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CARLOS HALRIK SOUZA DINIZ PLANEJAMENTO E CONTROLE DE TEMPO: Influência dos Stakeholders no Gerenciamento do Cronograma em Projetos de Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Hidrelétricos em Minas Gerais BELO HORIZONTE MAIO/2010

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Page 1: Monografia influência stakeholders

CARLOS HALRIK SOUZA DINIZ

PLANEJAMENTO E CONTROLE DE TEMPO:

Influência dos Stakeholders no Gerenciamento do Cronograma em

Projetos de Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Hidrelétricos

em Minas Gerais

BELO HORIZONTE

MAIO/2010

Page 2: Monografia influência stakeholders

CARLOS HALRIK SOUZA DINIZ

PLANEJAMENTO E CONTROLE DE TEMPO:

Influência dos Stakeholders no Gerenciamento do Cronograma em

Projetos de Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Hidrelétricos

em Minas Gerais

Pesquisa Monográfica apresentada para o curso de Pós-Graduação em Gerenciamento Estratégico de Projetos, da Universidade FUMEC, como requisito para conclusão do curso de especialização. Orientador: Prof. Raphaël Valéry Leal Franqueira.

BELO HORIZONTE

MAIO/2010

Page 3: Monografia influência stakeholders

SUMÁRIO 1. Introdução 01

2. Justificativa e Objetivos da Pesquisa 03

2.1 Justificativa 03

2.2 Objetivos 04

3. Licenciamento Ambiental 06

4. Definição abrangente de um projeto de licenciamento ambiental de

empreendimentos hidrelétricos 09

4.1 Definição do Empreendimento 09

4.2 Realização dos Estudos de Viabilidade 09

4.3 Obtenção da Licença Prévia (LP) 12

4.4 Elaboração do Plano de Controle Ambiental (PCA) 15

4.5 Obtenção da Licença de Instalação (LI) 17

4.6 Implantação do Empreendimento (Projeto Executivo) e das

Ações Ambientais 17

4.7 Solicitação / Obtenção da Licença de Operação (LO) 18

4.8 EAP - Estrutura Analítica do Projeto 21

5. Identificação de Stakeholders 23

6. Perfil e influência dos principais Stakeholders no cronograma 28

6.1 Sponsors (Patrocinadores) 28

6.2 Equipes Especializadas 30

6.3 Órgãos Públicos 33

6.4 Outros Setores Públicos 37

6.5 Sociedade Civil 39

6.6 População Atingida 41

Page 4: Monografia influência stakeholders

7. Análise de riscos para o cronograma 42

7.1 EAR - Estrutura Analítica de Riscos e EAIR - Estrutura Analítica

de Impactos de Riscos 46

8. Resultados obtidos sintetizados 49

8.1 - Quantitativos Numéricos por Stakeholders 49

8.2 - Quantitativos Numéricos por Probabilidade 51

8.3 - Quantitativos Numéricos por Impacto 52

8.4 - Quantitativos Numéricos por Criticidade 53

8.5 - Quantitativos Numéricos por Etapas de Ocorrência e

Cumulatividade 54

9. Considerações Finais 57

10. Referências Bibliográficas 58

Page 5: Monografia influência stakeholders

LISTA DE SIGLAS

ANA - Agência Nacional de Águas

ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica

CEAS - Conselho Estadual de Assistência Social

CODEMA - Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente

COPAM - Conselho Estadual de Política Ambiental

CPB – Câmara de Proteção à Biodiversidade

DN - Deliberação Normativa

DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineraria

EAIR - Estrutura Analítica de Impactos de Riscos

EAR - Estrutura Analítica de Riscos

EIA - Estudo de Impacto Ambiental

FEAM - Fundação Estadual de Meio Ambiente

FOBI - Formulário de Orientação Básica Integrado

GP - Gerente do Projeto

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IC - Informações Complementares

IEF - Instituto Estadual de Florestas

IGAM - Instituto Mineiro de Gestão das Águas

IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

LI - Licença de Instalação

LO - Licença de Operação

LP - Licença Prévia

MAB – Movimento de Atingidos por Barragens

ONG - Organização Não Governamental

PAS - Plano de Assistência Social

PCA - Plano de Controle Ambiental

PMBOK - Project Management Body of Knowledge

PMI - Project Management Institute

PUP/PTRF - Plano de Utilização Pretendida e Projeto Técnico de Recomposição de

Flora

RADA - Relatório de Avaliação de Desempenho Ambiental do Sistema de Controle e

demais Medidas Mitigadoras

Page 6: Monografia influência stakeholders

RCA - Relatório de Controle Ambiental

RIMA - Relatório de Impacto Ambiental

SEMAD (/MG) - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento

Sustentável

SUPRAM - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

URC - Unidade Regional Colegiada

Page 7: Monografia influência stakeholders

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 4.1 - Principais Etapas e Produtos de um Projeto de Licenciamento de

Empreendimentos Hidrelétricos em Minas Gerais

FIGURA 4.2 – EAP - Estrutura Analítica do Projeto

FIGURA 7.1 - EAR - Estrutura Analítica de Riscos

FIGURA 7.2 - EAIR - Estrutura Analítica de Impactos de Riscos

Page 8: Monografia influência stakeholders

LISTA DE TABELAS

TABELA 5.1 - Matriz de Identificação dos Stakeholders dos Projetos de

Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Hidrelétricos de Minas Gerais

TABELA 7.1 - Análise de Riscos para o Cronograma Relacionados aos

Stakeholders de Projetos de Licenciamento Ambiental de Empreendimentos

Hidrelétricos em Minas Gerais

Page 9: Monografia influência stakeholders

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 8.1 - Divisão de Número de Riscos por Stakeholder

GRÁFICO 8.2 - Probabilidade de Ocorrência do Risco

GRÁFICO 8.3 - Possível Impacto do Risco Incorrido

GRÁFICO 8.4 - Classificação da Criticidade do Risco

GRÁFICO 8.5 - Etapas de Ocorrência dos Riscos

GRÁFICO 8.6 - Impacto do Risco Incorrido nas Fases do Projeto

Page 10: Monografia influência stakeholders

1

1. Introdução

A instalação de empreendimentos das mais diversas modalidades encontra

atualmente, em Minas Gerais, uma barreira materializada sob a forma do

licenciamento ambiental. O licenciamento de empreendimentos e atividades

modificadoras do meio ambiente fundamenta-se no atendimento à legislação

ambiental vigente nos diversos níveis do poder público, enquadrando os projetos às

conformidades previstas nas normas condizentes e, conseqüentemente,

minimizando potenciais impactos ambientais.

Nesse sentido, a especificidade do licenciamento ambiental em Minas Gerais e no

Brasil incorre, muitas vezes, em projetos específicos dentro do projeto geral de

instalação de um empreendimento. Por esse motivo, freqüentemente, o serviço de

licenciamento ambiental é terceirizado a empresas especializadas, de modo que

estas produzam os produtos necessários e ainda conduzam o processo junto aos

órgãos responsáveis. Tais ações podem ser caracterizadas por projetos, pois são

únicas, tem início e fim definidos e invariavelmente envolvem uma equipe

multidisciplinar para sua concretização.

Dentro deste contexto, existem diversos atores influenciadores - stakeholders - nos

processos de licenciamento, que direcionam e impactam fortemente os projetos

condizentes, ocorrendo na maioria das vezes na necessidade de mudanças ao

decorrer da sua elaboração.

Segundo o PMBOK, os stakeholders, ou partes interessadas no projeto, “são

pessoas e organizações ativamente envolvidas no projeto ou cujos interesses

podem [...] exercer influência sobre os objetivos e resultados do projeto”. (PMI, 2004,

p. 24).

O estudo monográfico ora apresentado busca, então, identificar a Influência dos

Stakeholders no Gerenciamento do Cronograma em Projetos de Licenciamento

Ambiental de Empreendimentos Hidrelétricos em Minas Gerais.

Page 11: Monografia influência stakeholders

2

De modo a ser mais assertivo no tema tratado, delimitou-se como alvo da pesquisa

os projetos de licenciamento de empreendimentos do setor de infra-estrutura,

notadamente as hidrelétricas, previstas na seguinte legislação (DN 74, 2004, Anexo

único):

Governo do Estado de Minas Gerais Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM Deliberação Normativa n.º 74, de 09 de setembro de 2004 (publicada no “Minas Gerais” de 02/10/2004) Anexo Único Classificação das Fontes de Poluição Listagem de Atividades Listagem e – Atividades de Infra-Estrutura E-02 Infra-estrutura de Energia E-02-01-1 Barragens de geração de energia – Hidrelétricas.

De maneira a atingir os objetivos instituídos no Capítulo seguinte, o presente estudo

foi estruturado em três grandes grupos, a saber: Introdução, que abarca os quatro

primeiros capítulos (1, 2, 3 e 4), onde serão apresentados os objetivos, justificativas,

histórico e descrição genérica da classe de projetos tratada nessa pesquisa;

Desenvolvimento, que contemplará os três capítulos posteriores (5, 6 e 7), que por

sua vez serão o cerne da pesquisa, onde serão listados os stakeholders,

classificados e detalhados em conformidade com suas influências e possíveis

impactos no cronograma dos projetos, além de se proceder uma análise de risco

dessas partes envolvidas frente aos projetos; e por fim, a Conclusão, representada

pelos dois próximos capítulos (8 e 9), que apresentará uma breve síntese dos

resultados obtidos e concluirá a pesquisa.

Page 12: Monografia influência stakeholders

3

2. Justificativa e Objetivos da Pesquisa

2.1 Justificativa

A delimitação e planejamento do tempo dos projetos tratados nesse estudo, ou seja,

de licenciamento ambiental, são pontos fundamentais no planejamento integral da

instalação de empreendimentos hidrelétricos. O cronograma do licenciamento pode

se dilatar ao ponto de tornar inviável todo o gerenciamento do projeto, muitas vezes

em função da interferência dos stakeholders que possuem o papel de normatizar a

implantação dessa atividade em Minas Gerais e no Brasil.

As mudanças ocorridas nos projetos de licenciamento ambiental em função de

demandas das diversas classes de stakeholders dificultam o planejamento assertivo

do cronograma e dos demais processos necessários ao gerenciamento do tempo

desses projetos, pois as mesmas são freqüentes e imprevisíveis, relacionadas

geralmente ao contexto ambiental, socioeconômico, cultural e até mesmo político

dos locais onde os projetos se darão.

Cabe mencionar também, que para a classe de projetos ora tratada existe uma

influência negativa de alguns stakeholders do projeto, que por sua vez são

invariavelmente contra a instalação desses empreendimentos e trabalham de

encontro ao licenciamento ambiental de usinas hidrelétricas. Isso denota um alto

risco ao cronograma dos projetos, haja vista que o objetivo de determinadas partes

envolvidas no processo de licenciamento é exatamente frear o projeto de modo a

inviabilizá-lo.

Segundo o Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos –

PMBOK (PMI, 2004, p. 123), “o gerenciamento de tempo do projeto inclui os

processos necessários para realizar o término do projeto no prazo.”

Uma vez que não se planeja corretamente os processos relativos ao tempo, em

função da indefinição do real processo a ser seguido para o licenciamento

Page 13: Monografia influência stakeholders

4

ambiental, é possível que ocorram mudanças importantes ao decorrer do projeto que

influenciarão no cumprimento do prazo pré-estabelecido.

Nesse sentido, em função da notória capacidade dos stakeholders em impactar o

gerenciamento de determinados projetos - o que se ressalta na classe de projetos

ora tratada – justifica-se a realização da pesquisa aqui apresentada. Tal estudo se

faz relevante sob a necessidade de se visualizar antecipadamente um conjunto

chave de stakeholders que podem ter uma influência negativa no gerenciamento do

tempo dos projetos de licenciamento ambiental de hidrelétricas em Minas Gerais, de

modo a ser possível maximizar o correto planejamento e gerenciamento.

Segundo o PMBOK “a equipe de gerenciamento de projetos precisa identificar as

partes interessadas, determinar suas necessidades e expectativas e, na medida do

possível, gerenciar sua influência em relação aos requisitos para garantir um projeto

bem-sucedido. (PMI, 2004, p. 24).”

Com a listagem e caracterização da influência das partes envolvidas nesses projetos

específicos, as empresas empreendedoras que buscam instalar as usinas

hidrelétricas no Estado ganharão em precisão e assertividade no gerenciamento dos

projetos, minimizando as surpresas no decorrer do processo.

Além disso, as empresas de consultoria especializada, pautadas de tal informação,

possuirão maiores chances de vender mais acertadamente seus projetos e gerenciá-

los em conformidade com o contrato acertado previamente com o cliente,

trabalhando com uma visão antecipada as mudanças decorrentes dos stakeholders.

2.2 Objetivos

O objetivo geral desta pesquisa monográfica é traçar um cenário da atual influência

das partes envolvidas (stakeholders) no gerenciamento de projetos de licenciamento

ambiental de empreendimentos do setor hidrelétrico no estado de Minas Gerais,

notadamente no tocante ao tempo dos projetos, de maneira a permitir o

aprimoramento do planejamento e gerenciamento do cronograma nestes casos.

Page 14: Monografia influência stakeholders

5

Como objetivos específicos constam os listados a seguir:

Elencar o máximo de stakeholders dos projetos em questão;

Determinar os principais stakeholders sob o ponto de vista de grau de

capacidade de impacto negativo sobre o projeto;

Detalhar cada stakeholder, seus interesses, processos e suas possíveis

influências no cronograma do projeto;

Efetivar uma análise de riscos comumente associados a este tipo de projeto,

e

Evidenciar Importância da identificação dos stakeholders no gerenciamento

de projetos.

Page 15: Monografia influência stakeholders

6

3. Licenciamento Ambiental

No estado de Minas Gerais, em concordância com as diretrizes da Lei Estadual

7.772/80, alterada pela Lei 15.972/06, o licenciamento ambiental é caracterizado

como o procedimento administrativo com o qual o poder público autoriza a

instalação, ampliação, modificação e operação de atividades ou empreendimentos

utilizadores de recursos ambientais, que são considerados efetiva ou potencialmente

poluidores, ou seja, que são capazes de degradar o meio ambiente.

Os empreendimentos tratados neste estudo, ou seja, as usinas hidrelétricas,

consistem no barramento de um determinado curso d’água (rio, ribeirão, etc.) de

forma a possibilitar o aproveitamento da força das águas para geração de energia

elétrica. Este processo é realizado por meio da movimentação das pás de uma

turbina através da passagem das águas, sendo que no eixo da turbina encontra-se

acoplado um gerador. O giro da turbina permite que o gerador converta a energia do

movimento das águas em energia elétrica. Para a maximização do aproveitamento

da força das águas, via de regra, estes empreendimentos acumulam água, formando

assim um reservatório, que permite que se produza uma queda não natural

aumentando a força e a quantidade de água que passa pelas turbinas.

As etapas de planejamento, instalação e operação desses empreendimentos

resultam em uma série de impactos negativos ao meio ambiente, com destaque

para: inundação de áreas de produção de alimentos e florestas, inviabilizando

propriedades rurais e destruindo habitats naturais; alteração do ambiente

prejudicando diversas espécies de seres vivos como, por exemplo, a migração de

peixes; alteração do funcionamento dos cursos d’água; geração de expectativas e

sentimentos nas populações humanas atingidas pelo reservatório; atração de

diversas pessoas aos locais de construção por serem grandes obras e necessitarem

de um grande efetivo de trabalhadores, o que contribui, às vezes, para a saturação

da infraestrutura dos municípios afetados pelas usinas; dentre outros.

Tendo em vista o alto grau de impacto das usinas hidrelétricas, o conjunto de leis

atualmente vigente em Minas Gerais e no Brasil imputam à instalação destes

empreendimentos a necessidade do prévio licenciamento ambiental junto aos

Page 16: Monografia influência stakeholders

7

órgãos competentes, de forma que se certifique que projetos atenderão às

precauções previstas nas legislações ambientais.

O processo de licenciamento ambiental de usinas de geração de energia elétrica é

muitas vezes complexo, especifico e envolve diversos órgãos públicos conforme

será visualizado no capítulo seguinte. Porém, de forma geral, independente do

processo ocorrer no âmbito da União, Estados ou Municípios, o licenciamento

ambiental é dividido em três etapas, conforme pode ser visualizado no site da

SEMAD/MG, em LICENCIAMENTO (SEMAD/MG, 2010):

Licença Prévia (LP): é concedida na fase preliminar de planejamento do

empreendimento ou atividade aprovando, mediante fiscalização prévia

obrigatória ao local, a localização e a concepção do empreendimento, bem

como atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos

básicos e condicionantes a serem atendidas nas próximas fases de sua

implementação. Tem validade de até quatro anos.

Licença de Instalação (LI): autoriza a instalação do empreendimento ou

atividade de acordo com as especificações constantes dos planos,

programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle

ambiental e demais condicionantes. Tem validade de até seis anos.

Licença de Operação (LO): autoriza a operação da atividade ou

empreendimento, após fiscalização prévia obrigatória para verificação do

efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, tal como as

medidas de controle ambiental e as condicionantes porventura

determinadas para a operação. É concedida com prazos de validade de

quatro ou de seis anos estando, portanto, sujeita à revalidação periódica. A

LO é passível de cancelamento, desde que configurada a situação prevista

na norma legal.

Em Minas Gerais, para cada etapa supracitada é exigida a elaboração de estudos

específicos por parte do empreendedor, que por sua vez serão alvo de análises

pelos órgãos licenciadores. Segundo o site da SEMAD/MG, em ESTUDOS

AMBIENTAIS NECESSÁRIOS AO LICENCIAMENTO (SEMAD/MG, 2010), são

listados os seguintes estudos passíveis de serem apresentados para o processo de

licenciamento ambiental em Minas Gerais:

Page 17: Monografia influência stakeholders

8

Estudo de Impacto Ambiental (EIA): deve ser elaborado por equipe

multidisciplinar, com o objetivo de demonstrar a viabilidade ambiental do

empreendimento ou atividade a ser instalada.

Relatório de Impacto Ambiental (RIMA): explicita as conclusões do EIA e

que necessariamente sempre o acompanha. À semelhança do EIA, o RIMA

deve ser elaborado por equipe multidisciplinar, redigido em linguagem

acessível, devidamente ilustrado com mapas, gráficos e tabelas, de forma a

facilitar a compreensão de todas as conseqüências ambientais e sociais do

projeto por parte de todos os segmentos sociais interessados,

principalmente a comunidade da área diretamente afetada.

Relatório de Controle Ambiental (RCA): exigido em caso de dispensa do

EIA/RIMA. É por meio do RCA que o empreendedor identifica as não

conformidades efetivas ou potenciais decorrentes da instalação e da

operação do empreendimento para o qual está sendo requerida a licença.

Plano de Controle Ambiental (PCA): documento por meio do qual o

empreendedor apresenta os planos e projetos capazes de prevenir e/ou

controlar os impactos ambientais decorrentes da instalação e da operação

do empreendimento para o qual está sendo requerida a licença, bem como

para corrigir as não conformidades identificadas. O PCA é sempre

necessário, independente da exigência ou não de EIA/RIMA, sendo

solicitado durante a LI.

Relatório de Avaliação de Desempenho Ambiental do Sistema de

Controle e demais Medidas Mitigadoras (RADA): tem a finalidade de

subsidiar a análise do requerimento de revalidação [...] A revalidação da LO

é [...] a oportunidade para que o empreendedor explicite os compromissos

ambientais voluntários porventura assumidos, bem como algum passivo

ambiental não conhecido ou não declarado por ocasião da LP ou da LI ou

da primeira LO ou mesmo por ocasião da última revalidação.

Os estudos, juntamente com toda a documentação necessária a formalização do

processo de licenciamento ambiental em Minas Gerais são analisados pelos órgãos

responsáveis pela concessão das Licenças, que neste caso consistem: nas

Superintendências Regionais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

(SUPRAMs); na Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM); no Instituto Mineiro

de Gestão das Águas (IGAM); no Instituto Estadual de Florestas (IEF); e no

Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM), um órgão colegiado, dividido em

Câmaras Especializadas nomeadas Unidades Regionais Colegiadas (URCs) onde

são votadas e concedidas ou não as licenças.

Page 18: Monografia influência stakeholders

9

A Deliberação Normativa 74 de 2004 é a norma legal que regulamenta o

licenciamento ambiental no estado de Minas Gerais.

4. Definição abrangente de um projeto de licenciamento ambiental

de empreendimentos hidrelétricos

4.1 Definição do Empreendimento

No Brasil, atualmente, o início do processo de licenciamento ambiental se dá junto à

empresa empreendedora, casualmente subsidiada por um grupo de investidores. A

primeira ação é a DEFINIÇÃO DO EMPREENDIMENTO, que se dá embasada no

viés de máximo aproveitamento de um curso d’água, recomendação da Agência

Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. Isso significa que os empreendedores, com o

apoio de uma equipe especializada em projetos de engenharia para usinas

hidrelétricas buscam identificar pontos onde é possível a instalação destes

empreendimentos com o máximo de geração de energia elétrica, e, portanto,

máximo retorno financeiro para os investidores.

Após a seleção deste local, é preciso que se formalize o projeto junto à ANEEL.

Porém, como primeiro impasse relacionado a meio ambiente, e, portanto,

influenciador direto no projeto de licenciamento ambiental, na grande maioria dos

casos a alternativa com melhor aproveitamento energético não se caracteriza como

uma razoável alternativa ambiental. Nesse sentido, determinados empreendimentos

definidos erroneamente nesta etapa não são passíveis de obter licença ambiental e,

portanto, devem ser redefinidos. Por isso, nessa etapa, já aparece, então, a

consultoria de uma empresa especializada em meio ambiente, para que a definição

possa ser mais assertiva.

4.2 Realização dos Estudos de Viabilidade

Nessa etapa, com o empreendimento definido, deve se proceder ao inicio do

processo junto ao órgão competente, no caso de Minas Gerais a SEMAD, onde

Page 19: Monografia influência stakeholders

10

serão estabelecidos quais estudos serão necessários para verificação da viabilidade

ambiental do empreendimento em tela.

A partir daí, dá-se início a contagem legal de prazos. Após a entrada no processo

junto ao órgão ambiental, a empresa requerente da licença ambiental – neste caso a

LI, primeira das três licenças – recebe um Formulário de Orientação Básica

Integrado (FOBI), onde constam todos os documentos e estudos necessários para a

verificação da viabilidade ambiental dos empreendimentos. Geralmente o FOBI

possui a validade de 180 dias, porém, via de regra, esse prazo não é suficiente, já

que para elaboração dos estudos previstos necessita-se de um prazo maior. Neste

caso solicita-se o adiamento do prazo ou mesmo inicia-se um novo processo.

Com as orientações do órgão ambiental em mãos, o empreendedor deve buscar

atender todas as solicitações para assim formalizar o pedido de Licença Prévia.

Geralmente para o caso de usinas hidrelétricas, salvo casos de empreendimentos

menores que são diferentemente enquadrados na legislação, se faz necessário a

produção de um Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto

Ambiental (EIA/RIMA), onde será verificada a viabilidade ambiental do

empreendimento.

Cabe ressaltar que tais estudos devem ser elaborados considerando dois períodos

chuvosos, ou seja, seca e chuva, para que melhor sejam avaliadas as condições

ambientais locais, dessa maneira, o período desejável para elaboração de

EIA/RIMAs é de 9 meses, em média.

Tal estudo é elaborado de forma multidisciplinar, abarcando temas relacionados ao

meio físico, biótico e socioeconômico e cultural, contando com a colaboração de

diversos técnicos de diferentes áreas de conhecimentos (biólogos, geógrafos,

geomorfológos, geólogos e engenheiros das mais diversas especializações) que

buscam em tal estudo diagnosticar a situação ambiental do meio onde o

empreendimento visa se instalar, cruzando esse “retrato” com os impactos

ambientais que o empreendimento irá causar, buscando então identificar possíveis

medidas mitigadoras/minimizadoras destes impactos, de modo a concluir sobre a

possível viabilidade ambiental do empreendimento.

Page 20: Monografia influência stakeholders

11

Nesse sentido, já nessa etapa, somente no que se refere ao EIA/RIMA, já surgem

uma série de atores influenciadores. Salvo exceções, os empreendedores, “donos

do projeto” contratam uma empresa de consultoria ambiental especializada, que por

sua vez, subcontrata uma gama de especialistas nas áreas de conhecimento

necessárias àquele estudo especifico. Para este estudo, se fazem também

necessários vários trabalhos de campo, ou seja, as equipes especializadas já vão ao

local previsto à instalação do empreendimento. Para isso, é fundamental que o

empreendedor proceda a uma comunicação social direta com a sociedade que será

impactada com a usina e também com o poder público municipal das cidades

atingidas. A partir desse momento, oficializa-se junto à parcela da sociedade

envolvida com o projeto a intenção de se construir uma usina naquele local.

Exceto casos de usinas maiores, onde o público já conhece a intenção de instalação

dos empreendimentos antes dos estudos de viabilidade ambiental, é a partir daí que

os movimentos sociais contra os empreendimentos se iniciam.

Além dos atores já citados, para os estudos de EIA/RIMA aparecem ainda a

influência de outros órgãos públicos, no caso o IBAMA, que deve emitir licença para

pesquisa de fauna (animais) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

– IPHAN, que deve conceder autorização para pesquisa arqueológica na área de

influência do empreendimento. Tais órgãos possuem um prazo limite de 90 dias para

emissão das licenças, a partir do protocolo dos pedidos das referidas autorizações.

Para a formalização do pedido de Licença Prévia, são necessários ainda outros

estudos menores, como é o caso do Plano de Utilização Pretendida e Projeto

Técnico de Recomposição de Flora PUP/PTRF, onde será previsto como deverá ser

procedidas as ações de desmate e reflorestamento oriundos da instalação do

empreendimento e também a solicitação de Outorga para o uso das águas, que por

sua vez autoriza a utilização das águas pelo empreendimento. O primeiro estudo é

verificado em Minas Gerais pelo Instituto Estadual de Florestas – IEF e o segundo

pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM.

Page 21: Monografia influência stakeholders

12

Além disso, para todos os empreendimentos, surge a solicitação de apresentação de

um certificado das prefeituras dos municípios afetados pelas usinas, comunicando

que o empreendimento encontra-se de acordo com a legislação municipal e o Plano

Diretor de Uso dos Solos daquele município.

Cabe também ressaltar que nessa fase, deve ser concluído também o Projeto

Básico de Engenharia do empreendimento, que nada mais é que o projeto em si de

engenharia, que geralmente é contratado pelo empreendedor junto a empresas

também especializadas. Os estudos ambientais balizam-se no Projeto Básico,

portanto, o atraso na conclusão do mesmo, ou mesmo falhas, influenciam

diretamente no prazo e qualidade dos estudos ambientais.

Elaborados todos os estudos, e concluída toda a documentação necessária, o

empreendedor deve protocolar o conjunto de documentos na SUPRAM, para a

análise da equipe técnica ambiental. As despesas de análises são pagas pelo

requerente da licença, bem como taxas e impostos cabíveis.

Anteriormente à conclusão da análise dos estudos por parte do órgão ambiental,

como parte do processo de licenciamento ambiental para os empreendimentos ora

tratados, deve ser realizada uma audiência pública com a comunidade, onde são

apresentados à sociedade os estudos ambientais elaborados e ainda o

empreendimento em si, detalhando o que será feito e como. Nessa audiência, a

população tem direito à palavra e os indivíduos podem colocar suas duvidas e

anseios. O resultado dessa reunião compõe o conjunto de fatores verificados para a

tomada de decisão dos técnicos analisadores do processo acerca da viabilidade

ambiental do empreendimento.

4.3 Obtenção da Licença Prévia (LP)

Após todos os procedimentos para a formalização da solicitação da Licença Prévia,

ou seja, após o protocolo de todos os estudos e documentos necessários e a

realização da audiência pública, os técnicos da SUPRAM, concluem a análise de

todo o material, devendo produzir um Parecer Único, contendo a opinião dos

Page 22: Monografia influência stakeholders

13

técnicos a cerca da procedência dos documentos apresentados e também quanto à

viabilidade ambiental do empreendimento.

Segundo o Decreto 44.844 de 25 de junho de 2008, (SEMAD, 2008), em seu artigo

11, “o prazo para decisão acerca dos requerimentos de concessão das licenças [...]

em que houver a necessidade de apresentação de [...] EIA/RIMA [...] o prazo será de

até doze meses, contados, [...] da data formalização do processo”.

Cabe ressaltar os dois primeiros parágrafos do artigo supracitado, os quais

estabelecem a paralisação da contagem do tempo para análise dos pedidos de

licença no momento em que o órgão ambiental solicita alguma informação

complementar ao empreendedor, tendo este o prazo máximo de quatro meses para

apresentar as informações formalmente solicitadas.

§ 1º A contagem dos prazos previstos neste artigo será suspensa durante a

elaboração dos estudos ambientais complementares ou preparação de

esclarecimentos que tenham sido formalmente solicitados ao

empreendedor.

§ 2º O empreendedor deverá atender à solicitação de esclarecimentos e

complementações formuladas pelo órgão ambiental competente dentro do

prazo máximo de quatro meses, contados do recebimento da respectiva

notificação, admitida prorrogação justificada e ajustada entre o

empreendedor e o órgão ambiental licenciador.

Sendo assim, como já explanado, o órgão ambiental há de proceder à análise dos

documentos e estudos, no prazo pré-estabelecido legalmente, solicitando

informações complementares quando julgar necessário, liberando ao final da análise

um Parecer Único contendo sua decisão acerca da viabilidade ou não do

empreendimento.

Com a liberação do Parecer Único (ainda que este seja negativo à concessão da

licença), a decisão a cerca da emissão ou não da licença fica a cargo do Conselho

Estadual de Política ambiental - COPAM, através das suas câmaras colegiadas, que

Page 23: Monografia influência stakeholders

14

pautará o empreendimento em uma de suas reuniões, para que assim seja votado

pelos conselheiros se a licença deve ou não ser concedida.

Segundo o site do COPAM, em COMPOSIÇÃO DAS URCS, (COPAM, 2010),

verifica-se que os conselhos onde são realizadas as decisões a cerca da emissão de

licenças ambientais “são compostos por, no máximo, vinte membros designados

pelo Presidente do COPAM, assegurando-se a representação dos seguintes

segmentos”:

I - Poder Público Estadual;

II - Poder Público Federal;

III - Poder Público Municipal;

IV - entidades representativas dos setores produtivos;

V - profissionais liberais ligados à proteção do meio ambiente;

VI - organizações não governamentais legalmente constituídas para a

proteção, conservação e melhoria do meio ambiente;

VII - entidades de âmbito regional cujas atividades tenham interrelação com

desenvolvimento das políticas públicas de proteção ao meio ambiente; e

VIII - entidades reconhecidamente dedicadas ao ensino, pesquisa, ou

desenvolvimento tecnológico ou científico na área do meio ambiente e da

melhoria da qualidade de vida.

Ou seja, nesse ponto o processo possui forte tendência a desaceleração, haja visto

que nesse ponto ocorre a discussão mais efetiva por diversos setores da sociedade

quanto à viabilidade do empreendimento. Nesse momento, são possíveis diversas

manobras por parte dos stakeholders impedindo a votação do processo.

Cabe registrar o poder que os stakeholders possuem nessa etapa do processo, já

que muitos deles possuem poder de voto. No conselho estão presentes Ministério

Público, ONGs, Poder Público Municipal, Polícia Militar, representantes do setor

acadêmico, dentre outros, e alguns desses grupos dificilmente são a favor da

implantação deste tipo de empreendimento.

É valido ressaltar, então, que a etapa de decisão acerca da emissão da licença das

usinas hidrelétricas é bastante conturbado, com fortes discussões e manobras de

alguns stakeholders, visando o não licenciamento, sendo então a estimativa de

prazo para essa votação de difícil aferição, já que, a votação vai se prorrogando de

Page 24: Monografia influência stakeholders

15

reunião em reunião (mensal), por motivos diversificados, ficando o empreendedor

relativamente de mão atadas quanto à continuidade do projeto.

Sendo assim, por fim, o conselho votará acerca da emissão da LP, e também votará

acerca de uma série de condicionantes ambientais. Invariavelmente, a licença é

emitida ante a uma lista de condicionantes ambientais que o empreendedor deve

atender em prazos diversificados. Estas se relacionam à ações ambientais que

devem ser efetivadas de modo a reduzir os impactos ambientais gerados por aquele

empreendimento. Cada empreendimento é único nesse sentido, e possuí a lista de

condicionantes ambientais relativas aos seus impactos específicos.

4.4 Elaboração do Plano de Controle Ambiental (PCA)

Finalmente, votada e concedida a Licença Prévia pelo COPAM, o empreendedor

retira na SUPRAM outro FOBI, contendo a documentação e os estudos necessários

para a formalização do pedido de LI.

Portanto, para essa etapa, o empreendedor deve se ater à listagem de documentos

e estudos contidos no FOBI e também às ações previstas nas condicionantes

ambientais da Licença Prévia.

O principal estudo para essa etapa é o Plano de Controle Ambiental (PCA), um

plano com caráter executivo que deve descrever todas as ações cabíveis de

mitigação/minimização de impactos ambientais que devem ser efetivadas para a

instalação do empreendimento.

Nesse documento devem constar as diretrizes para todas as ações ambientais

necessárias à instalação do empreendimento, envolvendo os meios físico, biótico e

socioeconômico e cultural. Portanto, bem como o EIA/RIMA, este documento

envolve a participação de uma equipe multidisciplinar, com técnicos e instituições

das diferentes áreas de conhecimento, contando também com uma relação muito

próxima com a população afetada pelo empreendimento.

Page 25: Monografia influência stakeholders

16

Nessa etapa já começam as negociações junto aos afetados, visando visualizar

quais serão as formas de indenização pelas terras inundadas, como serão as

relocações, etc.

Cabe ressaltar como órgãos importantes nessa etapa do licenciamento o IPHAN e o

Conselho Estadual de Assistência Social (CEAS). O primeiro se faz importante tendo

em vista que nessa etapa é procedida a prospecção arqueológica, que segundo

Azevedo Netto (2005) é “o conjunto de procedimentos que visam constar e delimitar

a presença de sítios arqueológicos em uma determinada área, com base no que foi

apontado pelo diagnóstico” que por sua vez foi realizado no EIA/RIMA. O IPHAN é o

responsável por autorizar a prospecção arqueológica e por analisar o relatório de

prospecção arqueológica. A presença de determinados sítios arqueológicos na área

afetada pelo empreendimento pode chegar ao ponto de inviabilizar o

empreendimento, dependendo da importância do sítio.

O segundo, CEAS, é o responsável por assegurar que a assistência social às

famílias afetadas pelos empreendimentos seja realizada de forma correta. Para isso,

como premissa para o licenciamento de instalação de uma usina, se faz necessário

submeter ao CEAS um relatório denominado PAS (Plano de Assistência Social), que

por sua vez, bem como no licenciamento ambiental em si, é analisado pelos técnicos

do CEAS e votado por um conselho, devendo ser aprovado para que a licença

ambiental possa ser aprovada também na SUPRAM. Ou seja, sem o aval do CEAS

o empreendimento não é licenciado ambientalmente.

Portanto, nessa etapa o empreendimento ainda não existe fisicamente ainda, porém,

busca-se esclarecer todo o planejamento ambiental para a etapa de instalação da

usina, deixando claro para a sociedade e para o órgão ambiental, que, bem como na

etapa de LP, deverá analisar o estudo e a documentação, concluindo sua análise em

um Parecer Único.

Segundo também o Decreto 44.844 de 25 de junho de 2008, (SEMAD, 2008), o

prazo para análise dos estudos para essa fase é de seis meses.

Page 26: Monografia influência stakeholders

17

4.5 Obtenção da Licença de Instalação (LI)

O processo de votação da LI é similar ao descrito para LP, com a participação do

mesmo conselho, que deve decidir sobre a emissão ou não da licença de instalação

do empreendimento.

Este processo é igualmente conturbado, com forte ação dos stakeholders,

defendendo os interesses da sociedade e buscando sempre mais informações e

ações ambientais por parte dos empreendedores.

Bem como na emissão da LP, a LI também vem acompanhada de condicionantes

ambientais, que devem ser cumpridas pelo empreendedor de modo a mitigar

impactos ambientais.

4.6 Implantação do Empreendimento (Projeto Executivo) e das Ações

Ambientais

Concedida a LI, com todas as ações ambientais já delineadas e detalhadas e com o

projeto de engenharia também já concretizado, chega o momento da implantação do

empreendimento, onde devem ser alocados todos os trabalhadores da obra, devem

ser negociadas todas as terras afetadas, relocadas as famílias, desmatadas as

áreas necessárias, implantado o canteiro de obras e o empreendimento em si,

materializado sob a forma do barramento do rio, ou seja, a barragem.

É evidente que cada empreendimento possui um cronograma próprio de instalação,

porém, paralelamente ao cronograma de instalação, de acordo com o previsto no

PCA, consta o cronograma das ações ambientais, que devem ser efetivadas e

documentadas para apreciação do órgão ambiental.

No cronograma ambiental, elaborado no PCA, ou seja, na etapa anterior, constam

uma série de subprodutos dessa etapa do projeto de implantação do

empreendimento. Devem, geralmente, ser produzidos relatórios variando entre

mensais, bimestrais, trimestrais, semestrais, anuais e finais, para todos os

subprojetos ambientais que são efetivados em conjunto com a implantação da usina.

Page 27: Monografia influência stakeholders

18

Os relatórios devem ser encaminhados à SUPRAM em concordância com o

cronograma ambiental do empreendimento e com os prazos estabelecidos nas

condicionantes ambientais.

O envolvimento, nessa etapa, com a sociedade e com o poder público municipal é

constante, pois, invariavelmente há uma presença contínua de pessoas nos locais

das obras, sejam os trabalhadores fixos, sejam as equipes contratadas por períodos,

como é o caso das equipes responsáveis por ações de meio ambiente.

A SEMAD deve fiscalizar a implantação das ações ambientais pré-estabelecidas

através de visitas ao local das obras e da análise dos relatórios encaminhados.

O fim dessa etapa se dá com a conclusão da construção da barragem e das demais

estruturas necessárias à usina, bem como a implantação de todas as ações

ambientais previstas até o final da fase de instalação, ficando, porém, o rio mantido

em seu leito natural, ou seja, não há ainda nessa etapa o fechamento das comportas

da usina para o enchimento do reservatório, que fica condicionado à Licença de

Operação do empreendimento.

4.7 Solicitação / Obtenção da Licença de Operação (LO)

Como já esclarecido, anteriormente ao enchimento do reservatório e, portanto da

operação (geração de energia elétrica) propriamente dita da usina, o empreendedor

deve apresentar ao órgão ambiental um relatório contendo a situação de todos os

subprojetos ambientais previstos no PCA bem como aqueles realizados para o

cumprimento de condicionantes ambientais das etapas anteriores, comprovando que

a instalação do empreendimento se deu de acordo com o pré-estabelecido e

acordado junto aos órgãos públicos e a sociedade civil. Esse relatório de solicitação

de LO deve ser protocolado junto à SEMAD pelo menos quatro meses antes do

enchimento do reservatório.

Nesse prazo, a SEMAD deve analisar o relatório, e novamente emitir um Parecer

Único com seu posicionamento a cerca da emissão da LO. Este Parecer Único é

Page 28: Monografia influência stakeholders

19

então submetido também à votação por parte do Conselho do COPAM, que decide

também pela emissão ou não da Licença de Operação da usina.

Cabe ressaltar que, bem como nas demais etapas de licenciamento (LP e LI), nessa

etapa o processo decisório a cerca da emissão ou não da licença por parte do

COPAM e muitas vezes moroso e complexo, com a influência de diversos atores

envolvidos com o projeto, seja positiva ou negativamente.

Com o conselho decidindo quanto à concessão da LO, o empreendimento fica

permitido a encher o reservatório e a iniciar a operação e geração de energia

elétrica, devendo ser observado o cumprimento das condicionantes ambientais

estabelecidas nessa etapa, no Parecer Único da SUPRAM, que devem ser

obedecidas na etapa de monitoramento e controle do empreendimento, sendo essa

etapa considerada fora do projeto de licenciamento ambiental.

Com isso, a última etapa do projeto de licenciamento ambiental considerada nesse

estudo é a obtenção da Licença de Operação. Isso se dá, pois, mesmo que após a

LO continue ocorrendo diversas ações ambientais (ainda haver a necessidade

revalidação periódica da LO), o empreendimento que possui essa licença já pode

operar, ou seja, o mesmo foi licenciado com sucesso, sendo este o principal produto

do projeto ora tratado. A partir daí seguem ações de monitoramento e controle

ambiental, ainda com participação de diversos Stakeholders, no entanto, essa fase

posterior pode se caracterizar como de gerenciamento do produto.

A seguir, é apresentado um esquema contendo as principais etapas e os principais

produtos de um projeto abrangente de licenciamento ambiental de empreendimentos

hidrelétricos em Minas Gerais (Figura 4.1).

Page 29: Monografia influência stakeholders

20

FIGURA 4.1 - PRINCIPAIS ETAPAS E PRODUTOS DE UM PROJETO DE LICENCIAMENTO DE

EMPREENDIMENTOS HIDRELÉTRICOS EM MINAS GERAIS

Fonte: Próprio autor, 2010.

Nota: O esquema apresentado refere-se ao projeto geral de licenciamento, cabendo observar que há

especificidades em cada projeto, alterando o diagrama supra apresentado.

Page 30: Monografia influência stakeholders

21

4.8 EAP - Estrutura Analítica do Projeto

De modo a melhor estruturar o projeto, e enriquecer a descrição realizada,

apresenta-se a seguir a Estrutura Analítica do Projeto – EAP, para projetos

genéricos de licenciamento ambiental de empreendimentos hidrelétricos no estado

de Minas Gerais, cabendo destacar que a mesma trata-se de projetos em geral

dessa natureza, devendo ser obedecidas as especificidades de cada projeto a ser

gerenciado, sendo esta portanto alvo de alterações em conformidade com a

realidade identificada.

Page 31: Monografia influência stakeholders

FIGURA 4.2 – EAP - ESTRUTURA ANALÍTICA DO PROJETO

DEFINIÇÃO DOEMPREENDIMENTO

REALIZAÇÃO DOSESTUDOS DEVIABILIDADE

OBTENÇÃO DALICENÇA PRÉVIA -

LP

ELABORAÇÃO DOPLANO DECONTROLE

AMBIENTAL - PCA

OBTENÇÃO DALICENÇA DE

INSTALAÇÃO - LI

IMPLANTAÇÃO DOEMPREENDIMENTO

SOLICITAÇÃO /OBTENÇÃO DA

LICENÇA DEOPERAÇÃO - LO

LICENCIAMENTOAMBIENTAL DE

EMPREENDIMENTOSHIDRELÉTRICOS EM

MINAS GERAIS

Fonte: Próprio autor, 2010.

Page 32: Monografia influência stakeholders

23

5. Identificação de Stakeholders

Conforme observado no capitulo anterior, a classe de projetos tratada no presente

estudo monográfico caracteriza-se por cronogramas relativamente extensos,

complexos, contendo diversas ações, e com a participação efetiva de diversos

atores envolvidos, sendo estes alterados pela especificidade de cada projeto.

De maneira a nortear os capítulos posteriores e subsidiar as avaliações de

importância e influência dos stakeholders nos projetos, buscou-se nesse capítulo

listar o máximo de atores, de maneira abrangente, que possuem alguma influência

sobre tais projetos.

Além da listagem, já nesse momento, buscou-se verificar em qual etapa do projeto

os stakeholders possuem influência, classificando tal influência em Alta ou Baixa,

com base na possibilidade que os mesmos possuem de participar do projeto na

determinada etapa.

Deve se destacar que a listagem a seguir é abrangente, sendo a mesma

diferenciada em conformidade com especificidade de cada projeto, que por sua vez

é único. No entanto, os stakeholders a seguir listados são os comumente envolvidos

com essa classe de projetos, e constituem-se de uma boa parte dos atores

influenciadores no processo de licenciamento ambiental de Minas Gerais.

Page 33: Monografia influência stakeholders

24

TABELA 5.1 - MATRIZ DE IDENTIFICAÇÃO DOS STAKEHOLDERS DOS PROJETOS DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE EMPREENDIMENTOS HIDRELÉTRICOS EM MINAS GERAIS

Etapas

DE

FIN

IÇÃ

O D

O

EM

PR

EE

ND

IME

NT

O

RE

ALIZ

ÃO

DO

S

ES

TU

DO

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E

VIA

BIL

IDA

DE

OB

TE

ÃO

DA

LIC

EN

ÇA

PR

ÉV

IA -

LP

ELA

BO

RA

ÇÃ

O D

O

PLA

NO

DE

CO

NT

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LE

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BIE

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LIC

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INS

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LI

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DO

EM

PR

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O

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LIC

ITA

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O /

OB

TE

ÃO

DA

LIC

EN

ÇA

DE

OP

ER

ÃO

- L

O

Stakeholders

SPONSORS (PATROCINADORES)

Investidores

Empreendedores EQUIPES ESPECIALIZADAS

Meio Ambiente

Engenharia

Avaliação Econômica

Topografia

Jurídica

Equipe de coordenação dos empreendedores

Comunicação Social

Assistência Social

Negociação com Atingidos

LEGENDA → Alta

Baixa

Nenhuma

Continua...

Page 34: Monografia influência stakeholders

25

TABELA 5.1 - MATRIZ DE IDENTIFICAÇÃO DOS STAKEHOLDERS DOS PROJETOS DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE EMPREENDIMENTOS HIDRELÉTRICOS EM MINAS GERAIS

Continuação...

Etapas

DE

FIN

IÇÃ

O D

O

EM

PR

EE

ND

IME

NT

O

RE

ALIZ

ÃO

DO

S

ES

TU

DO

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VIA

BIL

IDA

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LIC

EN

ÇA

PR

ÉV

IA -

LP

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ÇÃ

O D

O

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NO

DE

CO

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AL -

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ÃO

DA

LIC

EN

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TA

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O -

LI

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LA

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ÃO

DO

EM

PR

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OB

TE

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DA

LIC

EN

ÇA

DE

OP

ER

ÃO

- L

O

Stakeholders

ÓRGÃOS PÚBLICOS

ANEEL

CEAS

CODEMA

Comitê de Bacias

COPAM

CPB

DNPM

IBAMA

IPHAN

ONGs

SEMAD

IGAM / ANA

IEF

SUPRAM / FEAM

LEGENDA → Alta

Baixa

Nenhuma

Continua...

Page 35: Monografia influência stakeholders

26

TABELA 5.1 - MATRIZ DE IDENTIFICAÇÃO DOS STAKEHOLDERS DOS PROJETOS DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE EMPREENDIMENTOS HIDRELÉTRICOS EM MINAS GERAIS

Continuação...

Etapas

DE

FIN

IÇÃ

O D

O

EM

PR

EE

ND

IME

NT

O

RE

ALIZ

ÃO

DO

S

ES

TU

DO

S D

E

VIA

BIL

IDA

DE

OB

TE

ÃO

DA

LIC

EN

ÇA

PR

ÉV

IA -

LP

ELA

BO

RA

ÇÃ

O D

O

PLA

NO

DE

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RO

LE

AM

BIE

NT

AL -

PC

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OB

TE

ÃO

DA

LIC

EN

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O -

LI

IMP

LA

NT

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O

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LIC

ITA

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O /

OB

TE

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DA

LIC

EN

ÇA

DE

OP

ER

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- L

O

Stakeholders

OUTROS SETORES PÚBLICOS

Poder Público Municipal

Poder Público Estadual

Poder Público Federal

Ministério Público

Policia Militar Ambiental SOCIEDADE CIVIL

Comunidade Acadêmica

Movimento de Atingidos por Barragens

Movimento dos Sem Terras

Instituições Religiosas Demais movimentos sociais

LEGENDA → Alta

Baixa

Nenhuma

Continua...

Page 36: Monografia influência stakeholders

27

TABELA 5.1 - MATRIZ DE IDENTIFICAÇÃO DOS STAKEHOLDERS DOS PROJETOS DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE EMPREENDIMENTOS HIDRELÉTRICOS EM MINAS GERAIS

Continuação...

Etapas

DE

FIN

IÇÃ

O D

O

EM

PR

EE

ND

IME

NT

O

RE

ALIZ

ÃO

DO

S

ES

TU

DO

S D

E

VIA

BIL

IDA

DE

OB

TE

ÃO

DA

LIC

EN

ÇA

PR

ÉV

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LP

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O D

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PLA

NO

DE

CO

NT

RO

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AM

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OB

TE

ÃO

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EN

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IME

NT

O

SO

LIC

ITA

ÇÃ

O /

OB

TE

ÃO

DA

LIC

EN

ÇA

DE

OP

ER

ÃO

- L

O

Stakeholders

POPULAÇÃO ATINGIDA

Proprietários residentes

Proprietários não residentes

Familiares de proprietários

Trabalhadores Permanentes

Trabalhadores Temporários

Meeiros

Arrendatários

Herdeiros

Moradores por Seção

Posseiros

LEGENDA → Alta

Baixa

Nenhuma

Fonte: Próprio Autor. 2010.

Page 37: Monografia influência stakeholders

28

6. Perfil e influência dos principais Stakeholders no cronograma

Ante a listagem exposta no Capítulo anterior, procedeu-se uma triagem dentre quais

stakeholders possuem maior influência nos projetos de licenciamento ambiental de

hidrelétricas, para os quais serão traçados a seguir seus perfis e mapeadas suas

possíveis influências nos cronogramas dos projetos em tela.

6.1 Sponsors (Patrocinadores)

Investidores

A influência negativa de investidores nos projetos tratados nesta pesquisa

monográfica relaciona-se fundamentalmente a não liberação das verbas que as

etapas do projeto necessitam.

Nesse sentido podem acontecer atrasos na contratação de subprojetos, estudos,

profissionais, equipes, empresas terceirizadas, dentre outros, o que geralmente

impactam negativamente o cronograma do projeto.

Um ponto importante a se destacar é a correlação direta entre escopo, custo e

tempo. Sendo os investidores detentores do financiamento do projeto, suas ações

sobre os custos irão refletir diretamente ou em tempo ou escopo, o que denota a

forte influência dos investidores no cronograma.

Além disso, sem o patrocínio o projeto não segue. Por exemplo, um projeto que já

conseguiu a Licença Prévia, necessitará da liberação da verba em tempo hábil para

elaboração de todos os produtos necessários à obtenção da Licença de Instalação,

caso a verba não saia o projeto trava naquele ponto.

Empreendedores

Os empreendedores neste caso são os responsáveis, ou mesmo proprietários dos

projetos. Em alguns casos específicos, os sponsors são os próprios

Page 38: Monografia influência stakeholders

29

empreendedores, porém, como se tratam de projetos relativamente caros,

geralmente os empreendedores contam com um financiamento externo.

Nesse sentido, a tomada de decisão geralmente concentra-se nessa classe de

stakeholders, o que revela a alta influência deste grupo no cronograma do projeto.

Geralmente o empreendedor conta com uma equipe interna de engenharia, outra de

meio ambiente, outra de comunicação social, e assim por diante. A indecisão, a falta

de alinhamento ou mesmo conhecimento das diversas equipes internas do

empreendedor, podem decorrer em atrasos na linha de base do projeto.

A falta de equipes citadas acima, ou mesmo a ineficiência das mesmas, são

problemas para os prazos do projeto, já que as diretrizes para a condução do projeto

partem destes stakeholders, e falhas nesta etapa desencadeiam diversos outros

problemas nas etapas posteriores.

Há que se ressaltar também a importância do gerenciamento do projeto, que deve

ocorrer junto à estes stakeholders. O projeto acontece à luz do planejamento

realizado pelo empreendedor, pois é ele que saberá a maneira como se deve tocar o

projeto.

Se há falhas no gerenciamento dos projetos, ou mesmo, não há um gerenciamento

estruturado e eficiente, o qual possibilite um bom planejamento, uma comunicação

efetiva e um controle cauteloso, dificulta-se a condução do projeto de maneira

assertiva, realizando os trabalhos dentro do cronograma definido. Sem o

gerenciamento do projeto por parte dos empreendedores, os níveis de stakeholders

seguintes, notadamente as equipes especializadas, podem trabalhar perdidas, sem

saber ao certo que rumo trilhar, qual o prazo para a execução dos trabalhos e qual o

escopo realmente a ser seguido.

Cabe também ao empreendedor definir o cronograma geral do projeto,

estabelecendo a linha de base do tempo, de maneira que todos os demais

stakeholders envolvidos com a efetivação do projeto possam seguir o cronograma

estipulado.

Page 39: Monografia influência stakeholders

30

Tudo isso reafirma a importância deste grupo de stakeholders no gerenciamento do

tempo dos projetos de licenciamento ambiental de empreendimentos hidrelétricos

em Minas Gerais.

6.2 Equipes Especializadas

Meio Ambiente

A equipe especializada em meio ambiente contará com um leque de profissionais

multidisciplinares, diferenciados ao longo de todo o projeto.

O empreendedor pode definir se trabalha com uma grande empresa de consultoria

ambiental que por sua vez “quarteiriza-rá” os serviços específicos, ou mesmo que

ele próprio contratante diretamente as empresas que serão responsáveis por

elaborar produtos, implantar ações e acompanhar o andamento dos projetos juntos

aos órgãos públicos.

Deve se destacar o grande número de envolvidos nessa classe de Stakeholders, já

que naturalmente o setor ambiental é vastamente amplo, sendo que cada área

específica necessita de uma série de profissionais especializados.

Nesse sentido, podem ocorrer contratações, subcontratações, contrações pelas

subcontratadas, e daí por diante, o que infla o projeto e dificulta seu gerenciamento.

Um atraso de uma “sub-sub-subcontratada” pode, se não for corretamente

gerenciado, influenciar no cronograma geral do projeto, atrasando entregas e prazos

previstos pelos órgãos ambientais.

Além disso, os trabalhos ambientais, via de regra, são fortemente fiscalizados por

uma série de stakeholders, principalmente os órgãos ambientais e os que são contra

os empreendimentos, de maneira que as falhas na qualidade dos produtos

ambientais inclusos no projeto são alvo de questionamentos e solicitações de

revisão, o que pode atrasar o andamento do projeto.

Page 40: Monografia influência stakeholders

31

Os stakeholders relativos então à equipes de meio ambiente são importantes no

controle do cronograma, uma vez que são as principais viabilizadoras dos produtos

e ações ambientais solicitados no processo de licenciamento ambiental.

Engenharia

A equipe de engenharia refere-se às contratadas pelo empreendedor para projetar o

empreendimento.

Sua importância relaciona-se claramente à importância do Projeto Básico de

Engenharia no qual consta o empreendimento estruturado, as diretrizes para

implantação, e também os marcos referentes ao cronograma de obra, que por sua

vez, são utilizados em praticamente todos os estudos e ações ambientais que

devem ocorrer para o licenciamento de uma usina.

Um projeto mal estruturado pode em algum momento demandar alterações, e

alterações no projeto de engenharia geralmente não são bem quistas no

gerenciamento do tempo desta classe de projetos, uma vez que em vários casos

alterações no projeto básico resultam em uma série de alterações nos estudos e

medidas ambientais, o que também pode acarretar atrasos nos prazos previstos.

Comunicação Social

A comunicação social possui papel fundamental nos projetos alvo desta pesquisa

monográfica, já que representa a ponte que conduz as informações a cerca do

projeto do empreendedor para a comunidade, bem como coleta informações,

desejos e anseios da comunidade, sendo estes dados extremamente importantes na

condução do projeto.

Uma comunicação social falha, ou mesmo a ausência dela, pode resultar em

desconhecimento do empreendedor a cerca da visão do projeto na comunidade,

desconhecimento da comunidade a cerca do projeto, geração de expectativa na

sociedade envolvida com o projeto, dificuldade de negociação com a população

Page 41: Monografia influência stakeholders

32

atingida, além de aumentar o risco de conflitos e resistência à instalação do

empreendimento.

Negociação com Atingidos

A equipe de negociação com os atingidos do projeto tem por objetivo negociar as

terras necessárias à implantação das estruturas do empreendimento (barragem,

casa de força, canteiro de obras, acessos, etc.) bem como para inundação

decorrente do enchimento do reservatório.

A negociação das terras, evidentemente deve ser concluídas anteriormente à

instalação das obras e recorrente enchimento do reservatório, devendo a aquisição

das terras ser comprovadas junto ao órgão ambiental licenciador.

Dessa maneira, conflitos relativos à negociação podem incorrer em atrasos no

projeto, podendo em alguns caso, envolver equipes jurídicas de desapropriação, o

que geralmente estende o prazo previsto para negociação e atrasa o início das

obras.

É prudente abrir-se um parêntese neste item em específico. A aquisição das terras

necessárias à implantação do empreendimento deve ocorrer após a Licença de

Instalação, já que não é razoável que se adquira terras sem que haja uma

autorização efetiva do estado para a instalação da usina. Nesse sentido, após a LI, o

empreendedor deve pressupor uma janela de tempo até o início efetivo das obras,

pois deverá negociar e adquirir pelo menos as terras que serão utilizadas nas

estruturas e canteiro de obras, podendo somente as terras utilizadas para a

formação do reservatório serem negociadas e adquiridas ao decorrer da implantação

do empreendimento.

Jurídico

As equipes jurídicas possuem influência no sentido de terem a obrigação de

acompanhar toda tramitação judicial na qual o projeto está envolvido.

Page 42: Monografia influência stakeholders

33

A equipe jurídica, além de solucionar problemas que aparecem ao decorrer do

projeto, deve também, sempre que couber, alertar o empreendedor quanto ao

cumprimento da legislação vigente, e da conformidade dos documentos produzidos,

haja visto a dinamicidade das legislações de âmbito municipal, estadual e nacional.

São várias as possibilidades de ações judiciais com o intuito de procrastinar o

andamento do projeto, principalmente de stakeholders como o Ministério Público e

comunidade civil organizada, que tendem a ser contrários a instalação de

determinadas usinas.

A equipe jurídica atua no sentindo de tornar o processo conforme com a legislação

vigente, evitando imprevistos e cercando possíveis interferências judiciais.

6.3 Órgãos Públicos

CEAS

O conselho estadual de assistência social possui influência nas etapas de

licenciamento de instalação e licenciamento de operação, já que o empreendedor

deve submeter à este órgão os estudos e medidas referentes às famílias e

população (Plano de Assistência Social - PAS), bem como os resultados das

negociações e indenizações.

A análise do PAS e dos resultados das negociações devem ser votados por um

conselho, semelhantemente ao que ocorre no COPAM, o que torna o processo

moroso, cabendo adiamentos das votações por pedidos de vistas e diligências.

Geralmente, o FOBI e as condicionantes solicitam a apresentação das autorizações

do CEAS vinculando às mesmas a formalização dos pedidos de licenças ambientais,

o que atribui ao CEAS um papel importante no gerenciamento do tempo nestes

projetos.

Page 43: Monografia influência stakeholders

34

COPAM

O COPAM, conforme já descrito anteriormente é um órgão colegiado com o poder

da emissão ou não das licenças ambientais em Minas Gerais.

Quando o processo chega ao COPAM para ser votado, geralmente todas as

pendências verificadas pela equipe de análise do processo (equipe da SUPRAM)

encontram-se sanadas. Podem já ter sido solicitadas informações complementares,

entregas de documentos, alterações no projeto, etc.

Portanto, fica a cargo dos conselheiros analisar a documentação, os estudos, e o

parecer da SUPRAM, e com base nas informações identificadas, proceder a votação

quanto à emissão ou não da licença ambiental.

A influência do COPAM no projeto refere-se primeiramente a seu poder a cerca do

licenciamento ou não do empreendimento. Em segundo lugar, no COPAM o

processo sofre a maior parte dos entraves referentes aos stakeholders contrários ao

projeto.

Surgem ações legais visando a não votação do projeto, pedidos de vistas,

diligências, discussões longas, dentre outras situações que impedem a votação.

Nesse momento também, surge vários questionamento a cerca do projeto, muitos

deles com o intuito de travar o licenciamento.

IBAMA

O IBAMA no caso dos projetos alvo desta monografia, aparece somente no sentido

de emissão das licenças para pesquisa e captura de fauna, já que o estudo remete a

apenas projetos com licenciamento no âmbito Estadual. Os projetos de âmbito

nacional, ou seja, aqueles nos quais as terras afetadas pertençam a dois ou mais

Estados da União, devem ser licenciados junto ao IBAMA, que por sua vez terá

influência muito maior sobre o cronograma dos projetos.

Page 44: Monografia influência stakeholders

35

Nesse sentido, o IBAMA possui baixa influência nos projetos de licenciamento de

usinas hidrelétricas em Minas Gerais, pois o mesmo atua somente na emissão de

licenças relativas à fauna. Sendo que o empreendedor deve requerer essas licenças

no prazo previsto, anteriormente às ações, evidentemente.

IPHAN

O IPHAN, assim como o CEAS, descrito anteriormente, é um órgão público, que

deve se posicionar a cerca do licenciamento ambiental de usinas hidrelétricas.

Isso se deve ao fato de usinas alagarem áreas onde podem haver sítios históricos e

arqueológicos de importância à sociedade.

Em alguns casos a presença do sítio, dependendo de sua importância, pode

inviabilizar o projeto da maneira que ele foi proposto, devendo em determinados

casos ocorrer a mudança do layout do empreendimento de modo a preservar o sítio.

Nesse sentido, já na fase de licenciamento prévio, deve-se proceder o estudo in loco

por profissionais especializados e reconhecidos pelo órgão como arqueólogos, de

maneira que tais estudos sejam submetidos a avaliação do IPHAN que emitirá uma

portaria autorizando a prospecção arqueológica para a etapa de licenciamento.

O órgão ambiental solicita o posicionamento do IPHAN a cerca dos estudos e do

empreendimento para a emissão da LP.

Licença prévia concedida, bem como autorização do IPHAN para os estudos de

prospecção, o empreendedor, por meio da equipe técnica de arqueologia

contratada, deverá proceder a prospecção e o conseguinte estudo elaborado com

base nas informações de campo, contendo inclusive as possíveis medidas de

resgate dos sítios identificados.

O IPHAN deverá se posicionar no período de 90 dias, avaliando os estudos e a

importância dos sítios. Caso o órgão entenda que o sítio identificado não seja

Page 45: Monografia influência stakeholders

36

passível de resgate, e considere o mesmo importante para a sociedade, o órgão

pode se posicionar contrário à instalação do empreendimento.

Tal órgão torna-se importante influenciador no processo de controle do tempo de

projetos dessa natureza não só pela capacidade de inviabilizar o empreendimento,

mas também pela possibilidade de atrasos nas análises dos estudos.

O posicionamento do IPHAN é considerado na emissão das licenças prévias, de

instalação e de operação.

SEMAD

A SEMAD atua fundamentalmente na avaliação de viabilidade dos empreendimentos

hidrelétricos (assim como todos os outros empreendimentos passiveis de

licenciamento ambiental no estado de Minas Gerais) com base na análise dos

documentos e estudos fornecidos pelos empreendedores e suas empresas de

suporte, e também em visitas de campo e dados secundários sobre as áreas

afetadas pelos empreendimentos.

A SEMAD analisa os estudos de viabilidade ambiental, formalizando seu

entendimento em um Parecer Único, sendo o mesmo a favor ou contrário à

instalação dos empreendimentos, e tem o poder de solicitar informações

complementares ao decorrer da análise. Portanto, na etapa de LP, onde é analisado

o EIA/RIMA que trata da viabilidade ambiental do empreendimento, a SUPRAM

pode atrasar a análise, por motivos diversos, mesmo que contra a lei vigente, como

pode solicitar informações complementares, caso entenda que os estudos estejam

insuficientes, e pode ainda alegar a inviabilidade ambiental do determinado

empreendimento, o que seria o pior caso.

Além disso, no caso do parecer ser positivo, ou seja, a favor do empreendimento, a

SUPRAM é quem estabelece as condicionantes ambientais, as quais não impactam

o projeto na etapa de LP, mas sim nas etapas seguintes de LI e LO.

Page 46: Monografia influência stakeholders

37

Mesmo que a decisão a cerca do empreendimento não seja da SUPRAM em última

instancia, e sim do órgão colegiado COPAM, o parecer técnico (parecer único) dos

técnicos da SUPRAM possuem enorme relevância na discussão da emissão ou não

da LP pelos conselheiros do COPAM.

Da mesma maneira, o corpo técnico da SEMAD, avalia tecnicamente, o PCA, com

os programas ambientais propostos na fase de LI e posteriormente a implantação

das ações ambientais na fase das obras das usinas, elaborando pareceres técnicos

a cerca da emissão ou não da LI e LO, cabendo a decisão final novamente ao

COPAM.

Nas duas situações, de LI e LO, a SEMAD, pode solicitar informações

complementares, como também atrasar as análises por seus motivos internos, ainda

que em desacordo com as legislações vigentes. A SEMAD pode também nestes

casos se posicionar contrária à emissão das licenças, mesmo que isso seja mais

difícil nas fases de LI e LO, uma vez que o projeto já possui Licença Prévia, o que

denota que o mesmo possui viabilidade ambiental, e as fases seguintes possuem o

objetivo de garantir a execução das medidas mitigadoras dos impactos ambientais

inerentes a este tipo de empreendimento.

6.4 Outros Setores Públicos

Poder Público Municipal

O poder público municipal possui um papel chave em projetos dessa categoria. Já

nos documentos necessários a formalização da solicitação de Licença Prévia deve-

se protocolar um documento emitido pela prefeitura, ou prefeituras quando o

empreendimento abarcar terras de mais de um município, atestando que o

empreendimento está de acordo com a legislação vigente no município, inclusive se

o empreendimento atende as normas de uso e ocupação do solo.

A prefeitura, leia-se prefeituras no caso de empreendimentos ocupantes de terras de

mais de um município, caso não esteja de acordo com o empreendimento em

questão, pode buscar atrasar ou dificultar a emissão deste documento.

Page 47: Monografia influência stakeholders

38

Além disso, geralmente, a prefeitura em casos de empreendimentos tidos como

muito impactantes e de grande porte, como é o caso de usinas hidrelétricas, tende

sempre a buscar o máximo de retorno financeiro para seus municípios, ou mesmo,

ações que visem melhorar a estrutura dos mesmos.

Obras de grande porte, como é o caso, podem de fato ocasionar grande transtornos

a população residentes nos municípios afetados, seja pelo acréscimo significativo de

tráfego, seja pelo fluxo de pessoas no local das obras, atração de indivíduos ao

município em busca de emprego, ou mesmo aumento de demanda de serviços

públicos como segurança, serviços de saúde, dentre outros.

Por esse motivo, o poder público municipal tende a negociar o quanto pode com os

empreendedores, para que os mesmo disponibilizem programas que mitiguem os

problemas trazidos pelos empreendimentos e ainda compensem os municípios pelos

transtornos e utilização de seus recursos naturais.

Nesse sentido, no caso de discordância entre as partes negociadoras, membros do

poder público municipal podem se voltar veementemente contra o empreendimento

e mobilizar a população para que também o façam, o que sem dúvida agrega

grandes riscos não desejáveis ao projeto.

O poder público municipal pode em casos extremos sancionar leis com o objetivo de

dificultar ou inviabilizar a implantação de usinas, no caso das mesmas não serem de

seu interesse.

Ministério Público

O Ministério Público, ante sua função de defesa do patrimônio público, dentre o qual,

segundo a constituição federal de 1981, inclui-se o meio ambiente, aparece como

um stakeholder de destaque nos projetos de licenciamento ambiental de usinas, não

só no estado de Minas Gerais, como no Brasil.

Page 48: Monografia influência stakeholders

39

O poder do Ministério Público contra o licenciamento de empreendimentos

hidrelétricos relaciona-se à sua cadeira no COPAM, órgão colegiado que vota a

cerca do deferimento ou não das licenças, onde o MP consegue argumentar e

questionar vários aspectos ambientais que o mesmo julga ser nocivo ao meio

ambiente no caso de instalação do projeto.

Nesse sentido, na votação da licença, o promotor público pode argumentar alguma

falha do projeto e solicitar que o processo não seja votado e baixado em diligência,

até que as dúvidas sejam sanadas, como pode também solicitar vistas, o que via de

regra acontece à todo projeto. Após o pedido de vistas o MP apresenta um relatório

de vistas, no qual, aponta os pontos fracos do projeto, e o possível risco ao meio

ambiente.

Todos os outros conselheiros têm acesso ao parecer de vistas, bem como a

argumentação oral do promotor nas reuniões para votação das licenças, o que pode

influenciar negativamente os que votarão a cerca da licença.

Além disso, o MP possui o poder de entrar com medidas judiciais contrárias à

implantação do empreendimento, encontrando os pontos falhos do projeto, e

solicitando informações, ou mesmo termos de ajustamento de conduta.

6.5 Sociedade Civil

Comunidade Acadêmica

A comunidade acadêmica surge como outro stakeholder importante no sentido de

sua argumentação técnica. Essa classe também possui cadeira no COPAM, por

meio de professores representantes das instituições que compõe a mesa de

conselheiros.

Na maioria dos casos, a comunidade acadêmica é contraria a implantação dessa

tipologia de empreendimento, e em muitos casos apóiam tecnicamente os atingidos

e os grupos sociais contrários às usinas.

Page 49: Monografia influência stakeholders

40

Os acadêmicos são muitas vezes convidados a analisar os estudos técnicos

apresentados nos projetos, de maneira a verificar sua procedência, e no caso de

identificação de falhas, os representantes dessa classe buscam influenciar os

demais conselheiros contrariamente aos projetos, como também acontece no caso

do ministério público.

Movimento de Atingidos por Barragens - MAB

O Movimento de Atingidos por Barragens é um notório stakeholder negativo em

projetos de empreendimentos hidrelétricos. Trata-se de uma organização que atua

fundamentalmente contrária a instalação de usinas, defendendo os direitos dos

atingidos e do meio ambiente. Em seu site, no item HISTÓRIA DO MAB, a

organização pontua seu ideal:

“luta pela natureza preservada e pela construção de um Projeto Popular

para o Brasil que contemple uma nova Política Energética justa,

participativa, democrática e que atenda aos anseios das populações

atingidas, de forma que estas tenham participação nas decisões sobre o

processo de construção de barragens, seu destino e o do meio ambiente.”

Dessa forma, o MAB possui influência muito importante na maioria dos projetos alvo

deste estudo monográfico, com destaque aos projetos que apresentam grande

número de famílias atingidas.

O MAB dá apoio técnico aos atingidos, esclarece dúvidas e defende seus direitos.

No entanto, corre-se o risco de que esse apoio extrapole o limite da ajuda aos

atingidos, alcançando um viés negativo, que volta os atingidos contra os

empreendedores, algumas vezes de maneira agressiva.

O poder de mobilização do MAB é alto, e o mesmo busca se aliar a todos os outros

stakeholders contrários às usinas, unindo poderes e mobilizando ações contrárias ao

licenciamento.

Page 50: Monografia influência stakeholders

41

Demais movimentos sociais

No contexto do licenciamento aparecem diversos outros atores que somam poderes

aos stakeholders contrários aos projetos, como é o caso de ONG`s, instituições

religiosas ou seus representantes, cooperativas, dentre outros.

Os movimentos sociais variam conforme projetos e possuem influência também

variável nos licenciamentos das usinas.

6.6 População Atingida

A população atingida é sem dúvida um stakeholder chave no âmbito dos projetos de

licenciamento ambiental de empreendimentos hidrelétricos, já que os mesmos são

usuários e/ou proprietários das terras necessárias à instalação das estruturas das

usinas e daquelas que deverão ser inundadas para a formação do reservatório a ser

formado com o barramento do rio.

A influência dessa classe de stakeholders relativiza-se à dificuldades de negociação

em função do desejo de permanecer na terra como ela está. Muitas vezes o produtor

rural reside a vários anos na mesma propriedade e a possibilidade de ser relocado

pode causar desconforto. Além disso, a chegada de um empreendimento de grande

porte como é o caso de hidrelétricas pode gerar expectativas quanto à venda dos

imóveis, o que pode inflacionar o valor das terras na região.

Outro ponto a ser destacado é a possibilidade de entraves jurídicos na negociação,

no caso de o atingido dificultar a disponibilização das terras. Por fim, ressalta-se

também a possibilidade de um número significativo de atingidos se reunirem de

modo a batalharem juntos, e até mesmo com o apoio de outras classes da

sociedade civil organizada, contra o licenciamento do empreendimento.

Page 51: Monografia influência stakeholders

42

7. Análise de riscos para o cronograma

Após a descrição dos projetos tratados neste estudo monográfico e da listagem e

caracterização dos principais stakeholders dos projetos, este capítulo busca levantar

e qualificar os riscos ao cronograma dos projetos em tela por parte dos stakeholders.

A Tabela 7.1, apresentada adiante, apresenta 110 riscos identificados divididos

pelos stakeholders associados, na qual se apresenta o nome dos riscos (shorts

names), a descrição dos riscos decomposta entre CAUSA, RISCO e EFEITO, a

probabilidade de ocorrência do risco e o possível impacto do risco incorrido, nos

quais os riscos são classificados entre muito baixo, baixo, médio e alto. Tem-se

ainda o apontamento do impacto do risco incorrido nas fases do projeto, e por fim,

como resultado de toda análise, a classificação da criticidade do risco, podendo a

mesma ser avaliada em pouco significante, significante, alarmante e crítica.

A identificação de riscos foi realizada com base na experiência em projetos da

classe ora tratada, de maneira que se buscou listar os principais riscos inerentes aos

projetos de licenciamento ambiental de usinas. No entanto, não é demais destacar

que os projetos possuem especificidades que devem ser respeitadas, nos quais

deve haver uma análise de riscos também específica, de modo a retratar com mais

precisão a realidade do determinado projeto. Ressalta-se ainda que a listagem de

riscos apresentada foi elaborada de modo a contribuir ao presente estudo e ao

entendimento daqueles que dele fizerem uso, todavia a identificação e classificação

dos riscos podem apresentar-se diminuta ou falha no contexto do gerenciamento de

projetos concretos dessa natureza, tendo em vista novamente a especificidade

inerente ao conceito de projeto.

Tratando-se da análise qualitativa da probabilidade do risco, de seu impacto e

posteriormente de sua criticidade, foram utilizadas classificações atreladas à valores

numéricos, o que denota à classificação, certo grau de análise quantitativa, no

entanto não relacionada a indicadores concretos de tempo, custo, ou quaisquer

outros.

Page 52: Monografia influência stakeholders

43

Quanto a probabilidade do risco, tem-se MUITO BAIXA, com o valor 1, BAIXA, com

o valor 2, MÉDIA, com o valor 3, e ALTA com o valor 4. O mesmo acontece para a

avaliação do impacto do risco, ou seja, o valor 1 corresponde à MUITO BAIXO, o

valor 2 à BAIXO, o valor 3 à MËDIO e por fim o valor 4 à ALTO.

Nesse sentido, a criticidade do risco, foi dada pela soma simples dos resultados de

PROPABILIDADE mais IMPACTO, de maneira que no caso do resultado encontrado

variar entre 0 e 2 o risco foi classificado como POUCO SIGNIFICANTE, já o

resultado variando entre 3 e 4 classificou-se o riso como SIGNIFICANTE , entre 5 e 6

como ALARMANTE e entre 7 e 8 o risco como CRÍTICO.

Além das classificações supra citadas, retratou-se ainda a fase em que o risco tende

a ocorrer, em conformidade com as etapas dos projetos estabelecidas para este

estudo monográfico, e ainda a ocorrência do impacto cumulativo nas demais fases

do projeto.

Diante do exposto apresenta-se a seguir a Tabela 7.1 com a análise de riscos para o

cronograma relacionados aos stakeholders de projetos de licenciamento ambiental

de empreendimentos hidrelétricos em Minas Gerais.

Page 53: Monografia influência stakeholders

TABELA 7.1 ‐ ANÁLISE DE RISCOS PARA O CRONOGRAMA RELACIONADOS AOS STAKEHOLDERS DE PROJETOS DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE EMPREENDIMENTOS HIDRELÉTRICOS EM MINAS GERAIS

NOME DO RISCO (Short name ) CAUSA RISCO EFEITO MB B M A MB B M A E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 P S A C

SPONSORS (PATROCINADORES)

Investidores Verba Insuficiência de recursos financeiros e/ou dificuldade de aprovação de financiamentos Falta de repasse de verba para o andamento do projeto Desaceleração ou parada do projeto à espera de verba. 2 4 0 0 1 0

Não planejamento Equipe desqualificada, gerente despreparado, empreendedores inconscientes. Realização de trabalho não planejados Retrabalho, atrasos e indefinições 2 4 0 0 1 0

Otimismo Gerente despreparado, equipe despreparada, informações insuficientes, cenários momentaneamente animadores

Planejamento demasiadamente otimista Resultados alcançados muito aquém do planejado 2 3 0 0 1 0

Pessimismo Gerente despreparado, equipe despreparada, informações insuficientes, cenários momentaneamente desanimadores

Planejamento demasiadamente pessimista Resultados alcançados muito além do planejado 2 3 0 0 1 0

Falhas de controle Desorganização da equipe e do gerente e falta de acompanhamento do empreendedor Dificuldade de visualização do andamento do projeto frente à linha de base, qual são os próximos passos Erros na tomada de decisão, atrasos, qualidade de produtos prejudicada 3 3 0 0 1 0

Desconhecimento do projeto Ausência ou inconformidade do Plano de Gerenciamento do Projeto Dificuldade do conhecimento do projeto pela equipe, gerente e stakeholders Retrabalho, atrasos, erros graves, inconformidades 3 4 0 0 0 1

Ausência de gerente Não seleção de um gerente do projeto por parte do empreendedor Projeto conduzido sem a presença de um Gerente, e a responsabilidade à ele atrelada. Ausência de liderança, dificuldades de cobrança de resultados e controle, condução aleatória de membros da equipe, aumento de conflitos, falta de quem responda pelo projeto

2 4 0 0 1 0

Organograma falho Não colocar no papel e comunicar o organograma de equipe do projeto definido e detalhado Falta de definição a cerca do organograma da equipe do projeto Equipe indefinida, desconhecimento de funções e obrigações 3 2 0 0 1 0

Desconhecimento de Stakeholders Imaturidade do gerente, equipe do projeto e empreendedor Ausência de identificação dos stakeholders do projeto Aumento de riscos relacionados aos envolvidos, surpresas ao decorrer do projeto, dificuldade de assertividade no planejamento.

3 3 0 0 1 0

Comunicação interna Despreparo para planejamento e execução de comunicação assertiva. Não elaboração de um Plano de Gerenciamento da Comunicação

Comunicação interna na equipe do projeto insuficiente, indefinida, aleatória Erros de comunicação, retrabalho, atrasos, desconhecimento do projeto 3 4 0 0 0 1

Decisões Ausência de gerenciamento que balize a tomada de decisão por parte do GP, empreendedores e sponsors Decisões erradas ou demoradas Falta de assertividade no seguimento do projeto, ações prejudiciais ao projeto  2 4 0 0 1 0

Falta de proatividade Equipe desqualificada, seleção ineficiente de recursos humanos, desmotivação da equipe Equipe pouco proativa, necessidade excessiva de acompanhamento dos trabalhos Aumento do trabalho de controle e acompanhamento, procrastinação do trabalho 2 3 0 0 1 0

Economias Falta de planejamento orçamentário, empreendedores despreparados, falta de autoridade do GP Busca excessiva de economia nas aquisições do projeto Aquisições falhas, contratação de serviços de baixa qualidade, erros, retrabalho, atrasos 3 3 0 0 1 0

Rotatividade de profissionais Desvalorização dos recursos humanos, falhas de reconhecimento e feed back, desmotivação Recursos humanos insatisfeitos, abandonando o projeto Necessidade de tempo para repasse de informações e preparação de novos profissionais 3 3 0 0 1 0

Relações institucionais Equipe de condução de relações inter‐institucionais desqualificada, ou mesmo falta de equipe específica Erros nas relações institucionais, desvalorização da importância deste item Dificuldade de aprovações e aliados 2 2 0 1 0 0

Termos de referência Equipe desqualificada de gerenciamento do projeto, falta de detalhamento do que se pretende comprar Liberação de termos de referência para compra de serviços que não sejam claros e assertivos Serviços insuficientes errados, retrabalho, necessidade de contratação de novos serviços, orçamento estourado

2 2 0 1 0 0

"Jeitinho" Filosofia de profissionais, conhecimento excessivo do processo, vicio dos tomadores de decisão Gerentes, equipe e empreendedores tentando burlar etapas do licenciamento ambiental, ou dar o "jeitinho" para solução de problemas

Problemas judiciais futuros, descredibilidade do projeto 2 2 0 1 0 0

EQUIPES ESPECIALIZADAS

Ausência de pré viabilidade Economia, desconhecimento do empreendedor, equipe civil desqualificada Não consideração do viés ambiental no planejamento básico do empreendimento Planejamento equivocado, retrabalho, futuras alterações no projeto 4 2 0 0 1 0

Equipe/Terceirizadas Ausência de equipe/empresas qualificada para elaboração do EIA/RIMA, necessidade de economias, orçamento otimista

Contratação de equipes/terceirizadas desqualificadas Serviços insuficientes ou de baixa qualidade, retrabalho, recontratação, atrasos, orçamentos estourados 1 3 0 1 0 0

Metodologia dos estudosDificuldade de definição da melhor metodologia para os estudos ambientais (EIA/RIMA e PCA), indefinições na 

legislação ambiental vigente, ausência de termo de referencia assertivo do órgão ambientalUtilização de metodologia errada

Estudos insuficientes, desaprovação do órgão ambiental, solicitação de IC`s, descredibilidade do estudo, parecer único contrário à licença

1 3 0 1 0 0

Insuficiência de dados EIA/RIMA Projetos em locais pouco estudados, onde não há quantidade suficiente de dados disponíveis Disponibilidade de dados insuficiente Necessidade de grande produção de dados, dificuldade de fechamento do estudo, atrasos 1 3 0 1 0 0

Revisão EIA/RIMA e PCA Profissional responsável pela revisão inexperientes ou desqualificado Revisão insuficiente dos documentos ou de baixa qualidade Estudos errados, retrabalho, problemas com o órgão ambiental 1 3 0 1 0 0

Fechamento EIA/RIMA e PCA Indecisão por parte da equipe, insegurança, dificuldade de impressão e controle de documentos finais, digitais e impressos

Dificuldade no fechamento de documentos Erros no documento final, qualidade baixa do produto final, problemas com stakeholders 1 2 0 1 0 0

Inviabilidade do projeto Projeto de alto impacto ambiental Inviabilidade ambiental do projeto Necessidade de abortar o projeto e iniciar outro com outra configuração 1 4 0 0 1 0

Problemas ambientais EIA/RIMA Sensibilidade ambiental do meio de inserção do projeto Identificação de grandes problemas/impedimentos ambientais no diagnóstico do EIA/RIMA Problemas com órgão ambiental, dificuldade de licenciamento, argumentação favorecida dos stakeholders contrários

3 2 0 0 1 0

Abandono de terceirizada EIA/RIMA Decisão da terceirizada de rescindir o contrato Empresa terceirizada que abandone o projeto Necessidade de contratação de nova terceirizada para prestação de serviços, atrasos 1 2 0 1 0 0

Prazos LP Eventos no projeto que impossibilitem o cumprimento dos prazos legais de LP Descumprimentos de prazos da LP Atrasos no cronograma do projeto 3 3 0 0 1 0

Insuficiência de dados PCA Baixa qualidade de estudos anteriores de meio ambiente e engenharia Elaboração de medidas ambientais executivas com base em informações insuficientes Proposição de medidas erradas, que não atendam a legislação e o solicitado pelo órgão ambiental 1 2 0 1 0 0

Problemas ambientais PCA Sensibilidade ambiental do meio de inserção do projeto Identificação de grandes problemas/impedimentos ambientais na elaboração dos subprojetos ambientais do PCA

Problemas com órgão ambiental, dificuldade de licenciamento, argumentação favorecida dos stakeholders contrários

2 2 0 1 0 0

Prazos LI Eventos no projeto que impossibilitem o cumprimento dos prazos legais de LI Descumprimentos de prazos da LI Atrasos no cronograma do projeto 3 3 0 0 1 0

Terceirizadas Instalação Grande número de terceirizadas a serem contratadas na etapa de instalação Dificuldade de gerenciamento das terceirizadas Erros na implantação dos programas, atrasos, dificuldade de obtenção da LO 2 2 0 1 0 0

Metodologia Instalação PCA desconforme Dificuldade de implantação das ações ambientais Atrasos relativos a indefinições nos subprojetos a serem implantados 2 2 0 1 0 0

Problemas ambientais Instalação Falta de atenção das empresas contratadas às medidas ambientais estabelecidas Identificação de grandes problemas/impedimentos ambientais na instalação do empreendimento Problemas com órgão ambiental, dificuldade de licenciamento, argumentação favorecida dos stakeholders contrários

3 3 0 0 1 0

Abandono de terceirizada Instalação Decisão da terceirizada de rescindir o contrato Empresa terceirizada que abandone o projeto Necessidade de contratação de nova terceirizada para prestação de serviços, atrasos 1 2 0 1 0 0

Prazos LO Eventos no projeto que impossibilitem o cumprimento dos prazos legais de LO Descumprimentos de prazos da LO Atrasos no cronograma do projeto 3 3 0 0 1 0

Atraso projeto básico Problemas no gerenciamento do PB Atraso na concretização do PB Indefinições para a equipe de meio ambiente 2 2 0 1 0 0

Erros projeto básico Estudo de baixa qualidade Erros no projeto básico Equipe de meio ambiente trabalhando com informações erradas a cerca do empreendimento 1 2 0 1 0 0

Definição de áreas Seleção de projetos desconsiderando o fator ambiental Definição de áreas ambientalmente sensíveis Dificuldade de licenciamento, inviabilidade ambiental 3 3 0 0 1 0

Desconsideração do MA Equipe de engenharia que desconsidera a questão ambiental Planejamento e definição do projeto desconsiderando o meio ambiente Seleção de projetos ambientalmente complicados 1 2 0 1 0 0

Comunicação com MA Equipe de engenharia que não repassam informações às equipes ambientais, falta de intermediador Falhas de comunicação a equipe de meio ambiente Equipe de meio ambiente trabalhando com informações erradas a cerca do empreendimento 1 2 0 1 0 0

Alterações de projeto Alterações naturais de projeto de engenharia Alteração no processo de licenciamento ambiental Necessidade de retornar e recomeçar o processo de licenciamento, atrasos, orçamento estourado 1 4 0 0 1 0

Erro de comunicação Equipe de comunicação social desqualificada, repasse errado de informações para a equipe de comunicação social

Erros na comunicação social ‐ empreendedor e a sociedade Desconfiança da população, desconhecimento do projeto por parte da população, dificuldade de negociação, aumento em conflitos

3 2 0 0 1 0

Ausência de comunicação Ausência de alocação de equipe de comunicação social pelo empreendedor Nenhum repasse de informação à população por parte do empreendedor Informações falsas repassadas por grupos contrários, conflitos com equipes de campo do empreendedor (meio ambiente, engenharia, negociação)

2 3 0 0 1 0

Prazos legais A legislação ambiental aplicável ao licenciamento estabelece alguns prazos legais de repasse de informação à população de eventos relacionados ao projeto por parte do empreendedor

Descumprimento de prazos legais para comunicação à população Dificuldade de licenciamento, problemas processuais no órgão licenciador 1 3 0 1 0 0

Postergação do início Demora de liberação por parte do empreendedor para inicio do processo de negociação Inicio tardio nas negociações Atraso na aquisição e início das obras 1 1 1 0 0 0

Antipatia do negociador Negociador despreparado, que não considere a situação do atingido e vise o benefício exclusivo do empreendedor

População com antipatia do negociador Dificuldade de negociação, inflação de valores, insatisfação da população atingida 1 2 0 1 0 0

Indefinição de terras e benfeitorias Erros na topografia e cadastramento de propriedades Indefinição da parcela real de terras afetadas, bem como de quais benfeitorias deverão ser retiradas para a formação do lago e implantação da infra‐estrutura do empreendimento

Negociação prejudicada, atingido inseguro 2 3 0 0 1 0

Conflitos negociais Negociador despreparado, empreendedor incompreensivo, população alarmada por grupos contrários Geração de conflitos entre empreendedor e atingido a cerca da negociação Dificuldade de negociação, inflação de valores, insatisfação da população atingida 1 2 0 1 0 0

Indefinição de público alvo Publico alvo definido erroneamente no diagnóstico do EIA/RIMA e no subprojeto de negociação de terras e benfeitorias

Indefinição do público alvo de negociação Surgimento de grupos de pessoas não contempladas nos estudos que devem ser contempladas na negociação, atrasos, orçamento estourado

2 2 0 1 0 0

Descumprimento de leis Falta de apoio jurídico ou crença que o projeto será conduzido a qualquer preço Desconsideração da legislação ambiental aplicável ao licenciamento de usinas Dificuldade de licenciamento, inviabilidade do projeto 1 3 0 1 0 0

Desconhecimento de liminares e prazos Falta de apoio jurídico Desconhecimento por parte do empreendedor e da equipe de gerenciamento do projeto de liminares e prazos que devem ser cumpridos

Dificuldade de licenciamento, problemas processuais, inviabilidade do projeto 1 2 0 1 0 0

Jurídico desqualificado Contratação de apoio jurídico desqualificado por economia ou desconhecimento da equipe Apoio jurídico incapaz de auxiliar o empreendedor adequadamente Problemas judiciais, dificuldade para aquisição das licenças 1 3 0 1 0 0

E1 ‐ Definição do Empreendimento MB ‐ Muito Baixo

E2 ‐ Realização dos Estudos de Viabilidade B ‐ Baixo

E3 ‐ Obtenção da Licença Prévia ‐ LP M ‐ Médio

E4 ‐ Elaboração do Plano de Controle Ambiental ‐ PCA A ‐ Alto

E5 ‐ Obtenção da Licença de Instalação ‐ LI

E6 ‐ Implantação do empreendimento MB ‐ Muito Baixo

E7 ‐ Solicitação / obtenção da Licença de Operação ‐ LO B ‐ Baixo

M ‐ Médio

A ‐ Alto

CLASSIFICAÇÃO DA CRITICIDADE DO 

RISCO

Empreendedores

STAKEHOLDER IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS

Meio Ambiente

RISCOS

IMPACTO DO RISCO INCORRIDO NAS FASES DO PROJETO

PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA 

DO RISCO

POSSÍVEL IMPACTO DO 

RISCO INCORRIDO

LEGENDA:

IMPACTO DO RISCO INCORRIDO NAS FASES DO PROJETO PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DO RISCO

Engenharia

Comunicação Social

Negociação com Atingidos

Jurídico

POSSÍVEL IMPACTO DO RISCO INCORRIDO IMPACTO DO RISCO INCORRIDO NAS FASES DO PROJETO

CLASSIFICAÇÃO DA CRITICIDADE DO RISCO

P ‐ Pouco significante

S ‐ Significante

Retrataq ue a ocorrência do risco se dá na determinada etapa.

Retrata o efeito cumulativo do impacto do risco para as demais etapas.

A ‐ Alarmante

C ‐ Crítico

FONTE: Próprio Autor, 2010.

Page 54: Monografia influência stakeholders

TABELA 7.1 ‐ ANÁLISE DE RISCOS PARA O CRONOGRAMA RELACIONADOS AOS STAKEHOLDERS DE PROJETOS DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE EMPREENDIMENTOS HIDRELÉTRICOS EM MINAS GERAIS

NOME DO RISCO (Short name ) CAUSA RISCO EFEITO MB B M A MB B M A E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 P S A C

ÓRGÃOS PÚBLICOSIC PAS Informações insuficientes no Plano de Assistência Social Solicitação de informações complementares ao PAS Retrabalho, produção de novas informações, atraso no cronograma 1 2 0 1 0 0

Análise do PAS Processos internos no CEAS Atraso na análise do PAS Atraso na entrega do parecer, atraso no cronograma do projeto 1 1 1 0 0 0

Vistas ao PAS Dúvidas a cerca das informações e do processo Adiamento de votação por vistas Procrastinação da decisão a cerca da emissão da licença 1 1 1 0 0 0

Diligência ao PAS Verificação de inconformidade no PAS Adiamento de votação por diligência Procrastinação da decisão a cerca da emissão da licença 1 1 1 0 0 0

Procrastinação jurídica (PAS) Impedimentos no processo que impeçam o mesmo de entrar em pauta para votação do CEAS Processo impedido de entrar em pauta para ser votado Procrastinação da decisão a cerca da emissão da licença 1 1 1 0 0 0

Indeferimento PAS Entendimento dos conselheiros que o projeto não atende a legislação aplicável Indeferimento do PAS na votação do conselho do CEAS Retorno do processo, necessidade de novo PAS, contratação de novos serviços, atrasos 1 4 0 0 1 0

Desaprovação das ações Verificação por parte do CEAS, que as ações previstas estão em desacordo com o estabelecido no PAS Desaprovação, por parte do CEAS,  das ações de implantação do PAS Solicitação de correções por parte do CEAS, retrabalho, dificuldade de obtenção de LO 1 3 0 1 0 0

Vistas LP Dúvidas a cerca da viabilidade ambiental do projeto e/ou do processo de licenciamento Adiamento de votação por vistas Procrastinação da decisão a cerca da emissão da LP 4 2 0 0 1 0

Diligência LP Verificação de inconformidade no EIA/RIMA e/ou no processo de licenciamento Adiamento de votação por diligência Procrastinação da decisão a cerca da emissão da LP 4 2 0 0 1 0

Procrastinação jurídica LP Impedimentos no processo que impeçam o mesmo de entrar em pauta para votação do COPAM Processo impedido de entrar em pauta para ser votado pelo COPAM Procrastinação da decisão a cerca da emissão da LP 4 3 0 0 0 1

Indeferimento LP Inviabilidade do empreendimento Indeferimento da emissão da LP pelos conselheiros do COPAM Fim do projeto 2 4 0 0 1 0

Vistas LI Dúvidas a cerca das medidas ambientais propostas no PCA e/ou do processo de licenciamento Adiamento de votação por vistas Procrastinação da decisão a cerca da emissão da licença 4 2 0 0 1 0

Diligência LI Verificação de inconformidade no PCA e/ou no processo de licenciamento Adiamento de votação por diligência Procrastinação da decisão a cerca da emissão da licença 4 2 0 0 1 0

Procrastinação jurídica LI Impedimentos no processo que impeçam o mesmo de entrar em pauta para votação do COPAM Processo impedido de entrar em pauta para ser votado pelo COPAM Procrastinação da decisão a cerca da emissão da licença 4 3 0 0 0 1

Indeferimento LI Inviabilidade dos programas ambientais propostos Indeferimento da emissão da LI pelos conselheiros do COPAM Fim do projeto 1 4 0 0 1 0

Vistas LO Dúvidas a cerca da implantação de medidas ambientais e/ou do processo de licenciamento Adiamento de votação por vistas Procrastinação da decisão a cerca da emissão da LO 4 2 0 0 1 0

Diligência LO Verificação de inconformidade na implantação e/ou no processo de licenciamento Adiamento de votação por diligência Procrastinação da decisão a cerca da emissão da LO 4 2 0 0 1 0

Procrastinação jurídica LO Impedimentos no processo que impeçam o mesmo de entrar em pauta para votação do COPAM Processo impedido de entrar em pauta para ser votado pelo COPAM Procrastinação da decisão a cerca da emissão da LO 4 3 0 0 0 1

Indeferimento LO Implantação completamente desconforme Indeferimento da emissão da LO pelos conselheiros do COPAM Fim do projeto 1 4 0 0 1 0

Atraso licenças Processos internos no IBAMA Atraso na emissão das licenças do IBAMA Impedimento de realização de estudos de campo, atrasos no cronograma do projeto 1 1 1 0 0 0

Indeferimento licenças Insuficiência de dados, solicitação mal realizada Não emissão de licença pelo IBAMA Impedimento de realização de estudos de campo, re‐solicitação de licença, atrasos no cronograma do projeto 1 1 1 0 0 0

Projeto de diagnóstico Terceirizada com dificuldades de fechar o diagnóstico Atraso na entrega do diagnóstico Atraso na solicitação de LP, atraso no projeto 1 2 0 1 0 0

Análise do projeto/Emissão de portaria diagnóstico

Processos internos do IPHAN Atraso na análise do diagnóstico e emissão de portaria Atraso na solicitação de LP, atraso no projeto 3 2 0 0 1 0

Relatório insuficiente ‐ ICs Processo apresentado ao IPHAN em desacordo com as normas vigentes Solicitação de informações complementares ao diagnóstico pelo IPHAN Atraso na solicitação de LP, atraso no projeto 1 2 0 1 0 0

Problemas arqueológicos Presença de sítios arqueológicos Identificação de sítios arqueológicos de grande importância na área do projeto Aumento do interesse do CEAS e stakeholders contrários ao empreendimento, necessidade de maiores estudos arqueológicos, atrasos

2 2 0 1 0 0

Projeto/execução de prospecção Terceirizada com dificuldades de fechar o projeto de prospecção e/ou executar a prospecção Atraso na entrega do projeto de prospecção e realização da prospecção. Atraso na solicitação de LI, atraso no projeto 1 2 0 1 0 0

Análise do projeto/Emissão de portaria prospecção

Processos internos do IPHAN Atraso na análise do projeto e da prospecção e emissão de portaria Atraso na solicitação de LI, atraso no projeto 3 2 0 0 1 0

Portaria resgate Processos internos do IPHAN Atraso na emissão da portaria autorizando o resgate Atraso na solicitação de LO, atraso no projeto 3 2 0 0 1 0

Inviabilidade do projeto Existência de sítio arqueológico de alta importância e de difícil resgate Inviabilidade do projeto alegada pelo IPHAN Impossibilidade de emissão das licenças ambientais 1 4 0 0 1 0

FOBI errado Processo interno da SEMAD Emissão de FOBI com erros Necessidade de solicitação de correção do FOBI 1 1 1 0 0 0

Análise de EIA/RIMA Processo interno da SEMAD Atraso na análise do EIA/RIMA Atraso na emissão de Parecer Único para votação no COPAM 1 4 0 0 1 0

IC EIA/RIMA Dúvidas da equipe técnica da SUPRAM a cerca do EIA/RIMA ‐ Insuficiência de informações e/ou processo de licenciamento

Solicitação de informações complementares ao processo de LP Impedimento de continuidade do processo de licenciamento, alocação de equipe para elaboração de documento de resposta às informações complementares

3 4 0 0 0 1

PU EIA/RIMA Entendimento por parte da SUPRAM que o empreendimento é ambientalmente inviável Emissão de Parecer Único contrário pela equipe técnica da SUPRAM Alto risco de votação pela não emissão da LP pelos conselheiros do COPAM 3 4 0 0 0 1

Condicionantes LP Projeto com grandes problemas ambientais Estabelecimento de grande número de condicionantes ambientais Escopo dilatado para a etapa de LI 3 4 0 0 0 1

Análise do PCA Processo interno da SEMAD Atraso na análise do PCA Atraso na emissão de Parecer Único para votação no COPAM 1 4 0 0 1 0

IC PCA Dúvidas da equipe técnica da SUPRAM a cerca do PCA ‐ Insuficiência de informações e/ou processo de licenciamento

Solicitação de informações complementares ao processo de LI Impedimento de continuidade do processo de licenciamento, alocação de equipe para elaboração de documento de resposta às informações complementares

3 4 0 0 0 1

PU PCA Entendimento por parte da SUPRAM que os documentos e o processo de solicitação de LI não estão de acordo com as normas legais

Emissão de Parecer Único contrário pela equipe técnica da SUPRAM Alto risco de votação pela não emissão da LI pelos conselheiros do COPAM 3 4 0 0 0 1

Condicionantes LI Projeto com grandes problemas ambientais Estabelecimento de grande número de condicionantes ambientais Escopo dilatado para a etapa de LO 3 4 0 0 0 1

Análise de Ações Ambientais (LO) Processo interno da SEMAD Atraso na análise da solicitação de LO Atraso na emissão de Parecer Único para votação no COPAM 1 4 0 0 1 0

IC das Ações Ambientais (LO) Dúvidas da equipe técnica da SUPRAM a cerca da implantação das medidas ambientais conforme estabelecido nas etapas anteriores ‐ Insuficiência de informações e/ou processo de licenciamento

Solicitação de informações complementares ao processo de LO Impedimento de continuidade do processo de licenciamento, alocação de equipe para elaboração de documento de resposta às informações complementares

3 4 0 0 0 1

PU Ações Ambientais (LO) Entendimento por parte da SUPRAM que os documentos e o processo de solicitação de LO não estão de acordo com as normas legais

Emissão de Parecer Único contrário pela equipe técnica da SUPRAM Alto risco de votação pela não emissão da LO pelos conselheiros do COPAM 3 4 0 0 0 1

Condicionantes LO Projeto com grandes problemas ambientais Estabelecimento de grande número de condicionantes ambientais Escopo dilatado para a etapa de operação do empreendimento (fora do projeto, gerenciamento do produto) 3 4 0 0 0 1

OUTROS SETORES PÚBLICOS

Autorização de instalação Inconformidade do empreendimento com os interesses municipais Não emissão por parte da(s) prefeitura(s) da autorização de instalação Necessidade de ações jurídicas, negociação, relações institucionais 2 4 0 0 1 0

Resistência Inconformidade do empreendimento com os interesses municipais Resistência por parte da(s) prefeitura(s) ao empreendimento Influência à população, dificuldades políticas e institucionais 2 2 0 1 0 0

Legislação Inconformidade do empreendimento com os interesses municipais Criação e votação pela câmara legislativa municipal de leis que impeçam a implantação do empreendimento Necessidade de ações jurídicas, negociação, relações institucionais 1 3 0 1 0 0

Compensação Entendimento por parte das prefeituras que o projeto não é vantajoso e deve ser compensado Solicitação pela(s) prefeitura(s) municipal(is) de compensação ao município Necessidade de ações jurídicas, negociação, relações institucionais, verificação de orçamento 3 4 0 0 0 1

Procrastinação COPAM Interesse do ministério público em inviabilizar o empreendimento Solicitação de vistas, diligências, e retardos à votação Atrasos na votação das licenças e continuidade do projeto 4 3 0 0 0 1

Solicitação de Informações Identificação de pontos falhos no processo de licenciamento Solicitação de informações extra‐COPAM Necessidade de resposta, ação de equipe jurídica, dificuldade de licenciamento 3 3 0 0 1 0

SOCIEDADE CIVILProcrastinação COPAM Interesse dos grupos em inviabilizar o empreendimento Solicitação de vistas, diligências, e retardos à votação Atrasos na votação das licenças e continuidade do projeto 3 3 0 0 1 0

Embate técnico Interesse dos grupos em inviabilizar o empreendimento Embate técnico acentuado no COPAM Riscos maiores de votação contrária à emissão das licenças 4 1 0 0 1 0

Influência Atingidos Interesse dos grupos em inviabilizar o empreendimento Influência negativa aos atingidos Revolta dos atingidos contra o empreendimento, dificuldades de negociação, aumento do preço de terras 3 2 0 0 1 0

Alianças de Poderes Interesse dos grupos em inviabilizar o empreendimento Alianças de poderes com o aumento da força de stakeholders contrários ao projeto Possibilidade de influência aos conselheiros no sentido de votar contra a emissão das licenças 3 3 0 0 1 0

POPULAÇÃO ATINGIDAIndisponibilidade à negociação Vontade do atingido de permanecer na terra como está Indisponibilidade dos atingidos à negociação Dificuldade de negociação, necessidade de interferências jurídicas 3 3 0 0 1 0

Processos Jurídicos Insatisfação dos atingidos a cerca do processo de negociação ou mesmo do empreendimento Processos jurídicos envolvendo a aquisição de terras Procrastinação do processo de aquisição de terras e impedimento de instalação completa do empreendimento

1 3 0 1 0 0

Expectativa ilusória Geração de expectativa nos atingidos pela presença de empreendimento de grande porte Expectativa ilusória por parte dos atingidos a cerca da negociação de terras e benfeitorias Aumento de custos das terras, dificuldade de atendimento das expectativas, dificuldade de negociação 4 2 0 0 1 0

Inflação do custo Desejos dos atingidos por  valores acima da média praticada na região Inflação do custo das terras Custos não planejados, dificuldade de negociação 3 3 0 0 1 0

Insatisfação anunciada Insatisfação dos atingidos a cerca do processo de negociação ou mesmo do empreendimento Insatisfação anunciada dos atingidos Danos à imagem do empreendedor, possível dificuldade de licenciamento 2 3 0 0 1 0

Agregação em movimentos Insatisfação dos atingidos a cerca do processo de negociação ou mesmo do empreendimento Agregação em movimentos contrários à instalação das usinas Aumento da força contrária, possibilidade de inviabilização do projeto 1 3 0 1 0 0

E1 ‐ Definição do Empreendimento MB ‐ Muito Baixo

E2 ‐ Realização dos Estudos de Viabilidade B ‐ Baixo

E3 ‐ Obtenção da Licença Prévia ‐ LP M ‐ Médio

E4 ‐ Elaboração do Plano de Controle Ambiental ‐ PCA A ‐ Alto

E5 ‐ Obtenção da Licença de Instalação ‐ LI

E6 ‐ Implantação do empreendimento MB ‐ Muito Baixo

E7 ‐ Solicitação / obtenção da Licença de Operação ‐ LO B ‐ Baixo

M ‐ Médio

A ‐ Alto

Atingidos

LEGENDA:

Comunidade Acadêmica - Movimento de Atingidos por Barragens - Demais movimentos

sociais

CLASSIFICAÇÃO DA CRITICIDADE DO RISCO

P ‐

A ‐

S ‐

IMPACTO DO RISCO INCORRIDO NAS FASES DO PROJETOPOSSÍVEL IMPACTO DO RISCO INCORRIDO

PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DO RISCO

C ‐ Crítico

Alarmante

Poder Público Municipal

Ministério Público

CEAS

IPHAN

SEMAD

Retrata que a ocorrência do risco se dá na determinada etapa.

Retrata o efeito cumulativo do impacto do risco para as demais etapas.

STAKEHOLDER

RISCOS

IDENTIFICAÇÃO DE RISCOSPROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA 

DO RISCO

POSSÍVEL IMPACTO DO 

RISCO INCORRIDO

IMPACTO DO RISCO INCORRIDO NAS FASES DO PROJETO

CLASSIFICAÇÃO DA CRITICIDADE DO 

RISCO

IBAMA

COPAM

Significante

Pouco significante

IMPACTO DO RISCO INCORRIDO NAS FASES DO PROJETO

FONTE: Próprio Autor, 2010.

Page 55: Monografia influência stakeholders

46

7.1 EAR - Estrutura Analítica de Riscos e EAIR - Estrutura Analítica de

Impactos de Riscos

De modo a facilitar a visualização dos riscos identificados, e auxiliar o entendimento

da análise apresentada, foram elaboradas a Estrutura Analítica de Riscos - EAR, em

conformidade com as etapas estabelecidas neste estudo e, portanto com a EAP

elaborada, e também a Estrutura Analítica de Impactos de Riscos – EAIR,

categorizando os riscos identificados para os projetos de acordo com a criticidade

encontrada para os riscos.

Nesse sentido apresenta-se as Figuras 7.1 e 7.2, onde constam à EAR e a EAIR

respectivamente.

Page 56: Monografia influência stakeholders

FIGURA 7.1 - EAR - ESTRUTURA ANALÍTICA DE RISCOS

SPONSORS(PATROCINADORES)

Investidores

Verba

Empreendedores

Não planejamento

Otimismo

Pessimismo

Falhas de controle

Desconhecimentodo projeto

Ausência de gerente

Organograma falho

Desconhecimentode Stakeholders

Comunicaçãointerna

Decisões

Falta de proatividade

Economias

Rotatividade deprofissionais

Relaçõesinstitucionais

Termos dereferência

"Jeitinho"

EQUIPESESPECIALIZADAS

Meio Ambiente

Ausência de préviabilidade

Equipe/Terceirizadas

Metodologia dosestudos

Insuficiência dedados EIA/RIMA

Revisão EIA/RIMA ePCA

FechamentoEIA/RIMA e PCA

Inviabilidade doprojeto

Problemasambientais EIA/RIMA

Abandono deterceirizada

EIA/RIMA

Prazos LP

Insuficiência dedados PCA

Problemasambientais PCA

Prazos LI

TerceirizadasInstalação

MetodologiaInstalação

ProblemasambientaisInstalação

Abandono deterceirizadaInstalação

Prazos LO

Engenharia

Atraso projetobásico

Erros projeto básico

Definição de áreas

Desconsideração doMA

Comunicação comMA

Alterações deprojeto

Comunicação Social

Erro decomunicação

Ausência decomunicação

Prazos legais

Negociação comAtingidos

Postergação doinício

Antipatia donegociador

Indefinição de terrase benfeitorias

Conflitos negociais

Indefinição depúblico alvo

Jurídico

Descumprimento deleis

Desconhecimentode liminares e

prazos

Jurídicodesqualificado

ÓRGÃOS PÚBLICOS

CEAS

IC PAS

Análise do PAS

Vistas ao PAS

Diligência ao PAS

Procrastinaçãojurídica (PAS)

Indeferimento PAS

Desaprovação dasações

COPAM

Vistas LP

Diligência LP

Procrastinaçãojurídica LP

Indeferimento LP

Vistas LI

Diligência LI

Procrastinaçãojurídica LI

Indeferimento LI

Vistas LO

Diligência LO

Procrastinaçãojurídica LO

Indeferimento LO

IBAMA

Atraso licenças

Indeferimentolicenças

IPHAN

Projeto dediagnóstico

Análise doprojeto/Emissão deportaria diagnóstico

Relatórioinsuficiente - ICs

Problemasarqueológicos

Projeto/execução deprospecção

Análise doprojeto/Emissão deportaria prospecção

Portaria resgate

Inviabilidade doprojeto

SEMAD

FOBI errado

Análise de EIA/RIMA

IC EIA/RIMA

PU EIA/RIMA

Condicionantes LP

Análise do PCA

IC PCA

PU PCA

Condicionantes LI

Análise de AçõesAmbientais (LO)

IC das AçõesAmbientais (LO)

PU AçõesAmbientais (LO)

Condicionantes LO

OUTROS SETORESPÚBLICOS

Poder PúblicoMunicipal

Autorização deinstalação

Resistência

Legislação

Compensação

Ministério Público

ProcrastinaçãoCOPAM

Solicitação deInformações

SOCIEDADE CIVIL

ComunidadeAcadêmica -

Movimento deAtingidos por

Barragens - Demaismovimentos sociais

ProcrastinaçãoCOPAM

Embate técnico

Influência Atingidos

Alianças de Poderes

POPULAÇÃOATINGIDA

Atingidos

Indisponibilidade ànegociação

Processos Jurídicos

Expectativa ilusória

Inflação do custo

Insatisfaçãoanunciada

Agregação emmovimentos

STAKEHOLDERS

Fonte: Próprio autor, 2010.

RISCOS POR

Page 57: Monografia influência stakeholders

FIGURA 7.2 - EAIR - ESTRUTURA ANALÍTICA DE IMPACTOS DE RISCOS

RISCOS

CLASSIFICAÇÃO DA CRITICIDADE DO RISCO

P - Pouco significante

S - Significante

A - Alarmante

C - Crítico

CRÍTICO

Postergação doinício

Análise do PAS

Vistas ao PAS

Diligência ao PAS

Procrastinaçãojurídica (PAS)

Atraso licenças

Indeferimentolicenças

FOBI errado

POUCOSIGNIFICANTE

Relaçõesinstitucionais

Termos dereferência

"Jeitinho"

Equipe/Terceirizadas

Metodologia dosestudos

Insuficiência dedados EIA/RIMA

Revisão EIA/RIMA ePCA

FechamentoEIA/RIMA e PCA

Abandono deterceirizadaEIA/RIMA

Insuficiência dedados PCA

Problemasambientais PCA

TerceirizadasInstalação

MetodologiaInstalação

Abandono deterceirizadaInstalação

Atraso projetobásico

Erros projeto básico

Desconsideração doMA

Comunicação comMA

Prazos legais

Antipatia donegociador

Conflitos negociais

Indefinição depúblico alvo

Descumprimento deleis

Desconhecimentode liminares e

prazos

Jurídicodesqualificado

IC PAS

Desaprovação dasações

Projeto dediagnóstico

Relatórioinsuficiente - ICs

Problemasarqueológicos

Projeto/execução deprospecção

Resistência

Legislação

Processos Jurídicos

Agregação emmovimentos

SIGNIFICANTE

Verba

Não planejamento

Otimismo

Pessimismo

Falhas de controle

Ausência de gerente

Organograma falho

Desconhecimentode Stakeholders

Decisões

Falta de proatividade

Economias

Rotatividade deprofissionais

Ausência de préviabilidade

Inviabilidade doprojeto

Problemasambientais EIA/RIMA

Prazos LP

Prazos LI

ProblemasambientaisInstalação

Prazos LO

Definição de áreas

Alterações deprojeto

Erro decomunicação

Ausência decomunicação

Indefinição de terras

e benfeitorias

Indeferimento PAS

Vistas LP

Diligência LP

Indeferimento LP

Vistas LI

Diligência LI

Indeferimento LI

Vistas LO

Diligência LO

Indeferimento LO

Análise doprojeto/Emissão deportaria diagnóstico

Análise doprojeto/Emissão deportaria prospecção

Portaria resgate

Inviabilidade doprojeto

Análise de EIA/RIMA

Análise do PCA

Análise de AçõesAmbientais (LO)

Autorização deinstalação

Solicitação deInformações

ProcrastinaçãoCOPAM

Embate técnico

Influência Atingidos

Alianças de Poderes

Indisponibilidade ànegociação

Inflação do custo

Insatisfaçãoanunciada

ALARMANTE

Expectativa ilusória

Desconhecimentodo projeto

Comunicaçãointerna

Procrastinaçãojurídica LP

Procrastinaçãojurídica LI

Procrastinaçãojurídica LO

IC EIA/RIMA

PU EIA/RIMA

Condicionantes LP

IC PCA

PU PCA

Condicionantes LI

IC das AçõesAmbientais (LO)

PU AçõesAmbientais (LO)

Condicionantes LO

Compensação

ProcrastinaçãoCOPAM

Fonte: Próprio autor, 2010.

Page 58: Monografia influência stakeholders

49

8. Resultados obtidos sintetizados

8.1 - Quantitativos Numéricos por Stakeholders

Diante dos resultados encontrados após a análise de riscos procedida, selecionou-

se alguns resultados como forma de sintetizar a informação produzida e facilitar o

entendimento geral dos resultados.

Inicialmente, o Gráfico 8.1, apresenta a divisão dos riscos por stakeholders a eles

atrelados. Através do resultado retratado no gráfico é possível notar a importante

influência do próprio empreendedor no projeto, bem como a de suas equipes

contratadas, com destaque a de meio ambiente, responsável pela produção dos

produtos que balizarão o licenciamento ambiental.

Verifica-se em termos números de riscos o destaque para os órgãos diretamente

relacionados à emissão das licenças ambientais, no caso a SEMAD e o COPAM.

Ainda assim, é possível notar a importância de todos os stakeholders identificados,

já que em maior ou menor escala todos possuem riscos atrelados.

Page 59: Monografia influência stakeholders

50

GRÁFICO 8.1 - DIVISÃO DE NÚMERO DE RISCOS POR STAKEHOLDER

0 5 10 15 20

Atingidos

Comunidade Acadêmica - Movimento de

Atingidos por Barragens - Demais movimentos sociais

Ministério Público

Poder Público Municipal

SEMAD

IPHAN

IBAMA

COPAM

CEAS

Jurídico

Negociação com Atingidos

Comunicação Social

Engenharia

Meio Ambiente

Empreendedores

Investidores

PO

PU

LA

ÇÃ

O

ATI

NG

IDA

SOC

IED

AD

E CI

VIL

OU

TRO

S S

ETO

RES

BLI

COS

ÓR

OS

BLI

COS

EQU

IPES

ESP

ECIA

LIZA

DA

S

SPO

NSO

RS

(PA

TR

OC

INA

DO

RE

S)

6

4

2

4

13

8

2

12

7

3

5

3

6

18

16

1

NÚMERO DE RISCOS

STA

KEH

OLD

ER

Fonte: Próprio Autor. 2010.

Page 60: Monografia influência stakeholders

51

8.2 - Quantitativos Numéricos por Probabilidade

Através da análise do Gráfico 8.2, é possível verificar que a identificação de riscos

selecionou cerca de 40% de riscos com muito baixa probabilidade de ocorrência,

enquanto que a probabilidade baixa e média apresentaram valores menores, no

caso 20% e 30%, respectivamente. No caso dos riscos de alta probabilidade de

ocorrência, foram encontrados 13, o que representa pouco mais de 10% do total.

GRÁFICO 8.2 - PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DO RISCO

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Muito Baixo Baixo Médio Alto

42

22

33

13

MER

O D

E R

ISC

OS

PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DO RISCO

38,2%

20,0%

30,0%

11,8% Muito Baixo

Baixo

Médio

Alto

Fonte: Próprio Autor. 2010.

Page 61: Monografia influência stakeholders

52

8.3 - Quantitativos Numéricos por Impacto

Já na análise do Gráfico 8.3, que por sua vez trata dos possíveis impactos do risco

incorrido nos projetos, a situação mostra-se mais alarmante, já que apenas cerca de

12% dos riscos foram classificados como muito baixo, enquanto cerca de 34% foram

classificados como baixo e outros 32% como Médio. O destaque aparece no número

de 25 riscos de alto impacto, o que representa quase 23% do total identificado.

GRÁFICO 8.3 - POSSÍVEL IMPACTO DO RISCO INCORRIDO

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Muito Baixo Baixo Médio Alto

13

3735

25

MER

O D

E R

ISC

OS

POSSÍVEL IMPACTO DO RISCO INCORRIDO

11,8%

33,6%

31,8%

22,7%

Muito Baixo

Baixo

Médio

Alto

Fonte: Próprio Autor. 2010.

Page 62: Monografia influência stakeholders

53

8.4 - Quantitativos Numéricos por Criticidade

Seguindo a análise o Gráfico 8.4, que reflete quantitativamente a adição dos

resultados de probabilidade e impacto, apresentados nos itens anteriores,

demonstra a identificação majoritária de riscos classificados como significantes e

alarmantes num total de quase 79% do total de riscos identificados, porém com

maior destaque aos riscos da categoria alarmantes, onde se encontram 51 dos 110

riscos listados, ou seja, 46,4%. Deve-se destacar ainda a presença de 14,5%, ou 16

riscos tidos como críticos, que possuem altíssima chance de influenciar

negativamente o andamento dos projetos tratados.

GRÁFICO 8.4 - CLASSIFICAÇÃO DA CRITICIDADE DO RISCO

0

10

20

30

40

50

60

Pouco significante

Significante Alarmante Crítico

8

35

51

16

MER

O D

E R

ISC

OS

POSSÍVEL IMPACTO DO RISCO INCORRIDO

7,3%

31,8%

46,4%

14,5% Pouco significante

Significante

Alarmante

Crítico

Fonte: Próprio Autor. 2010.

Page 63: Monografia influência stakeholders

54

8.5 - Quantitativos Numéricos por Etapas de Ocorrência e

Cumulatividade

A fim de se retratar as etapas mais criticas para ocorrência de riscos, elaborou-se o

Gráfico 8.6 e 8.7, no qual o primeiro trata das etapas onde de fato os riscos podem

acontecer, enquanto o segundo retratou a cumulatividade dos impactos nas etapas

subseqüentes à ocorrência dos mesmos.

Nesse sentido no Gráfico 8.5 é possível avaliar que, naturalmente, na primeira etapa

onde a movimentação a cerca do projeto é menor, a ocorrência de riscos é diminuta.

Por outro lado a etapa de Obtenção de LI foi a que mais se mostrou susceptível à

riscos, em termos numéricos. Isso se deve pelo maior número de stakeholders

envolvidos, pois é nessa etapa que atuam mais expressivamente órgãos como o

CEAS e o IPHAN. Nas demais etapas a distribuição de ocorrência de riscos é

praticamente uniforme.

O Gráfico 8.6 apresenta o acumulo natural dos impactos incorridos pelos riscos no

andamento do projeto. O gráfico retrata um início com baixo número de riscos

influenciando o cronograma, e o fim do projeto sofrendo impacto por todos os riscos

identificados, que por sua vez vão impactando o cronograma e o projeto pouco a

pouco ao decorrer das etapas.

Page 64: Monografia influência stakeholders

55

GRÁFICO 8.5 - ETAPAS DE OCORRÊNCIA DOS RISCOS

0 10 20 30 40 50 60

Solicitação / obtenção da Licença de Operação - LO

Implantação do empreendimento

Obtenção da Licença de Instalação - LI

Elaboração do Plano de Controle Ambiental -PCA

Obtenção da Licença Prévia - LP

Realização dos Estudos de Viabilidade

Definição do Empreendimento

44

45

54

44

43

43

27

NÚMERO DE RISCOS

ETA

PA

DE

OC

OR

RÊN

CIA

DO

RIS

CO

44

45

54

4443

43

27

0

10

20

30

40

50

60

Solicitação / obtenção da Licença de Operação - LO

Implantação do empreendimento

Obtenção da Licença de Instalação - LI

Elaboração do Plano de Controle Ambiental - PCA

Obtenção da Licença Prévia - LP

Realização dos Estudos de Viabilidade

Definição do Empreendimento

NÚMERO DE RISCOS

Fonte: Próprio Autor. 2010.

Page 65: Monografia influência stakeholders

56

GRÁFICO 8.6 - IMPACTO DO RISCO INCORRIDO NAS FASES DO PROJETO

0 20 40 60 80 100 120

Solicitação / obtenção da Licença de Operação - LO

Implantação do empreendimento

Obtenção da Licença de Instalação - LI

Elaboração do Plano de Controle Ambiental -PCA

Obtenção da Licença Prévia - LP

Realização dos Estudos de Viabilidade

Definição do Empreendimento

110

101

96

75

68

50

27

NÚMERO DE RISCOS

IMP

AC

TO D

O R

ISC

O I

NC

OR

RID

O N

AS

FASE

S D

O P

RO

JETO

110

101

96

7568

50

27

0102030405060708090

100110

Solicitação / obtenção da Licença de Operação - LO

Implantação do empreendimento

Obtenção da Licença de Instalação - LI

Elaboração do Plano de Controle Ambiental - PCA

Obtenção da Licença Prévia - LP

Realização dos Estudos de Viabilidade

Definição do Empreendimento

NÚMERO DE RISCOS

Fonte: Próprio Autor. 2010.

Page 66: Monografia influência stakeholders

57

9. Considerações Finais

O presente estudo monográfico buscou aplicar algumas das boas práticas do

gerenciamento de projetos para a identificação de stakeholders e análise dos riscos

destes nos cronogramas de projetos de licenciamento ambiental de

empreendimentos hidrelétricos no estado de Minas Gerais.

Pretendeu-se demonstrar alguns benefícios da busca pelo gerenciamento assertivo

dessa classe de projetos, uma vez que estes mostram-se projetos complexos, com

grande número de envolvidos, nos quais os riscos relacionados não só a

cronograma, mas também como a todas áreas de conhecimento do gerenciamento

de projetos, monstram-se demasiados e muitas vezes críticos, e requerem a atenção

devida, no intuído de mitigar sua ocorrência ou mesmo evitar a propagação dos

impactos durante a vida útil do projeto.

Espera-se que a monografia apresentada contribua ao sucesso dos projetos ora

focados, e que as ações voltadas à melhoria do gerenciamento destes projetos

possam ser embutidas cada vez mais nas instituições que os conduzem, de modo a

se obter um grau de assertividade e sucesso sempre maior.

Page 67: Monografia influência stakeholders

58

10. Referências Bibliográficas COPAM/MG. COMPOSIÇÃO DAS URCS. Disponível em <HTTP://www.conselhos.mg.gov.br/copam/page/institucional/composio-unidades-colegiadas> Acesso em fev.2010. FACE/FUMEC. MANUAL DE NORMALIZAÇÃO. Manual de Normalização de Trabalhos Acadêmicos, Dissertações e Teses. Disponível em: <http://www.face.fumec.br/biblioteca/manual_normalizacao.php>. Acesso em: 30 nov. 2009. IMPACTOS AMBIENTAIS DAS ATIVIDADES DA RGE. RGE RS. Disponível em

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EMPREENDEDOR. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Belo Horizonte. 2008.

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Podcast. Disponível em: <http://www.ricardo-vargas.com/pt/podcasts/>. 19/11/2007. VARGAS, RICARDO. IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS EM PROJETOS.5" PM Podcast. Disponível em: <http://www.ricardo-vargas.com/pt/podcasts/>. 5/7/2007. VARGAS, RICARDO. RBS - RISK BREAKDOWN STRUCTURE.5" PM Podcast.

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