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Antigo Testamento

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Antigo Testamento

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ORAÇÃO

Êx 3, 1-14: (ver Ex 6,2-13) - 1*Moisés estava a apascentar o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Madian. Conduziu o rebanho para além do deserto, e chegou à montanha de Deus, ao Horeb. 2*O anjo do SENHOR apareceu-lhe numa chama de fogo, no meio da sarça. Ele olhou e viu, e eis que a sarça ardia no fogo mas não era devorada. 3Moisés disse: «Vou adentrar-me para ver esta grande visão: por que razão não se consome a sarça?»4O SENHOR viu que ele se adentrava para ver; e Deus chamou-o do meio da sarça: «Moisés! Moisés!» Ele disse: «Eis-me aqui!» 5Ele disse: «Não te aproximes daqui; tira as tuas sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é uma terra santa.»6*E continuou: «Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob.» Moisés escondeu o seu rosto, porque tinha medo de olhar para Deus.

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• (…) 7O SENHOR disse: «Eu bem vi a opressão do meu povo que está no Egipto, e ouvi o seu clamor diante dos seus inspectores; conheço, na verdade, os seus sofrimentos. 8*Desci a fim de o libertar da mão dos egípcios e de o fazer subir desta terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra que mana leite e mel, terra do cananeu, do hitita, do amorreu, do perizeu, do heveu e do jebuseu. 9E agora, eis que o clamor dos filhos de Israel chegou até mim, e vi também a tirania que os egípcios exercem sobre eles. 10E agora, vai; Eu te envio ao faraó, e faz sair do Egipto o meu povo, os filhos de Israel.»

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11Moisés disse a Deus: «Quem sou eu para ir ter com o faraó e fazer sair os filhos de Israel do Egipto?» 12*Ele disse: «Eu estarei contigo. Este é para ti o sinal de que Eu te enviei: quando tiveres feito sair o povo do Egipto, servireis a Deus sobre esta montanha.»13Moisés disse a Deus: «Eis que eu vou ter com os filhos de Israel e lhes digo: 'O Deus dos vossos pais enviou-me a vós'. Eles dir-me-ão: 'Qual é o nome dele?' Que lhes direi eu?» 14*Deus disse a Moisés:«EU SOU AQUELE QUE SOU.» Ele disse: «Assim dirás aos filhos de Israel: 'Eu sou' enviou-me a vós!»

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Neste encontro, há sobretudo uma luta contra a idolatria [= recondução da existência humana para dentro do princípio natural].

Este encontro é tal que Moisés não se dirigiu para ele, nem podia, nem sabia; mas nele, foi encontrado. Aí, recebeu a vida como dom. abre uma história nova, a última etapa da história. Este encontro é decisivo para toda a história bíblica!

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Abraão tem uma história única no Livro dos Génesis. A sua aparição não começa com a identidade genealógica, mas com a Palavra de Deus.

Moisés tem também um papel único. No séc. XIII, é ele que faz passar o divino de um horizonte étnico e local, para o dinamismo de uma aliança assente na eleição; rompe com o movimento idolátrico, em que o divino brota do esforço humano de explicação, integração e personificação do real [um ídolo é um deus que o homem faz à sua imagem. Pode ser um objecto, uma força, uma pessoa, um grupo, uma instituição ou um ideal que sejam considerados como coisa suprema]

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Moisés põe o homem a caminho do monoteísmo, em que Deus é quem cria o mundo e todos os homens, não por necessidade ou casualidade, mas por acto de liberdade e de amor.

Institui no seio do real a alteridade, a receptividade e a responsabilidade da dádiva.

O monoteísmo é a separação radical entre Deus e a natureza: Deus é outro em relação ao mundo.

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Não se proclama entre Deus e o mundo uma relação de indiferença, mas de alteridade. É um Deus sujeito e amante, e não apenas um objecto que fascina, atrai e suga o homem. Um Deus universal e não meramente local ou nacional.

A criação bíblica é contrária à concepção grega: não é a unidade do ser, mas separação!

Há dois tipos de ser: o criado e o incriado; nesse sentido, a religião deixará de ser re ligatio, e passará a ser ob ligatio.

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Aqui entra uma “Palavra exigente”, uma relação assimétrica, que abre para uma alteridade: a respeito da vontade do outro, que me põe em causa e me leva à obediência.

A Palavra de Deus vincula Israel à escuta, subtraindo-o à prioridade da visão. Ab-soluto, segundo o étimo, significa “desligado de” (separado do horizonte humano).

Ex 33, 18-20: quando Deus de voz, que exige ser escutado, se transforma em princípio de visão, a história deixa de ser ventre materno e transforma-se em túmulo de morte

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Na raiz da história humana, lê-se não a vontade dum Deus mau, nem a dureza de um destino implacável; mas sim o apagamento no homem e pelo homem da alteridade absoluta.Não produz “efeito especular”; pelo contrário, é espada de dois gumes, que rasga e divide (Hb 4, 12-13). Institui uma radical vizinhança, não espacial, mas de liberdade e intencionalidade.

A maturidade do monoteísmo será atingida no séc. VII – VI com o Deuteronómio e o Segundo-Isaías

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Abandona-se a vida natural-biológico-genealógica, e recebe-se a vida como um dom. Recebem-se e percebem-se como criaturas.

Esta é a experiência decisiva que está na base da história de Israel e do edifício bíblico. Deus não é Natureza, Harmonia, Cosmos, Eros, Beleza, História, Evolução, Progresso, Ciência, Cultura, Tradição, Poder, Raça, etc… é um sujeito, um TU; nova lógica em que o homem não é parte, mas parceiro

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Na maneira de ver grega (platónica e aristotélica), o divino é tematizável como amável, objetos de amor pelo homem; mas não um sujeito amante em relação ao homem. Um tal deus não se abaixa até ao mundo e ao homem. Permanece metafísico

Biblicamente, aparece um Deus Outro, diferente de qualquer outro. É Ato de Liberdade, vontade de amor pessoal, bondade e graça. É amor pessoal, pede e espera a resposta humana

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A Formação do Texto

ao longo da História

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“Esquecemo-nos geralmente que os “acontecimentos” que nos contam foram contados por alguém, que a apresentação dos acontecimentos nunca é decalque dos próprios acontecimentos. Entre os acontecimentos e o leitor, há o relato, primeiro contado, depois redigido por um narrador, por um “historiador” (se se quiser), por um autor que queira dizer alguma coisa a alguém”

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Quando nós lemos estes textos, encontramos as gerações que os produziram. E os acontecimentos de que nos falam , manifestam-nos a forma como essas gerações os entenderamSem o acontecimento, não há história, não há memória. Podemos simplificar em duas partes e três momentos:

Partes: Narrador e narratárioMomentos: Recepção; vivência; transmissão

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A Tradição exerce-se em duas direcções:

De forma descendente (desde a origem e ao longo das gerações (direito e dever para o transmissor – assim, não se remete à aceitação passiva e infecunda)

De forma ascendente, a partir de hoje, ao longo das gerações, até à origem

Não se percorrendo estas duas direcções, ou se cai na rejeição prática da “tradição” e da “recepção”, ou se cai na aceitação obscura e fundamentalista, de uma tradição em que não nos implicamos, no fixismo de tradições parciais e menores, embalsamadas, desactivadas, mortas.

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Hermann Gunkel (1862-1932) diz que o testemunho escrito não tem de oferecer directamente o acontecimento histórico que relata. Entre acontecimento e texto pode haver uma fase mais ou menos longa de tradição oral, em que o acontecimento é narrado, celebrado e enriquecido com a corrente viva das sucessivas gerações.

Antes dos textos escritos estão as “formas de dizer”, com o seu “lugar na vida” concreto. Para se perceber um texto, tem de se entender onde é o seu lugar na vida!

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Podemos supor que terá havido o equivalente a “fichas de dados”. Obedeceriam a objectivos, responderiam a necessidades, deixariam transparecer intenções, ideologias, mentalidades, teologias; tudo isto ainda antes de serem integradas em redacções.

No início, haveria “pequenas unidades”. Eram pequenos ciclos de relatos separados.O primeiro estudo crítico remonta a 1711, a um pastor luterano de Hildesheim, Henning Bernhard Witter. A partir dos nomes Eloim (Gn 1, 1-2,4a) e YHWH Eloim (Gn 2, 4b-3,24). Em 1925, Adolphe Lods deu a conhecer este estudo.

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Actualmente, descobrem-se cada vez mais documentos na base do texto do Pentateuco. Ao lado da teoria dos Documentos (sobretudo 4: J; E; D; P), surge a teoria chamada dos “fragmentos” – um número indeterminado de relatos esparsos e textos isolados sem continuidade narrativa.Mas isto não obsta a que se encontre uma unidade de fundo. Chama a atenção para ela a teoria dos complementos: uma única trama narrativa contínua, que recebeu numerosos acrescentos e complementos.

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Os 4 “fios contínuos” têm uma composição de

Relatos

Leis

Vocabulário

Preocupações próprias

Intenções

J é colocado no séc X, em ambiente davídico-salomónico, com ideologia pró-monárquica e dinástica

E é colocado nos séc. X-VIII, entre 926 e 722/721, em ambiente profético e antimonárquico, ético e moral

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[Redacção de fusão de E com J] – nos séc. VIII-VII (na sequência da queda do Reino do Norte), com a integração do “resto de Israel” em Judá

D no séc. VII em ambiente deuteronomístico, vocacional, super-profético, com a exaltação do profeta e a submissão à Torah

P no séc. VI, em ambiente cultual, marcado sobretudo pela expiação dos pecados

A Redacção final entre os sécs. V-IV

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Os autores que preferem falar de “tradições” em vez de documentos, salientam a importância da fase pré-literária. Assim, não começa em abrupto no séc. X com a escrita do primeiro documento; a redação é importante, e deve ser valorizada; mas não deve ser vista como começo absoluto.

Novas teorias situam a atividade redaccional que produz o Pentateuco desde a descoberta do Deuteronómio até ao Exílio e pós exílio

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Para isto, contribui Jamieson-Drake, que em 1991 publicou uma monografia que passa a ideia que a escrita só aparece em Judá (de forma mais ou menos consistente) em meados do séc. VIII a.C.; no entanto, já Richard Hess (em 2002) mostra testemunhos concretos e sólidos que o sistema da escrita e da leitura funcionou e teve amplo desenvolvimento desde o séc. XIV.

O paradigma do autor único afirma que terá havido um único redator, com grande habilidade literária.

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Outra teoria (paradigma de Münster), juntando as 3 teorias (fragmentos, documentos e complementos). O começo permanece “às escuras”, remontando a “ciclos narrativos” independentes, tendo a primeira redação aparecido por volta de 700, reflexo da queda do Reino do Norte (722/1); a catástrofe de 587 provoca uma profunda reflexão, e leva à reelaboração da obra. A sua expansão dá-se por 520, assente nas conceções sacerdotais e cultuais, e na teologia de Ezequiel, Jeremias e segundo Isaías.

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J: está naturalmente ativo em 733-722/21, e integra figuras do reino do Norte. Poderá identificar Jerusalém (Judá). A GRAÇA comanda esta narrativa;

E: pode identificar Efraim. Respira o ambiente profético e anti monárquico. Salienta a responsabilidade humana em detrimento da Graça de Deus. Nasce no Norte, conflui para Judá em 721. Acaba por se incorporar em J, não em bloco, mas um pouco por toda a parte, como água. J molda algumas das personagens recebidas (Redação JE)

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Forma-se um novo caudal de reflexão, composição e redação (D), que privilegia a responsabilidade humana ao colocar a história nas mãos do homem; não se abandona a Graça, sempre primeira e fundante. Acentua-se a resposta humana à Graça fundante, dada e recebida. Apela à fidelidade; salienta a brecha entre responsabilidade e irresponsabilidade. Os acontecimentos de 597-587 parecem confirmar esta sentença!

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Dtr coloca na mão do homem a chave que pode mudar o futuro: a conversão. Abre-se um outro veio, o Sacerdotal (P), que conhecendo bem o pecado do homem, salienta a força do perdão de Deus: Deus concederá um tempo novo através do culto no Santuário (2º Templo), cujo modelo remonta ao Sinai, e consiste na expiação do pecado.

Estas interações mostram que há sinais claros de cada tempo, marcas de fora; o processo do texto é o processo da vida.

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David em Siceleg, com Abiatar, começaria certamente a redação de J (entre 1004 e 997). Associa-se aos calebitas (tradições de Abraão), e simeonitas (com as tradições de Isaac). Assim se fundem estas tradições. São afastadas as de Amalec e as de Ismael. Amalec fazia “razias” aos calebitas e simeonitas. São vigorosamente combatidos por David. Também Abraão aparece a expulsar Ismael, seu filho ilegítimo, ligado às populações árabes.

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A especificidade religiosa de Israel terá emergido sobre o impacto de Moisés! Mas é apenas o início. Levará séculos a sedimentar. Há aqui uma nova maneira de viver:

Recebendo a vida de DeusDeus aparece como um sujeito

Monoteísmo contra a idolatriaDeus universal e não apenas Deus local

O movimento é do pequeno grupo para os maiores, da multiplicidade para a unidade

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Cada grupo tem o seu património histórico, cultural, religioso, características familiares, sociológicas…

É de facto importante notar que a união de várias tribos e de várias tradições não provocou uma fusão em que se diluíssem os textos e se formasse um só; nem se valorizou mais uma em detrimento das restantes: todas acabam por estar expressas no documento final, embora este seja elaborado com grande mestria.

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