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Antigo Testamento

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Antigo Testamento

ORAÇÃO

Exodo 12,29ss29E aconteceu que, no meio da noite, o SENHOR feriu todos os primogénitos na terra do Egipto, desde o primogénito do faraó, que havia de sentar-se no seu trono, até ao primogénito do prisioneiro, que está na prisão, e todos os primogénitos dos animais. 30*O faraó levantou-se durante a noite, ele, todos os seus servos e todo o Egipto, e houve um grande clamor no Egipto, porque não havia casa que não tivesse lá um morto.31Ele chamou Moisés e Aarão durante a noite e disse: «Levantai-vos e saí do meio do meu povo, vós e também os filhos de Israel, e ide servir o SENHOR, como tendes falado.

ORAÇÃO

32*Tomai também as vossas ovelhas e os vossos bois, como tendes falado, ide e abençoai-me também a mim.»33Os egípcios pressionaram o povo para que partisse depressa da terra, pois diziam: «Morreremos todos!» 34*O povo levou a sua farinha amassada antes de levedar, e sobre os ombros as suas amassadeiras envoltas nos seus mantos. 35*Os filhos de Israel fizeram como tinha falado Moisés, e pediram aos egípcios objectos de prata, objectos de ouro e mantos. 36O SENHOR fez com que o povo alcançasse benevolência da parte dos egípcios, que acederam aos seus pedidos. E assim despojaram os egípcios.

Temos vários sinais que mostram que os textos não podem vir de um único autor.

a) cortes e saltos na narração: * ao relato da criação (Gn 1, 1-2,4a) , segue-se outro relato muito diferente sobre as origens (Gn 2,4b-24); * em Ex 19,24s, Deus ordena a Moisés que desça do monte e suba de novo com Aarão... Mas, bruscamente, o relato interrompe-se para se apresentar o Decálogo. Isto seria impensável se o narrador fosse um só.

b) tradições duplicadas:* temos dois relatos da criação (Gn 1,1-2,4a e 2,4b24); * temos duas descendências de Adão (Gn 4 e 5); * temos dois relatos do dilúvio, misturados um com o outro (Gn 6-9);* temos dois pactos de Deus com Abraão (Gn 15-17);* temos dois relatos da vocação de Moisés (Ex 3 e 6); * temos duas promulgações do Decálogo (Ex 20 e Dt 5);

c) tradições distintas e mesmo opostas:

* em Gn 1, Deus criou o homem e a mulher ao mesmo tempo, como cume da criação; em Gn 2, Deus criou o homem, depois os animais e só depois a mulher;

* em Gn 6,9s, ordena-se a Noé de introduzir na arca um casal de cada ser vivo; em Gn 7,2 fala-se de sete casais para os animais puros e um casal para os animais impuros;

* em Ex 33,7 diz-se que a “Tenda da Reunião” estava fora do acampamento; em Nm 2,2, diz-se que os israelitas deviam montar o acampamento à volta da “Tenda da Reunião”;

d) diferenças de vocabulário:* em muitos textos, dá-se a Deus o nome genérico de Elohim; noutros, o nome concreto de YHWH;* o monte onde Deus se revelou chama-se, nuns casos, Sinai; noutros, Horeb;* o sogro de Moisés chama-se Rauel em Ex 2,18 e Jetro em Ex 3,1; 18,1.2.6.12...

e) diferenças de estilo:

• O Livro do Deuteronómio caracteriza-se por um estilo oratório, retórico, típico de certas formas de exortação e pregação; outras partes do “Pentateuco” têm um estilo preciso e seco (como acontece em Gn 1). Outras, ainda, apresentam um estilo ágil e vivaz, analisam a psicologia das personagens, falam de Deus como se fosse um homem que come e passeia pela brisa da tarde (como Gn 2-3)...

Percebe-se um longo e complexo processo de formação, que ainda agora não conhecemos bem. De qualquer forma, podemos aceitar que Moisés teve muito a ver com estas tradições apresentadas no “Pentateuco”.

EGIPTO E ISRAEL: Opressão e libertação

Múltiplas são as experiências de violência e de opressão. Múltiplas são também as experiências de libertação. Múltiplos serão logicamente os grupos humanos, os tempos e os caminhos do Êxodo.

A Palestina esteve sob alçada militar, política e administrativa do Egipto (embora não fosse contínuo, desde 1552 até cerca de 1069 a.C.

Os diferentes indícios nos textos dão a entender diferentes grupos de israelitas a terem diferentes experiências nas suas relações com os egípcios.

Há textos que nos falam dos israelitas fixados em “Gosén”. Gn 45, 10; outros, que a fixação foi no país do Egipto, no país de Ramsés. Há textos que opõem os dois países, dizendo que havia chuva de pedras e moscas (Ex 8, 17.19-20; Ex 9, 22-25), mas não no país de Gósen, onde estavam os israelitas (Ex 8,18; 9,26)

Os israelitas fixados em Gósen são sobretudo pastores de cabras, ovelhas e de bois, claramente separados dos egípcios, que os abominam (tô´eba > taboo), por serem pastores de gado miúdo (Gn 46,34) e “hebreus” (Gn 43,32); sobretudo por sacrificarem animais considerados sagrados aos egípcios (cordeiros, carneiros e touros – Ex 8, 21-23)

Pode ser significativo que o toponómio “Gosén” não apareça mencionado nos textos egípcios antigos; na tradição bíblica, aparece localizado não no Egipto, mas no sul palestinense (Js 10,41; 11,16; 15,51)

Os israelitas instalados no “país do Egipto“ têm estatuto de estrangeiros residentes, podem dispor de propriedades, vivem em ambiente citadino (Gn 50, 7-8a), lado a lado com os egípcios, e até nas mesmas casas (Ex 3,22). Têm entre egípcios amigos (Ex 11,2).

É neste clima de vizinhança e amizade que eles encontram “graça aos olhos dos egípcios”, obtendo deles objectos de ouro e prata (Ex 3,21-22; 11,2-3; 12,35-36). É estranha esta referência, no próprio contexto em que se insere. Não se percebe facilmente logo após as pragas (Ex 7,8 - 10,27). Sobretudo Ex 12,35-36, imediatamente após a chamada morte do primogénito, a ruptura de relação com os egípcios, e o endurecimento do coração do Faraó.

Há textos que referem o “Rei do Egipto” e outros o “Faraó”; uns aludem aos “Hebreus”, outros aos “israelitas”(Ex 1,9): a multiplicação dos “israelitas”, ou “povo israelita”, ou “povo da terra” (Ex 5,5) é aproveitada pelo Faraó como mão-de-obra (Ex 1,11-14); ao contrário, dá azo ao genocídio dos “hebreus” por parte do Rei do Egipto (Ex 1, 15-22).

Também acontece que o “Rei do Egipto” faz uma pergunta e a resposta (neste caso as parteiras dos “hebreus”) é dada ao Faraó (Ex 1, 18-19). Há requerimentos ao Faraó e que são despachados pelo Rei do Egipto (Ex 5,1-5). Há factos que são anunciados ao Rei do Egipto, mas é o Faraó quem reage a eles (Ex 14,5s)

Enquanto alguns grupos têm bom relacionamento com os egípcios, outros são objecto de separação e de abominação. Há os que fazem “carregamentos” (Ex 1,11; 2,11; 5,4.5) sob vigilância dos “escribas” israelitas que desempenham as mesmas funções dos servos e chefes; outros trabalham na construção de cidades, fabricando tijolos (Ex 1,14) sob vigilância dos opressores egípcios (Ex 3,7; 5,6.10.13.14)

Tempo de permanência no Egipto: os dados não são uniformes: nuns textos, referem-se 4 gerações (Gn 15,16 – Ex 6,16-27 - Moisés e Aarão aparecem como bisnetos de Levi, um dos 12 filhos de Jacob/Israel). Noutros textos, fala-se de 400 anos (Gn 15,13; Act 7,6); outro fala de 430 anos (Ex 12,40).

Já o 1Rs 6,1, sem referência directa ao período, indica indirectamente uma data para a saída do Egipto (noticia a construção do templo de Salomão 480 anos depois da saída do Egipto; a construção começa em 962 a.C.). Certamente será uma referência ideológica.

A linguagem da Libertação refere “decretos” ou “folgas”, ou simples envio (Ex 3,18); noutros lados, refere “expulsão” (Ex 6,1); ou a “acção de Moisés” que faz sair o povo contra a sua [do povo] vontade (Ex14,11-12). Fala-se de “fuga” uma única vez (Ex 14,5a). As 4 menções de “expulsão” e a única de “fuga” nunca aparecem soltas, mas com a sobrecarga de “libertação” ou “envio”.

“Libertação” aponta muitas vezes para o culto. Pode ter em vista “fazer sacrifício a YHWH” (Ex 3,18), ou serviço cultual (Ex 7,16.26) de que não se conhece o conteúdo mas poderá ser a festa dos Ázimos, ligada por J à saída do Egipto; ou então, “fazer uma festa” (Ex 5,1).

A saída do Egipto tem em vista fazer um serviço cultual a Deus sobre a montanha (Ex 3,12)

A crítica descobre também diferentes itinerários ou caminhos de libertação. Há casos em que se segue a “via maris” (estrada do mar) dos romanos (estrada do país dos filisteus). Era a estrada mais rápida (Ex 13,17) e oficial, patrulhada por 23 postos de controlo egípcio. Noutros casos, é a “Estrada do Deserto”, com a recusa expressa da “Estrada dos Filisteus”, ou “Estrada de Shur” (Ex 13,17-18)

Itinerários: Pela crítica textual, percebem-se diferentes caminhos de libertação.

Estrada do mar (via maris dos romanos), conhecida na Bíblia por estrada dos filisteus. Era a estrada mais rápida (Ex 13,17) e oficial entre o Egipto e a Palestina. Era patrulhada por 23 postos egípcios, reorganizados entre 1303 e 1289 (Seti I)

Estrada do deserto, apresentada com a recusa expressa da estrada do mar (Nm 20, 1–22,1)

Também se referem 3 dias de caminhada pelo deserto (Ex 3,18). É a tradição de Gósen com os seus sacrifícios a 3 dias de caminho. Poderá ser entre a Bersabeia e Cades (75-80 km)

Relatos da Libertação

Ex 13,17.21-22 – “ E ele aconteceu quando ele deixou partir , Faraó, o povo…, YHWH marchava diante deles… de noite numa coluna de fogo para os alumiar. Para marchar de dia e de noite, ela não se retirou, a coluna de nuvem durante o dia e a coluna de fogo durante a noite diante do povo”

Relato J:

Ex 14, 2ss – “E eles acamparam… entre Migdol e o mar diante de Baal-Safon… E ele foi anunciado ao rei do Egipto que ele fugiu, o povo, e ele mudou, o coração do Faraó e dos seus servos, para com o povo, e eles disseram: que fizemos, pois deixámos partir Israel do nosso serviço! … E ele tomou carros de guerra escolhidos, e todos os carros de guerra do Egipto de três combatentes cada um… e eles perseguiram, os Egípcios, atrás deles, e eles alcançaram-nos quando acampavam junto do mar…

… Quando o Faraó se aproximou, eles ergueram, os filhos de Israel, os seus olhos, e eis os egípcios acampando atrás deles, e eles tiveram muito medo, e eles clamaram, os filhos de Israel, a YHWH… E ele disse, Moisés, ao povo: não tenhais medo. Permanecei firmes e vede a salvação de YHWH que fará para vós hoje. Pois vós vistes os egípcios hoje; não mais os vereis para sempre. YHWH ele combaterá por vós. E vós estai quietos! E ele disse, YHWH, a Moisés… Levanta a tua vara…

… E ele fez andar, YHWH, o mar com um vento de oriente forte toda a noite e ele pôs o mar a seco… E ele aconteceu na vigília da manhã e ele olhou de cima, YHWH, para o acampamento dos egípcios, na coluna de fogo e de nuvem, e ele lançou a confusão no acampamento dos egípcios. E ele desviou as rodas dos seus carros de guerra, e eles conduziam com dificuldade. E ele disse, o Egipto: fujamos diante de Israel porque YHWH combate por eles contra o Egipto…

… E ele voltou ao seu leito normal, o mar, à entrada da manhã, e os egípcios a fugir (foram) ao seu encontro . E ele desfez-se, YHWH, dos egípcios no meio do mar… E ele viu, Israel, os egípcios mortos à beira do mar. … E eles acreditaram em YHWH e em Moisés, seu servo.”

O relato J pressupõe o itinerário pela via maris com eventuais desvios pela estreia faixa de terra que separa o mar Mediterrâneo do lago Sirbonis. Não parece ser um Êxodo fuga (quem foge inclusivamente são os egípcios). Pode ser de fonte:

Hicsos, expulsos do Egipto em 1552, pela via maris. Entrincheirados em Saruhen, fazem razias ao Delta do Nilo até 1468

Simeonitas, presos no Egipto por espionagem (Gn 42, 19.24) e depois feitos sair ao encontro dos seus irmãos (Gn 43,23)

Grupos indeterminados do território palestinense, levados prisioneiros para o Egipto pelas tropas de Seti I e Ramsés II, em ordem à construção das cidades-armazém Pithom e Ramsés, no princípio do séc. XIII, depois libertados e expulsos no fim dos trabalhos.

Moisés tem a vara de chefe na mão. Os israelitas estão junto do mar; mas não se fala em nenhuma travessia do mar por parte dos israelitas. Eles nada fazem, apenas veem os acontecimentos e acredita. A ação é de YHWH (Nm 21,14 – menção ao “livro das guerras de YHWH”).

Ex 13, 17: “E ele não o conduziu, Deus (Eloim), pela estrada do país dos filisteus, embora a mais próxima, porque ele disse, Deus: que ele não se arrependa, o povo, à vista da batalha e ele volte para o Egipto. E ele desviou, Deus, o povo para a estrada do deserto… E ele tomou, Moisés, os ossos de José consigo, porque ele fez jurar os filhos de Israel dizendo: ele há-de visitar-vos, Deus, e vós fareis subir os meus ossos daqui convosco. E Deus, ele marchava diante deles durante o dia numa coluna de nuvem para os conduzir na estrada…”

Relato E

Ex 14, 3ss– “E ele dirá, Faraó, dos filhos de Israel: andam perdidos no país. O deserto está fechado contra eles… E ele atrelou o seu carro de guerra e o seu povo ele tomou consigo. E eles disseram (os filhos de Israel) a Moisés: (foi) por falta de túmulos no Egipto que nos tomaste para morrer no deserto? O que é isto (que) nos fizeste fazendo-nos sair do Egipto? Não (foi) isto que falámos a ti no Egipto dizendo: deixa-nos! Queremos estar ao serviço do Egipto, porque melhor para nós servir o Egipto do que morrer no deserto…

(E ele clamou, Moisés, a YHWH). E ele disse, YHWH, a Moisés: por que clamas a mim? Fala aos filhos de Israel para levantarem o acampamento [= partirem]… E ele partiu, o anjo de Deus, que marchava diante do acampamento de Israel, e ele marchou postando-se atrás deles. E ela partiu, a coluna de nuvem, de diante deles, e postou-se atrás deles, e ela veio entre o acampamento do Egipto e entre o acampamento de Israel, e houve nuvens e trevas, e iluminou-se a noite, e não se aproximou um ao outro toda a noite…

E ele salvou, YHWH, naquele dia, Israel da mão do Egipto… E ele viu, Israel, a mão grande que ele fez, YHWH, contra o Egipto, e ele temeu, o povo, YHWH.”

Aqui são libertados na noite luminosa (em J, fora de madrugada, Ex 14,24). Também aqui os israelitas nada fazem, apenas veem a libertação de Deus e temem-no.

A redação E não fala do mar. Os Israelitas seguem pela estrada do deserto, evitando a controversa «estrada do país dos filisteus». É no deserto que acontece a grande libertação. A perseguição é movida pelo Faraó e pelas suas tropas. Está presente o “anjo de Deus” e a “coluna de nuvem”. Não aparece a “coluna de fogo”. A “nuvem” esconde-os dos egípcios.

Ex 13, 18ss: “E preparados para o combate, eles subiram, os filhos de Israel, da terra do Egipto… E eles partiram de Sucot, e acamparam em Etam, no limite do deserto”

Relato de P

Ex 14, 1ss: “E ele falou, YHWH, a Moisés dizendo: Fala aos filhos de Israel; e eles retrocederam [e acamparam] diante de Pi-Hairot, [entre Migdol e o mar, diante de Baal-Safon], em frente do qual vós acampareis junto do mar… E eu endurecerei o coração do Faraó, e ele perseguirá atrás deles, e eu serei glorificado por meio do Faraó e de todo o seu exército, e eles conhecerão, os egípcios, que Eu, YHWH. E eles fizeram assim…

E ele endureceu, YHWH, o coração do Faraó, rei do Egipto, e ele perseguiu atrás dos filhos de Israel, e os filhos de Israel, saindo de mão erguida… (ele), todos os cavalos e carros de guerra do Faraó, os seus cavaleiros e o seu exército, (até) junto de Pi-Hairot, diante de Baal-Safon…E ele disse, YHWH, a Moisés… E tu… estende a tua mão sobre o mar e divide-o, e que eles entrem, os filhos de Israel, no meio do mar, na terra seca. E Eu, eis-me endurecendo o coração dos egípcios, para que eles entrem

atrás deles, e Eu serei glorificado por meio do Faraó e de todo o seu exército, dos seus carros de guerra e dos seus cavaleiros, e eles conhecerão, os egípcios, que Eu YHWH, quando Eu for glorificado por meio do Faraó, dos seus carros de guerra e dos seus cavaleiros… E ele estendeu, Moisés, a sua mão sobre o mar… e elas dividiram-se, as águas, e eles entraram, os filhos de Israel, no meio do mar, na terra seca, e as águas, para eles, um muro à direita deles e à esquerda deles.

E eles perseguiram, os egípcios, e todos os cavalos do Faraó, os seus carros de guerra e os seus cavaleiros, entraram atrás deles para o meio do mar… E ele disse, YHWH, a Moisés: estende a tua mão sobre o mar, e que elas voltem, as águas, sobre os egípcios, sobre os seus carros de guerra e sobre os seus cavaleiros. E ele estendeu, Moisés, a sua mão sobre o mar…

E elas voltaram, as águas, e elas cobriram os carros de guerra e os cavaleiros; de todo o exército do Faraó que entrou atrás deles no mar, não ficou neles nenhum. E os filhos de Israel marcharam na terra seca, no meio do mar, e as águas, para eles, um muro à direita deles e à esquerda deles.”

Este relato, mais tardio, está fortemente colorido, insistindo no maravilhoso e no espetacular. Assim como o Criador tinha dividido as águas de cima das águas de baixo (Gn 1, 6-7), também agora divide as águas do mar em dois muros, e salva a vida do seu povo, fazendo-o passar a pé enxuto. Baal-Safon era um santuário muito visitado por marinheiros fenícios. Era uma faixa de terra entre o Mediterrâneo e o lago Sirbonis, um local onde se afundaram muitos exércitos da antiguidade (dito por historiadores gregos, como Diodoro e Estrabão)

P coloca o povo a seguir pela via maris, que é evitada no relato de E. Segue a tradição de J. Parece também conhecer melhor as tradições egípcias. No séc. III, o historiador greco-egípcio Manethon, identifica o êxodo mosaico com a epopeia nacional egípcia: a expulsão dos Hicsos no séc. XVI, perseguidos pela via maris.

Além desta expulsão, os egípcios têm também menção de uma perseguição feita a 2 escravos que atravessam a fronteira oriental.

P harmoniza o relato. Conhece bem E.

Em Ex 14,2, embaraça o relato (“retroceder”, “diante de”, “entre”, “em frente de”). P coloca uma grande peregrinação de Cades até à Terra prometida.

Ao contrário, outros relatos apresentam-nos apenas um de cada tribo a partir para explorar a Terra Prometida (Nm 13, 17b-20)

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