artigo escravidão moderna

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ESCRAVIDÃO MODERNA: REFLEXÕES A PARTIR DA LEI, DO COMPORTAMENTO DAS PESSOAS E DAS ORGANIZAÇÕES Luciene Lima Alves¹ Dilcélia Almeida Sampaio² RESUMO Após análise bibliográfica fica notório que a Escravidão é uma realidade nos dias atuais e embora apresente diversas facetas, o presente estudo a apresenta sob o tripé: lei de compensação de horas que legitima a escravidão, o perfil dos escravos modernos e os artifícios utilizados pelas organizações para explorar e manipular os trabalhadores. Ao traçar a trajetória da escravidão na atualidade, tendo como marco a Revolução Industrial, o homem como mercadoria e a mais-valia, uma análise sobre o sistema de compensação de horas ficou evidente como se vive ainda numa sociedade escravista e sua sutileza. O estudo propõe que a diminuição do trabalho e buscar o equilíbrio entre trabalho e lazer, como possibilidades de se conquistar a alforria, mas que para ser conquistada, o primeiro passo é que os trabalhadores se unam, lutem e proponham uma mudança no sistema vigente. Palavras Chave: Escravidão. Banco de Horas. Mercadoria. Mais- Valia. Revolução Industrial 1 INTRODUÇÃO Pensar em escravidão remete ao conceito de uma prática social, milenar, onde um ser humano detém “direito de propriedade” sobre outrem. É notório que a mesma é praticada há muitos anos, sempre foi da índole humana desejar ter sob seu comando alguém que possa ser dominado e ser seu servo. No mundo atual,

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Artigo sobre os desdobramento da Escravidão em nosso dia.

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ESCRAVIDO MODERNA: REFLEXES A PARTIR DA LEI, DO COMPORTAMENTO DAS PESSOAS E DAS ORGANIZAESLuciene Lima Alves

Dilclia Almeida Sampaio

RESUMO

Aps anlise bibliogrfica fica notrio que a Escravido uma realidade nos dias atuais e embora apresente diversas facetas, o presente estudo a apresenta sob o trip: lei de compensao de horas que legitima a escravido, o perfil dos escravos modernos e os artifcios utilizados pelas organizaes para explorar e manipular os trabalhadores. Ao traar a trajetria da escravido na atualidade, tendo como marco a Revoluo Industrial, o homem como mercadoria e a mais-valia, uma anlise sobre o sistema de compensao de horas ficou evidente como se vive ainda numa sociedade escravista e sua sutileza. O estudo prope que a diminuio do trabalho e buscar o equilbrio entre trabalho e lazer, como possibilidades de se conquistar a alforria, mas que para ser conquistada, o primeiro passo que os trabalhadores se unam, lutem e proponham uma mudana no sistema vigente.Palavras Chave: Escravido. Banco de Horas. Mercadoria. Mais-Valia. Revoluo Industrial1 INTRODUO

Pensar em escravido remete ao conceito de uma prtica social, milenar, onde um ser humano detm direito de propriedade sobre outrem. notrio que a mesma praticada h muitos anos, sempre foi da ndole humana desejar ter sob seu comando algum que possa ser dominado e ser seu servo. No mundo atual, a propriedade legal de outra pessoa no permitida, no entanto, a servido moderna continua se apresentando de diversas formas e de maneira velada. O que se est chamando de Escravido Moderna pode ser definido como gnero de muitas espcies (CARMO, 2008), no entanto, neste artigo assume a semntica das relaes de trabalho realizadas na atualidade, onde as pessoas se tornaram mercadorias baratas e descartveis, sendo motivadas a competir entre si, esquecendo de seus valores, sua vida e entregando-se por completo a trabalhos alienantes, os quais vo extrair delas o seu cerne.

1Bacharelanda em Administrao com Habilitao em Gesto de Negcios pela Faculdade Visconde de Cairu. Email:[email protected] em Letras pela Universidade Federal da Bahia, professora da Fundao Visconde de Cairu e orientadora do artigo.A Escravido Moderna apresenta uma peculiaridade das demais, pois devido a sua sutileza e

maneira alienadora como praticada, os escravos modernos no percebem que se tornaram escravo do consumo, do poder, do status, do trabalho e no aspiram abolio. No mercado de trabalho, ela bem propagada e faz o maior nmero de servos, principalmente, por ser muitas vezes legitimada pelas leis trabalhistas que criaram brechas como o banco de horas, que permite a compensao de horas num determinado perodo, tornando a escravido regulamentada por meio de Convenes Coletivas.Outro ponto que o consumo moderno despertou na humanidade uma insatisfao e necessidade enorme de ter as coisas. Essa ganncia insacivel faz com que as pessoas se tornem vtimas de uma das formas mais alienadoras da escravido: Escravas delas mesmas, do sistema, do ego. Aproveitando essa vertente, as organizaes abusam dos seus funcionrios, embora muitas vezes os chamem de colaboradores, que ao entregar suas vidas ao empregador vinte quatro hora por dia, sete dias por semana, colaboram para que as organizaes enriqueam custa do trabalho desses indivduos.A partir dessas consideraes iniciais, o objetivo deste artigo levantar pontos sobre a escravido contempornea, desde a Revoluo Industrial, o sistema de mercadorias e mais valia, com uma anlise sobre o sistema de bancos de horas e caractersticas dos escravos modernos, ao tempo em que prope uma alternativa de se obter a sua alforria por meio do cio criativo. A metodologia utilizada consiste em uma anlise bibliogrfica de diversos autores que tratam direta ou indiretamente sobre o tema.

2 HISTRICO DA ESCRAVIDO MODERNAA produo Industrial em larga escala voltada para atender demanda crescente, necessidade de se trabalhar mais de 12 horas por dia, utilizao da mo de obra feminina, xodo rural, pessoas especializadas para desenvolver certas atividades, entre outros fatores podem denotar caractersticas semelhantes com o retrato da sociedade atual, no entanto, so caractersticas tpicas da Revoluo Industrial que o ponto de partida para a anlise do gnesis da Escravido em nossos dias.

Na Inglaterra do sculo XVIII, os ventos sopram para novas invenes que modificariam completamente a estrutura social e comercial da poca que provocaria mudanas na ordem econmica, poltica e social, bem maiores do que as mudanas ocorridas no milnio anterior. Nesse contexto, surge a mquina a vapor revolucionando o modo de produo e paralelo a ela uma srie de novas invenes que possibilitariam desenvolvimento e a ruptura com a maneira de fazer as coisas, dando incio fase conhecida como Revoluo Industrial que pode ser definida como a substituio da ferramenta e homem pela mquina, e que trouxe como produto desta nova era o capitalismo industrial.

Nessa fase, ocorre a substituio da maneira artesanal pela era industrial e o marco para a escravido em nossos dias, j que com o desenvolvimento das fbricas, surgem alguns elementos bem importantes, desaparecendo a figura do arteso, que na Idade Moderna era o detentor dos meios de produo para dar lugar a uma nova classe conhecida como proletariado. Ocorre a diviso do trabalho, e a especializao das atividades desenvolvidas, que conforme Chiavenato (2000, p.32) a mecanizao do trabalho levou diviso do trabalho e a simplificao das operaes, substituindo os ofcios tradicionais por tarefas semi-automatizadas e repetitivas, que podiam ser executada com facilidade por pessoas sem qualificao e com facilidade de controle. A produo em larga escala dividida em etapas, distanciando cada vez mais o trabalhador do produto final, j que este passava a dominar apenas uma etapa da produo, perdendo com isso a sensao de estar produzindo algo e contribuindo para a sociedade, mas aumentando a sua produtividade pela repetio. As condies de trabalho so precrias, perigosas e insalubres, com carga horria abusiva, longas jornadas de trabalho, com mulheres e crianas trabalhando. Nesta fase, os empregadores ditavam as relaes de trabalho sem interveno estatal. Os operrios comeam a ser organizar, formando movimentos e forando o surgimento de leis trabalhistas com o objetivo de amenizar os conflitos existentes.

A imposio de condies de trabalho pelo empregador, a exigncia de excessivas jornadas de trabalho, a explorao das mulheres e menores, que constituam mo-de-obra barata, os acidentes ocorridos com os trabalhadores no desempenho das suas atividades e a insegurana quanto ao futuro e aos momentos nos quais fisicamente no tivessem condies de trabalho foram as constantes da nova era do proletrio, s quais podem-se acrescentar tambm os baixos salrios. (NASCIMENTO,1997, p. 15).Ocorre assim, a Revoluo que trouxe vrios benefcios para os dias atuais, no entanto, deixou heranas que dificilmente sero extintas do nosso meio, sendo uma delas as que dizem respeito relao entre quem detm os meios de produo e quem o mero executor.

O mundo tem atravessado vrias revolues desde ento, no entanto, a Revoluo Industrial serve como divisor de guas para relaes mercantis de nossa poca, pois o homem da atualidade herdou dela a industrializao, a especializao da mo de obra, as primeiras leis trabalhistas e uma mudana progressiva das necessidades de consumo da populao, conforme novas mercadorias foram sendo produzidas. 3 HOMEM MERCADORIA Vive-se num mercado global onde as relaes comerciais ditam as regras a serem seguidas. Nesse mercado, a produo de mercadoria com o intuito de atingir o mercado consumidor se tornou o objetivo principal. Cada vez mais se buscam compradores para os produtos e servios que so oferecidos. Com a revoluo industrial, a diviso do trabalho e a produo macia para o mercado mundial, a mercadoria aparece efetivamente como uma potncia que vem realmente ocupar a vida social. (DEBORD, 2000, p.7)O sistema capitalista que consiste na produo dessas mercadorias traz o homem como trabalhador que tambm se transformou numa mercadoria bsica para o funcionamento deste processo produtivo, tornando-se numa mercadoria a ser consumida pelo mercado ao vender a sua capacidade produtiva: nica mercadoria que possui. Karl Marx j afirma isso ao dizer que a riqueza de uma sociedade em que domina o modo de produo capitalista aparece como uma imensa coleo de mercadorias, e a mercadoria individual como sua forma elementar (MARX, 1983, p.45). O homem tornou-se numa mercadoria validada por uma assinatura na carteira de trabalho, com seu preo negociado, tipo de pagamento, jornada de trabalho, repouso, entre outros. Ele assume de um lado o compromisso de produzir algo e o empregador em troca o compensa com um pagamento. Como ele no dono do meio de produo, a nica forma que v de obter o seu sustento sendo empregado do dono do meio de produo, sujeitando-se ao que este desejar. Para a converso do seu dinheiro em capital, portanto o dono do dinheiro deve encontrar no mercado o trabalhador livre, livre no duplo sentido de que, como homem livre, pode dispor da fora de trabalho como sua mercadoria e que por outro lado no tem outra mercadoria pra vender, faltando lhe todo o necessrio para a realizao de sua capacidade de trabalho. (MARX apud HUMBERMAN, 1992, p.230).A explorao camuflada, oculta e mascarada. Geralmente nem se percebe o quanto se explorado, pois o escravo moderno de um modo geral foi destitudo de sua capacidade de pensar, se revoltar e lutar contra o sistema proposto. Vive completamente alienada a sua condio. Huberman explicitou essa condio em relao aos explorados de outrora:Era fcil ver que nos dias da escravido o trabalhador - isto , o escravo fazia um pssimo negcio. Todos concordavam com isso. Os mais delicados podiam mesmo exclamar com raiva: chocante! Est absolutamente errado que um homem trabalhe para outro! uma boa coisa que a escravido tenha sido abolida.Igualmente era fcil ver que no perodo feudal o trabalhador - isto , o servo fazia mau negcio. No h dvida quanto a isso. Era evidente que ele, como escravo, tinha de trabalhar para outro homem seu senhor. Trabalhava, digamos, quatro dias na semana na sua terra, os outros dois dias na terra do senhor. Em ambos os casos, a explorao do trabalhador era evidente.

Mas no era fcil ver que na sociedade capitalista o trabalhador continuava a fazer um mau negcio. Presumidamente o operrio um agente livre. Ao contrrio do escravo ou do servo, ele no tem de trabalhar para seu dono ou senhor. Presumidamente, ele pode trabalhar ou no, como queira. E, tendo escolhido o patro para o qual deseja trabalhar, o operrio recebe pagamento pelo seu trabalho, no fim de semana. Certamente, isso era diferente no era isso explorao do trabalho? (HUBERMAN, 1981, p. 226-227).Outra caracterstica do trabalhador-mercadoria exemplificado por Karl Marx ao expressar a alienao do trabalhador com o seu objeto:

Quanto mais o trabalhador produz menos tem para consumir; quanto mais valor ele cria menos vale; quanto mais aperfeioado seu produto mais grosseiro se faz; quanto mais civilizado o produto mais brbaro o trabalhador; quanto mais poderoso o trabalho mais frgil o trabalhador; quanto mais inteligncia revela o trabalho mais decai o trabalhador em inteligncia e se torna um escravo da natureza. (MARX, 1983, p. 4).3.1 MODO DE EXPLORAR: MAIS-VALIAMas de que maneira o trabalhador tem sua capacidade produtiva usurpada? Qual a ferramenta utilizada pelo capitalista para explorar o trabalhador?[...] para entrar na ronda do consumo frentico, necessrio ter dinheiro e para conseguir dinheiro, preciso trabalhar, ou seja, vender-se. O sistema dominante fez do trabalho seu principal valor. E os escravos devem trabalhar mais e mais para pagar a crdito sua vida miservel. Eles esto esgotados de tanto trabalhar, perdem a maior parte de sua energia e tm que suportar as piores humilhaes. Passam toda sua vida realizando uma atividade extenuante e insidiosa que proveitosa apenas para alguns .(BRIENT, Da Servido Moderna, 2007) 2Marx em sua obra multicitada explicou como ocorre essa explorao, como o capitalista se aproveita da mo de obra do proletariado. Ao aperfeioar a teoria do trabalho de David Ricardo que diz que o valor de toda mercadoria determinado pela quantidade de trabalho socialmente necessrio para produzi-la, e como a fora de trabalho uma mercadoria, cujo valor determinado pelos meios de vida necessrios subsistncia do trabalhador, se este trabalhar alm de um determinado nmero de horas estar produzindo no apenas o valor correspondente ao de sua fora de trabalho, que lhe pago na forma de salrio pelo capitalista, mas um valor a mais, ou seja, um valor excedente, denominado de mais-valia, que consiste no valor que o operrio cria alm do valor de sua fora de trabalho que apropriado pelo capitalista (CHIAVENATO, 2000). Ao explicar a disparidade entre o salrio pago e o valor do trabalho produzido, fica claro e explcito a maneira como o capitalista explora o trabalhador. Desse excedente, o capitalista enriquece, dele ele subjuga, explorando e usurpando a sua mercadoria.

Em suma, o trabalhador continuar vendendo sua mercadoria por um valor que no corresponde a tudo que ele produz e como fruto receber um salrio que servir apenas para sua subsistncia e de seus familiares, criando assim uma necessidade constante que ser perpetuada por seus descendentes de vender suas mercadorias. O controle vai se expandir, pois a classe dominante alm de ser dona dos meios de produo, controla tambm o poder poltico.4 LEI LEGITIMA A ESCRAVIDO: COMPENSAO DE HORAS

Flexibilizar uma palavra que segundo o Dicionrio Aurlio, significa 1.Qualidade de flexvel. 2. Elasticidade, destreza, agilidade, flexo, flexura: flexibilidade corporal. 3. Facilidade de ser manejado; maleabilidade. (FERREIRA, 1989, p. 914). Em suma o averso

rigidez, algo elstico passvel de adaptao. Srgio Pintos Martins (2004, p. 25), a definiu, como sendo, o conjunto de regras que tem por objetivo instituir mecanismos tendentes a compatibilizar as mudanas de ordem econmica, tecnolgica, poltica ou social existentes na relao entre o capital e o trabalho, argumentando que no se trata apenas de alteraes nas

2 Informao obtida em documentrio Da Servido Moderna, produzido em 2007, disponvel em www.delaservitudemoderne.org.normas jurdico-trabalhistas, comportando ainda modificaes na ordem econmica, social ou tecnolgica.

Em tempo de crise, no mercado de trabalho, esta palavra assume uma importncia mpar. Fala-se que o Governo precisa ser mais flexvel na cobrana de tributos, que o empregador necessita ser mais flexvel com seus empregados, os sindicatos precisam ser maleveis com relao s medidas de reduo de salrios e assim por diante. No Brasil, a jornada normal de trabalho o espao de tempo durante o qual o empregado dever prestar servio ou permanecer disposio do empregador, com habitualidade, excetuadas as horas extras; nos termos da CF, art. 7, XIII, sua durao dever ser de at 8 horas dirias, e 44 semanais, no entanto, essa lei tambm foi flexibilizada lendo-se assim:Art. 59 A durao normal do trabalho poder ser acrescida de horas suplementares, em nmero no excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho.

2 Poder ser dispensado o acrscimo de salrio se, por fora de acordo ou conveno coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuio em outro dia, de maneira que no exceda, no perodo mximo de um ano, soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite mximo de dez horas dirias. (CLT Art. 59, p.51-52)A Constituio Federal concede ao sindicato o status de intermediador da compensao do Banco de Horas condicionando a sua instituio ao acordo coletivo de trabalho ao definir durao do trabalho normal no superior a oito horas dirias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensao de horrios e reduo da jornada, mediante acordo ou conveno coletiva de trabalho. (CF, art.7, p.21)Antes de alterada a redao do artigo 59 da CLT, a compensao da jornada suplementar, deveria ser efetivada na mesma semana, isto , embora fosse permitida a prorrogao por at duas horas na jornada diria, estas deveriam ser compensadas no mesmo perodo semanal, s sendo permitida a compensao em perodos mais extensos atravs de acordo expresso com o empregado e acompanhamento do Sindicato.

A partir da edio da Lei 9.601/98, que acrescentou ao artigo 59 da CLT, os pargrafos 2 e 3, a compensao poderia ser feita em at 120 dias, e posteriormente esse perodo foi prorrogado para 01 (um) ano, com a publicao e reedio da MP n 1.709/98. Este o chamado Banco de Horas definido por Rubens do Nascimento da seguinte maneira:

A compensao de horas ou banco de horas traduz-se basicamente em um sistema no qual o trabalhador labora em determinado perodo quantidade de horas superiores a normal, visando a sua compensao em uma data futura, ou seja, no intuito de trabalhar um nmero menor de horas em um determinado perodo mais adiante, podendo ainda, ocorre o inverso, o obreiro trabalha menos horas em determinado perodo (devido baixa do mercado), as compensando com o trabalho em horas acima do previsto no Contrato de Trabalho quando o mercado voltar normalidade. (FERREIRA, 2009, Flexibilizao da Jornada de Trabalho: Banco de Horas).O paradoxo dessa lei que ela foi criada no momento de grande recesso econmica, sendo necessria uma flexibilizao dos direitos trabalhistas, por outro lado, ela abre uma brecha pra que o trabalhador permanea nas empresas alm do seu expediente normal desde que sejam compensadas essas horas excedentes no prazo varivel que a depender da conveno coletiva, pode ser 30, 60, 120 dias, desde que no supere um ano, pois nesse caso, a CLT declara que as horas excedentes devero ser pagas como horas extras. Ocorre que muitas vezes, tal atitude no fiscalizada gerando uma bola de neve, pois em alguns casos o trabalhador acumula um saldo enorme de horas a serem compensadas, sendo que muitas vezes sero compensadas quando o empregador achar conveniente, manipulando assim a compensao de acordo com seu exclusivo interesse. Como se pode afirmar que isso no um trabalho forado, sujeito a sano abominada pela Conveno de 29 da Organizao Internacional do Trabalho de 1957, onde os pases de comprometeram a abolir tais prticas escravistas?

O empregador usa desse artifcio para legitimar dentro das organizaes o aumento da carga horria, uma vez que a mesma ser compensada posteriormente. Ocorre, no entanto, que muitas vezes o prazo previsto para compensao ser ultrapassado e essa hora trabalhada nunca ser compensada ou paga. O trabalhador foi obrigado a trabalhar, tornou-se escravo do sistema e muitas vezes nem receber por isso. Agregado a isso, existem as perdas irreparveis para a vida do colaborador. O mesmo ter muitas vezes sua sade afetada ao ficar tanto tempo trabalhando, entrar num crculo vicioso e muitas vezes dependente do pagamento das horas extras ou de sua compensao para resolver problemas pessoais. Ser privado do convvio social ao deixar de participar de atividades familiares, culturais, se privar do aprendizado constante e fora o efeito alienante que o faz pensar que est produzindo, que se ele no trabalhar um pouco mais as coisas no vo prosperar, que ele wakaholic ou viciado no trabalho, entrando assim nessa dana da explorao, tornando-se assim um legtimo escravo, no sentido de ser dominado, se assemelhando ao escravo de outrora. 5 ESCRAVOS MODERNOS E AS ORGANIZAESQuem so os escravos modernos, como podem ser caracterizados?

Como sabido, a escravido sempre esteve presente na vida das civilizaes, sempre foi comum um povo conquistado tornar-se servo do seu opositor ou uma raa sentir-se superior a outra e no direito de explor-la da maneira que lhe achar conveniente.

Nos dias atuais, quando o nmero de escravos est em ascenso, conforme afirma Kevin Bales na sua obra Gente Descartvel, existe uma peculiaridade sobre os escravos modernos bem ilustrados numa histria sobre o encontro do filsofo Ouspensky e sua chegada Rssia para estudar com o psiclogo George Ivanovich Gurdjieff. Ouspensky resolveu ir Paris a p para estudar com Gurdjieff. Como Ouspensky no tinha onde ficar, Gurdjieff pede emprestado um apartamento a um dos membros do grupo de estudos, pega o recm chegado e o leva at sua nova residncia. Chegando l, fecha todas as janelas do apartamento e diz a Ouspensky que voltaria em trs dias para encontr-lo e pede que, nesse perodo, fique sozinho no escuro. Trs dias depois, Gurdjieff vai buscar o Ouspensky e ambos saem andando pelas ruas de Paris. Alguns quarteires depois, ele para, olha a sua volta e pergunta a Ouspensky o que ele v. Ouspensky para, observa aquela multido de gente andando de um lado para o outro, correndo, bondes passando, charretes, buzinas e todo movimento da cidade da luz. Olha para Gurdjieff e diz: Eu vejo um monte de sonmbulos. (MELLO, 2009, Dormindo com o prprio inimigo).Assim como na histria do encontro dos dois filsofos, a gerao atual continua adormecida para questes cruciais e uma delas diz respeito justamente explorao do mercado de trabalho e a relao das pessoas com ele. A era da revoluo tecnolgica trouxe inmeros benefcios humanidade, a eliminao das barreiras, um progresso e aperfeioamento constante. Mas tudo isso tem um preo muito grande a ser pago. Constantemente fica a sensao frentica de que se precisa fazer mais, trabalhar duro para alcanar as metas e resultados proposto, que se precisa trocar de tudo: casa, carro, roupas, pois rapidamente as coisas ficam obsoletas. A modernidade trouxe consigo uma necessidade de tudo e de todos, j que se precisa de mais e nunca se est satisfeito, sempre existe um ponto a ser alcanado, desafios e metas a serem conquistadas, nunca se conseguir usufruir as coisas em sua plenitude, pois o ser humano insacivel para conquistar tudo que precisa e quer. O indivduo trabalha sete vezes na semana com uma carga horria similar ou at pior que na poca da revoluo industrial, pois mesmo quando no est trabalhando numa organizao, a pessoa fica condicionada as suas funes, o que evidenciado at no atender do telefone. Perde-se sono preocupado com problemas que no lhe dizem respeito, normalmente submetendo a essas coisas por conta do objetivo de suprir ego, necessidade e desejo. Nas organizaes, o trabalho continua repetitivo, enfadonho, dividido por funes e embora viva-se na sociedade ps-industrial, na era tecnolgica, as pessoas so pagas para realizar movimentos repetitivos como as mquina, a exemplo da definio das atividades, onde qualquer discrepncia considerado como desvio de funo. Por outro lado, as organizaes criam maneiras de manter o trabalhador preso nas suas correntes, ao conceder benefcios com o objetivo de minimizar sua explorao. A tica do trabalho a tica dos escravos e o mundo moderno no precisa de escravos (RUSSEL, apud DI MASI, 2000, p.313-314). Assim, o escravo moderno trabalha e vive iluso da felicidade. O documentrio Da servido moderna incisivo ao afirmar:

A servido moderna uma servido voluntria, acatada pela totalidade dos escravos que se arrastam pela superfcie da Terra. Adquirem, eles prprios, todas as mercadorias que os tornam cada vez mais acorrentados. Eles prprios procuram um trabalho cada vez mais alienante que algum concordou em dar-lhes se eles esto suficientemente amansados. Escolhem, eles mesmos, os senhores que vo obedecer. Para que esta tragdia absurda possa acontecer, foi necessrio despojar essa classe da conscincia de toda a sua explorao e alienao. Observem bem, pois, a, est a singular modernidade da nossa poca. Contrariamente aos escravos da Antiguidade, aos escravos da Idade Mdia ou aos trabalhadores das primeiras revolues industriais, estamos, hoje, com uma classe totalmente subserviente, que no sabe ou, muitas vezes, no quer entender. Eles no vivenciam, por conseqncia, a revolta que deveria ser a nica e legtima reao dos explorados. Aceitam, sem discutir, a vida miservel que algum construiu para eles. A renncia e a resignao so a fonte da sua desgraa. (BRIENT, Da Servido Moderna, 2007).

Neste mercado, existe uma caracterstica intrnseca que diz respeito Lei da oferta e demanda, ou seja, quanto maior for a procura por um determinado produto, seu preo tende a aumentar o valor. No entanto, quando a oferta excede a procura, seu preo tende a cair. Trazendo este conceito de Economia para o mercado moderno, essa premissa se torna verdica. Observa-se um excedente de pessoas, buscando uma oportunidade de se tornarem escravas. So inmeros os que querem entrar no mercado de trabalho, que temem o estigma de serem considerados desempregados.

Porque, antes, o escravo era um bem caro e raro, e por isso mesmo merecedor de certos cuidados. Mas, nos tempos que correm, a prpria lei da oferta e da procura se encarregou de baratear e de desvalorizar o produto. Com a exploso demogrfica, o aumento da pobreza e da excluso social geradas pelo sempre crescente alargamento do fosso que separam ricos e pobres, o torrencial fluxo de imigrantes que se sujeitam a tudo para tentarem encontrar na metade abastada do mundo um modo qualquer de subsistncia, matria-prima no falta. E se o escravo moderno enfraquece ou adoece, arranja-se outro. Que as prateleiras dos armazns globais esto cheias de gente desesperada. (GIRALDES, 2003 Escravatura Global).Em outras palavras, pode se afirmar que o homem se tornou descartvel, pois devido grande demanda existente no mercado, sempre ter outras pessoas para substituir os escravos, colocando-o em escanteio. Sem falar que nesse sistema, muitas pessoas tm enriquecido, pois como o homem um produto barato, qualquer migalha que o mesmo receber, j o satisfar, sendo interessante explor-lo no perodo em que ele se mantiver rentvel controlando assim o corpo e a mente desses escravos modernos. (BALES, 1993)

Com o desemprego em alta, os escravos modernos dormem e acordam preocupados que de uma hora para outra se tornem desocupados. Acatam a tudo que dito, pois pelo menos mais privilegiado que milhares de desempregados e devem ser gratos aos seus senhores por isso. Caso ele no aceite sua condio de trabalho, sem dvida o mercado est repleto de pessoas que vo se submeter a tudo de bom grado. Milhes de homem conseguem obter os meios de subsistncia estritamente necessrios somente por meio de um trabalho cansativo, fisicamente desgastante, moral e espiritualmente deturpante. Eles so obrigados at a considerar como uma sorte a desgraa de ter achado um tal trabalho. (SCHULZ apud DE MASI, 2000, p.109)Em suma, at quando esse sistema vai persistir? Kevin Bales, socilogo, norte-americano profundo pesquisador e especialista sobre o tema decisivo ao afirmar: [...] a escravido permanece intacta, e assim estar, enquanto o nmero de propriedades expressarem a representarem valores humanos; estar vigente, sempre e quando, o homem for impedido de ascender socialmente; enquanto for marcado como gado pelo estigma que o fada ser quilo que foram seus antepassados; estar vista e mostra no poderio econmico-financeiro que suplanta talentos; far-se- evidente na essncia ainda faminta do homem que trabalha to-somente pela troca injusta do alimento; mas, acima de tudo, lanar ao rol dos culpados aquele que, diante de melhor sorte, encilha seres de sua prpria espcie, para um galope alucinante, pelos campos verdes: do poder, das posses e privilgios. (BALES, 1993, p.203).6 CIO CRIATIVO: UMA MANEIRA DE OBTER ALFORRIA

Um fenmeno caracteriza o sculo XXI ou a sociedade ps-industrial: o valor excessivo ao trabalho. Neste mundo se trabalha demais e incalculveis males derivam da convico de que o trabalho seja uma coisa santa e virtuosa. Mas, em vez disso, o caminho para felicidade e prosperidade acha-se na diminuio do trabalho. (RUSSEL, apud DI MAIS, 2000, p.313). Nesta sociedade trabalhar ainda que em regime similar ao da escravido visto com algo corriqueiro e natural. Seguir a organizao e o ritmo da sociedade industrial onde se trabalha oito horas descansa em outras oito, e restam apenas oito horas para cuidar do corpo, da diverso e do lazer, parece algo habitual. O homem mais se assemelha a um relgio cronometrando toda sua atividade a ser realizada perdendo com isso o prazer de aproveitar o momento. Seguir tal condicionamento faz perdurar a Escravido no nosso meio, uma vez que ao contrrio do proletariado da sociedade industrial que quando desligava a mquina aps um dia extremamente fatigante, terminava ali sua relao com o trabalho, podendo aproveitar o seu tempo restante. Contudo na sociedade ps-industrial embora a jornada termine oito horas depois de iniciada, o trabalhador alm de vender sua fora produtiva aliena tambm o trabalho intelectual que exige dos seus funcionrios trabalho de tempo integral, disposio total, dedicao infinita, ficando uma linha muito tnue que confunde sua vida pessoal da profissional. Domenico de Masi ao tratar dessa relao do homem ps-industrial com o desenvolvimento tecnolgico que se vive enftico ao afirmar que as mquinas absorveram o trabalho humano, porm no liberaram o homem do trabalho. No lhe devolveu o seu tempo. Ao delegar a mquina o esforo fsico, o mesmo tentado h preencher o tempo que lhe sobra multiplicando suas preocupaes intelectuais (DE MASI, 2001).Que possibilidade existe de se livrar desses grilhes modernos de dormir, acordar, trabalhar, estudar e voltar tudo novamente como se estivesse numa indstria? A proposta feita por Domenico de Masi em sua obra O cio criativo que o futuro pertence a quem conseguir se libertar da idia tradicional de trabalho como obrigao e for capaz de mesclar atividades como o estudo, o trabalho e o tempo livre. A alternativa trabalhar menos e aproveitar mais, trabalhar aprendendo e se divertir ao mesmo tempo, j que se alcanou esta possibilidade com tanto desenvolvimento tecnolgico. Porm isso no significa uma atitude preguiosa de no fazer nada, mas de aproveitar o tempo sabiamente para se desenvolver, pensar em alternativa de melhoria, criar, inovar, descansar e fazer as coisas de forma melhor, em suma um aperfeioamento constante. Esse pensamento pode ser resumido da seguinte forma:Aquele que mestre na arte de viver faz pouca distino entre o seu trabalho e o seu tempo livre, entre a sua mente e o seu corpo, entre a sua educao e a sua recreao, entre o seu amor e a sua religio. Distingue uma coisa da outra com dificuldade. Almeja, simplesmente, a excelncia em qualquer coisa que faa, deixando aos demais a tarefa de decidir se est trabalhando ou se divertindo. Ele acredita que est sempre fazendo as duas coisas ao mesmo tempo. (ZEN, apud DI MASI, 2000, p.148)O homem contemporneo precisa aprender a utilizar devidamente o seu tempo, lutar para ter oportunidade e o direito qualidade de vida, acostumar-se a fazer do trabalho uma coisa prazerosa, criativa e divertida. O trabalho e o cio no devem ser dois antagonismos e sim duas formas completamentares de se viver e alcanar satisfao ao longo da vida. Essa deve ser a busca constante da humanidade. As civilizaes que se baseiam no cio vivem melhores, j que mais agradvel se trabalhar com pessoas que descansam e se divertem. O trabalho uma profisso, o cio uma arte. 7 CONSIDERAES FINAIS

Ao se analisar a sociedade moderna, notrio que houve evoluo em vrios aspectos, a humanidade atravessou vrias Revolues, at mesmo o cu deixou de ser o seu limite com a chegada do homem lua. Por outro lado, em determinados aspectos houve retrocesso, j que embora tenha crescido se multiplicado continua a praticar os mesmo erros de outrora. Um destes erros que persiste em sua prtica est relacionado Escravido.O estudo realizado demonstrou que a Escravido to praticada na atualidade, como foi em tempos remotos. O homem tornou-se numa mercadoria barata, abundante e negociada no mercado de trabalho. O trabalhador continua criando um valor superior ao seu salrio. As entrelinhas do artigo 59 da CLT tornaram-se uma aliada do empregador que recorre a ela no somente em momentos de crises financeiras, mas a utiliza como aliada para justificar a sua explorao. O proletrio por sua vez diante de tal situao permanece adormecido e alienado a sua condio.

Mas o que fazer se a Escravido Moderna um circulo vicioso, onde boa parte da populao est inserida? O que fazer se as necessidades vitais das pessoas precisam ser supridas? Como no entrar neste crculo vicioso de controle, explorao, humilhao? Respostas difceis de serem obtidas, pois no atual modelo em que se est dificilmente uma pessoa no viver uma condio anloga de escravido, porem, de suma importncia estar consciente disso e lutar para que um novo sistema comece a vigorar. No mundo atual com tanto desenvolvimento, primordial que medidas que visem melhoria da qualidade de vida de todos sejam colocadas em prtica. Faz-se necessrio extirpar de cada um sua ganncia, seu desejo de se tornar melhor do que as outras pessoas por conta de sua diferena financeira. A conscientizao de importncia vital. Tais prticas so uma abominao em pleno sculo XXI e precisam ser combatidas e aniquiladas de nosso meio. As fiscalizaes da explorao por meio dos rgos competentes precisam ser mais eficientes em relao ao controle de tais prticas abusivas no mercado.Possvel alternativa para a alforria consiste em diminuir a quantidade de trabalho e praticar o cio criativo. necessrio conseguir realizar as atividades libertando-se da idia tradicional de trabalho como obrigao e ser capaz de mesclar atividades como o estudo, o trabalho e o tempo livre. Mas para se chegar a esse ponto, os trabalhadores precisam atender s seguintes palavras: Trabalhadores do mundo inteiro uni-vos, vs no tendes nada a perder a no ser vossos grilhes (MARX & ENGELS, 1848). Uni-vos promovendo uma revoluo e um despertar desta cegueira chamada capitalismo. Essa mudana ocorrer quando as pessoas estiverem dispostas a mudar e no deixar que os seus desejos dominem seus corpos, mentes, intelecto e esprito. Mas a dicotomia reside a: se por um lado, querem ser libertos do atual sistema escravista, por outro, no esto dispostos a pagar o preo por isso. Parece que mais conveniente e confortante continuar sendo escravos por muitos e muitos anos, pois se tornam pacatos cidados e como o mito do homem da caverna preferem no v a realidade que bate a sua porta.REFERNCIASBALES, Kevin. Gente Descartvel: A nova escravatura na economia global. Ed. Califrnia: Caminho, 1993.

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