tornou-se um tema muito abrangente. A bolsa brasileira inovou ao criar o Novo Mercado e ao estabelecer três níveis de governança para qualificar e avaliar esse quesito. A noção geral é a de que boas práticas de governança agregam valor à

companhia e melhoram a percepção de risco. Faz parte do check-list de um private equity realizar um diagnóstico do nível de ações adotadas e definir metas para o desenvolvimento dessas ações. A governança está distribuída em quatro pilares fundamentais: transparência, equidade no tratamento dos níveis diferenciados de acionistas, prestação responsável de contas e a sustentabilidade empresarial.

• Ao longo dos últimos tempos têm havido movimentos do Governo no sentido de reduzir a taxa de juros e oferecer estímulos ao consumo inter-no para abrandar os impactos da cri-se internacional. Na sua visão, isso é o suficiente para manter o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)?

Acredito que estamos usando a ferra-menta certa, pois a taxa de juros é o

principal instrumento de manutenção da atividade econômica. A crise eleva o nível de percepção de risco e afeta a confiança das empresas e dos inves-tidores. Portanto, um problema como essa crise na Europa afeta o mundo. No entanto, a percepção do Brasil na co-munidade internacional mudou bastan-te. Os fundamentos macroeconômicos sólidos aliados a um diferencial e o bô-nus demográfico brasileiro dinamizaram nossa economia. Atualmente, boa parte da população é economicamente ati-va e isso tem um efeito positivo na capa-cidade de consumo e esse fenômeno vai continuar nas próximas décadas. A China e a Índia estão passando por esse processo também. Esse fato propicia uma natural atração de investidores, há muitos privates equity querendo investir em empresas brasileiras.

Stakeholders

José Reinaldo Magalhães