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Propedêutica Bíblica 6 de Março de 2013 – Revelação e Tradição

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Propedêutica Bíblica

6 de Março de 2013 – Revelação e Tradição

ORAÇÃO

“Deus se compadeça de nós e nos dê a sua bênção,

Resplandeça sobre nós a luz do seu rosto.

Na terra se conhecerão os vossos caminhos

E entre os povos a vossa salvação.

Os povos Vos louvem, ó Deus,

Todos os povos Vos louvem.”

Salmo 66

AULA ANTERIOR

P P P P alavra de Deus

alavra de Deus

AULA ANTERIOR

“A Sagrada Escritura tornou-se mediação da relação da Palavra de Deus com a história humana.” Armindo Vaz O objectivo da iniciativa que Deus tem de revelar-se, é dar-se a conhecer, não por meio de enunciados, definições ou narrativas, mas colocando-se diante do

homem: revelando-se a si mesmo, dando-se a conhecer, acampando entre nós, em Jesus Cristo, Palavra Encarnada, Verbo de Deus.

AULA ANTERIOR

“Aprouve a Deus, na sua bondade e sabedoria, revelar-se a Si mesmo e dar a conhecer o mistério da sua vontade, segundo o qual os homens, por meio de Cristo, Verbo encarnado, têm acesso ao Pai no Espírito Santo e se tornam participantes da natureza divina.”

Dei Verbum, 2

PALAVRA DE DEUS

“A Sagrada Escritura tornou-se mediação da relação

da Palavra de Deus com a história humana.”

Armindo Vaz

PALAVRA DE DEUS

“Para que o Evangelho fosse perenemente conservado íntegro e vivo na Igreja, os Apóstolos deixaram os Bispos como seus sucessores, ‘entregando-lhes o seu próprio ofício de magistério’. Portanto, esta Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura são como um espelho no qual a Igreja peregrina na terra contempla a Deus, de quem tudo recebe, até ser conduzida a vê-lo...”

Dei Verbum, 7

PALAVRA DE DEUS

Palavra

• Dei Filius versus Dei Verbum:

• Relação entre Revelação sobrenatural e natural

• “Aprouve a Deus…”

• Revelar a si mesmo e manifestar o mistério da Sua vontade

• “Deus fala aos homens como a amigos…”

• Por meio de acções e palavras intimamente relacionadas

• DV: apresenta a revelação como uma conversa de Deus com os

homens, devido à iniciativa do Seu Amor (Ex 33,11)

Palavra

• A Bíblia não é redutível à pura função informativa

• A Palavra de Deus deve, antes de tudo, ser ouvida

• Leitura sapiencial: a fé obediente, consentimento, abandono,

compromisso que empenha toda a vida

• Magistério da Igreja ao serviço da Palavra

• A revelação faz-se na História (acções e palavras unidas entre si)

• Pode ser datada e localizada

• Não passa verdades abstractas, mas eventos concretos

• A História é reveladora

Concílio Vaticano I e II

• A Constituição dogmática DV foi o documento mais trabalhado de todo o

Concílio. O 1º esquema era simples e pequeno: “Esquema da

Constituição Dogmática sobre as Fontes da Revelação”. Tinha 20 páginas

e 5 pequenos capítulos:

• Duas Fontes da Revelação (Escritura e Tradição)

• Inspiração, Inerrância e Composição Literária da Escritura

• O Antigo Testamento

• O Novo Testamento

• A Escritura na Igreja

Dei Verbum

D. Manuel de Almeida Trindade, participante nesta sessão, escreveu:

(17 Novembro) “os Padres conciliares estão todos de acordo quanto

aos pontos dogmáticos definidos por Trento e pelo CV I. A divergência

está no «Tom» que há-de revestir a Constituição. Os Bispos de

dioceses de maioria católica, de formação mais dogmática e jurídica,

julgando-se na posse da verdade, desejam defendê-la de incertezas e

de ousadias. Os bispos de países de pluralidade religiosa (Holanda,

Alemanha, Bélgica, França) ou onde os estudos bíblicos estão mais

desenvolvidos, pretendem uma exposição mais positiva da verdade

cristã, deixando campo aberto à investigação científica, e não cavando

mais o fosso que divide os irmãos separados.

Dei Verbum

• Dois dias depois, anotava: “ Estamos num momento culminante do

Concílio. Surgem certas propostas de conciliação. Aquela a que

chamarei corrente bíblica, ganha terreno (…) sinto que aquilo que

for decidido agora, terá reflexos extraordinários, não só do ponto

de vista ecuménico como relativamente ao progresso dos estudos

eclesiásticos.

• A discussão continuou até 21 de Novembro. A votação contra não

teve o nº requerido (2/3: em 2209 votantes, 1318 foram contra

continuar a discussão; 822 pediam para continuar a discutir, e 19

votos foram nulos).

• Neste momento, interveio João XXIII: com a sua autoridade, manda

retirar o esquema, forma uma comissão mista, onde figuravam as

duas tendências.

Dei Verbum • 23 de Abril de 1963, foi apresentado o esquema II:

• A revelação do Verbo de Deus

• Inspiração e interpretação da Sagrada Escritura

• O Antigo Testamento

• O Novo Testamento

• A Sagrada escritura na Vida da Igreja

• Embora imperfeito, o texto foi aceite como base de discussão.

Tinha aspectos muito positivos: A Revelação como verdade sobre

Deus e sobre o Homem; unicidade da Revelação; primado do

Evangelho sobre a Escritura e a Tradição; o Magistério ao Serviço da

Palavra, e não árbitro da mesma; a afirmação de que a Escritura é a

Palavra de Deus, e os documentos da Tradição são veículos dessa

Palavra…

Dei Verbum

• As correcções originaram um terceiro esquema: tinha sobretudo a

“Revelação tendo como centro a pessoa de Jesus Cristo”,

interpelando constantemente os homens a um diálogo, que parte

da iniciativa de Deus.

• A Revelação não é um conjunto de Palavras, mas uma economia da

Salvação, manifestando-se em palavras e acções na história

humana.

• A tradição está na dependência da pregação do Evangelho, e antes

deste ser escrito.

• O papel do magistério da Igreja é interpretar a Sagrada Escritura,

mas na dependência da mesma.

• A Escritura é a alma da teologia e o princípio que anima toda a

doutrina cristã!

Dei Verbum

• Estará a verdade da Revelação de Deus toda na Bíblia, como texto

escrito, ou também haverá verdades da Revelação de Deus na

Tradição da Igreja transmitidas desde Jesus Cristo e os Apóstolos

até aos nossos dias? É a chamada “Tradição Constitutiva”.

• A Tradição constitutiva (nomeadamente os dogmas marianos), com

fundamento na escritura, mas provados unicamente pela Tradição.

• Acentuar a Transcendência da Tradição Apostólica sobre as

Tradições eclesiásticas e sobre o magistério, ou seja, dar mais força

à Palavra de Deus do que às formulações humanas subsequentes

Dei Verbum

• Esquema IV: colocou-se “Tradição Apostólica”, em vez de “Tradição

Viva”

• Livros Sagrados em vez de “Santas Escrituras”

• Distinguem-se dois momentos na Transmissão da Palavra: Anúncio

pelos Apóstolos e transmissão pelos seus sucessores

• No nº 10, retira-se a referência ao Magistério de “supremo” e de

“infalível”

• Refere-se como o que “ouve piamente” a palavra de Deus antes de

a guardar e de a expor aos outros crentes.

• O título deixou de ser “A Revelação” e passou a ser “Palavra de

Deus” (Dei Verbum).

Dei Verbum

• O Esquema V estava completo a 28 de Outubro de 1965. (ver

quadro de votação, Herculano Alves, pág. 595). O arrastar deste

texto deve-se sobretudo à problemática que vinha já de Trento:

• Revelação e relação com a escritura

• Tradição e Magistério da Igreja

• Todo o ambiente ecuménico contribuiu também para um clima

totalmente oposto a Trento, que era polémico e anti-protestante,

bem como o era da preocupação apologética do CV I.

Dei Verbum

•Roger Schutz: “Sem se decidir por nenhuma delas, a reflexão Conciliar

permitiu superá-las, para orientar a teologia para uma nova solução, que

poderia bem ser uma solução ecuménica própria para reunir os cristãos

divididos. É necessário reconhecer aqui o benefício do debate conciliar que,

neste ponto, não conduziu à vitória de uns e à derrota de outros, mas a uma

superação das posições (…) Aqui, “maioria” e “minoria” não têm o mesmo

significado que nos negócios deste mundo, não obstante as aparências

exteriores e o pecado dos homens da Igreja, o qual sempre procura fazer

obstáculo à vontade de Deus. (…) entram num diálogo difícil, é certo que se

assemelha a um parto doloroso, mas que as conduz finalmente a uma

superação em que cada posição adquirida morre para renascer na aurora de

uma unidade possível.”

INSPIRAÇÃO: TEMA IMPORTANTE

“Quando esmorece em nós a consciência da inspiração, corre-se o risco de ler a Escritura como objecto de curiosidade histórica e não como obra do Espírito Santo, na qual podemos ouvir a própria voz do Senhor e conhecer a sua presença na história.” VD, 19

TPC

Procure na Bíblia novas passagens bíblicas onde esteja presente o tema da inspiração bíblica

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