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Antigo Testamento

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Antigo Testamento

ORAÇÃO

Dt 26, 5-11: 5*Proclamarás, então, em voz alta, diante do SENHOR, teu Deus:'Meu pai era um arameu errante: desceu ao Egipto com um pequeno númeroe ali viveu como estrangeiro, mas depois tornou-se um povo forte enumeroso. 6Então os egípcios maltrataram-nos, oprimindo-nos e impondo-nos dura escravidão. 7Clamámos ao SENHOR, Deus de nossos pais, e oSENHOR ouviu o nosso clamor, viu a nossa humilhação, os nossos trabalhos ea nossa angústia, 8e tirou-nos do Egipto, com sua mão forte e seu braçoestendido, com grandes milagres, sinais e prodígios. 9Introduziu-nos nestaregião e deu-nos esta terra, terra onde corre leite e mel. 10Por isso, aqui tragoagora os primeiros frutos da terra que me deste, SENHOR!'Depois, colocarás isso diante do SENHOR, teu Deus, e prostrar-te-ás diante doSENHOR, teu Deus. 11Alegra-te por todos os bens que o SENHOR, teu Deus, teder e à tua casa, tu, o levita e o estrangeiro que estiver no meio de ti!

APRESENTAÇÃO

Padre Nuno [email protected]

SEMESTRE

Datas das Aulas

12 Março26 Março

9 Abril23 Abril

7 Maio21 Maio4 Junho

Pentateuco – cinco invólucros (onde se guardavam os rolos). Constitui as fundações históricas de um povo, ao mesmo tempo que os seus fundamentos.

Importante é ter em conta as Fontes da Redacção; ao mesmo tempo, veremos a organicidade e estruturação do texto Final.

Dizer: “No princípio criou Deus os céus e a terra”; situar no princípio da história de Israel a promessa feita a Abraão de que teria uma descendência numerosa e de que teria uma Terra implica a existência e a experiência dos céus e da terra; a experiência e a existência deste povo e desta Terra, não como simples seres, mas como criaturas. Caso contrário, estes dados não teriam sido narrados.

Nos 9 primeiros livros, Dt é um Livro charneira; da Criação ao Exílio – Palavra; Dt – Escuta (ou não) e cumprimento (ou não) da Palavra. É o Tribunal da Palavra.

Lv: é uma espécie de grampo, entre Ex 25-40 e Nm 1-10. tem as prescrições que identificam Israel pós-exílio com uma comunidade santa (separada). Lv está no centro do Pentateuco.

Gn e Dt são como que uma moldura exterior.

Gn 12, 1 – Terra que YHWH fará ver a AbraãoDt 34, 1.4 – Terra que YHWH mostra a Moisés

Gn 12,7 – terra que dará à descend. de AbraãoDt 34, 4 – terra que dará à Descend. de Abraão

Gn 49-50 – Jacob abençoa os 12 filhosDt 33-34 – Moisés abençoa as 12 tribos

ÊxodoEgipto Deserto SinaiPáscoa, Maná (codornizes), Água do Rochedo, Instituição de ministérios, idolatria (Baal)

NúmerosSinai Deserto MoabPáscoa, Maná (codornizes), Água do rochedo, Instituição de ministérios, idolatria (Baal)

É da “Tenda da Reunião” no meio do acampamento que YHWH fala a Moisés (Lv 1,1; Nm 1,1). Esta tenda é o protótipo do segundo Templo, levantado em terra estrangeira. No centro do Lv (16), está o Ritual do “Dia da Expiação”, dádiva do perdão.

A narrativa do Sinai ocupa o centro do Pentateuco, é o seu elemento maior.

A instalação e a posse são próprias do paganismo. Ser pagão significa “fixar-se”, quase cravar-se na terra. Pagus designa o marco, a estaca de marcação fixada na terra. O pagão usa o mundo como coisa sua, sem bênção, enquanto o Hebreu e o cristão vêem o mundo não como “uma coisa em si”, mas “através de Deus”, com bênção. Cada objecto é visto como um “acto de Deus”.

O caminho do Pentateuco está marcado pela Páscoa [= passagem] – abre a saída do Egipto, a abrir a saída do Sinai, e a entrada na terra prometida.

As três festas ficam ligadas a acontecimentos que recordam o Êxodo ou o deserto.

A páscoa recorda a saída do Egipto; O Pentecostes recorda o dom da Lei no Sinai;Os Tabernáculos (Tendas) recordam a maneira de viver no deserto

O conteúdo básico do Pentateuco pode resumir-se em 6 pontos:

a) a história das origens (Gn 1-11) - O Livro do Génesis começa por falar das origens do mundo e da humanidade. Ainda que a situação inicial do homem seja paradisíaca, depressa muda devido ao pecado. Nos capítulos seguintes descrevem-se uma série de crimes que acabam com o dilúvio. De Noé, o sobrevivente do dilúvio, devia sair uma nova humanidade; mas não acontece assim: o pecado volta a fazer parte da história humana... Estará, então, tudo acabado? Não. Deus vai tentar outro caminho e responder à cadeia do mal com o chamamento de um povo especial: o Povo de Israel.

b) as tradições sobre os Patriarcas (Gn 12-36) - A segunda etapa centra-se nas tradições de Abraão, Isaac e Jacob (os antepassados de Israel). Contam-se as andanças, aventuras e desventuras de pastores nómadas, animados por uma dupla “promessa”: uma descendência numerosa como as estrelas do céu e uma terra onde possam estabelecer-se. Ambas as promessas se vão cumprindo dramaticamente, com atrasos e tensões que é preciso aceitar com fé.

c) as tradições sobre a libertação do Egipto (Ex 1,1-18,27)- O início do Livro do Êxodo situa os descendentes dos patriarcas bíblicos na terra do Egipto. Este grupo vai, em dado momento, sofrer a dura experiência da opressão e da injustiça... Mas Deus escuta o clamor do Povo e encarrega Moisés de salvá-lo da escravidão. A acção de Deus tem dois momentos altos: nas pragas, destinadas a convencer os egípcios a não oprimir os hebreus; e no famoso relato da passagem do Mar Vermelho. Seguem-se as fases da caminhada pelo deserto, até à chegada ao Sinai, o cenário da “aliança”.

d) as tradições sobre a “Aliança” (Ex 19-Nm 10,10) -Chegados ao Sinai, YHWH celebra uma “aliança” com o seu Povo e dita-lhe as normas que devem reger a conduta do Povo. Um extenso bloco legal (que ocupa, com raras exceções, Ex 19-40, todo o Livro do Levítico e ainda Nm 1,1-10,10), apresenta essas leis. De entre os poucos episódios narrativos apresentados nesta secção, destacam-se os encontros de Moisés com Deus no Monte Sinai e o famoso episódio do bezerro de ouro.

f) na planície de Moab, preparando a entrada na Terra (Nm 22-Dt 34) - Chegados às portas da Terra Prometida, os hebreus acampam nas planícies de Moab. Aí, renovam a “aliança” com YHWH. Antes de se porem em marcha, Moisés sobe ao monte Nebo, comtempla a terra prometida e morre... É com as palavras de despedida de Moisés, sua morte e sepultura que termina o último livro do “Pentateuco” (Deuteronómio).

Ao longo de todo o Pentateuco, há dois grandes protagonistas:

Abraão MoisésLigam-se em termos textuais e teológicos pelo motivo fundamental: “Terra da Promessa” (Gn 12, 1.7; Dt 34, 1.4)

Há duas grandes narrativas de posse nos Livros da historiografia deuteronomista: A posse da Terra por Josué; a posse de Jerusalém por David. Os Exílios falam da perda desta posse e do retorno à condição fundamental de “não possuidor”, ao Sinai (que não se perde porque nunca se possuiu)

Torah = história recitada. O Pentateuco ensina-nos a caminhar, lendo o caminho a partir da meta; não é o caminho para chegar a casa, mas sim o caminho visto desde a casa. É a experiência fundamental de agraciamento.

Tematicamente, o primeiro Livro apresenta os relatos da criação, que dão conta do “Começo Absoluto”. Mostra a dependência absoluta dos seres criados em relação ao criador

A divinização aparece como Graça (dádiva da parte de Deus) e na aceitação por parte do homem do duplo mandamento (Gn 2, 16-17: *E o SENHOR Deus deu esta ordem ao homem: «Podes comer do fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas o da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque, no dia em que o comeres, certamente morrerás.»)O seu contraponto é a recusa da dádiva, e o estender a mão contra Deus, recusando a sua condição de criatura (Gn 3, 6.22 Vendo a mulher que o fruto da árvore devia ser bom para comer, pois era de atraente aspecto e precioso para esclarecer a inteligência, agarrou do fruto, comeu, deu dele também a seu marido, que estava junto dela, e ele também comeu. (…)O SENHOR Deus disse: «Eis que o homem, quanto ao conhecimento do bem e do mal, se tornou como um de nós. Agora é preciso que ele não estenda a mão para se apoderar também do fruto da árvore da Vida e, comendo dele, viva para sempre.»)Colocou-se como fundamento de si, passou a viver de vida “natural”, com a “morte natural”, no seu horizonte fechado de desejo. A partir daí, a divinização só se conseguiria pela violência (Mt 11, 12; Gn 3, 1-6-22)

Sem a força constitutiva do primeiro dom, não nos resta senão a natureza, a violência, o fatalismo, o aniquilamento, a renúncia pela renúncia, sem dom, sem criação.

“qual é o caminho mau de que o homem se deve afastar? – de pedir emprestado e não restituir; e é o mesmo receber emprestado de Deus ou de um homem; - talvez seja esse o núcleo da miséria humana: esquecer que a vida é um dom e também empréstimo”

Antigo Testamento